A HISTÓRIA DA FILOSOFIA
ANTIGA E A FORMAÇÃO DO
PENSAMENTO OCIDENTAL
Cláudia Alves Fernandes
Aluna do Curso de Filosofia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
[email protected]
Ricardo de Oliveira Fernandes Junior
Aluno do Curso de Filosofia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
[email protected]
RESUMO
Este trabalho busca contribuir para o entendimento da História da Filosofia Antiga e sua
influência na formação do pensamento ocidental. De acordo com vários autores, a filosofia é a
busca pelo conhecimento último e primordial, tido como a sabedoria total. Embora de um
modo ou de outro o homem sempre tenha exercido seus dons filosóficos, a Filosofia
Ocidental, como um campo de conhecimento coeso e estabelecido, surge na Grécia Antiga,
com a figura de Tales de Mileto. Este foi o primeiro a buscar uma explicação para os
fenômenos da natureza, usando a razão, e não os mitos, inaugurando, assim, a investigação do
princípio originário da totalidade do universo. Assim, a Filosofia Antiga vem contribuindo
para a formação do pensamento ocidental há mais de 2.500 anos, tendo sido a origem de todas
as ciências (Psicologia, Antropologia, História, Física, Química, Biologia, Astronomia, etc.).
Entretanto, estas se ocupam de objetos de estudo específicos, e a Filosofia Antiga se ocupa do
“todo”, da totalidade dos mundos (físico e metafísico). Dessa forma, o presente trabalho
buscou identificar, examinar e analisar material bibliográfico significativo, que pudesse nos
orientar no conhecimento histórico da Filosofia Antiga e de como se deu a construção e
formação do pensamento ocidental.
PALAVRAS-CHAVE: 1. Filosofia
2. Filosofia Antiga 3. Pensamento Ocidental
2
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é apresentar um entendimento da História da Filosofia
Antiga e sua influência na formação do pensamento ocidental, considerando que a
compreensão da filosofia só é possível a partir de sua própria história, pois afinal: “as origens
de pensamento filosófico grego têm sido consideradas, geralmente, dentro do quadro
tradicional da ‘história da filosofia’” (JAEGER, 2003, p. 190).
É fundamental entendermos a herança recebida de forma gradual, apesar de que nos
últimos tempos, esta conexão histórica teve uma tendência a passar para segundo plano,
devido ao desejo de se compreender cada um dos pensadores gregos como filósofos originais,
podendo assim destacar melhor o relevo de sua verdadeira importância (JAEGER, 2003).
Segundo Chauí (2006), pelo fato de a filosofia estar na história e ter uma história, ela
se apresenta classificada em grandes períodos em que os historiadores dividem a História da
Sociedade Ocidental. Portanto, considera-se que a filosofia seja dividida em: Antiga (século
VI a.C. ao VI d.C.); Patrística (século I ao VIII d.C.); Medieval (século VIII ao XIV d.C.); da
Renascença (século XIV ao XVI d.C.); Moderna (século XVII ao XVIII d.C.); do Iluminismo
(século XVIII ao XIX d.C.) e Contemporânea (século XIX d.C. até os dias atuais).
Sendo praticamente o ponto de partida de todo o conhecimento humano organizado, a
filosofia estudou tudo o que pôde, estimulando e produzindo os mais vastos campos do saber
nas diferentes ciências. Porém, ela não é empírica, ou seja, não faz experiências, já que a
razão e a intuição são suas principais ferramentas. Além disso, ela tem como fundamento a
contemplação, o deslumbramento pela realidade, a vontade de conhecer; e, como método
primordial, o rigorismo no raciocínio, para atingir a estruturação do pensamento e a
organização do saber.
De fato, na busca de respostas para os problemas, enigmas e conflitos que, à sua
época, o atormentam, o homem pensa o seu tempo, dentro do contexto cultural em que vive, e
cria sua própria atmosfera existencial. Mas não esqueçamos que o ser humano é histórico, que
recebe um legado cultural do mais alto valor e significado, construído pelas gerações passadas
e que, consciente ou inconscientemente, pesará de forma significativa sobre o seu modo de
pensar e agir, influindo no seu destino e na sua maneira de se relacionar com seus semelhantes
(SANTOS, 2001).
Assim, nada escapa à investigação filosófica. E a amplitude de seu objeto de estudo é
tão vasta, que foge à compreensão de muitas pessoas, as quais chegam a pensar ser a filosofia
uma atividade inútil. Além disso, seu significado também é muito distorcido no conhecimento
3
popular, que muitas vezes a reduz a qualquer conjunto simplório de idéias específicas, as
“filosofias de vida”, ou basicamente a um exercício poético (ARANHA; MARTINS, 1993).
A confusão com relação ao conceito e a desinformação geral, esta que permeia mesmo
o meio acadêmico, chegam ao ponto de permitir o surgimento de propostas utópicas no
sentido de se eliminar a filosofia. Entretanto, ciência alguma pode se ocupar da realidade
como um todo. O Empirismo não pode ser aplicado à civilização humana, à mente, ao total.
Quem estabelece a comunicação entre todos os segmentos do conhecimento continua a ser a
filosofia (ARANHA; MARTINS, 1993). Dessa forma, continuamos gerando novos segmentos
de investigação por meio desta, ao mesmo tempo em que a tendência à interdisciplinaridade
exige uma visão cada vez mais holística para se abordarem os desafios no Terceiro Milênio.
Tendo em vista tantos desafios, acreditamos que a maneira mais simples de se estudar
filosofia seja através de sua história; essa equivale à história da própria razão, que, ao longo
do tempo, traduz-se numa tentativa inédita de tomar consciência de si mesma e do universo,
buscando entender o real na sua totalidade (SANTOS, 2001). Podemos, então, afirmar que a
filosofia antiga legou ao pensamento ocidental o patrimônio espiritual, filosófico, científico e
moral de que aquele ainda hoje se alimenta e sobrevive. Desta forma, faz-se fundamental o
levantamento e o entendimento da história da filosofia antiga, para que possamos
compreender sua influência na formação do pensamento ocidental.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. DEFINIÇÃO E NASCIMENTO DA FILOSOFIA
A tradição atribui ao filósofo grego Pitágoras de Samos (que viveu no século V a.C.) a
criação da palavra “filosofia”, que resulta da união de outras duas palavras: “philia”, que
significa “amizade”, “amor fraterno” e respeito entre os iguais, e “sophia”, que significa
“sabedoria”, “conhecimento”. De “sophia” decorre a palavra “sophos”, que significa “sábio”,
“instruído”. Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber.
Pitágoras teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, porém
os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos. Assim, a filosofia indica um
estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, que deseja o conhecimento, que o estima,
procura-o e respeita-o (CHAUI, 2006). Logo, o filósofo é aquele que quer dar respostas
precisas a certas perguntas, e, se considerarmos que a filosofia quer dar uma explicação aos
problemas do universo (de onde vem o mundo? quem somos? para onde vamos? etc.), vê-se,
que o filósofo se ocupa de muitas coisas; ao contrário do que dizem, trabalha muito
(POLITZER, 1979).
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Diremos, portanto, para definir a filosofia, que ela quer explicar o universo, a natureza,
o homem, que é o estudo dos problemas mais gerais. Os menos gerais são estudados pelas
ciências. Estas são uma particularização da filosofia, que é uma área de estudos que envolve
investigação, análise, discussão, formação e reflexão de ideias (ou visões de mundo) em uma
situação geral, abstrata ou fundamental. Originou-se da inquietação gerada pela curiosidade
humana em compreender e questionar os valores e as interpretações comumente aceitas sobre
a sua própria realidade.
Houve um longo processo para que a capacidade reflexiva do homem chegasse ao
ponto de ser chamada de filosofia. E isso só aconteceu na Grécia, por volta do final do século
VII e início do século VI a.C., nas colônias gregas da Ásia Menor (particularmente as que
formavam uma região denominada Jônia), com Tales na cidade de Mileto, daí o primeiro
filósofo ser conhecido como Tales de Mileto. O pensar, antes desse período, ainda era envolto
em mitos e religiosidade, o que dificultava a racionalidade específica da filosofia (SANTOS,
2001).
Além de possuir data e local de nascimento e de possuir seu primeiro autor, a filosofia
também possui um conteúdo preciso ao nascer: é uma cosmologia. Esta palavra é composta de
duas outras: “cosmos”, que significa mundo ordenado e organizado, e “logia”, que vem da
palavra “logos”, que significa pensamento racional, discurso racional, conhecimento. Assim, a
filosofia nasce como conhecimento racional da ordem do mundo ou da natureza, daí,
cosmologia (CHAUI, 2006).
O ponto de partida dos pensadores naturalistas gregos do século VI a.C., era o
problema da origem, a physis. No conceito grego de physis consideram-se duas abordagens: a
primeira seria o problema da origem da mesma, que obriga o pensamento a ultrapassar os
limites da experiência sensorial e a segunda, seria a compreensão, por meio da investigação
empírica do que deriva daquela origem e continua a existir (JAEGER, 2003).
A filosofia, então, surge quando alguns gregos, insatisfeitos com as explicações que a
tradição lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas. Demonstravam,
assim, que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos naturais e as coisas da natureza,
os acontecimentos humanos e as ações dos seres humanos podem ser conhecidos pela razão
humana e que a própria razão é capaz de conhecer-se a si mesma.
Com a filosofia, os gregos instituíram para o ocidente europeu as bases e os princípios
fundamentais do que chamamos razão, racionalidade, ciência, ética, política, técnica, arte.
Aliás, basta observarmos que são gregas as palavras como: lógica, técnica, ética, política,
monarquia, anarquia, democracia, física, diálogo, entre muitas outras, para percebermos a
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influência decisiva e predominante da filosofia grega sobre a formação do pensamento e das
instituições das sociedades ocidentais (CHAUI, 2006).
Ao nascer, a filosofia grega tinha um objetivo: explicar racional e coerentemente o
mundo. Com o transcorrer dos anos, esse objetivo foi se aprimorando e novas temáticas foram
sendo incorporadas à reflexão filosófica. Hoje podemos estudar a história da filosofia tanto
pela sua evolução cronológica como pelas abordagens temáticas. E mais ainda: a história da
filosofia não se faz da mesma forma que a história geral da humanidade. A primeira é a
história de como e por que o pensamento filosófico assumiu determinadas característica em
cada época, enquanto que a história da humanidade são os registros dos acontecimentos ao
longo da evolução humana.
2.2. CONDIÇÕES HISTÓRICAS PARA O SURGIMENTO DA FILOSOFIA
Inicialmente, façamos um breve esclarecimento histórico: durante muitos séculos,
aquilo que chamamos de Grécia não era um país como nós entendemos hoje, mas sim várias
cidades-Estado (Polis), independentes e autônomas entre si. Uniam-se ou se separavam de
acordo com as circunstâncias e conveniências.
As cidades-Estado possuíam culturas e características diferentes, mas com alguns
elementos em comum. Várias delas tinham poderes centrais e, em alguns casos, algumas
colônias. Todas essas regiões receberam influência e influenciaram o mundo grego. Esse
contato interativo possibilitou aos gregos as comparações entre os elementos culturais que
fizeram nascer a filosofia. Mas isso se fez lentamente, obedecendo-se a alguns períodos.
Podemos até dizer que a forma de se fazer filosofia evoluiu ao longo dos séculos.
Segundo CHAUI (2006), podemos apontar como principais condições históricas para
o surgimento da filosofia na Grécia, no final do século VII e no início do século VI a.C., os
acontecimentos descritos abaixo:
• As viagens marítimas, que produziram o desencantamento ou a desmistificação do
mundo, que passou, assim, a exigir uma explicação sobre sua origem, explicação
esta que o mito já não podia oferecer;
• A invenção do calendário, revelando uma capacidade de abstração nova ou uma
percepção do tempo como algo natural, e não como um poder divino
incompreensível;
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• A invenção da moeda, que permitiu uma troca feita pelo cálculo do valor
semelhante das mercadorias diferentes, revelando uma nova capacidade de
abstração e de generalização;
• O surgimento da vida urbana, com predomínio do comércio e do artesanato, dando
origem a uma classe de comerciantes ricos, que precisava encontrar pontos de
poder e de prestígio para suplantar o velho poderio da aristocracia de terras e de
sangue (as linhagens constituídas pelas famílias);
• A invenção da escrita alfabética, supondo-se que não se represente uma imagem de
algo que está sendo dito, mas a sua idéia, o que dela se pensa e se transcreve;
• A invenção da política, que introduz três aspectos novos e decisivos para o
nascimento da filosofia:
1. A idéia da lei como expressão da vontade de uma coletividade humana que
decide, por si mesma, o que é melhor para si e como ela definirá suas relações
internas;
2. O surgimento de um espaço público, que faz aparecer um novo tipo de palavra
ou de discurso, diferente daquele que era proferido pelo mito;
3. A idéia de um pensamento que todos podem compreender e discutir, que todos
podem comunicar e transmitir.
2.3. FILOSOFIA ANTIGA E A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO OCIDENTAL
A filosofia terá, ao longo dos séculos, um conjunto de preocupações, indagações e
interesses originários de seu nascimento na Grécia. Segundo Jaeger (2003):
A filosofia, a ciência e, em constante luta com elas, o poder formal da
retórica foram os veículos que levaram a herança espiritual dos gregos aos
demais povos do mundo daquela época e do futuro e aos quais devemos
primordialmente a conservação daquele patrimônio de cultura. (JAEGER,
2003, p. 491)
Para Chaui (2006), devemos conhecer os períodos principais da filosofia grega, pois
eles definiram os campos da investigação filosófica na antigüidade, campos estes que
influenciaram a formação do pensamento ocidental. Assim, a história da Grécia, bem como a
da filosofia grega, está dividida em quatro grandes fases ou épocas:
1. Grécia homérica: correspondente aos 400 anos narrados pelo poeta Homero, em
seus dois grandes poemas, Ilíada e Odisséia;
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2. Grécia arcaica: do século VII ao século V a.C., quando os gregos criam cidades
como Atenas, Esparta, Tebas, Mileto, Samos, etc., onde predomina a economia
urbana, baseada no artesanato e no comércio;
3. Grécia clássica: nos séculos V e IV a.C., quando a democracia se desenvolve, a
vida intelectual e artística entra no apogeu e Atenas domina a Grécia, com seu
império comercial e militar;
4. Grécia helenística: a partir do final do século IV a.C., quando a Grécia passa para o
poderio do império de Alexandre da Macedônia e, depois, para as mãos do Império
Romano, terminando a história de sua existência independente.
Os períodos da filosofia não correspondem exatamente a essas épocas, já que ela não
existia na Grécia homérica e só aparece nos meados da Grécia arcaica. Entretanto, o apogeu
da filosofia acontece durante o auge da cultura e da sociedade gregas; portanto, durante a
Grécia clássica. Os quatro grandes períodos da filosofia grega, nos quais seu conteúdo muda e
se enriquece, são:
1. Período pré-socrático ou cosmológico: do final do século VII ao final do século V
a.C., quando a filosofia se ocupa fundamentalmente da origem do mundo e das
causas das transformações na natureza; a busca do princípio único originário de
todas as coisas;
2. Período socrático ou antropológico: do final do século V e todo o século IV a.C.,
quando a filosofia investiga as questões humanas, isto é, a ética, a política e as
técnicas;
3. Período pós-socrático ou sistemático: do final do século IV ao final do século III
a.C., quando a filosofia busca reunir e sistematizar tudo quanto foi pensado sobre a
cosmologia e a antropologia, interessando-se, sobretudo, por mostrar que tudo pode
ser objeto do conhecimento filosófico, desde que as leis do pensamento e de suas
demonstrações estejam firmemente estabelecidas para oferecer os critérios da
verdade e da ciência;
4. Período helenístico ou greco-romano: do final do século III a.C. até o século VI
d.C.. Nesse longo período, que engloba o Império Romano e o pensamento dos
primeiros Padres da Igreja, a filosofia se ocupa, sobretudo, das questões da ética, do
conhecimento humano e das relações entre o homem e a natureza e de ambos com
Deus (GHIRALDELLI, 2008).
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2.3.1. PERÍODO PRÉ-SOCRÁTICO
Também conhecido como período Cosmológico, seus pensadores eram de várias
cidades ou colônias gregas, sendo nenhum deles de Atenas. A preocupação dos pensadores
deste período é encontrar uma explicação racional e sistemática (uma cosmologia) para o
mundo (o cosmo), que substituísse a antiga cosmogonia (explicação mítica).
Segundo Santos (2001) e Chauí (2006), um dos primeiros pensadores de que se tem
registro é originário da cidade de Mileto, rica e próspera colônia na Ásia Menor; daí seu nome
Tales de Mileto (624 a 546 a.C.). Os principais filósofos pré-socráticos foram:
• Escola Jônica: Tales, Anaxímenes e Anaximandro, de Mileto e Heráclito, de Éfeso;
• Escola Itálica: Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona e Árquitas de Tarento;
• Escola Eleata: Parmênides e Zenão, de Eléia;
• Escola Atomista ou da Pluralidade: Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de
Clazômena, Leucipo e Demócrito, de Abdera.
As principais características deste período são, segundo Santos (2001):
• A busca por uma explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem e
transformação da natureza, da qual os seres humanos fazem parte, de modo que, ao
explicar a natureza, a filosofia também explica a origem e as mudanças dos seres
humanos;
• A afirmação de que não existe criação do mundo, como é o caso, por exemplo, na
religião judaico-cristã, na qual Deus cria o mundo do nada. Por isso, diz: “Nada
vem do nada e nada volta ao nada”, significando que: a) o mundo, ou a natureza, é
eterno; b) no mundo, ou na natureza, tudo se transforma em algo diferente sem
jamais desaparecer;
• O princípio eterno, perene, imortal, de onde tudo nasce e para onde tudo volta é
invisível para os olhos do corpo e visível somente para o ‘olho do espírito’, isto é,
para o pensamento;
• O elemento primordial da natureza chama-se physis (em grego, physis vem de um
verbo que significa fazer surgir, fazer brotar, fazer nascer, produzir). A physis é a
natureza eterna e em perene transformação;
• A idéia de que, embora a physis (o elemento primordial eterno) seja imperecível,
ela dá origem a todos os seres infinitamente variados e diferentes do mundo, seres
que são perecíveis ou mortais;
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• A crença de que todos os seres, além de serem gerados e de serem mortais, são
seres em contínua transformação, mudando de qualidade e de quantidade. Portanto
o mundo está em mudança contínua, sem por isso perder sua forma, sua ordem e
sua estabilidade.
Cada um dos pensadores, neste período, deu sua contribuição para o desenvolvimento
humano. Hoje seus pensamentos podem nos parecer ultrapassados ou simplórios, entretanto,
não importa como os vejamos, o fato é que muito do que temos devemos a eles. Seu mérito é,
em tempos remotíssimos, ter dado o ‘pontapé’ inicial.
2.3.2. PERÍODO SOCRÁTICO
Com o desenvolvimento das cidades, do comércio, do artesanato e das artes militares,
Atenas tornou-se o centro da vida social, política e cultural da Grécia, vivendo seu período de
esplendor, conhecido como o Século de Péricles. É a época de maior florescimento da
democracia.
A democracia grega possuía, entre outras, duas características de grande importância
para o futuro da filosofia. Em primeiro lugar, afirmava a igualdade de todos os homens
adultos perante as leis e o direito de todos de participar diretamente do governo da cidade, da
polis. Em segundo lugar, e como conseqüência, a democracia, sendo direta e não
representativa, garantia a todos a participação no governo, e os que dele participavam tinham
o direito de exprimir, discutir e defender em público suas opiniões sobre as decisões que a
cidade deveria tomar. Surgia, assim, a figura política do cidadão1 (CHAUI, 2006).
Antes do surgimento da democracia, dominavam as famílias aristocráticas, senhoras
das terras; o poder pertencia-lhes. Essas famílias, valendo-se dos dois grandes poetas gregos,
Homero e Hesíodo, criaram um padrão de educação, próprio dos aristocratas. Esse padrão
afirmava que o homem ideal ou perfeito era o guerreiro belo e bom. Quando, porém, a
democracia se instala e o poder vai sendo retirado dos aristocratas, esse ideal educativo ou
pedagógico também vai sendo substituído por outro. O ideal da educação do Século de
Péricles é a formação do cidadão.
Assim, a nova educação estabelece como padrão ideal a formação do bom orador, isto
é, aquele que sabe falar em público e persuadir os outros na política. E, para dar aos jovens
essa educação, substituindo a educação antiga dos poetas, surgiram, na Grécia, os sofistas,
1
Devemos observar que estavam excluídos da cidadania aqueles a quem os gregos chamavam dependentes:
mulheres, escravos, crianças e velhos. Também estavam excluídos os estrangeiros – os metecos.
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que são os primeiros filósofos do período socrático. Os sofistas mais importantes foram:
Protágoras de Abdera, Górgias de Leontini e Isócrates de Atenas (CHAUI, 2006).
Os sofistas diziam que os ensinamentos dos filósofos pré-socráticos estavam repletos
de falhas e contradições e que não chegavam a conclusões que oferecessem utilidade para a
vida da polis. Assim, aqueles se apresentavam como mestres de oratória ou de retórica,
afirmando ser possível ensinar aos jovens tal arte para que fossem bons cidadãos, cobrando
pelos seus ensinamentos. Sendo assim, os sofistas ensinavam técnicas de persuasão para os
jovens, que aprendiam a defender posições e opiniões contrárias, de modo que, numa
assembléia, soubessem ter fortes argumentos a favor ou contra uma opinião e ganhassem a
discussão.
O filósofo Sócrates, considerado o patrono da filosofia, rebelou-se contra os sofistas,
dizendo que não eram filósofos, pois não tinham amor pela sabedoria nem respeito pela
verdade, defendendo qualquer idéia, se isso fosse vantajoso. Corrompiam o espírito dos
jovens, pois faziam o erro e a mentira valer tanto quanto a verdade (DORION, 2006).
Porém, como homem de seu tempo, Sócrates concordava com os sofistas em um
ponto: por um lado, a educação antiga do guerreiro belo e bom já não atendia às exigências da
sociedade grega; por outro lado, os filósofos cosmologistas defendiam idéias tão contrárias
entre si que também não era uma fonte segura para o conhecimento verdadeiro2 (CHAUI,
2006).
Por discordar dos antigos poetas, dos antigos filósofos e dos sofistas, Sócrates
propunha que, antes de querer conhecer a natureza e antes de querer persuadir os outros, cada
um deveria, primeiro e antes de tudo, conhecer-se a si mesmo. A expressão “conhece-te a ti
mesmo” que estava gravada no pórtico do templo de Apolo, patrono grego da sabedoria,
tornou-se o marco de Sócrates (DORION, 2006). Logo, por fazer do autoconhecimento ou do
conhecimento que os homens têm de si mesmos a condição de todos os outros conhecimentos
verdadeiros, é que se diz que o período socrático é antropológico, isto é, voltado para o
conhecimento do homem, particularmente de seu espírito e de sua capacidade para conhecer a
verdade.
Sócrates provocou uma ruptura sem precendentes na história da filosofia grega. Por
isso, ela passou a considerar os filósofos entre pré-socráticos e pós-socráticos. O filósofo
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Historicamente, há dificuldade para se conhecer o pensamento dos grandes sofistas, porque não possuímos seus
textos. Restaram fragmentos apenas. Por isso, nós os conhecemos pelo que deles disseram seus adversários Platão, Xenofonte, Aristóteles - e não temos como saber se estes foram justos com aqueles. Os historiadores
mais recentes consideram os sofistas verdadeiros representantes do espírito democrático, isto é, da pluralidade
conflituosa de opiniões e interesses, enquanto seus adversários seriam partidários de uma política aristocrática,
na qual somente algumas opiniões e interesses teriam o direito de valer para o restante da sociedade.
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ateniense procurava um fundamento último para as interrogações humanas, enquanto os
sofistas situavam as suas reflexões a partir dos dados empíricos, o sensório imediato, sem se
preocupar com a investigação de um essência da virtude, da justiça do bem etc., a partir da
qual a própria realidade empírica pudesse ser avaliada.
Sócrates nunca escreveu. O que sabemos de seus pensamentos encontra-se nas obras
de seus vários discípulos, e Platão foi o mais importante deles. Se reunirmos o que esse
filósofo escreveu sobre os sofistas e sobre Sócrates, além da exposição de suas próprias
idéias, poderemos apresentar como características gerais do período socrático (ROGUE,
2005):
• A filosofia voltada para a definição das virtudes morais e das virtudes políticas,
tendo como objeto central de suas investigações a moral e a política, isto é, as
idéias e práticas que norteiam os comportamentos dos seres humanos, tanto como
indivíduos quanto como cidadãos;
• O encontro da definição, do conceito ou da essência dessas virtudes, para além da
multiplicidade das opiniões contrárias e diferentes. As perguntas filosóficas
referem-se, assim, a valores como a justiça, a coragem, a amizade, a piedade, o
amor, a beleza, a temperança, a prudência, etc., que constituem os ideais do sábio e
do verdadeiro cidadão;
• A confiança no pensamento ou no homem como um ser racional, capaz de
conhecer-se a si mesmo e, portanto, capaz de reflexão. Isto é, o pensamento
oferecendo, a si mesmo, caminhos, critérios e meios próprios para saber o que é o
verdadeiro e como alcançá-lo em tudo o que investiguemos;
• A opinião, as percepções e imagens sensoriais são consideradas falsas, mentirosas,
mutáveis, inconsistentes, contraditórias, devendo ser abandonadas para que o
pensamento siga seu caminho próprio no conhecimento verdadeiro.
• A diferença entre os sofistas, de um lado, e Sócrates e Platão, de outro, é dada pelo
fato de que os sofistas aceitam a validade das opiniões e das percepções sensoriais e
trabalham com elas para produzir argumentos de persuasão. Isso enquanto Sócrates
e Platão consideram as opiniões e as percepções sensoriais (ou imagens das coisas)
como fonte de erro, mentira e falsidade, formas imperfeitas do conhecimento que
nunca alcançam a verdade plena da realidade.
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2.3.3. PERÍODO PÓS-SOCRÁTICO
O filósofo Aristóteles de Estagira, discípulo de Platão, pode ser considerado como o
principal nome deste período. Aristóteles apresenta uma verdadeira enciclopédia de todo o
saber produzido e acumulado pelos gregos, nos quase quatro séculos passados, em todos os
ramos do pensamento e da prática, considerando essa totalidade de saberes como sendo a
filosofia (CHAUI, 2006).
O filósofo grego afirma que, antes de um conhecimento constituir seu objeto e seu
campo próprios, seus procedimentos próprios de aquisição e exposição, de demonstração e de
prova, devem primeiro, conhecer as leis gerais que governam o pensamento,
independentemente do conteúdo que possa vir a ter. O estudo das formas gerais do
pensamento, sem preocupação com seu conteúdo, chama-se lógica, e Aristóteles foi o criador
da lógica como instrumento do conhecimento em qualquer campo do saber.
Segundo Stirn (2006), Aristóteles distingue e classifica todos os saberes científicos
(cuja totalidade é a filosofia) tendo como critério a distinção entre ação e contemplação, isto
é, diferencia as ciências conforme seus objetos e finalidades: sejam atividades produtivas,
éticas e políticas; sejam puramente intelectuais, interessadas exclusivamente no conhecimento
e sem preocupação com qualquer prática. São elas:
• Ciências produtivas: estudam as práticas produtivas ou as técnicas, isto é, as ações
humanas cuja finalidade está para além da própria ação, pois a finalidade é a
produção de um objeto, de uma obra;
• Ciências práticas: estudam as práticas humanas enquanto ações que têm nelas
mesmas seu próprio fim, isto é, a finalidade da ação realiza-se nela mesma, é o
próprio ato realizado;
• Ciências teoréticas, contemplativas ou teóricas: estudam tudo o que existe,
independentemente dos homens e de suas ações.
A partir da classificação aristotélica, definiu-se, no correr dos séculos, o grande campo
da investigação filosófica, campo que só seria desfeito no século XIX da nossa era, quando as
ciências particulares foram se separando do tronco geral da filosofia. Assim, podemos dizer
que os campos da investigação filosófica são três:
1. O do conhecimento da realidade última de todos os seres, ou da essência de toda a
realidade;
2. O do conhecimento das ações humanas ou dos valores e das finalidades da ação
humana;
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3. O do conhecimento da capacidade humana de conhecer, isto é, o conhecimento do
próprio pensamento em exercício.
2.3.4. PERÍODO HELENÍSTICO
O período helenístico, ou ainda greco-romano, inicia-se no fim do século III a.C. e
termina com a queda do Império Romano e início da Idade Média (século VI da era cristã).
Trata-se do último período da filosofia antiga, quando a polis grega desapareceu como centro
político, deixando de ser referência principal dos filósofos, uma vez que a Grécia encontra-se
sob o poderio do Império Romano. Os filósofos dizem, agora, que o mundo é sua cidade e que
são cidadãos do mundo (GHIRALDELLI, 2008).
Essa época da filosofia é constituída por grandes sistemas ou doutrinas, isto é,
explicações totalizantes sobre a natureza, o homem, as relações entre ambos e deles com a
divindade (esta, em geral, pensada como providência divina que instaura e conserva a ordem
universal). Predominam preocupações com a ética, a física, a teologia e a religião, pois os
filósofos já não podiam ocupar-se diretamente da política.
A amplidão do Império Romano, a presença crescente de religiões orientais no
Império, os contatos comerciais e culturais entre ocidente e oriente, tudo isso fez aumentar os
contatos dos filósofos helenistas com a sabedoria oriental. Podemos falar numa orientalização
da filosofia, sobretudo nos aspectos místicos e religiosos (GHIRALDELLI, 2008).
O helenismo caracteriza-se pelo sincretismo de elementos culturais provenientes dos
povos do oriente, conquistados por Alexandre e a cultura grega. A filosofia desse período é,
ao mesmo tempo, continuação dos ensinamentos de Platão e Aristóteles, mantidos pelos seus
discípulos, e uma reelaboração desses ensinamentos filosóficos.
As preocupações da filosofia no período helenista, entretanto, mudam de curso,
deixando essa fase de estar centrada no homem social, político, e na compreensão da natureza,
ou seja, a preocupação deixa de ser em relação à “explicação dos mistérios do universo” para
se voltar para problemas éticos. A filosofia começa a tratar não do coletivo, mas da vida
interior do homem. Essa preocupação ética permaneceu durante todo o período helenista,
passou pelo Império Romano e continuou com a chegada do Cristianismo, quando começou
uma nova etapa da história da filosofia (GHIRALDELLI, 2008).
Datam do período helenista três grandes escolas filosóficas, cuja influência será
sentida pelo pensamento cristão, que começa a formar-se nessa época. São elas: estoicismo,
epicurismo e ceticismo.
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O Estoicismo caracteriza-se pelo espírito de completa austeridade física e moral; ou
seja, o homem deve suportar os sofrimentos, fugir dos prazeres fáceis e afastar-se das
permissividades e licenciosidades. A sabedoria consiste em se manter uma vida austera. A
prática da virtude consiste na apatia, isto é, na anulação das paixões. Essa corrente filosófica
influenciou profundamente o cristianismo, marcando-o até nossos dias, como, por exemplo,
pode ser visto com relação à prática da penitência (ABBAGNANO, 2007).
Já o Epicurismo é a escola que pode ser colocada no extremo oposto ao estoicismo.
Ela se caracteriza pela idéia de que o homem deve buscar o prazer, entendido como ausência
da dor, e não como satisfação das paixões. Desfrutar do prazer é virtude, portanto, é um bem,
enquanto a dor é um mal. O supremo prazer é o saber que pode ser obtido quando se superam
as paixões que são a causa da degradação social (ABBAGNANO, 2007).
Por sua vez, o Ceticismo caracteriza-se pela postura de constante busca do
conhecimento. Para os céticos, a sabedoria não é o conhecimento da verdade, mas sua
procura. Pirro, fundador dessa escola, teria dito que as coisas são igualmente sem diferença,
sem estabilidade, indiscriminadas; logo, nem nossas sensações nem nossas opiniões são
verdadeiras ou falsas. Assim sendo, o homem deve se concentrar em desfrutar do que as
aparências proporcionam, visto ser impossível chegar a um saber completo e universal; é
impossível ao homem saber se as coisas são, de fato, o que parecem ser. Como não há certeza,
não existe avanço nos conhecimentos. O progresso, portanto, fica impossibilitado de
acontecer (ABBAGNANO, 2007).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a trajetória de evolução da espécie humana, é marcante a presença de pessoas
que se dedicaram a refletir sobre as questões relativas ao ser humano e sobre a relação deste
consigo próprio, com os outros e com o mundo. Destas reflexões, surgiram correntes de
pensamento que resultaram em contribuições importantes, algumas delas com efetiva
influência no pensamento da humanidade como um todo. Talvez a tentativa de esclarecer
exatamente o que significa e como é “possuir uma mente” esteja no centro de toda a tradição
filosófica ocidental. Nenhuma outra cultura deixou marcas ainda tão presentes no pensamento
ocidental quanto a civilização antiga grega. De fato, é seguro afirmar que a origem de todo o
pensamento ocidental encontra-se no pensamento antigo grego.
A filosofia e a ciência, tal como as conhecemos, são invenções gregas. Desde o
surgimento da filosofia na Grécia e até mesmo antes, os homens não cessaram de se indagar
sobre a singularidade e a origem do pensamento humano. Curiosos acerca da estrutura da
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natureza e de seu funcionamento, e interessados em compreender os fenômenos naturais em
termos racionais, os filósofos gregos esforçaram-se em construir um conhecimento sem
recorrerem à religião ou aos mitos. Elaboraram soluções teóricas que ainda nos fascinam por
sua inspirada originalidade e a riqueza de suas implicações.
Todos nós somos filosofantes; mesmo quando negamos essa capacidade ou
renunciamos nosso direito de conduzir nossa vida, somos obrigados a tomar uma decisão, e
isso já implica em uma reflexão. Temos que refletir para nos decidirmos. Refletimos e
buscamos a verdade, ou refletimos e tomamos a decisão de abnegar de nossa capacidade de
decidir. E isso é um processo filosófico, pois demanda reflexão. Assim, o que se observa na
atualidade não é a falta da capacidade de filosofar, mas a renúncia a essa capacidade. E, ao se
negar a pensar, a pessoa passa a ser pensada por outras, sendo, por aquelas, conduzida.
A capacidade de reflexão é a primeira face da filosofia; mas isso não é tudo. Com os
gregos, manifesta-se a segunda característica, que marca a filosofia; a reflexão passa a ser
objetiva e racional. Depende não mais da subjetividade, mas da objetividade racional. A
validade de uma verdade deve-se não ao que “eu acho”, mas àquilo que se pode comprovar,
pelo raciocínio e pela argumentação.
Essa reflexão argumentativa é a base da filosofia no processo desenvolvido pelos
gregos, a partir do século VII a.C.. Isso graças a vários fatores, entre os quais a presença do
trabalho escravo, liberando o cidadão da necessidade de trabalhar para subsistir. Nesse
sentido, podemos dizer, também, que a filosofia nasceu do ócio.
Por fim, vemos que a filosofia, desenvolvida pelos gregos possibilitou um grande
passo na busca da compreensão do real. O desenvolvimento da racionalidade permitiu ver
além das aparências. Permitiu ver, além do fato, suas origens e suas conseqüências, que
passaram a ser também elementos interligados a outros. Inaugura-se, dessa forma, uma nova
visão de história. É possível perceber a ação humana na construção da história; a vida humana
deixa de ser uma brincadeira dos deuses, para ser resultante dos condicionamentos e das
relações humanas.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
ARANHA, Maria Lúcia de A.; MARTINS, Maria Helena P. Filosofando – Introdução à
Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2006.
DORION, Louis-André. Compreender Sócrates. Tradução de Lúcia M. E. Orth.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
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GHIRALDELLI Jr., Paulo. História da Filosofia: dos pré-socráticos a Santo Agostinho.
São Paulo: Contexto, 2008.
JAEGER, Werner W. Paidéia: a formação do homem grego. Tradução de Artur M.
Parreira. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
POLITZER, Georges. Princípios Elementares de Filosofia. Lisboa: Prelo, 1979.
ROGUE, Christophe. Compreender Platão. Tradução de Jaime A. Clasen. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2005.
SANTOS, Mário José dos. Os Pré-Socráticos. Juiz de Fora: UFJF, 2001.
STIRN, François. Compreender Aristóteles. Tradução de Ephraim F. Alves. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2006.
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