DIOCESE DE LORENA
Assembleia Diocesana
“Comunidade de Comunidades - Uma nova paróquia,
os organismos de comunhão e participação”
“A nova Paróquia”
1ª. COLOCAÇÃO
Uma proposta...
• Introdução...
• Novas Perguntas...
– Época de Mudança ou Mudança de Época?
– Mudança de época cristã eclesial.
• Novas Respostas...
– Re-novação institucional
– Re-novação paroquial
• Exemplos de Paróquias
• Conclusão...
“Estou convencido de que a atual
conjuntura eclesial aponta para um maior
protagonismo da Igreja.”
Mario de França Miranda
INTRODUÇÃO...
Pressupostos importantes
• O que vale a pena ser feito vale a pena ser
bem feito;
• Cuidado com o pecado capital da “soberba”;
• Os exemplos são simplesmente para tentar
ajudar;
• Diferença entre Real e Ideal;
• Considerar:
– Documento de Aparecida;
– Diretrizes da Igreja no Brasil e Doc. 100 CNBB;
– Experiências pastorais pessoais
“Hoje se propõe escolher entre caminhos
que conduzem à vida ou caminhos que
conduzem à morte.”
Documento de Aparecida, 13
NOVAS PERGUNTAS...
Época de Mudança ou Mudança de Época?
“Com desafios e exigências, abre-se a
passagem para um novo período da história,
caracterizado pela desordem generalizada que
se propaga por novas turbulências sociais e
políticas, pela difusão de uma cultura distante e
hostil à tradição cristã e pela emergência de
variadas ofertas religiosas que tratam de
responder, à sua maneira, à sede de Deus que
nossos povos manifestam.”
Documento de Aparecida, 10.
Mudança de época Cristã e Eclesial
“Percebemos que estamos caminhando
rapidamente, mas não sabemos bem para onde.
Só pressentimos que a intensidade e a
quantidade das mudanças acenam para um
novo tempo. Fala-se em era ‘pós-industrial’, ‘pósmoderna’ e, mesmo, ‘pós-cristã’. A própria Igreja
parece estar sendo levada de roldão, embora um
contingente dela insista em continuar dando
respostas a perguntas que ninguém mais faz.”
Agenor Brighenti,
A Igreja perplexa – A novas perguntas, novas respostas, p. 9.
“Agora que sabíamos todas as respostas,
não é que mudaram as perguntas”
Eduardo Galeano
NOVAS RESPOSTAS...
Respostas Novas!
“Já não podemos continuar sendo os mesmos
num mundo que não é mais o mesmo.
Encontrar respostas adequadas, no entanto,
não é uma tarefa propícia a seguranças.”
Agenor Brighenti,
A Igreja perplexa – A novas perguntas, novas respostas, p. 119.
“A coragem de renovação é
a única garantia de futuro.”
Queiruga, A.T.. El cristianismo en el mundo de hoy.
Santander, Sal terrae, 1992. col. Aquí y Ahora, pp. 5-6.
Re-pensar e Re-lançar
fidelidade e audácia
“A Igreja é chamada a repensar
profundamente e a relançar com
fidelidade e audácia sua missão nas novas
circunstâncias latino-americanas e mundiais.”
Documento de Aparecida, 11.
Re-novação institucional
“As estruturas são um elemento fundamental da
visibilidade da Igreja, por isso afetam
decisivamente seu caráter de sinal ou
sacramento. A instituição, em si mesma, precisa
constituir-se motivo de credibilidade, pois o
mensageiro também é mensagem, as estruturas
são mensagem, a visibilidade institucional é
mensagem.”
Agenor Brighenti,
A Igreja perplexa – A novas perguntas, novas respostas, p. 132.
A instituição “paróquia” – Doc. 100
• A paróquia é referência para os batizados.
• Sua configuração social, entretanto, tem
sofrido profundas alterações nos últimos
tempos.
• Há dificuldades para que seus membros se
sintam participantes de uma autêntica
comunidade cristã.
• Cresce o desafio de renovar a paróquia em
vista da sua missão.
“[A paróquia] não é uma estrutura
caduca, precisamente porque
possui uma grande plasticidade,
pode assumir formas muito
diferentes que requerem a
docilidade e a criatividade
missionária do pastor e da
comunidade.”
EG, 28
1.3 A realidade da paróquia
• Existem paróquias que se limitam a realizar
suas atividades principais no atendimento
sacramental e nas devoções.
• sua evangelização se reduz à catequese de
crianças, restrita à instrução da fé, sem os
processos de uma autêntica iniciação cristã.
• a administração e a responsabilidade da
comunidade concentram-se, exclusivamente,
no pároco.
• Não há uma preocupação missionária, pois
se espera que as pessoas procurem a Igreja.
Vencer a mesmice!
“O hoje exige o abandono deste cômodo
critério pastoral: ‘fez-se sempre assim’.
Convido todos a serem ousados e criativos
nesta tarefa de repensar os objetivos, as
estruturas, o estilo e os métodos
evangelizadores das respectivas
comunidades.”
EG 33
Capelas fechadas
• Na fé cristã não há lugar para capelas
fechadas, em forma de sociedade ou clube.
• Algumas têm diretorias e outras vivem em
função de festas, almoços e bailes.
• Parecem mais um clube social que não
tem como finalidade principal a
evangelização.
• Cabe se questionar sobre a identidade de
tais comunidades que se esforçam tanto
para eventos e quase não há iniciativas
missionárias.
1.5 Revisão de estruturas obsoletas
• Cuidar demais das estruturas e da prática
levou-nos a muitas formas de ativismo
estéril.
• A primazia do fazer ofuscou o ser cristão.
• Há muita energia desperdiçada em manter
estruturas que não respondem mais às
inquietações atuais.
• O Documento de Aparecida propõe
“abandonar as ultrapassadas estruturas
que já não favoreçam a transmissão da fé”
1.6 A urgência da conversão pastoral
• A conversão pastoral sugere renovação
missionária das comunidades,para passar
de “uma pastoral de mera conservação
para uma pastoral decididamente
missionária.”
• Isso supõe mudança de estruturas e
métodos eclesiais, mas principalmente,
exige uma nova atitude dos pastores, dos
agentes de pastoral e dos membros das
associações de fiéis e movimentos
eclesiais.
6.1 Comunidades da comunidade
paroquial
 A grande comunidade, praticamente
impossibilitada de manter os vínculos humanos e
sociais entre todos, pode ser setorizada em grupos
menores. A paróquia descentraliza seu
atendimento e favorece o aumento de líderes e
ministros leigos e vai ao encontro dos afastados.
 A setorização é um meio. Não basta a demarcação
de territórios, é preciso identificar quem vai
pastorear, animar e coordenar as pequenas
comunidades. Sem essa preparação, a simples
setorização não renova a vida paroquial.
“passar de uma pastoral de mera
conservação para uma pastoral
decididamente missionária.”
Doc. 100 CNBB, 1.6
ESTILOS DE PARÓQUIA
A paróquia do padre
• O padre ocupa o lugar principal. Faz tudo
com grande cuidado, espírito missionário de
serviço e generosidade. É muita coisa para
um padre só! Se o padre faltar, na paróquia se
faz pouco ou nada.
• Perguntamo-nos: onde está a comunidade?
Onde está a missão? O que acontece com
àqueles que não têm o padre como
referência?
A paróquia do CPP
• Os membros do Conselho são corresponsáveis com o
padre no serviço pastoral da paróquia.
• Isto significa um avanço muito importante. Mas não
basta numa paróquia constituir o Conselho Pastoral
Paroquial e um Conselho de Assuntos Econômicos: é
um esquema ainda muito fechado, voltado para a
manutenção.
• Colocando em relação o primeiro e o segundo desenho,
percebemos que o rosto e o modelo da comunidade
eclesial não são muito diferentes: talvez 20 – 30
pessoas agora trabalham mais ou menos juntas com o
padre, mas a maioria dos fieis fica de fora.
A paróquia que acorda
• O povo começa a falar. Aprende a tomar parte
ativa da vida da Igreja: quer tomar consciência
de como a comunidade eclesial caminha e
funciona.
• Todos sentem um pouco de mal-estar com as
críticas, porque ainda não se consegue
encontrar respostas claras e métodos
direcionados.
• Também nem sempre esse “acordar”
corresponde com um engajamento à altura das
reflexões.
• Contudo, o povo aos poucos se manifesta, e
desejo de ser ouvido e acolhido. Se essa etapa
não for bem trabalhada, pode-se regressar a
primeira.
A paróquia dinâmica
• É atenta às várias necessidades das pessoas, dentro e
fora da Igreja, e procura ajudar a todos.
• Muitos fiéis tomam parte da vida da Igreja e o fazem
não para ajudar o padre, mas porque são cientes da
vocação e da missão que receberam como cristãos no
batismo.
• Neste modelo de Igreja, o aspecto organizacional é o
que mais tem importância: as pessoas consideram-se
“executivas” e a paróquia pode ser administrada como
uma prestadora de serviços.
• O risco é que cada pastoral cumpra com sua tarefa de
maneira desconexa do resto da comunidade.
A paróquia
comunidade de comunidades
• É formada por várias comunidades, não
necessariamente ligadas a templos.
• As comunidades são unidas entre elas por um
vínculo profundo de comunhão. Através do CPP são
unidas à comunidade maior.
• Na celebração eucarística dominical os fieis da
comunidade se reúnem como “corpo de Cristo”.
• Os cristãos são cientes de sua responsabilidade de
anunciar o Evangelho também fora da comunidade
eclesial. Por isso procuram influenciar a realidade
econômica, política, social com espírito cristão.
Re-novação institucional
Atitudes para uma renovação institucional.
– Saber inovar:
• Não basta uma mudança de mentalidade mas uma
mentalidade de mudança. Consciência da relatividade da
verdade identificada.
– Saber desconstruir:
• “Não com martelo mas com chave de fenda”. Desmontar
e não destruir, dependemos da experiência do passado.
– Saber reconstruir:
• Os que realmente amam, quando corrigem, nunca
destroem, sempre desconstroem para reconstruir.
“A encruzilhada em que nos encontramos
não é um beco sem saída ou o fim da
história que nos condenariam a uma
ditadura do presente.”
Agenor Brighenti
CONCLUSÃO...
Duas certezas...
Na insegurança do presente, refugiar-se na
pretensa clareza de normas ou de leis é perverter
o dom em dever, reduzindo-o a uma carga.
Para converter-se em motivo de
credibilidade, a instituição, uma vez
que tem como função, em última
instância, transparecer o divino no
humano, precisa, no entanto, de
continuas mudanças.
QUESTÃO PARA OS GRUPOS
Renovação da Paróquia
A partir do que refletimos
sobre “a nova paróquia”:
como está caminhando nossa
paróquia?
“Os organismos de comunhão e participação”
2ª. COLOCAÇÃO
CONSELHO PAROQUIAL
DE PASTORAL
Porque o CPP?
Desde o Concílio Vaticano II (1962-1965), a
Igreja Católica assumiu um rosto novo. Ela foi
definida como Povo de Deus. Insiste-se mais
na dimensão da Igreja-comunhão. Nela, todos
os fiéis são co-responsáveis pela vida cristã e
pela missão evangelizadora. O CPP é a
expressão organizacional da Igreja, que
pretende ser mais participativa e comunitária.
Quanto mais conselhos houver na Igreja, mais
ela será participativa.
O que é Conselho de Pastoral?
O CPP – Conselho Paroquial de Pastoral – é
uma equipe, um grupo de pessoas, escolhidas
pela comunidade dos fiéis, em Assembleia
Paroquial e em comunhão com o pároco,
provisionadas pelo bispo, que representam as
comunidades, os ministérios, as pastorais e
movimentos existentes na paróquia, e têm
como missão o serviço da animação pastoral
da paróquia. É um elo de ligação entre as
pastorais e grupos na comunidade.
Como se organiza?
O CPP se organiza segundo os princípios de unidade e
diversidade. Na Igreja, o papa é responsável pela
unidade, enquanto os bispos do mundo inteiro
representam a diversidade. Na diocese, o bispo é
responsável pela unidade, enquanto os padres, diáconos
e lideranças leigas representam a diversidade de
paróquias, pastorais, movimentos, tendências
espirituais e teológicas. Na paróquia, o pároco é
responsável pela unidade, enquanto os vigários
paroquiais, as lideranças leigas e os coordenadores
representam as forças vivas existentes na paróquia.
Os membros que formam o CPP
São membros do CPP: o pároco, os vigários
paroquiais, os diáconos, o coordenador
paroquial de cada pastoral, o coordenador
paroquial de cada movimento, o coordenador
paroquial de cada ministério, o articulador
paroquial dos grupos de reflexão, o
coordenador e outros representantes do CPC
(Conselho de Pastoral da Comunidade, um ou
dois representantes da CAEP (responsáveis
pela administração e pelo dízimo).
Critérios para a escolha das pessoas
• Pessoas representativas da comunidade; que
dêem testemunho de vida; de fé, sejam
tementes a Deus;
• Pessoas abertas à pastoral e engajadas na
comunidade; tenham visão de Igreja e
queiram doar-se no serviço aos irmãos(as).
• Devem ter espiritualidade para superar as
dificuldades;
• Pessoas servidoras que se habilitam a
trabalhar em equipe...
Objetivo do CPP
O CPP tem como objetivo específico executar
as decisões das assembléias; articular e animar
toda a vida pastoral da paróquia; investir na
formação de lideranças; propor iniciativas
pastorais; opinar e decidir sobre as finanças e
o patrimônio (despesas, compras e vendas,
reformas, etc); resolver questões do dia-a-dia;
ouvir a comunidade e encaminhar as soluções
dos problemas.
O que faz o CPP?
O CPP tem a missão de garantir a vida de
comunhão na paróquia.. É responsável pela
organização e articulação das pastorais, e pela
espiritualidade e formação dos fiéis. Ao CPP
cabe refletir, planejar, decidir, animar e revisar
toda a ação pastoral da paróquia. Ele deve
preparar, organizar e realizar as Assembleias
Paroquiais de Pastoral, que são a instância
mais importante da caminhada pastoral da
paróquia.
O que faz o CPP?
Ele encaminha a realização do Planejamento
Paroquial de Pastoral. A ele cabe conhecer a
realidade e seus desafios, julgá-la com os
olhos da realidade e da Palavra de Deus, e
estimular ações transformadoras que a
tornem sinal do Reino de Deus.
Conflitos no CPP
É importante observar a lei do diálogo e do
perdão.
Dar exemplo de unidade. Colocar os conflitos na
oração diante de Deus;.
Ter posicionamento crítico e senso profético;
Treinar a prática da correção fraterna;
Viver a espiritualidade da comunhão;
Experimentar o poder salvador e reconciliador da
cruz.
CAEP
O que é o CAEP?
A sigla CAEP significa Conselho para
Assuntos Econômicos da Paróquia. Há
paróquias que usam siglas distintas para
denominar o Conselho Econômico Paroquial.
Independentemente da nomenclatura usada,
tal Conselho deve ser constituído de membros
participantes da comunidade paroquial que
podem ser indicados pela comunidade,
porém, têm que ser aprovado pelo pároco e
pelo Bispo.
Finalidade do CAEP
Esse Conselho tem por finalidade colaborar
com o pároco na administração dos bens da
paróquia, como pede o Código de Direito
Canônico (Cân. 537). Alguns podem
perguntar o por quê da existência do mesmo.
A constituição na paróquia do Conselho para
Assuntos Econômicos é obrigatória por
determinação canônica e o mesmo deve ser
distinto do CPP.
A função do CAEP
Cuidar do patrimônio da paróquia, inclusive do
patrimônio das capelas, e administrá-los de
acordo com as orientações da Diocese. Além
disso, o CAEP é responsável também pelo
quadro de funcionários da paróquia. Constitui
patrimônio da paróquia os bens móveis e
imóveis adquiridos com recursos da diocese ou
da paróquia ou a ela doados (cân. 1257). O
patrimônio paroquial é administrado pelo
pároco, em nome da Autoridade diocesana, com
a colaboração do CAEP.
EXIGÊNCIA PARA QUE OS
CONSELHOS EXISTAM E
FUNCIONEM
Espiritualidade de comunhão
Espiritualidade da comunhão significa
em primeiro lugar ter o olhar do
coração voltado para o mistério da
Trindade, que habita em nós e cuja
luz há-de ser percebida também no
rosto dos irmãos que estão ao nosso
redor.
Espiritualidade de comunhão
Espiritualidade da comunhão significa
também a capacidade de sentir o irmão de fé
na unidade profunda do Corpo místico, isto é,
como « um que faz parte de mim », para saber
partilhar as suas alegrias e os seus
sofrimentos, para intuir os seus anseios e dar
remédio às suas necessidades, para oferecerlhe uma verdadeira e profunda amizade.
Espiritualidade de comunhão
Espiritualidade da comunhão é ainda a
capacidade de ver antes de mais nada o que há
de positivo no outro, para acolhê-lo e valorizálo como dom de Deus: um « dom para mim »,
como o é para o irmão que diretamente o
recebeu.
Espiritualidade de comunhão
Por fim, espiritualidade da comunhão é
saber « criar espaço » para o irmão, levando
« os fardos uns dos outros » (Gal 6,2) e
rejeitando as tentações egoístas que sempre
nos insidiam e geram competição, arrivismo,
suspeitas, ciúmes.
Espiritualidade de comunhão
Não haja ilusões! Sem esta caminhada
espiritual, de pouco servirão os instrumentos
exteriores da comunhão. Revelar-se-iam mais
como estruturas sem alma, máscaras de
comunhão, do que como vias para a sua
expressão e crescimento.
João Paulo II, NMI, 43
QUESTÃO PARA OS GRUPOS
Organismos de comunhão e
participação
Nossa paróquia tem CPP? Estão se
reunindo? Com que frequência?
MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO!
pe. Paulo Renato
Download

“UM” OLHAR PARA A IGREJA Algumas Reflexões