XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão.
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
DAS SIDERÚRGICAS LISTADAS NA
BOVESPA: COMPARAÇÃO POR
ÍNDICES-PADRÃO
Rafael Martins Noriller (UFGD)
[email protected]
Antonio Carlos Vaz Lopes (UFGD)
[email protected]
Este trabalho tem como objetivo analisar e comparar a situação
econômico-financeira através das principais demonstrações contábeis
consolidadas das empresas de capital aberto presentes no segmento de
siderurgia, listadas na Bolsa de Valoress de São Paulo. A pesquisa foi
realizada com informações bibliográficas e quantitativas das
principais
demonstrações
contábeis
consolidadas,
Balanço
Patrimonial e Demonstração de Resultado do Exercício, do período de
2004 a 2006 de quatro siderúrgicas de capital aberto, obtendo assim
seus indicadores econômico-financeiros. Posteriormente com a
utilização deste indicadores foram elaborados índices-padrão para
facilitar a comparação e classificação das empresas do setor. As
siderúrgicas apresentaram melhores desempenhos nos indicadores de
liquidez e endividamento, já os indicadores de rentabilidade
apresentaram significativa redução durante o período analisado. As
empresas USIMINAS S.A. e Gerdau S.A. ficaram com as melhores
classificações. Conclui-se que o índice-padrão é extremamente
importante, pois estabelece uma real comparação da empresa para
com seus concorrentes.
Palavras-chaves: Comparação, índices-padrão, siderúrgicas.
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A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
1. Introdução
O consumo de aço no Brasil ficou estagnado por um período de 23 anos, até 2005. Esse
período foi contornado em 2006 com a elevação do consumo interno e também da
consolidação do mercado externo que já responde por 40% da produção nacional. O consumo
global de produtos siderúrgicos cresceu 6,8% em 2007 e a expectativa para 2008 é de um
crescimento de 7,5%. (INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA, 2008).
As demonstrações contábeis das empresas brasileiras muitas vezes não são suficientes para
evidenciar as informações necessárias sobre a empresa em questão, devido a sua
complexidade. A análise dessas demonstrações visa estabelecer uma compreensão melhor da
situação da empresa. As informações essenciais para elaboração de análises podem ser
adquiridas através das demonstrações financeiras, como Balanço Patrimonial (BP) e
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), maior ênfase é dada para estas duas
demonstrações, uma vez que por meio delas, são evidenciadas de forma objetiva a situação
financeira (identificada no BP) e situação econômica (identificada no BP e na DRE). Diante
do exposto esse trabalho busca evidenciar a situação econômico-financeira das empresas do
segmento de siderurgia, listadas na Bovespa, através de suas principais Demonstrações
Contábeis Consolidadas no período de 2004 a 2006. Especificamente visa compará-las
utilizando índices-padrão de seus indicadores de liquidez, rentabilidade e endividamento
atribuindo notas para elaboração de uma classificação entre elas.
2. Referencial teórico
Conforme Braga (2003) Contabilidade é um meio de expressar planos administrativos e um
instrumento para relatar os resultados da administração. As análises das demonstrações
contábeis são extremamente importantes para obtenção de informações sobre a situação
econômico-financeira da empresa. Segundo Marion (2005) poderíamos dizer que só temos
condições de conhecer a situação econômico-financeira de uma empresa por meio dos três
pontos fundamentais de análise: Liquidez (Situação Financeira), Rentabilidade (Situação
Econômica) e Endividamento (Estrutura de Capital).
Estas análises têm como base as demonstrações contábeis elaboradas pela empresa que
visualizam a situação da entidade, mas podem ser complementadas a fim de evidenciar uma
melhor compreensão dos fatos. Segundo Hoji (2004) o Balanço Patrimonial demonstra a
situação estática da empresa em determinado momento. A Demonstração de Resultado do
Exercício é uma demonstração contábil que apresenta o fluxo de receitas e despesas, que
resulta em aumento ou redução do patrimônio líquido entre duas datas. Os principais índices
extraídos nas Demonstrações Contábeis são de liquidez, rentabilidade e endividamento.
Para Matarazzo (2003) os índices de liquidez não são índices extraídos do fluxo de caixa que
comparam as entradas com as saídas de dinheiro. São índices que, a partir do confronto dos
ativos circulantes com as dívidas, procuram medir quão sólida é a base financeira da empresa.
Os principais índices de liquidez são: Corrente, Seca e Geral. Os índices de endividamento
demonstram a estrutura que as empresas utilizam para financiar os seus ativos. Estes
indicadores estabelecem a relação entre o Capital de Terceiros e o Capital Próprio da
entidade. Os indicadores comumente utilizados para calcular o endividamento da empresa
são: Composição do Endividamento e Endividamento Geral.
2
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Os índices de rentabilidade demonstram à rentabilidade sobre o investimento, portanto qual o
êxito econômico da empresa (MATARAZZO, 2003). Os índices de rentabilidade demonstram
a rentabilidade que a empresa conseguiu gerar durante o exercício social. Os principais
índices de rentabilidade são: Retorno sobre o Total do Ativo e Retorno sobre o Patrimônio
Líquido. Quanto maior os índices, melhor. A Tabela 1 apresenta os indicadores econômicofinanceiros adotados para a pesquisa, sua formulação e ainda suas considerações.
Índices
(Quanto maior, melhor)
Formulação
Mede a capacidade de honrar
compromissos com terceiros a curto
prazo.
Mede a capacidade de honrar
Ativo Circulante – Estoque
compromissos com terceiros a curto
Passivo Circulante
prazo desconsiderando o estoque.
Mede a capacidade de honrar
Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo
compromissos com terceiros a curto e
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
longo prazo.
Ativo Circulante
Passivo Circulante
Corrente
Liquidez
Considerações
Seca
Geral
Índices de Rentabilidade
(Quanto maior, melhor)
Patrimônio
Líquido
Rentabilidade
Investimento
Lucro Líquido
Patrimônio Líquido
Lucro Líquido
Ativo Total
Demonstra o retorno sobre o Capital
Próprio ou Patrimônio Líquido.
Demonstra o retorno sobre o
Investimento Total da Entidade.
Índices de endividamento
(Quanto menor, melhor)
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
Ativo Total
Endividamento
Passivo Circulante
Composição Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
Estrutura
Mede o percentual de Capital de
Terceiros sobre o Capital Total.
Demonstra o percentual do Passivo
Circulante sobre o Capital de Terceiros.
Fonte: Elaborado a partir de Marion (2005) e Matarazzo (2003).
Tabela 1: Indicadores de situação econômico-financeira
O índice-padrão utiliza informações estatísticas de empresas do mesmo setor, facilitando a
comparação de uma empresa com seu setor de atuação. Matarazzo (2003) fala que o uso de
índices-padrão é vital na análise de Balanços. Não se pode conceber uma boa analise sem a
comparação dos índices da empresa analisada com padrões. Ainda segundo o autor, o
processo de avaliação de índices e comparações com padrões segue basicamente esta ordem:
(1) Descoberta dos indicadores (liquidez, rentabilidade e endividamento). (2) Definição do
comportamento dos indicadores (quanto maior, melhor; quanto menor melhor). (3) Tabulação
dos padrões (construção de tabelas baseadas em elementos de mesmo conjunto). (4) Escolha
dos melhores indicadores e atribuição dos respectivos pesos.
Através deste índice consegue efetuar uma comparação da situação da empresa para com o
setor em geral atribuindo notas e conceitos sobre seus indicadores a fim de evidenciar uma
classificação da empresa em relação as suas concorrentes.
3. Metodologia
O trabalho visa estabelecer uma comparação econômico-financeira entre as maiores
siderúrgicas de capital aberto do país através de índices de liquidez, rentabilidade e
endividamento durante o período de 2004 a 2006, calculados através das demonstrações
financeiras consolidadas disponibilizadas no site da Bovespa (www.bovespa.com.br). Além
da pesquisa quantitativa foi realizada uma pesquisa bibliográfica através de livros, artigos e
sites que tinham como base análise das demonstrações contábeis. As empresas escolhidas para
3
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a pesquisa são: Aços Villares S.A., Companhia Siderúrgica Nacional, Gerdau S.A. e Usinas
Siderúrgicas de Minas Gerais S.A.
O ano de 2007 não foi utilizado na pesquisa devido à indisponibilidade de demonstrações
financeiras consolidadas da Gerdau S.A que possui participação significativa no setor. A
pesquisa utilizou quatro das sete siderúrgicas listadas na Bovespa, as quatro atendem a todos
os requisitos da pesquisa. As outras duas grandes empresas do setor listadas na Bovespa,
Vicunha Siderurgia S.A. e Metalúrgica Gerdau S.A., possuem participações significativas no
capital da Companhia Siderúrgica Nacional e Gerdau S.A. respectivamente, sendo assim
representadas neste trabalho por suas controladas. Já a FERBASA possui uma participação
pouco significativa no setor diferentemente das outras empresas. Através dos indicadores de
Liquidez Corrente, Liquidez Seca, Liquidez Geral, Retorno sobre o Patrimônio Líquido,
Retorno sobre o Investimento, Estrutura de Endividamento e Composição do Endividamento
destas quatro siderúrgicas foram elaborados os índices-padrão para cada ano da abordagem.
Os indicadores foram distribuídos em ordem crescente e distribuídos em quartis. Foram
elaborados três quartis, com a média entre o índice precedente e subseqüente das empresas.
Posteriormente foram atribuídos notas e conceitos conforme a Tabela 2 para os indicadores de
liquidez, rentabilidade e endividamento. A atribuição de notas de ordem crescente tem como
referência os índices do tipo quanto maior melhor (liquidez e rentabilidade) e a atribuição de
notas decrescente faz referência aos índices do tipo quanto menor melhor (endividamento).
A mediana funciona como o índice-padrão sendo que a metade dos indicadores analisados
fica acima deste indicador e a outra metade abaixo, esta representação na pesquisa é a média
entre os dois indicadores mais próximos ao segundo quartil. Foi atribuído peso um a todos os
indicadores, após esta atribuição foram elaboradas as médias de liquidez, rentabilidade e
endividamento. Posteriormente, foi determinada uma média final como base nas médias de
liquidez, rentabilidade e endividamento.
Liquidez e Rentabilidade
Índice < 1º Quartil
1º Quartil <= Índice < 2º Quartil
2º Quartil <= Índice < 3º Quartil
3º Quartil <= Índice
Média dos índices
Endividamento
Índice < 1º Quartil
1º Quartil <= Índice < 2º Quartil
2º Quartil <= Índice < 3º Quartil
3º Quartil <= Índice
Média dos índices
Fonte: Elaborado a partir de Matarazzo (2003)
Nota
1
2
3
4
2,5
Nota
4
3
2
1
2,5
Conceito
Deficiente
Razoável
Satisfatório
Bom
Mediana
Conceito
Bom
Satisfatório
Razoável
Deficiente
Mediana
Tabela 2: Atribuição de notas e conceitos
Após a atribuição de notas e conceitos foram atribuídos pesos para os indicadores
conforme Tabela 3. Não existe um padrão para a atribuição de pesos. O peso esta relacionado
diretamente com a importância dos indicadores. (MATARAZZO, 2003).
Indicadores Econômico-financeiros
Liquidez
Liquidez Corrente
Liquidez Seca
Liquidez Geral
Pesos
1,00
1,00
1,00
4
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Rentabilidade
Retorno s/ Investimento
Retorno s/ Patrimônio Líquido
Endividamento
Composição do endividamento
Endividamento Geral
Fonte: Elaborado a partir de Matarazzo (2003)
1,00
1,00
1,00
1,00
Tabela 3: Atribuição de notas e conceitos
4. Análise e discussão de resultados
Com a utilização dos dados contidas nas Tabelas 4 a 6, tendo como base as Demonstrações
Contábeis Consolidadas das empresas, analisou-se a situação econômico-financeira (liquidez,
rentabilidade e endividamento) das siderúrgicas selecionadas de 2004 a 2006.
5
ÍNDICES DE SITUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA
AÇOS VILLARES S.A.
Índice / Ano
CSN
GERDAU S.A
2006
2005
2004
2006
2005
2004
2006
2005
Liquidez Corrente
1,73
1,81
1,13
1,84
1,70
1,40
2,56
2,90
Liquidez Seca
1,31
1,24
0,66
1,27
1,31
1,03
1,71
1,94
Liquidez Geral
0,86
0,74
0,67
0,52
0,56
0,57
1,08
1,11
Situação Financeira
Situação Econômica (%)
Retorno s/ Investimento
14,44%
13,58% 17,24%
4,66%
8,27%
8,08%
10,70%
12,71%
Retorno s/ Patrimônio Líquido
46,51%
59,02% 75,77%
19,06%
30,98%
29,78%
22,63%
27,43%
Composição do endividamento
46,63%
31,32% 48,99%
22,85%
26,97%
34,54%
38,71%
35,69%
Endividamento Geral
68,95%
76,99% 77,25%
75,51%
73,28%
72,56%
52,72%
53,65%
Estrutura de Capital (%)
ÍNDICES-PADRÃO
2006
2005
1º Quartil
2º Quartil
3º quartil
1º Quartil
2º Quartil
3º quartil
Liquidez Corrente
1,79
2,12
2,48
1,70
1,76
2,36
Liquidez Seca
1,29
1,45
1,65
1,14
1,28
1,63
Liquidez Geral
0,69
0,95
1,06
0,65
0,81
1,00
Retorno s/ Investimento
7,68%
11,98%
13,85%
10,49%
13,15%
17,56%
Retorno s/ Patrimônio Líquido
20,85%
23,39%
35,33%
29,21%
37,88%
51,90%
3ºQ
2º Q
1ºQ
3ºQ
2º Q
1ºQ
Composição do endividamento
30,20%
38,13%
42,67%
29,15%
33,51%
38,90%
Endividamento Geral
48,65%
60,84%
72,23%
52,54%
63,47%
75,14%
Situação Financeira
Situação Econômica (%)
Estrutura de Capital (%)
Tabela 4: Índices de situação econômico-financeira e Índices-padrão
AÇOS VILLARES S A
2006
2005
Índice
Índice
Nota X Índice
Índice
Nota X
Nota Peso
Nota Peso
Padrão Empresa
Peso
Padrão Empresa
Peso
Situação Financeira
Liquidez Corrente
Liquidez Seca
Liquidez Geral
Nota do Grupo
Situação Econômica (%)
Retorno s/ Investimento
Retorno s/ Patrimônio Líquido
Nota do Grupo
Estrutura de Capital (%)
Composição do endividamento
Endividamento Geral
Nota do Grupo
Média Global da Empresa
Índ
Pad
2,12
1,45
0,95
1,73
1,31
0,86
1
2
2
1
1
1
1
2
2
1,67
1,76
1,28
0,81
1,81
1,24
0,74
3
2
2
1
1
1
3
2
2
2,33
1,5
1,0
0,6
11,98%
23,39%
14,44%
46,51%
4
4
1
1
4
4
4,00
13,15%
37,88%
13,58%
59,02%
3
4
1
1
3
4
3,50
16,2
43,9
38,13%
60,84%
46,63%
68,95%
1
2
1
1
1
33,51% 31,32%
3
1
3
2
63,47% 76,99%
1
1
1
1,50
2,00
2,39
2,61
COMPANHIA SIDERURGICA NACIONAL – CSN
2005
41,7
68,1
2006
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A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
Índice
Padrão
Situação Financeira
Liquidez Corrente
Liquidez Seca
Liquidez Geral
Nota do Grupo
Situação Econômica (%)
Retorno s/ Investimento
Retorno s/ Patrimônio Líquido
Nota do Grupo
Estrutura de Capital (%)
Composição do endividamento
Endividamento Geral
Nota do Grupo
Média Global da Empresa
Índice
Nota X
Nota Peso
Empresa
Peso
Índice
Padrão
Índice
Nota X
Nota Peso
Empresa
Peso
Índ
Pad
2,12
1,45
0,95
1,84
1,27
0,52
2
1
1
1
1
1
2
1
1
1,33
1,76
1,28
0,81
1,70
1,31
0,56
2
3
1
1
1
1
2
3
1
2,00
1,5
1,0
0,6
11,98%
23,39%
4,66%
19,06%
1
1
1
1
1
1
1,00
13,15%
37,88%
8,27%
30,98%
1
2
1
1
1
2
1,50
16,2
43,9
38,13%
60,84%
22,85%
75,51%
4
1
1
1
4
1
2,50
1,61
33,51%
63,47%
26,97%
73,28%
4
2
1
1
4
2
3,00
2,17
41,7
68,1
Tabela 5: Avaliação Aços Villares S.A. e C.S.N.
7
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A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
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GERDAU S A
2006
Índice
Padrão
Situação Financeira
Liquidez Corrente
Liquidez Seca
Liquidez Geral
Nota do Grupo
Situação Econômica (%)
Retorno s/ Investimento
Retorno s/ Patrimônio Líquido
Nota do Grupo
Estrutura de Capital (%)
Composição do endividamento
Endividamento Geral
Nota do Grupo
Média Global da Empresa
2005
Índice
Nota X
Nota Peso
Empresa
Peso
Índ
Pad
2,12
1,45
0,95
2,56
1,71
1,08
4
4
4
1
1
1
4
4
4
4,00
1,76
1,28
0,81
2,90
1,94
1,11
4
4
4
1
1
1
4
4
4
4,00
1,
1,
0,
11,98%
23,39%
10,70%
22,63%
2
2
1
1
2
2
2,00
13,15%
37,88%
12,71%
27,43%
2
1
1
1
2
1
1,5
16,2
43,9
38,13%
60,84%
38,71%
52,72%
2
3
1
1
Índice
Padrão
Situação Financeira
Liquidez Corrente
Liquidez Seca
Liquidez Geral
Nota do Grupo
Situação Econômica (%)
Retorno s/ Investimento
Retorno s/ Patrimônio Líquido
Nota do Grupo
Estrutura de Capital (%)
Composição do endividamento
Endividamento Geral
Nota do Grupo
Média Global da Empresa
Índice
Nota X Índice
Nota Peso
Empresa
Peso Padrão
2
33,51% 35,69%
2
1
2
3
63,47% 53,65%
3
1
3
2,50
2,50
2,83
2,67
USINAS SID. DE MINAS GERAIS S A – USIMINAS S.A.
2006
2005
Índice
Nota X Índice
Índice
Nota X
Nota Peso
Nota Peso
Empresa
Peso Padrão Empresa
Peso
41,7
68,1
Índi
Padr
2,12
1,45
0,95
2,39
1,59
1,03
3
3
3
1
1
1
3
3
3
3,00
1,76
1,28
0,81
1,69
1,04
0,88
1
1
3
1
1
1
1
1
3
1,67
1,5
1,0
0,6
11,98%
23,39%
13,26%
24,15%
3
3
1
1
3
3
3,00
13,15%
37,88%
21,54%
44,77%
4
3
1
1
4
3
3,50
16,2
43,9
38,13%
60,84%
37,54%
44,58%
3
4
1
1
3
4
3,50
3,17
33,51%
63,47%
42,10%
51,43%
1
4
1
1
1
4
2,50
2,56
41,7
68,1
Tabela 6: Avaliação Gerdau S.A. e USIMINAS
8
Os Índices de Liquidez Corrente confirmaram uma melhora significativa durante o período de
2004 a 2006 conforme a Figura 1, tendo como destaques os indicadores da Gerdau S.A. e
USIMINAS S.A. que ficaram acima do índice-padrão praticamente em todo o período, com
exceção da USIMINAS em 2005. Já a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Aços
Villares S.A. exibiram indicadores inferiores ao índice-padrão em todo o período analisado,
com exceção a Aços Villares S.A. em 2005, apesar do crescimento de 31,4% e 53,1%
respectivamente na comparação de seus indicadores nos anos 2004 a 2006. Aços Villares S.A.
obteve o menor indicador em 2006, no entanto a capacidade de pagamento no curto prazo é de
R$ 1,73 de ativos realizáveis a curto prazo para cada R$ 1,00 de obrigação a curto prazo.
Figura l: Liquidez Corrente
A Liquidez Seca demonstra de forma mais eficaz a solvência da empresa por considerar a
capacidade de honrar dívidas a curto prazo com recursos de maior liquidez, desconsiderando
o estoque. (DUARTE; LAMOUNIER, 2007). Em confluência a Liquidez Corrente os
indicadores de Liquidez Seca exibiram crescimento durante o período analisado, tendo como
evidência a Gerdau S.A. que obteve os melhores indicadores em 2005 e 2006. A USIMINAS
S.A. apresentou indicadores de Liquidez Seca superior ao índice-padrão em 2004 e 2006,
obtendo o segundo melhor desempenho entre as siderúrgicas analisadas. A Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN) e Aços Villares S.A. tiveram os piores indicadores de Liquidez
Seca no último ano danalisado, conseqüentemente ficando abaixo do índice-padrão
estabelecido na pesquisa, mas com certo conforto, indicados por R$1,31 e R$1,27 ativos
circulantes (deduzido o estoque) para cada R$ 1,00 de passivo circulante respectivamente.
Apesar de estar abaixo do índice-padrão a Aços Villares S.A. conseguiu ampliar
significativamente sua Liquidez Seca passando de 0,66 em 2004 para 1,24 em 2005 e 1,31 no
último ano da pesquisa conforme exibição da figura 2.
Figura 2: Liquidez Seca
Assim como nos outros indicadores de liquidez, a Gerdau S.A. e USIMINAS S.A.
Apresentam os melhores indicadores de Liquidez Geral, a Gerdau S.A. teve um crescimento
12,5% na comparação entre o ano de 2004 e 2006. A Aços Villares S.A. e Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN) ficaram com os piores indicadores de Liquidez Geral,
conseqüentemente abaixo do índice-padrão. A Aços Villares conseguiu uma evolução de
28,4% em seu indicador durante o período ficando mais próximo ao equilíbrio entre seus
ativos circulantes e realizáveis a longo prazo para com seus passivos circulantes e exigíveis a
longo prazo. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) acabou sofrendo redução de 8,8% em
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seu Índice de Liquidez Geral durante o período analisado. Os Índices de Liquidez Geral são
apresentados na figura 3.
Figura 3: Liquidez Geral
.A Gerdau S.A. obteve as melhores notas de liquidez e ainda uma gradativa evolução destes
indicadores no período enquanto a USIMINAS S.A. obteve o segundo lugar na liquidez
ficando acima dos índices-padrão. Vale ressaltar a Liquidez Geral, que passou a ser
representada por R$ 1,03 de ativos circulantes e realizáveis a longo prazo para cada R$ 1,00
de passivo circulante e exigível a longo prazo. Enquanto a Aços Villares S.A. e a CSN
obtiveram índices abaixo dos padrões do setor. Aumentaram seus indicadores de liquidez no
período, exceto a Liquidez geral da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) que apresentou
redução durante o período da abordagem sendo necessário uma melhor gestão de seus
recursos a longo prazo.
Para Olinquevitch e Santi Filho (2004) entende-se por rentabilidade do patrimônio líquido a
taxa de lucro obtida sobre o capital próprio e rentabilidade do ativo total uma medida de
eficiência da empresa na utilização de seus ativos. Os Índices de Retorno sobre o Ativo ou
Investimento sofreram redução significativa, o índice-padrão que era de 16,21% no ano de
2004 passou para 11,98% no último ano da pesquisa. As empresas Aços Villares S.A. e
USIMINAS S.A. exibiram os melhores indicadores, sempre acima do índice-padrão, apesar
da 16,24% e 25,46% respectivamente durante o período de análise. Já a Gerdau S.A. e
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) conseguiram os piores índices da pesquisa, abaixo do
índice-padrão e ainda uma redução de 29,47% e 42,33% respectivamente na comparação dos
anos 2004 e 2006. Os Índices de Retorno sobre Investimento são esboçados na figura 4.
Figura 4: Índice de Retorno s/ Investimento
O Retorno sobre o Patrimônio Líquido é extremamente importante para a empresa e seus
investidores, pois através deste indicador pode-se chegar ao valor de mercado da empresa. Os
melhores Índices de Retorno sobre o Patrimônio Líquido, nos três anos analisados, foram
encontrados na empresa Aços Villares S.A. totalizando 75,77% em 2004 e 46,51% em 2006,
já os piores indicadores na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) com exceção no ano de
2005 quando o índice chegou a 30,98%. A USIMINAS S.A. e Gerdau S.A. exibiram redução
de 52,4 % e 39,15% respectivamente em seus indicadores durante o período analisado, mas
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permanecendo sempre próximas aos padrões do setor, com exceção da Gerdau S.A. em 2005
conforme a figura 5.
Figura 5: Índice de Retorno s/ Patrimônio Líquido
A rentabilidade das siderúrgicas pesquisadas é relativamente boa, destacando o retorno sobre
o capital próprio da Aços Villares S.A. que chegou a atingir 75,77% em 2004. Apesar dos
índices serem considerados bons, eles sofreram redução gradativamente no período da
pesquisa. As melhores notas de rentabilidade foram atribuídas a Aços Villares S.A. e
USIMINAS, porém, seguiram o setor e caíram durante o período de análise. A Gerdau S.A. e
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) ficaram com as piores notas, não atingindo os
padrões do setor. Para Brito, Batistella e Corrar (2006) estrutura de capital é um tema ainda
bastante controverso em teoria de finanças. Muito embora o assunto venha sendo discutido
nos meios acadêmicos há cerca de 50 anos.
Quanto menor a dependência do capital de terceiros para financiar os recursos ou ativos da
empresa, melhor. (MATARAZZO, 2003)
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) apresentou o menor percentual de endividamento a
curto prazo chegando a 22,85% do total de dívidas para com terceiros em 2006, o que
representa uma redução de 33,84% se comparado a 2004. A Aços Villares S.A. inicia e
termina o período analisado com o Índice de Composição do Endividamento maior que 45%,
porém, no ano de 2005 apresentou uma grande redução deste índice ficando inclusive abaixo
dos padrões do setor. A USIMINAS S.A. e Gerdau S.A. não apresentaram variações
significativas neste indicador ficando próximas ao índice-padrão nos anos de 2004 e 2006
conforme a figura 6.
Figura 6: Índice de Composição do Endividamento
A Aços Villares S.A. e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) possuem os maiores índices
de dependência do capital de terceiros para financiar seus ativos durante os três anos
analisados, ficando sempre superiores a 68% e conseqüentemente acima dos padrões da
atividade devidamente esboçados na figura 7. Já a USIMINAS S.A. e Gerdau S.A.
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conseguiram uma redução de 30% e 10,96% respectivamente na comparação dos indicadores
de 2004 e 2006 ficando abaixo dos padrões do setor.
Figura 7: Índice de Endividamento Geral
A maioria das siderúrgicas pesquisadas é extremamente dependente do Capital de Terceiros,
apesar da redução percentual ocorrida no período da pesquisa. O Capital de Terceiros na
maioria das empresas pesquisadas concentra-se no longo prazo, o que é extremamente
importante para as entidades a curto prazo. Os melhores indicadores de endividamento foram
atribuídos a USIMINAS S.A. que diminuiu sua dependência do capital de terceiros. Em
relação ao setor, a Gerdau S.A. e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) ficaram na média
com nota de 2,5 na estrutura de capital em 2006. Já a Aços Villares S.A. apresentou notas
abaixo dos padrões. A nota média do setor, atribuída ao índice-padrão, nos anos de 2004,
2005 e 2006 é de 2,5. As empresas Gerdau S.A. e USIMINAS S.A. foram as melhores
classificadas no setor. A Gerdau S.A. conquistou a segunda colocação geral nos anos de 2004
e 2006, tendo como realce os indicadores de liquidez apesar da redução gradativa de sua
rentabilidade. A USIMINAS S.A. conquistou a primeira colocação geral, exceto em 2005. O
melhor destaque da empresa em relação ao setor é a estrutura de capital. Seu indicador de
retorno sobre o patrimônio líquido apresentou uma queda significante durante o período da
abordagem, os gestores da empresa devem buscar soluções para esta redução, pois a
rentabilidade é extremamente importante para a boa continuidade da empresa.
Já a empresa Aços Villares S.A. obteve evolução em sua nota global, passando do quarto para
o segundo lugar em 2005. No ano de 2006 a empresa exibiu uma pequena retração em sua
nota ficando abaixo da média e com o terceiro lugar. A entidade alcançou ótimos indicadores
de rentabilidade em relação ao setor, ficando abaixo dos padrões os indicadores de liquidez e
endividamento. Por fim a Companhia Siderúrgica Nacional ficou sempre abaixo da nota
média, iniciando o ano de 2004 na terceira colocação da pesquisa e encerrando o ano de 2006
em ultimo lugar com a nota global de 1,61. A empresa melhorou seus indicadores de liquidez
corrente e seca durante o período da abordagem, diferentemente da liquidez geral. A empresa
obteve as menores notas de rentabilidade e sua dependência ao capital de terceiros cresceu
percentualmente durante a pesquisa. O destaque positivo da empresa é a redução percentual
de sua divida a curto prazo em relação a divida total para com terceiros.
De forma geral as empresas pesquisadas conseguiram melhorar seus indicadores de liquidez e
endividamento. A rentabilidade merece maior atenção, ocorreu redução gradativa em todas as
empresas na comparação dos anos 2004 e 2006. As notas das empresas seguem na figura 8.
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Figura 8: Classificação Geral das Empresas
5. Considerações finais
Este trabalho demonstra a importância das empresas efetuarem comparações com seus
concorrentes, a fim de evidenciar a sua situação no mercado e poder tomar decisões para
melhorar ou até mesmo manter seus indicadores econômico-financeiros. O índice-padrão foi
utilizado na comparação entre as siderúrgicas, por se tratar de um índice que utiliza dados da
entidade e de seus concorrentes. O índice-padrão é importante para comparação de empresas
do mesmo setor, servindo para as empresas estabelecerem metas tendo como base o setor.
O setor de siderúrgicas foi escolhido para a pesquisa por apresentarem grande importância no
setor industrial brasileiro e destinar 40% de sua produção à exportação, contribuindo assim
para uma balança comercial favorável. A pesquisa demonstrou que as siderúrgicas analisadas
apresentaram uma melhora significativa em sua liquidez e endividamento. Já na rentabilidade
apresentaram redução durante o período de 2004 a 2006. Como resultado pode-se dizer que a
situação econômico-financeira das empresas escolhidas é relativamente confortável,
apresentou melhora de forma geral durante a abordagem e ainda estão entre as mais
competitivas do setor de siderurgia do mercado mundial. A USIMINAS S.A. e Gerdau S.A.
ficaram respectivamente com as melhores classificações do setor, a Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN) e Aços Villares S.A. ficaram abaixo da mediana, tendo como exceção a Aços
Villares S.A. em 2005, de acordo com os indicadores da pesquisa.
O período analisado é de apenas três anos, para uma melhor comparação seria interessante um
período maior. Os indicadores de liquidez, endividamento e rentabilidade adotados na
pesquisa estabeleceram uma boa comparação entre as empresas, uma quantidade maior de
índices poderia representar melhor as empresas. Portanto outras pesquisas podem adotar uma
quantidade maior de empresas, por um período maior e com mais indicadores para representar
melhor o setor no país.
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OLINQUEVITCH, J. L. / SANTI FILHO, Armando. Analise de Balanços para Controle Gerencial. 4º
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