INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRAS ESTUDO COMPARATIVO DAS ALTERAÇÕES NA ALTURA PALATINA ENTRE OS EXPANSORES HYRAX E O COLADO COM COBERTURA ACRÍLICA GILSON RODRIGUES PEREIRA Barbacena, MG. 2013 INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRAS ESTUDO COMPARATIVO DAS ALTERAÇÕES NA ALTURA PALATINA ENTRE OS EXPANSORES HYRAX E O COLADO COM COBERTURA ACRÍLICA GILSON RODRIGUES PEREIRA Trabalho Monográfico apresentado ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS – FUNORTE/SOEBRÁS, Núcleo Barbacena, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista. ORIENTADOR: Prof. MS. Marcus Vinícius Reis Maia. Barbacena, MG. 2013 PEREIRA, G. R. Estudo comparativo das alterações na altura palatina entre os Expansores Hyrax e o Colado com cobertura acrílica. Barbacena (MG), 2013, 40 f. Monografia (Curso de Pós-Graduação Lato Sensu – Especialização em Ortodontia) – Instituto de Ciências da Saúde – Faculdades Unidas do Norte de Minas/ SOEBRAS, Núcleo Barbacena. Barbacena, 21 de junho de 2013 BANCA EXAMINADORA _________________________________________________ ________________________________________________ _______________________________________________ DEDICATÓRIA Para realização deste trabalho, contamos com orientações e participações importantes, sem as quais não seria possível o êxito obtido. Primeiramente a DEUS por me ter dado força e paciência a essa jornada tão necessária para realização desta monografia. Aos meus pais agradeço por ter me dado a formação moral e respeito ao próximo, a honestidade, a humildade e certeza de lutar por nossos ideais. A minha irmã Ângela por ter me ajudado tanto com suas palavras e orações a desenvolver essa monografia. A minha esposa, companheira de todas as horas, incentivadora, amiga inseparável. Ao meu filho Ryan, que mesmo distante, foi muito importante nessa caminhada. Ao José Reinaldo, que contribuiu muito com sua participação ativa e direta no meu trabalho. A todos os colegas do curso de especialização, verdadeiros companheiros em todas as horas em especial ao Luís Cláudio que teve um convívio mais próximo , um grande irmão. A minha família pelo apoio nesta jornada. AGRADECIMENTOS Ao Prof. Marcos José das Neves pelo incentivo ao ingresso neste novo horizonte, por seus ensinamentos e experiência de vida que contribuíram enormemente para meu enriquecimento profissional. Agradeço pelos conselhos e pela paciência em todos esses anos de convívio. Agradeço pela confiança e pela sua presença constante em minha vida profissional. Obrigado pelo convívio, pela amizade e pelo carinho. Ao Prof. Marcus Vinícius Reis Maia, orientador da minha monografia, agradeço a oportunidade única de fazer esse curso de especialização, concretizando um grande sonho meu. Agradeço por ter me mostrado caminhos diferentes na ortodontia através de seus ricos conhecimentos. Meus sinceros agradecimentos , admiração e respeito por sua pessoa. Ao Prof. Wanderson Itaborahy, por suas ótimas aulas teóricas e por ter contribuído para o meu engrandecimento profissional. Agradeço a cordialidade, a simpatia e a gentileza com que sempre me tratou, durante esses anos de convívio. Obrigado por sua atenção e compreensão nos momentos em que fiz minhas reivindicações. E um agradecimento especial pela ajuda nos momentos em que mais precisei. PEREIRA, G. R. Estudo comparativo das alterações na altura palatina entre os Expansores Hyrax e o Colado com cobertura acrílica. Barbacena (MG), 2013, X f. Monografia (Curso de Pós-Graduação Lato Sensu – Especialização em Ortodontia) – Instituto de Ciências da Saúde – Faculdades Unidas do Norte de Minas/ SOEBRAS, Núcleo Barbacena. RESUMO A terapia com expansão rápida da maxila é procedimento de eleição para pacientes com atresia maxilar. Sabe-se que todos os tipos de aparelhos expansores fixos são efetivos no aumento transversal da maxila, os quais promovem um diastema interincisivo, que é um sinal clinico que houve a separação da sutura palatina mediana, entretanto existem divergências na literatura qual aparelho pode proporcionar um melhor controle vertical. Logo o objetivo deste estudo foi determinar e comparar as alterações na altura palatina em modelos de estudo, após o tratamento com os aparelhos Hyrax e o colado com cobertura acrílica. A amostra foi divida em dois grupos, sendo 22 modelos de estudo de 11 pacientes (9 meninas e 2 meninos) que utilizaram o aparelho bandado com media de idade no início do tratamento de 8,8 anos. O outro grupo composto por 20 modelos de estudo de 10 pacientes (7 meninas e 3 meninos) que utilizaram o aparelho colado, com média de idade no início do tratamento com 8,7 anos. O material analisado constituiu-se de dois pares de modelos para cada paciente, sendo o primeiro antes da disjunção e o segundo 6 meses após a contenção com o próprio aparelho, imediatamente após a sua remoção. As medidas foram realizadas por dois observadores em dias diferentes sem qualquer tipo de auxílio para que não fosse induzido por terceiros. Os resultados demonstraram que não houve diferença estatisticamente significante entre os dois grupos estudados. Concluiu-se que não há superioridade do aparelho colado em relação ao aparelho bandado quanto ao controle vertical posterior. PALAVRAS-CHAVE: Ortodontia. ERM. Altura palatina. Crescimento vertical. PEREIRA, G. R. Comparative study of changes in height between the Hyrax palatal expanders and glued with acrylic cover. Barbacena (MG), 2013, X f. Monografia (Curso de Pós-Graduação Lato Sensu – Especialização em Ortodontia) – Instituto de Ciências da Saúde – Faculdades Unidas do Norte de Minas/ SOEBRAS, Núcleo Barbacena. ABSTRACT Therapy with rapid maxillary expansion is a procedure of choice for patients with maxillary atresia. It is known that all types of fixed expansion appliances are effective in increasing transverse maxillary, which promotes a inter incisal diastema, which is a clinical sign that there was a separation of the sutures, however there are differences in the literature which can provide a unit better vertical control. Soon the aim of this study was to determine and compare the changes in palatal height in models after treatment with Hyrax appliances and bonded with acrylic cover. The sample was divided into two groups, with 22 study models of 11 patients (9 girls and 2 boys) who used the device banded with mean age at baseline of 8.8 years. The other group consists of 20 study models of 10 patients (7 girls and 3 boys) who used the device glued, with a mean age at baseline to 8.7 years. The analyzed material consisted two sets of templates for each patient, the first and second disjunction before 6 months after the containment device itself, immediately after its removal. The measurements were performed by two observers on different days without any aid that was not induced by third parties. The results showed no statistically significant difference between the two groups. It is concluded that there is no superiority of the bonded device to the player as to control vertical banded later. KEYWORDS: Orthodontics. ERM. Palatal height. Vertical growth LISTA DE FIGURAS Figura 1:Expansor bandado (Hyrax)............................................................... 22 Figura 2: Expansor com cobertura acrílica oclusal posterior.......................... 22 Figura 3:Modelo de gesso inicial com expansor colado................................. 22 Figura 4: Modelo de gesso final com expansor colado................................... 22 Figura 5: Modelo de gesso inicial com expansor bandado ........................... 23 Figura 6: Modelo de gesso final com expansor bandado............................... 23 Figura 7: Barra de aço 0,19/0,25 de aço sobre as cúspides mésio-palatinas........ 24 Figura 8: Barra de aço 0,19/0,25 de aço sobre as cúspides mésio-palatinas........ 24 Figura 9: Delineador........................................................................................ 24 Figura 10: Delineador e condensador lateral.................................................. 25 Figura 11: Mensuração da altura palatina....................................................... 25 Figura 12: Paquímetro digital........................................................................... 25 LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS Gráfico 1: Diferença pré e pós tratamento........................................................ 27 Gráfico 2: Diferença pré e pós tratamento dados do 2º examinador............... 28 Gráfico 3: Média das diferenças dos dois grupos pelos dois observadores... 29 Tabela 1:Diferenças pré e pós tratamento (Colado)........................................ 29 Tabela 2: Diferenças pré e pós tratamento (Bandado).................................... 30 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 10 2 REVISÃO DA LITERATURA......................................................................... 12 3 PROPOSIÇÃO................................................................................................ 21 4MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................. 22 4.1 Material........................................................................................................ 22 4.1.1 Seleção da Amostra................................................................................. 22 4.2 Métodos....................................................................................................... 23 4.2.1 Modelos de Gesso para obtenção das medidas..................................... 23 5 RESULTADOS............................................................................................. 27 5.1 Análise estatística....................................................................................... 27 6 DISCUSSÃO.................................................................................................. 31 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 34 8 REFERÊNCIAS............................................................................................... 35 10 1 INTRODUÇÃO A atresia maxilar é uma alteracão no crescimento transversal que compromete a estética e a estabilidade oclusal.1,2,3,4 O tratamento consiste na realização da expansão rápida da maxila através da utilização de aparelhos fixos colados com cobertura acrílica ou bandados, sendo eficazes na correção da discrepância maxilar transversal e na normalização do crescimento do terço médio da face. 5, 6 Os estudos relatam que os aparelhos utilizados para realização da expansão rápida da maxila são eficientes e promove a abertura da sutura palatina mediana mostrando um diastema incisial como sinal patognomônico com um aumento da cavidade nasal, melhorando a passagem de ar dos pacientes com respiração bucal 7, 8, 9 . Nos trabalhos examinados foram encontradas algumas alterações que ocorrem normalmente durante a expansão: deslocamento anterior e inferior da maxila, do processo alveolar, extrusão e inclinação vestibular dos dentes posteriores, fazendo com que a mandíbula sofra uma rotação póstero-inferior o que seria contra indicado em pacientes verticais com tendência de mordida aberta. 10, 11, 12. Portanto, vários pesquisadores idealizaram um aparelho com cobertura acrílica, ligado diretamente a um expansor com parafuso para poder minimizar as alterações dento esqueléticas em pacientes verticais com tendência a mordida aberta anterior, diminuindo a extrusão dos dentes póstero-superiores, o deslocamento inferior da maxila e a rotação da mandíbula no sentido horário durante o processo de expansão. 13, 14 Há uma grande divergência nos estudos no que diz respeito às alterações verticais provocadas pelos os aparelhos de expansão, colado e bandado. Segundo McNamara Jr. E Brudon (1995)15 relatam que o expansor colado propicia um melhor controle no sentido vertical, diminuindo o deslocamento inferior da maxila e a rotação no sentido horário da mandíbula devido a uma intrusão dos dentes pósterosuperiores, fechando assim a mordida aberta anterior. Entretanto, alguns autores utilizaram o aparelho colado com cobertura acrílica e concluíram que a expansão rápida da maxila com este aparelho provocou pequenas alterações verticais e provavelmente transitórias similar ao que ocorre com aparelhos colados. 16 11 Baseado na literatura o presente estudo tem como objetivo avaliar e comparar alterações dentárias nos primeiros molares permanentes produzidos por dois tipos de expansores: colado com cobertura acrílica e o bandado, numa amostra criteriosamente selecionada quanto à média de idade, padrão de crescimento e tipo de má oclusão inicial dos pacientes. 12 2 REVISÃO DE LITERATURA A presente revisão bibliográfica relata os principais trabalhos realizados com a terapia de expansão rápida da maxila com aparelhos convencionais bandados até o aparecimento do aparelho expansor colado com cobertura acrílica. Posteriormente, será abordada uma revisão específica deste aparelho, envolvendo os efeitos dentoalveolar no sentido vertical, bem como comparações aos aparelhos expansores bandados. Korkhaus, 1960 relatou alguns trabalhos com a expansão rápida da maxila em pacientes com maxila muito atrésica e esta técnica foi empregada e aperfeiçoada na Europa, onde os resultados alcançados eram bastante estáveis, evidenciando a separação da sutura mediana, diminuindo assim, muitas extrações dentárias. O autor também enfatizou sobre o aumento da cavidade nasal com a ERM, melhorando assim, a condição respiratória dos pacientes com respiração bucal.7 Isaacson e Ingran, 1964 em seus trabalhos realizaram um estudo para determinar as forças geradas durante a disjunção da maxila. Durante a ativação do aparelho esta força oscila entre 1000 gramas a 3000 gramas em uma única ativação e pode resultar em forças mais de 7000 gramas nas ativações seguintes e avaliaram que a força utilizada adultos. para pacientes jovens é menor do que para pacientes 17 A expansão rápida da maxila foi reintroduzida a partir da década de 60 por Hass. Em 1965 ele apresentou seu aparelho definido como dentomucossuportado, apresentado efetividade no aumento transversal maxila. Estes resultados satisfatórios ganharam grande aceitação entres os ortodontistas, sendo o aparelho de eleição nos casos que necessitavam de expansão rápida da maxila. O pesquisador esclareceu sobre a expansão rápida em pacientes de classe III com atresia da maxila, mordida cruzada posterior uni ou bilateral e respirador bucal. O sinal patognomônico foi a abertura da sutura palatina mediana, o qual apresentava um diastema entre os incisivos centrais. Nos estudos cefalométricos concluiu que a maxila desloca para frente e para baixo, provocando uma rotação horária do plano mandibular, abrindo a mordida.3 13 Biederman, 1968, idealizou um aparelho dento-suportado que se dizia mais higiênico para o tratamento que necessitava de expansão rápida da maxila. Utilizou como principal finalidade a correção de classe III com o mesmo protocolo de ativação dos outros aparelhos, ou seja, 2/4 de volta por dia permanecendo por um período de 3 meses de contenção. Este aparelho estava indicado a pacientes com atresia maxilar, abóbada palatina acentuada e que não atingiram a maturidade esquelética.1 Em 1969, Davis e Kronman estudaram 26 crianças que haviam sido tratadas com expansão rápida de maxila. Teve como resultado um aumento significativo da distância intermolares e intercaninos, bem como, uma tendência dos molares inferiores seguirem as mudanças da arcada superior. Verificaram também que o palato não sofre abaixamento, tendendo a ficar na mesma altura antes da expansão.18 Wertz, em 1970, realizou a expansão rápida de maxila em 60 pacientes com atresia maxilar, sendo 37 do sexo feminino, com idade de 7 a 29 anos e 23 do sexo masculino, com idade de 8 a 14 anos e em dois crânios secos com aparelho convencional bandado e com cobertura acrílica, concluindo que, quanto mais avançada for a idade, os componentes esqueléticos tornam-se mais rígidos e ocorre limitada correção ortopédica da maxila. Através de radiografias oclusais e do experimento em crânios secos é possível observar abertura não paralela da sutura palatina mediana, ocorrendo maior abertura na região da espinha nasal anterior e diminuição posterior.19 Byrum, 1971, após expansão rápida da maxila, avaliou as alterações esqueléticas anteroposteriores e vertical, comparando com as alterações dentárias de 30 casos com idades variando entre 8 e 14 anos. Os pacientes da amostra possuíam más oclusões de Classe I, II III. Duas telerradiografias em norma lateral foram feitas antes e após a estabilização do parafuso. Sendo que a sobreposição foi realizada sobre a linha SN. Foi observado que a maxila moveu-se para baixo e ligeiramente para frente, e os primeiros molares superiores apresentaram uma pequena extrusão, influenciando a altura total da face com um aumento no ângulo do plano mandibular, em consequência do deslocamento inferior da maxila, resultando em uma mordida aberta na região anterior. 11 14 Utilizando um expansor colado com acrílico na superfície oclusal, vestibular e palatina dos dentes superiores unido ao parafuso mediano através de fio metálico que contornava a superfície vestibular e palatina dos dentes posteriores, Cohen e Silverman, 1973 alegaram algumas vantagens em relação aos aparelhos convencionais com banda como dificuldade de instalação das bandas, processo de moldagem, inserção correta das bandas na moldagem e soldagem, relatando a possibilidade de intrusão dos dentes posteriores o que seria indicado a pacientes excessivamente verticais.14 Mondro e Litt, 1977, seguindo este mesmo propósito, confeccionaram um aparelho colado com cobertura acrílica, eliminando a construção da estrutura metálica, a qual contornava os terços cervicais vestibulares e palatinos dos dentes superiores. Nesse novo aparelho, o parafuso expansor era fixado diretamente ao acrílico da cobertura oclusal. Os autores desse novo modelo alegaram algumas vantagens como a facilidade na construção devido à ausência de fios, simples remoção, menor custo, podendo ser utilizado em qualquer fase do tratamento, mesmo estando os dentes com bandas ortodônticas, pois o acrílico recobria somente a superfície oclusal.2 Haas em 1980 avaliou 10 casos de pacientes tratados com expansão rápida da maxila seguida de uma ortodontia fixa. Foi avaliada a fase de pós-contenção (6 a 14 anos sem uso de contenção superior e 4,5 a 12 anos sem contenção inferior). Hass obteve como resultados a estabilidade da expansão rápida de maxila em dentes superiores que foram expandidos 9 a 12 mm, assim como as expansões de 4 a 5 mm da distância intercaninos na arcada inferior. Todos os casos estudados tiveram estabilidade do padrão esquelético e da correção da posição dos dentes e da sobre mordida, sendo relatado também aumentos médios das larguras da cavidade nasal e da base apical de 4,5 e 9 mm, respectivamente. O autor também relatou nesse trabalho as principais indicações para disjunção da sutura palatina mediana: casos classe III cirúrgicos e não-cirúrgicos, atresia maxilar, inadequada capacidade nasal com problemas respiratórios crônicos, pacientes adultos palatofissurados e problemas de comprimento de arco na arcada superior. 3 Bishara e Stanley,8 em 1987 relataram que a disjunção palatina mediana comprime o ligamento periodontal, inclina lateralmente os processos alveolares e os dentes de ancoragem, abrindo de maneira gradual a sutura palatina, sendo essa 15 abertura em forma de cunha, em vista oclusal. Segundo esses autores vários fatores devem ser considerados quando se indica a expansão rápida da maxila e a expansão convencional: a) magnitude da discrepância entre as larguras intermolar e inter pré-molar da maxila e da mandíbula; se a discrepância for maior que 4 mm, deve-se considerar disjunção; b) severidade da mordida cruzada – número de dentes envolvidos; c) angulação inicial dos molares pré-molares, quando inclinados para vestibular considerar disjunção.8 Em 1990, Adkins et al. pesquisaram em 21 modelos de estudo de adolescentes, submetidos à expansão rápida da maxila com aparelho de Hyrax e relataram as mudanças na largura e no perímetro dos arcos dentários. Fotografias e medidas dos modelos do pré-tratamento e três meses após a estabilização foram utilizadas para o estudo. Pelo uso de análise de regressão, esses autores encontraram alterações da distância interpré-molares relacionadas com o aumento de perímetro do arco superior em entre os primeiros pré-molares. Em 76% ou seja, 16 dos 21 pares de modelos da amostra observaram-se verticalização dos dentes posteriores inferiores devido ao redirecionamento das forças oclusais. 5 Em 1995, Spillane e Mcnamara Jr. estudaram uma amostra de 162 pacientes que estavam no primeiro período transitório ou no período inter-transitório da dentadura mista (idade média de 8 anos e 8 meses), submetidos à expansão rápida da maxila com o expansor com cobertura acrílica, colado aos dentes superiores. Após a ativação, os aparelhos foram mantidos na cavidade bucal por um período médio de cinco meses. Foram confeccionados modelos de gesso para observação das alterações dentárias, nas fases de pré-expansão, imediatamente pós-contenção, um e dois anos após a expansão e após o período total de observação (erupção dos primeiros pre-molares). Por ser um estudo longitudinal, o número de pacientes diminuiu consideravelmente até a última observação, totalizando 84 indivíduos. A altura palatina apresentou uma pequena diminuição de 1,7mm com o tratamento, retornando aos valores iniciais após um ano. Esses valores, contudo, eram menores que a altura palatina esperada sem o tratamento.6 Nesse mesmo ano, Moussa et al.20 estudaram 165 modelos de pacientes selecionados ao acaso que tinham sido submetidos à expansão rápida de maxila e estavam em contenção por um período de 8 a 10 anos. As medidas foram realizadas nos modelos nos períodos pré e pós-tratamento, assim como após contenção. As 16 diferenças pré e pós-tratamento foram estatisticamente significativas, com exceção da distância intermolar inferior, e apresentaram uma boa estabilidade: distância intercaninos superior, distância intermolares superior e inferior e índice de irregularidade dos incisivos. A distância intercaninos, comprimento e perímetro do arco não demonstraram uma boa estabilidade em longo prazo. 20 McNamara Jr e Brudon também em 1995 utilizaram expansores convencionais como Hass e Hyrax com indicação para mordida cruzada, correção da inclinação axial dos dentes posteriores, correção de classe II e classe III. Abordaram também expansor colado, relatando a sua utilização na correção transversal, trazendo alterações na dimensão vertical e antero-posterior. A ação desse aparelho colado seria como um Bite Block, provocando uma intrusão dos dentes superiores sendo utilizado preferencialmente nos pacientes verticais. 15 Chang, Mcnamara e Herberg em 1997 avaliaram e comparou as alterações esqueléticas verticais e ântero-posteriores da maxila entre 25 pacientes submetidos ao tratamento com Hass, 23 pacientes com terapia fixa de Edgewise e 23 pacientes no grupo controle. Após seis anos pós-tratamento verificaram que não houve alteração significativa entre os grupos e que o aparelho de Hass tem pouco efeito no vertical ou antero-posterior da maxila. 21 Também em 1997, Sandikçiolu e Hazar,22 compararam os aspectos esqueléticos e dentários de três tipos de expansores em pacientes com mordida cruzada posterior uni ou bilateral. Dividiram em três grupos de 10 pacientes. O primeiro com placas removíveis semi-rápidas, o segundo com expansor lento quadrihélice e o terceiro com Hyrax, expansão rápida da maxila. Todos os aparelhos tiveram grande sucesso no plano transversal e expansor rápido da maxila foi o que teve melhor desempenho esquelético e dentário em todos os planos. O quadri-hélice e Hyrax tiveram melhor desempenho em relação às placas removíveis, pois não precisou da cooperação do paciente. Em 1998, Akkaya et al.12 avaliaram e compararam os efeitos dentários do disjuntor com cobertura de acrílico nos dentes posteriores com um aparelho de expansão lenta e também um aparelho colado. Utilizaram uma amostra de 24 pacientes, com 12 em cada grupo e idade média de 11,9 anos. Foram analisados modelos no pré e no pós-tratamento, assim como no final do período de contenção. Em ambos os grupos encontraram aumentos na distância intercaninos, interpré- 17 molares, intermolares e do perímetro da arcada superior, assim como aumento da distância intercaninos inferiores. O aumento da distância intercaninos superior foi maior no grupo de indivíduos tratados com disjunção maxilar. A análise de regressão indicou que o ganho de perímetro da arcada superior decorrente do tratamento pode ser previsto como 0,65 vezes a quantidade de expansão posterior para o grupo de expansão rápida e 0,60 vezes a quantidade de expansão posterior para o grupo de expansão lenta.12 Os mesmos autores em 1999 fizeram um estudo para determinar os efeitos verticais da ERM e SME , ambos aparelhos colados em 24 pacientes com mordida cruzada posterior divididos em dois grupos. Após o período de contenção (3 meses após o final do tratamento). A maxila apresentou deslocamento anterior nos dois grupos e a mandíbula girou significativamente para trás e para baixo somente no grupo de ERM. O ângulo inter-incisal e overjet foi aumentado em ambos os grupos e não houver diferença significativa líquida entre os dois grupos 12 Com o objetivo de observar as alterações dento esqueléticas, Bramante e Almeida 23 em 2002 avaliou 69 telerradiografias de 23 pacientes, sendo 15 do sexo masculino e 8 do sexo feminino (expansor colado com cobertura acrílica na oclusal, palatina e vestibular) , submetidos a expansão rápida da maxila que foi comparado em um estudo prévio com dois aparelhos a fixos, dentosuportado (Hyrax) e dentomucossuportado (Hass) de 41 pacientes 15 do sexo masculino e 26 do sexo feminino, com idades entre 10 anos e 8meses e 17 anos e 8 meses através da análise cefalométrica em norma lateral. Foram tomadas as medidas no início, imediatamente após a expansão e após 3 meses de contenção, não demonstrando diferenças significativas entre os três grupos, concluindo que o aparelho colado não é superior na prevenção das alterações desfavoráveis no sentido vertical.23 Em 2003, Stuart e Wiltshire fizeram uma expansão rápida da maxila em um paciente de 19 anos que foi diagnosticado e indicado para cirurgia. A sutura palatina mediana foi aberta apresentando um diastema inter-incisivos comprovando que a expansão rápida da maxila pode ser utilizada em adultos jovens sem a necessidade de cirurgia ortognática.9 No mesmo ano, Vardakas, Ursi e colaboradores24. Avaliaram as alterações esqueléticas verticais pelo aparelho expansor colado com cobertura oclusal. A amostra consistiu de 25 crianças, 12 do sexo feminino e 13 do sexo masculino com 18 faixa etária de 7 anos e 3 meses e 14 anos e 1mês portadores de atresia lateral da maxila. Foi realizada a expansão rápida da maxila e foram traçadas as cefalometrias em norma lateral de pré e pós disjunção. Em todos os casos a mordida cruzada posterior foi corrigida, com alterações significantes do plano palatino que rotou no sentido horário, abaixando a espinha nasal anterior, aumento da AFAI e aumento da inclinação do plano mandibular. Em relação ao primeiro molar, não houve alterações significantes, mas no segundo houve aumento, denotando uma restrição no padrão eruptivo dos dentes de ancoragem do aparelho. Assim sendo, concluímos que o aparelho de expansão colado constitui um dispositivo eficaz para a correção da mordida cruzada posterior, principalmente, em pacientes com padrão vertical e tendência à mordida aberta, já que a interpretação cefalométrica demonstrou que os aumentos da dimensão vertical verificados, são clinicamente aceitáveis com o uso deste aparelho, e parecem ser menores que os observados com outros expansores.24 Mcnamara, Tiziano Baccetti, Herberger e Franchi, em 2003 fizeram um estudo longitudinal para avaliar as mudanças no arco dentário a curto e longo prazo tratado com expansão rápida da maxila. Foram comparados 112 pacientes tratados com expansão com 41 pacientes não tratados. Houve um ganho de 6 mm na maxila e 4,5mm no grupo tratado em comparação com o grupo não tratado. Concluíram que essa abordagem é muito eficaz em paciente com maxila estreita em associação com uma curva de Wilson acentuada.4 Com o objetivo de avaliar as alterações transversais e verticais da maxila, Gustavo Barreto e colaboradores em 2005, selecionaram 20 pacientes de ambos os gêneros entre 7 a 11 anos de idade, que apresentavam mordida cruzada posterior uni ou bilateral. Foram analisadas telerradiografias em norma frontal (PA) antes e após a expansão. Houve correção da mordida cruzada em todos os casos em função da abertura da sutura palatina mediana e da inclinação dos molares. A largura da cavidade nasal também aumentou significativamente. Ao contrário das medidas horizontais, as verticais não apresentaram diferenças significativas. 25 Após fazer uma revisão sistemática e uma meta análise dos resultados para avaliar a expansão transversal e as alterações anteroposteriores e verticais, Lagravère e colaboradores,26 em 2006, concluíram que as maiores mudanças foram 19 na transversal e que poucas mudanças antero-posterior e vertical foram significativas, mas não houve nenhuma mudança clinicamente significativa. Em 2007, Podesser e colaboradores 27 26 utilizaram um aparelho Hyrax em nove crianças (seis do sexo feminino e 3 sexo masculino) com média de idade 8 anos e 1 mês. As mudanças foram avaliadas por tomografia computadorizada nos períodos de pré e pós-tratamento. Os resultados foi o seguinte: expansão dento-alveolar em todos pacientes, embora diferenças dento-alveolar encontradas de paciente para paciente, sendo a expansão média foi de 3,6mm entre os molares e 1,6mm na sutura palatina mediana que era o principal objetivo, levantando dúvida quanto a eficiência do Hyrax.27 No intuito de avaliar as inclinações dento alveolares Kiliç, Kiki e Oktay,28 em 2008, analisaram 39 pacientes (10 homens e 29 mulheres) com média de idade de 13 anos e 9 meses e 13 anos e 6 meses respectivamente, distribuídos aleatoriamente em dois grupos submetidos à expansão rápida da maxila com aparelho Hyrax e aparelho colado com cobertura oclusal. Foram obtidos modelos T1 pré-expansão e T2 uma semana após a conclusão da expansão. As radiografias dos modelos foram transferidas para o meio digital e a inclinação das coroas e dos processos alveolares foram avaliadas por meio de um programa de Software. Os dados foram analisados pelo teste t pareado de Student e teste-t. Ambos os aparelhos apresentaram inclinação dento alveolar significativa durante a ERM (p<0,001), mas esta foi maior no grupo Hyrax (p<0,05).28 Em 2008, Maia29 avaliou 24 crianças na fase da dentadura mista para determinar a altura palatina após expansão rápida da maxila que foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos. O primeiro grupo constituído de 12 crianças com média de idade de 8,8 anos utilizou o expansor bandado, ficando como contenção o próprio aparelho por seis meses. O segundo grupo constituído pro 12 crianças com média de idade de 8,7 anos utilizou o expansor colado, ficando também com contenção o próprio aparelho por seis meses. Concluiu que não houve diferença estatisticamente significante no sentido vertical entre os dois grupos. 29 Simões e colaboradores30, em 2009 fizeram um estudo em 31 pacientes brasileiros, sendo 16 do sexo masculino e 15 do sexo feminino, com média de idade de 13a2m anos e teve como objetivo determinar a altura facial inferior após a expansão rápida da maxila. Foram utilizados dois disjuntores palatinos (Hass-G1 e 20 Hyrax-G2). Concluíram que a AFAI anterior e posterior aumentou estatisticamente nos dois grupos.30 Em 2010, Rossi, Rossi e Abrão31 fizeram um estudo em 25 crianças com idade de 6 a 10 anos de idade de ambos os gêneros e portadores de mordida cruzada posterior. O objetivo de avaliar as alterações cefalométricas verticais e antero-posteriores, utilizando aparelho expansor colado com cobertura oclusal. Após a fase de expansão o próprio aparelho foi utilizado como contenção. Foram analisadas as telerradiografias em norma lateral, antes e após o período de contenção, concluindo que o aparelho expansor com cobertura oclusal não alterou significativamente as medidas verticais e anteroposteriores dos pacientes dessa amostra.31 Para avaliar as alterações esqueléticas verticais e sagitais os autores analisaram 26 crianças com idade média de 8,7 anos submetida à expansão rápida da maxila com aparelho colado de cobertura acrílica que apresentavam mordida cruzada posterior. Concluíram que a ERM com este aparelho não promoveu alterações esqueléticas verticais ou sagitais prejudiciais. As alterações verticais encontradas com o uso do aparelho colado foram pequenas e provavelmente transitórias, similar ao que ocorre com o uso dos aparelhos expansores bandados. 31 21 3 PROPOSIÇÃO Baseado na literatura o presente estudo tem como objetivo avaliar e comparar alterações dentárias nos primeiros molares permanentes produzidas por dois tipos de expansores: colado com cobertura acrílica e o bandado, numa amostra criteriosamente selecionada quanto à média de idade, padrão de crescimento e tipo de má oclusão inicial dos pacientes. A técnica de medição desse trabalho clínico se baseou no estudo de Spillani e Macnamara 1995, onde se deu maior ênfase para as alterações dento-esqueléticas no sentido vertical. 1 – avaliar as alterações dento-esqueléticas no sentido vertical promovidas pelos aparelhos expansores Bandado e Colado; e 2 – comparar as alterações dento-esqueléticas no sentido vertical promovidas pelos aparelhos expansores Bandado e Colado 22 4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 Material 4.1.1 Seleção da Amostra A amostra para compor este trabalho foi cedida pelo professor orientador Marcus Vinicius Reis Maia. Foram utilizados 42 pares de modelos de gesso zoocalados de 21 pacientes de ambos os sexos, sendo que tais modelos foram confeccionados antes do tratamento e após 6 meses de contenção pelo próprio aparelho disjuntor, ou seja, obtidos imediatamente após a remoção dos disjuntores. Figura 1: Expansor bandado (Hyrax) Figura 2: Expansor com cobertura acrílica oclusal posterior A amostra foi dividida em 2 grupos: Grupo I composto por 10 pacientes, sendo 3 do sexo masculino e 7 do sexo feminino com média de idade de 8,7 anos no início do tratamento, utilizaram o disjuntor com cobertura acrílica na oclusal dos dentes posteriores. Figura 3: expansor colado inicial Figura 4: expansor colado final 23 O Grupo II composto por 11 pacientes, sendo 2 do gênero masculino e 9 do gênero feminino com uma idade média de 8,8 anos, utilizaram o disjuntor bandado (Hyrax). Todo o procedimento de seleção dos pacientes, protocolo de instalação dos aparelhos e tempo de contenção estão descritos e publicados na tese de Maia (2008)29. Figura 5: Expansor bandado inicial Figura 6: Expansor bandado final 4.2 Métodos 4.2.1 Modelos de Gesso para obtenção das medidas Modelos de gesso foram utilizados para mensurar a discrepância vertical produzidos pelos aparelhos colados e bandados nos pacientes dessa amostra submetidos ao tratamento ortopédico. Nenhum modelo de gesso dos pacientes sofreu algum tipo de quebra que pudesse comprometer a veracidade das medidas. O protocolo de medição adotado nesse estudo contou com a participação de dois examinadores sem que os mesmos tivessem contato no momento das medições, sendo realizadas em dias diferentes para que não sofressem influências e alterações que poderiam comprometer a veracidade do trabalho. Para determinar a altura palatina primeiramente foi utilizado um fio de aço 0,19 x 0,25 como referência no plano oclusal, posicionados nas pontas das cúspides mesio-palatinas dos primeiros molares permanentes de ambos os lados. 24 Figuras 7 e 8: Barra de aço 0,19/0,25 de aço sobre as cúspides mésio-palatinas Posteriormente cada modelo foi estabilizado em um delineador e com um auxílio de um cursor de endodontia preso a uma haste vertical desse delineador fazendo um ângulo de 90 graus com o fio de aço, foram realizadas as medidas e transferidas para um paquímetro digital bem calibrado a 0,01mm. Figura 9: Delineador Fonte: Bio-art Equipamentos Odontológicos Ltda. 25 Figura 10: Delineador e condensador lateral Fonte: Acervo do autor Figura 11: Mensuração da altura palatina Fonte: Acervo do autor Figura 12: Paquímetro Digital Fonte: Acervo do autor 26 Após obter os dados das medições, foram feitas comparações intergrupos e intragrupos e também entre os examinadores que estão demonstrados nos gráficos e tabelas com o objetivo de avaliar a altura vertical produzidas pelos dois aparelhos expansores. 27 5 RESULTADOS Todos os pacientes deste estudo apresentaram como resultado da expansão rápida da maxila, abertura da sutura palatina mediana, confirmada pela presença clínica de um diastema interincisivos. Não se verificaram problemas com relação à quebra do aparelho e desconforto por parte do paciente durante o tratamento. 29 Os resultados da análise do erro do método (erro sistemático e casual) e da análise estatística da comparação das medidas clínicas intra e intergrupos serão apresentados a seguir em forma de gráficos e tabelas. 5.1 Análise estatística Após obter os resultados das medidas dos modelos, foram feitas comparações entre os grupos com o mesmo observador e também comparações entre os dois examinadores, conforme apresentado nas tabelas em anexo. Os resultados estão apresentados como média e desvio padrão. Para análise estatística foi utilizado o software Instat 4.0. Foi utilizado o teste de Mann Whitney para os dados não paramétricos não pareados e Wilcoxon para os dados pareados. Considerou-se significância estatística p<0,05. Gráfico 1 Diferença pré e pós tratamento Dados do 1º exminador 2 1,5 1 0,5 0 -0,5 -1 -1,5 Colado Bandado 28 O gráfico 1 apresenta os dados coletados pelo primeiro examinador (diferença entre antes e depois do tratamento, utilizando o Mann-Whitney (não paramétrico e não pareado). A diferença entre os dois grupos foi de p = 0.3494, média 0.47 e 0.13, não significante. O gráfico 2, a seguir, mostra os dados coletados pelo segundo examinador (diferença entre antes e depois do tratamento). Gráfico 2 Diferença pré e pós tratamento Dados do 2º examinador 2 1,5 1 0,5 0 -0,5 -1 -1,5 Colado Bandado Utilizando o Mann-Whitney (não paramétrico e não pareado), a diferença entre os dois grupos foi de p = 0.6984, média dos grupos: Colado 0.32 e bandado 0.36, não significante. O gráfico 3, a seguir, mostra as médias das diferenças dos dois grupos entre os dois observadores. Usando Mann-Whitney (não paramétrico, não pareado), os dois grupos não são diferentes estatisticamente 0.22. p= 0,4262, Media: Colado = 0.40, Bandado = 29 Gráfico 3 Média das diferenças dos dois grupos pelos dois observadores 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 -0,50 -1,00 -1,50 Colado Bandado Não houve diferença estatística entre os grupos Colado com cobertura oclusal e o Bandado mensurados por cada observador. Da mesma forma, não houve diferença estatística quando foram comparadas as medidas entre os dois observadores. A tabela 1 e 2 mostram o conjunto das diferenças pré e pós tratamento dos dois grupos, realizado pelos dois observadores. Tabela 1: Diferenças pré e pós tratamento (Colado) Paciente L.J.P.O. L.R.S. J.R.M. M.M.A. K.V.A. L.M.R.R. M.I.L. N.V.A. J.Q.N. E.S.S. Observador 1 0,34 0,59 0,31 0,76 0,27 0,11 0,57 0,42 -0,56 0,38 Aparelho Colado Observador 2 Média 1,1 0,72 0,57 0,58 0,6 0,46 0,04 0,40 1,09 0,68 0,32 0,22 0,2 0,39 -0,03 0,20 0,02 -0,27 0,82 0,60 DP 0,54 0,01 0,21 0,51 0,58 0,15 0,26 0,32 0,41 0,31 30 Tabela 2: Diferenças pré e pós tratamento (Bandado) A.R.C. H.F.S. G.H.R R.S.A. B.F.C.B. J.L.G.R. D.S.M. F.C.G. K.M.L. A.O.B. L.F.C.S. Aparelho Bandado Observador 1 Observador 2 Média -0,14 -0,32 -0,23 -0,44 -0,5 -0,47 0,42 0,1 0,26 0,27 0,75 0,51 1,13 1,42 1,28 0,59 -1,05 -0,23 0,48 0,65 0,57 -0,97 -0,83 -0,90 0,74 0,25 0,50 -0,14 -0,53 -0,34 1,46 1,53 1,50 DP 0,13 0,04 0,23 0,34 0,21 1,16 0,12 0,10 0,35 0,28 0,05 Como observado, não houve diferença significativa entre os observadores na avaliação do tratamento. Aparelho bandado p=0,3822; aparelho colado p=0, 3314. 31 6 DISCUSSÃO A expansão rápida da maxila é um método de tratamento muito utilizado pelos ortodontistas nos casos que envolvem mordida cruzada posterior uni ou bilateral principalmente nas dentições mistas, período este que se torna mais propenso à disjunção6, 32 . A terapia com expansão maxilar promove uma abertura da sutura palatina mediana, alargamento das coanas, melhorando a passagem de ar pelas vias aéreas o que contribui com o restabelecimento da oclusão normal, permitindo assim, um crescimento e desenvolvimento crânio facial dentro dos limites da normalidade. Esse aumento transverso do arco dentário superior após a expansão rápida da maxila resulta em um efeito ortopédico, onde se ganham um aumento significante do perímetro do arco5. Segundo alguns autores a expansão rápida da maxila traz como resultado um aumento significativo da distância intermolares e intercaninos com uma forte tendência dos molares inferiores seguirem as mudanças do arco superior 18. Para complementar o diagnóstico da expansão rápida da maxila, lançamos mão de uma importante ferramenta que é a radiografia oclusal da maxila, onde se mostra uma área triangular radiolúcida com a base voltada para espinha nasal anterior, local de menor resistência óssea.3, 18, 19 e 33. A magnitude da força durante a abertura do parafuso pode oscilar entre 1kg a 3,5kg em uma única ativação, podendo chegar a 7kg em ativações consecutivas.17 A força liberada pelo disjuntor ortopédico mediante a abertura gradual da sutura palatina mediana provoca uma forte compressão no ligamento periodontal, inclinando os processos alveolares e consequentemente levando os dentes posteriores a uma posição mais vestibularizada. A resistência óssea sob a ação do expansor deve-se há alguns fatores que dificultam sua abertura, dentre eles podemos citar a idade do paciente, sendo que, quanto maior for a idade, maior será o efeito ortodôntico em detrimento do ortopédico. 32 Há vários disjuntores que promovem a expansão maxilar em que o sinal patognomônico seria a abertura da sutura palatina mediana, mostrando um diastema 32 interincisivos. No sentido transversal todos são eficientes para tal procedimento, mas há muita discussão envolvida quanto às alterações dentoesqueléticas verticais. Segundo Cohen e Silverman, 1973,14 o disjuntor com cobertura acrílica nos dentes posteriores tem mostrado resultados eficazes no controle vertical durante a expansão em pacientes verticais com tendência a mordida aberta. Mas em contrapartida DeRossi (2010)13 defensores dos expansores bandados afirmam não existir diferenças significativas em relação aos expansores colados quando se colocam em questão a dimensão vertical. Este estudo propôs avaliar clinicamente a dimensão vertical através da medição da altura palatina após a expansão rápida da maxila, comparando dois expansores, sendo um com cobertura acrílica na oclusal dos dentes posteriores e outro bandado (HYRAX). Após seis meses de contenção, especificadamente neste estudo, os resultados foram interpretados, o qual a altura palatina diminuiu no grupo colado com cobertura oclusal em 85% dos casos, enquanto que no grupo bandado altura palatina também diminuiu 63,6% dos casos analisados, sendo que estatisticamente não houve diferença entre as medidas dos dois examinadores. A média da diferença na diminuição da altura no grupo bandado pelo primeiro observador foi de 0,84mm e pelo segundo foi de 0,75mm. No grupo colado com cobertura oclusal a média da diferença na diminuição da altura palatina medida pelo primeiro examinador foi de 0,41 mm e pelo segundo foi de 0,59mm. Pela a análise estatística, fazendo as comparações intragrupos e intergrupos, mostrou-se insignificante. Estudos realizados por Spillanni e Macnamara JR (1995)6 encontraram uma diferença de 1,7mm o qual utilizou expansor acrílico colado sendo que a abóboda palatina diminuiu durante o tratamento, porém retornou para os valores de pré-tratamento um ano após a expansão e aumentou ligeiramente após devido à erupção dos molares e pré-molares. No estudo de Moara De Rossi, Maria Stuani e Lea da Silva (2010)13, utilizaram um expansor acrílico com cobertura oclusal, o qual foram feitas medidas cefalométricas para avaliar as alterações verticais e concluíram que este aparelho expansor não alterou significativamente as medidas verticais e ântero-posteriores dos pacientes de sua amostra. Mais recentemente, Rossi, Rossi e Abrão (2011)16 avaliaram as alterações esqueléticas verticais e sagitais em um grupo com idade média de 8,7 anos que foram submetidos à expansão rápida da maxila com 33 aparelho colado de cobertura acrílica e chegaram a uma conclusão que as alterações verticais foram pequenas e transitórias semelhante ao que ocorre com aparelhos bandados. Foi observado clinicamente que os incisivos apresentaram uma extrusão nos dois grupos, devido ao processo de erupção normal desses dentes e também porque nessa região não havia um ação direta dos aparelho envolvidos em questão.29 34 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nesses dados obtidos e comparando com outros trabalhos pode-se indicar os dois aparelhos para expansão rápida da maxila mesmo para pacientes verticais com tendência à mordida aberta, visto que as alterações dentoalveolares nas duas terapias são semelhantes e sem significância estatística, cabendo o ortodontista eleger o aparelho que melhor se adapte. Com base na análise dos dados obtidos, segundo a metodologia empregada, concluiu-se que: Quanto às alterações dentoalveolares no sentido vertical entre os grupos com o mesmo observador: a) Não Houve diferença estatística quando comparado o grupo bandado e o colado pelos dois observadores separadamente. Quanto às comparações das alterações dentoalveolares no sentido vertical entre os observadores: a) Não houve diferenças estatisticamente significantes em nenhuma das comparações realizadas por ambos os examinadores. 35 8 REFERÊNCIAS 1.BIEDERMAN, W. A. A hygienic appliance for rapid expansion. J Pract Orthod, Hempstead, v. 2, p. 67-70, 1968. 2. MONDRO, J. F.; LITT, R. A. An improved direct-bonded palatal expansion aplpliance. J. Clin Orthod, Boulder, v.11, n. 3, p.203-206, Mar.1977. 3. HAAS, A.J. Long-term post treatment evaluation of rapid palatal expansion. Angle Orthod., Appleton, v. 50, n. 3, p.189-217, July 1980. 4. MCNAMARA JR, J. A.; BACCETTI, T.; FRANCHI, L.; HERBERGER, T.A. Rapid maxilla Rapid Maxillary Expansion Followed by Fixed Appliances: A Long-term Evaluation of Changes in Arch Dimensions. Angle Orthod. v. 73, p. 344-53, 2003. 5. ADKINS, M.D.; NANDA, R.S.;CURRIER G.F. Arch perimeter changes on rapid palatal expansion. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis,v. 97, n. 3, p.194199, Mar. 1990. 6. SPILLANE, L. M.; MCNAMARA JÚNIOR, J.A. Maxillary adaptation to expansion in the mixed Dentition. Seminars in Orthod, Orlando, v.1, n.3, p.176-187, sept.1995. 7. KORKHAUS, G. Present orthodontic thought in germany. Am JOrthod, St. Louis, v. 46, p.187-206, 1960. 8. BISHARA, S.E.; STANLEY, R.N. Maxillary expansion: clinical implications .Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 91, n. 1, p. 3-13, Jan.1987. 9. STUART, D.A.; WILTSHIRE, W.A. Rapid palatal expansion in the young adult: time for a paradigm shift? J Can Dent Assoc. v. 69, n. 6, p. 37-47, Jun. 2003. 10. HAAS, A. J. 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São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; Abril 2008. 30. SIMÕES, M.M. et al.. Evaluation of the lower facial height after rapid maxillaryexpansion. Revista Odonto., v. 17, n. 1, jan. jun. 2009. 38 31. ROSSI, M.; ROSSI, A.; ABRÃO, J. Skeletal alterations associated with the use of bonded rapid maxillary expansion appliance. Braz Dent. J., v. 22, n. 4, p. 334-339, 2011. 32. SILVA FILHO, O. G.; CAPELOZZA, FILHO, L. Expansão rápida da maxila: preceitos clínicos. Ortodontia, v. 21, n.1, p. 61-81, jan. 1988 33. INQUE, N., et al. Radiographic observation of rapid expansion of human maxilla. Bull. Tokyo Med. Dent. Universit., v. 17, n. 3, p.249-61, sept, 1970. 39 ANEXOS APARELHO COLADO (MacNamara) Observador 2 Pré trat. Pós cont. Lucas José P. Oliveira Luana R. Santana Jhully Roberta de Melo Marcelo M. Almeida Kesia V. Albernaz Lucas Mateus R. Rosa Mavy Izola Lima Gabriel Wallace Damas Nicaelly Vieira Adão Julielen Queiroz Nunes Eduarda Santos Souza 16,23mm Observador 1 Pré trat. Pós cont. 15,89mm Diminuiu 17,04mm 15,94mm Diminuiu 15,27mm 14,68mm Diminuiu 15,49mm 14,92mm Diminuiu 15,51mm 15,20mm Diminuiu 15,80mm 15,20mm Diminuiu 19,31mm 18,55mm Diminuiu 19,60mm 19,56mm Diminuiu 15,93mm 15,66mm Diminuiu 16,18mm 15,09mm Diminuiu 14,23mm 14,12 Diminuiu 14,94mm 14,62mm Diminuiu 18,18mm 17,61mm Diminuiu 18,66mm 18,46mm Diminuiu 14,89mm 14,47mm Diminuiu 14,73mm 14,76mm Aumentou 18,12mm 18,68mm Aumentou 18,67mm 18,65mm Diminuiu 16,51mm 16,13mm Diminuiu 16,98mm 16,16mm Diminuiu 40 APARELHO BANDADO (HYRAX) Observador 2 Pré trat. Pós cont. Amanda R. Cunha Harina F. Silva Guilherme H. Reginaldo Rafaela S. Adão Bianca F. C. Bernardes Larissa Chagas C. Alves Jonathan L. G. Rosa Daysiane S. Martins Larissa F C. Souza Franceline C. Gibran Karoline M. Lima Alessandra O. Bahia Observador 1 Pré trat. Pós cont. 17,63mm 17,82mm Aumentou 17,85mm 18,15mm Aumentou 15,73mm 16,21mm Aumentou 16,03mm 16,13mm Aumentou 16,82mm 16,29mm Diminuiu 17,04mm 16,78mm Diminuiu 18,36mm 17,86mm Diminuiu 18,08mm 17,98mm Diminuiu 17,31mm 15,91mm Diminuiu 17,44mm 15,86mm Diminuiu 17,54mm 13,85mm Diminuiu 17,80mm 13,90mm Diminuiu 14,28mm 13,69mm Diminuiu 14,41mm 13,95mm Diminuiu 17,23mm 17,69mm Aumentou 17,40mm 17,80mm Aumentou 16,51mm 15,39mm Diminuiu 16,58mm 15,61mm Diminuiu 16,98mm 16,42mm Diminuiu 17,53mm 16,74mm Diminuiu 15,83mm 14,61mm Diminuiu 16,13mm 15,02mm Diminuiu 15,65mm 15,79mm Aumentou 15,82mm 16,35mm Aumentou