CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ANAIS III Semana Científica do Curso de Educação Física 03 a 08 de junho de 2013 FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 FACULDADE AUM Av. Dom Aquino, 38 Dom Aquino - Centro – Cuiabá – MT CEP: 78015-200 Telefone: (65) 3052-8120 E-mail: [email protected] DIRETOR PRESIDENTE Prof. Dr. Dirceu do Nascimento DIRETORA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA Profª Drª. Maria Aparecida Enes Andrade COORDENADORA PEDAGÓGICA Profª Rosana Aparecida Siano COORDENADOR DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA Prof. Esp. Roberto Pereira de Oliveira COMISSÃO ORGANIZADORA Prof. Esp. Roberto Pereira de Oliveira Profª Esp. Rosemary de Oliveira Kauffmann Profª Ms. Valda da Costa Nunes Profª Ms. Conceição de Maria Moita Machado de Carvalho Profª Ms. Ana Paula Ennes Miranda BANCA EXAMINADORA CIENTÍFICA Profº Esp Aldo Passos Amorim Profª Ms. Ana Paula Ennes Miranda Profº Esp. Joacelmo Barbosa Borges Profª Ms. Conceição de Maria Moita Machado de Carvalho Profª Esp. Fernanda Ferreira de Pinho Profª Esp. Irene da Costa Medeiros Profª Esp. Lucia Maciel Couto Profº Esp. Roberto Pereira de Oliveira Profª Esp. Rosemary de Oliveira Kauffmann Profª Ms. Rosemeire Coimbra Profª Ms. Simone Maria Marques Profª Ms. Valda da Costa Nunes Profº Esp. Ricardo Queiroz Simão Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física 2 FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 III Semana Científica do Curso de Educação Física PROGRAMAÇÃO Dia 03/06: Oficinas (das 19:30 h às 21:30h) Oficina 01: JOGOS E RECREAÇÃO – Profª Mônica Josmara Zimmermann Oficina 02: DANÇA ESCOLAR – Profª Mayara Gonçalves Luz Oficina 03: FUTEBOL (INICIAÇÃO E JOGOS) – Profº Julio Cesar Martins dos Santos Oficina 04: CAPOEIRA NA ESCOLA – Profº Wendel Silva Pereira Do dia 04/06 à 08/06: Apresentações de Trabalhos (das 19:30 h às 22:00h) Apresentações dos ICS (Iniciação Científica Semestral) Apresentações dos TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física 3 FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 4 SUMÁRIO RELATOS DE VIVÊNCIAS 05 RELATO DE VIVÊNCIA: CROSS FITNESS NO PARQUE MÃE BONIFÁCIA 05 RELATO DE VIVÊNCIA: DIA NACIONAL DE AÇÃO VOLUNTÁRIA 09 ARTIGOS DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 15 INCLUSÃO DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 15 ARTIGOS COMPLETOS 22 COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO EM ESCOLARES DE 9 A 10 22 ANOSANÁLISE DOS RESULTADOS DE EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO REALIAZADOS ANTES E DEPOIS DO TESTE DO BANCO DE WELL’S 29 O CONTEÚDO GINÁSTICA EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL: A VISÃO DOCENTE 36 GINÁSTICA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO FÍSICA: OPINIÕES DE ALUNOS DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 55 A CAPOEIRA COMO SABER NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA 66 ABORDAGENS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO MÉDIO NAS ESCOLAS ESTADUAIS DA GRANDE MORADA DA SERRA EM CUIABÁ-MT. 83 A VISÃO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE O JOGO DO XADREZ NA ESCOLA 99 PÔSTERES 113 UMA ANALOGIA ENTRE GÊNEROS: ATIVIDADE FÍSICA, QUANTIDADE DE REFEIÇÕES DIÁRIAS E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL 113 Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 5 RELATO DE VIVÊNCIA: CROSS FITNESS NO PARQUE MÃE BONIFÁCIA * Jonatan Luís da Silva Cruz *Jucélia Oliveira de Almeida *Paulo Henrique P. Dobbins *Sandra de Assis ** Roberto Pereira De Oliveira 1 INTRODUÇÃO No dia 16 de março de 2013, nós acadêmicos da Faculdade de Cuiabá FAUC-AUM, juntamente com o acompanhamento da Professora Esp. da nossa instituição de ensino Rosemary de Oliveira, estávamos presente em um evento, ou melhor, em uma aula prática de Cross Fitness, organizado pelos Professores Wagner Ribeiro e Rosemary de Oliveira, com o objetivo de ensinar aos acadêmicos sobre o que é o Cross Fitness. O local aonde a aula foi ministrada foi no parque Mãe Bonifácia, localizado na Avenida Miguel Sutil da cidade de Cuiabá-MT. O parque possui cinco trilhas e cinco postos com equipamentos de ginástica, mirante, centro de educação ambiental e praça cívica. 2 DESENVOLVIMENTO Essa aula prática teve a participação dos acadêmicos do 1º e 2º semestre do Curso de Licenciatura em Educação Física, e outras pessoas da comunidade, chegando lá nos dirigimos até um espaço próximo ao mirante. Quem estava ministrando a aula era o Professor de Educação Física Wagner Ribeiro que começou explicando o que é o Cross Fitness, relatou que se refere a Combinações de vários exercícios que trabalham diferentes partes dos músculos de nosso corpo. O Cross fitness tem como finalidade melhorar a qualidade de vida, com exercícios que qualquer pessoa em qualquer idade pode praticar, com movimentos práticos, um conjunto de * Acadêmicos do 1º semestre de Licenciatura em Educação Física da Faculdade AUM. Email:[email protected];[email protected];[email protected];fifiassis@ho tmail.com; ** Professor da disciplina Núcleo de Ensino e Praticas Pedagógicas do curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade AUM. E-mail:[email protected]; Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 6 exercícios praticados ao mesmo tempo, trabalhando a resistência cárdio respiratória, e diferentes partes do corpo assim melhorando a agilidade, flexibilidade e o equilíbrio, otimizando a coordenação motora de todos os praticantes e visando o bem estar e a saúde da população. Depois de muita teoria ele explicou como seriam as atividades dando inicio a parte prática. Começamos com um aquecimento de mobilidade de quadril escorpião, giro de braço, polichinelos, elevação de joelho e caminhada de urso, em seguida alguns exercícios como flexões, exercícios abdominais, agachamento, flexões na barra, corrida e vários outros. Exercícios esses que são executados em seqüência como se fosse um circuito, um pouco de cada um com repetições cronometradas. Entretanto Cross Fitness busca equilíbrio e satisfação de vida trazendo a auto-estima para qualquer um, ou seja, leva a pessoa a buscar seu próprio limite físico. Em 1977 Mauro Guiselini ministrou uma aula no parque do Ibirapuera na cidade de São Paulo, com objetivos parecidos com os da nossa aula, estimular à população a prática do cross fitness voltada para o lazer. Já que o cross fitness esta ligado à prática de competições em certos países. Depois de muitos exercícios o cansaço foi inevitável, mas a satisfação de praticar uma atividade física e tendo a consciência de que aquilo faz bem para a saúde é uma ótima recompensa. Enquanto estávamos fazendo os exercícios o professor passava as instruções falando palavras de incentivos, porem cada um tinha o seu limite, alguns conseguiram ir até o final, devido ao bom condicionamento físico, outros faziam um pouco, se cansavam, paravam por alguns minutos e retornavam. A importância da atividade física segundo Guiselini (2006, p 24) é que ela “serve como proteção contra o desenvolvimento de certas doenças crônicas”. A falta de atividades física deixa as pessoas mais propensas a desenvolver essas doenças, também conhecidas como hipocinéticas que são obesidade arterial, hipertensão arterial e diabetes tipo II. Voltada para a área da Educação Física, a atividade física auxilia como uma forma de prevenção, entretanto ela não é a cura, neste caso orienta-se que a pessoa busque orientação médica. Ressalta-se a essas pessoas que já tenham as doenças citadas acima, a ter certo cuidado ao praticar as atividades, pois caso ela seja executada de maneira incorreta torna-se prejudicial para sua saúde, sempre respeitando suas limitações já que o Cross Fitness fala-se muito em você ir além do seu limite. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 7 Em 1982, de acordo com uma pesquisa publicada pelo College Alumni Health Study (CAHS), intitulada “Atividade física, Causas de Mortalidade e Longevidade do College Alumni” (PAFFEN BARGER et al. 1996) foi possível concluir que “há um ganho em anos de vida em homens vigorosamente ativos” - por volta de dois anos a mais pra quem faz atividade física comparados aos que não faziam. Além de proporcionar melhorias na saúde o exercício físico traz benefícios em relação à estética e ao condicionamento físico. Esse condicionamento físico pode ser entendido como “a capacidade de realizar algum trabalho muscular de maneira satisfatória.” (Organização Mundial de Saúde, 1978 apud GUISELINI, 2006 p.43). Através disso, estar preparado fisicamente significa apresentar condições para se movimentar corretamente quando submetido a situações que envolva esforço físico. Podendo desenvolver a atividades físicas sem fadiga. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS A cada vivência, aprendemos mais sobre o mundo da Educação Física e abre ainda mais a nossa visão sobre a mesma. Antes tínhamos em mente que Educação Física era só praticar esporte como o futsal, o handebol, vôlei e basquete, mas na verdade ela vai muito, além disso. Um dos pontos positivos dessa vivência foi que o professor estimulava os alunos com palavras de incentivo, não deixando que eles desistissem. Depois deu dicas em relação à conduta, cuidar da aparência sempre, e que devemos mostrar um corpo saudável sempre que possível. Já os pontos negativos, foram às formas em que ele abordou sobre a questão da aparência física, que acabou gerando um conflito entre o mesmo e alguns acadêmicos, conduzindo o assunto direcionado a uma só pessoa, não levando em consideração os fatores as quais a tal pessoa estava acima do peso, se era por genética, hormonal ou se era por desleixo ou algo assim. Portanto, em relação a essa questão devemos agir da seguinte forma, antes expor nosso ponto de vista, é necessário analisá-lo, para que o mesmo não venha ser um fator desestimulante para o aluno, como poderia ter ocorrido no caso citado acima, pois deixou acadêmica chateada. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 8 Também acreditamos que a importância de estarmos participando desses eventos nos ajuda a descobrirmos a si próprio, e a nos identificarmos em qual área iremos atuar, pois a Educação Física é bastante ampla. Assim poderemos se tornar ótimos profissionais com um vasto conhecimento, uma sugestão é que devíamos ter mais aulas práticas de Cross Fitness. REFERÊNCIAS Disponível em: <http://guia-fitness.com/cross-training.html>; acessado no dia 25/05/2013 às 17h31min; Disponível em: http://www.acorporebrasil.com.br/?p=540; Acessado no dia 23/05/2013 às 16h50min; GUISELINI, Mauro. Aptidão física saúde bem-estar: fundamentos teóricos e exercícios práticos; WIKIMAPIA. Parque Mãe Bonifácia. Disponível em: <http://wikimapia.org/137277/pt/Parque-M%C3%A3e-Bonif%C3%A1cia; Acessado no dia 23/05/2013 às 16h40min; WIKIPÉDIA. Parque Mãe Bonifácia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_M%C3%A3e_Bonif%C3%A1cia>; Acessado no dia 05/04/2013as 17h33min; Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 9 RELATO DE VIVÊNCIA: DIA NACIONAL DE AÇÃO VOLUNTÁRIA * Lauren S. Carvalho Leonardo Tremura *** Marinalva Costa Leite **** Roberto Pereira de Oliveira ** 1 INTRODUÇÃO Existem várias possibilidades de se definir o trabalho voluntário, o site voluntarios.com.br, menciona a definição segundo a ONU do voluntário: O voluntário é o jovem ou o adulto que, devido ao seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte de seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem-estar social ou outros campos. O trabalho voluntário somente foi regulamentado em 1996, pela Lei 9608/98, o que representou grande avanço para o desenvolvimento do voluntariado no Brasil. A lei em referência também conceitua o trabalho voluntário nos seguintes termos: Artigo 1º Considera-se serviço voluntário, para fins desta lei, a atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade. Atualmente, muito se vê em televisões, jornais, revistas e internet, sobre trabalhos voluntários organizados por Organizações Não Governamentais (ONGs), casas beneficentes e instituições, tais como o SESI de Minas Gerais, que em 1991 criou o projeto “Ação Global”, com a finalidade de prestar serviços gratuitos à população (ASCOM, 2013). Os serviços prestados por esses projetos voluntários surgem de acordo com a carência de cada região. Uns dos principais objetivos destas ações estão ligados ao Objetivo do Milênio, criada * Acadêmica do 1° semestre do curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade AUM. E-mail: [email protected]; ** Acadêmica do 1° semestre do curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade AUM. E-mail: [email protected]; *** Acadêmica do 1° semestre do curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade AUM. E-mail: [email protected]; **** Professor da disciplina Núcleo de Estudo e Práticas Pedagógicas do curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade AUM. E-mail: [email protected]. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 10 pela ONU – Organização das Nações Unidas em 2000, que trás 8 jeitos de mudar o mundo, em vista dos problemas mundiais. Figura 01: Oito jeitos de mudar o mundo; Fonte: http://www.objetivosdomilenio.org.br/. Visando à erradicação do analfabetismo e reduzir as desigualdades sociais da população brasileira, foi fundada em 22 de novembro de 1956 a Fundação Bradesco, com iniciativa do diretor-presidente do banco Bradesco (Banco Brasileiro de Descontos S.A.), Amador Aguiar, atualmente existem 40 instituições Bradesco espalhadas pelo Brasil. Em 2002, a Fundação Bradesco de Manaus, tiveram a iniciativa de promover um evento intitulado Dia do Voluntário. Sua iniciativa foi tão positiva, que diversos diretores das instituições Bradesco se reuniram, a fim de criar um evento nacional voltado para o trabalho voluntário, e em 2003, a Fundação Bradesco, em parceria com órgãos públicos, empresas, profissionais de diversos segmentos promoveram o Dia Nacional de Ação Voluntária – DNAV, o qual tinha por o objetivo prestar atendimento à população carente, e promover a solidariedade contando com a colaboração principalmente, de alunos, professores, e membros da comunidade. No ano de 2013, a fundação Bradesco de Cuiabá promoveu no dia 18 de maio, o Dia Nacional de Ação Voluntaria, localizado bairro Jardim Vitória, iniciando-se às 10 às 15 horas, onde foram oferecidos os serviços gratuitos como diversas oficinas, atividades recreativas e palestras para comunidade daquela região sob a organização dos gestores da Fundação Bradesco. O objetivo do Dia Nacional de Ação Voluntaria de 2013 foi promover a cidadania, onde os próprios moradores da comunidade foram voluntários que ajudavam e contribuíram para o Dia Nacional de Ação Voluntária. Além de promover a cidadania, outro objetivo fundamental foi levar palestras informativas de como conscientizar a população sobre o combate a dengue, e a prevenção de drogas. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 11 As atividades recreativas foram ministradas voluntariamente pelos acadêmicos da Faculdade de Cuiabá (FAUC/AUM), que promoveram diversão com brincadeiras e atividades tradicionais com uma adaptação para o ambiente. 2 DESENVOLVIMENTO As atividades programadas pela escola Fundação Bradesco para serem realizadas no Dia Nacional de Ação Voluntária (DNAV) vêm ao encontro das necessidades da própria comunidade do Bairro Jardim Vitória e região e, é por esse motivo que os números dos voluntários e beneficiados têm aumentado a cada edição do DNAV. Em sua primeira edição, em 2003, o número de atendimentos foi de 100 mil contando com a participação de 4.000 voluntários. Em 2007, foram envolvidos aproximadamente com o envolvimento de 27.534 voluntários e os resultados desse trabalho ultrapassaram a marca de 1 milhão e 600 mil atendimentos (AGUIAR, 2007). Detalhes desse crescimento por ano podem ser verificados no quadro abaixo: Quadro 01: Evolução em voluntariado e atendimento do Dia Nacional de Ação Voluntária ANO PONTOS DE ATENDIMENTO VOLUNTÁRIOS ATENDIMENTOS 2003 39 4.000 100.000 2004 40 (2,56%) 7.000 (75%) 300.000 (200%) 2005 90 (125%) 11.000 (57,14%) 700.000 (133,33%) 2006 157 (74,44%) 21.129 (92,08%) 1.024.454 (46,35%) 2007 189 (20,38%) 27.534 (30,31%) 1.693.990 (65,35%) Fonte: (www.voluntariado.fb.org.br/). As atividades desenvolvidas na Fundação Bradesco de Cuiabá em 2013, ocorreram simultaneamente nas salas da instituição em que foram alocadas com a finalidade de ministrar oficinas e para que os serviços comunitários fossem realizados. As atividades recreativas ocorreram nas quadras poliesportivas quanto no campo de futebol. No total foram disponibilizados seis serviços: duas oficinas, quatros palestras, além de mais de dez atividades recreativas, incluindo o circuito de esportes radicais. Dentre as atividades e serviços oferecidos naquele dia, estavam: corte de cabelo, consulta ao oftalmologista, consulta ao Índice de Massa Corporal (IMC), oficina de produção Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 12 de produtos de limpeza caseiros, oficina de produção de maxi-colar, palestra preventiva sobre drogas, palestra preventiva sobre o mosquito da dengue, emissão de carteira de trabalho, emissão de registro geral - RG, orientações para prevenção de incêndios ministrada pelo corpo de bombeiros, distribuição de algodão-doce, palestra com os anjos da enfermagem, e diversas atividades recreativas para as crianças. O Dia Nacional de Ação Voluntaria assemelha-se a outro evento realizado em diversas cidades do Brasil ao longo dos anos, é a Ação Global, desenvolvida o pela rede globo em parceria com a UNESCO. Os acadêmicos da Faculdade FAUC/AUM, responsáveis pela organização e aplicação das atividades recreativas trouxeram para o Dia Nacional de Ação Voluntaria um resgate da cultura lúdica, onde aplicaram brincadeiras tradicionalmente conhecidas e que ultimamente tem sido esquecida pelas crianças, tais como: bets, vôlei, perna de pau, futebol e também houve um circuito com uma série de atividades incluindo: pular corda, passar dentro do túnel, passar por debaixo da corda, fazer ziguezague entre os cones. O circuito de esportes radicais incluía: slake line, falsa baiana, e arvorismo. Todos os voluntários receberam um ticket que lhe davam direito a um lanche e ao almoço, além de ganharem uma camiseta, boné e crachá de identificação. O Dia Nacional de Ação Voluntaria contou com a presença dos Anjos da Enfermagem, que são um grupo de enfermeiros que trabalham com crianças portadoras de doenças crônicas entre elas o câncer, as mesmas alegraram o dia, com brincadeiras cantadas e com uma pequena palestra informando sobre a tarefa de ser enfermeiro. A recreação e os serviços utilitários ocorreram durante todo o período de realização do Dia Nacional de Ação Voluntaria, somente as oficinas ocorreram no período matutino, e a estimativa foi de que mais de 1.000 pessoas compareceram naquele dia, incluindo os próprios alunos da instituição Fundação Bradesco, os acadêmicos da Faculdade FAUC/AUM, os voluntários e toda a comunidade daquela região. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em suma, ao longo do evento, tudo ocorreu dentro da normalidade, às atividades e os serviços foram muito bem aplicados, voluntários estavam dispostos a ajudar, e a Fundação Bradesco atingiu seu principal objetivo proposto, promover a cidadania, interação entre as pessoas, e ofertar serviços que fossem úteis para a comunidade. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 13 Ponto negativo observado pelo grupo: algumas atividades/oficinas estavam distantes do público-alvo e por resultado tiveram baixa visita da população. Ponto positivo observado pelo grupo: Os voluntários estavam todos dispostos a ajudar e contribuir para o melhor funcionamento do evento, e a própria coordenação e diretoria da Fundação estava monitorando e contribuindo para que tudo ocorresse bem. Sugestão: para melhor aproveitamento do DNAV poderiam ser fixados mapas ou cartazes informando a sala onde estava sendo oferecida cada atividade/serviço. Esta proposta educativa sintoniza com a educação em direitos humanos, que aposta no desenvolvimento de uma ética da solidariedade que atravesse todas as dimensões da vida humana: conhecimento, sentimento e ação (VÁRIOS; 2013). Eventos como o Dia Nacional de Ação Voluntária são fundamentais para o crescimento pessoal dos futuros professores de Educação Física, pois, eventos como esse, despertam não só a criatividades dos acadêmicos em realizar atividades diversificadas, mas também o seu espírito solidário, de ajudar ao próximo, e cultivar essa idéia para seus futuros alunos. Devido à preocupação com o futuro do mundo, projetos voluntários como o Dia Nacional de Ação Voluntária que trás para a nossa realidade uma corrente de solidariedade que visam juntos, construir um mundo melhor. REFERÊNCIAS AGUIAR, Denise. ENTREVISTA com a diretora da Fundação Bradesco ao portal: Voluntário Bradesco. Disponível em: <http://voluntariado.fb.org.br/Voluntariado/Voluntariado/Noticias/NaMidia/Entrevista.htm>. Acesso em 22, maio 2013. ASCOM, Assessoria de Comunicação -. HUUFMA (Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão) participa da 20ª edição da Ação Global. Disponível em: <http://www.huufma.br/site/estaticas/mostra_estat.php?id=65#.UbBZF9K1HNI>. Acesso em 01, jun. 2013. AUTORES VÁRIOS. Caminhos de Solidariedade. São Paulo: Editora Gente, 2001. Dia Nacional de Ação Voluntária: como funciona. Disponível em: < http://voluntariado.fb.org.br/Voluntariado/DiaNacional/ComoFunciona >. Acesso em 22, maio 2013. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 14 Dia Nacional de Ação Voluntária: nossa história. Disponível em: < http://voluntariado.fb.org.br/Voluntariado/DiaNacional/NossaHistoria/ >. Acesso em 22, maio 2013. Dia Nacional de Ação Voluntária: o que é? Disponível em: http://voluntariado.fb.org.br/Voluntariado/DiaNacional/>. Acesso em 22, maio 2013. ONU. 8 jeitos de mudar o mundo. <http://www.objetivosdomilenio.org.br/>, Acesso em 01, jun. 2013. Disponível VOLUNTARIOS.COM.BR. O que é voluntariado. Disponível <http://www.voluntarios.com.br/oque_e_voluntariado.htm> Acesso em: 28 mai. 2013. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física < em: em: FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 15 INCLUSÃO DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR * Ernesto Soares Guimarães Fernanda Cristina Gadda *** Samantha Karolyne da Silva Jesus **** Simone Marques ** RESUMO Esse trabalho tem como objetivo clarear as idéias do leitor sobre como é importante à inclusão de portadores de deficiências na Educação Física Escolar, todo deficiente tem direito na sociedade seja ele, deficiente mental, auditivo, visual, etc. A disciplina de Educação Física aparece como propícia para a inclusão do aluno com necessidades especiais devido à possibilidade de seu trabalho e de seus conteúdos de diferentes formas. Palavras-chave: Inclusão, portadores de deficiências, e Educação Física Escolar. 1 INTRODUÇÃO O presente artigo tem por objetivo discutir a inclusão social e a educação física, a intenção é debater a inclusão tema bem comum nos seus aspectos teóricos e práticos de forma a visualizar as realidades e possibilidade de uma educação inclusiva, que adapte a com uma sociedade também inclusiva. A inclusão é a modificação da sociedade como pré-requisito para que pessoa com necessidades especiais possa buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania (Sassaki, 1997). Segundo autor, a inclusão é um processo amplo, com transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as pessoas, inclusive da própria pessoa com necessidades especiais. Para promover uma sociedade que aceite e valorize as diferenças individuais, aprenda a conviver dentro da diversidade humana, através da compreensão e da cooperação (CIDADE E FREITAS, 1997). Nem todas as escolas estão preparadas para receber o aluno portador de uma deficiência, segundo Cidade (1997), os professores não se sentem preparados para atender adequadamente as necessidades daqueles alunos e os escolares que não têm deficiência não foram preparados sobre como aceitar ou brincar com os colegas com deficiência. É * Acadêmico do Curso de Educação Física FAUC/AUM 2° Semestre email: [email protected] ** Acadêmico do Curso de Educação Física FAUC/AUM 2° Semestre email: [email protected] *** Acadêmico do Curso de Educação Física FAUC/AUM 2° Semestre email: [email protected] **** Professora Mestre do Curso de Educação Física Fauc/AUM Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 16 importante que o professor tenha os conhecimentos básicos relativos ao seu aluno como: tipo de deficiência, idade que apareceu a deficiência, se foi retinia e gradativa, se transitória e permanente, as funções e estruturas que estão prejudicadas. O artigo a seguir vem alimentar essas discussões com a finalidade de trazer, ao leitor, uma reflexão maior sobre o tema. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1.1 Educação Física Escolar (Daolio, 1993) diz que a Educação Física Escolar é uma prática cultural, com uma tradição respaldada em certos valores. Ela ocorre historicamente em certo cenário, com certo enredo e para certo público, que demanda certa expectativa. É justamente isso que faz a Educação Física Escolar ser o que é. Sendo uma prática tradicional, ela possui certas características, muitas vezes inconscientes para seus atores. Em outras palavras, existe certo estilo de dar aulas de Educação Física, estilo que é, na maioria das vezes, valorizado pelos alunos, comunidade e direção da escola. A Educação Física Escolar deve abarcar todas as formas da chamada cultura corporal jogos, esportes, danças, ginásticas e lutas - e, ao mesmo tempo, deve abranger todos os alunos. Obviamente, que seu objetivo não será a aptidão física dos alunos, nem a busca de um melhor rendimento esportivo. Os elementos da cultura corporal serão tratados como conhecimentos a serem sistematizados e reconstruídos pelos alunos. As aulas de Educação Física devem propiciar uma ampla gama de oportunidades motoras, a fim de que o aluno explore sua capacidade de movimentação, descubra novas expressões corporais, domine seu corpo em várias situações, experimente ações motoras com novos implementos, com ritmos variados, etc. O professor deverá procurar levar os alunos, ao realizar as ações motoras, compreender seu significado e as formas de execução. Essa atuação nas primeiras séries do 1o. grau refere-se ao que os desenvolvimentistas denominam de educação do movimento (TANI, MANOEL, KOKUBUN & PROENÇA, 1988). "Pressupõe, conceitualmente, que todos, sem exceção, devem participar da vida acadêmica, em escolas ditas comuns e nas classes ditas regulares onde deve ser desenvolvido Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 17 o trabalho pedagógico que sirva a todos, indiscriminadamente" (EDLER CARVALHO, 1998, p.170). A Educação Física Adaptada surgiu oficialmente nos cursos de graduação através da Resolução 3/87 do Conselho Federal de Educação e que prevê a atuação do professor de Educação Física com o portador de deficiência e outras necessidades especiais. Por isso sabemos que, muitos professores de Educação Física e hoje atuantes nas escolas não receberam em sua formação conteúdos e/ou assuntos pertinentes a Educação Física Adaptada ou a Inclusão. A Educação Física Adaptada "é uma área da Educação Física que tem como objeto de estudo a motricidade humana para as pessoas com necessidades educativas especiais, adequando metodologias de ensino para o atendimento às características de cada portador de deficiência, respeitando suas diferenças individuais" (DUARTE E WERNER, 1995: 9). Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1997, p.85) citam que: A educação Física para alcançar todos os alunos deve tirar proveito dessas diferenças ao invés de configurá-las como desigualdades. A pluralidade de ações pedagógicas pressupõe que o que torna os alunos diferentes é justamente a capacidade de se expressarem de forma diferente. 2.1.2 Inclusão A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1948 relaciona os seguintes direitos que valem para todos, isto é, os chamados direitos humanos ou da cidadania: Direitos Civis: direito à liberdade e segurança pessoal; à igualdade perante lei; à livre crença religiosa; à propriedade individual ou em sociedade; e o direito de opinião (Art. 3° ao 19). Direitos Políticos: liberdade de associação para fins políticos; direito de participar do governo; direito de votar e ser votado (Arts. 20 e 21). Direitos Econômicos: direito ao trabalho; à proteção contra o desemprego; à remuneração que assegure uma vida digna, à organização sindical; e direito à jornada de trabalho limitada (Arts. 23 e 24). Direitos Sociais: direito à alimentação; à moradia; à saúde; à previdência e assistência; à educação; à cultura; e direito à participação nos frutos do progresso científico (Art.25 ao 28). Assim orientada, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu, em 1975, a Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 18 Declaração dos Direitos das Pessoas com Deficiências. Ponto de chegada de uma luta histórica de entidades nacionais e internacionais e, em particular, das próprias pessoas com deficiências e de suas organizações, a Declaração tornou-se, em todo mundo, o ponto de partida para a defesa da cidadania e do bem-estar destas pessoas, assegurando os seguintes direitos: • O direito essencial à sua própria dignidade humana. As pessoas com deficiência, independente da origem, natureza e gravidade de suas incapacidades, têm os mesmos direitos que os outros cidadãos, o que implica no direito de uma vida decente, tão normal quanto possível; • As pessoas com deficiência têm os mesmos direitos civis e políticos dos demais indivíduos. O parágrafo 7° da Declaração dos Direitos do Deficiente Mental indica a possibilidade de limitar ou de suprimir tais direitos no caso das pessoas com deficiência mental; • O parágrafo 7 da Declaração dos Direitos das Pessoas Mentalmente Retardadas estabelece: “Sempre que pessoas mentalmente retardadas forem incapazes devido à gravidade de sua deficiência de exercer todos os seus direitos de um modo significativo ou que se torne necessário restringir ou denegar alguns ou todos estes direitos, o procedimento usado para tal restrição ou denegação de direitos deve conter salvaguardas legais adequadas contra qualquer forma de abuso. Este procedimento deve ser baseado em avaliação da capacidade social da pessoa mentalmente retardada, por parte de especialistas e deve ser submetido à revisão periódica e ao direito de apelo a autoridades superiores”; • As pessoas com deficiências têm o direito de desenvolver capacidades que as tornem, tanto quanto possível, autoconfiantes; • O direito ao tratamento médico, psicológico e reparador, incluindo próteses e hortenses, visando a sua reabilitação, bem como o acesso a serviços que as habilitam a desenvolver capacidades voltadas para sua integração ou reintegração social; • As pessoas com deficiência têm o direito à segurança social econômica e a um nível de bemestar digno. Elas têm o direito, segundo suas capacidades, ao emprego ou de participar de ocupação útil e remunerada; • O direito a que suas necessidades especiais sejam incluídas no planejamento econômico e social; • As pessoas com deficiência têm o direito de viver com sua família e de participar das atividades sociais. Elas não serão submetidas, mesmo em suas residências, a tratamento diferente (discriminatório) que não seja o necessário para melhorar o seu bem-estar. Se a sua permanência em instituição especializada for indispensável, o ambiente e as condições Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 19 deverão ser as mais próximas da vida normal; • O direito à proteção contra toda a exploração e todo o tratamento discriminatório, abusivo e degradante; • As pessoas com deficiência têm o direito ao apoio jurídico qualificado quando tal apoio mostrar-se indispensável para sua proteção. Se processos judiciais forem estabelecidos contra elas, o procedimento legal respeitará as suas condições físicas e mentais; • As organizações das pessoas com deficiência devem ser consultadas em todos os assuntos que dizem respeito aos direitos mencionados; • As pessoas com deficiência, suas famílias e a comunidade devem ser plenamente informadas, pelos meios apropriados, dos direitos contidos na Declaração. Pode-se perceber que a inclusão social das pessoas com deficiência depende do seu reconhecimento como pessoas, que apresentam necessidades especiais geradoras de direitos específicos, cuja proteção e exercício dependem do cumprimento dos direitos humanos fundamentais. Todo plano de formação deve servir para que os professores se tornem aptos ao ensino de toda a demanda escolar. Dessa forma, seu conhecimento deve ultrapassar a aceitação de que a classe comum é, para os alunos com necessidades educacionais especiais, um mero espaço de socialização (ARANTES, 2008). 2.1.3 Portadores de Deficiências Hoje, no Brasil, milhares de pessoas com algum tipo de deficiência estão sendo discriminadas nas comunidades em que vivem ou sendo excluídas do mercado de trabalho. O processo de exclusão social de pessoas com deficiência ou alguma necessidade especial é tão antigo quanto à socialização do homem. A estrutura das sociedades, desde os seus primórdios, sempre inabilitou os portadores de deficiência, marginalizando-os e privando-os de liberdade. Essas pessoas, sem respeito, sem atendimento, sem direitos, sempre foram alvo de atitudes preconceituosas e ações impiedosas. A literatura clássica e a história do homem refletem esse pensar discriminatório, pois é mais fácil prestar atenção aos impedimentos e às aparências do que aos potenciais e capacidades de tais pessoas. Nos últimos anos, ações isoladas de educadores e de pais têm promovido e implementado a inclusão, nas escolas, de pessoas com algum tipo de deficiência ou necessidade especial, visando resgatar o respeito humano e a dignidade, no sentido de Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 20 possibilitar o pleno desenvolvimento e o acesso a todos os recursos da sociedade (MACIEL,2000). Nas palavras de Fédida (1984): O deficiente é sempre o sobrevivente, o que escapou de uma cataclisma, de uma catástrofe que já se produziu e que ameaça interiormente, que nos pode acontecer [...] O deficiente constitui uma figura da negação violenta que desencadeia todas as nossas negações (p.145). O primeiro ponto que precisa ser enfatizado é que a questão da integração de portadores deficiências ou expressionais, como são popularmente conhecidos, todos os indivíduos, por uma razão ou outra, são afastados do convívio cotidiano da sociedade, deixando de usufruir, consequentemente, das oportunidades e experiências abertas às demais pessoas consideradas “normais” (GOFFMAN, 1982; GLAT, 1991). Como lembra Schneider(1985), “os outros não se relacionam como o indivíduo desviante em si, mas sim com seu rótulo, criando uma relação de distância e despersonalização” (p. 73). Assim, o papel de desviante ou anormal, que no caso das pessoas deficientes e vitalício, estruturas suas relações sociais, e determina suas oportunidades experiência de modo geral, criando para o indivíduo de uma vida “excepcional” (GLAT, 1898, 1991; GOFFMAN, 1982; TELFORD E SAWEY, 1984). 2.2 METODOLOGIA DA PESQUISA Este artigo tem como metodologia a pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico que segundo Gil (2002, p. 41). “Proporciona maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses”. Para tanto se utiliza a pesquisa bibliográfica que segundo Cervo e Brevian (2002, p. 65) “procura explicar um problema a partir de referencias teóricas publicadas em documentos”. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesse artigo relatou-se que todo aluno têm o direito de praticar as aulas de Educação Física, porém existe uma infinidade de fatores que influem na aprendizagem de portadores de deficiência entre elas as características das tarefas motoras, o sujeito que aprende aprendizagem prévia, o contexto da aprendizagem, o tipo de informação, etc. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 21 Para que a inclusão seja uma realidade, será necessário conhecer o desenvolvimento humano e suas relações com o processo de ensino aprendizagem, levando em conta como se dá este processo para cada aluno. Assessorar o professor para resolução de problemas no cotidiano na sala de aula, criando alternativas que possam beneficiar todos os alunos. REFERÊNCIAS CORDE. Escola para todos. Brasília: Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE, 1992. LÜSCHER, A. Z. C. Educação Especial: Inclusão e Exclusão. Presença Pedagógica, v.28, n.5, p. 81-84, 1999. MANTOAN: São Paulo: Inclusão escolar: pontos e contrapontos, 2006. MAZZOTA, MARCOS JOSÉ DA SILVEIRA. Fundamentos de educação especial. São Paulo: Pioneira, 1982. Organização das Nações Unidas (ONU), 1998. São Paulo Perspec. vol.14 n°.2 São Paulo Apr. /June 2000. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 22 COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO EM ESCOLARES DE 9 A 10 ANOS * Gonzalo Faval ** Hector Faval *** Isabella Faval **** Conceição Carvalho RESUMO A prática regular de exercícios físicos contribui para uma melhoria na qualidade de vida da população, prevenindo contra doenças crônico-degenerativas e combatendo o sedentarismo, considerado um dos males do século juntamente com o avanço da tecnologia que se faz presente nas escolas e lares da sociedade. O objetivo desta pesquisa foi de analisar a atividade física semanal durante as aulas de educação física, verificando os fatores que contribuem para o sedentarismo em escolares de 9 a 10 anos de idade. O estudo teve como voluntário crianças de 9 a 10 anos de idade, de ambos os sexos, de uma escola estadual e outra municipal da cidade de Cuiabá. Foi realizada coleta de peso, estatura para cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal), realizado teste de agilidade (teste do quadrado), e aplicação de um questionário sobre a atividade Física semanal. Participaram do estudo 40 crianças (57,5% do sexo masculino), com idade média de 9,5 anos (DP=0,51), peso de 33,90 kg (DP=7,85), altura de 1,37 (DP=0,06) com o tempo no teste de agilidade de 7,97 segundos (DP=0,72). Com relação ao IMC, 65% das crianças, estão dentro do peso normal, 17,5% obesas, 15% abaixo do peso e 0,025% com sobrepeso. De acordo com o questionário, 65% das crianças brincam muito tempo com aparelhos eletrônicos, boa parte pode ser causada pela influência sedentária dos pais, uma vez que estes não praticam nenhum esporte ou atividade física regularmente (45%), além de não serem levadas (as crianças) a parques, praças para brincar, correr e saltar (65%). Concluiu-se que 60% das crianças avaliadas praticam atividade física dentro ou fora da escola e que o percentual de sedentarismo é mais acentuado nas crianças do sexo feminino. Foi constatado que a utilização de aparelhos eletrônicos traz como consequência negativa o sedentarismo e o desinteresse por atividades físicas para essa faixa etária. Palavras Chave: Sedentarismo, escolares, inatividade física. 1 INTRODUÇÃO Sedentário, do latim sedentarius, origem na palavra sedere que significa “estar sentado”, ou seja, aquele que realiza o mínimo possível de movimento. TADORO et al, (2001), Sousa (2006), Carvalho et al (1996) e Mattos et al (2006). Com o avanço da tecnologia, o ser humano tem deixado de realizar atividades simples, que exigem gasto energético, por acomodação na vida moderna, ocasionando maus hábitos, dentre eles, o sedentarismo que já é considerado uma pandemia que pode ocasionar doenças como a ansiedade, aumento do colesterol, diabetes, hipertensão arterial e obesidade e, também, pode levar a morte súbita, por exemplo, o infarto do miocárdio. (NETO, 1997). * Acadêmico de Licenciatura de Educação Física Acadêmico de Licenciatura de Educação Física *** Acadêmico de Licenciatura de Educação Física **** Professora Orientadora ** Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 23 A redução de doenças crônico-degenerativas, psicológicas e a melhoria na qualidade de vida, são fatores resultantes da prática constante de atividades físicas. (OEHLSCHLAEGER et al,2004). O desuso dos sistemas funcionais é o resultado de uma vida sedentária tornando um processo de regressão funcional acontece quando os sistemas solicitados em múltiplas atividades físicas, aparelho locomotor e os demais órgãos, não são utilizados, sendo a musculatura esquelética a mais implicada. Para melhoria desse quadro é necessário que haja a prática mínima de atividades físicas semanalmente, tais como caminhar, correr, pedalar, nadar, pular corda entre outras, obtendo um gasto mínimo de 2.200 calorias diárias e nesse contexto se faz necessário praticar atividades de 3 a 5 vezes por semana, durante um tempo de 40 a 60 minutos, de intensidade moderada. (NETO, 1997). Dessa maneira, o objetivo desta pesquisa foi de analisar a atividade física semanal durante as aulas de educação física, verificando os fatores que contribuem para o sedentarismo em escolares de 9 a 10 anos de idade. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 METODOLOGIA DA PESQUISA Esse estudo foi realizado no Município de Cuiabá, estado de Mato Grosso na escola Estadual Barão de Melgaço e na Escola Municipal Henrique da Silva Prado. Participaram da pesquisa 40 crianças (17 do sexo feminino e 23 do sexo masculino) com idade variando entre 9 e 10 anos, todos matriculados nessas instituições e nenhum destes eram portadores de necessidades especiais. Para a realização desta pesquisa, foi encaminhada ao diretor da escola a autorização para a utilização do ambiente escolar juntamente com a permissão da SEDUC (Secretaria de Educação de Cuiabá) e, aos pais, foi enviado o termo de consentimento livre e esclarecido para a devida autorização, informando os objetivos da pesquisa, além de garantir a integridade moral, física e mental das crianças. Foi realizado o teste físico do quadrado, cujo material foi extraído e adaptado PROESP – BR Projeto Esporte Brasil, para avaliação da agilidade dos alunos, e um questionário com 07 (sete) questões sobre atividade física semanal, para conhecer o quanto nível de atividade física de cada uma delas. Pra este estudo foram adotados os seguintes critérios de exclusão: recusa em participar, idade inferior a 9 e superior a 10 anos, não ter Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 24 assinado o termo de consentimento livre e esclarecido e portadores de necessidades especiais (PNE’s). Os materiais utilizados foram 4 cones (50 cm de altura) em cada vértice do quadrado, cronômetro, balança digital, trena para medir a distância entre os cones, fita métrica e aparelhos eletrônicos para anotar os resultados. No teste, o aluno partia da posição de pé, com um pé avançado á frente imediatamente atrás da linha de partida ao lado de um dos cones e o cronometro era disparado quando o aluno tocasse o primeiro pé ao solo após a partida. Ao sinal do avaliador o aluno deveria deslocar-se até o próximo cone e tocá-lo correndo em diagonal, corria novamente em direção ao cone a sua esquerda, tocava novamente o cone com uma das mãos e retornava para o cone em diagonal (atravessando o quadrado em diagonal). Finalmente corria em direção ao último cone que corresponderia ao ponto de partida tocandoo. Nessa fase final, o aluno duas oportunidades, foi anotado o melhor tempo utilizado para percorrer o percurso completo. 2.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO Participou desta pesquisa um total de 40 alunos, sendo que 17 eram do sexo feminino e 23 do sexo masculino, com idades variando entre 9 e 10 anos, de acordo com o que mostra a tabela 1. Através dos dados, pode-se perceber que as meninas e meninos possuem pesos médios praticamente iguais, porém, por possuírem um maior desvio padrão o grupo das meninas possui uma maior variabilidade no que diz respeito ao peso corporal quando comparado com os meninos e facilmente observado através dos dados de peso mínimo e máximo expostos nessa tabela. Tabela 1: Dados de meninos e meninas entre 9 e 10 anos de idade FEMININO (N= 17) MASCULINO (N= 23) Variáveis Média ± DP Min/Max Média ± DP Min/Max Idade (anos) 9±0,51 09/out 10±0,51 09/out Peso (kg) 33,9±8,80 23,5/53,8 33,35±7,06 21,95/48,5 Altura (m) 1,37±0,07 1,33/1,57 1,38±0,05 1,29/1,48 Dados: DP: Desvio Padrão; Mín: Mínimo; Máx: Máximo Com relação à altura das crianças de ambos os sexos, percebe-se que não existe diferenças médias, inclusive por apresentar desvio padrão parecidos, mas quando se observa as alturas mínimas e máximas, as meninas são maiores que os meninos. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 Tabela 2: Porcentagem de meninas e meninos em cada categoria do IMC FEM MASC Idade Baixo Baixo (anos) peso Normal Sobrepeso Obeso peso Normal Sobrepeso 9 5,88% 47,06% 0,00% 5,88% 4,35% 39,13% 0,00% 10 5,88% 17,65% 5,88% 11,76% 13,04% 26,09% 0,00% Soma dos % 11,76% 64,71% 5,88% 17,65% 17,39% 65,22% 0,00% 25 Obeso 13,04% 4,35% 17,39% Na tabela 2 é apresentada a classificação do IMC de meninos e meninas e pode-se observar que aproximadamente 65% das crianças avaliadas possuem peso normal para sua idade, 17,5% possuem obesidade em ambos os sexos, mas os valores entre os dois sexos se diferenciaram com relação à classificação de sobrepeso e baixo peso, na qual aproximadamente 6% das meninas encontra-se com sobrepeso e nenhuma foi encontrado com essa condição e com relação ao abaixo do peso foi encontrado 12% das meninas e quase 18% dos meninos. Quando se analisa separando por idade, pode-se visualizar que no sexo feminino os níveis de baixo peso não houve mudanças percentuais nas duas idades estudadas (9 e 10 anos), enquanto se for observado à classificação obesidade o valor percentual quase dobrou quando comparado meninas de 9 e 10 anos de idade. No sexo masculino aconteceu o inverso, pois, no baixo peso houve um aumento de quase três vezes mais entre as crianças de 9 aos 10 anos de idade, e na categoria obesidade ocorreu redução na mesma proporção. A tabela 3 refere-se à prática de atividades física das crianças durante a semana e o estilo de vida delas e dos seus responsáveis. Tabela 3: Respostas do questionário sobre estilo de vida sedentário Meninas Meninos Quantos dias com EDFE 2 dias 17 23 3 dias 0 0 4 dias 0 0 Participa das aulas Sim 11 22 Não 6 1 Brinca com aparelhos eletrônicos Sim 9 16 Não 8 7 Pais fazem esporte Sim 9 13 Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 26 Continua... Não Faz escolas de esporte Sim Não Tem lazer ativo Sim, muito Sim, pouco Não Para ir à escola Caminhando Ônibus ou van Carro ou moto 8 10 6 11 15 8 4 11 2 6 15 2 7 3 7 13 4 6 Mais da metade delas utilizam muito tempo jogos eletrônicos (65%), somente 3 não participam das aulas de educação física; somente 18 pais não praticam esportes; algumas crianças (19) não participam de escolinhas esportivas, 26 crianças frequentam pouco parques ou praças para brincar, 20 crianças não vão à escola caminhando. Embora as crianças nesta faixa etária tenham um desempenho físico semelhante, a pesquisa demonstra que a maioria das crianças do sexo feminino chegam aos 9 anos de idade com seu peso normal e aos 10 anos de idade apresentam um aumento nos níveis de sobrepeso ou obesidade, enquanto que as crianças do sexo masculino acontecem o inverso. Outro dado interessante é referente ao baixo peso, presente em 5,88% das meninas de 10 anos de idade, enquanto que nos meninos esse indicador é de 13,04%. Também cabe ressaltar que não são todas as crianças que participam das aulas de educação física, e num contexto geral, as crianças fazem menos atividade física do que o que recomendado pela Organização Mundial de Saúde, que seria de 60 minutos por dia de atividade física de moderada a intensa (OMS, 2011). De acordo com os valores do PROESP (2012) para o IMC, a prevalência de sobrepeso no sexo feminino é de 5,88% e obesidade 17,65%, enquanto no sexo masculino os níveis de sobrepeso são de 0,00% e obesidade 17,39%. Os resultados deste estudo mostram que são as crianças com sobrepeso e obesidade de ambos os sexos são as que apresentam níveis de agilidade baixos comparando-se aos resultados das crianças com o peso normal. Uma das principais causas da obesidade em crianças é o sedentarismo, onde crianças se concentram mais na frente da televisão ou em atividades sedentárias diariamente, o Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 27 comportamento sedentário dos pais também é um fator importante, pela influência que os mesmos exercem sobre as crianças. Acredita-se que as crianças se envolvem com atividades lúdicas ativas com frequência, mais para que haja um bom desempenho nas aulas e uma participação maior, a criança necessita estar motivada a participar. Os resultados deste trabalho destacam a importância da agilidade e de atividade física semanal para a diminuição dos níveis de obesidade e sobrepeso, pois pesquisas demonstram que a prevalência da obesidade infantil está mais presente no sexo feminino, onde o excesso de energia está preferencialmente estocado sob a forma de gordura. (COUTINHO, 1999). 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS O sedentarismo um dos males do século, que afeta diretamente as crianças, pois a tecnologia utilizada como fonte de educação e informação, aqui é um fator a mais que contribui para o aumento do sedentarismo e a obesidade. Associar o sedentarismo dos pais, neste caso, a obesidade das crianças avaliadas necessitaria sem dúvida de um estudo mais aprofundado, uma vez que 43% dos pais das crianças obesas de ambos os sexos presentes neste estudo, não praticam nenhum esporte ou atividade física regular. Foi sugerido que atividades físicas prazerosas, de cunho lúdico educacional, de motivação causada pelo movimento e que atue nas sensações das crianças para que sejam utilizadas como combate ao sedentarismo e diminuição da obesidade escolar. Os resultados deste estudo mostram que, a maior parte das crianças sedentárias também está acima do peso para essa faixa etária e que este fator influência diretamente na coordenação motora das mesmas e consequentemente no desempenho de atividades físicas. REFERÊNCIAS TURIBIO Leite de Barros Neto - Exercício, Saúde e Desempenho Físico. - 1ª edição. Editora Atheneu, São Paulo, Brasil, 1997. R7. Sedentarismo pode causar problemas físicos, mentais e psicológicos. http://www.educacaofisica.com.br/index.php/voce-ef/98-saude-bem-estar/20563sedentarismo-pode-causar-problemas-fisicos-mentais-e-psicologicos FARIAS, José Cazuza de. (In) Atividade física e comportamento sedentário: estamos caminhando para uma mudança de paradigma? Ver. Bras. Ativ. Fís. Saúde; 16 (4), set. 2011 Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 28 ORTI, Natália Pinheiro; CARRARA, Kester. Educação física escolar e sedentarismo infantil: uma análise comportamental. Arq. bras. psicol., Rio de Janeiro, v. 64, n. 3, dez. 2012 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180952672012000300004&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em 14 jul. 2013. MELO, Maria Mafalda; LOPES, Vitor Pires. Associação entre o índice de massa corporal e a coordenação motora em crianças. Revista Bras. 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Pediatrics. 2006; 118:e1627-34 Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 29 ANÁLISE DOS RESULTADOS DE EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO REALIAZADOS ANTES E DEPOIS DO TESTE DO BANCO DE WELL’S * André Luiz Silva Rayanne Pereira dos Santos *** Tiago Dias do Nascimento **** Conceição Carvalho ** RESUMO Com o Objetivo de prevenir lesões e ajudar na flexibilidade, os professores de educação física fazem uso dos exercícios de alongamento. Utilizando de técnicas de alongamentos estáticos, balístico, dinâmico e ativo. Dessa forma esse artigo tem como objetivo verificar se os exercícios de alongamento realizados antes do teste de flexibilidade modificam o resultado final. Foram realizados testes de flexibilidade utilizando o banco de Wells antes e depois dos exercícios de alongamento e participaram desse estudo 30 crianças na faixa etária de 9 a 13 anos de ambos os sexos. Após utilizar do teste, os resultados foram melhores no sexo feminino pós teve mais flexibilidade do que os meninos, observa que no sexo feminino antes do teste teve na media 30 e depois 32 na média e os meninos antes na média 31,5 e depois 32 na media, podem observar as crianças avaliadas tiveram resultado importantes na sua flexibilidade após os alongamentos. O alongamento é um meio que deve ser utilizado no âmbito escolar, pois a flexibilidade aumenta a capacidade de realizar os movimentos assim evitando lesões, isso quer dizer atividade física sem dores. Palavras-chaves: Flexibilidade. Alongamento. Crianças. 1 INTRODUÇÃO Com a intenção de prevenir lesões, os professores se utilizam de exercícios de alongamento antes de uma modalidade esportiva ser executada em suas aulas de educação física escolar. Diante desses fatos, esses exercícios de alongamento aplicado com objetivos nobres, não seria o suficiente para melhoria da postura mais sim do estimulo da sua capacidade denominada flexibilidade (NAREZZI 2011). Para atingir o alongamento de um músculo com a maior perfeição, é necessário que a temperatura intramuscular se eleve e, com a musculatura bem alongada, terá maior capacidade de realizar movimento, além de maior resistência será reduzido para evitando risco de lesões (PRENTICE WE & VOIGHT ML 2003). * Acadêmico do Curso de Educação da Faculdade AUM. Acadêmico do Curso de Educação da Faculdade AUM. *** Acadêmico do Curso de Educação da Faculdade AUM. **** Professora do Curso de Educação Física da Faculdade AUM. ** Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 30 Existentes varias técnicas para desenvolver a flexibilidade, como também a varias formas de avaliar. Os testes existentes na flexibilidade ele considerados três grupos grandes: angulares. Lineares e adimensionais (MARINS e GIANNICHI 1988). De acordo com Contursi (1986), temos alongamento estático ou passivo: pode realizar o alongamento de um ponto de sua musculatura ate a sua extensão máxima, chegando nesse ponto a um período de 3 a 60 segundos de sua permaneça, a o alongamento dinâmico, ativo ou balístico: esse alongamento esta ligado em atividade física de velocidade rápida do tipo sacudida é utilizado vários músculos ativos, na tentativa de alcançar o maior dos seus movimentos. Pois Prentice e Voight (1986), enquanto a flexibilidade esta relacionada ao bem-estar e é um forte comportamento para aptidão física, o alongamento e umas das técnicas para melhorar a flexibilidade. Para que possa ter uma boa flexibilidade, sendo individualmente, é preciso haver mobilidade e elasticidade adequada dos tecidos moles que circundam a articulação (músculos, tecido conectivo e pele), o que favorece nas atividades física e recreativa e nas suas amplitudes adequadas e sem dores. As estruturas de tecidos moles também contribuem para a resistência articular, sendo por ordem decrescente: cápsula articular – 47%, músculos – 41%, tendões - 10% e pele – 2% (FOX EL. & MATHEWS DK, 1991). Estudos indicam, o melhor resultado de treinamento de flexibilidade esta entre as idades de 10 a 16 anos, mais numa idade mais avançada corresponde em uma boa mobilidade (CONTURSI, 1986). Dessa forma, esse estudo tem como objetivo verificar se os exercícios de alongamentos melhoram os resultados do teste flexibilidade em crianças de 09 a 13 anos de idades. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 METODOLOGIA DA PESQUISA Esse trabalho de pesquisa foi realizado na escola estadual do município de Cuiabá – MT no bairro COHAB Nova. Participaram de crianças de faixa etárias de 09 a 13 anos de idade de ambos os sexos, onde foi de solicitada uma autorização da direção da escola e dos pais através do termo de consentimento livre e esclarecido, informando os objetivos da Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 31 pesquisa e que a pesquisa não oferece risco a saúde e integridade geral de qualquer aluno envolvido na pesquisa. Os voluntários foram 30 estudantes da escola estadual José Machado Neves da Costa sendo 15 meninas e 15 meninos no bairro Cohab nova, que foram avaliados. Foram avaliados por meio do sentar e alcançar. Esses alunos foram submetidos a um teste e um reteste do sentar e alcançar, neste teste e reteste os alunos teve com teste de flexibilidade onde foi realizado a 1° fase sem alongamento e a 2° fase com alongamento. Foi solicitado aos alunos que sentassem, com as pernas bem estendidas colocando a planta dos pés caixa de madeira, com 30,5cm x 30,5cm x 30,5cm, sendo que na parte superior, há um prolongamento de 26cm com uma escala numérica, cujo valor máximo é 50cm, separados a cada 0,5cm. Instruindo os alunos alcançar lentamente a frente o mais distante possível ao longo da régua, com as duas mãos paralelas (com as pontas dos dedos podem prolongar-se) mantendo essa posição por (2 s). As crianças não poderiam flexionar os joelhos e deve evitar inclinar – se com uma das mãos. E contado distância pelas pontas dos dedos. Para elaboração dessas aulas foram movimentos principais grupos musculares, são eles: peito, tronco, braço, panturrilha, adutores e anteriores da coxa. Este trabalho foi utilizado o alongamento onde move - se os grupos musculares lentamente com leve tensão. Neste método sentar e alcançar foram utilizados um banco do Wells no chão, colocando uma (30,5 cm de comprimento) em ângulo reto a marca de 38 cm sobre a caixa. 2.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados apresentados abaixo nas tabelas mostram os dados antropométricos de meninos e meninas, comparando seus resultados, sendo seus valores apresentados em média e desvio padrão e seus respectivos valores mínimos e máximos. Além disso, resultados dos testes de flexibilidades realizados antes e depois de exercícios de alongamentos. Observando a tabela 1 os dados antropométricos que existem valores médios muito próximos entres na idade, peso, altura e o IMC para os dois sexos. Entretanto, quando comparamos os valores mínimos e máximos dessas variáveis de meninos e meninas, percebesse que existem meninos mais altos que meninas nesse grupo, como também meninas com o IMC maior que os meninos. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 32 Tabela 01: Dados Antropométricos dos alunos. Meninas Meninos Variáveis Média/ DP Mín/Máx Média/ DP Mín/Máx N 15 15 Idade 11 ± 4,54 9 ± 13 11 ± 1,02 9 ± 12 Peso 48 ± 7,84 30 ± 59 46 ± 10,07 31 ± 60 Altura 1,49 ± 0,07 1,35 ± 1,46 1,52 ± 0,07 1,38 ± 1,59 IMC 21,72 ± 4,54 16,48 ± 31,86 20,30 ± 3,40 13,33 ± 23,8 Dados: IMC: índice de massa corporal, Máx: Máximo, Mín: Mínimo, DP: Desvio - Padrão. Na tabela 2 mostra os resultados dos participantes do sexo feminino e a suas variáveis no teste de flexibilidade do banco de Wells, pode-se observar que houve mudança nos valores médios obtidos antes e depois dos exercícios de alongamentos, essa mudança refletiu nos valores mínimos e máximos obtidos nos dois momentos. Tabela 2: Resultados do teste do banco de Well's antes e depois do alongamento Variáveis Sexo Feminino Momento do teste Antes Média/DP 30±9,75 Depois 32±8,31 Máximo 44 50 Mínimo 12 24 Dados: DP: desvio-padrão. Na tabela 3 mostra os resultados médios, os mínimos e do teste de flexibilidade realizado com banco de Wells para o sexo masculino. Pode-se observar que houve influência nos resultados antes e depois da realização dos exercícios de alongamentos, além disso, que a diferença com relação aos valores máximo e mínimo não foi tão grande. Tabela 3: Resultados do teste do banco de Well's antes e depois do alongamento Variáveis Sexo Masculino Momento do teste Antes Depois Média/DP 31,5±7,06 32±6,71 Máximo 41 42 Mínimo 21 24 Dados: DP: desvio-padrão. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 33 Quando se compara os valores para o teste de flexibilidade de meninos e meninas, pode-se observar que no sexo feminino teve uma pequena diferença na flexibilidade e nos resultados após o alongamento do que os meninos, ate mesmo no máximo e mínimo. Tabela 4: A comparação do IMC com os resultados da flexibilidade Variáveis Sexo Feminino Sexo masculino Médias Médias Antes/Depois 30/32 31,5/32 IMC 21,72 20,3 Dados: IMC: Índice de massa corporal. A tabela 4 mostra os resultados do IMC e do teste de flexibilidade antes e depois dos exercícios de alongamento de meninos e meninas. Percebe-se que o grupo que possui resultados menores em média tanto para flexibilidade como IMC são os meninos e quando comparado IMC com os resultados dos dois testes de flexibilidade, é possível perceber que os grupos que possui maior IMC são mais flexíveis no caso das meninas, mas isso depois dos exercícios de alongamentos, pois antes os resultados se igualam. O aumento da flexibilidade traz diversos benefícios. Nesse estudo chegamos a um resultado satisfatório em relação à melhoria de flexibilidade, quando comparados com os resultados em alongamentos antes e depois, chegamos numa % acima de 50% de flexibilidade após o alongamento dos ambos os sexos, claro que as meninas constataram que teve mais flexibilidade do que os meninos, relacionado a esse assunto também se obteve resultados satisfatórios. As medias entres os ambos os sexos não a uma grande diferença nos resultados do teste de flexibilidade, identifica-se no teste de flexibilidade das meninas teve mais desempenho do que os meninos. Podemos observar na tabela 4 a importância do IMC para que possa tirar uma base dos resultados coletados, quem possui o IMC acima ou abaixo pode ter mais flexibilidades ou não por isso a importância da coleta. Consequentemente, com o decorrer da vida as atividades do cotidiano contribuem para a manutenção do organismo, mesmo que não sejam sistematizadas. Assim, é possível mencionar o quanto à atividade física é importante para a sobrevivência humana. Assim, pode-se concluir a que a metade ou mais dos avaliados levam uma vida com muito movimento ou o necessário para manter a Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 34 flexibilidade observada. Tudo isso sem levam em conta fatores que contribui para o não rendimento satisfatório do teste, tais como: lesões, traumas futuramente. No intuito de tornar mais claro que o envelhecimento traz degenerações para o organismo humano é necessário analisar a flexibilidade de ambos os sexos separadamente, fazendo um comparativo entre eles correlacionando com o aumento da idade. No entanto é preciso mencionar que alguns fatores diferenciam o homem da mulher, como por exemplo: percentual de IMC (índice massa corporal), peso, estatura, idade e as atividades do cotidiano (WEINECK, 2000). Analisando estudos de Hirata e Préteceille (2002), chamam a atenção para a diversidade e a complexidade de problemas decorrentes da flexibilidade e da precarização do trabalho, para além da fragilização do emprego. Para os autores, a dupla transformação do trabalho – tanto em relação ao conteúdo da atividade quanto às formas de emprego, demonstra a importância de se analisar a organização do trabalho e o mercado de trabalho. Cigarro et al (2006) em um estudo utilizando se bailarinas clássicas de idade média de 15,2 anos (± 3,3) no grupo A e idade média de 14,8 anos (± 1,1) no grupo B como amostras, incluiu em suas aulas um programa de flexibilidade de 1 hora semanal realizadas em 1 dia, foi utilizado o método ativo com 3 repetições de 20 segundos para cada movimento. Esse programa teve duração total de 10 semanas. As bailarinas foram divididas em dois grupos (A e B), sendo que o grupo A participou desse programa de flexibilidade e o grupo B não participou. Antes e depois desse programa foi aferida através de um teste de flexibilidade dos movimentos de flexão do quadril, extensão do quadril e abdução do quadril, sendo utilizado o protocolo de Norkin e White (1997). Os resultados obtidos nesse estudo foram satisfatórios para o grupo A em todos os movimentos (flexão do quadril, extensão do quadril e abdução do quadril) e não satisfatório para o grupo B. A redução de flexibilidade atinge com mais abrangência os idosos, impedindo-os de fazer simples atividades corriqueiras. Segundo estudos de Achour (2006), Guedes & Guedes (1995), a flexibilidade interfere na execução dos gestos motores na vida diária, em modalidades esportivas e está, diretamente, relacionada à saúde, à expressividade e à consciência corporal (ARMIGER, 2000). 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Baseado nos resultados obtidos nesse estudo, concluiu-se que houve mudança importante no grau de flexibilidade depois dos exercícios de alongamentos nas crianças de Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 35 ambos os sexos e por isso é necessário que se tenha atenção ao protocolo adotado em uma avaliação física para que os resultados sejam os mais fidedignos possíveis. A importância do alongamento antes de uma atividade física contribui muito para que possa atingir sua flexibilidade, prevenindo lesões e riscos futuramente de jovens, adultos e idosos. REFERÊNCIAS ACHOUR Junior, Abdallah – Exercícios de alongamento – Manole Editora, São Paulo, SP, 2006. CIGARRO, N MS; Ferreira, R E. Mello, D B. Avaliação da flexibilidade da articulação do quadril em bailarinas clássicas antes e após um programa específico de treinamento. Revista de Educação Física, n. 133, p. 25-35. Rio de Janeiro, 2006. CONTURSI, TLB. Flexibilidade e alongamento. 19ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1986. Disponível em: WWW.PROESP.UFRGS.BR Acesso em: maio, 2013. FOX, EL; Mathews, DK. Bases fisiológicas da educação física e dos desportos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. HIRATA, Helena; Prèteceille, Edmond. Trabalho, exclusão e precarização socioeconômica: o debate das ciências sociais na França. Caderno CRH, Salvador, n. 37, p. 47-80, jul./dez. 2002. MARINS, JCB. Giannichi, RS. Avaliação e Prescrição de Atividade Física. 2ª ed. Rio de Janeiro: Shape, 1998. NAREZZI. D, Universidade do Vale do Paraíba/Faculdade da Educação, Av. Shishima Hifumi, 2911 – Urbanova, São José dos Campos; XI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação Universidade do Vale do Paraíba, 2011. PRENTICE, WE. Voight, ML. Técnicas em Reabilitação Musculoesquelética. Porto Alegre: Artmed, 2003. SELBY A, Herdman A. Pilates: Como Criar o Corpo que Você Deseja. São Paulo: Manole, 2000. WEINECK, Jurgen. Biologia do Esporte, trad. Anita Viviani. Ed. São Paulo. Manole. 2000. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 36 O CONTEÚDO GINÁSTICA EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL: A VISÃO DOCENTE * Rayani Laura Campos Vital ** Rosemary de Oliveira RESUMO Este presente trabalho tem como intuito discutir a importância da ginástica escolar, mostrando que é um conteúdo possível de ser ensinado nas aulas de educação física infantil. Trata-se de um tema considerado não muito praticado nas aulas de educação física, pois os professores destacam que as aulas em geral são mais voltadas pelos conteúdos mais conhecidos e de preferência dos alunos, como os esportes. Esta investigação é caracterizada como pesquisa exploratória de estilo descritiva com predominância qualitativa. Como instrumento de coleta de dados foi adotado um questionário, Onde foram entrevistados 15 professores da região norte do município de Cuiabá-MT, para verificarmos qual a visão dos professores desta região em relação à importância da ginástica escolar e se de fato há vivência desse conteúdo nas aulas de educação física infantil. Onde pudemos observar que 12 dos professores entrevistados trabalham com este conteúdo na escola e em suas aulas na educação física infantil, e consideram importante a sua pratica, mas normalmente só a trabalham como forma de aquecimento, e os outros profissionais não buscaram um maior conhecimento depois de formados. Observamos também que os mesmo que trabalham com o conteúdo na escola respondeu que tem dificuldades para a aplicação da pratica da ginástica, apontaram como justificativa a falta de espaço e matérias adequados. Com isso leva em consideração que é necessária uma boa formação de educadores, e é inevitável a presença de recursos materiais e espaço apropriado para a sua pratica. Palavras-Chave: Ginástica. Educação Física. Professor. 1 INTRODUÇÃO A pesquisa sobre esse tema se deu devido às constatações advindas á cerca dos benefícios que a ginástica proporciona para o desenvolvimento infantil, pois a mesma é citada no Parâmetro Curricular Nacional (PCN) da Educação Física, como conteúdo indispensável. Sendo que nas oportunidades de observações e vivencias durante o curso de educação física, foi possível constatar e concordando com alguns autores, da qual abordaremos em nossa pesquisa, que esta não é valorizada e executada dentro da realidade da educação física escolar. Assim buscaremos nesta pesquisa verificar se há de fato vivência do conteúdo ginástica pelos professores da região norte do município de Cuiabá-MT, nas aulas de educação física infantil, pois sabemos que a sociedade de um modo geral vê as aulas de educação física somente com o intuito de lazer, recreação, montagens de coreografias para festa junina e o famoso “jogar bola”, e não valorizam o conteúdo das aulas ministradas. Assim queremos despertar o interesse e mostrar o valor da ginástica escolar por professores e alunos. ____________________________________ * Graduanda em Educação Física pelo AUM. ([email protected]). ** Professor Orientador. Esp. em Educação Física. AUM.([email protected]). Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 37 Dentro do que foi proposto neste trabalho iremos abordar como objetivo a verificação do ensino da ginástica nas aulas de Educação Física infantil destacando qual é a visão dos professores das escolas do município de Cuiabá-MT segundo a sua prática. Diante disto irá Discutir a importância da ginástica nas aulas de Educação Física e Verificar se os professores aplicam o ensino da ginástica nas aulas de Educação Física Infantil. Com isso a temática geradora colocou em reflexão, a prática pedagógica dos professores, seus princípios, objetivos e formação docente, espaço físico e materiais utilizados para a preparação das aulas, dentre outros. Esta pesquisa foi realizada inicialmente com um breve histórico da ginástica, em seguida apresenta a importância e benefícios que podem ser obtidos através da sua prática, em um segundo momento discutirá a importância da ginástica no contexto escolar, e no terceiro momento irá abordar qual a visão do professor enquanto a prática desse conteúdo nas aulas de educação física. E finalmente, mostraremos os resultados da pesquisa que realizamos através de um questionário de predominância qualitativa com os professores de educação física infantil da região norte do município de Cuiabá-MT, no qual poderemos verificar qual a importância da ginástica no desenvolvimento infantil na visão dos professores, se o conteúdo ginástica é trabalhado na escola e de que forma, e se a ginástica é conhecida por parte deles e de que maneira são realizadas as aulas. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 A GINÁSTICA A Ginástica não é algo recente na sociedade. Segundo Rouyer apud Oliveira e Lourdes (2004, p. 222), sua denominação remonta aos agrupamentos desportivos gregos, como a arte de exercitar o corpo nu (em grego gymnos). Essa associação entre o exercício físico e a nudez, traz o sentido do despido, do simples, do livre, do limpo, do desprovido ou destituído de maldade, do imparcial, do neutro, do puro (AYOUB, 2003). Como afirma o Coletivo de Autores (1992, p. 76): “À ginástica, desde suas origens como a “arte de exercitar o corpo nu”, englobando atividades como corridas, saltos, lançamentos e lutas, tem evoluído para formas esportivas claramente influenciadas pelas diferentes culturas”. (COLETIVO DE AUTORES, 1992, P.76). Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 38 2.1.1. Ginástica e sua Importância Segundo Marcassa (2004, p.176), trata a ginástica em sua importância nos dias atuais como: Um vasto campo, rico em conteúdos, variado em formações plásticas e quase inesgotável em possibilidades de expressão, criação e transformação, pois é composto por um denso registro de saberes que permitem ampliar, interagir e mesclar a Ginástica a outras expressões, tendências e sistematizações, e também identificá-la e caracterizá-la como uma prática específica e singular. O ser humano é cultural, portanto a escola deve trabalhar as relações interpessoais do indivíduo, o homem não é um ser fragmentado, ele é um conjunto de pele, músculos, nervos, neurônios e principalmente cultura (SALES et al., 2011, p. 21). Conforme Oliveira e Lourdes (2004, p. 221) vêm reafirmar que a Ginástica: [...]é uma possibilidade de encontro com a educação física escolar, na medida em que esta tem como perspectiva “[...] a integração das diversas manifestações gímnicas e os outros componentes da cultura corporal, sendo sua principal característica a ausência da competição”. (OLIVEIRA E LOURDES, 2004, P.221) Já para Ramos e Viana (2007, p. 18): Podemos dizer que a ginástica é uma atividade corporal completa, pois contribui para nosso desenvolvimento humano nos seus aspectos motor, cognitivo, social e afetivo. E suas capacidades requisitadas, que são: flexibilidade, equilíbrio, força e agilidade, servem de base para a prática de outros esportes e atividades. O ensino da ginástica nos ciclos iniciais ocasiona a criança um desenvolvimento característico de sua motricidade. Além de adquirir equilíbrio da postura, ela conduz as mudanças progressivas, profundas, e duradouras na atitude corporal e possibilita ao aluno apropriar-se dos movimentos realizados para integrá- los aos gestos cotidianos dando-lhes maior autonomia (SALES et al., 2011). Bertoline et al. (2005), ressaltam que devido as suas características principais ginástica geral (ginástica para todos), apresenta-se como sendo a ideal para o trabalho com a ginástica na escola. Esta tem como características: a fusão de todos os fundamentos dos mais variados tipos de ginásticas, do teatro, da dança, da capoeira, dos elementos circenses e de outros elementos da cultura corporal, com ou sem utilização de materiais. Pode se dar a partir dos saberes inscritos na cultura popular, nos saberes filosóficos, nos saberes artísticos e também nos saberes científicos. Além do mais, deve permitir a participação de todos e o respeito aos limites individuais e coletivos. É assim que pensamos a Ginástica no contexto da Educação Física escolar, isto é, como um tema que se insere na chamada cultura corporal e que, portanto, deve ser Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 39 tratado, experimentado, problematizado, conhecido e transformado. Entre outros temas como a dança, os jogos, as lutas, a capoeira e o esporte, a Ginástica manifestase de modo articulado com as aspirações, projetos e relações existentes em nossa sociedade e, em qualquer circunstância, é uma forma de expressão não verbal de valores, idéias, concepções, saberes e práticas sociais. (MARCASSA, 2004, p.173). Que de acordo com Soares et. al. (1992, p.77), a ginástica como uma forma de exercitação, provoca: “Valiosas experiências corporais, enriquecedoras da cultura corporal das crianças, em particular e, do homem, em geral”. Dessa forma, torna-se necessária, pois é uma prática permeada por um significado cultural por abarcar a “tradição histórica do mundo ginástico”, permitindo aos alunos darem sentido às suas exercitações ginásticas. Para Coletivo de Autores (1992), a expressão corporal é uma linguagem, um conhecimento universal, patrimônio da humanidade e, como tal, precisa ser transmitido e assimilado pelos alunos na escola, pois a sua ausência impede que o homem e a realidade sejam compreendidos em sua totalidade. Enfatizando que a ginástica desde os primórdios é considerada útil para melhorar a saúde, sustentar valores e aumentar a força, sendo ela competitiva ou não, deve ser praticada pelos alunos nas aulas de educação física para o aperfeiçoamento dos seus condicionamentos físicos, motores e cognitivos. 2.1.2 A Educação Física Escolar e a ginástica A educação física escolar agrega diversos saberes a serem tratados, como dança, jogos e brincadeiras, esportes, lutas e ginástica (Soares et al., 1992). Todos são de grande importância para área, portanto, carecem de ser estudados. Que de acordo com os Parâmetros curriculares nacionais: As ginásticas são técnicas de trabalho corporal que, de modo geral, assumem um caráter individualizado com finalidades diversas. Por exemplo, pode ser feita como a preparação para outras modalidades, como relaxamento, para manutenção ou recuperação da saúde ou ainda de forma recreativa, competitiva e de convívio social. Envolvem, ou não a utilização de materiais e aparelhos, podendo ocorrer em espaços fechados, ao ar livre e na água. Cabe ressaltar que é um conteúdo que tem uma relação privilegiada com “Conhecimentos sobre o corpo”, pois, nas atividades ginásticas, existem varias técnicas de ginástica que trabalham o corpo de modo diferente das ginásticas tradicionais (de exercícios rígidos, mecânicos e repetitivos), visando à percepção do próprio corpo: ter consciência da respiração, perceber relaxamento e tensão dos músculos, sentir as articulações da coluna vertebral (BRASIL, 1997, p 48). Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 40 Souza (1997) acrescenta que, a ginástica possui um alto valor educativo por seus aspectos sociais, recreativos e de saúde, pois abre espaço para a criatividade, estimulando a participação de qualquer ser humano, independente de raça, nível social, idade, sexo, condicionamento físico ou técnico. Além dos fatores mencionados, a autora também destaca o aspecto lúdico, como sendo uma das principais características da ginástica. Levando em consideração que é na escola que os alunos vão adquirir, vários conhecimentos, esta tem por responsabilidade estar de acordo com os conteúdos ministrados, os materiais utilizados e um espaço físico adequado. A escola, na perspectiva de uma pedagogia crítica superadora aqui defendida, deve fazer uma seleção dos conteúdos da Educação Física. [...] Para que isso ocorra, devemos analisar a origem do conteúdo e conhecer o que determinou a necessidade de seu ensino, levando a considerar na seleção de conteúdos a realidade material da escola, uma vez que a apropriação do conhecimento da Educação Física supõe a adequação de instrumentos teóricos e práticos, sendo que algumas habilidades corporais exigem, ainda, materiais específicos. (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.43) Já na perspectiva da linguagem corporal, é o objeto da Educação Física que, na escola, tem por objetivo: [...] desenvolver uma reflexão sobre o acervo de formas de representação do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, mímica e outros, que podem ser identificados como formas de representação simbólica de realidades vividas pelo homem, historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 26). Contudo aprender ginástica na escola é um conteúdo indispensável, e significa, segundo Ayoub , apud Freitas e Rinaldi (2008, p.08): “Estudar, vivenciar, conhecer, compreender, perceber, confrontar, interpretar, problematizar, compartilhar, apreender as inúmeras interpretações da ginástica para, com base nesse aprendizado, buscar novos significados e criar novas possibilidades de expressão gímnica.” Segundo Daolio “[...] é possível discutir o corpo como construção cultural, já que cada sociedade se expressa diferentemente por meio de corpos diferentes” (1995, p.36). Pois segundo Marcassa (2004, p.171) Quando nos referimos ao corpo e às práticas corporais, estamos falando de uma linguagem muda, porém carregada de sons, imagens, palavras, cores, odores, Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 41 sensações, percepções, valores, conhecimentos, sentidos e significados. Estamos pensando um tipo de gramática que emana do corpo, uma narrativa composta de movimentos, gestos, posturas e expressões não verbais que, articuladas e seqüenciadas, configuram o que podemos chamar de linguagem corporal, intimamente vinculada ao corpo e às suas possibilidades de comunicação. E de acordo com Ayoub (2003, p. 84) a ginástica quase não existe na escola devido a preconceitos e por serem atividades extremamente difíceis. Afirma ainda “[…] que o processo de limitação que vem ocorrendo na educação física escolar brasileira, restringindo seu conteúdo ao esporte e deixando de lado a ginástica (entre outros temas da cultura corporal), é muito séria e preocupante.” Assim, Ramos e Viana (2007, p. 23), destaca que, muitos professores não têm experiências com a ginástica e outros conteúdos, trabalhando muitas vezes somente com esportes coletivos (futebol, basquete, vôlei, handebol) com os alunos, limitando-os, assim, de terem outras vivências. Ao consideramos que a ginástica é uma forma de cultura corporal rica em movimentos, que conforme Santos apud Ramos e Viana (2007, p.13) define a ginástica como “[...] um campo abrangente da Ginástica, valendo-se de vários tipos de manifestações, tais como danças, expressões folclóricas e jogos, apresentados através de atividades livres e criativas, sempre fundamentadas em atividades ginásticas”. Contudo a ginástica vem desde sua origem contribuindo para a saúde do corpo e por isso não pode ser um conteúdo sem importância e sem ênfase no contexto escolar. 2.1.3 Os Professores de Educação Física enquanto a prática do conteúdo Ginástica. O professor que está em constante preparo, tanto cognitivo quanto motores, leva aos alunos a compreensão de novos saberes. Que conforme Ramos e Viana (2007, p.23) Muitos professores podem alegar não saberem trabalhar com elementos ginásticos e assim não haver possibilidade de ensinar aos seus alunos na escola, mas acreditamos que assim como em outras modalidades, é necessário um conhecimento para se ensinar, onde é preciso estudar, pesquisar em livros jogos e brincadeiras, e com a ginástica não deve ser diferente. (RAMOS; VIANA, 2007, p. 23) Desta forma, Ghilardi (1998) afirma que: A Educação Física como uma profissão deve se apoiar em profissionais que não possuem apenas a habilidade de executar, mas a capacidade de passar essas Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 42 habilidades a outras pessoas com o objetivo de levá-las ao pleno desenvolvimento de suas capacidades motoras. (p. 254) Segundo Almeida (2005, p. 40), “a ginástica no sistema escolar brasileiro foi implementada a partir de políticas educacionais para atender o modelo produtivo industrializado, o qual exigia novos padrões sociais, econômicos e culturais.” Hoje é possível perceber que o conteúdo ginástica está sendo extinto da disciplina Educação Física e esta vem sendo desvalorizada no currículo escolar. Quando presente, a ginástica [...] apresenta-se com práticas descontextualizadas como “apêndice dos esportes” ou como “aquecimento e preparação física” no início das aulas e das atividades dos jogos esportivos, ou, no final da aula com atividades de relaxamento. Há deficiência de espaços e materiais específicos para a realização das atividades de Ginástica na escola. Os professores se sentem despreparados e desmotivados para tratar do conhecimento da Ginástica. A Ginástica é desenvolvida de forma descontextualizada, com caráter disciplinador, ou como atividade recreativa, desprovida de intencionalidade pedagógica e formativa, ou ainda, como modalidade esportiva, na qual predominam os elementos seletivos, excludentes e sexistas das modalidades esportivas. Os alunos não se identificam com as formas e conteúdos desenvolvidos pelo professor, para eles as atividades desenvolvidas são tediosas e fora de seu alcance e interesse. (ALMEIDA, 2005, p. 46-47). Poucos professores ministram aulas de ginástica escolar, e a Ginástica escolar é ainda menos ensinada e conhecida por parte deles. Darido (2005, p. 74) complementa dizendo que as aulas normalmente baseiam-se em aulas de cunho esportivo porque “os professores experimentaram por mais tempo, e provavelmente com mais intensidade, as experiências esportivas”. Assim, muitos professores não têm experiências com a ginástica e outros conteúdos, trabalhando muitas vezes somente com esportes coletivos (futebol, basquete, vôlei, handebol) com os alunos, limitando-os, assim, de terem outras vivências. [...] na escola a forma de ensino necessita estar na negociação entre o que o professor propõe e o que o aluno acrescenta, confrontando saberes, na simultaneidade dos conteúdos, organizando e reorganizando o trabalho, privilegiando um olhar claro, amplo e profundo sobre o conhecimento. O modo de ensinar está relacionado com as referências de uma teoria pedagógica na qual a metodologia de ensino é uma forma de apreensão/produção/socialização do saber sistematizado. (LORENZINI E TAFFAREL, 2011 p. 5). Nesta direção, ao defendermos que a Ginástica deve ser ensinada nas aulas de Educação Física, queremos dizer que a mesma: [...] configura-se nos currículos atuais como conteúdo estruturante da Educação Física, e seu ensino é de total valia para a educação dos alunos, uma vez que proporciona a capacidade de gerar o conhecimento do corpo através das diferentes Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 43 formas de movimentos, como também a capacidade de expressão corporal, por meio da possibilidade de criação e recriação da própria ação. (PERDOMO, 2011 p. 39). Por isso, o papel enquanto educador é proporcionar aos alunos todos os tipos de conhecimentos e atividades, utilizando todos os conteúdos que a educação física dispõe, agregando assim à ginástica, para que a mesma proporcione benefícios tanto cognitivos quanto motores para esses alunos. 2.2 METODOLOGIA DA PESQUISA De acordo com Ávila (2000) esta pesquisa caracteriza-se como descritiva, uma vez que, tem a finalidade de descrever de forma sistematizada os fatos e características de uma dada população e de uma determinada área de interesse, de maneira real e correta. De forma a proporcionar subsídios para responder aos objetivos deste estudo através da análise quantitativa e qualitativa dos dados coletados. Dessa forma foi realizada uma pesquisa de campo com a aplicação de questionário contendo 06 perguntas abertas e 02 perguntas fechadas, onde obtivemos a participação de 15 professores de educação física que lecionam em escolas Municipal da região norte de CuiabáMT, onde foi investigado e discutido: qual a importância das aulas de ginástica na educação física infantil, como esse conteúdo é trabalhado na escola (se trabalhado), qual a visão que possuem sobre o assunto e o motivo que leva o conteúdo a ser desvalorizado. A partir dessas averiguações, formulamos as perguntas (vide Anexo B), de acordo com as indagações acima citadas, para fazermos posteriormente uma análise desses dados, e assim podermos compreender melhor como as aulas são realizadas nessas instituições e como os professores veem a ginástica dentro do contexto escolar. Apenas participaram da pesquisa os professores que assinaram o termo de consentimento (via Anexo A), autorizando a entrevista e assim contribuindo para nossa pesquisa. 2.2.1 Perfil dos entrevistados A pesquisa teve a participação de 15 professores de Educação Física que lecionam nas escolas Municipais da região norte de Cuiabá-MT, onde foram entrevistados (7) Professoras do sexo feminino, e (8) Professores do sexo masculino, apresentam-se nas faixas etárias: (4) professores entre 20-28 anos, (6) entre 29-40 anos, e (5) entre 41-50 anos, e considerando a Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 44 sua Experiência profissional, temos (6) professores com experiência mais de 10 anos, e (9) professores, com experiência menos de 10 anos. Destes entrevistados (10) professores graduaram em instituição Particular, e (5) professores em instituição Pública. Diante deste perfil, apresentaremos aqui os resultados e discussões relacionados ao nosso objetivo na realização desta pesquisa. 2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Inicialmente quando analisamos, quando perguntamos sobre a sua opinião da importância que a ginástica escolar apresenta para o desenvolvimento infantil, nos faremos aqui representados pelo que Marcassa (2004) classifica para identificar nas respostas dos entrevistados alguma aproximação. Partindo do conceito apresentado por Marcassa (2004) citado na (p.8), que trata da importância da ginástica para o desenvolvimento infantil nos dias atuais como um vasto campo, rico em conteúdos, variado em formações e inesgotáveis possibilidades de expressão corporal, criação, e transformação, permitindo assim a ampliação e interação da prática desse conteúdo. Nesta linha de pensamento encontramos em 12 respostas de professores uma aproximação do que este autor retrata, contudo para descrever as respostas, utilizaremos apenas 2 professores que irão ser representados por esses 12, enfatizando a importância da ginástica escolar para o desenvolvimento da criança. “[...] É Importante pois, promove inúmeros benefícios em todos os aspectos do desenvolvimento da criança, ou seja, nos aspectos cognitivos, físicos e emocionais”. (Profº 5) “[...] É uma excelente metodologia para se obter uma boa expressão corporal, equilíbrio, noção de tempo e espaço, e serve para dar motivação aos alunos e noção para realizar qualquer tipo de esporte”. (Profº 10) Estes professores, assim, destacam a importância da ginástica nas series iniciais, abordando que com a prática desse conteúdo é possível a contribuição para a criança desenvolver e ampliar seu repertório nas habilidades físicas básicas. Na segunda linha de pensamento representado ainda por Marcassa (2004) (p.9), diz que a ginástica no contexto escolar apresenta-se como um tema que insere a cultura corporal, Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 45 portanto deve ser tratado, experimentado, e conhecido entre outros temas, como, a dança, as lutas, os jogos e o esporte, onde a ginástica se manifesta de modo articulado. Nessa mesma linha obtivemos 2 professores com respostas que expressam a mesma idéia. “[...]Dar ao aluno uma noção para qualquer tipo de esporte”. (Profº 13) “[...]É o conteúdo mais importante da Ed. Física, pois dão as habilidades necessárias e os outros conteúdos dependem dela”. (Profº 11) Nas respostas desses professores pudemos observar que esse conteúdo é muito importante pois transmite aos alunos a formação de valores, idéias, saberes e experiências motoras para a prática de outras manifestações da Educação Física. Neste questionamento tivemos um professor não respondeu a esta questão. Quando questionamos sobre o que cada um conhece sobre ginástica escolar, nos orientamos nos autores que nos serviram de base teórica os autores, Soares (1992), Ramos e Viana(2007) e os PCNs (1997), que buscaremos embasar as respostas dos entrevistados. Soares (1992) citado na (p.9), relata que a ginástica escolar, permite aprender valiosas experiências corporais, enriquecendo assim a criança, em particular e, o homem em geral. A partir dessa afirmativa, obtivemos 3 professores com a mesma compreensão em relação a este autor. “[...] Desenvolve o cognitivo do aluno e o psicomotor, ou seja o aluno desenvolve melhor os seus movimentos.” (Profº 4) “[...] Que existe há muitos anos, e contribui para obtenção de ótimos resultados.” (Profº 7) “[...] São ginástica para dar ao aluno coordenação motora geral.” (Profº13) Contudo, esses professores relatam que conhecem a ginástica escolar como um importante conteúdo para o desenvolvimento da criança em geral. Já para Ramos e Viana(2007) (p.11) que alega que os professores podem não saber trabalhar com a ginástica escolar, por não haver possibilidade de ensino-aprendizado, mas enfatiza que esses professores não devem se restringir a conhecimentos adquiridos apenas na sua graduação, mais sim estar em constante aprendizado, para o desenvolvimento desse conteúdo. Onde observamos que 6 professores responderam semelhante ao que o autor alega, dentre essas 6 respostas selecionamos 2 respostas para representá-las. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 46 “[...]Tudo que foi ensinado na minha graduação, e outros pesquisados: rolamentos, parada de mão, estrelas, etc. (Profº 5) “[...] A vivência durante o período da faculdade, noções básicas de movimento. (Profº 9) Estes professores evidenciam que conhecem a ginástica por meio do período de sua faculdade em Educação Física, e que não se restringe só a esse conhecimento, buscando assim novos saberes. Isso também significa, que esses professores não tiveram estas oportunidades no seu tempo de escolares. E de acordo com os PCNs (1997) citado na (p.10), refere a ginástica, como técnica de trabalho corporal, onde podem ser de diferentes formas, como relaxamento, recreativa, competitiva e de convívio social. Nessa linha de pensamento encontramos 3 professores com respostas semelhantes. “[...] Pode ser: aeróbica, com material, olímpica, artística, laboral, natural. Ajuda o aluno no desenvolvimento motor, social, afetivo. (Profº 11) “[...] que existem vários tipos de ginásticas.” (Profº 6) “[...] são técnicas de trabalho corporal, onde podem ser trabalhados de varias formas.” (Profº 10) Dentre os entrevistados 3 dos professores responderam que não conhecem esse conteúdo, ou conhecem pouco. Para analisarmos ainda sobre esta visão e conhecimento dos professores, incluímos em nossos questionamentos se consideravam importante o desenvolvimento deste conteúdo nas aulas e, onde nas orientações bibliográficas dois apresentados por Oliveira e Lourdes (2004) e Ramos e Viana (2007) nos chamaram a atenção, onde teremos como classificação para identificar as respostas dos entrevistados. Quando Oliveira e Lourdes (2004) apresentam que a ginástica integra as diversas manifestações giminicas e outros componentes da cultura corporal, isentando assim, a competição (p.8) conseguimos identificar nas respostas de 02 professores uma aproximação Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 47 do que estes autores nos apresentam, principalmente enfatizando a descaracterização do esporte/competição. “[...] para quebrar paradigmas de que Ed fisica é só bola. (Futebol)” (Profº 5) “[...] para quebrar TABU, de que aula de Ed física é só futebol.” (Profº 6) Esses professores consideram no seu trabalho diversificar os conteúdos na educação física, o que em muitas vezes em algumas práticas, verificamos o desenvolvimento de atividades de esportes, limitando outras vivencias. Quando temos como base o que Ramos e Viana (2007) diz que a ginástica contribui para o desenvolvimento nos aspectos motor, cognitivo, social e afetivo; desenvolvendo capacidades e habilidades que irão ser fundamental para o trabalho de outras vivencias, encontramos 08 professores de educação física delineando a importância do conteúdo ginástica nas suas aulas com esta mesma linha de pensamento. Onde descreveremos apenas as respostas de três professores para representar esses 8 professores. “[...] Para melhorar o desenvolvimento das habilidades motoras, ajuda os alunos a conhecerem suas limitações enquanto movimentos.” (Profº 9) “[...] A ginástica desenvolve habilidades na criança que irá ajudá-la na alfabetização e na social.” (Profº 10) “[...] Porque a criança se movimenta a todo instante e a ginástica contribui para o seu desenvolvimento.” (Profº 15) Enquanto 04 professores dizem que é importante trabalhar com este conteúdo, mas não justificam o porquê. Entre os entrevistados nos deparamos com a resposta do prof. 7, que fugiu na sua justificativa: “que através da ginástica ele obteve resultados com crianças com deficiências.” Achamos interessante pois sendo ele um professor com pouco tempo de atuação na área, conseguiu trabalhar associando este conteúdo para o desenvolvimento da inclusão. Na questão nº 4, perguntamos se os professores trabalham com o conteúdo ginástica nas suas aulas e para quais séries? Nesta questão abordaremos em defesa das respostas dos entrevistados o autor Sales et al. (2011), onde na (p.8), defende que o ensino da ginástica nos ciclos iniciais, ocasiona na criança um desenvolvimento característico de sua motricidade, alem de conduzir a várias mudanças progressivas e profundas para o seu corpo. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 48 Levando em consideração esta afirmativa, obtivemos 12 professores com respostas semelhantes, respondendo que trabalha com o conteúdo da ginástica desde o ensino Infantil. “[...] Sim, educação Infantil.” (Profº 15) “[...] Sim, para todas as etapas do ciclo, desde a Ed. Infantil.” (Profº 5) Embora a maioria dos professores entrevistados responderem que aplicam o conteúdo ginástica nas suas aulas, os mesmos evidenciam que promovem a pratica deste conteúdo na maioria das vezes somente em forma de aquecimento (parte inicial da aula) e alongamento (parte final da aula), e em outros momentos, mais não com frequência, trabalham com alguns elementos da ginástica (como saltos, corrida, exercícios), E suas justificativas vão a favor com o que citamos desde o começo deste texto. Já 3 professores, responderam que não trabalham com este conteúdo. Na questão de nº 05, foi perguntado quais os materiais que são utilizados para a prática da ginástica. Onde destacaremos como referencia para as respostas de nossos entrevistados, o Coletivo de Autores (1992) citado na (p.10), aponta que as escolas devem levar em consideração a seleção de conteúdos a realidade material da escola, levando assim a adequação de instrumentos teóricos e práticos sendo que em alguns conteúdos exijam materiais específicos. Diante dessa afirmativa, encontramos 12 professores com respostas semelhantes. “[...] Na escola não há muitas matérias, mas fazemos improvisos e utilizamos cordas, arcos, lenços, bolões, etc.” (Profº 1) “[...] Corda, bola, bastões, bambolê, colchonete, etc. – mais com o reciclamento de sucatas (pé de lata, bilboquê, tec.)” (Profº 11) Notamos que a escola por não ter muito acesso aos materiais adequados, os professores utilizam de materiais reciclados para a execução das atividades. Também tivemos nesta questão, 3 professores não respondendo a esta questão. Nas questões que se seguem utilizaremos a análise quantitativa para discutirmos suas respostas. Na questão de nº 06, os professores foram questionados se existem dificuldades para a aplicação desta modalidade e, se sim, quais são elas. Dentre os 15 entrevistados somente 3 Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 49 responderam que não tem dificuldade, e o restante levantaram algumas questões conforme citaremos posteriormente. Relatamos os resultados no Figura 1. Dificuldades Encontradas para aplicação desta modalidade 20% Espaço e materiais adequados Pouco ou nenhum interesse dos alunos 13% 67% Muitos alunos por sala Figura 1 - Dificuldades encontradas para a aplicação da Ginástica nas aulas de Educação Física Infantil Fonte: Arquivo pessoal Que conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p.67) Dada a pouca infra-estrutura de muitas escolas, é preciso contar com a improvisação de espaços para o desenvolvimento de atividades específicas de laboratório, teatro, artes plásticas, música, ginástica, esportes, etc.[...]Todo material é fonte de informação, mas nenhum deve ser utilizado com exclusividade. É importante haver diversidade de materiais para que os conteúdos possam ser tratados da maneira mais ampla possível. (BRASIL, 1997, p.67) Na questão de nº 07, perguntamos se os professores já haviam praticado ginástica em algum momento de sua vida e em que momento de sua vida. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 50 Já Praticou Ginástica em algum momento de sua vida? Em qual momento? Só praticaram ginástica no período escolar ou na disciplina da faculdade durante o curso de Educação Física. 6% Durante a infância fez ginástica artística, ginástica rítmica ou balé 27% 67% Nunca praticou ginástica Figura 2 – Já Praticou Ginástica em algum momento de sua vida? Em qual momento? Fonte: Arquivo pessoal A questão de nº 08, foi destinada aos (03) professores que na questão de n.º 4, responderam que não trabalham com o conteúdo ginástico em suas aulas, assim os questionamos para sabermos quais os motivos os quais foram semelhantes apontando que não trabalham com a ginástica em suas aulas pela falta de espaço e materiais adequados, preferindo assim trabalhar com outras manifestações, como o esporte. Através da nossa pesquisa numa análise geral, pudemos analisar como pontos principais que: a) Todos os professores têm uma visão parecida quanto à importância das aulas de educação física no contexto escolar, onde citaram a contribuição no desenvolvimento integral dos alunos, onde ela oferece diversos benefícios como foram citados na questão de n.º 1. b) A maioria tem conhecimento sobre o conteúdo ginástica e seus vários tipos de práticas, desenvolvendo assim as habilidades físicas básicas para o desenvolvimento infantil. c) Observamos que a maioria (12) dos professores entrevistados trabalham com este conteúdo na escola e em suas aulas na educação física infantil, e os outros profissionais não buscaram um maior conhecimento depois de formados. d) A ginástica é considerada importante nas aulas para a grande maioria, mas é interessante analisar que normalmente só a trabalham como forma de aquecimento. e) Dentre os 15 entrevistados, somente 3 respondeu que não tem dificuldade com a aplicação dessa disciplina, e os que responderam sim, que tem dificuldades, apontaram como justificativa a falta de espaço e matérias adequados Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 51 f) A maioria só vivenciou a ginástica no período escolar, e como disciplina da faculdade de Educação Física. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao iniciarmos este trabalho, destacamos que as aulas de educação física escolar, normalmente utilizam-se mais do conteúdo esporte do que de outras atividades, mesmo que para crianças menores. Acreditamos que os professores escolhem atividades que mais se identificam e dominam, e essas são, em sua maioria, as esportivas. Deste modo, a ginástica como conteúdo da educação física escolar é pouco trabalhada neste ambiente. Diante da pesquisa de campo que realizamos, pudemos identificar que os professores (em sua maioria), trabalham com alguns elementos da ginástica (como saltos, corrida, exercícios), somente em forma de aquecimento (parte inicial da aula) e alongamento (parte final da aula). E suas justificativas vão a favor com o que citamos desde o começo deste texto. Sabemos que muitos fatores influenciam os alunos nas escolhas de suas atividades, como a mídia, por exemplo, que destacam com mais ênfase algumas modalidades esportivas que alcançam melhores resultados para o país (ex. voleibol, futebol e a própria ginástica artística (competitiva), que acabam gerando maior interesse por parte deles). Constatamos então que as aulas de ginástica são pouco praticadas. Por isso a ginástica escolar tem como intuito quebrar esses paradigmas, concepções de que ela é destinada para poucos, e demonstrar que todos podem e devem praticá-la. Isso porque ela é uma ginástica de demonstração e extrapola os objetivos da competição. Através deste trabalho, não pretendemos ir contra as modalidades competitivas, mas ampliar o universo de possibilidades dentro das aulas, tendo o esporte como um dos conteúdos e não o único. Assim, optamos divulgar a ginástica escolar como um conteúdo possível no ambiente escolar, e os diversos benefícios que ela pode proporcionar para o desenvolvimento infantil durante todo o trabalho. Concordando com os autores descritos neste trabalho, alegam que a ginástica promove diversos benefícios como: diversidade cultural (danças, folclore, jogos, esportes...), facilidade de trabalhar com materiais convencionais e não-convencionais, ausência de competição, todos podem participar independente de idade, sexo, altura, flexibilidade. A criatividade é fundamental, onde se necessita da colaboração de todos e promove interação social agregadas à cooperação, amizade, respeito a si próprio e ao colega, bem estar físico e mental, entre outros. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 52 Nesta pesquisa 12 professores do total de 15 que entrevistamos trabalham com a ginástica escolar nas aulas de educação física infantil, e acreditam que é importante de ser ensinada e trabalhada com os alunos no seu desenvolvimento integral, onde realizam atividades pensando nos aspectos motor, cognitivo, social e afetivo, mas quando questionados sobre a dificuldade de aplicação desse conteúdo, somente 3 responderam que não tem dificuldade com a aplicação dessa disciplina, e os que responderam sim , que tem dificuldades, apontaram como justificativa a falta de espaço e matérias adequados. Analisando as respostas através do questionário, observamos que alguns professores até conhecem a ginástica escolar, mas praticaram somente na faculdade ou a confundem com outros tipos de ginástica. Chegamos à conclusão deste trabalho, considerando que atingimos os objetivos e hipóteses a princípio propostos, com a certeza de que adquirimos bons conhecimentos para nossa formação profissional, mas sabendo que o caminho a ser percorrido ainda é longo, sendo esta apenas mais uma etapa. Como perspectiva de novos trabalhos, podemos sugerir projetos de inclusão da ginástica escolar, com adequação de matérias e espaço para a possível pratica para as redes de ensino estaduais, municipais e particulares, com alunos de todas as idades, inclusive as das series iniciais. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Roseane Soares. A ginástica na escola e na formação de professores. 2005. 215f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2005. 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Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 55 GINÁSTICA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO FÍSICA: OPINIÕES DE ALUNOS DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL *Auxiliadora Miranda Mendonça ** Rosemary Pereira de Oliveira RESUMO O objetivo deste estudo foi identificar na opinião dos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental, sobre as aulas de Ginástica na Educação Física, considerando alguns aspectos como: participação nas aulas de ginástica; a importância da ginástica para o seu desenvolvimento físico; se a escola possui materiais para a prática da ginástica; se gostam de participar das aulas com os colegas; se usam roupas adequadas para as aulas práticas; e como são as aulas de ginástica na opinião deles. Este artigo trata de uma pesquisa quantitativa, feita com a utilização de questionário compreendendo 06 questões fechadas, com amostras de 34 estudantes de ambos os sexos de uma escola da rede Municipal de Cuiabá- MT. Os resultados encontrados se apresentaram: 94,1% dos alunos participam das aulas de ginástica Educação Física. 97% acham o ensino da ginástica importante para o se desenvolvimento físico. 91,2% diz que as escolas possuem materiais para a prática da ginástica. 97% gostam de participar das aulas de ginástica com os colegas. 61,8% usam roupas adequadas para as praticas da ginástica. 97% consideram as aulas de ginástica na educação física “boa”. Através dessa pesquisa pode-se constatar que os alunos gostam das aulas de ginástica e se sente bem com a prática. Palavras Chaves: Ginástica. Educação Física. Ensino Fundamental. 1 INTRODUÇÃO A Educação Física é uma prática pedagógica que, na escola, trata do conhecimento de uma área chamada de cultura corporal, configurada com temas e formas de atividades expressivas, tais como: os esportes, as ginásticas, as lutas, os jogos e as danças, as quais formam o que se chamam cinco culturas corporais da Educação Física (SOARES et alii 1992). Estas possibilitam a ampliação e a diversificação dos conteúdos, além da apropriação de novos saberes e conhecimentos. A ginástica, portanto, é um conhecimento identificador da área da Educação Física, e deve ser problematizado no currículo da sua fase inicial (educação infantil) até a final (ensino médio) do Ensino Básico. Assim, o problema desta pesquisa é responder, qual é a opinião dos alunos do 4º ano do ensino fundamental sobre o conteúdo de ginástica na educação física. Para tal, este estudo convida os educadores a repensar pedagogicamente a Educação Física, ______________________________ * Graduanda em Educação Física pelo AUM. ([email protected]). ** Professor Orientador. Esp. em Educação Física. AUM.([email protected]). Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 56 Proporcionando possibilidades de desenvolvimento e de reflexão quanto a suas práticas. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs): As ginásticas são técnicas de trabalho corporal que, de modo geral, assumem um caráter individualizado com finalidades diversas. Por exemplo, pode ser feita como a preparação para outras modalidades, como relaxamento, para manutenção ou recuperação da saúde ou ainda de forma recreativa, competitiva e de convívio social. Envolvem, ou não a utilização de materiais e aparelhos, podendo ocorrer em espaços fechados, ao ar livre e na água. Cabe ressaltar que é um conteúdo que tem uma relação privilegiada com “conhecimentos sobre o corpo”, pois, nas atividades ginásticas, existem varias técnicas de ginástica que trabalham o corpo de modo diferente das ginásticas tradicionais (de exercícios rígidos, mecânicos e repetitivos), visando à percepção do próprio corpo: ter consciência da respiração, perceber relaxamento e tensão dos músculos, sentir as articulações da coluna vertebral. (BRASIL, 1998, p. 70) Durante a prática de estágio supervisionado em escola juntamente com outros colegas, percebi o quanto é importante o ensino da ginástica para o aperfeiçoamento físico, cognitivo, afetivo e social dos alunos. A ginástica na fase infantil quando trabalhada adequadamente, traz para a criança, conhecimento, e consciência para manter uma vida saudável na vida adulta. Para Ayoub apud Feliciano (2011, p 18), a Ginástica é uma importante manifestação cultural na medida em que possibilita ao aluno vivenciar, conhecer, compreender, problematizar algumas questões, como romper com padronização de movimentos técnicos e sugere resignificação dos gestos. Para a autora o ensino com a Ginástica na escola é importante que sua prática vá ao sentido de possibilitar participação de todos respeitando limites individuais e coletivos. É neste contexto que o objetivo deste trabalho é verificar o ensino da ginástica nas aulas de educação física na opinião dos alunos do 4º ano do ensino fundamental. E os objetivos específicos são: Identificar através dos PCNs a importância da inclusão da ginástica nas aulas de educação física para o desenvolvimento do aluno; Compreender a Educação Física como um componente do currículo escolar; Investigar o que os alunos do ensino fundamental necessitam nas aulas de educação física para o aprendizado da ginástica. Na Escola, é a Educação Física que proporciona possibilidades de movimento, pois é a área de conhecimento que tem como objeto de estudo e intervenção, o movimento humano, atendendo às necessidades de cada fase do desenvolvimento da criança durante a sua infância. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 A GINÁSTICA EM QUESTÃO. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 57 Para dar suporte teórico e compreender de que forma a bibliografia atual trata o conteúdo ginástica no contexto escolar, organizou-se o referencial teórico, inicialmente a Ginástica no desenvolvimento infantil, a Educação Física como conteúdo Escolar, em seguida tratando da especificidade do conteúdo Ginástica Educação Física e o Ensino Fundamental. 2.1.1 A Ginástica e o desenvolvimento Infantil A ginástica é um conceito que engloba modalidades competitivas e não competitivas, e envolve a prática de uma série de movimentos exigentes de força, flexibilidade e coordenação motora. Segundo Galahue apud Leite (2012), na infância, as crianças desenvolvem rapidamente uma série de habilidades que são fundamentais, como os movimentos unilaterais e bilaterais. As habilidades motoras básicas são o rolar, o equilibrar-se, o saltar e o girar. Isso contribui para a concentração, a disciplina, o respeito e para as características dos domínios cognitivos e socioafetivo. Piaget apud Lauresi e Brandl (s/a), Nos colaca que um fator essencial do desenvolvimento da criança está na experiência física e esta, deve ser variada. A ginástica se apresenta como uma das atividades fundamentais para que isto aconteça, pois se baseia tanto na conquista do conhecimento motor, sensível e intelectual, quanto na construção da personalidade da criança/adolescente. É importante citar neste capitulo o que as Diretrizes curriculares apontam em relação à Ginástica. Ginástica deve dar condições ao aluno de reconhecer as possibilidades de seu corpo. O objetivo de ensino desse conteúdo deve ser as diferentes formas de representação da Ginástica. Espera-se que os alunos tenham subsídios para questionar os padrões estéticos. A busca exacerbada pelo culto ao corpo e aos exercícios físicos bem como os modismos que atualmente se fazem presentes nas diversas pratica corporal, inclusive na Ginástica. (DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS GERAIS PARA EDUCAÇÃO FISICA, 2010, p.67). É importante destacar que as Diretrizes Curriculares Nacionais são normas que orientam o planejamento curricular das escolas e sistemas de ensino, fixadas pelo Conselho Nacional de Educação por meio da Câmara de Educação Básica, sendo assim é dever do professor de Educação Física tomar conhecimento que a Ginástica é componente curricular. Os PCNs conceituam a Ginástica como: [...] técnicas de trabalho corporal que de modo geral, assumem um caráter individualizado com finalidades diversas. Por exemplo, pode ser feita como Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 58 preparação para outras modalidades, como relaxamento, para manutenção ou recuperação da saúde ou ainda de forma recreativa, competitiva e de convívio social. Envolvem ou não a utilização de materiais e aparelhos, podendo ocorrer em espaços fechados, ao ar livre e na água (BRASIL, 1998, p.70). Ao se compreender a importância desse processo, percebe-se que a função do professor é proporcionar aos alunos atividades que contemplem todos esses aspectos que influenciam no desenvolvimento, porem é preciso criar meios para adequar as atividades, considerando as possibilidades e limitações, relacionando com a idade cronológica, fisiológica e emocional de cada criança. 2.1.2 A Educação Física como conteúdo curricular Situar a Educação Física no tempo e espaço escolar é fundamental para que possamos no final das reflexões compreenderem as diversas manifestações abordadas hoje no currículo. Atualmente, consta na LDB que: A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; maior de trinta anos de idade; que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969; que tenha prole. (Lei nº 10793 de 1º de dezembro de 2003 que altera o parágrafo 3º do art. 26 da LDB 9394/96). A partir dessa lei, a Educação Física aparece nas matrizes curriculares na Base Nacional, comum em todas as escolas e passa por adaptações curriculares. Para sustentação maior, em 1996 surgem os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), que a respeito da educação física nos apresenta: A Educação Física, dentro do que se propõem nos Parâmetros Curriculares Nacionais, é a área do conhecimento que introduz e integra os alunos na cultura corporal do movimento, com finalidades de lazer, de expressão de sentimentos, afetos e emoções, de manutenção e melhoria da saúde. (BRASIL, 1998, p. 62) Assim a Educação Física enquanto componente curricular da Educação básica deve assumir então a tarefa de: introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la, e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade da vida. A escola, de acordo com (Rocha et alii 2010) é o local responsável pela construção e divulgação do conhecimento, promovendo o processo de ensino-aprendizagem e, durante as Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 59 aulas, o professor cria oportunidades para que o aluno assimile, de forma prazerosa, esse conhecimento, desenvolvendo habilidades e atitudes que possibilitem a criticidade e o desenvolvimento de suas capacidades cognoscitivas. Silva e Krug expressam a importância da Educação Física na Educação Básica quando apresentam: A Educação Física Escolar como disciplina pedagógica e componente curricular, possui um compromisso com a educação e formação integral do aluno, desempenhando um papel fundamental na escola com a finalidade de contribuir para a experimentação da cultura do movimento humano e suas variantes do se movimentar, de acordo com as necessidades, possibilidades e interesses, pois a escola enquanto instituição autônoma determinará os objetivos a serem alcançados e, portanto a disciplina de Educação Física faz parte deste contexto. (SILVA E KRUG, 2008, p. 70). A Educação Física deve assumir a responsabilidade de formar um cidadão capaz de posicionar-se criticamente diante das novas formas da cultura corporal de movimento, o processo de aprendizagem deveria ocorrer de forma que o aluno compreendesse sua realidade e fosse capaz de refleti-la, a Educação Física na escola tem um papel muito importante para o aluno na busca da compreensão do que está acontecendo em sua volta e consigo mesmo. 2.1.3 A Ginástica, educação física e o ensino fundamental. A prática do movimento nas séries iniciais é um caminho para que a criança compreenda melhor suas habilidades e consiga adaptá-las a outras atividades dentro e fora da escola. Na educação física escolar, especificamente a partir da primeira série os objetivos mais trabalhados são o desenvolvimento das habilidades motoras, através da recreação e o lúdico; na segunda série a recreação deve ter mais um caráter de interação, como também, da ampliação do desenvolvimento das habilidades motoras. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), os objetivos a serem trabalhados no primeiro ciclo (primeira e segunda série) devem estar embasados na participação de diferentes atividades corporais sem discriminações quanto ao desempenho dos colegas; conhecendo algumas de suas possibilidades e limitações corporais e buscando estabelecer metas para melhorá-las. Na terceira série os objetivos mais trabalhados são a recreação, a interação e o desenvolvimento das habilidades motoras com maiores desafios; na quarta série, ainda permeando o trabalho lúdico e ampliação do desenvolvimento das habilidades motoras. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 60 Ainda orientando-se pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), a criança, no segundo ciclo (terceira e quarta séries), deve, entre outros objetivos, participar de atividades corporais, adotando atitudes de respeito mútuo, sem discriminações e violência, conhecendo os limites de seu próprio corpo como também, analisando os padrões de estética, beleza e saúde, o que irá contribuir para compreender sua inserção em seu contexto. (Gallardo et alii 2010) relata que a escola, como local voltado para a educação, deve proporcionar nas aulas de Educação Física um saber fazer das praticas corporais e um saber sobre esse fazer, ou seja, superar a pratica pela pratica e conscientizar-se de que não há pratica neutra, pois nela estão implícitas ou explicitas filosofias, visões de mundo, valores e interesse. Deste modo fica claro que o conteúdo ginástico necessita e deve ser confrontada com a Dança, com o Jogo, com esporte, com as lutas identificando as diferenças visíveis a partir do trato simultâneo de ambos os conteúdos no decorrer do semestre. 2.2 METODOLOGIA DA PESQUISA Trata-se de um estudo quantitativo, tendo como intuito conseguir informações e conhecimentos acerca do problema. A amostra foi composta por 34 estudantes de ambos os sexos, sendo 16 do sexo masculino e 18 do Feminino, com a faixa etária de 08 á 11 anos de idade, sendo estes alunos do 4º ano do ensino fundamental do período vespertino de uma Escola Municipal de Cuiabá-MT, situado na regional sul. Utilizou-se como instrumento de coleta um questionário com 06 perguntas fechadas, pois segundo Barros e Lehfeld (2004), o questionário apresenta a vantagem de atingir um grande número de pessoas investigadas, além de poder direcionar as perguntas ao objetivo principal da averiguação, dando respostas mais diretas e exatas confirmando ou contrariando as hipóteses levantadas. Os dados do presente estudo foram tratados estatisticamente, tabulados em planilha de dados Office Word e Excel 2007 e apresentados através de Tabelas. Assim foram avaliadas as seguintes variáveis: idade; sexo; série; turno; a participação nas aulas de ginástica; a importância da ginástica para o desenvolvimento físico; se a escola tem materiais para a prática da ginástica; avaliação do aluno em participar das aulas com os colegas; roupa adequada para as aulas pratica; e como são as aulas de ginástica. 2.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 61 Tabela 1. Refere-se ao quesito: “Você participa das aulas de Ginástica nas aulas de Educação Física?”. Respostas Alunos % Sim 32 94,1 Não 02 5,9 Total 34 100 Conforme os dados da tabela 1 verifica-se que entre os alunos do 4º ano do ensino fundamental a participação nas aulas de ginástica na educação física é relativamente alta 94,1% dos alunos responderam que “Sim”, que participam das aulas de ginástica, e 5,9% destes alunos respondeu “Não”, não participam das aulas de ginástica. Conforme os PCNs (1998), os princípios que norteiam a Educação Física, tem como meta a inclusão do aluno na cultura corporal de movimento, por meio da participação e reflexão concretas e efetivas. Sendo desta forma, fica evidente que nas aulas de Ginástica o percentual que realmente não se integram com o conteúdo, é relativamente pequeno, mostrando assim que á inclusão do aluno, o resultado mostra que está havendo uma grande inclusão do aluno na cultura corporal de movimento. Tabela 2. Refere-se ao quesito “Você acha importante o ensino da ginástica para o seu desenvolvimento Físico?”. Respostas Alunos % Sim 33 97,0 Não 01 3,0 Total 34 100 Na Tabela 2, mostra que 97,0% dos alunos responderam que “Sim”, acham importante o conteúdo de ginástica para o seu desenvolvimento físico, quanto 3,0% responderam “Não”. Segundo os PCNs (1998), a Ginástica tem que trazer ao aluno vivência de situações em que se faça necessário perceber, relacionar e desenvolver as capacidades físicas e habilidades motoras presentes na ginástica esportiva e acrobática (estrelas, rodantes, mortais etc.); Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 62 Com os dados acima se pode afirmar que a maioria dos alunos entende a importância da Ginástica para o seu desenvolvimento físico, e entendem o valor da Educação Física para a saúde. Tabela 3. Refere-se ao quesito “A escola tem materiais para a prática das aulas de ginásticas?”. Respostas Alunos % Sim 31 91,2 Não 03 8,8 Total 34 100 Na Tabela 3 acima, 91,2% dos alunos julgam que a escola dispõe “Sim” de materiais para a prática das atividades de ginástica, enquanto 8,8% dos alunos acham que “Não”, que a escola não dispõe de materiais. Dentro dos resultados obtidos, vemos o quanto é importante que a escola disponha de materiais didáticos, pois estes podem ser um fator para a participação nas atividades, ainda mais se forem propicio para a prática, podendo contribuir muito para o desenvolvimento das crianças e melhorando as aulas na Educação Física. Tabela 4. Refere-se ao quesito “É legal participar das aulas de ginástica com os seus colegas?”. Resposta Alunos % Sim 33 97,0 Não 01 3,0 Total 34 100 Na da Tabela 4, revelam que 97,0% dos alunos responderam que “Sim” sentem-se bem em participar das aulas de ginástica com os seus colegas. Quanto 3,0% destes respondeu que “Não”, que não sentem bem em participar da aula Ginástica com os colegas, não tendo nenhuma afinidade. Conforme os PCNs, ao final do Ensino Fundamental o aluno deve ser capaz de participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando características físicas e de desempenho de si próprio e dos outros, sem discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 63 Tabela 5. Refere-se ao quesito “Você procura usar roupas adequadas para as aulas prática?” Respostas Alunos % Sim 21 61,8 Não 13 38,2 Total 34 100 Na Tabela 5, verifica-se que entre os alunos cerca de 61,8% responderam que “Sim”, usam roupas adequadas para as aulas práticas de ginástica na Educação Física. 38,2% responderam que “Não”. No entanto, aos pontos que não são afirmativos, ao uso adequado de roupas para as aulas de ginástica na Educação Física, pode estar associado às condições financeiras do aluno, tendo em vista que a maioria das crianças é de famílias carentes da região, tendo assim pouca condição de vestir e calçar os filhos. Tabela 6. Refere-se ao quesito “Como você acha que são as aulas de Ginástica?” Respostas Alunos % Boa 33 97,0 Ruim 01 3,0 Total 34 100 Conforme os dados da Tabela 06 verifica-se que 97,0% dos alunos responderam diretamente que são “Boa” as aulas de ginástica na Educação Física. Somente 3,0% dos alunos responderam que é “Ruim”, sendo desta forma um percentual relativamente pequeno que realmente não se integram com as aulas de ginástica. A criança tem necessidade de andar e saltar, e a ginástica pode dar possibilidade e meio para isso, levando á um processo que poderá despertar o gosto saudável pela prática, bastando apenas criatividade por parte dos professores nas aulas de ginástica na Educação Física. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto das perguntas, e da pesquisa efetuada com os alunos do 4º ano do Ensino Fundamental de uma escola Municipal desta Capital, percebe-se que a ginástica está sendo tratada de uma forma positiva nesta escola, e que já é um conteúdo que faz parte da Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 64 prática pedagógica de alguns professores. Constou-se através do questionário que os alunos do Ensino Fundamental gostam das aulas de ginástica e se sentem bem com a prática. Com isto, constatamos que os professores devem buscar o conhecimento sobre o assunto, transformando assim as aulas de Educação Física em atividades menos esportivizadas, possibilitando para os alunos a vivência da Ginástica como prática corporal importante para sua vida. A ginástica pode integrar inúmeras possibilidades entre elas agrega alunos pela sua característica inclusiva, criativa e expressiva. Assim cabe ao professor entender/executar as práticas possíveis para a formação integral dos alunos, para a formação de futuros cidadãos autônomos e mais criativos. REFERÊNCIAS BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física / Brasília: MEC /SEF, 1998.114 p. ________. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação Câmara de Educação Básica Resolução Nº 4, de 13 de Julho de 2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. 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LAURESI, Leda B; BRANDIL, Carmem Elisa H. Ginástica: Divergência e Convergência desta Manifestação da Cultura Corporal no Contexto Escolar. Disponível em:< http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1914-8.pdf Acesso em 23/02/2013. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 65 LEITE, Tatiane C; O Olhar da Criança para Vivencia da Ginástica Artística na Educação Física Escolar. Disponível em:< http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/674/308 Acesso em 20/02/2013. MARQUES, Simone M. Manual para elaboração do Artigo Científico. Cuiabá: AUM, 2013. Disponível em:< http://www.fauc.com.br/ >. NISKIER, Arnaldo. LDB – Lei de Diretrizes e Bases – a nova Lei da Educação. 8ª edição. Ed. Consultor, 1998. ROCHA, Y.F.O. Piaget na sala de aula: uma abordagem lúdica. Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI. Publicado em 07 de março de 2009. 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Mostra em seu esboço que a proposta pedagógica facilita o aprendizado dos alunos no ato de conhecer, valorizar, respeitar a diferença nas manifestações de cultura corporal do Brasil e do mundo. Cabe então, investigar a problemática:” Questionar se na visão dos professores é possível à adesão da capoeira nas aulas de educação física”. Em sua introdução relata que esta prática é utilizada como instrumento educacional para auxiliar os discentes no desenvolvimento da capacidade física, intelectual, moral possibilitando à socialização dos envolvidos. A metodologia aplicada caracteriza-se pela perspectiva qualitativa, utilizado como técnica de coletas de dados através de entrevistas. A amostra deste estudo foi composta por 20 professores de educação física que ministram aulas em 10 escolas na rede estadual no bairro da grande Morada da Serra, na capital de Cuiabá-MT. Quanto ao resultado a capoeira se encontra no contexto atual das escolas estaduais locais, e tem um significado importante para os professores dessas escolas, que conforme esta pesquisa exploratória teve a liberdade de dizem que não tiveram a disciplina de lutas na sua formação (Acadêmica). Palavras-chave: Capoeira. Educação Física. Professor. 1 INTRODUÇÃO A capoeira é utilizada como instrumento educacional muitas vezes para auxilia os alunos no desenvolvimento da capacidade física, intelectual, moral possibilitando à sua socialização. E é neste contexto que surgiu a problemática desta pesquisa, questionando se na visão dos professores é possível à adesão da capoeira nas aulas de educação física? De acordo com os Parâmetros Curriculares nacionais (PCNs) da Educação Física, (BRASIL, 1997), é mencionado o tema Pluralidade Cultural, que aponta para o aprendizado do aluno em: conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações de cultura corporal do Brasil e do mundo. Segundo Calçado (2009, p. 4), a capoeira na escola tem a parceria da educação física com o objetivo de trabalhar o condicionamento físico, motor, com harmonia e o respeito, para alcançar um desenvolvimento completo. Através dos movimentos da capoeira a criança poderá facilmente conhecer o seu próprio corpo, gestos e ritmos que são associados na capoeira que fortalece a integração dos que praticam, ajudando nas noções espaço-tempo, introduzindo regras, atitude, interesse e cuidado com a famílização o próprio corpo, também “em seu universo simbólico e motor, tendo mistura de música a religião, isso faz com que aja interações entre os mesmo, movimentos acrobáticos, que a tornam bastante privativo”,”ou * Acadêmico do Curso de Educação Física da Faculdade AUM. Professora Orientadora do curso de Educação Física da Faculdade AUM. ** Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 67 seja”, próprio de uma pessoa fazendo da capoeira uma pluralidade com o lúdico e do combate, que tem como característica o jogo, luta e dança. E é neste contexto que se objetivou verificar a visão dos professores sobre a adesão da capoeira nas aulas de educação física. Para tanto se selecionou os objetivos específicos como: identificar o papel da educação física no âmbito escolar; Relacionar os benefícios da capoeira nas aulas de educação física, como manifestação cultural; e verificar a formação do professor. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 A CAPOEIRA EM QUESTÃO A educação física escolar vem passando por várias mudanças principalmente na formação profissional dos professores de educação física, pois, os mesmos devem estar abertos a novas atividades das práticas pedagógicas no contexto escolar, caracterizando e redirecionando o metodológico. No âmbito dessas transformações da capoeira no espaço escolar, segundo Soares (2004, p.02) “o conceito do movimento da cultura corporal, elaborado por elementos como: a dança, o jogo, o esporte, a ginástica, as lutas e a capoeira”, essas características apresentam de maneiras diferentes e devem ser desenvolvidos pelos docentes na educação física escolar. Dentre esses conteúdos, a luta tende a ser considerado um conteúdo extracurricular, mas entra também a religiosidade dos pais dos alunos, administradores de escolas e até mesmo de alguns docentes, por não possuírem um conhecimento concreto a respeito dessa luta como deve ser trabalhado ou utilizado dentro do âmbito escolar. 2.1.1 A capoeira e sua história Segundo Silva (2003, p.35), “a capoeira tem sua origem, ou pelo menos seus primeiros sinais de luta, no Brasil Colônia os negros escravos foram trazidos à força da África Ocidental para o Brasil”. Com os maus tratos com os negros eles tiveram a necessidade de se defenderem e terem resistência à opressão dos capitães do mato e os proprietários de terras, as técnicas foram fundamentais para a criação de defesa e ataque com os seus opressores, para Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 68 poder ter meios de se confrontar com seus opressores (feitores e capitães do mato). Geralmente estes confrontos ocorriam nas fugas dos escravos, nos lugares de mato ralo das selvas, ou seja, nas capoeiras. Daí a origem do nome de capoeira. No cativeiro, os negros tiveram que disfarçar a luta em dança, com a introdução de instrumentos musicais e movimentos cadenciados, para poderem praticá-la sem suspeita, embora alguns senhores permitissem aos senhorinhos, como eram chamados os filhos dos senhores de engenho, o aprendizado da luta. Com a abolição da escravidão em 1888, e o emprego nas lavouras de café de mão de obra estrangeira (italianos, alemães, japoneses), os negros recém “libertados”, vagavam sem rumo, fazendo biscates. (SOARES, 2004, p 34) Fica também proibida a pratica da capoeira, considerada “Circunstância agravante pertencer à capoeira a alguma banda ou malta” (YAHN, 2009, p 41). Mesmo com sua proibição a capoeira não acabou; ela continuou acontecendo de forma clandestina e marginalizada principalmente nas cidades de Salvador, Recife e Rio de Janeiro. Era grandemente perseguida pela polícia, e, era comum a deportação de capoeiristas para ilhas e presídios. Mas com o decorrer do tempo a capoeira sofre uma transformação muito importante, com Manoel dos Reis Machado o “Mestre Bimba”, com o efeito de usufruir de um mestiço e de defesa da capoeira como "legítimo esporte brasileiro”, já incorporado por defensores intelectuais brasileiros, consolidou o "embranquecimento simbólico da capoeira", envolvendo e somando varias prática de movimentos de artes marciais orientais e ocidentais, como karatê, Jiu-Jítsu e luta greco-romana, trocando a ritualidade da luta manhosa pela agilidade e eficiência (SOARES, 2004, p. 28). Uma capoeira rasteira cheio de mandinga1 foi liderada por Vicente Ferreira Pastinha, o "mestre Pastinha", defendendo o resgate da ancestralidade africana da capoeira, a luta manhosa que recebeu o nome de Capoeira Angola. Ao contrário do pensamento do mestre Bimba, Pastinha defende uma nova filosofia da capoeira em prática, baseado em um jogo mais simbólico e subjetivo, e contendo ainda o misticismo, companheirismo de jogo e respeito absolutos às regras que o contém na mesma (MUNARO, 2007, p. 55). Desta forma, os dois mestres, que defendem os dois estilos diferentes de jogar capoeira que são: Pastinha na capoeira angola e Bimba na capoeira regional, os estilos contribuíram para uma nova capoeira que atualmente é chamada de capoeira contemporânea 1 Indivíduo das mandingas, raça de negros cruzada com elementos berbere-etiópicos (os mandingas eram considerados grandes mágicos ou feiticeiros). Extraído do site: <www.dicio.com.br>. Acesso: 21/06/2013. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 69 (SIMÕES, 2006, p. 36). Como nos relata (BARBOSA, 2009), nessa época muitas personalidades da vida política e social da Bahia foram alunos do Mestre Bimba. Através de algumas delas, Bimba levou a “Capoeira Regional” até o palácio do governo em “1953” o general Juracy Magalhães era Interventor. Ganhou respeito e admiração da autoridade máxima do Estado e abriu caminho para uma demonstração para o Presidente da Republica, Getúlio Vargas onde o mesmo ficou tão emocionado com a música, ritmo e jogo, na ocasião, declarou que a capoeira é o único esporte verdadeiramente de cunho nacional. Mestre Bimba foi quem fundou a primeira academia de capoeira no Brasil, em Salvador (ARAES, 1983, p. 64), ele acrescentou movimentos de arte marciais e treinamento sistemático à capoeira, que passou a ser conhecido como estilo Regional. Na mesma época Mestre Pastinha divulgava uma capoeira como jogo matreiro2, de disfarce, estilo conhecido com Angola. E foi através destes dois mestres que a capoeira passou a ser conhecida em todo Brasil. A capoeira chega ao século XX como mais uma alternativa para os professores de educação física escolar. Apesar de que o processo ensino aprendizagem sempre esteve presente na escola e na capoeira é uma coisa puxando a outra, a partir da década de 30, com outra forma diferente de ensino, a partir de um ambiente com as portas fechadas, através de aulas sistematizadas e pagamentos mensais pelos ensinamentos da capoeira. Os mestres da capoeira trabalham agora no campo educacional, variando a forma de dar aula, acrescentando mais golpes (movimentos) dentro da capoeira para que o aluno sinta prazer nas aulas de práticas corporais, outras vezes como defesa pessoal, lutas, ginástica, posteriormente e como esporte. (AREAS, 1983, p. 13). Ao profissional habilitado em Educação Física estes devem primar pela sua criatividade assim, poderão trabalhar a capoeira na perspectiva de exploração do ritmo, conhecimento do seu corpo, utilizando o desenvolvimento dos movimentos corporais fundamentais, a ginga (dança e o jogo) e a ludicidade através da música. Com a mesma interpretação de fatos Lemos e Naressi (2010, p. 40), descreve que a capoeira e ludismo são dimensões que tem muito de afinidade entre aquilo que as crianças fazem e aquilo que elas desejam. Dê acordo Lemos e Naressi (2010, p. 41) dizem que o projeto capoeira na escola trabalha a estrutura que direciona o esporte, o exercício e o trabalho psicológico sobre o 2 adj. e s.m. Gír. Ardiloso, astucioso, velhaco. Extraído do site: <www.dicio.com.br>. Acesso: 21/06/2013. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 70 estresse, procurando privilegiar os valores éticos e estéticos dentro da proposta educativa e metodológica do ensino, estimula os alunos aterem um melhor aprendizado, levando os alunos a terem uma capacidade de formação de pessoas críticas e conscientes de sua própria história. 2.1.2 Educação Física e a Capoeira A capoeira pode contribuir no processo pedagógico e didático, a evolução do saber tornado mais específico, isto se afirma nas palavras de Lemos e Naressi (2010, p 40) que nas aulas de Educação Física, o ritmo, elemento potencialmente explorado na musicalidade da capoeira e a sua mandinga nos movimentos no espaço/tempo, desenvolvendo aprendizagem dos conteúdos tendo mais contato com o geral que relacionam a capoeira com o legado cultural perpassado através de instituição escolar. É importante mostrar os desenvolvimentos as possibilidades didáticas em aulas de Educação Física a partir dos conteúdos da capoeira, como uma cultura corporal de movimento. Segundo Vieira (2010, p. 17), a Capoeira inicialmente foi inserida na escola como uma atividade extracurricular, ganhou seu espaço nos currículos escolares através dos parâmetros curriculares nacionais da educação física (PCN), como parte dos conteúdos de lutas presentes na Educação Física Escolar. Este autor ainda ressalta que, em algumas escolas, as aulas de capoeira são oferecidas pelos "amigos da escola", mas não nos horários das aulas de Educação Física. A capoeira, por ser eminentemente prática, enfocando no jogo da roda um de seus momentos mais sublimes e característicos, e por se consolidar a partir de movimentos corporais, funciona como importante agente facilitador no trato com o movimento na educação física. A capoeira pode contribuir no processo pedagógico e didático no campo de educação física, pois o ritmo, elemento potencialmente explorado na musicalidade e movimentos da capoeira, tem o poder gerador de impulso de movimento espaço/tempo, desenvolvendo a aprendizagem que esta relacionada na capoeira com o legado cultural através da instituição escolar. (VIEIRA, 2010, p. 43), Segundo os PCNs (2007, p. 24), o ser humano, desde suas origens, produziu cultura. Uma história de cultura de movimentos e que é parte de um contexto em que se produzem e reproduzem conhecimentos. O conceito de cultura é como produto da sociedade e como Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 71 processo dinâmico que vai constituindo e transformando a coletividade à qual os indivíduos pertencem, para definir certo saber, ilustração, refinamentos de maneiras. Derivaram daí conhecimentos e representações que se transformam ao longo do tempo. Resinificadas, suas intencionalidades, formas de expressão e sistematização constituem o que se pode chamar de cultura corporal de movimento. Dentro desse universo de produções da cultura corporal de movimento, algumas foram incorporadas pela Educação Física como objetos de ação e reflexão: os jogos e brincadeiras, os esportes, as danças, as ginásticas e as lutas, que têm em comum a representação corporal de diversos aspectos da cultura humana (PCNs, 2007, p 27). O PCN (2007, p. 29) trabalhar na área da Educação Física tem seus fundamentos, como o cognitivo, do movimento, concepções socioculturais de corpo e, a natureza do trabalho que é desenvolvido na educação física tornando intimamente compreendido desses conceitos. A educação física tendo a sua historia de origens militares, pois de primeiro não era utilizado para fins educativo, mas de propaganda do governo sendo todos os ramos e níveis de ensino voltado ao esporte de alto rendimento, mas com os mecanismos de manutenção do status consta na sociedade brasileira contribuíram na prática como a reflexão teórica no campo da Educação Física trabalhando os conceitos de corpo e movimento aos seus aspectos fisiológicos e técnicos. Segundo o autor Quadros (2008, p. 53) o mesmo recorre aos PCNs Brasil (1997), que retrata a questão e nos diz que a Educação Física como área de conhecimento da Cultura Corporal do Movimento e a Educação Física Escolar é um componente curricular e que a capoeira faz parte da pluralidade cultural do nosso país. Os PCNs, Brasil (1997) entendem que a Educação Física como área de conhecimento da Cultura Corporal do Movimento e a Educação Física Escolar é um componente curricular e que a capoeira faz parte da pluralidade cultural do nosso país. 2.1.3 Professor de Educação Física e a pratica da capoeira Ao profissional da educação, cabem os compromissos e interesses pedagógicoeducacionais, para poder ampliar, redimensionar e exercitar a capoeira nas aulas de educação física, com uma critica perspectiva em sua realidade, para identificar no contexto educacional sua relevância sociopolítica, engrandecendo os treinos, ampliando à competição e ao rendimento esportivo, para um conceito amplo que leve em consideração da prática da educação física contexto escolar (KUNZ, 2006, p.58). A capoeira como cultura de movimento, está vinculada ao “se movimentar” do homem Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 72 concreto, que tem história, que tem origem, que tem contexto, que tem vida, que tem classe social, enfim, o ser humano por sua natureza tem necessidade de se movimentar em busca da emancipação e da liberdade (KUNZ, 2006, p. 61). Conforme Sampaio (2005, p.109) para que a Educação Física consiga sua legitimidade dentro da escola como disciplina, é necessário que a formação dos professores de Educação Física seja discutida e revista dentro do ambiente acadêmico, no sentido de incluir o seu papel enquanto profissional de educação, pois “sendo assim, a intervenção do professor não pode ser inconsciente, fazendo-se necessário a este estar em processo contínuo de formação”, entendendo que para alcançar a legitimidade é necessário compreender o esporte como um componente da Educação Física e esta não podendo se restringir a um único conteúdo a ponto de serem confundidos como a mesma coisa. O foco da educação física é a interdisciplinaridade nas aulas práticas ou teórica que só será positiva quando estiverem claros para o professor físico quais são as finalidades da educação física, o professor tem de ter a preocupação de envolver o aluno em suas aulas buscando as questões relacionadas à cultura corporal e as suas características específicas (DARIO 2011, p 07). O principal papel da educação física é oferecer atividades, exercícios, experiências de movimento adequadas ao nível de crescimento e desenvolvimento dos alunos, a fim de que a aprendizagem das habilidades motoras seja alcançada e que futuramente as crianças não venham sofrerem sem as principais habilidades. A criança deve aprender a se movimentar para adaptar-se às demandas e exigências do cotidiano em termos de desafios motores (DARIO 2011, p. 06). O principal modo de ensinar é um instrumento pedagógico, um meio de ensiná-lo, pois enquanto joga ou brinca a criança aprende. Sendo que este aprender deve ocorrer num ambiente lúdico e prazeroso. A educação física é entendida como uma disciplina que trata de um tipo de conhecimento de cultura corporal, que tem como temas o jogo, a ginástica, o esporte e a capoeira (DARIO 2011, p. 15). Conforme Neira e Nunes (2006, p. 246), os mesmos buscam transfiguração entre a cultura de movimento da criança e a procura de novos conhecimentos, novas metas de ensino, novos comportamentos dentro do ambiente escolar. Proporcionamos em buscar trazer as brincadeiras da nossa infância, através do movimento corporal para dentro do ambiente estudado, com incentivo de respeito a cultura e preservação dos costumes em que vivemos. O professor tem de utilizar varias estratégias como instrumento de motivação, brincadeiras já conhecidas, brincadeiras adaptadas, bem como utilizar a recreação como meio facilitador das atividades em aula e diferentes formas de dirigir tarefas, criando um vínculo afetivo com o aluno (CAVALLARI, 2006, p. 40). Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 73 Conforme Cavallari (2006, p. 43) o emprego do jogo e do lúdico é um fator importante para o desenvolvimento global da criança, a brincadeira consegue interagir com diversas disciplinas e através delas (englobar/socializar). O que se coloca, não é a organização do ensino a partir dos conteúdos da educação física, isto também é importante. Mas o desenvolvimento de uma prática pedagógica centrada no entendimento do processo de construção da sociedade vem ajudar a estimular a coordenação motora da criança (NEIRA; NUNES, 2006, p. 246). Os conteúdos deixam de ser assim um fim em si mesmos, promovendo a ampliação de conhecimentos dos alunos, interação com o cotidiano de cada um e interação com a realidade (NEIRA; NUNES, 2006 p 245). Segundo Freire (1996), o bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não monótona. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas. O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas. (FREIRE, 1996, p. 96). Salienta-se que o professor contemporâneo, com raras exceções, em suas aulas deve buscar reflexões para as mudanças, para a autonomia, para a liberdade possível numa abordagem global, buscando trabalhar com o lado positivo dos alunos e para a formação de um cidadão do bem e futuramente de seus deveres e de suas responsabilidades sociais. 2.2 METODOLOGIA DA PESQUISA Para Gil (2010, p.42), a pesquisa “[...] é descobrir respostas para as problemáticas diante do emprego de procedimentos científicos”. E foi com base nesta perspectiva que este trabalho utilizou a pesquisa qualitativa, onde “os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente” (GIL, 2010, p. 43). O estudo caracteriza-se como pesquisa exploratória que de acordo com Gil (2010, p. 45) “visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses”. Foi utilizado como técnica de coleta de dados a entrevista semiestruturada. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 74 As entrevistas semi-estruturadas é a combinação de perguntas abertas (subjetivas) e fechadas (objetivas), onde o informante tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto da pesquisa. O pesquisador deve seguir um conjunto de questões previamente definidas, mas ele o faz em um contexto muito semelhante ao de uma conversa informal. Segundo Gil (2010) o entrevistador deve ficar atento e no momento que achar oportuno, fazendo perguntas adicionais caso assim precisar para elucidar questões que não ficaram claras ou ajudar a recompor o contexto da entrevista. Esse tipo de entrevista é muito utilizado quando se deseja delimitar o volume das informações, obtendo assim um direcionamento maior para o tema, intervindo a fim de que os objetivos sejam alcançados. Os entrevistados responderam um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que ao ser assinado, autoriza o pesquisador a realizar os procedimentos previstos na metodologia. Este documento tem com objetivo principal esclarecer e proteger o sujeito da pesquisa, assim como, o pesquisador, por este meio manifesta seu respeito à ética no desenvolvimento do trabalho. A amostra deste estudo foi composta por 20 professores de Educação Física que ministram aulas em 10 escolas da rede Estadual da Grande Morada da Serra, bairro de Cuiabá-MT. As informações que foram coletadas por meio de um questionário estruturado contem cinco questões que visão responder as indagações propostas aqui. Após estas informações foram organizados para melhor interpretação dos resultados. Cabe lembrar que durante a realização desta pesquisa houve certa dificuldade num primeiro contato, dificultando assim a realização desta pesquisa. 2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a realização desta pesquisa foram entrevistados vinte (20) professores de Educação Física em dez (10) escolas, todas da rede estadual da Cidade de Cuiabá-MT. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 75 Tabela 1. Professores de Educação Física que participaram desta pesquisa considerando a idade, o sexo, a formação acadêmica, o vínculo empregatício e a experiência profissional*. VARIÁVEIS n % Idade (anos) 20 a 30 31 a 40 41 a 50 > 51 04 05 06 05 20 25 30 25 Sexo Masculino Feminino 14 06 70 30 Formação Acadêmica Graduado Pós-Graduado Pós-Graduado em outra Área 20 11 02 100 55 10 Vinculo Empregatício Efetivo Contratado** 11 09 55 45 Experiência Profissional*** Iniciantes (<3 anos) Experientes (>3 anos) 09 11 45 55 *Tabela adaptada de Silva (2012). **Admitido em caráter temporário; ***Como Professor de Educação Física. Os vinte (20) professores de educação física foram numerados em algarismo romano de I a XX para ser citados sem negligência. Para esta pesquisa foi utilizado o método qualitativo, é um dos métodos no qual consiste em buscar as descrições detalhadas das respostas dos professores sobre o tema questionado. Entretanto, foi selecionada 5 (cinco) respostas de cada quesito, que represente significativamente a resposta dos quesitos aqui indagados. Os professores responderam cinco quesitos, onde o primeiro quesito foi se a capoeira poderia ser trabalhada junto às aulas de educação física. "Sim, por ser parte integrante da cultura brasileira" (Profº. I). Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 76 “Sim, porque a capoeira está totalmente relacionada com a corporeidade, com a dança, contribuídos que fazem com que os alunos se desenvolvam no aspecto motor, psicológico e social" (Profº. XI). "Sim, pois, nela pode-se trabalhar a disciplina que é de muito valor para o indivíduo na sua formação" (Profº. IV). “Vai melhorar a parte motor e cognitivo do aluno” (Profº. VI). "Sim, porque ajuda na coordenação motora geral e na socialização da criança" (Profº. VIII). Observou-se que as respostas a indagação acima citadas pelos professores pesquisados possuem de certa forma, a resposta “sim”. Deixando claro, a ênfase sobre a cultura brasileira, desenvolve habilidades motoras, cognitivo e a socialização entre os alunos. Pode-se citar Lemo e Naressi (2010, p 40) que afirma: [...] ao profissional habilitado em Educação Física estes devem primar pela sua criatividade assim, poderão trabalhar a capoeira na perspectiva de exploração do ritmo, conhecimento do seu corpo, utilizando o desenvolvimento dos movimentos corporais fundamentais, a ginga (dança e o jogo), a musica através da ludicidade. Sabe-se que a capoeira tem o foco fundamentado em exercícios de movimentos corporais que é uma ótima aliada com estratégia pedagógica, por apresentar um vasto conjunto de conhecimento da cultura brasileira, podendo contribuir e ampliar o ensino e aprendizado. Portanto, a adesão da capoeira na escola é para contemplar a interação do eu com o outro. O segundo quesito foi a respeito da prática da capoeira na escola, poderia trazer mudanças nos comportamentos dos alunos. "Sim, pois contribui na formação do aluno principalmente na parte disciplinar" (Profº. II). "Sim, os alunos aprendem muitas regras” (Profº. IV). "Sim, pois a capoeira trabalha o (aspecto) social, e assim como qualquer modalidade de luta quando trabalhado o verdadeiro sentido da prática com os alunos podem mudar completamente o comportamento dos alunos" (Profº. XI). "Sim, além de a capoeira trabalhar com o psicomotor trabalha também com o cognitivo e o afetivo das pessoas" (Profº. XIII). "Sim, disciplina e respeito" (Profº. XVII. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 77 Como nas respostas dadas na questão anterior, todas as respostas deste quesito também foram “sim”. Cabe ressaltar, que a capoeira pode ser adotada também como recurso pedagógico para inibir práticas que resultem em preconceito ou atos discriminatórios, considerados crimes segundo a legislação brasileira. Contudo, nem por isso a discriminação deixou de existir, ao menos veladamente; estando presente, seja por razões religiosas, raciais, de classe social, identidade de gênero ou identidade sexual. Derivaram daí conhecimentos e representações que se transformam ao longo do tempo. Resinificadas, suas intencionalidades, formas de expressão e sistematização constituem o que se pode chamar de cultura corporal de movimento. Dentro desse universo de produções da cultura corporal de movimento, algumas foram incorporadas pela Educação Física como objetos de ação e reflexão: os jogos e brincadeiras, os esportes, as danças, as ginásticas e as lutas, que têm em comum a representação corporal de diversos aspectos da cultura humana (PCNs, 2007, p 27). O comprometimento do professor de educação física em sua metodologia didática deve focar na relação respeito professor x aluno, para que tenha maior número de participação dos alunos e assim possam construir conhecimentos com base na valorização da bagagem dos saberes desses envolvidos em sua prática. No terceiro quesito foi sobre o ponto de vista dos professores pesquisados quanto a aprendizagem dos alunos que praticam capoeira se podem ter melhoras. "sim, toda atividade que vem a ter a participação do aluno na escola, traz uma melhoria na aprendizagem e acredito que a capoeira é capaz disso" (Profº. X). "Sim, disciplina, responsabilidade e compromisso. Toda modalidade de lutas e individuais ajudam para tal!” (Profº. XII). "Sim! por que a capoeira ajuda no desenvolvimento motor, e conscientiza o aluno que a capoeira é uma luta" (Profº. XIV). "Sim, por ter elementos complexos que ajudam e melhoram a performa do aluno" (Profº. XX). "Melhora a parte motora, cognitiva e afetiva do aluno" (Profº. VI). Neste quesito as respostas vem somar com as dadas anteriormente, onde colocam claramente que a capoeira ajuda na “disciplina, responsabilidade, compromisso, desenvolvimento motor, cognitivo e afetividade”, foram algumas a melhoria mencionada. As relações humanas, embora complexas, são peças fundamentais na realização comportamental e profissional de um indivíduo. Desta forma, a análise dos relacionamentos entre professor/aluno envolve interesses e intenções, sendo esta Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 78 interação o expoente das consequências, pois a educação é uma das fontes mais importantes do desenvolvimento comportamental e agregação de valores nos membros da espécie humana. (FREIRE, 1996, p. 9) A capoeira no contexto lúdico é uma modalidade de suma importância no desenvolvimento da criança, que interagirem com as brincadeiras avançando nos aprendizados das inúmeras disciplinas que são impostas a elas. Na questão quatro, onde se indaga sobre a capoeira nas aulas de educação física pode vir ajudar na aprendizagem dos alunos. "naturalmente vai melhorar o desenvolvimento motor, físico e cognitivo do aluno" (Profº. VI). “sim, pois aprendendo disciplina, regras elevam o nível do ensino aprendizagem" (Profº. IV). "A capoeira é uma atividade que melhora muito o desenvolvimento, do aluno tanto motora, como na concentração, compreensão de ritmo, musicalidade e assim por diante" (Profº. X). "Sim, pela disciplina trabalhada nas aulas" (Profº. XX). "Sim, porque o aluno irá aprender a ter disciplina respeito, que irá ajudar muito na aprendizagem do aluno" (Profº. V). As respostas aqui apresentadas pelos professores pesquisados mostraram que mesmo reconhecendo a capoeira como conteúdo curricular da Educação Física, verificou-se concepções distorcidas sobre a função desta modalidade no contexto escolar, em que, muitas vezes é entendida como atividade auxiliar no controle “disciplinar”. Das 5 (cinco) respostas selecionadas 3 (três) mencionam a “disciplina” na resposta. O professor, educador da era industrial com raras exceções, deve buscar educar para as mudanças, para a autonomia, para a liberdade possível numa abordagem global, trabalhando o lado positivo dos alunos e para a formação de um cidadão consciente de seus deveres e de suas responsabilidades sociais (SIQUEIRA, 2005, p 15). A capoeira, prima por apresentar a importância do conhecimento do histórico da cultura brasileira trazendo em seu esboço desde a colônia, onde os escravos gingavam às escondidas para se descontrair, passou pelo Brasil imperial e percorreu na era do mestre Bimba até a data de hoje por gerar no seu brincar o respeito mútuo. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 79 O quinto quesito foi, se o professor mescla a capoeira nas suas aulas de educação física. "passo os conhecimentos teóricos” (Profº. III). "Sim, na escola trabalha por modalidade e também lutas" (Profº. XII). “Já tentei, mas hoje só passo a teoria" (Profº. XV). “apenas a teoria" (Profº. XVI). "Desejo em levar esse contexto dentro das aulas por ser uma aula rica em conhecimentos culturais e aprendizagem motora" (Profº. XVIII). Verificaram-se nas respostas deste quesito, que os professores estão dispostos a fazer a capoeira nas suas aulas, entretanto, muitos mencionaram que ministram apenas a teoria, não dando ênfase a prática desta modalidade. O principal papel da educação física é oferecer experiências de movimento adequadas ao seu nível de crescimento e desenvolvimento, a fim de que a aprendizagem das habilidades motoras seja alcançada. A criança deve aprender a se movimentar para adaptar-se às demandas e exigências do cotidiano em termos de desafios motores. (DARIO, 2011, p 06) A capoeira se encontra no contexto atual das escolas estaduais locais, e tem um significado importante para os professores dessas escolas, em algumas escolas pode até não ser prática, mas os professores dão uma grande ênfase na teoria, se for por parte de pátio, as escolas estaduais têm área muito grande e alguns professores dizem que não tiveram a disciplina de lutas na sua formação (Faculdade). 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS A capoeira na escola tem a sua valorização através da contribuição de conhecimentos principalmente através da manifestação da cultura corporal, pois, as aulas devem ser ministradas pelos professores de educação física no contexto escolar, a Capoeira como um instrumento pedagógico é um meio para a aprendizagem cognitiva, que aplica a ludicidade, a multiplicidade, que nela se encontra inserida. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 80 A participação da Capoeira em fatos históricos, afetivo, cognitivo, políticos e socioeconômicos do Brasil vêm sendo apresentada, através dos movimentos mais naturais as mais complexas. Por isso, é que foi abordada a adesão da capoeira no contexto escolar, como luta do respeito, do esporte, da dança, do desporto, como manifestações folclóricas que já conhecemos como: Maculele, Puxada de Rede, Samba de Roda, e também como arte cênica (teatro), podendo ser entendida e compreendida como modalidade de instrumento pedagógico aplicada nas questões históricas sociais. Os instrumentos e símbolos que existe no jogo da Capoeira são: berimbau, música, ginga, a roda e movimentos básicos, notados como símbolos de valores para a capoeira e que chama a atenção dos alunos em qualquer lugar principalmente dentro do conteúdo pedagógico. A capoeira trabalha com a coordenação motora, desenvolve o equilíbrio, a expressão corporal, ritmo e a musicalidade, respeito com a individualidade, limite de cada envolvido e permite que os alunos passem a conhecer o próprio corpo, através da fase do desenvolvimento, do som e da dança, ganham habilidades que poderão ser utilizados a vida toda. REFERÊNCIAS AREIAS, Almir das. O que é Capoeira? São Paulo: Brasiliense, 1983. 113 p. (Coleção Primeiros Passos). BARBOSA, Fayson Rodrigo Merege, http://www.edfeportes.com - Mestre Bimba o fundador da Capoeira Regional. Revista Digital – Buenos Aires – Año14 – nº 133 – junio 2009. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. v. 7 educações física, Brasília: MEC, 1997. CALÇADOS, Gilberto Carneiro. A prática da capoeira no ensino formal e no ensino informal. Monografia apresentada ao curso de Educação física faculdade governador Ozanam Coelho. 2009. CAVALLARI, V. M. (Org.). Recreação em ação. São Paulo: Ícone, 2006. 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O artigo teve como base a pesquisa quantiqualitativa, os resultados foram levantados através de um questionário entregue aos professores. Foi feito uma análise dos dados e em primeiro momento, foi visto que é de extrema importância que o professor de educação física conheça a respeito de sua metodologia aplicada. Para tal, procurou-se saber se os mesmos estudaram em sua graduação as metodologias de ensino para a educação física, assim sendo, todos foram unânimes em responder que estudaram ou conhecem sobre tais metodologias. Porém, teoricamente mais da metade assinalou as abordagens renovadas como sendo a mais utilizada em suas aulas, mas na prática todos, ainda utilizam o esporte tradicional como a principal atividade desenvolvida acabando por obscurecer todas as outras. Vale ressaltar que a escola especificamente, o diretor e o coordenador, fariam toda a diferença se fizessem realmente seu papel que é incentivar o professor a fazer o diferencial em suas aulas para beneficio dos alunos. Palavras-chave: Abordagens Pedagógicas. Educação Física. Ensino Médio. 1 INTRODUÇÃO Nas escolas da atualidade, o ensino da educação física, especificamente direcionada ao ensino médio, tem-se visto abordagens diferenciadas quanto ao método aplicado. Com diferentes tendências e abordagens trouxe em pauta diferentes opiniões e visões por parte dos profissionais em buscar uma linha metodológica que atenda as necessidades dos alunos. Motivo este, justifica-se pelas diferentes tendências e abordagens que trouxeram em pauta diferentes opiniões e visões por parte dos profissionais em buscar uma linha metodológica que atenda as necessidades dos alunos. Outro fator bastante relevante foram as repercussões de transições e modificações que surgiram em função da aprovação da nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases) deixando a entender por parte das escolas como uma disciplina optativa de participação. A Educação Física no ensino médio aparece contemplada na atual estrutura curricular da Educação brasileira dentro da área de Linguagens e Códigos e suas Tecnologias, citando a * Acadêmica do curso de Educação Física da Faculdade AUM. Professora do curso de Educação Física da Faculdade AUM. ** Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 84 importância das atividades físicas e desportivas quanto ao domínio do corpo como forma de expressão e comunicação (PCN, 2000). Sendo assim, ela deve fazer parte da educação como um todo, não sendo considerada uma matéria dispensável do currículo rotulada por muitas escolas, mas uma matéria rica para o desenvolvimento cognitivo, físico e psicossocial do aluno do Ensino Médio. Uma vez que o ensino médio é caracterizado como uma etapa final da educação básica deve-se considerar o papel desta área inclusa neste contexto. Assim sendo, quais são as abordagens pedagógicas utilizadas para o planejamento e desenvolvimento das aulas de educação física no ensino médio? Como principal objetivo deste trabalho busca-se identificar as principais abordagens utilizadas para planejar e ministrar as aulas de educação física no ensino médio das escolas estaduais da grande morada da serra e especificamente, verificar se o professor tem conhecimento sobre sua metodologia e saiba recolher dentro das abordagens metodologias na qual a sua está inserida. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 ABORDAGENS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR O fazer pedagógico é um tema que gera muita discussão. Cada professor se identifica com determinados métodos e formas de abordar os diversos assuntos que serão desenvolvidos no contexto educacional; cada um possui seu próprio fazer para atingir os objetivos educacionais de qualquer que seja a disciplina em discussão. Segundo Bagnará (2012) fala que cada professor utiliza a abordagem que julga ser a mais interessante ou adequada para o ensino do esporte, da cultura corporal de movimento ou das atividades sugeridas para a aula especificamente. E, as abordagens são determinantes para “o fazer e agir” pedagogicamente. E, especificamente na área da educação física, as principais opções de fazer e agir pedagogicamente estão ligadas à abordagem tradicional ou renovadora. 2.1.1 Abordagens Pedagógicas Tradicionais Na abordagem tradicional o esporte é a base como principal atividade desenvolvida nas aulas. Traz a idéia de que o esporte na escola, na maioria das vezes não é trabalhado com objetivos educacionais, mas, sim, com objetivos de selecionar os mais habilidosos para treinar a técnica esportiva específica para participar de competições, um método que na maioria das Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 85 vezes, excluía os que não possuíam habilidades ou destrezas, trazendo consigo lembranças ruins da educação física em outros sentimentos de inferioridade, incapacidade. A educação física é alvo atualmente de algumas políticas voltadas para o meio esportivo. Sobre as políticas de “desenvolvimento” da área, Bracht e Almeida afirmam: As relações entre a educação física e o esporte são geradoras de tensões já que se constituem em dois universos simbólicos distintos, nem sempre compatíveis. Estas tensões refletem-se também no âmbito das políticas públicas. Historicamente, a educação física vai ser objeto de atenção e intervenção tanto de políticas públicas educacionais quanto esportivas. (2003, p. 88). A abordagem tradicional tem uma visão totalmente mecânica do movimento humano e, consequentemente da vida humana. Dentro dessa visão mecanicista, historicamente, as aulas de educação física eram planejadas e desenvolvidas baseadas na utilização de um dos três métodos de ensino mais difundidos dentro da abordagem tradicional: método global, método analítico ou parcial e método misto. De certa forma, esses não são utilizados somente para ensinar a educação física, mas estão presentes em muitas outras áreas do conhecimento. No método global apresenta-se uma situação de jogo, onde os elementos técnicos e táticos são evidenciados. A vantagem do método global em relação ao método parcial é que o envolvimento do aluno com as atividades proporciona um elevado nível de motivação. (MESQUITA, 2000, p. 74) O método analítico ou parcial é caracterizado pela apresentação de tarefas Fragmentadas em partes e apresenta uma orientação da teoria behaviorista. Nesse caso, o aluno conhece cada elemento que compõe os fundamentos do jogo para que depois possam ser adicionados aspectos mais complexos, já que o método analítico sintético, como é conhecido, parte da idéia da evolução do conhecido para o desconhecido, do fácil para o difícil, do simples para o complexo e da divisão do movimento em fases funcionais (GRECO,1998). O método misto é uma espécie de fusão do método global com o método analítico. Consiste em ensinar uma destreza motora pelo método global, isto é, apresentando todo o seu conjunto, e retornar para alguma parte da destreza que o estudante tenha dificuldade de realizar ou compreender. O método situacional, que é adotado basicamente para o ensino e aprendizagem de situações específicas de jogo, visa oportunizar ao aluno uma construção do conhecimento tático-técnico das diversas modalidades esportivas, dando ênfase maior aos esportes coletivos. (KRÖGER; ROTH, 2002) Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 86 O método tático, segue um modelo que basicamente critica os métodos mais tradicionais, principalmente o método global e o analítico. Enfatiza a necessidade do ensino dos esportes coletivos em programas de educação física curricular por envolver a construção e compreensão do conhecimento dos mesmos. (CORRÊA; SILVA; PAROLI, 2004). Neste método não se vê muita mudança em relação aos outros demonstrando quase que nenhum benefício para o ensino da educação física, muitos outros métodos foram sugeridos mais não foram utilizados de forma consistente para ensinar a educação física na escola, alguns ainda por serem repetitivos fazendo parte de uma abordagem mais renovadora. Assim, esta sugestão de aulas enaltece limitando apenas a esportivização na qual, vem batendo de frente com as verdadeiras propostas para a educação física escolar. Medina em seu relato reflexivo cita: Produzimos, às vezes, atletas espetaculares sem nos darmos conta do processo de desumanização que envolve os rituais para sua produção. O esporte, nesse sentido, ao invés de ser um agente dinâmico de aproximação da saúde integral, de educação libertadora ou de uma cultura corporal-esportiva que poderia promover a compreensão e a solidariedade entre as pessoas, mais parece seguir em direção contrária (2011, p. 144-145). Diante disso, fala-se de repensar na intenção dessa pedagogia e ser revista. Pois, sua forma de trabalho dentro da escola poderia prejudicar o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes. Trabalhar modalidades esportivas, visa perfeição da técnica, à organização tática e à vitória. A educação física tem um universo de abrangência de conhecimentos que podem ser trabalhados num âmbito cultural. Moreira comenta: Abordando um campo bem mais amplo, além da educação física escolar, como consequência da educação mecanicista, que é acrítica, podemos afirmar que se formam economistas, mas não possuímos justiça social; formam-se bacharéis em medicina, mas a população não tem saúde; os advogados saem das escolas de direito, mas as leis promulgadas por eles não legitimam as relações entre os seres humanos; temos políticos que passaram por diversos bancos escolares, com fluentes discursos, no entanto não se sensibilizam com as necessidades do ser humano. Claro, isso vai muito além da educação física, porém tal situação poderia ter sua mudança iniciada a partir da mesma (MOREIRA, 2011, p. 34). Dentro desse contexto, os métodos da abordagem tradicional não permitem muito espaço para debates. Afinal, acreditamos que o esporte é uma das atividades mundiais que mais movimenta dinheiro, seja para pagamento de atletas e treinadores, seja para exploração de marcas como patrocínio e, principalmente, vendas de artigos e implementos esportivos. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 87 Assim como muitos, acabam sendo engolidos pelo poder de persuasão que a mídia possui e frustrados quando não conseguem obter a tão sonhada profissionalização no esporte de rendimento propagado aos quatro ventos pela maioria dos professores “tradicionalistas”. Sabe-se que atualmente o público escolar que frequenta as aulas de educação física mudou. A inclusão de portadores de deficiência é uma realidade em escolas não específica para este trabalho, que atendem qualquer público, porém, se faz necessário a necessidade da atualização profissional e utilização de abordagens renovadoras para o atendimento para todo e qualquer público composta na educação física. De certa forma, acreditamos que a tentativa de rompimento com os preceitos da abordagem tradicional da educação física está contemplada na maioria das abordagens renovadoras, as quais apresentaremos a partir de agora. 2.1.2 Abordagens Pedagógicas Renovadoras O surgimento destas abordagens metodológicas se deu pelo fato comum de romper com o modelo mecanicista, esportivista e tradicional que acompanhou a área nas escolas brasileiras longo tempo de tempo, principalmente no século passado. Esse movimento se deu a partir da década de 1980, embora os anos oitenta do século passado tenham sido tomados como referência para identificar a crise da educação física, sabemos hoje que este movimento já aparecia, de forma embrionária (FENSTERSEIFER, 2001). Para entender essa progressão na metodologia a psicomotricidade surge em 1970, como um movimento mais articulado em contraposição aos modelos anteriores. Nele, o envolvimento da Educação Física é com o desenvolvimento da criança, com o ato de aprender, com os processos cognitivos, afetivos e psicomotores, buscando garantir a formação integral do aluno. (DARIDO e RANGEL, 2011) A abordagem desenvolvimentista é classificada que todo comportamento humano pertence a um dos três domínios: domínio cognitivo, domínio afetivo-social e domínio motor sendo que a maioria dos comportamentos existe a participação dos três domínios. Ao mencionar posicionamento dessa abordagem na Educação Física Escolar, o autor nos afirma que: Se a Educação Física pretende atender as reais necessidades e expectativas da criança, ela necessita, antes de mais nada, compreender as suas características em termos de crescimento, desenvolvimento e aprendizagem, visto que a não observância destas características conduz freqüentemente ao estabelecimento de objetivos métodos e conteúdos de ensino inapropriados. (TANI et al, 1988, p.135). Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 88 A abordagem construtivista fala de privilegiar o conhecimento que a criança já possui resgatando a cultura infantil, valorizando as experiências, construindo seu conhecimento a partir da interação com o meio, assim sendo o aluno adquire autonomia pra resolução de problemas onde o jogo bem como o conteúdo deve conter estratégias para o alcance desse ensino. Go Tani expressa sua idéia da seguinte forma: A Abordagem Desenvolvimentista foi elaborada procurando apresentar à comunidade uma possibilidade de desenvolver a Educação física escolar tendo como base os conhecimentos acadêmico-científicos produzidos por uma área de investigação denominada de Comportamento Motor - mais especificamente Aprendizagem Motora, Desenvolvimento Motor e Controle Motor – conhecimentos esses referentes ao significado, ao mecanismo e ao processo de mudança do comportamento motor humano (2008, p. 313). A abordagem Crítico-Superadora desenvolvida por um Coletivo de autores enfatiza que: os temas da cultura corporal (o jogo, o esporte, a ginástica e a dança), devem compor um programa de Educação Física, com os grandes problemas sociopolíticos atuais como: ecologia, papéis sexuais, saúde pública, relações sociais do trabalho, preconceito urbano, distribuição de renda, dívida externa e outros. Ao enfatizarem as funções específicas da escola destacam que a escola norteada pelos pressupostos de uma educação crítico-superadora: deve selecionar os conteúdos clássicos necessários à formação do cidadão autônomo, crítico e participativo, para que este possa participar, intervir e comprometer-se com os rumos da sociedade possível, diante do momento histórico (SOARES et al.,1992, p. 29) Abordagem Critica-Emancipatória enfatiza que o ensino nesta concepção deve: ser um ensino de libertação de falsas ilusões, de falsos interesses, e desejos que são construídos nos alunos a partir de conhecimentos colocados à disposição pelo contexto sociocultural onde vivem visão esta originária de um mundo regido pelo consumo, pelo melhor, mais bonito e correto. Assim o ensino deve confrontar-se pela libertação destas falsas visões de mundo, libertar-se da coerção imposta por parte do professor e do conteúdo que se ensina. Essa libertação no sistema escolar deve ser pelo esclarecimento e pelo desenvolvimento de competências como a auto-reflexão, que possibilita uma libertação livre da coerção. Esclarece-nos que o conteúdo principal do trabalho pedagógico da Educação Física Escolar é o Movimento Humano, devendo enquanto estratégia didática passar pelas categorias de trabalho, interação e linguagem. (KUNZ, 1994, p.115-116) A abordagem sistêmica reside no entendimento de que a mesma é um sistema hierárquico aberto, que sofre e interage influenciando a sociedade. Procura na definição de vivência corporal o movimento de introduzir o aluno nos conteúdos oferecidos pela escola, Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 89 oportunizando a experiência da cultura de movimentos. (BETTI, 1994). Nesta abordagem, o autor trabalha com os conceitos de auto-afirmação e integração dentro do sistema hierárquico existente na sociedade. A abordagem cultural tem como concepção central de sua prática pedagógica proporcionar aos sujeitos da educação a oportunidade de conhecer mais profundamente o seu repertório de cultura corporal, ampliando-o e compreendendo-o, e também ter acesso a alguns códigos de comunicação de diversas culturas, por meio da variedade de formas de manifestações corporais. Para Neira e Nunes, na prática da educação física seguindo a abordagem cultural: [...] não se estuda o movimento, estuda-se o gesto, sem adjetivá-lo de certo ou errado, sem focalizar sua quantidade ou qualidade, sem tencionar a melhoria do rendimento, nem tampouco manutenção da saúde, alegria ou prazer. Nesta abordagem, o gesto fomenta um diálogo por meio da produção cultural, por meio da representação de cada cultura. O gesto transmite um significado cultural expresso nas brincadeiras, nas danças, nas ginásticas, nas lutas, nos esportes, nas artes circenses etc. (2006, p.228). A abordagem dos jogos cooperativos tem como finalidade tornar o estudante mais cooperativo. A idéia é a incorporação de novos valores morais através da prática de jogos sem finalidade de vitória, mas sim com finalidade de cooperação, de modo que todos os participantes cheguem ao mesmo objetivo ao final através da ajuda mútua. Os jogos cooperativos são capazes de diminuir as manifestações de atitudes agressivas e de aproximar as pessoas umas das outras e também da natureza, em razão das suas características que são: não valorizam o fato de ganhar ou perder; evitam a eliminação de participantes, procurando manter todos incluídos até o fim do jogo; procuram facilitar o processo criativo, com a flexibilização das regras; procuram evitar estímulos à agressividade e ao confronto individual ou coletivo (CORREIA, 2010, p. 47-48). Na abordagem da saúde renovada, os defensores da mesma enfatizam que no final de sua escolarização básica, os alunos deverão ser capazes de auto-avaliar todos os componentes da aptidão física relacionada à saúde. As práticas de atividade física vivenciadas na infância e adolescência se caracterizam como importantes atributos no desenvolvimento de atitudes, habilidades e hábitos que podem auxiliar na adoção de um estilo de vida ativo fisicamente na idade adulta (DARIDO, 2008, p. 18). A aptidão física propõe-se que a educação física escolar deveria: propiciar a elaboração de conhecimentos sobre atividade física para o bem-estar e a saúde; estimular atitudes positivas em relação aos exercícios físicos; proporcionar oportunidades para a escolha Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 90 e a prática regular de atividade que possam ser continuadas após os anos escolares; promover independência na escolha de programas de atividades físicas relacionadas a saúde (NAHAS apud DARIDO, 2001). Os PCNs na área de Educação física foram organizados pelos professores Marcelo Jabu e Caio Costa. Possuem base nas áreas de psicologia e sociologia, foram inspirados no modelo educacional espanhol e têm como idéia central introduzir o aluno na esfera da cultura corporal de movimento. Foram lançados pelo governo federal como uma espécie de padrões a serem seguidos pelas escolas públicas do Brasil, ajustando logicamente os conceitos trabalhados à realidade individual de cada instituição de ensino. 2.1.3 Educação Física no Ensino Médio A Educação Física como integrante da Educação Básica, na qual o Ensino Médio encontra-se inserido, aparece contemplada na atual estrutura curricular da Educação Brasileira, na área de Linguagens e Códigos e suas Tecnologias. Santin (1987) apresenta que a Educação Física no Ensino Médio, é um componente que em grande parte das vezes, aparece marginalizada, discriminada, desconsiderada, chegando até por vezes a ser excluída dos projetos políticos pedagógicos de algumas escolas. Atualmente se vê no Ensino Médio uma área inovada com resultado de várias influências recebidas em sua trajetória enquanto componente curricular. O aluno enquanto sujeito do processo de ensino deve ser capacitado para sua vida social, cultural e esportiva, o que significa não somente a aquisição de uma capacidade de ação funcional, mas a capacidade de conhecer, reconhecer e problematizar sentidos e significados nesta vida através da reflexão crítica (KUNZ, 1994, p.31). Hoje se pode dizer com a influência dessas novas abordagens e tendências contribuíram e muito para que esta concepção de que educação física é apenas uma atividade para os alunos brincar e se divertir mudou para uma área contribuinte para uma educação dos alunos e formação quanto cidadão. Porém, faz-se necessário que os professores sejam conhecedores das mesmas e façam uso e suas práticas. É notório ver uma escola onde a educação física é valorizada e inclusa nos projetos políticos das escolas, ainda se vê por parte de todo meio no âmbito escolar seja pelos colegas professores de outras disciplinas seja pela parte administrativa, uma desvalorização e banalização. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 91 Essa questão ainda permanece à tona porque a educação física por mais que se tenham feito tantas mudanças seja na área pedagógica seja no trato da obrigatoriedade, ainda representa um papel sem muito valor na escola, acredita-se que essa luta vai ser uma constante, pois, muitas questões norteadoras como financeiros investimentos materiais e investimentos com relação a conhecimento ainda oferecidos pela escola são precários, fácil é banalizar a profissão difícil é fazer algo por ela. Porém sabe-se que a educação básica é um conceito, definido no art. 21 como um nível da educação nacional e que congrega, articuladamente, as três etapas que estão sob esse conceito: a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. E o art. 22 estabelece os fins da educação básica: O aluno nesta fase se encontra praticamente no final de uma construção de conhecimentos básicos para o exercício da cidadania. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) trata o Ensino Médio também como uma educação básica para o exercício da cidadania. De acordo com a citação que se refere: A LDB confere caráter de norma legal à condição do Ensino Médio como parte da Educação Básica, quando, por meio do Art. 21, estabelece: “Art. 21. A educação escolar compõe-se de: I – Educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; II – Educação superior” Isso significa que o Ensino Médio passa a integrar a etapa do processo educacional que a Nação considera básica para o exercício da cidadania, base para o acesso às atividades produtivas, para o prosseguimento nos níveis mais elevados e complexos de educação e para o desenvolvimento pessoal, referido à sua interação com a sociedade e sua plena inserção nela, ou seja, que “tem por finalidades desenvolver o educando, assegurarlhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores” (Art.22, Lei nº 9.394/96). Segundo ainda os PCNs, as competências e habilidades que os alunos possuem possibilitam conhecimento, informações e aprendizagens individuais que fundamentam o aluno para o autogerenciamento das atividades corporais, capacitando-o para uma análise crítica dos programas de atividade física e para o estabelecimento de critérios para julgamento, escolha e realização de atividades corporais saudáveis. 2.2 METODOLOGIA DA PESQUISA Esta pesquisa foi direcionada aos professores de Educação Física do Ensino Médio de Escolas Estaduais da Grande Morada da Serra em Cuiabá/MT. Foi elabora um questionário Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 92 com 6 perguntas de múltipla escolha na qual, suas respostas estabelecerão dados que serão descritos e analisados juntamente com o levantamento bibliográfico. Como uma pesquisa também de cunho quanti-qualitativa, utilizou-se tanto de procedimentos quantitativos quanto de qualitativos. Assim, integrando dados qualitativos e quantitativos numa mesma investigação, em algumas pesquisas, mostra-se bastante positivo os resultados, uma vez que as duas abordagens possuem aspectos fortes e fracos que se complementam. Quanto ao questionário, às perguntas foi dividida em duas etapas, a primeira é a identificação que traz em seu contexto as seguintes perguntas: sexo, idade, formação acadêmica, vínculo empregatício e experiência profissional. Na segunda parte os quesitos, nessa etapa são realizadas seis perguntas objetivas relacionados às abordagens pedagógicas que o professor utiliza em suas aulas. O questionário foi distribuído à (10) professores entre os dias (08) de maio ao dia (24) de maio, nos horários matutino e vespertino. Os professores pesquisados responderam um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que ao ser assinado, autoriza o pesquisador a realizar os procedimentos previstos na metodologia. Este documento tem com objetivo principal esclarecer e proteger o sujeito da pesquisa, assim como, o pesquisador, por este meio manifesta seu respeito à ética no desenvolvimento do trabalho. 2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Em seguida serão apresentados os resultados e discussões deste trabalho obtido na coleta de dados. Na primeira etapa, apresenta-se a identificação dos professores pesquisados que se encontra na Tabela 1. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 93 Tabela 1. Refere-se a identificação dos professores do ensino médio que participaram desta pesquisa considerando a idade, o sexo, formação acadêmica, vínculo empregatício e experiência profissional. VARIÁVEIS n % Idade (anos) 20 a 30 anos 40 a 50 anos 50 a 60 anos 3 3 4 30 30 40 Sexo Masculino Feminino 7 3 70 30 Formação acadêmica Graduado Pós-graduando Mestre 10 8 1 100 80 10 Vínculo empregatício Efetivo Interino* 7 3 70 30 Experiência profissional** < 3 anos ≥ 3 anos 1 9 10 90 Estudou a disciplina de*** metodologia de ensino Sim Não 10 0 100 0 *Admitido em caráter temporário; **Como Professor de Educação Física. *** conhecimento sobre metodologia do ensino Na tabela acima, pode-se observar que, a grande maioria era composta de pessoas acima de 40 anos, do sexo masculino, com experiência de mais que três anos, pós-graduandos, apenas uma era mestre. A maioria dos professores pesquisados são efetivos, ou seja, são professores que têm um plano de carreira, incorporam gratificações de tempo de serviço e evolução funcional aos salários e possuem todos os direitos trabalhistas de um servidor estatutário que segundo Vinci Junior (2005) define muito bem são servidores que ocupantes de cargos públicos providos por concurso público, nos moldes do art. 37, II, da Constituição Federal, e que são regidos por um estatuto, definidor de direitos e obrigações, o que fornece uma segurança para o professor. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 94 No primeiro quesito a maioria dos professores pesquisados relatam que em sua graduação, estudaram a disciplina de metodologia de ensino da educação física, assim sendo, todos foram unânimes respondendo positivamente. É de extrema importância que o professor conheça sobre suas ferramentas de ação, não basta apenas jogar conhecimentos de forma aleatória, é necessário estar embasado nas suas teorias e ações. Ainda Libãnio afirma que “... a teoria sem a prática é oca, e a prática sem a teoria é cega” (1995, p.39). Tabela 2. Refere-se aos quesitos 2 e 3 com questões objetivas aplicado aos professores pesquisados. QUESITOS n % Abordagem Pedagógica utilizada Tradicional Renovadoras Ambas* 1 7 2 10 70 20 Método Tradicional mais utilizada** Global Misto Situacional Analítico (parcial) 3 0 1 2 30 0 10 20 *Professores que responderam as duas opções. **Neste quesito ouve mais opções que não foram assinaladas. Na Tabela 2, o quesito dois, os professores identificaram as abordagens que mais utilizam a maioria respondeu utilizar mais as abordagens renovadoras e apenas um utiliza a tradicional. Gonçalvez contribui em sua citação: A Educação Física através dos esportes, jogos, danças, ginástica, lutas ... que fazem parte da cultura corporal historicamente produzida, pode oferecer aos alunos “experiências que lhes façam adquirir um código ético, dentro de uma vivência da responsabilidade de suas ações diante do outro que lhe está próximo, e diante da realidade social como um todo (GONÇALVES, 1997, p.93). A terceira questão fala da metodologia tradicional das quais mais utiliza, a resposta mais assinalada se diz sobre a metodologia mista. Vê-se o tradicionalismo ainda imperando nas escolas da grande Morada da serra. Segundo Rochefort (1998, p. 34) “o método misto é a síntese do método global e parcial. Nesse método, a técnica é aplicada de forma separada, e quando se atingir um nível adequado, executa-se o jogo por completo”. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 95 Tabela 3. Refere-se aos quesitos 4 e 5 com questões objetivas aplicado aos professores pesquisados. QUESITOS n % Abordagem Pedagógica utilizada* Tradicional Renovadoras Ambas 1 7 2 10 70 20 6 5 5 5 4 3 2 1 1 7 4 60 50 50 50 40 30 20 10 10 70 40 Abordagens Renovadoras mais utilizadas** Psicomotrista Construtivista Crítico-superadora Cultural Saúde renovada Concepção de aulas abertas Desenvolvimentista Crítico-emancipatória Sistêmica Jogos cooperativos PCNs *Quesito 1 do questionário em anexo para a comparação entre as questões. **Neste quesito ouve mais opções que não foram assinaladas. Na Tabela 3, o quesito quatro perguntou-se sobre a metodologia renovada que eles mais fazem uso, variáveis foram as respostas, pode-se ver um equilíbrio entre elas, mais o que mais foi assinalada foi a metodologia de jogos cooperativos e a menos foi a críticoemancipatório e sistêmica. É louvável quando se vê grande parte de professores preocupados em sair da mesmice, inovar com novas atividades, contribuindo na quebra desse tabu de que educação física é só jogar bola e brincar. Muitos professores já conscientes da importância da Educação física trabalham com seus alunos sobre saúde, alimentação, a importância da atividade física e todos seus benefícios. Engajamos numa luta para melhorar esta imagem e sermos respeitados como profissionais que somos, infelizmente, ainda hoje muitos acham que qualquer um é capaz de ministrar aulas de educação física e que é fácil, pois é só dar uma bola, porém muitos profissionais estão aí, lutando para demonstrar o verdadeiro papel da educação física nas escolas, muito além de uma bola. (KUZNSKI, 2005, p. 43) Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 96 Tabela 4. Refere-se aos quesitos 5 e 6 com questões objetivas aplicado aos professores pesquisados. QUESITOS n % Abordagem Própria Sim Não Não responderam* 6 2 2 60 20 20 10 0 4 9 9 2 2 100 0 40 90 90 20 20 Atividades mais desenvolvidas nas aulas** Esportes tradicionais Esportes de aventura** Esportes ligados ao meio ambiente Ginástica Jogos e brincadeiras Lutas Dança *Esta alternativa não tinha, porém deixaram de assinalar. **Nesta alternativa ninguém assinalou. Na quinta questão perguntou-se se houve alguma vez que ele utilizou de alguma metodologia própria, de sua autoria, mais da metade respondeu que sim, o que é importante. “O processo didático está centrado na relação fundamental entre o ensino e a aprendizagem orientado para a confrontação ativa do aluno com a matéria sob a mediação do professor” [...] (LIBÂNEO, 1994, p.56). E na última questão era para relacionar as atividades que mais utiliza em suas práticas, e o que já se esperava, a campeã das respostas como em sua totalidade se diz respeito a aplicação de esportes tradicionais, pois uma das modalidades como o futebol por ser uma atividade que nos cerca pela mídia e o simples fato de com qualquer material e qualquer espaço pode-se fazer uma bola e jogar. Não é difícil definir o objetivo da Educação Física na escola, incluindo o esporte como um de seus conteúdos: introduzir o aluno no universo cultural das atividades físicas, de modo a prepará-lo para elas usufruir durante toda sua vida. (...) Deve-se ensinar o basquetebol, o voleibol (a dança, a ginástica, o jogo...), visando não apenas o aluno presente, mas o cidadão futuro, que vai partilhar produzir, reproduzir e transformar as formas culturais da atividade física. Por isso, na Educação Física escolar, o esporte não deve restringir-se a um ‘fazer’ mecânico, visando um rendimento exterior ao indivíduo, mas tornar-se um ‘compreender’, um ‘incorporar’, um ‘aprender’ atitudes, habilidades e conhecimentos, que levem o aluno a dominar os valores e padrões da cultura esportiva (BETTI, 1991 p.16). Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 97 Outra opção, os jogos e brincadeiras houve uma grande marcação pelos professores, supondo que esta é explorada pelo fato de fazer parte da grade curricular na formação de professores do currículo e professores de educação física. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS A educação física no ensino médio tem lutado e vivido pela não extinção graças às inovações por parte das metodologias de ensino e amparo legal das leis e diretrizes certificando que os professores são de fato contribuintes para a formação dos alunos principalmente como cidadão. Cabe agora cada profissional fazer jus do seu papel e utilizar destas novas tendências e abordagens para o crescimento não só dos alunos, mas a nós como co-participantes deste ensino-aprendizagem. O professor de educação física deve desempenhar esse papel fundamental, muito além da prática, fazer com que o aluno faça uma reflexão filosófica da educação física, isto é, uma consciência crítica que supera o senso comum tornando estes alunos homens e mulheres pensantes, preparados e necessários à intervenção e transformação da sociedade. REFERÊNCIAS BRASIL. PCNs - Parâmetros curriculares Nacionais para o Ensino Médio. 2000. ARANTES DA COSTA, Luciana; VIEIRA DO NASCIMENTO, Juarez. Prática Pedagógica de Educação Física: Conteúdos e Abordagens Pedagógicas -Maringá, v. 17, n. 2, p. 161167, 2. sem. 2006. JAMIL CURY, Carlos Roberto. A Educação Básica no Brasil/Educ. Soc. Campinas, vol. 23, n. 80, setembro/2002, p. 168-200. Disponível em <http://www.cedes.unicamp.br> Acesso 08/05/2013. 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Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/6379/o-servidor-publico-estatutario-e-a-novaordem-de-competencia-da-justica-do-trabalho-estabelecida-pela-emenda-constitucional-no45-04>. Acesso: 10/05/2013. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 99 A VISÃO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE O JOGO DO XADREZ NA ESCOLA * Carlos Eduardo da S. A. Moreira ** Simone Marques RESUMO O presente estudo teve como propósito verificar a opinião de alunos do ensino médio sobre os benefícios que a prática do jogo do xadrez pode trazer no rendimento escolar. O artigo teve como base a pesquisa quantiqualitativa, os resultados foram levantados através de um questionário que foi dado aos alunos, foi feito uma análise dos dados e em um primeiro momento, foi visto que o jogo do xadrez como jogo, pode sim trazer benefícios para o rendimento escolar, ajudando assim, outras disciplinas escolares, já sobre o xadrez como disciplina não foi unanime, os que levantaram a bandeira da ingressão do xadrez como disciplina, defendiam como uma ótima ferramenta de ajuda nas outras disciplinas, já os que foram contrários, defendiam que a ludicidade poderia ser perdida por conta da obrigatoriedade que uma disciplina traz. O estudo pode trazer uma discursão que já ocorre em nosso país por alguns anos, o xadrez como disciplina escolar, esse estudo deixou claro que outras pesquisas terão que ser levantadas para verificar se realmente o jogo do xadrez pode prejudicar o seu lado lúdico sendo incluída como disciplina regular obrigatória nas escolas. Palavras-chave: Xadrez. Ensino Médio. Alunos. 1 INTRODUÇÃO Na escola passa-se muitas vezes uma grande parte da vida, e em um tempo no qual as informações e conhecimentos são em grande quantidade e passageira. E é neste contexto que a escola vem contribuir para melhorar as necessidades atuais como a socialização, interação, aprendizagem, cultura, entre outras. E é neste contexto que se observou que o xadrez vem contribuir para esse processo, desta maneira este artigo traz como problema, qual é a visão dos alunos do ensino médio sobre o jogo do xadrez na escola? Em uma cidade dos Estados Unidos, de 1985, revelaram que o desempenho dos estudantes melhora sensivelmente após vinte dias de jogos de xadrez, as melhoras foram no comportamento, esforço, concentração, autoestima entre outros. (PORFÍRIO, 2010) Portanto, o objetivo desse estudo é mostrar a visão de alunos do ensino médio sobre os benefícios que o jogo xadrez pode trazer no rendimento escolar, no artigo será abordo três fundamentações, a primeira fala sobre a rica história do jogo do xadrez; na segunda trás os * Acadêmico do curso de Educação Física da Faculdade AUM. Professora do curso de Educação Física da Faculdade AUM. ** Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 100 alunos, onde apresentará o universo dessa idade tão conturbada por novidades e hormônios; e a terceira contemplará as normativas do Brasil para o ensino médio. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 O XADREZ EM QUESTÃO Cobra apud Santos (2007, p. 02) comenta que o “xadrez é realmente um excelente exercício para o cérebro e exige muito das emoções. A pessoa adquire um senso muito prático de organização, concentração e desenvolve de forma muito especial à memória”. Nuno Cobra é considerado um dos mais conhecidos especialista em educação física no país, o que ele diz acaba tendo uma atenção maior sobre o assunto. Cobra ainda comenta que o xadrez melhora e muito a disciplina, relacionamento com as pessoas, respeito às leis, às regras. E é neste contexto que se inicia o desenvolvimento deste artigo. 2.1.1 A história do xadrez Existem várias histórias em relação ao surgimento do xadrez, (Lascker, 1999) diz que a história do xadrez e sua migração já é bastante interessante, percebe-se que tem características parecidas com as pessoas que foram apaixonadas pelo xadrez, compartilhamos as mesmas emoções quando o assunto é essa história magnífica de entender esse mundo do xadrez. Uma das teorias mais utilizadas para descrever a existência do xadrez é a que um Brãmane indiano chamado Lahur Sessa, que vivia em uma província na índia chamada Taligana foi o criador do jogo xadrez. Neste reino havia um poderoso rajá que tinha perdido o filho em batalha, com isso o rajá estava em constante depressão e passou a descuidar-se de si e do seu reino. Certo dia o rajá foi visitado por Sessa que apresentou a ele um tabuleiro com 64 (sessenta e quatro) casas sendo 32 (trinta e duas) brancas e 32 (trinta e duas) pretas com diversas peças que representava toda a infantaria do reino, Sessa explicou ao seu rei como movia as peças e falou que o jogo daria paz de espírito a ele, com isso o rei logo melhorou da sua depressão (SANTOS, 1993). O rei Rajá encantado com tal feito falou para Sessa pedir o que quisesse que o seu rei daria sem exaltar, Sessa muito simples pediu grãos de trigo para cada casa do tabuleiro, dois para a segunda, quatro para a terceira, oito para quarta e assim sucessivamente até a última Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 101 casa. O rei espantado com tal pedido logo mandou entregar o presente desejado, os sábios do Rajá, foram chamados para serem feitos os cálculos de quantos grãos daria. Atônicos com o resultado de grãos que tinha atingindo os sábios do rei disseram que toda a índia produzindo trigo por dois mil anos não seria suficiente para pagar a dívida, com tamanho constrangimento o rei chamou Sessa para ser o principal vizir do rei, com isso Sessa perdoou a dívida do rei (SANTOS, 1993). Segundo Lascker (1999) em sua obra “História do Xadrez” relata que o surgimento do xadrez possa datar do séc. IV a.C, porém as evidencias das principais escritas surgiram mil anos mais tarde. Na índia, até a pérsia, da Arábia até a Europa por todo território Asiático o xadrez foi levado através dos viajantes por todos esses países, logo fazendo fama e sucesso pelos países da Europa, na passagem pelo oriente existiram algumas modificações no jogo do xadrez. Resende (2010) em seu artigo “xadrez aliado no desenvolvimento escolar”, cita várias melhorias que os alunos tiveram quando iniciou a prática do jogo do xadrez, trago em suas próprias palavras o que o mesmo descreve nas melhoras dos alunos ao obterem contato com o xadrez: Constatei em todos esses anos de pesquisa diversos aspectos benéficos trazidos pela prática do xadrez, destacando-se com as mais significativos: melhor rendimento na aprendizagem escolar; maior conscientização da autodisciplina; maior integração social; maior autoconfiança; redução considerável e até superação de problemas ou conflitos de ordem psicossocial; casos isolados de disfunção motora em alunos hiperativos, apresentando sensível melhora e, até mesmo, a minimização do problema , após a prática regular do xadrez” (RESENDE, 2010, p. 21). Observando que a história do xadrez traz traços de um jogo complexo com jogadas incontáveis, é percebível que em sua história o mesmo já mostra suas características como um jogo de puro raciocínio, lógica e matemática, podendo trazer muitos benefícios aos alunos em sua formação escolar. 2.1.2 ALUNOS: em constate movimentação Os catorze anos de idade marca um fim de um ciclo escolar, no fim do décimo quarto ano de vida normalmente o aluno sai do ensino fundamental II e inicia uma nova jornada escola ingressado no ensino médio (BRASIL,1996). É nesse período da vida que o indivíduo inicia a sua jornada rumo a vida adulta, segundo a ampulheta desenvolvida por Gallahue, essa fase está encaixada na fase motora Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 102 especializada, mais especificamente no estágio de utilização permanente. Essa faixa etária corresponde ao fim do processo de desenvolvimento humano, sendo assim capaz de realizar atividades que fora adquirida por toda a sua trajetória de vida, também é importante salientar que nessa fase se inicia outras preocupações como limitações físicas, mentais e dinheiro (GALLAHUE & OZMUN, 2005). Nessa faixa etária é que o “processo de desenvolvimento motor ocorre em ambientes sociais de brincadeiras, jogos, atividades físicas e de esporte e, portanto, é influenciado pelo ambiente cultural do indivíduo” (GALLAHUE & OZMUN, 2005, p. 414). Entretanto, Jean Piajet que foi um grande estudioso sobre o desenvolvimento humano, defendia a idéia de que o homem evoluía com o passar do tempo, toda evolução que ocorre no desenvolvimento humano tem suas fazes, a evolução que ocorre no decorrer da vida vem de um fator importante, esse fator vem vinculado aos fatores externos, com esses contatos externos, é possível que a criança se desenvolva de maneira gradativa até chegar a vida adulta. Piajet desenvolveu fases que mostram a evolução da criança até sua morte. Operações formais trata da evolução da criança de doze anos de idade em diante, nessa fase o adolescente já é capaz de raciocinar logicamente, desvinculando-se do mundo concreto alcançando e trabalhando com a realidade possível (SILVA; VIANA; CARNEIRO, 2011, p.10). Almeida (2010) em seu artigo “O adolescente como pessoa em desenvolvimento e a contemporaneidade” relata que a adolescência retrata uma postura pouco significante na sociedade antiga, os adolescentes não eram considerados criança e nem tão pouco adultas, em muitas religiões existem rituais que transformam a fase de criança em fase adulta, com o passar dos anos foi-se visto que teria uma necessidade de classificação pra essa faixa etária. A puberdade é o fator primordial nessa idade, as mudanças que ocorrem em seu corpo é muito significativa para eles, à exploração do seu próprio corpo gera muitas dúvidas e incertezas, a sexualidade se inicia nessa faixa etária quando os hormônios sexuais intensificam a produção, o interesse por atividades físicas diminui absurdamente nessa faixa etária, a mesmice das aulas de educação física não gera curiosidades para essa faixa etária que por fim não se importam mais pelas aulas (PAULA & FYLIK, 2009, p. 02). Pode-se disser que o “processo de transformação física acontece por uma série de mecanismos hormonais, que desencadeia um longo processo de modificações que será evidenciado de formas diferentes em cada sexo” (COOL; PALACIOS; MARCHESI, 1995, p. 265). Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 103 É por essa ótica que podemos observar que a adolescência vem com vários problemas e incertezas, podendo levar essa bagagem para a sua própria vida adulta, já sabemos que o xadrez traz vários benefícios como concentração, calmaria, raciocínio lógico, estratégia entre outras funções. É nesse contexto que podemos verificar que o jogo do xadrez pode sim ser, uma arma fundamental para que o adolescente busque o seu próprio eu e se descubra como ser humano na sociedade. 2.1.3 Ensino médio e o xadrez O ensino médio contempla a última etapa estudantil na fase escolar, preparando o indivíduo para sociedade, para o mercado de trabalho, e o ingresso nas universidades. (BRASIL, 1996) Propõe-se, no nível do ensino médio, a formação geral, em oposição à formação especifica; o desenvolvimento da capacidade de pesquisa, buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a capacidade de aprender, criar, formular, ao invés do simples exercício de memorização (PCN, 2000, p.05). Cabe ressaltar que num contexto histórico da educação brasileira o ensino fundamental e a educação superior tiveram seus objetivos e finalidades claramente delineadas nas legislações educacionais. Porém, o ensino médio só passou a ser visto como etapa da educação básica, em 1996, com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, tendo diretrizes e finalidades expressas nos Artigos 35 e 36 da LDB. O artigo 35º vem esclarecer que a etapa final da educação básica (o ensino médio) tem em seu contesto o mínimo de três anos de estudos, com isso, a finalidade de continuação dos estudos do ensino fundamental é de grande eivaria, possibilitando o progresso dos alunos em seus estudos no ensino médio. O preparo de alunos para o mercado de trabalho a continuação de novos interesses o progresso em novos estudos a flexibilidade de se adaptar ao um mundo novo também é contemplado no ensino médio. Essa fase escolar é de fundamental importância, o aprimoramento do aluno como pessoa adulta o desenvolvimento intelectual e o pensamento crítico, vem estabelecer e preparar o aluno para fora da escola. Finalizando o artigo 35º, o aluno tem que ter, a capacidade de diferenciar os fundamentos de cada disciplina aprendida compreendendo as práticas e ensino de cada disciplina. O artigo 36º nos traz informações sobre como deve ser o ensino médio em seu currículo escolar, mostrando assim as suas diretrizes. A primeira parte destaca alguns conteúdos como: a compreensão da ciência das letras e das artes, as mudanças que ocorrem na Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 104 sociedade, a cultura que nos envolve, a língua portuguesa como forma de instrumento de comunicação e o exercício da cidadania. Na segunda parte o destaque é que o aluno tem que ter iniciativa nas suas atividades, obrigando os a buscarem o seu próprio conhecimento. A terceira parte destaca que a escola deve escolher um idioma estrangeiro moderna para que o aluno tenha contado com outra cultura, uma segunda língua pode ser aprendida, mas fica de caráter opcional da escola. O parágrafo 1º destaca que a metodologia, o conteúdo, e forma de avaliação sejam organizados de tal forma, que os alunos saiam demonstrando: domínios científicos que destacam a produção moderna, conhecimento da nova linguagem e o domínio da sociologia e filosofia necessário para um bom entendimento a cidadania. No parágrafo 2º destaca que, o ensino médio pode fornecer cursos técnicos para uma melhor formação estudantil. O parágrafo 3º destaca que os cursos são validos, habilitando assim outros estudos posteriores. O 4º e último parágrafo destaca que a preparação para o mercado de trabalho, e facultativamente a habilitação profissional, pode ser feita pelas próprias redes do ensino médio, ou em parceria com alguma instituição especializada na educação profissional. Entretanto, é necessário perceber a importância da Educação Física dentro deste contexto, onde a educação física trabalha todos os eixos pedagógicos, onde possuem a característica de desenvolver não só uma cultura corporal ou cultura física. Segundo Rodrigues (2008, p. 184) que reflete que “o xadrez pode contribuir para a ampliação dos conteúdos da Educação Física uma vez que ele pode ser jogo, brincadeira, esporte e ser aprendido e expressado através da cultura corporal desenvolvida durante as aulas”. Outra questão que ode ser levantada é que a educação física pode contribui para o processo de aprendizagem do xadrez, pois os conteúdos ganham sentido e significado através do corpo e do movimento que no ensino médio quase não existe. Como se observa no Quadro 1, de Silva apud Pantoja (2012, p. 13) percebe-se que o xadrez contribui na bastante na melhoria do desempenho dos alunos diante dos desafios escolares, garantindo a aquisição de conhecimentos não só em relação ao jogo, mas também a assimilação de outros, vinculadas às matérias escolares e o próprio caráter dos alunos. O xadrez neste contexto possibilita não só o divertimento e nem é apenas uma forma de lazer, por meio do jogo os alunos adquirem valores que na adolescência, ou melhor, no ensino médio tem muitos conflitos. O ensino e a prática do Xadrez sejam incluídos como conteúdo escolar, e defendem que a prática enxadrística quando utilizada como instrumento pedagógico, pode trazer benefícios socioeducativos, tanto por provocar o exercício da sociabilidade, Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 105 como o trabalho da memória, a autoconfiança e a organização metódica e estratégica do estudo. (REZENDE apud PANTOJA, 2013, p. 15). Quadro 1: Características do Xadrez e suas Implicações Educacionais IMPLICAÇÕES EDUCACIONAIS CARACTERÍSTICAS DO XADREZ Fica-se concentrado e imóvel na cadeira. Fornecer um número de movimentos num determinado tempo. Movimentas peças após exaustiva análise de lances. Após encontrar um lance, procurar outro melhor. Partindo de uma posição a princípio igual, direcionar para uma conclusão brilhante (combinação). O resultado indica quem tinha o melhor plano. Dentre as várias possibilidades, escolher uma única, sem ajuda externa. Um movimento deve ser consequência lógica do anterior e deve apresentar o seguinte. E DE FORMAÇÃO DO CARÁTER O desenvolvimento do autocontrole psicofísico. Avaliação da estrutura do problema e do tempo disponível. Desenvolvimento da capacidade de pensar com abrangência e profundidade. Tenacidade e empenho no progresso Contínuo. Criatividade e imaginação. Respeito à opinião do interlocutor. Estímulo à tomada de decisões com Autonomia. Exercício do pensamento lógico, auto consistência e fluidez de raciocínio. Fonte: Silva apud Pantoja (2012, p.13). Compreendendo o ensino médio como chave principal para abrir o caminho do estudante para compressão de uma sociedade, o estudo relacionado ao xadrez mostra que o jogo pode sim trazer benefícios para que os alunos tenham uma melhor organização em seus conhecimentos e seus objetivos futuros. O jogo do xadrez demonstra que pode sim ser essencial na capacidade de melhora do indivíduo para vida adulta, com isso, trazendo ótimos benefícios futuros. 2.2 METODOLOGIA DA PESQUISA O presente artigo teve como base a pesquisa quanti-qualitativa que é importante destacar que esta pesquisa pode utilizar procedimentos quantitativos e qualitativos. Assim, em algumas pesquisas, um delineamento integrado que puder combinar dados qualitativos e Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 106 quantitativos numa mesma investigação pode ser positivo, uma vez que as duas abordagens possuem aspectos fortes e fracos que se complementam. Foi elaborado um questionário com algumas perguntas, o questionário foi dividido em duas etapas, a primeira é a identificação que traz em seu contesto as seguintes perguntas: sexo, idade, turno e escolaridade, na segunda parte os quesitos, nessa etapa são realizadas quatro perguntas, as duas primeiras são fechadas (objetivas) e as outras duas são abertas (subjetivas). A pesquisa foi realizada em uma instituição de ensino federal que abrange o ensino médio tecnólogo, localizada na capital Cuiabá/MT. O questionário foi distribuído na escola do dia quinze (15) ao dia dezoito (18) de abril de dois mil e treze (2013) nos períodos vespertino e matutino, num total de noventa e sete (97) alunos. Os alunos pesquisados responderam um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que ao ser assinado, autoriza o pesquisador a realizar os procedimentos previstos na metodologia. Este documento tem com objetivo principal esclarecer e proteger o sujeito da pesquisa, assim como, o pesquisador, por este meio manifesta seu respeito à ética no desenvolvimento do trabalho. 2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Em seguida serão apresentados os resultados e discussões deste trabalho obtido na coleta de dados. Na primeira etapa, apresenta-se a identificação dos alunos pesquisados que se encontra na Tabela 1. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 107 Tabela 1. Alunos do ensino médio que participaram desta pesquisa considerando a idade, o sexo, escolarização e turno. VARIÁVEIS Idade (anos) 14 15 16 17 18 19 20 n % 06 18 30 22 17 03 01 06,5 18,5 30,9 22,6 17,5 3,0 1,0 Sexo Masculino 70 72,2 Feminino 27 27,8 Escolarização (Ensino Médio) 1º ano 49 50,6 2º ano 23 24,7 3º ano 25 25,7 Turno* Matutino 48 49,4 Vespertino 43 44,4 Integral 06 6,2 * Não tem amostra do período noturno, pois nesta instituição de ensino só atende nos períodos matutino e vespertino. Na tabela acima, podemos observar que, a grande maioria da pesquisa foi feita com o sexo masculino, devido a instituição ter mais alunos do sexo masculino do que feminino. Tabela 2. Refere-se aos quesitos 1 e 2 do questionário objetivo aplicado aos alunos pesquisados. QUESITOS* n % Joga xadrez Sim Não 83 14 85,5 14,5 Frequência Diariamente Quatro vezes por semana Duas vezes por semana Uma vez por semana Nunca 09 09 10 37 32 9,3 9,3 10,4 38,1 32,9 *Quesitos que estão no questionário em anexo neste artigo. A primeira pergunta do questionaria fora simples, os alunos só respondiam se jogavam o jogo do xadrez com um sim ou um não, com isso oitenta e três (83) alunos responderam que Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 108 sim e quatorze (14) alunos responderam que não, dando o total de noventa e sete (97) alunos pesquisados. O xadrez vem crescendo no gosto dos alunos, ensejando um crescimento em sua importância pedagógica. A este fato, ligado à facilidade de seu aprendizado, aliamse os efeitos benéficos que sua prática proporciona, tais como o estímulo do pensamento abstrato, as conexões lógicas e o desenvolvimento criativo (PINHO, 2010, p. 21). A segunda pergunta veio a responder a quantidade de vezes que os alunos praticavam o jogo e os resultados foram esses: diariamente: nove (09) alunos, quatro (04) vezes por semana: nove (09) alunos, duas (02) vezes por semana: dez (10) alunos, uma (01) vez por semana: trinta e sete (37) alunos, nunca: trinta e dois (32) alunos totalizando noventa e sete (97). . Um projeto que acontece na cidade de Santa Maria de Jetibá no estado do Espirito Santo na Escola Cooperação indicou que o Índice de Desenvolvimento Escolar Básico (IDEB) aumentou 18% em várias disciplinas inclusive nas de matemática e português. (RESENDE, 2010, p.23) Os quesitos 3 e 4 são questões abertas (subjetivas) e foram tratadas qualitativamente as 97 amostras que são os alunos do ensino médio. Salienta-se que para melhor demonstrar as respostas aqui coletadas foram separadas por respostas semelhantes, o que facilita a descrição das respostas. O quesito 3 fez a seguinte pergunta quais são os benefícios que o xadrez traz para o rendimento na escola na visão dos alunos. Extraíram-se duas respostas dadas pelos alunos pesquisados que mais expressão significativamente esta resposta. “Ajuda na concentração, melhora o desempenho nas matérias de exatas, além de ajudar a elaborar estratégias” (ALUNO nº 05). “Mais atenção, você não se desconcentra facilmente, são os principais benefícios na minha opinião” (ALUNO nº 23). Percebeu-se que cinco (05) alunos não responderam esta questão e noventa e dois (92) responderam algumas características citadas como benefícios do xadrez por estes alunos foram o “pensamento lógico, concentração (disciplina), capacidade cognitiva e pensamento rápido” estas características também são citadas por estudiosos, onde afirma que o xadrez potencializa várias qualidades entre elas: Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 109 A atenção e a concentração; O julgamento e o planejamento; A imaginação e a previsão; A memória; A vontade de vencer, a paciência e o autocontrole; O espírito de decisão e a coragem; A lógica Matemática, o raciocínio analítico e a síntese; A criatividade; A inteligência; O estudo e interesse por línguas estrangeiras (MELEGARI, 2007, p.14). Outra afirmação sobre os benefícios do xadrez mencionado por Borin apud Melegari (2007, p.14) comenta que "os jogos auxiliam também na descentralização, que consiste em desenvolver a capacidade de ver algo a partir de um ponto de vista que difere do seu [...]”, salienta-se que foram mencionados outras características afirmando que “potencializa a linguagem, a criatividade e raciocínio dedutivo, exigidos na escolha de uma jogada e na argumentação necessária durante a troca de informações” (BORIN apud MEREGALI, 2007, p.14). Segundo Gobet apud Silva (2004, p.15) destaca a importância do xadrez na investigação de melhora o cognitivo do aluno relativo à adequação do xadrez para investigações cognitivas: 1.O xadrez oferece uma rica base de dados de partidas jogadas por competidores de diferentes níveis de habilidade, que podem ser usadas em estudos envolvendo ambiente estatístico; 2.A base relativamente simples do xadrez é facilmente transformada em linguagem matemática ou computacional; 3.Permite um cruzamento com a Inteligência Artificial; 4.É uma atividade flexível que permite muitas manipulações experimentais (GOBET apud SILVA, 2004, p.15). No quesito 4 a pergunta feita para os alunos foi o que eles achariam se o xadrez tornasse uma disciplina obrigatória na grade curricular como matemática e/ou português. Salienta-se mais uma vez que para melhor demonstrar as respostas aqui coletadas foram separadas por respostas semelhantes, o que facilita a descrição das respostas dadas pelos alunos pesquisados e foi selecionada duas respostas para representar as demais. “Acharia uma maravilha, temos que buscar inovações para um aprendizado mais eficiente, já que as coisas que prejudicam os estudos estão aumentando” (ALUNO nº 45). “Não acredito que o xadrez deveria se tornar obrigatório, mas seria interessante criar um projeto que incentivasse os alunos a praticarem tal atividade” (ALUNOS nº 76). A grande maioria das respostas dadas foram “sim” e as explicações dadas por eles foram bem parecidas das respostas dadas anteriormente no quesito 3. Onde o raciocínio na Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 110 lógica entre outras, já os alunos que responderam “não”, se preocuparam com a ludicidade do jogo, explicando que o xadrez tornando-se uma disciplina, a vontade de jogar poderia diminuir por conta da obrigatoriedade que traz uma disciplina na grade curricular. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se verificar nessa pesquisa que o jogo do xadrez como jogo, não deixa dúvidas em relação ao seu potencial em poder melhora o rendimento escolar, o potencial de um simples jogo, é fielmente traçado por todos como uma ferramenta que pode ajudar aos estudantes a melhorarem o seu rendimento em suas disciplinas escolares. Por outro lado, houveram dúvidas e incertezas, sobre o jogo do xadrez como disciplina obrigatória na instituição escolar, muitos alunos justificaram que a ludicidade do jogo pode se perder com a obrigatoriedade que uma disciplina traz em seus contextos escolares. Outras pesquisas terão que ser feitas para verificar se realmente o jogo do xadrez pode trazes malefícios aos alunos nos ensinos escolares como matéria obrigatória na grade curricular regular. REFERÊNCIAS BRASIL (MEC). Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394 de 20 de Dezembro de 1996. Artigos 35 e 36. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/ensino_medioinovador.pdf>. Acesso: 15/05/13. _____________. Ensino médio inovador. Coord. Geral de Ensino Médio. 2009. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/ensino_medioinovador.pdf>. Acesso: 15/05/13. _____________. ENSINO MÉDIO (PCNs). 2010. Disponível <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf>. 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Disponível em: <http://clube-dexadrez.wikispaces.com/file/view/Xadrez_nas_escolas.pdf>. Acesso: 01/05/13. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISSN 2317-6156 113 RESUMO DISCUSSÃO E RESULTADOS O objetivo do presente estudo é verificar a diferença entre gêneros quanto TABELA 1: Refere-se aos dados estatísticos das amostras do gênero masculino. ESTATÍSTICA DESCRITIVA IDADE PESO ALTURA IMC QRD a influência da Prática de Atividade Física (PAF) e da Quantidade de MÁXIMO 59 124,6 1,89 51,86 Refeições Diária (QRD) com o Índice de Massa Corporal (IMC) de ambos MÍNIMO 26 60 1,55 21,62 2 os gêneros. Para medir a prática de atividade física foi utilizado um método MODA 27 77 1,73 #N/D 77 3,4 MÉDIA 36,07 79,69 1,68 28,60 MEDIANA 33 77 1,67 26,03 77 DESVIO PADRÃO 10,61 15,62 0,11 7,35 1,18 de inquirição, recordatório alimentar das ultimas 24 horas para medir a quantidade de refeições diária e o para medir a composição corporal 6 utilizou-se o IMC. Através da aplicação do ANOVA, o resultado demonstrou TABELA 2: Refere-se aos dados estatísticos das amostras do gênero feminino. que não houve diferença entre as amostras nas variáveis de IMC e QRD, porém, o gênero masculino prática mais atividade física do que o gênero feminino. Contudo, a população deve ficar mais atenta aos seus hábitos, mantendo uma alimentação saudável e prática de atividade física regular. INTRODUÇÃO ESTATÍSTICA DESCRITIVA MÁXIMO MÍNIMO MODA MÉDIA MEDIANA DESVIO PADRÃO IDADE 71 22 32 42,00 41 11,31 PESO 138,6 43,0 72,6 72,01 69 22,12 ALTURA 1,75 1,44 1,57 1,58 1,57 0,07 IMC 54,14 18,37 #N/D 28,72 27,10 7,97 QRD 6 2 73 3,6 69 1,24 De acordo com Azevedo Neto (2013), a atividade física faz parte da natureza humana, com dimensões biológicas e culturais. A prática de atividades físicas pode beneficiar todas as pessoas (jovens e adultos), além da oportunidade para diversão, estar com amigos e manter-se saudável e em forma. Segundo Nascimento (2007), embora comer seja importante, e na maioria FIGURA 1: Refere-se a relação entre a média do IMC das amostras dos gêneros masculino e feminino. FIGURA 2: Refere-se a relação entre a média do QRD das amostras dos gêneros masculino e feminino. FIGURA 3: Refere-se à prática de atividade física das amostras dos gêneros masculino e feminino. das vezes agradável, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre qual a De acordo com o resultado dos dados tabulados, pode-se verificar que a melhor forma de se alimentar, fazer três grandes refeições ou intercalar média de IMC das amostras são equivalentes, o mesmo acontece com a café da manhã, almoço e jantar com lanchinhos distribuídos ao longo do variável QRD dos gêneros. A diferença entre as amostras foi contatada na dia? A opção escolhida pode ter reflexos em sua saúde. prática de atividade diária, onde o resultado foi que a amostra do gênero Este artigo foi idealizado com o intuito de responder a problemática que masculino pratica mais atividade física do que a amostra do gênero permeia em saber qual o gênero que pratica mais atividade física e se esta feminino. tem relação como índice de massa corporal e com a quantidade de refeições diária. O objetivo do presente estudo é verificar a diferença entre gêneros quanto a influência da Prática de Atividade Física e da Quantidade de Refeições Diária com o Índice de Massa Corporal de ambos os gêneros. FONTE: Héliton Gomes METODOLOGIA CONSIDERAÇÕES Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa quantitativa de cunho Sabe-se que a quantidade de refeições diária, das amostras pesquisadas descritivo. Para medir a prática de atividade física foi utilizado um método está de acordo com as orientações de diversos nutricionistas, entretanto, de inquirição, para medir a quantidade de refeições diária utilizou-se seria importante que novas pesquisas fossem realizadas com o objetivo de recordatório alimentar das ultimas 24 horas e para medir a composição investigar a qualidade e a quantidade de alimentos consumidos por corporal o IMC. Os dados foram obtidos de uma amostra voluntaria de refeição, assim seria possível confirmar que a quantidade de refeições pais, alunos e funcionários de uma Escola Estadual em Cuiabá/MT, sendo diária tem influência no ganho de massa adiposa. destes, 32 do gênero feminino e 15 do gênero masculino, num total de 47 pessoas com média de 40 anos de idade, ± 11,32 de desvio padrão. Os dados foram colhidos durante o evento de comemoração do dia das mães REFERÊNCIAS AZEVEDO NETO, Evaldo Soares de. Um estudo sobre os espaços públicos de atividade física no município de Angicos-RN. UFERSA, 2013. NASCIMENTO, Virgínia. vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN), Entrevista realizada em 13/08/2007 com o tema: Adote um lanchinho no seu dia-a-dia. Disponível em: www.portalvital.com/saude/alimentacao-saudavel. Acesso em 28/05/2013. realizado no dia 11 de maio de 2013 no período matutino. Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física