CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ANAIS
III Semana Científica do Curso de Educação Física
03 a 08 de junho de 2013
FACULDADE AUM - CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ISSN 2317-6156
FACULDADE AUM
Av. Dom Aquino, 38
Dom Aquino - Centro – Cuiabá – MT
CEP: 78015-200
Telefone: (65) 3052-8120
E-mail: [email protected]
DIRETOR PRESIDENTE
Prof. Dr. Dirceu do Nascimento
DIRETORA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA
Profª Drª. Maria Aparecida Enes Andrade
COORDENADORA PEDAGÓGICA
Profª Rosana Aparecida Siano
COORDENADOR DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Prof. Esp. Roberto Pereira de Oliveira
COMISSÃO ORGANIZADORA
Prof. Esp. Roberto Pereira de Oliveira
Profª Esp. Rosemary de Oliveira Kauffmann
Profª Ms. Valda da Costa Nunes
Profª Ms. Conceição de Maria Moita Machado de Carvalho
Profª Ms. Ana Paula Ennes Miranda
BANCA EXAMINADORA CIENTÍFICA
Profº Esp Aldo Passos Amorim
Profª Ms. Ana Paula Ennes Miranda
Profº Esp. Joacelmo Barbosa Borges
Profª Ms. Conceição de Maria Moita Machado de Carvalho
Profª Esp. Fernanda Ferreira de Pinho
Profª Esp. Irene da Costa Medeiros
Profª Esp. Lucia Maciel Couto
Profº Esp. Roberto Pereira de Oliveira
Profª Esp. Rosemary de Oliveira Kauffmann
Profª Ms. Rosemeire Coimbra
Profª Ms. Simone Maria Marques
Profª Ms. Valda da Costa Nunes
Profº Esp. Ricardo Queiroz Simão
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III Semana Científica do Curso de Educação Física
PROGRAMAÇÃO
Dia 03/06: Oficinas (das 19:30 h às 21:30h)
Oficina 01: JOGOS E RECREAÇÃO – Profª Mônica Josmara Zimmermann
Oficina 02: DANÇA ESCOLAR – Profª Mayara Gonçalves Luz
Oficina 03: FUTEBOL (INICIAÇÃO E JOGOS) – Profº Julio Cesar Martins dos
Santos
Oficina 04: CAPOEIRA NA ESCOLA – Profº Wendel Silva Pereira
Do dia 04/06 à 08/06: Apresentações de Trabalhos (das 19:30 h às 22:00h)
Apresentações dos ICS (Iniciação Científica Semestral)
Apresentações dos TCC (Trabalho de Conclusão de Curso)
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SUMÁRIO
RELATOS DE VIVÊNCIAS
05
RELATO DE VIVÊNCIA: CROSS FITNESS NO PARQUE MÃE BONIFÁCIA
05
RELATO DE VIVÊNCIA: DIA NACIONAL DE AÇÃO VOLUNTÁRIA
09
ARTIGOS DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
15
INCLUSÃO DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO FÍSICA
ESCOLAR
15
ARTIGOS COMPLETOS
22
COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO EM ESCOLARES DE 9 A 10
22
ANOSANÁLISE DOS RESULTADOS DE EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO
REALIAZADOS ANTES E DEPOIS DO TESTE DO BANCO DE WELL’S
29
O CONTEÚDO GINÁSTICA EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL: A
VISÃO DOCENTE
36
GINÁSTICA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO FÍSICA: OPINIÕES DE ALUNOS DO
4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
55
A CAPOEIRA COMO SABER NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
66
ABORDAGENS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO MÉDIO
NAS ESCOLAS ESTADUAIS DA GRANDE MORADA DA SERRA
EM CUIABÁ-MT.
83
A VISÃO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE O JOGO DO XADREZ
NA ESCOLA
99
PÔSTERES
113
UMA ANALOGIA ENTRE GÊNEROS: ATIVIDADE FÍSICA, QUANTIDADE DE
REFEIÇÕES DIÁRIAS E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
113
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RELATO DE VIVÊNCIA: CROSS FITNESS NO PARQUE MÃE
BONIFÁCIA
*
Jonatan Luís da Silva Cruz
*Jucélia Oliveira de Almeida
*Paulo Henrique P. Dobbins
*Sandra de Assis
**
Roberto Pereira De Oliveira
1 INTRODUÇÃO
No dia 16 de março de 2013, nós acadêmicos da Faculdade de Cuiabá FAUC-AUM,
juntamente com o acompanhamento da Professora Esp. da nossa instituição de ensino
Rosemary de Oliveira, estávamos presente em um evento, ou melhor, em uma aula prática de
Cross Fitness, organizado pelos Professores Wagner Ribeiro e Rosemary de Oliveira, com o
objetivo de ensinar aos acadêmicos sobre o que é o Cross Fitness.
O local aonde a aula foi ministrada foi no parque Mãe Bonifácia, localizado na
Avenida Miguel Sutil da cidade de Cuiabá-MT. O parque possui cinco trilhas e cinco postos
com equipamentos de ginástica, mirante, centro de educação ambiental e praça cívica.
2 DESENVOLVIMENTO
Essa aula prática teve a participação dos acadêmicos do 1º e 2º semestre do Curso de
Licenciatura em Educação Física, e outras pessoas da comunidade, chegando lá nos dirigimos
até um espaço próximo ao mirante.
Quem estava ministrando a aula era o Professor de Educação Física Wagner Ribeiro
que começou explicando o que é o Cross Fitness, relatou que se refere a
Combinações de vários exercícios que trabalham diferentes partes dos músculos de nosso
corpo.
O Cross fitness tem como finalidade melhorar a qualidade de vida, com exercícios que
qualquer pessoa em qualquer idade pode praticar, com movimentos práticos, um conjunto de
*
Acadêmicos do 1º semestre de Licenciatura em Educação Física da Faculdade AUM.
Email:[email protected];[email protected];[email protected];fifiassis@ho
tmail.com;
**
Professor da disciplina Núcleo de Ensino e Praticas Pedagógicas do curso de Licenciatura em Educação Física
da Faculdade AUM. E-mail:[email protected];
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exercícios praticados ao mesmo tempo, trabalhando a resistência cárdio respiratória, e
diferentes partes do corpo assim melhorando a agilidade, flexibilidade e o equilíbrio,
otimizando a coordenação motora de todos os praticantes e visando o bem estar e a saúde da
população.
Depois de muita teoria ele explicou como seriam as atividades dando inicio a parte
prática. Começamos com um aquecimento de mobilidade de quadril escorpião, giro de braço,
polichinelos, elevação de joelho e caminhada de urso, em seguida alguns exercícios como
flexões, exercícios abdominais, agachamento, flexões na barra, corrida e vários outros.
Exercícios esses que são executados em seqüência como se fosse um circuito, um
pouco de cada um com repetições cronometradas. Entretanto Cross Fitness busca equilíbrio e
satisfação de vida trazendo a auto-estima para qualquer um, ou seja, leva a pessoa a buscar
seu próprio limite físico.
Em 1977 Mauro Guiselini ministrou uma aula no parque do Ibirapuera na cidade de
São Paulo, com objetivos parecidos com os da nossa aula, estimular à população a prática do
cross fitness voltada para o lazer. Já que o cross fitness esta ligado à prática de competições
em certos países.
Depois de muitos exercícios o cansaço foi inevitável, mas a satisfação de praticar uma
atividade física e tendo a consciência de que aquilo faz bem para a saúde é uma ótima
recompensa.
Enquanto estávamos fazendo os exercícios o professor passava as instruções falando
palavras de incentivos, porem cada um tinha o seu limite, alguns conseguiram ir até o final,
devido ao bom condicionamento físico, outros faziam um pouco, se cansavam, paravam por
alguns minutos e retornavam.
A importância da atividade física segundo Guiselini (2006, p 24) é que ela “serve
como proteção contra o desenvolvimento de certas doenças crônicas”.
A falta de atividades física deixa as pessoas mais propensas a desenvolver essas
doenças, também conhecidas como hipocinéticas que são obesidade arterial, hipertensão
arterial e diabetes tipo II. Voltada para a área da Educação Física, a atividade física auxilia
como uma forma de prevenção, entretanto ela não é a cura, neste caso orienta-se que a pessoa
busque orientação médica.
Ressalta-se a essas pessoas que já tenham as doenças citadas acima, a ter certo cuidado
ao praticar as atividades, pois caso ela seja executada de maneira incorreta torna-se prejudicial
para sua saúde, sempre respeitando suas limitações já que o Cross Fitness fala-se muito em
você ir além do seu limite.
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Em 1982, de acordo com uma pesquisa publicada pelo College Alumni Health Study
(CAHS), intitulada “Atividade física, Causas de Mortalidade e Longevidade do College
Alumni” (PAFFEN BARGER et al. 1996) foi possível concluir que “há um ganho em anos de
vida em homens vigorosamente ativos” - por volta de dois anos a mais pra quem faz atividade
física comparados aos que não faziam.
Além de proporcionar melhorias na saúde o exercício físico traz benefícios em relação
à estética e ao condicionamento físico. Esse condicionamento físico pode ser entendido como
“a capacidade de realizar algum trabalho muscular de maneira satisfatória.” (Organização
Mundial de Saúde, 1978 apud GUISELINI, 2006 p.43).
Através disso, estar preparado fisicamente significa apresentar condições para se
movimentar corretamente quando submetido a situações que envolva esforço físico. Podendo
desenvolver a atividades físicas sem fadiga.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A cada vivência, aprendemos mais sobre o mundo da Educação Física e abre ainda
mais a nossa visão sobre a mesma. Antes tínhamos em mente que Educação Física era só
praticar esporte como o futsal, o handebol, vôlei e basquete, mas na verdade ela vai muito,
além disso.
Um dos pontos positivos dessa vivência foi que o professor estimulava os alunos com
palavras de incentivo, não deixando que eles desistissem. Depois deu dicas em relação à
conduta, cuidar da aparência sempre, e que devemos mostrar um corpo saudável sempre que
possível.
Já os pontos negativos, foram às formas em que ele abordou sobre a questão da
aparência física, que acabou gerando um conflito entre o mesmo e alguns acadêmicos,
conduzindo o assunto direcionado a uma só pessoa, não levando em consideração os fatores
as quais a tal pessoa estava acima do peso, se era por genética, hormonal ou se era por
desleixo ou algo assim.
Portanto, em relação a essa questão devemos agir da seguinte forma, antes expor
nosso ponto de vista, é necessário analisá-lo, para que o mesmo não venha ser um fator
desestimulante para o aluno, como poderia ter ocorrido no caso citado acima, pois deixou
acadêmica chateada.
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Também acreditamos que a importância de estarmos participando desses eventos nos
ajuda a descobrirmos a si próprio, e a nos identificarmos em qual área iremos atuar, pois a
Educação Física é bastante ampla.
Assim poderemos se tornar ótimos profissionais com um vasto conhecimento, uma
sugestão é que devíamos ter mais aulas práticas de Cross Fitness.
REFERÊNCIAS
Disponível em: <http://guia-fitness.com/cross-training.html>; acessado no dia 25/05/2013 às
17h31min;
Disponível em: http://www.acorporebrasil.com.br/?p=540; Acessado no dia 23/05/2013 às
16h50min;
GUISELINI, Mauro. Aptidão física saúde bem-estar: fundamentos teóricos e exercícios
práticos;
WIKIMAPIA.
Parque
Mãe
Bonifácia.
Disponível
em:
<http://wikimapia.org/137277/pt/Parque-M%C3%A3e-Bonif%C3%A1cia; Acessado no dia
23/05/2013 às 16h40min;
WIKIPÉDIA.
Parque
Mãe
Bonifácia.
Disponível
em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_M%C3%A3e_Bonif%C3%A1cia>; Acessado no dia
05/04/2013as 17h33min;
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RELATO DE VIVÊNCIA: DIA NACIONAL DE AÇÃO VOLUNTÁRIA
*
Lauren S. Carvalho
Leonardo Tremura
***
Marinalva Costa Leite
****
Roberto Pereira de Oliveira
**
1 INTRODUÇÃO
Existem várias possibilidades de se definir o trabalho voluntário, o site
voluntarios.com.br, menciona a definição segundo a ONU do voluntário:
O voluntário é o jovem ou o adulto que, devido ao seu interesse pessoal e ao seu
espírito cívico, dedica parte de seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas
formas de atividades, organizadas ou não, de bem-estar social ou outros campos.
O trabalho voluntário somente foi regulamentado em 1996, pela Lei 9608/98, o que
representou grande avanço para o desenvolvimento do voluntariado no Brasil. A lei em
referência também conceitua o trabalho voluntário nos seguintes termos:
Artigo 1º Considera-se serviço voluntário, para fins desta lei, a atividade não
remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a
instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais,
educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade.
Atualmente, muito se vê em televisões, jornais, revistas e internet, sobre trabalhos voluntários
organizados por Organizações Não Governamentais (ONGs), casas beneficentes e
instituições, tais como o SESI de Minas Gerais, que em 1991 criou o projeto “Ação Global”,
com a finalidade de prestar serviços gratuitos à população (ASCOM, 2013). Os serviços
prestados por esses projetos voluntários surgem de acordo com a carência de cada região.
Uns dos principais objetivos destas ações estão ligados ao Objetivo do Milênio, criada
*
Acadêmica do 1° semestre do curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade AUM. E-mail:
[email protected];
**
Acadêmica do 1° semestre do curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade AUM. E-mail:
[email protected];
***
Acadêmica do 1° semestre do curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade AUM. E-mail:
[email protected];
****
Professor da disciplina Núcleo de Estudo e Práticas Pedagógicas do curso de Licenciatura em Educação
Física da Faculdade AUM. E-mail: [email protected].
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pela ONU – Organização das Nações Unidas em 2000, que trás 8 jeitos de mudar o mundo,
em vista dos problemas mundiais.
Figura 01: Oito jeitos de mudar o mundo;
Fonte: http://www.objetivosdomilenio.org.br/.
Visando à erradicação do analfabetismo e reduzir as desigualdades sociais da população
brasileira, foi fundada em 22 de novembro de 1956 a Fundação Bradesco, com iniciativa do
diretor-presidente do banco Bradesco (Banco Brasileiro de Descontos S.A.), Amador Aguiar,
atualmente existem 40 instituições Bradesco espalhadas pelo Brasil. Em 2002, a Fundação
Bradesco de Manaus, tiveram a iniciativa de promover um evento intitulado Dia do
Voluntário. Sua iniciativa foi tão positiva, que diversos diretores das instituições Bradesco se
reuniram, a fim de criar um evento nacional voltado para o trabalho voluntário, e em 2003, a
Fundação Bradesco, em parceria com órgãos públicos, empresas, profissionais de diversos
segmentos promoveram o Dia Nacional de Ação Voluntária – DNAV, o qual tinha por o
objetivo prestar atendimento à população carente, e promover a solidariedade contando com a
colaboração principalmente, de alunos, professores, e membros da comunidade.
No ano de 2013, a fundação Bradesco de Cuiabá promoveu no dia 18 de maio, o Dia
Nacional de Ação Voluntaria, localizado bairro Jardim Vitória, iniciando-se às 10 às 15 horas,
onde foram oferecidos os serviços gratuitos como diversas oficinas, atividades recreativas e
palestras para comunidade daquela região sob a organização dos gestores da Fundação
Bradesco.
O objetivo do Dia Nacional de Ação Voluntaria de 2013 foi promover a cidadania,
onde os próprios moradores da comunidade foram voluntários que ajudavam e contribuíram
para o Dia Nacional de Ação Voluntária. Além de promover a cidadania, outro objetivo
fundamental foi levar palestras informativas de como conscientizar a população sobre o
combate a dengue, e a prevenção de drogas.
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As atividades recreativas foram ministradas voluntariamente pelos acadêmicos da
Faculdade de Cuiabá (FAUC/AUM), que promoveram diversão com brincadeiras e atividades
tradicionais com uma adaptação para o ambiente.
2 DESENVOLVIMENTO
As atividades programadas pela escola Fundação Bradesco para serem realizadas no Dia
Nacional de Ação Voluntária (DNAV) vêm ao encontro das necessidades da própria
comunidade do Bairro Jardim Vitória e região e, é por esse motivo que os números dos
voluntários e beneficiados têm aumentado a cada edição do DNAV.
Em sua primeira edição, em 2003, o número de atendimentos foi de 100 mil contando
com a participação de 4.000 voluntários. Em 2007, foram envolvidos aproximadamente com o
envolvimento de 27.534 voluntários e os resultados desse trabalho ultrapassaram a marca de 1
milhão e 600 mil atendimentos (AGUIAR, 2007).
Detalhes desse crescimento por ano podem ser verificados no quadro abaixo:
Quadro 01: Evolução em voluntariado e atendimento do Dia Nacional de Ação Voluntária
ANO
PONTOS DE
ATENDIMENTO
VOLUNTÁRIOS
ATENDIMENTOS
2003
39
4.000
100.000
2004
40 (2,56%)
7.000 (75%)
300.000 (200%)
2005
90 (125%)
11.000 (57,14%)
700.000 (133,33%)
2006
157 (74,44%)
21.129 (92,08%)
1.024.454 (46,35%)
2007
189 (20,38%)
27.534 (30,31%)
1.693.990 (65,35%)
Fonte: (www.voluntariado.fb.org.br/).
As atividades desenvolvidas na Fundação Bradesco de Cuiabá em 2013, ocorreram
simultaneamente nas salas da instituição em que foram alocadas com a finalidade de ministrar
oficinas e para que os serviços comunitários fossem realizados. As atividades recreativas
ocorreram nas quadras poliesportivas quanto no campo de futebol. No total foram
disponibilizados seis serviços: duas oficinas, quatros palestras, além de mais de dez atividades
recreativas, incluindo o circuito de esportes radicais.
Dentre as atividades e serviços oferecidos naquele dia, estavam: corte de cabelo,
consulta ao oftalmologista, consulta ao Índice de Massa Corporal (IMC), oficina de produção
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de produtos de limpeza caseiros, oficina de produção de maxi-colar, palestra preventiva sobre
drogas, palestra preventiva sobre o mosquito da dengue, emissão de carteira de trabalho,
emissão de registro geral - RG, orientações para prevenção de incêndios ministrada pelo
corpo de bombeiros, distribuição de algodão-doce, palestra com os anjos da enfermagem, e
diversas atividades recreativas para as crianças.
O Dia Nacional de Ação Voluntaria assemelha-se a outro evento realizado em diversas
cidades do Brasil ao longo dos anos, é a Ação Global, desenvolvida o pela rede globo em
parceria com a UNESCO.
Os acadêmicos da Faculdade FAUC/AUM, responsáveis pela organização e aplicação
das atividades recreativas trouxeram para o Dia Nacional de Ação Voluntaria um resgate da
cultura lúdica, onde aplicaram brincadeiras tradicionalmente conhecidas e que ultimamente
tem sido esquecida pelas crianças, tais como: bets, vôlei, perna de pau, futebol e também
houve um circuito com uma série de atividades incluindo: pular corda, passar dentro do túnel,
passar por debaixo da corda, fazer ziguezague entre os cones. O circuito de esportes radicais
incluía: slake line, falsa baiana, e arvorismo.
Todos os voluntários receberam um ticket que lhe davam direito a um lanche e ao
almoço, além de ganharem uma camiseta, boné e crachá de identificação.
O Dia Nacional de Ação Voluntaria contou com a presença dos Anjos da
Enfermagem, que são um grupo de enfermeiros que trabalham com crianças portadoras de
doenças crônicas entre elas o câncer, as mesmas alegraram o dia, com brincadeiras cantadas e
com uma pequena palestra informando sobre a tarefa de ser enfermeiro.
A recreação e os serviços utilitários ocorreram durante todo o período de realização do
Dia Nacional de Ação Voluntaria, somente as oficinas ocorreram no período matutino, e a
estimativa foi de que mais de 1.000 pessoas compareceram naquele dia, incluindo os próprios
alunos da instituição Fundação Bradesco, os acadêmicos da Faculdade FAUC/AUM, os
voluntários e toda a comunidade daquela região.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma, ao longo do evento, tudo ocorreu dentro da normalidade, às atividades e os
serviços foram muito bem aplicados, voluntários estavam dispostos a ajudar, e a Fundação
Bradesco atingiu seu principal objetivo proposto, promover a cidadania, interação entre as
pessoas, e ofertar serviços que fossem úteis para a comunidade.
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Ponto negativo observado pelo grupo: algumas atividades/oficinas estavam distantes
do público-alvo e por resultado tiveram baixa visita da população.
Ponto positivo observado pelo grupo: Os voluntários estavam todos dispostos a ajudar
e contribuir para o melhor funcionamento do evento, e a própria coordenação e diretoria da
Fundação estava monitorando e contribuindo para que tudo ocorresse bem.
Sugestão: para melhor aproveitamento do DNAV poderiam ser fixados mapas ou
cartazes informando a sala onde estava sendo oferecida cada atividade/serviço.
Esta proposta educativa sintoniza com a educação em direitos humanos, que aposta
no desenvolvimento de uma ética da solidariedade que atravesse todas as dimensões
da vida humana: conhecimento, sentimento e ação (VÁRIOS; 2013).
Eventos como o Dia Nacional de Ação Voluntária são fundamentais para o
crescimento pessoal dos futuros professores de Educação Física, pois, eventos como esse,
despertam não só a criatividades dos acadêmicos em realizar atividades diversificadas, mas
também o seu espírito solidário, de ajudar ao próximo, e cultivar essa idéia para seus futuros
alunos.
Devido à preocupação com o futuro do mundo, projetos voluntários como o Dia
Nacional de Ação Voluntária que trás para a nossa realidade uma corrente de solidariedade
que visam juntos, construir um mundo melhor.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Denise. ENTREVISTA com a diretora da Fundação Bradesco ao portal:
Voluntário
Bradesco.
Disponível
em:
<http://voluntariado.fb.org.br/Voluntariado/Voluntariado/Noticias/NaMidia/Entrevista.htm>. Acesso em 22,
maio 2013.
ASCOM, Assessoria de Comunicação -. HUUFMA (Hospital Universitário da Universidade
Federal do Maranhão) participa da 20ª edição da Ação Global. Disponível em:
<http://www.huufma.br/site/estaticas/mostra_estat.php?id=65#.UbBZF9K1HNI>.
Acesso em 01, jun. 2013.
AUTORES VÁRIOS. Caminhos de Solidariedade. São Paulo: Editora Gente, 2001.
Dia Nacional de Ação Voluntária: como funciona. Disponível em: <
http://voluntariado.fb.org.br/Voluntariado/DiaNacional/ComoFunciona >. Acesso em 22,
maio 2013.
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Dia Nacional de Ação Voluntária: nossa história. Disponível em: <
http://voluntariado.fb.org.br/Voluntariado/DiaNacional/NossaHistoria/ >. Acesso em 22, maio
2013.
Dia Nacional de Ação Voluntária: o que
é? Disponível em:
http://voluntariado.fb.org.br/Voluntariado/DiaNacional/>. Acesso em 22, maio 2013.
ONU.
8
jeitos
de
mudar
o
mundo.
<http://www.objetivosdomilenio.org.br/>, Acesso em 01, jun. 2013.
Disponível
VOLUNTARIOS.COM.BR.
O
que
é
voluntariado.
Disponível
<http://www.voluntarios.com.br/oque_e_voluntariado.htm> Acesso em: 28 mai. 2013.
Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física
<
em:
em:
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INCLUSÃO DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR
*
Ernesto Soares Guimarães
Fernanda Cristina Gadda
***
Samantha Karolyne da Silva Jesus
****
Simone Marques
**
RESUMO
Esse trabalho tem como objetivo clarear as idéias do leitor sobre como é importante à inclusão de portadores de
deficiências na Educação Física Escolar, todo deficiente tem direito na sociedade seja ele, deficiente mental,
auditivo, visual, etc. A disciplina de Educação Física aparece como propícia para a inclusão do aluno com
necessidades especiais devido à possibilidade de seu trabalho e de seus conteúdos de diferentes formas.
Palavras-chave: Inclusão, portadores de deficiências, e Educação Física Escolar.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por objetivo discutir a inclusão social e a educação física, a
intenção é debater a inclusão tema bem comum nos seus aspectos teóricos e práticos de forma
a visualizar as realidades e possibilidade de uma educação inclusiva, que adapte a com uma
sociedade também inclusiva.
A inclusão é a modificação da sociedade como pré-requisito para que pessoa com
necessidades especiais possa buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania (Sassaki,
1997). Segundo autor, a inclusão é um processo amplo, com transformações, pequenas e
grandes, nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as pessoas, inclusive da própria
pessoa com necessidades especiais. Para promover uma sociedade que aceite e valorize as
diferenças individuais, aprenda a conviver dentro da diversidade humana, através da
compreensão e da cooperação (CIDADE E FREITAS, 1997).
Nem todas as escolas estão preparadas para receber o aluno portador de uma
deficiência, segundo Cidade (1997), os professores não se sentem preparados para atender
adequadamente as necessidades daqueles alunos e os escolares que não têm deficiência não
foram preparados sobre como aceitar ou brincar com os colegas com deficiência. É
*
Acadêmico do Curso de Educação Física FAUC/AUM 2° Semestre email:
[email protected]
**
Acadêmico do Curso de Educação Física FAUC/AUM 2° Semestre email:
[email protected]
***
Acadêmico do Curso de Educação Física FAUC/AUM 2° Semestre email:
[email protected]
****
Professora Mestre do Curso de Educação Física Fauc/AUM
Anais da III Semana Científica do Curso de Educação Física
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importante que o professor tenha os conhecimentos básicos relativos ao seu aluno como: tipo
de deficiência, idade que apareceu a deficiência, se foi retinia e gradativa, se transitória e
permanente, as funções e estruturas que estão prejudicadas. O artigo a seguir vem alimentar
essas discussões com a finalidade de trazer, ao leitor, uma reflexão maior sobre o tema.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1.1 Educação Física Escolar
(Daolio, 1993) diz que a Educação Física Escolar é uma prática cultural, com uma
tradição respaldada em certos valores. Ela ocorre historicamente em certo cenário, com certo
enredo e para certo público, que demanda certa expectativa. É justamente isso que faz a
Educação Física Escolar ser o que é. Sendo uma prática tradicional, ela possui certas
características, muitas vezes inconscientes para seus atores. Em outras palavras, existe certo
estilo de dar aulas de Educação Física, estilo que é, na maioria das vezes, valorizado pelos
alunos, comunidade e direção da escola.
A Educação Física Escolar deve abarcar todas as formas da chamada cultura corporal jogos, esportes, danças, ginásticas e lutas - e, ao mesmo tempo, deve abranger todos os
alunos. Obviamente, que seu objetivo não será a aptidão física dos alunos, nem a busca de um
melhor rendimento esportivo. Os elementos da cultura corporal serão tratados como
conhecimentos a serem sistematizados e reconstruídos pelos alunos.
As aulas de Educação Física devem propiciar uma ampla gama de oportunidades
motoras, a fim de que o aluno explore sua capacidade de movimentação, descubra novas
expressões corporais, domine seu corpo em várias situações, experimente ações motoras com
novos implementos, com ritmos variados, etc. O professor deverá procurar levar os alunos, ao
realizar as ações motoras, compreender seu significado e as formas de execução. Essa atuação
nas primeiras séries do 1o. grau refere-se ao que os desenvolvimentistas denominam de
educação do movimento (TANI, MANOEL, KOKUBUN & PROENÇA, 1988).
"Pressupõe, conceitualmente, que todos, sem exceção, devem participar da vida
acadêmica, em escolas ditas comuns e nas classes ditas regulares onde deve ser desenvolvido
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o trabalho pedagógico que sirva a todos, indiscriminadamente" (EDLER CARVALHO, 1998,
p.170).
A Educação Física Adaptada surgiu oficialmente nos cursos de graduação através da
Resolução 3/87 do Conselho Federal de Educação e que prevê a atuação do professor de
Educação Física com o portador de deficiência e outras necessidades especiais. Por isso
sabemos que, muitos professores de Educação Física e hoje atuantes nas escolas não
receberam em sua formação conteúdos e/ou assuntos pertinentes a Educação Física Adaptada
ou a Inclusão.
A Educação Física Adaptada "é uma área da Educação Física que tem como objeto de
estudo a motricidade humana para as pessoas com necessidades educativas especiais,
adequando metodologias de ensino para o atendimento às características de cada portador de
deficiência, respeitando suas diferenças individuais" (DUARTE E WERNER, 1995: 9).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1997, p.85) citam que:
A educação Física para alcançar todos os alunos deve tirar proveito dessas diferenças
ao invés de configurá-las como desigualdades. A pluralidade de ações pedagógicas pressupõe
que o que torna os alunos diferentes é justamente a capacidade de se expressarem de forma
diferente.
2.1.2 Inclusão
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Organização das
Nações Unidas (ONU), em 1948 relaciona os seguintes direitos que valem para todos, isto é,
os chamados direitos humanos ou da cidadania:
Direitos Civis: direito à liberdade e segurança pessoal; à igualdade perante lei; à livre crença
religiosa; à propriedade individual ou em sociedade; e o direito de opinião (Art. 3° ao 19).
Direitos Políticos: liberdade de associação para fins políticos; direito de participar do
governo; direito de votar e ser votado (Arts. 20 e 21).
Direitos Econômicos: direito ao trabalho; à proteção contra o desemprego; à remuneração
que assegure uma vida digna, à organização sindical; e direito à jornada de trabalho limitada
(Arts. 23 e 24).
Direitos Sociais: direito à alimentação; à moradia; à saúde; à previdência e assistência; à
educação; à cultura; e direito à participação nos frutos do progresso científico (Art.25 ao 28).
Assim orientada, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu, em 1975, a
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Declaração dos Direitos das Pessoas com Deficiências. Ponto de chegada de uma luta
histórica de entidades nacionais e internacionais e, em particular, das próprias pessoas com
deficiências e de suas organizações, a Declaração tornou-se, em todo mundo, o ponto de
partida para a defesa da cidadania e do bem-estar destas pessoas, assegurando os seguintes
direitos:
• O direito essencial à sua própria dignidade humana. As pessoas com deficiência,
independente da origem, natureza e gravidade de suas incapacidades, têm os mesmos direitos
que os outros cidadãos, o que implica no direito de uma vida decente, tão normal quanto
possível;
• As pessoas com deficiência têm os mesmos direitos civis e políticos dos demais indivíduos.
O parágrafo 7° da Declaração dos Direitos do Deficiente Mental indica a possibilidade de
limitar ou de suprimir tais direitos no caso das pessoas com deficiência mental;
• O parágrafo 7 da Declaração dos Direitos das Pessoas Mentalmente Retardadas estabelece:
“Sempre que pessoas mentalmente retardadas forem incapazes devido à gravidade de sua
deficiência de exercer todos os seus direitos de um modo significativo ou que se torne
necessário restringir ou denegar alguns ou todos estes direitos, o procedimento usado para tal
restrição ou denegação de direitos deve conter salvaguardas legais adequadas contra qualquer
forma de abuso. Este procedimento deve ser baseado em avaliação da capacidade social da
pessoa mentalmente retardada, por parte de especialistas e deve ser submetido à revisão
periódica e ao direito de apelo a autoridades superiores”;
• As pessoas com deficiências têm o direito de desenvolver capacidades que as tornem, tanto
quanto possível, autoconfiantes;
• O direito ao tratamento médico, psicológico e reparador, incluindo próteses e hortenses,
visando a sua reabilitação, bem como o acesso a serviços que as habilitam a desenvolver
capacidades voltadas para sua integração ou reintegração social;
• As pessoas com deficiência têm o direito à segurança social econômica e a um nível de bemestar digno. Elas têm o direito, segundo suas capacidades, ao emprego ou de participar de
ocupação útil e remunerada;
• O direito a que suas necessidades especiais sejam incluídas no planejamento econômico e
social;
• As pessoas com deficiência têm o direito de viver com sua família e de participar das
atividades sociais. Elas não serão submetidas, mesmo em suas residências, a tratamento
diferente (discriminatório) que não seja o necessário para melhorar o seu bem-estar. Se a sua
permanência em instituição especializada for indispensável, o ambiente e as condições
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deverão ser as mais próximas da vida normal; • O direito à proteção contra toda a exploração
e todo o tratamento discriminatório, abusivo e degradante;
• As pessoas com deficiência têm o direito ao apoio jurídico qualificado quando tal apoio
mostrar-se indispensável para sua proteção. Se processos judiciais forem estabelecidos contra
elas, o procedimento legal respeitará as suas condições físicas e mentais;
• As organizações das pessoas com deficiência devem ser consultadas em todos os assuntos
que dizem respeito aos direitos mencionados;
• As pessoas com deficiência, suas famílias e a comunidade devem ser plenamente
informadas, pelos meios apropriados, dos direitos contidos na Declaração.
Pode-se perceber que a inclusão social das pessoas com deficiência depende do seu
reconhecimento como pessoas, que apresentam necessidades especiais geradoras de direitos
específicos, cuja proteção e exercício dependem do cumprimento dos direitos humanos
fundamentais.
Todo plano de formação deve servir para que os professores se tornem aptos ao ensino
de toda a demanda escolar. Dessa forma, seu conhecimento deve ultrapassar a aceitação de
que a classe comum é, para os alunos com necessidades educacionais especiais, um mero
espaço de socialização (ARANTES, 2008).
2.1.3 Portadores de Deficiências
Hoje, no Brasil, milhares de pessoas com algum tipo de deficiência estão sendo
discriminadas nas comunidades em que vivem ou sendo excluídas do mercado de trabalho. O
processo de exclusão social de pessoas com deficiência ou alguma necessidade especial é tão
antigo quanto à socialização do homem. A estrutura das sociedades, desde os seus primórdios,
sempre inabilitou os portadores de deficiência, marginalizando-os e privando-os de liberdade.
Essas pessoas, sem respeito, sem atendimento, sem direitos, sempre foram alvo de atitudes
preconceituosas e ações impiedosas.
A literatura clássica e a história do homem refletem esse pensar discriminatório, pois é
mais fácil prestar atenção aos impedimentos e às aparências do que aos potenciais e
capacidades de tais pessoas.
Nos últimos anos, ações isoladas de educadores e de pais têm promovido e
implementado a inclusão, nas escolas, de pessoas com algum tipo de deficiência ou
necessidade especial, visando resgatar o respeito humano e a dignidade, no sentido de
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possibilitar o pleno desenvolvimento e o acesso a todos os recursos da sociedade
(MACIEL,2000).
Nas palavras de Fédida (1984):
O deficiente é sempre o sobrevivente, o que escapou de uma cataclisma, de uma
catástrofe que já se produziu e que ameaça interiormente, que nos pode acontecer
[...] O deficiente constitui uma figura da negação violenta que desencadeia todas as
nossas negações (p.145).
O primeiro ponto que precisa ser enfatizado é que a questão da integração de
portadores deficiências ou expressionais, como são popularmente conhecidos, todos os
indivíduos, por uma razão ou outra, são afastados do convívio cotidiano da sociedade,
deixando de usufruir, consequentemente, das oportunidades e experiências abertas às demais
pessoas consideradas “normais” (GOFFMAN, 1982; GLAT, 1991).
Como lembra Schneider(1985), “os outros não se relacionam como o indivíduo
desviante em si, mas sim com seu rótulo, criando uma relação de distância e
despersonalização” (p. 73). Assim, o papel de desviante ou anormal, que no caso das pessoas
deficientes e vitalício, estruturas suas relações sociais, e determina suas oportunidades
experiência de modo geral, criando para o indivíduo de uma vida “excepcional” (GLAT,
1898, 1991; GOFFMAN, 1982; TELFORD E SAWEY, 1984).
2.2 METODOLOGIA DA PESQUISA
Este artigo tem como metodologia a pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico que
segundo Gil (2002, p. 41). “Proporciona maior familiaridade com o problema com vistas a
torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses”. Para tanto se utiliza a pesquisa bibliográfica
que segundo Cervo e Brevian (2002, p. 65) “procura explicar um problema a partir de
referencias teóricas publicadas em documentos”.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse artigo relatou-se que todo aluno têm o direito de praticar as aulas de Educação
Física, porém existe uma infinidade de fatores que influem na aprendizagem de portadores de
deficiência entre elas as características das tarefas motoras, o sujeito que aprende
aprendizagem prévia, o contexto da aprendizagem, o tipo de informação, etc.
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Para que a inclusão seja uma realidade, será necessário conhecer o desenvolvimento
humano e suas relações com o processo de ensino aprendizagem, levando em conta como se
dá este processo para cada aluno. Assessorar o professor para resolução de problemas no
cotidiano na sala de aula, criando alternativas que possam beneficiar todos os alunos.
REFERÊNCIAS
CORDE. Escola para todos. Brasília: Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência - CORDE, 1992.
LÜSCHER, A. Z. C. Educação Especial: Inclusão e Exclusão. Presença Pedagógica, v.28, n.5,
p. 81-84, 1999.
MANTOAN: São Paulo: Inclusão escolar: pontos e contrapontos, 2006.
MAZZOTA, MARCOS JOSÉ DA SILVEIRA. Fundamentos de educação especial. São
Paulo: Pioneira, 1982.
Organização das Nações Unidas (ONU), 1998.
São Paulo Perspec. vol.14 n°.2 São Paulo Apr. /June 2000.
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COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO EM ESCOLARES DE 9 A 10 ANOS
*
Gonzalo Faval
**
Hector Faval
***
Isabella Faval
****
Conceição Carvalho
RESUMO
A prática regular de exercícios físicos contribui para uma melhoria na qualidade de vida da população,
prevenindo contra doenças crônico-degenerativas e combatendo o sedentarismo, considerado um dos males do
século juntamente com o avanço da tecnologia que se faz presente nas escolas e lares da sociedade. O objetivo
desta pesquisa foi de analisar a atividade física semanal durante as aulas de educação física, verificando os
fatores que contribuem para o sedentarismo em escolares de 9 a 10 anos de idade. O estudo teve como voluntário
crianças de 9 a 10 anos de idade, de ambos os sexos, de uma escola estadual e outra municipal da cidade de
Cuiabá. Foi realizada coleta de peso, estatura para cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal), realizado teste de
agilidade (teste do quadrado), e aplicação de um questionário sobre a atividade Física semanal. Participaram do
estudo 40 crianças (57,5% do sexo masculino), com idade média de 9,5 anos (DP=0,51), peso de 33,90 kg
(DP=7,85), altura de 1,37 (DP=0,06) com o tempo no teste de agilidade de 7,97 segundos (DP=0,72). Com
relação ao IMC, 65% das crianças, estão dentro do peso normal, 17,5% obesas, 15% abaixo do peso e 0,025%
com sobrepeso. De acordo com o questionário, 65% das crianças brincam muito tempo com aparelhos
eletrônicos, boa parte pode ser causada pela influência sedentária dos pais, uma vez que estes não praticam
nenhum esporte ou atividade física regularmente (45%), além de não serem levadas (as crianças) a parques,
praças para brincar, correr e saltar (65%). Concluiu-se que 60% das crianças avaliadas praticam atividade física
dentro ou fora da escola e que o percentual de sedentarismo é mais acentuado nas crianças do sexo feminino. Foi
constatado que a utilização de aparelhos eletrônicos traz como consequência negativa o sedentarismo e o
desinteresse por atividades físicas para essa faixa etária.
Palavras Chave: Sedentarismo, escolares, inatividade física.
1 INTRODUÇÃO
Sedentário, do latim sedentarius, origem na palavra sedere que significa “estar
sentado”, ou seja, aquele que realiza o mínimo possível de movimento. TADORO et al,
(2001), Sousa (2006), Carvalho et al (1996) e Mattos et al (2006).
Com o avanço da tecnologia, o ser humano tem deixado de realizar atividades simples,
que exigem gasto energético, por acomodação na vida moderna, ocasionando maus hábitos,
dentre eles, o sedentarismo que já é considerado uma pandemia que pode ocasionar doenças
como a ansiedade, aumento do colesterol, diabetes, hipertensão arterial e obesidade e,
também, pode levar a morte súbita, por exemplo, o infarto do miocárdio. (NETO, 1997).
*
Acadêmico de Licenciatura de Educação Física
Acadêmico de Licenciatura de Educação Física
***
Acadêmico de Licenciatura de Educação Física
****
Professora Orientadora
**
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A redução de doenças crônico-degenerativas, psicológicas e a melhoria na qualidade
de
vida,
são
fatores
resultantes
da
prática
constante
de
atividades
físicas.
(OEHLSCHLAEGER et al,2004).
O desuso dos sistemas funcionais é o resultado de uma vida sedentária tornando um
processo de regressão funcional acontece quando os sistemas solicitados em múltiplas
atividades físicas, aparelho locomotor e os demais órgãos, não são utilizados, sendo a
musculatura esquelética a mais implicada. Para melhoria desse quadro é necessário que haja a
prática mínima de atividades físicas semanalmente, tais como caminhar, correr, pedalar,
nadar, pular corda entre outras, obtendo um gasto mínimo de 2.200 calorias diárias e nesse
contexto se faz necessário praticar atividades de 3 a 5 vezes por semana, durante um tempo de
40 a 60 minutos, de intensidade moderada. (NETO, 1997).
Dessa maneira, o objetivo desta pesquisa foi de analisar a atividade física semanal
durante as aulas de educação física, verificando os fatores que contribuem para o
sedentarismo em escolares de 9 a 10 anos de idade.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 METODOLOGIA DA PESQUISA
Esse estudo foi realizado no Município de Cuiabá, estado de Mato Grosso na escola
Estadual Barão de Melgaço e na Escola Municipal Henrique da Silva Prado.
Participaram da pesquisa 40 crianças (17 do sexo feminino e 23 do sexo masculino)
com idade variando entre 9 e 10 anos, todos matriculados nessas instituições e nenhum destes
eram portadores de necessidades especiais.
Para a realização desta pesquisa, foi encaminhada ao diretor da escola a autorização
para a utilização do ambiente escolar juntamente com a permissão da SEDUC (Secretaria de
Educação de Cuiabá) e, aos pais, foi enviado o termo de consentimento livre e esclarecido
para a devida autorização, informando os objetivos da pesquisa, além de garantir a integridade
moral, física e mental das crianças.
Foi realizado o teste físico do quadrado, cujo material foi extraído e adaptado
PROESP – BR Projeto Esporte Brasil, para avaliação da agilidade dos alunos, e um
questionário com 07 (sete) questões sobre atividade física semanal, para conhecer o quanto
nível de atividade física de cada uma delas. Pra este estudo foram adotados os seguintes
critérios de exclusão: recusa em participar, idade inferior a 9 e superior a 10 anos, não ter
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assinado o termo de consentimento livre e esclarecido e portadores de necessidades especiais
(PNE’s).
Os materiais utilizados foram 4 cones (50 cm de altura) em cada vértice do quadrado,
cronômetro, balança digital, trena para medir a distância entre os cones, fita métrica e
aparelhos eletrônicos para anotar os resultados. No teste, o aluno partia da posição de pé, com
um pé avançado á frente imediatamente atrás da linha de partida ao lado de um dos cones e o
cronometro era disparado quando o aluno tocasse o primeiro pé ao solo após a partida. Ao
sinal do avaliador o aluno deveria deslocar-se até o próximo cone e tocá-lo correndo em
diagonal, corria novamente em direção ao cone a sua esquerda, tocava novamente o cone com
uma das mãos e retornava para o cone em diagonal (atravessando o quadrado em diagonal).
Finalmente corria em direção ao último cone que corresponderia ao ponto de partida tocandoo. Nessa fase final, o aluno duas oportunidades, foi anotado o melhor tempo utilizado para
percorrer o percurso completo.
2.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Participou desta pesquisa um total de 40 alunos, sendo que 17 eram do sexo feminino
e 23 do sexo masculino, com idades variando entre 9 e 10 anos, de acordo com o que mostra a
tabela 1. Através dos dados, pode-se perceber que as meninas e meninos possuem pesos
médios praticamente iguais, porém, por possuírem um maior desvio padrão o grupo das
meninas possui uma maior variabilidade no que diz respeito ao peso corporal quando
comparado com os meninos e facilmente observado através dos dados de peso mínimo e
máximo expostos nessa tabela.
Tabela 1: Dados de meninos e meninas entre 9 e 10 anos de idade
FEMININO (N= 17)
MASCULINO (N= 23)
Variáveis
Média ± DP
Min/Max
Média ± DP
Min/Max
Idade (anos)
9±0,51
09/out
10±0,51
09/out
Peso (kg)
33,9±8,80
23,5/53,8
33,35±7,06
21,95/48,5
Altura (m)
1,37±0,07
1,33/1,57
1,38±0,05
1,29/1,48
Dados: DP: Desvio Padrão; Mín: Mínimo; Máx: Máximo
Com relação à altura das crianças de ambos os sexos, percebe-se que não existe
diferenças médias, inclusive por apresentar desvio padrão parecidos, mas quando se observa
as alturas mínimas e máximas, as meninas são maiores que os meninos.
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Tabela 2: Porcentagem de meninas e meninos em cada categoria do IMC
FEM
MASC
Idade
Baixo
Baixo
(anos)
peso
Normal Sobrepeso Obeso
peso
Normal Sobrepeso
9
5,88% 47,06% 0,00%
5,88% 4,35% 39,13% 0,00%
10
5,88% 17,65% 5,88% 11,76% 13,04% 26,09% 0,00%
Soma
dos %
11,76% 64,71% 5,88%
17,65% 17,39% 65,22% 0,00%
25
Obeso
13,04%
4,35%
17,39%
Na tabela 2 é apresentada a classificação do IMC de meninos e meninas e pode-se
observar que aproximadamente 65% das crianças avaliadas possuem peso normal para sua
idade, 17,5% possuem obesidade em ambos os sexos, mas os valores entre os dois sexos se
diferenciaram com relação à classificação de sobrepeso e baixo peso, na qual
aproximadamente 6% das meninas encontra-se com sobrepeso e nenhuma foi encontrado com
essa condição e com relação ao abaixo do peso foi encontrado 12% das meninas e quase 18%
dos meninos.
Quando se analisa separando por idade, pode-se visualizar que no sexo feminino os
níveis de baixo peso não houve mudanças percentuais nas duas idades estudadas (9 e 10
anos), enquanto se for observado à classificação obesidade o valor percentual quase dobrou
quando comparado meninas de 9 e 10 anos de idade. No sexo masculino aconteceu o inverso,
pois, no baixo peso houve um aumento de quase três vezes mais entre as crianças de 9 aos 10
anos de idade, e na categoria obesidade ocorreu redução na mesma proporção.
A tabela 3 refere-se à prática de atividades física das crianças durante a semana e o
estilo de vida delas e dos seus responsáveis.
Tabela 3: Respostas do questionário sobre estilo de vida sedentário
Meninas Meninos
Quantos dias com EDFE
2 dias
17
23
3 dias
0
0
4 dias
0
0
Participa das aulas
Sim
11
22
Não
6
1
Brinca com aparelhos eletrônicos
Sim
9
16
Não
8
7
Pais fazem esporte
Sim
9
13
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26
Continua...
Não
Faz escolas de esporte
Sim
Não
Tem lazer ativo
Sim, muito
Sim, pouco
Não
Para ir à escola
Caminhando
Ônibus ou van
Carro ou moto
8
10
6
11
15
8
4
11
2
6
15
2
7
3
7
13
4
6
Mais da metade delas utilizam muito tempo jogos eletrônicos (65%), somente 3 não
participam das aulas de educação física; somente 18 pais não praticam esportes; algumas
crianças (19) não participam de escolinhas esportivas, 26 crianças frequentam pouco parques
ou praças para brincar, 20 crianças não vão à escola caminhando.
Embora as crianças nesta faixa etária tenham um desempenho físico semelhante, a
pesquisa demonstra que a maioria das crianças do sexo feminino chegam aos 9 anos de idade
com seu peso normal e aos 10 anos de idade apresentam um aumento nos níveis de sobrepeso
ou obesidade, enquanto que as crianças do sexo masculino acontecem o inverso. Outro dado
interessante é referente ao baixo peso, presente em 5,88% das meninas de 10 anos de idade,
enquanto que nos meninos esse indicador é de 13,04%.
Também cabe ressaltar que não são todas as crianças que participam das aulas de
educação física, e num contexto geral, as crianças fazem menos atividade física do que o que
recomendado pela Organização Mundial de Saúde, que seria de 60 minutos por dia de
atividade física de moderada a intensa (OMS, 2011).
De acordo com os valores do PROESP (2012) para o IMC, a prevalência de sobrepeso
no sexo feminino é de 5,88% e obesidade 17,65%, enquanto no sexo masculino os níveis de
sobrepeso são de 0,00% e obesidade 17,39%. Os resultados deste estudo mostram que são as
crianças com sobrepeso e obesidade de ambos os sexos são as que apresentam níveis de
agilidade baixos comparando-se aos resultados das crianças com o peso normal.
Uma das principais causas da obesidade em crianças é o sedentarismo, onde crianças
se concentram mais na frente da televisão ou em atividades sedentárias diariamente, o
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comportamento sedentário dos pais também é um fator importante, pela influência que os
mesmos exercem sobre as crianças.
Acredita-se que as crianças se envolvem com atividades lúdicas ativas com frequência,
mais para que haja um bom desempenho nas aulas e uma participação maior, a criança
necessita estar motivada a participar. Os resultados deste trabalho destacam a importância da
agilidade e de atividade física semanal para a diminuição dos níveis de obesidade e sobrepeso,
pois pesquisas demonstram que a prevalência da obesidade infantil está mais presente no sexo
feminino, onde o excesso de energia está preferencialmente estocado sob a forma de gordura.
(COUTINHO, 1999).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sedentarismo um dos males do século, que afeta diretamente as crianças, pois a
tecnologia utilizada como fonte de educação e informação, aqui é um fator a mais que
contribui para o aumento do sedentarismo e a obesidade.
Associar o sedentarismo dos pais, neste caso, a obesidade das crianças avaliadas
necessitaria sem dúvida de um estudo mais aprofundado, uma vez que 43% dos pais das
crianças obesas de ambos os sexos presentes neste estudo, não praticam nenhum esporte ou
atividade física regular.
Foi sugerido que atividades físicas prazerosas, de cunho lúdico educacional, de
motivação causada pelo movimento e que atue nas sensações das crianças para que sejam
utilizadas como combate ao sedentarismo e diminuição da obesidade escolar. Os resultados
deste estudo mostram que, a maior parte das crianças sedentárias também está acima do peso
para essa faixa etária e que este fator influência diretamente na coordenação motora das
mesmas e consequentemente no desempenho de atividades físicas.
REFERÊNCIAS
TURIBIO Leite de Barros Neto - Exercício, Saúde e Desempenho Físico. - 1ª edição. Editora
Atheneu, São Paulo, Brasil, 1997.
R7. Sedentarismo pode causar problemas físicos, mentais e psicológicos.
http://www.educacaofisica.com.br/index.php/voce-ef/98-saude-bem-estar/20563sedentarismo-pode-causar-problemas-fisicos-mentais-e-psicologicos
FARIAS, José Cazuza de. (In) Atividade física e comportamento sedentário: estamos
caminhando para uma mudança de paradigma? Ver. Bras. Ativ. Fís. Saúde; 16 (4), set. 2011
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ORTI, Natália Pinheiro; CARRARA, Kester. Educação física escolar e sedentarismo infantil:
uma análise comportamental. Arq. bras. psicol., Rio de Janeiro, v. 64, n. 3, dez. 2012 .
Disponível
em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180952672012000300004&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em 14 jul. 2013.
MELO, Maria Mafalda; LOPES, Vitor Pires. Associação entre o índice de massa corporal e
a coordenação motora em crianças. Revista Bras. De educ. e esporte. v. 27, n. 1 (2013)
Luiz and PELEGRINI, Andreia. Associação entre o estilo de vida dos pais e a composição
corporal dos filhos adolescentes.Rev. paul. pediatr. [Online]. 2009, vol.27, n.1, pp. 48-52.
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JAGO R, Baranowski T, Baranowski JC, Thompson D, Greaves KA. Bmi from 3-6 y of age
is predicted by tv viewing and physical activity, not diet. Int J Obes. 2005; 29:557-64.
NELSON MC, Neumark-Stzainer D, Hannan PJ, Sirard JR, Story M. Longitudinal and
secular trends in physical activity and sedentary behavior during adolescence. Pediatrics.
2006; 118:e1627-34
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ANÁLISE DOS RESULTADOS DE EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO
REALIAZADOS ANTES E DEPOIS DO TESTE DO BANCO DE
WELL’S
*
André Luiz Silva
Rayanne Pereira dos Santos
***
Tiago Dias do Nascimento
****
Conceição Carvalho
**
RESUMO
Com o Objetivo de prevenir lesões e ajudar na flexibilidade, os professores de educação física fazem uso dos
exercícios de alongamento. Utilizando de técnicas de alongamentos estáticos, balístico, dinâmico e ativo. Dessa
forma esse artigo tem como objetivo verificar se os exercícios de alongamento realizados antes do teste de
flexibilidade modificam o resultado final. Foram realizados testes de flexibilidade utilizando o banco de Wells
antes e depois dos exercícios de alongamento e participaram desse estudo 30 crianças na faixa etária de 9 a 13
anos de ambos os sexos. Após utilizar do teste, os resultados foram melhores no sexo feminino pós teve mais
flexibilidade do que os meninos, observa que no sexo feminino antes do teste teve na media 30 e depois 32 na
média e os meninos antes na média 31,5 e depois 32 na media, podem observar as crianças avaliadas tiveram
resultado importantes na sua flexibilidade após os alongamentos. O alongamento é um meio que deve ser
utilizado no âmbito escolar, pois a flexibilidade aumenta a capacidade de realizar os movimentos assim evitando
lesões, isso quer dizer atividade física sem dores.
Palavras-chaves: Flexibilidade. Alongamento. Crianças.
1 INTRODUÇÃO
Com a intenção de prevenir lesões, os professores se utilizam de exercícios de
alongamento antes de uma modalidade esportiva ser executada em suas aulas de educação
física escolar. Diante desses fatos, esses exercícios de alongamento aplicado com objetivos
nobres, não seria o suficiente para melhoria da postura mais sim do estimulo da sua
capacidade denominada flexibilidade (NAREZZI 2011).
Para atingir o alongamento de um músculo com a maior perfeição, é necessário que a
temperatura intramuscular se eleve e, com a musculatura bem alongada, terá maior
capacidade de realizar movimento, além de maior resistência será reduzido para evitando
risco de lesões (PRENTICE WE & VOIGHT ML 2003).
*
Acadêmico do Curso de Educação da Faculdade AUM.
Acadêmico do Curso de Educação da Faculdade AUM.
***
Acadêmico do Curso de Educação da Faculdade AUM.
****
Professora do Curso de Educação Física da Faculdade AUM.
**
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Existentes varias técnicas para desenvolver a flexibilidade, como também a varias
formas de avaliar. Os testes existentes na flexibilidade ele considerados três grupos grandes:
angulares. Lineares e adimensionais (MARINS e GIANNICHI 1988).
De acordo com Contursi (1986), temos alongamento estático ou passivo: pode
realizar o alongamento de um ponto de sua musculatura ate a sua extensão máxima, chegando
nesse ponto a um período de 3 a 60 segundos de sua permaneça, a o alongamento dinâmico,
ativo ou balístico: esse alongamento esta ligado em atividade física de velocidade rápida do
tipo sacudida é utilizado vários músculos ativos, na tentativa de alcançar o maior dos seus
movimentos.
Pois Prentice e Voight (1986), enquanto a flexibilidade esta relacionada ao bem-estar
e é um forte comportamento para aptidão física, o alongamento e umas das técnicas para
melhorar a flexibilidade. Para que possa ter uma boa flexibilidade, sendo individualmente, é
preciso haver mobilidade e elasticidade adequada dos tecidos moles que circundam a
articulação (músculos, tecido conectivo e pele), o que favorece nas atividades física e
recreativa e nas suas amplitudes adequadas e sem dores. As estruturas de tecidos moles
também contribuem para a resistência articular, sendo por ordem decrescente: cápsula
articular – 47%, músculos – 41%, tendões - 10% e pele – 2% (FOX EL. & MATHEWS DK,
1991).
Estudos indicam, o melhor resultado de treinamento de flexibilidade esta entre as
idades de 10 a 16 anos, mais numa idade mais avançada corresponde em uma boa mobilidade
(CONTURSI, 1986).
Dessa forma, esse estudo tem como objetivo verificar se os exercícios de
alongamentos melhoram os resultados do teste flexibilidade em crianças de 09 a 13 anos de
idades.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 METODOLOGIA DA PESQUISA
Esse trabalho de pesquisa foi realizado na escola estadual do município de Cuiabá –
MT no bairro COHAB Nova. Participaram de crianças de faixa etárias de 09 a 13 anos de
idade de ambos os sexos, onde foi de solicitada uma autorização da direção da escola e dos
pais através do termo de consentimento livre e esclarecido, informando os objetivos da
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pesquisa e que a pesquisa não oferece risco a saúde e integridade geral de qualquer aluno
envolvido na pesquisa.
Os voluntários foram 30 estudantes da escola estadual José Machado Neves da Costa
sendo 15 meninas e 15 meninos no bairro Cohab nova, que foram avaliados. Foram avaliados
por meio do sentar e alcançar. Esses alunos foram submetidos a um teste e um reteste do
sentar e alcançar, neste teste e reteste os alunos teve com teste de flexibilidade onde foi
realizado a 1° fase sem alongamento e a 2° fase com alongamento.
Foi solicitado aos alunos que sentassem, com as pernas bem estendidas colocando a
planta dos pés caixa de madeira, com 30,5cm x 30,5cm x 30,5cm, sendo que na parte
superior, há um prolongamento de 26cm com uma escala numérica, cujo valor máximo é
50cm, separados a cada 0,5cm. Instruindo os alunos alcançar lentamente a frente o mais
distante possível ao longo da régua, com as duas mãos paralelas (com as pontas dos dedos
podem prolongar-se) mantendo essa posição por (2 s). As crianças não poderiam flexionar os
joelhos e deve evitar inclinar – se com uma das mãos. E contado distância pelas pontas dos
dedos.
Para elaboração dessas aulas foram movimentos principais grupos musculares, são
eles: peito, tronco, braço, panturrilha, adutores e anteriores da coxa. Este trabalho foi utilizado
o alongamento onde move - se os grupos musculares lentamente com leve tensão. Neste
método sentar e alcançar foram utilizados um banco do Wells no chão, colocando uma (30,5
cm de comprimento) em ângulo reto a marca de 38 cm sobre a caixa.
2.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados apresentados abaixo nas tabelas mostram os dados antropométricos de
meninos e meninas, comparando seus resultados, sendo seus valores apresentados em média e
desvio padrão e seus respectivos valores mínimos e máximos. Além disso, resultados dos
testes de flexibilidades realizados antes e depois de exercícios de alongamentos.
Observando a tabela 1 os dados antropométricos que existem valores médios muito
próximos entres na idade, peso, altura e o IMC para os dois sexos. Entretanto, quando
comparamos os valores mínimos e máximos dessas variáveis de meninos e meninas,
percebesse que existem meninos mais altos que meninas nesse grupo, como também meninas
com o IMC maior que os meninos.
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Tabela 01: Dados Antropométricos dos alunos.
Meninas
Meninos
Variáveis
Média/ DP
Mín/Máx
Média/ DP
Mín/Máx
N
15
15
Idade
11 ± 4,54
9 ± 13
11 ± 1,02
9 ± 12
Peso
48 ± 7,84
30 ± 59
46 ± 10,07
31 ± 60
Altura
1,49 ± 0,07 1,35 ± 1,46
1,52 ± 0,07
1,38 ± 1,59
IMC
21,72 ± 4,54 16,48 ± 31,86
20,30 ± 3,40 13,33 ± 23,8
Dados: IMC: índice de massa corporal, Máx: Máximo, Mín: Mínimo, DP:
Desvio - Padrão.
Na tabela 2 mostra os resultados dos participantes do sexo feminino e a suas variáveis no teste
de flexibilidade do banco de Wells, pode-se observar que houve mudança nos valores médios
obtidos antes e depois dos exercícios de alongamentos, essa mudança refletiu nos valores
mínimos e máximos obtidos nos dois momentos.
Tabela 2: Resultados do teste do banco de Well's antes e
depois do alongamento
Variáveis
Sexo Feminino
Momento do teste
Antes
Média/DP
30±9,75
Depois
32±8,31
Máximo
44
50
Mínimo
12
24
Dados: DP: desvio-padrão.
Na tabela 3 mostra os resultados médios, os mínimos e do teste de flexibilidade
realizado com banco de Wells para o sexo masculino. Pode-se observar que houve influência
nos resultados antes e depois da realização dos exercícios de alongamentos, além disso, que a
diferença com relação aos valores máximo e mínimo não foi tão grande.
Tabela 3: Resultados do teste do banco de Well's antes e
depois do alongamento
Variáveis
Sexo Masculino
Momento do teste
Antes
Depois
Média/DP
31,5±7,06
32±6,71
Máximo
41
42
Mínimo
21
24
Dados: DP: desvio-padrão.
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Quando se compara os valores para o teste de flexibilidade de meninos e meninas,
pode-se observar que no sexo feminino teve uma pequena diferença na flexibilidade e nos
resultados após o alongamento do que os meninos, ate mesmo no máximo e mínimo.
Tabela 4: A comparação do IMC com os resultados da flexibilidade
Variáveis
Sexo Feminino Sexo masculino
Médias
Médias
Antes/Depois
30/32
31,5/32
IMC
21,72
20,3
Dados: IMC: Índice de massa corporal.
A tabela 4 mostra os resultados do IMC e do teste de flexibilidade antes e depois dos
exercícios de alongamento de meninos e meninas. Percebe-se que o grupo que possui
resultados menores em média tanto para flexibilidade como IMC são os meninos e quando
comparado IMC com os resultados dos dois testes de flexibilidade, é possível perceber que os
grupos que possui maior IMC são mais flexíveis no caso das meninas, mas isso depois dos
exercícios de alongamentos, pois antes os resultados se igualam.
O aumento da flexibilidade traz diversos benefícios. Nesse estudo chegamos a um
resultado satisfatório em relação à melhoria de flexibilidade, quando comparados com os
resultados em alongamentos antes e depois, chegamos numa % acima de 50% de flexibilidade
após o alongamento dos ambos os sexos, claro que as meninas constataram que teve mais
flexibilidade do que os meninos, relacionado a esse assunto também se obteve resultados
satisfatórios.
As medias entres os ambos os sexos não a uma grande diferença nos resultados do
teste de flexibilidade, identifica-se no teste de flexibilidade das meninas teve mais
desempenho do que os meninos. Podemos observar na tabela 4 a importância do IMC para
que possa tirar uma base dos resultados coletados, quem possui o IMC acima ou abaixo pode
ter mais flexibilidades ou não por isso a importância da coleta. Consequentemente, com o
decorrer da vida as atividades do cotidiano contribuem para a manutenção do organismo,
mesmo que não sejam sistematizadas. Assim, é possível mencionar o quanto à atividade física
é importante para a sobrevivência humana. Assim, pode-se concluir a que a metade ou mais
dos avaliados levam uma vida com muito movimento ou o necessário para manter a
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flexibilidade observada. Tudo isso sem levam em conta fatores que contribui para o não
rendimento satisfatório do teste, tais como: lesões, traumas futuramente.
No intuito de tornar mais claro que o envelhecimento traz degenerações para o
organismo humano é necessário analisar a flexibilidade de ambos os sexos separadamente,
fazendo um comparativo entre eles correlacionando com o aumento da idade. No entanto é
preciso mencionar que alguns fatores diferenciam o homem da mulher, como por exemplo:
percentual de IMC (índice massa corporal), peso, estatura, idade e as atividades do cotidiano
(WEINECK, 2000).
Analisando estudos de Hirata e Préteceille (2002), chamam a atenção para a
diversidade e a complexidade de problemas decorrentes da flexibilidade e da precarização do
trabalho, para além da fragilização do emprego. Para os autores, a dupla transformação do
trabalho – tanto em relação ao conteúdo da atividade quanto às formas de emprego, demonstra
a importância de se analisar a organização do trabalho e o mercado de trabalho.
Cigarro et al (2006) em um estudo utilizando se bailarinas clássicas de idade média de
15,2 anos (± 3,3) no grupo A e idade média de 14,8 anos (± 1,1) no grupo B como amostras,
incluiu em suas aulas um programa de flexibilidade de 1 hora semanal realizadas em 1 dia, foi
utilizado o método ativo com 3 repetições de 20 segundos para cada movimento.
Esse programa teve duração total de 10 semanas. As bailarinas foram divididas em
dois grupos (A e B), sendo que o grupo A participou desse programa de flexibilidade e o
grupo B não participou. Antes e depois desse programa foi aferida através de um teste de
flexibilidade dos movimentos de flexão do quadril, extensão do quadril e abdução do quadril,
sendo utilizado o protocolo de Norkin e White (1997). Os resultados obtidos nesse estudo
foram satisfatórios para o grupo A em todos os movimentos (flexão do quadril, extensão do
quadril e abdução do quadril) e não satisfatório para o grupo B.
A redução de flexibilidade atinge com mais abrangência os idosos, impedindo-os de
fazer simples atividades corriqueiras. Segundo estudos de Achour (2006), Guedes & Guedes
(1995), a flexibilidade interfere na execução dos gestos motores na vida diária, em
modalidades esportivas e está, diretamente, relacionada à saúde, à expressividade e à
consciência corporal (ARMIGER, 2000).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseado nos resultados obtidos nesse estudo, concluiu-se que houve mudança
importante no grau de flexibilidade depois dos exercícios de alongamentos nas crianças de
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ambos os sexos e por isso é necessário que se tenha atenção ao protocolo adotado em uma
avaliação física para que os resultados sejam os mais fidedignos possíveis. A importância do
alongamento antes de uma atividade física contribui muito para que possa atingir sua
flexibilidade, prevenindo lesões e riscos futuramente de jovens, adultos e idosos.
REFERÊNCIAS
ACHOUR Junior, Abdallah – Exercícios de alongamento – Manole Editora, São Paulo, SP,
2006.
CIGARRO, N MS; Ferreira, R E. Mello, D B. Avaliação da flexibilidade da articulação do
quadril em bailarinas clássicas antes e após um programa específico de treinamento. Revista
de Educação Física, n. 133, p. 25-35. Rio de Janeiro, 2006.
CONTURSI, TLB. Flexibilidade e alongamento. 19ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1986.
Disponível em: WWW.PROESP.UFRGS.BR Acesso em: maio, 2013.
FOX, EL; Mathews, DK. Bases fisiológicas da educação física e dos desportos. 3ª ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.
HIRATA, Helena; Prèteceille, Edmond. Trabalho, exclusão e precarização socioeconômica: o
debate das ciências sociais na França. Caderno CRH, Salvador, n. 37, p. 47-80, jul./dez. 2002.
MARINS, JCB. Giannichi, RS. Avaliação e Prescrição de Atividade Física. 2ª ed. Rio de
Janeiro: Shape, 1998.
NAREZZI. D, Universidade do Vale do Paraíba/Faculdade da Educação, Av. Shishima
Hifumi, 2911 – Urbanova, São José dos Campos; XI Encontro Latino Americano de Iniciação
Científica e VII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação Universidade do Vale do
Paraíba, 2011.
PRENTICE, WE. Voight, ML. Técnicas em Reabilitação Musculoesquelética. Porto Alegre:
Artmed, 2003.
SELBY A, Herdman A. Pilates: Como Criar o Corpo que Você Deseja. São Paulo: Manole,
2000.
WEINECK, Jurgen. Biologia do Esporte, trad. Anita Viviani. Ed. São Paulo. Manole. 2000.
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O CONTEÚDO GINÁSTICA EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
INFANTIL: A VISÃO DOCENTE
* Rayani Laura Campos Vital
** Rosemary de Oliveira
RESUMO
Este presente trabalho tem como intuito discutir a importância da ginástica escolar, mostrando que é um
conteúdo possível de ser ensinado nas aulas de educação física infantil. Trata-se de um tema considerado não
muito praticado nas aulas de educação física, pois os professores destacam que as aulas em geral são mais
voltadas pelos conteúdos mais conhecidos e de preferência dos alunos, como os esportes. Esta investigação é
caracterizada como pesquisa exploratória de estilo descritiva com predominância qualitativa. Como instrumento
de coleta de dados foi adotado um questionário, Onde foram entrevistados 15 professores da região norte do
município de Cuiabá-MT, para verificarmos qual a visão dos professores desta região em relação à importância
da ginástica escolar e se de fato há vivência desse conteúdo nas aulas de educação física infantil. Onde pudemos
observar que 12 dos professores entrevistados trabalham com este conteúdo na escola e em suas aulas na
educação física infantil, e consideram importante a sua pratica, mas normalmente só a trabalham como forma de
aquecimento, e os outros profissionais não buscaram um maior conhecimento depois de formados. Observamos
também que os mesmo que trabalham com o conteúdo na escola respondeu que tem dificuldades para a aplicação
da pratica da ginástica, apontaram como justificativa a falta de espaço e matérias adequados. Com isso leva em
consideração que é necessária uma boa formação de educadores, e é inevitável a presença de recursos materiais e
espaço apropriado para a sua pratica.
Palavras-Chave: Ginástica. Educação Física. Professor.
1 INTRODUÇÃO
A pesquisa sobre esse tema se deu devido às constatações advindas á cerca dos
benefícios que a ginástica proporciona para o desenvolvimento infantil, pois a mesma é citada
no Parâmetro Curricular Nacional (PCN) da Educação Física, como conteúdo indispensável.
Sendo que nas oportunidades de observações e vivencias durante o curso de educação física,
foi possível constatar e concordando com alguns autores, da qual abordaremos em nossa
pesquisa, que esta não é valorizada e executada dentro da realidade da educação física escolar.
Assim buscaremos nesta pesquisa verificar se há de fato vivência do conteúdo ginástica pelos
professores da região norte do município de Cuiabá-MT, nas aulas de educação física infantil,
pois sabemos que a sociedade de um modo geral vê as aulas de educação física somente com
o intuito de lazer, recreação, montagens de coreografias para festa junina e o famoso “jogar
bola”, e não valorizam o conteúdo das aulas ministradas. Assim queremos despertar o
interesse e mostrar o valor da ginástica escolar por professores e alunos.
____________________________________
* Graduanda em Educação Física pelo AUM. ([email protected]).
** Professor Orientador. Esp. em Educação Física. AUM.([email protected]).
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Dentro do que foi proposto neste trabalho iremos abordar como objetivo a verificação
do ensino da ginástica nas aulas de Educação Física infantil destacando qual é a visão dos
professores das escolas do município de Cuiabá-MT segundo a sua prática. Diante disto irá
Discutir a importância da ginástica nas aulas de Educação Física e Verificar se os professores
aplicam o ensino da ginástica nas aulas de Educação Física Infantil.
Com isso a temática geradora colocou em reflexão, a prática pedagógica dos
professores, seus princípios, objetivos e formação docente, espaço físico e materiais utilizados
para a preparação das aulas, dentre outros.
Esta pesquisa foi realizada inicialmente com um breve histórico da ginástica, em
seguida apresenta a importância e benefícios que podem ser obtidos através da sua prática, em
um segundo momento discutirá a importância da ginástica no contexto escolar, e no terceiro
momento irá abordar qual a visão do professor enquanto a prática desse conteúdo nas aulas de
educação física.
E finalmente, mostraremos os resultados da pesquisa que realizamos através de um
questionário de predominância qualitativa com os professores de educação física infantil da
região norte do município de Cuiabá-MT, no qual poderemos verificar qual a importância da
ginástica no desenvolvimento infantil na visão dos professores, se o conteúdo ginástica é
trabalhado na escola e de que forma, e se a ginástica é conhecida por parte deles e de que
maneira são realizadas as aulas.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 A GINÁSTICA
A Ginástica não é algo recente na sociedade. Segundo Rouyer apud Oliveira e Lourdes
(2004, p. 222), sua denominação remonta aos agrupamentos desportivos gregos, como a arte
de exercitar o corpo nu (em grego gymnos). Essa associação entre o exercício físico e a
nudez, traz o sentido do despido, do simples, do livre, do limpo, do desprovido ou destituído
de maldade, do imparcial, do neutro, do puro (AYOUB, 2003).
Como afirma o Coletivo de Autores (1992, p. 76):
“À ginástica, desde suas origens como a “arte de exercitar o corpo nu”, englobando
atividades como corridas, saltos, lançamentos e lutas, tem evoluído para formas
esportivas claramente influenciadas pelas diferentes culturas”. (COLETIVO DE
AUTORES, 1992, P.76).
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2.1.1. Ginástica e sua Importância
Segundo Marcassa (2004, p.176), trata a ginástica em sua importância nos dias atuais
como:
Um vasto campo, rico em conteúdos, variado em formações plásticas e quase
inesgotável em possibilidades de expressão, criação e transformação, pois é
composto por um denso registro de saberes que permitem ampliar, interagir e
mesclar a Ginástica a outras expressões, tendências e sistematizações, e também
identificá-la e caracterizá-la como uma prática específica e singular.
O ser humano é cultural, portanto a escola deve trabalhar as relações interpessoais do
indivíduo, o homem não é um ser fragmentado, ele é um conjunto de pele, músculos, nervos,
neurônios e principalmente cultura (SALES et al., 2011, p. 21).
Conforme Oliveira e Lourdes (2004, p. 221) vêm reafirmar que a Ginástica:
[...]é uma possibilidade de encontro com a educação física escolar, na medida em
que esta tem como perspectiva “[...] a integração das diversas manifestações
gímnicas e os outros componentes da cultura corporal, sendo sua principal
característica a ausência da competição”. (OLIVEIRA E LOURDES, 2004, P.221)
Já para Ramos e Viana (2007, p. 18):
Podemos dizer que a ginástica é uma atividade corporal completa, pois contribui
para nosso desenvolvimento humano nos seus aspectos motor, cognitivo, social e
afetivo. E suas capacidades requisitadas, que são: flexibilidade, equilíbrio, força e
agilidade, servem de base para a prática de outros esportes e atividades.
O ensino da ginástica nos ciclos iniciais ocasiona a criança um desenvolvimento
característico de sua motricidade. Além de adquirir equilíbrio da postura, ela conduz as
mudanças progressivas, profundas, e duradouras na atitude corporal e possibilita ao aluno
apropriar-se dos movimentos realizados para integrá- los aos gestos cotidianos dando-lhes
maior autonomia (SALES et al., 2011).
Bertoline et al. (2005), ressaltam que devido as suas características principais ginástica
geral (ginástica para todos), apresenta-se como sendo a ideal para o trabalho com a ginástica
na escola. Esta tem como características: a fusão de todos os fundamentos dos mais variados
tipos de ginásticas, do teatro, da dança, da capoeira, dos elementos circenses e de outros
elementos da cultura corporal, com ou sem utilização de materiais. Pode se dar a partir dos
saberes inscritos na cultura popular, nos saberes filosóficos, nos saberes artísticos e também
nos saberes científicos. Além do mais, deve permitir a participação de todos e o respeito aos
limites individuais e coletivos.
É assim que pensamos a Ginástica no contexto da Educação Física escolar, isto é,
como um tema que se insere na chamada cultura corporal e que, portanto, deve ser
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tratado, experimentado, problematizado, conhecido e transformado. Entre outros
temas como a dança, os jogos, as lutas, a capoeira e o esporte, a Ginástica manifestase de modo articulado com as aspirações, projetos e relações existentes em nossa
sociedade e, em qualquer circunstância, é uma forma de expressão não verbal de
valores, idéias, concepções, saberes e práticas sociais. (MARCASSA, 2004, p.173).
Que de acordo com Soares et. al. (1992, p.77), a ginástica como uma forma de
exercitação, provoca:
“Valiosas experiências corporais, enriquecedoras da cultura corporal das crianças,
em particular e, do homem, em geral”. Dessa forma, torna-se necessária, pois é uma
prática permeada por um significado cultural por abarcar a “tradição histórica do
mundo ginástico”, permitindo aos alunos darem sentido às suas exercitações
ginásticas.
Para Coletivo de Autores (1992), a expressão corporal é uma linguagem, um
conhecimento universal, patrimônio da humanidade e, como tal, precisa ser transmitido e
assimilado pelos alunos na escola, pois a sua ausência impede que o homem e a realidade
sejam compreendidos em sua totalidade.
Enfatizando que a ginástica desde os primórdios é considerada útil para melhorar a
saúde, sustentar valores e aumentar a força, sendo ela competitiva ou não, deve ser praticada
pelos alunos nas aulas de educação física para o aperfeiçoamento dos seus condicionamentos
físicos, motores e cognitivos.
2.1.2 A Educação Física Escolar e a ginástica
A educação física escolar agrega diversos saberes a serem tratados, como dança, jogos
e brincadeiras, esportes, lutas e ginástica (Soares et al., 1992). Todos são de grande
importância para área, portanto, carecem de ser estudados. Que de acordo com os Parâmetros
curriculares nacionais:
As ginásticas são técnicas de trabalho corporal que, de modo geral, assumem um
caráter individualizado com finalidades diversas. Por exemplo, pode ser feita como a
preparação para outras modalidades, como relaxamento, para manutenção ou
recuperação da saúde ou ainda de forma recreativa, competitiva e de convívio social.
Envolvem, ou não a utilização de materiais e aparelhos, podendo ocorrer em espaços
fechados, ao ar livre e na água. Cabe ressaltar que é um conteúdo que tem uma
relação privilegiada com “Conhecimentos sobre o corpo”, pois, nas atividades
ginásticas, existem varias técnicas de ginástica que trabalham o corpo de modo
diferente das ginásticas tradicionais (de exercícios rígidos, mecânicos e repetitivos),
visando à percepção do próprio corpo: ter consciência da respiração, perceber
relaxamento e tensão dos músculos, sentir as articulações da coluna vertebral
(BRASIL, 1997, p 48).
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Souza (1997) acrescenta que, a ginástica possui um alto valor educativo por seus
aspectos sociais, recreativos e de saúde, pois abre espaço para a criatividade, estimulando a
participação de qualquer ser humano, independente de raça, nível social, idade, sexo,
condicionamento físico ou técnico. Além dos fatores mencionados, a autora também destaca o
aspecto lúdico, como sendo uma das principais características da ginástica.
Levando em consideração que é na escola que os alunos vão adquirir, vários
conhecimentos, esta tem por responsabilidade estar de acordo com os conteúdos ministrados,
os materiais utilizados e um espaço físico adequado.
A escola, na perspectiva de uma pedagogia crítica superadora aqui defendida, deve
fazer uma seleção dos conteúdos da Educação Física. [...] Para que isso ocorra,
devemos analisar a origem do conteúdo e conhecer o que determinou a necessidade
de seu ensino, levando a considerar na seleção de conteúdos a realidade material da
escola, uma vez que a apropriação do conhecimento da Educação Física supõe a
adequação de instrumentos teóricos e práticos, sendo que algumas habilidades
corporais exigem, ainda, materiais específicos. (COLETIVO DE AUTORES, 1992,
p.43)
Já na perspectiva da linguagem corporal, é o objeto da Educação Física que, na escola,
tem por objetivo:
[...] desenvolver uma reflexão sobre o acervo de formas de representação do mundo
que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizadas pela expressão
corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo,
contorcionismo, mímica e outros, que podem ser identificados como formas de
representação simbólica de realidades vividas pelo homem, historicamente criadas e
culturalmente desenvolvidas (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 26).
Contudo aprender ginástica na escola é um conteúdo indispensável, e significa,
segundo Ayoub , apud Freitas e Rinaldi (2008, p.08):
“Estudar, vivenciar, conhecer, compreender, perceber, confrontar, interpretar,
problematizar, compartilhar, apreender as inúmeras interpretações da ginástica para,
com base nesse aprendizado, buscar novos significados e criar novas possibilidades
de expressão gímnica.”
Segundo Daolio “[...] é possível discutir o corpo como construção cultural, já que cada
sociedade se expressa diferentemente por meio de corpos diferentes” (1995, p.36).
Pois segundo Marcassa (2004, p.171)
Quando nos referimos ao corpo e às práticas corporais, estamos falando de uma
linguagem muda, porém carregada de sons, imagens, palavras, cores, odores,
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sensações, percepções, valores, conhecimentos, sentidos e significados. Estamos
pensando um tipo de gramática que emana do corpo, uma narrativa composta de
movimentos, gestos, posturas e expressões não verbais que, articuladas e
seqüenciadas, configuram o que podemos chamar de linguagem corporal,
intimamente vinculada ao corpo e às suas possibilidades de comunicação.
E de acordo com Ayoub (2003, p. 84) a ginástica quase não existe na escola devido a
preconceitos e por serem atividades extremamente difíceis. Afirma ainda “[…] que o processo
de limitação que vem ocorrendo na educação física escolar brasileira, restringindo seu
conteúdo ao esporte e deixando de lado a ginástica (entre outros temas da cultura corporal), é
muito séria e preocupante.”
Assim, Ramos e Viana (2007, p. 23), destaca que, muitos professores não têm
experiências com a ginástica e outros conteúdos, trabalhando muitas vezes somente com
esportes coletivos (futebol, basquete, vôlei, handebol) com os alunos, limitando-os, assim, de
terem outras vivências.
Ao consideramos que a ginástica é uma forma de cultura corporal rica em
movimentos, que conforme Santos apud Ramos e Viana (2007, p.13) define a ginástica como
“[...] um campo abrangente da Ginástica, valendo-se de vários tipos de manifestações, tais
como danças, expressões folclóricas e jogos, apresentados através de atividades livres e
criativas, sempre fundamentadas em atividades ginásticas”.
Contudo a ginástica vem desde sua origem contribuindo para a saúde do corpo e por
isso não pode ser um conteúdo sem importância e sem ênfase no contexto escolar.
2.1.3 Os Professores de Educação Física enquanto a prática do conteúdo Ginástica.
O professor que está em constante preparo, tanto cognitivo quanto motores, leva aos
alunos a compreensão de novos saberes.
Que conforme Ramos e Viana (2007, p.23)
Muitos professores podem alegar não saberem trabalhar com elementos ginásticos e
assim não haver possibilidade de ensinar aos seus alunos na escola, mas acreditamos
que assim como em outras modalidades, é necessário um conhecimento para se
ensinar, onde é preciso estudar, pesquisar em livros jogos e brincadeiras, e com a
ginástica não deve ser diferente. (RAMOS; VIANA, 2007, p. 23)
Desta forma, Ghilardi (1998) afirma que:
A Educação Física como uma profissão deve se apoiar em profissionais que não
possuem apenas a habilidade de executar, mas a capacidade de passar essas
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habilidades a outras pessoas com o objetivo de levá-las ao pleno desenvolvimento de
suas capacidades motoras. (p. 254)
Segundo Almeida (2005, p. 40), “a ginástica no sistema escolar brasileiro foi
implementada a partir de políticas educacionais para atender o modelo produtivo
industrializado, o qual exigia novos padrões sociais, econômicos e culturais.”
Hoje é possível perceber que o conteúdo ginástica está sendo extinto da disciplina
Educação Física e esta vem sendo desvalorizada no currículo escolar. Quando presente, a
ginástica
[...] apresenta-se com práticas descontextualizadas como “apêndice dos esportes” ou
como “aquecimento e preparação física” no início das aulas e das atividades dos
jogos esportivos, ou, no final da aula com atividades de relaxamento. Há deficiência
de espaços e materiais específicos para a realização das atividades de Ginástica na
escola. Os professores se sentem despreparados e desmotivados para tratar do
conhecimento da Ginástica. A Ginástica é desenvolvida de forma
descontextualizada, com caráter disciplinador, ou como atividade recreativa,
desprovida de intencionalidade pedagógica e formativa, ou ainda, como modalidade
esportiva, na qual predominam os elementos seletivos, excludentes e sexistas das
modalidades esportivas. Os alunos não se identificam com as formas e conteúdos
desenvolvidos pelo professor, para eles as atividades desenvolvidas são tediosas e
fora de seu alcance e interesse. (ALMEIDA, 2005, p. 46-47).
Poucos professores ministram aulas de ginástica escolar, e a Ginástica escolar é ainda
menos ensinada e conhecida por parte deles.
Darido (2005, p. 74) complementa dizendo que as aulas normalmente baseiam-se em
aulas de cunho esportivo porque “os professores experimentaram por mais tempo, e
provavelmente com mais intensidade, as experiências esportivas”.
Assim, muitos professores não têm experiências com a ginástica e outros conteúdos,
trabalhando muitas vezes somente com esportes coletivos (futebol, basquete, vôlei, handebol)
com os alunos, limitando-os, assim, de terem outras vivências.
[...] na escola a forma de ensino necessita estar na negociação entre o que o
professor propõe e o que o aluno acrescenta, confrontando saberes, na
simultaneidade dos conteúdos, organizando e reorganizando o trabalho,
privilegiando um olhar claro, amplo e profundo sobre o conhecimento. O modo de
ensinar está relacionado com as referências de uma teoria pedagógica na qual a
metodologia de ensino é uma forma de apreensão/produção/socialização do saber
sistematizado. (LORENZINI E TAFFAREL, 2011 p. 5).
Nesta direção, ao defendermos que a Ginástica deve ser ensinada nas aulas de
Educação Física, queremos dizer que a mesma:
[...] configura-se nos currículos atuais como conteúdo estruturante da Educação
Física, e seu ensino é de total valia para a educação dos alunos, uma vez que
proporciona a capacidade de gerar o conhecimento do corpo através das diferentes
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formas de movimentos, como também a capacidade de expressão corporal, por meio
da possibilidade de criação e recriação da própria ação. (PERDOMO, 2011 p. 39).
Por isso, o papel enquanto educador é proporcionar aos alunos todos os tipos de
conhecimentos e atividades, utilizando todos os conteúdos que a educação física dispõe,
agregando assim à ginástica, para que a mesma proporcione benefícios tanto cognitivos
quanto motores para esses alunos.
2.2 METODOLOGIA DA PESQUISA
De acordo com Ávila (2000) esta pesquisa caracteriza-se como descritiva, uma vez
que, tem a finalidade de descrever de forma sistematizada os fatos e características de uma
dada população e de uma determinada área de interesse, de maneira real e correta. De forma a
proporcionar subsídios para responder aos objetivos deste estudo através da análise
quantitativa e qualitativa dos dados coletados.
Dessa forma foi realizada uma pesquisa de campo com a aplicação de questionário
contendo 06 perguntas abertas e 02 perguntas fechadas, onde obtivemos a participação de 15
professores de educação física que lecionam em escolas Municipal da região norte de CuiabáMT, onde foi investigado e discutido: qual a importância das aulas de ginástica na educação
física infantil, como esse conteúdo é trabalhado na escola (se trabalhado), qual a visão que
possuem sobre o assunto e o motivo que leva o conteúdo a ser desvalorizado.
A partir dessas averiguações, formulamos as perguntas (vide Anexo B), de acordo com
as indagações acima citadas, para fazermos posteriormente uma análise desses dados, e assim
podermos compreender melhor como as aulas são realizadas nessas instituições e como os
professores veem a ginástica dentro do contexto escolar.
Apenas participaram da pesquisa os professores que assinaram o termo de
consentimento (via Anexo A), autorizando a entrevista e assim contribuindo para nossa
pesquisa.
2.2.1 Perfil dos entrevistados
A pesquisa teve a participação de 15 professores de Educação Física que lecionam nas
escolas Municipais da região norte de Cuiabá-MT, onde foram entrevistados (7) Professoras
do sexo feminino, e (8) Professores do sexo masculino, apresentam-se nas faixas etárias: (4)
professores entre 20-28 anos, (6) entre 29-40 anos, e (5) entre 41-50 anos, e considerando a
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sua Experiência profissional, temos (6) professores com experiência mais de 10 anos, e (9)
professores, com experiência menos de 10 anos. Destes entrevistados (10) professores
graduaram em instituição Particular, e (5) professores em instituição Pública.
Diante deste perfil, apresentaremos aqui os resultados e discussões relacionados ao
nosso objetivo na realização desta pesquisa.
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Inicialmente quando analisamos, quando perguntamos sobre a sua opinião da
importância que a ginástica escolar apresenta para o desenvolvimento infantil, nos faremos
aqui representados pelo que Marcassa (2004) classifica para identificar nas respostas dos
entrevistados alguma aproximação.
Partindo do conceito apresentado por Marcassa (2004) citado na (p.8), que trata da
importância da ginástica para o desenvolvimento infantil nos dias atuais como um vasto
campo, rico em conteúdos, variado em formações e inesgotáveis possibilidades de expressão
corporal, criação, e transformação, permitindo assim a ampliação e interação da prática desse
conteúdo.
Nesta linha de pensamento encontramos em 12 respostas de professores uma
aproximação do que este autor retrata, contudo para descrever as respostas, utilizaremos
apenas 2 professores que irão ser representados por esses 12, enfatizando a importância da
ginástica escolar para o desenvolvimento da criança.
“[...] É Importante pois, promove inúmeros benefícios em todos os aspectos do
desenvolvimento da criança, ou seja, nos aspectos cognitivos, físicos e emocionais”.
(Profº 5)
“[...] É uma excelente metodologia para se obter uma boa expressão corporal,
equilíbrio, noção de tempo e espaço, e serve para dar motivação aos alunos e noção
para realizar qualquer tipo de esporte”. (Profº 10)
Estes professores, assim, destacam a importância da ginástica nas series iniciais,
abordando que com a prática desse conteúdo é possível a contribuição para a criança
desenvolver e ampliar seu repertório nas habilidades físicas básicas.
Na segunda linha de pensamento representado ainda por Marcassa (2004) (p.9), diz
que a ginástica no contexto escolar apresenta-se como um tema que insere a cultura corporal,
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portanto deve ser tratado, experimentado, e conhecido entre outros temas, como, a dança, as
lutas, os jogos e o esporte, onde a ginástica se manifesta de modo articulado. Nessa mesma
linha obtivemos 2 professores com respostas que expressam a mesma idéia.
“[...]Dar ao aluno uma noção para qualquer tipo de esporte”. (Profº 13)
“[...]É o conteúdo mais importante da Ed. Física, pois dão as habilidades
necessárias e os outros conteúdos dependem dela”. (Profº 11)
Nas respostas desses professores pudemos observar que esse conteúdo é muito
importante pois transmite aos alunos a formação de valores, idéias, saberes e experiências
motoras para a prática de outras manifestações da Educação Física.
Neste questionamento tivemos um professor não respondeu a esta questão.
Quando questionamos sobre o que cada um conhece sobre ginástica escolar, nos
orientamos nos autores que nos serviram de base teórica os autores, Soares (1992), Ramos e
Viana(2007) e os PCNs (1997), que buscaremos embasar as respostas dos entrevistados.
Soares (1992) citado na (p.9), relata que a ginástica escolar, permite aprender valiosas
experiências corporais, enriquecendo assim a criança, em particular e, o homem em geral. A
partir dessa afirmativa, obtivemos 3 professores com a mesma compreensão em relação a este
autor.
“[...] Desenvolve o cognitivo do aluno e o psicomotor, ou seja o aluno desenvolve
melhor os seus movimentos.” (Profº 4)
“[...] Que existe há muitos anos, e contribui para obtenção de ótimos resultados.”
(Profº 7)
“[...] São ginástica para dar ao aluno coordenação motora geral.” (Profº13)
Contudo, esses professores relatam que conhecem a ginástica escolar como um
importante conteúdo para o desenvolvimento da criança em geral.
Já para Ramos e Viana(2007) (p.11) que alega que os professores podem não saber
trabalhar com a ginástica escolar, por não haver possibilidade de ensino-aprendizado, mas
enfatiza que esses professores não devem se restringir a conhecimentos adquiridos apenas na
sua graduação, mais sim estar em constante aprendizado, para o desenvolvimento desse
conteúdo. Onde observamos que 6 professores responderam semelhante ao que o autor alega,
dentre essas 6 respostas selecionamos 2 respostas para representá-las.
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“[...]Tudo que foi ensinado na minha graduação, e outros pesquisados: rolamentos,
parada de mão, estrelas, etc. (Profº 5)
“[...] A vivência durante o período da faculdade, noções básicas de movimento.
(Profº 9)
Estes professores evidenciam que conhecem a ginástica por meio do período de sua
faculdade em Educação Física, e que não se restringe só a esse conhecimento, buscando assim
novos saberes. Isso também significa, que esses professores não tiveram estas oportunidades
no seu tempo de escolares.
E de acordo com os PCNs (1997) citado na (p.10), refere a ginástica, como técnica de
trabalho corporal, onde podem ser de diferentes formas, como relaxamento, recreativa,
competitiva e de convívio social. Nessa linha de pensamento encontramos 3 professores com
respostas semelhantes.
“[...] Pode ser: aeróbica, com material, olímpica, artística, laboral, natural. Ajuda
o aluno no desenvolvimento motor, social, afetivo. (Profº 11)
“[...] que existem vários tipos de ginásticas.” (Profº 6)
“[...] são técnicas de trabalho corporal, onde podem ser trabalhados de varias
formas.” (Profº 10)
Dentre os entrevistados 3 dos professores responderam que não conhecem esse
conteúdo, ou conhecem pouco.
Para analisarmos ainda sobre esta visão e conhecimento dos professores, incluímos em
nossos questionamentos se consideravam importante o desenvolvimento deste conteúdo nas
aulas e, onde nas orientações bibliográficas dois apresentados por Oliveira e Lourdes (2004) e
Ramos e Viana (2007) nos chamaram a atenção, onde teremos como classificação para
identificar as respostas dos entrevistados.
Quando Oliveira e Lourdes (2004) apresentam que a ginástica integra as diversas
manifestações giminicas e outros componentes da cultura corporal, isentando assim, a
competição (p.8) conseguimos identificar nas respostas de 02 professores uma aproximação
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do que estes autores nos apresentam, principalmente enfatizando a descaracterização do
esporte/competição.
“[...] para quebrar paradigmas de que Ed fisica é só bola. (Futebol)” (Profº
5)
“[...] para quebrar TABU, de que aula de Ed física é só futebol.” (Profº 6)
Esses professores consideram no seu trabalho diversificar os conteúdos na educação
física, o que em muitas vezes em algumas práticas, verificamos o desenvolvimento de
atividades de esportes, limitando outras vivencias.
Quando temos como base o que Ramos e Viana (2007) diz que a ginástica contribui
para o desenvolvimento nos aspectos motor, cognitivo, social e afetivo; desenvolvendo
capacidades e habilidades que irão ser fundamental para o trabalho de outras vivencias,
encontramos 08 professores de educação física delineando a importância do conteúdo
ginástica nas suas aulas com esta mesma linha de pensamento. Onde descreveremos apenas as
respostas de três professores para representar esses 8 professores.
“[...] Para melhorar o desenvolvimento das habilidades motoras, ajuda os alunos a
conhecerem suas limitações enquanto movimentos.” (Profº 9)
“[...] A ginástica desenvolve habilidades na criança que irá ajudá-la na
alfabetização e na social.” (Profº 10)
“[...] Porque a criança se movimenta a todo instante e a ginástica contribui para o
seu desenvolvimento.” (Profº 15)
Enquanto 04 professores dizem que é importante trabalhar com este conteúdo, mas
não justificam o porquê. Entre os entrevistados nos deparamos com a resposta do prof. 7, que
fugiu na sua justificativa: “que através da ginástica ele obteve resultados com crianças com
deficiências.” Achamos interessante pois sendo ele um professor com pouco tempo de
atuação na área, conseguiu trabalhar associando este conteúdo para o desenvolvimento da
inclusão.
Na questão nº 4, perguntamos se os professores trabalham com o conteúdo ginástica
nas suas aulas e para quais séries? Nesta questão abordaremos em defesa das respostas dos
entrevistados o autor Sales et al. (2011), onde na (p.8), defende que o ensino da ginástica nos
ciclos iniciais, ocasiona na criança um desenvolvimento característico de sua motricidade,
alem de conduzir a várias mudanças progressivas e profundas para o seu corpo.
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Levando em consideração esta afirmativa, obtivemos 12 professores com respostas
semelhantes, respondendo que trabalha com o conteúdo da ginástica desde o ensino Infantil.
“[...] Sim, educação Infantil.” (Profº 15)
“[...] Sim, para todas as etapas do ciclo, desde a Ed. Infantil.” (Profº 5)
Embora a maioria dos professores entrevistados responderem que aplicam o
conteúdo ginástica nas suas aulas, os mesmos evidenciam que promovem a pratica deste
conteúdo na maioria das vezes somente em forma de aquecimento (parte inicial da aula) e
alongamento (parte final da aula), e em outros momentos, mais não com frequência,
trabalham com alguns elementos da ginástica (como saltos, corrida, exercícios), E suas
justificativas vão a favor com o que citamos desde o começo deste texto.
Já 3 professores, responderam que não trabalham com este conteúdo.
Na questão de nº 05, foi perguntado quais os materiais que são utilizados para a prática
da ginástica. Onde destacaremos como referencia para as respostas de nossos entrevistados, o
Coletivo de Autores (1992) citado na (p.10), aponta que as escolas devem levar em
consideração a seleção de conteúdos a realidade material da escola, levando assim a
adequação de instrumentos teóricos e práticos sendo que em alguns conteúdos exijam
materiais específicos. Diante dessa afirmativa, encontramos 12 professores com respostas
semelhantes.
“[...] Na escola não há muitas matérias, mas fazemos improvisos e utilizamos
cordas, arcos, lenços, bolões, etc.” (Profº 1)
“[...] Corda, bola, bastões, bambolê, colchonete, etc. – mais com o reciclamento de
sucatas (pé de lata, bilboquê, tec.)” (Profº 11)
Notamos que a escola por não ter muito acesso aos materiais adequados, os
professores utilizam de materiais reciclados para a execução das atividades.
Também tivemos nesta questão, 3 professores não respondendo a esta questão.
Nas questões que se seguem utilizaremos a análise quantitativa para discutirmos suas
respostas.
Na questão de nº 06, os professores foram questionados se existem dificuldades para a
aplicação desta modalidade e, se sim, quais são elas. Dentre os 15 entrevistados somente 3
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responderam que não tem dificuldade, e o restante levantaram algumas questões conforme
citaremos posteriormente. Relatamos os resultados no Figura 1.
Dificuldades Encontradas para aplicação
desta modalidade
20%
Espaço e materiais adequados
Pouco ou nenhum interesse
dos alunos
13%
67%
Muitos alunos por sala
Figura 1 - Dificuldades encontradas para a aplicação da Ginástica nas aulas de Educação Física Infantil
Fonte: Arquivo pessoal
Que conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p.67)
Dada a pouca infra-estrutura de muitas escolas, é preciso contar com a improvisação
de espaços para o desenvolvimento de atividades específicas de laboratório, teatro,
artes plásticas, música, ginástica, esportes, etc.[...]Todo material é fonte de
informação, mas nenhum deve ser utilizado com exclusividade. É importante haver
diversidade de materiais para que os conteúdos possam ser tratados da maneira mais
ampla possível. (BRASIL, 1997, p.67)
Na questão de nº 07, perguntamos se os professores já haviam praticado ginástica em
algum momento de sua vida e em que momento de sua vida.
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Já Praticou Ginástica em algum momento de
sua vida? Em qual momento?
Só praticaram ginástica no
período escolar ou na disciplina
da faculdade durante o curso de
Educação Física.
6%
Durante a infância fez ginástica
artística, ginástica rítmica ou
balé
27%
67%
Nunca praticou ginástica
Figura 2 – Já Praticou Ginástica em algum momento de sua vida? Em qual momento?
Fonte: Arquivo pessoal
A questão de nº 08, foi destinada aos (03) professores que na questão de n.º 4,
responderam que não trabalham com o conteúdo ginástico em suas aulas, assim os
questionamos para sabermos quais os motivos os quais foram semelhantes apontando que não
trabalham com a ginástica em suas aulas pela falta de espaço e materiais adequados,
preferindo assim trabalhar com outras manifestações, como o esporte.
Através da nossa pesquisa numa análise geral, pudemos analisar como pontos
principais que:
a) Todos os professores têm uma visão parecida quanto à importância das aulas de
educação física no contexto escolar, onde citaram a contribuição no desenvolvimento integral
dos alunos, onde ela oferece diversos benefícios como foram citados na questão de n.º 1.
b) A maioria tem conhecimento sobre o conteúdo ginástica e seus vários tipos de
práticas, desenvolvendo assim as habilidades físicas básicas para o desenvolvimento infantil.
c) Observamos que a maioria (12) dos professores entrevistados trabalham com este
conteúdo na escola e em suas aulas na educação física infantil, e os outros profissionais não
buscaram um maior conhecimento depois de formados.
d) A ginástica é considerada importante nas aulas para a grande maioria, mas é
interessante analisar que normalmente só a trabalham como forma de aquecimento.
e) Dentre os 15 entrevistados, somente 3 respondeu que não tem dificuldade com a
aplicação dessa disciplina, e os que responderam sim, que tem dificuldades, apontaram como
justificativa a falta de espaço e matérias adequados
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f) A maioria só vivenciou a ginástica no período escolar, e como disciplina da
faculdade de Educação Física.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao iniciarmos este trabalho, destacamos que as aulas de educação física escolar,
normalmente utilizam-se mais do conteúdo esporte do que de outras atividades, mesmo que
para crianças menores. Acreditamos que os professores escolhem atividades que mais se
identificam e dominam, e essas são, em sua maioria, as esportivas. Deste modo, a ginástica
como conteúdo da educação física escolar é pouco trabalhada neste ambiente. Diante da
pesquisa de campo que realizamos, pudemos identificar que os professores (em sua maioria),
trabalham com alguns elementos da ginástica (como saltos, corrida, exercícios), somente em
forma de aquecimento (parte inicial da aula) e alongamento (parte final da aula). E suas
justificativas vão a favor com o que citamos desde o começo deste texto.
Sabemos que muitos fatores influenciam os alunos nas escolhas de suas atividades,
como a mídia, por exemplo, que destacam com mais ênfase algumas modalidades esportivas
que alcançam melhores resultados para o país (ex. voleibol, futebol e a própria ginástica
artística (competitiva), que acabam gerando maior interesse por parte deles). Constatamos
então que as aulas de ginástica são pouco praticadas. Por isso a ginástica escolar tem como
intuito quebrar esses paradigmas, concepções de que ela é destinada para poucos, e
demonstrar que todos podem e devem praticá-la. Isso porque ela é uma ginástica de
demonstração e extrapola os objetivos da competição.
Através deste trabalho, não pretendemos ir contra as modalidades competitivas, mas
ampliar o universo de possibilidades dentro das aulas, tendo o esporte como um dos
conteúdos e não o único. Assim, optamos divulgar a ginástica escolar como um conteúdo
possível no ambiente escolar, e os diversos benefícios que ela pode proporcionar para o
desenvolvimento infantil durante todo o trabalho.
Concordando com os autores descritos neste trabalho, alegam que a ginástica promove
diversos benefícios como: diversidade cultural (danças, folclore, jogos, esportes...), facilidade
de trabalhar com materiais convencionais e não-convencionais, ausência de competição, todos
podem participar independente de idade, sexo, altura, flexibilidade. A criatividade é
fundamental, onde se necessita da colaboração de todos e promove interação social agregadas
à cooperação, amizade, respeito a si próprio e ao colega, bem estar físico e mental, entre
outros.
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Nesta pesquisa 12 professores do total de 15 que entrevistamos trabalham com a
ginástica escolar nas aulas de educação física infantil, e acreditam que é importante de ser
ensinada e trabalhada com os alunos no seu desenvolvimento integral, onde realizam
atividades pensando nos aspectos motor, cognitivo, social e afetivo, mas quando questionados
sobre a dificuldade de aplicação desse conteúdo, somente 3 responderam que não tem
dificuldade com a aplicação dessa disciplina, e os que responderam sim , que tem
dificuldades, apontaram como justificativa a falta de espaço e matérias adequados.
Analisando as respostas através do questionário, observamos que alguns professores
até conhecem a ginástica escolar, mas praticaram somente na faculdade ou a confundem com
outros tipos de ginástica.
Chegamos à conclusão deste trabalho, considerando que atingimos os objetivos e
hipóteses a princípio propostos, com a certeza de que adquirimos bons conhecimentos para
nossa formação profissional, mas sabendo que o caminho a ser percorrido ainda é longo,
sendo esta apenas mais uma etapa.
Como perspectiva de novos trabalhos, podemos sugerir projetos de inclusão da
ginástica escolar, com adequação de matérias e espaço para a possível pratica para as redes de
ensino estaduais, municipais e particulares, com alunos de todas as idades, inclusive as das
series iniciais.
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GINÁSTICA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO FÍSICA: OPINIÕES DE
ALUNOS DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
*Auxiliadora Miranda Mendonça
** Rosemary Pereira de Oliveira
RESUMO
O objetivo deste estudo foi identificar na opinião dos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental, sobre as aulas de
Ginástica na Educação Física, considerando alguns aspectos como: participação nas aulas de ginástica; a
importância da ginástica para o seu desenvolvimento físico; se a escola possui materiais para a prática da
ginástica; se gostam de participar das aulas com os colegas; se usam roupas adequadas para as aulas práticas; e
como são as aulas de ginástica na opinião deles. Este artigo trata de uma pesquisa quantitativa, feita com a
utilização de questionário compreendendo 06 questões fechadas, com amostras de 34 estudantes de ambos os
sexos de uma escola da rede Municipal de Cuiabá- MT. Os resultados encontrados se apresentaram: 94,1% dos
alunos participam das aulas de ginástica Educação Física. 97% acham o ensino da ginástica importante para o se
desenvolvimento físico. 91,2% diz que as escolas possuem materiais para a prática da ginástica. 97% gostam de
participar das aulas de ginástica com os colegas. 61,8% usam roupas adequadas para as praticas da ginástica.
97% consideram as aulas de ginástica na educação física “boa”. Através dessa pesquisa pode-se constatar que os
alunos gostam das aulas de ginástica e se sente bem com a prática.
Palavras Chaves: Ginástica. Educação Física. Ensino Fundamental.
1 INTRODUÇÃO
A Educação Física é uma prática pedagógica que, na escola, trata do conhecimento de
uma área chamada de cultura corporal, configurada com temas e formas de atividades
expressivas, tais como: os esportes, as ginásticas, as lutas, os jogos e as danças, as quais
formam o que se chamam cinco culturas corporais da Educação Física (SOARES et alii
1992). Estas possibilitam a ampliação e a diversificação dos conteúdos, além da apropriação
de novos saberes e conhecimentos.
A ginástica, portanto, é um conhecimento identificador da área da Educação Física, e deve ser
problematizado no currículo da sua fase inicial (educação infantil) até a final (ensino médio)
do Ensino Básico. Assim, o problema desta pesquisa é responder, qual é a opinião dos alunos
do 4º ano do ensino fundamental sobre o conteúdo de ginástica na educação física. Para tal,
este estudo convida os educadores a repensar pedagogicamente a Educação Física,
______________________________
* Graduanda em Educação Física pelo AUM. ([email protected]).
** Professor Orientador. Esp. em Educação Física. AUM.([email protected]).
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Proporcionando possibilidades de desenvolvimento e de reflexão quanto a suas
práticas. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs):
As ginásticas são técnicas de trabalho corporal que, de modo geral, assumem um
caráter individualizado com finalidades diversas. Por exemplo, pode ser feita como a
preparação para outras modalidades, como relaxamento, para manutenção ou
recuperação da saúde ou ainda de forma recreativa, competitiva e de convívio social.
Envolvem, ou não a utilização de materiais e aparelhos, podendo ocorrer em espaços
fechados, ao ar livre e na água. Cabe ressaltar que é um conteúdo que tem uma
relação privilegiada com “conhecimentos sobre o corpo”, pois, nas atividades
ginásticas, existem varias técnicas de ginástica que trabalham o corpo de modo
diferente das ginásticas tradicionais (de exercícios rígidos, mecânicos e repetitivos),
visando à percepção do próprio corpo: ter consciência da respiração, perceber
relaxamento e tensão dos músculos, sentir as articulações da coluna vertebral.
(BRASIL, 1998, p. 70)
Durante a prática de estágio supervisionado em escola juntamente com outros colegas,
percebi o quanto é importante o ensino da ginástica para o aperfeiçoamento físico, cognitivo,
afetivo e social dos alunos. A ginástica na fase infantil quando trabalhada adequadamente,
traz para a criança, conhecimento, e consciência para manter uma vida saudável na vida
adulta. Para Ayoub apud Feliciano (2011, p 18), a Ginástica é uma importante manifestação
cultural na medida em que possibilita ao aluno vivenciar, conhecer, compreender,
problematizar algumas questões, como romper com padronização de movimentos técnicos e
sugere resignificação dos gestos. Para a autora o ensino com a Ginástica na escola é
importante que sua prática vá ao sentido de possibilitar participação de todos respeitando
limites individuais e coletivos.
É neste contexto que o objetivo deste trabalho é verificar o ensino da ginástica nas
aulas de educação física na opinião dos alunos do 4º ano do ensino fundamental. E os
objetivos específicos são: Identificar através dos PCNs a importância da inclusão da ginástica
nas aulas de educação física para o desenvolvimento do aluno; Compreender a Educação
Física como um componente do currículo escolar; Investigar o que os alunos do ensino
fundamental necessitam nas aulas de educação física para o aprendizado da ginástica.
Na Escola, é a Educação Física que proporciona possibilidades de movimento, pois é a
área de conhecimento que tem como objeto de estudo e intervenção, o movimento humano,
atendendo às necessidades de cada fase do desenvolvimento da criança durante a sua infância.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 A GINÁSTICA EM QUESTÃO.
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Para dar suporte teórico e compreender de que forma a bibliografia atual trata o
conteúdo ginástica no contexto escolar, organizou-se o referencial teórico, inicialmente a
Ginástica no desenvolvimento infantil, a Educação Física como conteúdo Escolar, em seguida
tratando da especificidade do conteúdo Ginástica Educação Física e o Ensino Fundamental.
2.1.1 A Ginástica e o desenvolvimento Infantil
A ginástica é um conceito que engloba modalidades competitivas e não competitivas,
e envolve a prática de uma série de movimentos exigentes de força, flexibilidade e
coordenação motora.
Segundo Galahue apud Leite (2012), na infância, as crianças desenvolvem
rapidamente uma série de habilidades que são fundamentais, como os movimentos unilaterais
e bilaterais. As habilidades motoras básicas são o rolar, o equilibrar-se, o saltar e o girar. Isso
contribui para a concentração, a disciplina, o respeito e para as características dos domínios
cognitivos e socioafetivo.
Piaget apud Lauresi e Brandl (s/a), Nos colaca que um fator essencial do
desenvolvimento da criança está na experiência física e esta, deve ser variada. A ginástica se
apresenta como uma das atividades fundamentais para que isto aconteça, pois se baseia tanto
na conquista do conhecimento motor, sensível e intelectual, quanto na construção da
personalidade da criança/adolescente.
É importante citar neste capitulo o que as Diretrizes curriculares apontam em relação à
Ginástica.
Ginástica deve dar condições ao aluno de reconhecer as possibilidades de seu corpo.
O objetivo de ensino desse conteúdo deve ser as diferentes formas de representação
da Ginástica. Espera-se que os alunos tenham subsídios para questionar os padrões
estéticos. A busca exacerbada pelo culto ao corpo e aos exercícios físicos bem como
os modismos que atualmente se fazem presentes nas diversas pratica corporal,
inclusive na Ginástica. (DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS GERAIS
PARA EDUCAÇÃO FISICA, 2010, p.67).
É importante destacar que as Diretrizes Curriculares Nacionais são normas que
orientam o planejamento curricular das escolas e sistemas de ensino, fixadas pelo Conselho
Nacional de Educação por meio da Câmara de Educação Básica, sendo assim é dever do
professor de Educação Física tomar conhecimento que a Ginástica é componente curricular.
Os PCNs conceituam a Ginástica como:
[...] técnicas de trabalho corporal que de modo geral, assumem um caráter
individualizado com finalidades diversas. Por exemplo, pode ser feita como
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preparação para outras modalidades, como relaxamento, para manutenção ou
recuperação da saúde ou ainda de forma recreativa, competitiva e de convívio social.
Envolvem ou não a utilização de materiais e aparelhos, podendo ocorrer em espaços
fechados, ao ar livre e na água (BRASIL, 1998, p.70).
Ao se compreender a importância desse processo, percebe-se que a função do
professor é proporcionar aos alunos atividades que contemplem todos esses aspectos que
influenciam no desenvolvimento, porem é preciso criar meios para adequar as atividades,
considerando as possibilidades e limitações, relacionando com a idade cronológica,
fisiológica e emocional de cada criança.
2.1.2 A Educação Física como conteúdo curricular
Situar a Educação Física no tempo e espaço escolar é fundamental para que possamos
no final das reflexões compreenderem as diversas manifestações abordadas hoje no currículo.
Atualmente, consta na LDB que:
A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente
curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: que
cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; maior de trinta anos de
idade; que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar,
estiver obrigado à prática da educação física; amparado pelo Decreto-Lei no 1.044,
de 21 de outubro de 1969; que tenha prole. (Lei nº 10793 de 1º de dezembro de 2003
que altera o parágrafo 3º do art. 26 da LDB 9394/96).
A partir dessa lei, a Educação Física aparece nas matrizes curriculares na Base
Nacional, comum em todas as escolas e passa por adaptações curriculares. Para sustentação
maior, em 1996 surgem os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), que a respeito da
educação física nos apresenta:
A Educação Física, dentro do que se propõem nos Parâmetros Curriculares
Nacionais, é a área do conhecimento que introduz e integra os alunos na cultura
corporal do movimento, com finalidades de lazer, de expressão de sentimentos,
afetos e emoções, de manutenção e melhoria da saúde. (BRASIL, 1998, p. 62)
Assim a Educação Física enquanto componente curricular da Educação básica deve
assumir então a tarefa de: introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento,
formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la, e transformá-la, instrumentalizando-o
para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas de
aptidão física, em benefício da qualidade da vida.
A escola, de acordo com (Rocha et alii 2010) é o local responsável pela construção e
divulgação do conhecimento, promovendo o processo de ensino-aprendizagem e, durante as
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aulas, o professor cria oportunidades para que o aluno assimile, de forma prazerosa, esse
conhecimento, desenvolvendo habilidades e atitudes que possibilitem a criticidade e o
desenvolvimento de suas capacidades cognoscitivas.
Silva e Krug expressam a importância da Educação Física na Educação Básica quando
apresentam:
A Educação Física Escolar como disciplina pedagógica e componente curricular,
possui um compromisso com a educação e formação integral do aluno,
desempenhando um papel fundamental na escola com a finalidade de contribuir para
a experimentação da cultura do movimento humano e suas variantes do se
movimentar, de acordo com as necessidades, possibilidades e interesses, pois a
escola enquanto instituição autônoma determinará os objetivos a serem alcançados
e, portanto a disciplina de Educação Física faz parte deste contexto. (SILVA E
KRUG, 2008, p. 70).
A Educação Física deve assumir a responsabilidade de formar um cidadão capaz de
posicionar-se criticamente diante das novas formas da cultura corporal de movimento, o
processo de aprendizagem deveria ocorrer de forma que o aluno compreendesse sua realidade
e fosse capaz de refleti-la, a Educação Física na escola tem um papel muito importante para o
aluno na busca da compreensão do que está acontecendo em sua volta e consigo mesmo.
2.1.3 A Ginástica, educação física e o ensino fundamental.
A prática do movimento nas séries iniciais é um caminho para que a criança
compreenda melhor suas habilidades e consiga adaptá-las a outras atividades dentro e fora da
escola. Na educação física escolar, especificamente a partir da primeira série os objetivos
mais trabalhados são o desenvolvimento das habilidades motoras, através da recreação e o
lúdico; na segunda série a recreação deve ter mais um caráter de interação, como também, da
ampliação do desenvolvimento das habilidades motoras.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), os objetivos a serem
trabalhados no primeiro ciclo (primeira e segunda série) devem estar embasados na
participação de diferentes atividades corporais sem discriminações quanto ao desempenho dos
colegas; conhecendo algumas de suas possibilidades e limitações corporais e buscando
estabelecer metas para melhorá-las.
Na terceira série os objetivos mais trabalhados são a recreação, a interação e o
desenvolvimento das habilidades motoras com maiores desafios; na quarta série, ainda
permeando o trabalho lúdico e ampliação do desenvolvimento das habilidades motoras.
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Ainda orientando-se pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), a criança, no
segundo ciclo (terceira e quarta séries), deve, entre outros objetivos, participar de atividades
corporais, adotando atitudes de respeito mútuo, sem discriminações e violência, conhecendo
os limites de seu próprio corpo como também, analisando os padrões de estética, beleza e
saúde, o que irá contribuir para compreender sua inserção em seu contexto.
(Gallardo et alii 2010) relata que a escola, como local voltado para a educação, deve
proporcionar nas aulas de Educação Física um saber fazer das praticas corporais e um saber
sobre esse fazer, ou seja, superar a pratica pela pratica e conscientizar-se de que não há pratica
neutra, pois nela estão implícitas ou explicitas filosofias, visões de mundo, valores e interesse.
Deste modo fica claro que o conteúdo ginástico necessita e deve ser confrontada com a
Dança, com o Jogo, com esporte, com as lutas identificando as diferenças visíveis a partir do
trato simultâneo de ambos os conteúdos no decorrer do semestre.
2.2 METODOLOGIA DA PESQUISA
Trata-se de um estudo quantitativo, tendo como intuito conseguir informações e
conhecimentos acerca do problema. A amostra foi composta por 34 estudantes de ambos os
sexos, sendo 16 do sexo masculino e 18 do Feminino, com a faixa etária de 08 á 11 anos de
idade, sendo estes alunos do 4º ano do ensino fundamental do período vespertino de uma
Escola Municipal de Cuiabá-MT, situado na regional sul.
Utilizou-se como instrumento de coleta um questionário com 06 perguntas fechadas,
pois segundo Barros e Lehfeld (2004), o questionário apresenta a vantagem de atingir um
grande número de pessoas investigadas, além de poder direcionar as perguntas ao objetivo
principal da averiguação, dando respostas mais diretas e exatas confirmando ou contrariando
as hipóteses levantadas.
Os dados do presente estudo foram tratados estatisticamente, tabulados em planilha de
dados Office Word e Excel 2007 e apresentados através de Tabelas. Assim foram avaliadas as
seguintes variáveis: idade; sexo; série; turno; a participação nas aulas de ginástica; a
importância da ginástica para o desenvolvimento físico; se a escola tem materiais para a
prática da ginástica; avaliação do aluno em participar das aulas com os colegas; roupa
adequada para as aulas pratica; e como são as aulas de ginástica.
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Tabela 1. Refere-se ao quesito: “Você participa das aulas de Ginástica nas aulas de Educação
Física?”.
Respostas
Alunos
%
Sim
32
94,1
Não
02
5,9
Total
34
100
Conforme os dados da tabela 1 verifica-se que entre os alunos do 4º ano do ensino
fundamental a participação nas aulas de ginástica na educação física é relativamente alta
94,1% dos alunos responderam que “Sim”, que participam das aulas de ginástica, e 5,9%
destes alunos respondeu “Não”, não participam das aulas de ginástica.
Conforme os PCNs (1998), os princípios que norteiam a Educação Física, tem como
meta a inclusão do aluno na cultura corporal de movimento, por meio da participação e
reflexão concretas e efetivas.
Sendo desta forma, fica evidente que nas aulas de Ginástica o percentual que
realmente não se integram com o conteúdo, é relativamente pequeno, mostrando assim que á
inclusão do aluno, o resultado mostra que está havendo uma grande inclusão do aluno na
cultura corporal de movimento.
Tabela 2. Refere-se ao quesito “Você acha importante o ensino da ginástica para o seu
desenvolvimento Físico?”.
Respostas
Alunos
%
Sim
33
97,0
Não
01
3,0
Total
34
100
Na Tabela 2, mostra que 97,0% dos alunos responderam que “Sim”, acham importante
o conteúdo de ginástica para o seu desenvolvimento físico, quanto 3,0% responderam “Não”.
Segundo os PCNs (1998), a Ginástica tem que trazer ao aluno vivência de situações
em que se faça necessário perceber, relacionar e desenvolver as capacidades físicas e
habilidades motoras presentes na ginástica esportiva e acrobática (estrelas, rodantes, mortais
etc.);
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Com os dados acima se pode afirmar que a maioria dos alunos entende a importância
da Ginástica para o seu desenvolvimento físico, e entendem o valor da Educação Física para a
saúde.
Tabela 3. Refere-se ao quesito “A escola tem materiais para a prática das aulas de
ginásticas?”.
Respostas
Alunos
%
Sim
31
91,2
Não
03
8,8
Total
34
100
Na Tabela 3 acima, 91,2% dos alunos julgam que a escola dispõe “Sim” de materiais
para a prática das atividades de ginástica, enquanto 8,8% dos alunos acham que “Não”, que a
escola não dispõe de materiais.
Dentro dos resultados obtidos, vemos o quanto é importante que a escola disponha de
materiais didáticos, pois estes podem ser um fator para a participação nas atividades, ainda
mais se forem propicio para a prática, podendo contribuir muito para o desenvolvimento das
crianças e melhorando as aulas na Educação Física.
Tabela 4. Refere-se ao quesito “É legal participar das aulas de ginástica com os seus
colegas?”.
Resposta
Alunos
%
Sim
33
97,0
Não
01
3,0
Total
34
100
Na da Tabela 4, revelam que 97,0% dos alunos responderam que “Sim” sentem-se
bem em participar das aulas de ginástica com os seus colegas. Quanto 3,0% destes respondeu
que “Não”, que não sentem bem em participar da aula Ginástica com os colegas, não tendo
nenhuma afinidade.
Conforme os PCNs, ao final do Ensino Fundamental o aluno deve ser capaz de
participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas com os
outros, reconhecendo e respeitando características físicas e de desempenho de si próprio e dos
outros, sem discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais.
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Tabela 5. Refere-se ao quesito “Você procura usar roupas adequadas para as aulas prática?”
Respostas
Alunos
%
Sim
21
61,8
Não
13
38,2
Total
34
100
Na Tabela 5, verifica-se que entre os alunos cerca de 61,8% responderam que “Sim”,
usam roupas adequadas para as aulas práticas de ginástica na Educação Física. 38,2%
responderam que “Não”.
No entanto, aos pontos que não são afirmativos, ao uso adequado de roupas para as
aulas de ginástica na Educação Física, pode estar associado às condições financeiras do aluno,
tendo em vista que a maioria das crianças é de famílias carentes da região, tendo assim pouca
condição de vestir e calçar os filhos.
Tabela 6. Refere-se ao quesito “Como você acha que são as aulas de Ginástica?”
Respostas
Alunos
%
Boa
33
97,0
Ruim
01
3,0
Total
34
100
Conforme os dados da Tabela 06 verifica-se que 97,0% dos alunos responderam
diretamente que são “Boa” as aulas de ginástica na Educação Física. Somente 3,0% dos
alunos responderam que é “Ruim”, sendo desta forma um percentual relativamente pequeno
que realmente não se integram com as aulas de ginástica.
A criança tem necessidade de andar e saltar, e a ginástica pode dar possibilidade e
meio para isso, levando á um processo que poderá despertar o gosto saudável pela prática,
bastando apenas criatividade por parte dos professores nas aulas de ginástica na Educação
Física.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto das perguntas, e da pesquisa efetuada com os alunos do 4º ano do
Ensino Fundamental de uma escola Municipal desta Capital, percebe-se que a ginástica está
sendo tratada de uma forma positiva nesta escola, e que já é um conteúdo que faz parte da
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prática pedagógica de alguns professores. Constou-se através do questionário que os alunos
do Ensino Fundamental gostam das aulas de ginástica e se sentem bem com a prática.
Com isto, constatamos que os professores devem buscar o conhecimento sobre o
assunto, transformando assim as aulas de Educação Física em atividades menos
esportivizadas, possibilitando para os alunos a vivência da Ginástica como prática corporal
importante para sua vida.
A ginástica pode integrar inúmeras possibilidades entre elas agrega alunos pela sua
característica inclusiva, criativa e expressiva. Assim cabe ao professor entender/executar as
práticas possíveis para a formação integral dos alunos, para a formação de futuros cidadãos
autônomos e mais criativos.
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A CAPOEIRA COMO SABER NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
*
Nilto Almeida
Simone Marques
**
RESUMO
Esta pesquisa vem ostentar o objetivo da capoeira quanto os benefícios nas aulas de educação física, como
manifestação cultural no âmbito escolar, e prima em verificar a visão dos professores sobre a adesão da capoeira
nas aulas de educação física. Mostra em seu esboço que a proposta pedagógica facilita o aprendizado dos alunos
no ato de conhecer, valorizar, respeitar a diferença nas manifestações de cultura corporal do Brasil e do mundo.
Cabe então, investigar a problemática:” Questionar se na visão dos professores é possível à adesão da capoeira
nas aulas de educação física”. Em sua introdução relata que esta prática é utilizada como instrumento
educacional para auxiliar os discentes no desenvolvimento da capacidade física, intelectual, moral possibilitando
à socialização dos envolvidos. A metodologia aplicada caracteriza-se pela perspectiva qualitativa, utilizado como
técnica de coletas de dados através de entrevistas. A amostra deste estudo foi composta por 20 professores de
educação física que ministram aulas em 10 escolas na rede estadual no bairro da grande Morada da Serra, na
capital de Cuiabá-MT. Quanto ao resultado a capoeira se encontra no contexto atual das escolas estaduais locais,
e tem um significado importante para os professores dessas escolas, que conforme esta pesquisa exploratória
teve a liberdade de dizem que não tiveram a disciplina de lutas na sua formação (Acadêmica).
Palavras-chave: Capoeira. Educação Física. Professor.
1 INTRODUÇÃO
A capoeira é utilizada como instrumento educacional muitas vezes para auxilia os
alunos no desenvolvimento da capacidade física, intelectual, moral possibilitando à sua
socialização. E é neste contexto que surgiu a problemática desta pesquisa, questionando se na
visão dos professores é possível à adesão da capoeira nas aulas de educação física?
De acordo com os Parâmetros Curriculares nacionais (PCNs) da Educação Física,
(BRASIL, 1997), é mencionado o tema Pluralidade Cultural, que aponta para o aprendizado
do aluno em: conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações de
cultura corporal do Brasil e do mundo.
Segundo Calçado (2009, p. 4), a capoeira na escola tem a parceria da educação física
com o objetivo de trabalhar o condicionamento físico, motor, com harmonia e o respeito, para
alcançar um desenvolvimento completo. Através dos movimentos da capoeira a criança
poderá facilmente conhecer o seu próprio corpo, gestos e ritmos que são associados na
capoeira que fortalece a integração dos que praticam, ajudando nas noções espaço-tempo,
introduzindo regras, atitude, interesse e cuidado com a famílização o próprio corpo, também
“em seu universo simbólico e motor, tendo mistura de música a religião, isso faz com que aja
interações entre os mesmo, movimentos acrobáticos, que a tornam bastante privativo”,”ou
*
Acadêmico do Curso de Educação Física da Faculdade AUM.
Professora Orientadora do curso de Educação Física da Faculdade AUM.
**
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seja”, próprio de uma pessoa fazendo da capoeira uma pluralidade com o lúdico e do combate,
que tem como característica o jogo, luta e dança.
E é neste contexto que se objetivou verificar a visão dos professores sobre a adesão da
capoeira nas aulas de educação física. Para tanto se selecionou os objetivos específicos como:
identificar o papel da educação física no âmbito escolar;
Relacionar os benefícios da capoeira nas aulas de educação física, como manifestação
cultural; e verificar a formação do professor.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 A CAPOEIRA EM QUESTÃO
A educação física escolar vem passando por várias mudanças principalmente na
formação profissional dos professores de educação física, pois, os mesmos devem estar
abertos a novas atividades das práticas pedagógicas no contexto escolar, caracterizando e
redirecionando o metodológico.
No âmbito dessas transformações da capoeira no espaço escolar, segundo Soares
(2004, p.02) “o conceito do movimento da cultura corporal, elaborado por elementos como: a
dança, o jogo, o esporte, a ginástica, as lutas e a capoeira”, essas características apresentam de
maneiras diferentes e devem ser desenvolvidos pelos docentes na educação física escolar.
Dentre
esses
conteúdos,
a
luta
tende
a
ser considerado um conteúdo extracurricular, mas entra também a religiosidade dos pais dos
alunos, administradores de escolas e até mesmo de alguns docentes, por não possuírem um
conhecimento concreto a respeito dessa luta como deve ser trabalhado ou utilizado dentro do
âmbito escolar.
2.1.1 A capoeira e sua história
Segundo Silva (2003, p.35), “a capoeira tem sua origem, ou pelo menos seus primeiros
sinais de luta, no Brasil Colônia os negros escravos foram trazidos à força da África Ocidental
para o Brasil”. Com os maus tratos com os negros eles tiveram a necessidade de se
defenderem e terem resistência à opressão dos capitães do mato e os proprietários de terras, as
técnicas foram fundamentais para a criação de defesa e ataque com os seus opressores, para
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poder ter meios de se confrontar com seus opressores (feitores e capitães do mato).
Geralmente estes confrontos ocorriam nas fugas dos escravos, nos lugares de mato ralo das
selvas, ou seja, nas capoeiras. Daí a origem do nome de capoeira.
No cativeiro, os negros tiveram que disfarçar a luta em dança, com a introdução de
instrumentos musicais e movimentos cadenciados, para poderem praticá-la sem
suspeita, embora alguns senhores permitissem aos senhorinhos, como eram
chamados os filhos dos senhores de engenho, o aprendizado da luta. Com a abolição
da escravidão em 1888, e o emprego nas lavouras de café de mão de obra estrangeira
(italianos, alemães, japoneses), os negros recém “libertados”, vagavam sem rumo,
fazendo biscates. (SOARES, 2004, p 34)
Fica também proibida a pratica da capoeira, considerada “Circunstância agravante
pertencer à capoeira a alguma banda ou malta” (YAHN, 2009, p 41). Mesmo com sua
proibição a capoeira não acabou; ela continuou acontecendo de forma clandestina e
marginalizada principalmente nas cidades de Salvador, Recife e Rio de Janeiro. Era
grandemente perseguida pela polícia, e, era comum a deportação de capoeiristas para ilhas e
presídios.
Mas com o decorrer do tempo a capoeira sofre uma transformação muito importante,
com Manoel dos Reis Machado o “Mestre Bimba”, com o efeito de usufruir de um mestiço e
de defesa da capoeira como "legítimo esporte brasileiro”, já incorporado por defensores
intelectuais brasileiros, consolidou o "embranquecimento simbólico da capoeira", envolvendo
e somando varias prática de movimentos de artes marciais orientais e ocidentais, como karatê,
Jiu-Jítsu e luta greco-romana, trocando a ritualidade da luta manhosa pela agilidade e
eficiência (SOARES, 2004, p. 28). Uma capoeira rasteira cheio de mandinga1 foi liderada por
Vicente Ferreira Pastinha, o "mestre Pastinha", defendendo o resgate da ancestralidade
africana da capoeira, a luta manhosa que recebeu o nome de Capoeira Angola.
Ao contrário do pensamento do mestre Bimba, Pastinha defende uma nova filosofia da
capoeira em prática, baseado em um jogo mais simbólico e subjetivo, e contendo ainda o
misticismo, companheirismo de jogo e respeito absolutos às regras que o contém na mesma
(MUNARO, 2007, p. 55).
Desta forma, os dois mestres, que defendem os dois estilos diferentes de jogar
capoeira que são: Pastinha na capoeira angola e Bimba na capoeira regional, os estilos
contribuíram para uma nova capoeira que atualmente é chamada de capoeira contemporânea
1 Indivíduo das mandingas, raça de negros cruzada com elementos berbere-etiópicos (os mandingas eram
considerados grandes mágicos ou feiticeiros). Extraído do site: <www.dicio.com.br>. Acesso: 21/06/2013.
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(SIMÕES, 2006, p. 36). Como nos relata (BARBOSA, 2009), nessa época muitas
personalidades da vida política e social da Bahia foram alunos do Mestre Bimba. Através de
algumas delas, Bimba levou a “Capoeira Regional” até o palácio do governo em “1953” o
general Juracy Magalhães era Interventor. Ganhou respeito e admiração da autoridade
máxima do Estado e abriu caminho para uma demonstração para o Presidente da Republica,
Getúlio Vargas onde o mesmo ficou tão emocionado com a música, ritmo e jogo, na ocasião,
declarou que a capoeira é o único esporte verdadeiramente de cunho nacional.
Mestre Bimba foi quem fundou a primeira academia de capoeira no Brasil, em
Salvador (ARAES, 1983, p. 64), ele acrescentou movimentos de arte marciais e treinamento
sistemático à capoeira, que passou a ser conhecido como estilo Regional. Na mesma época
Mestre Pastinha divulgava uma capoeira como jogo matreiro2, de disfarce, estilo conhecido
com Angola. E foi através destes dois mestres que a capoeira passou a ser conhecida em todo
Brasil.
A capoeira chega ao século XX como mais uma alternativa para os professores de
educação física escolar. Apesar de que o processo ensino aprendizagem sempre esteve
presente na escola e na capoeira é uma coisa puxando a outra, a partir da década de 30, com
outra forma diferente de ensino, a partir de um ambiente com as portas fechadas, através de
aulas sistematizadas e pagamentos mensais pelos ensinamentos da capoeira. Os mestres da
capoeira trabalham agora no campo educacional, variando a forma de dar aula, acrescentando
mais golpes (movimentos) dentro da capoeira para que o aluno sinta prazer nas aulas de
práticas corporais, outras vezes como defesa pessoal, lutas, ginástica, posteriormente e como
esporte. (AREAS, 1983, p. 13).
Ao profissional habilitado em Educação Física estes devem primar pela sua
criatividade assim, poderão trabalhar a capoeira na perspectiva de exploração do ritmo,
conhecimento do seu corpo, utilizando o desenvolvimento dos movimentos corporais
fundamentais, a ginga (dança e o jogo) e a ludicidade através da música. Com a mesma
interpretação de fatos Lemos e Naressi (2010, p. 40), descreve que a capoeira e ludismo são
dimensões que tem muito de afinidade entre aquilo que as crianças fazem e aquilo que elas
desejam.
Dê acordo Lemos e Naressi (2010, p. 41) dizem que o projeto capoeira na escola
trabalha a estrutura que direciona o esporte, o exercício e o trabalho psicológico sobre o
2 adj. e s.m. Gír. Ardiloso, astucioso, velhaco. Extraído do site: <www.dicio.com.br>. Acesso: 21/06/2013.
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estresse, procurando privilegiar os valores éticos e estéticos dentro da proposta educativa e
metodológica do ensino, estimula os alunos aterem um melhor aprendizado, levando os
alunos a terem uma capacidade de formação de pessoas críticas e conscientes de sua própria
história.
2.1.2 Educação Física e a Capoeira
A capoeira pode contribuir no processo pedagógico e didático, a evolução do saber
tornado mais específico, isto se afirma nas palavras de Lemos e Naressi (2010, p 40) que nas
aulas de Educação Física, o ritmo, elemento potencialmente explorado na musicalidade da
capoeira e a sua mandinga nos movimentos no espaço/tempo, desenvolvendo aprendizagem
dos conteúdos tendo mais contato com o geral que relacionam a capoeira com o legado
cultural perpassado através de instituição escolar. É importante mostrar os desenvolvimentos
as possibilidades didáticas em aulas de Educação Física a partir dos conteúdos da capoeira,
como uma cultura corporal de movimento.
Segundo Vieira (2010, p. 17), a Capoeira inicialmente foi inserida na escola como uma
atividade extracurricular, ganhou seu espaço nos currículos escolares através dos parâmetros
curriculares nacionais da educação física (PCN), como parte dos conteúdos de lutas presentes
na Educação Física Escolar. Este autor ainda ressalta que, em algumas escolas, as aulas de
capoeira são oferecidas pelos "amigos da escola", mas não nos horários das aulas de Educação
Física. A capoeira, por ser eminentemente prática, enfocando no jogo da roda um de seus
momentos mais sublimes e característicos, e por se consolidar a partir de movimentos
corporais, funciona como importante agente facilitador no trato com o movimento na
educação física.
A capoeira pode contribuir no processo pedagógico e didático no campo de educação
física, pois o ritmo, elemento potencialmente explorado na musicalidade e movimentos da
capoeira, tem o poder gerador de impulso de movimento espaço/tempo, desenvolvendo a
aprendizagem que esta relacionada na capoeira com o legado cultural através da instituição
escolar. (VIEIRA, 2010, p. 43),
Segundo os PCNs (2007, p. 24), o ser humano, desde suas origens, produziu cultura.
Uma história de cultura de movimentos e que é parte de um contexto em que se produzem e
reproduzem conhecimentos. O conceito de cultura é como produto da sociedade e como
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processo dinâmico que vai constituindo e transformando a coletividade à qual os indivíduos
pertencem, para definir certo saber, ilustração, refinamentos de maneiras.
Derivaram daí conhecimentos e representações que se transformam ao longo do
tempo. Resinificadas, suas intencionalidades, formas de expressão e sistematização
constituem o que se pode chamar de cultura corporal de movimento. Dentro desse
universo de produções da cultura corporal de movimento, algumas foram
incorporadas pela Educação Física como objetos de ação e reflexão: os jogos e
brincadeiras, os esportes, as danças, as ginásticas e as lutas, que têm em comum a
representação corporal de diversos aspectos da cultura humana (PCNs, 2007, p 27).
O PCN (2007, p. 29) trabalhar na área da Educação Física tem seus fundamentos,
como o cognitivo, do movimento, concepções socioculturais de corpo e, a natureza do
trabalho que é desenvolvido na educação física tornando intimamente compreendido desses
conceitos. A educação física tendo a sua historia de origens militares, pois de primeiro não era
utilizado para fins educativo, mas de propaganda do governo sendo todos os ramos e níveis de
ensino voltado ao esporte de alto rendimento, mas com os mecanismos de manutenção do
status consta na sociedade brasileira contribuíram na prática como a reflexão teórica no
campo da Educação Física trabalhando os conceitos de corpo e movimento aos seus aspectos
fisiológicos e técnicos.
Segundo o autor Quadros (2008, p. 53) o mesmo recorre aos PCNs Brasil (1997), que
retrata a questão e nos diz que a Educação Física como área de conhecimento da Cultura
Corporal do Movimento e a Educação Física Escolar é um componente curricular e que a
capoeira faz parte da pluralidade cultural do nosso país. Os PCNs, Brasil (1997) entendem
que a Educação Física como área de conhecimento da Cultura Corporal do Movimento e a
Educação Física Escolar é um componente curricular e que a capoeira faz parte da pluralidade
cultural do nosso país.
2.1.3 Professor de Educação Física e a pratica da capoeira
Ao profissional da educação, cabem os compromissos e interesses pedagógicoeducacionais, para poder ampliar, redimensionar e exercitar a capoeira nas aulas de educação
física, com uma critica perspectiva em sua realidade, para identificar no contexto educacional
sua relevância sociopolítica, engrandecendo os treinos, ampliando à competição e ao
rendimento esportivo, para um conceito amplo que leve em consideração da prática da
educação física contexto escolar (KUNZ, 2006, p.58).
A capoeira como cultura de movimento, está vinculada ao “se movimentar” do homem
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concreto, que tem história, que tem origem, que tem contexto, que tem vida, que tem classe
social, enfim, o ser humano por sua natureza tem necessidade de se movimentar em busca da
emancipação e da liberdade (KUNZ, 2006, p. 61).
Conforme Sampaio (2005, p.109) para que a Educação Física consiga sua legitimidade
dentro da escola como disciplina, é necessário que a formação dos professores de Educação
Física seja discutida e revista dentro do ambiente acadêmico, no sentido de incluir o seu papel
enquanto profissional de educação, pois “sendo assim, a intervenção do professor não pode
ser inconsciente, fazendo-se necessário a este estar em processo contínuo de formação”,
entendendo que para alcançar a legitimidade é necessário compreender o esporte como um
componente da Educação Física e esta não podendo se restringir a um único conteúdo a ponto
de serem confundidos como a mesma coisa.
O foco da educação física é a interdisciplinaridade nas aulas práticas ou teórica que só
será positiva quando estiverem claros para o professor físico quais são as finalidades da
educação física, o professor tem de ter a preocupação de envolver o aluno em suas aulas
buscando as questões relacionadas à cultura corporal e as suas características específicas
(DARIO 2011, p 07).
O principal papel da educação física é oferecer atividades, exercícios, experiências de
movimento adequadas ao nível de crescimento e desenvolvimento dos alunos, a fim de que a
aprendizagem das habilidades motoras seja alcançada e que futuramente as crianças não
venham sofrerem sem as principais habilidades. A criança deve aprender a se movimentar
para adaptar-se às demandas e exigências do cotidiano em termos de desafios motores
(DARIO 2011, p. 06).
O principal modo de ensinar é um instrumento pedagógico, um meio de ensiná-lo,
pois enquanto joga ou brinca a criança aprende. Sendo que este aprender deve
ocorrer num ambiente lúdico e prazeroso. A educação física é entendida como uma
disciplina que trata de um tipo de conhecimento de cultura corporal, que tem como
temas o jogo, a ginástica, o esporte e a capoeira (DARIO 2011, p. 15).
Conforme Neira e Nunes (2006, p. 246), os mesmos buscam transfiguração entre a
cultura de movimento da criança e a procura de novos conhecimentos, novas metas de ensino,
novos comportamentos dentro do ambiente escolar. Proporcionamos em buscar trazer as
brincadeiras da nossa infância, através do movimento corporal para dentro do ambiente
estudado, com incentivo de respeito a cultura e preservação dos costumes em que vivemos.
O professor tem de utilizar varias estratégias como instrumento de motivação,
brincadeiras já conhecidas, brincadeiras adaptadas, bem como utilizar a recreação
como meio facilitador das atividades em aula e diferentes formas de dirigir tarefas,
criando um vínculo afetivo com o aluno (CAVALLARI, 2006, p. 40).
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Conforme Cavallari (2006, p. 43) o emprego do jogo e do lúdico é um fator importante
para o desenvolvimento global da criança, a brincadeira consegue interagir com diversas
disciplinas e através delas (englobar/socializar). O que se coloca, não é a organização do
ensino a partir dos conteúdos da educação física, isto também é importante. Mas o
desenvolvimento de uma prática pedagógica centrada no entendimento do processo de
construção da sociedade vem ajudar a estimular a coordenação motora da criança (NEIRA;
NUNES, 2006, p. 246). Os conteúdos deixam de ser assim um fim em si mesmos,
promovendo a ampliação de conhecimentos dos alunos, interação com o cotidiano de cada um
e interação com a realidade (NEIRA; NUNES, 2006 p 245).
Segundo Freire (1996), o bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno
até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não
monótona. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas
de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas.
O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do
movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de
ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e
vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas.
(FREIRE, 1996, p. 96).
Salienta-se que o professor contemporâneo, com raras exceções, em suas aulas deve
buscar reflexões para as mudanças, para a autonomia, para a liberdade possível numa
abordagem global, buscando trabalhar com o lado positivo dos alunos e para a formação de
um cidadão do bem e futuramente de seus deveres e de suas responsabilidades sociais.
2.2 METODOLOGIA DA PESQUISA
Para Gil (2010, p.42), a pesquisa “[...] é descobrir respostas para as problemáticas
diante do emprego de procedimentos científicos”. E foi com base nesta perspectiva que este
trabalho utilizou a pesquisa qualitativa, onde “os pesquisadores tendem a analisar seus dados
indutivamente” (GIL, 2010, p. 43).
O estudo caracteriza-se como pesquisa exploratória que de acordo com Gil (2010, p.
45) “visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou
a construir hipóteses”. Foi utilizado como técnica de coleta de dados a entrevista semiestruturada.
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As entrevistas semi-estruturadas é a combinação de perguntas abertas (subjetivas) e
fechadas (objetivas), onde o informante tem a possibilidade de discorrer sobre o tema
proposto da pesquisa. O pesquisador deve seguir um conjunto de questões previamente
definidas, mas ele o faz em um contexto muito semelhante ao de uma conversa informal.
Segundo Gil (2010) o entrevistador deve ficar atento e no momento que achar
oportuno, fazendo perguntas adicionais caso assim precisar para elucidar questões que não
ficaram claras ou ajudar a recompor o contexto da entrevista. Esse tipo de entrevista é muito
utilizado quando se deseja delimitar o volume das informações, obtendo assim um
direcionamento maior para o tema, intervindo a fim de que os objetivos sejam alcançados.
Os entrevistados responderam um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que
ao ser assinado, autoriza o pesquisador a realizar os procedimentos previstos na metodologia.
Este documento tem com objetivo principal esclarecer e proteger o sujeito da pesquisa, assim
como, o pesquisador, por este meio manifesta seu respeito à ética no desenvolvimento do
trabalho.
A amostra deste estudo foi composta por 20 professores de Educação Física que
ministram aulas em 10 escolas da rede Estadual da Grande Morada da Serra, bairro de
Cuiabá-MT. As informações que foram coletadas por meio de um questionário estruturado
contem cinco questões que visão responder as indagações propostas aqui. Após estas
informações foram organizados para melhor interpretação dos resultados. Cabe lembrar que
durante a realização desta pesquisa houve certa dificuldade num primeiro contato,
dificultando assim a realização desta pesquisa.
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a realização desta pesquisa foram entrevistados vinte (20) professores de
Educação Física em dez (10) escolas, todas da rede estadual da Cidade de Cuiabá-MT.
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Tabela 1. Professores de Educação Física que participaram desta pesquisa considerando
a idade, o sexo, a formação acadêmica, o vínculo empregatício e a
experiência profissional*.
VARIÁVEIS
n
%
Idade (anos)
20 a 30
31 a 40
41 a 50
> 51
04
05
06
05
20
25
30
25
Sexo
Masculino
Feminino
14
06
70
30
Formação Acadêmica
Graduado
Pós-Graduado
Pós-Graduado em outra Área
20
11
02
100
55
10
Vinculo Empregatício
Efetivo
Contratado**
11
09
55
45
Experiência Profissional***
Iniciantes (<3 anos)
Experientes (>3 anos)
09
11
45
55
*Tabela adaptada de Silva (2012).
**Admitido em caráter temporário;
***Como Professor de Educação Física.
Os vinte (20) professores de educação física foram numerados em algarismo romano
de I a XX para ser citados sem negligência. Para esta pesquisa foi utilizado o método
qualitativo, é um dos métodos no qual consiste em buscar as descrições detalhadas das
respostas dos professores sobre o tema questionado. Entretanto, foi selecionada 5 (cinco)
respostas de cada quesito, que represente significativamente a resposta dos quesitos aqui
indagados.
Os professores responderam cinco quesitos, onde o primeiro quesito foi se a capoeira
poderia ser trabalhada junto às aulas de educação física.
"Sim, por ser parte integrante da cultura brasileira"
(Profº. I).
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“Sim, porque a capoeira está totalmente relacionada com a corporeidade, com a dança, contribuídos que
fazem com que os alunos se desenvolvam no aspecto motor, psicológico e social"
(Profº. XI).
"Sim, pois, nela pode-se trabalhar a disciplina que é de muito valor para o indivíduo na sua formação"
(Profº. IV).
“Vai melhorar a parte motor e cognitivo do aluno”
(Profº. VI).
"Sim, porque ajuda na coordenação motora geral e na socialização da criança" (Profº. VIII).
Observou-se que as respostas a indagação acima citadas pelos professores pesquisados
possuem de certa forma, a resposta “sim”. Deixando claro, a ênfase sobre a cultura brasileira,
desenvolve habilidades motoras, cognitivo e a socialização entre os alunos.
Pode-se citar Lemo e Naressi (2010, p 40) que afirma:
[...] ao profissional habilitado em Educação Física estes devem primar pela sua
criatividade assim, poderão trabalhar a capoeira na perspectiva de exploração do
ritmo, conhecimento do seu corpo, utilizando o desenvolvimento dos movimentos
corporais fundamentais, a ginga (dança e o jogo), a musica através da ludicidade.
Sabe-se que a capoeira tem o foco fundamentado em exercícios de movimentos
corporais que é uma ótima aliada com estratégia pedagógica, por apresentar um vasto
conjunto de conhecimento da cultura brasileira, podendo contribuir e ampliar o ensino e
aprendizado. Portanto, a adesão da capoeira na escola é para contemplar a interação do eu
com o outro.
O segundo quesito foi a respeito da prática da capoeira na escola, poderia trazer
mudanças nos comportamentos dos alunos.
"Sim, pois contribui na formação do aluno principalmente na parte disciplinar"
(Profº. II).
"Sim, os alunos aprendem muitas regras”
(Profº. IV).
"Sim, pois a capoeira trabalha o (aspecto) social, e assim como qualquer modalidade de luta quando
trabalhado o verdadeiro sentido da prática com os alunos podem mudar completamente o comportamento dos
alunos"
(Profº. XI).
"Sim, além de a capoeira trabalhar com o psicomotor trabalha também com o cognitivo e o afetivo das pessoas"
(Profº. XIII).
"Sim, disciplina e respeito"
(Profº. XVII.
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Como nas respostas dadas na questão anterior, todas as respostas deste quesito
também foram “sim”. Cabe ressaltar, que a capoeira pode ser adotada também como recurso
pedagógico para inibir práticas que resultem em preconceito ou atos discriminatórios,
considerados crimes segundo a legislação brasileira. Contudo, nem por isso a discriminação
deixou de existir, ao menos veladamente; estando presente, seja por razões religiosas, raciais,
de classe social, identidade de gênero ou identidade sexual.
Derivaram daí conhecimentos e representações que se transformam ao longo do
tempo. Resinificadas, suas intencionalidades, formas de expressão e sistematização
constituem o que se pode chamar de cultura corporal de movimento. Dentro desse
universo de produções da cultura corporal de movimento, algumas foram
incorporadas pela Educação Física como objetos de ação e reflexão: os jogos e
brincadeiras, os esportes, as danças, as ginásticas e as lutas, que têm em comum a
representação corporal de diversos aspectos da cultura humana (PCNs, 2007, p 27).
O comprometimento do professor de educação física em sua metodologia didática
deve focar na relação respeito professor x aluno, para que tenha maior número de participação
dos alunos e assim possam construir conhecimentos com base na valorização da bagagem dos
saberes desses envolvidos em sua prática.
No terceiro quesito foi sobre o ponto de vista dos professores pesquisados quanto a
aprendizagem dos alunos que praticam capoeira se podem ter melhoras.
"sim, toda atividade que vem a ter a participação do aluno na escola, traz uma melhoria na aprendizagem e
acredito que a capoeira é capaz disso"
(Profº. X).
"Sim, disciplina, responsabilidade e compromisso. Toda modalidade de lutas e individuais ajudam para tal!”
(Profº. XII).
"Sim! por que a capoeira ajuda no desenvolvimento motor, e conscientiza o aluno que a capoeira é uma luta"
(Profº. XIV).
"Sim, por ter elementos complexos que ajudam e melhoram a performa do aluno"
(Profº. XX).
"Melhora a parte motora, cognitiva e afetiva do aluno"
(Profº. VI).
Neste quesito as respostas vem somar com as dadas anteriormente, onde colocam
claramente que a capoeira ajuda na “disciplina, responsabilidade, compromisso,
desenvolvimento motor, cognitivo e afetividade”, foram algumas a melhoria mencionada.
As relações humanas, embora complexas, são peças fundamentais na realização
comportamental e profissional de um indivíduo. Desta forma, a análise dos
relacionamentos entre professor/aluno envolve interesses e intenções, sendo esta
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interação o expoente das consequências, pois a educação é uma das fontes mais
importantes do desenvolvimento comportamental e agregação de valores nos
membros da espécie humana. (FREIRE, 1996, p. 9)
A capoeira no contexto lúdico é uma modalidade de suma importância no
desenvolvimento da criança, que interagirem com as brincadeiras avançando nos
aprendizados das inúmeras disciplinas que são impostas a elas.
Na questão quatro, onde se indaga sobre a capoeira nas aulas de educação física pode
vir ajudar na aprendizagem dos alunos.
"naturalmente vai melhorar o desenvolvimento motor,
físico e cognitivo do aluno"
(Profº. VI).
“sim, pois aprendendo disciplina, regras elevam o nível do
ensino aprendizagem"
(Profº. IV).
"A capoeira é uma atividade que melhora muito o desenvolvimento, do aluno tanto motora, como na
concentração, compreensão de ritmo,
musicalidade e assim por diante"
(Profº. X).
"Sim, pela disciplina trabalhada nas aulas"
(Profº. XX).
"Sim, porque o aluno irá aprender a ter disciplina respeito,
que irá ajudar muito na aprendizagem do aluno"
(Profº. V).
As respostas aqui apresentadas pelos professores pesquisados mostraram que mesmo
reconhecendo a capoeira como conteúdo curricular da Educação Física, verificou-se
concepções distorcidas sobre a função desta modalidade no contexto escolar, em que, muitas
vezes é entendida como atividade auxiliar no controle “disciplinar”. Das 5 (cinco) respostas
selecionadas 3 (três) mencionam a “disciplina” na resposta.
O professor, educador da era industrial com raras exceções, deve buscar educar para
as mudanças, para a autonomia, para a liberdade possível numa abordagem global,
trabalhando o lado positivo dos alunos e para a formação de um cidadão consciente
de seus deveres e de suas responsabilidades sociais (SIQUEIRA, 2005, p 15).
A capoeira, prima por apresentar a importância do conhecimento do histórico da
cultura brasileira trazendo em seu esboço desde a colônia, onde os escravos gingavam às
escondidas para se descontrair, passou pelo Brasil imperial e percorreu na era do mestre
Bimba até a data de hoje por gerar no seu brincar o respeito mútuo.
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O quinto quesito foi, se o professor mescla a capoeira nas suas aulas de educação
física.
"passo os conhecimentos teóricos”
(Profº. III).
"Sim, na escola trabalha por modalidade e também lutas"
(Profº. XII).
“Já tentei, mas hoje só passo a teoria"
(Profº. XV).
“apenas a teoria"
(Profº. XVI).
"Desejo em levar esse contexto dentro das aulas por ser uma aula rica em conhecimentos culturais e
aprendizagem motora"
(Profº. XVIII).
Verificaram-se nas respostas deste quesito, que os professores estão dispostos a fazer a
capoeira nas suas aulas, entretanto, muitos mencionaram que ministram apenas a teoria, não
dando ênfase a prática desta modalidade.
O principal papel da educação física é oferecer experiências de movimento
adequadas ao seu nível de crescimento e desenvolvimento, a fim de que a
aprendizagem das habilidades motoras seja alcançada. A criança deve aprender a se
movimentar para adaptar-se às demandas e exigências do cotidiano em termos de
desafios motores. (DARIO, 2011, p 06)
A capoeira se encontra no contexto atual das escolas estaduais locais, e tem um
significado importante para os professores dessas escolas, em algumas escolas pode até não
ser prática, mas os professores dão uma grande ênfase na teoria, se for por parte de pátio, as
escolas estaduais têm área muito grande e alguns professores dizem que não tiveram a
disciplina
de
lutas
na
sua
formação
(Faculdade).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A capoeira na escola tem a sua valorização através da contribuição de conhecimentos
principalmente através da manifestação da cultura corporal, pois, as aulas devem ser
ministradas pelos professores de educação física no contexto escolar, a Capoeira como um
instrumento pedagógico é um meio para a aprendizagem cognitiva, que aplica a ludicidade, a
multiplicidade, que nela se encontra inserida.
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A participação da Capoeira em fatos históricos, afetivo, cognitivo, políticos e
socioeconômicos do Brasil vêm sendo apresentada, através dos movimentos mais naturais as
mais complexas. Por isso, é que foi abordada a adesão da capoeira no contexto escolar, como
luta do respeito, do esporte, da dança, do desporto, como manifestações folclóricas que já
conhecemos como: Maculele, Puxada de Rede, Samba de Roda, e também como arte cênica
(teatro), podendo ser entendida e compreendida como modalidade de instrumento pedagógico
aplicada nas questões históricas sociais.
Os instrumentos e símbolos que existe no jogo da Capoeira são: berimbau, música,
ginga, a roda e movimentos básicos, notados como símbolos de valores para a capoeira e que
chama a atenção dos alunos em qualquer lugar principalmente dentro do conteúdo
pedagógico. A capoeira trabalha com a coordenação motora, desenvolve o equilíbrio, a
expressão corporal, ritmo e a musicalidade, respeito com a individualidade, limite de cada
envolvido e permite que os alunos passem a conhecer o próprio corpo, através da fase do
desenvolvimento, do som e da dança, ganham habilidades que poderão ser utilizados a vida
toda.
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ABORDAGENS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO
MÉDIO NAS ESCOLAS ESTADUAIS DA GRANDE MORADA DA
SERRA EM CUIABÁ-MT.
*
Roseni Prado Nascimento Nunes
**
Simone Marques
RESUMO
O presente estudo teve como propósito identificar as abordagens pedagógicas utilizadas pelos professores do
ensino médio e verificar as quais utiliza em suas aulas práticas. O artigo teve como base a pesquisa quantiqualitativa, os resultados foram levantados através de um questionário entregue aos professores. Foi feito uma
análise dos dados e em primeiro momento, foi visto que é de extrema importância que o professor de educação
física conheça a respeito de sua metodologia aplicada. Para tal, procurou-se saber se os mesmos estudaram em
sua graduação as metodologias de ensino para a educação física, assim sendo, todos foram unânimes em
responder que estudaram ou conhecem sobre tais metodologias. Porém, teoricamente mais da metade assinalou
as abordagens renovadas como sendo a mais utilizada em suas aulas, mas na prática todos, ainda utilizam o
esporte tradicional como a principal atividade desenvolvida acabando por obscurecer todas as outras. Vale
ressaltar que a escola especificamente, o diretor e o coordenador, fariam toda a diferença se fizessem realmente
seu papel que é incentivar o professor a fazer o diferencial em suas aulas para beneficio dos alunos.
Palavras-chave: Abordagens Pedagógicas. Educação Física. Ensino Médio.
1 INTRODUÇÃO
Nas escolas da atualidade, o ensino da educação física, especificamente direcionada ao
ensino médio, tem-se visto abordagens diferenciadas quanto ao método aplicado. Com
diferentes tendências e abordagens trouxe em pauta diferentes opiniões e visões por parte dos
profissionais em buscar uma linha metodológica que atenda as necessidades dos alunos.
Motivo este, justifica-se pelas diferentes tendências e abordagens que trouxeram em
pauta diferentes opiniões e visões por parte dos profissionais em buscar uma linha
metodológica que atenda as necessidades dos alunos.
Outro fator bastante relevante foram as repercussões de transições e modificações que
surgiram em função da aprovação da nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases) deixando a
entender por parte das escolas como uma disciplina optativa de participação.
A Educação Física no ensino médio aparece contemplada na atual estrutura curricular
da Educação brasileira dentro da área de Linguagens e Códigos e suas Tecnologias, citando a
*
Acadêmica do curso de Educação Física da Faculdade AUM.
Professora do curso de Educação Física da Faculdade AUM.
**
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importância das atividades físicas e desportivas quanto ao domínio do corpo como forma de
expressão e comunicação (PCN, 2000).
Sendo assim, ela deve fazer parte da educação como um todo, não sendo considerada
uma matéria dispensável do currículo rotulada por muitas escolas, mas uma matéria rica para
o desenvolvimento cognitivo, físico e psicossocial do aluno do Ensino Médio.
Uma vez que o ensino médio é caracterizado como uma etapa final da
educação
básica deve-se considerar o papel desta área inclusa neste contexto. Assim sendo, quais são as
abordagens pedagógicas utilizadas para o planejamento e desenvolvimento das aulas de
educação física no ensino médio?
Como principal objetivo deste trabalho busca-se identificar as principais abordagens
utilizadas para planejar e ministrar as aulas de educação física no ensino médio das escolas
estaduais da grande morada da serra e especificamente, verificar se o professor tem
conhecimento sobre sua metodologia e saiba recolher dentro das abordagens metodologias na
qual a sua está inserida.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 ABORDAGENS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
O fazer pedagógico é um tema que gera muita discussão. Cada professor se identifica
com determinados métodos e formas de abordar os diversos assuntos que serão desenvolvidos
no contexto educacional; cada um possui seu próprio fazer para atingir os objetivos
educacionais de qualquer que seja a disciplina em discussão.
Segundo Bagnará (2012) fala que cada professor utiliza a abordagem que julga ser a
mais interessante ou adequada para o ensino do esporte, da cultura corporal de movimento ou
das atividades sugeridas para a aula especificamente. E, as abordagens são determinantes para
“o fazer e agir” pedagogicamente. E, especificamente na área da educação física, as principais
opções de fazer e agir pedagogicamente estão ligadas à abordagem tradicional ou renovadora.
2.1.1 Abordagens Pedagógicas Tradicionais
Na abordagem tradicional o esporte é a base como principal atividade desenvolvida nas
aulas. Traz a idéia de que o esporte na escola, na maioria das vezes não é trabalhado com
objetivos educacionais, mas, sim, com objetivos de selecionar os mais habilidosos para treinar
a técnica esportiva específica para participar de competições, um método que na maioria das
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vezes, excluía os que não possuíam habilidades ou destrezas, trazendo consigo lembranças
ruins da educação física em outros sentimentos de inferioridade, incapacidade.
A educação física é alvo atualmente de algumas políticas voltadas para o meio
esportivo. Sobre as políticas de “desenvolvimento” da área, Bracht e Almeida afirmam:
As relações entre a educação física e o esporte são geradoras de tensões já que se
constituem em dois universos simbólicos distintos, nem sempre compatíveis. Estas
tensões refletem-se também no âmbito das políticas públicas. Historicamente, a
educação física vai ser objeto de atenção e intervenção tanto de políticas públicas
educacionais quanto esportivas. (2003, p. 88).
A abordagem tradicional tem uma visão totalmente mecânica do movimento humano
e, consequentemente da vida humana. Dentro dessa visão mecanicista, historicamente, as
aulas de educação física eram planejadas e desenvolvidas baseadas na utilização de um dos
três métodos de ensino mais difundidos dentro da abordagem tradicional: método global,
método analítico ou parcial e método misto. De certa forma, esses não são utilizados somente
para ensinar a educação física, mas estão presentes em muitas outras áreas do conhecimento.
No método global apresenta-se uma situação de jogo, onde os elementos técnicos e
táticos são evidenciados. A vantagem do método global em relação ao método parcial é que o
envolvimento do aluno com as atividades proporciona um elevado nível de motivação.
(MESQUITA, 2000, p. 74)
O método analítico ou parcial é caracterizado pela apresentação de tarefas
Fragmentadas em partes e apresenta uma orientação da teoria behaviorista. Nesse caso, o
aluno conhece cada elemento que compõe os fundamentos do jogo para que depois possam
ser adicionados aspectos mais complexos, já que o método analítico sintético, como é
conhecido, parte da idéia da evolução do conhecido para o desconhecido, do fácil para o
difícil, do simples para o complexo e da divisão do movimento em fases funcionais
(GRECO,1998).
O método misto é uma espécie de fusão do método global com o método analítico.
Consiste em ensinar uma destreza motora pelo método global, isto é, apresentando todo o seu
conjunto, e retornar para alguma parte da destreza que o estudante tenha dificuldade de
realizar ou compreender.
O método situacional, que é adotado basicamente para o ensino e aprendizagem de
situações específicas de jogo, visa oportunizar ao aluno uma construção do conhecimento
tático-técnico das diversas modalidades esportivas, dando ênfase maior aos esportes coletivos.
(KRÖGER; ROTH, 2002)
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O método tático, segue um modelo que basicamente critica os métodos mais
tradicionais, principalmente o método global e o analítico. Enfatiza a necessidade do ensino
dos esportes coletivos em programas de educação física curricular por envolver a construção e
compreensão do conhecimento dos mesmos. (CORRÊA; SILVA; PAROLI, 2004).
Neste método não se vê muita mudança em relação aos outros demonstrando quase que
nenhum benefício para o ensino da educação física, muitos outros métodos foram sugeridos
mais não foram utilizados de forma consistente para ensinar a educação física na escola,
alguns ainda por serem repetitivos fazendo parte de uma abordagem mais renovadora.
Assim, esta sugestão de aulas enaltece limitando apenas a esportivização na qual, vem
batendo de frente com as verdadeiras propostas para a educação física escolar. Medina em
seu relato reflexivo cita:
Produzimos, às vezes, atletas espetaculares sem nos darmos conta do processo de
desumanização que envolve os rituais para sua produção. O esporte, nesse sentido,
ao invés de ser um agente dinâmico de aproximação da saúde integral, de educação
libertadora ou de uma cultura corporal-esportiva que poderia promover a
compreensão e a solidariedade entre as pessoas, mais parece seguir em direção
contrária (2011, p. 144-145).
Diante disso, fala-se de repensar na intenção dessa pedagogia e ser revista. Pois, sua
forma de trabalho dentro da escola poderia prejudicar o processo de ensino e aprendizagem
dos estudantes. Trabalhar modalidades esportivas, visa perfeição da técnica, à organização
tática e à vitória.
A educação física tem um universo de abrangência de conhecimentos que podem ser
trabalhados num âmbito cultural. Moreira comenta:
Abordando um campo bem mais amplo, além da educação física escolar, como
consequência da educação mecanicista, que é acrítica, podemos afirmar que se
formam economistas, mas não possuímos justiça social; formam-se bacharéis em
medicina, mas a população não tem saúde; os advogados saem das escolas de
direito, mas as leis promulgadas por eles não legitimam as relações entre os seres
humanos; temos políticos que passaram por diversos bancos escolares, com fluentes
discursos, no entanto não se sensibilizam com as necessidades do ser humano.
Claro, isso vai muito além da educação física, porém tal situação poderia ter sua
mudança iniciada a partir da mesma (MOREIRA, 2011, p. 34).
Dentro desse contexto, os métodos da abordagem tradicional não permitem muito
espaço para debates. Afinal, acreditamos que o esporte é uma das atividades mundiais que
mais movimenta dinheiro, seja para pagamento de atletas e treinadores, seja para exploração
de marcas como patrocínio e, principalmente, vendas de artigos e implementos esportivos.
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Assim como muitos, acabam sendo engolidos pelo poder de persuasão que a mídia
possui e frustrados quando não conseguem obter a tão sonhada profissionalização no esporte
de rendimento propagado aos quatro ventos pela maioria dos professores “tradicionalistas”.
Sabe-se que atualmente o público escolar que frequenta as aulas de educação física
mudou. A inclusão de portadores de deficiência é uma realidade em escolas não específica
para este trabalho, que atendem qualquer público, porém, se faz necessário a necessidade da
atualização profissional e utilização de abordagens renovadoras para o atendimento para todo
e qualquer público composta na educação física.
De certa forma, acreditamos que a tentativa de rompimento com os preceitos da
abordagem tradicional da educação física está contemplada na maioria das abordagens
renovadoras, as quais apresentaremos a partir de agora.
2.1.2 Abordagens Pedagógicas Renovadoras
O surgimento destas abordagens metodológicas se deu pelo fato comum de romper
com o modelo mecanicista, esportivista e tradicional que acompanhou a área nas escolas
brasileiras longo tempo de tempo, principalmente no século passado.
Esse movimento se deu a partir da década de 1980, embora os anos oitenta do século
passado tenham sido tomados como referência para identificar a crise da educação física,
sabemos hoje que este movimento já aparecia, de forma embrionária (FENSTERSEIFER,
2001).
Para entender essa progressão na metodologia a psicomotricidade surge em 1970,
como um movimento mais articulado em contraposição aos modelos anteriores. Nele, o
envolvimento da Educação Física é com o desenvolvimento da criança, com o ato de
aprender, com os processos cognitivos, afetivos e psicomotores, buscando garantir a formação
integral do aluno. (DARIDO e RANGEL, 2011)
A abordagem desenvolvimentista é classificada que todo comportamento humano
pertence a um dos três domínios: domínio cognitivo, domínio afetivo-social e domínio motor
sendo que a maioria dos comportamentos existe a participação dos três domínios. Ao
mencionar posicionamento dessa abordagem na Educação Física Escolar, o autor nos afirma
que:
Se a Educação Física pretende atender as reais necessidades e expectativas da
criança, ela necessita, antes de mais nada, compreender as suas características em
termos de crescimento, desenvolvimento e aprendizagem, visto que a não
observância destas características conduz freqüentemente ao estabelecimento de
objetivos métodos e conteúdos de ensino inapropriados. (TANI et al, 1988, p.135).
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A abordagem construtivista fala de privilegiar o conhecimento que a criança já possui
resgatando a cultura infantil, valorizando as experiências, construindo seu conhecimento a
partir da interação com o meio, assim sendo o aluno adquire autonomia pra resolução de
problemas onde o jogo bem como o conteúdo deve conter estratégias para o alcance desse
ensino. Go Tani expressa sua idéia da seguinte forma:
A Abordagem Desenvolvimentista foi elaborada procurando apresentar à
comunidade uma possibilidade de desenvolver a Educação física escolar tendo como
base os conhecimentos acadêmico-científicos produzidos por uma área de
investigação denominada de Comportamento Motor - mais especificamente
Aprendizagem Motora, Desenvolvimento Motor e Controle Motor – conhecimentos
esses referentes ao significado, ao mecanismo e ao processo de mudança do
comportamento motor humano (2008, p. 313).
A abordagem Crítico-Superadora desenvolvida por um Coletivo de autores enfatiza
que: os temas da cultura corporal (o jogo, o esporte, a ginástica e a dança), devem compor um
programa de Educação Física, com os grandes problemas sociopolíticos atuais como:
ecologia, papéis sexuais, saúde pública, relações sociais do trabalho, preconceito urbano,
distribuição de renda, dívida externa e outros.
Ao enfatizarem as funções específicas da escola destacam que a escola norteada
pelos pressupostos de uma educação crítico-superadora: deve selecionar os
conteúdos clássicos necessários à formação do cidadão autônomo, crítico e
participativo, para que este possa participar, intervir e comprometer-se com os
rumos da sociedade possível, diante do momento histórico (SOARES et al.,1992, p.
29)
Abordagem Critica-Emancipatória enfatiza que o ensino nesta concepção deve: ser um
ensino de libertação de falsas ilusões, de falsos interesses, e desejos que são construídos nos
alunos a partir de conhecimentos colocados à disposição pelo contexto sociocultural onde
vivem visão esta originária de um mundo regido pelo consumo, pelo melhor, mais bonito e
correto. Assim o ensino deve confrontar-se pela libertação destas falsas visões de mundo,
libertar-se da coerção imposta por parte do professor e do conteúdo que se ensina.
Essa libertação no sistema escolar deve ser pelo esclarecimento e pelo
desenvolvimento de competências como a auto-reflexão, que possibilita uma
libertação livre da coerção. Esclarece-nos que o conteúdo principal do trabalho
pedagógico da Educação Física Escolar é o Movimento Humano, devendo enquanto
estratégia didática passar pelas categorias de trabalho, interação e linguagem.
(KUNZ, 1994, p.115-116)
A abordagem sistêmica reside no entendimento de que a mesma é um sistema
hierárquico aberto, que sofre e interage influenciando a sociedade. Procura na definição de
vivência corporal o movimento de introduzir o aluno nos conteúdos oferecidos pela escola,
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oportunizando a experiência da cultura de movimentos. (BETTI, 1994). Nesta abordagem, o
autor trabalha com os conceitos de auto-afirmação e integração dentro do sistema hierárquico
existente na sociedade.
A abordagem cultural tem como concepção central de sua prática pedagógica
proporcionar aos sujeitos da educação a oportunidade de conhecer mais profundamente o seu
repertório de cultura corporal, ampliando-o e compreendendo-o, e também ter acesso a alguns
códigos de comunicação de diversas culturas, por meio da variedade de formas de
manifestações corporais. Para Neira e Nunes, na prática da educação física seguindo a
abordagem cultural:
[...] não se estuda o movimento, estuda-se o gesto, sem adjetivá-lo de certo ou
errado, sem focalizar sua quantidade ou qualidade, sem tencionar a melhoria do
rendimento, nem tampouco manutenção da saúde, alegria ou prazer. Nesta
abordagem, o gesto fomenta um diálogo por meio da produção cultural, por meio da
representação de cada cultura. O gesto transmite um significado cultural expresso
nas brincadeiras, nas danças, nas ginásticas, nas lutas, nos esportes, nas artes
circenses etc. (2006, p.228).
A abordagem dos jogos cooperativos tem como finalidade tornar o estudante mais
cooperativo. A idéia é a incorporação de novos valores morais através da prática de jogos sem
finalidade de vitória, mas sim com finalidade de cooperação, de modo que todos os
participantes cheguem ao mesmo objetivo ao final através da ajuda mútua.
Os jogos cooperativos são capazes de diminuir as manifestações de atitudes
agressivas e de aproximar as pessoas umas das outras e também da natureza, em
razão das suas características que são: não valorizam o fato de ganhar ou perder;
evitam a eliminação de participantes, procurando manter todos incluídos até o fim
do jogo; procuram facilitar o processo criativo, com a flexibilização das regras;
procuram evitar estímulos à agressividade e ao confronto individual ou coletivo
(CORREIA, 2010, p. 47-48).
Na abordagem da saúde renovada, os defensores da mesma enfatizam que no final de
sua escolarização básica, os alunos deverão ser capazes de auto-avaliar todos os componentes
da aptidão física relacionada à saúde.
As práticas de atividade física vivenciadas na infância e adolescência se caracterizam
como importantes atributos no desenvolvimento de atitudes, habilidades e hábitos que podem
auxiliar na adoção de um estilo de vida ativo fisicamente na idade adulta (DARIDO, 2008, p.
18).
A aptidão física propõe-se que a educação física escolar deveria: propiciar a
elaboração de conhecimentos sobre atividade física para o bem-estar e a saúde; estimular
atitudes positivas em relação aos exercícios físicos; proporcionar oportunidades para a escolha
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e a prática regular de atividade que possam ser continuadas após os anos escolares; promover
independência na escolha de programas de atividades físicas relacionadas a saúde (NAHAS
apud DARIDO, 2001).
Os PCNs na área de Educação física foram organizados pelos professores Marcelo Jabu e
Caio Costa. Possuem base nas áreas de psicologia e sociologia, foram inspirados no modelo
educacional espanhol e têm como idéia central introduzir o aluno na esfera da cultura corporal
de movimento. Foram lançados pelo governo federal como uma espécie de padrões a serem
seguidos pelas escolas públicas do Brasil, ajustando logicamente os conceitos trabalhados à
realidade individual de cada instituição de ensino.
2.1.3 Educação Física no Ensino Médio
A Educação Física como integrante da Educação Básica, na qual o Ensino Médio
encontra-se inserido, aparece contemplada na atual estrutura curricular da Educação
Brasileira, na área de Linguagens e Códigos e suas Tecnologias.
Santin (1987) apresenta que a Educação Física no Ensino Médio, é um componente
que em grande parte das vezes, aparece marginalizada, discriminada, desconsiderada,
chegando até por vezes a ser excluída dos projetos políticos pedagógicos de algumas escolas.
Atualmente se vê no Ensino Médio uma área inovada com resultado de várias influências
recebidas em sua trajetória enquanto componente curricular.
O aluno enquanto sujeito do processo de ensino deve ser capacitado para sua vida
social, cultural e esportiva, o que significa não somente a aquisição de uma
capacidade de ação funcional, mas a capacidade de conhecer, reconhecer e
problematizar sentidos e significados nesta vida através da reflexão crítica (KUNZ,
1994, p.31).
Hoje se pode dizer com a influência dessas novas abordagens e tendências
contribuíram e muito para que esta concepção de que educação física é apenas uma atividade
para os alunos brincar e se divertir mudou para uma área contribuinte para uma educação dos
alunos e formação quanto cidadão. Porém, faz-se necessário que os professores sejam
conhecedores das mesmas e façam uso e suas práticas.
É notório ver uma escola onde a educação física é valorizada e inclusa nos projetos
políticos das escolas, ainda se vê por parte de todo meio no âmbito escolar seja pelos colegas
professores de outras disciplinas seja pela parte administrativa, uma desvalorização e
banalização.
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Essa questão ainda permanece à tona porque a educação física por mais que se tenham
feito tantas mudanças seja na área pedagógica seja no trato da obrigatoriedade, ainda
representa um papel sem muito valor na escola, acredita-se que essa luta vai ser uma
constante, pois, muitas questões norteadoras como financeiros investimentos materiais e
investimentos com relação a conhecimento ainda oferecidos pela escola são precários, fácil é
banalizar a profissão difícil é fazer algo por ela.
Porém sabe-se que a educação básica é um conceito, definido no art. 21 como um
nível da educação nacional e que congrega, articuladamente, as três etapas que estão sob esse
conceito: a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. E o art. 22 estabelece os
fins da educação básica:
O aluno nesta fase se encontra praticamente no final de uma construção de
conhecimentos básicos para o exercício da cidadania. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) trata
o Ensino Médio também como uma educação básica para o exercício da cidadania. De acordo
com a citação que se refere:
A LDB confere caráter de norma legal à condição do Ensino Médio como parte da
Educação Básica, quando, por meio do Art. 21, estabelece: “Art. 21. A educação
escolar compõe-se de: I – Educação básica, formada pela educação infantil, ensino
fundamental e ensino médio; II – Educação superior” Isso significa que o Ensino
Médio passa a integrar a etapa do processo educacional que a Nação considera
básica para o exercício da cidadania, base para o acesso às atividades produtivas,
para o prosseguimento nos níveis mais elevados e complexos de educação e para o
desenvolvimento pessoal, referido à sua interação com a sociedade e sua plena
inserção nela, ou seja, que “tem por finalidades desenvolver o educando, assegurarlhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe
meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores” (Art.22, Lei nº
9.394/96).
Segundo ainda os PCNs, as competências e habilidades que os alunos possuem
possibilitam conhecimento, informações e aprendizagens individuais que fundamentam o
aluno para o autogerenciamento das atividades corporais, capacitando-o para uma análise
crítica dos programas de atividade física e para o estabelecimento de critérios para
julgamento, escolha e realização de atividades corporais saudáveis.
2.2 METODOLOGIA DA PESQUISA
Esta pesquisa foi direcionada aos professores de Educação Física do Ensino Médio de
Escolas Estaduais da Grande Morada da Serra em Cuiabá/MT. Foi elabora um questionário
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com 6 perguntas de múltipla escolha na qual, suas respostas estabelecerão dados que serão
descritos e analisados juntamente com o levantamento bibliográfico.
Como uma pesquisa também de cunho quanti-qualitativa, utilizou-se tanto de
procedimentos quantitativos quanto de qualitativos. Assim, integrando dados qualitativos e
quantitativos numa mesma investigação, em algumas pesquisas, mostra-se bastante positivo
os resultados, uma vez que as duas abordagens possuem aspectos fortes e fracos que se
complementam.
Quanto ao questionário, às perguntas foi dividida em duas etapas, a primeira é a
identificação que traz em seu contexto as seguintes perguntas: sexo, idade, formação
acadêmica, vínculo empregatício e experiência profissional. Na segunda parte os quesitos,
nessa etapa são realizadas seis perguntas objetivas relacionados às abordagens pedagógicas
que o professor utiliza em suas aulas.
O questionário foi distribuído à (10) professores entre os dias (08) de maio ao dia (24)
de maio, nos horários matutino e vespertino. Os professores pesquisados responderam um
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que ao ser assinado, autoriza o pesquisador a
realizar os procedimentos previstos na metodologia. Este documento tem com objetivo
principal esclarecer e proteger o sujeito da pesquisa, assim como, o pesquisador, por este meio
manifesta seu respeito à ética no desenvolvimento do trabalho.
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em seguida serão apresentados os resultados e discussões deste trabalho obtido na
coleta de dados. Na primeira etapa, apresenta-se a identificação dos professores pesquisados
que se encontra na Tabela 1.
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Tabela 1. Refere-se a identificação dos professores do ensino médio que participaram
desta pesquisa considerando a idade, o sexo, formação acadêmica,
vínculo empregatício e experiência profissional.
VARIÁVEIS
n
%
Idade (anos)
20 a 30 anos
40 a 50 anos
50 a 60 anos
3
3
4
30
30
40
Sexo
Masculino
Feminino
7
3
70
30
Formação acadêmica
Graduado
Pós-graduando
Mestre
10
8
1
100
80
10
Vínculo empregatício
Efetivo
Interino*
7
3
70
30
Experiência profissional**
< 3 anos
≥ 3 anos
1
9
10
90
Estudou a disciplina de*** metodologia
de ensino
Sim
Não
10
0
100
0
*Admitido em caráter temporário;
**Como Professor de Educação Física.
*** conhecimento sobre metodologia do ensino
Na tabela acima, pode-se observar que, a grande maioria era composta de pessoas acima de 40
anos, do sexo masculino, com experiência de mais que três anos, pós-graduandos, apenas uma era
mestre.
A maioria dos professores pesquisados são efetivos, ou seja, são professores que têm um plano
de carreira, incorporam gratificações de tempo de serviço e evolução funcional aos salários e possuem
todos os direitos trabalhistas de um servidor estatutário que segundo Vinci Junior (2005) define muito
bem são servidores que ocupantes de cargos públicos providos por concurso público, nos moldes do
art. 37, II, da Constituição Federal, e que são regidos por um estatuto, definidor de direitos e
obrigações, o que fornece uma segurança para o professor.
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No primeiro quesito a maioria dos professores pesquisados relatam que em sua graduação,
estudaram a disciplina de metodologia de ensino da educação física, assim sendo, todos foram
unânimes respondendo positivamente.
É de extrema importância que o professor conheça sobre suas ferramentas de ação, não basta
apenas jogar conhecimentos de forma aleatória, é necessário estar embasado nas suas teorias e ações.
Ainda Libãnio afirma que “... a teoria sem a prática é oca, e a prática sem a teoria é cega” (1995, p.39).
Tabela 2. Refere-se aos quesitos 2 e 3 com questões objetivas aplicado aos professores pesquisados.
QUESITOS
n
%
Abordagem Pedagógica utilizada
Tradicional
Renovadoras
Ambas*
1
7
2
10
70
20
Método Tradicional mais utilizada**
Global
Misto
Situacional
Analítico (parcial)
3
0
1
2
30
0
10
20
*Professores que responderam as duas opções.
**Neste quesito ouve mais opções que não foram assinaladas.
Na Tabela 2, o quesito dois, os professores identificaram as abordagens que mais
utilizam a maioria respondeu utilizar mais as abordagens renovadoras e apenas um utiliza a
tradicional. Gonçalvez contribui em sua citação:
A Educação Física através dos esportes, jogos, danças, ginástica, lutas ... que fazem
parte da cultura corporal historicamente produzida, pode oferecer aos alunos
“experiências que lhes façam adquirir um código ético, dentro de uma vivência da
responsabilidade de suas ações diante do outro que lhe está próximo, e diante da
realidade social como um todo (GONÇALVES, 1997, p.93).
A terceira questão fala da metodologia tradicional das quais mais utiliza, a resposta
mais assinalada se diz sobre a metodologia mista. Vê-se o tradicionalismo ainda imperando
nas escolas da grande Morada da serra. Segundo Rochefort (1998, p. 34) “o método misto é a
síntese do método global e parcial. Nesse método, a técnica é aplicada de forma separada, e
quando se atingir um nível adequado, executa-se o jogo por completo”.
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Tabela 3. Refere-se aos quesitos 4 e 5 com questões objetivas aplicado aos professores
pesquisados.
QUESITOS
n
%
Abordagem Pedagógica utilizada*
Tradicional
Renovadoras
Ambas
1
7
2
10
70
20
6
5
5
5
4
3
2
1
1
7
4
60
50
50
50
40
30
20
10
10
70
40
Abordagens Renovadoras mais utilizadas**
Psicomotrista
Construtivista
Crítico-superadora
Cultural
Saúde renovada
Concepção de aulas abertas
Desenvolvimentista
Crítico-emancipatória
Sistêmica
Jogos cooperativos
PCNs
*Quesito 1 do questionário em anexo para a comparação entre as questões.
**Neste quesito ouve mais opções que não foram assinaladas.
Na Tabela 3, o quesito quatro perguntou-se sobre a metodologia renovada que eles
mais fazem uso, variáveis foram as respostas, pode-se ver um equilíbrio entre elas, mais o que
mais foi assinalada foi a metodologia de jogos cooperativos e a menos foi a críticoemancipatório e sistêmica.
É louvável quando se vê grande parte de professores preocupados em sair da mesmice,
inovar com novas atividades, contribuindo na quebra desse tabu de que educação física é só
jogar bola e brincar.
Muitos professores já conscientes da importância da Educação física trabalham com
seus alunos sobre saúde, alimentação, a importância da atividade física e todos seus
benefícios. Engajamos numa luta para melhorar esta imagem e sermos respeitados
como profissionais que somos, infelizmente, ainda hoje muitos acham que qualquer
um é capaz de ministrar aulas de educação física e que é fácil, pois é só dar uma
bola, porém muitos profissionais estão aí, lutando para demonstrar o verdadeiro
papel da educação física nas escolas, muito além de uma bola. (KUZNSKI, 2005, p.
43)
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Tabela 4. Refere-se aos quesitos 5 e 6 com questões objetivas aplicado aos
professores pesquisados.
QUESITOS
n
%
Abordagem Própria
Sim
Não
Não responderam*
6
2
2
60
20
20
10
0
4
9
9
2
2
100
0
40
90
90
20
20
Atividades mais desenvolvidas nas aulas**
Esportes tradicionais
Esportes de aventura**
Esportes ligados ao meio ambiente
Ginástica
Jogos e brincadeiras
Lutas
Dança
*Esta alternativa não tinha, porém deixaram de assinalar.
**Nesta alternativa ninguém assinalou.
Na quinta questão perguntou-se se houve alguma vez que ele utilizou de alguma
metodologia própria, de sua autoria, mais da metade respondeu que sim, o que é importante.
“O processo didático está centrado na relação fundamental entre o ensino e a aprendizagem
orientado para a confrontação ativa do aluno com a matéria sob a mediação do professor” [...]
(LIBÂNEO, 1994, p.56).
E na última questão era para relacionar as atividades que mais utiliza em suas práticas,
e o que já se esperava, a campeã das respostas como em sua totalidade se diz respeito a
aplicação de esportes tradicionais, pois uma das modalidades como o futebol por ser uma
atividade que nos cerca pela mídia e o simples fato de com qualquer material e qualquer
espaço pode-se fazer uma bola e jogar.
Não é difícil definir o objetivo da Educação Física na escola, incluindo o esporte
como um de seus conteúdos: introduzir o aluno no universo cultural das atividades
físicas, de modo a prepará-lo para elas usufruir durante toda sua vida. (...) Deve-se
ensinar o basquetebol, o voleibol (a dança, a ginástica, o jogo...), visando não apenas
o aluno presente, mas o cidadão futuro, que vai partilhar produzir, reproduzir e
transformar as formas culturais da atividade física. Por isso, na Educação Física
escolar, o esporte não deve restringir-se a um ‘fazer’ mecânico, visando um
rendimento exterior ao indivíduo, mas tornar-se um ‘compreender’, um ‘incorporar’,
um ‘aprender’ atitudes, habilidades e conhecimentos, que levem o aluno a dominar
os valores e padrões da cultura esportiva (BETTI, 1991 p.16).
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Outra opção, os jogos e brincadeiras houve uma grande marcação pelos professores,
supondo que esta é explorada pelo fato de fazer parte da grade curricular na formação de
professores do currículo e professores de educação física.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação física no ensino médio tem lutado e vivido pela não extinção graças às
inovações por parte das metodologias de ensino e amparo legal das leis e diretrizes
certificando que os professores são de fato contribuintes para a formação dos alunos
principalmente como cidadão. Cabe agora cada profissional fazer jus do seu papel e utilizar
destas novas tendências e abordagens para o crescimento não só dos alunos, mas a nós como
co-participantes deste ensino-aprendizagem.
O professor de educação física deve desempenhar esse papel fundamental, muito além
da prática, fazer com que o aluno faça uma reflexão filosófica da educação física, isto é, uma
consciência crítica que supera o senso comum tornando estes alunos homens e mulheres
pensantes, preparados e necessários à intervenção e transformação da sociedade.
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A VISÃO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE O JOGO DO
XADREZ NA ESCOLA
*
Carlos Eduardo da S. A. Moreira
**
Simone Marques
RESUMO
O presente estudo teve como propósito verificar a opinião de alunos do ensino médio sobre os benefícios que a
prática do jogo do xadrez pode trazer no rendimento escolar. O artigo teve como base a pesquisa quantiqualitativa, os resultados foram levantados através de um questionário que foi dado aos alunos, foi feito uma
análise dos dados e em um primeiro momento, foi visto que o jogo do xadrez como jogo, pode sim trazer
benefícios para o rendimento escolar, ajudando assim, outras disciplinas escolares, já sobre o xadrez como
disciplina não foi unanime, os que levantaram a bandeira da ingressão do xadrez como disciplina, defendiam
como uma ótima ferramenta de ajuda nas outras disciplinas, já os que foram contrários, defendiam que a
ludicidade poderia ser perdida por conta da obrigatoriedade que uma disciplina traz. O estudo pode trazer uma
discursão que já ocorre em nosso país por alguns anos, o xadrez como disciplina escolar, esse estudo deixou
claro que outras pesquisas terão que ser levantadas para verificar se realmente o jogo do xadrez pode prejudicar
o seu lado lúdico sendo incluída como disciplina regular obrigatória nas escolas.
Palavras-chave: Xadrez. Ensino Médio. Alunos.
1 INTRODUÇÃO
Na escola passa-se muitas vezes uma grande parte da vida, e em um tempo no qual as
informações e conhecimentos são em grande quantidade e passageira. E é neste contexto que
a escola vem contribuir para melhorar as necessidades atuais como a socialização, interação,
aprendizagem, cultura, entre outras.
E é neste contexto que se observou que o xadrez vem contribuir para esse processo,
desta maneira este artigo traz como problema, qual é a visão dos alunos do ensino médio
sobre o jogo do xadrez na escola?
Em uma cidade dos Estados Unidos, de 1985, revelaram que o desempenho dos
estudantes melhora sensivelmente após vinte dias de jogos de xadrez, as melhoras foram no
comportamento, esforço, concentração, autoestima entre outros. (PORFÍRIO, 2010)
Portanto, o objetivo desse estudo é mostrar a visão de alunos do ensino médio sobre os
benefícios que o jogo xadrez pode trazer no rendimento escolar, no artigo será abordo três
fundamentações, a primeira fala sobre a rica história do jogo do xadrez; na segunda trás os
*
Acadêmico do curso de Educação Física da Faculdade AUM.
Professora do curso de Educação Física da Faculdade AUM.
**
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alunos, onde apresentará o universo dessa idade tão conturbada por novidades e hormônios; e
a terceira contemplará as normativas do Brasil para o ensino médio.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 O XADREZ EM QUESTÃO
Cobra apud Santos (2007, p. 02) comenta que o “xadrez é realmente um excelente
exercício para o cérebro e exige muito das emoções. A pessoa adquire um senso muito prático
de organização, concentração e desenvolve de forma muito especial à memória”. Nuno Cobra
é considerado um dos mais conhecidos especialista em educação física no país, o que ele diz
acaba tendo uma atenção maior sobre o assunto. Cobra ainda comenta que o xadrez melhora e
muito a disciplina, relacionamento com as pessoas, respeito às leis, às regras. E é neste
contexto que se inicia o desenvolvimento deste artigo.
2.1.1 A história do xadrez
Existem várias histórias em relação ao surgimento do xadrez, (Lascker, 1999) diz que
a história do xadrez e sua migração já é bastante interessante, percebe-se que tem
características parecidas com as pessoas que foram apaixonadas pelo xadrez, compartilhamos
as mesmas emoções quando o assunto é essa história magnífica de entender esse mundo do
xadrez. Uma das teorias mais utilizadas para descrever a existência do xadrez é a que um
Brãmane indiano chamado Lahur Sessa, que vivia em uma província na índia chamada
Taligana foi o criador do jogo xadrez.
Neste reino havia um poderoso rajá que tinha perdido o filho em batalha, com isso o
rajá estava em constante depressão e passou a descuidar-se de si e do seu reino. Certo dia o
rajá foi visitado por Sessa que apresentou a ele um tabuleiro com 64 (sessenta e quatro) casas
sendo 32 (trinta e duas) brancas e 32 (trinta e duas) pretas com diversas peças que
representava toda a infantaria do reino, Sessa explicou ao seu rei como movia as peças e falou
que o jogo daria paz de espírito a ele, com isso o rei logo melhorou da sua depressão
(SANTOS, 1993).
O rei Rajá encantado com tal feito falou para Sessa pedir o que quisesse que o seu rei
daria sem exaltar, Sessa muito simples pediu grãos de trigo para cada casa do tabuleiro, dois
para a segunda, quatro para a terceira, oito para quarta e assim sucessivamente até a última
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casa. O rei espantado com tal pedido logo mandou entregar o presente desejado, os sábios do
Rajá, foram chamados para serem feitos os cálculos de quantos grãos daria. Atônicos com o
resultado de grãos que tinha atingindo os sábios do rei disseram que toda a índia produzindo
trigo por dois mil anos não seria suficiente para pagar a dívida, com tamanho constrangimento
o rei chamou Sessa para ser o principal vizir do rei, com isso Sessa perdoou a dívida do rei
(SANTOS, 1993).
Segundo Lascker (1999) em sua obra “História do Xadrez” relata que o surgimento
do xadrez possa datar do séc. IV a.C, porém as evidencias das principais escritas surgiram mil
anos mais tarde. Na índia, até a pérsia, da Arábia até a Europa por todo território Asiático o
xadrez foi levado através dos viajantes por todos esses países, logo fazendo fama e sucesso
pelos países da Europa, na passagem pelo oriente existiram algumas modificações no jogo do
xadrez.
Resende (2010) em seu artigo “xadrez aliado no desenvolvimento escolar”, cita
várias melhorias que os alunos tiveram quando iniciou a prática do jogo do xadrez, trago em
suas próprias palavras o que o mesmo descreve nas melhoras dos alunos ao obterem contato
com o xadrez:
Constatei em todos esses anos de pesquisa diversos aspectos benéficos trazidos pela
prática do xadrez, destacando-se com as mais significativos: melhor rendimento na
aprendizagem escolar; maior conscientização da autodisciplina; maior integração
social; maior autoconfiança; redução considerável e até superação de problemas ou
conflitos de ordem psicossocial; casos isolados de disfunção motora em alunos
hiperativos, apresentando sensível melhora e, até mesmo, a minimização do
problema , após a prática regular do xadrez” (RESENDE, 2010, p. 21).
Observando que a história do xadrez traz traços de um jogo complexo com jogadas
incontáveis, é percebível que em sua história o mesmo já mostra suas características como um
jogo de puro raciocínio, lógica e matemática, podendo trazer muitos benefícios aos alunos em
sua formação escolar.
2.1.2 ALUNOS: em constate movimentação
Os catorze anos de idade marca um fim de um ciclo escolar, no fim do décimo quarto
ano de vida normalmente o aluno sai do ensino fundamental II e inicia uma nova jornada
escola ingressado no ensino médio (BRASIL,1996).
É nesse período da vida que o indivíduo inicia a sua jornada rumo a vida adulta,
segundo a ampulheta desenvolvida por Gallahue, essa fase está encaixada na fase motora
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especializada, mais especificamente no estágio de utilização permanente. Essa faixa etária
corresponde ao fim do processo de desenvolvimento humano, sendo assim capaz de realizar
atividades que fora adquirida por toda a sua trajetória de vida, também é importante salientar
que nessa fase se inicia outras preocupações como limitações físicas, mentais e dinheiro
(GALLAHUE & OZMUN, 2005).
Nessa faixa etária é que o “processo de desenvolvimento motor ocorre em ambientes
sociais de brincadeiras, jogos, atividades físicas e de esporte e, portanto, é influenciado pelo
ambiente cultural do indivíduo” (GALLAHUE & OZMUN, 2005, p. 414).
Entretanto, Jean Piajet que foi um grande estudioso sobre o desenvolvimento humano,
defendia a idéia de que o homem evoluía com o passar do tempo, toda evolução que ocorre no
desenvolvimento humano tem suas fazes, a evolução que ocorre no decorrer da vida vem de
um fator importante, esse fator vem vinculado aos fatores externos, com esses contatos
externos, é possível que a criança se desenvolva de maneira gradativa até chegar a vida adulta.
Piajet desenvolveu fases que mostram a evolução da criança até sua morte. Operações
formais trata da evolução da criança de doze anos de idade em diante, nessa fase o
adolescente já é capaz de raciocinar logicamente, desvinculando-se do mundo concreto
alcançando e trabalhando com a realidade possível (SILVA; VIANA; CARNEIRO, 2011,
p.10).
Almeida (2010) em seu artigo “O adolescente como pessoa em desenvolvimento e a
contemporaneidade” relata que a adolescência retrata uma postura pouco significante na
sociedade antiga, os adolescentes não eram considerados criança e nem tão pouco adultas, em
muitas religiões existem rituais que transformam a fase de criança em fase adulta, com o
passar dos anos foi-se visto que teria uma necessidade de classificação pra essa faixa etária.
A puberdade é o fator primordial nessa idade, as mudanças que ocorrem em seu corpo
é muito significativa para eles, à exploração do seu próprio corpo gera muitas dúvidas e
incertezas, a sexualidade se inicia nessa faixa etária quando os hormônios sexuais
intensificam a produção, o interesse por atividades físicas diminui absurdamente nessa faixa
etária, a mesmice das aulas de educação física não gera curiosidades para essa faixa etária que
por fim não se importam mais pelas aulas (PAULA & FYLIK, 2009, p. 02).
Pode-se disser que o “processo de transformação física acontece por uma série de
mecanismos hormonais, que desencadeia um longo processo de modificações que será
evidenciado de formas diferentes em cada sexo” (COOL; PALACIOS; MARCHESI, 1995, p.
265).
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É por essa ótica que podemos observar que a adolescência vem com vários problemas
e incertezas, podendo levar essa bagagem para a sua própria vida adulta, já sabemos que o
xadrez traz vários benefícios como concentração, calmaria, raciocínio lógico, estratégia entre
outras funções. É nesse contexto que podemos verificar que o jogo do xadrez pode sim ser,
uma arma fundamental para que o adolescente busque o seu próprio eu e se descubra como
ser humano na sociedade.
2.1.3 Ensino médio e o xadrez
O ensino médio contempla a última etapa estudantil na fase escolar, preparando o
indivíduo para sociedade, para o mercado de trabalho, e o ingresso nas universidades.
(BRASIL, 1996)
Propõe-se, no nível do ensino médio, a formação geral, em oposição à formação
especifica; o desenvolvimento da capacidade de pesquisa, buscar informações,
analisá-las e selecioná-las; a capacidade de aprender, criar, formular, ao invés do
simples exercício de memorização (PCN, 2000, p.05).
Cabe ressaltar que num contexto histórico da educação brasileira o ensino fundamental
e a educação superior tiveram seus objetivos e finalidades claramente delineadas nas
legislações educacionais. Porém, o ensino médio só passou a ser visto como etapa da
educação básica, em 1996, com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, tendo diretrizes e finalidades expressas nos Artigos 35 e 36 da LDB.
O artigo 35º vem esclarecer que a etapa final da educação básica (o ensino médio) tem
em seu contesto o mínimo de três anos de estudos, com isso, a finalidade de continuação dos
estudos do ensino fundamental é de grande eivaria, possibilitando o progresso dos alunos em
seus estudos no ensino médio. O preparo de alunos para o mercado de trabalho a continuação
de novos interesses o progresso em novos estudos a flexibilidade de se adaptar ao um mundo
novo também é contemplado no ensino médio. Essa fase escolar é de fundamental
importância, o aprimoramento do aluno como pessoa adulta o desenvolvimento intelectual e o
pensamento crítico, vem estabelecer e preparar o aluno para fora da escola. Finalizando o
artigo 35º, o aluno tem que ter, a capacidade de diferenciar os fundamentos de cada disciplina
aprendida compreendendo as práticas e ensino de cada disciplina.
O artigo 36º nos traz informações sobre como deve ser o ensino médio em seu
currículo escolar, mostrando assim as suas diretrizes. A primeira parte destaca alguns
conteúdos como: a compreensão da ciência das letras e das artes, as mudanças que ocorrem na
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sociedade, a cultura que nos envolve, a língua portuguesa como forma de instrumento de
comunicação e o exercício da cidadania. Na segunda parte o destaque é que o aluno tem que
ter iniciativa nas suas atividades, obrigando os a buscarem o seu próprio conhecimento. A
terceira parte destaca que a escola deve escolher um idioma estrangeiro moderna para que o
aluno tenha contado com outra cultura, uma segunda língua pode ser aprendida, mas fica de
caráter opcional da escola.
O parágrafo 1º destaca que a metodologia, o conteúdo, e forma de avaliação sejam
organizados de tal forma, que os alunos saiam demonstrando: domínios científicos que
destacam a produção moderna, conhecimento da nova linguagem e o domínio da sociologia e
filosofia necessário para um bom entendimento a cidadania. No parágrafo 2º destaca que, o
ensino médio pode fornecer cursos técnicos para uma melhor formação estudantil. O
parágrafo 3º destaca que os cursos são validos, habilitando assim outros estudos posteriores.
O 4º e último parágrafo destaca que a preparação para o mercado de trabalho, e
facultativamente a habilitação profissional, pode ser feita pelas próprias redes do ensino
médio, ou em parceria com alguma instituição especializada na educação profissional.
Entretanto, é necessário perceber a importância da Educação Física dentro deste
contexto, onde a educação física trabalha todos os eixos pedagógicos, onde possuem a
característica de desenvolver não só uma cultura corporal ou cultura física.
Segundo Rodrigues (2008, p. 184) que reflete que “o xadrez pode contribuir para a
ampliação dos conteúdos da Educação Física uma vez que ele pode ser jogo, brincadeira,
esporte e ser aprendido e expressado através da cultura corporal desenvolvida durante as
aulas”. Outra questão que ode ser levantada é que a educação física pode contribui para o
processo de aprendizagem do xadrez, pois os conteúdos ganham sentido e significado através
do corpo e do movimento que no ensino médio quase não existe.
Como se observa no Quadro 1, de Silva apud Pantoja (2012, p. 13) percebe-se que o
xadrez contribui na bastante na melhoria do desempenho dos alunos diante dos desafios
escolares, garantindo a aquisição de conhecimentos não só em relação ao jogo, mas também a
assimilação de outros, vinculadas às matérias escolares e o próprio caráter dos alunos. O
xadrez neste contexto possibilita não só o divertimento e nem é apenas uma forma de lazer,
por meio do jogo os alunos adquirem valores que na adolescência, ou melhor, no ensino
médio tem muitos conflitos.
O ensino e a prática do Xadrez sejam incluídos como conteúdo escolar, e defendem
que a prática enxadrística quando utilizada como instrumento pedagógico, pode
trazer benefícios socioeducativos, tanto por provocar o exercício da sociabilidade,
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como o trabalho da memória, a autoconfiança e a organização metódica e estratégica
do estudo. (REZENDE apud PANTOJA, 2013, p. 15).
Quadro 1: Características do Xadrez e suas Implicações Educacionais
IMPLICAÇÕES EDUCACIONAIS
CARACTERÍSTICAS DO XADREZ
Fica-se concentrado e imóvel na
cadeira.
Fornecer um número de movimentos
num determinado tempo.
Movimentas peças após exaustiva
análise de lances.
Após encontrar um lance, procurar outro
melhor.
Partindo de uma posição a princípio
igual, direcionar para uma conclusão
brilhante (combinação).
O resultado indica quem tinha o melhor
plano.
Dentre as várias possibilidades,
escolher uma única, sem ajuda externa.
Um movimento deve ser consequência
lógica do anterior e deve apresentar o
seguinte.
E DE FORMAÇÃO DO CARÁTER
O desenvolvimento do autocontrole
psicofísico.
Avaliação da estrutura do problema e do
tempo disponível.
Desenvolvimento da capacidade de
pensar com abrangência e profundidade.
Tenacidade e empenho no progresso
Contínuo.
Criatividade e imaginação.
Respeito à opinião do interlocutor.
Estímulo à tomada de decisões com
Autonomia.
Exercício do pensamento lógico, auto
consistência e fluidez de raciocínio.
Fonte: Silva apud Pantoja (2012, p.13).
Compreendendo o ensino médio como chave principal para abrir o caminho do
estudante para compressão de uma sociedade, o estudo relacionado ao xadrez mostra que o
jogo pode sim trazer benefícios para que os alunos tenham uma melhor organização em seus
conhecimentos e seus objetivos futuros. O jogo do xadrez demonstra que pode sim ser
essencial na capacidade de melhora do indivíduo para vida adulta, com isso, trazendo ótimos
benefícios futuros.
2.2 METODOLOGIA DA PESQUISA
O presente artigo teve como base a pesquisa quanti-qualitativa que é importante
destacar que esta pesquisa pode utilizar procedimentos quantitativos e qualitativos. Assim, em
algumas pesquisas, um delineamento integrado que puder combinar dados qualitativos e
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quantitativos numa mesma investigação pode ser positivo, uma vez que as duas abordagens
possuem aspectos fortes e fracos que se complementam.
Foi elaborado um questionário com algumas perguntas, o questionário foi dividido em
duas etapas, a primeira é a identificação que traz em seu contesto as seguintes perguntas:
sexo, idade, turno e escolaridade, na segunda parte os quesitos, nessa etapa são realizadas
quatro perguntas, as duas primeiras são fechadas (objetivas) e as outras duas são abertas
(subjetivas).
A pesquisa foi realizada em uma instituição de ensino federal que abrange o ensino
médio tecnólogo, localizada na capital Cuiabá/MT. O questionário foi distribuído na escola do
dia quinze (15) ao dia dezoito (18) de abril de dois mil e treze (2013) nos períodos vespertino
e matutino, num total de noventa e sete (97) alunos.
Os alunos pesquisados responderam um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
que ao ser assinado, autoriza o pesquisador a realizar os procedimentos previstos na
metodologia. Este documento tem com objetivo principal esclarecer e proteger o sujeito da
pesquisa, assim como, o pesquisador, por este meio manifesta seu respeito à ética no
desenvolvimento do trabalho.
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em seguida serão apresentados os resultados e discussões deste trabalho obtido na
coleta de dados. Na primeira etapa, apresenta-se a identificação dos alunos pesquisados que se
encontra na Tabela 1.
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Tabela 1. Alunos do ensino médio que participaram desta pesquisa considerando a
idade, o sexo, escolarização e turno.
VARIÁVEIS
Idade (anos)
14
15
16
17
18
19
20
n
%
06
18
30
22
17
03
01
06,5
18,5
30,9
22,6
17,5
3,0
1,0
Sexo
Masculino
70
72,2
Feminino
27
27,8
Escolarização
(Ensino Médio)
1º ano
49
50,6
2º ano
23
24,7
3º ano
25
25,7
Turno*
Matutino
48
49,4
Vespertino
43
44,4
Integral
06
6,2
* Não tem amostra do período noturno, pois nesta instituição de ensino só atende nos períodos matutino e
vespertino.
Na tabela acima, podemos observar que, a grande maioria da pesquisa foi feita com o
sexo masculino, devido a instituição ter mais alunos do sexo masculino do que feminino.
Tabela 2. Refere-se aos quesitos 1 e 2 do questionário objetivo aplicado aos alunos
pesquisados.
QUESITOS*
n
%
Joga xadrez
Sim
Não
83
14
85,5
14,5
Frequência
Diariamente
Quatro vezes por semana
Duas vezes por semana
Uma vez por semana
Nunca
09
09
10
37
32
9,3
9,3
10,4
38,1
32,9
*Quesitos que estão no questionário em anexo neste artigo.
A primeira pergunta do questionaria fora simples, os alunos só respondiam se jogavam
o jogo do xadrez com um sim ou um não, com isso oitenta e três (83) alunos responderam que
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sim e quatorze (14) alunos responderam que não, dando o total de noventa e sete (97) alunos
pesquisados.
O xadrez vem crescendo no gosto dos alunos, ensejando um crescimento em sua
importância pedagógica. A este fato, ligado à facilidade de seu aprendizado, aliamse os efeitos benéficos que sua prática proporciona, tais como o estímulo do
pensamento abstrato, as conexões lógicas e o desenvolvimento criativo (PINHO,
2010, p. 21).
A segunda pergunta veio a responder a quantidade de vezes que os alunos praticavam
o jogo e os resultados foram esses: diariamente: nove (09) alunos, quatro (04) vezes por
semana: nove (09) alunos, duas (02) vezes por semana: dez (10) alunos, uma (01) vez por
semana: trinta e sete (37) alunos, nunca: trinta e dois (32) alunos totalizando noventa e sete
(97).
. Um projeto que acontece na cidade de Santa Maria de Jetibá no estado do Espirito
Santo na Escola Cooperação indicou que o Índice de Desenvolvimento Escolar Básico
(IDEB) aumentou 18% em várias disciplinas inclusive nas de matemática e português.
(RESENDE, 2010, p.23)
Os quesitos 3 e 4 são questões abertas (subjetivas) e foram tratadas qualitativamente as
97 amostras que são os alunos do ensino médio. Salienta-se que para melhor demonstrar as
respostas aqui coletadas foram separadas por respostas semelhantes, o que facilita a descrição
das respostas.
O quesito 3 fez a seguinte pergunta quais são os benefícios que o xadrez traz para o
rendimento na escola na visão dos alunos. Extraíram-se duas respostas dadas pelos alunos
pesquisados que mais expressão significativamente esta resposta.
“Ajuda na concentração, melhora o desempenho nas matérias de exatas, além de ajudar a elaborar
estratégias” (ALUNO nº 05).
“Mais atenção, você não se desconcentra facilmente, são os principais benefícios na minha opinião”
(ALUNO nº 23).
Percebeu-se que cinco (05) alunos não responderam esta questão e noventa e dois (92)
responderam algumas características citadas como benefícios do xadrez por estes alunos
foram o “pensamento lógico, concentração (disciplina), capacidade cognitiva e pensamento
rápido” estas características também são citadas por estudiosos, onde afirma que o xadrez
potencializa várias qualidades entre elas:
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A atenção e a concentração; O julgamento e o planejamento; A imaginação e a
previsão; A memória; A vontade de vencer, a paciência e o autocontrole; O espírito
de decisão e a coragem; A lógica Matemática, o raciocínio analítico e a síntese; A
criatividade; A inteligência; O estudo e interesse por línguas estrangeiras
(MELEGARI, 2007, p.14).
Outra afirmação sobre os benefícios do xadrez mencionado por Borin apud Melegari
(2007, p.14) comenta que "os jogos auxiliam também na descentralização, que consiste em
desenvolver a capacidade de ver algo a partir de um ponto de vista que difere do seu [...]”,
salienta-se que foram mencionados outras características afirmando que “potencializa a
linguagem, a criatividade e raciocínio dedutivo, exigidos na escolha de uma jogada e na
argumentação necessária durante a troca de informações” (BORIN apud MEREGALI, 2007,
p.14).
Segundo Gobet apud Silva (2004, p.15) destaca a importância do xadrez na
investigação de melhora o cognitivo do aluno relativo à adequação do xadrez para
investigações cognitivas:
1.O xadrez oferece uma rica base de dados de partidas jogadas por competidores de
diferentes níveis de habilidade, que podem ser usadas em estudos envolvendo
ambiente estatístico; 2.A base relativamente simples do xadrez é facilmente
transformada em linguagem matemática ou computacional; 3.Permite um
cruzamento com a Inteligência Artificial; 4.É uma atividade flexível que permite
muitas manipulações experimentais (GOBET apud SILVA, 2004, p.15).
No quesito 4 a pergunta feita para os alunos foi o que eles achariam se o xadrez
tornasse uma disciplina obrigatória na grade curricular como matemática e/ou português.
Salienta-se mais uma vez que para melhor demonstrar as respostas aqui coletadas foram
separadas por respostas semelhantes, o que facilita a descrição das respostas dadas pelos
alunos pesquisados e foi selecionada duas respostas para representar as demais.
“Acharia uma maravilha, temos que buscar inovações para um aprendizado mais eficiente, já que as
coisas que prejudicam os estudos
estão aumentando” (ALUNO nº 45).
“Não acredito que o xadrez deveria se tornar obrigatório, mas seria interessante criar um projeto que
incentivasse os alunos a praticarem tal atividade” (ALUNOS nº 76).
A grande maioria das respostas dadas foram “sim” e as explicações dadas por eles
foram bem parecidas das respostas dadas anteriormente no quesito 3. Onde o raciocínio na
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lógica entre outras, já os alunos que responderam “não”, se preocuparam com a ludicidade do
jogo, explicando que o xadrez tornando-se uma disciplina, a vontade de jogar poderia
diminuir por conta da obrigatoriedade que traz uma disciplina na grade curricular.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se verificar nessa pesquisa que o jogo do xadrez como jogo, não deixa dúvidas em
relação ao seu potencial em poder melhora o rendimento escolar, o potencial de um simples
jogo, é fielmente traçado por todos como uma ferramenta que pode ajudar aos estudantes a
melhorarem o seu rendimento em suas disciplinas escolares.
Por outro lado, houveram dúvidas e incertezas, sobre o jogo do xadrez como disciplina
obrigatória na instituição escolar, muitos alunos justificaram que a ludicidade do jogo pode se
perder com a obrigatoriedade que uma disciplina traz em seus contextos escolares.
Outras pesquisas terão que ser feitas para verificar se realmente o jogo do xadrez pode
trazes malefícios aos alunos nos ensinos escolares como matéria obrigatória na grade
curricular regular.
REFERÊNCIAS
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Dezembro
de
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Artigos
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RESUMO
DISCUSSÃO E RESULTADOS
O objetivo do presente estudo é verificar a diferença entre gêneros quanto
TABELA 1: Refere-se aos dados estatísticos das amostras do gênero masculino.
ESTATÍSTICA DESCRITIVA
IDADE PESO ALTURA
IMC
QRD
a influência da Prática de Atividade Física (PAF) e da Quantidade de
MÁXIMO
59
124,6
1,89
51,86
Refeições Diária (QRD) com o Índice de Massa Corporal (IMC) de ambos
MÍNIMO
26
60
1,55
21,62
2
os gêneros. Para medir a prática de atividade física foi utilizado um método
MODA
27
77
1,73
#N/D
77
3,4
MÉDIA
36,07
79,69
1,68
28,60
MEDIANA
33
77
1,67
26,03
77
DESVIO PADRÃO
10,61
15,62
0,11
7,35
1,18
de inquirição, recordatório alimentar das ultimas 24 horas para medir a
quantidade de refeições diária e o para medir a composição corporal
6
utilizou-se o IMC. Através da aplicação do ANOVA, o resultado demonstrou
TABELA 2: Refere-se aos dados estatísticos das amostras do gênero feminino.
que não houve diferença entre as amostras nas variáveis de IMC e QRD,
porém, o gênero masculino prática mais atividade física do que o gênero
feminino. Contudo, a população deve ficar mais atenta aos seus hábitos,
mantendo uma alimentação saudável e prática de atividade física regular.
INTRODUÇÃO
ESTATÍSTICA DESCRITIVA
MÁXIMO
MÍNIMO
MODA
MÉDIA
MEDIANA
DESVIO PADRÃO
IDADE
71
22
32
42,00
41
11,31
PESO
138,6
43,0
72,6
72,01
69
22,12
ALTURA
1,75
1,44
1,57
1,58
1,57
0,07
IMC
54,14
18,37
#N/D
28,72
27,10
7,97
QRD
6
2
73
3,6
69
1,24
De acordo com Azevedo Neto (2013), a atividade física faz parte da
natureza humana, com dimensões biológicas e culturais. A prática de
atividades físicas pode beneficiar todas as pessoas (jovens e adultos),
além da oportunidade para diversão, estar com amigos e manter-se
saudável e em forma.
Segundo Nascimento (2007), embora comer seja importante, e na maioria
FIGURA 1: Refere-se a relação entre a
média do IMC das amostras dos gêneros
masculino e feminino.
FIGURA 2: Refere-se a relação entre a
média do QRD das amostras dos gêneros
masculino e feminino.
FIGURA 3: Refere-se à prática de atividade
física das amostras dos gêneros masculino
e feminino.
das vezes agradável, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre qual a
De acordo com o resultado dos dados tabulados, pode-se verificar que a
melhor forma de se alimentar, fazer três grandes refeições ou intercalar
média de IMC das amostras são equivalentes, o mesmo acontece com a
café da manhã, almoço e jantar com lanchinhos distribuídos ao longo do
variável QRD dos gêneros. A diferença entre as amostras foi contatada na
dia? A opção escolhida pode ter reflexos em sua saúde.
prática de atividade diária, onde o resultado foi que a amostra do gênero
Este artigo foi idealizado com o intuito de responder a problemática que
masculino pratica mais atividade física do que a amostra do gênero
permeia em saber qual o gênero que pratica mais atividade física e se esta
feminino.
tem relação como índice de massa corporal e com a quantidade de
refeições diária.
O objetivo do presente estudo é verificar a diferença entre gêneros quanto
a influência da Prática de Atividade Física e da Quantidade de Refeições
Diária com o Índice de Massa Corporal de ambos os gêneros.
FONTE: Héliton Gomes
METODOLOGIA
CONSIDERAÇÕES
Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa quantitativa de cunho
Sabe-se que a quantidade de refeições diária, das amostras pesquisadas
descritivo. Para medir a prática de atividade física foi utilizado um método
está de acordo com as orientações de diversos nutricionistas, entretanto,
de inquirição, para medir a quantidade de refeições diária utilizou-se
seria importante que novas pesquisas fossem realizadas com o objetivo de
recordatório alimentar das ultimas 24 horas e para medir a composição
investigar a qualidade e a quantidade de alimentos consumidos por
corporal o IMC. Os dados foram obtidos de uma amostra voluntaria de
refeição, assim seria possível confirmar que a quantidade de refeições
pais, alunos e funcionários de uma Escola Estadual em Cuiabá/MT, sendo
diária tem influência no ganho de massa adiposa.
destes, 32 do gênero feminino e 15 do gênero masculino, num total de 47
pessoas com média de 40 anos de idade, ± 11,32 de desvio padrão. Os
dados foram colhidos durante o evento de comemoração do dia das mães
REFERÊNCIAS
AZEVEDO NETO, Evaldo Soares de. Um estudo sobre os espaços públicos de atividade física no município de Angicos-RN.
UFERSA, 2013.
NASCIMENTO, Virgínia. vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN), Entrevista realizada em 13/08/2007 com o
tema: Adote um lanchinho no seu dia-a-dia. Disponível em: www.portalvital.com/saude/alimentacao-saudavel. Acesso em 28/05/2013.
realizado no dia 11 de maio de 2013 no período matutino.
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