UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu Educação Física Marcio Roberto Doro ANÁLISE DE ASPECTOS BIODINÂMICOS E CARDIOVASCULARES, RELACIONADOS À ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE: COMPARAÇÃO ENTRE IDOSOS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA E SEDENTÁRIOS. SÃO PAULO 2011 1 UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu Educação Física Marcio Roberto Doro ANÁLISE DE ASPECTOS BIODINÂMICOS E CARDIOVASCULARES, RELACIONADOS À ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE: COMPARAÇÃO ENTRE IDOSOS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA E SEDENTÁRIOS. Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação Física. Área de Concentração: Bases Biodinâmicas da Atividade Física Orientador: Prof. Dr. Érico Chagas Caperuto SÃO PAULO 2011 2 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Universidade São Judas Tadeu Bibliotecária: Elizangela L. de Almeida Ribeiro - CRB 8/6878 Doro, Marcio D715a Análise de aspectos biodinâmicos e cardiovasculares, relacionados à atividade física e saúde: comparação entre idosos praticantes de atividade física e sedentários / Marcio Doro. - São Paulo, 2011. xx f. : il. tab. ; 30 cm Orientador: Érico Chagas Caperuto Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2011. 1. Atividade Motora – Idoso. 2. Envelhecimento - Sistema cardiovascular. I. Caperuto, Érico Chagas. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física.3 III. Título. DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho a DEUS pela oportunidade e privilégio que me foi concedido em compartilhar tamanha experiência ao freqüentar este curso. Dedico especialmente ao meu filho, João Gabriel Olveira Doro, que com sua maturidade de um garoto de 8 anos, teve compreensão de minha ausência em muito do tempo que estamos acostumados a compartilhar, principalmente nos meus finais de semana de folga. Realmente encontrei no amor para com ele a força necessária para superar os obstáculos encontrados no caminho. Dedico também aos meus irmãos Celso Luiz Doro, Fabio Tadeu Doro e Aline Elaine Doro que sempre estão presentes na minha vida. Dedico aos meus Pais porque me trouxerem ao mundo e assim tive a oportunidade de crescer e estar concluindo mais uma etapa da minha vida. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço a todos os colegas do laboratório do movimento humano, sem os quais eu não teria tido êxito na conclusão deste trabalho. Agradeço a todos os Mestres pela paciência, por terem contribuído de maneira direta ou indireta para a realização deste trabalho. Agradeço especialmente ao professor Érico Chagas Caperuto, que me fez entender a expressão “Pai Ciêntifico”, aquele que nos estende a mão quando precisamos de ajuda e que deixar andar sozinho quando é necessário para que possamos aprender os caminhos do conhecimento. Meu MUITO OBRIGADO. Agradeço às professoras Kátia de Angelis e Iris Callado Sanches que me abriram as portas do laboratório do movimento humano e consequentemente para o meu ingresso neste curso. Agradeço a minha mãe Neide Moino Doro, pela preocupação, carinho e pelos longos períodos que se ocupou em cuidar do meu filho. 5 Agradeço à Fabio Henrique Miranda dos Anjos, Christina Soares Bombonato, Carolina Reis da Silveira e a todos os meus colegas de trabalho que me apoiaram durante esse período. Ao Sesc, empresa na qual trabalho, pelo auxílio financeiro. Quero agradecer também aquelas pessoas que me deram amor, que sorriram pra mim quando eu precisava, que me indicaram os caminhos, àquelas que duvidaram de mim, que disseram que eu não era capaz e que deveria desistir, afinal foi por causa dessas pessoas que eu superei meus limites, que desafiei os acontecimentos e circunstâncias. Aos que me deram atenção e aos que me negaram também, isso facilitou distinguir os amigos dos conhecidos. Agradecer aqueles que me repreenderam severamente, que me podaram o sentimento, que me traíram, que me magoaram que me tiraram o chão, que me desfiguraram os sonhos, pois com essas pessoas conheci a face da dor e da desilusão e pude aprender tudo o que não se deve fazer para alguém. À Universidade São Judas Tadeu (USJT) e todos os professores, coordenadores, secretários e funcionários que, contribuíram para a realização deste trabalho. 6 “Aprendi que diplomas na parede não me fazem mais respeitável nem mais sábio.” Anônimo “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” Cora Coralina 7 SUMÁRIO Lista de figuras Lista de tabelas Lista de quadros Resumo Abstract 1. Introdução...................................................................................................................1 2. Revisão de literatura...................................................................................................1 3. Objetivos....................................................................................................................27 3.1 Objetivo geral...........................................................................................................27 3.2 Objetivos específicos................................................................................................27 4. Hipótese......................................................................................................................27 5. Materiais e métodos...................................................................................................28 5.1.Amostra casuística.....................................................................................................28 5.2 Critérios de inclusão..................................................................................................28 5.3 Critérios de não inclusão...........................................................................................28 5.4 Grupo ativos..............................................................................................................29 5.5 Grupo sedentários......................................................................................................29 6. Procedimentos metodológicos..................................................................................30 6.1 Avaliação da qualidade de vida................................................................................30 6.2 Avaliação de aspectos econômicos...........................................................................30 6.3 Composição corporal................................................................................................30 6.4 Relação cintura quadril.............................................................................................31 6.5 Avaliação da pressão arterial....................................................................................31 6.6 Índices metabólicos, glicemia tríaciglierol e colesterol total...................................31 6.7 Avaliação da variabilidade da freqüência cardíaca..................................................32 7. Análise estatística......................................................................................................32 8. Aspectos éticos...........................................................................................................33 9. Orçamentos................................................................................................................33 8 10.Resultados..................................................................................................................33 11.Discussão....................................................................................................................42 11.1 - Índice de massa corporal e relação cintura quadril...............................................42 11.2 - Índices metabólicos...............................................................................................45 11.3 - Pressão Arterial e Variabilidade da Frequência Cardíaca....................................48 11.4 - Exercício físico e economia com medicamentos.................................................52 11.5 - Exercício físico e qualidade de vida....................................................................55 12. Considerações finais...............................................................................................57 13. Referências..............................................................................................................59 14.Anexos......................................................................................................................68 9 Lista de figuras Figura 1: Treinamento grupo Ativos..............................................................................29 Lista de tabelas Tabela 1: Número absoluto de idosos em países com população total perto ou acima de 100 milhões (em 2002)......................................................................................................3 Lista de quadros Quadro 1: Remédios mais utilizados pelos sujeitos.......................................................34 Quadro 2- Índice de massa corporal (IMC) e relação cintura quadril...........................35 Quadro 3 - Índices metabólicos, glicemia, colesterol total e tríaciglicerol..................36 Quadro 4 – Pressão arterial sistólica e diastólica...........................................................37 Quadro 5 – Variabilidade da freqüência cardíaca, Intervalo de Pulso e Balanço entre as bandas de alta e baixa frequência....................................................................................38 Quadro 6 – Índices de Qualidade de vida .....................................................................39 Quadro 7 - Avaliação do custo mensal com remédios...................................................40 Quadro 8 – Resumo geral dos resultados do Trabalho...................................................42 10 Lista de Gráficos Gráfico 1 - Índice de massa corporal (IMC) e relação cintura quadril............................35 Gráfico 2 – Índices metabólicos, glicemia, colesterol total e tríaciglicerol ...................36 Gráfico 3 – Pressão arterial.............................................................................................37 Gráfico 4 - Variabilidade da freqüência cardíaca em ms2, Intervalo de Pulso em MS e Balanço LF/HF................................................................................................................38 Gráfico 5 – Qualidade de vida........................................................................................39 Gráfico 6 – Parâmetros avaliados para qualidade de vida..............................................40 Gráfico 7 - Avaliação do custo mensal com remédios de em R$....................................41 Gráfico 8 - Avaliação quantidade de remédios...............................................................41 11 RESUMO O presente estudo avaliou os efeitos crônicos da prática do exercício físico regular em 35 idosos e a relação destes na economia com fármacos, risco cardiovascular, em parâmetros metabólicos, composição corporal e qualidade de vida. O grupo ativo foi composto por 22 idosos (10 homens e 12 mulheres) com média de idade de 67,09 ± 5,92. O grupo sedentários composto por 13 idosos (2 homens e 11 mulheres) com média de idade de 70,15 ± 6,10. O treinamento físico foi realizado 2 vezes por semana com intesidade de baixa a moderada e o grupo ativo é praticante regular de exercícios físico há 2 anos. Foram avaliados: valores gastos em medicamentos, variabilidade da freqüência cardíaca, pressão arterial, glicemia; tríaciglicerol, colesterol total, índice de massa corporal, relação cintura quadril e qualidade de vida. Resultados: os efeitos crônicos do exercício físico em idosos foram eficientes para diminuir os fatores de risco cardiovascular avaliados e também em reduzir os gastos com medicamentos esse conjunto de fatores fez com que o idoso perceba uma melhor qualidade de vida. Concluímos que o idoso praticante de exercício físico regular possui menor influência dos fatores de risco cardiovascular, tendo um menor consumo de medicamentos, consequentemente, gerando uma importante economia mensal. Esse conjunto de fatores proporcionou ao sujeito uma melhor percepção em relação à qualidade de vida. Palavras-chaves: Sistema cardiovascular, treinamento físico, idosos, medicamentos, índices metabólicos, estilo de vida. 12 ABSTRACT This study evaluated the chronic effects of regular physical exercise in 35 elderlies, in the economy with drugs, cardiovascular risk in metabolic parameters, body composition and quality of life. The active group consisted of 22 elderly patients (10 men and 12 women) with average age of 67.09 ± 5.92. The group consisted of 13 sedentary elderly (2 men and 11 women) with average age of 70.15 ± 6.10. The physical training was performed two times per week with low-to-moderate intensity and the active group is practicing regular physical exercise for 2 years. Were evaluated: amount spent on drugs, heart rate variability, blood pressure, blood glucose; triacylglycerol, total cholesterol, body mass index, waist-hip ratio and quality of life. Results: The chronic effects of exercise in the elderly were efficient to reduce the cardiovascular risk factors assessed and also to reduce drug expenditures this set of factors meant that the elderly perceive a better quality of life. We conclude that the elderly practitioner of regular exercise has lessa influence of cardiovascular risk factors, with lower consumption of medications, thus generating significant monthly savings. This se of factors provided the subject a better perceptions of the quality of life. Keywords: Cardiovascular system, physical training, elderly, drugs, metabolic ratios, life style. 13 1- Introdução Esse estudo inicia com uma revisão bibliográfica a respeito do envelhecimento, dos fatores de risco cardiovascular que mais acometem os idosos e do quanto os idosos utilizam de medicamentos para a manutenção da saúde. De nossos resultados, destacamos os efeitos crônicos positivos do exercício físico em idosos em relação aos fatores de risco para doença cardiovascular, a diminuição dos gastos mensais de idosos com fármacos e também sua melhor percepção em relação à qualidade de vida. 2 – Revisão da Literatura O Tempo é uma linha tênue que separa o passado do futuro onde vivemos o presente, o homem já tentou, mas ainda não conseguiu dominá-lo. Com o passar dos tempos o ser humano iniciou seu grande desafio contra a morte. Antes de iniciarmos nosso trabalho sobre o envelhecimento, temos que lembrar que o corpo humano está em constante mutação, nascemos e nos desenvolvemos a partir de uma única célula, no momento da concepção até transformarmos, na idade adulta, em um organismo composto por milhões de células. A puberdade transforma as crianças em adultos. Na idade adulta ocorre uma fase de estabilidade, e alguns estudos apontam que aos trinta anos tem início o processo de envelhecimento embora ocorram poucas transformações. Manter-se saudável na velhice já é o próximo passo da ciência onde tenta-se a todo instante agregar mais qualidade a esse período da vida. Assim, o envelhecimento da população é uma das maiores conquistas da humanidade, no que se refere aos avanços da medicina. O crescimento da população idosa no mundo é, antes de tudo, uma história de sucesso para as 14 políticas de saúde pública, assim como para o desenvolvimento social e econômico (OMS, 1999). A proporção de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos não pára de crescer ao redor do globo, e aumenta mais rapidamente que a de qualquer outra faixa etária. Entre 1970 e 2025, espera-se um crescimento de 223 %, ou em torno de 694 milhões, no número de pessoas mais idosas. Em 2025, existirá um total de aproximadamente 1,2 bilhões de pessoas com 60 anos ou mais, conforme mostra a tabela 1 da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2001). 15 Tabela 1 – Crescimento de idosos no mundo. Número absoluto de idosos > 60 anos (em milhões) em 2002 País 2002 2025 China 134,2 287,5 Índia 81,0 168,5 EUA 46,9 86,1 Indonésia 17,1 35,0 Brasil 14,1 33,4 Paquistão 8,6 18,3 Bangladesh 7,2 17,7 México 7,3 17,6 Nigéria 5,7 11,4 *Modificado de OMS 2002 Os motivos para o crescente número de pessoas idosas e longevos incluem (1) um declínio na taxa de natalidade, uma diminuição na mortalidade infantil e o controle de doenças infecciosas no decorrer da primeira metade do século XX; (2) um decréscimo na morte prematura de adultos (à medida de que a prevenção e o tratamento de doenças cardíacas isquêmicas e do câncer melhoraram); e (3) um aumento geral da média do ciclo da vida entre os idosos (provavelmente, em razão de uma melhora das condições de vida quanto aos avanços na prática médica). Outros fatores que influenciam o curso do envelhecimento e o quadro demográfico resultante incluem a herança genética, sexo, posição socioeconômica, a atividade física habitual (SHEPHARD, 1997) e nutrição. A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002) classifica o envelhecimento em quatro estágios: (1) Meia-idade: 45 a 59 anos; (2) Idoso(a): 16 60 a 74 anos; (3) Ancião 75 a 90 anos; (4) Velhice extrema: > 90 anos. Para a OMS (2002), a terceira idade tem inicio aos 60 anos para países em desenvolvimento e 65 anos para países desenvolvidos. O processo de envelhecimeto individual assume muitas particularidades que, associar o envelhecimento à idade cronológica permite apenas uma rude percepção do processo de envelhecimento, mas é uma classificação importante para efeitos de pesquisa, já que o processo de envelhecimento depende de três classes, como fatores biológicos, psíquicos e sociais (PEREIRA, 2004). Em geral, a literatura classifica, didaticamente, as pessoas acima de 60 anos como idosos e participantes da Terceira Idade. Recentemente, este marco referencial passou para 65 anos em função principalmente da expectativa de vida e das tentativas legais do estabelecimento da idade para o início da aposentadoria (DOURADO & LEIBING, 2002). Examinado sob a ótica puramente biológica, sabe-se que o envelhecimento é um processo natural e acontece com todas as espécies de forma semelhante. Em razão da escassez de dados longitudinais, os cálculos de idade biológica têm sido geralmente baseados na perda da função, e independência do idoso. Em conseqüência, os pesquisadores têm sido forçados a comparar seus índices com a idade cronológica. Contudo em qualquer período da história, as pessoas envelhecem em ritmos diferentes, mesmo dentro de um país determinado e das mesmas condições socioeconômicas. Não existe ainda um índice objetivo da idade funcional biológica de um indivíduo que se correlaciona o seu calendário etário. Tal índice facilitaria nossa compreensão do fenômeno do envelhecimento e tornaria mais fácil determinar se o ritmo de deterioração funcional pode ser 17 manipulado por mensurações como atividade física regular ou a adoção de uma dieta especial (HEIKKINEN et al., 1994). No âmbito da saúde, o envelhecimento populacional é um fenômeno que gera novas demandas para os serviços e aumentos substanciais nos custos de programas exigindo o desenvolvimento de ações visando a sua resolução (VERAS, 1994). Apesar de o envelhecimento populacional representar, de um modo geral, o êxito da saúde, a maioria dos idosos apresenta algum tipo de doença crônica que em algumas situações os impede de conviver em sociedade. Um estudo realizado com 225 idosos constatou que estes deixaram de freqüentar os grupos de terceira idade por motivo de doença (VAROTO e colaboradores 2004). É de extrema importância compreender a ação do envelhecimento nas funções corporais, para que os profissionais de saúde possam aprimorar suas ações frente ao atendimento dessa população.O que se espera na velhice é que o idoso seja capaz de determinar e executar seus próprios desígnios. Qualquer pessoa que alcance os oitenta anos capaz de gerir sua própria vida e determinar quando, e como se darão suas atividades de lazer, convívio social e trabalho (produção em algum nível) certamente será considerada uma pessoa saudável, independente de quaisquer quantidade de remédio que venha a tomar (RAMOS 2003). Contudo, as limitações corporais e a consciência da temporalidade passam a ser problemáticas fundamentais no processo do envelhecimento humano, e aparecem de forma reiterada no discurso dos idosos, embora possam adquirir diferentes nuanças e intensidades dependendo da sua situação social e da própria estrutura psíquica 18 (GOLDFARB, 1998). Estima-se que o percentual da população idosa brasileira chega a aumentar aproximadamente 230% em 23 anos, segundo tabela 1. Com base nesses dados, é de extrema importância compreender a ação do envelhecimento nas funções corporais, para que os profissionais de saúde possam aprimorar suas ações frente ao atendimento dessa população. A senescência é o processo natural do envelhecimento, o qual compromete progressivamente os aspectos físicos e cognitivos do individuo (PEREIRA 2004). Os avanços da medicina não param, novas drogas surgem a cada dia, mas nem sempre um aumento na expectativa de vida está aliado à qualidade da mesma. As constantes evidências dos benefícios cardiovasculares, metabólicos e autonômicos provenientes do exercício físico crônico têm levado muitos pesquisadores a sugerir a prática regular de exercício físico como uma conduta não-farmacológica importante na prevenção e no tratamento da hipertensão, bem como em diferentes situações associadas como diabetes, resistência à insulina e obesidade (IRIGOYEN et al., 2003). Atualmente, não existem dúvidas que o exercício físico potencializa o tratamento de tais doenças (WICHI et al., 2009). Assim, médicos e programas de saúde recomendam a prática regular de exercício físico como apoio ao tratamento não farmacológico. Entretanto não existem muitos estudos que avaliam os benefícios cardiovasculares do exercício físico em idosos com uma possível economia com remédios (economia essa vital para idosos que sobrevivem com aposentadoria) e uma possível melhora na qualidade. 2.1 - Qualidade de Vida 19 A avaliação da qualidade de vida tem recebido nos últimos anos um olhar mais atentos nas investigações relacionado à saúde, principalmente em indivíduos com doenças crônicas degenerativas. A OMS (2005) define como saúde um estado de completo bem-estar físico, mental e social. O estado geral de saúde é um dos parâmetros que estão associados à qualidade de vida. O conceito de qualidade de vida é amplo, sendo influenciado por todas as dimensões da vida, que inclui, mas não está limitada, à saúde sendo este o aspecto que mais a diferencia da qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) (SILVA, 2004). O tema qualidade de vida vem recebendo destaque em várias áreas de pesquisa e suas definições são tão numerosas e divergentes quanto os métodos de avaliação (FERRISS, 2006). Nahas (2004) define qualidade de vida como a percepção de bem estar resultante de um conjunto de parâmetros individuais e sócios ambientais, modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser humano. Assim, o conceito de qualidade de vida é diferente de pessoa para pessoa e tende a mudar ao longo da vida. A qualidade de vida é considerada como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (WHOQOL, 1994). É um conceito muito amplo que incorpora de uma maneira complexa a saúde física de uma pessoa, seu estado psicológico, seu nível de dependência, suas relações sociais, suas crenças e sua relação com características proeminentes no ambiente (OMS, 1994). À medida que um indivíduo envelhece, sua qualidade de vida é fortemente determinada por sua habilidade de manter autonomia e 20 independência. Nesse contexto, a capacidade funcional, no que se refere à dimensão física torna-se um dos marcadores do envelhecimento com qualidade de vida, sua manutenção é o principal fator para prolongar a independência do idoso (CIPRIANI, 2010). 2.2 - O Processo de envelhecimento Envelhecimento se refere ao grupo de alterações morfofuncionais que ocorrem ao longo da vida, após a maturação sexual e que, progressivamente, comprometem a capacidade de resposta dos indivíduos ao estresse ambiental e à manutenção da homeostasia. A entrada na velhice depende de vários aspectos que ultrapassam limiares de mera cronologia. Cada indivíduo reage de forma única ao avanço da idade (THOMPSON 2002, NETO 2002 e FARINATTI 2002). É importante saber distinguir entre as causas naturais do envelhecimento aqui denominado senescência, das alterações produzidas pelas diversas doenças que podem acometer os idosos. Tal distinção é importante para compreender que o envelhecimento é um fenômeno fisiológico embora determinadas doenças possam ser mais freqüentes nessa fase da vida (JACOB, 2003). 2.3 - Fatores de risco para doenças cardiovasculares em idosos 21 Relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que as doenças cardiovasculares foram responsáveis por cerca de 30% de todas as mortes no mundo, ou seja, 15 milhões de óbitos a cada ano, sendo sua maior incidência em países em desenvolvimento (BRANDÃO, 2000). No Brasil as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte, representando um aumento significativo nos últimos anos, sendo responsáveis por 250.000 óbitos anualmente (FONSECA, 2000). Estudos alertam para o aumento da presença de fatores de risco, como obesidade, hipertensão arterial sistêmica (HAS), hipercolesterolemia, hiperglicemia e sedentarismo, para o aumento da incidência de doenças cardiovasculares. As alterações normais do envelhecimento no sistema cardiovascular associam-se a fatores de risco como tabagismo, obesidade, hipertensão arterial sistêmica (HAS), hipercolesterolemia, hiperglicemia e sedentarismo, assim é observada maior predisposição à prevalência de doenças cardiovasculares em idosos. O envelhecimento do sistema cardiovascular é caracterizado por alterações centrais (coração) e sistêmicas (artérias). Na estrutura cardíaca, o envelhecimento é acompanhado do número de células autoexcitáveis do nó sinusal e acúmulo de tecido fibroso em diversas partes do sistema de condução (LAKATTA, 1993). Já no sistema arterial, o enrijecimento e espessamento das médias e grandes artérias, ocorrem por perda progressiva de tecido elástico, acúmulo de tecido conjuntivo e depósito de cálcio, levando a diminuição da complacência arterial. Tais alterações ocorrem vasculares causam a elevação da pressão arterial sistólica, aumento da impedância 22 aórtica e consequentemente a hipetrofia do ventrículo esquerdo (LAKATTA, 2003). Alterações metabólicas associadas ao processo de envelhecimento, como modificações no número, na densidade, na afinidade e sensibilidade de receptores presentes na membrana celular, e diminuição na capacidade de sintetizar e liberar hormônios neurotrasmissores (MAZZEO, 2000), modificam o padrão de respostas fisiológicas e aumentam a predisposição do indivíduo à doenças. A partir da terceira década de vida, o aumento de massa gorda se reflete em ganho de peso até aproximadamente 60 anos. Após essa idade esse o aumento de massa gorda continua existindo, mas se contrapõe a perda de massa muscular e óssea não evidenciando mais o aumento de peso. O aumento de massa gorda é causado também, por reduções da taxa de metabolismo basal e do nível de atividade física, gerando um desequilíbrio energético (SHEPHARD, 1997). 2.4 - Alterações cardiovasculares do envelhecimento De acordo com dados epidemiológicos, nos Estados Unidos, é esperado um aumento da população com idade acima de 65 anos de 35 milhões em 2000 para 87 milhões em 2030, um percentual de 147%. Ao mesmo tempo, a população com idade acima de 85 anos é esperado um aumento de um percentual de 389%. A noção de que o envelhecimento requer tratamento é baseado na crença de que tornar-se velho é indesejável. Nas últimas décadas, o envelhecimento tem recebido uma conotação negativa e se tornou sinônimo de deterioração, aproximando-se de doença, e a morte. Isso realmente acontece porque as taxas de morbidade da doença cardiovascular aumentam e 23 a mortalidade acentuada com o avanço da idade, além de outras comorbidades. Este processo está relacionado com maiores taxas de incidência de doenças cardiovasculares, incluindo hipertensão, insuficiência cardíaca e infarto do miocárdio (BECKER et al., 2003). Além disso, fatores ambientais e estilo de vida sedentário também pode estar relacionada a doenças cardiovasculares, que podem levar ao aumento dos custos individuais e governamentais com tratamentos farmacológicos (BELL et al., 2001). Nas artérias, ocorre acúmulo de gordura (aterosclerose), perda de fibra elástica e aumento de colágeno. Dessa forma, a função cardiovascular fica prejudicada, diminuindo a resposta de elevação de freqüência cardíaca ao esforço ou estímulo, aumentando a disfunção diastólica do ventrículo esquerdo e dificultando a ejeção ventricular. Além disso, ocorre a diminuição da resposta às catecolaminas e a diminuição a resposta vascular ao reflexo barorreceptor. Ocorre maior prevalência de Hipertensão arterial sistólica isolada com maior risco de eventos cardiovasculares (PASI, 2006). Conforme ocorre em outros tecidos, é muito difícil traçar linhas divisórias entre o envelhecimento cardiovascular normal, os efeitos de decréscimos na atividade física habitual relacionados à idade, e a doença que se desenvolve à medida que os anos passam. Estudos de autópsia demonstram que 60 e 70% dos indivíduos idosos têm alguma evidência de doença cardiovascular coronária (ELVEBACK & LIE, 1984). Ao contrário do que ocorre em outros órgãos, o peso do coração aumenta com a idade. O coração humano aumenta em massa aproximadamente 1g/ano nos homens e 1,5g/ano nas mulheres (VELLOSO, 24 2007), o que é corroborado por Miguel Jr, quando diz: “(...) O coração é o único órgão que com o envelhecimento não só se atrofia mas, pelo contrário, se hipertrofia. Esta hipertrofia decorre do aumento da pós-carga associada ao envelhecimento, decorrente primordialmente do enrijecimento arterial” (MIGUEL 2008). Além do aumento da massa do músculo cardíaco, também verifica-se aumento maior da espessura do septo interventricular que da parede do ventrículo esquerdo (VE) (MIGUEL 2008). A condução cardíaca é alterada pelo envelhecimento das células marcapasso no nó sinoatrial, embora no coração em repouso a função cardíaca não parece ser afetada (AFFIUNE 2002 e FARIA 2008). Há acentuada redução do número de células do nó sinusal, que podem comprometer o nó atrioventricular e feixe de His. A degeneração do sistema de condução predispõe ao aparecimento de arritmias, principalmente a doença do nó sinusal (AFFIUNE 2002 e COSTA, 1990) A Frequência cardíaca (FC) média em repouso altera-se pouco com o avanço da idade (FAGARD, THIJS E AMERY, 1993). Durante o exercício submáximo, a relação entre a frequência cardíaca e o consumo de oxigênio é, frequentemente, similar àquela dos adultos mais jovens (DEMPSEY & SEALS, 1995). Alguns autores encontraram um FC mais lenta, ao invés de uma mais rápida, em pessoas idosas durante o esforço submáximo (KOHRT et al., 1993). A FC máxima diminui substancialmente com o envelhecimento. A clássica fórmula de Karvonen sugere 220 menos a idade para o cálculo da FC máxima, entretanto alguns autores têm encontrado valores médios de até 20 batimentos mais altos do que os 155 batimentos por minuto (BPM), previstos para idosos de 65 anos (DEMPSEY & SEALS, 25 1995). As razões para o declínio da FC máxima ainda necessitam de ser totalmente esclarecidos, mas possivelmente incluem alterações na liberação e reação das catecolaminas e uma crescente rigidez da parede cardíaca (SHEPHARD, 1997). O envelhecimento se caracteriza por uma diminuição do VO2 max. (volume máximo de oxigênio), de 6% a 7% por década de vida (PERINI et al., 2002). 2.5 - Envelhecimento e sistema nervoso autonômico (SNA) Mudanças no sistema nervoso autônomo são parcialmente responsáveis por complicações cardiovasculares associadas ao envelhecimento e sedentarismo. Evidências acumuladas nas últimas duas décadas mostrou que a atividade física e mudanças no estilo de vida são uma estratégia nãofarmacológica notável para o aumento da expectativa de vida em idosos. Ainda mais os benefícios clássicos sobre o sistema cardiovascular, a atividade física pode desempenhar um papel importante na gestão de leve a moderada doenças de saúde mental, principalmente depressão e ansiedade, e influenciar positivamente a socialização (PALUSKA et al., 2000) . Walter Cânon, por volta de 1920, definiu que o sistema nervoso autônomo (SNA), por meio de dois sistemas antagônicos (o simpático e o parassimpático), era fundamental para manutenção do equilíbrio do organismo, definindo esta situação com o termo “homeostasia” (CÂNON, 1939). O conceito da fisiopatologia da disfunção autonômica surgiu por volta de 1920, a partir dos estudos de Bradbury e Eggleston, que demonstraram as causas neurogênicas da hipotensão postural (BRADBURY & EGGLESTON, 1925). Atualmente, 26 sabe-se que a disfunção autonômica está presente em distúrbios metabólicos, como diabetes mellitus e obesidade, e também nos distúrbios cardiovasculares, como hipertensão e insuficiência cardíaca. Por essa razão tem sido crescente o número pesquisas envolvidas no estudo do SNA. Relatórios publicados têm demonstrado um declínio na atividade nó sinoatrial parassimpático (MARK, 1995;. ECKBERG et al, 1971) e um aumento da atividade simpática no coração e sistema vascular com o envelhecimento, 1995). O comprometimento do tônus vagal parece ser o principal determinante de mudanças no controle da freqüência cardíaca que vêm com o envelhecimento, uma vez que o envelhecimento reduz a taquicardia que pode ser induzida por atropina em humanos e animais (FERRARI et al., 1991). Stratton et al.(2003) estudaram os efeitos cardiovasculares do bloqueio parassimpático e demonstrou um pequeno aumento da freqüência cardíaca, pressão arterial sistólica e diastólica. Depressão da arritmia sinusal respiratória com a idade também sugere uma diminuição da influência parassimpática sobre função do nó sinusal (KUO et al. 1999). Disfunção na atividade da porção neural (aferente, central ou eferente) do sistema vagal e os receptores cardíacos muscarínicos podem estar envolvidos nas mudanças parassimpático associadas ao envelhecimento. Aumento da atividade simpática tem sido indicado pela taxa de secreção de noradrenalina e gravações de atividade nervosa simpática associada com o músculo esquelético e concentrações plasmáticas coração. Estudos de têm noradrenalina demonstrado basal são que as elevados em populações idosas (RUBIN et al, 1990). A diminuição da modulação 27 autonômica associada com a idade avançada também se reflete em mudanças na variabilidade da freqüência cardíaca, variabilidade da pressão arterial e seus componentes de freqüência. Framingham demonstrou que a VFC reduzida foi um preditor de novos eventos cardíacos e hipertensão em uma população de meia-idade (TSUJI et al., 1993). Portanto, a variabilidade da frequência cardíaca tem sido utilizado como um importante preditor de morte e não-fatal disfunção cardiovascular (KLEIGER et al., 1987). O processo de envelhecimento está associado com uma redução na VFC, associado a um declínio relacionado a idade na regulação parassimpática e maior modulação simpática (COLOSIMO et al, 1997;. PICCIRILLO et al, 1998;. PFEIFER et al, 1983). Estudos clínicos e experimentais têm mostrado que a potência espectral do componente de alta freqüência (HF) da VFC reflete modulação parassimpática, e os de baixa freqüência (LF) série de VFC reflete vagal, extremamente simpática, modulações (MALLIANI et al., 1991). Além disso, o componente LF da variabilidade é um reflexo da modulação simpática da circulação. Indivíduos saudáveis mais idosos exibiram menor componentes HF e mais componentes LF em repouso, quando comparados com indivíduos mais jovens e, conseqüentemente, um maior equilíbrio simpático-vagal (BF / AF) (PFEIFER et al., 1983). A relação LF / HF é considerado por alguns pesquisadores para refletir o equilíbrio simpático-vagal ou modulações simpática (MALLIANI et al, 1991; APPEL et al, 1989; MONTANO et al, 1994). Isto sugere que pode haver algum aumento da influência simpática sobre variabilidade da FC com o aumento da idade. O processo de envelhecimento é acompanhado de redução na síntese de neurotransmissores, que está relacionada a doenças incapacitantes da 28 senescência. A diminuição da acetilcolina, por exemplo, pode estar associada a deficiências cognitivas e motoras em fases mais avançadas da doença de Alzheimer (FROLICH, 2002). Mudanças no SNA são em partes responsáveis por complicações cardiovasculares associadas ao envelhecimento e o estilo de vida sedentário, essas mudanças estão relacionadas a um aumento da atividade simpática e uma redução da atividade parassimpática, que podem ser medidas pela variabilidade da freqüência cardíaca (VFC). (Whichi e colaboradores 2009). Alterações do sistema nervoso central (SNC), que ocorrem no envelhecimento normal, podem acarretar comprometimento nos sistemas sensorial/perceptivo, cognitivo/comportamental e motor resultando em limitações funcionais para idoso. O equilíbrio, velocidade, controle dos movimentos e postura do corpo são as estruturas onde ocorrem grandes alterações, que embora sejam de forma individual e gradativa, são de vital importância para as atividades diárias do idoso (SPIRDUSO, 1995). A função autonômica cardíaca, avaliada pela VFC no domínio da freqüência, em adultos com idade entre 65-70 anos apresenta-se diminuída, independente da presença de DCV (Doenças Cárdio-Vasculares) (STEIN, 1999). A VFC em relação de base e não-linear e inclinação da mesma continua a aumentar com o avanço da idade e estão mais relacionados com o risco de DCV. (Phyllis, 2009). Dessa forma podemos observar que as alterações na VFC, pode não interferir nas mudanças da FC, sendo que o sujeito pode ter uma retirada vagal e ser portador de alguma doença cardiovascular sem que haja alteração na FC. Por outro lado, qualquer 29 alteração na FC reflete diretamente na VFC, reiterando sua importância como diagnóstico para DCV e parâmetro de treinamento. Idosos que adotam um estilo de vida ativo por um longo período, adquirem uma maior VFC global e índices e, portanto, podem contrariar o declínio relativo à idade no controle autonômico cardíaco melhor do que aqueles que possuem estilo de vida sedentário (BUCHHEIT, 2004). A VFC é um parâmetro que se traduz em capacidade de adaptação do coração variabilidade, mediado medida pelo sistema através da nervoso utilização autônomo. de um Uma alta frequencímetro programado para tal, implica em uma comunicação saudável e eficiente entre o sistema nervoso e o músculo cardíaco. Essa comunicação eficiente garante respostas cardíacas adequadas em situações inesperadas percebidas pelo sistema nervoso (VANDERLEI E COLABORADORES, 2009). Portanto, podemos dizer que utilizar a VFC para medir a eficácia da comunicação entre o SNA e o coração, bem como a influência do SNA sobre o coração, pode ser, além de um bom parâmetro para acompanhamento dos efeitos do treinamento, também uma importante ferramenta para a prevenção de uma das doenças mais perigosas, mortais e caras (em termos de utilização e custo dos remédios) para os indivíduos idosos. O estudo dos pressorreceptores é outra conhecida forma de estimar a função autonômica. Os pressorreceptores arteriais são mecanorreceptores sensíveis às deformações da parede vascular e, devido ao seu alto ganho, constituem-se na forma mais importante de controle da pressão arterial em 30 curto prazo, ou seja, momento a momento. Além do controle reflexo da atividade autonômica, os pressorreceptores também exercem controle tônico sobre a atividade simpática (inibição) e parassimpática (estimulação). Assim, o comprometimento da função dos pressorreceptores pode atuar como elemento permissivo ao estabelecimento de alterações primárias de outros mecanismos de controle da função cardiovascular, por não modular a atividade simpática e parassimpática de modo adequado (IRIGOYEN et al., 1995; IRIGOYEN ET al., 1991). 2.6 - Aspectos Sócio-econômicos Existem diversos fatores que podem contribuir para uma melhor qualidade de vida na terceira idade. Por exemplo, segundo dados do envelhecimento ativo (2005) da OMS, o trabalho é um fator determinante por toda a vida adulta e tem grande influência sobre a preparação, sob o aspecto financeiro, do indivíduo para a velhice. O acesso a tratamentos de alta qualidade e de longo prazo dignos é particularmente importante na idade mais avançada. O desemprego possui efeitos particularmente adversos sobre a saúde e a expectativa de vida. Ele está associado a uma mobilidade social na direção inferior, perda da casa própria, fracasso de casamento, deficiência de saúde crônica e uma experiência de mortalidade adversa (Moser et al.,1987). A análise de vários grupos de dados demonstra taxas mais altas de acidentes, doenças cardiovasculares, câncer, doenças respiratórias e doenças cerebrovasculares, entre os membros mais pobres da sociedade e todos esses problemas aceleram a transição para categorias etárias mais velhas. (SHEPHARD, 1997). 31 Além disto, o emprego tem um reflexo direto no estilo de vida que a pessoa vive na fase adulta, no entanto, outros fatores como a prática de atividade física regular nesse período também tem influência direta na qualidade de vida da pessoa na terceira idade. Os fatores sócio-econômicos fazem uma contribuição importante às diferenças na demografia do envelhecimento entre os países ricos e pobres; a pobreza e a privação sociocultural também são importantes determinantes de diferenças étnicas e regionais na longevidade dentro de um determinado país. Nos países em desenvolvimento (situação em que se encaixa atualmente o Brasil) existem, frequentemente, poucos fundos governamentais para a previdência social na velhice (SHEPHARD, 1997). Entre os canadenses acima de 65 anos, 40% daqueles que pertencem ao grupo de renda mais baixa relatam limitações na atividade física, comparados a apenas 11% daqueles que pertencem a grupos de renda média e superior (Saúde e Previdência Social, Canadá, 1989). Uma análise de alguns estudos conhecidos de expectativa de vida dos EUA, Canadá e Europa, observou que aos 65 anos a diferença de expectativa de vida entre ricos e pobres sem incapacidades, eram de 14,3 anos para homens e 7,3 anos para mulheres (ROBINE & RITCHIE, 1991). O prolongamento da expectativa de vida, promove consigo o aumento de gastos com remédios e exames laboratoriais para o tratamento e combater às doenças decorrentes do envelhecimento. Dados apontam que os idosos representam 50% dos pacientes atendidos em ambulatórios de cardiologia, sendo que 50% apresentam ao menos uma doença (SAVIOLI, 2002). 32 De acordo com o DATASUS, de janeiro/2006 a março/2006 houve 2.768.540 internações, sendo 9,9% proveniente de doença cardiovascular e 10,5% causadas diretamente pela HAS. Dentre outras internações por problemas cardiovasculares, 80% estavam relacionadas à hipertensão arterial como principal fator de risco. Atualmente o SUS gasta R$ 1.644,42 para uma internação por infarto do miocárdio, R$ 622,48 por acidente vascular encefálico, R$ 745,74 por insuficiência cardíaca e R$ 216,33 para crise hipertensiva, entre outros gastos, para a recuperação de quadro agudo, por complicação da pressão arterial não-controlada. Essas despesas poderiam ser evitadas, se houvesse diagnóstico precoce e tratamento adequado da doença (SBH, 2003). Ribeiro e colaboradores (2005), demonstra que, o custo anual médio estimado por paciente com idade 65±12 anos, sendo 63% homens, 69% hipertensos, 35% diabéticos, foi de R$ 2.733,00, pelo SUS, e R$ 6.788,00, para convênios. A ocorrência de evento cardiovascular teve grande impacto (R$ 4.626,00 vs. R$ 1.312,00, pelo SUS, e R$ 13.453,00 vs. R$ 1.789,00, para convênios). Os gastos com o tratamento farmacológico cardiovascular foram os maiores contribuintes para o custo do tratamento anual do cardiopata isquêmico (R$ 1.154,00), representando 77,5% dos custos ambulatoriais e 42% do total. O tratamento antiagregantes, farmacológico antianginosos, consistiu antidiabéticos, de combinações de anti-hipertensivos e hipolipemiantes. 33 Lima e colaboradores (2007), aponta para os gastos mensais de idosos aposentados e pensionistas com idade igual ou superior a 60 anos, com remédios. Dos 667 entrevistados, 590 (88%) utilizaram algum medicamento nos 15 dias anteriores a entrevista. Foi observado um total de 2.478 medicamentos utilizados pelos 590 participantes. O número de medicamentos utilizados variou de 1 a 19, com uma média de 4,2 medicamentos por indivíduo. Observou-se que 527 indivíduos utilizaram pelo menos um medicamento adquirido no setor privado e 233 utilizaram pelo menos um medicamento adquirido no setor público. Os medicamentos adquiridos no setor privado representaram 75% dos medicamentos utilizados. O gasto mensal com medicamentos utilizados chegou à média ± DP Real (R$) 122,97 ± 182,34 e/ou Dólar (US$) 38,91 ± 57. Neste caso o dólar foi convertido em valores de 2003 quando da realização da pesquisa. Lima ainda faz uma comparação entre freqüência de utilização e composição dos gastos mensais privados totais com medicamentos, segundo os grupos anatômicos e terapêuticos, onde o sistema cardiovascular aparece em primeiro lugar com maior índice de utilização e gastos mensais seguido pelo sistema nervoso central. Pacientes hipertensos sedentários apresentam um gasto mensal de medicamentos de R$ 28.516,45 para cada 100 indivíduos (ROLIM 2007). A OMS (1998), afirma que os custos médicos são significativamente menores para as pessoas idosos ativos. O poder aquisitivo da população também é um fator determinante para a compra de remédios, e, hoje é possível comprar genéricos ou até mesmo 34 retirá-los em postos de saúde gratuitamente dependendo da classe social em que se encontra o doente. Onerando assim os cofres públicos. Apresentamos um demonstrativo de como são classificadas as classes sociais no Brasil: Renda familiar por classes, considerada a renda média familiar: A1 R$ 7.793,00, A2 R$ 4.648,00, B1 R$ 2.804,00, B2 R$ 1.669,00, C R$ 927,00, D R$ 424,00, E R$ 207,00 (Fonte: ANEP - Associação Nacional de Empresas de Pesquisa. Dados com base no Levantamento Sócio Econômico – 2000 – IBOPE). Em relação aos gastos públicos cada vez maiores com assistência médica, alguns dados disponíveis indicam que a velhice em si não está associada ao aumento das despesas médicas. O que encarece os gastos são as deficiências e a saúde precária, especialmente associada ao sistema cardiovascular, freqüentemente associada à velhice. Se as pessoas envelhecerem com uma saúde melhor, as despesas médicas, provavelmente, não aumentarão de modo tão rápido. (Envelhecimento ativo. OMS 2005). Os custos médicos são significativamente menores para as pessoas idosas ativas (OMS, 1998), mas mesmo assim, uma grande proporção de idosos leva uma vida sedentária. 2.7 - Exercício físico e envelhecimento A inatividade física (sedentarismo) é o fator de risco mais prevalente para as doenças crônicas, dados da população da Finlândia apontam que 71% de sua população é sedentária, ultrapassando as taxas de outros fatores de risco como o fumo (35%), hipercolesterolemia (26%), hipertensão arterial (15%) 35 e o excesso de peso (37%). E infelizmente este fenômeno apresenta comportamento similar na prevalência da população Brasileira (MATSUDO et al., 2002). O homem contemporâneo utiliza-se cada vez menos de suas potencialidades corporais e a literatura apresenta um consenso de que o baixo nível de atividade física é fator decisivo no desenvolvimento de doenças degenerativas. Não está claro se uma diminuição na atividade física habitual é uma parte normal do processo de envelhecimento. Certamente, muitos animais tornam-se menos ativos à medida que envelhecem. Entretanto, os seres humanos também oferecem reforço cultural à idéia de que a atividade física deve diminuir com o envelhecimento. Em sociedades industrializadas, espera-se que um idoso diminua seu ritmo e “tenha um descanso merecido”. Da mesma forma, em populações não industrializadas, os adultos jovens assumem as responsabilidades de caçar, plantar e armazenar para os membros mais velhos da comunidade (SHEPHARD & Rode 1996). Um aumento da massa corporal e uma diminuição de eficiência mecânica tendem a aumentar o gasto energético de uma pessoa mais velha durante o desempenho de atividades físicas em qualquer intensidade determinada (LORENTZ, 1985, SHEPHARD, 1994 e 1995). Nos primeiros meses de aposentadoria, os gastos energéticos diários podem subir, visto que o indivíduo que tenha sido acostumado a trabalhar 8 horas diárias tenta preencher seu tempo. A pesquisa de aptidão do Canadá confirmou que os gastos recreacionais energéticos de homens e mulheres aumentaram 36 4,2kj/kg por dia para idosos entre 60 e 69 anos em comparação com adultos jovens com idade até 30 anos (STEPHENS & CRAIG, 1986). Está claro, que a vida sedentária favorece a perda na capacidade funcional tão grande quanto o efeito do envelhecimento. Os homens de meia idade ativos submetidos a um treinamento de resistência aeróbica durante 10 anos conseguiam evitar um declínio que normalmente seria de 9 a 15% da capacidade aeróbia (MCARDLE, 2008). Estudos apontam, que com o processo da senescência, há uma diminuição da massa magra e conseqüentemente uma perda de força muscular, devido à reduzida massa muscular e neuromuscular, a capacidade aeróbia diminui progressivamente com a idade e está associada à redução da capacidade funcional física, a diminuição da independência e a uma alteração na qualidade de vida. Assim, os mecanismos subjacentes ao declínio da capacidade de exercício máximo com o envelhecimento podem ter importantes implicações fisiológicas dos adultos de meia-idade e mais velhos (DEMETRA, 2008). Exercícios físicos regulares por um longo período tem se mostrado importante na diminuição da taxa de declínio do VO2 máx. em razão do envelhecimento (cerca de 6-7% por década) e também tem apresentado aumento no débito cardíaco máximo (PERINI, 2002). A participação em atividades físicas regulares e moderadas pode retardar declínios funcionais, além de diminuir o aparecimento de doenças crônicas em idosos saudáveis ou doentes crônicos. Por exemplo, uma atividade física regular e moderada reduz o risco de morte por problemas cardíacos em 20 a 25% em pessoas com doença do coração diagnosticada 37 (MERZ & FORRESTER, 1997). Estudo realizado por Sarkisian e colaboradores (2005). aponta que 30% dos idosos com mais de três horas de atividade física por semana têm grandes expectativas para o envelhecimento, enquanto outro grupo com menos de 30 minutos de atividade física por semana tinha baixa expectativa de vida. Isso reforça nossa hipótese de que atividade física pode aumentar a expectativa de vida com maior qualidade para o idoso. O exercício físico é importante na prevenção do declínio funcional e no aumento da expectativa de vida, trazendo maiores benefícios à saúde cardiovascular. Além de prevenir doenças, o exercício físico tem também um papel preponderante, melhorando a função em algumas doenças crônicas, como insuficiência cardíaca congestiva e doença pulmonar crônica (FAMILY HEART, 1994). Uma vida ativa melhora a saúde mental e freqüentemente promove contatos sociais. A atividade física pode ajudar pessoas idosas a prorrogarem a sua independência por períodos maiores de tempo, o que certamente melhora a sua qualidade de vida. Os custos médicos são significativamente menores para as pessoas idosas ativas (OMS, 1998). Rolim e colaboradores (2007), demonstrou a importância de exercícios físicos para a redução de custos em hipertensos, onde em um ano de condicionamento físico determinou redução generalizada na utilização dos medicamentos, sendo que os resultados mais expressivos foram com os vasodilatadores, que demonstraram economia de 63,2% após essa prática. O exercício físico também foi eficiente em diminuir os custos com exames laboratoriais utilizados pelos pacientes hipertensos. De acordo com todos os procedimentos do estudo, entre consultas, exames solicitados e 38 medicamentos distribuídos, a prática regular de exercícios físicos contribuiu com uma diminuição do custo de R$ 80.498,23 para R$ 51.611,55 após o período de exercício físico, colaborando com uma economia total de 35,8 % em um ano de exercício físico no tratamento da hipertensão arterial. Dadas as constatações científicas sobre os benefícios da prática regular de atividades físicas, as discussões em Saúde Pública reconhecem atualmente que é de suma importância para a adesão à atividade física a implementação de programas educacionais que possam esclarecer a população idosa sobre os benefícios decorrentes desta prática, bem como sobre as recomendações mais apropriadas para que os idosos incorporem atividades físicas em suas vidas cotidianas, tendo em vista que a adesão ainda é pequena (VELARDI, 2003; MATSUDO et al., 2002). A prática regular de exercícios físicos pode diminuir os fatores de risco para doenças cardiovasculares, e atualmente é um dos pilares para uma boa qualidade de vida. Assim acreditamos que esses dois fatores, exercício físico e uma boa qualidade de vida, influenciam na redução de custos com remédios, internações, exames diagnósticos em idosos. Há um consenso na literatura que exercícios físicos praticados regularmente podem retardar os efeitos do envelhecimento além de proporcionar novos comportamentos psico-sociais que podem ser positivos ao idoso. Contudo os exercícios físicos também preservam o sistema cardiovascular que, podem ser mensurados pela variabilidade da frequência cardíaca. Investigamos se esses benefícios promovidos pelo exercício físico podem proporcionar ao idoso uma economia de gastos com medicamentos. 39 3 - Objetivos 3.1 - Geral O objetivo desse estudo foi identificar os efeitos da prática regular de exercício físico (estilo de vida ativo) na presença de fatores de risco para a doença cardiovascular, na qualidade de vida e nos aspectos econômicos de idosos. 3.2 - Específicos Após a divisão dos grupos sedentários e praticantes de atividade física foi avaliado os seguintes parâmetros: - Presença de fatores de risco para doenças cardiovasculares (composição corporal, pressão arterial, variabilidade da frequência cardíaca, colesterol total, Triacíglicerol e glicemia), - Qualidade de vida (capacidade funcional, sintomas físicos, estado geral de saúde, vitalidade, saúde mental, aspectos sociais e emocionais), - Aspectos econômicos (custo mensal com remédios). 4 - Hipótese. Baseado na nossa introdução e em informações já consolidadas na literatura dos benefícios advindos do exercício físico regular, nossa hipótese é de que o grupo praticante de exercícios físicos regulares possuam indicadores menores para fatores de risco cardiovascular, e consequentemente possuam 40 menores gastos com medicamentos e percebam uma melhor qualidade de vida em relação ao grupo sedentários. 5 - Materiais e métodos 5.1 - Amostra casuística A amostra da pesquisa foi constituída de 35 idosos entre homens e mulheres com idade igual ou superior a 60 anos. Os sujeitos foram divididos em dois grupos: grupo sedentários e o grupo praticantes de atividade física regular, sendo que os integrantes do segundo grupo deverão estar inscritos nas turmas atividade física do SESC São Paulo há no mínimo 2 anos. Os participantes receberam uma palestra informativa sobre os objetivos, procedimentos e importância da pesquisa. Após procedimentos foram convidados a participarem como voluntários da pesquisa conforme os critérios estabelecidos abaixo. 5.2 - Critério de Inclusão: - Assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 1); - Possuir idade igual ou superior a 60 anos. 5.3 - Critérios de não inclusão: - Indisponibilidade para participar de todas as etapas da pesquisa, - Apresentar dificuldades de compreensão que dificultem o preenchimento dos questionários. 41 5.4 - Grupo ativos Figura 1 - Grupo ativos Para cumprir os objetivos desse trabalho os dados do grupo ativos foram coletados no Sesc Santana, onde os sujeitos praticam exercícios físicos regularmente duas vezes por semana com aulas uma hora e vinte minutos composta por: dez minutos de aquecimento articular, trinta minutos de atividade aeróbia em esteira e bicicleta ergométrica sendo quinze minutos em cada aparelho (é recomendado que se trabalhe de 60% a 75% da FC máxima), trinta minutos de exercícios resistido com um exercício para cada grupo muscular com séries de 15 repetições e intensidade baixa a moderada, e mais dez minutos de alongamentos e volta a calma. 5.5 - Grupo sedentários: Para cumprir os objetivos desse trabalho os dados do grupo sedentários foi coletado em um condomínio onde a maior parte dos moradores é idosa. O condomínio não possui salas para ginástica, nem incentiva a prática de exercícios físicos. 42 6 - Procedimentos Metodológicos Foi medido uma única vez, os seguintes parâmetros: 6.1 - Avaliação da qualidade de vida Todos os participantes responderam, individualmente, ao questionário WHOQUOL (anexo 2), proposto pela OMS (FLECK, 1999), que analisa os condicionantes sociais, psicológicos e funcionais da qualidade vida. O questionário aplicado foi composto com 26 perguntas com notas de 1 a 5, onde 1 representa nada ou muito ruim e 5 completamente ou muito bom. Cada grupo de questão compunha os aspectos físicos, psicológicos, funcionais e de relações sociais. 6.2 - Avaliação de aspectos econômicos Foi aplicado o questionário de UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS, (anexo 3) que avalia a quantidade de medicamentos utilizados mensalmente para doenças cardiovasculares, como são conseguidos esses medicamentos e qual o custo destes para o idoso. 6.3 - Composição Corporal Com os valores de massa corporal e estatura, foi calculado o índice de massa corporal (IMC = massa corporal(kg)/estatura (m)) (Anjos, 1992), que é um dos indicadores mais utilizados em estudos epidemiológicos, associado ou não a outras variáveis antropométricas, para identificação de risco cardiovascular e vem sendo usado inclusive em idosos com idade mais avançada. 43 6.4 - Relação cintura quadril A relação cintura quadril é medida da circunferência da cintura (CC) dividida pela circunferência do quadril (CC/CQ), têm sido utilizadas para identificar adiposidade visceral (fornecendo informações dos estoques de GC) e risco para doenças cardiovasculares e distúrbios metabólicos, como o diabetes (Tavares, 1999). 6.5 - Avaliação da pressão arterial (PA) A pressão arterial foi mensurada em repouso. Os aparelhos utilizados como padrão de referência para a medida da PA neste estudo serão previamente inspecionados pelo INMETRO e foram devidamente calibrados. A pressão arterial foi avaliada pelo método auscultatório através do uso de esfignomanômetro aneróide de manguito da marca Missouri® (conforme especificações da Sociedade Britânica de Hipertensão, 2004) e estetoscópio em perfeita condição para medida da PA. Todas as medidas hemodinâmicas foram realizadas por um mesmo avaliador e em conformidade com as orientações da Sociedade Brasileira de Hipertensão (2002) para as medidas em repouso. 6.6 - Índices metabólicos, Glicemia, Triacíglicerol e Colesterol Total A avaliação do perfil glicêmico e lipídico consistiu das medidas e glicose, Triacíglicerol e colesterol total. Todos os parâmetros foram analisados com os sujeitos em jejum de 4 horas pelo glicosímetro da marca Roche, utilizando fitas Accu-Chek Advantage (Roche). Os Triacíglicerol e o colesterol total analisados pelo aparelho GCT Accu-trend da marca Roche. 44 6.7 - Variabilidade da Frequência Cardíaca A Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC), avaliada no domínio do tempo e índices no domínio da freqüência que são considerados de modo a refletir a modulação do sistema nervoso autônomo. O desvio-padrão de R-R normal intervalos (SDNN) reflete a variabilidade global, enquanto a raiz quadrada média das diferenças sucessivas intervalo RR normal (RMSSD) e alta freqüência (HF) de energia estão razoavelmente ligados à modulação vagal (BUCHHEIT, 2004). A variabilidade do intervalo de pulso foi obtida pelo frequencímetro da marca polar S 810, onde a freqüência dos batimentos foi determinada pelo intervalo entre dois picos sistólicos. Para essa análise foram utilizados registros estáveis, de no mínimo 5 minutos e com freqüência de amostragem de 2.000 Hz. Também dois componentes foram obtidos na análise espectral: baixa freqüência (BF, 0,20-0,75 Hz) e alta freqüência (AF, 0,75-3,0 Hz). O componente BF foi usado como um índice da modulação simpática. O componente AF foi usado como um índice da modulação parassimpática. A relação BF/AF indicou o balanço simpato-vagal (ISHISE & ASANOI et al., 1998). 7 - Análise estatística A tendência de distribuição normal das variáveis foi testada pelo teste de Kolmogorov-Smirnoff. As comparações entre as variáveis não paramétricas foram feitas pelo teste de Mann-Whitney e entre as variáveis paramétricas pelo teste “T” de Student, os resultados estão apresentados como média ± desvio padrão. O nível de significância em foi determinado em p<0,05. 45 8 - Aspectos Éticos O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade São Judas Tadeu, sob número 029\2011 (anexo 4). 9 - Orçamento Este projeto não implicou em nenhum ônus para a Universidade São Judas Tadeu, visto que toda infra-estrutura necessária para coleta e análise dos dados foram disponibilizadas pelo Laboratório do Movimento Humano. 10 - Resultados O grupo ativos foi composto por 22 idosos (10 homens e 12 mulheres) com média de idade de 67,09 ± 5,92, praticantes de atividade física regular a no mínino 2 anos. O grupo sedentários foi composto por 13 idosos (2 homens e 11 mulheres) com média de idade de 70,15 ± 6,10. Identificamos que os sujeitos dos dois grupos fazem uso de medicamentos para a manutenção da saúde conforme pode ser observado no Quadro 1, assim as respostas do exercícios físico crônico, foi capaz de reduzir os níveis de PA, índices metabólicos e os gastos com medicamentos e a melhorar a percepção do sujeito em relação a qualidade de vida. 46 Quadro 1 - Remédios mais utilizados pelos sujeitos. Medicamentos Ativos Sedentários Anti-hipertensivos 27,27% 61,53% Hipocolesterinêmicos 27,27% 69,23 Outros 31,81% 161,53% Vitamina D 22,72% Em relação aos índices de composição corporal e risco cardiovascular indireto, os resultados para IMC e RCQ não apresentaram diferenças estatísticas (IMC 25,63 ± 2,83 ativos e 25,07 ± 5,77 sedentários e RCQ 0,9 ± 0,08 ativos e 0,87± 0,07 sedentários), conforme pode ser observado no quadro 2 e no gráfico 1. 47 Quadro 2 - Índice de massa corporal (IMC) e relação cintura quadril. Ativos (n=22) Sedentários (n=13) IMC – kg/m² 25,63 ± 2,83 25,07 ± 5,77 RCQ - m 0,9±0,08 0,87±0,07 Gráfico 1 - Índice de massa corporal (IMC) e relação cintura quadril em kg/m². Em relação as avaliações metabólicas, embora os valores para todos os parâmetros tenham sido menores para os ativos, essa diferença não se consolidou estatísticamente. Foram observados Glicemia (100,0 ± 9,19 ativos e 109,38 ± 38,7 sedentários), Colesterol total (145,73 ± 42,61 ativos e 162,92 ± 16,08 sedentários) e Triacíglicerol (130,36 ± 62,98 ativos e 137,77 ± 39,6 sedentários), conforme pode ser observado no quadro 3 e no gráfico 2. 48 Quadro 3 - Índices metabólicos, glicemia, colesterol total e Triacíglicerol. Ativos (n=22) Sedentários (n=13) Glicemia - mg/dL 100 ± 9,19 109,38 ± 38,7 Colesterol total - mg/dL 145,73 ± 42,61 162,92 ± 16,08 Triacíglicerol - mg/dL 130,36 ± 62,98 137,77 ± 39,6 Gráfico 2 – Índices metabólicos, glicemia, colesterol total e triacíglicerol em mg/dL. Já quando observamos a pressão arterial sistólica e diastólica dos dois grupos, os resultados apresentados mostram diferenças estatísticas nos dois momentos da pressão (Sistólica 126,82 ± 8,38 ativos e 139,23 ± 13,82 sedentários e Diastólica 79,54 ± 3,75 ativos e 86,92 ± 7,51 sedentários), conforme pode ser observado no quadro 4 e no gráfico 3. 49 Quadro 4 – Pressão arterial Sistólica e Diastólica. Ativos (n=22) Sedentários (n=13) Pressão arterial Sistólica mm/hg 126,82 ± 8,38 139,23 ± 13,82* Pressão arterial Diastólica mm/hg 79,54 ± 3,75 86,92 ± 7,51* * p<0,05 em relação ao grupo ativos. Gráfico 3 – Pressão Arterial Sistólica e Diastólica em mm/hg. * * * p<0,05 em relação ao grupo ativos. A variabilidade da freqüência cardíaca se comportou de forma diferente entre os dois gupos. Com valores significantimente maiores para o parâmetro Variabilidade RR no grupo ativos (var 126,82 ± 8,38 ativos e 139,23 ± 13,82 sedentários) e valores significantimente menores para o parâmetro Intervalo de Pulso (IP 79,54 ± 3,75 ativos e 86,92 ± 7,51 sedentários), sem, no entanto, mostrar diferença entre os valores do balanço entre as bandas de baixa e alta 50 freqüência (LF/HF 79,54 ± 3,75 ativos e 86,92 ± 7,51 sedentários) conforme pode ser observado no quadro 5 e no gráfico 4. Quadro 5 – Variabilidade da freqüência cardíaca, Intervalo de Pulso e Balanço entre as bandas de alta e baixa frequência. Ativos (n=22) Sedentários (n=13) Variabilidade da FC ms2 2038,06 ± 904,04 936,50 ± 126,85* Intervalo de Pulso ms 911,04 ± 122,73 2488,90 ± 1732,74* Balanço BF/AF 2,99 ± 1,72 1,92 ± 1,28 * p<0,05 em relação ao grupo ativos. Gráfico 4 - Variabilidade da freqüência cardíaca em ms2, Intervalo de Pulso em MS e Balanço LF/HF. 4500,00 Variabilidade da Frequência Cardíaca * 4000,00 3500,00 3000,00 2500,00 2000,00 1500,00 1000,00 * 500,00 0,00 VAR RR (ms2) Ativos IP (ms) LF/HF Sedentários * p<0,05 em relação ao grupo ativos. Observando os dados do questionário WHOQUOL, sobre Qualidade de Vida, nossos resultados apresentaram diferenças estatísticas entre os valores 51 do questionário total (3,95 ± 0,11 ativos e 3,62 ± 0,29 sedentários) e para os aspectos físicos (3,61 ± 0,09 ativos e 3,31 ± 0,33 sedentários) e nível de independência (4,38 ± 0,26 ativos e 3,97 ± 0,38 sedentários) (quadro 6 gráficos 5 e 6). Quadro 6 - Índices de qualidade de vida. Aspectos Ativos (n=22) Sedentários (n=13) Qualidade de vida 3,95 ± 0,11 3,62 ± 0,29* Físicos 3,61 ± 0,09 3,31 ± 0,33* Nível de independência 4,38 ± 0,26 3,97 ± 0,38* Funcionais 3,98 ± 0,32 3,78 ± 0,41 Psicológicos 2,1 ± 0,88 2,5 ± 0,71 * p<0,05 em relação ao grupo ativos. Gráfico 5 - Qualidade de vida. * * p<0,05 em relação ao grupo ativos. 52 Gráfico 6 - Parâmetros avaliados para qualidade de vida. * * * p<0,05 em relação ao grupo ativos. Em relação ao consumo de remédios, nossos achados confirmam nossa hipótese, de que idosos praticantes de exercícios físicos regularmente, têm menor gastos mensais com fármacos do que idosos sedentários, conforme o descrito no quadro 7 e nos gráficos 7 e 8 abaixo. Quadro 7 - Avaliação do custo mensal com remédios. Medicamentos Ativos (n=22) Sedentários (n=13) Gastos mensais em R$ 36,36 ± 62,23 121,38 ± 90,01* Quantidade 1,09 ± 1,37 2,92 ± 1,49* * p<0,05 em relação ao grupo ativos. 53 Gráfico 7 - Avaliação do custo mensal com remédios em R$. * * p<0,05 em relação ao grupo ativos. Gráfico 8 - Avaliação quantidade de remédios. * * p<0,05 em relação ao grupo ativos. 54 Quadro 8 – Resumo geral dos resultados do Trabalho. RESUMO n 22 Ativos n 13 Sedentários Gastos com Remédios Quantidade de Remédios Sístole Diástole Glicemia Colesterol Tríaciglicerol IMC RCQ Whoquol Aspectos físicos Aspectos funcionais Nível de independencia Aspectos psicológicos 11 - Discussão 11.1 - Índice de massa corporal e relação cintura quadril Uma das mais evidentes alterações que acontecem com o aumento da idade cronológica é a mudança nas dimensões corporais. Com o processo de envelhecimento, existem mudanças principalmente na estatura, no peso e na composição corporal. Com essas mudanças no peso e na estatura, o índice de massa corporal (IMC) também se modifica, com o transcorrer dos anos. A importância do IMC no processo de envelhecimento deve-se a que valores 55 acima da normalidade (JACKSON 1995; KURODA 1988) estão relacionados com incremento da mortalidade, por doenças cardiovasculares e diabetes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 1995), nos países industrializados, os indivíduos tendem a apresentar aumento do IMC a partir da meia-idade, mantendo se estável até por volta dos 65 anos nos homens e 75 anos nas mulheres, quando se observa redução nessa medida. Além das alterações do peso e da estatura, outras modificações ocorrem nos compartimentos corporais, sendo verificado aumento progressivo e redistribuição na gordura corporal (GC). Há maior deposição da GC na região do tronco, com acúmulo de gordura corporal na região abdominal. Geralmente, essa deposição ocorre mais precocemente nos homens, provavelmente por volta da meia-idade, e nas mulheres após o período da menopausa. Contudo, o IMC é uma das ferramentas mais simples para a avaliação de risco cardiovascular, acompanhada da Relação Cintura Quadril (RCQ) índice de fácil aplicação que também demonstra o acúmulo de tecido adiposo na região abdominal, um dos principais fatores de risco cardiovascular. Esses dois índices associados nos permitem obter informações importantes relativas a composição corporal da nossa amostra, no que tange ao índice de risco cardiovascular. Entretanto, além de notarmos um equilíbrio entre os grupos, sabemos que esses índices não são determinantes do risco, representando apenas indícios, por isso também acreditamos que somente esses fatores não são suficientes para determinar risco cardiovascular e para apontar os efeitos do exercícios físico. 56 Talvez um dos fenômenos da dimensão corporal mais estudados, associados ao aumento da idade cronológica, sejam as alterações na composição corporal, especialmente a diminuição na massa livre de gordura e o incremento da gordura corporal (BEMBEN, 1995). O aumento do peso corporal e o acúmulo da gordura corporal parecem resultar de um padrão programado genéticamente, de mudanças na dieta e no nível de atividade física, relacionados com a idade ou por uma interação entre esses fatores (SPIRDUSO, 1995). A ausência de diferença estatística entre os grupos avaliados pode ter sido causada pela realização de um maior número de atividades da vida diária e uma dieta menos calórica em relação aos ativos, somados a uma composição genética favorável ou a associação desses fatores contribuindo para o IMC estar próximo do grupo ativos e no limíte dos valores recomendados pela organização munidial da saúde. O IMC próximo ao limite, quando observamos o parâmetro apenas para o grupo ativos, também sugere a possibilidade do grupo ativos possuir maior quantidade de massa magra em relação ao grupo sedentários, embora esse parâmetro não tenha sido avaliado. Além do IMC, existe um aumento de gordura na região superior do corpo, em relação à inferior, que pode ser determinado pela relação entre as circunferências da cintura e do quadril, embora estas também sejam medidas limitadas e indiretas da distribuição da gordura, na parte superior do corpo. Para a relação cintura quadril os dois grupos não apresentaram diferença, porém ficaram no limite dos valores recomendados pela organização mundial da saúde. 57 11.2 - Índices metabólicos Entre os fatores de risco que provocam o desenvolvimento da doença arterial coronariana, encontram-se as dislipidemias, que são distúrbios do metabolismo lipídico, com repercussões sobre as concentrações das lipoproteínas na circulação sangüínea, bem como sobre as concentrações dos seus diferentes componentes (GIANNINI,1998). Dislipidemias são modificações no metabolismo dos lipídios que desencadeiam alterações nas concentrações das lipoproteínas plasmáticas, favorecendo o desenvolvimento de doenças crônico- degenerativas. Estudos epidemiológicos demonstram que as dislipidemias estão associadas às doenças cardiovasculares, representando a principal causa de mortalidade entre adultos. As dislipidemias com concentrações anormais de colesterol total, triacíglicerol, baixas concentrações de lipoproteínas de alta densidade (HDL-colesterol), altas concentrações de lipoproteínas de baixa densidade (LDL-colesterol) e lipoproteína(a) plasmática, estão diretamente associadas à gênese e evolução da aterosclerose (YU, 2000). O exercício cardiovascular, físico protege contra o desenvolvimento de doença em parte pela redução plasmática de colesterol total, LDL- colesterol e aumento do HDL-colesterol. Também já está estabelecido que a redução da adiponectina plasmática e aumento da proteína C-reativa (CRP) e inibidor do ativador do plasminogênio-1 (PAI-1) desempenham um papel na manutenção de um estado inflamatório e no desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Os efeitos da atividade física sobre o perfil de lipídios e lipoproteínas são bem conhecidos. Indivíduos ativos fisicamente apresentam maiores concentrações de HDL colesterol e menores concentrações de 58 Triacíglicerol, LDL e VLDL colesterol, comparados a indivíduos sedentários (Durstine, 1994). Obesidade é uma característica de resistência à insulina que é um fator de risco bem reconhecido para doença coronariana (PRINEA,1993; COX, 1998). Concentrações elevadas de PAI-1, são encontrados em pacientes com doença cardíaca e podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento da aterotrombose (LANDIN, 1990; ALESSI, 1997). A produção de PAI-1 pelo tecido adiposo, em particular pelo tecido visceral, pode ser considerada um importante contribuinte para as elevadas concentações plasmáticas de PAI-1 observados em pacientes resistentes à insulina. Estudos de coorte prospectivo de pacientes com infarto do miocárdio prévio ou angina reforçaram a associação entre o aumento das concentrações plasmáticas de PAI-1 e o risco de eventos coronarianos, mas a capacidade preditiva da PAI-1 desaparece após os ajustes de insulina, marcador de resistência. Em conjunto, estes resultados apóiam a noção de que a PAI-1 pode ser uma ligação entre obesidade, resistência à insulina e doença cardiovascular (JUHAN, 1997). O combate à dislipidemia através de exercícios físicos tem sido alvo de inúmeros estudos e, atualmente, está sendo recomendado como parte integrante de seu tratamento (ZIOGAS 1997). Ao analisarmos os índices metabólicos da nossa amostra, embora não tenhamos encontrado diferença estatística, o grupo idosos ativos apresentou concentrações menores para colesterol, triacíglicerol e glicemia. Estudo realizado por Lira e colaboradores (2010), demonstrou que estilo de vida associado com exercícios de alta 59 intensidade e alto volume induz mudanças favoráveis no perfil lipídico e níveis de PAI-1 e pode reduzir doenças de risco cardiovascular. Um estudo que tinha como amostra 40 indivíduos idosos saudáveis normolipidêmicos, comparando 20 indivíduos que realizavam treinamento aeróbio a 50% do VO2máx com duração de uma hora por dia, quatro dias por semana com 20 que não realizavam treinamento aeróbio, apresentou aumento no HDL-colesterol total de 9,3%; HDL2-colesterol, 21,6%; e, 39,9% para a relação HDL2-colesterol/HDL3-colesterol, após cinco meses de programa, observando-se mudanças significativas em relação ao grupo que não treinava. Essa pesquisa concluiu que, tanto os efeitos do treinamento de baixa intensidade, como a duração total do exercício físico por semana, constituem fatores importantes para a melhora das concentrações da HDL-colesterol e subfrações em sujeitos idosos saudáveis (SUNAMI 1999). Observamos que nossa amostra realizou duas sessões de exercícios físicos de oitenta minutos cada, por semana, fator que pode ter influenciado nosso resultado. Contudo, outro estudo comparou diferentes níveis de intensidade de exercícios físicos aeróbios em 149 homens e 120 mulheres (pós-menopausa) sedentários e sem doenças cardiovasculares, com idades entre 50 e 65 anos, verificando ao final de dois anos de programa de treinamento, um aumento dos níveis de HDL-colesterol em diferentes intensidades do exercício, sendo que o grupo de indivíduos que treinava com uma intensidade mais baixa (60% a 73% da freqüência cardíaca máxima – (FCM), cinco vezes por semana, alcançou aumentos mais significativos na HDL-colesterol do que o grupo de indivíduos que treinava a uma intensidade maior (73% a 88% FCM), três vezes por semana (KING 1995). 60 Notamos uma leve melhora em nosso grupo, mesmo treinando em uma intensidade baixa e apenas duas vezes por semana em relação ao grupo sedentário. No entanto, acreditamos que se esse treinamento tivesse tido um volume maior, de quatro ou cinco sessões por semana, talvez tivéssemos encontrado resultados mais significativos estatisticamente. Contudo, nossos achados corroboram com esse e outros estudos que recomendam o exercício físico como parte do tratamento de dislipidemia. Em relação a equalidade do perfil glicêmico e lipídico dos grupos, um ponto importante que pode influenciar essas duas variáveis é a utilização de medicamentos específicos para esse fim. Embora a função dos remédios não tenha sido analisada com detalhes, a utilização desses se torna comum com o avançar da idade. Assim, notamos um maior consumo de medicamentos pelo grupo sedentários, que pode estar relacionado com a manutenção do perfil metabólico encontrado, enquanto que o grupo ativos conseguiu manter os índices abaixo do recomendado pela organização mundial da saúde, mesmo com um consumo menor de medicamentos, somado à prática de exercícios físicos regulares. 11.3 – Pressão Arterial e Variabilidade da Frequência Cardíaca Está bem estabelecido na literatura que a pressão arterial aumenta com o envelhecimento. A pressão arterial é a resultante da combinação instantânea entre o débito cardíaco e a resistência vascular periférica, e qualquer alteração em um ou outro desses componentes, ou mesmo em ambos, interfere nos níveis pressóricos (MICHELINI, 1999; IRIGOYEN et al., 2003). Os níveis de pressão arterial gerados pelo componente cardíaco e vascular são 61 rigorosamente controlados por complexos mecanismos que modulam não só a manutenção como a variação momento a momento da pressão arterial, regulando o calibre dos vasos, a reatividade vascular, a distribuição de fluido dentro e fora dos vasos e o débito cardíaco (MICHELINI, 1999; IRIGOYEN et al., 2003). Os exercícios físicos, sejam agudos ou crônicos, podem promover alterações cardiovasculares, como redução da pressão arterial no repouso e em cargas submáximas de esforço. Segundo Mendes e Barata (2008), a Pressão Arterial parece baixar após uma sessão isolada de exercícios, após um programa de exercícios regular ou, simplesmente, como conseqüência do aumento da atividade física habitual. A prática regular de exercício físico também tem demonstrado prevenir o aumento da pressão arterial associado à idade (GORDON, 1990; KASCH 1990). Programas de atividade física têm demonstrado diminuir a pressão arterial sistólica e diastólica, tanto de indivíduos hipertensos como de normotensos (GUIMARÃES, 2003; CIOLAC 2003). Uma metanálise de 54 estudos longitudinais randomizados controlados, examinando o efeito do exercício físico aeróbio sobre a pressão arterial, demonstrou que essa modalidade de exercício reduz, em média, 3,8mmHg e 2,6mmHg a pressão sistólica e diastólica, respectivamente (WHELTON, 2002). Reduções de apenas 2mmHg na pressão diastólica podem diminuir substancialmente o risco de doenças e mortes associadas à hipertensão (COOK, 1995). Em nosso estudo a pressão arterial sistólica e diastólica apresentou diferença significante entre os grupos. O grupo ativos, além dos valores menores, ainda conseguiu manter os limites de pressão arterial sistêmica dentro do recomendado pela sociedade brasileira de hipertensão que é de 120 62 mmhg por 80 mmhg independentemente da idade. Uma revisão, com estudos sobre o efeito do exercício (aeróbio e resistido, principalmente dinâmico) na PA em pacientes hipertensos, sugere que o treinamento resistido, de moderada intensidade, é capaz de reduzir a PA (FAGARD, 2007). Em nosso protocolo os sujeitos praticavam 30 minutos de exercícios resistidos com carga moderada associado a 30 minutos de treinamento aeróbio. Embora existam várias evidências demonstrando o efeito benéfico do exercício físico, principalmente o exercício aeróbio, agudo (PESCATELO, 2004; TAYLOR 2000) e crônico (WALLACE 2003) e em menor proporção os exercícios resistidos (CORNELISSEN, 2005), na hipertensão arterial, os estudos na população idosa são relativamente escassos. De fato, o idoso é mais suscetível aos efeitos adversos do sedentarismo, de intensidades elevadas de exercício (PESCATELO 1999) e à terapia medicamentosa (TAYLOR 2000), sendo necessária maior compreensão dos efeitos do envelhecimento associados a esses fatores. Nosso estudo também se preocupou com a quantidade de remédios que os sujeitos tomavam, e, a maioria dos participantes, dos dois grupos, relataram fazer uso de medicamentos anti-hipertensivos, talvez, esse fato reforce os dados da literatura que indicam o exercício físico como importante ferramenta ao tratamento da hipertensão associado ao tratamento farmacológico quando necessário. A relação entre a hipertensão controlada pelos medicamentos e a atividade física regular pode ser evidenciada por nossos resultados. Os indivíduos do grupo sedentário, tomavam remédios para o controle da pressão e ainda assim tinham níveis pressóricos acima do recomendado pela 63 Sociedade Brasileira de Hipertensão. Já o grupo ativos, foi capaz de manter os níveis tanto sistólico como diastólico dentro do parâmetro recomendado para saúde, sendo que este efeito resultou da combinação de medicamentos (uma quantidade menor quando comparada ao grupo sedentários) com a atividade física. A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) vem sendo estudada há vários anos, sendo cada vez maior o interesse pela compreensão de seus mecanismos e de sua utilidade clínica em doenças. De forma geral, a VFC descreve as oscilações dos intervalos entre batimentos cardíacos consecutivos (intervalos R-R), que estão relacionadas às influências do SNA sobre o nódulo sinusal, sendo uma medida não-invasiva, que pode ser utilizada para identificar fenômenos relacionados ao SNA em indivíduos saudáveis, atletas e portadores de doenças (PUMPRLA ET al., 2002; TASK FORCE, 1996). Com o envelhecimento, essa variabilidade diminui, especialmente em indivíduos com doenças cardiovasculares (VANDERLEI, 2009). A relação entre exercício físico e aumento da variabilidade, implicando em cardioproteção ao indivíduo, também é bastante estudada (KUO, 1999), e no presente estudo, foi confirmada. Juntamente com a atenuação os dados da pressão arterial, a variabilidade do grupo ativo aumentou, evidenciando uma adaptação positiva do controle autonômico da freqüência cardíaca. Na literatura, a melhora da capacidade física tem sido considerada um marcador da eficiência do protocolo de treinamento físico, sendo um achado comum pós-treinamento em ratos controles, diabéticos, velhos, infartados e hipertensos (MELO et al., 2003; DE ANGELIS et al., 2000; DE ANGELIS et al., 1999; DE ANGELIS et al., 1997; MUSCH, et al., 1989), bem como em humanos 64 saudáveis (BLAIR et al., 1984), hipertensos (KOKKINOS et al., 1995) e em indivíduos infartados (LA ROVERE et al., 2002). Uma meta-análise relatou que o treinamento aeróbio é parcialmente associado com a modulação vagal aumentada e que essa influência vagal pode manifestar-se em medidas como o aumento do poder de Low Frequency (LF) (SANDERCOCK et al., 2004). Nossos achados não demonstraram significância estatística para este parâmetro, entretanto lembramos que nosso grupo ativo treinava em média 30 minutos de exercício aeróbio por sessão numa intensidade de 50% a 70% da freqüência cardíaca máxima, o que pode não ter sido suficiente para melhorar este parâmetro. O exercício físico vem demonstrando melhorar a função autonômica cardíaca de hipertensos, indivíduos com insuficiência cardíaca e diabetes sem neuropatia autonômica. Melhoras na sensibilidade dos pressorreceptores após o treinamento físico podem favorecer modificações de sobrevivência a longo prazo, como as demonstradas em pacientes pós infarto do miocárdio (LA ROVERE et al., 2002). A utilização de estratégias não farmacológicas, como a prática de exercícios físicos regular, além de melhorar a capacidade funcional e atuar favoravelmente em reduzir os riscos coronarianos, também pode modificar a atividade autonômica cardíaca, levando a um maior predomínio parassimpático. 11.4 – Exercício físico e economia com medicamentos O exercício físico é aceito como agente preventivo e terapêutico de diversas enfermidades. No tratamento de doenças cardiovasculares e crônicas, a atividade física tem sido apontada como principal medida não farmacológica. 65 A adoção de um estilo de vida não sedentário, calçado na pratica regular de atividade física, diminui a possibilidade de desenvolvimento da maior parte das doenças crônicas degenerativas, além de servir como elemento promotor de mudanças com relação a fatores de risco para inúmeras outras doenças. Sugere-se inclusive, que a prática regular de atividade física pode ser, na tentativa de controle das doenças crônicas degenerativas, o equivalente ao que a imunização representa na tentativa de controle das doenças infectocontagiosas (SILVA, 1999). A suscetibilidade a essas doenças, a qual os idosos estão expostos, gera uma demanda maior para os tratamentos farmacológicos, na maioria das vezes, necessários e recomendados. Assim, a população idosa é responsável por grande parte do consumo de medicamentos, pois, com o aumento da duração média de vida, assiste-se ao desenvolvimento de várias doenças, incluindo as degenerativas, responsáveis pelo aparecimento de estados de invalidez (BERTI, 1999). A terapia medicamentosa aplicada a pacientes idosos requer cuidados especiais, pois a ação dos fármacos é bastante afetada pela idade. Isso se deve, principalmente, ao fato do metabolismo dos fármacos e da função renal serem menos eficientes nos extremos da vida. Assim, com algumas exceções, os fármacos tendem a produzir efeitos maiores, mais prolongados e mais efeitos colaterais. As alterações na composição corporal, como o aumento na percentagem de gordura, tem como conseqüência alterações no volume de distribuição que está relacionado com a concentração plasmática do fármaco (aumento do volume de distribuição para fármacos lipossolúveis e redução para fármacos polares) (RANG et al, 1997). O ajuste de dose de fármacos em 66 pacientes idosos pode seguir um roteiro que inclua a determinação da função renal via dosagem de creatinina, já que o rim é o órgão mais importante de eliminação de fármacos e de seus metabólitos (KAMPMANN; HANSEN, 1979). Em contrapartida o exercício físico vem sendo apontado como importante ferramenta não farmacológica na manutenção da saúde na terceira idade. Contudo, ainda não está esclarecido na literatura, se os efeitos advindos do exercício físico possuem relação direta com uma possível diminuição na utilização de medicamentos, com conseqüente economia de recursos financeiros principalmente para idosos. Uma das hipóteses deste trabalho era que idosos ativos pudessem ter um gasto menor com medicamentos devido aos efeitos do exercício físico, por isso investigamos também em nossa pesquisa o valor mensal em Reais, que idosos tanto ativos como sedentários gastam com medicamentos. Idoso ativos gastam em média R$ 36,36 contra R$ 121,38 para idosos sedentários, o que equivale a dizer que indivíduos idosos não praticantes de exercícios físicos gastam 333% a mais em remédios do que indivíduos fisicamente ativos. Considerando o salário mínino atual de R$ 545,00, os gastos com remédios para idosos sedentários representam 22,27% enquanto que para idosos fisicamente ativos esse percentual cai para 6,67%. Ao observarmos a quantidade de remédios ingerida, muito menor para ativos comparados aos sedentários, acreditamos que o grupo sedentários faça o controle dos índices metabólicos, níveis pressóricos e/ou outras doenças oriundas da terceira idade com medicamentos, enquanto que para o grupo ativos este índices são mantidos, parcialmente pelo exercício físico. Os valores gastos por idosos sedentários em nossa pesquisa corroborarm com estudo realizado por Lima (2003) com 28.943 idosos com idade igual ou superior a 60 67 anos, que demonstrou que 69% são portadores de ao menos uma doença crônica e que 43,9% possuem hipertensão. Considerando-se que 50% desta população têm renda pessoal de ¾ de um salário mínimo, o gasto médio mensal com medicamentos compromete aproximadamente um quarto da renda (23%) de metade da população idosa brasileira. Entretanto, não sabemos se essa economia com medicamentos apresentada pode ter impacto na qualidade de vida dos idosos. Sabemos contudo, que qualidade de vida é um termo muito amplo e engloba inúmeras variáveis, principalmente para idosos, e não temos a pretensão de atingir todas nesse trabalho. 11.5 – Exercício físico e qualidade de vida Há uma escassez na literatura da relação entre atividade física regular e a qualidade de vida mensurada por um instrumento validado e confiável. Nesta perspectiva, vários estudos têm sido realizados com o intuito de verificar a qualidade de vida em diferentes populações em diferentes estágios de suas vidas (QUADROS, 2006; VILELA, 2005). O interesse pela análise da qualidade de vida de indivíduos em idades mais avançadas justifica-se pelo aumento da expectativa de vida que abrange múltiplas dimensões, de ordem social, política, cultural e econômica (BERLIN 1990). Okuma (1998) afirma que estudos vêm evidenciando a atividade física como recurso importante para minimizar a degeneração provocada pelo envelhecimento, possibilitando ao idoso manter uma vida ativa e de qualidade. 68 Estudo realizado por Viana (2004), com 127 idosos com idade igual ou superior a 60 anos, onde o principal questionamento foi se a atividade física influenciaria a avaliação subjetiva da qualidade de vida das pessoas idosas, encontrou como resultados, que, de fato, as pessoas ativas ao longo da vida e atualmente (quando da realização da pesquisa) se avaliaram possuindo maior qualidade de vida do que as pessoas sedentárias. Nossa amostra também demonstra que os idosos fisicamente ativos percebem uma qualidade vida melhor que idosos sedentários para todos os aspectos, principalmente para os aspectos físicos e de relações sociais, onde essa maior qualidade de vida foi estatisticamente significante. Ruuskanen e Ruoppila, 1995 (apud OKUMA, 1998) ao entrevistarem 1224 idosos finlandeses com idade entre 65 e 84 anos, chegaram à conclusão de que a satisfação com a vida e a percepção subjetiva do bem-estar físico estavam significativamente relacionadas com a prática de atividade física. E ainda, de acordo com os autores, “por outro lado o bem-estar psicológico parece ser um grande preditor para que o indivíduo permaneça fisicamente ativo com o avançar da idade”. Outro estudo, afirma que uma das razões para inserir-se nos grupos de convivência mencionada pelos idosos é a necessidade de conviver socialmente, e ainda a possibilidade de realizar atividades físicas, objetivando melhoria de sua saúde. Segundo Leite (2002) relatam que houve mudanças significativas, uma vez que, para muitos deles, algumas manifestações clínicas - características de doenças crônicas - desapareceram ou amenizaram com essa prática. 69 12 – Considerações finais O objetivo do nosso estudo foi avaliar os efeitos metabólicos, cardiovasculares e autonômicos da prática regular de atividade física em idosos ativos e verificar se esses efeitos podem refletir na economia com medicamentos e na qualidade de vida dos idosos. Os principais resultados deste protocolo foram que o exercício físico praticado em duas sessões de 80 minutos cada, por semana, em intensidade de baixa a moderada, foi suficiente para ter uma discreta melhora nos índices da glicose, colesterol total e dos triglicerídeos sanguíneos, e uma melhora significativa nos níveis pressóricos e de variabilidade da freqüência cardíaca, sem promover mudanças no IMC e RCQ em relação ao grupo controle. Estas mudanças foram suficientes para alterar a qualidade de vida dos idosos, sendo que nosso estudo mostrou que o grupo dos ativos possui uma melhor qualidade de vida em relação ao grupo dos sedentários. Para a nossa amostra, os efeitos apresentados, advindos do exercício físico, além de proporcionar diminuição de risco cardiovascular e melhora na qualidade de vida, se mostraram relacionados com uma economia importante em remédios para a população idosa, com uma diferença grande e significativa em relação ao grupo sedentário. O exercício físico pôde gerar uma economia de praticamente 15% ao mês que representa R$ 85,02, ou quase dois salários míninos, ou seja, R$ 1020,24 no acumulado do ano. Podemos concluir que a prática regular do exercício físico tem efeitos benéficos nos fatores de risco para a doença cardiovascular, na percepção de qualidade de vida e nos aspectos econômicos dos idosos. 70 Esse estudo reforça o importante papel da prática de exercícios físicos regulares como forma de tratamento não-farmacológico nas disfunções ocorridas no organismo pelo avanço da idade cronológica, e também ressaltou que tais efeitos podem reduzir os gastos com fármacos para o idoso. 71 Referências AFFIUNE, A. Envelhecimento cardiovascular. In: FREITAS, E.V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 228-232. ALESSI MC, PEIRETTI F, MORANGE P, et al. Production of plasminogen activator inhibitor 1 by human adipose tissue: possible link between visceral fat accumulation and vascular disease. Diabetes. 1997;46:860-867. 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