UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu
Educação Física
Marcio Roberto Doro
ANÁLISE DE ASPECTOS BIODINÂMICOS E
CARDIOVASCULARES, RELACIONADOS À ATIVIDADE
FÍSICA E SAÚDE: COMPARAÇÃO ENTRE IDOSOS
PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA E SEDENTÁRIOS.
SÃO PAULO
2011
1
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu
Educação Física
Marcio Roberto Doro
ANÁLISE DE ASPECTOS BIODINÂMICOS E
CARDIOVASCULARES, RELACIONADOS À ATIVIDADE
FÍSICA E SAÚDE: COMPARAÇÃO ENTRE IDOSOS
PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA E SEDENTÁRIOS.
Dissertação apresentada ao Programa de
Mestrado em Educação Física da
Universidade São Judas Tadeu como
requisito parcial à obtenção do título de
Mestre em Educação Física.
Área de Concentração: Bases Biodinâmicas da
Atividade Física
Orientador: Prof. Dr. Érico Chagas Caperuto
SÃO PAULO
2011
2
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da
Universidade São Judas Tadeu
Bibliotecária: Elizangela L. de Almeida Ribeiro - CRB 8/6878
Doro, Marcio
D715a
Análise de aspectos biodinâmicos e cardiovasculares, relacionados à
atividade física e saúde: comparação entre idosos praticantes de atividade
física e sedentários / Marcio Doro. - São Paulo, 2011.
xx f. : il. tab. ; 30 cm
Orientador: Érico Chagas Caperuto
Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2011.
1. Atividade Motora – Idoso. 2. Envelhecimento - Sistema
cardiovascular. I. Caperuto, Érico Chagas. II. Universidade São Judas
Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física.3
III. Título.
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a DEUS pela oportunidade e privilégio que me foi
concedido em compartilhar tamanha experiência ao freqüentar este curso.
Dedico especialmente ao meu filho, João Gabriel Olveira Doro, que
com sua maturidade de um garoto de 8 anos, teve compreensão de minha
ausência em muito do tempo que estamos
acostumados a compartilhar,
principalmente nos meus finais de semana de folga. Realmente encontrei no
amor para com ele a força necessária para superar os obstáculos encontrados
no caminho.
Dedico também aos meus irmãos Celso Luiz Doro, Fabio Tadeu Doro e
Aline Elaine Doro que sempre estão presentes na minha vida.
Dedico aos meus Pais porque me trouxerem ao mundo e assim tive a
oportunidade de crescer e estar concluindo mais uma etapa da minha vida.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os colegas do laboratório do movimento humano,
sem os quais eu não teria tido êxito na conclusão deste trabalho.
Agradeço a todos os Mestres pela paciência, por terem contribuído de
maneira direta ou indireta para a realização deste trabalho.
Agradeço especialmente ao professor Érico Chagas Caperuto, que me
fez entender a expressão “Pai Ciêntifico”, aquele que nos estende a mão
quando precisamos de ajuda e que deixar andar sozinho quando é necessário
para que possamos aprender os caminhos do conhecimento. Meu MUITO
OBRIGADO.
Agradeço às professoras Kátia de Angelis e Iris Callado Sanches que
me
abriram
as
portas
do
laboratório
do
movimento
humano
e
consequentemente para o meu ingresso neste curso.
Agradeço a minha mãe Neide Moino Doro, pela preocupação, carinho e
pelos longos períodos que se ocupou em cuidar do meu filho.
5
Agradeço à Fabio Henrique Miranda dos Anjos, Christina Soares
Bombonato, Carolina Reis da Silveira e a todos os meus colegas de trabalho
que me apoiaram durante esse período.
Ao Sesc, empresa na qual trabalho, pelo auxílio financeiro.
Quero agradecer também aquelas pessoas que me deram amor, que
sorriram pra mim quando eu precisava, que me indicaram os caminhos,
àquelas que duvidaram de mim, que disseram que eu não era capaz e que
deveria desistir, afinal foi por causa dessas pessoas que eu superei meus
limites, que desafiei os acontecimentos e circunstâncias. Aos que me deram
atenção e aos que me negaram também, isso facilitou distinguir os amigos dos
conhecidos. Agradecer aqueles que me repreenderam severamente, que me
podaram o sentimento, que me traíram, que me magoaram que me tiraram o
chão, que me desfiguraram os sonhos, pois com essas pessoas conheci a face
da dor e da desilusão e pude aprender tudo o que não se deve fazer para
alguém.
À Universidade São Judas Tadeu (USJT) e todos os professores,
coordenadores, secretários e funcionários que, contribuíram para a realização
deste trabalho.
6
“Aprendi que diplomas na parede não me fazem mais
respeitável nem mais sábio.”
Anônimo
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende
o que ensina.”
Cora Coralina
7
SUMÁRIO
Lista de figuras
Lista de tabelas
Lista de quadros
Resumo
Abstract
1. Introdução...................................................................................................................1
2. Revisão de literatura...................................................................................................1
3. Objetivos....................................................................................................................27
3.1 Objetivo geral...........................................................................................................27
3.2 Objetivos específicos................................................................................................27
4. Hipótese......................................................................................................................27
5. Materiais e métodos...................................................................................................28
5.1.Amostra casuística.....................................................................................................28
5.2 Critérios de inclusão..................................................................................................28
5.3 Critérios de não inclusão...........................................................................................28
5.4 Grupo ativos..............................................................................................................29
5.5 Grupo sedentários......................................................................................................29
6. Procedimentos metodológicos..................................................................................30
6.1 Avaliação da qualidade de vida................................................................................30
6.2 Avaliação de aspectos econômicos...........................................................................30
6.3 Composição corporal................................................................................................30
6.4 Relação cintura quadril.............................................................................................31
6.5 Avaliação da pressão arterial....................................................................................31
6.6 Índices metabólicos, glicemia tríaciglierol e colesterol total...................................31
6.7 Avaliação da variabilidade da freqüência cardíaca..................................................32
7. Análise estatística......................................................................................................32
8. Aspectos éticos...........................................................................................................33
9. Orçamentos................................................................................................................33
8
10.Resultados..................................................................................................................33
11.Discussão....................................................................................................................42
11.1 - Índice de massa corporal e relação cintura quadril...............................................42
11.2 - Índices metabólicos...............................................................................................45
11.3 - Pressão Arterial e Variabilidade da Frequência Cardíaca....................................48
11.4 - Exercício físico e economia com medicamentos.................................................52
11.5 - Exercício físico e qualidade de vida....................................................................55
12. Considerações finais...............................................................................................57
13. Referências..............................................................................................................59
14.Anexos......................................................................................................................68
9
Lista de figuras
Figura 1: Treinamento grupo Ativos..............................................................................29
Lista de tabelas
Tabela 1: Número absoluto de idosos em países com população total perto ou acima de
100 milhões (em 2002)......................................................................................................3
Lista de quadros
Quadro 1: Remédios mais utilizados pelos sujeitos.......................................................34
Quadro 2- Índice de massa corporal (IMC) e relação cintura quadril...........................35
Quadro 3 - Índices metabólicos, glicemia, colesterol total e tríaciglicerol..................36
Quadro 4 – Pressão arterial sistólica e diastólica...........................................................37
Quadro 5 – Variabilidade da freqüência cardíaca, Intervalo de Pulso e Balanço entre as
bandas de alta e baixa frequência....................................................................................38
Quadro 6 – Índices de Qualidade de vida .....................................................................39
Quadro 7 - Avaliação do custo mensal com remédios...................................................40
Quadro 8 – Resumo geral dos resultados do Trabalho...................................................42
10
Lista de Gráficos
Gráfico 1 - Índice de massa corporal (IMC) e relação cintura quadril............................35
Gráfico 2 – Índices metabólicos, glicemia, colesterol total e tríaciglicerol ...................36
Gráfico 3 – Pressão arterial.............................................................................................37
Gráfico 4 - Variabilidade da freqüência cardíaca em ms2, Intervalo de Pulso em MS e
Balanço LF/HF................................................................................................................38
Gráfico 5 – Qualidade de vida........................................................................................39
Gráfico 6 – Parâmetros avaliados para qualidade de vida..............................................40
Gráfico 7 - Avaliação do custo mensal com remédios de em R$....................................41
Gráfico 8 - Avaliação quantidade de remédios...............................................................41
11
RESUMO
O presente estudo avaliou os efeitos crônicos da prática do exercício
físico regular em 35 idosos e a relação destes na economia com fármacos,
risco cardiovascular, em parâmetros metabólicos, composição corporal e
qualidade de vida. O grupo ativo foi composto por 22 idosos (10 homens e 12
mulheres) com média de idade de 67,09 ± 5,92. O grupo sedentários composto
por 13 idosos (2 homens e 11 mulheres) com média de idade de 70,15 ± 6,10.
O treinamento físico foi realizado 2 vezes por semana com intesidade de baixa
a moderada e o grupo ativo é praticante regular de exercícios físico há 2 anos.
Foram avaliados: valores gastos em medicamentos, variabilidade da freqüência
cardíaca, pressão arterial, glicemia; tríaciglicerol, colesterol total, índice de
massa corporal, relação cintura quadril e qualidade de vida. Resultados: os
efeitos crônicos do exercício físico em idosos foram eficientes para diminuir os
fatores de risco cardiovascular avaliados e também em reduzir os gastos com
medicamentos esse conjunto de fatores fez com que o idoso perceba uma
melhor qualidade de vida. Concluímos que o idoso praticante de exercício físico
regular possui menor influência dos fatores de risco cardiovascular, tendo um
menor
consumo
de
medicamentos,
consequentemente,
gerando
uma
importante economia mensal. Esse conjunto de fatores proporcionou ao sujeito
uma melhor percepção em relação à qualidade de vida.
Palavras-chaves:
Sistema
cardiovascular,
treinamento
físico,
idosos,
medicamentos, índices metabólicos, estilo de vida.
12
ABSTRACT
This study evaluated the chronic effects of regular physical exercise in 35
elderlies, in the economy with drugs, cardiovascular risk in metabolic
parameters, body composition and quality of life. The active group consisted of
22 elderly patients (10 men and 12 women) with average age of 67.09 ± 5.92.
The group consisted of 13 sedentary elderly (2 men and 11 women) with
average age of 70.15 ± 6.10. The physical training was performed two times per
week with low-to-moderate intensity and the active group is practicing regular
physical exercise for 2 years. Were evaluated: amount spent on drugs, heart
rate variability, blood pressure, blood glucose; triacylglycerol, total cholesterol,
body mass index, waist-hip ratio and quality of life. Results: The chronic effects
of exercise in the elderly were efficient to reduce the cardiovascular risk factors
assessed and also to reduce drug expenditures this set of factors meant that
the elderly perceive a better quality of life. We conclude that the elderly
practitioner of regular exercise has lessa influence of cardiovascular
risk
factors, with lower consumption of medications, thus generating significant
monthly savings. This se of factors provided the subject a better perceptions of
the quality of life.
Keywords: Cardiovascular system, physical training, elderly, drugs,
metabolic ratios, life style.
13
1- Introdução
Esse estudo inicia com uma revisão bibliográfica a respeito do
envelhecimento, dos fatores de risco cardiovascular que mais acometem os
idosos e do quanto os idosos utilizam de medicamentos para a manutenção da
saúde. De nossos resultados, destacamos os efeitos crônicos positivos do
exercício físico em idosos em relação aos fatores de risco para doença
cardiovascular, a diminuição dos gastos mensais de idosos com fármacos e
também sua melhor percepção em relação à qualidade de vida.
2 – Revisão da Literatura
O Tempo é uma linha tênue que separa o passado do futuro onde
vivemos o presente, o homem já tentou, mas ainda não conseguiu dominá-lo.
Com o passar dos tempos o ser humano iniciou seu grande desafio contra a
morte. Antes de iniciarmos nosso trabalho sobre o envelhecimento, temos que
lembrar que o corpo humano está em constante mutação, nascemos e nos
desenvolvemos a partir de uma única célula, no momento da concepção até
transformarmos, na idade adulta, em um organismo composto por milhões de
células. A puberdade transforma as crianças em adultos. Na idade adulta
ocorre uma fase de estabilidade, e alguns estudos apontam que aos trinta anos
tem
início
o
processo
de
envelhecimento
embora
ocorram
poucas
transformações. Manter-se saudável na velhice já é o próximo passo da ciência
onde tenta-se a todo instante agregar mais qualidade a esse período da vida.
Assim, o envelhecimento da população é uma das maiores conquistas
da humanidade, no que se refere aos avanços da medicina. O crescimento da
população idosa no mundo é, antes de tudo, uma história de sucesso para as
14
políticas de saúde pública, assim como para o desenvolvimento social e
econômico (OMS, 1999). A proporção de pessoas com idade igual ou superior
a 60 anos não pára de crescer ao redor do globo, e aumenta mais rapidamente
que a de qualquer outra faixa etária. Entre 1970 e 2025, espera-se um
crescimento de 223 %, ou em torno de 694 milhões, no número de pessoas
mais idosas. Em 2025, existirá um total de aproximadamente 1,2 bilhões de
pessoas com 60 anos ou mais, conforme mostra a tabela 1 da Organização
Mundial da Saúde (OMS, 2001).
15
Tabela 1 – Crescimento de idosos no mundo.
Número absoluto de idosos > 60 anos (em milhões) em 2002
País
2002
2025
China
134,2
287,5
Índia
81,0
168,5
EUA
46,9
86,1
Indonésia
17,1
35,0
Brasil
14,1
33,4
Paquistão
8,6
18,3
Bangladesh
7,2
17,7
México
7,3
17,6
Nigéria
5,7
11,4
*Modificado de OMS 2002
Os motivos para o crescente número de pessoas idosas e longevos
incluem (1) um declínio na taxa de natalidade, uma diminuição na mortalidade
infantil e o controle de doenças infecciosas no decorrer da primeira metade do
século XX; (2) um decréscimo na morte prematura de adultos (à medida de que
a prevenção e o tratamento de doenças cardíacas isquêmicas e do câncer
melhoraram); e (3) um aumento geral da média do ciclo da vida entre os idosos
(provavelmente, em razão de uma melhora das condições de vida quanto aos
avanços na prática médica). Outros fatores que influenciam o curso do
envelhecimento e o quadro demográfico resultante incluem a herança genética,
sexo, posição socioeconômica, a atividade física habitual (SHEPHARD, 1997)
e nutrição.
A
Organização
Mundial
da
Saúde
(OMS,
2002)
classifica
o
envelhecimento em quatro estágios: (1) Meia-idade: 45 a 59 anos; (2) Idoso(a):
16
60 a 74 anos; (3) Ancião 75 a 90 anos; (4) Velhice extrema: > 90 anos. Para a
OMS (2002), a terceira idade tem inicio aos 60 anos para países em
desenvolvimento e 65 anos para países desenvolvidos. O processo de
envelhecimeto individual assume muitas particularidades que, associar o
envelhecimento à idade cronológica permite apenas uma rude percepção do
processo de envelhecimento, mas é uma classificação importante para efeitos
de pesquisa, já que o processo de envelhecimento depende de três classes,
como fatores biológicos, psíquicos e sociais (PEREIRA, 2004). Em geral, a
literatura classifica, didaticamente, as pessoas acima de 60 anos como idosos
e participantes da Terceira Idade. Recentemente, este marco referencial
passou para 65 anos em função principalmente da expectativa de vida e das
tentativas legais do estabelecimento da idade para o início da aposentadoria
(DOURADO & LEIBING, 2002).
Examinado
sob
a
ótica
puramente
biológica,
sabe-se
que
o
envelhecimento é um processo natural e acontece com todas as espécies de
forma semelhante. Em razão da escassez de dados longitudinais, os cálculos
de idade biológica têm sido geralmente baseados na perda da função, e
independência do idoso. Em conseqüência, os pesquisadores têm sido
forçados a comparar seus índices com a idade cronológica.
Contudo em qualquer período da história, as pessoas envelhecem em
ritmos diferentes, mesmo dentro de um país determinado e das mesmas
condições socioeconômicas. Não existe ainda um índice objetivo da idade
funcional biológica de um indivíduo que se correlaciona o seu calendário etário.
Tal índice facilitaria nossa compreensão do fenômeno do envelhecimento e
tornaria mais fácil determinar se o ritmo de deterioração funcional pode ser
17
manipulado por mensurações como atividade física regular ou a adoção de
uma dieta especial (HEIKKINEN et al., 1994).
No âmbito da saúde, o envelhecimento populacional é um fenômeno que
gera novas demandas para os serviços e aumentos substanciais nos custos de
programas exigindo o desenvolvimento de ações visando a sua resolução
(VERAS, 1994).
Apesar de o envelhecimento populacional representar, de um modo
geral, o êxito da saúde, a maioria dos idosos apresenta algum tipo de doença
crônica que em algumas situações os impede de conviver em sociedade. Um
estudo realizado com 225 idosos constatou que estes deixaram de freqüentar
os grupos de terceira idade por motivo de doença (VAROTO e colaboradores
2004). É de extrema importância compreender a ação do envelhecimento nas
funções corporais, para que os profissionais de saúde possam aprimorar suas
ações frente ao atendimento dessa população.O que se espera na velhice é
que o idoso seja capaz de determinar e executar seus próprios desígnios.
Qualquer pessoa que alcance os oitenta anos capaz de gerir sua própria
vida e determinar quando, e como se darão suas atividades de lazer,
convívio social e trabalho (produção em algum nível) certamente será
considerada uma pessoa saudável, independente de quaisquer quantidade
de remédio que venha a tomar (RAMOS 2003). Contudo, as limitações
corporais e a consciência da temporalidade passam a ser problemáticas
fundamentais no processo do envelhecimento humano, e aparecem de forma
reiterada no discurso dos idosos, embora possam adquirir diferentes nuanças e
intensidades dependendo da sua situação social e da própria estrutura psíquica
18
(GOLDFARB, 1998). Estima-se que o percentual da população idosa brasileira
chega a aumentar aproximadamente 230% em 23 anos, segundo tabela 1.
Com base nesses dados, é de extrema importância compreender a ação
do envelhecimento nas funções corporais, para que os profissionais de saúde
possam aprimorar suas ações frente ao atendimento dessa população. A
senescência é o processo natural do envelhecimento, o qual compromete
progressivamente os aspectos físicos e cognitivos do individuo (PEREIRA
2004). Os avanços da medicina não param, novas drogas surgem a cada dia,
mas nem sempre um aumento na expectativa de vida está aliado à qualidade
da mesma.
As constantes evidências dos benefícios cardiovasculares, metabólicos
e autonômicos provenientes do exercício físico crônico têm levado muitos
pesquisadores a sugerir a prática regular de exercício físico como uma conduta
não-farmacológica importante na prevenção e no tratamento da hipertensão,
bem como em diferentes situações associadas como diabetes, resistência à
insulina e obesidade (IRIGOYEN et al., 2003). Atualmente, não existem
dúvidas que o exercício físico potencializa o tratamento de tais doenças (WICHI
et al., 2009). Assim, médicos e programas de saúde recomendam a prática
regular de exercício físico como apoio ao tratamento não farmacológico.
Entretanto
não
existem
muitos
estudos
que
avaliam
os
benefícios
cardiovasculares do exercício físico em idosos com uma possível economia
com remédios (economia essa vital para idosos que sobrevivem com
aposentadoria) e uma possível melhora na qualidade.
2.1 - Qualidade de Vida
19
A avaliação da qualidade de vida tem recebido nos últimos anos um
olhar mais atentos nas investigações relacionado à saúde, principalmente em
indivíduos com doenças crônicas degenerativas. A OMS (2005) define como
saúde um estado de completo bem-estar físico, mental e social. O estado geral
de saúde é um dos parâmetros que estão associados à qualidade de vida. O
conceito de qualidade de vida é amplo, sendo influenciado por todas as
dimensões da vida, que inclui, mas não está limitada, à saúde sendo este o
aspecto que mais a diferencia da qualidade de vida relacionada à saúde
(QVRS) (SILVA, 2004). O tema qualidade de vida vem recebendo destaque em
várias áreas de pesquisa e suas definições são tão numerosas e divergentes
quanto os métodos de avaliação (FERRISS, 2006).
Nahas (2004) define qualidade de vida como a percepção de bem estar
resultante de um conjunto de parâmetros individuais e sócios ambientais,
modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser
humano. Assim, o conceito de qualidade de vida é diferente de pessoa para
pessoa e tende a mudar ao longo da vida. A qualidade de vida é considerada
como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura
e sistema de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações (WHOQOL, 1994). É
um
conceito
muito amplo que incorpora de uma maneira complexa a saúde física de uma
pessoa, seu estado psicológico, seu nível de dependência, suas relações
sociais, suas crenças e sua relação com características proeminentes no
ambiente (OMS, 1994). À medida que um indivíduo envelhece, sua qualidade
de vida é fortemente determinada por sua habilidade de manter autonomia e
20
independência. Nesse contexto, a capacidade funcional, no que se refere à
dimensão física torna-se um dos marcadores do envelhecimento com
qualidade de vida, sua manutenção é o principal fator para prolongar a
independência do idoso (CIPRIANI, 2010).
2.2 - O Processo de envelhecimento
Envelhecimento se refere ao grupo de alterações morfofuncionais que
ocorrem ao longo da vida, após a maturação sexual e que, progressivamente,
comprometem a capacidade de resposta dos indivíduos ao estresse ambiental
e à manutenção da homeostasia. A entrada na velhice depende de vários
aspectos que ultrapassam limiares de mera cronologia. Cada indivíduo reage
de forma única ao avanço da idade (THOMPSON 2002, NETO 2002 e
FARINATTI 2002).
É
importante
saber
distinguir
entre
as
causas
naturais
do
envelhecimento aqui denominado senescência, das alterações produzidas
pelas diversas doenças que podem acometer os idosos. Tal distinção é
importante para compreender que o envelhecimento é um fenômeno fisiológico
embora determinadas doenças possam ser mais freqüentes nessa fase da vida
(JACOB, 2003).
2.3 - Fatores de risco para doenças cardiovasculares em idosos
21
Relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que as
doenças cardiovasculares foram responsáveis por cerca de 30% de todas as
mortes no mundo, ou seja, 15 milhões de óbitos a cada ano, sendo sua maior
incidência em países em desenvolvimento (BRANDÃO, 2000). No Brasil as
doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte,
representando um aumento significativo nos últimos anos, sendo responsáveis
por 250.000 óbitos anualmente (FONSECA, 2000). Estudos alertam para o
aumento da presença de fatores de risco, como obesidade, hipertensão arterial
sistêmica (HAS), hipercolesterolemia, hiperglicemia e sedentarismo, para o
aumento da incidência de doenças cardiovasculares.
As alterações normais do envelhecimento no sistema cardiovascular
associam-se a fatores de risco como tabagismo, obesidade, hipertensão
arterial sistêmica (HAS), hipercolesterolemia, hiperglicemia e sedentarismo,
assim
é
observada
maior
predisposição
à
prevalência
de
doenças
cardiovasculares em idosos. O envelhecimento do sistema cardiovascular é
caracterizado por alterações centrais (coração) e sistêmicas (artérias).
Na
estrutura cardíaca, o envelhecimento é acompanhado do número de células
autoexcitáveis do nó sinusal e acúmulo de tecido fibroso em diversas partes do
sistema de condução (LAKATTA, 1993). Já no sistema arterial, o enrijecimento
e espessamento das médias e grandes artérias, ocorrem por perda progressiva
de tecido elástico, acúmulo de tecido conjuntivo e depósito de cálcio, levando a
diminuição da complacência arterial. Tais alterações ocorrem vasculares
causam a elevação da pressão arterial sistólica, aumento da impedância
22
aórtica e consequentemente a hipetrofia do ventrículo esquerdo (LAKATTA,
2003).
Alterações metabólicas associadas ao processo de envelhecimento,
como modificações no número, na densidade, na afinidade e sensibilidade de
receptores presentes na membrana celular, e diminuição na capacidade de
sintetizar e liberar hormônios neurotrasmissores (MAZZEO, 2000), modificam o
padrão de respostas fisiológicas e aumentam a predisposição do indivíduo à
doenças. A partir da terceira década de vida, o aumento de massa gorda se
reflete em ganho de peso até aproximadamente 60 anos. Após essa idade
esse o aumento de massa gorda continua existindo, mas se contrapõe a perda
de massa muscular e óssea não evidenciando mais o aumento de peso. O
aumento de massa gorda é causado também, por reduções da taxa de
metabolismo basal e do nível de atividade física, gerando um desequilíbrio
energético (SHEPHARD, 1997).
2.4 - Alterações cardiovasculares do envelhecimento
De acordo com dados epidemiológicos, nos Estados Unidos, é esperado
um aumento da população com idade acima de 65 anos de 35 milhões em
2000 para 87 milhões em 2030, um percentual de 147%. Ao mesmo tempo, a
população com idade acima de 85 anos é esperado um aumento de um
percentual de 389%. A noção de que o envelhecimento requer tratamento é
baseado na crença de que tornar-se velho é indesejável. Nas últimas décadas,
o envelhecimento tem recebido uma conotação negativa e se tornou sinônimo
de deterioração, aproximando-se de doença, e a morte. Isso realmente
acontece porque as taxas de morbidade da doença cardiovascular aumentam e
23
a mortalidade acentuada com o avanço da idade, além de outras
comorbidades. Este processo está relacionado com maiores taxas de
incidência de doenças cardiovasculares, incluindo hipertensão, insuficiência
cardíaca e infarto do miocárdio (BECKER et al., 2003). Além disso, fatores
ambientais e estilo de vida sedentário também pode estar relacionada a
doenças cardiovasculares, que podem levar ao aumento dos custos individuais
e governamentais com tratamentos farmacológicos (BELL et al., 2001).
Nas artérias, ocorre acúmulo de gordura (aterosclerose), perda de fibra
elástica e aumento de colágeno. Dessa forma, a função cardiovascular fica
prejudicada, diminuindo a resposta de elevação de freqüência cardíaca ao
esforço ou estímulo, aumentando a disfunção diastólica do ventrículo esquerdo
e dificultando a ejeção ventricular. Além disso, ocorre a diminuição da resposta
às catecolaminas e a diminuição a resposta vascular ao reflexo barorreceptor.
Ocorre maior prevalência de Hipertensão arterial sistólica isolada com maior
risco de eventos cardiovasculares (PASI, 2006).
Conforme ocorre em outros tecidos, é muito difícil traçar linhas
divisórias entre o envelhecimento cardiovascular normal, os efeitos de
decréscimos na atividade física habitual relacionados à idade, e a doença
que se desenvolve à medida que os anos passam. Estudos de autópsia
demonstram que 60 e 70% dos indivíduos idosos têm alguma evidência de
doença cardiovascular coronária (ELVEBACK & LIE, 1984).
Ao contrário do que ocorre em outros órgãos, o peso do coração
aumenta
com
a
idade.
O
coração
humano
aumenta
em
massa
aproximadamente 1g/ano nos homens e 1,5g/ano nas mulheres (VELLOSO,
24
2007), o que é corroborado por Miguel Jr, quando diz: “(...) O coração é o único
órgão que com o envelhecimento não só se atrofia mas, pelo contrário, se
hipertrofia. Esta hipertrofia decorre do aumento da pós-carga associada ao
envelhecimento,
decorrente
primordialmente
do
enrijecimento
arterial” (MIGUEL 2008). Além do aumento da massa do músculo cardíaco,
também verifica-se aumento maior da espessura do septo interventricular que
da parede do ventrículo esquerdo (VE) (MIGUEL 2008).
A condução cardíaca é alterada pelo envelhecimento das células
marcapasso no nó sinoatrial, embora no coração em repouso a função
cardíaca não parece ser afetada (AFFIUNE 2002 e FARIA 2008). Há
acentuada redução do número de células do nó sinusal, que podem
comprometer o nó atrioventricular e feixe de His. A degeneração do sistema de
condução predispõe ao aparecimento de arritmias, principalmente a doença do
nó sinusal (AFFIUNE 2002 e COSTA, 1990)
A Frequência cardíaca (FC) média em repouso altera-se pouco com o
avanço da idade (FAGARD, THIJS E AMERY, 1993). Durante o exercício
submáximo, a relação entre a frequência cardíaca e o consumo de oxigênio
é, frequentemente, similar àquela dos adultos mais jovens (DEMPSEY &
SEALS, 1995). Alguns autores encontraram um FC mais lenta, ao invés de
uma mais rápida, em pessoas idosas durante o esforço submáximo
(KOHRT et al., 1993). A FC máxima diminui substancialmente com o
envelhecimento. A clássica fórmula de Karvonen sugere 220 menos a idade
para o cálculo da FC máxima, entretanto alguns autores têm encontrado
valores médios de até 20 batimentos mais altos do que os 155 batimentos
por minuto (BPM), previstos para idosos de 65 anos (DEMPSEY & SEALS,
25
1995). As razões para o declínio da FC máxima ainda necessitam de ser
totalmente
esclarecidos,
mas
possivelmente
incluem
alterações
na
liberação e reação das catecolaminas e uma crescente rigidez da parede
cardíaca (SHEPHARD, 1997).
O envelhecimento se caracteriza por uma diminuição do VO2 max.
(volume máximo de oxigênio), de 6% a 7% por década de vida (PERINI et
al., 2002).
2.5 - Envelhecimento e sistema nervoso autonômico (SNA)
Mudanças no sistema nervoso autônomo são parcialmente responsáveis
por
complicações
cardiovasculares
associadas
ao
envelhecimento
e
sedentarismo. Evidências acumuladas nas últimas duas décadas mostrou que
a atividade física e mudanças no estilo de vida são uma estratégia nãofarmacológica notável para o aumento da expectativa de vida em idosos. Ainda
mais os benefícios clássicos sobre o sistema cardiovascular, a atividade física
pode desempenhar um papel importante na gestão de leve a moderada
doenças de saúde mental, principalmente depressão e ansiedade, e influenciar
positivamente a socialização (PALUSKA et al., 2000) .
Walter Cânon, por volta de 1920, definiu que o sistema nervoso
autônomo (SNA), por meio de dois sistemas antagônicos (o simpático e o
parassimpático), era fundamental para manutenção do equilíbrio do organismo,
definindo esta situação com o termo “homeostasia” (CÂNON, 1939). O conceito
da fisiopatologia da disfunção autonômica surgiu por volta de 1920, a partir dos
estudos de Bradbury e Eggleston, que demonstraram as causas neurogênicas
da hipotensão postural (BRADBURY & EGGLESTON, 1925). Atualmente,
26
sabe-se que a disfunção autonômica está presente em distúrbios metabólicos,
como diabetes mellitus e obesidade, e também nos distúrbios cardiovasculares,
como hipertensão e insuficiência cardíaca. Por essa razão tem sido crescente o
número pesquisas envolvidas no estudo do SNA.
Relatórios publicados têm demonstrado um declínio na atividade nó
sinoatrial parassimpático (MARK, 1995;. ECKBERG et al, 1971) e um aumento
da atividade simpática no coração e sistema vascular com o envelhecimento,
1995).
O comprometimento do tônus vagal parece ser o principal determinante
de mudanças no controle da freqüência cardíaca que vêm com o
envelhecimento, uma vez que o envelhecimento reduz a taquicardia que pode
ser induzida por atropina em humanos e animais (FERRARI et al.,
1991). Stratton et al.(2003) estudaram os efeitos cardiovasculares do bloqueio
parassimpático e demonstrou um pequeno aumento da freqüência cardíaca,
pressão arterial sistólica e diastólica. Depressão da arritmia sinusal respiratória
com a idade também sugere uma diminuição da influência parassimpática
sobre função do nó sinusal (KUO et al. 1999). Disfunção na atividade da porção
neural (aferente, central ou eferente) do sistema vagal e os receptores
cardíacos muscarínicos podem estar envolvidos nas mudanças parassimpático
associadas ao envelhecimento.
Aumento da atividade simpática tem sido indicado pela taxa de secreção
de noradrenalina e gravações de atividade nervosa simpática associada com o
músculo
esquelético
e
concentrações plasmáticas
coração. Estudos
de
têm
noradrenalina
demonstrado
basal são
que
as
elevados em
populações idosas (RUBIN et al, 1990). A diminuição da modulação
27
autonômica associada com a idade avançada também se reflete em mudanças
na variabilidade da freqüência cardíaca, variabilidade da pressão arterial e seus
componentes de freqüência. Framingham demonstrou que a VFC reduzida foi
um preditor de novos eventos cardíacos e hipertensão em uma população de
meia-idade (TSUJI et al., 1993). Portanto, a variabilidade da frequência
cardíaca tem sido utilizado como um importante preditor de morte e não-fatal
disfunção cardiovascular (KLEIGER et al., 1987).
O processo de envelhecimento está associado com uma redução na
VFC, associado a um declínio relacionado a idade na regulação parassimpática
e maior modulação simpática (COLOSIMO et al, 1997;. PICCIRILLO et al,
1998;. PFEIFER et al, 1983). Estudos clínicos e experimentais têm mostrado
que a potência espectral do componente de alta freqüência (HF) da VFC reflete
modulação parassimpática, e os de baixa freqüência (LF) série de VFC reflete
vagal, extremamente simpática, modulações (MALLIANI et al., 1991). Além
disso, o componente LF da variabilidade é um reflexo da modulação simpática
da circulação. Indivíduos saudáveis mais idosos exibiram menor componentes
HF e mais componentes LF em repouso, quando comparados com indivíduos
mais jovens e, conseqüentemente, um maior equilíbrio simpático-vagal (BF /
AF) (PFEIFER et al., 1983). A relação LF / HF é considerado por alguns
pesquisadores para refletir o equilíbrio simpático-vagal ou modulações
simpática (MALLIANI et al, 1991; APPEL et al, 1989; MONTANO et al,
1994). Isto sugere que pode haver algum aumento da influência simpática
sobre variabilidade da FC com o aumento da idade.
O processo de envelhecimento é acompanhado de redução na síntese
de neurotransmissores, que está relacionada a doenças incapacitantes da
28
senescência. A diminuição da acetilcolina, por exemplo, pode estar associada a
deficiências cognitivas e motoras em fases mais avançadas da doença de
Alzheimer (FROLICH, 2002). Mudanças no SNA são em partes responsáveis
por complicações cardiovasculares associadas ao envelhecimento e o estilo de
vida sedentário, essas mudanças estão relacionadas a um aumento da
atividade simpática e uma redução da atividade parassimpática, que podem
ser medidas pela variabilidade da freqüência cardíaca (VFC). (Whichi e
colaboradores 2009).
Alterações do sistema nervoso central (SNC), que ocorrem no
envelhecimento normal, podem acarretar comprometimento nos sistemas
sensorial/perceptivo,
cognitivo/comportamental
e
motor
resultando
em
limitações funcionais para idoso. O equilíbrio, velocidade, controle dos
movimentos e postura do corpo são as estruturas onde ocorrem grandes
alterações, que embora sejam de forma individual e gradativa, são de vital
importância para as atividades diárias do idoso (SPIRDUSO, 1995).
A função autonômica cardíaca, avaliada pela VFC no domínio da
freqüência, em adultos com idade entre 65-70 anos apresenta-se diminuída,
independente da presença de DCV (Doenças Cárdio-Vasculares) (STEIN,
1999). A VFC em relação de base e não-linear e inclinação da mesma
continua a aumentar com o avanço da idade e estão mais relacionados com
o risco de DCV. (Phyllis, 2009). Dessa forma podemos observar que as
alterações na VFC, pode não interferir nas mudanças da FC, sendo que o
sujeito pode ter uma retirada vagal e ser portador de alguma doença
cardiovascular sem que haja alteração na FC. Por outro lado, qualquer
29
alteração na FC reflete diretamente na VFC, reiterando sua importância
como diagnóstico para DCV e parâmetro de treinamento. Idosos que
adotam um estilo de vida ativo por um longo período, adquirem uma maior
VFC global e índices e, portanto, podem contrariar o declínio relativo à
idade no controle autonômico cardíaco melhor do que aqueles que
possuem estilo de vida sedentário (BUCHHEIT, 2004).
A VFC é um parâmetro que se traduz em capacidade de adaptação
do
coração
variabilidade,
mediado
medida
pelo
sistema
através
da
nervoso
utilização
autônomo.
de
um
Uma
alta
frequencímetro
programado para tal, implica em uma comunicação saudável e eficiente
entre o sistema nervoso e o músculo cardíaco. Essa comunicação eficiente
garante
respostas
cardíacas
adequadas
em
situações
inesperadas
percebidas pelo sistema nervoso (VANDERLEI E COLABORADORES,
2009). Portanto, podemos dizer que utilizar a VFC para medir a eficácia da
comunicação entre o SNA e o coração, bem como a influência do SNA
sobre
o
coração,
pode
ser,
além
de
um
bom
parâmetro
para
acompanhamento dos efeitos do treinamento, também uma importante
ferramenta para a prevenção de uma das doenças mais perigosas, mortais
e caras (em termos de utilização e custo dos remédios) para os indivíduos
idosos.
O estudo dos pressorreceptores é outra conhecida forma de estimar a
função autonômica. Os pressorreceptores arteriais são mecanorreceptores
sensíveis às deformações da parede vascular e, devido ao seu alto ganho,
constituem-se na forma mais importante de controle da pressão arterial em
30
curto prazo, ou seja, momento a momento. Além do controle reflexo da
atividade autonômica, os pressorreceptores também exercem controle tônico
sobre a atividade simpática (inibição) e parassimpática (estimulação). Assim, o
comprometimento da função dos pressorreceptores pode atuar como elemento
permissivo ao estabelecimento de alterações primárias de outros mecanismos
de controle da função cardiovascular, por não modular a atividade simpática e
parassimpática de modo adequado (IRIGOYEN et al., 1995; IRIGOYEN ET al.,
1991).
2.6 - Aspectos Sócio-econômicos
Existem diversos fatores que podem contribuir para uma melhor
qualidade de vida na terceira idade. Por exemplo, segundo dados do
envelhecimento ativo (2005) da OMS, o trabalho é um fator determinante
por toda a vida adulta e tem grande influência sobre a preparação, sob o
aspecto financeiro, do indivíduo para a velhice. O acesso a tratamentos de
alta qualidade e de longo prazo dignos é particularmente importante na
idade mais avançada. O desemprego possui efeitos particularmente
adversos sobre a saúde e a expectativa de vida. Ele está associado a uma
mobilidade social na direção inferior, perda da casa própria, fracasso de
casamento, deficiência de saúde crônica e uma experiência de mortalidade
adversa (Moser et al.,1987). A análise de vários grupos de dados
demonstra taxas mais altas de acidentes, doenças cardiovasculares,
câncer, doenças respiratórias e doenças cerebrovasculares, entre os
membros mais pobres da sociedade e todos esses problemas aceleram a
transição para categorias etárias mais velhas. (SHEPHARD, 1997).
31
Além disto, o emprego tem um reflexo direto no estilo de vida que a
pessoa vive na fase adulta, no entanto, outros fatores como a prática de
atividade física regular nesse período também tem influência direta na
qualidade de vida da pessoa na terceira idade.
Os fatores sócio-econômicos fazem uma contribuição importante às
diferenças na demografia do envelhecimento entre os países ricos e pobres; a
pobreza e a privação sociocultural também são importantes determinantes de
diferenças étnicas e regionais na longevidade dentro de um determinado país.
Nos países em desenvolvimento (situação em que se encaixa atualmente o
Brasil) existem, frequentemente, poucos fundos governamentais para a
previdência social na velhice (SHEPHARD, 1997).
Entre os canadenses acima de 65 anos, 40% daqueles que pertencem
ao grupo de renda mais baixa relatam limitações na atividade física,
comparados a apenas 11% daqueles que pertencem a grupos de renda média
e superior (Saúde e Previdência Social, Canadá, 1989). Uma análise de alguns
estudos conhecidos de expectativa de vida dos EUA, Canadá e Europa,
observou que aos 65 anos a diferença de expectativa de vida entre ricos e
pobres sem incapacidades, eram de 14,3 anos para homens e 7,3 anos para
mulheres (ROBINE & RITCHIE, 1991).
O prolongamento da expectativa de vida, promove consigo o aumento
de gastos com remédios e exames laboratoriais para o tratamento e combater
às doenças decorrentes do envelhecimento. Dados apontam que os idosos
representam 50% dos pacientes atendidos em ambulatórios de cardiologia,
sendo que 50% apresentam ao menos uma doença (SAVIOLI, 2002).
32
De acordo com o DATASUS, de janeiro/2006 a março/2006 houve
2.768.540 internações, sendo 9,9% proveniente de doença cardiovascular e
10,5% causadas diretamente pela HAS. Dentre outras internações por
problemas cardiovasculares, 80% estavam relacionadas à hipertensão arterial
como principal fator de risco. Atualmente o SUS gasta R$ 1.644,42 para uma
internação por infarto do miocárdio, R$ 622,48 por acidente vascular
encefálico, R$ 745,74 por insuficiência cardíaca e R$ 216,33 para crise
hipertensiva, entre outros gastos, para a recuperação de quadro agudo, por
complicação da pressão arterial não-controlada. Essas despesas poderiam ser
evitadas, se houvesse diagnóstico precoce e tratamento adequado da doença
(SBH, 2003).
Ribeiro e colaboradores (2005), demonstra que, o custo anual médio
estimado por paciente com idade 65±12 anos, sendo 63% homens, 69%
hipertensos, 35% diabéticos, foi de R$ 2.733,00, pelo SUS, e R$ 6.788,00, para
convênios. A ocorrência de evento cardiovascular teve grande impacto (R$
4.626,00 vs. R$ 1.312,00, pelo SUS, e R$ 13.453,00 vs. R$ 1.789,00, para
convênios).
Os gastos com o tratamento farmacológico cardiovascular foram os
maiores contribuintes para o custo do tratamento anual do cardiopata
isquêmico (R$ 1.154,00), representando 77,5% dos custos ambulatoriais e 42%
do
total.
O
tratamento
antiagregantes,
farmacológico
antianginosos,
consistiu
antidiabéticos,
de
combinações
de
anti-hipertensivos
e
hipolipemiantes.
33
Lima e colaboradores (2007), aponta para os gastos mensais de idosos
aposentados e pensionistas com idade igual ou superior a 60 anos, com
remédios. Dos 667 entrevistados, 590 (88%) utilizaram algum medicamento
nos 15 dias anteriores a entrevista. Foi observado um total de 2.478
medicamentos utilizados pelos 590 participantes. O número de medicamentos
utilizados variou de 1 a 19, com uma média de 4,2 medicamentos por indivíduo.
Observou-se que 527 indivíduos utilizaram pelo menos um medicamento
adquirido no setor privado e 233 utilizaram pelo menos um medicamento
adquirido no setor público. Os medicamentos adquiridos no setor privado
representaram 75% dos medicamentos utilizados. O gasto mensal com
medicamentos utilizados chegou à média ± DP Real (R$) 122,97 ± 182,34 e/ou
Dólar (US$) 38,91 ± 57. Neste caso o dólar foi convertido em valores de 2003
quando da realização da pesquisa. Lima ainda faz uma comparação entre
freqüência de utilização e composição dos gastos mensais privados totais com
medicamentos, segundo os grupos anatômicos e terapêuticos, onde o sistema
cardiovascular aparece em primeiro lugar com maior índice de utilização e
gastos mensais seguido pelo sistema nervoso central.
Pacientes hipertensos sedentários apresentam um gasto mensal de
medicamentos de R$ 28.516,45 para cada 100 indivíduos (ROLIM 2007). A
OMS (1998), afirma que os custos médicos são significativamente menores
para as pessoas idosos ativos.
O poder aquisitivo da população também é um fator determinante para a
compra de remédios, e, hoje é possível comprar genéricos ou até mesmo
34
retirá-los em postos de saúde gratuitamente dependendo da classe social em
que se encontra o doente. Onerando assim os cofres públicos.
Apresentamos um demonstrativo de como são classificadas as classes
sociais no Brasil: Renda familiar por classes, considerada a renda média
familiar: A1 R$ 7.793,00, A2 R$ 4.648,00, B1 R$ 2.804,00, B2 R$ 1.669,00, C
R$ 927,00, D R$ 424,00, E R$ 207,00 (Fonte: ANEP - Associação Nacional de
Empresas de Pesquisa. Dados com base no Levantamento Sócio Econômico –
2000 – IBOPE).
Em relação aos gastos públicos cada vez maiores com assistência
médica, alguns dados disponíveis indicam que a velhice em si não está
associada ao aumento das despesas médicas. O que encarece os gastos
são as deficiências e a saúde precária, especialmente associada ao
sistema cardiovascular, freqüentemente associada à velhice. Se as pessoas
envelhecerem
com
uma
saúde
melhor,
as
despesas
médicas,
provavelmente, não aumentarão de modo tão rápido. (Envelhecimento
ativo. OMS 2005). Os custos médicos são significativamente menores para
as pessoas idosas ativas (OMS, 1998), mas mesmo assim, uma grande
proporção de idosos leva uma vida sedentária.
2.7 - Exercício físico e envelhecimento
A inatividade física (sedentarismo) é o fator de risco mais prevalente
para as doenças crônicas, dados da população da Finlândia apontam que 71%
de sua população é sedentária, ultrapassando as taxas de outros fatores de
risco como o fumo (35%), hipercolesterolemia (26%), hipertensão arterial (15%)
35
e o excesso de peso (37%). E infelizmente este fenômeno apresenta
comportamento similar na prevalência da população Brasileira (MATSUDO et
al., 2002).
O homem contemporâneo utiliza-se cada vez menos de suas
potencialidades corporais e a literatura apresenta um consenso de que o baixo
nível de atividade física é fator decisivo no desenvolvimento de doenças
degenerativas. Não está claro se uma diminuição na atividade física habitual
é uma parte normal do processo de envelhecimento. Certamente, muitos
animais tornam-se menos ativos à medida que envelhecem. Entretanto, os
seres humanos também oferecem reforço cultural à idéia de que a atividade
física deve diminuir com o envelhecimento. Em sociedades industrializadas,
espera-se que um idoso diminua seu ritmo e “tenha um descanso
merecido”. Da mesma forma, em populações não industrializadas, os
adultos jovens assumem as responsabilidades de caçar, plantar e
armazenar para os membros mais velhos da comunidade (SHEPHARD &
Rode 1996).
Um aumento da massa corporal e uma diminuição de eficiência
mecânica tendem a aumentar o gasto energético de uma pessoa mais velha
durante o desempenho de atividades físicas em qualquer intensidade
determinada (LORENTZ, 1985, SHEPHARD, 1994 e 1995). Nos primeiros
meses de aposentadoria, os gastos energéticos diários podem subir, visto
que o indivíduo que tenha sido acostumado a trabalhar 8 horas diárias tenta
preencher seu tempo. A pesquisa de aptidão do Canadá confirmou que os
gastos recreacionais energéticos de homens e mulheres aumentaram
36
4,2kj/kg por dia para idosos entre 60 e 69 anos em comparação com
adultos jovens com idade até 30 anos (STEPHENS & CRAIG, 1986).
Está claro, que a vida sedentária favorece a perda na capacidade
funcional tão grande quanto o efeito do envelhecimento. Os homens de
meia idade ativos submetidos a um treinamento de resistência aeróbica
durante 10 anos conseguiam evitar um declínio que normalmente seria de 9
a 15% da capacidade aeróbia (MCARDLE, 2008). Estudos apontam, que
com o processo da senescência, há uma diminuição da massa magra e
conseqüentemente uma perda de força muscular, devido à reduzida massa
muscular e neuromuscular, a capacidade aeróbia diminui progressivamente
com a idade e está associada à redução da capacidade funcional física, a
diminuição da independência e a uma alteração na qualidade de vida. Assim,
os mecanismos subjacentes ao declínio da capacidade de exercício máximo
com o envelhecimento podem ter importantes implicações fisiológicas dos
adultos de meia-idade e mais velhos (DEMETRA, 2008). Exercícios físicos
regulares por um longo período tem se mostrado importante na diminuição da
taxa de declínio do VO2 máx. em razão do envelhecimento (cerca de 6-7% por
década) e também tem apresentado aumento no débito cardíaco máximo
(PERINI, 2002).
A participação em atividades físicas regulares e moderadas pode
retardar declínios funcionais, além de diminuir o aparecimento de doenças
crônicas em idosos saudáveis ou doentes crônicos. Por exemplo, uma
atividade física regular e moderada reduz o risco de morte por problemas
cardíacos em 20 a 25% em pessoas com doença do coração diagnosticada
37
(MERZ
&
FORRESTER,
1997).
Estudo
realizado
por
Sarkisian
e
colaboradores (2005). aponta que 30% dos idosos com mais de três horas de
atividade física por semana têm grandes expectativas para o envelhecimento,
enquanto outro grupo com menos de 30 minutos de atividade física por semana
tinha baixa expectativa de vida. Isso reforça nossa hipótese de que atividade
física pode aumentar a expectativa de vida com maior qualidade para o idoso.
O exercício físico é importante na prevenção do declínio funcional e no
aumento da expectativa de vida, trazendo maiores benefícios à saúde
cardiovascular. Além de prevenir doenças, o exercício físico tem também um
papel preponderante, melhorando a função em algumas doenças crônicas,
como insuficiência cardíaca congestiva e doença pulmonar crônica (FAMILY
HEART, 1994). Uma vida ativa melhora a saúde mental e freqüentemente
promove contatos sociais. A atividade física pode ajudar pessoas idosas a
prorrogarem a sua independência por períodos maiores de tempo, o que
certamente melhora a sua qualidade de vida.
Os custos médicos são significativamente menores para as pessoas
idosas ativas (OMS, 1998). Rolim e colaboradores (2007), demonstrou a
importância de exercícios físicos para a redução de custos em hipertensos,
onde em um ano de condicionamento físico determinou redução generalizada
na utilização dos medicamentos, sendo que os resultados mais expressivos
foram com os vasodilatadores, que demonstraram economia de 63,2% após
essa prática. O exercício físico também foi eficiente em diminuir os custos com
exames laboratoriais utilizados pelos pacientes hipertensos. De acordo com
todos os procedimentos do estudo, entre consultas, exames solicitados e
38
medicamentos distribuídos, a prática regular de exercícios físicos contribuiu
com uma diminuição do custo de R$ 80.498,23 para R$ 51.611,55 após o
período de exercício físico, colaborando com uma economia total de 35,8 % em
um ano de exercício físico no tratamento da hipertensão arterial.
Dadas as constatações científicas sobre os benefícios da prática regular
de atividades físicas, as discussões em Saúde Pública reconhecem atualmente
que é de suma importância para a adesão à atividade física a implementação de
programas educacionais que possam esclarecer a população idosa sobre os
benefícios decorrentes desta prática, bem como sobre as recomendações mais
apropriadas para que os idosos incorporem atividades físicas em suas vidas
cotidianas, tendo em vista que a adesão ainda é pequena (VELARDI, 2003;
MATSUDO et al., 2002).
A prática regular de exercícios físicos pode diminuir os fatores de risco
para doenças cardiovasculares, e atualmente é um dos pilares para uma boa
qualidade de vida. Assim acreditamos que esses dois fatores, exercício físico e
uma boa qualidade de vida, influenciam na redução de custos com remédios,
internações, exames diagnósticos em idosos. Há um consenso na literatura
que exercícios físicos praticados regularmente podem retardar os efeitos do
envelhecimento além de proporcionar novos comportamentos psico-sociais
que podem ser positivos ao idoso. Contudo os exercícios físicos também
preservam o sistema cardiovascular que, podem ser mensurados pela
variabilidade da frequência cardíaca. Investigamos se esses benefícios
promovidos pelo exercício físico podem proporcionar ao idoso uma
economia de gastos com medicamentos.
39
3 - Objetivos
3.1 - Geral
O objetivo desse estudo foi identificar os efeitos da prática regular de
exercício físico (estilo de vida ativo) na presença de fatores de risco para a
doença cardiovascular, na qualidade de vida e nos aspectos econômicos de
idosos.
3.2 - Específicos
Após a divisão dos grupos sedentários e praticantes de atividade física
foi avaliado os seguintes parâmetros:
- Presença de fatores de risco para doenças cardiovasculares (composição
corporal, pressão arterial, variabilidade da frequência cardíaca, colesterol total,
Triacíglicerol e glicemia),
- Qualidade de vida (capacidade funcional, sintomas físicos, estado geral de
saúde, vitalidade, saúde mental, aspectos sociais e emocionais),
- Aspectos econômicos (custo mensal com remédios).
4 - Hipótese.
Baseado na nossa introdução e em informações já consolidadas na
literatura dos benefícios advindos do exercício físico regular, nossa hipótese é
de que o grupo praticante de exercícios físicos regulares possuam indicadores
menores para fatores de risco cardiovascular, e consequentemente possuam
40
menores gastos com medicamentos e percebam uma melhor qualidade de vida
em relação ao grupo sedentários.
5 - Materiais e métodos
5.1 - Amostra casuística
A amostra da pesquisa foi constituída de 35 idosos entre homens e
mulheres com idade igual ou superior a 60 anos. Os sujeitos foram divididos
em dois grupos: grupo sedentários e o grupo praticantes de atividade física
regular, sendo que os integrantes do segundo grupo deverão estar inscritos
nas turmas atividade física do SESC São Paulo há no mínimo 2 anos. Os
participantes receberam uma palestra informativa sobre os objetivos,
procedimentos e importância da pesquisa. Após procedimentos foram
convidados a participarem como voluntários da pesquisa conforme os critérios
estabelecidos abaixo.
5.2 - Critério de Inclusão:
- Assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 1);
- Possuir idade igual ou superior a 60 anos.
5.3 - Critérios de não inclusão:
- Indisponibilidade para participar de todas as etapas da pesquisa,
- Apresentar dificuldades de compreensão que dificultem o preenchimento dos
questionários.
41
5.4 - Grupo ativos
Figura 1 - Grupo ativos
Para cumprir os objetivos desse trabalho os dados do grupo ativos foram
coletados no Sesc Santana, onde os sujeitos praticam exercícios físicos
regularmente duas vezes por semana com aulas uma hora e vinte minutos
composta por: dez minutos de aquecimento articular, trinta minutos de
atividade aeróbia em esteira e bicicleta ergométrica sendo quinze minutos em
cada aparelho (é recomendado que se trabalhe de 60% a 75% da FC máxima),
trinta minutos de exercícios resistido com um exercício para cada grupo
muscular com séries de 15 repetições e intensidade baixa a moderada, e mais
dez minutos de alongamentos e volta a calma.
5.5 - Grupo sedentários:
Para cumprir os objetivos desse trabalho os dados do grupo sedentários
foi coletado em um condomínio onde a maior parte dos moradores é idosa. O
condomínio não possui salas para ginástica, nem incentiva a prática de
exercícios físicos.
42
6 - Procedimentos Metodológicos
Foi medido uma única vez, os seguintes parâmetros:
6.1 - Avaliação da qualidade de vida
Todos os participantes responderam, individualmente, ao questionário
WHOQUOL (anexo 2), proposto pela OMS (FLECK, 1999), que analisa os
condicionantes sociais, psicológicos e funcionais da qualidade vida.
O
questionário aplicado foi composto com 26 perguntas com notas de 1 a 5, onde
1 representa nada ou muito ruim e 5 completamente ou muito bom. Cada grupo
de questão compunha os aspectos físicos, psicológicos, funcionais e de
relações sociais.
6.2 - Avaliação de aspectos econômicos
Foi aplicado o questionário de UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS,
(anexo 3) que avalia a quantidade de medicamentos utilizados mensalmente
para doenças cardiovasculares, como são conseguidos esses medicamentos e
qual o custo destes para o idoso.
6.3 - Composição Corporal
Com os valores de massa corporal e estatura, foi calculado o índice de
massa corporal (IMC = massa corporal(kg)/estatura (m)) (Anjos, 1992), que é
um dos indicadores mais utilizados em estudos epidemiológicos, associado ou
não
a
outras
variáveis
antropométricas,
para
identificação
de
risco
cardiovascular e vem sendo usado inclusive em idosos com idade mais
avançada.
43
6.4 - Relação cintura quadril
A relação cintura quadril é medida da circunferência da cintura (CC)
dividida pela circunferência do quadril (CC/CQ), têm sido utilizadas para
identificar adiposidade visceral (fornecendo informações dos estoques de GC)
e risco para doenças cardiovasculares e distúrbios metabólicos, como o
diabetes (Tavares, 1999).
6.5 - Avaliação da pressão arterial (PA)
A pressão arterial foi mensurada em repouso. Os aparelhos utilizados
como padrão de referência para a medida da PA neste estudo serão
previamente inspecionados pelo INMETRO e foram devidamente calibrados. A
pressão arterial foi avaliada pelo método auscultatório através do uso de
esfignomanômetro aneróide de manguito da marca Missouri® (conforme
especificações da Sociedade Britânica de Hipertensão, 2004) e estetoscópio
em perfeita condição para medida da PA. Todas as medidas hemodinâmicas
foram realizadas por um mesmo avaliador e em conformidade com as
orientações da Sociedade Brasileira de Hipertensão (2002) para as medidas
em repouso.
6.6 - Índices metabólicos, Glicemia, Triacíglicerol e Colesterol Total
A avaliação do perfil glicêmico e lipídico consistiu das medidas e glicose,
Triacíglicerol e colesterol total. Todos os parâmetros foram analisados com os
sujeitos em jejum de 4 horas pelo glicosímetro da marca Roche, utilizando fitas
Accu-Chek Advantage (Roche). Os Triacíglicerol e o colesterol total analisados
pelo aparelho GCT Accu-trend da marca Roche.
44
6.7 - Variabilidade da Frequência Cardíaca
A Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC), avaliada no domínio do
tempo e índices no domínio da freqüência que são considerados de modo a
refletir a modulação do sistema nervoso autônomo. O desvio-padrão de R-R
normal intervalos (SDNN) reflete a variabilidade global, enquanto a raiz
quadrada média das diferenças sucessivas intervalo RR normal (RMSSD) e
alta freqüência (HF) de energia estão razoavelmente ligados à modulação
vagal (BUCHHEIT, 2004). A variabilidade do intervalo de pulso foi obtida pelo
frequencímetro da marca polar S 810, onde a freqüência dos batimentos foi
determinada pelo intervalo entre dois picos sistólicos. Para essa análise foram
utilizados registros estáveis, de no mínimo 5 minutos e com freqüência de
amostragem de 2.000 Hz. Também dois componentes foram obtidos na análise
espectral: baixa freqüência (BF, 0,20-0,75 Hz) e alta freqüência (AF, 0,75-3,0
Hz). O componente BF foi usado como um índice da modulação simpática. O
componente AF foi usado como um índice da modulação parassimpática. A
relação BF/AF indicou o balanço simpato-vagal (ISHISE & ASANOI et al.,
1998).
7 - Análise estatística
A tendência de distribuição normal das variáveis foi testada pelo teste de
Kolmogorov-Smirnoff. As comparações entre as variáveis não paramétricas
foram feitas pelo teste de Mann-Whitney e entre as variáveis paramétricas pelo
teste “T” de Student, os resultados estão apresentados como média ± desvio
padrão. O nível de significância em foi determinado em p<0,05.
45
8 - Aspectos Éticos
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade São Judas
Tadeu, sob número 029\2011 (anexo 4).
9 - Orçamento
Este projeto não implicou em nenhum ônus para a Universidade São
Judas Tadeu, visto que toda infra-estrutura necessária para coleta e análise
dos dados foram disponibilizadas pelo Laboratório do Movimento Humano.
10 - Resultados
O grupo ativos foi composto por 22 idosos (10 homens e 12 mulheres)
com média de idade de 67,09 ± 5,92, praticantes de atividade física regular a
no mínino 2 anos. O grupo sedentários foi composto por 13 idosos (2 homens e
11 mulheres) com média de idade de 70,15 ± 6,10. Identificamos que os
sujeitos dos dois grupos fazem uso de medicamentos para a manutenção da
saúde conforme pode ser observado no Quadro 1, assim as respostas do
exercícios físico crônico, foi capaz de reduzir os níveis de PA, índices
metabólicos e os gastos com medicamentos e a melhorar a percepção do
sujeito em relação a qualidade de vida.
46
Quadro 1 - Remédios mais utilizados pelos sujeitos.
Medicamentos
Ativos
Sedentários
Anti-hipertensivos
27,27%
61,53%
Hipocolesterinêmicos
27,27%
69,23
Outros
31,81%
161,53%
Vitamina D
22,72%
Em relação aos índices de composição corporal e risco cardiovascular
indireto, os resultados para IMC e RCQ não apresentaram diferenças
estatísticas (IMC 25,63 ± 2,83 ativos e 25,07 ± 5,77 sedentários e RCQ 0,9 ±
0,08 ativos e 0,87± 0,07 sedentários), conforme pode ser observado no quadro
2 e no gráfico 1.
47
Quadro 2 - Índice de massa corporal (IMC) e relação cintura quadril.
Ativos (n=22)
Sedentários (n=13)
IMC – kg/m²
25,63 ± 2,83
25,07 ± 5,77
RCQ - m
0,9±0,08
0,87±0,07
Gráfico 1 - Índice de massa corporal (IMC) e relação cintura quadril em
kg/m².
Em relação as avaliações metabólicas, embora os valores para todos os
parâmetros tenham sido menores para os ativos, essa diferença não se
consolidou estatísticamente. Foram observados Glicemia (100,0 ± 9,19 ativos e
109,38 ± 38,7 sedentários), Colesterol total (145,73 ± 42,61 ativos e 162,92 ±
16,08 sedentários) e Triacíglicerol (130,36 ± 62,98 ativos e 137,77 ± 39,6
sedentários), conforme pode ser observado no quadro 3 e no gráfico 2.
48
Quadro 3 - Índices metabólicos, glicemia, colesterol total e Triacíglicerol.
Ativos (n=22)
Sedentários (n=13)
Glicemia - mg/dL
100 ± 9,19
109,38 ± 38,7
Colesterol total - mg/dL
145,73 ± 42,61
162,92 ± 16,08
Triacíglicerol - mg/dL
130,36 ± 62,98
137,77 ± 39,6
Gráfico 2 – Índices metabólicos, glicemia, colesterol total e triacíglicerol
em mg/dL.
Já quando observamos a pressão arterial sistólica e diastólica dos dois
grupos, os resultados apresentados mostram diferenças estatísticas nos dois
momentos da pressão (Sistólica 126,82 ± 8,38 ativos e 139,23 ± 13,82
sedentários e Diastólica 79,54 ± 3,75 ativos e 86,92 ± 7,51 sedentários),
conforme pode ser observado no quadro 4 e no gráfico 3.
49
Quadro 4 – Pressão arterial Sistólica e Diastólica.
Ativos (n=22)
Sedentários (n=13)
Pressão arterial Sistólica mm/hg
126,82 ± 8,38
139,23 ± 13,82*
Pressão arterial Diastólica mm/hg
79,54 ± 3,75
86,92 ± 7,51*
* p<0,05 em relação ao grupo ativos.
Gráfico 3 – Pressão Arterial Sistólica e Diastólica em mm/hg.
*
*
* p<0,05 em relação ao grupo ativos.
A variabilidade da freqüência cardíaca se comportou de forma diferente
entre os dois gupos. Com valores significantimente maiores para o parâmetro
Variabilidade RR no grupo ativos (var 126,82 ± 8,38 ativos e 139,23 ± 13,82
sedentários) e valores significantimente menores para o parâmetro Intervalo de
Pulso (IP 79,54 ± 3,75 ativos e 86,92 ± 7,51 sedentários), sem, no entanto,
mostrar diferença entre os valores do balanço entre as bandas de baixa e alta
50
freqüência (LF/HF 79,54 ± 3,75 ativos e 86,92 ± 7,51 sedentários) conforme
pode ser observado no quadro 5 e no gráfico 4.
Quadro 5 – Variabilidade da freqüência cardíaca, Intervalo de Pulso e
Balanço entre as bandas de alta e baixa frequência.
Ativos (n=22)
Sedentários (n=13)
Variabilidade da FC ms2
2038,06 ± 904,04
936,50 ± 126,85*
Intervalo de Pulso ms
911,04 ± 122,73
2488,90 ± 1732,74*
Balanço BF/AF
2,99 ± 1,72
1,92 ± 1,28
* p<0,05 em relação ao grupo ativos.
Gráfico 4 - Variabilidade da freqüência cardíaca em ms2, Intervalo de
Pulso em MS e Balanço LF/HF.
4500,00
Variabilidade da Frequência Cardíaca
*
4000,00
3500,00
3000,00
2500,00
2000,00
1500,00
1000,00
*
500,00
0,00
VAR RR (ms2)
Ativos
IP (ms)
LF/HF
Sedentários
* p<0,05 em relação ao grupo ativos.
Observando os dados do questionário WHOQUOL, sobre Qualidade de
Vida, nossos resultados apresentaram diferenças estatísticas entre os valores
51
do questionário total (3,95 ± 0,11 ativos e 3,62 ± 0,29 sedentários) e para os
aspectos físicos (3,61 ± 0,09 ativos e 3,31 ± 0,33 sedentários) e nível de
independência (4,38 ± 0,26 ativos e 3,97 ± 0,38 sedentários) (quadro 6 gráficos
5 e 6).
Quadro 6 - Índices de qualidade de vida.
Aspectos
Ativos (n=22)
Sedentários (n=13)
Qualidade de vida
3,95 ± 0,11
3,62 ± 0,29*
Físicos
3,61 ± 0,09
3,31 ± 0,33*
Nível de independência
4,38 ± 0,26
3,97 ± 0,38*
Funcionais
3,98 ± 0,32
3,78 ± 0,41
Psicológicos
2,1 ± 0,88
2,5 ± 0,71
* p<0,05 em relação ao grupo ativos.
Gráfico 5 - Qualidade de vida.
*
* p<0,05 em relação ao grupo ativos.
52
Gráfico 6 - Parâmetros avaliados para qualidade de vida.
*
*
* p<0,05 em relação ao grupo ativos.
Em relação ao consumo de remédios, nossos achados confirmam nossa
hipótese, de que idosos praticantes de exercícios físicos regularmente, têm
menor gastos mensais com fármacos do que idosos sedentários, conforme o
descrito no quadro 7 e nos gráficos 7 e 8 abaixo.
Quadro 7 - Avaliação do custo mensal com remédios.
Medicamentos
Ativos (n=22)
Sedentários (n=13)
Gastos mensais em R$
36,36 ± 62,23
121,38 ± 90,01*
Quantidade
1,09 ± 1,37
2,92 ± 1,49*
* p<0,05 em relação ao grupo ativos.
53
Gráfico 7 - Avaliação do custo mensal com remédios em R$.
*
* p<0,05 em relação ao grupo ativos.
Gráfico 8 - Avaliação quantidade de remédios.
*
* p<0,05 em relação ao grupo ativos.
54
Quadro 8 – Resumo geral dos resultados do Trabalho.
RESUMO
n 22
Ativos
n 13
Sedentários
Gastos com Remédios
Quantidade de Remédios
Sístole
Diástole
Glicemia
Colesterol
Tríaciglicerol
IMC
RCQ
Whoquol
Aspectos físicos
Aspectos funcionais
Nível de independencia
Aspectos psicológicos
11 - Discussão
11.1 - Índice de massa corporal e relação cintura quadril
Uma das mais evidentes alterações que acontecem com o aumento da
idade cronológica é a mudança nas dimensões corporais. Com o processo de
envelhecimento, existem mudanças principalmente na estatura, no peso e na
composição corporal. Com essas mudanças no peso e na estatura, o índice de
massa corporal (IMC) também se modifica, com o transcorrer dos anos. A
importância do IMC no processo de envelhecimento deve-se a que valores
55
acima da normalidade (JACKSON 1995; KURODA 1988) estão relacionados
com incremento da mortalidade, por doenças cardiovasculares e diabetes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 1995), nos países
industrializados, os indivíduos tendem a apresentar aumento do IMC a partir da
meia-idade, mantendo se estável até por volta dos 65 anos nos homens e 75
anos nas mulheres, quando se observa redução nessa medida.
Além das alterações do peso e da estatura, outras modificações ocorrem
nos compartimentos corporais, sendo verificado aumento progressivo e
redistribuição na gordura corporal (GC). Há maior deposição da GC na região
do tronco, com acúmulo de gordura corporal na região abdominal. Geralmente,
essa deposição ocorre mais precocemente nos homens, provavelmente por
volta da meia-idade, e nas mulheres após o período da menopausa.
Contudo, o IMC é uma das ferramentas mais simples para a avaliação
de risco cardiovascular, acompanhada da Relação Cintura Quadril (RCQ)
índice de fácil aplicação que também demonstra o acúmulo de tecido adiposo
na região abdominal, um dos principais fatores de risco cardiovascular. Esses
dois índices associados nos permitem obter informações importantes relativas
a composição corporal da nossa amostra, no que tange ao índice de risco
cardiovascular. Entretanto, além de notarmos um equilíbrio entre os grupos,
sabemos que esses índices não são determinantes do risco, representando
apenas indícios, por isso também acreditamos que somente esses fatores não
são suficientes para determinar risco cardiovascular e para apontar os efeitos
do exercícios físico.
56
Talvez um dos fenômenos da dimensão corporal mais estudados,
associados ao aumento da idade cronológica, sejam as alterações na
composição corporal, especialmente a diminuição na massa livre de gordura e
o incremento da gordura corporal (BEMBEN, 1995). O aumento do peso
corporal e o acúmulo da gordura corporal parecem resultar de um padrão
programado genéticamente, de mudanças na dieta e no nível de atividade
física, relacionados com a idade ou por uma interação entre esses fatores
(SPIRDUSO, 1995).
A ausência de diferença estatística entre os grupos
avaliados pode ter sido causada pela realização de um maior número de
atividades da vida diária e uma dieta menos calórica em relação aos ativos,
somados a uma composição genética favorável ou a associação desses fatores
contribuindo para o IMC estar próximo do grupo ativos e no limíte dos valores
recomendados pela organização munidial da saúde. O IMC próximo ao limite,
quando observamos o parâmetro apenas para o grupo ativos, também sugere
a possibilidade do grupo ativos possuir maior quantidade de massa magra em
relação ao grupo sedentários, embora esse parâmetro não tenha sido avaliado.
Além do IMC, existe um aumento de gordura na região superior do corpo, em
relação à inferior, que pode ser determinado pela relação entre as
circunferências da cintura e do quadril, embora estas também sejam medidas
limitadas e indiretas da distribuição da gordura, na parte superior do corpo.
Para a relação cintura quadril os dois grupos não apresentaram diferença,
porém ficaram no limite dos valores recomendados pela organização mundial
da saúde.
57
11.2 - Índices metabólicos
Entre os fatores de risco que provocam o desenvolvimento da doença
arterial coronariana, encontram-se as dislipidemias, que são distúrbios do
metabolismo lipídico, com repercussões sobre as concentrações das
lipoproteínas na circulação sangüínea, bem como sobre as concentrações dos
seus diferentes componentes (GIANNINI,1998). Dislipidemias são modificações
no metabolismo dos lipídios que desencadeiam alterações nas concentrações
das lipoproteínas plasmáticas, favorecendo o desenvolvimento de doenças
crônico-
degenerativas.
Estudos
epidemiológicos
demonstram
que
as
dislipidemias estão associadas às doenças cardiovasculares, representando a
principal
causa
de
mortalidade
entre
adultos. As
dislipidemias
com
concentrações anormais de colesterol total, triacíglicerol, baixas concentrações
de lipoproteínas de alta densidade (HDL-colesterol), altas concentrações de
lipoproteínas de baixa densidade (LDL-colesterol) e lipoproteína(a) plasmática,
estão diretamente associadas à gênese e evolução da aterosclerose (YU,
2000).
O
exercício
cardiovascular,
físico protege
contra
o
desenvolvimento de
doença
em parte pela redução plasmática de colesterol total, LDL-
colesterol e aumento do HDL-colesterol. Também já está estabelecido que a
redução da adiponectina plasmática e aumento da proteína C-reativa (CRP) e
inibidor do ativador do plasminogênio-1 (PAI-1) desempenham um papel na
manutenção de um estado inflamatório e no desenvolvimento de doenças
cardiovasculares. Os efeitos da atividade física sobre o perfil de lipídios e
lipoproteínas são bem conhecidos. Indivíduos ativos fisicamente apresentam
maiores concentrações de HDL colesterol e menores concentrações de
58
Triacíglicerol, LDL e VLDL colesterol, comparados a indivíduos sedentários
(Durstine, 1994).
Obesidade é uma característica de resistência à insulina que é um fator
de risco bem reconhecido para doença coronariana (PRINEA,1993; COX,
1998). Concentrações elevadas de PAI-1, são encontrados em pacientes com
doença
cardíaca
e
podem
desempenhar um
papel
importante no
desenvolvimento da aterotrombose (LANDIN, 1990; ALESSI, 1997). A
produção de PAI-1 pelo tecido adiposo, em particular pelo tecido visceral, pode
ser considerada um importante contribuinte para as elevadas concentações
plasmáticas de PAI-1 observados em pacientes resistentes à insulina.
Estudos de coorte prospectivo de pacientes com infarto do miocárdio
prévio ou angina reforçaram a associação entre o aumento das concentrações
plasmáticas de PAI-1 e o risco de eventos coronarianos, mas a capacidade
preditiva da PAI-1 desaparece após os ajustes de insulina, marcador de
resistência. Em conjunto, estes resultados apóiam a noção de que a PAI-1
pode ser uma ligação entre obesidade, resistência à insulina e doença
cardiovascular (JUHAN, 1997).
O combate à dislipidemia através de exercícios físicos tem sido alvo de
inúmeros estudos e, atualmente, está sendo recomendado como parte
integrante de seu tratamento (ZIOGAS 1997). Ao analisarmos os índices
metabólicos da nossa amostra, embora não tenhamos encontrado diferença
estatística, o grupo idosos ativos apresentou concentrações menores para
colesterol, triacíglicerol e glicemia. Estudo realizado por Lira e colaboradores
(2010), demonstrou que estilo de vida associado com exercícios de alta
59
intensidade e alto volume induz mudanças favoráveis no perfil lipídico e níveis
de PAI-1 e pode reduzir doenças de risco cardiovascular.
Um estudo que tinha como amostra 40 indivíduos idosos saudáveis
normolipidêmicos, comparando 20 indivíduos que realizavam treinamento
aeróbio a 50% do VO2máx com duração de uma hora por dia, quatro dias por
semana com 20 que não realizavam treinamento aeróbio, apresentou aumento
no HDL-colesterol total de 9,3%; HDL2-colesterol, 21,6%; e, 39,9% para a
relação HDL2-colesterol/HDL3-colesterol, após cinco meses de programa,
observando-se mudanças significativas em relação ao grupo que não treinava.
Essa pesquisa concluiu que, tanto os efeitos do treinamento de baixa
intensidade, como a duração total do exercício físico por semana, constituem
fatores importantes para a melhora das concentrações da HDL-colesterol e
subfrações em sujeitos idosos saudáveis (SUNAMI 1999).
Observamos que nossa amostra realizou duas sessões de exercícios
físicos de oitenta minutos cada, por semana, fator que pode ter influenciado
nosso resultado. Contudo, outro estudo comparou diferentes níveis de
intensidade de exercícios físicos aeróbios em 149 homens e 120 mulheres
(pós-menopausa) sedentários e sem doenças cardiovasculares, com idades
entre 50 e 65 anos, verificando ao final de dois anos de programa de
treinamento, um aumento dos níveis de HDL-colesterol em diferentes
intensidades do exercício, sendo que o grupo de indivíduos que treinava com
uma intensidade mais baixa (60% a 73% da freqüência cardíaca máxima –
(FCM), cinco vezes por semana, alcançou aumentos mais significativos na
HDL-colesterol do que o grupo de indivíduos que treinava a uma intensidade
maior (73% a 88% FCM), três vezes por semana (KING 1995).
60
Notamos uma leve melhora em nosso grupo, mesmo treinando em uma
intensidade baixa e apenas duas vezes por semana em relação ao grupo
sedentário. No entanto, acreditamos que se esse treinamento tivesse tido um
volume maior, de quatro ou cinco sessões por semana, talvez tivéssemos
encontrado resultados mais significativos estatisticamente. Contudo, nossos
achados corroboram com esse e outros estudos que recomendam o exercício
físico como parte do tratamento de dislipidemia.
Em relação a equalidade do perfil glicêmico e lipídico dos grupos, um
ponto importante que pode influenciar essas duas variáveis é a utilização de
medicamentos específicos para esse fim. Embora a função dos remédios não
tenha sido analisada com detalhes, a utilização desses se torna comum com o
avançar da idade. Assim, notamos um maior consumo de medicamentos pelo
grupo sedentários, que pode estar relacionado com a manutenção do perfil
metabólico encontrado, enquanto que o grupo ativos conseguiu manter os
índices abaixo do recomendado pela organização mundial da saúde, mesmo
com um consumo menor de medicamentos, somado à prática de exercícios
físicos regulares.
11.3 – Pressão Arterial e Variabilidade da Frequência Cardíaca
Está bem estabelecido na literatura que a pressão arterial aumenta com
o envelhecimento. A pressão arterial é a resultante da combinação instantânea
entre o débito cardíaco e a resistência vascular periférica, e qualquer alteração
em um ou outro desses componentes, ou mesmo em ambos, interfere nos
níveis pressóricos (MICHELINI, 1999; IRIGOYEN et al., 2003). Os níveis de
pressão
arterial
gerados
pelo
componente
cardíaco
e
vascular
são
61
rigorosamente controlados por complexos mecanismos que modulam não só a
manutenção como a variação momento a momento da pressão arterial,
regulando o calibre dos vasos, a reatividade vascular, a distribuição de fluido
dentro e fora dos vasos e o débito cardíaco (MICHELINI, 1999; IRIGOYEN et
al., 2003). Os exercícios físicos, sejam agudos ou crônicos, podem promover
alterações cardiovasculares, como redução da pressão arterial no repouso e
em cargas submáximas de esforço.
Segundo Mendes e Barata (2008), a Pressão Arterial parece baixar após
uma sessão isolada de exercícios, após um programa de exercícios regular ou,
simplesmente, como conseqüência do aumento da atividade física habitual. A
prática regular de exercício físico também tem demonstrado prevenir o
aumento da pressão arterial associado à idade (GORDON, 1990; KASCH
1990). Programas de atividade física têm demonstrado diminuir a pressão
arterial sistólica e diastólica, tanto de indivíduos hipertensos como de
normotensos (GUIMARÃES, 2003; CIOLAC 2003). Uma metanálise de 54
estudos longitudinais randomizados controlados, examinando o efeito do
exercício físico aeróbio sobre a pressão arterial, demonstrou que essa
modalidade de exercício reduz, em média, 3,8mmHg e 2,6mmHg a pressão
sistólica e diastólica, respectivamente (WHELTON, 2002). Reduções de
apenas 2mmHg na pressão diastólica podem diminuir substancialmente o risco
de doenças e mortes associadas à hipertensão (COOK, 1995).
Em nosso estudo a pressão arterial sistólica e diastólica apresentou
diferença significante entre os grupos. O grupo ativos, além dos valores
menores, ainda conseguiu manter os limites de pressão arterial sistêmica
dentro do recomendado pela sociedade brasileira de hipertensão que é de 120
62
mmhg por 80 mmhg independentemente da idade. Uma revisão, com estudos
sobre o efeito do exercício (aeróbio e resistido, principalmente dinâmico) na PA
em pacientes hipertensos, sugere que o treinamento resistido, de moderada
intensidade, é capaz de reduzir a PA (FAGARD, 2007). Em nosso protocolo os
sujeitos praticavam 30 minutos de exercícios resistidos com carga moderada
associado a 30 minutos de treinamento aeróbio. Embora existam várias
evidências demonstrando o efeito benéfico do exercício físico, principalmente o
exercício aeróbio, agudo (PESCATELO, 2004; TAYLOR 2000) e crônico
(WALLACE
2003)
e
em
menor
proporção
os
exercícios
resistidos
(CORNELISSEN, 2005), na hipertensão arterial, os estudos na população
idosa são relativamente escassos. De fato, o idoso é mais suscetível aos
efeitos adversos do sedentarismo, de intensidades elevadas de exercício
(PESCATELO 1999) e à terapia medicamentosa (TAYLOR 2000), sendo
necessária maior compreensão dos efeitos do envelhecimento associados a
esses fatores.
Nosso estudo também se preocupou com a quantidade de remédios que
os sujeitos tomavam, e, a maioria dos participantes, dos dois grupos, relataram
fazer uso de medicamentos anti-hipertensivos, talvez, esse fato reforce os
dados da literatura que indicam o exercício físico como importante ferramenta
ao tratamento da hipertensão associado ao tratamento farmacológico quando
necessário.
A relação entre a hipertensão controlada pelos medicamentos e a
atividade física regular pode ser evidenciada por nossos resultados. Os
indivíduos do grupo sedentário, tomavam remédios para o controle da pressão
e ainda assim tinham níveis pressóricos acima do recomendado pela
63
Sociedade Brasileira de Hipertensão. Já o grupo ativos, foi capaz de manter os
níveis tanto sistólico como diastólico dentro do parâmetro recomendado para
saúde, sendo que este efeito resultou da combinação de medicamentos (uma
quantidade menor quando comparada ao grupo sedentários) com a atividade
física.
A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) vem sendo estudada há
vários anos, sendo cada vez maior o interesse pela compreensão de seus
mecanismos e de sua utilidade clínica em doenças. De forma geral, a VFC
descreve as oscilações dos intervalos entre batimentos cardíacos consecutivos
(intervalos R-R), que estão relacionadas às influências do SNA sobre o nódulo
sinusal, sendo uma medida não-invasiva, que pode ser utilizada para identificar
fenômenos relacionados ao SNA em indivíduos saudáveis, atletas e portadores
de doenças (PUMPRLA ET al., 2002; TASK FORCE, 1996).
Com o envelhecimento, essa variabilidade diminui, especialmente em
indivíduos com doenças cardiovasculares (VANDERLEI, 2009). A relação entre
exercício físico e aumento da variabilidade, implicando em cardioproteção ao
indivíduo, também é bastante estudada (KUO, 1999), e no presente estudo, foi
confirmada. Juntamente com a atenuação os dados da pressão arterial, a
variabilidade do grupo ativo aumentou, evidenciando uma adaptação positiva
do controle autonômico da freqüência cardíaca.
Na literatura, a melhora da capacidade física tem sido considerada um
marcador da eficiência do protocolo de treinamento físico, sendo um achado
comum pós-treinamento em ratos controles, diabéticos, velhos, infartados e
hipertensos (MELO et al., 2003; DE ANGELIS et al., 2000; DE ANGELIS et al.,
1999; DE ANGELIS et al., 1997; MUSCH, et al., 1989), bem como em humanos
64
saudáveis (BLAIR et al., 1984), hipertensos (KOKKINOS et al., 1995) e em
indivíduos infartados (LA ROVERE et al., 2002).
Uma meta-análise relatou que o treinamento aeróbio é parcialmente
associado com a modulação vagal aumentada e que essa influência vagal
pode manifestar-se em medidas como o aumento do poder de Low Frequency
(LF) (SANDERCOCK et al., 2004). Nossos achados não demonstraram
significância estatística para este parâmetro, entretanto lembramos que nosso
grupo ativo treinava em média 30 minutos de exercício aeróbio por sessão
numa intensidade de 50% a 70% da freqüência cardíaca máxima, o que pode
não ter sido suficiente para melhorar este parâmetro.
O exercício físico vem demonstrando melhorar a função autonômica
cardíaca de hipertensos, indivíduos com insuficiência cardíaca e diabetes sem
neuropatia autonômica. Melhoras na sensibilidade dos pressorreceptores após
o treinamento físico podem favorecer modificações de sobrevivência a longo
prazo, como as demonstradas em pacientes pós infarto do miocárdio (LA
ROVERE et al., 2002). A utilização de estratégias não farmacológicas, como a
prática de exercícios físicos regular, além de melhorar a capacidade funcional e
atuar favoravelmente em reduzir os riscos coronarianos, também pode
modificar a atividade autonômica cardíaca, levando a um maior predomínio
parassimpático.
11.4 – Exercício físico e economia com medicamentos
O exercício físico é aceito como agente preventivo e terapêutico de
diversas enfermidades. No tratamento de doenças cardiovasculares e crônicas,
a atividade física tem sido apontada como principal medida não farmacológica.
65
A adoção de um estilo de vida não sedentário, calçado na pratica regular
de atividade física, diminui a possibilidade de desenvolvimento da maior parte
das doenças crônicas degenerativas, além de servir como elemento promotor
de mudanças com relação a fatores de risco para inúmeras outras doenças.
Sugere-se inclusive, que a prática regular de atividade física pode ser, na
tentativa de controle das doenças crônicas degenerativas, o equivalente ao que
a imunização representa na tentativa de controle das doenças infectocontagiosas (SILVA, 1999).
A suscetibilidade a essas doenças, a qual os idosos estão expostos,
gera uma demanda maior para os tratamentos farmacológicos, na maioria das
vezes, necessários e recomendados.
Assim, a população idosa é responsável por grande parte do consumo
de medicamentos, pois, com o aumento da duração média de vida, assiste-se
ao
desenvolvimento
de
várias
doenças,
incluindo
as
degenerativas,
responsáveis pelo aparecimento de estados de invalidez (BERTI, 1999).
A terapia medicamentosa aplicada a pacientes idosos requer cuidados
especiais, pois a ação dos fármacos é bastante afetada pela idade. Isso se
deve, principalmente, ao fato do metabolismo dos fármacos e da função renal
serem menos eficientes nos extremos da vida. Assim, com algumas exceções,
os fármacos tendem a produzir efeitos maiores, mais prolongados e mais
efeitos colaterais. As alterações na composição corporal, como o aumento na
percentagem de gordura, tem como conseqüência alterações no volume de
distribuição que está relacionado com a concentração plasmática do fármaco
(aumento do volume de distribuição para fármacos lipossolúveis e redução
para fármacos polares) (RANG et al, 1997). O ajuste de dose de fármacos em
66
pacientes idosos pode seguir um roteiro que inclua a determinação da função
renal via dosagem de creatinina, já que o rim é o órgão mais importante de
eliminação de fármacos e de seus metabólitos (KAMPMANN; HANSEN, 1979).
Em contrapartida o exercício físico vem sendo apontado como
importante ferramenta não farmacológica na manutenção da saúde na terceira
idade. Contudo, ainda não está esclarecido na literatura, se os efeitos advindos
do exercício físico possuem relação direta com uma possível diminuição na
utilização de medicamentos, com conseqüente economia de recursos
financeiros principalmente para idosos. Uma das hipóteses deste trabalho era
que idosos ativos pudessem ter um gasto menor com medicamentos devido
aos efeitos do exercício físico, por isso investigamos também em nossa
pesquisa o valor mensal em Reais, que idosos tanto ativos como sedentários
gastam com medicamentos. Idoso ativos gastam em média R$ 36,36 contra R$
121,38 para idosos sedentários, o que equivale a dizer que indivíduos idosos
não praticantes de exercícios físicos gastam 333% a mais em remédios do que
indivíduos fisicamente ativos. Considerando o salário mínino atual de R$
545,00, os gastos com remédios para idosos sedentários representam 22,27%
enquanto que para idosos fisicamente ativos esse percentual cai para 6,67%.
Ao observarmos a quantidade de remédios ingerida, muito menor para
ativos comparados aos sedentários, acreditamos que o grupo sedentários faça
o controle dos índices metabólicos, níveis pressóricos e/ou outras doenças
oriundas da terceira idade com medicamentos, enquanto que para o grupo
ativos este índices são mantidos, parcialmente pelo exercício físico. Os valores
gastos por idosos sedentários em nossa pesquisa corroborarm com estudo
realizado por Lima (2003) com 28.943 idosos com idade igual ou superior a 60
67
anos, que demonstrou que 69% são portadores de ao menos uma doença
crônica e que 43,9% possuem hipertensão. Considerando-se que 50% desta
população têm renda pessoal de ¾ de um salário mínimo, o gasto médio
mensal com medicamentos compromete aproximadamente um quarto da renda
(23%) de metade da população idosa brasileira.
Entretanto, não sabemos se essa economia com medicamentos
apresentada pode ter impacto na qualidade de vida dos idosos. Sabemos
contudo, que qualidade de vida é um termo muito amplo e engloba inúmeras
variáveis, principalmente para idosos, e não temos a pretensão de atingir todas
nesse trabalho.
11.5 – Exercício físico e qualidade de vida
Há uma escassez na literatura da relação entre atividade física regular e
a qualidade de vida mensurada por um instrumento validado e confiável. Nesta
perspectiva, vários estudos têm sido realizados com o intuito de verificar a
qualidade de vida em diferentes populações em diferentes estágios de suas
vidas (QUADROS, 2006; VILELA, 2005).
O interesse pela análise da qualidade de vida de indivíduos em idades
mais avançadas justifica-se pelo aumento da expectativa de vida que abrange
múltiplas dimensões, de ordem social, política, cultural e econômica (BERLIN
1990). Okuma (1998) afirma que estudos vêm evidenciando a atividade física
como recurso importante para minimizar a degeneração provocada pelo
envelhecimento, possibilitando ao idoso manter uma vida ativa e de qualidade.
68
Estudo realizado por Viana (2004), com 127 idosos com idade igual ou
superior a 60 anos, onde o principal questionamento foi se a atividade física
influenciaria a avaliação subjetiva da qualidade de vida das pessoas idosas,
encontrou como resultados, que, de fato, as pessoas ativas ao longo da vida e
atualmente (quando da realização da pesquisa) se avaliaram possuindo maior
qualidade de vida do que as pessoas sedentárias.
Nossa amostra também demonstra que os idosos fisicamente ativos
percebem uma qualidade vida melhor que idosos sedentários para todos os
aspectos, principalmente para os aspectos físicos e de relações sociais, onde
essa maior qualidade de vida foi estatisticamente significante. Ruuskanen e
Ruoppila, 1995 (apud OKUMA, 1998) ao entrevistarem 1224 idosos finlandeses
com idade entre 65 e 84 anos, chegaram à conclusão de que a satisfação com
a vida e a percepção subjetiva do bem-estar físico estavam significativamente
relacionadas com a prática de atividade física. E ainda, de acordo com os
autores, “por outro lado o bem-estar psicológico parece ser um grande preditor
para que o indivíduo permaneça fisicamente ativo com o avançar da idade”.
Outro estudo, afirma que uma das razões para inserir-se nos grupos de
convivência
mencionada pelos
idosos é
a
necessidade
de
conviver
socialmente, e ainda a possibilidade de realizar atividades físicas, objetivando
melhoria de sua saúde. Segundo Leite (2002) relatam que houve mudanças
significativas, uma vez que, para muitos deles, algumas manifestações clínicas
- características de doenças crônicas - desapareceram ou amenizaram com
essa prática.
69
12 – Considerações finais
O objetivo do nosso estudo foi avaliar os efeitos metabólicos,
cardiovasculares e autonômicos da prática regular de atividade física em
idosos ativos e verificar se esses efeitos podem refletir na economia com
medicamentos e na qualidade de vida dos idosos.
Os principais resultados deste protocolo foram que o exercício físico
praticado em duas sessões de 80 minutos cada, por semana, em intensidade
de baixa a moderada, foi suficiente para ter uma discreta melhora nos índices
da glicose, colesterol total e dos triglicerídeos sanguíneos, e uma melhora
significativa nos níveis pressóricos e de variabilidade da freqüência cardíaca,
sem promover mudanças no IMC e RCQ em relação ao grupo controle.
Estas mudanças foram suficientes para alterar a qualidade de vida dos
idosos, sendo que nosso estudo mostrou que o grupo dos ativos possui uma
melhor qualidade de vida em relação ao grupo dos sedentários.
Para a nossa amostra, os efeitos apresentados, advindos do exercício
físico, além de proporcionar diminuição de risco cardiovascular e melhora na
qualidade de vida, se mostraram relacionados com uma economia importante
em remédios para a população idosa, com uma diferença grande e significativa
em relação ao grupo sedentário. O exercício físico pôde gerar uma economia
de praticamente 15% ao mês que representa R$ 85,02, ou quase dois salários
míninos, ou seja, R$ 1020,24 no acumulado do ano.
Podemos concluir que a prática regular do exercício físico tem efeitos
benéficos nos fatores de risco para a doença cardiovascular, na percepção de
qualidade de vida e nos aspectos econômicos dos idosos.
70
Esse estudo reforça o importante papel da prática de exercícios físicos
regulares como forma de tratamento não-farmacológico nas disfunções
ocorridas no organismo pelo avanço da idade cronológica, e também ressaltou
que tais efeitos podem reduzir os gastos com fármacos para o idoso.
71
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