Capítulo 8 : Escoamento Permanente de Fluido Incompressível em Condutos Forçados 8.1 – Definições 8.1.1 – Condutos: classificação • Conduto é qualquer estrutura sólida, destinada ao transporte de fluidos. • Os condutos são classificados, quanto ao comportamento em seu interior em: – Forçados (ou sob pressão) (Figura 8.1.a) – Livres (ou sob gravidade) (Figura 8.1.b) Figura 8.1 8.1 – Definições 8.1.2 – Raio e diâmetro hidráulico • Raio Hidráulico (RH) é definido como: A RH = P • Onde: A = área transversal do escoamento do fluido (ou área molhada) P = perímetro “molhado” ou trecho do perímetro, da seção de área A em que o fluido está em contato com a parede do conduto. 8.1 – Definições 8.1.3 – Camada limite Figura 8.2 8.1 – Definições 8.1.3 – Camada limite • A espessura l da camada limite é crescente ao longo da placa e pode-se verificar que é função do parâmetro adimensional: ρ ⋅ Vo ⋅ x Vo ⋅ x Re = = µ ν (que nada mais é do que uma forma do número de Reynolds ) Figura 8.3 8.1 – Definições 8.1.3 – Camada limite Re cr = ρ ⋅ Vo ⋅ xcr = 5⋅ 105 µ 5 ⋅ 105 ⋅ µ xcr = ρ ⋅ Vo Figura 8.4 8.1 – Definições 8.1.4 – Desenvolvimento da camada limite em condutos forçados Figura 8.5 8.1 – Definições 8.1.4 – Desenvolvimento da camada limite em condutos forçados ρ ⋅V ⋅ D Re = < 2000 µ (laminar) V = Vmax 1 − Figura 8.5 r R 2 8.1 – Definições 8.1.4 – Desenvolvimento da camada limite em condutos forçados ρ ⋅V ⋅ D Re = > 2400 (ou 4000 ?) (turbulento) µ Figura 8.6 r V = Vmax 1 − R 1 7 8.1 – Definições 8.1.5 – Rugosidade • Os condutos apresentam asperezas nas paredes internas que influem na perda de carga dos escoamentos. • Tais asperezas não são uniformes e apresentam uma distribuição aleatória tanto em altura quanto em disposição. • Para efeito de estudo, tais asperezas são consideradas uniformes. • A altura uniforme das asperezas será indicada por de “rugosidade absoluta uniforme” “ε” denominada Figura 8.7 8.1 – Definições 8.1.6 – Classificação das perdas de carga • As perdas de cargas podem ser classificadas em: – Perdas de carga distribuída ou normal: trechos 1-2, 2-3, 4-6 – Perdas de carga localizadas ( ou acidentais): • nas singularidades 1, 2, 3, 4, 5 e 6 H o − h1 − h1− 2 − h2 − h2− 3 − h3 − h4 − h4− 5 − h5 − h5− 6 − h6 = H 6 Ho − H6 = Figura 8.8 ∑ hf + ∑ hl 8.2 – Fórmula da Perda de Carga Distribuída Fórmula Universal da Perda de Carga Distribuída (ou Normal) ( ou Fórmula de Darcy-Weisbach) Li Vi 2 Q2 hi = f ⋅ ⋅ = 0,081057 ⋅ f ⋅ Li ⋅ 5 Di 2 g Di Onde: hi = perda de carga normal no trecho Li = comprimento do trecho Di = diâmetro do trecho Vi = velocidade média do trecho Q = vazão (regime permanente) f = coeficiente de atrito 8.3 – Experiência de Nikurádse Figura 8.9 : Experiência de Nikurádse • Nikurádse realizou experiências para determinar uma função para o coeficiente de atrito f : • Re = número de Reynolds ε f = f Re, ∀ ε /D = rugosidade relativa D 8.3 – Experiência de Nikurádse ESCOAMENTO TURBULENTO 8.3 – Experiência de Nikurádse Figura 8.10 : “Harpa de Nikurádse” ESCOAMENTOS LAMINAR Rey < 2000 Região I TRANSIÇÃO 2000 < = Rey < = 4000 Região II TURBULENTO Rey > 4000 HIDRAULICAMENTE LISO Região III TRANSIÇÃO ENTRE ESCOAMENTO HIDRAULICAMENTE LISO E RUGOSO Região IV HIDRAULICAMENTE RUGOSO Região V 8.4 – Perda de Carga no Escoamento Laminar Região I: Escoamento laminar Fórmula de Hagen-Poiseuille 64 f = Re 8.4 – Perda de Carga no Escoamento Turbulento Região III: Escoamento turbulento hidraulicamente liso (Tubo hidraulicamente liso) f = f (Re) Fórmula de Blasius 0,316 f = 0 , 25 Re 8.4 – Perda de Carga no Escoamento Turbulento Região IV: Escoamento turbulento hidraulicamente de transição (Tubo hidraulicamente de parede intermédia) f = f (Re, ε /D) Fórmula de Colebrook White: 1 e 2,51 = − 2 log + f 3,71D Re f 8.4 – Perda de Carga no Escoamento Turbulento Região V: Escoamento turbulento hidraulicamente rugoso (Tubo hidraulicamente rugoso) f = f (ε /D) Fórmula de Colebrook White: 1 e 2,51 = − 2 log + f 3,71D Re f Figura 8.11 : ÁBACO DE MOODY Figura 8.12 : ÁBACO DE ROUSE 8.4 – Perda de Carga no Escoamento Turbulento Regiões III, IV e V: Fórmula de Swamee e Jain (1976) f = 0,25 5,74 ε log 3,7 D + Re 0,9 para → 10 − 6 ≤ ε 2 ≤ 10 − 2 D → 5.103 ≤ Re ≤ 108 Fórmula de Swamee (1993) 64 8 ε 5,74 f = + 9,5 ln + 3,7 D Re Re 0 ,125 − 16 6 2500 − Re (Reproduz o diagrama de Moody e é válida para todos os escoamentos)