Sobre o Instituto Ethos About Ethos Institute www.ethos.org.br O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma organização não-governamental criada com a missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade sustentável e justa. Suas mais de 1.100 empresas associadas, de diferentes setores e portes, têm como característica principal o interesse em estabelecer padrões éticos de relacionamento com funcionários, clientes, fornecedores, comunidade, acionistas, poder público e com o meio ambiente. Idealizado por empresários e executivos oriundos do setor privado, o Instituto Ethos é um pólo de organização de conhecimento, troca de experiências e desenvolvimento de ferramentas que auxiliam as empresas a analisar suas práticas de gestão e aprofundar seus compromissos com a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável. É hoje uma referência internacional no assunto e desenvolve projetos em parceria com diversas entidades no mundo todo. Ethos Institute of Business and Social Responsibility is a non-governmental organization created with the mission of mobilizing, encouraging and helping companies manage their businesses in a socially responsible way, making them partners in the building of a sustainable and fair society. Its more than 1.100 member-companies from different sectors and sizes have, as their chief characteristic, an interest in establishing ethical standards of relationship with personnel, clients, suppliers, shareholders, the government, the community and the environment. Conceived by entrepreneurs and executives from the private sector, Ethos Institute is a nucleus for organization of knowledge, exchange of experiences and development of tools to help companies analyze their management practices and deepen their commitment to social responsibility and sustainable development. Ethos Institute is nowadays an international reference on this subject, and develops projects in partnership with several organizations all over the world. Sobre o UniEthos About UniEthos www.uniethos.org.br O UniEthos – Educação para a Responsabilidade Social e o Desenvolvimento Sustentável, criado pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, é uma instituição sem fins lucrativos voltada para a pesquisa, produção de conhecimento, instrumentalização e capacitação para o meio empresarial e acadêmico nos temas da responsabilidade social empresarial (RSE) e do desenvolvimento sustentável (DS). O UniEthos tem como objetivo oferecer soluções educacionais para o meio empresarial nos temas da RSE e do DS, vinculadas à gestão estratégica e operacional das empresas, além de atuar com a comunidade acadêmica, que desempenha papel fundamental na capacitação e formação dos gestores e futuros gestores de empresas. O trabalho do UniEthos abrange desde pesquisas metodológicas e soluções educacionais customizadas até a elaboração de conteúdos destinados a empresários, gestores e futuros gestores de negócios comprometidos com a RSE, bem como a professores universitários, estudantes, consultores, gestores públicos e dirigentes de organizações da sociedade interessados na gestão para a sustentabilidade. UniEthos – Education for Social Responsibility and Sustainable Development was created by Ethos Institute of Business and Social Responsibility as a nonprofit institution dedicated to research, production of knowledge, implementation and qualification for the entrepreneurial and academic milieus on the themes of corporate social responsibility (CSR) and sustainable development (SD). UniEthos aims at offering the companies educational solutions on CSR and SD, related to strategic and operational business management, besides collaborating with the academic community in its fundamental role in qualification and training of business managers and future business managers. UniEthos´ work covers a variety of aspects, ranging from methodological research and customized educational solutions to elaboration of contents to entrepreneurs, business managers and future business managers committed to CSR, as well as college professors, students, consultants, public managers and leaders of organizations interested in management for sustainability. GRUPO DE TRABALHO ETHOS PARA A ISO 26000 GT ETHOS – ISO 26000 Contato/Contact: [email protected] www.ethos.org.br/gtethosiso26000 Contribuição do GT Ethos para a ISO 26000 Edição 2008 Edition GT Ethos Contribution to ISO 26000 Realização Coordenação Published by Coordination Maio/May 2008 Índice Apresentação Contents Mapa da Jornada da ISO 26000 3 Foreword The ISO 26000 Journey – Some Milestones Um Grande Mutirão Internacional Building a Guidance Standard O GT Ethos – ISO 26000 The GT Ethos – ISO 26000 Um Texto em Construção: Conteúdo e Análise A Text in Progress: Contents and Analysis Um Olhar sobre a Norma: Aspectos Centrais da RS e a ISO 26000 A View on the Guidance Standard: Central Aspects of SR and ISO 26000 Contribuição do GT Ethos para a ISO 26000 – Edição 2008 é uma publicação do Instituto Ethos e do UniEthos, distribuída gratuitamente aos seus associados. GT Ethos Contribution to ISO 26000 – 2008 Edition is a publication by Ethos Institute and UniEthos, distributed to Ethos Institute members free of charge. Realização/Published by Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e UniEthos – Educação para a Responsabilidade Social e o Desenvolvimento Sustentável Ethos Institute of Business and Social Responsibility and UniEthos – Education for Social Responsibility and Sustainable Development Rua Dr. Fernandes Coelho, 85, 10º andar CEP: 05423-040, São Paulo, SP Tel.: (55 11) 3897-2400 Fax: (55 11) 3897-2424 Websites: www.ethos.org.br e/and www.uniethos.org.br Patrocínio/Sponsored by Accor, Arcelor Mittal Brasil, Banco ABN AMRO Real, BASF, Carbono Química, Cemig, Elektro, Eurofarma, Kraft Foods Brasil, Petrobras, Rede Empresas de Energia Elétrica, Suzano Papel e Celulose, Unimed, Whirlpool S.A. e/and Y Takaoka Coordenação e Edição/Coordination and Editing Gustavo Ferroni (UniEthos) Colaboradores do Instituto Ethos/Ethos Institute Collaborators Benjamim Golçalves e/and João Gilberto A. F. Santos Colaboradores Convidados/Guest Collaborators Mario Sergio Cortella, Paulo Durval Branco e/and Sonia Loureiro Redação/Written by Renato Modernell (www.renatomodernell.com.br) Edição e Revisão Márcia Melo Tradução/Translation Alberto Bezerril, André Alonso e/and Martha Villac Projeto e Produção Gráfica/Graphics and Art Editing Waldemar Zaidler, William Haruo (Planeta Terra Design) Tiragem: 7500 exemplares 1st run: 7500 copies São Paulo, maio de 2008 São Paulo, May 2008 É permitida a reprodução do conteúdo desta publicação desde que citada a fonte e com autorização prévia do Instituto Ethos. The reproduction of the contents is permitted provided the source is mentioned and with the prior permission in writing of Ethos Institute. Esclarecimentos importantes sobre as atividades do Instituto Ethos: 1. O trabalho de orientação às empresas é voluntário, sem nenhuma cobrança ou remuneração. 2. Não fazemos consultoria e não credenciamos nem autorizamos profissionais a oferecer qualquer tipo de serviço em nosso nome. 3. Não somos entidade certificadora de responsabilidade social nem fornecemos “selo” com essa função. 4. Não permitimos que nenhuma entidade ou empresa (associada ou não) utilize a logomarca do Instituto Ethos sem nosso consentimento prévio e expressa autorização por escrito. Para esclarecer dúvidas ou nos consultar sobre as atividades do Instituto Ethos, contate-nos, por favor, pelo serviço “Fale Conosco”, do site www.ethos.org.br. Important clarifications on the activities of Ethos Institute: 1. The orientation given to the companies is a voluntary work free of charge. 2. We do not render consultancy services, nor do we authorize any professional to offer any kind of service on our behalf. 3. We are not a social responsibility certifying entity, nor do we give a “seal” for that purpose. 4. We do not permit that any entity or company (members or not) use Ethos Institute logo without our prior and express written authorization. If you have any doubt or wish to consult us on the supporting activities of Ethos Institute, please contact us through the link “Fale Conosco” (Talk to Us), in the website www.ethos.org.br. 5 8 12 15 30 O Instituto Ethos vem trabalhando há dez anos em prol da gestão socialmente responsável e da construção de uma sociedade justa e sustentável. No centro desse desafio estão as principais questões da nossa época, como as crises ambientais, a desigualdade social e o desenvolvimento econômico. A sociedade cobra mudanças. A transformação do modelo de gestão das organizações é um dos pontos de maior relevância. A construção de uma norma internacional de responsabilidade social (RS) representa um marco na busca pela gestão socialmente responsável e na mudança da função social das empresas. Desde o início do processo de criação da ISO 26000, o Instituto Ethos empenha-se para que a ferramenta tenha um caráter transformador. Nosso envolvimento com a normalização da RS é anterior à construção da norma. Já em 2002 tomávamos parte na comissão da ABNT que, além de acompanhar as discussões da ISO nesse campo, desenvolvia a norma brasileira de RS, a ABNT NBR 16001, publicada em dezembro de 2004. A participação na construção da ISO 26000 é uma tarefa desafiadora. Primeiro, por se tratar de um processo multistakeholder, que pressupõe o envolvimento de diversas partes interessadas – governos, empresas, trabalhadores, organizações não-governamentais, consumidores, além de pesquisadores, entre outros. Em segundo lugar, por possuir características básicas que a diferenciam de qualquer outra ferramenta conhecida, inclusive as da própria ISO. A futura norma não será certificável nem terá caráter de sistema de gestão e poderá ser aplicada a todos os tipos de organização. Por essas razões, esperamos que tenha legitimidade, profundidade e abrangência suficientes para consolidar as diversas iniciativas já existentes na área. Apresentação Foreword E thos Institute has been working for ten years in favor of socially responsible management and for the building of a just and sustainable society. At the center of these challenges lie the great issues of our time such as environmental crises, social inequality and economic development. Our society demands change. The transformation of the management model of organizations is one of the most relevant aspects in this. The elaboration of an international guidance standard on social responsibility (SR) is a landmark in the search for socially responsible management and in the changing social role of corporations. Ever since the beginning of the standard´s elaboration process, Ethos Institute strives in favor of a guidance document inductive of transformation. Our involvement with the standardization of SR precedes the elaboration of ISO 26000. Already in 2002, we were taking part in the ABNT committee which, besides closely accompanying discussions by ISO in this field, was developing the Brazilian SR standard, ABNT BR 16001, published in December, 2004. Participation in the construction of ISO 26000 is a challenging task. First, by virtue of its multistakeholder process, assuming as it does the involvement of several interested parties – governments, corporations, workers, non-governmental organizations, consumers – as well as researchers and other contributors. But also because of some basic characteristics, which make this guidance standard markedly different from any 3 Dada a importância deste trabalho, já em 2005 criamos o Grupo de Trabalho Ethos para a ISO 26000 (GT Ethos – ISO 26000). Essa iniciativa tinha como objetivos capacitar as organizações participantes nas temáticas emergentes do processo de construção da norma, contribuir para os posicionamentos adotados pelo Instituto Ethos e pelo UniEthos no fórum internacional e possibilitar o pioneirismo das organizações participantes na implementação da ISO 26000. Atualmente, o GT Ethos – ISO 26000 envolve mais de 70 organizações e um de seus principais resultados é esta publicação, já em terceira edição. Aqui são apresentados os principais marcos na construção da norma, uma análise de seu conteúdo e o trabalho desenvolvido no âmbito do projeto GT Ethos – ISO 26000. A inovação desta edição fica por conta da análise de como alguns dos aspectos centrais da RS (comportamento ético, cadeia de valor e engajamento de stakeholders) são abordados na mais recente versão da norma. Esperamos que esta publicação possa contribuir na construção, na divulgação e na compreensão da ISO 26000. Acreditamos que este é um trabalho permanente e, à medida que a norma avança, mais importante ele se torna. 4 other known tool, even from other standards issued by ISO. The future standard will not be certifiable, nor will it have the character of a management system, and it will be applicable to all kinds of organization. For these reasons, we expect that it will have enough legitimacy, depth and comprehensiveness to consolidate all the diverse initiatives already existent in this field. Given the importance of this effort, already in 2005 we created the ISO 26000 Ethos Working Group (GT Ethos – ISO 26000). This initiative aimed at providing the participating organizations with a capacity building forum in themes emerging from the standard´s development process, contributing to stances taken by Ethos Institute and UniEthos in the international forum and allowing participating organizations to be pioneers in the standard´s future implementation. As of this moment, the GT Ethos 26000 congregates more than 70 organizations and one of its most important results is this annual report, already on its third issue. Herein are presented the main milestones in the development of the standard, an analysis of its contents and of the work conducted by the GT Ethos – ISO 26000. Novel to this issue are analyses on how some of the central aspects of SR (ethical behavior, value chains and stakeholder engagement) are addressed in the latest version of the standard. We hope that this report may contribute to the development, dissemination and understanding of ISO 26000. We believe this to be permanent, ongoing work, gaining in importance as it progresses. Mapa da Jornada da ISO 26000 The ISO 26000 Journey – Some Milestones FORMA-SE O SAG LÍDERES: BRASIL E SUÉCIA O Conselho da ISO (International Organization for Standardization) pede ao Copolco (Comitê de Política do Consumidor) um estudo sobre a viabilidade de criação de normas internacionais de responsabilidade social (RS). Brasil, Estados Unidos e México integram o grupo inicial de oito membros do recémcriado SAG (Strategic Advisory Group), encarregado de estudar em detalhes a viabilidade da ISO 26000, assim como definir sua natureza e seu escopo. O Brasil, com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), e a Suécia, com o SIS, lideram o recém-criado Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social, incumbido de elaborar a norma. Buscam-se pontos de convergência entre as posições dos diferentes países. SAG IS SET UP Brazil, the United States and Mexico are part of the initial eight-member group of the recently created Strategic Advisory Group (SAG), aimed at producing in-depth studies on the feasibility of ISO 26000, as well as delineating its nature and scope. BRAZIL AND SWEDEN LEAD Brazil, with the ABNT (Brazilian Association of Technical Standards) and Sweden, with SIS, lead the recently created Social Responsibility Working Group, aimed at developing the standard. Points of convergence are sought among the different countries. 2002 2003 2004 abril april ABRIL APRIL 2001 junho june Abril APRIL setembro september FIRST STEP ISO Council asks the Committee on Consumer Policy (Copolco) for a feasibility study on the creation of international standards in the Social Responsibility (SR) field. setembro september PRIMEIRO PASSO A RESPOSTA É POSITIVA VISÃO PANORÂMICA ESTOCOLMO: 66 PAÍSES O Copolco dá sinal verde à proposta de instituição de normas internacionais de RS e recomenda a instituição de um grupo consultivo estratégico para aprofundar a questão. Relatório do SAG apresenta um painel mundial das iniciativas no campo da RS e aponta questões a serem abordadas pela ISO 26000. A conferência organizada pelo SIS (Swedish Standards Institute) determina que a ISO 26000 deve conter apenas diretrizes e dispensar certificação. Cerca de 350 pessoas, de 66 países, estão presentes em Estocolmo. O Instituto Ethos integra a delegação brasileira. THUMBS UP Copolco gives the SR international standards the thumbs up and suggests the creation of a strategic advisory group to investigate the issue further. OVERVIEW The SAG report presents an overview of SR initiatives worldwide and a list of issues to be addressed by ISO 26000. STOCKHOLM: 66 COUNTRIES The conference organized by the Swedish Standards Institute (SIS) resolves that ISO 26000 shall provide guidelines and dispense with certification. Around 350 people, from 66 countries, are present in Stockholm. Ethos Institute is part of the Brazilian Delegation. Continua >>> >>>> Continued >>> Mapa da Jornada da ISO 26000 The ISO 26000 Journey – Some Milestones APROVAÇÃO MACIÇA IN BANGKOK, THE OUTLINE The second Working Group meeting, in Thailand, defines the design specification of ISO 26000 and establish permanent task groups to prepare the first draft. THIRD MEETING In Lisbon, a list of topics to be addressed is established based on the comments made on the WD 1, and some clauses of the guidance standard are drafted. A Liaison Task Force (LTF) is set up to integrate the action of the contents task groups. maio may PARCERIA IMPORTANTE REUNIÃO NO BRASIL A ISO e a OIT assinam o MoU (Memorandum of Understanding), selando seu propósito de cooperação. Em Salvador, o Grupo de Trabalho cria o Chairman’s Advisory Group (CAG), grupo consultivo de apoio à liderança do processo, e seis grupos-tarefa, dos quais três estratégicos e os demais encarregados de questões de conteúdo. IMPORTANT PARTNERSHIP ISO and ILO sign the Memoran dum of Understanding (MoU), officially recording the intention of mutual collaboration. Em Lisboa, elabora-se uma lista de tópicos a serem abordados, com base nos comentários sobre a WD 1, e redige-se um esboço dos primeiros capítulos. Para integrar a ação dos grupos-tarefa de conteúdo, é criada a LTF (Liaison Task Force). MEETING IN BRAZIL In Salvador, the Working Group forms the Chairman’s Advisory Group (CAG), a special group offering support to the process’ leadership, and six task groups, three of them devoted to strategic issues, and the other three turned to content. WORKING DRAFT 1 (WD 1) A primeira minuta da norma entra em circulação e recebe 2.040 comentários. WORKING DRAFT 1 (WD 1) The first preliminary draft of the standard is released and elicits 2,040 comments. novembro november outubro oCTOBER 2006 Março march <<< See previous page A segunda reunião do Grupo de Trabalho, na Tailândia, define a estrutura de capítulos da ISO 26000 e institui grupos-tarefa permanentes para redigir a primeira minuta. 2005 Março march >>>> Janeiro january <<< Vide página anterior EM BANGCOC, UM ESBOÇO setembro september FULL APPROVAL Out of 37 voting countries, 32 approved the proposal for the development of the new guidance standard. Once approved, the New Work Item Proposal (NWIP) reaffirms the necessity of including developing countries, as well as consumers, workers and other stakeholders, besides recognizing instruments created by the United Nations (UN) and by the International Labour Organization (ILO). TERCEIRO ENCONTRO fevereiro february Entre 37 países votantes, 32 aprovam a proposta para o desenvolvimento da nova norma. Instituída, a NWIP (New Work Item Proposal) reafirma a necessidade da participação de países em desenvolvimento, bem como de consumidores, trabalhadores e outros grupos de interesse, além de reconhecer instrumentos criados pela ONU (Organização das Nações Unidas) e pela OIT (Organização Internacional do Trabalho). WORKING DRAFT 2 (WD 2) A segunda minuta da norma entra em circulação e recebe 5.176 comentários. WORKING DRAFT 2 (WD 2) The standard’s second preliminary draft is released and elicits 5.176 comments. QUINTO ENCONTRO QUARTO ENCONTRO Em Sidney, propõe-se um novo texto para o capítulo de escopo da norma, assim como uma nova definição e uma lista de princípios para a RS. Além disso, aprova-se uma política para a participação da mídia no Grupo de Trabalho. FIFTH MEETING In Vienna, the consensus about key issues (such as definitions of stakeholder and value chain) is an important step forward in the development of the ISO 26000. The Integrated Draft Task Force (IDTF) is created to prepare the fourth preliminary draft. SEXTO ENCONTRO Prevê-se uma nova reunião do Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO, em Santiago, no Chile, para discussão do WD 4. SIXTH MEETING A new meeting of ISO’s Social Responsibility Working Group is expected to be held in Santiago, Chile, to discuss the WD 4. setembro september novembro novembER FOURTH MEETING In Sidney, a new text is proposed for the clause on the standard’s scope, as well as a new SR definition and a list of SR principles. In addition, a policy for media participation in the Working Group is approved. Em Viena, o consenso em torno de questões-chave (como as definições de stakeholder e de cadeia de valor) representa um grande avanço na elaboração da ISO 26000. Cria-se a IDTF (Integrated Draft Task Force), encarregada de redigir uma nova minuta da norma, a quarta. 2008 2010 SEPTEMBER maio may Março march agosto august 2007 SETEMBRO NOVO ACORDO WORKING DRAFT 3 (WD 3) WORKING DRAFT 4 (WD 4) CONCLUSÃO DA NORMA A ISO assina um termo de entendimento (MoU) com o Pacto Global, da ONU. A terceira minuta entra em circulação e recebe 7.225 comentários, que servem de base para a revisão do documento, tendo em vista o encontro em Viena. Foi divulgada a quarta minuta da norma, em duas versões sucessivas, para receber os comentários dos experts. O lançamento da norma, conforme decisão acordada no encontro de Viena, foi adiado de novembro de 2009 para o ano de 2010, de modo a garantir tempo hábil para a elaboração da quarta minuta. NEW AGREEMENT ISO signs a Memorandum of Understanding (MoU) with the UN Global Compact. WORKING DRAFT 3 (WD 3) The standard’s third preliminary draft is released and elicits 7,225 comments, which are used as a basis for reviewing the document to be presented at the Vienna meeting. WORKING DRAFT 4 (WD 4) The standard’s fourth preliminary draft is released in two successive versions, and are posted for comments by experts. COMPLETION OF THE STANDARD According to a decision made at the Vienna Meeting, the standard’s launch was postponed from November 2009 to the year 2010, so as to ensure enough time to make the fourth WD draft. U m dos pontos relevantes na elaboração da ISO 26000 é a participação multistakeholder, ou seja, a integração de diversas partes interessadas ao processo. Com base nesse princípio, seis segmentos sociais estão representados nos trabalhos: Consumidores, Empresas, Governo, Organizações Não-Governamentais (ONGs), Trabalhadores e um último, que engloba Serviço, Suporte, Pesquisa e Outros. Atualmente, 78 países estão envolvidos na constituição da norma, representados por 392 experts (especialistas com direito a opinar) e 132 observadores (que acompanham as discussões). Há duas formas de participação. Uma delas por meio dos chamados comitês-espelho nacionais; a outra, pelas organizações denominadas D-liaison, grupo que já reúne 37 entidades representativas no plano internacional e regional. Os membros de um mesmo comitê-espelho interagem levando em conta os interesses de cada país e de sua categoria 8 de stakeholder. Os representantes das organizações D-liaison, por sua vez, alinham-se com base em suas agendas institucionais. Antes de cada reunião internacional, porém, é realizado um workshop no qual os participantes provenientes dos países em desenvolvimento procuram discutir sobre os temas que lhes interessam. Com base nos contatos e no alinhamento de posições que ocorrem durante as reuniões internacionais, o processo de elaboração da ISO 26000 configura um autêntico mutirão internacional. Nele se afinam as visões nacionais (ou institucionais) e as visões de cada grupo de stakeholder. Apesar do contínuo aumento do número de países participantes, há desafios a enfrentar para obter uma presença ampla e efetiva da comunidade internacional. Entre esses obstáculos destacam-se a barreira de idiomas, que se procura transpor com a criação de forças-tarefa de tradução; o desnível de experiên- Um Grande Mutirão Internacional A Large International Joint Effort O ne of the key points in the ISO 26000 development is the multistakeholder participation. Based on this principle, six social segments are represented in the process: Consumers, Industry, Government, Non-Governmental Organizations (NGOs), Labor, and a sixth segment comprising activities such as Service, Support, Research and Others. Currently, 78 countries are involved in the development of the standard, represented by 392 experts, who are entitled to make comments, and 132 observers, who just follow the discussions. There are two different forms of participation. One of them is through national mirror committees; the other is by the so-called D-liaison organizations, a group bringing together 37 relevant international and regional entities. Members of the same mirror committee interact with each other, taking into account national interests and their stakeholder category. Representatives of D-liaison organizations, in turn, align themselves based on their institutional agendas. However, before each international meeting, a workshop is held in which participants from developing countries seek to discuss the themes of their interest. Based on the alignment of positions that occur during the inter national meetings, the ISO 26000 development process can be defined as a true international joint effort, where national (or institutional) visions and the visions of each stakeholder group are harmonized. Despite the continuous increase in the number of member countries, there are challenges to be faced in order to reach a comprehensive and effective engagement of the international community. These constraints include the language barrier, which the creation of translation taskforces has been trying to overcome; different levels of experience in addressing social responsibility issues; and the cost of international trips, which average two a year. Como se busca o consenso Há duas fases iniciais no processo de desenvolvimento de normas organizado pela ISO. A primeira é a de WD (Working Draft), na qual se busca um consenso amplo entre todos os experts. A segunda é a de CD (Committee Draft), em que o objetivo é encontrar um denominador comum entre os experts de cada delegação nacional. Esse procedimento evita que, na primeira fase, alguma opinião se perca por falta de força dentro do grupo, já que os experts se organizam com base em seus grupos de stakeholders. Já na segunda fase, a necessidade de alcançar o consenso nacional assegura que o objetivo geral do grupo prevaleça sobre eventuais acirramentos de posições, que, de outro modo, poderiam comprometer o avanço dos trabalhos. As fases posteriores são dedicadas à homologação do trabalho desenvolvido, tarefa que cabe aos membros da ISO, os organismos de normalização nacionais. Daí para a frente, conforme o processo avança em suas diferentes fases, o documento se torna cada vez mais estável, sofrendo poucas mudanças e se consolidando em sua forma final. Etapas de Construção da Norma Stages in the Development of the Standard WD Consenso Consensus CD Consenso e voto Consensus and vote Desenvolvimento Development cias no trato dos assuntos referentes à responsabilidade social; e o custo das viagens internacionais, em média duas por ano. DIS Voto Vote Homologação Approval FDIS Voto Vote 9 Publicação Publication How consensus is sought There are two initial phases in the standard development process organized by ISO. The first one is the Working Draft (WD) phase, in which a broad consensus is sought among all experts. The second one is the Committee Draft (CD) phase, whose goal is to reach a common ground among the experts of each national delegation. This procedure prevents missing a suggestion in the first phase due to lack of power within the group, once experts are organized based on their stakeholder groups. In the second phase, the need for reaching a national consensus ensures that the overall goal of the group will prevail over potential radical positions which could otherwise compromise the success of the project. Estabilidade do documento The stability of the document The following phases are designed to ratify the work done, a task for ISO members, the national standardization bodies. From that moment on, as the process advances in its different phases, the document becomes more and more stable, subject to only minor changes, thus consolidating its final version. Nova forma de trabalho Desde seu início, em 2005, o Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO escolheu como método ideal para a construção da norma a divisão em grupos. Foram criados seis grupos-tarefa (TGs – Task Groups), dos quais três dedicados a questões estratégicas, como a comunicação e a criação de re- gras, e os outros três incumbidos de desenvolver o conteúdo. Ao longo de três anos, essa forma de trabalho funcionou bem e gerou resultados positivos. Mas não sem confrontar sérios obstáculos. O principal deles foi a falta de coesão do texto. Isso ocorreu porque cada um dos três TGs de conteúdo era responsável por um número de capítulos da norma. Além da divisão principal, havia ainda subgrupos de redação dentro de cada um Países/Countries 1 Países participantes da elaboração da ISO 26000 Countries taking part on the ISO 26000 development process 10 África do Sul/South Africa Alemanha/Germany Argentina/Argentina Armênia/Armenia Austrália/Australia Áustria/Austria Azerbaidjão/ Azerbaijan Barein/Bahrain Barbados/Barbados Belarus/Belarus Bélgica/Belgium Brasil/Brazil Canadá/Canada Cazaquistão/ Kazakhstan Chile/Chile China/China Cingapura/Singapore Colômbia/Colombia Coréia/Korea Costa do Marfim/Ivory Coast Costa Rica/Costa Rica Cuba/Cuba Dinamarca/Denmark Egito/Egypt Emirados Árabes/ United Arab Emirates Equador/Ecuador Espanha/Spain Estados Unidos/ United States Filipinas/Philippines Finlândia/Finland França/France Gana/Ghana Grécia/Greece Holanda/ The Netherlands Índia/India Indonésia/Indonesia Irã/Iran Irlanda/Ireland Israel/Israel Itália/Italy Jamaica/Jamaica Japão/Japan Jordânia/Jordan Malásia/Malaysia Marrocos/Morocco Maurício/Mauritius México/Mexico Nigéria/Nigeria Noruega/Norway Nova Zelândia/ New Zealand Panamá/Panama Peru/Peru Polônia/Poland Portugal/Portugal Quênia/Kenya Reino Unido/ United Kingdom República Tcheca/ Czech Republic Romênia/Romania Rússia/Russia Santa Lúcia/Saint Lucia Sérvia/Serbia Suécia/Sweden Suíça/Switzerland Tailândia/Thailand Trinidad e Tobago/ Trinidad and Tobago Turquia/Turkey Uruguai/Uruguay Venezuela/Venezuela Vietnã/Vietnam Zimbábue/Zimbabwe Países observadores da elaboração da ISO 26000 Observer countries on the ISO 26000 development process Bolívia/Bolivia Camarões/Cameroon Estônia/Estonia Guatemala/Guatemala Hong Kong/Hong Kong Lituânia/Lithuania Mongólia/Mongolia Senegal/Senegal 1 Fonte: Documento N 129 – “Secretariats Report for the Vienna Meeting”–, disponível em www.iso.org/wgsr, seção N Numbered Document List. Source: Document N 129 – “Secretariats Report for the Vienna Meeting”–, available at www.iso.org/wgsr, section N Numbered Document List. New way of working From the beginning, in 2005, ISO’s Social Responsibility Working Group chose the division in groups as its ideal method to build the standard. Six Task Groups (TGs) have been created, three of which dedicated to strategic issues, such as communication and ruling, and the remaining three in charge of developing the content. Along three years, this way of working was successful and produced positive results. Nevertheless, it encountered serious obstacles. The main obstacle was the lack of text cohesion. This occurred because each of the three content TGs was responsible for a number of clauses of the standard. Besides the main division, there were also drating teams within deles. O resultado foi a produção de minutas com pouca integração entre os capítulos e com redundâncias. Para solucionar o problema, decidiu-se criar um grupo pequeno, porém representativo, com o objetivo de revisar o texto e desenvolver a próxima minuta da norma. Assim foi instituído o IDTF (Integrated Drafting Task Force, ou força-tarefa de redação integrada), composto de dois representantes de cada um dos grupos de stakeholders, dos líderes dos TGs de conteúdo e dos representantes da OIT e do Pacto Global, entidades que firmaram memorandos de entendimento com a ISO. O IDTF conta ainda com um representante do Comitê de Edição, um representante de cada uma das forças-tarefa de tradução (espanhol, francês, árabe e russo), um coordenador e dois secretários. Organizações D-liaison/D-liaison organizations 2 Entidades participantes da elaboração da ISO 26000 Entities taking part on the ISO 26000 development process • AccountAbility • AICC (African Institute of Corporate Citizenship) • AIHA (American Industrial Hygiene Association) • BIAC (The Business and Industry Advisory Committee to the OECD) • CCSR (Centre for Corporate Social Responsibility) • CI (Consumers International) • Comissão Européia/European Commission • Ecologia (Ecologists Linked for Organizing Grassroots Initiatives and Action) • EFQM • EIRIS (Ethical Investment Research Services) • Forum Empresa–Instituto Ethos/Forum Empresa–Ethos Institute3 • GRI (Global Reporting Initiative) • IABC (International Association of Business Communicators) • ICC (International Chamber of Commerce) • ICMM (International Council of Mining and Metals) • IEPF (Institute for Energy and Environment of the French Speaking Countries) • IFAN (International Federation of Standards Users) • IIED (International Institute for Environment and Development) • IISD (International Institute for Sustainable Development) • Inter American CSR Network/ Rede Interamericana de RSE4 • IOE (International Organization of Employers) • Ipieca (International Petroleum Industry Environmental Conservation Association) • Iseal Alliance (International Social and Environmental Accreditation and Labelling) • ITUC (International Trade Union Confederation) • NORMAPME (European Office of Crafts, Trades and Small and Medium-Sized Enterprises for Standardization) • OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico)/OECD (Organization for Economic Cooperation and Development) • OGP (International Association of Oil & Gas Producers) • OIT (Organização Internacional do Trabalho)/ILO (International Labour Organization) 2 Fonte: Documento N 129 – “Secretariats Report for the Vienna Meeting”–, disponível em www. iso.org/wgsr, seção N Numbered Document List. / Source: Document N 129 – “Secretariats Report for the Vienna Meeting”–, available at www.iso.org/wgsr, section N Numbered Document List. 3 O Forum Empresa (www.empresa.org) é uma rede internacional de organizações de responsabilidade social com sede em Santiago, no Chile. Está representado no processo de construção da ISO 26000 por sua gerência geral e pelo Instituto Ethos. / Forum Empresa is an international network of organizations dedicated to social responsibility, based in Santiago, Chile, and is represented in the ISO 26000 development process by its general management and Ethos Institute. each TG. This resulted in drafts with low integration among clauses and redundant information. A small but representative group was created to solve this problem, aimed at revising the text and developing the next draft of the standard. The group was called Integrated Drafting Task Force (IDTF), comprising two representatives of each stakeholder group, of content TGs leaders, • OMS (Organização Mundial da Saúde)/ WHO (World Health Organization) • Pacto Global/Global Compact • Red Puentes • SAI (Social Accountability International) • Transparência Internacional/Transparency International • UNDSD (United Nation Division for Sustainable Development) • Unctad (United Nations Conference on Trade and Development) • Unido (United Nations Industrial Development Organization) • WBCSD (World Business Council on Sustainable Development) 4 A Red Interamericana de Responsabilidad Social Empresarial (www.redrse.org) é uma organização voltada para capacitação e pesquisa em desenvolvimento sustentável e responsabilidade social, com sede em Valparaíso, no Chile. Está representada no processo de construção da ISO 26000 pelo UniEthos e pela organização chilena Vincular. / The Inter American CSR Network (www.redrse.org) is an organization dedicated to the capacity building and research in sustainable development and social responsibility, based in Valparaiso, Chile, and is represented in ISO 26000 development process by UniEthos and Vincular, a Chilean organization. and representatives of ILO and the Global Compact, entities that have signed MoUs with ISO. The IDTF also has one representative of the Editing Committee, one representative of each translation task force (Spanish, French, Arabian and Russian), one coordinator and two secretaries. 11 D urante o ano de 2007, o processo de construção da ISO 26000 viveu um de seus momentos mais vigorosos. Nos debates ocorridos, muitos dos impasses anteriores foram solucionados, obtendo-se um alto grau de consolidação de conceitos e conteúdos. O Instituto Ethos esteve presente nas discussões internacionais, sempre com a preocupação de que a norma venha a ter uma feição inovadora e positiva. Ao estimular entre os associados Ethos a discussão sobre a norma, o projeto GT Ethos – ISO 26000 vem contribuindo para a construção de uma ferramenta o mais avançada possível. No âmbito do GT Ethos – ISO 26000, organizamos em 2007 uma série de atividades voltadas para os principais conceitos relacionados à responsabilidade social. Trabalhamos com o que chamamos de temas transversais, isto é, aspectos centrais da responsabilidade social que estão abordados ao longo da estrutura da norma. Os temas escolhidos foram Cadeia de Valor, Engajamento de Stakeholders e Ética. O projeto GT Ethos já conta com a adesão de 76 entidades, entre 12 empresas e organizações convidadas, muitas delas presentes desde o início dos trabalhos, em 2005. E o simples fato, pouco comum, de um número tão significativo de entidades permanecer mobilizado durante tanto tempo, num esforço conjunto, atesta a crescente importância da responsabilidade social (RS) em nosso país. Outro ponto importante a ser destacado no GT Ethos é sua diversidade. As empresas participantes representam os mais diversos setores da economia e cobrem as cinco regiões geográficas brasileiras, com predominância do Sudeste. Os participantes também representam de maneira equilibrada as grandes, médias e pequenas empresas (veja o gráfico a seguir). O objetivo do GT Ethos – ISO 26000 é criar um espaço de aprendizagem e troca de experiências em que o resultado dos debates possa servir de referência para os posicionamentos tomados pelo Instituto Ethos e pelo UniEthos na construção da norma. O projeto também conta com um Grupo Técnico atualmente com 28 membros e é composto pelas empresas patrocinadoras e organizações convidadas. Além de discutir a norma em profundidade, o Grupo Técnico contribui com a própria estratégia do projeto. O GT Ethos – ISO 26000 The GT Ethos – ISO 26000 I n 2007, the ISO 26000 development process reached one of its most productive moments. Many pending issues were resolved, and concepts and contents were consolidated to a high level. The Ethos Institute was present in the international discussions, always advocating that the standard should have an innovative and positive approach. By encouraging its associates to discuss about the standard, the GT Ethos – ISO 26000 project has contributed to developing a tool as advanced as possible. Within the GT Ethos – ISO 26000, we organized in 2007, a number of activities aimed at the main concepts related to social responsibility. We worked with the so-called cross-cutting themes, that is, core aspects of social responsibility that are addressed along the standard’s framework. The themes chosen were Value Chain, Stakeholder Engagement, and Ethics. 76 entities, among companies and guest organizations have subscribed to the GT Ethos project, many of them present since the beginning of the process, in 2005. The fact that such a large number of entities have remained mobilized in a joint effort for so long confirms the growing relevance of social responsibility (SR) in our country. Another key point in the GT Ethos to be highlighted is its diversity. Participating companies represent the most diverse sectors of the economy and cover the five Brazilian geographic regions, with prevalence of the Southeast. Participants are also balanced among large, mediumsized and small companies (see chart on page 13). The goal of GT Ethos – ISO 26000 is to create a platform for learning and experience sharing that will build knowledge the Ethos Institute and UniEthos can use during the development of the standard. The project also has a Technical Group, comprising sponsors and guest organizations, currently totaling 28 members. Besides in-depth discussion of the standard, the Technical Group contributes to the project’s strategy. O projeto divulga os temas relativos à ISO 26000 por diferentes canais: • plenárias-oficinas, duas vezes por ano; • reuniões do Grupo Técnico, quatro vezes por ano; • reuniões abertas ao público, após as reuniões internacionais da ISO; • publicação anual bilíngüe5; • boletins eletrônicos periódicos; • plataforma virtual, constantemente atualizada com os principais documentos do projeto; • página atualizada do projeto na internet; • kit de comunicação; • palestras em fóruns diversos; • divulgação na mídia. Vale lembrar que, além da experiência inovadora do GT Ethos – ISO 26000, o Brasil ocupa um lugar proeminente no proces5 As duas edições anteriores desta publicação, lançadas em 2006 e 2007, estão disponíveis em www.ethos.org.br/gtethosiso26000 Porte das empresas que integram o GT Ethos – IS0 26000 GT Ethos – ISO 26000 company profile 35% Pequena/Small 15% so de construção da norma desde seu início. Quando em 2002 se formou o Stategic Advisory Group (SAG), Marcos B. Egydio Martins, então diretor do Instituto Ecofuturo, figurava entre os primeiros oito componentes. Dois anos depois, em setembro de 2004, a ABNT unia esforços com o organismo normatizador sueco, SIS, na liderança do Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO. Nunca antes ocorrera uma parceria entre um país desenvolvido e outro em desenvolvimento em um processo de elaboração de normas ISO. Dois brasileiros, Jorge Emanuel Reis Cajazeira, da Suzano Papel e Celulose, e Eduardo Campos de São Tiago, da ABNT, ocuparam, respectivamente, o cargo de presidente e de co-secretário do grupo. Além disso, o país conta com seu comitê-espelho, articulado pela ABNT, e com experiências positivas na área de engajamento de stakeholders por parte dos membros da Delegação Nacional. Podemos citar como caso de maior destaque o GAO (Grupo de Articulação das ONGs sociais e ambientais brasileiras) para a construção da ISO 26000. O Instituto Ethos e o UniEthos tomam parte na elaboração Dinâmica de trabalho do GT Ethos – IS0 26000 The GT Ethos – ISO 26000 work dynamics Capacitação nas temáticas emergentes da elaboração da futura ISO 26000 Capacity building in the themes emerging during the development of the future ISO 26000 50% Grande/Large Média/Medium-sized Ethos UniEthos Espaço de troca e aprendizagem Platform for learning and experience sharing 13 Empresas associadas participantes Empresas associadas participantes Contribui para os posicionamentos do Ethos/UniEthos frente à norma Contributes to Ethos/UniEthos stance on the standard The project discloses ISO 26000-related themes through different channels: •Plenary meetings-workshops, twice a year; •Technical Group meetings, four times a year; •Meetings open to the general public, after ISO’s international meetings; •Annual bilingual publication5; •Periodically issued electronic newsletters; •Online platform, constantly updated with the project’s main documents; •Updated webpage; •Information kit; •Lectures in several forums; •Media coverage. 5 The two previous versions of this publication, released in 2006 and 2007, are available at www.ethos.org.br/gtethosiso26000 It is worth noting that, besides the innovative experience of GT Ethos – ISO 26000, Brazil has played a major role in the standard’s development process from the beginning. When the Strategic Advisory Group (SAG) was created in 2002, Marcos B. Egydio Martins, then director of the Ecofuturo Institute, was one of its eight members. Two years later, in September 2004, ABNT joined the Swedish Standards Institute (SIS) to lead ISO’s Social Responsibility Working Group. Never before had a partnership between a developed country and a developing one happened in an ISO standard’s development process. Two Brazilians, Jorge Emanuel Reis Cajazeira, of Suzano Papel e Celulose, and Eduardo Campos de São Tiago, of ABNT, were appointed chairman and cosecretary, respectively. In addition, Brazil also has a national mirror committee, articulated by ABNT, with positive experience in stakeholder engagement by the members of the National Delegation. The most outstanding case is the GAO (Brazilian social and environmental NGO Articulation Group) – ISO 26000 Development. da norma como membros, respectivamente, das redes internacionais Fórum Empresa e da Red Interamericana de Responsabilidad Social Empresarial, ambas incluídas na categoria de organizações D-liaison. No momento, o Ethos é representado pelo expert João Gilberto A.F. dos Santos e o Uniethos por Giuliana Ortega Bruno e Gustavo Ferroni, também como experts. A partir de 2009, os trabalhos do GT Ethos – ISO 26000 serão ampliados. Além das discussões sobre o conteúdo da norma em si, o grupo colocará em pauta uma questão igualmente relevante: a metodologia de implantação da norma. Trata-se de um desafio importante, se levarmos em conta a influência que a ISO 26000 haverá de ter na sociedade atual e como referência para as gerações futuras. O método escolhido é a construção coletiva, tomando como base a experiência das empresas participantes do Grupo Técnico do GT Ethos – ISO 26000. Essas empresas deverão iniciar um processo experimental de implementação da norma, guiado pela minuta resultante da reunião de Santiago, em setembro de 2008. Tamanho desafio torna-se viável a partir de algumas premissas. A primeira delas é de que o conteúdo da norma, após os esforços realizados desde 2005, já se mostrará relativamente estável (veja a figura da página 9), e tudo indica que assim será, de maneira crescente, até atingir o formato definitivo. A segunda premissa é de que os princípios da responsabilidade social já se encontram consolidados, de maneira que as organizações comprometidas com o desenvolvimento sustentável poderão pô-los em prática independentemente das ferramentas existentes. A terceira premissa é de que não se trata de um processo de implementação, e sim de construção de uma metodologia de implementação, por meio das experiências das empresas. No caso da ISO 26000, sua implementação se configura mais como uma proposta de construção permanente, aberta, na qual as organizações deverão sempre buscar seu melhor desempenho. Os resultados desse processo serão abertos para a sociedade, buscando contribuir para o avanço do movimento de responsabilidade social. Foto: Cláudia Perroni 14 5ª Plenária-oficina do GT Ethos – ISO 26000, em outubro de 2007 GT Ethos – ISO 26000 5th Plenary workshop, held on October, 2007 Representantes do Ethos e UniEthos na reunião de Vienna Ethos and UniEthos representatives at the Vienna Meeting The Ethos Institute and UniEthos take part in the ISO 26000 development process as members, respectively, of international networks Forum Empresa and Red Interamericana de Responsabilidad Social Empresarial, both D-liaison organizations. Ethos is currently represented by expert João Gilberto A.F. dos Santos and UniEthos by experts Giuliana Ortega Bruno and Gustavo Ferroni. From 2009 on, the number of tasks of GT Ethos – ISO 26000 will increase. Besides discussing on the content of the standard, the group will deal with an equally relevant issue: the standard’s implementation methodology. This is a critical challenge, given the influence ISO 26000 will have on the current society, and considering its likely impact on future generations. The methodology chosen is the collective construction of knowledge, building upon the experience of GT Ethos – ISO 26000 participating companies. These companies will start a pilot standard implementation process using the September 2008 Santiago Meeting draft as a guideline. Such a challenge becomes feasible based on some assumptions. The first one is that the content of the standard, after the efforts made since 2005, will be reasonably consolidated (see figure on page 9), and the odds are increasingly in favor of that, until the final document is released. The second assumption is that the principles of social responsibility are already consolidated, so that the organizations committed to sustainable development will be able to put them into practice regardless of existing tools. The third assumption is that this is not an implementation process, but rather the process of building an implementation methodology through the experience gained in the pilot implementation. In the case of ISO 26000, its implementation turns into a proposal of a continuous, open development, in which organizations will have to always pursue their best performance. The results of this process will be open to the society, so as to contribute to advance the social responsibility movement. A primeira estrutura de capítulos da futura norma foi estabelecida na II Reunião do Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO, realizada em 2005, em Bangcoc. A estrutura proposta definiu os seguintes capítulos: Introdução 1. Escopo 2. Referências normativas 3. Termos e definições 4. O contexto da RS em que as organizações atuam 5. Princípios de RS 6. Diretrizes em temas centrais da RS 7. Diretrizes para implementação da RS 8. Anexos Bibliografia De lá para cá, os grupos-tarefa produziram textos preliminares que foram discutidos nas reuniões internacionais. A primeira minuta (Working Draft 1 – WD 1) esteve em foco na reunião de Lisboa; e a segunda (WD 2), na reunião de Sidney. Já o processo de elaboração da terceira minuta trouxe uma série de mudanças. A terceira minuta (WD 3) foi elaborada e, antes de ser discutida presencialmente, uma nova versão (WD 3 rev), que contemplava a maioria das observações antes enviadas pelos experts, foi feita e então discutida em novembro de 2007, na reunião de Viena. Como resultado desse último encontro mais uma revisão na minuta foi realizada, gerando mais uma versão (WD 3 rev 2). Esta última versão apresentou grandes avanços no processo de criação da ISO 26000, deixando seu texto mais coerente e conciso. Em Viena, decidiu-se que a estrutura de elaboração do texto em grupos-tarefa de conteúdo e subgrupos de redação não era a mais adequada para os avanços necessários. Criou-se então a IDTF (veja páginas 10 e 11), encarregada de dar maior consistência e coesão ao conteúdo. Seu cronograma de trabalho previu o lançamento de duas versões da próxima minuta (WD 4), com vistas à reunião de Santiago, em setembro de 2008. Um Texto em Construção: Conteúdo e Análise A Text in Progress: Contents and Analysis T he first structure of clauses for the future guidance standard was established at the II Meeting of the ISO Social Responsibility Working Group, held in 2005, in Bangkok. The proposed structure presented the following clauses: Introduction 1. Scope 2. Normative references 3. Terms and definitions 4. The SR context in which organizations operate 5. SR principles 6. Guidance on SR core subjects 7. Guidance for organizations on implementing SR 8. Annexes Bibliography Since then, task-groups have produced preliminary texts which have been discussed at the international meetings. The first working draft (WD 1) was addressed at the Lisbon Meeting and the second (WD 2) at Sidney. As to the third working draft (WD 3), it process of elaboration underwent a series of changes. After WD 3 was developed, and before being discussed at a meeting, a new version (WD 3 rev) contemplating most of the observations previously submitted by the experts was created and then discussed on November 2007, at the Vienna Meeting. As a result of this last meeting, another revision was made, leading to yet another version (WD 3 rev 2). This latest version represented an important progress in the ISO 26000 elaboration process, with a more coherent and concise text. At Vienna it was decided that the subdivision into task groups and subgroups was no longer suitable for the necessary progress. The Integrating Drafting Task Force (IDTF) was then created (see p. 10 and 11), with the object of giving more consistency and cohesion to the contents. Its working schedule included the release of two new versions of the next working draft (WD 4), to be discussed at the Santiago Meeting, on September 2008. WD 4.1, prepared by IDTF, introduced important changes with 15 A minuta WD 4.1, preparada pelo IDTF, trouxe importantes alterações com relação às versões anteriores, com destaque para a criação de mais um capítulo. Nessa nova versão, a estrutura passou a ser a seguinte: Introdução 1. Escopo 2. Referências normativas 3. Termos e definições 4. Compreendendo a RS 5. Princípios de RS 6. Práticas de RS 7. Temas centrais da RS 8. Diretrizes para uma organização sobre a implementação da RS Anexos Bibliografia A criação do capítulo Práticas de RS se deveu à necessidade de separar os aspectos da implementação da RS que fossem relativos à operação, isto é, o como fazer (how), dos aspectos relativos ao compromisso, isto é, o dever fazer (should). Além disso, outros capítulos foram reformulados. Aquele que antes dizia respeito ao contexto (capítulo 4), por exemplo, agora trata do entendimento dos conceitos contidos na definição de RS. Apresentamos, a seguir, as principais idéias extraídas pelo Instituto Ethos e pelo UniEthos do texto atualizado de cada um dos capítulos da minuta WD 4.1, assim como uma análise de cada capítulo com base nas reflexões das organizações integrantes do GT Ethos – ISO 26000: Introdução O texto preliminar aborda os seguintes assuntos: • o benefício de uma norma internacional que contribua para um entendimento comum sobre RS, em face das diferentes interpretações hoje existentes; • a crescente associação desse assunto com o desempenho das organizações, para que possamos contar com sistemas ecológicos saudáveis, equilíbrio social e boa governança organizacional; • a influência que o comportamento socialmente responsável por parte de uma organização tem sobre seus stakeholders (maior confiança, melhor reputação, retenção e atração de profissionais, melhor produtividade, visão mais positiva por parte dos investidores e da comunidade financeira, fidelização do consumidor e melhor qualidade no relacionamento com os diversos públicos); 16 regard to previous versions, most noticeably the creation of a new clause. In this new version, the clause structure is laid out as follows: Introduction 1. Scope 2. Normative references 3. Terms and definitions 4. Understanding SR 5. Principles of SR 6. Practices of SR 7. SR core subjects 8. Guidance for organizations on implementing SR Annexes Bibliography The creation of a clause devoted to Practices of SR derived from the necessity of singling out the treatment of operational aspects of SR implementation, that is, how to do it, from aspects related to commitment, that is, the need to do it. Besides, other clauses have been reformulated. For instance, the clause related to context (clause 4) now addresses the proper understanding of concepts contained in the definition of SR. Presented below are the main ideas extracted by Ethos Institute and UniEthos from the current, updated text of each clause in WD 4.1, as well as an analysis of each one of them based on reflections by organizations taking part in the GT Ethos – ISO 26000: Introduction The introductory text addresses the following subjects: •the benefits of an international guidance standard contributing to a common understanding on SR, given the diverse interpretations currently existent; •the increasing association of this subject with the performance of organizations, hopefully leading to healthy eco-systems, social equality and good organizational governance; •the influence exerted by an organization´s socially responsible behavior over its stakeholders (enhanced trustfulness and reputation, attraction and retention of personnel, better productivity, a positive image before investors and the financial community, ability to attract and retain costumers, better relationship with interested parties); • o propósito da norma (diretrizes sobre princípios, temas e implementação da RS); • a aplicabilidade da norma a todas as organizações; • a não-aplicabilidade da norma às funções executivas, legislativas e judiciárias das organizações governamentais; • o caráter de uso voluntário da norma, que não tem propósitos de certificação, uso regulatório ou contratual nem pretende criar barreiras não-tarifárias; • o estímulo para que as organizações venham a se tornar mais socialmente responsáveis por meio do uso da norma, com base no engajamento com os stakeholders, no atendimento à legislação aplicável e no respeito a convenções e instrumentos reconhecidos internacionalmente; • o esclarecimento de que as referências feitas no texto da norma a qualquer outra iniciativa nessa área não implicam endosso ou consideração especial por parte da ISO; • ênfase ao processo de construção da norma, sua característica multistakeholder e o esforço para a participação de países em desenvolvimento. Análise do Instituto Ethos e do UniEthos O texto introdutório encontra-se já bem consolidado. Prováveis mudanças que ele venha a sofrer serão em decorrência da necessidade de alinhamento com alterações que ocorram em outras partes da norma. Um dos pontos importantes do texto é o destaque dado ao processo multistakeholder de construção da ISO 26000, que confere maior credibilidade à norma. Outro ponto fundamental do texto é a proposta de que a norma traga um melhor entendimento comum das práticas e princípios da RS. O Instituto Ethos e o UniEthos sugerem que a Introdução explicite de que modo a ISO 26000 se relacionará com normas já existentes da própria ISO. Essa questão provavelmente suscitará dúvidas e questionamentos nos futuros usuários. 17 •the purpose of the standard (guidance on SR principles and themes, and on SR implementation); •its applicability to all kinds of organizations; •its non-applicability to the executive, legislative and judiciary powers of governmental organizations; •the voluntary character of its utilization, the standard not being intended for third party certification, regulatory or contractual ends, nor aiming at the creation of non-tariff barriers; •the stimulus for organizations to become more socially responsible through utilization of the standard, based on the engagement of stakeholders, compliance to applicable national laws and respect to internationally recognized agreements and instruments; •the express statement that any references made in the text of the standard to any initiatives whatsoever in this field do not imply any kind of endorsement or special consideration for these on the part of ISO; •the emphasis given to the standard´s development process, with its multistakeholder character and the efforts towards inclusion and participation of developing countries. Analysis by Ethos Institute and UniEthos The introductory text is well consolidated already. Any further changes are more likely to stem from the need of harmonization with eventual alterations in other parts of the standard. One particularly important point is the emphasis given to the ISO 26000 multistakeholder elaboration process, which lends more credibility to the standard. Another fundamental aspect is the idea of a better common understanding on SR practices and principles as an essential goal. Ethos Institute and UniEthos suggest that the introduction further clarify the ways in which ISO 26000 will relate to other already existent ISO standards. This issue is likely to raise questions and doubts for future users. 1. Escopo O texto preliminar esclarece o objeto da norma, indicando que ela: • estabelece diretrizes aplicáveis a todos os tipos de organização sobre conceitos de RS, termos e definições, histórico e características, princípios, práticas, temas pertinentes, integração, implementação e promoção da RS na organização e sua esfera de influência, identificação e engajamento de stakeholders, comunicação de desempenho e compromissos relacionados à RS e sua contribuição para o desenvolvimento sustentável; • estimula as organizações a ir além do cumprimento da lei; • promove entendimento comum em RS; • complementa outros instrumentos e iniciativas relacionados à RS, e não os substitui; • respeita a diversidade e os diferentes contextos sociais e culturais, desde que sejam observadas normas internacionais de comportamento; • não tem caráter de sistema de gestão. Análise do Instituto Ethos e do UniEthos O texto do escopo indica pontos importantes que serão objeto da norma, como orientações sobre conceitos, termos e definições de RS; histórico e tendências da RS; princípios, práticas e temas centrais da RS; integração e implementação da RS na organização; o engajamento de stakeholders; e a contribuição da organização socialmente responsável para o desenvolvimento sustentável. Mas não faz referência à cadeia de valor da organização. É fundamental que essa referência apareça no escopo. O texto precisa deixar claro que a RS deve ser integrada por toda a organização e sua cadeia de valor, sobre a qual ela também tem responsabilidade. 2. Referências normativas Este capítulo destina-se a apresentar documentos que devem ser lidos em conjunto com a norma. O conteúdo será desenvolvido posteriormente. 18 1. Scope The preliminary text addresses the object of the standard, pointing out that it: •provides guidance applicable to all kinds of organization on the concepts of SR, terms and definitions, background and characteristics, principles, practices, core subjects and issues, integration, implementation and promotion of SR throughout the organization and in its sphere of influence, stakeholder identification and engagement, communication of performance and commitments related to SR and contributions to sustainable development; •encourages organizations to go beyond mere legal compliance; •promotes common understanding on SR; •complements other SR-related instruments and initiatives, without replacing them; •respects diversity and the various societal and cultural contexts, provided international norms of behavior are observed; •does not have the character of a management system. Analysis by Ethos Institute and UniEthos The text of this section highlights important points addressed by the standard, such as guidance on SR concepts, terms and definitions; SR background and trends; SR principles, practices and core issues; SR integration and implementation in the organization; stakeholder engagement and the contribution of socially responsible organizations for sustainable development. No reference is made to value chains, though. It is paramount that this point be mentioned in the scope. The text should clearly state that SR is to be integrated throughout the organization and must extend to its value chain, over which the organization also has responsibility. 2. Normative References This clause will present documents to be read in conjunction with the guidance standard. Contents will be developed in due course. 3. Termos e definições O conteúdo preliminar deste capítulo inclui termos utilizados ao longo da norma e suas definições. Atualmente, os seguintes termos já foram contemplados: accountability/prestação de contas; cadeia de fornecimento; cadeia de valor; cliente; comportamento ético; consumidor; desenvolvimento sustentável; engajamento de stakeholders; esfera de influência; governança organizacional; igualdade de gênero; impacto ambiental; materialidade; meio ambiente; normas internacionais de comportamento; princípio; produto; responsabilidade social; serviço; socialmente responsável; stakeholder; tema de RS; transparência. Novos termos poderão ser incluídos nas rodadas de comentários, assim como alguns dos já citados podem ser excluídos. A seguir, destacamos as definições de alguns termos-chave: Cadeia de Valor Seqüência de atividades em que cada uma delas acrescenta valor a um produto ou serviço. Comportamento ético Comportamento de acordo com princípios aceitos de boa ou correta conduta no contexto de uma situação particular e consistente com normas internacionais de comportamento. Engajamento de stakeholder Qualquer atividade realizada para criar oportunidades de diálogo entre a organização e um ou mais de seus stakeholders, com o objetivo de prover uma base informativa para as decisões da organização. Responsabilidade Social Responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades sobre a sociedade e o meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente que: • contribua para o desenvolvimento sustentável, a saúde e o bem-estar da sociedade; • leve em consideração as expectativas dos stakeholders; • esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com normas internacionais de comportamento; • seja integrado por toda a organização e seus relacio namentos. Nota 1: Atividades incluem produtos, serviços e processos. Nota 2: Relacionamentos referem-se às atividades de uma organização dentro de sua esfera de influência. Stakeholder Indivíduo ou grupo que tem um interesse em qualquer atividade ou decisão de uma organização. 19 3. Terms and definitions The preliminary contents of this clause include terms employed throughout the text of the standard and their respective definitions. As of this moment, the following terms have been contemplated: accountability; consumer; customer; environment; environmental impact; ethical behavior; gender equality; international norms of behavior; issue of social responsibility; material; organizational governance; principle; product; service; social responsibility; socially responsible; sphere of influence; stakeholder; stakeholder engagement; supply chain; sustainable development; transparency; value chain. New terms may come to be included as per future comments. Definitions of some key-terms are highlighted below: Ethical behavior Behavior that is in accordance with accepted principles of right or good conduct in the context of a particular situation, and consistent with international norms of behavior Social responsibility Responsibility of an organization for the impacts of its decisions and activities on society and the environment, through transparent and ethical behavior that: •contributes to sustainable development, health and the welfare of society; •takes into account the expectations of stakeholders; •is in compliance with applicable law and consistent with international norms of behavior; and •is integrated throughout the organization and practiced in its relationships. Note 1: Activities include products, services and processes. Note 2: Relationships refer to an organization’s activities within its sphere of influence. Stakeholder Individual or group that has an interest in any activities or decisions of an organization. Stakeholder engagement Any activity or activities undertaken by an organization to create opportunities for dialogue between the organization and one or more of its stakeholders, with the aim of providing an informed basis for the organization’s decisions. Value chain Sequence of activities where each activity adds value to a product or service. Análise do Instituto Ethos e do UniEthos O capítulo lista alguns dos principais termos no campo da RS, como stakeholder, cadeia de valor e esfera de influência, além da própria definição de RS. Na definição proposta para responsabilidade social estão presentes os pontos fundamentais do conceito, como sua relação com o desenvolvimento sustentável e a questão dos impactos provocados pelas atividades das organizações. O texto também frisa que RS é algo que diz respeito a toda a gestão da organização, e não algo restrito a ações isoladas. A referência à integração da RS na cadeia de valor, porém, deve ser enfatizada. Em vez de utilizar a palavra “relacionamentos”, e estabelecer a referência com a esfera de influência por meio de uma nota, a definição deveria fazer referência direta à integração da RS na cadeia de valor. 4. Compreendendo a RS Este capítulo trata do contexto histórico e atual da RS e busca esclarecer os conceitos contidos na definição de RS apresentada na norma. O conteúdo preliminar está dividido nas seguintes seções: • Responsabilidade Social das organizações; • Tendências atuais da RS; • Características da RS; • Governos e a RS. Responsabilidade Social das organizações • A RS, em sua origem, estava restrita ao âmbito das empresas. A visão de que ela seja aplicável a todos os tipos de organização parte da premissa de que todos estamos comprometidos com o meio ambiente e o bem-estar social, e portanto podemos contribuir para o desenvolvimento sustentável. • Os temas de RS identificados nesta norma refletem a visão do momento. Por certo deverão mudar, ao longo do tempo, incorporando novos fatores. 20 Analysis by Ethos Institute and UniEthos This clause lists some of the main terms in the SR field such as stakeholder, value chain and sphere of influence, as well as SR itself. In this last definition are included all the fundamental traits of the concept, such as its relation to sustainable development and the issue of impacts entailed by the activities of organizations. The text also highlights SR as something pertaining to the whole management of an organization, not just isolated actions. The reference to its integration into the value chain, though, should be further emphasized. Instead of employing the word “relationships” and confining the reference to spheres of influence to a note, the definition should make direct reference to the integration of SR into the value chain. 4. Understanding SR This clause presents the SR background and its current context and tries to clarify concepts contained in the SR definition presented by the standard. Preliminary contents are laid out in the following sections: • The SR of organizations; • Current trends in SR; • Characteristics of SR; • Governments and SR; The SR of organizations •SR was originally restricted to the business environment. The view according to which it is applicable to all kinds of organization assumes that we are all equally committed to environmental issues and the welfare of society and, therefore, should equally contribute to sustainable development. •the SR subjects identified in this standard reflect current views on the theme. They are certain to change with the passing of time and the incorporation of new issues. Tendências atuais da RS Muitos fatores contribuem para o aumento de interesse na RS das organizações: • globalização, comunicação instantânea e o acesso a informações; • a natureza global de problemas ambientais, de saúde e pobreza; • o fortalecimento do setor privado, da sociedade civil organizada e do consumo consciente; • aumento das exigências das comunidades em que as organizações operam. Características da RS Esta seção busca explicar elementos contidos na definição de RS que a norma apresenta. As características são: • accountability (responsabilidade) pelos impactos da organização; • engajamento com stakeholders; • contribuição para o desenvolvimento sustentável; • integração da RS à organização e a seus relacionamentos. Governos e a RS A norma se aplica a governos apenas no que diz respeito a atividades similares às de outras organizações, isto é, como empregadores, produtores etc. Áreas no âmbito de decisões políticas estão fora do escopo da norma. Análise do Instituto Ethos e do UniEthos O texto apresenta o contexto histórico da RS de maneira tímida. Fatos importantes que contribuíram para o surgimento e o avanço do movimento da RS não foram contemplados. Sugerimos contextualizar também os seguintes tópicos: a grave situação de desigualdade social e pobreza no mundo; os movimentos pela democracia e liberdade; e o final da Guerra Fria. A segunda parte do capítulo aborda as características centrais da RS, listando-as. Não está presente, porém, a responsabilidade da organização sobre sua cadeia de valor, um dos pontos fundamentais da RS. É importante que a norma coloque também essa questão como uma das características da RS, de forma a não desestimular o trabalho relativo a esse aspecto que vem sendo realizado pelas organizações, nos últimos anos. 21 Current trends in SR Many factors contribute to a heightened interest in SR by organizations: •globalization, instant communications and access to information; •the global nature of the environmental, health and poverty issues; •the strengthening of the private sector, of organized civil society and of conscious consumption; •the growing expectations and demands of communities in which organizations operate. Characteristics of SR This section tries to explain elements contained in the definition of SR presented by the guidance standard. The characteristics are: •accountability for the organization´s impact on society; •engagement with stakeholders; •contribution to sustainable development; •integration of SR throughout the organization and in its relationships. Governments and SR The guidance standard applies to governments only with regard to activities similar to those performed by other organizations, that is, as employers, producers etc. Areas pertaining to the realm of political decisions lie outside the standard´s scope. Analysis by Ethos Institute and UniEthos The text presents the historical context of SR rather timidly. Significant facts which contributed to the appearance and progress of the SR movement have not been contemplated. Inclusion of the following topics is also suggested: the grave situation of social inequality and poverty throughout the world; the movements for democracy and freedom and the end of the Cold War. The second part of the clause addresses and lists the central characteristics of SR. Absent, though, is the organization´s responsibility over its value chain, one of the fundamental points inherent on SR. It is very important that this be clearly mentioned as a major characteristic, so as not to deter work on this aspect being done by organizations over the last years. 5. Princípios de RS O conteúdo preliminar deste capítulo destaca que o comportamento das organizações deve se basear em princípios. Apesar de não existir uma lista completa deles no que tange à RS, há certo consenso em torno dos seguintes pontos: • a organização deve prestar contas e assumir a responsabilidade sobre seu impacto na sociedade e no meio ambiente; • a organização deve ser transparente nas suas decisões e atividades; • a organização deve se comportar de maneira ética; • a organização deve respeitar e considerar os interesses de seus stakeholders; • a organização deve respeitar a lei; • a organização deve reconhecer a importância e a universalidade dos direitos humanos; • a organização deve respeitar normas internacionais relevantes nos casos em que elas se superpõem às leis nacionais. Análise do Instituto Ethos e do UniEthos A discussão sobre a necessidade de um capítulo próprio na norma para tratar dos princípios da RS já foi superada. Sempre o defendemos dada sua relevância para nortear a conduta das organizações. O Instituto Ethos e o UniEthos também estimularam no GT Ethos – ISO 26000 o debate sobre quais seriam esses princípios. A maior parte dos tópicos sugeridos pelas organizações do GT está alinhada com os que aparecem na lista atual. Mas não nos parece adequado que o “princípio da precaução” não conste na atual lista de Princípios. 22 5. Principles of SR This clause´s preliminary contents stress the need for organizations to base their behavior on principles. Although there is no complete list of these regarding SR, there is a fair amount of consensus around the following points: •an organization should be accountable and take responsibility for its impact on society and the environment; •an organization should be transparent in its decisions and activities; •an organization should behave ethically; •an organization should respect and consider the interests of its stakeholders; •an organization should respect the rule of law; •an organization should recognize the importance and universality of human rights; •an organization should respect relevant international norms where they are superior to national laws and practices. Analysis by Ethos Institute and UniEthos The discussion about the need of a separate clause to treat of SR principles has already been overcome. Ethos Institute and UniEthos always defended this separate clause, given its relevance for the proper guidance of organizations. Ethos Institute and UniEthos have also encouraged debate about these principles on the GT Ethos – ISO 26000. Most of the topics suggested by GT Ethos organizations coincide with those appearing in the current list. But we do not think it advisable that the topic “precautionary approach” be lacking on the clause on Principles. 6. Práticas de RS O texto preliminar deste capítulo baseou-se em parte do conteúdo do capítulo de implementação (minuta WD 3 rev 2). Aqui são apresentadas as práticas genéricas de RS mais comumente associadas à implementação da RS nas atividades, processos e à maneira como a organização conduz seu trabalho. suas ações e de seus impactos. O engajamento de stakeholders também pode servir como um meio para a organização rever seu desempenho e melhorá-lo. Uma organização deve reconhecer o valor do engajamento de stakeholders, utilizá-lo para resolver conflitos de interesse e ser responsável com seus stakeholders. Identificando a RS Para uma organização identificar sua RS é necessário que compreenda que impactos suas decisões e atividades têm sobre os outros e as expectativas de comportamento responsável com relação a esses impactos. A RS não se limita às atividades diretas da organização, mas se estende ao comportamento de outras, sobre as quais a primeira exerce controle ou razoável influência. Integração da RS na organização A integração da RS na organização não deve ser abordada por meio de ações irregulares, isoladas e ocasionais. Por mais que doações possam ser atos responsáveis, a filantropia não é uma alternativa para a organização lidar com o impacto de suas decisões e atividades. A integração da RS deve ser um esforço contínuo e se tornar parte da estrutura, governança e cultura da organização. Identificação e engajamento de stakeholders Identificar os stakeholders e engajar-se com eles estão entre as práticas centrais associadas à RS. A organização deve entender a relação entre o stakeholder e ela e a relação entre o interesse do stakeholder e o desenvolvimento sustentável. O propósito do engajamento com stakeholders é o estabelecimento do diálogo. A comunicação aberta entre as partes pode ajudar a organização a entender melhor as conseqüências das Comunicação A comunicação está presente na maioria das atividades relacionadas à RS. Esclarece as estratégias e objetivos da organização e motiva funcionários. Uma organização deveria publicar regularmente informações sobre seus impactos, produtos, serviços e outras atividades. E, ao fazê-lo, contemplar todos os temas da RS relacionados a seus impactos e tornar a informação acessível a seus stakeholders. 23 6. Practices of SR The preliminary text of this clause was based on part of the contents of the clause on Implementation (WD 3 rev 2). Here are presented the generic SR practices most commonly associated to SR implementation in activities, processes and methods through which an organization conducts its work. Identifying SR In order that an organization properly identify its SR, it should understand how its decisions and activities impact others and what are the expectations about responsible behavior concerning these impacts. SR is not limited to the organization´s direct activities, it extends to the behavior of other organizations over which the first one has control or a reasonable influence. Stakeholder identification and engagement Identifying the stakeholders and engaging them are both central practices associated with SR. The organization should understand its relationship with the stakeholder and the relationship between the stakeholder´s interests and sustainable development. The purpose of stakeholder engagement is to establish a dialogue. Frank communication between the parties may help the organization to better understand the consequences of its actions and their impacts. Stakeholder engagement may also serve as a means for the organization to review its performance and improve it. An organization should recognize the value of stakeholder engagement, use it to reconcile conflicts of interest and be responsive to its stakeholders. Integrating SR into the organization The integration of SR into the organization should not be addressed through irregular, isolated and occasional action. Much as donations and charity may be responsible acts, philanthropy is not an alternative for coping with the impact of an organization´s decisions or activities. SR integration should be an ongoing effort and become part of the structure, governance and culture of an organization. Communication Communication is present in most activities related to SR. It raises awareness about the strategies and objectives of the organization and motivates its employees. An organization should regularly communicate information on its impacts, products, services and other activities and, in doing so, contemplate all SR subjects related to them, making the information amply accessible to its stakeholders. Análise do Instituto Ethos e do UniEthos A idéia de criar uma distinção entre o que se deve fazer e como fazer parece muito boa. Ao analisarmos o capítulo de Práticas, porém, notamos alguns problemas. Esse capítulo, nascido da divisão do capítulo de implementação, limitou-se a separar práticas genéricas de RS, não apresentando nenhuma justificativa consistente sobre a necessidade de se diferenciar o como do deve e, mais grave, criando algumas redundâncias e repetições. O mesmo assunto é abordado em lugares diferentes, variando apenas o nível de detalhamento. Além disso, tal mudança enfraqueceu o capítulo de implementação, que ficou pouco detalhado e pouco objetivo. Nas discussões com as organizações do GT Ethos – ISO 26000 ficou claro que a norma deve destacar o lado do compromisso com a implementação da RS, mas a criação de um novo capítulo não é necessariamente a melhor maneira de fazê-lo. Uma alternativa seria abordar tal questão na introdução do capítulo de implementação ou melhorar o capítulo Práticas, alterando inclusive seu título, que não reflete o conteúdo. 7. Temas centrais da RS O conteúdo preliminar deste capítulo indica que, para identificar e abordar a natureza de suas responsabilidades em relação à sociedade e ao meio ambiente, uma organização deveria considerar os temas centrais que se seguem: Governança Organizacional; Direitos Humanos; Práticas de Trabalho; Meio Ambiente; Práticas Justas de Operação; Questões de Consumidores; Desenvolvimento Econômico e Social da Comunidade. Cada um desses temas centrais inclui uma gama de outros temas, descritos neste capítulo, com seus correspondentes princípios, considerações, expectativas e ações relacionadas. A lista de temas é a seguinte: Governança Organizacional • estruturas e processos de tomada de decisão; • delegação de poder. 24 Analysis by Ethos Institute and UniEthos The idea of making a distinction between what should be done and how it should be done seems very good. An analysis of the clause on Practices, though, reveals some problems. This clause, born of a former segment within the clause on Implementation, limits itself to pointing out generic SR practices, without any consistent justification on the necessity of a distinction between how and what and – still more seriously – creating some redundancies and repetitions. The same subject is treated in different places, the only difference being the level of detail. Besides, such an alteration weakened the clause on Implementation, which was left with a poor level of detail and objectivity. In discussions with organizations taking part in the GT Ethos – ISO 26000, it stood out clearly that the guidance standard should highlight the idea of commitment with SR implementation, but the creation of a new clause is not necessarily the best means to achieve this. A possibility would be to address this issue in the introduction to the clause on Implementation, or else to improve the clause on Practices, even with alteration of its title, which does not reflect the actual contents. 7. SR core subjects The preliminary contents of this clause point out that, in order to identify and address the nature of its responsibilities towards society and the environment, an organization should consider the following core subjects: Organizational Governance; Human Rights; Labor Practices; The Environment; Fair Operating Practices; Consumer Issues; Social and Economic Development of the Community. Each one of these core subjects includes a range of other issues which are described in this clause with their corresponding principles, considerations, expectations and related actions. This is the list of issues: Organizational Governance • decision making processes and structures • delegating power Direitos Humanos • não-discriminação e atenção a grupos vulneráveis; • cuidados para evitar cumplicidade; • direitos civis e políticos; • direitos sociais, econômicos e culturais; • direitos fundamentais do trabalho. Práticas de Trabalho • emprego e relações empregatícias; • condições de trabalho e proteção social; • diálogo social; • saúde e segurança no trabalho; • desenvolvimento humano. Meio Ambiente • prevenção da poluição; • uso sustentável de recursos; • mitigação e adaptação das mudanças climáticas; • proteção e restauração do ambiente natural. Práticas Justas de Operação • medidas contra a corrupção; • envolvimento político responsável; • competição justa; • promoção da RS na esfera de influência da organização; • respeito pelos direitos de propriedade. Questões de Consumidores • práticas contratuais, informativas e de marketing justas; • proteção à saúde e à segurança dos consumidores; • consumo sustentável; • serviço de suporte e resolução de disputas; • proteção dos dados e da privacidade dos consumidores; • educação e conscientização. Desenvolvimento Econômico e Social da Comunidade • envolvimento com a comunidade; • geração de empregos; • desenvolvimento tecnológico; • renda e riqueza; • investimento responsável; • educação e cultura; • saúde; • capacitação. 25 Human Rights • non-discrimination and concern for vulnerable groups • avoidance of complicity; • civil and political rights; • economic, social and cultural rights; • fundamental rights at work. Labor Practices • employment and employment relationships; • conditions of work and social protection; • social dialogue; • health and safety at work; • human development. The Environment • prevention of pollution; • sustainable resource use; • climate change mitigation and adaptation; • protection and restoration of the natural environment. Fair Operating Practices • anti-corruption measures; • responsible political involvement; • fair competition; • promotion of SR in the sphere of influence; • respect for property rights. Consumer Issues • fair marketing, information and contractual practices; • protection of consumers´ health and safety; • sustainable consumption; • consumer service, support and dispute resolution; • consumer data protection and privacy; • education and awareness. Social and Economic Development of the Community • community involvement; • employment generation; • technology development; • wealth and income; • responsible investment; • education and culture; • health; •capacity building. Análise do Instituto Ethos e do UniEthos Este capítulo pode ser considerado um mapa epistemológico da RS. Seu texto deve apresentar o conteúdo essencial do universo da RS para nortear a atuação das organizações. Se não for completo o suficiente, empobrecerá a compreensão da RS nas organizações. Apesar de os temas centrais serem de escopos diferentes e terem sofrido diversas mudanças, é importante que todos sejam mantidos. Alguns debates recorrentes ao longo do processo foram a necessidade de uma seção sobre Governança Organizacional e a abordagem do tema Desenvolvimento Econômico e Social da Comunidade. A última minuta progrediu com relação à padronização do conteúdo de cada tema central, tornando o capítulo mais claro e de fácil compreensão. O texto do tema central Governança Organizacional apresentou grandes avanços, como a elaboração de temas específicos para esta seção. Outros temas centrais podem ser melhorados. É o caso de Desenvolvimento Econômico e Social da Comunidade, que em versões anteriores da norma trazia claramente a questão do combate à pobreza e à fome, tendo sido inclusive um tema da seção. Atualmente essa questão é abordada em apenas três linhas, o que consideramos insuficiente, já que se trata de um dos itens dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU. 8. Diretrizes para uma organização sobre a implementação da RS O conteúdo deste capítulo tem sido alvo de grandes debates durante a construção da norma. Críticas sobre a complexidade, a linguagem empresarial e o possível formato de sistema de gestão foram alguns dos pontos já levantados. Sua estrutura preliminar sofreu grandes alterações com a criação do capítulo 6, Práticas de RS, que incorporou parte de seu conteúdo original. As idéias centrais do capítulo aparecem a seguir. Geral Esclarece que seu conteúdo é fortemente relacionado aos capítulos de Princípios, Práticas e Temas Centrais. Identificando a RS Inclui a revisão das operações da organização; a compreensão do contexto no qual atua, a relação com outras organizações em sua cadeia de valor; a análise dos temas de RS aplicáveis a seus impactos; e a priorização dos temas de RS a serem trabalhados. Identificação e Engajamento de Stakeholders Inclui a identificação da natureza da relação com o stakeholder; como priorizar stakeholders; o estabelecimento de 26 Analysis by Ethos Institute and UniEthos This clause may be seen as an “epistemological map” of SR. Its text should present the essential contents of the SR universe to guide organizations in their activities. If not sufficiently complete, it will impoverish the understanding of SR in organizations. Although the core subjects have different scopes and have undergone changes, it is important that all of them be maintained. Recurring debates throughout the process addressed the need for a section on Organizational Governance and the inclusion of the issue “Social and Economic Development of the Community”. The last working draft advanced with regard to standardization of the contents, making the clause easier to understand. The text of the section on Organizational Governance presented significant improvements, such as the elaboration of specific issues for the topic. Other core subjects may be improved yet. This is the case of “Social and Economic Development of the Community” which, in previous versions of the standard, clearly raised the question of the fight against poverty and famine – in fact, one of the issues addressed under that head. In the present version, the question is addressed in only three lines, which is, to our judgment, insufficient, this being one of UN´s Millennium Development Goals. 8. Guidance for an organization on implementing SR The contents of this clause have been the object of extensive debates during the standard´s elaboration process. Criticisms about its complexity, business-oriented language and the possible management system format were some of the objections raised. The preliminary structure underwent far-reaching changes with the introduction of clause 6 on Practices of SR, which incorporated part of this clause´s original contents. The following are its central ideas: General An introduction, explaining that contents are strongly related to the clauses on Principles, Practices and Core Subjects. Identifying SR Addresses operational reviewing procedures for the organization; the understanding of the context where it operates and interactions with other organizations in its value chain; analysis of SR issues applicable to its impacts and establishment of priorities in SR issues. Stakeholder Identification and Engagement Includes identification of the nature of the relationship with a mecanismos para engajamento em ciclo constante; e o apoio a stakeholders menos capacitados no engajamento. zação registre e avalie seu desempenho. Os stakeholders devem ser envolvidos na avaliação do desempenho. Integrando a RS nas Práticas Diárias da Organização Inclui a integração da RS na visão e na missão da organização; a adoção de padrões éticos de comportamento, códigos de conduta para funcionários, terceiros e fornecedores. Também aborda o estabelecimento de objetivos e estratégias para RS, assim como a conscientização e construção de competências internas. Utilizando Instrumentos e Iniciativas de RS Esclarece que ao implementar a RS a organização pode considerar útil tomar por base um certo instrumento ou iniciativa. Ao selecionar o mais apropriado, deve levar em conta os propósitos do instrumento, sua adequação para o perfil da organização e para o uso desejado. Comunicando sobre RS Recomenda que, para uma organização se comunicar de maneira efetiva no campo da RS, ela deve: identificar o propósito da comunicação; estabelecer um plano; selecionar as formas e tipos apropriados para a comunicação; e desenvolver ações para aumentar a credibilidade da comunicação, como a transparência, o diálogo com stakeholders e as certificações. Análise do Instituto Ethos e do UniEthos Examinando as Atividades de RS Esclarece que as atividades e práticas da organização podem se tornar mais efetivas se houver avaliações regulares. Estas devem considerar se os objetivos estabelecidos foram atingidos, os sucessos e as falhas. Para tanto, é necessário que a organi- O capítulo de implementação tem importância vital para a disseminação da norma. Se o texto não for efetivo, com orientações claras e concretas, as organizações não terão sucesso em implementar os temas e princípios apresentados nos capítulos anteriores. A estrutura atual, apesar de similar à da minuta anterior (WD 3 rev 2), está seriamente debilitada com a divisão de seu conteúdo com o novo capítulo Práticas. Seu texto ficou pouco consistente e o desmembramento acabou resultando em repetições em ambos os capítulos. Consideramos essencial para a ferramenta apresentar um capítulo de implementa- 27 stakeholder; how to prioritize them; establishment of mechanisms to engage on a constant cycle; eventual support to stakeholders with less engagement capacity. Integrating SR into the Organization and Its Daily Practices Includes integration of SR into the views and mission of an organization and adoption of ethical standards of behavior and codes of conduct to employees, sub-contractors and suppliers. The section also addresses the establishment of goals and strategies for SR, as well as awareness raising and internal competence building. Communication on SR Recommends that, in order to achieve effective communication in the SR field, an organization should: identify the purpose of the communication; establish a plan; select adequate forms and types for the communication and develop actions to enhance its credibility, such as transparency, dialogue with stakeholders and certifications. Examining Activities about SR This section points out that an organization´s activities and practices may become more effective if regular evaluations are held. These should consider whether established goals have been achieved, as well as successes and failures. Therefore, the organization should record and evaluate its performance. Stakeholders should be involved in this examination. Using Instruments and Initiatives on SR This section makes clear that, on implementing SR, an organization may consider the usefulness of taking a given instrument or initiative as a basis. On selecting the most appropriate one, it should take into account the instrument´s purposes, its suitability to the organization´s profile and to the desired scope. Analysis by Ethos Institute and UniEthos The clause on Implementation is vitally important for the dissemination of the guidance standard. If the text does not prove effective, with clear and concrete guidance, organizations will not be successful in implementing subjects and principles presented in previous clauses. The current structure, although similar to the one presented in the previous working draft (WD 3 rev 2) is seriously enfeebled by the sharing of its contents with the clause on Practices. The text is rather inconsistent, and the dismembering ended up creating repetitions in both clauses. We consider it essential to the standard´s success that a clause on Implementation that is complete, objective and practical be included. A revision of the text of this clause is, therefore, necessary, especially after a ção que seja completo, objetivo e com orientações práticas. É necessária, portanto, uma revisão do texto desse capítulo, sobretudo tendo em vista a versão anterior (WD 3 rev 2). No geral, julgamos essencial que o capítulo retome e aprofunde a utilização de apoios visuais e quadros com orientações específicas. Podemos citar como exemplos as questões: análise da materialidade dos temas da norma; mapeamento da esfera de influência; identificação e priorização dos stakeholders; e informações práticas sobre indicadores e metas. Outro ponto polêmico se refere ao modo de garantir diretrizes para pequenas organizações, sem simplificar demais o capítulo. Inúmeras propostas foram feitas, como quadros específicos em cada seção, mas ainda há pouco consenso sobre essa questão. Um ponto positivo do novo texto é uma seção dedicada exclusivamente a orientar os usuários da norma sobre outras iniciativas e documentos no campo da RS, tendo em vista que esta é uma das questões mais importantes no processo de construção da norma. Anexos Este capítulo destina-se a apresentar iniciativas e instrumentos de RS para auxiliar o usuário da norma. Terá duas partes: uma tabela com as questões-chave de cada iniciativa e uma lista de iniciativas e ferramentas com informações básicas sobre cada uma delas. Análise do Instituto Ethos e do UniEthos Uma importante discussão gira em torno da inclusão, no texto da norma, de referências a ferramentas e iniciativas que possam auxiliar as organizações na implementação de RS. Hoje isso praticamente não ocorre. Há uma proposta para que tais ferramentas sejam listadas no anexo. Entendemos que, apesar de o anexo não ser algo ruim em si, referências a ferramentas devem ser integradas ao texto dos capítulos para facilitar a compreensão dos usuários. Alguns critérios já foram propostos, como a inserção de apenas iniciativas de acesso gratuito. 28 comparison with the previous version (WD 3 rev 2). In general, we find it essential that this clause take up again and further explore the utilization of visual elements and boxes with precise orientations. We might cite, as examples, issues such as: analysis of the materiality of the standard´s issues; mapping of spheres of influence; stakeholder identification and prioritization, and practical information on indicators and goals. Another difficult point is how to provide guidance to small organizations without simplifying too much the clause. Countless proposals have been made, such as specific boxes for each section, but there is as yet little consensus on this issue. A positive aspect of the new text is a section devoted exclusively to providing guidance to users on other initiatives and documents in the SR field, especially considering that this is one of the most important aspects in the standard´s elaboration process. Annexes This clause will present SR initiatives and instruments which might be helpful to the standard´s user. It will consist of two parts: a table with the key-issues for each initiative and a list of initiatives and tools with basic information on each one. Analysis by Ethos Institute and UniEthos An important discussion revolves around the inclusion, on the standard´s text, of references to tools and initiatives that might help organizations in implementing SR. As of this moment, this practically does not happen. There is a proposal to the effect that such tools be listed in an annex. We understand that, although an annex is a not problem in itself, references to tools should be integrated to the text of the clauses in order Apesar de ser algo que tem sua justificativa, seria muito estranho uma norma ISO que não referenciasse outras normas da própria ISO, já que são pagas. Por exemplo, iniciativas que tratam de indicadores e de relatórios, como a GRI, devem ser mencionadas na própria seção que aborda esses assuntos, e não apenas de forma isolada, nos anexos. Isso viria a agregar valor para o usuário. Bibliografia Referências do texto. O conteúdo será desenvolvido posteriormente. Desde o início de sua participação no processo de construção da norma, o Instituto Ethos e o UniEthos alimentam a expectativa de que a ISO 26000 funcione como um mapa integrador das diversas iniciativas já existentes no campo da RS, podendo funcionar como um ponto de convergência e contribuindo para o avanço do movimento de RS. Para tanto, é vital que referências a essas iniciativas sejam feitas de forma efetiva, diretamente no texto, facilitando a implementação da RS nas organizações. 29 to make comprehension easier to the users. Some criteria have already been proposed, such as the sole insertion of free-access initiatives. Although justifiable, it would be strange for a ISO standard not to refer to other ISO standards just because they are not for free. For example, initiatives treating of indicators and reports, such as GRI, should be mentioned in the section devoted to these matters, and not only in isolation, in an annex. This would represent added value for the user. Ever since the beginning of their participation in the standard´s elaboration process, Ethos Institute and UniEthos have nurtured the expectation that ISO 26000 will work as a map for the integration of several initiatives already existent in the SR field, functioning as a focal point and contributing to the progress of the SR movement. Therefore, it is paramount that references to these initiatives be made in an effective way, directly on the text, making the implementation of SR easier to organizations. Bibliography Texts and references. Contents will be developed in due course. Cadeia de valor No dia 23 de maio de 2007, durante uma plenária-oficina do GT Ethos – ISO 26000, diversas organizações debateram a importância de integrar a RS na cadeia de valor e como a norma refletia tal conceito. O palestrante convidado para subsidiar a discussão foi Paulo D. Branco, docente convidado dos programas de extensão e pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas e da Universidade Federal do Rio de Janeiro e diretor da Ekobé. Especializada em educação e consultoria nos temas da sustentabilidade e da responsabilidade corporativa, a Ekobé nos últimos anos vem assessorando a integração da sustentabilidade na cadeia de valor dos setores financeiro, siderúrgico, alimentício e farmacêutico. Entre seus clientes estão organizações como Banco ABN AMRO Real, Belgo-Arcelor Brasil, Febraban, Instituto Ethos, Medley, Natura, Promon, Sadia. Junto ao Instituto Ethos, a Ekobé apóia o GT Ethos – ISO 26000. 30 Frente à abrangência e profundidade da crise civilizatória que vivemos, nem sempre é fácil identificar os avanços que já fizemos em direção a um modelo de desenvolvimento capaz de integrar eficiência econômica, eqüidade social e equilíbrio ambiental. Um desses avanços é o entendimento, por parte de um número crescente de lideranças, de que as práticas de responsabilidade social empresarial (RSE) só fazem sentido se alinhadas aos desafios do desenvolvimento sustentável, o qual, por sua vez, representa a trajetória possível da sociedade em direção à sustentabilidade. Mais do que uma construção lógica, esse entendimento traz em si muitas implicações, entre elas a necessidade de as empresas darem escala às suas iniciativas de RSE. E é quando falamos em dar escala às iniciativas de RSE que a revisão do conceito de cadeia de valor ganha especial importância. Surgido no final dos anos 80 como parte das discussões sobre vantagem competitiva propostas por Michael Porter, esse conceito diz respeito ao “conjunto de atividades que adicionam valor a um produto ou serviço desde as etapas iniciais de pro- Um Olhar sobre a Norma: Aspectos Centrais da RS e a ISO 26000 A View on the Guidance Standard: Central Aspects of SR and ISO 26000 Value chain On May, 23, 2007, during a GT Ethos – ISO 26000 plenaryworkshop, several organizations discussed the importance of integrating SR into value chains and how the guidance standard actually reflected that concept. The lecturer invited to contribute to the proceedings was Paulo D. Brando, invited professor in extension and post-graduate programs at Fundação Getulio Vargas and Rio de Janeiro Federal University and director of Ekobé. A company specialized in education and consultancy on sustainability and corporate responsibility, Ekobé has been providing assistance in integrating sustainability to the value chains of sectors ranging from the financial and pharmaceutical to food and steel industries. Among its clients may be found organizations such as ABN AMRO Real, Belgo-Arcelor Brazil, Febraban, Ethos Institute, Medley, Natura, Promon and Sadia. Together with Ethos Institute, Ekobé supports the GT Ethos – ISO 26000. Before the extent and depth of the civilization crisis we are living now, it is not always easy to identify all the progress already made towards a development model capable of integrating economic efficiency, social equality and environmental balance. Part of this progress is the growing understanding, on the part of an increasing number of leaderships, that practices of corporate social responsibility (CSR) only make sense when aligned to the challenges of sustainable development, which, on its turn, represents society´s possible effort towards sustainability. More than just a logical construct, this understanding brings with it many implications, among them the need for organizations to scale up their CSR initiatives. And it is exactly at this juncture, the scaling up of CSR initiatives, that a revision of the concept of value chain takes on special importance. Introduced at the end of the 80s as part of the discussion about competitive advantages proposed by Michael Porter, this concept refers to the “ensemble of activities that add value to a product or service from the initial stages of project/production to the satisfaction of the final consumer.” At that time, a key-issue for Porter was to introduce jeto/produção até o atendimento ao consumidor final”. Naquela época, uma questão-chave para os trabalhos de Porter era introduzir nas empresas um olhar integrador, em que a visão de processos começasse a substituir a fragmentação típica das áreas funcionais e dos departamentos. Se ampliado e contextualizado para os dias atuais, tal conceito se torna fundamental para os desafios de RSE. E quais seriam as ampliações necessárias? A primeira se refere à adoção de uma nova abordagem de valor, a qual deve integrar os aspectos econômicos, sociais e ambientais; a segunda implica substituir a linearidade pela circularidade na gestão da cadeia. Ou seja, substituir a lógica “pega, faz, descarta”, típica de um modo de produção e consumo que há muito se mostrou insustentável, pela “pede emprestado, usa, devolve”, a qual considera os limites da capacidade de suporte do planeta. Essa ampliação do conceito de cadeia de valor traz à tona dois olhares importantes. Um deles põe em evidência as esferas de controle e influência sobre as quais a empresa deve atuar, como mostra a figura 1. O segundo olhar revela os possíveis impactos das práticas de gestão da empresa sobre sua cadeia de valor. Alguns desses impactos são destacados na figura 2, na página 32. Esses dois olhares sobre a cadeia de valor nos trazem alguns esclarecimentos importantes, tais como: a. sobre escopo: a cadeia de fornecedores (supply chain) é parte da cadeia de valor de uma empresa; b. sobre relações de causa e efeito: o mapeamento da cadeia de valor de fora para dentro e de dentro para fora deixa claro que muitos aspectos críticos nas dimensões de fornecimento e distribuição são resultado das práticas de gestão da própria empresa. Um exemplo são as estratégias de negociação focadas exclusivamente em preço, as quais, em geral, geram externalidades socioambientais na forma de eliminação de benefícios trabalhistas, menor rigor na qualidade de equipamentos de proteção individual (EPIs), negligência quanto aos impactos ambientais, entre outros; Paulo D. Branco, docente convidado da Fundação Getúlio Vargas e da Universidade Federal do Rio de Janeiro e diretor da Ekobé 31 Paulo D. Branco, invited professor at Fundação Getulio Vargas and Rio de Janeiro Federal University and director of Ekobé Foto: Cláudia Perroni an integrating vision into corporations, in which a process-oriented view began to replace the typical fragmentation of functional areas and departments. Expanded and contextualized to our own time, this concept becomes paramount for the challenges of CSR. But how should it be extended? First off, the adoption of a new approach on value, which must integrate economic, social and environmental aspects; then, the replacement of linearity with circularity in managing the chain. In other words, replacing the logic of “taking, making, disposing of”, typical of a way of production long recognized as unsustainable, with the logic of “borrowing, utilizing, returning”, which considers the limitations of the planet´s supporting capacity. This extension of the concept of value chain brings up two important views. One of them puts into sharper focus the spheres of control and influence in which the organization must act, as shown in figure 1. The second view reveals the possible impacts of the organization´s management practices over its own value chain. Some of these impacts are highlighted in figure 2. These two views on the value chain provide us with some important clarifications: a.on scope: the supply chain is part of an organization´s value chain; b.on cause & effect: mapping the value chain from the outside makes clear that many critical aspects bearing on dimensions such as supply and distribution are the result of the organization´s own management practices. An example are negotiation strategies focused exclusively on prices, which, generally speaking, entail socio-environmental externalities such as elimination of labor benefits, less rigorous quality control on personal protective equipments (PPEs), neglect of environmental impacts etc. c. sobre interdependência: a busca por eficiência e maximização de resultados levou as empresas a transferir muitas das suas atividades para organizações a montante (fornecimento) e a jusante (distribuição) da sua cadeia de valor. Entretanto, essa transferência de responsabilidades continuou sendo gerida apenas na ótica de preço, qualidade e prazos, desconsiderando os riscos socioambientais, éticos e de governança inerentes às atividades antes exercidas nas áreas sob operação e controle da própria empresa. Para lidar com essa nova realidade, em que as questões socioambientais, éticas e de governança devem se somar às de preço, qualidade e prazo tradicionalmente tratadas, boa parte das empresas tem adotado abordagens que incluem: 1) implementação de código de conduta aplicável à sua cadeia de valor; 2) avaliação dos riscos relacionados aos temas cobertos pelo código (como trabalho infantil, condições de trabalho, impactos ambientais etc.); 3) realização de auditorias; e 4) definição de planos de melhoria para a organização envolvida. Essas abordagens tiveram origem nas empresas com cadeias de valor globais, principalmente as que possuem fornecedores e distribuidores em países em desenvolvimento ou naqueles com histórico de violação das práticas decentes de trabalho. Centradas na gestão de riscos, essas abordagens que enfatizam a adesão a códigos de conduta têm se mostrado insuficientes para a construção de modelos e práticas de gestão sustentável da cadeia de valor. E por que isso ocorre? Em geral por adotarem premissas falsas, tais como: a. exercer a lógica de dominação pelo poder econômico, em lugar do diálogo; b. demandar da cadeia de valor boas práticas que não fazem parte do dia-a-dia da empresa cliente; c. acreditar que políticas, códigos ou normas sejam sufi- s er Ter c rs ale Fornecedor Ata Con s Providers s Empresa Organization ca A jusante (distribuição) Downstream (distribution) e rti 32 Cadeia de valor Value chain e rvic es Se d F Pr ria-prima/Mat eria maté l pr de r o od r n o f e c t o e dor uc or d du / d S e u c p e p n l r i o utos e servi ço rod s/ ep h T / i r s dp o r i a e Baixo Weak s er A montante (fornecimento) Upstream (supply) o Figura 1 – Cadeia de valor: um olhar de fora para dentro Figure 1 – The value chain: a view from the outside dist les as/Who Alto Strong Controle/ Influência Control/ Influence Alto Strong Clientes/Clients er umidor al/Consum fin Baixo Weak Fonte: GRI Boundary Protocol, janeiro/2005 / Source: GRI Boundary Protocol, January, 2005 c.on interdependence: the search for efficiency and the maximiza tion of results led organizations to transfer many of their activities upstream (supply) and downstream (distribution) their value chains. However, this responsibility transfer went on to be managed only under the heads of price, quality and delivery, leaving out of the picture socio-environmental, ethical and governance risks inherent to activities previously conducted under control of the organization itself. To cope with this new reality, where socio-environmental, ethical and governance considerations must join the more traditionally addressed issues of price, quality and delivery, many organizations have been adopting approaches including: 1) implementation of codes of conduct applicable to their value chains; 2) assessment of risks related to issues covered by the code (such as infant labor, working conditions, environmental impacts etc); 3) regular audits; and 4) definition of improvement plans for the organization. These approaches mainly originated in organizations with global value chains, especially those with suppliers and retailers in developing countries or in countries with a background of violation of decent labor practices. Centered on risk management, these approaches, with their emphasis on codes of conduct, have been proving insufficient to the construction of sustainable models and practices of value chain management. And why is it so? Generally because of false premises, such as: a.using a logic of domination through economic power instead of dialogue; b.demanding fair practices which are not part of day-to-day practices in the client organization; cientes para incorporar sustentabilidade na cadeia de valor, independentemente de mudanças na cultura e nos processos organizacionais. Com base na experiência que temos acumulado na Ekobé junto a organizações que buscam incorporar a sustentabilidade na sua cadeia de valor, uma abordagem consistente e integrada deve contemplar três elementos-chave, como mostra a figura 3. São eles: • mobilização da cadeia de valor – consiste em estimular as organizações da cadeia de valor da empresa para o tema da sustentabilidade. Entre os resultados esperados está o entendimento de que a incorporação da sustentabilidade no dia-a-dia das empresas é fundamental para a sociedade como um todo, para os negócios em geral, para cada uma das organizações da cadeia e, em última análi- se, para as relações entre os elos da cadeia de valor; • integração da sustentabilidade aos processos de gestão – diz respeito ao aprimoramento de todas as etapas do processo de gestão da cadeia de valor, a partir de um olhar de sustentabilidade. Ou seja, desde a seleção, para o caso de um fornecedor, ou prospecção, case se trate de um cliente, até a eventual descontinuidade do relacionamento, buscar oportunidades de melhoria nos processos e ferramentas de gestão a partir da integração da sustentabilidade; • alinhamento das práticas diárias de relacionamento – envolve a capacitação e alinhamento permanente do público interno da empresa que se relaciona com as organizações da cadeia de valor, pois é no dia-a-dia que o valor é adicionado à cadeia ou subtraído da cadeia. Práticas de compras e contratações (como critério de seleção de fornecedores, preço justo etc.) Procurement & supply chain practices (e.g. supplier-selection criteria, fair pricing etc) Uso de recursos naturais Utilization of natural resources Atividades primárias Primary activities Atividades de apoio Support Activities Figura 2 – Cadeia de valor: um olhar de dentro para fora Figure 2 – The value chain: a view from the inside Infra-estrutura interna Firm Infrastructure Gestão de Recursos Humanos Human Resource Management Desenvolvimento tecnológico Technology Development Compras Procurement (Financiamento, planejamento, relações com investidores) (financing, planning, investor-relations) (contratação, treinamento, sistema de remuneração) (recruiting, training, compensation system) (concepção de produtos, de processos, testes, pesquisa de materiais e de mercado) (product design, testing, process design, material research, market research) (componentes, equipamentos, serviços) (components, machinery, advertising & services) Logística (entrada) Inbound Logistics Operações Operations Logística (saída) Outbound Logistics (armazenagem de suprimentos, (montagem, produção de (processamento de pedidos, coleta de dados, acesso de clientes) componentes, operações em filiais) armazenagem, distribuição) (incoming material storage, data (assembly, component fabrication, (order processing, warehousing, collection, service customer access) branch operations) report preparation) Fonte: Michael Porter e Mark Kramer, Estratégia e Sociedade: o Elo entre Vantagem Competitiva e Responsabilidade Social Empresarial. HBR Brasil, dezembro de 2006 / Source: Michael Porter and Mark Kramer, Strategy and Society: The Link Between Competitive Advantage and Corporate Social Responsibility, Harvard Business Review, December 2006, pp. 78-92. c.believing that policies, codes or regulations suffice to incorporate sustainability into the value chain, independently of changes in culture and organizational processes. Based on the experience amassed by us at Ekobé, working with organizations searching to incorporate sustainability into their value chains, a consistent and integrated approach should contemplate three key-elements, as shown in figure 3. These are: •mobilization of the value chain – stimulating organizations in the value chain to the subject of sustainability. Among the expected results is an understanding that incorporating sustainability in their day-to-day practices is fundamental for society as a whole, for business in general, for each and every one of the organizations in the chain and, in final analysis, for the Marketing e vendas Marketing & Sales Servico pós-vendas After-Sales Service (força de vendas, promoção, publicidade, propostas, website) (sales force, promotion, advertising, proposal writing, Website) (instalação, assistência técnica, solução de queixas, conserto) (installation, customer-support, complaint-resolution, repair) Impactos de transporte (como emissões, congestionamentos etc.) Transportation impacts (e.g. emissions, congestion, logging roads etc) Uso e descarte de embalagens Packaging use and disposal Descarte de produtos obsoletos Disposal of obsolete products Manuseio de insumos Handling of consumables Privacidade do cliente Customer privacy relationships between all the links therein; •integration of sustainability into management processes – perfecting all the stages of the chain´s management process with a view to sustainability, that is, from the selection of suppliers or prospection of customers to the eventual interruption of a commercial relationship – always to search for opportunities of improvement in management processes and tools, from the viewpoint of sustainability; •alignment of day-to-day practices – ongoing capacity building and alignment of the organization´s internal public with other organizations in the value chain: day-to-day practices are the stuff out of which value is ultimately added or subtracted from the chain. 33 Como resultado da ação integrada desses três elementoschave, que são a mobilização, a gestão e os relacionamentos diários, as empresas com que temos trabalhado começam a exercitar o conceito ampliado de cadeia de valor, no qual a inovação inspirada pela sustentabilidade, somada à gestão consistente de riscos, consolida a construção de relações de longo prazo. Sem dúvida essas empresas estão reconhecendo a sua cadeia de valor como o espaço privilegiado para dar escala às suas práticas de RSE. Referências: Dale Neef. The Supply Chain Imperative – How to Ensure Ethical Behavior in Your Global Suppliers. New York: Amacom, 2004. Ivanka Mamic. Implementing Codes of Conduct – How Businesses Manage Social Performance in Global Supply Chains. Genebra: International Labor Office and Greenleaf Publishing, 2004. Figura 3 – Abordagem integrada da cadeia de valor Figure 3 – An integrated approach on the value chain Um olhar sobre a norma: cadeia de valor A seguir, apresentamos uma análise do Instituto Ethos e do UniEthos com base no trabalho realizado com as organizações participantes do GT Ethos – ISO 26000. Elas foram consultadas durante o ano de 2007, por ocasião das diversas atividades presenciais e por via eletrônica. Ao considerarmos os conceitos apresentados no texto de Paulo Branco, e olharmos a versão atual da norma, vemos que a questão da cadeia de valor é tratada de maneira inconsistente e irregular. O compromisso com a implementação da RS na cadeia de valor é referido em algumas passagens, porém não há orientações práticas sobre como isso deve ser feito. Podemos destacar as seguintes passagens da norma, relevantes para este tema: • Capítulo “Termos e Definições” – Apresenta quatro definições relevantes. A primeira é a de RS. Diz-se ali que as organizações devem implementar a RS em seus rela- Engajamento da Cadeia de Valor Value Chain Engagement Mobilização Mobilization Inovação Innovation Gestão de riscos Risk-management Relações sustentáveis Sustainable relationships 34 Processos de Gestão Management Processes Relacionamentos do dia-a-dia Everyday relationships Incorporação da Sustentabilidade na Cadeia de Valor Integration of Sustainability into the Value Chain Fonte/Source: Ekobé As a result of the interaction of these three key-elements, to wit, mobilization, management and day-to-day relationships, the organizations we have been working with are beginning to apply this extended concept of value chain, where innovation inspired by sustainability and added to consistent risk management consolidates the building of long term relationships. These organizations are doubtlessly recognizing their value chains as a privileged space to scale up their CSR practices. References: Dale Neef. The Supply Chain Imperative – How to Ensure Ethical Behavior in Your Global Suppliers, New York: Amacom, 2004 Ivanka Mamic. Implementing Codes of Conduct – How Businesses Manage Social Performance in Global Supply Chains. Geneva, International Labor Office and Greenleaf Publishing, 2004. A view on the guidance standard: the value chain The following is an analysis by Ethos Institute and UniEthos, based on our work with the organizations taking part in the GT Ethos – ISO 2600. They have been consulted throughout the year 2007 in the course of several meetings and through electronicallymediated activities. Considering the concepts presented by Paulo Branco, and perusing the current version of the guidance standard, it is noticeable that the value chain issue is treated in an irregular and inconsistent way. The commitment towards implementation of SR into value chains is referred to at some points, but there is no practical guidance on how this should be achieved. The following relevant passages in the standard may be singled out: •“Terms and Definitions” – The clause presents four definitions relevant to this topic. The first one is the definition of SR, which states that organizations should implement SR in their cionamentos, termo que na norma se refere a esfera de influência. A segunda é a própria definição de esfera de influência, que inclui todas as relações que a organização influencia ou controla; e aqui se situa a cadeia de valor. A terceira é a definição de cadeia de valor, que está muito próxima daquela de Michael Porter, apresentada no texto de Paulo Branco. Ambas focam as atividades da cadeia. A quarta é a definição de cadeia de fornecimento, que conforme a definição apresentada pela norma se entende como parte da cadeia de valor. • Capítulo “Práticas de RS” – Dentro da seção “Identificando a RS” deste capítulo, parte do texto se dedica a estabelecer que a RS se estende além da organização, permeando sua esfera de influência. Considerando as definições que a norma apresenta, a esfera de influência inclui a cadeia de valor. • Capítulo “Temas Centrais da RS” – O tema central “Práticas justas de operação” traz uma referência à promoção da RS na esfera de influência da organização. Essa passagem menciona a cadeia de valor, as práticas de com- pras, a conscientização e o relacionamento com outras organizações. • Capítulo “Diretrizes para uma Organização sobre a Implementação da RS” – O capítulo tem uma seção dedicada à responsabilidade de determinadas organizações sobre outras. Nesta parte são descritos os relacionamentos que a organização pode ter dentro sua cadeia de valor. Apesar de alguns pontos positivos, a norma deveria desenvolver mais essa questão. Apresenta uma boa definição de cadeia de valor, porém faltam explicações sobre como as organizações podem mapeá-la, isto é, detectar quais são os casos em que influenciam mais ou causam maior impacto. A relação entre a cadeia de valor e o ganho de escala das ações de RS não é abordada, assim como não é explicada em nenhum momento a natureza do conceito. O capítulo “Compreendendo a RS” deveria listar a cadeia de valor como uma das características da RS e explicá-la. Já os capítulos “Práticas de RS” e “Diretrizes para uma Organização sobre a Implementação da RS” deveriam trazer orientações práticas sobre como mapear a cadeia, estabelecer a relevância dos relacionamentos etc. 35 relationships, a term which, in the guidance standard, refers to sphere of influence. The second point is the very definition of sphere of influence, which includes all the relationships influenced or controlled by the organization, that is, its value chain. The third issue is the definition of value chain, which follows very closely Michael Porter´s definition, as presented in Paulo Branco´s text. Both definitions focus on the activities in the chain. The fourth aspect is the definition of supply chain, which, according to the wording presented by the standard, is understood as part of the value chain. •“Practices of SR” – In the segment on “Identifying SR”, part of the text is devoted to bring home the point that SR extends beyond the organization, permeating its sphere of influence. Considering the definitions presented by the standard, the sphere of influence includes the value chain. •“SR Core Subjects” – The core issue “Fair operating practices” makes reference to the promotion of SR within the organization´s sphere of influence. This passage mentions the value chain, procurement and purchasing decisions, awareness raising and relationship with other organizations. •“Guidance for an Organization on Implementing SR” – This clause has a section devoted to the responsibility of certain organizations over others. The passage describes the possible relationships of an organization within its value chain. Notwithstanding some positive aspects, the guidance standard should develop this issue more thoroughly. It presents a good definition of value chain, but lacks clarifications on how organizations can map it, that is, detect which cases involve more or less impact. The relationship between value chain and scaling up of SR actions is not addressed, just as the nature of the concept itself. The clause on “Understanding SR” should list the value chain as one of the characteristics of SR and further elucidate it. On the other hand, the clauses on “Practices of SR” and “Guidance for an organization on implementing SR” should bring practical guidance on how to map the chain, establish the relevance of the relationships etc. Engajamento de stakeholders No dia 9 de novembro de 2007, durante uma plenáriaoficina do GT Ethos – ISO 26000, diversas organizações debateram sobre o engajamento de stakeholders e como o conceito de stakeholder e seus desdobramentos estavam refletidos na norma. A palestrante foi Sônia Loureiro, administradora que durante 12 anos atuou em empresas multinacionais como Citibank, Cargill e Archer Daniels Midland. Hoje trabalha como consultora de empresas que buscam aprimorar sua gestão com base na responsabilidade social e no desenvolvimento sustentável. Coordena também o Grupo Brasileiro de Estudos da GRI/G3, iniciativa do Instituto Ethos, do Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVCES) e da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). É co-coordenadora, desde 2003, do curso “Princípios e Práticas da Responsabilidade Social nas Empresas”, da Fundação Getúlio Vargas, e docente do módulo “Ferramentas de Gestão”. No UniEthos, é instrutora e parceira no desenvolvimento de conteúdo para cursos in company sobre relatórios de sustentabilidade e balanço social. A AccountAbility, em sua publicação The Practitioner’s Handbook on Stakeholder Engagement, define os stakeholders como um grupo ou um indivíduo que pode afetar ou ser afetado pelas atividades de determinada organização. Da mesma maneira, também define como qualquer indivíduo ou grupo que possa ajudar a definir propostas de valor para a organização. Como engajamento entendemos o processo de buscar pontos de vista das partes interessadas na construção do relacionamento com a organização. Ou, ainda, o esforço de uma organização para entender e envolver stakeholders e seus interesses no andamento de suas atividades e processos de decisão. Quando surgiu a definição de RSE, já se valorizava a rela- Sônia Loureiro, coordenadora do Grupo Brasileiro de Estudos da GRI/G3, iniciativa do Instituto Ethos, GVCES e Aberje 36 Sônia Loureiro, coordinates the Brazilian Study Group for GRI/G3, a joint initiative by Ethos Institute, GVCES and Aberje Foto: Cláudia Perroni A view on the guidance standard: stakeholder engagement On November, 9, 2007, during a GT Ethos–ISO 26000 plenary-workshop, several organizations discussed the issue of stakeholder engagement and how the concept of stakeholder and its developments was reflected by the guidance standard. The invited lecturer was Sônia Loureiro, a business manager with 12 years of experience in multinational corporations such as Citibank, Cargill and Archer Daniels Midland, currently a business consultant for organizations interested in perfecting their management with a view to social responsibility and sustainable development. She also coordinates the Brazilian Study Group for GRI/G3, a joint initiative by Ethos Institute, the Center for Sustainability Studies (GVCES) and the Brazilian Association for Business Communication (Aberje). In addition, since 2003, she coordinates a course on “Social Responsibility Principles and Practices in Organizations” at Fundação Getulio Vargas, e teaches on the “Management Tools” module, besides being a lecturer and associate of UniEthos in contents development for in company courses on sustainability and social audit reports. In its publication The Practitioner´s Handbook on Stakeholder Engagement, AccountAbility defines stakeholders as a group or individual that may affect or be affected by the activities of a given organization. Stakeholders are also defined as any individual or group that may help the organization in defining valuable proposals for it. As to engagement, we understand it to be the process of searching for the points of view of interested parties in the construction of a ção da empresa com as partes interessadas. A qualidade dessa relação depende muito de processos de engajamento sistemáticos que forneçam subsídios diretos para a empresa direcionar sua estratégia. Conhecer melhor as partes interessadas e suas demandas pode proporcionar melhor capacidade de resposta aos desafios futuros e fortalecer as relações já estabelecidas. A prática do diálogo oferece ainda a possibilidade de gerenciar a reputação da empresa entre os públicos estratégicos. O processo de engajamento dos stakeholders pode servir como ferramenta para a compreensão de seus interesses e expectativas. As organizações costumam promover diferentes formas de engajamento dos stakeholders. Isso acontece, por exemplo, quando se busca o cumprimento de normas internacionais; quando se informa sobre processos organizacionais ou sobre negócios em andamento; e, mais recentemente, para identificação de conteúdo relevante para a elaboração de relatórios de sustentabilidade. Figura 4 – Três gerações de engajamento corporativo com stakeholders Figure 4 – Three generations of corporate stakeholder engagement 1 ª Geração st Generation Pressão direcionava o engajamento para alívio da crise com benefícios localizados Pressures directed engagement, with a view to relieving a crisis with localized benefits 2 ª Geração st Generation Engajamento sistemático para gerenciamento de risco e para aumentar o entendimento sobre os stakeholders Systematic engagement for managing risks and increasing understanding about stakeholders 3 A evolução dessa prática acompanha a trajetória do próprio movimento da responsabilidade empresarial, com diferentes estágios, como mostra a figura 4. É fundamental orientar-se pelos princípios apresentados na figura 5 e ter uma estratégia bem desenhada para o processo de engajamento. Outras providências úteis são: começar com antecedência e de forma proativa; não ter medo de criar expectativas; não esperar pelo surgimento de um problema para providenciar o engajamento; gerenciar o processo, definindo a estratégia, objetivos, cronograma, orçamento e alocação de responsáveis; buscar trabalhar em parceria; conhecer a fundo a dinâmica de poder local; e aprender ao longo do processo para aprimorar a atuação. As empresas podem encontrar metodologias específicas para o engajamento. Uma das mais conhecidas é AA 1000SES Stakeholder Engagement Standard. Entre as técnicas usadas Figura 5 – Princípios fundamentais do engajamento com stakeholders Figure 5 – Fundamental principles of stakeholder engagement Inclusão Inclusion ª Geração st Generation Engajamento estratégico e integrado para competitividade sustentável Strategic and integrated engagement for sustainable competitiveness relationship with the organization. Or yet as the efforts of an organization to understand and involve stakeholders and their interests in the course of its activities and decision processes. When CSR was defined, the relationship of a company with its interested parties was already valued. The quality of this relationship depends very much of systematic engagement processes that provide the organization with direct elements to inform its strategy. A better knowledge of the interested parties and their demands may provide a better capacity of response to future challenges and strengthen already established relationships. The practice of dialogue offers in addition the possibility of managing the organization´s reputation in strategic segments. The process of stakeholder engagement may serve as a tool for the understanding of their interests and expectations. Organizations Compromisso em refletir, em todos os estágios de um processo, necessidades e aspirações dos stakeholders Commitment to reflect, throughout the whole process, the stakeholders´ needs and aspirations. 37 Princípios Principles Materialidade Materiality Completude Completeness “Saber o que importa para você e para os stakeholders” “Knowing what matters to you and your stakeholders” “Entender seus impactos e o que as pessoas pensam de você” “Understanding your impacts and what people think of you” Capacidade de Resposta Response Capacity “Demonstrar respostas adequadas” “Adequately responding” use to promote different ways of engaging stakeholders – for instance, when one searches for compliance with international regulations; when information is provided on organizational processes or ongoing negotiations; and, more recently, by the identification of relevant aspects for the elaboration of sustainability reports. The evolution of this practice has come hand in glove with the very CSR movement, through different stages, as shown on figure 4. It is fundamental to follow the principles indicated on figure 5 and to have a well-designed strategy for the process of engagement. Other useful measures are: to begin as soon as possible, in a proactive way; not to be afraid of creating expectations; not to wait for the onset of a problem to begin engagement; to manage the process, defining the strategy, objectives, chronogram, budget and allocation of people responsible for it; to work in partnership; to get to know as deeply as para facilitar o diálogo podemos citar a Appreciative Inquiry e a Open Space Technology. A metodologia Appreciative Inquiry foi criada nos Estados Unidos pelo doutor David Cooperrider. Seu princípio fundamental é tornar a organização melhor, com base no que ela já tem de bom. O grande diferencial do método é que ele não se concentra na discussão dos problemas da organização, mas sim no reconhecimento e na maximização de suas forças. Dessa forma, promove o desenvolvimento da empresa no presente e cria soluções para seu futuro. O Open Space Technology é uma metodologia de reunião em que os participantes são convidados a produzir a agenda do encontro e liderar pequenos grupos de discussão. Desenvolvida por Harrison Owen, especialista e autor de livros da área, permite que grupos auto-organizados, de portes diversos, tratem de problemas altamente complexos em um período de tempo muito curto. Usualmente existe um facilitador, mas ele não atua como um líder oficial do encontro. A seguir, uma proposta de sistematização do processo de engajamento de stakeholders baseada na publicação IFC: Stakeholder Engagement - A Good Practice Handbook to Companies Doing Business in Emerging Countries. Cinco estágios do engajamento dos stakeholders possible local dynamics of power and to keep learning all through the process, in order to prefect action. Organizations may find specific methodologies for the engagement. One of the best-known is the AA 1000SES Stakeholder Engagement Standard. Among the techniques used to facilitate dialogue might be mentioned Appreciative Inquiry and Open Space Technology. Appreciative Inquiry is a methodology created in the United States by Dr. David Coperrider. Its fundamental principle is to improve an organization based on what positive things it already has. The great advantage of this method lies on its not concentrating on discussing the problems of the organization, but on their recognition, and on maximization of the organization´s forces. Thus, the method promotes the development of the organization in the present, and devises solutions for its future. Open Space Technology is a meeting methodology in which participants are invited to define the meeting´s agenda and lead small discussion groups. Developed by Harrison Owen, a specialist and author in this field, it allows self-organized, variously-sized groups to address highly complex problems in a very short period of time. There is usually a facilitator, but he does not act as an official leader for the meeting. The following is a proposal for systematization of the stakeholder engagement process, based on the IFC publication: Stakeholder Engagement – A Good Practice Handbook to Companies Doing Business in Emerging Countries. Five stages in stakeholder engagement 1º estágio: pensar estrategicamente • Definir objetivos estratégicos • Mapear os stakeholders • Identificar assuntos de interesse • Priorizar os stakeholders 2º estágio: analisar e planejar • Rever progressos • Aprender com os outros e identificar parceiros • Aprender sobre os stakeholders • Definir objetivos dos stakeholders • Definir margens de movimento 3º estágio: fortalecer as capacidades • Fortalecer a habilidade de resposta sobre um assunto • Desenvolver habilidades internas • Construir a capacidade de engajamento do stakeholder 4º estágio: engajamento com os stakeholders • Identificar a mais efetiva abordagem para o engajamento • Desenhar o processo 5º estágio: agir e revisar • Planejar atividades de follow-up 38 1st stage: think strategically •Define strategic goals •Map stakeholders •Identify themes of interest •Prioritize stakeholders 2nd stage: analysis and planning •Review the process •Learn from others to identify partners •Learn about the stakeholders •Define their goals •Define your leeway 3rd stage: strengthen capacities •Strengthen response capacity in a given theme •Develop internal skills •Build the stakeholder´s engagement capacity 4th stage: stakeholder engagement •Identify the most effective approach for the engagement •Design the process 5th stage: act and review •Plan follow up activities •Internalize learning • Internalizar a aprendizagem • Revisar o engajamento • Assegurar seus stakeholders Uma dica valiosa é iniciar a prática com base em um projeto específico. Assim, fica uma sugestão: por exemplo, engajar os stakeholders no processo de definição do conteúdo do relatório de sustentabilidade da empresa (teste de materialidade). Tal processo pode aumentar a receptividade e a utilidade do relatório para os stakeholders e muito provavelmente resultará em aprendizagem contínua para a organização relatora. Referências: Stakeholder Engagement Manual, volume 1 - UNEP/AccountAbility/ Stakeholder Research Associates. Stakeholder Engagement Manual, volume 2 - UNEP/AccountAbility/ Stakeholder Research Associates. The Materiality Report. AA 1000SES Stakeholder Engagement Standard. IFC: Stakeholder Engagement – A Good Practice Handbook to Companies Doing Business in Emerging Countries. Humberto Mariotti. “Diálogo: um método de reflexão conjunta e observação compartilhada da experiência”. Um olhar sobre a norma: engajamento de stakeholders A seguir, apresentamos uma análise do Instituto Ethos e do UniEthos sobre o trabalho realizado com as organizações participantes do GT Ethos – ISO 26000. Elas foram consultadas durante o ano de 2007, por ocasião das diversas atividades presenciais e por via eletrônica. Ao considerarmos os conceitos apresentados no texto de Sonia Loureiro, podemos dizer que, de um modo geral, a norma aborda de maneira satisfatória a relação da RS com o engajamento de stakeholders. O texto demonstra que esta é uma atividade-chave para a RS. Já na reunião de Bangcoc (2005) havia sido decidido que esse tema seria tratado de maneira transversal na norma, estando presente em vários capítulos. Hoje praticamente todos os capítulos abordam a questão, cada um a sua maneira. Podemos citar os seguintes destaques: • Capítulo “Termos e Definições” – Traz uma definição de stakeholder que, apesar de não coincidir com a definição 39 •Review the engagement •Ensure your stakeholders A valuable tip is to begin the practice based on a specific project. So, for example, engage stakeholders during the process of definition of contents for the organization´s sustainability report (materiality test). This process may favor the reception and usefulness of the report for the stakeholders and, most likely, will result in an ongoing learning for the reporting organization. References: Stakeholder Engagement Manual, volume 1 – UNEP/AccountAbility/ Stakeholder Research Associates. Stakeholder Engagement Manual, volume 2 – UNEP/AccountAbility/ Stakeholder Research Associates. The Materiality Report. AA 1000SES Stakeholder Engagement Standard. IFC: Stakeholder Engagement – A Good Practice Handbook to Companies Doing Business in Emerging Countries. Humberto Mariotti. “Diálogo: um método de reflexão conjunta e observação compartilhada da experiência” [Dialogue: a method for joint reflexion and shared observation of experience]. A view on the guidance standard: stakeholder engagement The following is an analysis by Ethos Institute and UniEthos, based on our work with the organizations taking part in the GT Ethos – ISO 2600. They have been consulted throughout the year 2007 in the course of several meetings and through electronicallymediated activities. Considering the concepts presented by Sônia Loureiro, we may say that, generally speaking, the guidance standard satisfactorily addresses the relationship between SR and stakeholder engagement. The text succeeds in demonstrating that this is a key-activity for SR. Already in the Bangkok Meeting (2005) it had been decided that this issue would be treated transversally by the guidance standard, being touched upon in several clauses. As of this moment, practically all the clauses address the subject, each in its own way. The following points might be highlighted: •“Terms and Definitions” – This clause brings a definition of stakeholder which, although not coinciding with the traditional definition presented by Sônia, is in complete agreement with it. Another positive aspect is the definition of SR, according to which tradicional apresentada por Sonia, converge completamente para ela. Outro ponto positivo é a definição de RS, segundo a qual as organizações devem levar em consideração as expectativas dos stakeholders. • Capítulo “Compreendendo a RS” – Apresenta o engajamento de stakeholders como uma das características básicas da RS. • Capítulo “Princípios de RS” – Este capítulo considera como um princípio do comportamento socialmente responsável, por parte das organizações, o respeito e a consideração pelos interesses de seus stakeholders. • Capítulos “Práticas de RS” e “Diretrizes para uma Organização sobre a Implementação da RS” – Estes capítulos reconhecem o engajamento de stakeholders como uma prática central da RS e trazem orientações sobre como efetivá-la. Há ainda muito espaço para melhoria. Se considerarmos, por exemplo, o capítulo “Implementação”, vemos que faltam orientações concretas sobre o engajamento de stakeholders. Seria oportuno trazer um passo-a-passo para a ação. Um bom exemplo de como isso poderia ser feito são as etapas apresentadas no texto de Sonia Loureiro. Ética e comportamento ético No dia 9 de novembro de 2007, as organizações participantes do GT Ethos – ISO 26000 debateram sobre a natureza do conceito de Ética e como este estava refletido na norma. Para tanto, tivemos como palestrante Mario Sergio Cortella, filósofo, professor-doutor titular do Departamento de Teologia e Ciências da Religião e da Pós-Graduação em Educação da PUC-SP e professor convidado da Fundação Dom Cabral e do GV PEC da FGV/SP, além de autor de diversos livros e exsecretário municipal de Educação de São Paulo (1991-1992). Por estar relacionada à vontade, a ética é uma coisa absolutamente humana. Diz respeito à nossa capacidade de decidir, escolher, julgar – enfim, à nossa capacidade de ser livre. Ética sem liberdade não existe. Às vezes ouvimos alguém dizer que gostaria de ser livre como um pássaro. Ora, o pássaro não é livre. Não tem liberdade de escolha. O pássaro é predeterminado. Será que nós, homens e mulheres, ainda temos alguma forma de instinto? 40 organizations should take into consideration the expectations of the stakeholders. •“Understanding SR” – This clause presents the stakeholder engagement as one of the basic characteristics of SR. •“Principles of SR” – This clause establishes respect and consideration for the stakeholders on the part of organizations as one of the principles of socially responsible behavior. •“Practices of SR” and “Guidance for an Organization on Implementing SR” – These clauses recognize stakeholder engagement as a central SR practice and provide guidance on how to do it. There is room for improvement, though: if we consider, for instance, the clause on Implementation, we will see a lack of concrete guidance on stakeholder engagement. A stepby-step guide to action would be in order here. A good example of how this could be done are the five stages presented in Sônia Loureiro´s text. Ethics and ethical behavior On November, 9, 2007, organizations participating in the GT Ethos – ISO 26000 discussed the nature of the concept of Ethics and how this was reflected by the guidance standard. To this end, we had as lecturer Professor Mario Sergio Cortella, a philosopher, professor of the Department of Theology and Religious Science and post- graduate professor in Education at PUC-SP, invited professor at Fundação Dom Cabral and GV PEC/Fundação Getulio Vargas, as well as author of several books and former Municipal Secretary of Education for the city of São Paulo (1991-1992). Being related to the will, ethics is an absolutely human thing. It concerns our ability to decide, to choose, to judge – in short, it concerns our ability to be free. There is no such thing as an ethics without freedom. O de sobrevivência, por exemplo, já abandonamos há muito tempo. Caso contrário, não comeríamos o que nos faz mal. Nenhum outro animal se suicida, mas alguns de nós são capazes de dar a vida por outra pessoa, ou por uma causa, na condição de fiel ou mártir. Instinto de defesa, também não temos. Se alguém nos ameaça, somos capazes de negociar ou contemporizar. Portanto, em nós, seres humanos, aquilo que chamamos instinto já está submetido à nossa vontade e às nossas necessidades. Não devemos confundi-las com o instinto. Este é uma ordem da natureza, algo irreprimível, anterior e superior a cada um de nós. É aquilo que caracteriza sobretudo outros animais, não o homem. Marx dizia que o pior tecelão será sempre melhor que uma aranha. Esta já nasceu sabendo tecer, mas não consegue modificar aquilo que sempre fez. Tece teias magníficas, porém iguais às que sua espécie faz e fazia. Apenas obedece a um impulso, não tem autonomia. Com seres humanos, é diferente. Uma das primeiras coisas que uma criança aprende é a dizer não. Seres humanos podem ou não seguir as regras estabelecidas. Temos capacidade de escolha. Quem introduziu isso no Ocidente foram os judeus, com a história de Adão e Eva. Deus os chamou e disse: “Vocês façam o que quiserem, mas não comam o fruto da árvore proibida”. Eles podiam não comer. Comeram porque quiseram. Não havia obrigatoriedade. Tinham a possibilidade de escolha. No mundo greco-romano não era assim. Lá os deuses é que decidiam pelos seres humanos, tanto que a obra grega por excelência é a tragédia, que implica uma visão inexorável da vida. Já a visão dramática é a de que o homem pode modificar o próprio destino. A visão do drama é a visão da escolha. Não são os deuses que decidem. Precisamos então fazer essa distinção. O que é trágico está fora do controle humano, enquanto o que é dramático está no nosso âmbito de ação. A seca é uma tragédia. A fome é um drama. Mario Sergio Cortella, filósofo, professor-doutor titular do Departamento de Teologia e Ciências da Religião e da Pós-Graduação em Educação da PUC-SP. 41 Mario Sergio Cortella, philosopher, professor of the Department of Theology and Religious Science and post- graduate professor in Education at PUC-SP Foto: Cláudia Perroni Occasionally we hear someone say that he would like to be free as a bird. Now, birds are not free. They have no freedom of choice. Birds are predetermined. But, going back as to us, men and women, do we still have some form of instinct? Let us take the survival instinct, for instance: this one we have abandoned a long time ago. Otherwise, none of us would eat and drink unhealthy stuff. No other animal commits suicide, but some of us are capable to give our lives for other people or for a cause, as a devotee or a martyr. The defense instinct, this one also is no longer with us. If someone threatens us, we are capable of negotiating or compromising. Therefore, in us human beings, that which we call instinct is already submitted to our will and to our needs. We should not confuse them with the instinct. This is a command of nature, something irrepressible, more ancient and more powerful than each one of us. Something which characterizes, above all, other animals – not Man. Marx used to say that the worst spinster will always be better than the best spider. The spider knows how to spin since it was born, but is unable to modify what it always does. It spins magnificent webs, but always the same as all the others its species makes, or ever made. It just obeys a drive, it has no autonomy. With human beings, things are different. One of the first things a child learns is to say no. human beings may or may not follow preestablished rules. We have the ability to choose. The West received this from the Jews, with the story about Adam and Eve. God called them and said: “You do what you like, only, do not eat from the fruit of the forbidden tree.” They should not eat it. They ate it because they wanted to. There was no command. They had the possibility to choose. In the Graeco-Roman world things were not so. In that world, gods decided for the human beings, so much so that the Greek creation Trabalhar na construção de uma norma de conduta ética é ter uma visão dramática, e não trágica, da vida. Significa apostar na possibilidade de transformação da sociedade. Significa acreditar que o ser humano tem autonomia para escolher o caminho que pretende seguir. No entanto, não devemos confundir soberania com autonomia. Autonomia é fazer o que eu desejo no âmbito da minha condição e das minhas possibilidades. Um filho menor de idade não pode ser soberano, mas sim autônomo. A mesma coisa vale para uma empresa. Até há pouco tempo muitas delas se sentiam soberanas, ou seja, achavam que podiam fazer o que bem entendessem. Pois bem: muito cuidado com essa lógica. Se queremos fazer uma ISO de responsabilidade social é porque não concordamos com isso. É porque acreditamos que podemos ter liberdade, autonomia – mas não soberania. Ou seja, precisamos agir baseados na ética. As três grandes questões Por sermos humanos, a todo momento estamos submetidos a dilemas e conflitos éticos, na medida em que temos de dar respostas satisfatórias às três questões básicas: “Quero?” “Devo?” “Posso?” Há coisas que uma pessoa quer, mas não deve; outras que ela deve, mas não pode; e outras que ela pode, mas não quer. Estamos em equilíbrio quando queremos aquilo que podemos e devemos. Cabe fazer uma distinção entre dilema ético e conflito ético. Conflito ético é quando uma pessoa precisa escolher entre duas coisas saudáveis. Ambas as coisas são aceitáveis; porém, ainda assim, a escolha terá um preço. Caso diferente é quando se deve escolher entre duas coisas em que apenas uma delas é eticamente saudável. Nesse caso, estamos diante de um dilema ético. A ética é o conjunto de princípios e valores que orienta nossa tomada de decisões em relação a essas três questões da vida. Delas não podemos fugir, se queremos exercer a nossa liberdade. 42 The three great questions Being human, we are all constantly faced by ethical dilemmas and conflicts, as we have to answer satisfactorily to three basic questions: Do I want it? Should I? Can I? Sometimes a person wants something, but shouldn´t; in other cases, she should, but can´t; in yet other cases she can, but doesn´t want. A balance is stricken when we want something that we can and should obtain. par excellence is Tragedy, which implies an inexorable view of life. The dramatic view, on the other hand, says that Man is able to change his own destiny. It is not to the gods to decide. We must make this distinction, then: what is tragic lies outside human control, whereas what is dramatic lies within our power of action. Draughts are tragedies. Famines are dramas. To work in the construction of a standard of ethical conduct is A distinction could be made between ethical dilemmas and ethical conflicts. An ethical conflict occurs when a person must choose between two healthy things. Both choices are acceptable; but, even so, the choice will take its toll, will have a price. Things are altogether different when one must choose between two possibilities where only one of them is ethically healthy. In this case, we are before an ethical dilemma. Ethics is the set of principles and values guiding us in our decisions towards these three great questions in life. We cannot escape them, if we want to exercise our freedom. to have a dramatic, not a tragic view of life. It means betting on the possibility of transformations in society. It means believing that the human being has the autonomy to choose the way he intends to tread. However, we should not confound autonomy with sovereignty. Autonomy is the ability to do what I want within my condition and my possibilities. A minor cannot be sovereign, but may be autonomous. The same applies to organizations. Not so much time ago many of them felt Mas o que é a ética? Existem várias definições. Uma das mais usuais é aquela que a define como “um conjunto de valores e princípios que orientam o nosso comportamento social”. É muito difícil viver socialmente. Mesmo na vida privada de um casal, há divergências. Temos autonomia para decidir. A ética é a maneira pela qual administramos a nossa autonomia. Não existe ninguém sem ética. Mesmo uma empresa que engana o fisco, um deputado que rouba o dinheiro público – todos eles também têm algum tipo de ética. O ladrão baseia-se na ética da conveniência. Como ela não é a nossa, chamamos de antiética. Porém, todos os seres humanos têm valores e princípios que moldam sua conduta, já que vivem socialmente. Não existe ética individual. Ela é sempre coletiva. O que não temos ainda é uma ética universal, que seja aceita por todos. Na prática, ela sempre está vinculada a um determinado grupo. Uma ética universal é possível, mas implica uma visão da alteridade. Ou seja: a capacidade de olhar o outro como outro, não como estranho. Compreendê-lo antes de aceitá-lo ou rejeitá-lo. Precisamos encarar a ética como uma proteção à integridade da vida e do próprio planeta. Vale citar a frase do escritor francês François Rabelais (1483-1553): “Conheço muitos que não puderam quando deviam, porque não quiseram quando podiam”. Ela nos ajuda a pensar. Nós devemos e podemos. Mas será que queremos? Um olhar sobre a norma: ética e comportamento ético A seguir, apresentamos uma análise do Instituto Ethos e do UniEthos sobre o trabalho realizado com as organizações participantes do GT Ethos – ISO 26000. Elas foram consultadas durante o ano de 2007, por ocasião das diversas atividades presenciais e por via eletrônica. Ao considerarmos os conceitos apresentados no texto de Mario Sergio Cortella, podemos dizer que a própria norma pode ser tida como um instrumento de comportamento ético. A norma pretende recomendar padrões de atuação para as organizações em seu contexto social – exatamente a definição de ética apresentada por Cortella. Porém, o conceito de ética, especificamente, é abordado de maneira pouco uniforme na norma. 43 sovereign, that is, they felt they could do anything they wanted. Well, let us take care with this logic. If we want to create an ISO standard for social responsibility, this is because we do not agree with that. This is because we believe we can have freedom, autonomy – but not sovereignty. In other words, we must act ethically. But what is ethics? There are several definitions. One of the most usual is that according to which ethics is a “set of values and principles to guide our social behavior”. Living in society is a very difficult thing. Even in a couple´s private life there are bound to be divergences. We have the autonomy to decide. Ethics is our way of managing our autonomy. There is no one without some kind of ethics. Even an organization that evades taxes, a public man that embezzles money – all of them have some kind of ethics. The thief bases himself on an ethics of convenience. Since this is not our brand of ethics, we call it anti-ethic. But all human beings have values and principles guiding their conducts, for they live in society. There isn’t such thing as an individual ethics. It is always collective. What we do not have yet is a universal ethics, that is, one accepted by everybody. In practice, it is always linked to a given group. A universal ethics is possible, but implies some vision of otherness. To wit: the ability to see the other as the other, not as a stranger. To understand him, before accepting or rejecting him offhand. We should see ethics as a protection to the integrity of life, and even of our own planet. Perhaps it is worthwhile to quote the French writer François Rabelais (1483-1553): “I know many who couldn´t when they should, because they wouldn´t when they could.” This is food for thought. We must and we can. But, will we? A view on the guidance standard: ethics and ethical behavior The following is an analysis by Ethos Institute and UniEthos, based on our work with the organizations taking part in the GT Ethos – ISO 2600. They have been consulted throughout the year 2007 in the course of several meetings and through electronicallymediated activities. Considering the concepts presented by Mário Sérgio Cortella, we may say that the guidance standard itself can be seen as an instrument Alguns trechos apresentam referências claras e importantes, mas em outros isso não ocorre. Como pontos de destaque podemos citar as seguintes passagens: • Capítulo “Termos e Definições” – O capítulo traz uma definição satisfatória de comportamento ético, embora ainda possua uma redação confusa, pouco objetiva. A parte final da definição é essencial por atrelar a conduta ética a normas internacionais de comportamento. Essa é uma referência de alta relevância, pois como normas internacionais de comportamento podemos incluir a Declaração Universal de Direitos Humanos. • Capítulo “Princípios de RS” – Este capítulo recomenda que “as organizações devem respeitar relevantes normas internacionais onde essas normas são superiores à lei nacional”. Apesar do título ruim, esta seção traz orientações sobre como as organizações devem agir em situações nas quais a lei nacional não respeita as normas internacionais. Nesses casos, sugere que a organização se baseie em normas internacionais e evite a cumplicidade com qualquer forma violação. Esta seção é relevante, pois, conforme exposto no texto de Cortella, a ética tem relação com a nossa capacidade de fazer escolhas e, sobretu- do, com aquelas que não são baseadas apenas na nossa conveniência. Apesar de a norma, como um todo, ser uma referência para a adoção de um comportamento ético por parte das organizações (neste caso, de acordo com a ética da RS), faltam orientações específicas sobre como devem desenvolver ações concretas na sua operação e em seus relacionamentos. Orientações sobre como desenvolver códigos de ética e de conduta e sobre como divulgar os padrões de ética entre os stakeholders são questões que a norma deveria abordar, provavelmente no capítulo referente à implementação da RS. of ethical behavior. The standard is meant to recommend courses of action to organizations in their social context – exactly the definition of ethics presented by Cortella. But the concept of ethics, specifically speaking, is approached by the standard in a less than uniform manner. Some passages refer to it clearly and importantly, but this is not the case everywhere. The following points may be singled out: •“Terms and Definitions” – This clause presents a satisfactory definition of ethical behavior, although with somewhat confused wording, lacking in objectivity. The final part of the definition is essential for attaching ethical conducts to international norms of behavior. This is a highly relevant reference, since, among these international norms may be included the Universal Declaration of Human Rights. •“Principles of SR” – This clause recommends that organizations should “respect relevant international norms where these norms are superior to national law and practice”. In spite of the bad title, the section presents guidance on how organizations should act in situations where the national law does not respect international norms. In these cases, the standard suggests that organizations base themselves on international norms to avoid complicity with any form of violation. This section is relevant, since, according to Cortella´s exposition, ethics is related to our ability to make choices and, above all, with those choices based not solely on convenience. Although the guidance standard as a whole is a reference for the adoption of ethical behavior on the part of organizations (in this case, according to the ethics of SR), specific guidance on how to develop concrete action in their operations and relationships is lacking. Guidance on how to develop codes of ethical conduct and on how to spread ethical standards among stakeholders are issues that should be addressed by the standard, probably in the clause on Implementation. 44 Anexo 1 – Organizações que integram o GT Ethos – ISO 26000 Annex 1 – Organizations taking part in the GT Ethos – ISO 26000 Accenture Elo3 Integração Empresarial Olhar Cidadão Accor Endesa Brasil Petrobras Alunorte Eurofarma Pia Parente Textos e Serviços Ampla Energia e Serviços FGV-SP/Eaesp Apoena Social Fundação Vanzolini Ponto Focal do Pacto Global das Nações Unidas no Brasil ArcelorMittal Brasil Furnas Auto Viação Marechal Futura – Indicando Rumos Banco Real Banco Itaú GAO (Grupo de Articulação das ONGs Brasileiras para a ISO 26000) Basf GCA – Goldberg & Consultores Associados Rede Globo BDO Trevisan Gelita do Brasil RL Sistemas de Higiene BM&F Inmetro Rodovia das Colinas Bradesco Inmetro Santander Buffon Negócios e Soluções Instituto Akatu pelo Consumo Consciente Senac-SP Caixa Instituto Observatório Social Serasa Carbono Química Instituto Superior de Administração e Economia do Mercosul (Isae/FGV-PR) Sesi SC KPMG Auditores Independentes Sistema DryWash Kraft Foods Brasil Supermercados Cardoso Laffriolée Sobremesas Suzano Papel e Celulose Lara Empreendimentos Sociais Territória Desenvolvimento Global Libra Terminais TozziniFreire Advogados Marcas Brasil Unimed Medley Indústria Farmacêutica Vector One Mundo Verde Franquia VisionGroup Natura Cosméticos Whirlpool S.A. O Boticário Y Takaoka Empreendimentos Carrefour Cemig Conexão Social Corporate Transitions International Creditar Contabilidade e Consultoria Damicos Consultoria e Negócios Dieese Dumit Advocacia e Consultoria EcoRodovias Elektro Ellux Consultoria Progressiva Soluções Integradas em Negócios Pueri Domus Escolas Associadas Rede Energia SIAI Anexo 2 - Organizações que integram o Grupo Técnico do GT Ethos – ISO 26000 Annex 2 – Organizations taking part in the GT Ethos – ISO 26000 Technical Group Accor Fundação Vanzolini Arcelor Mittal Brasil Furnas Ponto Focal do Pacto Global das Nações Unidas no Brasil Banco Real GAO Rede Globo Basf Inmetro Rede Energia Carbono Química Instituto Observatório Social Serasa Cemig Instituto Akatu pelo Consumo Consciente Suzano Papel e Celulose Dieese Kraft Foods Brasil SIAI Elektro Laffriolée Sobremesas Unimed Eurofarma Natura Cosméticos Whirlpool S.A. FGV-SP/Eaesp Petrobras Y Takaoka Empreendimentos Patrocinadores Sponsors ACCOR BASF A Accor busca seu crescimento e desenvolvimento de acordo com os princípios de responsabilidade social e ambiental. É uma ambição proclamada: crescer preservando o futuro. Para tanto, trabalha em favor da inclusão social e do desenvolvimento sustentável em todo o mundo. Entre suas várias iniciativas, vem apoiando o Instituto Ethos no GT Ethos – ISO 26000. Assegurar o desenvolvimento sustentável é uma das diretrizes estratégicas da Basf, uma condição básica para o sucesso no longo prazo para nós e nossos clientes. A participação da Basf no GT Ethos – ISO 26000 é mais uma oportunidade de aprendizado e alinhamento às tendências mundiais, permitindo que a empresa seja também uma referência em responsabilidade social. Accor searches for growth and development according to principles of social and environmental responsibility. It is a self-proclaimed ambition: to grow, preserving the future. With this aim, the company works for social inclusion and sustainable development all over the world. Among its several initiatives, Accor has been supporting Ethos Institute on the GT Ethos – ISO 26000. Ensuring sustainable development is one of Basf´s strategic guidelines, a basic condition for long-term success, both for us and for our clients. Basf´s participation in the GT Ethos – ISO 26000 is one more opportunity to learn and contribute to world trends, allowing our company to be itself a reference in social responsibility. ARCELOR MITTAL BRASIL CARBONO QUÍMICA A ArcelorMittal Brasil tem em seus valores a Sustentabilidade, a Qualidade e a Liderança, com vistas a transformação do amanhã, na sua visão de futuro, acreditando que a ousadia pode transformar tudo. Essa sua perspectiva de um mundo melhor, ou sustentável, será possível pelo exercício da liderança responsável, e a qualidade da sua gestão, especialmente das pessoas que trabalham na Companhia. Isso impõe à ArcelorMittal Brasil a busca da lucratividade, vista de forma mais distributiva, e da perenidade dos negócios, também de interesse da sociedade. Busca enfim o desenvolvimento econômico e social e o respeito ao meio ambiente. A participação da Empresa no GT Ethos – ISO 26000 – resulta desse seu firme propósito com o Brasil e o planeta, abrangendo toda a sua diversidade social, ambiental e cultural. A participação empresarial e das organizações da sociedade civil na formulação da norma portanto é muito valorizada pela ArcelorMittal Brasil. Integrar pelo segundo ano consecutivo o GT Ethos – ISO 26000 é motivo de orgulho e satisfação para todos os colaboradores da Carbono. Participar da elaboração de diretrizes para orientar as empresas em suas atividades, tendo por objetivo a construção de uma sociedade sustentável, eleva nosso grau de envolvimento com nossos públicos de relacionamento e, acima de tudo, permite-nos vivenciar com mais profundidade as questões relativas à responsabilidade socioeconômica-ambiental. Ser protagonista desse processo é extremamente gratificante para todos nós. ArcelorMittal Brasil holds within its values the Sustainability, Quality and Leadership aiming at transforming tomorrow in its vision of the future, believing that boldness can transform everything. Such expectation of a better or sustainable world will be possible through the exercise of responsible leadership and the quality of its management, mainly from people who work at the Company. That places a challenge before ArcelorMittal Brasil which is the search for profitability in a more distributive way, and the continuity of the businesses which is also an interest of society. It searches for the economic and social development and respect for the environment. The Company participation in the GT Ethos – ISO 26000 – results from its solid purpose towards Brasil and the planet, embracing all its social, environmental and cultural diversity. The participation of companies and organizations from the civil society in creating the norm is therefore very much appreciated by ArcelorMittal Brasil. BANCO ABN AMRO REAL O Banco Real acredita que é possível unir valores humanos e econômicos a suas decisões de negócios. Por isso apóia a ISO 26000, uma iniciativa de grande importância para o movimento de inserção da sustentabilidade nas organizações. O GT Ethos – ISO 26000 é uma oportunidade valiosa de participar da construção da norma junto a diversos setores empresariais e, dessa forma, contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável na sociedade. Banco Real believes it is possible to unite human and economic values in its business decisions. Therefore, we support ISO 26000 development, an initiative of great importance to the movement of insertion of sustainability in organizations. The GT Ethos — ISO 26000 is a unique opportunity to participate in this guidance standard’s elaboration together with several entrepreneurial sectors and, therefore, contribute to the promotion of sustainable development in society. Taking part for the second consecutive year on the GT Ethos – ISO 26000 is a motive of great pride and satisfaction for all Carbono’s collaborators. Having a share in the elaboration of guidelines to companies and its activities with the aim of building a sustainable society heightens our degree of involvement with our clients and, above all, allows us to experience much more deeply the issues related to social and environmental responsibility. Being a protagonist in this process is extremely rewarding for us all. CEMIG O exercício da responsabilidade social empresarial está associado à noção de sustentabilidade, que visa conciliar as esferas econômica, ambiental e social na geração de um cenário compatível com a continuidade e a expansão das atividades das empresas, no presente e no futuro. O apoio da Cemig ao GT Ethos – ISO 26000 objetiva contribuir com o Instituto Ethos e fortalecer sua atuação na disseminação e incorporação da RS no cotidiano da gestão das organizações nacionais. The practice of corporate social responsibility relates to the concept of sustainability, which aims at reconciling the economic, environmental and social spheres in order to build a scenario compatible with continuity and expansion of business activities, now and in the future. Cemig’s support to the GT Ethos – ISO 26000 is meant to be a contribution to Ethos Institute, and to strengthen our company’s role in disseminating and incorporating SR on the daily routines of business management. ELEKTRO A Elektro, ao participar do GT Ethos – ISO 26000, reafirma seu compromisso com uma gestão empresarial socialmente responsável, contribuindo para o desenvolvimento e bem-estar das comunidades atendidas, de acordo com a sua missão. Esta ferramenta de gestão será um instrumento valioso para que as empresas apliquem os princípios de sustentabilidade na condução de seus negócios. By taking part in GT Ethos – ISO 26000, Elektro reaffirms its commitment to a socially responsible corporate management, contributing to the development and well-being of the serviced communities, in agreement to our stated mission. This management tool will be a valuable instrument for companies willing to apply the principles of sustainability in conducting their businesses. EUROFARMA A Eurofarma desenvolve um esforço contínuo na implantação da gestão responsável. Prioriza oportunidades de negócio, parcerias e ações que traduzam na prática a valorização da sustentabilidade, agreguem valor social e ambiental aos seus produtos e a suas operações e possibilitem o desenvolvimento de práticas e a difusão do conceito de responsabilidade social que integra os valores corporativos e o planejamento estratégico da empresa. A participação no GT Ethos – ISO 26000 é reflexo deste compromisso. Eurofarma has been developing a continuous effort towards responsible management – favoring business opportunities, partnerships and actions which translate, in actual practice, our company’s special emphasis on sustainability, adding up social and environmental value to our products and operations and allowing the development of practices and the spreading of the concept of social responsibility, integral to our company’s corporate values and to its strategic planning. Eurofarma’s participation in the GT Ethos – ISO 26000 reflects this commitment. KRAFT FOODS BRASIL Uma empresa global como a Kraft Foods, que cresce com a força da integração e da diversidade de seus colaboradores, não poderia prescindir da participação de uma iniciativa dessa magnitude. Contribuir para a construção de normas de responsabilidade social aplicáveis no mundo é um desafio para todos – populações, países, instituições, governos e empresas. Para nós, é também a oportunidade de refletir e propor parâmetros que, no futuro, possam ser associados ao fortalecimento de cada um como cidadão. Being economically, socially and environmentally responsible is not enough. These values must be transmitted to all the spheres in which a company participates. Therefore, REDE Energia supports initiatives as the ISO GT Ethos as fundamental. The company recognizes its multiplication potential and responsibility, not only as an energy provider for over 13 million Brazilians in six different states, but also as an opinion-maker in regions full of biodiversity such as the Amazon rainforest, the Pantanal and the Cerrado. SUZANO PAPEL E CELULOSE As questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável cada vez mais evidenciam o grande trabalho que a sociedade necessita desenvolver em prol das pessoas e da dignidade humana. Isso nos inspira a participar de forma efetiva das discussões a respeito desta importante norma de responsabilidade social. Além disso, coordenar a elaboração da ISO 26000 é ampliar nossos conhecimentos adquiridos ao longo de nossa trajetória e compartilhá-los mundialmente. Queremos contribuir hoje para um amanhã mais justo. More and more, the great issues related to sustainable development highlight the need of serious and dedicated work on behalf of people and human dignity. This inspired our company to take an effective part on the discussions about the development of this important social responsibility guidance standard. In addition, coordinating the development of ISO 26000 is, at one and the same time, adding to all the knowledge acquired throughout Suzano’s existence, and sharing it worldwide. We want to contribute now for a better tomorrow. A global company such as Kraft Foods, growing with the integration and diversity of its collaborators, couldn’t dispense with taking part in an initiative of this magnitude. Contributing to the elaboration of a social responsibility guidance standard applicable to the whole world is a challenge for us all – peoples, countries, institutions, governments and companies. For Kraft, it is also an opportunity to devise and propose parameters that, in the future, can be associated to our strengthening as individuals and citizens. UNIMED PETROBRAS Unimed takes part on the GT Ethos – ISO 26000 because it believes that this international guidance standard, besides representing the great guideline for social responsibility initiatives, will contribute to accelerate the building of a fairer, more ethical and sustainable society. It will also be a great instrument for our cooperatives in applying their inborn guiding principles: mutual collaboration, equality and social responsibility. A responsabilidade social e ambiental é um compromisso da Petrobras, firmado em sua missão e visão, e constitui um dos três pilares de sua atuação estratégica, tão importante quanto o crescimento e a rentabilidade. A companhia vem participando ativamente do processo internacional de construção da ISO 26000 como representante da indústria na Delegação Brasileira. Portanto, a Petrobras se orgulha em ser uma das participantes do GT Ethos – ISO 26000. Essa participação no GT torna-se um importante espaço de diálogo entre a Petrobras e demais empresas brasileiras comprometidas com responsabilidade social. O GT é, portanto, um fórum privilegiado para que a representante da indústria brasileira discuta e tenha subsídios das demais empresas no Brasil para as discussões internacionais da ISO 26000. Social and environmental responsibility is one of Petrobras’ main commitments, integral to its mission and vision, and constitutes one of the three pillars of the company’s practice, alongside growth and profitability. The company has been taking active part in the international development process of ISO 26000 as a member of the Brazilian delegation. Petrobras, therefore, takes great pride in being one of the GT Ethos – ISO 26000 protagonists.This participation on the Ethos Working Group constitutes an important space for dialogue between Petrobras and other Brazilian companies committed to social responsibility.The GT is a privileged forum for discussion and mutual feedback among representatives of Brazilian industry in ISO 26000 international debates. REDE ENERGIA Não basta ser econômico, social e ambientalmente responsável. É preciso transmitir esses valores a todas as esferas com as quais uma empresa se relaciona. Por isto, a REDE Energia considera fundamental apoiar iniciativas como GT Ethos da ISO de Responsabilidade Social. A empresa reconhece seu potencial multiplicador e sua responsabilidade. Não só porque fornece energia elétrica a mais de 13 milhões de brasileiros em seis diferentes estados, mas também por ser uma empresa formadora de opinião em regiões ricas em biodiversidade como a floresta amazônica, o pantanal e o cerrado. A Unimed participa do GT Ethos – ISO 26000 porque acredita que a norma internacional, além de ser a grande diretriz das iniciativas de responsabilidade social, contribuirá para acelerar a construção de uma sociedade mais justa, ética e sustentável. Será também um grande instrumento para que nossas cooperativas exerçam os princípios que norteiam suas atuações e estão em seu DNA: cooperação, igualdade e responsabilidade social. WHIRLPOOL S.A. Para a Whirlpool S.A., uma empresa líder tem a missão de conscientizar e engajar todos os seus públicos em responsabilidade social. Participar do GT Ethos – ISO 26000 é um exercício de reflexão que transpõe a área de influência da companhia e se soma a nossos esforços para disseminar um novo modelo de negócio rumo ao desenvolvimento sustentável. To Whirlpool S.A., a leading company has the mission to provide information and engage all its business partners in the common cause of social responsibility. Taking part in the GT Ethos – ISO 26000 is an experience going beyond the company’s immediate surroundings, adding up to our own efforts to disseminate a new business model towards sustainable development. Y. TAKAOKA EMPREENDIMENTOS Para uma empresa se perpetuar, não basta apenas ter boa rentabilidade em seus investimentos nem cumprir com seus compromissos legais, mas também ser socialmente importante, compreender e respeitar cada indivíduo, de forma sustentável do ponto de vista ambiental e econômico. For a company to last, it is not enough that its investments have a good profitability, nor that it limits itself to fulfilling its legal obligations; it must possess social relevance, understand and respect each individual, in an environmentally and economically sustainable way. Realização Coordenação Published by Coordination Patrocinadores Sponsors