Sobre o Instituto Ethos
About Ethos Institute
www.ethos.org.br
O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma organização não-governamental criada com a missão
de mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as
parceiras na construção de uma sociedade sustentável e justa. Suas mais de 1.100 empresas associadas, de diferentes setores e portes, têm como característica principal o interesse em estabelecer padrões éticos de relacionamento
com funcionários, clientes, fornecedores, comunidade, acionistas, poder público e com o meio ambiente.
Idealizado por empresários e executivos oriundos do setor privado, o Instituto Ethos é um pólo de organização de conhecimento, troca de experiências e desenvolvimento de ferramentas que auxiliam as empresas a analisar suas práticas
de gestão e aprofundar seus compromissos com a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável. É hoje uma
referência internacional no assunto e desenvolve projetos em parceria com diversas entidades no mundo todo.
Ethos Institute of Business and Social Responsibility is a non-governmental organization created with the mission of mobilizing,
encouraging and helping companies manage their businesses in a socially responsible way, making them partners in the building
of a sustainable and fair society. Its more than 1.100 member-companies from different sectors and sizes have, as their chief
characteristic, an interest in establishing ethical standards of relationship with personnel, clients, suppliers, shareholders, the
government, the community and the environment.
Conceived by entrepreneurs and executives from the private sector, Ethos Institute is a nucleus for organization of knowledge,
exchange of experiences and development of tools to help companies analyze their management practices and deepen their
commitment to social responsibility and sustainable development. Ethos Institute is nowadays an international reference on this
subject, and develops projects in partnership with several organizations all over the world.
Sobre o UniEthos
About UniEthos
www.uniethos.org.br
O UniEthos – Educação para a Responsabilidade Social e o Desenvolvimento Sustentável, criado pelo Instituto Ethos
de Empresas e Responsabilidade Social, é uma instituição sem fins lucrativos voltada para a pesquisa, produção de
conhecimento, instrumentalização e capacitação para o meio empresarial e acadêmico nos temas da responsabilidade social empresarial (RSE) e do desenvolvimento sustentável (DS).
O UniEthos tem como objetivo oferecer soluções educacionais para o meio empresarial nos temas da RSE e do DS,
vinculadas à gestão estratégica e operacional das empresas, além de atuar com a comunidade acadêmica, que desempenha papel fundamental na capacitação e formação dos gestores e futuros gestores de empresas.
O trabalho do UniEthos abrange desde pesquisas metodológicas e soluções educacionais customizadas até a elaboração de conteúdos destinados a empresários, gestores e futuros gestores de negócios comprometidos com a RSE,
bem como a professores universitários, estudantes, consultores, gestores públicos e dirigentes de organizações da
sociedade interessados na gestão para a sustentabilidade.
UniEthos – Education for Social Responsibility and Sustainable Development was created by Ethos Institute of Business and Social
Responsibility as a nonprofit institution dedicated to research, production of knowledge, implementation and qualification for the
entrepreneurial and academic milieus on the themes of corporate social responsibility (CSR) and sustainable development (SD).
UniEthos aims at offering the companies educational solutions on CSR and SD, related to strategic and operational business
management, besides collaborating with the academic community in its fundamental role in qualification and training of business
managers and future business managers.
UniEthos´ work covers a variety of aspects, ranging from methodological research and customized educational solutions to
elaboration of contents to entrepreneurs, business managers and future business managers committed to CSR, as well as college
professors, students, consultants, public managers and leaders of organizations interested in management for sustainability.
GRUPO DE TRABALHO ETHOS PARA A ISO 26000
GT ETHOS – ISO 26000
Contato/Contact:
[email protected]
www.ethos.org.br/gtethosiso26000
Contribuição do GT Ethos
para a ISO 26000
Edição
2008
Edition
GT Ethos Contribution
to ISO 26000
Realização
Coordenação
Published by
Coordination
Maio/May
2008
Índice
Apresentação
Contents
Mapa da Jornada da ISO 26000
3
Foreword
The ISO 26000 Journey – Some Milestones
Um Grande Mutirão Internacional
Building a Guidance Standard
O GT Ethos – ISO 26000
The GT Ethos – ISO 26000
Um Texto em Construção: Conteúdo e Análise A Text in Progress: Contents and Analysis
Um Olhar sobre a Norma: Aspectos Centrais da RS e a ISO 26000 A View on the Guidance Standard: Central Aspects of SR and ISO 26000
Contribuição do GT Ethos para a ISO 26000 – Edição 2008 é uma publicação
do Instituto Ethos e do UniEthos, distribuída gratuitamente aos seus associados.
GT Ethos Contribution to ISO 26000 – 2008 Edition is a publication by Ethos Institute
and UniEthos, distributed to Ethos Institute members free of charge.
Realização/Published by
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e UniEthos – Educação
para a Responsabilidade Social e o Desenvolvimento Sustentável
Ethos Institute of Business and Social Responsibility and UniEthos – Education for
Social Responsibility and Sustainable Development
Rua Dr. Fernandes Coelho, 85, 10º andar
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Eurofarma, Kraft Foods Brasil, Petrobras, Rede Empresas de Energia Elétrica, Suzano Papel e
Celulose, Unimed, Whirlpool S.A. e/and Y Takaoka
Coordenação e Edição/Coordination and Editing
Gustavo Ferroni (UniEthos)
Colaboradores do Instituto Ethos/Ethos Institute Collaborators
Benjamim Golçalves e/and João Gilberto A. F. Santos
Colaboradores Convidados/Guest Collaborators
Mario Sergio Cortella, Paulo Durval Branco e/and Sonia Loureiro
Redação/Written by
Renato Modernell (www.renatomodernell.com.br)
Edição e Revisão
Márcia Melo
Tradução/Translation
Alberto Bezerril, André Alonso e/and Martha Villac
Projeto e Produção Gráfica/Graphics and Art Editing
Waldemar Zaidler, William Haruo (Planeta Terra Design)
Tiragem: 7500 exemplares
1st run: 7500 copies
São Paulo, maio de 2008
São Paulo, May 2008
É permitida a reprodução do conteúdo desta publicação desde que citada a fonte
e com autorização prévia do Instituto Ethos.
The reproduction of the contents is permitted provided the source is mentioned and
with the prior permission in writing of Ethos Institute.
Esclarecimentos importantes sobre as atividades do Instituto Ethos:
1. O trabalho de orientação às empresas é voluntário, sem nenhuma cobrança ou remuneração.
2. Não fazemos consultoria e não credenciamos nem autorizamos profissionais a oferecer qualquer tipo de serviço em nosso nome.
3. Não somos entidade certificadora de responsabilidade social nem fornecemos “selo” com essa função.
4. Não permitimos que nenhuma entidade ou empresa (associada ou não) utilize a logomarca do Instituto Ethos sem nosso consentimento prévio e expressa autorização por escrito.
Para esclarecer dúvidas ou nos consultar sobre as atividades do Instituto Ethos, contate-nos, por favor, pelo serviço “Fale Conosco”, do site www.ethos.org.br.
Important clarifications on the activities of Ethos Institute:
1. The orientation given to the companies is a voluntary work free of charge.
2. We do not render consultancy services, nor do we authorize any professional to offer any kind of service on our behalf.
3. We are not a social responsibility certifying entity, nor do we give a “seal” for that purpose.
4. We do not permit that any entity or company (members or not) use Ethos Institute logo without our prior and express written authorization.
If you have any doubt or wish to consult us on the supporting activities of Ethos Institute, please contact us through the link “Fale Conosco” (Talk to Us), in the website www.ethos.org.br.
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O
Instituto Ethos vem trabalhando há dez anos em prol da gestão socialmente responsável e da construção de uma sociedade justa e sustentável. No centro desse desafio estão as principais questões da nossa
época, como as crises ambientais, a desigualdade social e o desenvolvimento econômico.
A sociedade cobra mudanças. A transformação do modelo de gestão das organizações é um dos pontos
de maior relevância. A construção de uma norma internacional de responsabilidade social (RS) representa
um marco na busca pela gestão socialmente responsável e na mudança da função social das empresas.
Desde o início do processo de criação da ISO 26000, o Instituto Ethos empenha-se para que a ferramenta tenha um caráter transformador. Nosso envolvimento com a normalização da RS é anterior à
construção da norma. Já em 2002 tomávamos parte na comissão da ABNT que, além de acompanhar as
discussões da ISO nesse campo, desenvolvia a norma brasileira de RS, a ABNT NBR 16001, publicada em
dezembro de 2004.
A participação na construção da ISO 26000 é uma tarefa desafiadora. Primeiro, por se tratar de um processo multistakeholder, que pressupõe o envolvimento de diversas partes interessadas – governos, empresas,
trabalhadores, organizações não-governamentais, consumidores, além de pesquisadores, entre outros. Em
segundo lugar, por possuir características básicas que a diferenciam de qualquer outra ferramenta conhecida, inclusive as da própria ISO. A futura norma não será certificável nem terá caráter de sistema de gestão
e poderá ser aplicada a todos os tipos de organização. Por essas razões, esperamos que tenha legitimidade,
profundidade e abrangência suficientes para consolidar as diversas iniciativas já existentes na área.
Apresentação
Foreword
E
thos Institute has been working for ten years in favor of socially responsible management and for the
building of a just and sustainable society. At the center of these challenges lie the great issues of our
time such as environmental crises, social inequality and economic development. Our society demands
change. The transformation of the management model of organizations is one of the most relevant aspects
in this. The elaboration of an international guidance standard on social responsibility (SR) is a landmark in
the search for socially responsible management and in the changing social role of corporations.
Ever since the beginning of the standard´s elaboration process, Ethos Institute strives in favor of a
guidance document inductive of transformation. Our involvement with the standardization of SR precedes
the elaboration of ISO 26000. Already in 2002, we were taking part in the ABNT committee which, besides
closely accompanying discussions by ISO in this field, was developing the Brazilian SR standard, ABNT BR
16001, published in December, 2004.
Participation in the construction of ISO 26000 is a challenging task. First, by virtue of its multistakeholder
process, assuming as it does the involvement of several interested parties – governments, corporations,
workers, non-governmental organizations, consumers – as well as researchers and other contributors. But
also because of some basic characteristics, which make this guidance standard markedly different from any
3
Dada a importância deste trabalho, já em 2005 criamos o Grupo de Trabalho Ethos para a ISO 26000
(GT Ethos – ISO 26000). Essa iniciativa tinha como objetivos capacitar as organizações participantes nas
temáticas emergentes do processo de construção da norma, contribuir para os posicionamentos adotados
pelo Instituto Ethos e pelo UniEthos no fórum internacional e possibilitar o pioneirismo das organizações
participantes na implementação da ISO 26000. Atualmente, o GT Ethos – ISO 26000 envolve mais de 70
organizações e um de seus principais resultados é esta publicação, já em terceira edição.
Aqui são apresentados os principais marcos na construção da norma, uma análise de seu conteúdo e o
trabalho desenvolvido no âmbito do projeto GT Ethos – ISO 26000. A inovação desta edição fica por conta
da análise de como alguns dos aspectos centrais da RS (comportamento ético, cadeia de valor e engajamento de stakeholders) são abordados na mais recente versão da norma.
Esperamos que esta publicação possa contribuir na construção, na divulgação e na compreensão da
ISO 26000. Acreditamos que este é um trabalho permanente e, à medida que a norma avança, mais importante ele se torna.
4
other known tool, even from other standards issued by ISO. The future standard will not be certifiable, nor
will it have the character of a management system, and it will be applicable to all kinds of organization. For
these reasons, we expect that it will have enough legitimacy, depth and comprehensiveness to consolidate
all the diverse initiatives already existent in this field.
Given the importance of this effort, already in 2005 we created the ISO 26000 Ethos Working Group
(GT Ethos – ISO 26000). This initiative aimed at providing the participating organizations with a capacity
building forum in themes emerging from the standard´s development process, contributing to stances taken
by Ethos Institute and UniEthos in the international forum and allowing participating organizations to be
pioneers in the standard´s future implementation. As of this moment, the GT Ethos 26000 congregates more
than 70 organizations and one of its most important results is this annual report, already on its third issue.
Herein are presented the main milestones in the development of the standard, an analysis of its contents
and of the work conducted by the GT Ethos – ISO 26000. Novel to this issue are analyses on how some of
the central aspects of SR (ethical behavior, value chains and stakeholder engagement) are addressed in the
latest version of the standard.
We hope that this report may contribute to the development, dissemination and understanding of ISO
26000. We believe this to be permanent, ongoing work, gaining in importance as it progresses.
Mapa da Jornada da ISO 26000
The ISO 26000 Journey – Some Milestones
FORMA-SE O SAG
LÍDERES: BRASIL E SUÉCIA
O Conselho da ISO (International
Organization for Standardization)
pede ao Copolco (Comitê de Política do Consumidor) um estudo
sobre a viabilidade de criação de
normas internacionais de responsabilidade social (RS).
Brasil, Estados Unidos e México integram
o grupo inicial de oito membros do recémcriado SAG (Strategic Advisory Group), encarregado de estudar em detalhes a viabilidade da ISO 26000, assim como definir sua
natureza e seu escopo.
O Brasil, com a ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas), e a Suécia, com o SIS, lideram o recém-criado Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social, incumbido de elaborar
a norma. Buscam-se pontos de convergência
entre as posições dos diferentes países.
SAG IS SET UP
Brazil, the United States and Mexico are part of
the initial eight-member group of the recently
created Strategic Advisory Group (SAG), aimed
at producing in-depth studies on the feasibility
of ISO 26000, as well as delineating its nature
and scope.
BRAZIL AND SWEDEN LEAD
Brazil, with the ABNT (Brazilian Association of
Technical Standards) and Sweden, with SIS, lead
the recently created Social Responsibility Working
Group, aimed at developing the standard. Points
of convergence are sought among the different
countries.
2002
2003
2004
abril
april
ABRIL
APRIL
2001
junho
june
Abril
APRIL
setembro
september
FIRST STEP
ISO Council asks the Committee on
Consumer Policy (Copolco) for a
feasibility study on the creation of
international standards in the Social
Responsibility (SR) field.
setembro
september
PRIMEIRO PASSO
A RESPOSTA É POSITIVA
VISÃO PANORÂMICA
ESTOCOLMO: 66 PAÍSES
O Copolco dá sinal verde à proposta de instituição de normas
internacionais de RS e recomenda a instituição de um grupo consultivo estratégico para
aprofundar a questão.
Relatório do SAG apresenta um
painel mundial das iniciativas no
campo da RS e aponta questões a
serem abordadas pela ISO 26000.
A conferência organizada pelo SIS (Swedish
Standards Institute) determina que a ISO
26000 deve conter apenas diretrizes e dispensar certificação. Cerca de 350 pessoas,
de 66 países, estão presentes em Estocolmo. O Instituto Ethos integra a delegação
brasileira.
THUMBS UP
Copolco gives the SR international
standards the thumbs up and
suggests the creation of a strategic
advisory group to investigate the
issue further.
OVERVIEW
The SAG report presents an overview
of SR initiatives worldwide and a list of
issues to be addressed by ISO 26000.
STOCKHOLM: 66 COUNTRIES
The conference organized by the Swedish Standards
Institute (SIS) resolves that ISO 26000 shall provide
guidelines and dispense with certification. Around
350 people, from 66 countries, are present in
Stockholm. Ethos Institute is part of the Brazilian
Delegation.
Continua >>>
>>>>
Continued >>>
Mapa da Jornada da ISO 26000
The ISO 26000 Journey – Some Milestones
APROVAÇÃO MACIÇA
IN BANGKOK, THE OUTLINE
The second Working Group meeting, in
Thailand, defines the design specification
of ISO 26000 and establish permanent task
groups to prepare the first draft.
THIRD MEETING
In Lisbon, a list of topics to be addressed is
established based on the comments made on
the WD 1, and some clauses of the guidance
standard are drafted. A Liaison Task Force (LTF)
is set up to integrate the action of the contents
task groups.
maio
may
PARCERIA IMPORTANTE
REUNIÃO NO BRASIL
A ISO e a OIT assinam o MoU
(Memorandum of Understanding), selando seu propósito
de cooperação.
Em Salvador, o Grupo de Trabalho cria o Chairman’s Advisory
Group (CAG), grupo consultivo
de apoio à liderança do processo, e seis grupos-tarefa, dos
quais três estratégicos e os demais encarregados de questões
de conteúdo.
IMPORTANT PARTNERSHIP
ISO and ILO sign the Memoran­
dum of Understanding (MoU),
officially recording the intention
of mutual collaboration.
Em Lisboa, elabora-se uma lista de tópicos
a serem abordados, com base nos comentários sobre a WD 1, e redige-se um esboço dos primeiros capítulos. Para integrar
a ação dos grupos-tarefa de conteúdo, é
criada a LTF (Liaison Task Force).
MEETING IN BRAZIL
In Salvador, the Working Group
forms the Chairman’s Advisory
Group (CAG), a special group offering
support to the process’ leadership,
and six task groups, three of them
devoted to strategic issues, and the
other three turned to content.
WORKING DRAFT 1
(WD 1)
A primeira minuta
da norma entra em
circulação e recebe
2.040 comentários.
WORKING DRAFT 1
(WD 1)
The first preliminary
draft of the standard
is released and elicits
2,040 comments.
novembro
november
outubro
oCTOBER
2006
Março
march
<<< See previous page
A segunda reunião do Grupo de Trabalho, na Tailândia, define a estrutura
de capítulos da ISO 26000 e institui
grupos-tarefa permanentes para redigir a primeira minuta.
2005
Março
march
>>>>
Janeiro
january
<<< Vide página anterior
EM BANGCOC, UM ESBOÇO
setembro
september
FULL APPROVAL
Out of 37 voting countries, 32 approved the proposal for the
development of the new guidance standard. Once approved,
the New Work Item Proposal (NWIP) reaffirms the necessity of
including developing countries, as well as consumers, workers
and other stakeholders, besides recognizing instruments
created by the United Nations (UN) and by the International
Labour Organization (ILO).
TERCEIRO ENCONTRO
fevereiro
february
Entre 37 países votantes, 32 aprovam a proposta para
o desenvolvimento da nova norma. Instituída, a NWIP
(New Work Item Proposal) reafirma a necessidade da
participação de países em desenvolvimento, bem como
de consumidores, trabalhadores e outros grupos de interesse, além de reconhecer instrumentos criados pela
ONU (Organização das Nações Unidas) e pela OIT (Organização Internacional do Trabalho).
WORKING DRAFT 2 (WD 2)
A segunda minuta da norma
entra em circulação e recebe
5.176 comentários.
WORKING DRAFT 2 (WD 2)
The standard’s second preliminary
draft is released and elicits 5.176
comments.
QUINTO ENCONTRO
QUARTO ENCONTRO
Em Sidney, propõe-se um novo texto
para o capítulo de escopo da norma,
assim como uma nova definição e uma
lista de princípios para a RS. Além disso,
aprova-se uma política para a participação da mídia no Grupo de Trabalho.
FIFTH MEETING
In Vienna, the consensus about key
issues (such as definitions of stakeholder
and value chain) is an important step
forward in the development of the ISO
26000. The Integrated Draft Task Force
(IDTF) is created to prepare the fourth
preliminary draft.
SEXTO ENCONTRO
Prevê-se uma nova reunião do Grupo de
Trabalho de Responsabilidade Social da
ISO, em Santiago, no Chile, para discussão do WD 4.
SIXTH MEETING
A new meeting of ISO’s Social Responsibility
Working Group is expected to be held in
Santiago, Chile, to discuss the WD 4.
setembro
september
novembro
novembER
FOURTH MEETING
In Sidney, a new text is proposed for the
clause on the standard’s scope, as well as a
new SR definition and a list of SR principles.
In addition, a policy for media participation
in the Working Group is approved.
Em Viena, o consenso em torno de
questões-chave (como as definições
de stakeholder e de cadeia de valor)
representa um grande avanço na
elaboração da ISO 26000. Cria-se a
IDTF (Integrated Draft Task Force),
encarregada de redigir uma nova
minuta da norma, a quarta.
2008
2010
SEPTEMBER
maio
may
Março
march
agosto
august
2007
SETEMBRO
NOVO ACORDO
WORKING DRAFT 3 (WD 3)
WORKING DRAFT 4 (WD 4)
CONCLUSÃO DA NORMA
A ISO assina um termo
de entendimento (MoU)
com o Pacto Global, da
ONU.
A terceira minuta entra em
circulação e recebe 7.225 comentários, que servem de base
para a revisão do documento,
tendo em vista o encontro em
Viena.
Foi divulgada a quarta minuta da norma, em duas versões
sucessivas, para receber os comentários dos experts.
O lançamento da norma, conforme decisão acordada no encontro
de Viena, foi adiado de novembro
de 2009 para o ano de 2010, de
modo a garantir tempo hábil para
a elaboração da quarta minuta.
NEW AGREEMENT
ISO signs a Memorandum of
Understanding (MoU) with
the UN Global Compact.
WORKING DRAFT 3 (WD 3)
The standard’s third preliminary
draft is released and elicits 7,225
comments, which are used as a
basis for reviewing the document
to be presented at the Vienna
meeting.
WORKING DRAFT 4 (WD 4)
The standard’s fourth preliminary
draft is released in two successive
versions, and are posted for
comments by experts.
COMPLETION OF THE STANDARD
According to a decision made at
the Vienna Meeting, the standard’s
launch was postponed from
November 2009 to the year 2010, so
as to ensure enough time to make the
fourth WD draft.
U
m dos pontos relevantes na elaboração da ISO 26000
é a participação multistakeholder, ou seja, a integração de diversas partes interessadas ao processo. Com
base nesse princípio, seis segmentos sociais estão representados
nos trabalhos: Consumidores, Empresas, Governo, Organizações
Não-Governamentais (ONGs), Trabalhadores e um último, que
engloba Serviço, Suporte, Pesquisa e Outros.
Atualmente, 78 países estão envolvidos na constituição da
norma, representados por 392 experts (especialistas com direito
a opinar) e 132 observadores (que acompanham as discussões).
Há duas formas de participação. Uma delas por meio dos chamados comitês-espelho nacionais; a outra, pelas organizações
denominadas D-liaison, grupo que já reúne 37 entidades representativas no plano internacional e regional.
Os membros de um mesmo comitê-espelho interagem levando em conta os interesses de cada país e de sua categoria
8
de stakeholder. Os representantes das organizações D-liaison,
por sua vez, alinham-se com base em suas agendas institucionais. Antes de cada reunião internacional, porém, é realizado
um workshop no qual os participantes provenientes dos países
em desenvolvimento procuram discutir sobre os temas que lhes
interessam.
Com base nos contatos e no alinhamento de posições que
ocorrem durante as reuniões internacionais, o processo de elaboração da ISO 26000 configura um autêntico mutirão internacional. Nele se afinam as visões nacionais (ou institucionais) e
as visões de cada grupo de stakeholder.
Apesar do contínuo aumento do número de países participantes, há desafios a enfrentar para obter uma presença ampla
e efetiva da comunidade internacional. Entre esses obstáculos
destacam-se a barreira de idiomas, que se procura transpor com
a criação de forças-tarefa de tradução; o desnível de experiên-
Um Grande Mutirão Internacional
A Large International Joint Effort
O
ne of the key points in the ISO 26000 development is the multistakeholder participation. Based on this principle, six social segments are represented in the process: Consumers, Industry, Government, Non-Governmental Organizations (NGOs), Labor, and a sixth segment
comprising activities such as Service, Support, Research and Others.
Currently, 78 countries are involved in the development of the
standard, represented by 392 experts, who are entitled to make comments,
and 132 observers, who just follow the discussions. There are two different
forms of participation. One of them is through national mirror committees;
the other is by the so-called D-liaison organizations, a group bringing
together 37 relevant international and regional entities.
Members of the same mirror committee interact with each other,
taking into account national interests and their stakeholder category.
Representatives of D-liaison organizations, in turn, align themselves
based on their institutional agendas. However, before each international
meeting, a workshop is held in which participants from developing
countries seek to discuss the themes of their interest.
Based on the alignment of positions that occur during the inter­
national meetings, the ISO 26000 development process can be defined as
a true international joint effort, where national (or institutional) visions
and the visions of each stakeholder group are harmonized.
Despite the continuous increase in the number of member countries,
there are challenges to be faced in order to reach a comprehensive and
effective engagement of the international community. These constraints
include the language barrier, which the creation of translation taskforces has been trying to overcome; different levels of experience in
addressing social responsibility issues; and the cost of international
trips, which average two a year.
Como se busca o consenso
Há duas fases iniciais no processo de desenvolvimento de
normas organizado pela ISO. A primeira é a de WD (Working
Draft), na qual se busca um consenso amplo entre todos os experts. A segunda é a de CD (Committee Draft), em que o objetivo
é encontrar um denominador comum entre os experts de cada
delegação nacional.
Esse procedimento evita que, na primeira fase, alguma opinião se perca por falta de força dentro do grupo, já que os experts se organizam com base em seus grupos de stakeholders. Já
na segunda fase, a necessidade de alcançar o consenso nacional
assegura que o objetivo geral do grupo prevaleça sobre eventuais acirramentos de posições, que, de outro modo, poderiam
comprometer o avanço dos trabalhos.
As fases posteriores são dedicadas à homologação do trabalho desenvolvido, tarefa que cabe aos membros da ISO, os
organismos de normalização nacionais. Daí para a frente, conforme o processo avança em suas diferentes fases, o documento
se torna cada vez mais estável, sofrendo poucas mudanças e se
consolidando em sua forma final.
Etapas de Construção da Norma
Stages in the Development of the Standard
WD
Consenso
Consensus
CD
Consenso e voto
Consensus and vote
Desenvolvimento
Development
cias no trato dos assuntos referentes à responsabilidade social; e
o custo das viagens internacionais, em média duas por ano.
DIS
Voto
Vote
Homologação
Approval
FDIS
Voto
Vote
9
Publicação
Publication
How consensus is sought
There are two initial phases in the standard development process
organized by ISO. The first one is the Working Draft (WD) phase, in which
a broad consensus is sought among all experts. The second one is the
Committee Draft (CD) phase, whose goal is to reach a common ground
among the experts of each national delegation.
This procedure prevents missing a suggestion in the first phase due
to lack of power within the group, once experts are organized based on
their stakeholder groups. In the second phase, the need for reaching a
national consensus ensures that the overall goal of the group will prevail
over potential radical positions which could otherwise compromise the
success of the project.
Estabilidade do documento
The stability of the document
The following phases are designed to ratify the work done, a task for
ISO members, the national standardization bodies. From that moment on,
as the process advances in its different phases, the document becomes
more and more stable, subject to only minor changes, thus consolidating
its final version.
Nova forma de trabalho
Desde seu início, em 2005, o Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO escolheu como método ideal para
a construção da norma a divisão em grupos. Foram criados seis
grupos-tarefa (TGs – Task Groups), dos quais três dedicados a
questões estratégicas, como a comunicação e a criação de re-
gras, e os outros três incumbidos de desenvolver o conteúdo.
Ao longo de três anos, essa forma de trabalho funcionou
bem e gerou resultados positivos. Mas não sem confrontar sérios
obstáculos. O principal deles foi a falta de coesão do texto. Isso
ocorreu porque cada um dos três TGs de conteúdo era responsável por um número de capítulos da norma. Além da divisão
principal, havia ainda subgrupos de redação dentro de cada um
Países/Countries 1
Países participantes
da elaboração
da ISO 26000
Countries taking part
on the ISO 26000
development process
10
África do Sul/South
Africa
Alemanha/Germany
Argentina/Argentina
Armênia/Armenia
Austrália/Australia
Áustria/Austria
Azerbaidjão/
Azerbaijan
Barein/Bahrain
Barbados/Barbados
Belarus/Belarus
Bélgica/Belgium
Brasil/Brazil
Canadá/Canada
Cazaquistão/
Kazakhstan
Chile/Chile
China/China
Cingapura/Singapore
Colômbia/Colombia
Coréia/Korea
Costa do Marfim/Ivory
Coast
Costa Rica/Costa Rica
Cuba/Cuba
Dinamarca/Denmark
Egito/Egypt
Emirados Árabes/
United Arab Emirates
Equador/Ecuador
Espanha/Spain
Estados Unidos/
United States
Filipinas/Philippines
Finlândia/Finland
França/France
Gana/Ghana
Grécia/Greece
Holanda/
The Netherlands
Índia/India
Indonésia/Indonesia
Irã/Iran
Irlanda/Ireland
Israel/Israel
Itália/Italy
Jamaica/Jamaica
Japão/Japan
Jordânia/Jordan
Malásia/Malaysia
Marrocos/Morocco
Maurício/Mauritius
México/Mexico
Nigéria/Nigeria
Noruega/Norway
Nova Zelândia/
New Zealand
Panamá/Panama
Peru/Peru
Polônia/Poland
Portugal/Portugal
Quênia/Kenya
Reino Unido/
United Kingdom
República Tcheca/
Czech Republic
Romênia/Romania
Rússia/Russia
Santa Lúcia/Saint Lucia
Sérvia/Serbia
Suécia/Sweden
Suíça/Switzerland
Tailândia/Thailand
Trinidad e Tobago/
Trinidad and Tobago
Turquia/Turkey
Uruguai/Uruguay
Venezuela/Venezuela
Vietnã/Vietnam
Zimbábue/Zimbabwe
Países observadores
da elaboração
da ISO 26000
Observer countries
on the ISO 26000
development process
Bolívia/Bolivia
Camarões/Cameroon
Estônia/Estonia
Guatemala/Guatemala
Hong Kong/Hong Kong
Lituânia/Lithuania
Mongólia/Mongolia
Senegal/Senegal
1 Fonte: Documento N 129 – “Secretariats Report for the Vienna Meeting”–, disponível em www.iso.org/wgsr, seção N Numbered Document List.
Source: Document N 129 – “Secretariats Report for the Vienna Meeting”–, available at www.iso.org/wgsr, section N Numbered Document List.
New way of working
From the beginning, in 2005, ISO’s Social Responsibility Working
Group chose the division in groups as its ideal method to build the
standard. Six Task Groups (TGs) have been created, three of which
dedicated to strategic issues, such as communication and ruling, and
the remaining three in charge of developing the content.
Along three years, this way of working was successful and produced
positive results. Nevertheless, it encountered serious obstacles. The main
obstacle was the lack of text cohesion. This occurred because each of
the three content TGs was responsible for a number of clauses of the
standard. Besides the main division, there were also drating teams within
deles. O resultado foi a produção de minutas com pouca integração entre os capítulos e com redundâncias.
Para solucionar o problema, decidiu-se criar um grupo pequeno, porém representativo, com o objetivo de revisar o texto e
desenvolver a próxima minuta da norma. Assim foi instituído o
IDTF (Integrated Drafting Task Force, ou força-tarefa de redação
integrada), composto de dois representantes de cada um dos
grupos de stakeholders, dos líderes dos TGs de conteúdo e dos
representantes da OIT e do Pacto Global, entidades que firmaram
memorandos de entendimento com a ISO. O IDTF conta ainda
com um representante do Comitê de Edição, um representante
de cada uma das forças-tarefa de tradução (espanhol, francês,
árabe e russo), um coordenador e dois secretários.
Organizações D-liaison/D-liaison organizations 2
Entidades participantes
da elaboração da ISO 26000
Entities taking part on the
ISO 26000 development process
• AccountAbility
• AICC (African Institute of Corporate
Citizenship)
• AIHA (American Industrial Hygiene
Association)
• BIAC (The Business and Industry Advisory
Committee to the OECD)
• CCSR (Centre for Corporate Social
Responsibility)
• CI (Consumers International)
• Comissão Européia/European Commission
• Ecologia (Ecologists Linked for Organizing
Grassroots Initiatives and Action)
• EFQM
• EIRIS (Ethical Investment Research Services)
• Forum Empresa–Instituto Ethos/Forum
Empresa–Ethos Institute3
• GRI (Global Reporting Initiative)
• IABC (International Association of Business
Communicators)
• ICC (International Chamber of Commerce)
• ICMM (International Council of Mining
and Metals)
• IEPF (Institute for Energy and Environment
of the French Speaking Countries)
• IFAN (International Federation of Standards Users)
• IIED (International Institute for Environment and Development)
• IISD (International Institute for Sustainable
Development)
• Inter American CSR Network/ Rede Interamericana de RSE4
• IOE (International Organization of Employers)
• Ipieca (International Petroleum Industry
Environmental Conservation Association)
• Iseal Alliance (International Social and Environmental Accreditation and Labelling)
• ITUC (International Trade Union
Confederation)
• NORMAPME (European Office of Crafts,
Trades and Small and Medium-Sized
Enterprises for Standardization)
• OCDE (Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico)/OECD (Organization for Economic Cooperation and
Development)
• OGP (International Association of Oil &
Gas Producers)
• OIT (Organização Internacional do
Trabalho)/ILO (International Labour
Organization)
2 Fonte: Documento N 129 – “Secretariats Report for the Vienna Meeting”–, disponível em www.
iso.org/wgsr, seção N Numbered Document List. / Source: Document N 129 – “Secretariats Report for the
Vienna Meeting”–, available at www.iso.org/wgsr, section N Numbered Document List.
3 O Forum Empresa (www.empresa.org) é uma rede internacional de organizações de responsabilidade social com sede em Santiago, no Chile. Está representado no processo de construção da ISO
26000 por sua gerência geral e pelo Instituto Ethos. / Forum Empresa is an international network of
organizations dedicated to social responsibility, based in Santiago, Chile, and is represented in the ISO 26000
development process by its general management and Ethos Institute.
each TG. This resulted in drafts with low integration among clauses and
redundant information.
A small but representative group was created to solve this problem,
aimed at revising the text and developing the next draft of the standard.
The group was called Integrated Drafting Task Force (IDTF), comprising
two representatives of each stakeholder group, of content TGs leaders,
• OMS (Organização Mundial da Saúde)/
WHO (World Health Organization)
• Pacto Global/Global Compact
• Red Puentes
• SAI (Social Accountability International)
• Transparência Internacional/Transparency
International
• UNDSD (United Nation Division for Sustainable Development)
• Unctad (United Nations Conference on
Trade and Development)
• Unido (United Nations Industrial Development Organization)
• WBCSD (World Business Council on Sustainable Development)
4 A Red Interamericana de Responsabilidad Social Empresarial (www.redrse.org) é uma organização
voltada para capacitação e pesquisa em desenvolvimento sustentável e responsabilidade social,
com sede em Valparaíso, no Chile. Está representada no processo de construção da ISO 26000 pelo
UniEthos e pela organização chilena Vincular. / The Inter American CSR Network (www.redrse.org) is an
organization dedicated to the capacity building and research in sustainable development and social responsibility,
based in Valparaiso, Chile, and is represented in ISO 26000 development process by UniEthos and Vincular, a
Chilean organization.
and representatives of ILO and the Global Compact, entities that have
signed MoUs with ISO. The IDTF also has one representative of the Editing
Committee, one representative of each translation task force (Spanish,
French, Arabian and Russian), one coordinator and two secretaries.
11
D
urante o ano de 2007, o processo de construção da ISO
26000 viveu um de seus momentos mais vigorosos. Nos
debates ocorridos, muitos dos impasses anteriores foram solucionados, obtendo-se um alto grau de consolidação de
conceitos e conteúdos.
O Instituto Ethos esteve presente nas discussões internacionais, sempre com a preocupação de que a norma venha a ter
uma feição inovadora e positiva. Ao estimular entre os associados Ethos a discussão sobre a norma, o projeto GT Ethos – ISO
26000 vem contribuindo para a construção de uma ferramenta
o mais avançada possível.
No âmbito do GT Ethos – ISO 26000, organizamos em 2007
uma série de atividades voltadas para os principais conceitos
relacionados à responsabilidade social. Trabalhamos com o que
chamamos de temas transversais, isto é, aspectos centrais da
responsabilidade social que estão abordados ao longo da estrutura da norma. Os temas escolhidos foram Cadeia de Valor,
Engajamento de Stakeholders e Ética.
O projeto GT Ethos já conta com a adesão de 76 entidades, entre
12
empresas e organizações convidadas, muitas delas presentes desde
o início dos trabalhos, em 2005. E o simples fato, pouco comum, de
um número tão significativo de entidades permanecer mobilizado
durante tanto tempo, num esforço conjunto, atesta a crescente importância da responsabilidade social (RS) em nosso país.
Outro ponto importante a ser destacado no GT Ethos é sua
diversidade. As empresas participantes representam os mais diversos setores da economia e cobrem as cinco regiões geográficas brasileiras, com predominância do Sudeste. Os participantes
também representam de maneira equilibrada as grandes, médias
e pequenas empresas (veja o gráfico a seguir). O objetivo do GT
Ethos – ISO 26000 é criar um espaço de aprendizagem e troca
de experiências em que o resultado dos debates possa servir de
referência para os posicionamentos tomados pelo Instituto Ethos
e pelo UniEthos na construção da norma. O projeto também conta
com um Grupo Técnico atualmente com 28 membros e é composto pelas empresas patrocinadoras e organizações convidadas.
Além de discutir a norma em profundidade, o Grupo Técnico contribui com a própria estratégia do projeto.
O GT Ethos – ISO 26000
The GT Ethos – ISO 26000
I
n 2007, the ISO 26000 development process reached one of its most
productive moments. Many pending issues were resolved, and concepts and contents were consolidated to a high level.
The Ethos Institute was present in the international discussions,
always advocating that the standard should have an innovative and
positive approach. By encouraging its associates to discuss about the
standard, the GT Ethos – ISO 26000 project has contributed to developing
a tool as advanced as possible.
Within the GT Ethos – ISO 26000, we organized in 2007, a number of
activities aimed at the main concepts related to social responsibility. We
worked with the so-called cross-cutting themes, that is, core aspects of
social responsibility that are addressed along the standard’s framework.
The themes chosen were Value Chain, Stakeholder Engagement, and
Ethics.
76 entities, among companies and guest organizations have
subscribed to the GT Ethos project, many of them present since the
beginning of the process, in 2005. The fact that such a large number of
entities have remained mobilized in a joint effort for so long confirms
the growing relevance of social responsibility (SR) in our country.
Another key point in the GT Ethos to be highlighted is its diversity.
Participating companies represent the most diverse sectors of the
economy and cover the five Brazilian geographic regions, with prevalence
of the Southeast. Participants are also balanced among large, mediumsized and small companies (see chart on page 13). The goal of GT Ethos
– ISO 26000 is to create a platform for learning and experience sharing
that will build knowledge the Ethos Institute and UniEthos can use
during the development of the standard. The project also has a Technical
Group, comprising sponsors and guest organizations, currently totaling
28 members. Besides in-depth discussion of the standard, the Technical
Group contributes to the project’s strategy.
O projeto divulga os temas relativos à ISO 26000 por diferentes canais:
• plenárias-oficinas, duas vezes por ano;
• reuniões do Grupo Técnico, quatro vezes por ano;
• reuniões abertas ao público, após as reuniões internacionais da ISO;
• publicação anual bilíngüe5;
• boletins eletrônicos periódicos;
• plataforma virtual, constantemente atualizada com os
principais documentos do projeto;
• página atualizada do projeto na internet;
• kit de comunicação;
• palestras em fóruns diversos;
• divulgação na mídia.
Vale lembrar que, além da experiência inovadora do GT Ethos
– ISO 26000, o Brasil ocupa um lugar proeminente no proces5 As duas edições anteriores desta publicação, lançadas em 2006 e 2007, estão disponíveis em
www.ethos.org.br/gtethosiso26000
Porte das empresas que integram
o GT Ethos – IS0 26000
GT Ethos – ISO 26000 company profile
35%
Pequena/Small
15%
so de construção da norma desde seu início. Quando em 2002
se formou o Stategic Advisory Group (SAG), Marcos B. Egydio
Martins, então diretor do Instituto Ecofuturo, figurava entre os
primeiros oito componentes. Dois anos depois, em setembro de
2004, a ABNT unia esforços com o organismo normatizador sueco, SIS, na liderança do Grupo de Trabalho de Responsabilidade
Social da ISO. Nunca antes ocorrera uma parceria entre um país
desenvolvido e outro em desenvolvimento em um processo de
elaboração de normas ISO. Dois brasileiros, Jorge Emanuel Reis
Cajazeira, da Suzano Papel e Celulose, e Eduardo Campos de São
Tiago, da ABNT, ocuparam, respectivamente, o cargo de presidente e de co-secretário do grupo. Além disso, o país conta com
seu comitê-espelho, articulado pela ABNT, e com experiências
positivas na área de engajamento de stakeholders por parte dos
membros da Delegação Nacional. Podemos citar como caso de
maior destaque o GAO (Grupo de Articulação das ONGs sociais e
ambientais brasileiras) para a construção da ISO 26000.
O Instituto Ethos e o UniEthos tomam parte na elaboração
Dinâmica de trabalho do GT Ethos – IS0 26000
The GT Ethos – ISO 26000 work dynamics
Capacitação nas temáticas emergentes
da elaboração da futura ISO 26000
Capacity building in the themes emerging
during the development of the future ISO 26000
50%
Grande/Large
Média/Medium-sized
Ethos
UniEthos
Espaço de troca
e aprendizagem
Platform for learning
and experience sharing
13
Empresas associadas
participantes
Empresas associadas
participantes
Contribui para os posicionamentos do Ethos/UniEthos frente à norma
Contributes to Ethos/UniEthos stance on the standard
The project discloses ISO 26000-related themes through different
channels:
•Plenary meetings-workshops, twice a year;
•Technical Group meetings, four times a year;
•Meetings open to the general public, after ISO’s international
meetings;
•Annual bilingual publication5;
•Periodically issued electronic newsletters;
•Online platform, constantly updated with the project’s main
documents;
•Updated webpage;
•Information kit;
•Lectures in several forums;
•Media coverage.
5 The two previous versions of this publication, released in 2006 and 2007, are available at
www.ethos.org.br/gtethosiso26000
It is worth noting that, besides the innovative experience of GT
Ethos – ISO 26000, Brazil has played a major role in the standard’s
development process from the beginning. When the Strategic Advisory
Group (SAG) was created in 2002, Marcos B. Egydio Martins, then
director of the Ecofuturo Institute, was one of its eight members. Two
years later, in September 2004, ABNT joined the Swedish Standards
Institute (SIS) to lead ISO’s Social Responsibility Working Group. Never
before had a partnership between a developed country and a developing
one happened in an ISO standard’s development process. Two Brazilians,
Jorge Emanuel Reis Cajazeira, of Suzano Papel e Celulose, and Eduardo
Campos de São Tiago, of ABNT, were appointed chairman and cosecretary, respectively. In addition, Brazil also has a national mirror
committee, articulated by ABNT, with positive experience in stakeholder
engagement by the members of the National Delegation. The most
outstanding case is the GAO (Brazilian social and environmental NGO
Articulation Group) – ISO 26000 Development.
da norma como membros, respectivamente, das redes internacionais Fórum Empresa e da Red Interamericana de Responsabilidad Social Empresarial, ambas incluídas na categoria de organizações D-liaison. No momento, o Ethos é representado pelo
expert João Gilberto A.F. dos Santos e o Uniethos por Giuliana
Ortega Bruno e Gustavo Ferroni, também como experts.
A partir de 2009, os trabalhos do GT Ethos – ISO 26000
serão ampliados. Além das discussões sobre o conteúdo da norma em si, o grupo colocará em pauta uma questão igualmente
relevante: a metodologia de implantação da norma. Trata-se de
um desafio importante, se levarmos em conta a influência que a
ISO 26000 haverá de ter na sociedade atual e como referência
para as gerações futuras.
O método escolhido é a construção coletiva, tomando como
base a experiência das empresas participantes do Grupo Técnico do GT Ethos – ISO 26000. Essas empresas deverão iniciar um
processo experimental de implementação da norma, guiado pela
minuta resultante da reunião de Santiago, em setembro de 2008.
Tamanho desafio torna-se viável a partir de algumas premissas. A primeira delas é de que o conteúdo da norma, após os
esforços realizados desde 2005, já se mostrará relativamente estável (veja a figura da página 9), e tudo indica que assim será, de
maneira crescente, até atingir o formato definitivo. A segunda
premissa é de que os princípios da responsabilidade social já se
encontram consolidados, de maneira que as organizações comprometidas com o desenvolvimento sustentável poderão pô-los
em prática independentemente das ferramentas existentes. A
terceira premissa é de que não se trata de um processo de implementação, e sim de construção de uma metodologia de implementação, por meio das experiências das empresas. No caso
da ISO 26000, sua implementação se configura mais como uma
proposta de construção permanente, aberta, na qual as organizações deverão sempre buscar seu melhor desempenho.
Os resultados desse processo serão abertos para a sociedade, buscando contribuir para o avanço do movimento de responsabilidade social.
Foto: Cláudia Perroni
14
5ª Plenária-oficina do GT Ethos – ISO 26000, em outubro de 2007
GT Ethos – ISO 26000 5th Plenary workshop, held on October, 2007
Representantes do Ethos e UniEthos na reunião de Vienna
Ethos and UniEthos representatives at the Vienna Meeting
The Ethos Institute and UniEthos take part in the ISO 26000
development process as members, respectively, of international
networks Forum Empresa and Red Interamericana de Responsabilidad
Social Empresarial, both D-liaison organizations. Ethos is currently
represented by expert João Gilberto A.F. dos Santos and UniEthos by
experts Giuliana Ortega Bruno and Gustavo Ferroni.
From 2009 on, the number of tasks of GT Ethos – ISO 26000 will
increase. Besides discussing on the content of the standard, the group
will deal with an equally relevant issue: the standard’s implementation
methodology. This is a critical challenge, given the influence ISO 26000
will have on the current society, and considering its likely impact on
future generations.
The methodology chosen is the collective construction of knowledge,
building upon the experience of GT Ethos – ISO 26000 participating
companies. These companies will start a pilot standard implementation
process using the September 2008 Santiago Meeting draft as a guideline.
Such a challenge becomes feasible based on some assumptions.
The first one is that the content of the standard, after the efforts
made since 2005, will be reasonably consolidated (see figure on
page 9), and the odds are increasingly in favor of that, until the final
document is released. The second assumption is that the principles of
social responsibility are already consolidated, so that the organizations
committed to sustainable development will be able to put them into
practice regardless of existing tools. The third assumption is that this
is not an implementation process, but rather the process of building an
implementation methodology through the experience gained in the pilot
implementation. In the case of ISO 26000, its implementation turns into
a proposal of a continuous, open development, in which organizations
will have to always pursue their best performance.
The results of this process will be open to the society, so as to
contribute to advance the social responsibility movement.
A
primeira estrutura de capítulos da futura norma foi
estabelecida na II Reunião do Grupo de Trabalho de
Responsabilidade Social da ISO, realizada em 2005, em
Bangcoc. A estrutura proposta definiu os seguintes capítulos:
Introdução
1. Escopo
2. Referências normativas
3. Termos e definições
4. O contexto da RS em que as organizações atuam
5. Princípios de RS
6. Diretrizes em temas centrais da RS
7. Diretrizes para implementação da RS
8. Anexos
Bibliografia
De lá para cá, os grupos-tarefa produziram textos preliminares que foram discutidos nas reuniões internacionais. A
primeira minuta (Working Draft 1 – WD 1) esteve em foco na
reunião de Lisboa; e a segunda (WD 2), na reunião de Sidney. Já
o processo de elaboração da terceira minuta trouxe uma série
de mudanças. A terceira minuta (WD 3) foi elaborada e, antes de
ser discutida presencialmente, uma nova versão (WD 3 rev), que
contemplava a maioria das observações antes enviadas pelos
experts, foi feita e então discutida em novembro de 2007, na
reunião de Viena.
Como resultado desse último encontro mais uma revisão
na minuta foi realizada, gerando mais uma versão (WD 3 rev
2). Esta última versão apresentou grandes avanços no processo
de criação da ISO 26000, deixando seu texto mais coerente e
conciso.
Em Viena, decidiu-se que a estrutura de elaboração do texto
em grupos-tarefa de conteúdo e subgrupos de redação não era
a mais adequada para os avanços necessários. Criou-se então a
IDTF (veja páginas 10 e 11), encarregada de dar maior consistência e coesão ao conteúdo. Seu cronograma de trabalho previu
o lançamento de duas versões da próxima minuta (WD 4), com
vistas à reunião de Santiago, em setembro de 2008.
Um Texto em Construção:
Conteúdo e Análise
A Text in Progress:
Contents and Analysis
T
he first structure of clauses for the future guidance standard
was established at the II Meeting of the ISO Social Responsibility
Working Group, held in 2005, in Bangkok. The proposed structure
presented the following clauses:
Introduction
1. Scope
2. Normative references
3. Terms and definitions
4. The SR context in which organizations operate
5. SR principles
6. Guidance on SR core subjects
7. Guidance for organizations on implementing SR
8. Annexes
Bibliography
Since then, task-groups have produced preliminary texts which
have been discussed at the international meetings. The first working
draft (WD 1) was addressed at the Lisbon Meeting and the second (WD 2)
at Sidney. As to the third working draft (WD 3), it process of elaboration
underwent a series of changes. After WD 3 was developed, and before
being discussed at a meeting, a new version (WD 3 rev) contemplating
most of the observations previously submitted by the experts was
created and then discussed on November 2007, at the Vienna Meeting.
As a result of this last meeting, another revision was made, leading
to yet another version (WD 3 rev 2). This latest version represented an
important progress in the ISO 26000 elaboration process, with a more
coherent and concise text.
At Vienna it was decided that the subdivision into task groups
and subgroups was no longer suitable for the necessary progress. The
Integrating Drafting Task Force (IDTF) was then created (see p. 10 and 11),
with the object of giving more consistency and cohesion to the contents.
Its working schedule included the release of two new versions of the
next working draft (WD 4), to be discussed at the Santiago Meeting, on
September 2008.
WD 4.1, prepared by IDTF, introduced important changes with
15
A minuta WD 4.1, preparada pelo IDTF, trouxe importantes
alterações com relação às versões anteriores, com destaque para
a criação de mais um capítulo. Nessa nova versão, a estrutura
passou a ser a seguinte:
Introdução
1. Escopo
2. Referências normativas
3. Termos e definições
4. Compreendendo a RS
5. Princípios de RS
6. Práticas de RS
7. Temas centrais da RS
8. Diretrizes para uma organização sobre a
implementação da RS
Anexos
Bibliografia
A criação do capítulo Práticas de RS se deveu à necessidade de separar os aspectos da implementação da RS que fossem
relativos à operação, isto é, o como fazer (how), dos aspectos
relativos ao compromisso, isto é, o dever fazer (should). Além
disso, outros capítulos foram reformulados. Aquele que antes
dizia respeito ao contexto (capítulo 4), por exemplo, agora trata
do entendimento dos conceitos contidos na definição de RS.
Apresentamos, a seguir, as principais idéias extraídas pelo
Instituto Ethos e pelo UniEthos do texto atualizado de cada um
dos capítulos da minuta WD 4.1, assim como uma análise de
cada capítulo com base nas reflexões das organizações integrantes do GT Ethos – ISO 26000:
Introdução
O texto preliminar aborda os seguintes assuntos:
• o benefício de uma norma internacional que contribua
para um entendimento comum sobre RS, em face das diferentes interpretações hoje existentes;
• a crescente associação desse assunto com o desempenho
das organizações, para que possamos contar com sistemas ecológicos saudáveis, equilíbrio social e boa governança organizacional;
• a influência que o comportamento socialmente responsável por parte de uma organização tem sobre seus
stakeholders (maior confiança, melhor reputação, retenção e atração de profissionais, melhor produtividade, visão
mais positiva por parte dos investidores e da comunidade
financeira, fidelização do consumidor e melhor qualidade
no relacionamento com os diversos públicos);
16
regard to previous versions, most noticeably the creation of a new
clause. In this new version, the clause structure is laid out as follows:
Introduction
1. Scope
2. Normative references
3. Terms and definitions
4. Understanding SR
5. Principles of SR
6. Practices of SR
7. SR core subjects
8. Guidance for organizations on implementing SR
Annexes
Bibliography
The creation of a clause devoted to Practices of SR derived from
the necessity of singling out the treatment of operational aspects
of SR implementation, that is, how to do it, from aspects related to
commitment, that is, the need to do it. Besides, other clauses have
been reformulated. For instance, the clause related to context (clause
4) now addresses the proper understanding of concepts contained in the
definition of SR.
Presented below are the main ideas extracted by Ethos Institute
and UniEthos from the current, updated text of each clause in WD
4.1, as well as an analysis of each one of them based on reflections by
organizations taking part in the GT Ethos – ISO 26000:
Introduction
The introductory text addresses the following subjects:
•the benefits of an international guidance standard contributing to
a common understanding on SR, given the diverse interpretations
currently existent;
•the increasing association of this subject with the performance
of organizations, hopefully leading to healthy eco-systems, social
equality and good organizational governance;
•the influence exerted by an organization´s socially responsible
behavior over its stakeholders (enhanced trustfulness and
reputation, attraction and retention of personnel, better
productivity, a positive image before investors and the financial
community, ability to attract and retain costumers, better
relationship with interested parties);
• o propósito da norma (diretrizes sobre princípios, temas e
implementação da RS);
• a aplicabilidade da norma a todas as organizações;
• a não-aplicabilidade da norma às funções executivas, legislativas e judiciárias das organizações governamentais;
• o caráter de uso voluntário da norma, que não tem propósitos de certificação, uso regulatório ou contratual nem
pretende criar barreiras não-tarifárias;
• o estímulo para que as organizações venham a se tornar
mais socialmente responsáveis por meio do uso da norma,
com base no engajamento com os stakeholders, no atendimento à legislação aplicável e no respeito a convenções
e instrumentos reconhecidos internacionalmente;
• o esclarecimento de que as referências feitas no texto da
norma a qualquer outra iniciativa nessa área não implicam endosso ou consideração especial por parte da ISO;
• ênfase ao processo de construção da norma, sua característica multistakeholder e o esforço para a participação
de países em desenvolvimento.
Análise do Instituto Ethos e do UniEthos
O texto introdutório encontra-se já bem consolidado. Prováveis mudanças que ele venha a sofrer serão em decorrência
da necessidade de alinhamento com alterações que ocorram
em outras partes da norma.
Um dos pontos importantes do texto é o destaque dado
ao processo multistakeholder de construção da ISO 26000,
que confere maior credibilidade à norma. Outro ponto fundamental do texto é a proposta de que a norma traga um
melhor entendimento comum das práticas e princípios da RS.
O Instituto Ethos e o UniEthos sugerem que a Introdução
explicite de que modo a ISO 26000 se relacionará com normas
já existentes da própria ISO. Essa questão provavelmente suscitará dúvidas e questionamentos nos futuros usuários.
17
•the purpose of the standard (guidance on SR principles and
themes, and on SR implementation);
•its applicability to all kinds of organizations;
•its non-applicability to the executive, legislative and judiciary
powers of governmental organizations;
•the voluntary character of its utilization, the standard not being
intended for third party certification, regulatory or contractual
ends, nor aiming at the creation of non-tariff barriers;
•the stimulus for organizations to become more socially responsible
through utilization of the standard, based on the engagement of
stakeholders, compliance to applicable national laws and respect
to internationally recognized agreements and instruments;
•the express statement that any references made in the text of the
standard to any initiatives whatsoever in this field do not imply
any kind of endorsement or special consideration for these on the
part of ISO;
•the emphasis given to the standard´s development process, with
its multistakeholder character and the efforts towards inclusion
and participation of developing countries.
Analysis by Ethos Institute and UniEthos
The introductory text is well consolidated already. Any further
changes are more likely to stem from the need of harmonization
with eventual alterations in other parts of the standard.
One particularly important point is the emphasis given to the
ISO 26000 multistakeholder elaboration process, which lends
more credibility to the standard. Another fundamental aspect is
the idea of a better common understanding on SR practices and
principles as an essential goal.
Ethos Institute and UniEthos suggest that the introduction
further clarify the ways in which ISO 26000 will relate to
other already existent ISO standards. This issue is likely to raise
questions and doubts for future users.
1. Escopo
O texto preliminar esclarece o objeto da norma, indicando
que ela:
• estabelece diretrizes aplicáveis a todos os tipos de organização sobre conceitos de RS, termos e definições, histórico e características, princípios, práticas, temas pertinentes, integração, implementação e promoção da RS
na organização e sua esfera de influência, identificação e
engajamento de stakeholders, comunicação de desempenho e compromissos relacionados à RS e sua contribuição
para o desenvolvimento sustentável;
• estimula as organizações a ir além do cumprimento da lei;
• promove entendimento comum em RS;
• complementa outros instrumentos e iniciativas relacionados à RS, e não os substitui;
• respeita a diversidade e os diferentes contextos sociais e
culturais, desde que sejam observadas normas internacionais de comportamento;
• não tem caráter de sistema de gestão.
Análise do Instituto Ethos e do UniEthos
O texto do escopo indica pontos importantes que serão
objeto da norma, como orientações sobre conceitos, termos
e definições de RS; histórico e tendências da RS; princípios,
práticas e temas centrais da RS; integração e implementação
da RS na organização; o engajamento de stakeholders; e a
contribuição da organização socialmente responsável para o
desenvolvimento sustentável. Mas não faz referência à cadeia de valor da organização. É fundamental que essa referência apareça no escopo. O texto precisa deixar claro que a
RS deve ser integrada por toda a organização e sua cadeia de
valor, sobre a qual ela também tem responsabilidade.
2. Referências normativas
Este capítulo destina-se a apresentar documentos que devem ser lidos em conjunto com a norma. O conteúdo será desenvolvido posteriormente.
18
1. Scope
The preliminary text addresses the object of the standard, pointing
out that it:
•provides guidance applicable to all kinds of organization on
the concepts of SR, terms and definitions, background and
characteristics, principles, practices, core subjects and issues,
integration, implementation and promotion of SR throughout
the organization and in its sphere of influence, stakeholder
identification and engagement, communication of performance
and commitments related to SR and contributions to sustainable
development;
•encourages organizations to go beyond mere legal compliance;
•promotes common understanding on SR;
•complements other SR-related instruments and initiatives,
without replacing them;
•respects diversity and the various societal and cultural contexts,
provided international norms of behavior are observed;
•does not have the character of a management system.
Analysis by Ethos Institute and UniEthos
The text of this section highlights important points addressed
by the standard, such as guidance on SR concepts, terms and
definitions; SR background and trends; SR principles, practices
and core issues; SR integration and implementation in the
organization; stakeholder engagement and the contribution of
socially responsible organizations for sustainable development.
No reference is made to value chains, though. It is paramount
that this point be mentioned in the scope. The text should clearly
state that SR is to be integrated throughout the organization
and must extend to its value chain, over which the organization
also has responsibility.
2. Normative References
This clause will present documents to be read in conjunction with
the guidance standard. Contents will be developed in due course.
3. Termos e definições
O conteúdo preliminar deste capítulo inclui termos utilizados ao longo da norma e suas definições. Atualmente, os seguintes termos já foram contemplados: accountability/prestação de
contas; cadeia de fornecimento; cadeia de valor; cliente; comportamento ético; consumidor; desenvolvimento sustentável;
engajamento de stakeholders; esfera de influência; governança
organizacional; igualdade de gênero; impacto ambiental; materialidade; meio ambiente; normas internacionais de comportamento; princípio; produto; responsabilidade social; serviço; socialmente responsável; stakeholder; tema de RS; transparência.
Novos termos poderão ser incluídos nas rodadas de comentários, assim como alguns dos já citados podem ser excluídos.
A seguir, destacamos as definições de alguns termos-chave:
Cadeia de Valor
Seqüência de atividades em que cada uma delas acrescenta
valor a um produto ou serviço.
Comportamento ético
Comportamento de acordo com princípios aceitos de boa
ou correta conduta no contexto de uma situação particular e
consistente com normas internacionais de comportamento.
Engajamento de stakeholder
Qualquer atividade realizada para criar oportunidades de
diálogo entre a organização e um ou mais de seus stakeholders,
com o objetivo de prover uma base informativa para as decisões
da organização.
Responsabilidade Social
Responsabilidade de uma organização pelos impactos de
suas decisões e atividades sobre a sociedade e o meio ambiente,
por meio de um comportamento ético e transparente que:
• contribua para o desenvolvimento sustentável, a saúde e
o bem-estar da sociedade;
• leve em consideração as expectativas dos stakeholders;
• esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja
consistente com normas internacionais de comportamento;
• seja integrado por toda a organização e seus rela­cio­
namentos.
Nota 1: Atividades incluem produtos, serviços e processos.
Nota 2: Relacionamentos referem-se às atividades de uma organização dentro de sua esfera de influência.
Stakeholder
Indivíduo ou grupo que tem um interesse em qualquer atividade ou decisão de uma organização.
19
3. Terms and definitions
The preliminary contents of this clause include terms employed
throughout the text of the standard and their respective definitions.
As of this moment, the following terms have been contemplated:
accountability; consumer; customer; environment; environmental
impact; ethical behavior; gender equality; international norms of
behavior; issue of social responsibility; material; organizational
governance; principle; product; service; social responsibility; socially
responsible; sphere of influence; stakeholder; stakeholder engagement;
supply chain; sustainable development; transparency; value chain.
New terms may come to be included as per future comments.
Definitions of some key-terms are highlighted below:
Ethical behavior
Behavior that is in accordance with accepted principles of right or
good conduct in the context of a particular situation, and consistent
with international norms of behavior
Social responsibility
Responsibility of an organization for the impacts of its decisions
and activities on society and the environment, through transparent and
ethical behavior that:
•contributes to sustainable development, health and the welfare
of society;
•takes into account the expectations of stakeholders;
•is in compliance with applicable law and consistent with
international norms of behavior; and
•is integrated throughout the organization and practiced in its
relationships.
Note 1: Activities include products, services and processes.
Note 2: Relationships refer to an organization’s activities within its
sphere of influence.
Stakeholder
Individual or group that has an interest in any activities or decisions
of an organization.
Stakeholder engagement
Any activity or activities undertaken by an organization to create
opportunities for dialogue between the organization and one or more
of its stakeholders, with the aim of providing an informed basis for the
organization’s decisions.
Value chain
Sequence of activities where each activity adds value to a product
or service.
Análise do Instituto Ethos e do UniEthos
O capítulo lista alguns dos principais termos no campo
da RS, como stakeholder, cadeia de valor e esfera de influência, além da própria definição de RS. Na definição proposta
para responsabilidade social estão presentes os pontos fundamentais do conceito, como sua relação com o desenvolvimento sustentável e a questão dos impactos provocados
pelas atividades das organizações.
O texto também frisa que RS é algo que diz respeito a
toda a gestão da organização, e não algo restrito a ações
isoladas. A referência à integração da RS na cadeia de valor,
porém, deve ser enfatizada. Em vez de utilizar a palavra “relacionamentos”, e estabelecer a referência com a esfera de
influência por meio de uma nota, a definição deveria fazer
referência direta à integração da RS na cadeia de valor.
4. Compreendendo a RS
Este capítulo trata do contexto histórico e atual da RS e
busca esclarecer os conceitos contidos na definição de RS apresentada na norma. O conteúdo preliminar está dividido nas seguintes seções:
• Responsabilidade Social das organizações;
• Tendências atuais da RS;
• Características da RS;
• Governos e a RS.
Responsabilidade Social das organizações
• A RS, em sua origem, estava restrita ao âmbito das empresas. A visão de que ela seja aplicável a todos os tipos
de organização parte da premissa de que todos estamos
comprometidos com o meio ambiente e o bem-estar social, e portanto podemos contribuir para o desenvolvimento sustentável.
• Os temas de RS identificados nesta norma refletem a visão do momento. Por certo deverão mudar, ao longo do
tempo, incorporando novos fatores.
20
Analysis by Ethos Institute and UniEthos
This clause lists some of the main terms in the SR field such
as stakeholder, value chain and sphere of influence, as well as
SR itself. In this last definition are included all the fundamental
traits of the concept, such as its relation to sustainable
development and the issue of impacts entailed by the activities
of organizations.
The text also highlights SR as something pertaining to the
whole management of an organization, not just isolated actions.
The reference to its integration into the value chain, though,
should be further emphasized. Instead of employing the word
“relationships” and confining the reference to spheres of
influence to a note, the definition should make direct reference
to the integration of SR into the value chain.
4. Understanding SR
This clause presents the SR background and its current context and
tries to clarify concepts contained in the SR definition presented by the
standard. Preliminary contents are laid out in the following sections:
• The SR of organizations;
• Current trends in SR;
• Characteristics of SR;
• Governments and SR;
The SR of organizations
•SR was originally restricted to the business environment. The view
according to which it is applicable to all kinds of organization
assumes that we are all equally committed to environmental
issues and the welfare of society and, therefore, should equally
contribute to sustainable development.
•the SR subjects identified in this standard reflect current views
on the theme. They are certain to change with the passing of time
and the incorporation of new issues.
Tendências atuais da RS
Muitos fatores contribuem para o aumento de interesse na
RS das organizações:
• globalização, comunicação instantânea e o acesso a
informações;
• a natureza global de problemas ambientais, de saúde e
pobreza;
• o fortalecimento do setor privado, da sociedade civil organizada e do consumo consciente;
• aumento das exigências das comunidades em que as organizações operam.
Características da RS
Esta seção busca explicar elementos contidos na definição
de RS que a norma apresenta. As características são:
• accountability (responsabilidade) pelos impactos da
organização;
• engajamento com stakeholders;
• contribuição para o desenvolvimento sustentável;
• integração da RS à organização e a seus relacionamentos.
Governos e a RS
A norma se aplica a governos apenas no que diz respeito
a atividades similares às de outras organizações, isto é, como
empregadores, produtores etc. Áreas no âmbito de decisões políticas estão fora do escopo da norma.
Análise do Instituto Ethos e do UniEthos
O texto apresenta o contexto histórico da RS de maneira tímida. Fatos importantes que contribuíram para o surgimento e o avanço do movimento da RS não foram contemplados. Sugerimos contextualizar também os seguintes
tópicos: a grave situação de desigualdade social e pobreza
no mundo; os movimentos pela democracia e liberdade; e o
final da Guerra Fria. A segunda parte do capítulo aborda as
características centrais da RS, listando-as. Não está presente,
porém, a responsabilidade da organização sobre sua cadeia
de valor, um dos pontos fundamentais da RS. É importante
que a norma coloque também essa questão como uma das
características da RS, de forma a não desestimular o trabalho
relativo a esse aspecto que vem sendo realizado pelas organizações, nos últimos anos.
21
Current trends in SR
Many factors contribute to a heightened interest in SR by
organizations:
•globalization, instant communications and access to information;
•the global nature of the environmental, health and poverty issues;
•the strengthening of the private sector, of organized civil society
and of conscious consumption;
•the growing expectations and demands of communities in which
organizations operate.
Characteristics of SR
This section tries to explain elements contained in the definition of
SR presented by the guidance standard. The characteristics are:
•accountability for the organization´s impact on society;
•engagement with stakeholders;
•contribution to sustainable development;
•integration of SR throughout the organization and in its
relationships.
Governments and SR
The guidance standard applies to governments only with regard
to activities similar to those performed by other organizations, that is,
as employers, producers etc. Areas pertaining to the realm of political
decisions lie outside the standard´s scope.
Analysis by Ethos Institute and UniEthos
The text presents the historical context of SR rather timidly.
Significant facts which contributed to the appearance and
progress of the SR movement have not been contemplated.
Inclusion of the following topics is also suggested: the grave
situation of social inequality and poverty throughout the world;
the movements for democracy and freedom and the end of the
Cold War. The second part of the clause addresses and lists the
central characteristics of SR. Absent, though, is the organization´s
responsibility over its value chain, one of the fundamental points
inherent on SR. It is very important that this be clearly mentioned
as a major characteristic, so as not to deter work on this aspect
being done by organizations over the last years.
5. Princípios de RS
O conteúdo preliminar deste capítulo destaca que o comportamento das organizações deve se basear em princípios.
Apesar de não existir uma lista completa deles no que tange à
RS, há certo consenso em torno dos seguintes pontos:
• a organização deve prestar contas e assumir a responsabilidade sobre seu impacto na sociedade e no meio
ambiente;
• a organização deve ser transparente nas suas decisões e
atividades;
• a organização deve se comportar de maneira ética;
• a organização deve respeitar e considerar os interesses de
seus stakeholders;
• a organização deve respeitar a lei;
• a organização deve reconhecer a importância e a universalidade dos direitos humanos;
• a organização deve respeitar normas internacionais relevantes nos casos em que elas se superpõem às leis nacionais.
Análise do Instituto Ethos e do UniEthos
A discussão sobre a necessidade de um capítulo próprio
na norma para tratar dos princípios da RS já foi superada.
Sempre o defendemos dada sua relevância para nortear a
conduta das organizações. O Instituto Ethos e o UniEthos
também estimularam no GT Ethos – ISO 26000 o debate
sobre quais seriam esses princípios. A maior parte dos tópicos sugeridos pelas organizações do GT está alinhada com
os que aparecem na lista atual. Mas não nos parece adequado que o “princípio da precaução” não conste na atual lista
de Princípios.
22
5. Principles of SR
This clause´s preliminary contents stress the need for organizations
to base their behavior on principles. Although there is no complete list
of these regarding SR, there is a fair amount of consensus around the
following points:
•an organization should be accountable and take responsibility for
its impact on society and the environment;
•an organization should be transparent in its decisions and
activities;
•an organization should behave ethically;
•an organization should respect and consider the interests of its
stakeholders;
•an organization should respect the rule of law;
•an organization should recognize the importance and universality
of human rights;
•an organization should respect relevant international norms
where they are superior to national laws and practices.
Analysis by Ethos Institute and UniEthos
The discussion about the need of a separate clause to treat
of SR principles has already been overcome. Ethos Institute and
UniEthos always defended this separate clause, given its relevance
for the proper guidance of organizations. Ethos Institute and
UniEthos have also encouraged debate about these principles on
the GT Ethos – ISO 26000. Most of the topics suggested by GT
Ethos organizations coincide with those appearing in the current
list. But we do not think it advisable that the topic “precautionary
approach” be lacking on the clause on Principles. 6. Práticas de RS
O texto preliminar deste capítulo baseou-se em parte do
conteúdo do capítulo de implementação (minuta WD 3 rev 2).
Aqui são apresentadas as práticas genéricas de RS mais comumente associadas à implementação da RS nas atividades, processos e à maneira como a organização conduz seu trabalho.
suas ações e de seus impactos. O engajamento de stakeholders
também pode servir como um meio para a organização rever seu
desempenho e melhorá-lo.
Uma organização deve reconhecer o valor do engajamento
de stakeholders, utilizá-lo para resolver conflitos de interesse e
ser responsável com seus stakeholders.
Identificando a RS
Para uma organização identificar sua RS é necessário que
compreenda que impactos suas decisões e atividades têm sobre
os outros e as expectativas de comportamento responsável com
relação a esses impactos. A RS não se limita às atividades diretas
da organização, mas se estende ao comportamento de outras, sobre as quais a primeira exerce controle ou razoável influência.
Integração da RS na organização
A integração da RS na organização não deve ser abordada
por meio de ações irregulares, isoladas e ocasionais. Por mais
que doações possam ser atos responsáveis, a filantropia não é
uma alternativa para a organização lidar com o impacto de suas
decisões e atividades. A integração da RS deve ser um esforço
contínuo e se tornar parte da estrutura, governança e cultura
da organização.
Identificação e engajamento de stakeholders
Identificar os stakeholders e engajar-se com eles estão
entre as práticas centrais associadas à RS. A organização deve
entender a relação entre o stakeholder e ela e a relação entre o
interesse do stakeholder e o desenvolvimento sustentável.
O propósito do engajamento com stakeholders é o estabelecimento do diálogo. A comunicação aberta entre as partes pode
ajudar a organização a entender melhor as conseqüências das
Comunicação
A comunicação está presente na maioria das atividades
relacionadas à RS. Esclarece as estratégias e objetivos da organização e motiva funcionários. Uma organização deveria publicar regularmente informações sobre seus impactos, produtos,
serviços e outras atividades. E, ao fazê-lo, contemplar todos os
temas da RS relacionados a seus impactos e tornar a informação
acessível a seus stakeholders.
23
6. Practices of SR
The preliminary text of this clause was based on part of the contents
of the clause on Implementation (WD 3 rev 2). Here are presented the
generic SR practices most commonly associated to SR implementation
in activities, processes and methods through which an organization
conducts its work.
Identifying SR
In order that an organization properly identify its SR, it should
understand how its decisions and activities impact others and what are
the expectations about responsible behavior concerning these impacts.
SR is not limited to the organization´s direct activities, it extends to the
behavior of other organizations over which the first one has control or a
reasonable influence.
Stakeholder identification and engagement Identifying the stakeholders and engaging them are both central
practices associated with SR. The organization should understand its
relationship with the stakeholder and the relationship between the
stakeholder´s interests and sustainable development.
The purpose of stakeholder engagement is to establish a dialogue.
Frank communication between the parties may help the organization
to better understand the consequences of its actions and their impacts.
Stakeholder engagement may also serve as a means for the organization
to review its performance and improve it.
An organization should recognize the value of stakeholder
engagement, use it to reconcile conflicts of interest and be responsive
to its stakeholders.
Integrating SR into the organization
The integration of SR into the organization should not be addressed
through irregular, isolated and occasional action. Much as donations
and charity may be responsible acts, philanthropy is not an alternative
for coping with the impact of an organization´s decisions or activities.
SR integration should be an ongoing effort and become part of the
structure, governance and culture of an organization.
Communication
Communication is present in most activities related to SR. It raises
awareness about the strategies and objectives of the organization and
motivates its employees. An organization should regularly communicate
information on its impacts, products, services and other activities and,
in doing so, contemplate all SR subjects related to them, making the
information amply accessible to its stakeholders.
Análise do Instituto Ethos e do UniEthos
A idéia de criar uma distinção entre o que se deve fazer
e como fazer parece muito boa. Ao analisarmos o capítulo
de Práticas, porém, notamos alguns problemas.
Esse capítulo, nascido da divisão do capítulo de implementação, limitou-se a separar práticas genéricas de RS, não
apresentando nenhuma justificativa consistente sobre a necessidade de se diferenciar o como do deve e, mais grave,
criando algumas redundâncias e repetições. O mesmo assunto é abordado em lugares diferentes, variando apenas o nível de detalhamento. Além disso, tal mudança enfraqueceu
o capítulo de implementação, que ficou pouco detalhado e
pouco objetivo.
Nas discussões com as organizações do GT Ethos – ISO
26000 ficou claro que a norma deve destacar o lado do
compromisso com a implementação da RS, mas a criação
de um novo capítulo não é necessariamente a melhor maneira de fazê-lo. Uma alternativa seria abordar tal questão
na introdução do capítulo de implementação ou melhorar
o capítulo Práticas, alterando inclusive seu título, que não
reflete o conteúdo.
7. Temas centrais da RS
O conteúdo preliminar deste capítulo indica que, para identificar e abordar a natureza de suas responsabilidades em relação à sociedade e ao meio ambiente, uma organização deveria
considerar os temas centrais que se seguem:
Governança Organizacional;
Direitos Humanos;
Práticas de Trabalho;
Meio Ambiente;
Práticas Justas de Operação;
Questões de Consumidores;
Desenvolvimento Econômico e Social da Comunidade.
Cada um desses temas centrais inclui uma gama de outros
temas, descritos neste capítulo, com seus correspondentes princípios, considerações, expectativas e ações relacionadas. A lista
de temas é a seguinte:
Governança Organizacional
• estruturas e processos de tomada de decisão;
• delegação de poder.
24
Analysis by Ethos Institute and UniEthos
The idea of making a distinction between what should be
done and how it should be done seems very good. An analysis
of the clause on Practices, though, reveals some problems.
This clause, born of a former segment within the clause on
Implementation, limits itself to pointing out generic SR practices,
without any consistent justification on the necessity of a
distinction between how and what and – still more seriously –
creating some redundancies and repetitions. The same subject
is treated in different places, the only difference being the level
of detail. Besides, such an alteration weakened the clause on
Implementation, which was left with a poor level of detail and
objectivity.
In discussions with organizations taking part in the GT Ethos –
ISO 26000, it stood out clearly that the guidance standard should
highlight the idea of commitment with SR implementation, but
the creation of a new clause is not necessarily the best means to
achieve this. A possibility would be to address this issue in the
introduction to the clause on Implementation, or else to improve
the clause on Practices, even with alteration of its title, which
does not reflect the actual contents.
7. SR core subjects
The preliminary contents of this clause point out that, in order to
identify and address the nature of its responsibilities towards society
and the environment, an organization should consider the following
core subjects:
Organizational Governance;
Human Rights;
Labor Practices;
The Environment;
Fair Operating Practices;
Consumer Issues;
Social and Economic Development of the Community.
Each one of these core subjects includes a range of other issues
which are described in this clause with their corresponding principles,
considerations, expectations and related actions. This is the list of issues:
Organizational Governance
• decision making processes and structures
• delegating power
Direitos Humanos
• não-discriminação e atenção a grupos vulneráveis;
• cuidados para evitar cumplicidade;
• direitos civis e políticos;
• direitos sociais, econômicos e culturais;
• direitos fundamentais do trabalho.
Práticas de Trabalho
• emprego e relações empregatícias;
• condições de trabalho e proteção social;
• diálogo social;
• saúde e segurança no trabalho;
• desenvolvimento humano.
Meio Ambiente
• prevenção da poluição;
• uso sustentável de recursos;
• mitigação e adaptação das mudanças climáticas;
• proteção e restauração do ambiente natural.
Práticas Justas de Operação
• medidas contra a corrupção;
• envolvimento político responsável;
• competição justa;
• promoção da RS na esfera de influência da organização;
• respeito pelos direitos de propriedade.
Questões de Consumidores
• práticas contratuais, informativas e de marketing justas;
• proteção à saúde e à segurança dos consumidores;
• consumo sustentável;
• serviço de suporte e resolução de disputas;
• proteção dos dados e da privacidade dos consumidores;
• educação e conscientização.
Desenvolvimento Econômico e Social da Comunidade
• envolvimento com a comunidade;
• geração de empregos;
• desenvolvimento tecnológico;
• renda e riqueza;
• investimento responsável;
• educação e cultura;
• saúde;
• capacitação.
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Human Rights
• non-discrimination and concern for vulnerable groups
• avoidance of complicity;
• civil and political rights;
• economic, social and cultural rights;
• fundamental rights at work.
Labor Practices
• employment and employment relationships;
• conditions of work and social protection;
• social dialogue;
• health and safety at work;
• human development.
The Environment
• prevention of pollution;
• sustainable resource use;
• climate change mitigation and adaptation;
• protection and restoration of the natural environment.
Fair Operating Practices
• anti-corruption measures;
• responsible political involvement;
• fair competition;
• promotion of SR in the sphere of influence;
• respect for property rights.
Consumer Issues
• fair marketing, information and contractual practices;
• protection of consumers´ health and safety;
• sustainable consumption;
• consumer service, support and dispute resolution;
• consumer data protection and privacy;
• education and awareness.
Social and Economic Development of the Community
• community involvement;
• employment generation;
• technology development;
• wealth and income;
• responsible investment;
• education and culture;
• health;
•capacity building.
Análise do Instituto Ethos e do UniEthos
Este capítulo pode ser considerado um mapa epistemológico da RS. Seu texto deve apresentar o conteúdo essencial
do universo da RS para nortear a atuação das organizações.
Se não for completo o suficiente, empobrecerá a compreensão da RS nas organizações. Apesar de os temas centrais
serem de escopos diferentes e terem sofrido diversas mudanças, é importante que todos sejam mantidos. Alguns debates
recorrentes ao longo do processo foram a necessidade de
uma seção sobre Governança Organizacional e a abordagem
do tema Desenvolvimento Econômico e Social da Comunidade. A última minuta progrediu com relação à padronização
do conteúdo de cada tema central, tornando o capítulo mais
claro e de fácil compreensão.
O texto do tema central Governança Organizacional
apresentou grandes avanços, como a elaboração de temas
específicos para esta seção. Outros temas centrais podem ser
melhorados. É o caso de Desenvolvimento Econômico e Social
da Comunidade, que em versões anteriores da norma trazia
claramente a questão do combate à pobreza e à fome, tendo
sido inclusive um tema da seção. Atualmente essa questão
é abordada em apenas três linhas, o que consideramos insuficiente, já que se trata de um dos itens dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio da ONU.
8. Diretrizes para uma organização sobre a implementação da RS
O conteúdo deste capítulo tem sido alvo de grandes debates
durante a construção da norma. Críticas sobre a complexidade, a
linguagem empresarial e o possível formato de sistema de gestão
foram alguns dos pontos já levantados. Sua estrutura preliminar
sofreu grandes alterações com a criação do capítulo 6, Práticas
de RS, que incorporou parte de seu conteúdo original. As idéias
centrais do capítulo aparecem a seguir.
Geral
Esclarece que seu conteúdo é fortemente relacionado aos
capítulos de Princípios, Práticas e Temas Centrais.
Identificando a RS
Inclui a revisão das operações da organização; a compreensão
do contexto no qual atua, a relação com outras organizações em
sua cadeia de valor; a análise dos temas de RS aplicáveis a seus
impactos; e a priorização dos temas de RS a serem trabalhados.
Identificação e Engajamento de Stakeholders
Inclui a identificação da natureza da relação com o
stakeholder; como priorizar stakeholders; o estabelecimento de
26
Analysis by Ethos Institute and UniEthos
This clause may be seen as an “epistemological map” of SR. Its
text should present the essential contents of the SR universe to
guide organizations in their activities. If not sufficiently complete,
it will impoverish the understanding of SR in organizations.
Although the core subjects have different scopes and have
undergone changes, it is important that all of them be maintained.
Recurring debates throughout the process addressed the need for
a section on Organizational Governance and the inclusion of the
issue “Social and Economic Development of the Community”.
The last working draft advanced with regard to standardization of
the contents, making the clause easier to understand.
The text of the section on Organizational Governance
presented significant improvements, such as the elaboration of
specific issues for the topic. Other core subjects may be improved
yet. This is the case of “Social and Economic Development of the
Community” which, in previous versions of the standard, clearly
raised the question of the fight against poverty and famine – in
fact, one of the issues addressed under that head. In the present
version, the question is addressed in only three lines, which is,
to our judgment, insufficient, this being one of UN´s Millennium
Development Goals.
8. Guidance for an organization on implementing SR
The contents of this clause have been the object of extensive
debates during the standard´s elaboration process. Criticisms about its
complexity, business-oriented language and the possible management
system format were some of the objections raised. The preliminary
structure underwent far-reaching changes with the introduction of
clause 6 on Practices of SR, which incorporated part of this clause´s
original contents. The following are its central ideas:
General
An introduction, explaining that contents are strongly related to
the clauses on Principles, Practices and Core Subjects.
Identifying SR
Addresses operational reviewing procedures for the organization;
the understanding of the context where it operates and interactions with
other organizations in its value chain; analysis of SR issues applicable to
its impacts and establishment of priorities in SR issues.
Stakeholder Identification and Engagement
Includes identification of the nature of the relationship with a
mecanismos para engajamento em ciclo constante; e o apoio a
stakeholders menos capacitados no engajamento.
zação registre e avalie seu desempenho. Os stakeholders devem
ser envolvidos na avaliação do desempenho.
Integrando a RS nas Práticas Diárias da Organização
Inclui a integração da RS na visão e na missão da organização; a adoção de padrões éticos de comportamento, códigos
de conduta para funcionários, terceiros e fornecedores. Também
aborda o estabelecimento de objetivos e estratégias para RS,
assim como a conscientização e construção de competências
internas.
Utilizando Instrumentos e Iniciativas de RS
Esclarece que ao implementar a RS a organização pode
considerar útil tomar por base um certo instrumento ou iniciativa. Ao selecionar o mais apropriado, deve levar em conta
os propósitos do instrumento, sua adequação para o perfil da
organização e para o uso desejado.
Comunicando sobre RS
Recomenda que, para uma organização se comunicar de
maneira efetiva no campo da RS, ela deve: identificar o propósito da comunicação; estabelecer um plano; selecionar as formas
e tipos apropriados para a comunicação; e desenvolver ações
para aumentar a credibilidade da comunicação, como a transparência, o diálogo com stakeholders e as certificações.
Análise do Instituto Ethos e do UniEthos
Examinando as Atividades de RS
Esclarece que as atividades e práticas da organização podem se tornar mais efetivas se houver avaliações regulares. Estas
devem considerar se os objetivos estabelecidos foram atingidos,
os sucessos e as falhas. Para tanto, é necessário que a organi-
O capítulo de implementação tem importância vital para
a disseminação da norma. Se o texto não for efetivo, com
orientações claras e concretas, as organizações não terão sucesso em implementar os temas e princípios apresentados
nos capítulos anteriores.
A estrutura atual, apesar de similar à da minuta anterior
(WD 3 rev 2), está seriamente debilitada com a divisão de seu
conteúdo com o novo capítulo Práticas. Seu texto ficou pouco consistente e o desmembramento acabou resultando em
repetições em ambos os capítulos. Consideramos essencial
para a ferramenta apresentar um capítulo de implementa-
27
stakeholder; how to prioritize them; establishment of mechanisms to
engage on a constant cycle; eventual support to stakeholders with less
engagement capacity.
Integrating SR into the Organization and Its Daily Practices
Includes integration of SR into the views and mission of an
organization and adoption of ethical standards of behavior and codes of
conduct to employees, sub-contractors and suppliers. The section also
addresses the establishment of goals and strategies for SR, as well as
awareness raising and internal competence building.
Communication on SR
Recommends that, in order to achieve effective communication
in the SR field, an organization should: identify the purpose of the
communication; establish a plan; select adequate forms and types for
the communication and develop actions to enhance its credibility, such
as transparency, dialogue with stakeholders and certifications.
Examining Activities about SR
This section points out that an organization´s activities and practices
may become more effective if regular evaluations are held. These should
consider whether established goals have been achieved, as well as successes
and failures. Therefore, the organization should record and evaluate its
performance. Stakeholders should be involved in this examination.
Using Instruments and Initiatives on SR
This section makes clear that, on implementing SR, an organization
may consider the usefulness of taking a given instrument or initiative
as a basis. On selecting the most appropriate one, it should take into
account the instrument´s purposes, its suitability to the organization´s
profile and to the desired scope.
Analysis by Ethos Institute and UniEthos
The clause on Implementation is vitally important for the
dissemination of the guidance standard. If the text does not
prove effective, with clear and concrete guidance, organizations
will not be successful in implementing subjects and principles
presented in previous clauses.
The current structure, although similar to the one presented
in the previous working draft (WD 3 rev 2) is seriously enfeebled
by the sharing of its contents with the clause on Practices. The
text is rather inconsistent, and the dismembering ended up
creating repetitions in both clauses. We consider it essential
to the standard´s success that a clause on Implementation that
is complete, objective and practical be included. A revision of
the text of this clause is, therefore, necessary, especially after a
ção que seja completo, objetivo e com orientações práticas.
É necessária, portanto, uma revisão do texto desse capítulo,
sobretudo tendo em vista a versão anterior (WD 3 rev 2).
No geral, julgamos essencial que o capítulo retome
e aprofunde a utilização de apoios visuais e quadros com
orientações específicas. Podemos citar como exemplos as
questões: análise da materialidade dos temas da norma;
mapeamento da esfera de influência; identificação e priorização dos stakeholders; e informações práticas sobre indicadores e metas.
Outro ponto polêmico se refere ao modo de garantir diretrizes para pequenas organizações, sem simplificar demais
o capítulo. Inúmeras propostas foram feitas, como quadros
específicos em cada seção, mas ainda há pouco consenso
sobre essa questão.
Um ponto positivo do novo texto é uma seção dedicada
exclusivamente a orientar os usuários da norma sobre outras
iniciativas e documentos no campo da RS, tendo em vista
que esta é uma das questões mais importantes no processo
de construção da norma.
Anexos
Este capítulo destina-se a apresentar iniciativas e instrumentos de RS para auxiliar o usuário da norma. Terá duas partes: uma tabela com as questões-chave de cada iniciativa e uma
lista de iniciativas e ferramentas com informações básicas sobre
cada uma delas.
Análise do Instituto Ethos e do UniEthos
Uma importante discussão gira em torno da inclusão, no
texto da norma, de referências a ferramentas e iniciativas que
possam auxiliar as organizações na implementação de RS.
Hoje isso praticamente não ocorre. Há uma proposta para
que tais ferramentas sejam listadas no anexo. Entendemos
que, apesar de o anexo não ser algo ruim em si, referências
a ferramentas devem ser integradas ao texto dos capítulos
para facilitar a compreensão dos usuários. Alguns critérios já
foram propostos, como a inserção de apenas iniciativas de
acesso gratuito.
28
comparison with the previous version (WD 3 rev 2).
In general, we find it essential that this clause take up again
and further explore the utilization of visual elements and boxes
with precise orientations. We might cite, as examples, issues
such as: analysis of the materiality of the standard´s issues;
mapping of spheres of influence; stakeholder identification and
prioritization, and practical information on indicators and goals.
Another difficult point is how to provide guidance to small
organizations without simplifying too much the clause. Countless
proposals have been made, such as specific boxes for each
section, but there is as yet little consensus on this issue.
A positive aspect of the new text is a section devoted exclusively
to providing guidance to users on other initiatives and documents
in the SR field, especially considering that this is one of the most
important aspects in the standard´s elaboration process.
Annexes
This clause will present SR initiatives and instruments which might
be helpful to the standard´s user. It will consist of two parts: a table with
the key-issues for each initiative and a list of initiatives and tools with
basic information on each one.
Analysis by Ethos Institute and UniEthos
An important discussion revolves around the inclusion, on the
standard´s text, of references to tools and initiatives that might
help organizations in implementing SR. As of this moment, this
practically does not happen. There is a proposal to the effect
that such tools be listed in an annex. We understand that,
although an annex is a not problem in itself, references to
tools should be integrated to the text of the clauses in order
Apesar de ser algo que tem sua justificativa, seria muito
estranho uma norma ISO que não referenciasse outras normas da própria ISO, já que são pagas. Por exemplo, iniciativas que tratam de indicadores e de relatórios, como a GRI,
devem ser mencionadas na própria seção que aborda esses
assuntos, e não apenas de forma isolada, nos anexos. Isso
viria a agregar valor para o usuário.
Bibliografia
Referências do texto.
O conteúdo será desenvolvido posteriormente.
Desde o início de sua participação no processo de construção da norma, o Instituto Ethos e o UniEthos alimentam
a expectativa de que a ISO 26000 funcione como um mapa
integrador das diversas iniciativas já existentes no campo da
RS, podendo funcionar como um ponto de convergência e
contribuindo para o avanço do movimento de RS. Para tanto, é vital que referências a essas iniciativas sejam feitas de
forma efetiva, diretamente no texto, facilitando a implementação da RS nas organizações.
29
to make comprehension easier to the users. Some criteria have
already been proposed, such as the sole insertion of free-access
initiatives.
Although justifiable, it would be strange for a ISO standard
not to refer to other ISO standards just because they are not for
free. For example, initiatives treating of indicators and reports,
such as GRI, should be mentioned in the section devoted to
these matters, and not only in isolation, in an annex. This would
represent added value for the user.
Ever since the beginning of their participation in the standard´s
elaboration process, Ethos Institute and UniEthos have nurtured
the expectation that ISO 26000 will work as a map for the
integration of several initiatives already existent in the SR field,
functioning as a focal point and contributing to the progress of
the SR movement. Therefore, it is paramount that references to
these initiatives be made in an effective way, directly on the text,
making the implementation of SR easier to organizations.
Bibliography
Texts and references.
Contents will be developed in due course.
Cadeia de valor
No dia 23 de maio de 2007, durante uma plenária-oficina do GT Ethos – ISO 26000, diversas organizações debateram a importância de integrar a RS na cadeia de valor e como
a norma refletia tal conceito. O palestrante convidado para
subsidiar a discussão foi Paulo D. Branco, docente convidado dos programas de extensão e pós-graduação da Fundação
Getúlio Vargas e da Universidade Federal do Rio de Janeiro
e diretor da Ekobé. Especializada em educação e consultoria
nos temas da sustentabilidade e da responsabilidade corporativa, a Ekobé nos últimos anos vem assessorando a integração da sustentabilidade na cadeia de valor dos setores financeiro, siderúrgico, alimentício e farmacêutico. Entre seus
clientes estão organizações como Banco ABN AMRO Real,
Belgo-Arcelor Brasil, Febraban, Instituto Ethos, Medley, Natura, Promon, Sadia. Junto ao Instituto Ethos, a Ekobé apóia
o GT Ethos – ISO 26000.
30
Frente à abrangência e profundidade da crise civilizatória
que vivemos, nem sempre é fácil identificar os avanços que já
fizemos em direção a um modelo de desenvolvimento capaz de
integrar eficiência econômica, eqüidade social e equilíbrio ambiental. Um desses avanços é o entendimento, por parte de um
número crescente de lideranças, de que as práticas de responsabilidade social empresarial (RSE) só fazem sentido se alinhadas
aos desafios do desenvolvimento sustentável, o qual, por sua
vez, representa a trajetória possível da sociedade em direção à
sustentabilidade. Mais do que uma construção lógica, esse entendimento traz em si muitas implicações, entre elas a necessidade de as empresas darem escala às suas iniciativas de RSE.
E é quando falamos em dar escala às iniciativas de RSE que
a revisão do conceito de cadeia de valor ganha especial importância. Surgido no final dos anos 80 como parte das discussões
sobre vantagem competitiva propostas por Michael Porter, esse
conceito diz respeito ao “conjunto de atividades que adicionam
valor a um produto ou serviço desde as etapas iniciais de pro-
Um Olhar sobre a Norma: Aspectos
Centrais da RS e a ISO 26000
A View on the Guidance Standard:
Central Aspects of SR and ISO 26000
Value chain
On May, 23, 2007, during a GT Ethos – ISO 26000 plenaryworkshop, several organizations discussed the importance of
integrating SR into value chains and how the guidance standard
actually reflected that concept. The lecturer invited to contribute to
the proceedings was Paulo D. Brando, invited professor in extension
and post-graduate programs at Fundação Getulio Vargas and Rio
de Janeiro Federal University and director of Ekobé. A company
specialized in education and consultancy on sustainability and
corporate responsibility, Ekobé has been providing assistance in
integrating sustainability to the value chains of sectors ranging
from the financial and pharmaceutical to food and steel industries.
Among its clients may be found organizations such as ABN AMRO
Real, Belgo-Arcelor Brazil, Febraban, Ethos Institute, Medley,
Natura, Promon and Sadia. Together with Ethos Institute, Ekobé
supports the GT Ethos – ISO 26000.
Before the extent and depth of the civilization crisis we are living
now, it is not always easy to identify all the progress already made towards
a development model capable of integrating economic efficiency, social
equality and environmental balance. Part of this progress is the growing
understanding, on the part of an increasing number of leaderships, that
practices of corporate social responsibility (CSR) only make sense when
aligned to the challenges of sustainable development, which, on its turn,
represents society´s possible effort towards sustainability. More than just
a logical construct, this understanding brings with it many implications,
among them the need for organizations to scale up their CSR initiatives.
And it is exactly at this juncture, the scaling up of CSR initiatives,
that a revision of the concept of value chain takes on special importance.
Introduced at the end of the 80s as part of the discussion about
competitive advantages proposed by Michael Porter, this concept refers
to the “ensemble of activities that add value to a product or service
from the initial stages of project/production to the satisfaction of the
final consumer.” At that time, a key-issue for Porter was to introduce
jeto/produção até o atendimento ao consumidor final”. Naquela
época, uma questão-chave para os trabalhos de Porter era introduzir nas empresas um olhar integrador, em que a visão de processos começasse a substituir a fragmentação típica das áreas
funcionais e dos departamentos. Se ampliado e contextualizado
para os dias atuais, tal conceito se torna fundamental para os
desafios de RSE. E quais seriam as ampliações necessárias?
A primeira se refere à adoção de uma nova abordagem de valor, a qual deve integrar os aspectos econômicos, sociais e ambientais; a segunda implica substituir a linearidade pela circularidade
na gestão da cadeia. Ou seja, substituir a lógica “pega, faz, descarta”, típica de um modo de produção e consumo que há muito se
mostrou insustentável, pela “pede emprestado, usa, devolve”, a qual
considera os limites da capacidade de suporte do planeta.
Essa ampliação do conceito de cadeia de valor traz à tona
dois olhares importantes. Um deles põe em evidência as esferas
de controle e influência sobre as quais a empresa deve atuar,
como mostra a figura 1.
O segundo olhar revela os possíveis impactos das práticas
de gestão da empresa sobre sua cadeia de valor. Alguns desses
impactos são destacados na figura 2, na página 32.
Esses dois olhares sobre a cadeia de valor nos trazem alguns
esclarecimentos importantes, tais como:
a. sobre escopo: a cadeia de fornecedores (supply chain) é
parte da cadeia de valor de uma empresa;
b. sobre relações de causa e efeito: o mapeamento da
cadeia de valor de fora para dentro e de dentro para fora
deixa claro que muitos aspectos críticos nas dimensões
de fornecimento e distribuição são resultado das práticas
de gestão da própria empresa. Um exemplo são as estratégias de negociação focadas exclusivamente em preço,
as quais, em geral, geram externalidades socioambientais na forma de eliminação de benefícios trabalhistas,
menor rigor na qualidade de equipamentos de proteção
individual (EPIs), negligência quanto aos impactos ambientais, entre outros;
Paulo D. Branco,
docente convidado da Fundação
Getúlio Vargas e da Universidade Federal
do Rio de Janeiro e diretor da Ekobé
31
Paulo D. Branco,
invited professor at Fundação
Getulio Vargas and Rio de Janeiro
Federal University and director of Ekobé
Foto: Cláudia Perroni
an integrating vision into corporations, in which a process-oriented
view began to replace the typical fragmentation of functional areas
and departments. Expanded and contextualized to our own time, this
concept becomes paramount for the challenges of CSR. But how should
it be extended?
First off, the adoption of a new approach on value, which must
integrate economic, social and environmental aspects; then, the
replacement of linearity with circularity in managing the chain. In other
words, replacing the logic of “taking, making, disposing of”, typical of a
way of production long recognized as unsustainable, with the logic of
“borrowing, utilizing, returning”, which considers the limitations of the
planet´s supporting capacity.
This extension of the concept of value chain brings up two important
views. One of them puts into sharper focus the spheres of control and
influence in which the organization must act, as shown in figure 1.
The second view reveals the possible impacts of the organization´s
management practices over its own value chain. Some of these impacts
are highlighted in figure 2.
These two views on the value chain provide us with some important
clarifications:
a.on scope: the supply chain is part of an organization´s value
chain;
b.on cause & effect: mapping the value chain from the outside
makes clear that many critical aspects bearing on dimensions such
as supply and distribution are the result of the organization´s own
management practices. An example are negotiation strategies
focused exclusively on prices, which, generally speaking, entail
socio-environmental externalities such as elimination of labor
benefits, less rigorous quality control on personal protective
equipments (PPEs), neglect of environmental impacts etc.
c. sobre interdependência: a busca por eficiência e maximização de resultados levou as empresas a transferir muitas
das suas atividades para organizações a montante (fornecimento) e a jusante (distribuição) da sua cadeia de valor.
Entretanto, essa transferência de responsabilidades continuou sendo gerida apenas na ótica de preço, qualidade e
prazos, desconsiderando os riscos socioambientais, éticos
e de governança inerentes às atividades antes exercidas
nas áreas sob operação e controle da própria empresa.
Para lidar com essa nova realidade, em que as questões socioambientais, éticas e de governança devem se somar às de
preço, qualidade e prazo tradicionalmente tratadas, boa parte
das empresas tem adotado abordagens que incluem: 1) implementação de código de conduta aplicável à sua cadeia de valor;
2) avaliação dos riscos relacionados aos temas cobertos pelo
código (como trabalho infantil, condições de trabalho, impactos
ambientais etc.); 3) realização de auditorias; e 4) definição de
planos de melhoria para a organização envolvida. Essas abordagens tiveram origem nas empresas com cadeias de valor globais,
principalmente as que possuem fornecedores e distribuidores
em países em desenvolvimento ou naqueles com histórico de
violação das práticas decentes de trabalho.
Centradas na gestão de riscos, essas abordagens que enfatizam a adesão a códigos de conduta têm se mostrado insuficientes para a construção de modelos e práticas de gestão
sustentável da cadeia de valor. E por que isso ocorre? Em geral
por adotarem premissas falsas, tais como:
a. exercer a lógica de dominação pelo poder econômico, em
lugar do diálogo;
b. demandar da cadeia de valor boas práticas que não fazem parte do dia-a-dia da empresa cliente;
c. acreditar que políticas, códigos ou normas sejam sufi-
s
er
Ter
c
rs
ale
Fornecedor
Ata
Con
s
Providers
s
Empresa
Organization
ca
A jusante
(distribuição)
Downstream
(distribution)
e
rti
32
Cadeia
de valor
Value chain
e
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F
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dp
o
r
i
a
e
Baixo
Weak
s
er
A montante
(fornecimento)
Upstream
(supply)
o
Figura 1 – Cadeia de valor: um olhar de fora para dentro
Figure 1 – The value chain: a view from the outside
dist
les
as/Who
Alto
Strong
Controle/
Influência
Control/
Influence
Alto
Strong
Clientes/Clients
er
umidor al/Consum
fin
Baixo
Weak
Fonte: GRI Boundary Protocol, janeiro/2005 / Source: GRI Boundary Protocol, January, 2005
c.on interdependence: the search for efficiency and the maximiza­
tion of results led organizations to transfer many of their
activities upstream (supply) and downstream (distribution)
their value chains. However, this responsibility transfer went
on to be managed only under the heads of price, quality and
delivery, leaving out of the picture socio-environmental, ethical
and governance risks inherent to activities previously conducted
under control of the organization itself.
To cope with this new reality, where socio-environmental, ethical
and governance considerations must join the more traditionally
addressed issues of price, quality and delivery, many organizations have
been adopting approaches including: 1) implementation of codes of
conduct applicable to their value chains; 2) assessment of risks related
to issues covered by the code (such as infant labor, working conditions,
environmental impacts etc); 3) regular audits; and 4) definition of
improvement plans for the organization. These approaches mainly
originated in organizations with global value chains, especially those
with suppliers and retailers in developing countries or in countries with
a background of violation of decent labor practices.
Centered on risk management, these approaches, with their
emphasis on codes of conduct, have been proving insufficient to
the construction of sustainable models and practices of value chain
management. And why is it so? Generally because of false premises,
such as:
a.using a logic of domination through economic power instead of
dialogue;
b.demanding fair practices which are not part of day-to-day
practices in the client organization;
cientes para incorporar sustentabilidade na cadeia de
valor, independentemente de mudanças na cultura e nos
processos organizacionais.
Com base na experiência que temos acumulado na Ekobé
junto a organizações que buscam incorporar a sustentabilidade
na sua cadeia de valor, uma abordagem consistente e integrada
deve contemplar três elementos-chave, como mostra a figura
3. São eles:
• mobilização da cadeia de valor – consiste em estimular
as organizações da cadeia de valor da empresa para o
tema da sustentabilidade. Entre os resultados esperados
está o entendimento de que a incorporação da sustentabilidade no dia-a-dia das empresas é fundamental para a
sociedade como um todo, para os negócios em geral, para
cada uma das organizações da cadeia e, em última análi-
se, para as relações entre os elos da cadeia de valor;
• integração da sustentabilidade aos processos de gestão – diz respeito ao aprimoramento de todas as etapas
do processo de gestão da cadeia de valor, a partir de um
olhar de sustentabilidade. Ou seja, desde a seleção, para
o caso de um fornecedor, ou prospecção, case se trate
de um cliente, até a eventual descontinuidade do relacionamento, buscar oportunidades de melhoria nos processos e ferramentas de gestão a partir da integração da
sustentabilidade;
• alinhamento das práticas diárias de relacionamento
– envolve a capacitação e alinhamento permanente do
público interno da empresa que se relaciona com as organizações da cadeia de valor, pois é no dia-a-dia que o
valor é adicionado à cadeia ou subtraído da cadeia.
Práticas de compras e contratações (como critério
de seleção de fornecedores, preço justo etc.)
Procurement & supply chain practices (e.g.
supplier-selection criteria, fair pricing etc)
Uso de recursos naturais
Utilization of natural resources
Atividades primárias
Primary activities
Atividades de apoio
Support Activities
Figura 2 – Cadeia de valor: um olhar de dentro para fora
Figure 2 – The value chain: a view from the inside
Infra-estrutura interna
Firm Infrastructure
Gestão de Recursos Humanos
Human Resource Management
Desenvolvimento tecnológico
Technology Development
Compras
Procurement
(Financiamento, planejamento,
relações com investidores)
(financing, planning,
investor-relations)
(contratação, treinamento,
sistema de remuneração)
(recruiting, training,
compensation system)
(concepção de produtos, de processos,
testes, pesquisa de materiais e de mercado)
(product design, testing, process design,
material research, market research)
(componentes,
equipamentos, serviços)
(components, machinery,
advertising & services)
Logística (entrada)
Inbound Logistics
Operações
Operations
Logística (saída)
Outbound Logistics
(armazenagem de suprimentos,
(montagem, produção de
(processamento de pedidos,
coleta de dados, acesso de clientes) componentes, operações em filiais) armazenagem, distribuição)
(incoming material storage, data
(assembly, component fabrication,
(order processing, warehousing,
collection, service customer access)
branch operations)
report preparation)
Fonte: Michael Porter e Mark Kramer, Estratégia e Sociedade: o Elo entre Vantagem Competitiva e
Responsabilidade Social Empresarial. HBR Brasil, dezembro de 2006 / Source: Michael Porter and Mark
Kramer, Strategy and Society: The Link Between Competitive Advantage and Corporate Social Responsibility,
Harvard Business Review, December 2006, pp. 78-92.
c.believing that policies, codes or regulations suffice to incorporate
sustainability into the value chain, independently of changes in
culture and organizational processes.
Based on the experience amassed by us at Ekobé, working with
organizations searching to incorporate sustainability into their value
chains, a consistent and integrated approach should contemplate three
key-elements, as shown in figure 3. These are:
•mobilization of the value chain – stimulating organizations
in the value chain to the subject of sustainability. Among
the expected results is an understanding that incorporating
sustainability in their day-to-day practices is fundamental for
society as a whole, for business in general, for each and every
one of the organizations in the chain and, in final analysis, for the
Marketing e vendas
Marketing & Sales
Servico pós-vendas
After-Sales Service
(força de vendas, promoção,
publicidade, propostas, website)
(sales force, promotion, advertising,
proposal writing, Website)
(instalação, assistência técnica,
solução de queixas, conserto)
(installation, customer-support,
complaint-resolution, repair)
Impactos de transporte (como
emissões, congestionamentos etc.)
Transportation impacts (e.g. emissions,
congestion, logging roads etc)
Uso e descarte de embalagens
Packaging use and disposal
Descarte de produtos obsoletos
Disposal of obsolete products
Manuseio de insumos
Handling of consumables
Privacidade do cliente
Customer privacy
relationships between all the links therein;
•integration of sustainability into management processes –
perfecting all the stages of the chain´s management process with
a view to sustainability, that is, from the selection of suppliers
or prospection of customers to the eventual interruption of a
commercial relationship – always to search for opportunities
of improvement in management processes and tools, from the
viewpoint of sustainability;
•alignment of day-to-day practices – ongoing capacity building
and alignment of the organization´s internal public with other
organizations in the value chain: day-to-day practices are the
stuff out of which value is ultimately added or subtracted from
the chain.
33
Como resultado da ação integrada desses três elementoschave, que são a mobilização, a gestão e os relacionamentos diários, as empresas com que temos trabalhado começam a exercitar
o conceito ampliado de cadeia de valor, no qual a inovação inspirada pela sustentabilidade, somada à gestão consistente de riscos,
consolida a construção de relações de longo prazo. Sem dúvida
essas empresas estão reconhecendo a sua cadeia de valor como o
espaço privilegiado para dar escala às suas práticas de RSE.
Referências:
Dale Neef. The Supply Chain Imperative – How to Ensure Ethical Behavior in Your Global Suppliers. New York: Amacom, 2004.
Ivanka Mamic. Implementing Codes of Conduct – How Businesses Manage Social Performance in Global Supply Chains. Genebra: International Labor Office and Greenleaf Publishing, 2004.
Figura 3 – Abordagem integrada da cadeia de valor
Figure 3 – An integrated approach on the value chain
Um olhar sobre a norma: cadeia
de valor
A seguir, apresentamos uma análise do Instituto Ethos e
do UniEthos com base no trabalho realizado com as organizações participantes do GT Ethos – ISO 26000. Elas foram
consultadas durante o ano de 2007, por ocasião das diversas
atividades presenciais e por via eletrônica.
Ao considerarmos os conceitos apresentados no texto de
Paulo Branco, e olharmos a versão atual da norma, vemos que a
questão da cadeia de valor é tratada de maneira inconsistente e
irregular. O compromisso com a implementação da RS na cadeia
de valor é referido em algumas passagens, porém não há orientações práticas sobre como isso deve ser feito. Podemos destacar as
seguintes passagens da norma, relevantes para este tema:
• Capítulo “Termos e Definições” – Apresenta quatro definições relevantes. A primeira é a de RS. Diz-se ali que
as organizações devem implementar a RS em seus rela-
Engajamento da Cadeia de Valor
Value Chain Engagement
Mobilização
Mobilization
Inovação
Innovation
Gestão de riscos
Risk-management
Relações sustentáveis
Sustainable relationships
34
Processos
de Gestão
Management
Processes
Relacionamentos
do dia-a-dia
Everyday
relationships
Incorporação da Sustentabilidade na Cadeia de Valor
Integration of Sustainability into the Value Chain
Fonte/Source: Ekobé
As a result of the interaction of these three key-elements, to wit,
mobilization, management and day-to-day relationships, the organizations
we have been working with are beginning to apply this extended concept
of value chain, where innovation inspired by sustainability and added
to consistent risk management consolidates the building of long term
relationships. These organizations are doubtlessly recognizing their value
chains as a privileged space to scale up their CSR practices.
References:
Dale Neef. The Supply Chain Imperative – How to Ensure Ethical
Behavior in Your Global Suppliers, New York: Amacom, 2004
Ivanka Mamic. Implementing Codes of Conduct – How Businesses
Manage Social Performance in Global Supply Chains. Geneva,
International Labor Office and Greenleaf Publishing, 2004.
A view on the guidance standard:
the value chain
The following is an analysis by Ethos Institute and UniEthos,
based on our work with the organizations taking part in the GT
Ethos – ISO 2600. They have been consulted throughout the year
2007 in the course of several meetings and through electronicallymediated activities.
Considering the concepts presented by Paulo Branco, and perusing
the current version of the guidance standard, it is noticeable that the value
chain issue is treated in an irregular and inconsistent way. The commitment
towards implementation of SR into value chains is referred to at some
points, but there is no practical guidance on how this should be achieved.
The following relevant passages in the standard may be singled out:
•“Terms and Definitions” – The clause presents four definitions
relevant to this topic. The first one is the definition of SR,
which states that organizations should implement SR in their
cionamentos, termo que na norma se refere a esfera de
influência. A segunda é a própria definição de esfera de
influência, que inclui todas as relações que a organização
influencia ou controla; e aqui se situa a cadeia de valor. A
terceira é a definição de cadeia de valor, que está muito
próxima daquela de Michael Porter, apresentada no texto
de Paulo Branco. Ambas focam as atividades da cadeia.
A quarta é a definição de cadeia de fornecimento, que
conforme a definição apresentada pela norma se entende
como parte da cadeia de valor.
• Capítulo “Práticas de RS” – Dentro da seção “Identificando a RS” deste capítulo, parte do texto se dedica
a estabelecer que a RS se estende além da organização,
permeando sua esfera de influência. Considerando as definições que a norma apresenta, a esfera de influência
inclui a cadeia de valor.
• Capítulo “Temas Centrais da RS” – O tema central “Práticas justas de operação” traz uma referência à promoção
da RS na esfera de influência da organização. Essa passagem menciona a cadeia de valor, as práticas de com-
pras, a conscientização e o relacionamento com outras
organizações.
• Capítulo “Diretrizes para uma Organização sobre a Implementação da RS” – O capítulo tem uma seção dedicada à responsabilidade de determinadas organizações sobre outras. Nesta parte são descritos os relacionamentos
que a organização pode ter dentro sua cadeia de valor.
Apesar de alguns pontos positivos, a norma deveria desenvolver mais essa questão. Apresenta uma boa definição de
cadeia de valor, porém faltam explicações sobre como as organizações podem mapeá-la, isto é, detectar quais são os casos
em que influenciam mais ou causam maior impacto. A relação
entre a cadeia de valor e o ganho de escala das ações de RS não
é abordada, assim como não é explicada em nenhum momento
a natureza do conceito. O capítulo “Compreendendo a RS” deveria listar a cadeia de valor como uma das características da
RS e explicá-la. Já os capítulos “Práticas de RS” e “Diretrizes
para uma Organização sobre a Implementação da RS” deveriam
trazer orientações práticas sobre como mapear a cadeia, estabelecer a relevância dos relacionamentos etc.
35
relationships, a term which, in the guidance standard, refers to
sphere of influence. The second point is the very definition of
sphere of influence, which includes all the relationships influenced
or controlled by the organization, that is, its value chain. The third
issue is the definition of value chain, which follows very closely
Michael Porter´s definition, as presented in Paulo Branco´s text.
Both definitions focus on the activities in the chain. The fourth
aspect is the definition of supply chain, which, according to the
wording presented by the standard, is understood as part of the
value chain.
•“Practices of SR” – In the segment on “Identifying SR”, part of the
text is devoted to bring home the point that SR extends beyond
the organization, permeating its sphere of influence. Considering
the definitions presented by the standard, the sphere of influence
includes the value chain.
•“SR Core Subjects” – The core issue “Fair operating practices”
makes reference to the promotion of SR within the organization´s
sphere of influence. This passage mentions the value chain,
procurement and purchasing decisions, awareness raising and
relationship with other organizations.
•“Guidance for an Organization on Implementing SR” – This
clause has a section devoted to the responsibility of certain
organizations over others. The passage describes the possible
relationships of an organization within its value chain.
Notwithstanding some positive aspects, the guidance standard
should develop this issue more thoroughly. It presents a good definition
of value chain, but lacks clarifications on how organizations can map it,
that is, detect which cases involve more or less impact. The relationship
between value chain and scaling up of SR actions is not addressed,
just as the nature of the concept itself. The clause on “Understanding
SR” should list the value chain as one of the characteristics of SR and
further elucidate it. On the other hand, the clauses on “Practices of SR”
and “Guidance for an organization on implementing SR” should bring
practical guidance on how to map the chain, establish the relevance of
the relationships etc.
Engajamento de stakeholders
No dia 9 de novembro de 2007, durante uma plenáriaoficina do GT Ethos – ISO 26000, diversas organizações debateram sobre o engajamento de stakeholders e como o conceito
de stakeholder e seus desdobramentos estavam refletidos na
norma. A palestrante foi Sônia Loureiro, administradora que
durante 12 anos atuou em empresas multinacionais como Citibank, Cargill e Archer Daniels Midland. Hoje trabalha como
consultora de empresas que buscam aprimorar sua gestão
com base na responsabilidade social e no desenvolvimento
sustentável. Coordena também o Grupo Brasileiro de Estudos
da GRI/G3, iniciativa do Instituto Ethos, do Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVCES) e da Associação Brasileira
de Comunicação Empresarial (Aberje). É co-coordenadora,
desde 2003, do curso “Princípios e Práticas da Responsabilidade Social nas Empresas”, da Fundação Getúlio Vargas, e
docente do módulo “Ferramentas de Gestão”. No UniEthos, é
instrutora e parceira no desenvolvimento de conteúdo para
cursos in company sobre relatórios de sustentabilidade e balanço social.
A AccountAbility, em sua publicação The Practitioner’s Handbook on Stakeholder Engagement, define os stakeholders como
um grupo ou um indivíduo que pode afetar ou ser afetado pelas atividades de determinada organização. Da mesma maneira,
também define como qualquer indivíduo ou grupo que possa
ajudar a definir propostas de valor para a organização.
Como engajamento entendemos o processo de buscar pontos de vista das partes interessadas na construção do relacionamento com a organização. Ou, ainda, o esforço de uma organização para entender e envolver stakeholders e seus interesses
no andamento de suas atividades e processos de decisão.
Quando surgiu a definição de RSE, já se valorizava a rela-
Sônia Loureiro,
coordenadora do Grupo Brasileiro
de Estudos da GRI/G3, iniciativa
do Instituto Ethos, GVCES e Aberje
36
Sônia Loureiro,
coordinates the Brazilian Study Group
for GRI/G3, a joint initiative by
Ethos Institute, GVCES and Aberje
Foto: Cláudia Perroni
A view on the guidance standard:
stakeholder engagement
On November, 9, 2007, during a GT Ethos–ISO 26000
plenary-workshop, several organizations discussed the issue of
stakeholder engagement and how the concept of stakeholder
and its developments was reflected by the guidance standard.
The invited lecturer was Sônia Loureiro, a business manager
with 12 years of experience in multinational corporations such
as Citibank, Cargill and Archer Daniels Midland, currently a
business consultant for organizations interested in perfecting their
management with a view to social responsibility and sustainable
development. She also coordinates the Brazilian Study Group
for GRI/G3, a joint initiative by Ethos Institute, the Center for
Sustainability Studies (GVCES) and the Brazilian Association for
Business Communication (Aberje). In addition, since 2003, she
coordinates a course on “Social Responsibility Principles and
Practices in Organizations” at Fundação Getulio Vargas, e teaches
on the “Management Tools” module, besides being a lecturer and
associate of UniEthos in contents development for in company
courses on sustainability and social audit reports.
In its publication The Practitioner´s Handbook on Stakeholder
Engagement, AccountAbility defines stakeholders as a group or individual
that may affect or be affected by the activities of a given organization.
Stakeholders are also defined as any individual or group that may help
the organization in defining valuable proposals for it.
As to engagement, we understand it to be the process of searching
for the points of view of interested parties in the construction of a
ção da empresa com as partes interessadas. A qualidade dessa
relação depende muito de processos de engajamento sistemáticos que forneçam subsídios diretos para a empresa direcionar
sua estratégia. Conhecer melhor as partes interessadas e suas
demandas pode proporcionar melhor capacidade de resposta
aos desafios futuros e fortalecer as relações já estabelecidas. A
prática do diálogo oferece ainda a possibilidade de gerenciar a
reputação da empresa entre os públicos estratégicos.
O processo de engajamento dos stakeholders pode servir
como ferramenta para a compreensão de seus interesses e expectativas. As organizações costumam promover diferentes formas de
engajamento dos stakeholders. Isso acontece, por exemplo, quando se busca o cumprimento de normas internacionais; quando se
informa sobre processos organizacionais ou sobre negócios em
andamento; e, mais recentemente, para identificação de conteúdo relevante para a elaboração de relatórios de sustentabilidade.
Figura 4 – Três gerações de engajamento
corporativo com stakeholders
Figure 4 – Three generations of
corporate stakeholder engagement
1
ª Geração
st Generation
Pressão direcionava o
engajamento para alívio
da crise com benefícios
localizados
Pressures directed
engagement, with a view
to relieving a crisis with
localized benefits
2
ª Geração
st Generation
Engajamento
sistemático para
gerenciamento de risco
e para aumentar o
entendimento sobre os
stakeholders
Systematic engagement
for managing risks and
increasing understanding
about stakeholders
3
A evolução dessa prática acompanha a trajetória do próprio
movimento da responsabilidade empresarial, com diferentes estágios, como mostra a figura 4.
É fundamental orientar-se pelos princípios apresentados
na figura 5 e ter uma estratégia bem desenhada para o processo
de engajamento. Outras providências úteis são: começar com
antecedência e de forma proativa; não ter medo de criar expectativas; não esperar pelo surgimento de um problema para
providenciar o engajamento; gerenciar o processo, definindo a
estratégia, objetivos, cronograma, orçamento e alocação de responsáveis; buscar trabalhar em parceria; conhecer a fundo a
dinâmica de poder local; e aprender ao longo do processo para
aprimorar a atuação.
As empresas podem encontrar metodologias específicas
para o engajamento. Uma das mais conhecidas é AA 1000SES
Stakeholder Engagement Standard. Entre as técnicas usadas
Figura 5 – Princípios fundamentais
do engajamento com stakeholders
Figure 5 – Fundamental principles
of stakeholder engagement
Inclusão
Inclusion
ª Geração
st Generation
Engajamento
estratégico e integrado
para competitividade
sustentável
Strategic and integrated
engagement for
sustainable competitiveness
relationship with the organization. Or yet as the efforts of an organization
to understand and involve stakeholders and their interests in the course
of its activities and decision processes.
When CSR was defined, the relationship of a company with its
interested parties was already valued. The quality of this relationship
depends very much of systematic engagement processes that provide
the organization with direct elements to inform its strategy. A better
knowledge of the interested parties and their demands may provide a
better capacity of response to future challenges and strengthen already
established relationships. The practice of dialogue offers in addition
the possibility of managing the organization´s reputation in strategic
segments.
The process of stakeholder engagement may serve as a tool for
the understanding of their interests and expectations. Organizations
Compromisso em refletir, em todos os estágios de um processo,
necessidades e aspirações dos stakeholders
Commitment to reflect, throughout the whole process, the stakeholders´ needs and aspirations.
37
Princípios
Principles
Materialidade
Materiality
Completude
Completeness
“Saber o que importa para
você e para os stakeholders”
“Knowing what matters to you
and your stakeholders”
“Entender seus impactos e o que
as pessoas pensam de você”
“Understanding your impacts and
what people think of you”
Capacidade de Resposta
Response Capacity
“Demonstrar respostas
adequadas”
“Adequately responding”
use to promote different ways of engaging stakeholders – for instance,
when one searches for compliance with international regulations;
when information is provided on organizational processes or ongoing
negotiations; and, more recently, by the identification of relevant
aspects for the elaboration of sustainability reports.
The evolution of this practice has come hand in glove with the very
CSR movement, through different stages, as shown on figure 4.
It is fundamental to follow the principles indicated on figure 5
and to have a well-designed strategy for the process of engagement.
Other useful measures are: to begin as soon as possible, in a proactive
way; not to be afraid of creating expectations; not to wait for the onset
of a problem to begin engagement; to manage the process, defining
the strategy, objectives, chronogram, budget and allocation of people
responsible for it; to work in partnership; to get to know as deeply as
para facilitar o diálogo podemos citar a Appreciative Inquiry e a
Open Space Technology.
A metodologia Appreciative Inquiry foi criada nos Estados
Unidos pelo doutor David Cooperrider. Seu princípio fundamental é tornar a organização melhor, com base no que ela já tem
de bom. O grande diferencial do método é que ele não se concentra na discussão dos problemas da organização, mas sim no
reconhecimento e na maximização de suas forças. Dessa forma,
promove o desenvolvimento da empresa no presente e cria soluções para seu futuro.
O Open Space Technology é uma metodologia de reunião
em que os participantes são convidados a produzir a agenda do
encontro e liderar pequenos grupos de discussão. Desenvolvida
por Harrison Owen, especialista e autor de livros da área, permite que grupos auto-organizados, de portes diversos, tratem de
problemas altamente complexos em um período de tempo muito
curto. Usualmente existe um facilitador, mas ele não atua como
um líder oficial do encontro.
A seguir, uma proposta de sistematização do processo
de engajamento de stakeholders baseada na publicação IFC:
Stakeholder Engagement - A Good Practice Handbook to Companies Doing Business in Emerging Countries.
Cinco estágios do engajamento dos stakeholders
possible local dynamics of power and to keep learning all through the
process, in order to prefect action.
Organizations may find specific methodologies for the engagement.
One of the best-known is the AA 1000SES Stakeholder Engagement
Standard. Among the techniques used to facilitate dialogue might be
mentioned Appreciative Inquiry and Open Space Technology.
Appreciative Inquiry is a methodology created in the United States by
Dr. David Coperrider. Its fundamental principle is to improve an organization
based on what positive things it already has. The great advantage of
this method lies on its not concentrating on discussing the problems of
the organization, but on their recognition, and on maximization of the
organization´s forces. Thus, the method promotes the development of the
organization in the present, and devises solutions for its future.
Open Space Technology is a meeting methodology in which
participants are invited to define the meeting´s agenda and lead small
discussion groups. Developed by Harrison Owen, a specialist and author
in this field, it allows self-organized, variously-sized groups to address
highly complex problems in a very short period of time. There is usually a
facilitator, but he does not act as an official leader for the meeting.
The following is a proposal for systematization of the stakeholder
engagement process, based on the IFC publication: Stakeholder
Engagement – A Good Practice Handbook to Companies Doing Business
in Emerging Countries.
Five stages in stakeholder engagement
1º estágio: pensar estrategicamente
• Definir objetivos estratégicos
• Mapear os stakeholders
• Identificar assuntos de interesse
• Priorizar os stakeholders
2º estágio: analisar e planejar
• Rever progressos
• Aprender com os outros e identificar parceiros
• Aprender sobre os stakeholders
• Definir objetivos dos stakeholders
• Definir margens de movimento
3º estágio: fortalecer as capacidades
• Fortalecer a habilidade de resposta sobre um assunto
• Desenvolver habilidades internas
• Construir a capacidade de engajamento do stakeholder
4º estágio: engajamento com os stakeholders
• Identificar a mais efetiva abordagem para o engajamento
• Desenhar o processo
5º estágio: agir e revisar
• Planejar atividades de follow-up
38
1st stage: think strategically
•Define strategic goals
•Map stakeholders
•Identify themes of interest
•Prioritize stakeholders
2nd stage: analysis and planning
•Review the process
•Learn from others to identify partners
•Learn about the stakeholders
•Define their goals
•Define your leeway
3rd stage: strengthen capacities
•Strengthen response capacity in a given theme
•Develop internal skills
•Build the stakeholder´s engagement capacity
4th stage: stakeholder engagement
•Identify the most effective approach for the engagement
•Design the process
5th stage: act and review
•Plan follow up activities
•Internalize learning
• Internalizar a aprendizagem
• Revisar o engajamento
• Assegurar seus stakeholders
Uma dica valiosa é iniciar a prática com base em um projeto
específico. Assim, fica uma sugestão: por exemplo, engajar os
stakeholders no processo de definição do conteúdo do relatório
de sustentabilidade da empresa (teste de materialidade).
Tal processo pode aumentar a receptividade e a utilidade do
relatório para os stakeholders e muito provavelmente resultará
em aprendizagem contínua para a organização relatora.
Referências:
Stakeholder Engagement Manual, volume 1 - UNEP/AccountAbility/
Stakeholder Research Associates.
Stakeholder Engagement Manual, volume 2 - UNEP/AccountAbility/
Stakeholder Research Associates.
The Materiality Report.
AA 1000SES Stakeholder Engagement Standard.
IFC: Stakeholder Engagement – A Good Practice Handbook to Companies Doing Business in Emerging Countries.
Humberto Mariotti. “Diálogo: um método de reflexão conjunta e observação compartilhada da experiência”.
Um olhar sobre a norma:
engajamento de stakeholders
A seguir, apresentamos uma análise do Instituto Ethos e
do UniEthos sobre o trabalho realizado com as organizações
participantes do GT Ethos – ISO 26000. Elas foram consultadas durante o ano de 2007, por ocasião das diversas atividades
presenciais e por via eletrônica.
Ao considerarmos os conceitos apresentados no texto de
Sonia Loureiro, podemos dizer que, de um modo geral, a norma
aborda de maneira satisfatória a relação da RS com o engajamento de stakeholders. O texto demonstra que esta é uma atividade-chave para a RS. Já na reunião de Bangcoc (2005) havia
sido decidido que esse tema seria tratado de maneira transversal
na norma, estando presente em vários capítulos. Hoje praticamente todos os capítulos abordam a questão, cada um a sua
maneira. Podemos citar os seguintes destaques:
• Capítulo “Termos e Definições” – Traz uma definição de
stakeholder que, apesar de não coincidir com a definição
39
•Review the engagement
•Ensure your stakeholders
A valuable tip is to begin the practice based on a specific project.
So, for example, engage stakeholders during the process of definition of
contents for the organization´s sustainability report (materiality test).
This process may favor the reception and usefulness of the report
for the stakeholders and, most likely, will result in an ongoing learning
for the reporting organization.
References:
Stakeholder Engagement Manual, volume 1 – UNEP/AccountAbility/
Stakeholder Research Associates.
Stakeholder Engagement Manual, volume 2 – UNEP/AccountAbility/
Stakeholder Research Associates.
The Materiality Report.
AA 1000SES Stakeholder Engagement Standard.
IFC: Stakeholder Engagement – A Good Practice Handbook to Companies
Doing Business in Emerging Countries.
Humberto Mariotti. “Diálogo: um método de reflexão conjunta e
observação compartilhada da experiência” [Dialogue: a method for
joint reflexion and shared observation of experience].
A view on the guidance standard:
stakeholder engagement
The following is an analysis by Ethos Institute and UniEthos,
based on our work with the organizations taking part in the GT
Ethos – ISO 2600. They have been consulted throughout the year
2007 in the course of several meetings and through electronicallymediated activities.
Considering the concepts presented by Sônia Loureiro, we may say
that, generally speaking, the guidance standard satisfactorily addresses
the relationship between SR and stakeholder engagement. The text
succeeds in demonstrating that this is a key-activity for SR. Already in
the Bangkok Meeting (2005) it had been decided that this issue would be
treated transversally by the guidance standard, being touched upon in
several clauses. As of this moment, practically all the clauses address the
subject, each in its own way. The following points might be highlighted:
•“Terms and Definitions” – This clause brings a definition of
stakeholder which, although not coinciding with the traditional
definition presented by Sônia, is in complete agreement with it.
Another positive aspect is the definition of SR, according to which
tradicional apresentada por Sonia, converge completamente para ela. Outro ponto positivo é a definição de RS,
segundo a qual as organizações devem levar em consideração as expectativas dos stakeholders.
• Capítulo “Compreendendo a RS” – Apresenta o engajamento de stakeholders como uma das características
básicas da RS.
• Capítulo “Princípios de RS” – Este capítulo considera
como um princípio do comportamento socialmente responsável, por parte das organizações, o respeito e a consideração pelos interesses de seus stakeholders.
• Capítulos “Práticas de RS” e “Diretrizes para uma Organização sobre a Implementação da RS” ­– Estes capítulos
reconhecem o engajamento de stakeholders como uma
prática central da RS e trazem orientações sobre como efetivá-la. Há ainda muito espaço para melhoria. Se considerarmos, por exemplo, o capítulo “Implementação”, vemos
que faltam orientações concretas sobre o engajamento de
stakeholders. Seria oportuno trazer um passo-a-passo para
a ação. Um bom exemplo de como isso poderia ser feito são
as etapas apresentadas no texto de Sonia Loureiro.
Ética e comportamento ético
No dia 9 de novembro de 2007, as organizações participantes do GT Ethos – ISO 26000 debateram sobre a natureza
do conceito de Ética e como este estava refletido na norma.
Para tanto, tivemos como palestrante Mario Sergio Cortella,
filósofo, professor-doutor titular do Departamento de Teologia
e Ciências da Religião e da Pós-Graduação em Educação da
PUC-SP e professor convidado da Fundação Dom Cabral e do
GV PEC da FGV/SP, além de autor de diversos livros e exsecretário municipal de Educação de São Paulo (1991-1992).
Por estar relacionada à vontade, a ética é uma coisa absolutamente humana. Diz respeito à nossa capacidade de decidir,
escolher, julgar – enfim, à nossa capacidade de ser livre. Ética
sem liberdade não existe.
Às vezes ouvimos alguém dizer que gostaria de ser livre
como um pássaro. Ora, o pássaro não é livre. Não tem liberdade
de escolha. O pássaro é predeterminado.
Será que nós, homens e mulheres, ainda temos alguma forma de instinto?
40
organizations should take into consideration the expectations of
the stakeholders.
•“Understanding SR” – This clause presents the stakeholder
engagement as one of the basic characteristics of SR.
•“Principles of SR” – This clause establishes respect and
consideration for the stakeholders on the part of organizations as
one of the principles of socially responsible behavior.
•“Practices of SR” and “Guidance for an Organization on
Implementing SR” – These clauses recognize stakeholder
engagement as a central SR practice and provide guidance
on how to do it. There is room for improvement, though: if we
consider, for instance, the clause on Implementation, we will see
a lack of concrete guidance on stakeholder engagement. A stepby-step guide to action would be in order here. A good example
of how this could be done are the five stages presented in Sônia
Loureiro´s text.
Ethics and ethical behavior
On November, 9, 2007, organizations participating in the GT
Ethos – ISO 26000 discussed the nature of the concept of Ethics
and how this was reflected by the guidance standard. To this end,
we had as lecturer Professor Mario Sergio Cortella, a philosopher,
professor of the Department of Theology and Religious Science
and post- graduate professor in Education at PUC-SP, invited
professor at Fundação Dom Cabral and GV PEC/Fundação Getulio
Vargas, as well as author of several books and former Municipal
Secretary of Education for the city of São Paulo (1991-1992).
Being related to the will, ethics is an absolutely human thing. It
concerns our ability to decide, to choose, to judge – in short, it concerns
our ability to be free. There is no such thing as an ethics without
freedom.
O de sobrevivência, por exemplo, já abandonamos há muito
tempo. Caso contrário, não comeríamos o que nos faz mal. Nenhum outro animal se suicida, mas alguns de nós são capazes
de dar a vida por outra pessoa, ou por uma causa, na condição
de fiel ou mártir.
Instinto de defesa, também não temos. Se alguém nos
ameaça, somos capazes de negociar ou contemporizar.
Portanto, em nós, seres humanos, aquilo que chamamos instinto já está submetido à nossa vontade e às nossas necessidades.
Não devemos confundi-las com o instinto. Este é uma ordem da
natureza, algo irreprimível, anterior e superior a cada um de nós. É
aquilo que caracteriza sobretudo outros animais, não o homem.
Marx dizia que o pior tecelão será sempre melhor que uma
aranha. Esta já nasceu sabendo tecer, mas não consegue modificar aquilo que sempre fez. Tece teias magníficas, porém iguais
às que sua espécie faz e fazia. Apenas obedece a um impulso,
não tem autonomia.
Com seres humanos, é diferente. Uma das primeiras coisas
que uma criança aprende é a dizer não. Seres humanos podem ou
não seguir as regras estabelecidas. Temos capacidade de escolha.
Quem introduziu isso no Ocidente foram os judeus, com a
história de Adão e Eva. Deus os chamou e disse: “Vocês façam o
que quiserem, mas não comam o fruto da árvore proibida”. Eles
podiam não comer. Comeram porque quiseram. Não havia obrigatoriedade. Tinham a possibilidade de escolha.
No mundo greco-romano não era assim. Lá os deuses é que
decidiam pelos seres humanos, tanto que a obra grega por excelência é a tragédia, que implica uma visão inexorável da vida.
Já a visão dramática é a de que o homem pode modificar o
próprio destino. A visão do drama é a visão da escolha. Não são
os deuses que decidem.
Precisamos então fazer essa distinção. O que é trágico está
fora do controle humano, enquanto o que é dramático está no nosso âmbito de ação. A seca é uma tragédia. A fome é um drama.
Mario Sergio Cortella,
filósofo, professor-doutor titular do
Departamento de Teologia e Ciências
da Religião e da Pós-Graduação em
Educação da PUC-SP.
41
Mario Sergio Cortella,
philosopher, professor of
the Department of Theology and
Religious Science and post- graduate
professor in Education at PUC-SP
Foto: Cláudia Perroni
Occasionally we hear someone say that he would like to be free as
a bird. Now, birds are not free. They have no freedom of choice. Birds are
predetermined.
But, going back as to us, men and women, do we still have some
form of instinct?
Let us take the survival instinct, for instance: this one we have
abandoned a long time ago. Otherwise, none of us would eat and drink
unhealthy stuff. No other animal commits suicide, but some of us are
capable to give our lives for other people or for a cause, as a devotee or
a martyr.
The defense instinct, this one also is no longer with us. If someone
threatens us, we are capable of negotiating or compromising.
Therefore, in us human beings, that which we call instinct is already
submitted to our will and to our needs. We should not confuse them
with the instinct. This is a command of nature, something irrepressible,
more ancient and more powerful than each one of us. Something which
characterizes, above all, other animals – not Man.
Marx used to say that the worst spinster will always be better than
the best spider. The spider knows how to spin since it was born, but is
unable to modify what it always does. It spins magnificent webs, but
always the same as all the others its species makes, or ever made. It just
obeys a drive, it has no autonomy.
With human beings, things are different. One of the first things
a child learns is to say no. human beings may or may not follow preestablished rules. We have the ability to choose.
The West received this from the Jews, with the story about Adam
and Eve. God called them and said: “You do what you like, only, do not
eat from the fruit of the forbidden tree.” They should not eat it. They
ate it because they wanted to. There was no command. They had the
possibility to choose.
In the Graeco-Roman world things were not so. In that world,
gods decided for the human beings, so much so that the Greek creation
Trabalhar na construção de uma norma de conduta ética é
ter uma visão dramática, e não trágica, da vida. Significa apostar na possibilidade de transformação da sociedade. Significa
acreditar que o ser humano tem autonomia para escolher o caminho que pretende seguir.
No entanto, não devemos confundir soberania com autonomia. Autonomia é fazer o que eu desejo no âmbito da minha
condição e das minhas possibilidades. Um filho menor de idade
não pode ser soberano, mas sim autônomo. A mesma coisa vale
para uma empresa. Até há pouco tempo muitas delas se sentiam soberanas, ou seja, achavam que podiam fazer o que bem
entendessem.
Pois bem: muito cuidado com essa lógica. Se queremos fazer
uma ISO de responsabilidade social é porque não concordamos com
isso. É porque acreditamos que podemos ter liberdade, autonomia –
mas não soberania. Ou seja, precisamos agir baseados na ética.
As três grandes questões
Por sermos humanos, a todo momento estamos submetidos a dilemas e conflitos éticos, na medida em que temos
de dar respostas satisfatórias às três questões básicas:
“Quero?”
“Devo?”
“Posso?”
Há coisas que uma pessoa quer, mas não deve; outras
que ela deve, mas não pode; e outras que ela pode, mas não
quer. Estamos em equilíbrio quando queremos aquilo que
podemos e devemos.
Cabe fazer uma distinção entre dilema ético e conflito
ético. Conflito ético é quando uma pessoa precisa escolher
entre duas coisas saudáveis. Ambas as coisas são aceitáveis;
porém, ainda assim, a escolha terá um preço.
Caso diferente é quando se deve escolher entre duas
coisas em que apenas uma delas é eticamente saudável. Nesse caso, estamos diante de um dilema ético.
A ética é o conjunto de princípios e valores que orienta
nossa tomada de decisões em relação a essas três questões
da vida. Delas não podemos fugir, se queremos exercer a
nossa liberdade.
42
The three great questions
Being human, we are all constantly faced by ethical dilemmas and
conflicts, as we have to answer satisfactorily to three basic questions:
Do I want it?
Should I?
Can I?
Sometimes a person wants something, but shouldn´t; in other
cases, she should, but can´t; in yet other cases she can, but doesn´t
want. A balance is stricken when we want something that we can
and should obtain.
par excellence is Tragedy, which implies an inexorable view of life. The
dramatic view, on the other hand, says that Man is able to change his
own destiny. It is not to the gods to decide.
We must make this distinction, then: what is tragic lies outside
human control, whereas what is dramatic lies within our power of
action. Draughts are tragedies. Famines are dramas.
To work in the construction of a standard of ethical conduct is
A distinction could be made between ethical dilemmas and
ethical conflicts. An ethical conflict occurs when a person must
choose between two healthy things. Both choices are acceptable;
but, even so, the choice will take its toll, will have a price.
Things are altogether different when one must choose between
two possibilities where only one of them is ethically healthy. In this
case, we are before an ethical dilemma.
Ethics is the set of principles and values guiding us in our
decisions towards these three great questions in life. We cannot
escape them, if we want to exercise our freedom.
to have a dramatic, not a tragic view of life. It means betting on the
possibility of transformations in society. It means believing that the
human being has the autonomy to choose the way he intends to tread.
However, we should not confound autonomy with sovereignty.
Autonomy is the ability to do what I want within my condition and my
possibilities. A minor cannot be sovereign, but may be autonomous. The
same applies to organizations. Not so much time ago many of them felt
Mas o que é a ética? Existem várias definições. Uma das
mais usuais é aquela que a define como “um conjunto de valores
e princípios que orientam o nosso comportamento social”.
É muito difícil viver socialmente. Mesmo na vida privada de
um casal, há divergências.
Temos autonomia para decidir. A ética é a maneira pela qual
administramos a nossa autonomia.
Não existe ninguém sem ética. Mesmo uma empresa que
engana o fisco, um deputado que rouba o dinheiro público –
todos eles também têm algum tipo de ética. O ladrão baseia-se
na ética da conveniência. Como ela não é a nossa, chamamos de
antiética. Porém, todos os seres humanos têm valores e princípios que moldam sua conduta, já que vivem socialmente.
Não existe ética individual. Ela é sempre coletiva. O que não
temos ainda é uma ética universal, que seja aceita por todos. Na
prática, ela sempre está vinculada a um determinado grupo.
Uma ética universal é possível, mas implica uma visão da
alteridade. Ou seja: a capacidade de olhar o outro como outro, não como estranho. Compreendê-lo antes de aceitá-lo ou
rejeitá-lo.
Precisamos encarar a ética como uma proteção à integridade da vida e do próprio planeta. Vale citar a frase do escritor
francês François Rabelais (1483-1553): “Conheço muitos que
não puderam quando deviam, porque não quiseram quando podiam”. Ela nos ajuda a pensar. Nós devemos e podemos. Mas será
que queremos?
Um olhar sobre a norma: ética e
comportamento ético
A seguir, apresentamos uma análise do Instituto Ethos e
do UniEthos sobre o trabalho realizado com as organizações
participantes do GT Ethos – ISO 26000. Elas foram consultadas durante o ano de 2007, por ocasião das diversas atividades
presenciais e por via eletrônica.
Ao considerarmos os conceitos apresentados no texto de
Mario Sergio Cortella, podemos dizer que a própria norma pode
ser tida como um instrumento de comportamento ético. A norma pretende recomendar padrões de atuação para as organizações em seu contexto social – exatamente a definição de ética
apresentada por Cortella. Porém, o conceito de ética, especificamente, é abordado de maneira pouco uniforme na norma.
43
sovereign, that is, they felt they could do anything they wanted.
Well, let us take care with this logic. If we want to create an ISO
standard for social responsibility, this is because we do not agree with
that. This is because we believe we can have freedom, autonomy – but
not sovereignty. In other words, we must act ethically.
But what is ethics? There are several definitions. One of the most
usual is that according to which ethics is a “set of values and principles
to guide our social behavior”.
Living in society is a very difficult thing. Even in a couple´s private
life there are bound to be divergences. We have the autonomy to decide.
Ethics is our way of managing our autonomy.
There is no one without some kind of ethics. Even an organization
that evades taxes, a public man that embezzles money – all of them have
some kind of ethics. The thief bases himself on an ethics of convenience.
Since this is not our brand of ethics, we call it anti-ethic. But all human
beings have values and principles guiding their conducts, for they live
in society.
There isn’t such thing as an individual ethics. It is always collective.
What we do not have yet is a universal ethics, that is, one accepted by
everybody. In practice, it is always linked to a given group.
A universal ethics is possible, but implies some vision of otherness.
To wit: the ability to see the other as the other, not as a stranger. To
understand him, before accepting or rejecting him offhand.
We should see ethics as a protection to the integrity of life, and
even of our own planet. Perhaps it is worthwhile to quote the French
writer François Rabelais (1483-1553): “I know many who couldn´t when
they should, because they wouldn´t when they could.” This is food for
thought. We must and we can. But, will we?
A view on the guidance standard:
ethics and ethical behavior
The following is an analysis by Ethos Institute and UniEthos,
based on our work with the organizations taking part in the GT
Ethos – ISO 2600. They have been consulted throughout the year
2007 in the course of several meetings and through electronicallymediated activities.
Considering the concepts presented by Mário Sérgio Cortella, we
may say that the guidance standard itself can be seen as an instrument
Alguns trechos apresentam referências claras e importantes,
mas em outros isso não ocorre. Como pontos de destaque podemos citar as seguintes passagens:
• Capítulo “Termos e Definições” – O capítulo traz uma
definição satisfatória de comportamento ético, embora
ainda possua uma redação confusa, pouco objetiva. A
parte final da definição é essencial por atrelar a conduta
ética a normas internacionais de comportamento. Essa
é uma referência de alta relevância, pois como normas
internacionais de comportamento podemos incluir a Declaração Universal de Direitos Humanos.
• Capítulo “Princípios de RS” – Este capítulo recomenda
que “as organizações devem respeitar relevantes normas
internacionais onde essas normas são superiores à lei nacional”. Apesar do título ruim, esta seção traz orientações
sobre como as organizações devem agir em situações nas
quais a lei nacional não respeita as normas internacionais. Nesses casos, sugere que a organização se baseie
em normas internacionais e evite a cumplicidade com
qualquer forma violação. Esta seção é relevante, pois,
conforme exposto no texto de Cortella, a ética tem relação com a nossa capacidade de fazer escolhas e, sobretu-
do, com aquelas que não são baseadas apenas na nossa
conveniência.
Apesar de a norma, como um todo, ser uma referência para
a adoção de um comportamento ético por parte das organizações (neste caso, de acordo com a ética da RS), faltam orientações específicas sobre como devem desenvolver ações concretas
na sua operação e em seus relacionamentos. Orientações sobre
como desenvolver códigos de ética e de conduta e sobre como
divulgar os padrões de ética entre os stakeholders são questões
que a norma deveria abordar, provavelmente no capítulo referente à implementação da RS.
of ethical behavior. The standard is meant to recommend courses of
action to organizations in their social context – exactly the definition
of ethics presented by Cortella. But the concept of ethics, specifically
speaking, is approached by the standard in a less than uniform manner.
Some passages refer to it clearly and importantly, but this is not the case
everywhere. The following points may be singled out:
•“Terms and Definitions” – This clause presents a satisfactory
definition of ethical behavior, although with somewhat confused
wording, lacking in objectivity. The final part of the definition is
essential for attaching ethical conducts to international norms of
behavior. This is a highly relevant reference, since, among these
international norms may be included the Universal Declaration
of Human Rights.
•“Principles of SR” – This clause recommends that organizations
should “respect relevant international norms where these norms
are superior to national law and practice”. In spite of the bad title,
the section presents guidance on how organizations should act in
situations where the national law does not respect international
norms. In these cases, the standard suggests that organizations
base themselves on international norms to avoid complicity with
any form of violation. This section is relevant, since, according
to Cortella´s exposition, ethics is related to our ability to make
choices and, above all, with those choices based not solely on
convenience.
Although the guidance standard as a whole is a reference for the
adoption of ethical behavior on the part of organizations (in this case,
according to the ethics of SR), specific guidance on how to develop
concrete action in their operations and relationships is lacking. Guidance
on how to develop codes of ethical conduct and on how to spread ethical
standards among stakeholders are issues that should be addressed by
the standard, probably in the clause on Implementation.
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Anexo 1 – Organizações que integram o GT Ethos – ISO 26000
Annex 1 – Organizations taking part in the GT Ethos – ISO 26000
Accenture
Elo3 Integração Empresarial
Olhar Cidadão
Accor
Endesa Brasil
Petrobras
Alunorte
Eurofarma
Pia Parente Textos e Serviços
Ampla Energia e Serviços
FGV-SP/Eaesp
Apoena Social
Fundação Vanzolini
Ponto Focal do Pacto Global das Nações
Unidas no Brasil
ArcelorMittal Brasil
Furnas
Auto Viação Marechal
Futura – Indicando Rumos
Banco Real
Banco Itaú
GAO (Grupo de Articulação das ONGs Brasileiras para a ISO 26000)
Basf
GCA – Goldberg & Consultores Associados
Rede Globo
BDO Trevisan
Gelita do Brasil
RL Sistemas de Higiene
BM&F
Inmetro
Rodovia das Colinas
Bradesco
Inmetro
Santander
Buffon Negócios e Soluções
Instituto Akatu pelo Consumo Consciente
Senac-SP
Caixa
Instituto Observatório Social
Serasa
Carbono Química
Instituto Superior de Administração e Economia do Mercosul (Isae/FGV-PR)
Sesi SC
KPMG Auditores Independentes
Sistema DryWash
Kraft Foods Brasil
Supermercados Cardoso
Laffriolée Sobremesas
Suzano Papel e Celulose
Lara Empreendimentos Sociais
Territória Desenvolvimento Global
Libra Terminais
TozziniFreire Advogados
Marcas Brasil
Unimed
Medley Indústria Farmacêutica
Vector One
Mundo Verde Franquia
VisionGroup
Natura Cosméticos
Whirlpool S.A.
O Boticário
Y Takaoka Empreendimentos
Carrefour
Cemig
Conexão Social
Corporate Transitions International
Creditar Contabilidade e Consultoria
Damicos Consultoria e Negócios
Dieese
Dumit Advocacia e Consultoria
EcoRodovias
Elektro
Ellux Consultoria
Progressiva Soluções Integradas em
Negócios
Pueri Domus Escolas Associadas
Rede Energia
SIAI
Anexo 2 - Organizações que integram o Grupo Técnico do GT Ethos – ISO 26000
Annex 2 – Organizations taking part in the GT Ethos – ISO 26000 Technical Group
Accor
Fundação Vanzolini
Arcelor Mittal Brasil
Furnas
Ponto Focal do Pacto Global
das Nações Unidas no Brasil
Banco Real
GAO
Rede Globo
Basf
Inmetro
Rede Energia
Carbono Química
Instituto Observatório Social
Serasa
Cemig
Instituto Akatu pelo Consumo Consciente
Suzano Papel e Celulose
Dieese
Kraft Foods Brasil
SIAI
Elektro
Laffriolée Sobremesas
Unimed
Eurofarma
Natura Cosméticos
Whirlpool S.A.
FGV-SP/Eaesp
Petrobras
Y Takaoka Empreendimentos
Patrocinadores
Sponsors
ACCOR
BASF
A Accor busca seu crescimento e desenvolvimento de acordo com os princípios de responsabilidade social e ambiental. É uma ambição proclamada:
crescer preservando o futuro. Para tanto, trabalha em favor da inclusão social e do desenvolvimento sustentável em todo o mundo. Entre suas várias
iniciativas, vem apoiando o Instituto Ethos no GT Ethos – ISO 26000. Assegurar o desenvolvimento sustentável é uma das diretrizes estratégicas
da Basf, uma condição básica para o sucesso no longo prazo para nós e
nossos clientes. A participação da Basf no GT Ethos – ISO 26000 é mais
uma oportunidade de aprendizado e alinhamento às tendências mundiais,
permitindo que a empresa seja também uma referência em responsabilidade social.
Accor searches for growth and development according to principles of social and
environmental responsibility. It is a self-proclaimed ambition: to grow, preserving
the future. With this aim, the company works for social inclusion and sustainable
development all over the world. Among its several initiatives, Accor has been
supporting Ethos Institute on the GT Ethos – ISO 26000.
Ensuring sustainable development is one of Basf´s strategic guidelines, a basic
condition for long-term success, both for us and for our clients. Basf´s participation
in the GT Ethos – ISO 26000 is one more opportunity to learn and contribute to world
trends, allowing our company to be itself a reference in social responsibility.
ARCELOR MITTAL BRASIL
CARBONO QUÍMICA
A ArcelorMittal Brasil tem em seus valores a Sustentabilidade, a Qualidade e
a Liderança, com vistas a transformação do amanhã, na sua visão de futuro,
acreditando que a ousadia pode transformar tudo.
Essa sua perspectiva de um mundo melhor, ou sustentável, será possível pelo
exercício da liderança responsável, e a qualidade da sua gestão, especialmente das pessoas que trabalham na Companhia.
Isso impõe à ArcelorMittal Brasil a busca da lucratividade, vista de forma
mais distributiva, e da perenidade dos negócios, também de interesse da
sociedade. Busca enfim o desenvolvimento econômico e social e o respeito
ao meio ambiente.
A participação da Empresa no GT Ethos – ISO 26000 – resulta desse seu
firme propósito com o Brasil e o planeta, abrangendo toda a sua diversidade
social, ambiental e cultural. A participação empresarial e das organizações
da sociedade civil na formulação da norma portanto é muito valorizada pela
ArcelorMittal Brasil.
Integrar pelo segundo ano consecutivo o GT Ethos – ISO 26000 é motivo de
orgulho e satisfação para todos os colaboradores da Carbono. Participar da
elaboração de diretrizes para orientar as empresas em suas atividades, tendo
por objetivo a construção de uma sociedade sustentável, eleva nosso grau
de envolvimento com nossos públicos de relacionamento e, acima de tudo,
permite-nos vivenciar com mais profundidade as questões relativas à responsabilidade socioeconômica-ambiental. Ser protagonista desse processo é
extremamente gratificante para todos nós.
ArcelorMittal Brasil holds within its values the Sustainability, Quality and Leadership
aiming at transforming tomorrow in its vision of the future, believing that boldness
can transform everything.
Such expectation of a better or sustainable world will be possible through the
exercise of responsible leadership and the quality of its management, mainly from
people who work at the Company.
That places a challenge before ArcelorMittal Brasil which is the search for profitability
in a more distributive way, and the continuity of the businesses which is also an
interest of society. It searches for the economic and social development and respect
for the environment.
The Company participation in the GT Ethos – ISO 26000 – results from its solid
purpose towards Brasil and the planet, embracing all its social, environmental and
cultural diversity. The participation of companies and organizations from the civil
society in creating the norm is therefore very much appreciated by ArcelorMittal
Brasil.
BANCO ABN AMRO REAL
O Banco Real acredita que é possível unir valores humanos e econômicos
a suas decisões de negócios. Por isso apóia a ISO 26000, uma iniciativa
de grande importância para o movimento de inserção da sustentabilidade
nas organizações. O GT Ethos – ISO 26000 é uma oportunidade valiosa de
participar da construção da norma junto a diversos setores empresariais e,
dessa forma, contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável
na sociedade.
Banco Real believes it is possible to unite human and economic values in its business
decisions. Therefore, we support ISO 26000 development, an initiative of great
importance to the movement of insertion of sustainability in organizations. The GT
Ethos — ISO 26000 is a unique opportunity to participate in this guidance standard’s
elaboration together with several entrepreneurial sectors and, therefore, contribute to
the promotion of sustainable development in society.
Taking part for the second consecutive year on the GT Ethos – ISO 26000 is a motive
of great pride and satisfaction for all Carbono’s collaborators. Having a share in the
elaboration of guidelines to companies and its activities with the aim of building
a sustainable society heightens our degree of involvement with our clients and,
above all, allows us to experience much more deeply the issues related to social
and environmental responsibility. Being a protagonist in this process is extremely
rewarding for us all.
CEMIG
O exercício da responsabilidade social empresarial está associado à noção
de sustentabilidade, que visa conciliar as esferas econômica, ambiental e
social na geração de um cenário compatível com a continuidade e a expansão das atividades das empresas, no presente e no futuro. O apoio da
Cemig ao GT Ethos – ISO 26000 objetiva contribuir com o Instituto Ethos e
fortalecer sua atuação na disseminação e incorporação da RS no cotidiano
da gestão das organizações nacionais.
The practice of corporate social responsibility relates to the concept of sustainability,
which aims at reconciling the economic, environmental and social spheres in order
to build a scenario compatible with continuity and expansion of business activities,
now and in the future. Cemig’s support to the GT Ethos – ISO 26000 is meant to
be a contribution to Ethos Institute, and to strengthen our company’s role in
disseminating and incorporating SR on the daily routines of business management.
ELEKTRO
A Elektro, ao participar do GT Ethos – ISO 26000, reafirma seu compromisso
com uma gestão empresarial socialmente responsável, contribuindo para o
desenvolvimento e bem-estar das comunidades atendidas, de acordo com
a sua missão. Esta ferramenta de gestão será um instrumento valioso para
que as empresas apliquem os princípios de sustentabilidade na condução
de seus negócios.
By taking part in GT Ethos – ISO 26000, Elektro reaffirms its commitment to a
socially responsible corporate management, contributing to the development and
well-being of the serviced communities, in agreement to our stated mission. This
management tool will be a valuable instrument for companies willing to apply the
principles of sustainability in conducting their businesses.
EUROFARMA
A Eurofarma desenvolve um esforço contínuo na implantação da gestão responsável. Prioriza oportunidades de negócio, parcerias e ações que traduzam na
prática a valorização da sustentabilidade, agreguem valor social e ambiental aos
seus produtos e a suas operações e possibilitem o desenvolvimento de práticas e
a difusão do conceito de responsabilidade social que integra os valores corporativos e o planejamento estratégico da empresa. A participação no GT Ethos – ISO
26000 é reflexo deste compromisso.
Eurofarma has been developing a continuous effort towards responsible management
– favoring business opportunities, partnerships and actions which translate, in actual
practice, our company’s special emphasis on sustainability, adding up social and
environmental value to our products and operations and allowing the development
of practices and the spreading of the concept of social responsibility, integral to our
company’s corporate values and to its strategic planning. Eurofarma’s participation in
the GT Ethos – ISO 26000 reflects this commitment.
KRAFT FOODS BRASIL
Uma empresa global como a Kraft Foods, que cresce com a força da integração e
da diversidade de seus colaboradores, não poderia prescindir da participação de
uma iniciativa dessa magnitude. Contribuir para a construção de normas de responsabilidade social aplicáveis no mundo é um desafio para todos – populações,
países, instituições, governos e empresas. Para nós, é também a oportunidade de
refletir e propor parâmetros que, no futuro, possam ser associados ao fortalecimento de cada um como cidadão.
Being economically, socially and environmentally responsible is not enough. These
values must be transmitted to all the spheres in which a company participates.
Therefore, REDE Energia supports initiatives as the ISO GT Ethos as fundamental.
The company recognizes its multiplication potential and responsibility, not only as
an energy provider for over 13 million Brazilians in six different states, but also as
an opinion-maker in regions full of biodiversity such as the Amazon rainforest, the
Pantanal and the Cerrado.
SUZANO PAPEL E CELULOSE
As questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável cada vez mais
evidenciam o grande trabalho que a sociedade necessita desenvolver em
prol das pessoas e da dignidade humana. Isso nos inspira a participar de
forma efetiva das discussões a respeito desta importante norma de responsabilidade social. Além disso, coordenar a elaboração da ISO 26000 é
ampliar nossos conhecimentos adquiridos ao longo de nossa trajetória e
compartilhá-los mundialmente. Queremos contribuir hoje para um amanhã
mais justo.
More and more, the great issues related to sustainable development highlight
the need of serious and dedicated work on behalf of people and human dignity.
This inspired our company to take an effective part on the discussions about the
development of this important social responsibility guidance standard. In addition,
coordinating the development of ISO 26000 is, at one and the same time, adding to
all the knowledge acquired throughout Suzano’s existence, and sharing it worldwide.
We want to contribute now for a better tomorrow.
A global company such as Kraft Foods, growing with the integration and diversity
of its collaborators, couldn’t dispense with taking part in an initiative of this
magnitude. Contributing to the elaboration of a social responsibility guidance
standard applicable to the whole world is a challenge for us all – peoples, countries,
institutions, governments and companies. For Kraft, it is also an opportunity to devise
and propose parameters that, in the future, can be associated to our strengthening
as individuals and citizens.
UNIMED
PETROBRAS
Unimed takes part on the GT Ethos – ISO 26000 because it believes that this
international guidance standard, besides representing the great guideline for social
responsibility initiatives, will contribute to accelerate the building of a fairer, more
ethical and sustainable society. It will also be a great instrument for our cooperatives
in applying their inborn guiding principles: mutual collaboration, equality and social
responsibility.
A responsabilidade social e ambiental é um compromisso da Petrobras, firmado em sua missão e visão, e constitui um dos três pilares de sua atuação
estratégica, tão importante quanto o crescimento e a rentabilidade. A companhia vem participando ativamente do processo internacional de construção da ISO 26000 como representante da indústria na Delegação Brasileira.
Portanto, a Petrobras se orgulha em ser uma das participantes do GT Ethos
– ISO 26000. Essa participação no GT torna-se um importante espaço de
diálogo entre a Petrobras e demais empresas brasileiras comprometidas com
responsabilidade social. O GT é, portanto, um fórum privilegiado para que a
representante da indústria brasileira discuta e tenha subsídios das demais
empresas no Brasil para as discussões internacionais da ISO 26000.
Social and environmental responsibility is one of Petrobras’ main commitments,
integral to its mission and vision, and constitutes one of the three pillars of the
company’s practice, alongside growth and profitability. The company has been taking
active part in the international development process of ISO 26000 as a member of
the Brazilian delegation. Petrobras, therefore, takes great pride in being one of the
GT Ethos – ISO 26000 protagonists.This participation on the Ethos Working Group
constitutes an important space for dialogue between Petrobras and other Brazilian
companies committed to social responsibility.The GT is a privileged forum for
discussion and mutual feedback among representatives of Brazilian industry in ISO
26000 international debates.
REDE ENERGIA
Não basta ser econômico, social e ambientalmente responsável. É preciso
transmitir esses valores a todas as esferas com as quais uma empresa se
relaciona. Por isto, a REDE Energia considera fundamental apoiar iniciativas
como GT Ethos da ISO de Responsabilidade Social. A empresa reconhece seu
potencial multiplicador e sua responsabilidade. Não só porque fornece energia elétrica a mais de 13 milhões de brasileiros em seis diferentes estados,
mas também por ser uma empresa formadora de opinião em regiões ricas
em biodiversidade como a floresta amazônica, o pantanal e o cerrado.
A Unimed participa do GT Ethos – ISO 26000 porque acredita que a norma
internacional, além de ser a grande diretriz das iniciativas de responsabilidade
social, contribuirá para acelerar a construção de uma sociedade mais justa,
ética e sustentável. Será também um grande instrumento para que nossas
cooperativas exerçam os princípios que norteiam suas atuações e estão em
seu DNA: cooperação, igualdade e responsabilidade social.
WHIRLPOOL S.A.
Para a Whirlpool S.A., uma empresa líder tem a missão de conscientizar e
engajar todos os seus públicos em responsabilidade social. Participar do GT
Ethos – ISO 26000 é um exercício de reflexão que transpõe a área de influência da companhia e se soma a nossos esforços para disseminar um novo
modelo de negócio rumo ao desenvolvimento sustentável.
To Whirlpool S.A., a leading company has the mission to provide information and
engage all its business partners in the common cause of social responsibility. Taking
part in the GT Ethos – ISO 26000 is an experience going beyond the company’s
immediate surroundings, adding up to our own efforts to disseminate a new
business model towards sustainable development.
Y. TAKAOKA EMPREENDIMENTOS
Para uma empresa se perpetuar, não basta apenas ter boa rentabilidade em
seus investimentos nem cumprir com seus compromissos legais, mas também ser socialmente importante, compreender e respeitar cada indivíduo, de
forma sustentável do ponto de vista ambiental e econômico.
For a company to last, it is not enough that its investments have a good profitability,
nor that it limits itself to fulfilling its legal obligations; it must possess social
relevance, understand and respect each individual, in an environmentally and
economically sustainable way.
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ISO 26000 - Instituto Ethos