O Estado e a sua relação com o Cidadão e as Instituições: Free markets vs free rides António Mexia Primeira Convenção Compromisso Portugal Convento do Beato Lisboa, 10 de Fevereiro de 2004 A perda do sonho? Estamos a viver na sociedade ocidental (mais) uma grande transformação.... • O sonho prometido pela relação entre o Mercado (que garantia a ânsia consumista) e o Estado-Providência (que garantia a coesão social) parece perdido. A relação entre o Estado e o Cidadão é agora marcada por novos sinais muito menos estáveis. • A transformação simultânea da opinião pública na maior força de pressão e do conhecimento como principal factor de produção, faz inevitavelmente surgir novas questões básicas em termos de visão, crenças, de todas as coisas que mantêm a sociedade unida. 2 A perda do sonho? • Um Estado Limitado - sem a transmissão de uma visão ( e valores associados) sobre o que pode ser a nossa ambição e os meios para a atingir, a definição do seu papel nessa visão, a demonstração clara de quem paga e de quem beneficia, corre-se o risco da sua captura por quem mais marcar a opinião pública • Uma Sociedade Civil Dispersa – um certo vazio resultante da noção que entre o “Estado” e o “Mercado” nada verdadeiramente existe, alimentando a desconfiança em relação ao “sistema”, onde todos acabam a pedir ao Estado, ao mesmo tempo que o denigrem, respeitando as exigências do mercado sem verdadeiramente admitir a sua validade. • Para começar, importa que ambos os lados da relação reconheçam que (i) o Estado não tem o exclusivo do Interesse Público e (ii) o Mercado não trata de todas as questões da nossa Sociedade. 3 As boas contas fazem os bons amigos % PIB PIB 2000 Despesa Pública Consumo Pessoal, b&s Transferências Correntes Juros • • • • 1980 31,7% 25,5% 8,3% 2,7% 1990 2000 2004 48,5% 47,7% 42,7% 41,2% 15,6% 16,4% 39,6% 33% 9,3% 7% 3,4% 2,9% Existência de automatismos legislativos no crescimento do peso do Estado Transferências Correntes (ARL e SS) constituem principal problema, traduzindo dificuldade real de controlo, que assim se tem reduzido ao Estado central, com resultados importantes Função redistributiva é feita para “sistemas” e não para “pessoas” Convergência nominal, euro, privatizações e descida de juros evitaram que o Estado se tornasse “maioritário” na economia Evolução recente muito positiva 4 Não andar à boleia Grau de Percepção Individual Assalariado Garantia Trabalho EP Assalariado Ajuda PME Redução impostos Subsidiação juros Proprietário Rat Democracy Benf. Sis. Saúde Aforrador ... Gostaria Contribuinte de não pagar Serviço gratuito Comutação c/ Trabalho Investimento Ausência Portagens >> Evitar o free riding Redução de impostos Subida taxas Consumidor Maior Concorrência Grau de Exigência Intervenção • O facto de cada um de nós ser participante em muitos mundos, associado ao crescente individualismo e corporativismo, conduzem a um circulo vicioso de maior despesa pública, com maior ineficiência e... maior injustiça 5 Confiança contra o Desencanto Propostas 1 Qualificar o papel do Estado – Garantir o desenvolvimento de um enquadramento que promova a criação de mais eficiência e mais justiça e coesão, promovendo um conjunto de valores e um sistema de incentivos adequado 1. Apresentação das contas públicas numa óptica de Business Plan, de uma forma simples, clara e transparente, demonstrando as opções estratégicas, onde se gasta, quem paga e quem beneficia 2. Reforçar o principio do consumidor-pagador, com redução do peso do Estado na “produção” e concentração na função de redistribuição de rendimentos e de garante da liberdade de escolha, de igualdade de condições de todos 3. Aumento da carga fiscal sobre os recursos escassos, diminuindo a carga sobre o trabalho 6 Confiança contra o Desencanto Propostas 2 Qualificar a participação da Sociedade Civil - nos inputs pelos quais esta tem de ser responsável, na exigência que exerce sobre o sistema, dinamizando as instituições/organizações que impedem o crescimento do individualismo desencantado 1. Desenvolvimento das organizações e instituições onde se desenvolva o espirito da inovação, da excelência e da responsabilidade– universidades, fundações,...e também empresas 2. Centralização das associações patronais, privilegiando uma visão global (e não corporativa pela actual divisão) além de inter temporal e de longo prazo 7