ATRIBUINDO SIGNIFICADO AOS CONCEITOS DE ÁREA E VOLUME DE CILINDROS A PARTIR DO USO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS Alberis Cardoso de Queiroz [email protected] José Roberto da Silva – UPE; FAINTVISA/PE; FUNESO/PE [email protected] 1- Introdução A educação matemática tem se desenvolvido muito nos últimos anos e varias são as formas que se tem buscado nesta direção. Uma dessas formas tem sido o uso do laboratório para o ensino de matemática, neste ambiente como subsídio à aquisição do conhecimento matemático pode-se desenvolver e produzir materiais didáticos, os quais tem desempenhado papel fundamental no processo de desenvolvimento do ensino de matemática seja no contexto educacional ou mesmo cientifico. Pode se caracterizar diversas decorrências importantes do uso de laboratório na formação matemática dos alunos, dentre elas, proporcionar o desenvolvimento da capacidade de resolver problema, tomar decisões, criticar e avaliar soluções, raciocinar. Além disso, pode-se trazer também segundo França (1999), que para desenvolver algumas capacidades como as trazidas anteriormente, é primordial que o professor valorize o conhecimento prévio de seus alunos para poder proporcionar situações que favoreçam a ampliação desse conhecimento tão importante na construção de significados. A grande intenção da valorização dos conhecimentos prévios dos alunos pode ser entendida pela conseqüência da utilização de problemas que conduza a construção do conhecimento matemático. Segundo os PCN (1998), a resolução de problemas, que vem sendo apontada como um bom caminho para trabalhar conceitos e procedimentos matemáticos, tem sido objeto de interpretações equivocadas, pois ainda se resume em uma mera atividade de aplicação ao final do estudo de um conteúdo matemático. Isso caracteriza, inclusive, o que Kuhn chama de exemplares que está mais para exercícios Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 2 enquanto atividades do que para um problema, isso apontando a necessidade de aclarar o que vem ser um problema e não confundir estes com exercícios. O que poderia ser feito para rever tais desconsiderações no processo ensinoaprendizagem de matemática? Tentar responder a esta indagação nos leva a repensar a importância do conhecimento prévio dos alunos visando redirecionar a resolução de problemas como meio e não como parte final do processo educativo. Também há algo nesta direção que poderia ser apresentado como estratégia para construir habilidades referentes à resolução de problemas que seria explorar ao máximo o raciocínio dos alunos e neste estudo se fará isso a geometria métrica espacial utilizando-se recursos didáticos, a partir de materiais reciclados. 2.- Aspectos Importantes Sobre o Ensino da Geometria Métrica Espacial Segundo Lorenzato (1995) a geometria é apresentada de forma rígida e separadamente da aritmética e da álgebra. Isto parece não ser grave, uma vez que boa parte dos professores o faz, mas o que de certo modo promove isso nos livros didáticos e que não são recomendadas nos PCN´s parece sobrexistir por que para atender as exigências de mercado às editoras solicitam que os autores sigam as propostas curriculares sem se afastarem muito dos padrões consagrados nos mercados. Ao refletirmos no que diz os PCN´s (1998 p.37): é relativamente recente a atenção ao fato de que o aluno é agente da construção do seu conhecimento pelas conexões que estabelece com seu conhecimento prévio num contexto de resolução de problemas”. Com isso, percebe-se o quanto longe estão alguns L. D desta proposta. A geometria métrica espacial tem como objeto de estudo preocupar-se em explorar os elementos dos sólidos geométricos que lhe dizem respeito para o cálculo das áreas de suas superfícies (faces) bem como os volumes a tais sólidos. Por outro lado, a cultura atual concebe que a constituição destes objetos decorre de aplicações evidentes do mundo físico, como aponta Lima (1998): “Assim, o cálculo de áreas e volumes é um assunto milenar, cuja importância se revelou muito cedo, mesmo em civilizações organizadas de modo simples em relação aos padrões atuais”. Um outro aspecto importante partilhado, inclusive, pela comunidade dos matemáticos é a importância da geometria para imersão no mundo matemático. Isto pode ser trazido segundo os PCN´s como segue: “Os conceitos geométricos constituem parte importante do currículo de matemática no ensino fundamental, porque, por meio Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 3 dele, o aluno desenvolve um tipo especial de pensamento que lhe permite compreender, descrever e representar, de forma organizada, o mundo em que vive” (PCN, 1998). Em acréscimo se pode trazer a incontestável importância da geometria espacial para o homem diante a sua aplicação no mundo do trabalho enquanto funcionalidade nas questões que envolvam os conceitos de áreas e volumes que neste estudo se restringira ao cilindro. Reportando-se mais uma vez Lorenzato (1995) as tendências para o ensino da geometria para o Ensino Fundamental são as seguintes: 1) Apresentar a geometria como meio de descrever o mundo físico; 2) Utilizar a geometria como auxiliar para resolver problemas; 3) Aplicar propriedades geométricas; 4) Favorecer a emissão e a verificação de hipóteses; 5) Integrar a geometria com a aritmética e a álgebra; 2.1 O uso de Recursos na Resolução de Problemas/Exercicios Tratando-se de recursos didáticos os PCN (1998), recomendam incluir nos processos de ensino alguns materiais específicos. Porém, na prática nem sempre há clareza do papel desses recursos, havendo, inclusive falta de adequação do uso desses materiais e isto acaba conduzindo a alguns resultados indesejados. Sobre os recursos didáticos, Bardera (2000), afirma que: “o recurso didático é todo ato do professor que como apoio ao manejo do conhecimento e, fora deste, o faz compreensível na ação do ensino”. Diante o que se foi trazida até o presente momento, nossa intenção agora passa a se procurar adequar três pontos julgados importantes no ensino de matemática, são eles: 1) Considerar o conhecimento prévio dos alunos na construção de significados; 2) Redirecionar a resolução de problemas ao ensino-aprendizagem de matemática; 3) Propor situações didáticas referentes aos pontos anteriormente citados. Em se tratando de considerar o conhecimento prévio dos alunos como já foi dito na construção de significados parece ser um caminho bastante sensato, o qual é defendido pelos PCN´s, no entanto está presente nas propostas de alguns L. D. Portanto, é preciso está atento ao utilizar um L. D. instrumento que tente fazer uso do conhecimento prévio dos alunos principalmente se o professor em seus planos de ensino persegue uma aprendizagem significativa. Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 4 Sendo considerada a possibilidade de implantar nos livros didáticos os três pontos antes tratados no sentido de que os professores de matemática os tornem presentes nos seus projetos didáticos, quem sabe a resolução de problemas/exercícios seja melhor considerada fazendo sentido a busca para os alunos de estratégias de resolução enquanto aprendizagem e para os professores enquanto ensino com certa solvência. 2.2- O Uso De Recursos Na Resolução De Problemas/Exercícios Tratando-se de recursos didáticos os PCN (1998), recomendam incluir nos processos de ensino alguns materiais específicos. Porém, na prática nem sempre há clareza do papel desses recursos, havendo, inclusive falta de adequação do uso desses materiais e isto acaba conduzindo a alguns resultados indesejados. Sobre os recursos didáticos, Bardera (2000), afirma que: “o recurso didático é todo ato do professor que como apoio ao manejo do conhecimento e, fora deste, o faz compreensível na ação do ensino”. Diante o que se foi delineada até o presente momento, nossa intenção agora passa a se procurar adequar três pontos julgados importantes no ensino de matemática, são eles: 1) Considerar o conhecimento prévio dos alunos na construção de significados; 2) Redirecionar a resolução de problemas ao ensino-aprendizagem de matemática; 3) Propor situações didáticas referentes aos pontos anteriormente citados. Em se tratando de considerar o conhecimento prévio dos alunos como já foi dito na construção de significados parece ser um caminho bastante sensato, o qual é defendido pelos PCN´s, no entanto está presente nas propostas de alguns L. D. Portanto, é preciso está atento ao utilizar um L. D instrumento que tente fazer uso do conhecimento prévio dos alunos principalmente se o professor em seus planos de ensino persegue uma aprendizagem significativa. O que aponta esta proposta é que ela esta alerta de que o incentivo aos professores investirem em propor situações didáticas como essa sobre a resolução de problemas envolvendo o cilindro pode conduzir os alunos a uma maior compreensão sobre a geometria métrica espacial. Porém, conforme foi trazido acima sobre os problemas não terem promovido um desempenho satisfatório, acredita-se dentre outros aspectos, que precisamos elucidar a confusão sobre o que é um problema versos o que é um exercício. Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 5 Por exemplo, objetos recicláveis que se assemelhem a um cilindro pode estimular a criatividade e a iniciativa, estes objetos podem ser tais como latas e garrafas cilíndricas. Propor alguns momentos de afrontamento com atividades matemáticas abertas1 com a utilização dos objetos recicláveis já mencionados pode de certo modo valorizar as considerações levantadas nesta proposta. Diante de tais considerações pode-se evidenciar que este estudo se propõe a apontar um caminho não muito explorado na maioria das práticas pedagógicas ao que se refere o estudo de resolução de problemas envolvendo a geometria métrica espacial do cilindro utilizando sucatas na contextualização e descontextualização deste ensino. 3- Metodologia O estudo da geometria métrica espacial assim como boa parte da geometria clássica não deve ser de forma desarticulada, distanciada do mundo vivido pelos alunos e professores, pois isso o torna vazios e pode empobrecer a aquisição de boa parte do seu significado. Por outro lado sabemos que, não existem soluções simples ou únicas, nem muito menos receitas prontas que garantam o sucesso de uma proposta pedagógica, mas que há algumas que podem possibilitarem aos alunos uma negociação que se torne mais acessível. Os PCN (1998) ressaltam uma matemática cujo significado o aluno possa perceber no momento em que aprende, e não em um momento posterior ao aprendizado. Neste estudo ira se procurar unir tais considerações didáticas na exposição a partir de objetos recicláveis que se assemelham a cilindros em acréscimo que os alunos busquem estratégias que solucione problemas conceituais. Pois se apoiando em Lorenzato (1995) os conceitos geométricos, que constitui parte importante do currículo de matemática no ensino fundamental, devem possibilitar aos alunos articular e estimular à iniciativa e criatividade na construção de tais conceitos. O estudo de objetos sólidos semelhantes à cilindros, pode de algum modo contribuir para a aprendizagem da geometria métrica espacial, pois estimulam o aluno a observar, perceber semelhanças e identificar faces, e a vislumbrar futuras planificações. Isto pode ser mais esclarecido segundo o PCN (1998 p.51): “é fundamental que em 1 Estamos chamando de atividades matemáticas abertas as que não super valorizar a mensuração, formulação e a utilização de implementos tais como régua graduada. Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 6 estudos do espaço e forma sejam explorados a partir de objetos do mundo físico, de modo que permita ao aluno estabelecer conexões entre a matemática e outras áreas do conhecimento”. Diante os argumentos apresentados espera-se que ao atribuir a tais procedimentos no desenvolvimento de habilidades de percepção espacial, o trabalho com materiais recicláveis pode ser visto como um importante recurso didático. No caso dos objetos sólidos citados a cima acredita-se que eles podem favorecer a construção de diferentes vistas do objeto freqüentemente indispensáveis na resolução de problemas. Ao lembrarmos o que os livros de matemática do ensino fundamental e médio apresentam em sua seqüência de estudo, a formalização, exercícios resolvidos, exercícios propostos e problemas de vestibulares. Tal procedimento didático mostra-se como um simples ato de memorização e repetição, o que não garante êxito na aprendizagem, fortalecendo nossa intenção de construção de significados. 4- Apresentação da Proposta Inicialmente, se recorrerá a materiais concretos de formas cilíndricas propondo que os alunos identifiquem e sistematizem os conceitos geométricos subjacentes a tais formas, trata-se de uma investida a fim de levantar os conhecimentos prévios dos alunos. Em seguida, a partir desses conhecimentos prévios se busca a mudança conceitual qual seja a passagem do conhecimento empírico para o conhecimento matemático, acadêmico. Com isso, se tem por expectativa ajustar os conceitos e sistematização do conhecimento empírico para o conhecimento aceito pela comunidade matemática. Partindo da resolução de um problema aberto para situações que leve os alunos à formulação gerais e específicas. Para fundamentar esta proposta, enquanto resultados esperados do ensino, cabem lembrar que sobre resolver problemas os PCN´s (1998, p.42) pressupõe que o aluno seja capaz de: 1) elaborar um ou vários procedimentos de resolução (como realizar simulações, fazer tentativas, formular hipóteses ); 2) comparar seus resultados com os dos outros alunos; 3) validar seu procedimento. Estes pressupostos percebe-se que não são freqüentemente encontrados em livros didáticos utilizados pela maioria dos professores de matemática se comparados os seus objetivos com as suas formas didáticas propostas, mas mesmo assim tem sido. Isto Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 7 evidencia a falta de projetos didáticos aplicados aos livros didáticos e conseqüentemente inexistentes em nossas escolas, não devemos esquecer das propostas alternativas de vários professores que muito tem contribuído ao ensino da geometria. Neste afrontamento entre os livros didáticos e o conhecimento prévio dos alunos que construiremos em nossa proposta, o conhecimento matemático abordado sobre estudo da geometria métrica espacial cilíndrica. 4.1- Momento de Familiarização com o Material Expondo aos alunos materiais recicláveis semelhantes a cilindros conforme a figura 1 abaixo (leitura da esquerda para a direita), é possível explorar os conceitos matemáticos subjacentes à geometria nestes objetos de forma criativa e dinâmica. Fig. 1: latas de óleo e leite em pó. Espera-se com tal exposição e concepções levantadas dos alunos despertar neles uma visão espacial sobre o objeto cilíndrico em termos particulares e generalísticos no que se refere aos cálculos das áreas das bases e lateral, para facilita-lo se executará cortes seqüenciados das faces como está apresentado nas figuras 2 3,4 e 5 que seguem: 1o Passo: Solicitam-se os cortes das bases, inferior e superior (tampas) nesta ordem das latas de óleo e leite em pó da figura 1 anterior que da esquerda para a direita, conforme as figuras 2 e 3 são respectivamente bases, inferior e superior. Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 8 Neste momento nota-se que estas bases são parecidas por figura e por isso elas apresentam a mesma área. Porém, cabe informar que independe das dimensões das áreas das figuras 2 e 3 serem diferentes o volume poderá ser o mesmo dependendo das suas respectivas alturas. Fig. 2: Bases inferiores e superior da lata de óleo Fig. 3: Bases inferiores e superior da lata de leite em pó 2o Passo: Neste momento são solicitados um corte longitudinal no corpo da lata e o estiramento do mesmo a fim de obter-se áreas laterais como mostram as figuras 4 e 5 que correspondem respectivamente as latas de óleo e leite em pó da já mencionada figura 1. Fig. 4: Superfície lateral da lata de óleo Fig. 5: Superfície lateral da lata de leite em pó Estas planificações geométricas acima se limitam neste primeiro passo auxiliar a visualizar que o envolto lateral possui área uma vez que tais decomposições representam retângulos enquanto que as tampas mesmo sem decomposição já lembram áreas de círculos. Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 9 3o Passo: Segundo a composição da lata de óleo figura 1 com as figuras 2 e 4 e da lata de leite em pó com as figuras 3 e 5 se pode vislumbrar que as áreas destas figuras geométricas planas constituídas por círculos e quadriláteros formam cilindros. 4.2- Momento de Especulação Ao se olhar às planificações dos cortes das latas cilíndricas se pode notar que suas representações são compostas por figuras geométricas planas e que podem ser decompostas por círculos (faces das bases) e quadrilátero (face lateral). 4.3- Momento de Levantar as Percepções Estas decomposições podem ser feitas primeiramente explorando a visão espacial dos alunos solicitando o rabisco no papel das faces laterais e das bases do objeto. Em seguida estes rabiscos devem ser considerados em todos os aspectos, mesmo que apresentem erros na planificação, pois é neste momento que identificaremos o pensamento geométrico dos alunos e sua relação com o mundo físico. Com isso se pretende valorizar as construções dos alunos enquanto representações, neste sentido segundo os PCN´s (1998) no que diz respeito aos sistemas de representação plana das figuras espaciais, entendem-se que as principais funções do desenho representado em si são as seguintes: 1) Visualizar e fazer ver, resumir: Nesta etapa se dá a importância para despertar nos alunos a visualização geométrica e suas representações no plano e no espaço. É o que no momento de familiarização com materiais recicláveis busca-se instigar na apreciação destes objetos. 2) Ajudar a provar: A partir das planificações do corpo cilíndrico e de suas bases poderia ser deduzida e provada as fórmulas apresentadas nos livros didáticos as quais contribuem para as resoluções de problemas, é neste sentido que o momento de especulação se faz presente. 3) Ajudar a fazer conjecturas (o que se pode dizer): Ao inter-relacionar os dois momentos anteriores se tenta a partir do confronto entre o concreto e o abstrato abrindo assim caminho para a elaboração da concepção cientifica. Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 10 4.5- Momento Intersubjetivo Inicialmente, pode-se discutir a cerca das serem figuras geométricas planas que se assemelham a circunferências perifericamente, mas que tem uma área como sendo um círculo. A utilização de pedaços de cordão para circular o corpo cilíndrico do objeto mostra que o comprimento da base se assemelha a uma das dimensões da face lateral planificada conforme as figuras 4 e 5. Durante este processo não é preciso usar régua graduada, pode-se desprover da preocupação da mensuração graduada visando às representações puramente geométricas. A intenção em síntese é tentar fazer os alunos confrontarem suas idéias entre si na busca de um argumento consensual que explique as construções geométricas (planificações) e a relação entre o concreto e o abstrato. É também neste momento que o professor busca articular um procedimento metódico avaliativo e regulador que poderia ser neste caso o método Socrático com indagações tipo: 1) Qual a representação da superfície lateral deste sólido? 2) Esta representação se aproxima de qual figura da geometria plana após um corte perpendicular à base? 3) Quais são as dimensões desta figura 4) Estas dimensões são representadas por quais figuras da geometria plana antes do corte? 5) Qual é a área desta figura? 6) A que figura se assemelha às bases? 7) As bases têm mesma área? 8) Como calcular a área das bases? 9) Qual é a área total destas figuras? 10) A geometria plana tem a ver com a geometria espacial? 5- Momento de Matematização do Discurso Intersubjetivo Segundo os PCN´s (1998), estabelecer relações entre figuras espaciais e suas representações planas, envolvendo a observação das figuras sob diferentes pontos de vista, construindo e interpretando suas representações. As figuras 8 e 9 demonstram a manipulação das figuras 6 e 7 em outra disposição. Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 11 Fig. 9 Fig. 8 Diante as idéias estruturadas consensualmente no momento anterior pode se caracterizar a área da superfície lateral como sendo o produto do comprimento ( c ) caracterizado pela medida do comprimento do cordão que envolveu circularmente o cilindro pela altura ( h ) que é a medida de uma das faces da base a outra; então a área da superfície lateral do objeto será : Sl = c ⋅ h como c = 2 ⋅ π ⋅ r , obtém-se: sr = 2 ⋅ π ⋅ r ⋅ h como expressão para o calculo da área de um cilindro. Note, portanto, que isso se trata das bases do objeto cilíndrico, daí a área da superfície inferior igual a área da superfícies superior, logo: Sb = π ⋅ r 2 , como as bases são iguais teremos: 2Sb = 2 ⋅ π ⋅ r 2 . Finalmente, somando-se as áreas das superfícies lateral 2 ⋅ π ⋅ r ⋅ h e da base 2 ⋅ π ⋅ r 2 chegaremos a área total St , assim representada: St = Sl + 2Sb = 2 ⋅ π ⋅ r ⋅ h + 2 ⋅ π ⋅ r 2 , logo: St = 2 ⋅ π ⋅ r (h + r ) . Pode acontecer de termos um objeto cilíndrico em que a seção meridiana resulta em um quadrado, neste caso será chamado de cilindro eqüilátero. No cilindro eqüilátero o diâmetro (d = 2 ⋅ r ) tem igual valor numérico a altura (h ) do próprio objeto, assim a área da superfície lateral será dada pela expressão Sl = 2 ⋅ π ⋅ r ⋅ 2 ⋅ r , então, St = 4 ⋅ π ⋅ r 2 . E sua área total será dada pela expressão Sl = 6 ⋅ π ⋅ r 2 . A partir destas decomposições que forneceram as áreas laterais e das bases conforme planificação mostram que compõe um novo elemento chamado volume. Esta planificação fica bastante evidente ao submetermos uma lata de óleo ao recorte das suas bases (tampas) e um corte longitudinal em relação a sua base. Ao recompormos este objeto cilíndrico temos a apresentação geométrica dos seus elementos. Anais do VIII ENEM – Minicurso GT 2 – Educação Matemática nas Séries Finais do Ensino Fundamental 12 A área da base inferior é igual à área da base superior pela comparação das bases o que nos leva ao conceito de semelhança entre as bases. A área da face lateral fica bastante evidente ao vislumbrarmos os cortes das bases da lata de óleo e um corte longitudinal na parte cilíndrica agora oca. “O volume de um sólido é a quantidade de espaço por ele ocupado. (Isto não é uma definição matemática, mas apenas uma idéia intuitiva.) Estamos interessados em medir a grandeza “volume” e para isso deveremos compará-la com uma unidade. O resultado dessa comparação será um número: a medida do volume” (Lima,1998p.61). A idéia de volume a partir da composição deste objeto é o preenchimento de seu espaço, por exemplo, com arroz, aclara de forma sucinta e criativa. Caminhando ainda neste sentido o volume pode ser percebido pelo produto da área da base (Sb ) pela altura (h ) o que resulta em: V = Sb ⋅ h , como, Sb = π ⋅ r 2 , vem, V = π ⋅ r 2 ⋅ h V = Πr2. O estudo da geometria métrica espacial cilíndrica concebida a partir de materiais recicláveis traz entre outras vantagens, o barateamento, a iniciativa e a valorização da criatividade como ponto de partida ao reconhecimento do conhecimento prévio dos alunos na construção de significado à resolução de problemas. Em acréscimo se poderia também escrever algumas fórmulas que representem a área lateral e da base para quaisquer objetos sólidos similares a cilindros? Bibliografia BARDERAS, S. Didáctica de la Matemática: El libro de los recursos. Madrid: La Muralla, 2000. LIMA, E.. Medidas e Formas em Geometria, comprimento, Área, volume e semelhança. Rio de Janeiro: SBM, 1998. LORENZATO, S. A Educação Matemática em Revista. SBEM – nº 4 – 1º Semestre 1995. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. Matemática, Ensino Fundamental II, Brasília, MEC/SEF, 1998.