GRUPOS DE REFLEXÃO: CONQUISTAS E DESAFIOS NA ARQUIDIOCESE DE MARIANA Pe. Marcelo Moreira Santiago Coordenador Arquidiocesano de Pastoral O CONCÍLIO VATICANO II (1962-1965) Entre os frutos do Espírito Santo colhidos pela Igreja nestes últimos 50 anos está o da maior valorização da Palavra de Deus como centralidade na vida do cristão e da Igreja Ela ganhou particular atenção no Concílio Vat. II, sobretudo com a Constituição Dogmática “Dei Verbum”, sobre a Palavra de Deus. Nos desdobramentos do pós Concílio Vat. II, a Sagrada Escritura assumiu presença destacada no processo de evangelização na liturgia, na catequese, na articulação dos serviços pastorais e no compromisso missionário. AS COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE – CEB’S Na Igreja do Brasil e na América Latina, com as Ceb’s, a partir dos anos 70/80, a leitura da Bíblia se fez mais perto, articulada com a vida (ver, julgar, agir), abrindo iniciativas de atuação participativa e transformadora “dentro e fora” da Igreja em vista do Reino de Deus (inserção eclesial) GRUPOS DE REFLEXÃO São valioso instrumental para organização das ceb’s: Eles se multiplicam nas comunidades e congregam um pequeno número de pessoas mais próximas para leitura e reflexão da Palavra de Deus e seu confronto com a vida cotidiana Fazem crescer a organização comunitária e a vivência eclesial, numa Igreja mais corresponsável, misericordiosa, participativa e ministerial. NOSSA CAMINHADA ENQUANTO GRUPOS DE REFLEXÃO NA ARQUIDIOCESE DE MARIANA PONTOS POSITIVOS A produção mensal de roteiros em nossa Arquidiocese, atualmente de 40.000 exemplares, com 105 assinantes entre paróquias e comunidades A existência de uma equipe que se desdobra para a sua produção, composta de leigos, seminaristas e com a assessoria do Pe. José Geraldo de Oliveira. A preocupação de avaliar permanentemente este instrumental e colher sugestões dos que participam. O destaque dado aos Grupos de Reflexão pelas assembleias pastorais e pelo Projeto Arquidiocesano de Evangelização, mostrando sua prioridade no processo de evangelização em nossa Igreja Particular, como caminho para a formação popular e a organização eclesial. A linha assumida pelos Roteiros de Reflexão de contemplar, nas reflexões mensais, as prioridades de nossa caminhada pastoral, em permanente sintonia ao que pede a Igreja. A articulação para que a mesma equipe dos roteiros de reflexão seja também a que prepara a “Novena de Natal”. PONTOS QUE DESAFIAM Houve com o tempo uma diminuição do número de roteiros produzidos. Já chegamos, no passado, a 70.000 exemplares. O atraso na sua produção gráfica e na distribuição vem se arrastando há anos. O interesse pelos Grupos de Reflexão ainda não é tão grande como deveria ser, sobretudo pelos párocos: Tanto em relação ao seu incentivo e organização nas comunidades e paróquias, quanto no acompanhamento e integração dos mesmos no processo da educação e vivência comunitária da fé. Em muitas paróquias, eles não recebem o destaque que merecem. Há padres que resistem a eles e fecham suas comunidades a esta iniciativa arquidiocesana. Consciência missionária de ir ao encontro, de visitar famílias, de multiplicar os grupos em nossas comunidades e de mais nos engajarmos nas lutas de transformação da sociedade e anúncio da Boa Nova de Jesus. A articulação reflexão e ação, enquanto mecanismo de transformação da realidade em vista do Reino de Deus, ainda é tímida: Em alguns lugares, o plenário não acontece como convém; As propostas não são levadas para a comunidade maior – para todos; A reflexão ficou mais “espiritualista”, sem alimentar convenientemente uma espiritualidade encarnada e libertadora, na fidelidade ao evangelho; Houve certo cansaço, com desistências de alguns. INICIATIVAS IMPORTANTES Manter uma equipe consistente e representativa para a produção dos roteiros. Ter em cada região pastoral uma equipe para aprofundamento e articulação dos Grupos de Reflexão. Motivar as paróquias a não só distribuir os roteiros de reflexão, mas: Reunirem-se mensalmente com os coordenadores dos grupos de reflexão; Investir no sentido de que as lideranças paroquiais participem dos grupos de reflexão. Inclusive, se preciso for, com um dia da semana reservado para estes encontros; Fazer conhecido nas comunidades da Paróquia os gestos concretos e propósitos assumidos a partir da reflexão mensal dos grupos de reflexão. Realizar, com certa regularidade, encontros nos níveis arquidiocesano e regional. Valer-se do Jornal Pastoral, do “Comunidades em Festa” e do site da arquidiocese para dar maior “visibilidade” dos roteiros de reflexão. Motivar as paróquias e sensibilizar os padres para, em sintonia com o PAE, abraçarem esta causa. Animados pelo Cristo ressuscitado e pelo Espírito que nos fortalece, com a proteção dos santos(as) possamos anunciar e testemunhar o Reino de Deus, nosso Pai na vida desta Arquidiocese, dando continuidade às experiências das primeiras comunidades cristãs e respostas aos apelos dos novos tempos como Igreja viva chamada a anunciar, no discipulado a comunhão e a missão.