A conversão pastoral da paróquia
(Documento 100 CNBB)
CAPÍTULO 1: SINAIS DOS TEMPOS E
CONVERSÃO PASTORAL
 INTRODUÇÃO (1 a 10)
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1.1: Novos contextos: desafios e oportunidades (11 a 22)
1.2: Novos cenários da fé e da religião (23 a 27)
1.3: Realidade da paróquia (28 a 37)
1.4: A nova territorialidade (38 a 44)
1.5: Revisão de estruturas obsoletas (45 a 50)
1.6: A urgência da Conversão Pastoral (51 a 57)
1.7: Conversão para a Missão (58 a 60)
 BREVE CONCLUSÃO (61)
INTRODUÇÃO
 A Paróquia é, há séculos, referência para os batizados,
mas, a “mudança de época da sociedade e o processo
de secularização diminuíram a sua influência sobre o
cotidiano das pessoas”
 Não é uma estrutura caduca (EG), mas possui
plasticidade (flexibilidade) e, por isso, pode assumir as
formas que “requerem a criatividade missionária do
pastor e da comunidade”. (2)
Introdução
 A Assembleia Ordinária tratou do
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tema em 2013 (documento 104
Estudos da CNBB).
Houve uma participação intensa
de várias instâncias.
Em 2014, o tema foi aprofundado.
Foi enriquecido com os
pronunciamentos do Papa, na JMJ
e pela Exortação Apostólica
Evangelii Gaudium.
Fruto está entre nós: o documento
100!
52ª Assembleia
Geral da
Conferência
Nacional dos
Bispos do Brasil
(CNBB)
Aparecida/SP
30 de abril a 9 de
maio de 2014
Introdução
 A Igreja é chamada a reconhecer os “sinais dos tempos”
(Vaticano II – GS, PO, UR...), pois a história é rica em
sinais da presença de Deus (9).
 Enfrenta-se a realidade para encontrar as demandas
que se apresentam para a evangelização (10). Não é um
olhar puramente sociológico, mas, o “olhar do
discípulo missionário que se nutre da luz e da força do
Espírito Santo” (EG).
Introdução (7)
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QUESTÕES DESAFIADORAS
Qual é a situação de nossas paróquias
hoje?
Quais são as causas de certo esfriamento
na comunidade cristã?
O que é preciso perceber para que
ocorra uma mudança?
Que aspectos merecem revisão urgente?
O que é possível propor e assumir na
pluralidade da realidade brasileira?
1.1: Novos contextos: desafios e
oportunidades (11 a 22)
• Reconhecer os sinais dos tempos: sinais da
presença de Deus (GS, 4, 11, 44; PO,9; UR,4;AA,14)
• Pastoral e ação evangelizadora: ser presença de
Cristo no mundo (LG,15; GS,43)
• “Ecclesia semper reformanda” (UR,6) – novas
demandas:
acontecimentos,
exigências
e
aspirações.
• Discernimento evangélico: olhar de discípulo, que
se nutre da luz e da força do Espírito Santo (EG,50)
1.1: Novos contextos: desafios e
oportunidades (11 a 22)
 (11) Novas tecnologias, comodidade, experiências
inimagináveis no passado. Emergência da
subjetividade, preocupação ecológica, voluntariado,
tolerância, respeito pelo diferente. Nova consciência –
consciência planetária. Luta contra a corrupção, contra
as injustiças e os a luta pelos direitos humanos.
Mas, por outro lado...
1.1: Novos contextos: desafios e
oportunidades (11 a 22)
 (12) Fortalecimento da subjetividade individual,
enfraquecimento dos vínculos comunitários,
consumismo, egoísmo que “desenraiza o indivíduo da
comunidade e da sociedade”. Felicidade reduzida à
satisfação do ego. Instituições e Organizações (e a
própria comunidade) não são capazes de oferecer
sentido à felicidade. Ser Feliz é ser livre e autônomo,
isto implica a desvinculação da FAMÍLIA, DA
RELIGIÃO E DA SOCIEDADE.
1.1: Novos contextos: desafios e
oportunidades (11 a 22)
 Indiferença pelo outro e imediatismo: viver aqui e
agora! Importa mais a sensação do momento (14).
 Consumismo: a pessoa existe enquanto consome – seja
no shopping ou no camelódromo, a pessoa busca
“comprar a satisfação ou o sentido de sua
individualidade” (15).
1.1: Novos contextos: desafios e
oportunidades (11 a 22)
 Índices de pobreza, violência, exclusão social. O
grande desafio da “drogadição”. Utilitarismo e
imposição da “sociedade do descartável”.
 Na sociedade do descartável, o idoso e o doente não
representam nada, porque não produzem e não
consomem.
1.1: Novos contextos: desafios e
oportunidades (11 a 22)
 Crescimento desordenado das grandes cidades. Para
estes, a Igreja deve apenas satisfazer as demandas, pois,
não buscam viver em comunhão, tampouco participar
do grupo de cristãos. Dificuldade em perceber
individualmente (migrantes e novos vizinhos) (18).
 Meios de Comunicação mudaram hábitos e atitudes.
Pessoas informadas e conectadas. Privacidade ameaça a
e novo conceito de espaço (19).
1.1: Novos contextos: desafios e
oportunidades (11 a 22)
 A categoria da inculturação deve ser pensada no
contexto midiático – “inculturar o Evangelho no
contexto da comunicação virtual” (20).
 Tanto o meio urbano, como o rural (por causa das
tecnologias), sofrem com os problemas relativos à falta
de vínculo comunitário (21);
1.1: Novos contextos: desafios e
oportunidades (11 a 22)
 A Sociedade quer se pautar pelo laicismo. Relativismo
e se pensa em uma sociedade “pós-cristã” (22).
 Cultura cada vez mais secularizada quer afastar o
cristianismo das decisões morais da sociedade (22).
1.2 Novos cenários da fé e da religião
 Religião ligada aos interesses pessoais e não
institucionais. Busca de curas e prosperidade. Aumento
substancial do ateísmo, do deísmo e do teísmo (23).
 O pluralismo liberta da rigidez, mas, desorienta e o seu
extremo é o indiferentismo. Católicos que buscam
outros cultos, para complementar sua necessidade.(24).
 Participar da vida social é uma opção frente ao
pluralismo. Diante das várias pertenças: trabalho,
cultura local, política, lazer etc., torna-se um desafio
manter a identidade e a vocação cristã (25).
1.2 Novos cenários da fé e da religião
 Jovens e idosos se utilizam dos recursos tecnológicos
(internet e TV), para viverem a expressão religiosa
(26).
 Trata-se de uma adesão parcial. Não há sentimento de
pertença e engajamento paroquial. Um exemplo é que
muitos colaboram com as campanhas da TV, mas, não
com o dízimo local (27).
 É NECESSÁRIA a presença católica entre as mídias,
mas, deve ser pensado o sentido de “pertença” (27).
1.2 Novos cenários da fé e da religião
• Religiosidade não institucional: interesses pessoais 
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busca de soluções imediatas: curas, prosperidade
financeira...
Os que se declaram sem religião (mesmo os
batizados);
Pluralismo: perda de referências fundamentais,
fragmentação da vida e da cultura, desrespeito e
indiferença, sincretismo;
Perda do sentido comunitário e solidário da fé e a
dificuldade de manter a identidade e vocação cristãs;
Religiosidade midiática: redes sociais, TVs (menor
senso de pertença e engajamento comunitários)novas modalidades de se viver a fé.
1.3. A realidade da Paróquia
 Unida às outras paróquias da diocese e na sociedade –
não é autônoma/independente;
 Dificuldades: não assumir a eclesiologia do Vaticano
II (sacramentalismo e devocionalismo), sem plano
pastoral sincronizado com a diocese, catequese sem
iniciação cristã, centralismo na pessoa do pároco
(ausência da atuação eficaz dos leigos), falta de
preocupação missionária, pequenas comunidades
“fracas”, grupos fechados e sem comunhão com a
diocese ou diálogo com o mundo (fundamentalismo),
paróquias instituições (clubes...), cheia de vetos,
burocracia, distante e sem preocupação com os pobres
ou com a evangelização,;
1.3. A realidade da Paróquia
 Há exemplos de conversão pastoral: processo de
Iniciação Cristã (catequese), animação bíblica,
ministérios leigos, CPP, CAE, busca dos afastados,
novos métodos (EG,33), planos evangélicos, místicos e
participativos. Procura integrar fé, esperança e
caridade na intersubjetividade.
1.4. A nova territorialidade
Há séculos o principal critério da experiência
eclesial (fixista e estável). Hoje as relações
sociais se sobrepõem: sem delimitação
geográfica, mobilidade, fluidez do território;
(38).
Espaço: lugar habitado (interação e convivência
da fé)  sentido de pertença não depende do
território (39);
Não se despreza a territorialidade como
referência, pois acolhe os diferentes modos de
viver a fé; (42)
1.4. A nova territorialidade
 A territorialidade paroquial impede que a comunidade
se torne apenas um grupo de pessoas que se reúnem
por afinidade (42)
 Cânon 518: define a paróquia em função do território,
mas, acena para a realidade de paróquias não
territoriais (rito, nacionalidade, razão pastoral); (43)
“Atualmente essa segunda forma de criação de
paróquias precisa ser aprofundada”.
 Mídias: grupos de pertença  espaço virtual:
comunidades virtuais, que superam a noção de espaço
e tempo.
1.5. Revisão de Estruturas Obsoletas
Ativismo estéril: manutenção de práticas e
estruturas (energia desperdiçada), longe das
novas inquietações (45);
Tornar
a
paróquia
mais
missionária
(constante saída – EG,27): nova linguagem,
conceitos compreensíveis para
que as
verdades de sempre sejam uma novidade
(Mistério de Deus – espiritualidade que o
torne desejável), indo além do meramente
administrativo e sacramental;
1.5. Revisão de estruturas Obsoletas
Excesso de Burocracia: Em muitas partes
predomina o administrativo sobre o pastoral,
bem como uma sacramentalização sem outras
formas de evangelização (48).
Não basta multiplicar ministérios!
Atendimento: doentes, solitários, enlutados,
deprimidos, dependentes químicos, povo da rua,
famílias, quilombolas, etc...  ampliar os
ministérios leigos, na mística do discípulo
missionário, para uma paróquia missionária
(EG,28);
1.6. A Urgência da conversão Pastoral
 Transformação permanente, interior e integral,
que sugere a renovação missionária das
comunidades e cristãos para o Cristo (Dap,370), nas
estruturas e métodos, ultrapassando o modelo de
conservação e manutenção (fechamento e defesa
sem diálogo), para uma pastoral missionária;
 Mudança não é somente prática, requer nova
mentalidade. A conversão pessoal e a pastoral
andam juntas, pois se fundam na experiência de
Deus (55).
 Contínua (LG,8): nova mentalidade pastoral no
exercício da maternidade da Igreja, fundada na
experiência de Deus;
 Comunidade acolhedora, samaritana (EG 49),
orante e eucarística;
1.7. Conversão para a Missão
 Passar de uma pastoral limitada pelas atividades
internas da Igreja para o diálogo com o mundo, fiel à
proposta do Evangelho para a comunidade, renovando
costumes, estilos, horários e linguagem;
 Favorecer mais a evangelização que a autopreservação
da paróquia, superando a espiritualidade intimista
para dar-se mais aos outros.
1.8. Breve Conclusão
 Desafio: renovar-se diante das aceleradas mudanças
deste tempo;
 Exigência para o discípulo missionário: coragem e
ousadia diante dos novos contextos e ter como fonte
perene o encontro com Jesus Cristo, renovado
constantemente pelo anúncio do querigma.
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Capítulo 1 -Sinais dos Tempos e Conversão Pastoral