DIÁRIO DO AÇO ESPECIAL AS ESCOLAS DE IPATINGA CAPÍTULO XIX Escola Estadual Haydée Maria Imaculada Schittini (Esperança) A Escola Estadual Haydée Maria Imaculada Schittini, de ensino fundamental, estabelecida na avenida Orquídea, 200, bairro Esperança, foi criada pelo Decreto nº 25.491/1986. A autorização nº 988/1987 foi publicada no jornal “Minas Gerais” de 9 de março de 1987 e a escola teve as suas atividades iniciadas dia 16 de março de 1987. Após publicada a criação e autorização da escola, a Prefeitura de Ipatinga construiu uma sede provisória com paredes frágeis, compostas de isopor, e o telhado de amianto. Denominada inicialmente Escola Estadual da Avenida Esperança, recebeu o nome de Escola Estadual Haidée Maria Imaculada Schittini após a publicação do Decreto 30.074/1989 no jornal “Minas Gerais” de 29 de setembro de 1989. Haidée Maria Imaculada Schittini, filha de Braz Schittini e Conceição Araújo Schittini, nasceu em Coimbra (MG) no dia 19 de maio de 1935 e faleceu dia 12 de setembro de 1987, em Viçosa (MG). Fez os cursos primário, ginasial e magistério na Escola Normal Nossa Senhora do Carmo, em Viçosa, e Administração do Lar no anexo à Escola Superior de Ciências Domésticas da Universidade Rural de Minas Gerais, hoje Universidade Federal de Viçosa, e o curso de Licenciatura em Artes Plás- 3 Domingo, 14 de setembro de 2014 ticas na Universidade Federal de Minas Gerais, convênio com o Programa de Expansão e Melhoria do Ensino (Premen), em Betim (MG). Aprovada no concurso de Magistério para lecionar em Teixeiras (MG), começou como professora da Escola Combinada Infantil. Com a ajuda dos pais e da diretora da escola, montou a primeira classe na Escola Estadual Antônio Carlos de 1º Grau, em Teixeiras. A seguir foi transferida para Viçosa, onde ficou por sete anos. De 1972 a 1987 atuou na Escola Estadual Dona Canuta Rosa de Oliveira Barbosa, no bairro Cidade Nobre, em Ipatinga, onde foi regente de aulas de Educação para o Lar por doze anos. Licenciouse a partir de 1982, devido a um câncer. No período do rígido tratamento em Belo Horizonte, segundo depoimentos dos colegas de trabalho, Haidée tornou-se um exemplo de vida. Retornava sempre à escola com disposição e alegria para realizar o seu dedicado trabalho. Preocupava-se com a preservação dos bens da escola e chegava a entrar em atrito com os colegas responsáveis por algo estragado. Dedicava as horas de folga, inclusive sábados e domingos, aos cuidados com a área da escola, plantando flores e cultivando árvores. PERSONAGEM DA HISTÓRIA AMÉLIA GONZAGA CARVALHO SILVA Dona Amélia nasceu em João Monlevade (MG), no dia 30 de outubro de 1942, filha de Maria Salomé Pinto Gonzaga e Paulo Gonzaga. É viúva de Décio Carvalho da Silva. Aprendeu a ler e escrever com a mãe, e depois ingressou na 2ª série do curso primário em Monlevade. Aos 10 anos, ao concluir o primário, tornou-se aluna interna do curso de Admissão ao Ginásio no Colégio Santa Marcelina. Permaneceu no regime de internato até o 2º ano do Ginasial, quando a família se mudou para a capital mineira. Estudou no Colégio Santa Marcelina até se formar professora. De 1960 a 1964, cursou Pedagogia na UFMG. Após a morte do marido, aperfeiçoou-se com um curso de Gestão Empresarial da Fundação Getúlio Vargas. Em 1965, após casar com Décio Carvalho da Silva, funcionário da Usiminas, veio morar em Ipatinga. “Quando cheguei a Ipatinga, o diretor do Colégio Estadual João XXIII insistiu para que fosse lecionar lá. Aceitei dar o mínimo de aulas possível e da matéria mais livre. Logo que comecei a lecionar esse diretor saiu da escola. Os professores se reuniram para definir quem devia dirigir o colégio, e me indicaram. Eu adorava trabalhar lá. Os meninos tinham um verdadeiro amor por aquele colégio e iam para lá até fora do período de aula. Trabalhei quatro anos sem receber um tostão, porque eu não tinha sido nomeada. No final do ano de 1969, os padres jesuítas tinham devolvido o Colégio São Francisco Xavier para a Usiminas. A empresa criou a Fundação São Francisco Xavier, para cuidar do colégio e do hospital. O presidente da Fundação era José de Barros Cotta, que me chamou para assumir a direção do Colégio São Francisco. Ele garantiu que eu teria tudo o que quisesse: dinheiro para material, para pagar os professores e tudo mais, mas com uma condição: o aluno que sair do Colégio São Francisco tem que passar no vestibular em Belo Horizonte. A Usiminas tem que garantir estudo de qualidade para os filhos dos funcionários”, lembra Amélia. Amélia Gonzaga CAUSOS E CURIOSIDADES INQUILINO DA ESTAÇÃO MEMÓRIA ZEZA SOUTO Ayres Ramos (foto) nasceu em Mimoso do Sul (ES) no dia 26 de maio de 1927. Casou-se com Aldira Silva Ramos. Em 1944, começou a trabalhar na Cia. Vale do Rio Doce como “praticante gratuito” (estagiário). Foi transferido para Ipatinga em 1960, quando a atual Estação de Intendente Câmara estava sendo construída. Segundo ele, existiam aqui duas estações: uma, onde é hoje o pátio de matérias-primas da Usiminas, e outra, no bairro Horto, denominada Estação de Nossa Senhora. “No dia 15 de abril de 1960 foi inaugurada a Estação de Intendente Câmara, e foram demolidas as duas outras. Fui o primeiro chefe da estação e era responsável por uma turma de cento e dez pessoas. Quando cheguei a Ipatinga com a mulher e cinco filhos, a nossa primeira residência foi na desativada Estação Ipatinga, no Centro, onde funciona a atual Estação Memória Zeza Souto.” MOLHEI A “SANTA” NO BARRA ALEGRE Benedito Augusto Barros (foto), também conhecido como Bené, nasceu em Antônio Dias (MG) no dia 27 de julho de 1929, filho de Antônio Augusto Barros e Rosa de Oliveira. É casado com Maria da Piedade Moreira Barros. Ele e o pai vieram para Ipatinga em 1949, a fim de “fazer carvão” para a Belgo-Mineira. “Naquela época (final da década de 1940), o distrito de Barra Alegre era famoso pelas festas, que atraíam muita gente, apesar da dificuldade de transporte para chegar ao local. Um belo dia eu montei em uma mula e fui a uma dessas festas. Logo que cheguei fiquei encantado pelo ‘corpinho muito bonito’ de uma moça, filha do José Anatólio. De repente, ‘a mula bateu a mão no barro’ criado pela chuva que havia caído e molhou a ‘Santa’ todinha. Santa era o apelido da bela moça. A minha vergonha foi tanta que eu fui embora de lá na mesma hora. Fim da festa pra mim, eu que mal começara a apreciar”, lembra Bené.