ROSÂNGELA REIS Nascida em Mesquita (MG), no dia 18 de abril de 1963, Rosângela de Oliveira Campos Reis é formada em Pedagogia pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unilest) e pós-graduada em Didática. Foi professora, orientadora e supervisora escolar. Desde 1997, mantém em Ipatinga o projeto social "Associação Ação Social pela Vida", que promove a qualificação e inserção de jovens no mercado de trabalho. Eleita Vereadora de Ipatinga pela primeira vez em 2000, pelo PSB, foi reeleita em 2004, pelo PTB, tendo exercido o cargo de Vice-Presidente da Câmara Municipal no biênio 2005-2006. Elegeu-se Deputada Estadual em 2006 pelo PV, eleição em que foi a mulher mais votada. Sua principal região de atuação política é o Vale do Rio Doce. Na Assembleia, preside pela segunda vez a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social. Faz parte da Cipe Rio Doce e é representante oficial da Assembleia no Conselho Estadual do Trabalho, Emprego e Geração de Renda em Minas Gerais e no Conselho da Região Metropolitana do Vale do Aço. “Meu ingresso na política se deu por meio da atuação na área social, apoiando instituições e trabalhando com a comunidade, sobretudo com o trabalho voluntário. Disputei as eleições por incentivo dessas comunidades e por ver nisso um meio de buscar o fortalecimento das políticas públicas voltadas principalmente para o desenvolvimento social. Para a disputa por um cargo público eletivo são necessários dois requisitos importantes: o apoio financeiro, para que o candidato não seja eliminado pelo poder econômico, e uma base familiar sólida, bem estruturada. No meu caso tive as duas coisas, tanto os recursos necessários – obtidos por meios próprios – quanto o apoio incondicional de toda a família. 91 MULHERES NA POLÍTICA: AS REPRESENTANTES DE MINAS NO PODER LEGISLATIVO Nesse caminho encontrei vários obstáculos, pessoas que não acreditavam na minha capacidade por eu ser mulher. Mas isso em nenhum momento abalou minha vontade de prosseguir e lutar pela melhoria da qualidade de vida das pessoas e pelo desenvolvimento sustentável, o que suplantou todas as críticas e dificuldades. Penso que as mulheres têm que experimentar mais o exercício de cargos políticos. E acredito que todas têm condições de vencer se seus objetivos estiverem amparados no próprio instinto maternal e na capacidade inerente a todas elas. Por meio das atividades políticas de base e do dia a dia no Parlamento, acredito estar contribuindo para a ampliação do espaço para a participação política feminina. Hoje muitas mulheres exercem liderança em vários setores econômicos e sociais, inclusive em associações comunitárias, e poderiam contribuir atuando no Executivo e no Legislativo, caso despertassem para a participação político-partidária. O sistema de cotas veio justamente para dar mais oportunidade para as mulheres, mas é preciso estimular a participação feminina, antes de se reivindicar um aumento das cotas, já que nem mesmo os 30% garantidos têm sido preenchidos. No meu mandato como Deputada, tenho dado muita atenção às questões relativas à mulher, como o enfrentamento da violência doméstica, procurando garantir a construção e o fortalecimento das redes de proteção. Por meio de emenda ao projeto de Organização Judiciária de Minas, aprovado em 2008, na Assembleia, garantimos a criação de um juizado especial para aplicação da Lei Maria da Penha, em Ipatinga. Também fui coautora de um projeto de lei que está tramitando na Casa, para aumentar o tempo de licença maternidade das servidoras públicas do Estado de Minas Gerais. Outro tema que me é muito caro é a questão do voluntariado. Por isso, apresentei um projeto, já transformado em lei, que institui a política estadual do voluntariado transformador em Minas, com o objetivo de unir e fortalecer as diversas iniciativas existentes. Também sou presidente da Comissão do Trabalho; autora de requerimentos que deram origem às frentes parlamentares de apoio à Defensoria Pública de Minas Gerais, à duplicação da BR-381 e ao Trabalho Voluntário; e coordenadora do núcleo do Idoso, da Frente Parlamentar em Defesa da Família.” 92