CEEQ Centro de Estudos de Engenharia Química PREPARAÇÃO DE UM FILME PLÁSTICO A PARTIR DE RESÍDUOS AGRO-FLORESTAIS ISEL Ana Margarida P. Lopesa; Maria Filomena O. Justinob; Pedro Noronha C. M. Teixeirab a b Objectivo Escola Secundária Professor Herculano de Carvalho, Av. Dr. Francisco Luís Gomes 1800-181, Lisboa. Escola Técnica e Liceal Salesiana de Santo António do Estoril, Av. Marginal S/N 2765-245, Estoril. O presente trabalho tem como objectivo o isolamento da celulose a partir do tarolo de milho, sua esterificação (obtenção de um polímero semi-sintético) e preparação de um filme plástico por moldagem através de vazamento. A caracterização estrutural do éster sintetizado será realizada por espectroscopia de infravermelho. Introdução1 A celulose é o principal constituinte das membranas das células vegetais (madeira e cereais), sendo um dos biopolímeros mais abundantes na natureza. A enorme variedade de desperdícios produzidos pelo Homem contendo celulose potenciam a sua utilização como fonte de matéria-prima renovável de baixo custo. A esterificação da celulose presente nos resíduos com derivados de ácidos gordos constitui um processo para a obtenção de materiais biodegradáveis utilizados em embalagens, têxteis, entre outros, permitindo a redução de desperdícios e sua valorização, com a consequente melhoria da qualidade ambiental. OCOR OH O O O O HO + O OH Piridina Tolueno C H3C(CH2)14 Cl Refluxo, 5h O CELULOSE O ROCO OCOR n Cloreto de palmitoílo n ÉSTER DE CELULOSE R = CH3(CH2)14 Fig. 1 – Representação esquemática da preparação de um filme plástico a partir de resíduos agro-florestais Resultados A celulose obtida, a partir do tarolo do milho finamente moído, sob condições básicas (solução aquosa de KOH 2M), apresentou-se como um sólido de cor bege, que se sujeitou, após tratamento Celulose Extractada (KBr) ácido, Éster de Celulose (KBr) a esterificação (cloreto de palmitoílo/piridina/ tolueno/refluxo). Após isolamento do produto esterificado, foi obtido um sólido de cor amarelada ténue, que se tentou purificar por dissolução/ precipitação em clorofórmio/ metanol. Da avaliação do espectro de infravermelho foi possível observar o aparecimento do produto esterificado (banda C=O, 1745 cm-1) e a subsistência de algum cloreto de palmitoílo como impureza. Fig. 2 – Montagem de refluxo Fig. 3 – Espectros de FT-IR Conclusões A celulose isolada do tarolo de milho foi esterificada na presença de cloreto de palmitoílo. A obtenção de um filme plástico a partir do éster sintetizado exige que o mesmo se encontre com elevada pureza. O processo realizado é assim promissor não só na obtenção de materiais biodegradáveis, mas também no que respeita ao aproveitamento dos desperdícios das colheitas de milho, contribuindo de forma inequívoca para um melhor equilíbrio ambiental. Referências 1. Gourson, C., Benhaddou, R., Granet, R. Krausz, P., Verneuil, B., Branland,P., Chauvelon, G., Thibault, J. F., Saulnier, L., J. Appl. Polym. Sci., 1999, 74, 3040. Agradecimentos Agradecemos à Ciência Viva (Agência Nacional pela Cultura Científica e Tecnológica), ao Centro de Estudos de Engenharia Química – Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (CEEQ-ISEL), ao Prof. José Prata, às Engenheiras Patrícia Barata, Alexandra Costa e Célia Constâncio, à Técnica Rosa Amorim, à Auxiliar Cristina Duarte (Secção de Química Orgânica) e à Auxiliar Maria João Carvalho (Secção de Química Inorgânica). Estágio realizado em Julho de 2006.