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EFEITO ANTIEPILÉPTICO DO BROMETO DE SÓDIO
EM FATIAS HIPOCAMPAIS DE RATOS
V Mostra de
Pesquisa da PósGraduação
Fernanda Noal Carlesso1, Antônio-Carlos Guimarães de Almeida2, Antônio Márcio
Rodrigues2, Jaderson Costa Da Costa1 (orientador),
1
Pós-Graduação em Medicina,Ciências da Saúde, Instituto do Cérebro, PUCRS, 2 Pós-Graduação
em Bioengenharia,, Laboratório de Neurociências Experimental e Computacional,UFSJ
RESUMO
Introdução
O brometo de sódio, fármaco antiepiléptico de primeira geração, ainda é utilizado para
tratar epilepsia refratária em crianças. Seu mecanismo de ação ainda não está totalmente
elucidado. Neste trabalho propomos, 1- investigar sua ação nas atividades epileptiformes
(AE’S) de natureza não-sináptica na região do giro dentado in vitro; 2- comparar sua ação
com solução contendo alta concentração de cloreto de sódio e com bloqueadores de canais
de cloreto dependente de voltagem (SITS, DIDS); 3-investigar o possível envolvimento das
gap junctions no mecanismo de ação do brometo.
Metodologia
O estudo envolveu registros extracelulares de campo e simulações computacionais. Os
experimentos foram realizados em fatias de hipocampo de ratos wistar in vitro. Utilizou-se
o modelo do zero cálcio e alto potássio, para indução das atividades epileptiformes e após
foram testadas as drogas NaBr, Octanol, DIDS e SITS.
Resultados e Discussão
Obtivemos inibição da AE induzida pelo modelo do zero cálcio e alto potássio com 9 mM
de NaBr (n=8). Com a perfusão da solução de zero cálcio + alta concentração de NaCl nos
registros (n=8) de campo obtivemos um bloqueio conforme o obtido nos registros com
NaBr (n=8). Comparou-se o efeito do NaBr com os bloqueadores de canais de cloreto
dependente de voltagem (SITS 1mM e DIDS 250 uM), observando-se uma semelhança nos
registros de potencial elétrico extracelular, mostrando possível envolvimento dos canais de
cloreto dependente de voltagem. O bloqueador de gap junctions (octanol) em concentrações
de 0,7mM foi utilizado juntamente com o brometo de sódio 5mM. Os resultados sugerem
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uma atuação das gap junctions no período transiente de aplicação do fármaco, sendo este
efeito visualizado nos registros extracelulares utilizando uma concentração de 0,7 mM de
octanol. As simulações computacionais compreenderam a investigação da transição entre
os momentos antecedentes à aplicação da droga e o bloqueio das atividades. Essas
simulações permitiram estabelecer à hipótese do envolvimento das gap junctions durante as
atividades em alta freqüência que figuram durante a transição. Achados da literatura
mostram uma grande confluëncia de gaps do tipo axo-axônicas. Na nossa simulação, foram
incorporadas os terminais axônicos e suas confluências para formação do feixe de fibras,
onde devem se estabelecer o maior quantitativo de gaps. A representação do feixe
permitiu incorporar interligações entre as fibras, ocorrendo ao longo de todo o feixe, por
meio das quais podem ocorrer propagações antidrômicas. O comprimento entre o ponto de
deflagração dos potenciais de propagação antidrômica foi utilizado para estimar o delay de
acoplamento entre os neurônios envolvidos. As simulações mostraram a importância desse
tipo de acoplamento e a análise das correntes e concentrações iônicas mostraram a
necessidade de se representar o efeito do pH sobre a condutância das gap junctions. Os
últimos resultados das simulações sugerem um mecanismos oscilatório para o pH
intracelular, modulado pela entrada de Na+ e redução de Cl-, diminuindo a entrada de
HCO3-. Esse mecanismo deve, por sua vez, modular a abertura e fechamento das gaps,
alterando
o
nível
de
acoplamento
entre
os
neurônios.
Acreditamos que deva
ocorrer uma transição entre o estado de alto sincronismo, de uma região ampla de
recrutamento, com a subdivisáo sucessiva da região recrutada em regiões menores, até a
total dispersão completa dos sítios de recrutamento e total bloqueio das atividades
epileptiformes.
Suporte: CAPES, PROCAD N°0080/05-5, FAPEMIG.
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efeito antiepiléptico do brometo de sódio em fatias