Difusao do Espiritismo Religioso . Orgao da ALiANCA ESPfRITA EVANGELICA FRATERN IDADE DOS DISCIPULOS DE JESUS N.D 106 Sao Paulo, dezembro de 1982 ANO X EDGARD ARMO D sos para auxiliar 0 desenvolvi mento de mediuns. Foi, tam bem , pioneiro do movimento de unifica~ao, tendo lan~ado a ideia de cria~ao da USE Uniao das Sociedades Espiritas. A Federa~ao Espirita do Estado de Sao Paulo ganhou vida em suas maos e, por trinta anos, cresceu sob seus cuidados; em 1973, a Alian~a Espirita Evange· lica nasceu sob sua inspira~ao. Edgard Armond foi, sem d(i· vida nenhuma, 0 continuador da obra de Bezerra de Menezes, no tacante it difusao e vivencia do Espiritismo em seu aspecto religioso. RESUMO BIOGRAFICO Em 1974, 0 companhelro Jac ques Conchon, diretor geral da Alianc;a Espirita Evangelica, re cebeu das maos do comandan te Edgard Armond uma sequen cia de folhas datilografadas contendo sua autobiografia. E . para esta autobiografia que "0 Treva" abre este mes todas as suas paginas: e Identidade Fi lho de Henrlque Ferreira Armond (de Barbacena) e de Leonor Pereira de Souza Armond (de Formiga), ambos de Minas Gerais. Nasceu a 14 de junho de 1894. em Guarati ngueta, Estado de S. Paulo. No dla 29 de novembro, as 4h30, no Hospital Oswaldo Cruz. em Sao Paulo, a coman dante Edgard Armand retornau a patria espiritual. Estava cam 88 anos completos. Seu carpo foi sepultado no Cemiterio de Vila Mariana. Do valoroso companheiro que partiu podemos dizer que por mais de trinta anos 0 movimen to espirita brasileiro viveu 1m· pulsionado pelo seu dinamismo. Foi ele que sistematizou 0 es tuda da Doutrina em termos evangelicos e estabeleceu cur· Origem do nome de familia Fidal gos franceses hugueno tes, expatrl ados durante as per segu ic;: 6es re ligiosas movldas por Catarina de Medicls, na Franc;:a, a partir da Noite de Sao Bart ol omeu. em Paris. em 1519. o Pagina 2 TREVO Sao Paulo, dezembro de 1982 ARD ARMO e que se estenderam por todo o pais ate 1582. Refugiaram-se em Amste r dam, na Holanda, dedicando-se ao comercio, transferlndo-se de pols para a IIha da Madeira e dali para 0 Brasil, em meados de 1700, fixando-se em uma sesmaria de t erras recebidas do Governo Portugues , entre Juiz de Fora e Barbacena, onde cons truiram a primitiva Fazen~ a dos Moinhos. Ascendentes Por parte de mae: Comenda dor Manoel Teixeira de Maga lhaes Leite, de Formiga , trans f erldo para Guaratingueta em meados do saculo passado; e Jose Antonio Pereira de Souza , medico, falecido em 1904, atual mente dirigindo uma colonia de desencarnados e cooperando na Fraternidade dos Irmaos Humil des , no Plano Espirit ual. Par parte de pai : Honoria Au gusto Ferreira Armond, Barao de Pitangui - do ramo de Bar bacena - e Camllo Maria Fer reira Armond, Conde de Pra dos - astr6nomo e medico de Pedro II - do ramo de Juiz de Fora. Em Guaratingueta fez as cur sos prlmarlo e secundario, trans ferindo-se para Sao Paulo em 1912, e no mesmo ano, para a Rio de Janeiro, ingressando no comarcio e, ao mesmo tempo, prosseguindo seus estudos . Em 1914, ao romper a Grande Guerra, vottou para Sao Paulo e alistou-se na Forca Publica do Estado , como prac;a de pre e, dais anos depois , ingressou na Escola de Oficia is, como 1.° sargento, saindo aspirante em 1918, casando-se no ana seguin te com Nancy de Menezes , fi tha do Marechal do Exerclto Ma noel Felix de Menezes . Comandou destacamentos em Santos, Sao Joao da Boa Vista e Amparo, fixando-se, por fim. na Capital. Como 2.° tenente, orga nlzou e foi nomeado diretor da Biblioteca da Forc;a Publica, sen do, ao mesmo tempo , nomeado professor de Historia, Geogra fia e Geometria na ..eferida Es cola. Em 1923 matriculou-se na Es cola de Farmacia e Odontologia do Estado, diplomando-se em 1926. Em 1922 f oi um dos chefes. no Est ado, da revoluc;ao que rna· logrou no pais e terminou com a rend ic;:ao do Forte de Copaca bana, no Rio de Janeiro. Como 1.° ten ente. na revol u <;:a o de 1924, combateu na Capi t al e, em seguida, seguiu para o Para na e Santa Cat arina, ate o fim da campanha, perman e cendo com a tropa de ocupaC;ao nas fronteiras do Paraguai e Ar gentina. ate fins de 1925. Na revoluC;ac de 1930, como capitao. serviu no Estado Maior. voltando em segu ida ao mag is t erio mi litar na Escola de Ofi ci ais e no Curso de Aperfeic;oa mento de Ofic iais, leciona ndo ad ministra<;:ao e legislac;ao mi litar. Em 1931 fez estudos e apre sentou proj et o de constru c;:ao de uma estrada de rodagem. de Pa raibuna a Sao Sebas t i a~ , visan do ligar 0 litoral nort e. aba ndo nado e deserto, ao Planal to e ao sui de Minas; nao havendo re cursos disponiveis , uti lizou pra c; as da propria Forc;a, prestes a serem desincorpora dos; como na~ se t ratava de servi<;:o pro prio da Corporac;ao, 0 proj et o sofreu gran des embarac;:os, mas fOi , afinal, aprovado, cabendo Ihe a direc;ao pessoal desse em preendimento, sem contar, en tretanto, com os indispensavei s rec ursos materi ais . Abrindo estrada Em abril de 1931 iniciou es sa const ru<;:ao no Alto da Serra de Caraguatatu ba, com 15 sol dados e al i trabalhou ate 0 rompimento da revol uc;ao constitucionalista de 1932, quando assum iu 0 co mando daquele litoral, das divi sas do Estado do Rio at e San tos, control ando tambem 0 mo vimento da Esquadra Nacional que mant inha va rios vasos de guerra na IIha de Sao Sebastlao . Organizou tropas em Pa raibu na e Caraguatatuba e coman dou-as, logo depoi s, no su i do Estado, nas cidades de Itai, Ta D quarf e Avara e, apos a cessa· C; ao da luta. foi nomeado Chefe de Potic ia do Estado, no perfo do de t ransic;ao que se segui u. passando em segui da a campor a Casa Mil itar do Governador m ilitar do Estado. General Wal domiro Lima . Sessenta dias depo is pedi u dem issao da re ferid a f unc;:ao para prosseguir na construc;ao da rodovia a que se propusera, no lito ral, que se encontrava apenas iniciada, sendo entao no mead e co ma ndante de urn Bata Ihao de Sapadores , cri ado espe ci almente para isso , tarefa essa que exerceu ate agosto de 1934, quando i nterrompeu a const ru CIaO por ordem superior, entre ga ndo-a ao DER : orgao compe te nte do gove rn:o, ja em fase adiantada e dando, mesmo, tran sito a veiculos ca rroC;aveis, de Paraibuna ate Caraguatatuba. Essa inic iat iva de carater ma is que pa rticular , reallzada com imensos sa crificios e difi culdades por carencia de recu r sos , antecipou de 40 anos a pro gresso dessa reg iao, beneficlan do as cidad es de Paraibuna, Na tiv idade, Salesopol is, Ubatuba. Carag uatatu ba , Sao Sebast iao e IIh a Bel a. Regressando em 1934, assu miu 0 subcom ando da Escola de Of iclai s; em seguida, organizou a Inspetori a Administrativa da Forc;a e, por conveniencia orga nizativa , fez concurso para 0 quadro de Administrac;ao da For <;:a, sen do cla ssificado como Te nente-Coron el, na chefla do Ser· vi<;:o de Intend encia e Transpor te , onde permaneceu ate 1938, quando sofreu ac ident e grave, permanecendo , porem, nessa chefia ate 1939, quando fol transfe rindo pa ra 0 a .G.; solici tando reforma , foi julgado inva lido para 0 servic;:o militar , aban donando 0 servic;:o em princf pios de 1940. Nesse ultimo periodo escre veu: " Tratado de Topografia U geira" (2 volu mes) e "Guerra Cisp lati na" (Discursos). Apos este resume de ativlda des profissionais , passamos agora as de nat ureza espiritual. que sao as de maior interesse e Sao Paulo, dezembro de 1982 o TREVO Piigina 3 que justlflcam 0 allnhamento destes dados blogrMicos. * '" * Em abril de 1938, passando pela prac;a Joao Mendes. foi abordado por urn negro pedrei ro, que Ihe fizera, ha tempos , urn pequeno servlc;o em casa e que se apresentou dizendo ser frequentador de urn Centro Es pirita de Vila Mariana e recebe ra a incumbencia de procura-Io e transmitir-Ihe urn recado, se gundo 0 qual. em junho do refe rldo ano, serla vftlma de um serio acidente. Nao deu Importancia ao aviso , mas nesse periodo de tempo, sofreu dois aCidentes de carro, IIgelros , dos quais livrou-se sem malores consequencias, ate que no dia 28 de junho, dirigindo seu carro oficial. teve um en contro com um caminhao de agua da Prefeitura, no Parque D. Pedro II, quebrando as dais joe Ihos , alem de outros ferlmentos de menor importancia. No dia seguinte, hospitalizado e alnda em estado de choq ue, foi procurado por duas pessoas: o motorlsta do caminhao que vlnha pedir sua proteC;80 para nao perder 0 emprego e a sua carta, pedido esse que aten deu ; e 0 pedreiro negro que in formava que 0 que aconteceu fora para poder trabalhar para 0 Esplritlsmo. Ap6s var ias cirurgias e trata mentos custosos , ficou quase sem poder andar durante seis meses, passando, em seguida , a usaI' muletas , com grande re dUl;ao de movimentos . Sol icitou entao reforma do ser vic;o , que fol negada por nao ter tempo legal de servic;o at ivo e poderem alnda ser tentados ou tros tratamentos. Como insistis se , obteve um ana de afasta mento e, em segulda, a reforma solicltada . Resumo de antecedentes doutrinarios Conhecia bem 0 esplritualls mo em geral. Em 1910, na cidade natal, Inl clau estudos sabre reli gi6es e filosofias, demorando-se mais nos conheclmentos orientals , mais ricas de ensinamentos e de tradic6es . Em 31 de mar~o de 1968, 0 comanclante participou do lan~amento da pedra fundamental da nova sede da Federa~ao Esplrlta do Estado de S. Paulo, na rua Santo Amaro. Em 1921. coma ndando na ci dade de Amparo , entrou para a Mac;:onaria. para conhecimen t o desse setor t radlciona l , deixan do de frequenta-Ia alguns anos depo is, no grau de mestre. Regressando a capital, fez contatos pessoais com IIderes esoteristas. ocul t ist as e espiri t as, ent re outros Krishnamurti , Kru m Heier, Jenerajadasa . Raul Sil va (sobr inho de Bat uira) e 0 f amoso med iu m Mirabelli , en Hi o em franco destaque no se t or de efeitos ffs icos. Dessa data ate 1935, os acon t ec iment os politiCOS do pais absorveram-no nas func6es mi litares no Estado e fora del e. Em 1936 concorreu a formar . a convite de Ca nuto de Abreu. um gru po de estudos e prat ica gens espirltuai s, que funcionava na residencia do ref erido Canu t o e do qual fa ziam part e, alem de out ros nao le mbrados , 0 Dr. C. G.S. Sha lders e Ant onio Car los Cardoso, ambos diretores da Escol a Polit ecnica . tendo oportunidade de trabalhar com o vel ho Rama lho, medium de in corporac;:ao e uma s6 vez com Linda Gazera, cele bre por ter si do med ium de efe itos flsicos na Europa, co m Charles Rlchet e out ro s investigadores. Nessa epoca visitou vanos centros espiritas particulares, que S8 dedicavam excl uslva mente a trabalhos de efeltos ffsicos nos arrabal des da capi t al . t odos an imados pelos resul t ados notaveis obtidos pela fa mi lia Prado. em Belem do Para. Em 1932, trabalhou tamb~m co m 0 famoso medi um Dr. Lulz Pa rigot de Souza, do Parana . Lera, a essa altura, grande parte da literatura espfrita e, um domingo a tarde, passando pela rua do Carmo, notou aglo meracao a porta da Associac;ao das Classes Laborlosas; Inda gando, soube que ali estava se realizando uma comemorac;ao de Ka rdec. Entrou e assistlu par te dela, ali vendo e ouv.indo al guns lideres espiri t as antl90s, como, por exemplo, Joao Batista Pereira. Lameira de Andrade, Montagn in i. estando t ambem present e 0 medium Chico Xa vie r, que apenas iniciava sua tarefa mediun ica . Nessa reuniao recebeu um li vreto intitulado " Palavras do In fi nito" , de Hu mberto de Campos, contendo mensagens avulsas de ent idades desencarnadas, distri bu ido pe la rec em-f ormada Fe derac;:ao Espirl t a do Estado de Sao Paulo. Esse opusculo au mentou fortemente seu interes se pela Doutrina . Desde 0 ano anterior, conva lescendo do grave aCidente, ja a TREva Pagina 4 estava sendo levado a trabalhos de cooperac;:ao espirita, ajudan do pessoas a preparar palestras e conferenc ias, que 0 procura yam em casa, na recem-fundada Fed erac;:ao e outras casas espi ritas. Em 1939 , ja estando licencia do para reforma do servic;:o ati VO, pas sou pela Rua Maria Paula , para onde a Federac;:ao havia se mudado ha poucos dias e, venda a porta uma placa com 0 letreiro " Casa dos Espi ritas do Brasil", entrou, sendo mui to bem recebido, no corre dor , pelo confrade Joao dos Santos , e por este apresentado a outros que ali se encontra vam, com os quais palestrou al gum tempo , sen do em seguida, convidado a co laborar, convite que aceitou . Dias depois rece beu urn memorandum assinado por Americo Montagnini, presi dente recem-eleito , comunican do haver sido el eito para 0 car go de secretario-geral da Fe derac;:ao. Resumo das atividades na FederaC;ao Com essa eleil(ao imprevista, fechou-se 0 circulo de sua inte grac;:ao no Espiritismo, sendo 0 prlmeiro ate de uma serie de arduos e pr%ngados trabalhos , somente encerrados quando, por mo/estia e ve/hice, reti rou-se da Adminlstra<;ao da Cas a em 1967. * * * Como a FederaC;:80 apenas se instalara naquele predio , adapta do para sua sede pr6pria, nada encontrou organlzado ou em funcionamento regul ar, estando tudo por fazer , em todos os se tores . Joso Batista Pereira, na el eil(ao entao realizada, deixara a presidencia para Am erico Montagnini e na sigla " Casa dos Espiritas do Brasil " se fun diram a Socledade Espirita Sao Pedro e Sao Paulo, ate entao dirigida pelo Dr. Augusto Milltao Pache co, a Sociedade de M et apsfqui ca de Sao Paulo, dirigida pelo Dr. Shar/ders (que era urn des dobramento do grupo de estu dos de 1936) e a propri a Fe dera<;ao. maior Interesse da epoca , como ja fO i dito, eram os f eno men os de efeftos fis icos, que nao exist iam na casa, mas era m o assistidos em vanos lugares fora, para onde os diretores se trasladavam, as vezes em con junto. o primeiro contato mediunico, na Casa, foi com 0 auxilio da medium particular Sra . N. A., es posa de um tabeliao da capital, e foi por ela que Dr. Bezerra (na ocasiao assumindo a direc;:ao es piritual da Casal transmit iu a frase conflecida: "No mundo, 0 Brasil, no Brasil , esta terra que tem 0 nome do grande Ap6stolo e aqui, esta nossa casa, que sera um farol a iluminar a hu manidade" . l\Jaqueles prirneiros dias, pre dominavam por toda parte os efeitos fisicos e era marcante a falta de mediuns de confianc;:a para 0 intercambio com 0 Plano Espiritual Superior ; atendendo a um pedido, 0 espfrito Bezerra de Menezes prometeu sanar a lacuna; passados poucos meses, apareceu na Casa um rapaz mo reno escuro , que se dizia gra xeiro da Sorocabana, em Assis e medium de incorporac;:ao. Sub metido a uma prova, satisfez plenamente. Chamava-se Ary Casadio e ficou combinada sua mudanc;:a para a capital, sob a protec;:ao da Casa , onde ficou alojado . Mais tarde, trouxe es posa e filhos pequenos e dedi cou-se inteiramente aos traba Ihos da Casa, prestando durante longo tempo 6timos servic;:os , tanto internos como externos , em ocasioes solenes e em tra- · balhos praticos, inclusive depois dos congressos de unificac;:ao realizados a partir de 1947, acompanhando , inclusive , como medium, a Caravana da Solida riedade, que viajou por varios estados do Pais , na propaganda da unificac;:ao doutrinaria. Para melhorar as condic;:oes da familia, arranjou-se-Ihe um emprego no Tribunal de Justic;:a, como escrevente; bem mais tar de formou -se em Direito e aban donou 0 servic;:o por convenien cia familiar, mudando-se para Osasco . Essa carencia inicial de me diuns ja levara antes a forma c;: ao do Grupo Razin, com sete mem bros, com 0 que 0 intercambio melhorou grandeme[lte . Eis os nomes de seus membros primi tivos, alem do comandante : Raul de Almeida Pereira , funcio Sao Pau lo, dezembro de 1982 nario do !.B.C., medium de in corporac;:ao, videncia e audic;:ao; Jose Quintais , mais tarde fun ci ona ri o do departamento de projetos da Industria Villares: videncia , audic;:ao, psicografia e mediunico; Rubens desenho Fortes, oficial reformado do Exercito: incorporac;:ao conscien te; Altair Branco, engenheiro; Luiz Verri, cabeleireiro de senho ras: videncia e audic;:ao ; .Paulo Vergueiro Lopes de Leao, pintor , diretor da Escola de Belas Ar tes . o Grupo funcionou bem ate 1950, data em que foi dissolvido por nao haver concordado com a criac;:ao da Escola de Aprendizes do Evangelho, exceto do is mem bros: Paulo Vergueiro e Carlos Jordao, que fora conv idado e passou a fazer parte do Grupo nos ultimos dois anos. Durante suas , reunioes, duas coisas importantes aconteceram : 1) Manifestou-se pela primeira vez a entidade feminina desig nada pelo nome de " Castela", que a partir de entao, dispensou ao Grupo valios issima co labora c;:ao e doze an os mais ta rde, em 1953, pelo medium Dival do , iden tificou-se como protetora pes soal do comanda nt e, ten do sldo , na Italla papal, rainha de Napo les , em 1481, como Margarida de Medicis. 2) Em uma de suas reunioes, em 1941, surg iu de im· proviso um medium desconheci do, jovem , que se dizia med ico e se chamava Elio. Sua trajet6ria foi rapida po rem proveitosa. Acerco u-se da reuniao, no saguao do sal ao su perior, sentou-se ao lado do comandante , ouviu durante al guns momentos uma me nsagem que estava sendo transmitlda e interrompeu 0 trabalho , convo cando 0 comandante para uma reuniao urgente . Atendendo ao solicitado, a reuniao foi decidi da e feita na Escola de Belas A r tes, a rua Onze de Agosto, onde nao haveria interrupc;:oes ; acom . panharam 0 coman dante 0 en genheiro Altair, Luiz Verri, l o pes de Leao, diretor da Escola, e 0 medium . Foi nesta imprevista re uniao que foram feitos os p.rimeiros contatos com Ismael , 0 preposto de Jesus para a conduc;:ao espi ritual do Brasi I, 0 qua/, incorpo rado no referid o medium e sob Sao Paulo, dezembro de 1982 controle do vldente Verri. trans mitiu suas primeiras instruc;:oes ao comandante, investindo-o na tarefa de dirigir a Federac;:ao, estabelecendo a prevalencla do Espiritismo evangelico e cons truindo. oportunamente, as ba ses para 0 exito desse transcen dente empreendlmento espiri tual. E como 0 comandante alegas se que isso era tarefa nao para urn. mas para muitos, Ism ael res pondeu dizendo: "Voce foi 0 es colhido e aqui sera 0 chefe; e tera todo nosso apoio enquanto for fiel ao programa que estabe lecemos, com toda liberdade para realiza-Io ." comandante ponderou mais uma vez que estava apenas ini clando a organizac;:ao da Casa, estando quase que so, ao que Ismael respondeu, abrindo os brac;:os e mostrando ao vidente uma vasta planicie a perder-se no horizonte e toda tomada por guerreiros vestidos de armadu ras antigas, cobertos de capace tes brilhantes; "Nao estaras s6; o o TREVO teras 0 apoio de todos"; e re petindo energicamente a frase e entregando-Ihe um montante lu minoso (espad a antiga maneja da com as duas maos): "Aqui seras 0 chefe e esta e a espa da do comando" . E rem atou a entrevista dizen do: "Para t e auxiliar nos primei ros dias como conselheiros e elementos de ligac;:ao conosco , colocaremos junto a ti tres com panheiros valorosos . Este, disse, apontando 0 primeiro de les, chamaras Lore nense; este, mos trando 0 segundo , chamaras Lu zitano e este, apontando 0 ter cei ro , chamaras Brltanico " . Nota: Tanto a mult idao de guer reiros como os auxiliares apontados pert enciam a Fraternidade dos Cr uza dos . Os dols prime iros se afastaram logo apo s a formac;:ao do primeiro Conselh o da Federac;:ao e o ultimo , cujo verd adeiro nome era Ricardo Cora c;:ao de Leao . Rei da In Pagina 5 glaterra e cemandante da terceira Cru zada his tori ca , permanece no posta ate hoje, sendo na Fe derac;:.3o conhecido sim plesmen te como Ricardo . Essa designac;:.3o do Alto foi co nfjrmada . a partir desse dia, varias vezes , em quase todos os traba lhos da Federac;:ao e 0 co mandante deu conhecimento de la a diretoria da Federac;:ao e va rios auxiliares, na propria oca siao, tendo recebido sempre 0 Ill ais completo apoio de todos os compan heiros . Formar;ao do Conselho Com es te precioso auxilio. que era dado quando necessario ou quando pedido , em reuni6es reservadas , inclusive com memo bros da Diretoria 'representada pelo companheiro Montagnini, a organizal;:ao da Casa cam inhou rapidamente, ate a forma98o do Cons el ho, em 1941, cuja consti tu fc;: ao fO i outro ato dramatico das ativ idad es in iciais da Casa . 31 de marco de 1968: 0 comandante Armond, ao centro, e homenageado pela diretoria da FEESP, por ocasiao da pedra fundamental da nova sede. A direita, 0 Dr. Luil Monteiro de Barros, na epoea, presidente da Federayio; iI esquerda, 0 sr. Carlos Jordao da Silva, vice-presidente da Casa e presldente da USE naquela oC8siiio. Pagina 6 Para essa form ac;ao, eram or ganizadas listas de nomes , que eram submetidas aos assesso res em reunioes especiais e al i se examinava a identidade pes soal e as possib ilidades de co laborac;ao de cada um, co mo engenheiros, medicos , magistra dos , professores, industriais , militares, etc . A lista era metid a na gaveta da secretari a e, no dia seguinte , os escolhidos eram confirm ados com uma cruz, e os confirmados iam sendo convocados para uma reuniao importante no dia 23 de setembro; na convocac;ao , 0 comandante assinava como co ordenador e dizia que se tratava de importante acontecimento espiritual , do qua l os convoea dos seriam partic ipantes, caso o desejassem . No dia aprazado, chelos de euriosidade, mas reservados e em silencio , todos comparece ram e 0 programa toi iniciado da segulnte forma: 0 comandan te, presidente da reunlao, tomou a palavra e expllcou que a im portancia do acontecimento era toda esplrltual , nao estava em coisas exteriores, mas nas eon sequencias esplrituais que de corriam dela, pelo trabalho a realizar; nada havia de sob rena tural , nem se tratava de promo <;ao de fenomenos ffsieos, t ao em yoga naqueles dias, mas sim da abertura de urn periodo his tarico-rellgioso, para maiores reallzac;oes de orientac;ao espi ritual para 0 nosso pais; com a tormac;ao de urn Conselho des tinado a fornecer e conso lidar uma mentalidade verdadeira mente crista, em todas as suas formas e consequenclas benefi cas para as almas humanas. Nota : Tudo fOi planejado e exe cutado nestes termos , pa ra se poder medir, desde o prlncfpio, a sinceridade e a dlsposhiao Intima dos elementos convocados . Quando parou de falar, era vi sivel urn certo desagrado entre os presentes , que se mantinham em expectativa e em silencio . Foi anunciada, entao. a segun da parte do programa: 0 Dr. Pa checo, veterano dirigent e e lu tador espirita , assumiria a pre sidencia da reuniao . devendo ler e interpretar um texto evange o TREVO lieo a sua escolha . enquanto 0 eomandante . aeompanhado de um seeretar io e um medium de co nfianc;a (no caso d. Nai r Fer reira). retirar-se-iam para 0 sa guao ao lado , para receber do Pla no Espiri tual . 0 que fosse do seu agrado ou convenlencia t ransm itir aos presentes. o secretario escal ado foi 0 Dr . Lopes de Leao, tambem es colhido, e escreveu a mensagem dada por Bezerra. na qual est e apelava para a boa vontade dos pres entes e se reteri a, em Ima gens estimuladoras, aos gran diosos t raba lhos a realizar, no presente e no f utu ro , para 0 bem da humani dade e que exigi am a forma<;:a o de um Conselho alta ment e credenc iado . Vo ltando ao salao, 0 eoman lante reassumiu a presidencia e mandoLi 0 secret ario le r a men sa gem rece bid a, fi nda a qua l inic iou-se, entre os presentes (nao todos), uma troea de ex ciamaQ6es de estranheza. por lim itar-s e a reuniao a t ao pouco, co mo diziam . quando esperava m tanto e t ao diferente do que es t ava acontecendo, nao havendo nem mesmo algum plano de re al izay6es a ser conhecido, . examinado e disclltido . Nesse momento, 0 medi um desconhecido . que sem ser no t ado , est ava assentado entre os pres ent es , levantou-se em tran se e, em voz clara e forte, de cl arou: " 0 comandante tem no bolso interno do seu pal eta urn pl ano de realizac;6es para ser discutido e votado." Levando a mao ao bolso inter no, 0 eomandante verifieou que reaimente al i estava um ligeiro esboyo que fizera antes . das pri meiras ativ idades e realiza<;oes adm inistrativas apas a posse do Consel ho e prontificou-se a ex po-Io; mas as diseussoes conti nuaram. crescendo de vulto , ha vendo mesmo exclamaQoes em voz al ta, de evidente desagrado . Percebendo 0 peri go de infil t ra<;oes negativas, e para dom! nar 0 vozerio, 0 com andante ba teu na mesa. tortem ente, e a sua vez. exclamou: "Apelo para 0 Espfrito " , f indo 0 que sentou-se em si lenc io, concentrando-se. Entao, mesmo medium des con hecido levantou-s e de seu lugar , sempre mediunizado . e firme . ereto , olhos fechados , ° Sao Paulo, dezembro de 1982 pas sando rapid amente por entre as cadeiras . chegou ate a·mesa de direQao e sobre ela abateu-se com vi olenci a, de bruc;os e. nes sa posiC;a o, com voz forte e energiea, diri giu-se novamente aos presentes , di zendo, em re sumo , tres eoisas principai s : 1 .°) depois de tudo 0 quanto f oi dito, ninguem pode ignorar as f inal idades desta convocac;ao e o of erec imento que se fez . de oportunidad es fe lizes de servi re m a humani dade , testemu nhando 0 Evan ge lh o do Divino Mestre Jesus Cristo. 2.°) Na si t uaQao atual do mundo. qu e ten de a agravar-se , esta oportuni dade e dadiva preciosa que nao deve ser amesquinhada. 3.°) Se nao Ihes bast am 0 que foi ofe reeido. que usem do seu livre arb ftrio . para ace it ar ou recusar. Se nao vos bast am , para agir. a espada da fa e 0 escud o do Evan gel ho. deixem a ea rga ja. para que perm aneQa m somente os possuidores de boa vontade , di spostos a colaborar nesse em preendim ento de amor e reden <;: ao dos nossos semelhantes ." Fez-se fundo silencio. dent ro do qual 0 eomandante perguntou se alguem desejava usar da pa lavra e, ninguem se manifes t an do, declarou que esperava a deeisao f inal de cada um em uma nova reuniao, que convoca va para daf a cinco dias , ames ma hora e local: e, pronuncian do a prece de encerramento . de cl arou te rmin ada a reuniao . Na sal a da secret aria geral. onde mu ito s se congregaram em seguida . 0 conf rade Pacheco 0 abraQou, last imando nao ter po dido dei xar de ser pedra de tro pe <;:o . ao que 0 comandante res pondeu que , muito ao contrarlo , sua col aboraQao fora util porque iria ajudar a selecionar , com mais facilidade e seguranQa. os membros do fu t uro Conse lho . Na proxima reuniao, a 28 de setem bro, compareceram dois te rr;os dos primeiros convoca dos : foi -Ihes tornado 0 com pro misso. ante Jesus, de se dedi earem, dai por diante, devotada ment e. ao engrandecimento da Federac;:ao e do Espiritismo em nosso Pa is . Foram empossados e toma ram conhecimento mais detalhado da organizac;:ao da Casa e do prepar~ da gestao ad ministrativa que se iniciava. Sao Paulo, dezembro de 1982 Nota: Esse prim eiro Conselho, ehama do de Orientac;:ao, a parti r de 1944 passou a ser Deliberativo. OrganizaCao da casa Feito isso, prosseguiram os trabalhos organizativos com a elabora(:ao das primeiras instru c;:6es e publlca(:oes: "Contribui· (:oes ao Est udo da Mediunida de " , livreto de 60 paginas, em 1942; " M ediunidade de Prova", idem, em 1943 ; " Desenvolvimen t o M ediuni co" , idem, em maio de 1944 e " M issao Social dos Mediuns ", idem, em ju nho do mesmo ano , l ivretos esses reu nidos em urn tratado, em 1947, com novas bases para 0 ensino e praticagem da mediunidade. Em 1950 tol publicado um li vreto sobre " Passes e Radia (:oes" , visando a novas diretri zes para os t ra bal hos iniciais de curas, alam de varios outros opusculos e l ivros, t odos desti nados ao mesmo fi m, no terreno didfitico , vi sando c riac;:ao de cursos e escol as esp ecializadas, as primeiras medidas tomadas nesse senti do desde a Codifiea \fao e que deveri am mudar a feicao e 0 rumo do Es piritismo em nosso Estado, em t ermos de cididamente evangelicos . Establlizando-se ass lm a ad ministrac;:ao e 0 funcion amento da Casa, a Secretaria Ge ral pro pos a dissoluc;:ao do cons6rcio existente desde 1939, sob 0 tI tulo " Casa dos Espirltas do Bra sil", devendo-se, daf em diante, usar unlcamente 0 nome de Fe derac;:ao Espirita; isso f oi feito med iante entendimentos com as diretorias da Soc iedade de Metapsiqulca e da A ssociac;:ao Sao Pedro e Sao Pau lo, tendo sido a proposta aceita e exe eutada . Como consequencia, a Socie dade de Metapsiquica passou a formar um departamento da Ca sa com 0 mesmo nome de Me tapsfqulco . eujo funcionamento e aparelhagem flcou . Inicia lmen te, a cargo da propria Secreta ria Gera!. passando a funcionar re gularmente em trabalhos de efei tos trslcos , consi derando-se a convenl enca de ainda se cons er var esse setor em atividade, para atrair para a Federac;:ao numeros os elementos da soci e dade interessados nele . a o TREV O Mais tarde a direc;:ao foi trans ferida para 0 Dr. Shalders, que o exerceu ate quando essas ati vidades foram julgadas dispen saveis, passando-se , em segui da , a utilizar efeitos fisicos uni camente em trabalhos de cura espiritual. Em marc;:o de 1944 a Secreta ria apresentou projeto de cria c;:ao de um jornal, sob 0 titulo de "0 Semeador" para a difusao das novas diretrizes e movimen to geral da Casa . Nota: Nesse jornal, 0 coman dante. ate fevereiro de 1972, publicou 425 artigos de colabora(:ao continua . o registro do jornal foi feito em nome dele mesmo e nao no da Federac;:ao, por exigencia do Estado Novo revolucionario e fu ncionou sob responsabi Iidade da confreira Marta Cajado de Oliveira, durante alguns meses, prosseguindo a partir dai, ate 1967, sob sua pr6pria responsa bilidade, quando deixou a fun c;:ao administrativa da Casa . por molestia. Nos primeiros tempos foi ele obrigado a usar varios pseudo nimos para vencer as dificulda des da colaborac;:ao escassa, e garantir a saida regular do jor nal, regularidade que. alias, tem sido mantida rigorosamente ate exce a presente data, grac;:as lente direc;:ao do confrade Paulo Alves de Godoy . o primeiro cabec;:alho foi de senhado por Jose Quintais, do antigo Grupo Razin e, mais tar de, ligeiramente alterado por Joaquim Alves. Alem do jornal, para incre mentar a difusao da Doutrina e prestigiar a Casa , propos a cria c;:ao de uma hora espirita, que foi contratada com a Radio Tupi, aos domingos. e dirigida pelo confrade Joao Rodrigues Monte mor. Para a tribuna da Casa eram trazidos oradores espiritas de renome, da capital ' e de fora. custeando-se as despesas, como tambem convidavam-se lideres de outras religioes e filosofias, para dar a Casa, desde inicio. carMer liberal e fraterno, de um espiritismo racional e universa lista. 0 que redundou em grande prestigio publico para 0 Espiri tismo em geral. a Pagina 7 As conferencias publicas da manha e noite dos domingos atraiam grande assistencia e os programas eram publicados pre viamente em jornais de larga circula<;:ao ; as da manha eram de responsabilidade do saudoso confrade Pedro de Camargo Vinicius e as da noite, em rodizio entre os confrades Mon tagnini, Godoy Paiva e outros. o Departamento Federativo foi desenvolvido amplamente e a secretaria geral convidava mensalmente os centr~s, em ro dizio , para reuni6es conjuntas e festivais na Federac;:ao , visando a fraternizac;:ao e a sociabil iza c;:ao coletiva, e varios confrades dedicaram a efe seus esforc;:os. Os congressos Em 1947, para unir a familia espirita do Estado e unificar as praticas doutrinarias. a Secreta ria propos um largo . plano de ac;:ao que , atraves de uma comis sao composta de 3 membros in cluindo os confrades Luiz Mon teiro de Barros e Verg uei ro, foi submetido as quatro ma iores en tidades da Capital e em todos os detalhes prontamente apro vado . Propos tambem a criaGao da USE. Uniao Social Espirita, entidade unificadora, sob legen da , e foi efetivada a uni ficaG80 na quase totalidade e convoca do para esta capital 0 1.° Con gresso de Unificac;:ao Estadual, que reuniu na Federac;:ao a quase totalidade das instituic;:oes espr ritas do Estado, fazendo-se . ain da , um recenseamento geral dos espiritas, que acusou um total de 700.000 adeptos , inclu indo grupos particulares de existen cia regular . Tudo foi feito quase sem despesas, com a colabora c;:ao espontanea de todos. dando assim a Federac;:ao um notavel exemplo de dinamismo e efl ciencia e sendo a Doutrina bas tante divulgada , com ampla pu blicidade no Estado e fora dele, passando a Casa a exercer. des de entao, destacada e incontes tavel Iideranc;:a no Estado e en tre as congeneres do pais. Desenvolvendo a iniciativa, a Secretaria propos ta mbem a convocac;:ao de um Congresso Nacional. a reunir-se tambem aqui em Sao Paulo que, da mes ma forma teve grande exito e com 0 qual recusou-se a FEB a o Pagina 8 colaborar e reconhecer, mas que teve grande influencia no setor nacional, com a criac;ao, a pos teriori, na area da referida FEB. do Conselho Federativo Nacio nal, cujas atlvidades tem sldo, desde entao. mais que tudo bu rocraticas. No livro /ntl t ulado Anais do Primeiro Congresso Espirlta do Estado de Sao Pau lo. editado na ocaslao. encontra-se a descric;ao pormenorizada e completa des sa iniciativa hist6rica do Movi mento Espfrita em nosso Estado, reallzado pela Federac;ao. Terminados os Congressos de unificac;ao estadual e naclonal, como nao convinha ao coman dante permanecer na presidem cia da antiga USE para nao pre judicar a administrac;ao da Fe derac;ao. aconselhou aos compa nheiros da antiga diretoria que nao concorressem a renovac;ao dos cargos em nova eleic;ao , para que a legenda tivesse Ii berdade de ayiio e agisse por si mesma no prosseguimento de sua importante tareta mas, In felizmente, nem todos se afas taram e a nova d/retoria, que entao se formou. caminhou em sent/do diferente. transforman do-se a legenda transitoria em entldade competitiva com as Patrocfnadoras da inlciativa. Isso foi um erro grave, que redun dou, senao em fracasso , pelo menos em grande retard amen to da unifica9ao por mais de vinte e cinco anos, tentando-se nova mente nestes dias a malo grada realizac;ao. Niio obstante essa alterac;:ao de rumos e de principlos orga nizativos, a Federac;:ao jamais regateou auxilio a nova entida de, que passou a chamar-se Unlao das Socfedades Espiritas do co e ate hoje 0 faz. como nhecimento gera!. Em 1953, a Secretaria Geral concorreu grandemente a pro moc;:ao, no Rio de Jane/ro, de uma enquete em varios jornais, como entre outros sabre Espi rit/smo e Umbanda, apas uma serle de artigos publicados no "Semeador", pelo comandante, visando esclarecer a publ/co sabre as diferenc;:as entre uma e outra dessas duas correntes religiosas e eliminar confusoes e /nterferencias de Umbanda nos Centros Espiritas , tornando e TREVO Sao Paulo, dezembro de 1982 asslm 0 problema melhor venti lado em publico e conhecido, igualmente, pelas autoridades publicas e culturais do Pais . Nessa enquete manifestaram-se varios representantes do Esp/ ritismo e da Umbanda . Aprendizes do Evangelho a Para situar 0 Espiritismo vontade em relac;:ao aos conhe cimentos e tradic;:oes religiosas da humanidade, duas coisas fo ram tambem realizadas com desassombro: uma, no campo externo - a publicac;ao de va rios livros de formac;:iio cultural doutrinaria: "as Exilados da Ca pe la". em 1949 e "Na Cortina do Tempo", em 1962, mostrando os albores das civilizac;oes primiti vas, seu intercambio com outros ~rb es, assuntos estes que , atua l mente, estao sen do afoitamente tratados em obras " best-sel lers" por escritores estrangei ros de nomeada; e no campo interno, no cumprimento do pro grama do Alto, criou-se a Escola de Aprendizes do Evangelho, or gao primeiro de uma Inicia9ao Espirita de larga esfera de ac;:ao , com base no Evangelho CrisUio ; e uma serie de 21 livros didati cos, parte deles para uso da re fe rida Escola e parte para a Fra tern idade dos Dlscipulos de Je sus, termo global da Inlciac;ao referida . Nessa Inicia9aO, foram ofere cidos conhecimentos espirituais mais amplos, com predominan cia do que foi estabelecido para a reforma intima dos adeptos, base insubstituivel da evangel i za<;80, a seu turtlo condi9ao f undamental da reden<;ao espi ritua l do homem encarnado . No planejamento dessa Inicia <;80 surgiram dificuldades no processo a adotar para se con· seguir exeeutar a ref orm a inti ma, val endo-se , por tim , 0 eo mandante da caderneta pessoal usada pelos antigos Essenios , do t empo de Jesus, deserita no livro "Harpas Eternas" de Hila rio n do Monte Nebo, eontempo raneo e servi dor de Jesus na queles tempos, livro esse que Ihe f ol enviado da Argentina, pelo Autor, ant es do lanc;:amen t o; com algumas altera<;oes e adapta<;oes, 0 sist ema f oi ado tado com exeelentes res ultados . Na eri ac;:ao des sa Inieia9ao, tinha-se tambem em vista unir os adeptos por uma mistlca re ligiosa crista, visando a reden <;ao espiritual de cada um. con venientemente adequada a men talidade moderna e a racionall dade da Doutrina Espirita, 0 que ate 0 presente tem sido exi to indiscutivel na Federac;:ao , mas prejudicado fora dela devido, de uma parte, aos temores de lan c;:arem-se os dirigentes, desas sombradamente, a expansao e, de outra, a negligencia existente entre os espiritas do sexo mas culino em relayao a evangeliza· <;ao, objetiva e deliberadamente conduzida sen do esse, em gran de parte, um dos motivos do re tardamento da expansao do Es piritismo em nosso Pais. Assistencia social a Departamento de Assisten cia Social nasceu e iniciou seu desenvolvimento na propria se de, dirlgido inicialmente por um pequeno grupo de senhoras e mo<;as que, ao depois , criaram e mantem ate agora , com grande exito , a instituic;:ao de assisten cia infantil denominada "Nosso Lar" : passa ram por ele varios confrades que, infellzmente, nao pe rmaneceram, sendo necessa rio, periodlcamente, que a pro pria secretaria geral avocasse a dire9ao; iSso, ate que 0 De pa rtamento pudesse ser entre gue ao valoroso confrade Jose Gon9alves Pereira e mudado para a Rua Santo Amaro, em predio interditado pela Prefei tura e adquirido para uso preca rio du rante var ios anos e, mais tarde , adquirido tambem 0 ter reno ao lado , on de se edifica hoje em dia a nova sede da Fe derac;:ao. Sob a dire<;ao do confrade Gon<;alves, 0 departamento de senvolveu-se amp lamente, mas esse desenvolvimento exigia sua mudan9a para local fora do centro da cidade, 0 que fol con seg uido com obtenc;ao de um comodato a longo prazo, conce dido pe lo Governo Janio Qua dros , com auxflio direto da Se cretaria Geral junto ao major Pina de Figueiredo, genro do com andante, resultando dai a Casa Transitoria, que e hoje mo t ivo de satisfac;ao e orgulho rea lizador para todos da Federayao. (continua na ~. 10) Sao Paulo, dezembro de 1982 o TREVO Pagina 9 pACINA DOS APRENDIZES o ARREPENDIMENTO ~ 0 PRIMEIRO PASSO PARA 0 PAGAMENTO DE NOSSAS DfVlDAS: Quando nos arrependemos de alguma colsa que fazemos . e si nai de que estamos nos julgan do e questlonando nossas atitu des. Rosi Solange Neves CE Redentor Se pensassemos. com mente e coraC;80 aliados, antes de fa· zermos qualquer coisa. antes de dizermos quaisquer palavras. quantos arrependlmentos seriam poupados! Alexandra de M. Massucatto - CE Redentor o MUNDO DESENGANA E JUSTIFICA 0 PESSIMISMO DE MUITOS, MAS ESTE JULGAMENTO E UMA VISAO IMPERFElTA: o mundo em que vlvemos de· ve ser considerado como uma escola, onde todos as seres hu manos sao alunos em constante aprendizado e. aperfelvoamento. AleKandra de Miranda Massu catto - CE Redentor S6 com uma boa conduta po deremos salr vitoriosos deste mundo, e encontrar a sublim e fe Iicidade em urn mundo me lhor. Ellderse Cruz Ortega CE Redentor "A VIDA ~ 0 MAIS BELO PRESENTE DE DEUS" Nao te delxes abater. ante as alterac,:oes do equlpamento flsi co. Busquemos a eternidade. molestias naD atlngem a alma. quando nao se filiam aos remor 50S da consciencia. A velhice nao alcanc;:a 0 espirito, quando procuramos viver segundo a luz da imortalidade. Maria das Dores Santos GE Renascer Somente a do r leva-nos a me dit ar. a orar. a vo ltarmo-n os pa ra Deus. fazendo co m que nos tornem os mais espiritualizados . mai s sensiveis . Rose Solange Neves CE Redentor LEVANTE 0 CAfDO; VOCE IGNORA ONDE SEUS PES TROPECARAO: Nunca devemos recusar es· t ender a mao, pOis assim como ha sempre uma maneira de aju dar . exi st em sempre irmaos precisando de auxilio. Julio Cesar Filpo de Siqueira - CEAE, Petro polis Com o e born quan do temos a oport un idade de estender as maos ao nosso proximo. dando lhe carinho. atenc;ao, sustenta <;:ao para que ele possa levan tar-se. Lygia Vasconcellos da Silva - CEAE, Petropolis Auxi llar 0 caido e ter piedade pelo enfermo; e ter prudenci a, pO is estao encarcerados em la birintos de sombra sendo ne cessari a uma mao amiga e com preens iva. Carmen Silvia Lopes Raeder. - CEAE, Petropolis A nos sa vida e regulada por lei s naturais inderrogaveis. seja no plano fisico seja no plano moral. Dalva Sueli - CEAE, Genebra Jesus nao nos conhece pelos titulos que possuimos no mun do , mas pelo nosso cora<;:ao. pe 10 nosso carater e pelos nossos senti mentos. Jenny Jorge Canfur - CEAE, Genebra Perante 0 Alto nos somos ain da quais pequenas crianc;:as . en saiando as primeiros passos de uma longa caminhada. e. par isso mesmo sujeitos a inli me ros t ropec;os e quedas. A. Decio Castellani - CE Ir mao Alfredo Pa ra levantar a caido . a mai s diffcil tarefa e a mai s importan" te e a de procurar transmitir ot im is mo . irradiando todos os fl uidos pos itivos para sua recu peraQao mora l. Kyoshe - CE Irmao Alfredo SEM DESPRENDIMENTO DOS MUNDOS MATERIAlS NAO PODE HAVER ASCENSAO: Nos nos ap egamos multo fa cilmente as coisas deste mun do. e que sao pereclveis. Zeny da Silva Lago - Grupo Fraternidade Crista Precisa mos compreender que t udo que aqui passamos pre parac;ao pa ra um outro mundo. uma outra vida . Antonia Souza Santos - Ca sa de Timoteo e o SOFRIMENTO E UM RECURSO DO PR6PRIO ESPIRITO PARA EVOLUIR, MAS HA OUTROS MAIS SUAVES: Amando intens amente e com doc;ura uns aos outros , podemos evoluir constantemente. Ivanovena A. B. de Moura CE Redentor o CRIST.40 E CHAMADO A SERVIR SEMPRE: Nosso camin ho e uma eterna escada onde n6s. seguidores do Mestre. prontificamo-nos de corpo e alma a sarvir sempre em nome de Jesus. Elza Maria Silva - CE Man sao da Esperan~a o Pagina 10 TREVO Sao Paulo, dezembro de 1982 DGAR D ARMOND o period o que vai de 1950 a 1965 foi ma rcado por ativ idades mu ltif ormes, aprimoramento de trab alhos praticos, desenvolvi mento da consolidar;:ao da orga niza<;ao mont ada de inrcio e que comporta ainda ampl os desdo bramentos , sem alterar;:oes de sua estrutura origi nal; como tam bem grande impulso dado a difusao por var ios meios, inclu sive pela publicar;:ao de va rias obras didaticas, Iitero-doutrina rias e opusculos de bolso, escri tos para ampla distribui/;ao no meio popular, de cujo trabalho nao se pode esquecer a col abo rayao preciosa prestada pelo confrade Coutinho , ex-diret or do Departamento de Assistencia Espiritual da Federa<;ao . * * * Epilogo Ao adoecer, em fins de 1965, o comandante , mesmo assim , prosseguiu colaborando ofici al mente , ainda por dois anos, ate as eleir;:6es de 1967 , quando so licitou seu afastamento defini tivo, por ver que a molestia era de curso demorado, pe dindo tambem dispensa dos serv i<;os do Conselho, por nao poder as sumir compro missos de assiduo cumprimento. Dedica-se, desde entao, e en quanto Ihe for ainda possive l , a co labora r distancia no setor da publi cidade, da organiza9ao de centros e organi za90es espr ritas , at uando na difus ao evan geli ca e sua expansao , inclusive em pars es estrange iros. Ao retirar-se, deixou sem efe t iva<; ao do is problemas pelos quais sempre se bateu : a co ns trur;:ao da nova sed e, para me Ihor instal a<;:ao de cursos, esco las e servi<;:os de ad ministrar;:ao, para 0 que , de ixou em maos da DE um esbo<;:o de constru<;ao em quatro anda res, com escada externa , para os cas os de incen dio e um esbo90 , ta mbem de unifica<;:ao doutri nar ia. atualmen a te em pleno curso com projeto diferente. E agora, atendendo a solicita c;ao, oferece esta biografia-rela t6r io resumido, unico meio ade quado ao caso, pelo estreit o en trosam ento de sua modesta pes soa aos aconteci mentos da vida ma teria l e espiritual da Fe dera<;:ao . E, ant es de encerrar, convem ainda dizer que , desde 0 in ic io, o trabalho real izado foi de equi pe co nduz ida por um chefe es pirltual mente responsavel, e 0 exlto obtido fol resultado do ideal evangelico, adqu irido em grande parte na Escola de Apren dizes, que se conseg uiu imp lan tar na mente e nq cora9ao de cada trabalhador que, alias , de monstrara m t odos , com raras exce<;:oes, magni f icamente dota dos de inegaver capa cidade rea lizadora; e os nomes indivi dual ment e citados nao representam di stin<;oes mas circunstanci as de ordem f unclonal. * : ;: * A sintese espiritual pais, a segLl!nte: do Que foi narrado e. 1910 a 1926 - No Rio de Jane iro a Sao Pau lo: estu dos especiais de filos afla e rallg liio . 1926 a 1938 - Prl meiros conta tos e estudos teor icos de Espi ri tismo 1940 a 1965 - Orgen iza yiio e dlreyao afatl va da Federsyii o. 1965 a 1967 Col abo ra <;lio il dl stftncl. sem compromissos de subordlnayiio adm l nlstrativa au fun c iona! . 1967 em diante - Colabora y 80 li vre e redu· zida em v~ ri.s atividades doutrin ar ias. de i n· teresse geral do Espiritismo no Estado, no Pais e no Estrange iro . Nota do Come.ndan'te: Como estes dados sao . fornecidos quas e sempre de memori a . possivel que haje discrepancies aqui ou ali. sobretudo na crono logia dos fato s. 0 que . tod avla . serilo de facil retifi cBy20 e o TREVO N .o 106 - DEZEMBRO 82 REDACAO Rua Genebra, 168 Te l. : 32·3965 Sao Paulo Diretor-geral da Alianl;8 Espirita Evangelica: JACQUES A. CONCHON Jornalista Responsavel "Crayon" baseado em fotografJa do comandante Armond, de autoria do confrade Americo Escobar, jli desencarnado. VALENTIM LORENZEITI