UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Juliana Régio e Silva TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TECNOLOGIA DE CARNES E DERIVADOS CURITIBA 2011 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TECNOLOGIA DE CARNES E DERIVADOS Curitiba 2011 Juliana Régio e Silva TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TECNOLOGIA DE CARNES E DERIVADOS Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau de Médica Veterinária. Orientador: Professor Dr. José Maurício França Supervisor: Engenheiro de Alimentos Roberto Juliatto CURITIBA 2011 TERMO DE APROVAÇÃO Juliana Régio e Silva TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TÉCNOLOGIA DE CARNES E DERIVADOS Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para a obtenção do título de Médico Veterinário no curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, 28 de Novembro de 2011 __________________________________ Medicina Veterinária Universidade Tuiuti do Paraná Prof.ª Dra. Maria Aparecida de Alcântara Universidade Tuiuti do Paraná Prof.ª Dra. Anderlise Borsoi Universidade Tuiuti do Paraná Orientador: Prof. Dr. José Maurício França Universidade Tuiuti do Paraná Curitiba 2011 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por estar sempre presente iluminando meu caminho, guiando minhas escolhas e me dando forças para superar as dificuldades. A minha mãe Ana Cristina pela confiança e amor em mim depositados. Aos meus irmãos amados, Maria Claudia e Luis Gustavo, pela cumplicidade, amizade e amor, mesmo em tempos difíceis. Ao Daniel Idel pelo amor, companheirismo e confiança. As grandes amigas Amanda, Bruna, Caroline, Dafne, Dharyemne, por estarem sempre presentes nos bons e maus momentos. Sem vocês a vida não teria a mesma graça. Aos meus avós Maria e Rui pelo imenso amor e incentivo. A minha amiga e companheira de classe Janaína, pela amizade, compreensão e pelo companheirismo durante toda esta caminhada. Ao Professor Dr. Wellington Hartmann, pela amizade e disposição em ajudar. Seu auxílio foi indispensável para a escolha de um bom estágio. Ao meu orientador Professor Dr. José Maurício França pela amizade, dedicação e por toda a confiança em mim depositada. Ao Frigorífico Juliatto pela oportunidade dada. Foi uma honra poder trabalhar com vocês. Em especial à Marina e ao Leonardo, que foram além de companheiros de trabalho, grandes amigos, conselheiros e “professores”. Muito obrigada a todos que, de alguma forma, contribuíram com a minha formação. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS.................................................................................................. I LISTA DE TABELAS................................................................................................. II LISTA DE SIGLAS................................................................................................... III RESUMO................................................................................................................... IV APRESENTAÇÃO..................................................................................................... V 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 01 2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO..................................................... 04 3 REVISÃO DA LITERATURA......................................................................... 06 3.1 SEGURANÇA ALIMENTAR............................................................................ 06 3.2 BPF...................................................................................................................... 09 3.3 PPHO E POP....................................................................................................... 10 3.4 APPCC................................................................................................................. 12 3.5 CODEX ALIMENTARIUS................................................................................. 13 3.6 PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS............................................................ 14 3.7 QUALIDADE DOS PRODUTOS EMBUTIDOS.............................................. 16 3.7.1 Microbiologia.................................................................................................... 16 3.7.2 Matéria-prima.................................................................................................... 22 3.7.3 Aditivos............................................................................................................. 24 4 PROCESSOS DE PRODUÇÃO....................................................................... 29 4.1 RECEPÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA................................................................. 29 4.2 DESOSSA............................................................................................................ 30 4.3 PREPARO DE MASSAS.................................................................................... 31 4.3.1 Triturador........................................................................................................... 31 4.3.2 Moedor.............................................................................................................. 32 4.3.3 Misturadeira....................................................................................................... 33 4.3.4 Emulsificador..................................................................................................... 34 4.3.5 Cutter................................................................................................................. 35 4.3.6 Embutideira....................................................................................................... 36 4.4 CURA.................................................................................................................. 37 4.4.1 Injetora............................................................................................................... 38 4.4.2 Tambler.............................................................................................................. 39 4.5 MATURAÇÃO.................................................................................................... 39 4.6 ESTUFAS E FUMEIROS................................................................................... 41 4.7 CHUVEIRO DE ASPERSÃO............................................................................. 43 4.8 SISTEMA DE EMBALAGENS.......................................................................... 44 4.8.1 Embalagem primária.......................................................................................... 44 4.8.2 Embalagem secundária...................................................................................... 46 5 PRODUTOS CÁRNEOS................................................................................... 48 5.1 LINGUIÇA TC.................................................................................................... 48 5.2 COPA................................................................................................................... 49 5.3 LINGUIÇA TIPO CALABRESA....................................................................... 50 5.4 SALAME MILANO............................................................................................ 52 6 PROGRAMAS DE AUTOCONTROLE (MAPA)......................................... 54 6.1 MANUTENÇÃO DAS INSTALAÇÕES ........................................................... 55 6.2 MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS ....................................................... 56 6.3 VESTIÁRIOS, SANITÁRIOS E BARREIRAS SANITÁRIAS......................... 57 6.4 ILUMINAÇÃO.................................................................................................... 59 6.5 VENTILAÇÃO.................................................................................................... 61 6.6 ÁGUAS DE ABASTECIMENTO...................................................................... 62 6.7 ÁGUAS RESIDUAIS.......................................................................................... 63 6.8 CONTROLE DE PRAGAS................................................................................. 64 6.9 HIGIENE, HÁBITOS HIGIÊNICOS E SAÚDE DOS FUNCIONÁRIOS........ 67 6.10 LIMPEZA E SANITIZAÇÃO (PPHO) ............................................................ 69 6.11 PROCEDIMENTOS SANITÁRIOS OPERACIONAIS.................................. 70 6.12 CONTROLE DO RECEBIMENTO DE INGREDIENTES E MATERIAL DE EMBALAGENS.................................................................................................. 72 6.13 CONTROLE DE RECEBIMENTO DE MATÉRIA-PRIMA.......................... 74 6.14 CONTROLE DE TEMPERATURAS ............................................................ 76 6.15 CALIBRAÇÃO E AFERIÇÃO DE INSTRUMENTOS DE CONTROLE DE PROCESSO......................................................................................................... 77 6.16 RESULTADOS LABORATORIAIS (MICROBIOLÓGICOS E FÍSICOQUÍMICOS)........................................................................................................ 79 6.17 AVALIAÇÃO DO APPCC............................................................................... 80 7 HACCP............................................................................................................... 81 8 METODOLOGIA.............................................................................................. 84 8.1 MONITORAMENTOS....................................................................................... 84 8.1.1 Instrução para análise de cloro residual livre.................................................... 84 8.1.2 Instrução para análise de Ph.............................................................................. 85 8.2 ELABORAÇÃO DO DOCUMENTO DE APPCC............................................. 86 8.3 RENDIMENTO................................................................................................... 87 8.4 PROCEDIMENTO PADRÃO DE HIGIENE OPERACIONAL........................ 87 8.5 FICHAS TÉCNICAS DE PRODUTOS.............................................................. 87 8.6 ATENDIMENTO AOS CLIENTES (DÚVIDAS, RECLAMAÇÕES, SUGESTÕES)..................................................................................................... 88 8.7 TREINAMENTO DE FUNCIONÁRIOS NOVOS............................................. 89 9 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS................................................................. 90 10 CONCLUSÕES.................................................................................................. 96 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 98 12 ANEXOS............................................................................................................104 LISTA DE FIGURAS FIGURA 01 – VISTA AÉREA DO FRIGORÍFICO JULIATTO............................... 05 FIGURA 02 – CÂMARA DE RECEPÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA......................... 30 FIGURA 03 – CORTES DE CARCAÇAS SUÍNAS.................................................. 31 FIGURA 04 – CMS CONGELADA, APÓS PASSAR POR PROCESSO DE TRITURAÇÃO............................................................................................................ 32 FIGURA 05 – MISTURADEIRA EM FUNCIONAMENTO..................................... 33 FIGURA 06 – MASSA NA DESCARGA DO EMULSIFICADOR........................... 35 FIGURA 07 – MASSA NO CUTTER......................................................................... 36 FIGURA 08 – INJETORA........................................................................................... 39 FIGURA 09 – COPA NO ESTÁGIO INICIAL E FINAL DO PROCESSO DE MATURAÇÃO............................................................................................................ 41 FIGURA 10 – COPA NO FUMEIRO.......................................................................... 43 FIGURA 11 – CHUVEIRO DE ASPERSÃO.............................................................. 44 FIGURA 12 – EMBALAGEM DE SALAME ITALIANO NA SELADORA À VÁCUO........................................................................................................................ 45 FIGURA 13 – SALAME ITALIANO APÓS PASSAR POR SELADORA A VÁCUO ...................................................................................................................................... 45 FIGURA 14 – MÁQUINA TERMO FORMADORA DE EMBALAGENS A VÁCUO ...................................................................................................................................... 46 FIGURA 15 – PRODUTOS NA CÂMARA DE ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS APÓS EMBALAGEM SECUNDÁRIA............................................... 47 FIGURA 16 – LINGUIÇA TC..................................................................................... 49 FIGURA 17 – COPA APÓS 36 HORAS NO FUMEIRO........................................... 50 FIGURA 18 – LINGUIÇA TIPO CALABRESA SENDO EMBALADA EM MÁQUINA TERMO FORMADORA DE EMBALAGENS...................................... 51 FIGURA 19 – SALAME MILANO NO FINAL DO PROCESSO DE MATURAÇÃO ...................................................................................................................................... 53 LISTA DE TABELAS TABELA 01 – GÊNERO DE BACTÉRIAS E FUNGOS MAIS FREQUENTEMENTE ENCONTRADOS EM CARNES PROCESSADAS............. 19 TABELA 02 – PADRÕES MICROBIOLÓGICOS SANITÁRIOS PARA ALIMENTOS – CARNES E PRODUTOS CÁRNEOS.............................................. 20 TABELA 03 – OS PRINCIPAIS COMPONENTES DA FUMAÇA.......................... 42 TABELA 04 – QUEBRA DE PESO – CÂMARA FRIA............................................ 90 TABELA 05 – QUEBRA DE PESO – COZIMENTO................................................ 91 TABELA 06 – RECLAMAÇÕES/DEVOLUÇÕES EM UM INTERVALO DE DOIS MESES......................................................................................................................... 92 TABELA 07 – NÚMERO DE NÃO-CONFORMIDADES NOS PROCEDIMENTOS DE AUTOCONTROLE............................................................................................... 93 LISTA DE SIGLAS AIN ANVISA APC APPCC BPF CIPA CMS CNAN CNNPA CONSEA DTA FAO FDA HACCP IDA ISO MAPA MRA MS OMS POP PPHO ppm SAN SIF TQM UFC WHO Aroma Idêntico ao Natural Agência Nacional de Vigilância Sanitária Contagem Aeróbia em Placas Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle Boas Práticas de Fabricação Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Carne Mecanicamente Separada Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional Doenças Transmitidas por Alimentos Food and Agriculture Organization of the United Nations Food and Drug Administration Hazard Analysis and Critical Control Point Ingestão Diária Aceitável International Organization for Standardization Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Avaliação de Riscos Microbiológicos Ministério da Saúde Organização Mundial de Saúde Procedimento Operacional Padronizado Procedimento Padrão de Higiene Operacional Partes por milhão Segurança Alimentar e Nutricional Sistema de Inspeção Federal Gerenciamento da Qualidade Total Unidades Formadoras de Colônia World Health Organization RESUMO O Estágio de Conclusão de Curso realizado no Frigorífico Juliatto, localizado em São José dos Pinhas/Paraná, no setor de controle de qualidade, no período de Agosto a Novembro, teve como objetivo implementar os princípios de HACCP no frigorífico; aprender técnicas de produção de produtos cárneos processados; desenvolver programas de qualidade; analisar resultados dos programas; elaborar ações preventivas e corretivas e compreender a legislação relacionada com a produção de alimentos. A Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle das linguiças frescais foi realizada no ambiente de fábrica. Os processos de cura, emulsificação, maturação de fermentados, envase a vácuo foram vivenciados e seus controles executados. A compreensão, aplicação e verificação dos Programas de Autocontrole foram executadas, com a avaliação da eficácia das ações corretivas e preventivas necessárias para o cumprimento da legislação. Palavra-chave: Controle de Qualidade; HACCP; Procedimentos de Autocontrole. APRESENTAÇÃO O trabalho teve como objetivo descrever as atividades realizadas durante o Estágio Curricular no setor de controle de qualidade do Frigorífico Juliatto localizado em São José dos Pinhais – Paraná. O estágio foi realizado no período de 01 de Agosto a 30 de Novembro com carga horária de 360 horas, tendo como supervisor profissional o Engenheiro de Alimentos Roberto Juliatto, e como orientador acadêmico o Médico Veterinário Professor Doutor José Maurício França. O estágio teve como objetivo geral a aplicação das técnicas de garantia de qualidade na produção de embutidos do Frigorífico Juliatto. Os objetivos específicos foram o desenvolvimento de metodologia para implantação do sistema HACCP no frigorífico, a aplicação de técnicas de monitoramento e verificação na produção de embutidos, a aplicação de ações preventivas e corretivas, o acompanhamento de técnicas de produção, possibilitando uma maior vivência neste setor e a compreensão da legislação vigente. 1 1 INTRODUÇÃO Há alguns anos a preocupação das empresas era produzir em larga escala para suprir a demanda do mercado consumidor. Com o passar do tempo estes consumidores passaram a se tornar cada vez mais exigentes em relação à qualidade e praticidade, o que forçou as empresas a se adaptarem a esta nova realidade (ARAÚJO et al., 2010). Diante disto surgiu a ideia de que um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo às necessidades do cliente (ARAÚJO et al., 2010). Na indústria de alimentos os atributos de qualidade da carne foram então classificados em qualidades visuais e gustativas, qualidade nutricional e segurança alimentar. A qualidade visual e a gustativa são influenciadas por fatores ante mortem, ou intrínsecos, que são os fatores vinculados ao genótipo dos animais e às condições ambientais em que se desenvolvem; e os post mortem, ou extrínsecos, que são os procedimentos técnicos adotados pelos matadouros-frigoríficos e demais segmentos, até o consumidor final (FELÍCIO, 1997). Já a segurança alimentar e nutricional é a garantia do direito de todos ao acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente, com base em práticas alimentares saudáveis e respeitando as características culturais de cada povo, manifestadas no ato de se alimentar (MALUF et al., 2000). Embora a fome e a desnutrição sejam as manifestações mais cruéis da situação de insegurança alimentar, e a incapacidade de acesso aos alimentos a sua principal causa, o aspecto da qualidade do alimento e sua sanidade também possuem elevado 2 grau de importância para que a alimentação se torne segura. Ou seja, todos devem ter acesso a alimentos de boa qualidade nutricional e que sejam isentos de componentes químicos que possam prejudicar a saúde humana. Estes dois elementos são de maior importância em um contexto atual que favorece o desbalanceamento nutricional das dietas alimentares, bem como o envenenamento dos alimentos, em nome de uma maior produtividade ou com a utilização de tecnologias cujos efeitos sobre a saúde humana permanecem desconhecidos (MALUF et al., 2000). A busca por alimentos seguros e de rápido preparo fazem parte do estilo de vida da população atual, o que explica o crescimento explosivo no consumo dos produtos embutidos. Segundo Levy-Costa et al. (2005), desde os anos 70 até a atualidade o consumo per capta desta classe de alimentos teve um aumento de aproximadamente 300%. Os embutidos cárneos são definidos como produtos constituídos a base de carne picada e condimentada com forma geralmente simétrica. São embutidos sob pressão em um recipiente ou envoltório de origem orgânica ou inorgânica aprovado para este fim (ROÇA, 2000). Dependendo do produto, é procedida a escolha do tipo de tecido, da qualidade, do estado e da espécie ou espécies animais a serem empregados. Nos produtos cárneos preparados, empregam-se matérias primas de diversas espécies animais, como aves, bovinos e suínos em especial (PARDI et al., 1996). O Brasil é o maior produtor de carne bovina e de aves do mundo e o quarto maior produtor de carne suína. Considerando a produção brasileira de carnes (bovina, suína e de aves) em 2010, estimada em 24,5 milhões de toneladas, temos que 75% 3 dessa produção é consumida internamente no país. Essa alta capacidade de produção se dá por investimentos em técnicas agronômicas e nutricionais, aliado aos investimentos em genética, automação dos sistemas de produção, uso de alimentação controlada e manejo adequado, permitindo assim uma produção em maior quantidade e qualidade (MAPA, 2011). Com o intenso crescimento da produção de carnes e derivados, as empresas de alimentos vêm tendo que investir cada vez mais no controle de qualidade de produção para conciliar o aumento de produção com uma elevada segurança alimentar, tendo como consequência um aumento da credibilidade das empresas e fidelidade dos clientes. 4 2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO O Frigorífico Juliatto foi fundado no ano de 1967 por Ulisses Juliatto Filho, descendente de italianos, como uma pequena fábrica de linguiças em São José dos Pinhais – Paraná, uma cidade que ao longo dos anos apresentou enorme crescimento industrial. De pequeno, com produção limitada e poucos funcionários, o frigorífico Juliatto evoluiu para uma marca representativa no segmento de derivados suínos no Paraná. No ano de 2011 a empresa conta com a participação de 160 funcionários e produz 166 produtos diferentes. Nos últimos anos foram feitos muitos investimentos em instalações, recursos humanos, tecnologias e aquisição de frota própria, o que permitiu uma maior difusão no mercado e competitividade, fazendo com que seu pequeno comércio regional crescesse para quase todo o estado do Paraná, cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A empresa trabalha dentro de rígidos padrões de qualidade seguindo as normas do Sistema de Inspeção Federal que determina, entre outras coisas, a higienização total de processo. Esta preocupação é estendida aos funcionários, a maioria da própria região, através de intenso treinamento sobre higiene pessoal e manipulação adequada de alimentos, objetivando em uma maior qualidade de produção. Uma das dificuldades encontrada pela empresa é a grande rotatividade de funcionários devido ao ambiente desfavorável (frio e umidade) que este tipo de serviço 5 exige. Cerca de 39% dos funcionários novos não chegam a passar do período de experiência. É contratada mensalmente uma média de 15 novos funcionários e o número de demissões e desistência é de aproximadamente 10 funcionários ao mês. De acordo com o chefe de produção da empresa, para se conseguir um funcionário para um cargo é necessário se contratar em média quatro. FIGURA 01 – VISTA AÉREA DO FRIGORÍFICO JULIATTO Fonte: Foto obtida do site do Frigorífico Juliatto (www.juliatto.com.br) 6 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 SEGURANÇA ALIMENTAR O termo "Segurança Alimentar" começou a ser utilizado após o fim da Primeira Guerra Mundial, quando se tornou claro, sobretudo na Europa, que um país poderia dominar o outro controlando seu fornecimento de alimentos (MALUF et al., 2000). A ideia de que a questão alimentar estava estritamente ligada à capacidade de produção manteve-se até a década de setenta. Na 1ª. Conferência Mundial de Segurança Alimentar, promovida pela FAO em 1974, quando a produção agrícola estava em crise, era dominante a ideia de que a Segurança Alimentar estava quase que exclusivamente ligada à produção agrícola, o que fez fortalecer o argumento da indústria química na defesa da Revolução Verde e no emprego maciço de insumos químicos (fertilizantes e agrotóxicos). Tempos depois a produção agrícola mundial se recuperou e mesmo com isso, a fome e a desnutrição não foram extintas, fazendo com que surgisse um novo conceito, muito mais amplo, de que Segurança Alimentar e Nutricional seria a garantia do direito de todos ao acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente, com base em práticas alimentares saudáveis e respeitando as características culturais de cada povo, manifestadas no ato de se alimentar. Esta condição não pode comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, nem sequer o sistema alimentar futuro, devendo se realizar em bases sustentáveis (MALUF et al., 2000). 7 A utilização do conceito atual de segurança alimentar dá origem a diferentes interpretações. Países ricos, grandes produtores agrícolas, costumam alegar motivos de segurança alimentar para impor barreiras às importações e elevar artificialmente os preços dos alimentos. Países pobres, governados por líderes populistas, utilizam-se desse conceito para tabelar preços e impor pesadas perdas aos produtores agrícolas com o fim de contentar os seus eleitores. Da mesma maneira, a segurança alimentar é invocada por interesses particulares para promover a destruição do meio ambiente ou mesmo a destruição dos hábitos culturais de um povo. Enfim, não há como ignorar a importância das políticas de segurança alimentar como mobilizadoras das forças produtivas (BELIK, 2003). A segurança alimentar é um desafio atual e visa à oferta de alimentos livres de agentes que podem por em risco a saúde do consumidor. Assim, a fiscalização da qualidade dos alimentos deve ser feita não só no produto final, mas em todas as etapas de produção, desde o abate ou colheita, passando pelo transporte, armazenamento e processamento, até a distribuição final ao consumidor (VALENTE e PASSOS, 1994). No Brasil, a proposta de um Sistema e de uma Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional teve origem em dois eventos ocorridos em meados da década de 1980, um mais técnico e outro político. Primeiro, a elaboração do documento: Segurança Alimentar – proposta de uma política de combate à fome no âmbito do Ministério da Agricultura, em 1985, que deu mais ênfase às dimensões social e econômica. Segundo, a mobilização da sociedade civil, que levou à realização da I Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição (CNAN), em 1986, cujas 8 proposições levaram, entre outras, à introdução do qualificativo nutricional à noção de segurança alimentar (CONSEA, 2009). Em 1991, no Brasil, divulgou-se a proposta de uma Política Nacional de Segurança Alimentar elaborada pelo “Governo Paralelo”, com um impacto inicial restrito. Porém, ao ser aceita no início de 1993 pelo Governo Itamar Franco como uma das fundamentações para a instalação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA), contribuiu para a definitiva introdução da questão agroalimentar e da fome como temas prioritários na agenda política nacional (MALUF et al., 1996). A primeira experiência de CONSEA (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) teve a duração de dois anos, em 1993 e 1994, sendo interrompida em 1995 e retomada em 2003. O primeiro CONSEA, instituído naquele período, além de atuar junto ao governo federal, realizou a I Conferência Nacional de Segurança Alimentar em Brasília, em 1994, com amplo apoio das organizações da sociedade civil e quase dois mil participantes vindos de todo país. A interrupção da curta experiência em nível federal, em 1995, não impediu que vários governos municipais e estaduais passassem a incorporar a referência de SAN entre suas ações. Já a CNAN (Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição) antecipou a proposição de instituir um Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, com desdobramentos nas esferas estadual e municipal, que veio a se materializar apenas duas décadas depois (CONSEA, 2009). A criação do Código de Defesa do Consumidor em 1990, e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 1999, também contribuíram para um avanço considerável na qualidade dos alimentos e na proteção da saúde dos 9 consumidores. O Código de Defesa ao consumidor determina a total responsabilidade do produtor por danos aos consumidores e ao meio ambiente. Já a ANVISA foi criada para proteger e promover a saúde pública e garantir a segurança dos produtos e serviços (DE WAAL e ROBERT, 2005). Várias ferramentas de gestão da qualidade têm sido criadas e utilizadas na expectativa de atender a quesitos de idoneidade em respeito ao consumidor, para oferecer um produto seguro e, ao mesmo tempo, contemplar as exigências de comercialização, principalmente as de exportação, nas quais os critérios são bem mais rigorosos. Além destes pontos há também a diminuição de custos, gerada pela redução de perdas e otimização da produção, dentre outros benefícios (RIBEIRO-FURTINI e ABREU, 2004). Das ferramentas disponíveis podemos citar as BPF (Boas Práticas de Fabricação), PPHO (Procedimentos Padrão de Higiene Operacional), MRA (Avaliação de Riscos Microbiológicos), Gerenciamento da Qualidade (Série ISO), TQM (Gerenciamento da Qualidade Total) e o Sistema APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) (RIBEIRO-FURTINI e ABREU, 2004). 3.2 BPF Boas Práticas de Fabricação (BPF) são normas de procedimentos para atingir um determinado padrão de identidade e qualidade de um produto e/ou de um serviço na área de alimentos, cuja eficácia e efetividade devem ser avaliadas através da inspeção e/ou da investigação. Aqui incluem-se também produtos tais como: as 10 bebidas, aditivos, embalagens, utensílios e materiais em contato com alimentos (BRASIL, 1993). Consiste na apresentação de informações referentes aos seguintes aspectos básicos: Padrão de Identidade e Qualidade – PIQ; Condições Ambientais; Instalações e Saneamento; Equipamentos e Utensílios; Recursos Humanos; Tecnologia Empregada; Controle de Qualidade; Garantia de Qualidade; Armazenagem; Transporte; Informações ao Consumidor; Exposição/ Comercialização; Desinfecção/desinfestação (BRASIL, 1993). A Portaria 368, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), aborda especificamente as BPF aprovando o Regulamento Técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de Boas Práticas para estabelecimentos de industrialização de alimentos, onde são estabelecidos os requisitos essenciais de higiene para alimentos destinados ao consumo humano (BRASIL, 1997a). O Manual de Boas Práticas de Fabricação é exigida, aos estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos, pela Portaria 326 de 1997 da Secretaria de Vigilância Sanitária (Anvisa) ligada ao MS. A mesma portaria sugere os PPHO para que estes facilitem e padronizem a montagem do manual de BPF (BRASIL, 1997b). 3.3 PPHO E POP Os Procedimentos Padrão de Higiene Operacional – PPHO – representam um programa escrito, a ser desenvolvido, implantado e monitorado pelos estabelecimentos 11 e envolvem os procedimentos pré-operacionais e operacionais executados diariamente (MAPA, 1997). Os Procedimentos pré-operacionais devem fazer referência aos procedimentos de limpeza e sanitização das instalações, equipamentos e instrumentos industriais; frequência com que estes procedimentos serão executados (no mínimo diariamente); as substâncias detergentes e sanificantes utilizadas, com as respectivas concentrações; as formas de monitoramento e as respectivas frequências; os modelos dos formulários de registros desta última atividade (monitoramento); as medidas corretivas a serem aplicadas no caso da constatação de desvios dos procedimentos (MAPA, 1997). Os Procedimentos operacionais devem contemplar a descrição de todas as etapas dos processos de obtenção, transformação e estocagem dos produtos de origem animal executados pelas indústrias; a identificação de eventuais perigos biológicos, químicos ou físicos, decorrentes destas operações; os limites aceitáveis para cada perigo identificado; as medidas de controle que previam a materialização destes perigos; as medidas corretivas no caso de identificação de desvios; o estabelecimento da forma e a frequência do monitoramento; os formulários de registro das atividades de monitoramento. Também fazem parte dos Procedimentos Operacionais, todas as medidas educativas e eventos adotados pelos estabelecimentos, principalmente, visando aqueles pontos que não devem deixar de ser inseridos no programa (MAPA, 1997). Os PPHO, preconizados pelo FDA (Food and Drug Administration), constituíam até outubro de 2002 a referência para o controle de procedimentos de higiene, até que em 21/10/02 a resolução de nº 275 da ANVISA (MS) criou e instituiu 12 aqui no Brasil os POP (Procedimentos Operacionais Padronizados) que vão um pouco além do controle da higiene, porém, não descaracterizam os PPHO, que continuam sendo recomendados pelo MAPA, inclusive na Resolução nº10 de 22/05/2003 (MAPA) que institui o programa PPHO a ser utilizado nos estabelecimentos de leite e derivados que funcionam sob regime de Inspeção Federal, como etapa preliminar de programas de qualidade como o APPCC. Às vezes, o que tem sido feito é o acréscimo dos itens que faltam nos PPHO em comparação aos POP (5,7,8), enumerando-os como PPHO 9, 10, e o que for mais necessário, mas ambos (PPHO e POP que são instrumentais) vão dar suporte à confecção do mesmo manual de boas práticas que é documental (RIBEIRO- FURTINI e ABREU, 2004). 3.4 APPCC O sistema APPCC da sigla original em inglês HACCP (Hazard Analisys and Critical Control Points) teve sua origem na década de 50 em indústrias químicas na Grãbretanha e, nos anos 60 e 70, foi extensivamente usado nas plantas de energia nuclear e adaptado para a área de alimentos pela Pillsbury Company, a pedido da NASA, para que não houvesse nenhum problema com os astronautas relativo a enfermidades transmitidas por alimentos (DTA) e equipamentos (migalhas de alimentos) em pleno vôo. O problema de migalhas foi resolvido com o uso de embalagens especiais e, de possíveis DTA, com a utilização do sistema APPCC, que por mostrar-se altamente preventivo, evita a falsa sensação de segurança de produtos que eram, até em tão, inspecionados lote a lote por análises microbiológicas, sendo 13 esta a única garantia dada por outras ferramentas de controle de qualidade (RIBEIROFURTINI e ABREU, 2004). O sistema HACCP é uma importante ferramenta na proteção alimentar, consistindo num método preventivo. A sua implantação previne/minimiza os riscos alimentares, através da eliminação ou redução da probabilidade de ocorrência de uma eventual toxinfecção alimentar. A análise de perigos potenciais para a saúde dos consumidores nas atividades do sector alimentar, a identificação das fases/ locais onde esses mesmos perigos podem ocorrer e a decisão de quais são críticos para a saúde do consumidor são os principais objetivos do HACCP. Esta metodologia permite que as entidades se foquem nas fases e condições de produção críticos para a segurança alimentar, assegurando através do seu controle que os seus produtos sejam seguros para a saúde dos consumidores (APHORT, 2008). 3.5 CODEX ALIMENTARIUS O Codex Alimentarius (do latim Lei ou Código dos Alimentos), criado em 1963 por uma comissão criada pela FAO e pela OMS, é uma coletânea de normas alimentares adotadas internacionalmente e apresentadas de modo uniforme. Inclui ainda disposições de natureza consultiva na forma de códigos de práticas, diretrizes e outras medidas recomendadas. Seus principais objetivos são identificar os princípios fundamentais de higiene dos alimentos aplicáveis em toda a cadeia de alimentos (desde a produção primária até o consumidor final), para garantir que o alimento seja seguro e adequado para o consumo humano; recomendar a aplicação de enfoque 14 baseado no sistema HACCP como um meio de aumentar a segurança do alimento; indicar como implementar tais princípios; e fornecer uma orientação para o desenvolvimento de códigos específicos, necessários aos setores da cadeia de alimentos, processos e produtos, a fim de ampliar os requisitos de higiene específicos (CODEX ALIMENTARIUS, 2003). Seus princípios (BPF, PPHO) são pré-requisitos para a implantação do APPCC, em que ocorre o controle de cada etapa de processamento e o qual é considerado parte integrante das medidas de segurança alimentar (AKUTST et al., 2005). 3.6 PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS O processamento de alimentos consiste na transformação de ingredientes brutos em alimentos atrativos e palatáveis. De acordo com o antropólogo biológico da Universidade de Harvard Richard Wrangham, o processamento de alimentos foi lançado cerca de dois milhões de anos atrás por um antepassado distante, que descobriu o ato de cozinhar os alimentos. Mais tarde, mas ainda durante tempos préhistóricos, foram descobertos o ato de fermentar, secar, preservar com sal, e outras formas primitivas de processamento de alimentos, o que permitiu a sobrevivência de grupos e a formação de comunidades (FLOROS et al., 2010). Estudos das civilizações antigas mostram claramente que, ao longo dos tempos os seres humanos da história superaram a fome e as doenças, não só pela colheita dos alimentos e por quantidade de terras cultivadas, mas também por 15 processá-los com métodos sofisticados. Por exemplo, os três alimentos mais importantes na Grécia Antiga – pão, azeite e vinho – foram todos produtos de processamento complicado que transformou perecíveis, intragáveis, ou quase comestíveis matérias-primas em alimentos seguros, saborosos, nutritivos, estáveis e agradáveis (FLOROS et al., 2010). Atualmente o processamento de alimentos deixou de ser apenas um método de conservação de alimentos e em todas as suas várias formas vêm trazendo imensuráveis benefícios em termos de disponibilidade, vida útil e segurança. A industrialização, sob o critério de dar o melhor possível de qualidade aos produtos alimentícios, proporciona a estes outras condições antes ausentes que são de nítidas vantagens para a melhoria do produto como a possibilidade de um maior tempo de vida útil e com isso melhor rendimento no aproveitamento, na padronização, consumo e armazenamento dos produtos alimentícios; melhoria das qualidades organolépticas, principalmente do sabor, aroma e consistência dos produtos e preservação do máximo possível dos seus valores nutritivos; obtenção de sabores especiais em produtos modificados por processamento de dessecação, salga e defumação; instituição de produtos especializados, para uso na dietética infantil e de adultos; expansão da elaboração de produtos tradicionais de certas regiões, como por exemplo queijos e vinhos; presença no mercado de produtos fora da época de safra ou originados de regiões longínquas; acentuada universalização dos padrões alimentares; elaboração de produtos obtidos por ação microrgânica ou enzimática; acondicionamento adequado, em embalagens rígidas ou flexíveis; relativo baixo preço, 16 considerando a fácil obtenção no comércio, a segurança, variedade e apresentação dos produtos. (EVANGELISTA, 2001) 3.7 QUALIDADE DOS PRODUTOS EMBUTIDOS 3.7.1 Microbiologia A degradação dos alimentos ocorre naturalmente por ação de microrganismos que usam os alimentos como a sua fonte de nutrientes. Esta ação dos microrganismos conduz a uma degradação dos alimentos tornando-os impróprios para o consumo. Assim, o processamento de alimentos deve levar em consideração o potencial para o desenvolvimento e crescimento de microrganismos patogênicos, devendo o processo ser estabelecido de forma a garantir a segurança do produto após o processamento e durante um determinado período (prazo de validade). As condições de processamento deverão levar em consideração o nível de contaminação inicial das matérias- primas (BAPTISTA e VENÂNCIO, 2003). Os fatores que afetam a atividade microbiana em carnes são divididos em fatores intrínsecos e extrínsecos. Os fatores Intrínsecos são os fatores ligados diretamente a composição da carne. Já os parâmetros Extrínsecos são aquelas propriedades do meio de armazenamento que afetam os alimentos e os microrganismos. (JAY, 2005) 17 Os parâmetros considerados Intrínsecos são pH, umidade, potencial de oxidação-redução (Eh), quantidade de nutrientes, constituintes antimicrobianos e estrutura biológica dos tecidos (JAY, 2005). A redução da disponibilidade de água constitui método de preservação. O nível de requerimento de água para multiplicação é expresso, geralmente, como atividade de água ou aw. A aw da carne fresca é, usualmente, 0,99 ou maior; possibilitando crescimento da maioria dos microrganismos (SILVA, 1999). O pH final da carne in natura fica entre 5,4 a 5,6, o que permite o crescimento de fungos, leveduras e bactérias lácticas. A maioria dos microrganismos tem pH ótimo de crescimento próximo ao neutro (pH 7,0), principalmente entre 6,6 e 7,5. Os fungos crescem em valores mais variados de pH que varia de 2,0 a 8,0, sendo resistentes a pH mais ácidos do que aquele em que proliferam os demais microrganismos. As leveduras crescem melhor entre pH 4,0 e 4,5 (EVANGELISTA, 2001; SILVA, 1999). Os microrganismos aeróbios são favorecidos por altos níveis de potencial de oxirredução. Enquanto que, os anaeróbios são favorecidos por níveis baixos. O potencial de oxirredução cai com a conversão de músculo em carne (SILVA, 1999). A carne é, geralmente, rica em proteína e pobre em carboidratos, favorecendo os microrganismos proteolíticos como as leveduras. De um modo geral, a carne constitui um excelente meio para a multiplicação e crescimento dos microrganismos (SILVA, 1999). Os parâmetros considerados Extrínsecos são: temperatura de armazenamento; umidade relativa do meio; presença e concentração de gases; presença e atividade de outros microrganismos (JAY, 2005). A forma física da carne (carcaça, partes, moída) 18 também afeta diretamente a facilidade de multiplicação de microrganismos (SILVA, 1999). Cada microrganismo tem sua temperatura ótima de crescimento; a máxima e a mínima. A maioria cresce bem entre 15-40ºC (psicrotróficos e mesófilos). As bactérias psicrotróficas podem crescer bem em temperaturas de 7°C ou menos. Já as termófilas podem crescer bem a temperaturas de 45° a 65°C. O congelamento pode matar ou causar injúria à maioria das bactérias na carne. Há decréscimo da contagem bacteriana com o congelamento. A temperatura menor que 5ºC restringe o crescimento da maioria das bactérias espoliativas e todas as patogênicas. Portanto, esta é a temperatura crítica de refrigeração (JAY, 2005). Já no aquecimento de produtos, para garantir uma eficiência no processo de eliminação das bactérias patogênicas é utilizado um padrão de temperatura de aproximadamente 72°C a ser atingido internamente no produto. No Frigorífico Juliatto a maioria dos produtos é submetida a temperaturas internas de aproximadamente 78°C (maior margem de segurança). A umidade relativa está intimamente relacionada com a temperatura de refrigeração. A umidade deve ser baixa na temperatura de refrigeração para evitar o efeito “suar” que facilita espoliação da carne. As bactérias requerem umidade relativa elevada para multiplicação; acima de 90%, as leveduras 87-92% e, os fungos 84% ou menos (SILVA, 1999). Quanto à necessidade de oxigênio para multiplicação, os microrganismos podem ser aeróbios, anaeróbios e facultativos. Os fungos e leveduras de carnes são aeróbios. Na superfície da carne predominam as bactérias aeróbias e facultativas e no interior das carnes, as bactérias facultativas e anaeróbias. O uso de embalagem com 19 filmes de alta barreira e atmosfera modificada reduzem ou previnem integralmente o desenvolvimento de bactérias aeróbias (SILVA, 1999). O estado físico da carne, determinado pela sua forma física (Carne moída e CMS) expõe a carne a grande contaminação (SILVA, 1999). TABELA 01 – GÊNEROS DE BACTÉRIAS E FUNGOS MAIS FREQUENTEMENTE ENCONTRADOS EM CARNES PROCESSADAS Bactérias Gênero Fungos Coloração Gram Prevalência Relativa Gênero Prevalência Relativa Actinobacter X Leveduras Aeromonas X X Candida Alcaligenes X XX Debaryomyces Bacilus + X X Saccharomyce Brochothrix + X X s Carnobacteriu + Trichosporon m + X Corynebacteriu X X Bolores m + X XX Alternaria Enterobacter + X X Aspergillus Enterococcus + X X Botrytis Hafnia + X Cladosporium Kocuria + XX X Fusarium Kurthia + X X Geotrichum Lactobacillus + X X Monilia Lactococcus + X XX Mucor Leuconostoc + X X Penicillium Listeria + X X Rhizopus Microbacterium X X Scopulariopsis Micrococcus + X Thamnidium Moraxella + X Paenibacillus Pediococcus X Pseudomonas + X Serratia X Sthaphylococcu + X s Vibrío Weissella Yersinia Nota: X = casos ocorridos; XX relatos mais frequentes. Fonte: Microbiologia de alimentos, James M, Jay; trad. Eduardo Cesar Tondo et all – 6ª edição – Porto Alegre: Artmed, 2005; p 106. 20 A ideia de que limites microbiológicos deveriam ser estipulados para alguns alimentos no intuito de garantir a sua segurança ou qualidade foi proposta em 1903 por Marxer, que sugeriu uma contagem aeróbia em placas (APC) com limite de 106 para carne de hambúrguer. De forma semelhante, as APCs e os limites de microrganismos indicadores foram propostos para vários outros produtos entre os anos de 1920 e 1930 (JAY, 2005). No Brasil, os padrões microbiológicos são determinados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), pela RDC n° 12, de 02 de Janeiro de 2001. TABELA 02 – PADRÕES MICROBIOLÓGICOS SANITÁRIOS PARA ALIMENTOS – CARNES E PRODUTOS CÁRNEOS a) - Carnes resfriadas, ou congeladas, "in natura", de bovinos, suínos; - Carnes moídas; - Miúdos de bovinos, suínos e outros mamíferos. Salmonella sp/25g Tolerância para amostra Indicativa Ausente b) - Produtos cárneos crus, refrigerados ou congelados; - Produtos a base de sangue e derivados "in natura"; - Embutidos frescais (lingüiças cruas e similares) c) - Produtos cárneos cozidos ou não, embutidos ou não (mortadela, salsicha, presunto, fiambre, morcela e outros); - Produtos a base de sangue e derivados, processados Coliformes a 45oC/g Alimentos Microrganismo Tolerância para amostra Representativa N c M M 5 0 Aus. - 5x103 5 3 5x102 5x103 Estaf.coag.positiva/g 5x103 5 2 103 5x103 C. sulfito redutor a 460C/g 3x103 5 2 5x102 3x103 Salmonella sp/25g Ausente 5 0 Aus. - Coliformes a 45oC/g 103 5 2 102 103 Estaf.coag.positiva/g 3x103 5 1 102 3x103 C. sulfito redutor a 460C 5x102 5 1 102 5x102 Salmonella sp/25g Aus 5 0 Aus - 21 CONTINUAÇÃO DA TABELA 02 – PADRÕES MICROBIOLÓGICOS SANITÁRIOS PARA ALIMENTOS – CARNES E PRODUTOS CÁRNEOS Alimentos d) - Produtos cárneos cozidos ou não, maturados ou não, fracionados ou fatiados, mantidos sob refrigeração e) - Produtos cárneos maturados (presuntos crus, copas, salames, lingüiças dessecadas, charque, "jerked beef" e similares) Tolerância para amostra Representativa N c M M Tolerância para amostra Indicativa 105 5 2 102 103 C. sulfito redutor a 460C Estaf.coag.positiva/g 5x102 5 1 102 5x102 5x103 5 1 103 5x103 Salmonella sp/25g Aus 5 0 Aus - Coliformes a 45oC/g 103 5 2 102 103 Estaf.coag.positiva/g 5x103 5 1 103 5x103 Salmonella sp/25g Aus 5 0 Aus - Microrganismo Coliformes a 45ºC/g Fonte: Resolução – RDC/ ANVISA n° 12, de 02 de Janeiro de 2001. <http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/12_01rdc.htm> Em um esforço para eliminar confusões e criar linguagem internacional, uma Comissão do Codex Alimentarius estabeleceu algumas definições as quais sofreram algumas alterações pela Comissão Internacional para Especificações Microbiológicas de Alimentos (ICMSF). Estas definições consistem em cinco componentes: uma relação dos microrganismos de interesse e/ou suas toxinas; os métodos analíticos para sua detecção e quantificação; um plano de amostragem, incluindo quando e onde as amostras devem ser colhidas; limites microbiológicos considerados apropriados para alimentos; o número de amostras que devem estar de acordo com esses limites. Esses cinco componentes estão incorporados em um plano de amostragem que consiste em um procedimento de amostragem e de decisão de critério, podendo ser um plano de duas ou três classes, onde “n” significa o número de amostras de um lote que devem ser examinadas para cumprir o plano; “c” é o número máximo aceitável/ permitido de 22 amostras que podem exceder o critério microbiológico m; “m” é o número máximo ou nível de relevância de bactérias por grama; e “M” é a quantidade utilizada para separar alimentos de qualidade aceitável de alimentos com qualidade inaceitável. Se qualquer uma das amostras exceder o valor de “M”, o lote inteiro será rejeitado. Se não mais do que “c” amostras apresentarem resultados acima de “m”, o lote é aceitável (JAY, 2005). Os microrganismos nos alimentos são normalmente controlados por remoção, inibição da multiplicação ou destruição. Os processos atualmente utilizados dependem da sensibilidade dos microrganismos a serem controlados e da própria natureza do produto. Os problemas microbianos podem surgir quando o efeito desejado não é alcançado e isso comumente acontece por erros nas técnicas de manipulação ou processamento. A detecção destes erros, sua correção e a prevenção futura são os maiores objetivos de qualquer sistema de controle microbiológico (PIRAGINE, 2005). 3.7.2 Matéria-Prima A produção de embutidos exige uma ampla variedade de ingredientes cárneos e não cárneos, cada um exercendo uma função específica de acordo com sua propriedade. Dentre os ingredientes cárneos, existe uma grande variação quanto à sua composição devido às diversas fontes das quais essa matéria-prima pode ser obtida (REIS et al., 1999). Como regra geral, a excelência de qualquer produto industrializado está condicionada à perfeição da matéria-prima (EVANGELISTA, 2001). 23 O recebimento de matéria prima ou dos produtos pelas indústrias ou pelos estabelecimentos comerciais, assim como seu transporte constitui a primeira etapa do controle higiênico sanitário. É a etapa mais importante do processo, pois a escolha correta da matéria prima, a verificação da sua procedência e a forma com que essa matéria prima é transportada até chegar na empresa, influenciam na sua qualidade (SEBRAE, 2004). A carne e seus derivados devem preencher os requisitos exigidos, quanto à sua qualidade, valor nutritivo e estado sanitário; sob o ponto de vista industrial, entretanto, é importante que além dos requisitos mencionados, adquira maior propensão para a formação de massa muscular (EVANGELISTA, 2001). Durante o processo de produção, para reduzir os custos, muitos fabricantes incorporam grande quantidade de retalhos provenientes da linha de abate e desossa em seus produtos, embora essa matéria-prima possua uma grande proporção de tecido conjuntivo. A hidroxiprolina é um aminoácido encontrado exclusivamente nesse tecido, sendo utilizada como indicador da qualidade dos embutidos em muitos países europeus (REIS et al., 1999). Durante o processamento a qualidade da matéria prima é garantida de maneira direta, pela manutenção das qualidades já asseguradas ao alimento, e indireta, pela ausência de fatores negativos, inerentes ao meio, aos utensílios, ao equipamento e aos manipuladores (EVANGELISTA, 2001). A deterioração da matéria prima ocorre, como comumente acontece com os alimentos, por ação de organismos vivos (insetos, microrganismos, etc.), por processos físicos (fenômenos resultantes de congelamento, recristalização, etc.) e por influência 24 biológica (respiração, rancificação, etc.). Para se evitar/retardar a deterioração das mesmas deve-se seguir regras no que se diz respeito à temperatura, umidade e composição da atmosfera, e o tempo de armazenamento (EVANGELISTA, 2001) 3.7.3 Aditivos De acordo com a Portaria nº 1.428 do Ministério da Saúde, aditivo alimentar é qualquer substância que não se consome normalmente como alimento, nem que se usa normalmente como ingrediente típico do alimento, com ou sem valor nutritivo, cuja adição intencional ao alimento com finalidade tecnológica (inclusive sensorial) na fabricação, elaboração, embalagens, empacotamento, transporte ou armazenamento, leve, ou de certa forma, espera-se que possa levar (direta ou indiretamente), a que ele mesmo o seus subprodutos cheguem a ser um complemento do alimento ou afetem suas características (BRASIL, 1993). O Decreto- Lei nº 55.871, de 26/03/1965, estabelece que é tolerável o uso de aditivos, desde que seja indispensável à adequada tecnologia da fabricação, que tenha sido previamente registrado no órgão competente do Ministério da Saúde e que seja empregado na quantidade estritamente necessária à obtenção do efeito desejado, respeitando o limite máximo que vier a ser fixado (PARDI et al., 1996). A avaliação dos aditivos alimentares no âmbito mundial é baseada no controle das IDAs (Ingestão Diária Aceitável), desenvolvida pelo Comitê de Expertos em Aditivos Alimentares da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) (POLÔNIO e PERES, 2009). 25 Entre os aditivos mais utilizados na fabricação de embutidos cárneos encontram-se os antioxidantes (ex. ácido ascórbico), os conservantes (ex. nitrito e nitrato), os umectantes (ex. propilenoglicol), os antiumectantes (ex. fosfato tricálcico) os espessantes, os corantes (ex. urucum), os estabilizantes (polifosfatos), os acidulantes (glucono-delta-lactona), os aromatizantes e flavorizantes (essências naturais) e os extensores cada um com função específica na elaboração dos produtos. Os antioxidantes, também conhecidos como interceptores de oxigênio, são aditivos protetores contra a rancidez de alimentos contendo gorduras, principalmente ricas em ácidos graxos insaturados (EVANGELISTA, 2001). Um antioxidante muito utilizado na produção de embutidos é o eritorbato de sódio. Os espessantes são substâncias capazes de aumentar a viscosidade de soluções, emulsões e suspensões. Entre eles estão os alginatos, caroboximetilcelulose sódica, goma adragante, goma arábica, goma caráia, goma guar, goma jataí, mono e diglicérides, musgo irlandês (cargena), celulose microcristalina. Muitos estabilizantes são também espessantes, sendo classificados como “estabilizadores vegetais não protéicos” (PARDI et al., 1996). Os conservantes são substâncias que retardam os processos de deterioração de produtos alimentícios, protegendo-os contra a ação de microrganismos ou de enzimas, e com isso aumentam o tempo de vida útil dos alimentos. O emprego de aditivos conservantes deve levar em conta as características do alimento (atividade de água por exemplo), a forma de elaboração, o tipo de embalagem, o tempo e condições de armazenamento e a qualidade dos microrganismos. A indústria de embutidos utiliza 26 conservantes como o ácido sórbico (sorbato de sódio, potássio ou cálcio), nitrito e nitrato (EVANGELISTA, 2001). No Brasil, a Instrução Normativa 51/2006 do MAPA, padroniza a concentração máxima de nitritos e nitratos a serem utilizados em produtos cárneos, de acordo com a Resolução do Mercosul GMC nº. 73/97, que regulamenta os limites de aditivos em carnes e produtos cárneos, permitindo a utilização de nitrato de sódio ou de potássio na ordem de 0,03 g/100g do produto (300 ppm), e de nitrito de sódio ou potássio, 0,015 g/100g (150 ppm) (BRASIL, 2006). Índices acima deste valor podem trazer sérios danos à saúde dos consumidores uma vez que o íon nitrito pode reagir com amidas e aminas presentes no alimento e gerar compostos nitrosaminas e nitrosamidas, os quais são carcinogênicos, mutagênicos e teratogênicos (SOUZA et al., 1990). O nitrito e o nitrato quando utilizados dentro das concentrações permitidas são fundamentais na prevenção do crescimento do Clostridium botulinum que produz a toxina botulínica, potencialmente fatal. Além disso, são indispensáveis por serem responsáveis pelas reações que promovem a coloração e sabores característicos dos produtos curados, e dão aos mesmos as características sensoriais desejáveis (CORREIA, 2008). Os corantes são substâncias que transmitem aos alimentos novas cores ou exaltam as que eles já possuem, com a finalidade de melhorar o seu aspecto (EVANGELISTA, 2001). Um dos corantes mais utilizados na indústria de embutidos é o Urucum, o qual é utilizado no tingimento de salsichas. Outro corante também utilizado é o Carmim. 27 Os estabilizantes são utilizados na indústria de produtos cárneos para aumentar o poder de retenção de água das proteínas miofibrilares e consequentemente, manter a integridade do produto. Nos produtos emulsificados, como as salsichas, a utilização dos estabilizantes garante a integridade da emulsão por ocasião do cozimento (LOPES, 2005). O estabilizante mais utilizado na indústria de produtos cárneos é o polifosfato de sódio, carragenas e gomas. Os agentes extensores são utilizados para garantir a textura dos embutidos, manter à estabilidade da emulsão, absorver a umidade e adicionar ou não valor proteico ao produto, sendo o amido e as féculas os mais utilizados no Brasil, principalmente em salsichas e mortadelas. Ao absorver a umidade, o amido permite o aumento no volume da emulsão, diminuindo assim a quantidade de carne necessária na formulação do embutido. No entanto, a legislação brasileira permite apenas 12% de amido neste tipo de embutido, justamente para evitar que algumas empresas façam uso deste produto apenas por uma questão econômica (GBI, 2005). Os umectantes são substâncias capazes de evitar a perda da umidade dos alimentos. O limite máximo de substâncias umectantes em produtos cárneos é de 0,004% de acordo com a Resolução nº33/68, da ex CNNPA. Exemplos destes aditivos são o lactato de sódio, o propileno glicol, o glicerol e o sorbitol (PARDI et al., 1996) Os acidulantes são substâncias utilizadas para dar o sabor acídulo ao produto. A diferença dos acidulantes para os acidificantes está na intensidade de sabor que estes transmitem. O pequeno grau de acidez comunicado pelos acidulantes faz com que a principal função de sua aplicação seja a de melhoria do sabor, enquanto os acidificantes tem também como função modificar o meio de determinados alimentos. 28 Entre eles pode-se citar o ácido cítrico e o ácido lático, os quais são amplamente utilizados na fabricação de produtos embutidos (EVANGELISTA, 2001). Os aromatizantes são substâncias que conferem e intensificam o aroma dos alimentos. Já os flavorizantes são substâncias que transmitem ou exaltam o sabor e o aroma dos alimentos. Ambos podem ser naturais, semissintéticos e sintéticos ou artificiais. No preparo de massas de produtos embutidos são empregadas muitas vezes, as chamadas “Substâncias aromatizantes idênticas à natural” (AIN), que são substâncias obtidas quimicamente por síntese ou outro processo químico adequado, e que apresenta estrutura química idêntica a da substância aromatizante natural (ex: AIN de alho, AIN de castanha, AIN de pimenta). O extrato natural de fumaça também é um aromatizante e flavorizante empregado na fabricação de embutidos (EVANGELISTA, 2001). 29 4 PROCESSOS DE PRODUÇÃO 4.1 RECEPÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA Nesta etapa do processo era avaliada a temperatura dos congelados e resfriados, a guia de trânsito, o aspecto dos produtos e de suas embalagens, a higiene do caminhão utilizado para o transporte da matéria-prima assim como o estado aparente do motorista/entregador (uniforme e hábitos higiênicos). Este controle era feito pelo funcionário responsável pelo setor toda vez que um produto ingressava na empresa e, semanalmente, o Controle de Qualidade realizava uma verificação deste monitoramento, sendo que a matéria prima de origem animal deve chegar congelada a pelo menos -12°C ou resfriada a até 7°C. Os produtos resfriados recebidos eram as meias carcaças resfriadas de bovino e suíno; carne resfriada de bovino com osso (ponta de agulha); miúdos resfriados de bovino (rúmen-bucho, fígado, mocotó, coração e língua). Estes produtos eram direcionados diretamente para a câmara de recepção de matéria prima a qual apresentava temperatura em torno de 0 a 2°C. Já os produtos que chegavam resfriados e precisavam ser congelados para armazenamento passavam pelo túnel de congelamento a -30°C, para que ocorresse um processo de congelamento rápido, até que o interior dos produtos atingisse a temperatura de -18°C, sendo então transferidos para a câmara de estocagem a -19°C. Os produtos congelados recebidos eram a carne congelada de suíno (costela, barriga com pele); carne congelada de bovino sem osso (cupim e recortes); miúdo 30 congelado de suíno (rabo); CMS de aves congelada; carne industrial bovina congelada. Estes produtos possuíam um destino variado de acordo com a necessidade de uso dos mesmos. Produtos que chegavam congelados e que não seriam utilizados resfriados no próximo dia ou que deveriam ser utilizados na forma congelada eram encaminhados diretamente para a câmara de estocagem a uma temperatura de -19°C. Quando era necessário o descongelamento de um produto para posterior utilização, este seguia para a câmara de descongelamento a 0-2°C, evitando perdas nutricionais e qualitativas (crescimento microbiano) do produto por falha no processo de descongelamento o qual deve ocorrer lentamente. FIGURA 02 – CÂMARA DE RECEPÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA 4.2 DESOSSA Constitui a separação da carne dos ossos, nódulos e excesso de gordura. Nesta etapa são retirados os cortes específicos de carnes. É recomendado fazer a desossa com a carne resfriada (MADRUGA et al.2007). 31 No Frigorífico Juliatto as meias carcaças, que chegavam resfriadas a até 7°C, ficavam armazenadas na câmara de recepção de matéria prima a uma temperatura de 0°C até serem encaminhadas para a sala de desossa com temperatura de 10-15°C onde passavam pela serra fita para serem divididas inicialmente em duas porções, quartos dianteiro e traseiro, as quais seguiam pela linha para a retirada dos cortes mais específicos como o pernil, a paleta, o carré, lombo, barriga, sobrepaleta, suã, joelho, picanha, costela. FIGURA 03 – CORTES DE CARCAÇAS SUÍNAS Fonte: http://www.querocomer.com.br/noticias_impressao.asp?cod_noticia=7895. 4.3 PREPARO DE MASSAS 4.3.1 Triturador O triturador é uma máquina utilizada para quebrar blocos, principalmente de CMS e carne industrial congelados, em pedaços menores possibilitando a utilização destes no preparo de massas. 32 FIGURA 04 – CMS CONGELADA, APÓS PASSAR POR PROCESSO DE TRITURAÇÃO 4.3.2 Moedor A máquina utilizada pelo frigorífico possuía capacidade para 250 a 300 Kg de matéria prima e um sistema de discos cortantes que poderiam variar de tamanho de acordo com a necessidade. Os discos mais utilizados eram os de 10 mm (Linguiça de Pernil, Linguiça Toscana), 8 mm (Linguiça TC) e 6 mm mas a máquina poderia trabalhar com discos de 4 a 22 mm sendo que só existiam discos com medida de números pares. Os principais produtos que passavam pelo moedor eram pedaços de carne, miúdos, pele, retalhos, peças congeladas já trituradas e subprodutos cárneos a serem reprocessados. 33 4.3.3 Misturadeira Através de um sistema de pás giratórias, a misturadeira é utilizada para distribuir uniformemente os temperos e outros ingredientes homogeneizando e massageando as massas. De acordo com Madruga et al. (2007), este massageamento provoca a extração de proteínas que dão liga à mistura e aumentam a capacidade de retenção de água, garantindo a maciez do produto. A Misturadeira utilizada possuía uma capacidade de 450 Kg de produto e era acoplada ao emulsificador e a um sistema de elevador de carrinhos de inox para facilitar o despejo de produtos em seu interior. FIGURA 05 – MISTURADEIRA COM MATERIAL PROCESSADO 34 4.3.4 Emulsificador O emulsificador trabalhava através de um sistema de 2 discos giratórios tipo peneira com furos de 3,2 - 2,4 – 1,4 ou 1,2 mm e 2 discos giratórios com 6 facas cada um, em um cano de diâmetro aproximado de 10 cm onde as massas passavam sobre alta pressão e velocidade, ocorrendo então o processo de emulsificação que, de acordo com Olivo e Shimokomaki (2006) é a suspensão coloidal de dois líquidos não solúveis entre sí (imiscíveis), mas que, no entanto, mantém-se harmoniosamente dispersos um no outro. A máquina possuía também em seu interior um termômetro digital para controle da temperatura das massas a qual tende a aumentar durante o processo podendo causar a perda da estabilidade da emulsão. A temperatura ideal da massa para uma boa estabilidade é de 5 a 10°C. A máquina possuía regulagem de velocidade e pressão podendo trabalhar a até 7 bars de pressão, porém era indicado evitar ultrapassar os 5 bars para que não houvesse sobrecarga diminuindo com isso a vida útil do equipamento. Era necessário lubrificar os discos e o motor do equipamento diariamente, antes de sua utilização para evitar desgaste dos mesmos. 35 FIGURA 06 – MASSA NA DESCARGA DO EMULSIFICADOR 4.3.5 Cutter O cutter possui um sistema contendo 3 a 12 facas rotativas em posição vertical, altamente cortantes que trabalham em altíssima velocidade (acima de 3.000 rpm) sobre uma superfície curvada a qual gira em baixa velocidade num plano horizontal para afinar a massa ou simplesmente cortar ingredientes até o tamanho desejado, como é o caso do toucinho na massa de mortadela. O equipamento do Frigorífico Juliatto possuía capacidade para 200Kg de produto e trabalhava com um sistema de 9 facas. 36 FIGURA 07 – MASSA NO CUTTER 4.3.6 Embutideira As embutideiras utilizadas possuíam capacidade de produção de salsichas em sistema de suspensão de 950 a 1100Kg/hora utilizando-se o sistema automático de embutimento. Caso fosse utilizado o sistema de embutimento manual da máquina, com posterior amarra e suspensão manual, se conseguia embutir de 600 a 900 Kg/hora. Em alguns produtos, como no salame, era utilizada a clipadeira automática ao invés de barbante ou presilhas para fechar as tripas aumentando ainda mais a velocidade de produção. A massa era injetada com certa pressão na tripa natural ou artificial e simultaneamente eram feitas as torções (torcedor acoplado à embutideira) para posterior amarra. Alguns produtos eram amarrados manualmente com fio de barbante sem prévia torção, como era o caso da calabresa, morcela e salsichão. 37 O processo de embutimento deve ser feito de forma compacta, não permitindo a permanência de bolhas de ar as quais poderão causar oxidação e escurecimento do produto comprometendo a qualidade do mesmo (BRESSAN et al, 2001). Quando se utilizava o sistema de suspensão de salsichas, o qual era acoplado a embutideira, as mesmas eram penduradas automaticamente de forma a ficarem com o mesmo comprimento, dando agilidade ao processo e facilitando a posterior pendura em varas para dar continuidade na produção. 4.4 CURA O termo cura de carnes se refere à conservação de um produto por adição de sal, compostos fixadores de cor (nitratos e/ou nitritos), açúcar e condimentos, onde também é obtida a melhora das propriedades sensoriais. Este processo tem por finalidade conservar a carne por um período de tempo mais longo, além de conferir-lhe determinadas qualidades sensoriais, como sabor e aroma mais agradáveis e coloração vermelha ou rósea atraente (ROÇA, 2000). A velocidade de cura em peças de carne depende da velocidade de difusão dos ingredientes de cura pelos tecidos que depende, por sua vez dos métodos de aplicação dos mesmos, do tamanho das peças de carne, da quantidade de cobertura de gordura e da temperatura (ROÇA, 2000). Existem vários métodos de incorporação dos ingredientes de cura às carnes. Entre ele, pode-se citar a cura a seco, cura por imersão, cura por injeção ou a combinação de métodos (PARDI et al., 1996). 38 A cura a seco consiste no friccionamento dos ingredientes de cura nas superfícies das peças ou simplesmente na adição dos mesmos ao produto (PARDI et al., 1996). Em produtos de salsicharia, os ingredientes de cura são incorporados durante os processos de mistura e moagem. São adicionados em forma seca ou como solução concentrada e são distribuídos uniformemente por todo produto durante a trituração e preparo da massa. Essa técnica é conhecida como cura direta (ROÇA, 2000). Em peças de carne a penetração do sal é influenciada pela temperatura, quanto mais elevada, maior será a penetração. No entanto, as temperaturas mais elevadas são passíveis de um maior crescimento microbiano, e por isso deve-se adotar a temperatura de 6 a 8°C como ótima (PARDI et al., 1996). O congelamento afeta a estrutura do tecido muscular. Sendo assim, a quantidade de sal que penetra nos músculos que foram congelados e descongelados é aproximadamente 20% maior que na carne fresca (PARDI et al., 1996). 4.4.1 Injetora A penetração dos agentes de cura é muito mais rápida e sua distribuição mais uniforme quando são injetados diretamente nos tecidos. Constitui a cura por injeção de salmoura, na qual podem ser feitas múltiplas injeções intramusculares ou injeção por via arterial (ROÇA, 2000). A injetora utilizada no Frigorífico Juliatto era automática, com múltiplas agulhas de injeção intramuscular, dupla regulagem de altura a ser ajustada de acordo 39 com o tamanho do produto e esteira automática. A solução a ser injetada era previamente preparada em tanque próprio, sendo que a sua composição e quantidade variavam de acordo com o produto a ser injetado. FIGURA 08 – INJETORA 4.4.2 Tumbler O tumbler é uma máquina cilíndrica giratória onde são colocadas peças de carne para massageamento e incorporação de temperos. O sistema de “tombo” da carne faz com que as proteínas miofibrilares se rompam aumentando a maciez da carne e a penetração dos temperos. 4.5 MATURAÇÃO A maturação ou fermentação consiste em manter o produto durante um período de tempo sob condições controladas de temperatura e umidade relativa do ar. 40 Nessa etapa ocorre o desenvolvimento do aroma, modificações na textura, dessecação, endurecimento do produto e finalizam-se as reações de cura (FORREST et al., 1979). Durante a fase de fermentação ocorre a produção de ácido lático e, consequentemente, o abaixamento do pH do embutido, que contribui diretamente sobre o sabor levemente picante, a textura típica e a conservação do produto final (MACEDO, 2005). Os principais embutidos que passavam por processos de maturação eram os salames (milano, italiano, hamburguês, salaminho, peperoni) e a copa. Atualmente são muito utilizadas no processo de fermentação de alguns embutidos as culturas starter as quais são definidas como preparações que contêm microrganismos vivos ou em estado latente que se desenvolvem pela fermentação de um determinado substrato presente no meio, capazes de desenvolver atividade metabólica desejável na carne (BERNARDI et al., 2010). O tipo de cultura starter utilizada na fabricação de salames varia de acordo com o agente de cura empregado. Quando se utiliza nitrito como único agente de cura, normalmente recomenda-se o emprego de bactérias lácticas e estafilococos, enquanto que a adição de nitrato para a cura necessita da ação de bactérias nitrato-redutoras do gênero Micrococcus como integrantes da cultura starter (MACEDO, 2005). A adição desses microrganismos tem como objetivos desejáveis melhorar a segurança do produto através do controle de patógenos pela competição entre eles, estender a vida útil do produto pela inibição de microrganismos deteriorantes, diversificar o produto, modificando a matéria-prima, a fim de se obterem novas 41 propriedades sensoriais, e promover benefícios à saúde através de efeitos positivos na microbiota intestinal (BERNARDI et al., 2010). O processo de fermentação da carne acarreta uma série de benefícios em sua conservação, sendo que a principal razão para o uso de bactérias lácticas nesse processo está em sua habilidade em gerar acidificação intensa e controlada que inibe o desenvolvimento de microrganismos indesejáveis (MACEDO, 2005). FIGURA 09 – COPA NO ESTÁGIO INICIAL (À ESQUERDA) E FINAL (À DIREITA) DO PROCESSO DE MATURAÇÃO 4.6 ESTUFAS E FUMEIROS O frigorífico possuía cinco estufas para cozimento de produtos, sendo que apenas 1 delas possuía sistema de fumaça de serragem. Possuía também seis fumeiros os quais eram pouco utilizados no período de estágio devido à substituição da fumaça tradicional pela fumaça líquida na maioria dos produtos. 42 Entende-se por "defumados" os produtos que após o processo de cura são submetidos á defumação, para lhes dar cheiro e sabor característicos, além de um maior prazo de vida comercial devido à desidratação parcial (RIISPOA, 1952). TABELA 3 – OS PRINCIPAIS COMPONENTES DA FUMAÇA E RESPECTIVA AÇÃO PRODUTO AÇÃO álcool metílico ácido pirolenhoso Antisséptica Abaixa o pH e com o metanol produz ésteres ácido carbônico não atua anidrido carbônico não atua aldeidos Antisséptica cetonas Antisséptica ésteres Aromatizante fenóis e cresóis antisséptica e aromatizante; desenvolvem a cor caramelo característica 3,4 benzopireno e 1,2,5,6 fenantraceno carcinogênicos e aparecem em temperaturas altas de combustão Fonte: ROÇA, 1981. Os métodos convencionais de produção de fumaça, para efeito de defumação, são os métodos de queima lenta de serragem umedecida e da fricção de toros de madeira (PARDI et al., 1996). Os produtos defumados ficam menos sujeitos a contaminação do que as carnes não defumadas. Isso ocorre devido ao processo de dessecação superficial, a coagulação das proteínas pela condensação de formaldeído e de fenóis e a depoisição de material resinoso, além do efeito químico e bacteriológico, decorrentes do processo de defumação. Esse conjunto forma uma verdadeira barreira contra a penetração microbiana (PARDI et al., 1996). 43 A defumação também produz cor característica à carne através dos pigmentos dos componentes da fumaça e a formação das resinas superficial. A textura superficial também é alterada e resulta do efeito de secagem da fumaça (ROÇA, 1981). A defumação convencional em muitos alimentos está sendo substituída pelo emprego de aroma de fumaça, ou fumaças líquidas saborizantes. Esses produtos são, em geral, extratos de fumaça filtrada, que são separados do material resinoso responsável pela formação dos hidrocarbonetos poliaromáticos. Entre as vantagens dessa tecnologia estão a higiene e diminuição no tempo de processamento, menor poluição ambiental e variedade de utilização da fumaça, obtendo-se produtos com diferentes características organolépticas (COSTA et al., 2008). FIGURA 10 – COPA NO FUMEIRO 4.7 CHUVEIRO DE ASPERSÃO O chuveiro de aspersão era utilizado para pré- resfriar e lavagem dos produtos após cozimento. Os produtos ficavam em média 15 minutos ou até atingirem uma temperatura aceitável para serem armazenados na câmara de resfriamento de produtos cozidos. 44 FIGURA 11 – CHUVEIRO DE ASPERSÃO 4.8 SISTEMA DE EMBALAGENS 4.8.1 Embalagem primária O sistema de embalagem primária utilizado para a maioria dos produtos era a embalagem a vácuo. Para isso os produtos passavam pela máquina de embalagens termoformadoras a vácuo a qual embalava o produto com rótulo e data de validade e de fabricação de acordo com a programação, ou pela seladora a vácuo tradicional que necessitava de rotulagem e prensa manual. 45 FIGURA 12 – EMBALAGEM DE SALAME ITALIANO NA SELADORA À VÁCUO FIGURA 13 – SALAME ITALIANO APÓS PASSAR POR SELADORA A VÁCUO 46 FIGURA 14 – MÁQUINA TERMO FORMADORA DE EMBALAGENS A VÁCUO 4.8.2 Embalagem Secundária No setor de embalagem secundária os produtos que já haviam passado pela embalagem primária eram colocados em caixas de papelão as quais eram lacradas com fita adesiva e seguiam para a estocagem de produtos acabados, onde permaneciam até serem encaminhados para a expedição. 47 FIGURA 15 – PRODUTOS NA CÂMARA DE ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS APÓS EMBALAGEM SECUNDÁRIA. 48 5 PRODUTOS CÁRNEOS Entendem-se como produtos cárneos processados ou preparados, aqueles em que as propriedades originais da carne fresca foram modificadas através de tratamento físico, químico ou biológico, ou através da combinação destes métodos. O processo envolve geralmente cortes ou cominuições mais ou menos intensos, adição de condimentos, especiarias e aditivos diversos (PARDI et al., 1996). 5.1 LINGUIÇA TC Linguiça embutida em tripa de carneiro (TC), elaborada com retalho magro de suíno moídos a 8mm acrescido de sal, glicose, regulador de acidez, alho em pó, cebola em pó, citrato de sódio, glutamato monossódico, pimenta preta, açúcar, ácido ascórbico, maltodextrina, salsa desidratada, ácido cítrico, cebola, nitrito e água. O fluxograma de produção se iniciava com a recepção das carcaças suínas resfriadas a 7°C as quais seguiam para desossa. Os retalhos magros passavam pelo moedor disco 8mm e em seguida pela a misturadora onde permaneciam por 5 minutos para serem acrescentados os demais ingredientes. A massa formada era resfriada na câmara de massas a 4°C e seguia para ser embutida em tripa natural de carneiro. O produto embutido era encaminhado para a embalagem primária, túnel de congelamento até atingir -18°C, embalagem secundária, câmara de estocagem de produtos congelados e expedição. 49 FIGURA 16 – LINGUIÇA TC 5.2 COPA A copa é um produto embutido feito do corte sobre paleta de suínos acrescida de cultura para carne curada. Outros ingredientes que fazem parte do produto são sal, glutamato monossódico, dextrose, alho em pó, noz moscada, canela em pó, cravo em pó, pimenta brava, eritorbato de sódio. As peças de Sobre Paleta eram passadas nos temperos em pó misturados com a cultura para carne curada e seguiam para a câmara de cura onde permaneciam por 5 dias. As peças eram então viradas e permaneciam por mais 5 dias na câmara. Em seguida eram lavadas, embutidas em tripa seca do reto de bovino e colocadas em estoquinetes (redes elásticas) próprias para copa. Seguiam para o fumeiro onde permaneciam por 36 horas e eram então encaminhadas para a sala de cura onde ficavam por aproximadamente 60 dias (de 40-80 dias; varia com o tamanho – verificar consistência). O produto era então lavado e descascado e seguia para a embalagem 50 primária, embalagem secundária, câmara de estocagem e expedição. Na empresa eram fabricados 100Kg de copa por mês e a quebra durante o processo era de aproximadamente 30-35%. FIGURA 17 – COPA APÓS 36 HORAS NO FUMEIRO 5.3 LINGUIÇA TIPO CALABRESA Linguiça elaborada com recortes de carne suína, CMS (no máximo 20%), água e outros ingredientes como sal, proteína solúvel se soja, condimento de linguiça calabresa, alho, glutamato monossódico, tripolifosfato de sódio, hexametafosfato de sódio, pirofosfato ácido de sódio, pimenta vermelha, eritorbato de sódio, carragena, coentro, nitrito e nitrato de sódio e corante carmim de cochonilha. O fluxograma se iniciva com a recepção das carcaças resfriadas a até 7°C seguindo então para desossa. Era utilizado retalho suíno da desossa ou retalho congelado. O retalho passava pelo moedor disco 8mm e era pesado. A CMS congelada 51 passava pelo triturador e emulsificador, seguindo então para a balança. A CMS e o retalho iam para a misturadora onde ficavam por 5 minutos e eram acrescentados os outros ingredientes. A massa formada seguia para o emulsificador novamente e em seguida era armazenada na câmara de massas até atingir 4°C. O embutimento era feito em tripas naturais de suíno e após esta etapa o produto era pendurado em varas para serem imersos em fumaça líquida e seguirem para cozimento na estufa por 3 horas e 15 minutos até atingir a temperatura de 78°C. As calabresas eram então pré-resfriadas no chuveiro por 25 minutos e depois continuavam a ser resfriadas na câmara de produtos cozidos. Os produtos eram cortados e encaminhados para a embalagem primária, embalagem secundária, câmara de armazenamento e expedição. FIGURA 18 – LINGUIÇA TIPO CALABRESA SENDO EMBALADA EM MÁQUINA TERMO FORMADORA DE EMBALAGENS 52 5.4 SALAME MILANO Embutido maturado, embutido em tripa de colágeno, elaborado com pernil suíno sem osso, toucinho e outros ingredientes como Sal, Vinho Tinto, Dextrina, Glicose, Alho em pó, Glutamato Monossódico (realçador de sabor), Coentro, Eritorbato de sódio, Pimenta Jamaica, Pimenta Branca, Noz moscada, Cultura cárnica, Nitrito, Nitrato. O fluxograma iniciava com a chegada das carcaças resfriadas a até 7°C, as quais seguiam para a câmara de recepção de matéria prima onde permaneciam até seguirem para a linha de desossa para a obtenção dos cortes (pernil e o toucinho). As carnes eram então congeladas a -18ºC e eram levadas para o preparo de massas. Primeiro a carne congelada passava pelo triturador para obtenção de pedaços menores. Em seguida o produto era pesado e seguia para o moedor. A massa formada passava pelo cutter onde permanecia por 2 minutos e nele eram acrescentados os demais ingredientes. Seguia então para o embutimento com tripa artificial, depois ocorria a pré-secagem que durava 3 dias e seguia para a câmara de maturação onde permanecia por 35 dias. Os salames eram então lavados, depilados (injeção de ar), embalados na embalagem primária, embalagem secundária e em seguida expedição. 53 FIGURA 19 – SALAME MILANO NO FINAL DO PROCESSO DE MATURAÇÃO 54 6 PROGRAMAS DE AUTOCONTROLE O modelo de inspeção sanitária usado pelas empresas de alimentos, determinado pelo DIPOA, é baseado no controle de processo, que fundamenta-se na inspeção contínua e sistemática de todo o sistema de produção, visando garantir a qualidade higiênico sanitária e tecnológica dos produtos expostos ao consumo da população (MAPA, 2005a). Este controle de processo, nas empresas de alimentos, é feito através de um Sistema de Controle de Qualidade capaz de se antecipar à materialização dos perigos à saúde pública e de outros atributos de qualidade, gerando registros e informações, de forma que o Sistema possa sofrer, continuamente, a verificação do Serviço Oficial de Inspeção de Produtos de Origem Animal (MAPA, 2005b). No DIPOA, estes Programas incluem o Programa de Procedimentos Padrão de Higiene Operacional – PPHO (SSOP), o Programa de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle – APPCC (HACCP) e, num contexto mais amplo, as Boas Práticas de Fabricação – BPFs (GMPs) (MAPA, 2005a). Os processos de produção de importância na inspeção sanitária são agrupados em quatro grandes categorias: matéria-prima, instalações e equipamentos, pessoal e metodologia de produção; e baseado nestas categorias são feitos os programas de autocontrole (MAPA, 2005a). Estes programas são realizados através de monitoramento, ação preventiva e ação corretiva. O monitoramento é a observação e o registro regular das atividades de um projeto ou programa. É um processo rotineiro de acúmulo de informações do 55 projeto em todos os seus aspectos. Ação preventiva é a ação tomada para eliminar as causas de não-conformidades potenciais ou outra situação indesejável a fim de evitar recorrência das mesmas. É aplicada antes da implementação de novos produtos, processos ou sistemas, ou antes de modificações já existentes. As ações corretivas são as ações tomada para eliminar as causas de não-conformidades existentes ou situações indesejáveis de maneira a evitar recorrência das mesmas (MAPA, 1988). 6.1 MANUTENÇÃO DAS INSTALAÇÕES O objetivo deste autocontrole era estabelecer procedimentos a serem adotados para a manutenção das instalações, através de monitoramento, ações preventivas e corretivas, para que o estabelecimento fosse mantido conforme projetado, construído e instalado. O Controle de Qualidade da empresa era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento, enquanto o setor de Manutenção era responsável pela realização da Manutenção de todas as instalações. As instalações como forro/teto, piso, paredes e portas deveriam ser de material durável, impermeável e de fácil higienização; Eram higienizadas diariamente conforme Manual de Higienização – PPHO; os ralos eram sifonados e há escoamento de água para não haver águas residuais no piso; Portas (fechamento automático) e janelas (com telas) com acesso para a área externa foram projetadas visando evitar o acesso de insetos, roedores e outras pragas; os setores de manipulação de matérias- 56 primas eram separados dos setores de triparia, embalagem primária e secundária (também eram separadas) para prevenir ou reduzir contaminações adicionais. O monitoramento da manutenção das instalações era feito pela inspeção visual das instalações pelo auxiliar do Controle de Qualidade diariamente. Entre as ações preventivas estavam a construção das instalações de acordo com a legislação vigente; de acordo com o fluxo de produção; com material apropriado para uma higienização eficiente. Entre as ações corretivas, as instalações que apresentassem problemas deveriam ser consertadas ou reformadas imediatamente. Este Procedimento de Autocontrole era subdividido em duas etapas, sendo que um fazia o Monitoramento da Manutenção das instalações e era realizado pela auxiliar do Controle de Qualidade diariamente, enquanto o outro fazia a Verificação do Monitoramento da Manutenção das Instalações e era efetuado pela responsável pelo setor de controle de qualidade semanalmente. Estes monitoramentos eram feitos através de planilhas contendo as áreas a serem inspecionadas, opções de conformidade e não conformidade, espaço para a descrição da não conformidade, da ação corretiva e da verificação. 6.2 MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS O objetivo deste autocontrole era estabelecer procedimentos a serem adotados para a manutenção dos equipamentos com o propósito de garantir a elaboração dos produtos em conformidade com o processo programado. 57 O Controle de Qualidade da empresa era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento, enquanto o setor de Manutenção era responsável pela realização da manutenção preventiva e corretiva de todos os equipamentos. O monitoramento deste Procedimento de Autocontrole era feito através da inspeção visual dos equipamentos, diariamente, pelo Encarregado da Produção. Era realizada a manutenção preventiva de acordo com um cronograma de Manutenção preventiva dos equipamentos elaborado pela empresa; os Operadores de Máquinas receberam treinamento para a realização destes monitoramentos e para informar a manutenção caso houvesse necessidade. Se o responsável pela manutenção não conseguisse realizar o conserto do equipamento o fabricante do mesmo deveria ser comunicado para realizar a manutenção. A verificação do monitoramento da manutenção dos equipamentos era realizada pelo controle de qualidade da empresa semanalmente. Esta verificação do monitoramento era feito através de planilhas contendo as áreas onde se encontram os equipamentos a serem inspecionados, opções de conformidade e não conformidade, espaço para a descrição da não conformidade, da ação corretiva e da verificação. 6.3 VESTIÁRIOS, SANITÁRIOS E BARREIRAS SANITÁRIAS O objetivo deste autocontrole era estabelecer procedimentos a serem adotados para manter os vestiários, os sanitários e as barreiras sanitárias com boas condições de higiene e organização. 58 Os vestiários masculino e feminino do Frigorífico Juliatto eram instalados separadamente das áreas de obtenção, manipulação, processamento e armazenamento dos produtos; possuíam apenas um acesso para entrada e saída; cada colaborador possuía um armário para guardar suas roupas e objetos pessoais; os uniformes de todos os colaboradores eram lavados em uma lavanderia particular e trocados diariamente; existia um setor próximo aos vestiários onde eram colocadas diariamente as roupas limpas e outro separado para as roupas sujas, as quais eram coletadas diariamente; os vestiários eram higienizados diariamente, possuíam lavatório, sabonete antisséptico, papel toalha não reciclável e cesto para lixo com acionamento automático; cada vestiário possuía quatro chuveiros com água quente e barreiras contra a entrada de insetos. Os sanitários masculinos e femininos eram instalados separadamente das áreas de obtenção, manipulação, processamento e armazenamento; eram higienizados diariamente, possuíam lavatório com acionamento automático, sabonete antisséptico, papel toalha não reciclável e cesto para lixo com acionamento automático; eram em número suficiente para a quantidade de funcionários. A barreira sanitária da entrada principal possuía um lava botas automático com quatro escovas onde se utilizavam produtos com sanitizantes à base de quaternário de amônia, o qual era higienizado diariamente; a barreira sanitária da entrada para a recepção de matéria – prima possuía um lava botas manual onde utilizava-se produto com sanitizante à base de quaternário de amônia, o qual era higienizado diariamente; as barreiras sanitárias possuíam lavatório com acionamento 59 automático, sabonete antisséptico, papel toalha não reciclável e cesto para lixo com acionamento automático. O monitoramento destes itens era feito por inspeção visual das instalações, como higiene, organização, disposição de sabonete, papel toalha, papel higiênico, lava botas e lavatórios; realizada pelo auxiliar do Controle de Qualidade através de planilhas de monitoramento diariamente. As ações preventivas que poderiam ser tomadas era aumentar a frequência de abastecimento de papel toalha, papel higiênico, sabonete; realização de manutenção preventiva do lava botas; treinamento sobre as Normas de Integração da Empresa e Boas Práticas de Fabricação para os novos colaboradores. As ações corretivas consistiam em intensificar o monitoramento e realizar treinamento com os colaboradores responsáveis pela reposição de material e higienização do local. A verificação do monitoramento da organização dos vestiários, sanitários e barreira sanitária era realizada pela responsável pelo controle de qualidade semanalmente. 6.4 ILUMINAÇÃO Seu objetivo era estabelecer procedimentos a serem adotados para manter a qualidade e a intensidade suficiente da iluminação em todos os setores da fábrica. 60 O Controle de Qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento; a equipe de manutenção era responsável pela troca de luminárias como ações corretivas O estabelecimento tinha iluminação artificial que possibilitava a realização dos trabalhos e não comprometia a higiene dos alimentos; as fontes de luz artificial eram do tipo adequado e possuíam protetores; as instalações elétricas eram embutidas ou exteriores e, neste caso, perfeitamente revestidas por tubulações isolantes e presas a paredes e tetos, não sendo utilizadas fiações elétricas soltas sobre a área de manipulação dos alimentos; a iluminação utilizada não permitia distorções de cor nos produtos. A intensidade da iluminação deveria ser no mínimo de 110 lux, quando medida numa distância de 75cm acima do piso, nas unidades de refrigeração e estocagem de alimentos e em outras áreas ou salas durante os períodos de limpeza; no mínimo 220 lux nas salas de manipulação; no mínimo 540 lux nos pontos de inspeção oficial e nos locais onde os cuidados com segurança são indispensáveis, como na manipulação de facas, moedores e serra (desossa de suínos e bovinos) O monitoramento da iluminação dos setores da fábrica se fazia pela inspeção visual das luminárias, realizada pelo auxiliar do Controle de Qualidade diariamente; a intensidade da iluminação deveria estar de acordo com o exigido pela legislação e a verificação era realizada pelo responsável do Controle de Qualidade mensalmente. As ações preventivas que poderiam ser tomadas eram o treinamento para a equipe de higienização para não molhar as luminárias; higienização dos protetores das 61 luminárias; providencia de mais luminárias para os setores onde a intensidade da luz não estava compatível com o exigido pela legislação. As ações corretivas a serem tomadas eram a realização da troca imediata da luminária e/ou protetor e a colocação de mais luminárias no setor que a intensidade da luz estivesse abaixo do recomendado. 6.5 VENTILAÇÃO Seu objetivo era estabelecer procedimentos a serem adotados para que não ocorresse condensação nos setores, pois uma ventilação adequada é fundamental para o controle de odores, vapores e principalmente da condensação. O Controle de Qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento. Todos os setores de manipulação do Frigorífico Juliatto possuíam evaporador e desumidificador para controlar a condensação nos setores; No setor de cozimento existiam exaustores para controlar a condensação que ocorria por causa dos tanques de cozimento e do vapor das estufas. O monitoramento era feito através da Inspeção visual do teto de todos os setores, realizada pelo auxiliar do Controle de Qualidade diariamente. As ações preventivas que poderiam ser tomadas era manter os setores de manipulação sem água residual para evitar a condensação; evitar vazamentos de água nos setores da indústria; manter as portas das câmaras fechadas. 62 As ações corretivas incluíam a disposição de mais desumidificadores ou exaustores nos setores onde a ocorrência de condensação é mais favorável e a secagem do teto com o auxílio de um rodo após a higienização dos setores. 6.6 ÁGUA DE ABASTECIMENTO Seu objetivo era estabelecer procedimentos a serem adotados para manter a segurança da água que entra em contato direto ou indireto com os produtos e que era utilizada para a fabricação de gelo e vapor. O Controle de Qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento; a equipe de manutenção era responsável pelos reparos dos reservatórios de água bem como das linhas de distribuição. A água utilizada na indústria e no processo industrial era de poço artesiano. A empresa realizava análises de potabilidade uma vez por ano. Todas as caixas d’água eram protegidas e sem problemas de vazamento; a rede de distribuição de água potável possuía pressão maior que a atmosférica para impedir contra-fluxo de água; as caixas d’água eram lavadas e desinfetadas a cada seis meses por uma empresa terceirizada. O Controle do teor de cloro residual livre e pH da água era realizado pelo auxiliar do Controle de Qualidade diariamente. Entre as ações preventivas que poderiam ser tomadas estava a realização da higienização das caixas d´água e reservatórios dentro do prazo de seis meses; manter as caixas e os reservatórios sempre tampados para não entrar sujidades; a cada 15 dias a Inspeção Federal local realizava as análises requeridas pelo Ministério da 63 Agricultura para Água tratada (Microbiológicas: de Coliformes Termotolerantes e Coliformes Totais); realizar o monitoramento diário de cloro e pH e corrigir o valor quando estivesse fora do padrão; a cada 15 dias a Inspeção Federal local realizava as análises requeridas pelo Ministério da Agricultura para Água tratada (Físico-químicas: Cloro residual livre; Dureza total - em CaCO3; Matéria Orgânica - em O2; pH; Sabor; Turbidez). As ações corretivas poderiam ser a procedência da limpeza e/ou reparo da caixa d’água, que poderia ser imediata ou no final do turno de acordo com a avaliação do risco que a falha oferecesse à segurança alimentar. Proceder a colocação da tampa; Comunicar a empresa terceirizada para que realizasse novamente a higienização das caixas d’água; Colocar mais cloro quando necessário e ajustar o teor de cloro para níveis iguais ou entre a 0,5-1,5ppm; Verificar se o diluidor de cloro estava com a porcentagem correta. Recomendava-se que o pH da água fosse mantido na faixa de 6,0 a 8,0. 6.7 ÁGUAS RESIDUAIS Seu objetivo era estabelecer procedimentos a serem adotados para que não houvesse águas residuais no piso e nos ralos dos setores da fábrica. O Controle de Qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento. As águas residuais eram recolhidas e direcionadas á central de tratamento utilizando tubulação própria, perfeitamente identificada de forma a evitar cruzamentos 64 de fluxo ou contaminação da água de abastecimento; o sistema de recolhimento de águas residuais não entrava em contato com os equipamentos e utensílios; o sistema de recolhimento de água residual dispunha de ralos sifonados que impediam a presença de resíduos sólidos e o refluxo de gases; as tubulações internas possuíam dimensões suficientes para conduzir a água residual para os locais de destino, sendo capaz de drenar todo o volume produzido. O monitoramento do sistema de recolhimento de água era feito através de inspeção visual do piso e ralos de todos os setores, realizada pelo auxiliar do Controle de Qualidade diariamente. As ações preventivas para o sistema de recolhimento de água poderiam ser o uso produto á base de hidróxido de sódio, uma vez por semana, nos ralos para diluição da gordura. Entre as ações corretivas que poderiam ser tomadas estão a colocação de novos ralos nos setores onde houvesse água residual; trocar o sistema de tubulação; melhorar o método de escoamento nos setores onde houvesse água residual no piso. 6.8 CONTROLE DE PRAGAS Seu objetivo era estabelecer procedimentos para evitar que o recinto industrial apresentasse um ambiente favorável à proliferação de insetos, roedores e evitar que eventuais pragas ingressassem no recinto industrial. O Controle de Qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento. 65 A área externa da indústria deveria ser isenta de acúmulo de água, resíduos de alimentos, abrigos e focos de reprodução de insetos e materiais de construção que não estavam sendo utilizados; os resíduos gerados durante o processo, como restos de carne e gordura eram armazenados em bombonas próprias para este fim, que eram removidas diariamente da fábrica e levadas para alimentação animal; as embalagens (plástico e papelão) eram levadas por uma empresa terceirizada de reciclagem; os ossos eram levados por um Frigorífico terceirizado para uma Graxaria, onde passavam por cozimento e secagem; para evitar que eventuais pragas ingressassem no recinto industrial eram utilizadas telas em todas as janelas, exaustores, cortinas de PVC, ralos sifonados, armadilhas luminosas (capturam os insetos em uma placa adesiva descartável, não provocam cheiro nem fumaça e possuem protetor transparente envolvendo as lâmpadas), e portas com autofechamento que quando fechadas estavam ajustadas de forma a não permitir aberturas maiores que 1,0 cm. Ao redor da fábrica e no perímetro externo existiam 26 armadilhas distribuídas para roedores com bloco parafinado de 20g (klerat). O modo de ação do Klerat era anticoagulante, interrompendo o ciclo de formação da vitamina K1, necessária para a produção de vários fatores de coagulação do sangue, causando hemorragias. A morte do roedor ocorreria somente 3 a 7 dias após a ingestão suficiente do produto. No almoxarifado existiam duas armadilhas com placas adesivas. O monitoramento do controle de ambiente externo era feito por Inspeção visual da área externa da fábrica para verificar a presença de materiais em desuso, águas residuais, resíduos de alimentos; realizada pelo auxiliar do Controle de Qualidade diariamente. 66 O monitoramento do controle de ambiente interno era realizado através de Inspeção visual das iscas luminosas, das telas nas janelas, se havia vestígios de pragas dentro da fábrica, se as cortinas de PVC estavam em bom estado de conservação, realizada pelo auxiliar do Controle de Qualidade diariamente. O monitoramento do controle de roedores era realizado através de Inspeção visual das armadilhas para roedores, observação do estado de conservação dos blocos, se houve consumo da isca, realizada pelo auxiliar do Controle de Qualidade semanalmente. As ações preventivas que poderiam ser tomadas eram a retirada de todos os materiais que não eram mais utilizados da área externa; colocação do lixo reciclado em local separado e informar para a empresa terceirizada coletar uma vez por semana; colocar o lixo dentro da caçamba, própria para este fim; colocar telas em todas as janelas; utilizar somente porta com fechamento automático; manter as cortinas de PVC e as armadilhas luminosas em bom estado de conservação; utilizar somente ralos sifonados; utilizar somente porta com fechamento automático e que não tenham frestas; retirar todos os materiais que não serão mais utilizados da área externa para que os roedores não sejam atraídos; colocar o lixo reciclado em local separado e informar para a empresa terceirizada coletar uma vez por semana; colocar o lixo dentro da caçamba, própria para este fim; trocar as iscas uma vez por mês. Entre as ações corretivas que poderiam ser tomadas estão coletar mais vezes o lixo reciclado; realizar uma limpeza do pátio da fábrica; trocar as telas das janelas; colocar mais armadilhas luminosas em pontos estratégicos e trocar as lâmpadas; trocar as cortinas de PVC; trocar o fornecedor das iscas ou utilizar outra substância para 67 atração dos roedores caso a isca utilizada não esteja sendo efetiva; colocar mais armadilhas em pontos estratégicos ou onde aparecer vestígios de roedores; aumentar a frequência de troca dos blocos. 6.9 HIGIENE, HÁBITOS HIGIÊNICOS E SAÚDE DOS FUNCIONÁRIOS Seu objetivo era estabelecer procedimentos e requisitos de higiene pessoal a serem adotados por todos os colaboradores para se obter um produto de qualidade e evitar a contaminação dos alimentos. O Controle de Qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento. Todos os colaboradores da empresa recebiam as “Normas de Integração da Empresa” com as normas Higiênico-sanitárias e treinamento de Boas Práticas de Fabricação, e eram orientados a higienizar as botas e as mãos ao entrar e sair da fábrica. Os colaboradores que trabalhavam na triparia não tinham acesso ao setor de manipulação. Eram realizados treinamentos constantemente com os colaboradores e líderes dos setores, sobre hábitos higiênicos e manipulação dos alimentos. O colaborador deveria usar uniforme completo (calça, blusa, gorro, máscara descartável e botas) na cor branca e os colaboradores que trabalhavam na higienização e nos setores com mais sujidade utilizavam uniforme azul; Os uniformes eram trocados diariamente e eram higienizados em lavanderia terceirizada. Todos os colaboradores que trabalham com a manipulação dos alimentos direta ou indiretamente realizavam exames admissionais e periódicos. O funcionário 68 podería trabalhar com a manipulação dos alimentos somente após ter o atestado médico constando “Apto para a Manipulação de Alimentos”. Todos os atestados eram fornecidos à Inspeção Federal e ao Controle de Qualidade. Eram realizados exames clínicos, audiometria, coprocultura e protoparasitológico. A empresa possuía uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA para um melhor desempenho dos manipuladores durante a atividade industrial e para fornecer os Equipamentos de proteção Individual – EPI’s (protetor auricular, roupa térmica, botas, luvas térmicas, capacete, malha de aço) necessários para cada setor. A empresa trabalhava de acordo com o PCMSO e o PPRA (Programa de controle Médico de Saúde Operacional e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais respectivamente). O monitoramento da higiene e dos hábitos higiênicos na empresa era realizado através da Inspeção visual (se os colaboradores estavam higienizando as mãos corretamente e botas na entrada para a fábrica, se utilizavam touca e máscara, se o uniforme estava limpo e se os manipuladores não apresentavam feridas), realizada pelo auxiliar do Controle de Qualidade diariamente. O monitoramento da saúde dos funcionários era feito através dos resultados dos exames admissionais que eram arquivados no Setor de Controle de Qualidade, no SIF (Serviço de Inspeção Federal) e no Departamento pessoal da empresa; O colaborador deveria estar apto para a manipulação dos alimentos. As ações preventivas poderiam ser tomadas orientando os colaboradores a seguirem as Normas de Integração da empresa e as Boas Práticas de Fabricação; realizando treinamentos sobre hábitos higiênicos; realizando os exames admissionais e 69 periódicos e orientando os colaboradores a procurar o supervisor quando estivessem com alguma doença infecciosa. As ações corretivas tomadas poderiam ser a realização de treinamentos sobre higiene e hábitos higiênicos com mais frequência; os colaboradores que apresentassem doenças infecciosas, gastroenterites, lesões abertas, purulentas deveriam ser afastados do serviço pois poderiam contaminar os produtos. 6.10 LIMPEZA E SANITIZAÇÃO (PPHO) Seu objetivo era estabelecer procedimentos a serem adotados na higienização antes do início das operações (pré-operacionais) e após as mesmas. O Controle de Qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento. A higienização pré-operacional era realizada antes e após as operações industriais. Todas as instalações e equipamentos eram higienizadas e sanitizadas com produtos químicos aprovados conforme Manual de Higienização (Procedimento Padronizado de Higiene Operacional). O monitoramento da higienização pré-operacional era feito pela Inspeção visual de todas as instalações e equipamentos pelo responsável da Higienização PréOperacional diariamente. O plaqueamento das superfícies também era feito mensalmente para verificar a eficácia dos processos de higienização. 70 As ações preventivas que poderiam ser utilizadas era a realização de treinamento com os colaboradores da equipe de higienização; refazer a higienização; utilizar produtos previamente aprovados. As ações corretivas poderiam ser a troca de produto se ele não estivesse sendo eficiente; realizar treinamento com a equipe de higienização; realizar plaqueamento das superfícies e equipamentos que entravam em contato com os alimentos; Intensificar a higienização se a contagem das placas ultrapassasse o valor de 10 UFC/cm2 nos equipamentos e setores. 6.11 PROCEDIMENTOS SANITÁRIOS OPERACIONAIS Seu objetivo era estabelecer procedimentos a serem adotados para manter as condições higiênico-sanitárias durante as operações industriais. O Controle de Qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento, e o setor de Higienização de utensílios era responsável pela higienização das facas. Os procedimentos sanitários adotados durante as operações eram fundamentais para se obter alimentos seguros. As superfícies dos equipamentos, utensílios e instrumentos de trabalho que entram em contato com os produtos eram higienizados e sanitizados diariamente para evitar a contaminação dos produtos. Todos os produtos utilizados na higienização eram seguros e possuíam autorização de uso de produto e os produtos utilizados na manutenção são de grau alimentício. 71 As facas eram utilizadas em diversos setores da fábrica e em todos os procedimentos, por isso eram higienizadas e esterilizadas diariamente para diminuir a contaminação entre os produtos; As facas eram colocadas em água a +/-50°C com detergente alcalino por 20 minutos para retirada de gordura e proteína, depois eram esfregadas com fibra sintética e enxaguadas com água á temperatura ambiente e levadas ao esterilizador com água em torno de 82°C onde permanecem por no máximo 10 minutos; O colaborador responsável pela higienização recolhe as facas sujas e entrega as facas limpas quatro vezes por dia. O lixo resultante da fabricação dos produtos (embalagem e caixas) é retirado diariamente por um colaborador designado para esta atividade; e deve ser colocado em uma área reservada para este fim; O lixo reciclável é coletado uma vez por semana por uma empresa terceirizada; Os resíduos de alimentos e tripas são colocados dentro da barrica própria para este fim e deve ser retirada no final das atividades. As caixas são separadas para cada tipo de produto para não haver contaminação cruzada, principalmente entre os produtos crus e cozidos, e são higienizadas diariamente; As caixas brancas são utilizadas para armazenamento de matéria-prima não processada e produtos para reprocesso; As caixas laranjas vazadas são utilizadas para armazenamento de produtos cozidos para embalar e produtos acabados; As caixas vermelhas são utilizadas somente para armazenar resíduos como ossos, produtos não comestíveis e produtos descartados; Todas as caixas devem ser higienizadas diariamente após a utilização. O Monitoramento da higienização de facas é feita por Inspeção visual realizada pelo responsável da Higienização diariamente. O Monitoramento da retirada 72 do lixo é feito por Inspeção visual realizada pelo auxiliar do Controle de qualidade diariamente. O monitoramento das caixas brancas, vermelhas e laranjas é feito por inspeção visual para observar se as caixas estão sendo utilizadas de acordo com o recomendado durante as operações, realizada pelo auxiliar do Controle de qualidade diariamente. As ações preventivas poderiam ser a Realização de treinamento com o colaborador responsável pela higienização das facas; colocar lixeiras nos setores para não haver acúmulo de lixo; colocar o lixo no local adequado; higienizar e sanitizar as caixas após a utilização. As ações corretivas poderiam ser a repetição da higienização de facas; troca de faca se estiver com a lâmina ou o cabo danificado; realizar plaqueamento das facas com Placa Rodac PCA para contagem total de mesófilos para observar se a higienização estava sendo eficiente; providenciar mais lixeiras; retirar com mais frequência o lixo; providenciar mais caixas se estiver faltando; se a caixa estivesse sendo utilizada de forma errada pedir para trocar imediatamente; realizar plaqueamento das caixas com Placa Rodac PCA para contagem total de mesófilos para observar se a higienização estava sendo eficiente. 6.12 CONTROLE DO RECEBIMENTO DE INGREDIENTES E MATERIAL DE EMBALAGENS Seu objetivo era estabelecer procedimentos a serem adotados para manter a inocuidade e a qualidade dos ingredientes e do material de embalagem que eram utili - 73 zados na fabricação dos produtos. O Controle de Qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento; A embalagem dos ingredientes não poderia estar rasgada, manchada ou molhada para manter a inocuidade e qualidade do produto; deveriam ser identificadas na embalagem as datas de fabricação, validade e número de lote e as informações sobre o fabricante; eram manipulados e empregados de acordo com as instruções de uso na formulação aprovada e mantidos no local de preparação do produto em quantidades suficientes ao seu consumo por períodos restritos. As embalagens primárias, etiquetas e a tripa artificial exigiam cuidados especiais, pois entravam em contato direto com os produtos por isso eram armazenadas em ambiente limpo, seco e protegido de poeira, insetos e roedores; eram mantidas dentro das embalagens originais, protegidas de contaminações ambientais, além de serem previamente autorizadas para o uso a que se destinam, inócuas e sem perigo de alterar as características originais do produto; na recepção dos ingredientes, o estabelecimento comunicava a Inspeção Federal local da entrada dos mesmos em formulário padronizado conforme determina a Instrução Normativa n°49. O Monitoramento do recebimento dos ingredientes era feito através da inspeção visual do veículo de transporte, certificado de análise, data de fabricação ou n° de lote e validade, conservação da embalagem realizada pelo responsável do Almoxarifado diariamente. O Monitoramento do recebimento de materiais de embalagem era feito através da inspeção visual do veículo de transporte, certificado de qualidade, data de 74 fabricação ou n° de lote e validade, conservação da embalagem realizada pelo responsável do Almoxarifado diariamente. As ações preventivas poderiam ser a realização de análises físico-químicas e microbiológicas dos ingredientes para avaliar se estavam dentro do padrão exigido; utilizar somente produtos de empresas reconhecidas; exigir ficha técnica do produto com Registro no Ministério da Saúde ou DIPOA, quando necessário. exigir ficha técnica do produto com Registro no Ministério da Saúde ou DIPOA, quando necessário; utilizar somente embalagens, tripa artificial e etiquetas de empresas reconhecidas. As ações corretivas poderiam ser a devolução para o fornecedor de produtos com a embalagem rasgada ou molhada para que o fornecedor providenciar a troca; se a embalagem estivesse rasgada ou molhada o produto deveria ser devolvido para o fornecedor e este deveria providenciar a troca. 6.13 CONTROLE DE RECEBIMENTO DE MATÉRIA-PRIMA Seu objetivo era estabelecer procedimentos a serem adotados para manter a inocuidade e a qualidade das matérias-primas que eram utilizadas na fabricação dos produtos. O Controle de Qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento. As matérias-primas como carcaça suína, carne industrial bovina, carne mecanicamente separada de aves, carne bovina, tripa natural; as quais eram utilizadas 75 na fabricação dos produtos deveriam ser avaliadas quanto à sua inocuidade; por isso deveriam ser fornecidas por estabelecimentos com SIF (Serviço de Inspeção Federal); deveriam estar identificadas na embalagem as datas de fabricação, validade e n° de lote e as informações sobre o fabricante; deveriam estar acompanhadas do respectivo certificado sanitário quando necessário; as matérias-primas resfriadas deveriam chegar com no máximo +7°C de temperatura e as congeladas com –10°C e deveriam ser mantidas em temperaturas compatíveis com a sua natureza (resfriadas e congeladas). O Monitoramento da recepção de matéria prima era realizado através da inspeção visual do veículo de transporte, se possuía certificado sanitário, se a temperatura estava de acordo com o tipo de produto (resfriado ou congelado) ou se a embalagem estava danificada; realizada pelo responsável do setor de Recepção de Matéria-prima diariamente. As ações preventivas poderiam ser a aquisição de matéria-prima de estabelecimentos que possuam SIF (Serviço de Inspeção Federal); exigir do fornecedor que a matéria-prima esteja com a temperatura correta; exigir ficha técnica do produto com Registro no Ministério da Saúde ou DIPOA, quando necessário; utilizar somente embalagens, tripa artificial e etiquetas de empresas reconhecidas. As ações corretivas que poderiam ser tomadas em caso de não conformidades eram a devolução da mercadoria ao fornecedor e a notificação do mesmo caso a matéria-prima estivesse com a temperatura acima do exigido, embalagem danificada, com menos de 1/3 da validade e sem certificado. 76 6.14 CONTROLE DE TEMPERATURAS Seu objetivo era estabelecer procedimentos a serem adotados para o controle das temperaturas de todos os setores, câmaras e etapas da produção dos alimentos para garantir a inocuidade e qualidade dos produtos. O Controle de Qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento. A temperatura das câmaras era controlada de acordo com os produtos estocados, como congelado e resfriado; todas as câmaras e ambientes climatizados possuíam termômetros de fácil leitura e em lugares acessíveis sendo calibrados periodicamente. A temperatura das câmaras era registrada na forma de cartas contínuas a cada 30 minutos para identificar a tendência de eventuais desvios e conduzir as medidas de controle que evitassem o crescimento exponencial de patógenos. A temperatura das massas (linguiças frescais e defumadas, mortadelas, salsichão, etc) não devia ultrapassar +10°C antes de serem embutidas; a temperatura final de cozimento deveria ser superior a 73°C; o produto só poderia ser embalado se estiver com no máximo 10°C. O Monitoramento do controle de temperaturas dos setores e câmaras era realizado pelo auxiliar do Controle de Qualidade através da visualização dos registros das temperaturas na forma de carta contínua diariamente. O Monitoramento do controle de temperatura das etapas do processo era realizado diariamente através do monitoramento das temperaturas das carnes na desossa, da massa no embutimento, da temperatura final de cozimento e dos produtos antes de embalar. 77 Entre as ações preventivas estão a manutenção das portas das câmaras fechadas; armazenar os produtos em câmara adequada para conservar a temperatura; retirar os produtos da estufa somente quando atingir a temperatura interna padrão conforme o Procedimento Operacional Padronizado de cada produto. As ações corretivas poderiam ser a comunicação ao setor de Manutenção da ocorrência de desvios na temperatura das câmaras ou setores; a carne in natura e os produtos para embalar deveriam ser colocados novamente na câmara até atingir a temperatura ideal para continuar o processo; os produtos cozidos deveriam voltar para as estufas e serem retirados somente quando atingir a temperatura ideal. 6.15 CALIBRAÇÃO E AFERIÇÃO DE INSTRUMENTOS DE CONTROLE DE PROCESSO Seu objetivo era estabelecer procedimentos a serem adotados para a Calibração e Aferição de Instrumentos de Controle de Processo – Termômetros e Balanças. O Controle de Qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento. Para a fabricação dos produtos eram utilizados termômetros em todos os setores, câmaras e no controle de processo dos produtos como na Recepção de matéria-prima, da massa no Embutimento, durante o Cozimento e antes do produto ser embalado; todos os instrumentos de controle de processo eram adquiridos calibrados; 78 os termômetros e as balanças eram aferidos corretamente e calibrados a cada três meses por empresa terceirizada devidamente credenciada para calibração. O monitoramento da Calibração e Aferição de Instrumentos de Controle de Processo era feito através da aferição das balanças realizada com o auxílio de um peso padrão; aferição de Instrumentos de Controle de Processo (balanças) com frequência semanal. Na balança de pesagem de condimentos e aditivos o monitoramento deveria ser realizado diariamente. A aferição de todos os termômetros utilizados durante a produção era realizada pelo auxiliar do Controle de Qualidade com um termômetro de aferição padrão. As ações preventivas que poderiam ser tomadas eram a realização da aferição correta dos termômetros e balanças; a cada três meses deveria ser realizada a calibração das balanças e dos termômetros por uma empresa terceirizada, a qual forneceria os laudos de calibração; os termômetros tipo Capela utilizados nos setores e câmaras eram calibrados a cada 6 meses por uma empresa terceirizada. As ações corretivas a serem tomadas caso o termômetro não estivesse funcionando deveria ser feita a troca da bateria e se não funcionasse o instrumento deveria ser substituído imediatamente; se houvesse diferença de peso na aferição da balança, a empresa terceirizada deveria ser comunicada para fazer uma calibração e a balança deveria ser substituída imediatamente. 79 6.16 RESULTADOS LABORATORIAIS (MICROBIOLÓGICOS E FÍSICOQUÍMICOS) Seu objetivo era estabelecer procedimentos a serem adotados para garantir que o produto final esteja de acordo com o Padrão de Identidade e Qualidade de cada produto e sem risco de contaminação. O Controle de Qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento. As Análises Microbiológicas eram realizadas de acordo com as análises exigidas na Resolução n°12 para cada tipo de produto (in natura, defumados, temperados embutidos, etc.). As análises físico-químicas eram realizadas de acordo com a Instrução Normativa e Padrão de Identidade e Qualidade exigido para cada tipo de produto. O Monitoramento das análises microbiológicas era realizado mensalmente de acordo com o Cronograma de envio de amostras – SIPAG/PR do Ministério da Agricultura. O Monitoramento das Análises Físico-químicas era realizado mensalmente de acordo com o Cronograma de envio de amostras – SIPAG/PR do Ministério da Agricultura. As ações preventivas poderiam ser a realização de treinamento constante com os colaboradores; cozimento eficiente (todos os produtos cozidos devem ser retirados da estufa com temperatura superior a 72°C); formulação de acordo com o Padrão de Identidade e Qualidade. 80 As ações corretivas poderiam ser a intensificação dos treinamentos com os colaboradores; verificação do funcionamento das estufas e se os produtos estavam saindo da mesma com temperatura interna final de acordo com o processo; verificação da contaminação microbiológica da matéria-prima utilizada; verificar se o produto estava sendo fabricado de acordo com a formulação; mudar a formulação do produto se os resultados estiverem acima ou abaixo do Padrão de Identidade e Qualidade. 6.17 AVALIAÇÃO DO APPCC Este tópico estava em processo de elaboração durante o período de estágio. 81 7 HACCP Nos últimos anos aumentou a preocupação da população mundial com as doenças de origem alimentar. Muitos são os motivos para nesta atual busca por uma maior segurança alimentar: A declaração Mundial sobre Nutrição, adotada pela FAO/OMS na Conferência Internacional sobre Nutrição (Roma, Dezembro de 1992), enfatiza que centenas de milhares de pessoas sofrem de doenças transmissíveis e não transmissíveis causadas por alimentos e água contaminada; o aumento de muitas doenças de origem alimentar, como a salmonelose e a campilobacteriose, vem ocorrendo em muitas regiões do mundo; houve um aumento da consciência das consequências econômicas das DTAs; avanços em tecnologia permitem que mesmo pequenas quantidades de patógenos sejam detectadas por métodos analíticos e científicos; houve um aumento no número de pessoas vulneráveis a estas doenças, como idosos, pessoas imunocomprometidas, subnutrição, e indivíduos com outros problemas de saúde subjacentes (WHO, 1997). Todos estes fatores levaram a busca por um sistema que tentasse impedir a contaminação dos alimentos através de métodos preventivos, estabelecendo controles durante todo o processo de produção. Este sistema conhecido como HACCP (Hazard Analysis Critical Control Point System), já utilizado na década de 50 em indústria química e posteriormente pela NASA na tentativa de assegurar a sanidade dos astronautas em viagens espaciais, foi então sendo incorporado no sistema de controle de qualidade das indústrias alimentícias e vêm se tornando ferramenta fundamental na garantia da qualidade dos alimentos. 82 Desde 1986 que o Comité do Codex Alimentarius recomenda a aplicação de sistemas de autocontrolo baseados nos princípios do HACCP e em 1989 a Organização Mundial de Saúde considerou-o um dos melhores meios para garantir a segurança dos alimentos, aconselhando a introdução dos respectivos conceitos nas regulamentações nacionais e internacionais (REFORÇO, 2010). Com a publicação pelo governo brasileiro, em novembro de 1993, da portaria do Ministério da Saúde de n° 1428/93, ficou estipulado que todos os estabelecimentos que trabalham com alimentos, são obrigados a adotar a sistemática de controle preconizada pelo Método HACCP, a partir do ano de 1994 (FERMAM, 2003). Entre os benefícios do HACCP pode-se citar a garantia da segurança do alimento (saúde do consumidor); a diminuição dos custos operacionais pela redução substancial da necessidade de recolher, destruir ou reprocessar o produto final; uso inteligente de testes dos produtos acabados (racionalidade); base científica e técnica para o controle de perigos (produção consciente); rastreabilidade dos problemas e ocorrência de falhas no controle de perigos e registros; redução de perdas de matériaprima e produtos; maior credibilidade junto ao cliente; atendimento aos requisitos legais do MS e do MAA e de legislações internacionais (CUSATO, 2007). São pré-requisitos para a implantação do HACCP as BPFs, o PPHO e o POP. Regra geral, os pré-requisitos devem controlar os perigos associados com a unidade (localização e estruturas, serviços, pessoal, instalações e equipamentos), enquanto que o (plano) HACCP deverá controlar perigos associados diretamente com o processo, ou seja com as etapas pelas quais os alimentos passam (armazenagem e preparação) que revelem um grau de risco significativo, após avaliação do mesmo (REFORÇO, 2010). 83 No Frigorífico Juliatto a implantação do sistema HACCP estava em andamento durante o período de 2010-2011. Os chefes de setores de produção, juntamente com o controle de qualidade, os funcionários do SIF, o chefe de produção e a direção da empresa participaram de um treinamento para a implantação do HACCP na empresa, em Julho de 2010. Neste treinamento foi elaborado o HACCP dos produtos defumados e linguiças cozidas. Durante o período de estágio, de Agosto a Novembro de 2011, foi elaborado o estudo de HACCP das linguiças frescais do frigorífico Juliatto, baseado no documento já existente, nos fluxogramas atuais e nos registros vigentes no MAPA. 84 8 METODOLOGIA 8.1 MONITORAMENTOS Durante o estágio foram realizados todos os monitoramentos dos Programas de autocontrole. Diariamente eram realizadas inspeções visuais dos sistemas de iluminação e ventilação (condensação), inspeção das armadilhas luminosas e das barreiras sanitárias; eram observados os hábitos higiênicos dos colaboradores assim como a higiene das instalações e equipamentos; uso correto de caixas de acordo com sua cor; eram controladas as temperaturas de cozimento dos produtos, temperatura das massas, dos produtos a serem embalados, da matéria-prima, das câmaras frias; entre outros. O exame de cloro residual e de pH da água de abastecimento eram feitos duas vezes ao dia em diferentes pontos. Todos os monitoramentos que apresentassem nãoconformidades eram submetidos a medidas corretivas estabelecidas de acordo com cada situação. Semanalmente eram realizadas as trocas de iscas para roedores e a verificação do monitoramento do recebimento de matéria-prima, de embalagens e de aditivos e condimentos. 8.1.1 Instrução para análise de cloro residual livre - Colocar a amostra de água até a marca na cuba (5mL); - Certificar de que a pá dosadora esteja limpa e seca. Introduzi-la no frasco que contém o reagente DPD (dialquil –1,4- fenilenodiamino na faixa de pH 5,5 – 6,5) em pó. Ao 85 retirar, raspar o excesso no próprio frasco, certificar-se de que apenas o orifício contido na pá dosadora fique com reagente; - Color o reagente na cubeta que contém a amostra, e agitar; - Girando o disco colorimétrico, comparar imediatamente a cor da amostra reagida com as cores contidas do disco; - Fazer a leitura que é expressa em mg/l de cloro residual. Quando os valores de cloro residual resultavam em valores acima ou abaixo do padrão (0,5-1,5) era imediatamente avisada a equipe de manutenção para que fizesse a correção. Depois do aviso mais um exame era feito para verificar a correção do pH. Todos os dados eram registrados nas planilhas dos programas de autocontrole. 8.1.2 Instrução para análise de pH - Colocar a amostra de água até a marca na cuba (5mL); - Adicionar 5 gotas de solução indicadora (Reagente vermelho de fenol) de pH (0,25mL); - Introduzir no orifício direito do comparador; - Adicionar, na outra cuba, 5mL de água destilada e introduzi-la no orifício esquerdo do comparador; - Colocar o disco colorimétrico de pH no aparelho e girar, fazendo comparação até obter a cor que mais se aproxima; - Fazer a leitura no visor, que expressa o valor do pH da amostra. 86 Durante o período de estágio não foram verificadas alterações no pH das águas de abastecimento. 8.2 ELABORAÇÃO DO DOCUMENTO DE APPCC Foi dado início a elaboração do APPCC de linguiças frescais. Para isso primeiramente foi feita uma ficha do produto (ANEXO 10) contendo o nome do produto, características, forma de uso, data de validade, características de embalagem, local de venda, instruções contidas no rótulo e os controles realizados durante a distribuição e comercialização. O segundo passo foi elaborar uma listagem dos condimentos, matéria-prima e outros ingredientes utilizados na produção das linguiças (ANEXO 11). Em seguida foi elaborado um fluxograma (ANEXO 12) do sistema de produção desde a recepção de matéria-prima e embalagens até a expedição. Deu-se início a análise dos perigos nos ingredientes utilizados no preparo dos produtos (ANEXO 13). Em seguida foram analisados os perigos nas etapas de processo de produção (ANEXO 14). O restante do processo de elaboração do APPCC das linguiças frescais não foi concluído durante o período de estágio. Para dar continuidade no processo deve-se realizar a determinação dos ingredientes críticos (exemplificado no ANEXO 7) e determinação dos PCCs no processo de produção (exemplificado no ANEXO 8). É necessário também determinar os perigos que não são controlados na empresa 87 (exemplificado no ANEXO 6) e fazer um resumo dos PCCs (exemplificado no ANEXO 9). 8.3 RENDIMENTO Diariamente era analisada a quantidade de produção de massas de cada produto para posteriormente comparar com a quantidade de produto final. Com menos frequência era calculado o rendimento de produtos fazendo pesagens antes do cozimento e após o cozimento, e medições de quebra de peso de carcaças nas câmaras frias. 8.4 PROCEDIMENTO PADRÃO DE HIGIENE OPERACIONAL O PPHO é dividido em duas etapas, a higienização pré-operacional e a operacional. A verificação do monitoramento dos processos de higienização é realizada semanalmente. Além da inspeção visual foi feito esporadicamente a utilização de placas de contato para avaliar a eficiência do processo de higienização. 8.5 FICHAS TÉCNICAS DE PRODUTOS As fichas técnicas são documentos contendo todas as informações específicas de cada produto. A ficha técnica elabora no Frigorífico Juliatto durante o período de estágio curricular foi a de Presunto. 88 Na elaboração do documento inicialmente se fez a identificação do estabelecimento (Nome da empresa, CNPJ, endereço, bairro, CEP, inscrição estadual, telefones, cidade.). Em seguida foi elaborada a identificação do produto (nome, ingredientes utilizados, uso de aditivos, características sensoriais do produto (textura, sabor, cor, odor), espécie de gordura, informações como temperatura de conservação/ armazenamento, durabilidade do produto (validade), registro no MAPA (SIF/DIPOA), código de barras. Mais adiante foram colocadas as características das embalagens primárias como o peso do produto, o peso da embalagem, material utilizado. Foram também especificadas as características das embalagens secundárias do produto (peso líquido, peso da embalagem, material utilizado, empilhamento máximo, dimensões de caixa. O padrão microbiológicos (coliformes a 45°C/g, estafilococos coagulase positiva/g, Clostridio sulfito redutor a 46°C e salmonella sp/25g) do produto foi feito de acordo com a RDC n°12 de 2 de janeiro de 2001. Foram especificadas as informações nutricionais do produto (valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar e sódio) seus respectivos valores e calculadas então as porcentagens dos Valores Diário de nutrientes que as pessoas devem consumir para ter uma alimentação saudável. 8.6 ATENDIMENTO AOS CLIENTES (DÚVIDAS, RECLAMAÇÕES, SUGESTÕES) Para garantir a satisfação dos clientes e melhorar cada vez mais a qualidade dos produtos e da empresa como um todo, o atendimento ao cliente é realizado 89 diretamente pelo setor de controle de qualidade da empresa. Durante o estágio foram realizados atendimentos a clientes verificando reclamações, dúvidas e até mesmo sugestões. A busca pela satisfação dos clientes é o principal objetivo do controle de qualidade. Em casos de reclamações dos produtos os mesmos são recolhidos para análise e o consumidor recebe um novo produto. Este sistema de análises auxilia na descoberta de falhas no processo, e permite a adaptação de novas medidas para eliminar ou diminuir as chances de os problemas encontrados voltarem a ocorrer. 8.7 TREINAMENTO DE FUNCIONÁRIOS NOVOS Devido à alta rotatividade de funcionários dentro da empresa, os treinamentos de funcionários novos fazem parte da rotina do controle de qualidade. No primeiro dia de trabalho de cada funcionário é realizada uma apresentação na qual são explicadas as noções básicas de higiene nas empresas de alimentos, destacando os riscos a saúde pública consequentes de maus hábitos higiênicos no processo de produção, a ação dos microrganismos nos alimentos, os diferentes tipos de perigos e como fazer para evita-los, entre outras informações úteis para garantir a qualidade de produção. 90 9 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Durante o processo de resfriamento de carcaças bovinas ocorre uma natural perda de peso, mais conhecida como “quebra”, provocada por exsudação e desidratação superficial. No sistema tradicional, com ventilação forçada, em 24 horas de resfriamento as perdas de peso podem alcançar valores ao redor de 2%, o que representa uma grande perda para a indústria (FELÍCIO, 2011). A perda de peso dependerá das condições atmosféricas das câmaras de armazenamento e do tempo de armazenamento (ROÇA, 1983). Os resultados obtidos em avaliação de quebra de câmara no Frigorífico Juliatto estão na Tabela 4. TABELA 4 – QUEBRA DE PESO - CÂMARA FRIA T°C de chegada Peso (Kg) no Dia 0 Peso (Kg) no Dia 1 Quebra (%) Carcaça 1 4,4 36,7 36,6 0,27% Carcaça 2 3,1 46,9 46,6 0,63% Avaliando-se a quebra de peso das carcaças suínas no Frigorífico Juliatto, após 24 horas em câmara fria com temperatura entre 0 a 2°C, nota-se que o percentual de quebra foi baixo (<1%) quando comparado ao mencionado por FELÍCIO (2011). Isso ocorreu devido ao curto tempo de permanência da carcaça na câmara e ao controle de temperatura e de umidade da câmara fria. A quebra durante o processo de cozimento dos embutidos é de aproximadamente 5-10% do seu peso. O processo de cozimento tem por finalidade dar consistência firme ao produto por coagulação das proteínas e desidratação parcial, 91 fixar a cor por desnaturação da mioglobina e pasteurizar para prolongar a vida útil (SANTOS, 2006). A tabela 5 apresenta os valores de quebra de dois lotes de Linguiça Tipo Calabresa no processo de cozimento no frigorífico Juliatto. TABELA 5 – QUEBRA DE PESO – COZIMENTO Lote 1 de Linguiça Tipo (Kg) Antes do (Kg) Após o Quebra (%) Cozimento Cozimento 205,9 179,7 12,72 208,1 180,7 13,16 Calabresa Lote 2 de Linguiça Tipo Calabresa A média de quebra durante o processo de cozimento de dois lotes de linguiça tipo calabresa foi de 12,94%. O rendimento no cozimento afeta o custo do preparo de produtos cárneos, e também é importante para o controle de processo, pois resulta numa mudança na composição centesimal do produto final, que pode afetar as características de palatabilidade (PEDROSO, 2006). Um alimento pode se tornar impróprio para o consumo quando apresentar algum dos “perigos”, que podem ser de origem biológica, física ou química. A Tabela 6 mostra a relação do número de reclamações recebidas pelo Frigorífico Juliatto em um intervalo de dois meses, e suas principais causas. 92 TABELA 6 – RECLAMAÇÕES/DEVOLUÇÕES EM UM INTERVALO DE DOIS MESES Agentes Agentes Agentes Biológicos Químicos Físicos Improcedente Total de Reclamações (2 meses) Número de 2 0 3 1 6 33,3% - 50% 16,6% 100% Reclamações Percentual de Reclamações As reclamações decorrentes de agentes físicos representaram 50% do total. Um dos agentes físicos que motivou as reclamações foi um pedaço de plástico azul em uma linguiça. Analisando o produto pôde-se concluir que este foi decorrente de falha no processo de desembalar a CMS antes de tritura-la. Outro agente físico de grande relevância que gerou uma reclamação foi um pedaço de arame de aproximadamente 5 cm dentro de uma linguiça. Não foram identificadas possíveis falhas no processo de produção que pudessem justificar tal perigo. Foi suposto que o objeto provavelmente estava presente em alguma matéria-prima. A última reclamação de agentes físicos foi da presença de um pelo, provavelmente humano, em um produto. Os agentes físicos encontrados poderão ser evitados através de treinamento dos funcionários que desembalam a CMS, inspeção da matéria-prima utilizada e escolha de fornecedores confiáveis, e treinamento dos funcionários com relação às boas práticas de fabricação. Duas reclamações foram decorrentes da ação de agentes biológicos. Os produtos apresentaram odor desagradável mesmo estando dentro do prazo de validade. Este problema foi resultado da falha na temperatura de armazenamento dos produtos no local de venda (mercado). 93 Em uma das reclamações o consumidor afirmou que o produto estava “comido” nas suas palavras; mas ao avaliar o mesmo o controle de qualidade verificou que a marca de “mordida” era apenas a marca natural do corte do produto, portanto a reclamação era improcedente. Todas as reclamações foram registradas, foram entregues novos produtos aos consumidores e os produtos devolvidos foram submetidos a avaliações para determinar a origem da não-conformidade do produto e com isso prevenir novas ocorrências de falhas. Para garantir a qualidade higiênico sanitária e tecnológica dos produtos expostos ao consumo da população, os programas de autocontrole se baseiam no controle de processo, que fundamenta-se na inspeção contínua e sistemática de todo o sistema de produção (MAPA, 2005a). A Tabela 7 expõe o número de não-conformidades verificados nos processos de autocontrole do Frigorífico Juliatto no intervalo de 1 mês. TABELA 7 – NÚMERO DE NÃO-CONFORMIDADES NOS PROCEDIMENTOS DE AUTOCONTROLE PROGRAMA DE Número de não PROGRAMA DE Número de não AUTOCONTROLE conformidades no AUTOCONTROLE conformidades no mês mês 01 5 09 0 02 4 10 119 03 0 11 1 04 15 12 0 05 11 13 0 06 2 14 61 07 2 15 0 08 5 16 0 94 Os programas de autocontrole que apresentaram maior percentual de nãoconformidades foram o programa de limpeza e sanitização (Programa de Autocontrole nº10), o controle de temperaturas (Programa de autocontrole nº14) e o Programa de iluminação (Programa de autocontrole nº 04) respectivamente. O Programa de autocontrole de Limpeza e Sanitização, o qual tem como objetivo garantir a eficiência do processo de limpeza e sanitização de equipamentos e materiais que entrarão em contato direto ou indireto com os alimentos, apresentou alto índice de não-conformidades uma vez que o monitoramento deste processo é extremamente rigoroso devido ao risco que esta etapa representa ao sistema de produção. Uma vez detectada qualquer não-conformidade, esta será imediatamente corrigida. A principal ação corretiva neste programa é a nova higienização. Outro Programa de autocontrole que não permite falhas é o monitoramento do controle das temperaturas. Alterações nas temperaturas podem acarretar deterioração dos alimentos, portanto, qualquer desvio de temperatura do padrão estabelecido deve ser imediatamente corrigido. Os desvios de temperatura ocorrem principalmente devido ao descuido dos colaboradores com o fechamento das portas das câmaras, com o bloqueio do motor pelo frio, e devido à colocação de produtos com temperaturas elevadas, desregulando a temperatura da câmara. Estas não-conformidades podem ser prevenidas com o treinamento e conscientização dos colaboradores, com o préresfriamento de produtos antes de serem colocados nas câmaras e com a manutenção dos sistemas de refrigeração (degelo periódico). O programa de autocontrole do monitoramento da iluminação dos setores tem como principal causa de não-conformidades a entrada de água nas lâmpadas, em 95 decorrência do processo de higienização dos setores e câmaras, fazendo com que as mesmas deixem de funcionar ou não funcionem adequadamente. Este problema pode ser minimizado através do treinamento rigoroso dos funcionários da limpeza e da colocação de proteção nas lâmpadas no momento da higienização. 96 10 CONCLUSÕES O desenvolvimento do HACCP em um ambiente de fábrica, com foco na produção de linguiças frescais, agregará uma maior credibilidade do produto e da empresa no mercado, isso porque este sistema reduz o risco dos perigos desde a entrada da matéria prima até a venda do produto ao consumidor, garantindo uma maior segurança alimentar através de um sistema preventivo. O processo de fabricação de embutidos engloba diversas técnicas de produção, como a de maturação, cura, envase a vácuo, emulsificação, moagem, injeção, embutimento; as quais foram acompanhadas diariamente e o controle destas, executado com sucesso. Os programas de autocontrole fazem parte do dia-a-dia da empresa, e foram compreendidos, aplicados e verificados, juntamente com a avaliação das ações corretivas e preventivas necessárias para o cumprimento da legislação. Uma opção para melhoria da qualidade do sistema de produção é o aumento do número de treinamentos/palestras aplicados aos funcionários de cada setor, garantindo uma maior eficiência no controle de qualidade através de um maior comprometimento e entendimento dos funcionários da importância desta garantia e de suas consequências, tanto para os consumidores como para a empresa e seus colaboradores. Uma menor rotatividade de funcionários também contribui com a melhoria da qualidade, e para que isso seja possível pode-se tentar facilitar as condições do trabalhador oferecendo alimentação no horário de almoço, dando incentivos aos bons funcionários (funcionário do mês), compartilhando com os funcionários o cumprimento de metas da empresa, enfim, aproximando a relação 97 empresa/funcionário com um sentimento de equipe onde quando um cresce todos crescem. O conceito de Segurança Alimentar evoluiu ao longo dos tempos. Enquanto numa visão mais primitiva a Segurança Alimentar significava tão somente a disponibilidade de alimentos para garantir a vida, a perspectiva mais recente implica na disponibilidade de alimentos não somente em quantidade, mas também garantindo uma qualidade nutricional, produzidos de forma sustentável e que não representem riscos à saúde do homem, e para isso é necessário que a produção destes alimentos seja controlada ao longo de toda a cadeia alimentar – “da exploração agrícola até à mesa” continuamente, uma vez que cada elemento pode ter um impacto potencial nessa segurança. A segurança dos alimentos pode ser alcançada através da utilização das Boas Práticas de Fabricação (BPF), dos Procedimentos Padrões de Higiene Operacionais (PPHO), dos Procedimentos Padrões Operacionais (POP) e da Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC). A utilização destes métodos de controle de qualidade traz além de maior segurança ao consumidor, a credibilidade das empresas no mercado interno e externo, a fidelidade dos clientes, e consequentemente o crescimento da marca da empresa. Para que este sistema de processo seguro se torne possível é indispensável que as empresas de alimentos tenham uma boa equipe de controle de qualidade, a qual possua total poder de atuação dentro da empresa, visando garantir ou tentar garantir uma maior qualidade dos produtos. 98 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - AKUTSU, R. C. et al. Adequação das boas práticas de fabricação em serviços de alimentação. Revista de Nutrição, Campinas, v. 18, n. 3, p. 419-427, maio/jun. 2005. - CARRELHAS, H.M. Código de Boas Práticas de Higiene e Segurança Alimentar. Aplicação dos Princípios de HACCP para a Hotelaria e Restauração. APHORT. Porto – Portugal: APHORT. Outubro de 2008. 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AUSÊNCIA - STAPHYLOCOCCUS AUREUS: 5x10³ UFC/g - COLIFORMES: 10 UFC/g FORMA DE USO DO PRODUTO PELO CONSUMIDOR: Intencional CARACTERÍSTICAS DA EMBALAGEM: Nylon com Polietileno a vácuo PRAZO DE VALIDADE: 60 dias LOCAL DE VENDA DO PRODUTO: Mercado Interno INSTRUÇÕES CONTIDAS NO RÓTULO: Identificação do produto e peso líquido, informações da empresa, informação nutricional, Ingredientes, Código de barras e Registro do Ministério da Agricultura. CONTROLES ESPECIAIS DURANTE DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO: Realizar a distribuição em transporte refrigerado e a comercialização em câmara de 0 a 8°C 105 ANEXO 2 - HACCP DE LINGUIÇAS DEFUMADAS E COZIDAS – FORMULÁRIO DE COMPOSIÇÃO DO PRODUTO – LINGUIÇA TIPO CALABRESA Matéria Prima - Recortes de carne suína - Carne mecanicamente separada de aves Conservantes - Mistura de nitrito e nitrato de sódio e Sal (Pó Húngaro) Insumos Aditivos - Sal - Mistura protéica - Condimento calabresa B987 - Alho em pasta - Glutamato monossódico - Pimenta vermelha - Coentro - Eritorbato de sódio - Corante natural carmin cochonilha - Mistura de fosfatos (Acord B) Envoltório Natural/Artificial - Tripa natural de suíno calibre 38 a 42 Material de Embalagem Secundária - Água - Caixa de papelão - Barbante de poliéster 320X250X140mm - Ácido Lático - Etiqueta adesiva de BOPP (higienização de tripas) Outros Ingredientes - Água - Smoking 1517 IC (fumaça líquida) Material de Embalagem Primária - Filme tampa LOVAFLEX MX leitoso - Filme fundo - T60XXB incolor (laminado de polietileno, polipropileno e EVOH) 106 ANEXO 3 - HACCP DE LINGUIÇAS DEFUMADAS E COZIDAS – FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO DAS LINGUIÇAS DEFUMADAS E COZIDAS ADITIVOS/ CONDIMENTOS 25. RECEPÇÃO ADITIVOS/ CONDIMENTOS 26. ARMAZENAMENTO ADITIVOS/ CONDIMENTOS MATÉRIAS PRIMAS 1. RECEPÇÃO DE MATÉRIAS PRIMAS 2. ARMAZENAMENTO REFRIGERADO 3. ARMAZENAMENTO CONGELAMENTO 4. DESOSSA 5. TRITURAÇÃO 8. MOAGEM 6. MISTURA EMULSÃO CMS ENVOLTÓRIO NATURAL/ ARTIFICIAL EMBALAGENS 28. RECEPÇÃO DOS ENVOLTÓRIOS 32. RECEPÇÃO DAS EMBALAGENS 29. ARMAZENAMENTO DOS ENVOLTÓRIOS ARTIFICIAIS 30. ARMAZENAMENTO DOS ENVOLTÓRIOS NATURAIS 9. PESAGEM MP 27. PESAGEM ADITIVOS/ CONDIMENTOS 7. EMULSIFICAÇÃO 31. HIDRATAÇÃO DOS ENVOLTÓRIOS NATURAIS 10. MISTURA 11. TRANSPORTE 12. ARMAZENAMENTO DE MASSAS 13. EMBUTIMENTO 14. TRANSPORTE DO PRODUTO 15. IMERSÃO DE FUMAÇA LÍQUIDA Paulista e Mini Calabresa 16. COZIMENTO 17. PRÉ-RESFRIAMENTO Mini Calabresa 18. DEPILAÇÃO 19. RESFRIAMENTO NA CÂMARA Mini Calabresa 20. PREPARAÇÃO PARA EMBALAGEM 21. EMBALAGEM PRIMÁRIA 33. ARMAZENAMENTO DAS EMBALAGENS 22. EMBALAGEM SECUNDÁRIA 23. ARMAZENAMENTO FINAL 24. EXPEDIÇÃO 107 ANEXO 4 - HACCP DE LINGUIÇAS DEFUMADAS E COZIDAS – ANÁLISE DE PERIGOS NOS INGREDIENTES E MATÉRIA-PRIMA DOS PRODUTOS Ingredientes 1. Barriga de Suíno 2. Carne Industrial de Bovino Perigos Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle B: Salmonella sp sp Contaminação no abate Médio Baixo Certificado Sanitário F: Nenhum Q: Nenhum B: Salmonella sp sp Contaminação no abate Médio Baixo Certificado Sanitário F: Fragmentos Falha na etapa de Alto Baixo Treinamento na etapa de plásticos preparo de massas preparo de massa interno Inspeção Visual da Carne Instrução de Trabalho no Preparo de massa F: Fragmentos de couro com pelo Justificativa Falha no processo do Fornecedor Q: Nenhum B: Salmonellsa sp sp Contaminação no abate F: Nenhum Q: Nenhum B: Salmonella sp sp Contaminação no abate F: Nenhum Q: Nenhum 5. Carne B: Coliformes Contaminação no Mecanicamente Termotolerantes fornecedor Separada de B: Salmonella sp sp Contaminação no Aves fornecedor B: Staphylococcus Contaminação no aureus fornecedor B: Clostridium Contaminação no Perfringens fornecedor F: Fragmentos de Falha no processo de plástico preparo de massas interno 3. Carne Bovina sem osso (Lagarto) 4. Carne Bovina sem osso (peito) Q: Nenhum B: Salmonella sp sp F: Nenhum Q: Nenhum 7. Joelho de B: Salmonella sp sp Suíno F: Nenhum Q: Nenhum 8. Lombo de B: Salmonella sp sp Suíno F: Nenhum Q: Nenhum 9. Músculo de B: Salmonella sp sp Suíno F: Nenhum Q: Nenhum 10. Paleta de B: Salmonella sp sp Suíno com osso F: Nenhum Q: Nenhum 6. Costela de Suíno Baixo Baixo Treinamento na etapa de preparo de massa Inspeção Visual da Carne Instrução de Trabalho no preparo de Massa Médio Baixo Certificado Sanitário Médio Baixo Certificado Sanitário Médio Baixo Certificado Sanitário Médio Baixo Certificado Sanitário Baixo Baixo Certificado Sanitário Alto Baixo Certificado Sanitário Alto Baixo Treinamento na etapa de preparo de massa Inspeção Visual da Carne; Instrução de trabalho no preparo de massa Contaminação no abate Médio Baixo Certificado sanitário Contaminação no abate Médio Baixo Certificado Sanitário Contaminação no abate Médio Baixo Certificado Sanitário Contaminação no abate Médio Baixo Certificado Sanitário Contaminação no abate Médio Baixo Certificado Sanitário 108 Ingredientes 11. Papada de Suíno 12. Pernil de Suíno Semi-osso 13. Pernil de Suíno Sem Osso 14. Recortes de Carne de Suíno (Magro) 15. Recortes de Carne de Suíno (Gordo) Perigos Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle B: Salmonella sp sp Contaminação no abate Médio Baixo Certificado Sanitário F: Nenhum Q: Nenhum B: Salmonella sp sp Contaminação no abate Médio Baixo Certificado Sanitário F: Nenhum Q: Nenhum B: Salmonella sp sp Contaminação no abate Médio Baixo Certificado Sanitário F: Nenhum Q: Nenhum B: Salmonella sp sp Contaminação no abate Médio Baixo Certificado Sanitário F: Fragmentos de Falha no processo de Alto Baixo Treinamento na etapa de Ossos desossa interno desossa; Inspeção Visual da Carne; Instrução de Trabalho no Processo de Desossa Q: Nenhum B: Salmonella sp sp Contaminação no abate Médio Baixo Certificado Sanitário F: Fragmentos de Falha no processo de Alto Baixo Treinamento na etapa de Ossos desossa interno desossa; Inspeção Visual da Carne; Instrução de Trabalho no Processo de Desossa; Q: Nenhum 16. Alho em pó B: Coliformes Termotolerantes B: Salmonela F: Nenhum Q: Nenhum 17. Carragena B: Salmonela 18. Coentro Desidratado Justificativa Contaminação no fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor F: Nenhum Q: Metais Pesados Falha no fornecedor Alto B: Coliformes Termotolerantes Contaminação no fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor B: Salmonela Contaminação no fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Contaminação no fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Contaminação no fornecedor Contaminação no fornecedor Médio F: Nenhum Q: Nenhum 19. Condimento B: Coliformes Calabresa (B987) termotolerantes B: Salmonela F: Nenhum Q: Nenhum 20. Condimento B: Coliformes Califórnia termotolerantes B: Salmonela F: Nenhum Q: Nenhum Médio Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor 109 Ingredientes Perigos 21. Condimento B: Coliformes carne suína termotolerantes B: Salmonela F: Nenhum Q: Nenhum 22. Condimento B: Coliformes Fumaça B472 termotolerantes B: Salmonela F: Nenhum Q: Nenhum 23. Condimento B: Coliformes Linguiça Paio termotolerantes B: Salmonela F: Nenhum Q: Nenhum 24. Condimento B: Coliformes Linguiça termotolerantes Portuguesa B: Salmonela F: Nenhum Q: Nenhum 25. Corante B: Coliformes Natural Carmim termotolerantes Cochonilha B: Salmonella F: Nenhum Q: Nenhum 26. Eritorbato de B: Nenhum Sódio 27. Glicose 28. Glutamato Monossódico 29. Lactato de Sódio 30. Mistura de Fosfatos F: Nenhum Q: Nenhum B: Coliformes Termotolerantes B: Salmonela F: Nenhum Q: Nenhum B: Coliformes termotolerantes B: Salmonela F: Nenhum Q: Nenhum B: Salmonela F: Nenhum Q: Nenhum B: Salmonela Justificativa Contaminação no fornecedor Contaminação no fornecedor Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Contaminação no fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Contaminação no fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Contaminação no fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Contaminação no fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Médio Médio Médio Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Obs: Oxidante não propicia contaminação microbiológica Contaminação no fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Contaminação no fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Contaminação no fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Alto Baixo Laudo de análise do fornecedor F: Nenhum Q: Arsênico e metais Falha no fornecedor pesados Médio Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor 110 Ingredientes Perigos 31. Mix proteico B: Coliformes termotolerantes B: Salmonela B: Bacilus cereus 32. Mix para Salmoura de injeção F: Nenhum Q: Nenhum B: Salmonela Justificativa Contaminação no fornecedor Contaminação no fornecedor Contaminação no fornecedor Contaminação no fornecedor F: Nenhum Q: Arsênico e metais Falha no fornecedor pesados 33. Pimenta preta B: Coliformes Contaminação no em pó termotolerantes fornecedor B: Salmonela Contaminação no fornecedor F: Nenhum Q: Nenhum 34. Pimenta B: Coliformes Contaminação no vermelha em termotolerantes fornecedor pasta B: Salmonela Contaminação no fornecedor F: Nenhum Q: Nenhum 35. Proteína B: Coliformes Contaminação no Isolada de soja termotolerantes fornecedor PE B: Salmonela Contaminação no fornecedor B: Bacilus cereus Contaminação no fornecedor F: Nenhum Q: Nenhum 36. Proteína B: Coliformes Contaminação no Isolada de soja PItermotolerantes fornecedor B: Salmonela Contaminação no fornecedor B: Bacilus cereus Contaminação no fornecedor F: Nenhum Q: Nenhum 37. Sal B: Nenhum F: Sujidades Falha no fornecedor 38. Super Rendimento Regal Q: Nenhum B: Coliformes termotolerantes B: Salmonela Contaminação no fornecedor Contaminação no fornecedor F: Nenhum Q: Arsênico e metais Contaminação no pesados fornecedor Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Baixo Laudo de análise do fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Médio Médio Médio Médio Médio Médio Baixo Médio Médio Baixo Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Baixo Laudo de análise do fornecedor Inspeção visual Instrução de trabalho na etapa de pesagem Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Médio Alto Baixo Laudo de análise do fornecedor 111 Ingredientes 39. Água Perigos B: Coliformes termotolerantes Justificativa Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle Contaminação do poço Médio Baixo Procedimento de artesiano através do solo autocontrole PA – 6 – Potabilidade da água (análises quinzenais da água, análises diárias de cloro e pH, higienização dos reservatórios) F: Nenhum Q: Excesso de cloro Falha no processo interno de adição de cloro 40. B: Coliformes Contaminação no Aromatizante/ termotolerantes fornecedor Saborizante de B: Salmonela Contaminação no fumaça (imersão) fornecedor F: Nenhum Q: Nenhum 41. Fumaça B: Nenhum Líquida de F: Nenhum Imersão Q: Nenhum 42. Mistura de B: Nenhum Sais de Cura F: Nenhum Q: Excesso de nitrito Falha no processo de e nitrato de sódio mistura do fornecedor 43. Tripa natural B: Nenhum Obs: Não há padrão de Suíno calibre microbiológico do 38 a 42 mm MAPA F: Nenhum Q: Nenhum 44. Tripa B: Nenhum Obs: Não há padrão artificial de microbiológico do celulose calibre MAPA 24mm F: Nenhum Q: Nenhum 45. Tripa reta de B: Nenhum Obs: Não há padrão bovino calibre 40 microbiológico do a 45 mm MAPA F: Nenhum Q: Nenhum 46. Tripa Natural B: Nenhum Obs: Não há padrão de Bovino microbiológico do calibre 40 a 42 MAPA mm F: Nenhum Q: Nenhum 47. Película B: Nenhum Obs: Não há padrão Tubular Fibrosa microbiológico do FEL calibre MAPA 75mm F: Nenhum Q: Nenhum 48. Estoquinete B: Nenhum de Algodão F: Nenhum Q: Nenhum Baixo Médio Médio Alto Baixo Procedimento de autocontrole PA – 6 – Potabilidade da água (análises quinzenais da água, análises diárias de cloro e pH, higienização dos reservatórios) Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Laudo de análise do fornecedor Baixo Auto Controle PA – 21 – Controle de conservação 112 Ingredientes Perigos 49. Embalagens B: Nenhum plásticas F: Nenhum Q: Nenhum 50. Etiquetas B: Nenhum adesivas F: Nenhum Q: Nenhum 51. Caixas B: Nenhum F: Nenhum Q: Nenhum 52. Barbante de B: Nenhum poliéster F: Nenhum Q: Nenhum 53. Ácido Lático B: Nenhum F: Nenhum Q: Nenhum 54. Serragem B: Nenhum F: Nenhum Q: Nenhum 55. Sacola mono B: Nenhum laminada F: Nenhum impressa Q: Nenhum 56. Rede plástica B: Nenhum F: Nenhum Q: Nenhum Justificativa Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle 113 ANEXO 5 - HACCP DE LINGUIÇAS DEFUMADAS E COZIDAS – ANÁLISE DE PERIGOS NAS ETAPAS DE PROCESSO Etapa de processo Perigos Justificativas Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle 1.Recepção de MP B: Nenhum F: Nenhum Q: Nenhum 2. Armazenamento B: Sobrevivência de Temperatura da câmara Média refrigerado Salmonella, de resfriamento acima coliformes de 2°C termotolerantes a45°C F: Nenhum Q: Nenhum 3. Armazenamento B: Sobrevivência de Temperatura da câmara Média congelamento Salmonella, de congelamento abaixo coliformes de -16°C termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum 4. Desossa B: Staphylococcus Contaminação por falha Baixo aureus, Coliformes na higiene do termotolerantes a manipulador ou 45°C contaminação cruzada dos utensílios utilizados F: Fragmentos de ossos Q: Resíduos de produtos de higienização 5. Trituração B: Nenhum F: Parafuso F: Plástico F: Fragmentos de ossos Q: Resíduos de Produtos de Higienização 6. Mistura para emulsão CMS B: Nenhum F: Plástico Q: Resíduos de Produtos de Higienização Contaminação por falha Alta na etapa de desossa Falha no enxágue no Alta processo de higienização dos equipamentos Contaminação proveniente do equipamento Alta Contaminação por falha Alta do operador na retirada da embalagem plástica da MP Contaminação por falha Alta na etapa de desossa Falha no enxágue no Alta processo de higienização dos equipamentos Contaminação por falha Alta do operador na retirada da embalagem plástica da MP Falha no enxágue no Alta processo de higienização dos equipamentos Baixo PA 14- Procedimento de Auto Controle de Temperatura Baixo PA 14- Procedimento de Auto Controle de Temperatura Baixo IT – Desossa PA 11 – Procedimentos Sanitários Operacionais PA 9 – Procedimento de Auto Controle Hábitos Higiênicos Baixo IT – Desossa Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização; Manual de Higienização Baixo PA 2 – Procedimento de Auto Controle de Manutenção dos equipamentos IT – Preparo de massas Médio IT – Preparo de massas Baixo IT – Desossa Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização; Manual de Higienização Médio IT – Preparo de Massas Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização 114 Etapa de processo Perigos 7. Emulsificação 8. Moagem B: Nenhum F: Nenhum Q: Resíduos de Produtos de Higienização B: Nenhum F: Parafuso F: Plástico F: Fragmentos de Ossos Q: Resíduos de Produtos de Higienização 9. Pesagem de MP B: Staphylococcus aureus, coliformes Termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum 10. Mistura B: Nenhum F: Nenhum Q: Resíduos de Produtos de Higienização 11. Transporte B: Nenhum F: Nenhum Q: Resíduos de Produtos de Higienização 12. Armazenamento das Massas B: Sobrevivência de Salmonella, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum 13. Embutimento B: Staphylococcus aureus, coliformes termotolerantes a 45°C F: Barbante Justificativas Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle Falha no enxágue no processo de higienização dos equipamentos Alta Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização Contaminação Proveniente do equipamento Alta Contaminação por falha do operador na retirada da embalagem plástica da MP Contaminação por falha na etapa de desossa Falha no enxágue no processo de higienização dos equipamentos Contaminação por falha na higiene do manipulador Alta Baixo PA 2 – Procedimento de Auto Controle de Manutenção dos equipamentos IT – Preparo de Massa Médio IT – Preparo de Massa Alta Baixo IT – Desossa Alta Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização Baixo Baixo PA 9 – Procedimento de Auto Falha no enxágue no processo de higienização dos equipamentos Alta Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização Falha no enxágue no Alta processo de higienização dos equipamentos Temperatura da câmara Média de resfriamento acima de 5°C e temperatura da massa que deve ser até 10°C Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização Contaminação por falha Baixo na higienização do manipulador Baixo PA 9 – Procedimento de Auto Controle Hábitos Higiênicos Contaminação na Baixo reposição da massa juntamente com barbante na embutideira Baixo Inspeção Visual da massa para reposição Baixo PA 14 – Procedimento de Auto Controle de Temperatura 115 Etapa de processo Perigos Q: Resíduos de Produtos de higienização Justificativas Falha no enxágue no processo de higienização dos equipamentos Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle Alta Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização 14. Transporte do B: Nenhum produto F: Nenhum Q: Nenhum 15. Imersão de B: Nenhum fumaça líquida F: Nenhum Q: Resíduos de produtos de higienização 16. Cozimento Falha no enxágue no Alta processo de higienização dos equipamentos B: sobrevivência de Sobrevivência de Alta Salmonella, microrganismos quando Coliformes a etapa de cozimento termotolerantes a não atingir temperatura 45°C e de 78°C e tempo de 4 a Staphylococcus aureus 5 horas F: Nenhum Q: Nenhum 17. Pré – B: Nenhum Resfriamento F: Nenhum Q: Nenhum 18. Depilagem B: Nenhum F: Nenhum Q: Nenhum 19. Resfriamento B: Nenhum em câmara F: Nenhum Q: Nenhum 20. Preparação B: Staphylococcus para embalagem aureus, coliformes termotolerantes a 45°C F: nenhum Q: Nenhum 21. Embalagem B: Staphylococcus Primária aureus, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Resíduos de Produtos de Higienização 22. Embalagem Secundária 23. Armazenamento final B: Nenhum F: Nenhum Q: Nenhum B: sobrevivência de Salmonella, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização Baixo PA 14 – Procedimento de Auto Controle de Temperatura; PA 15 – Procedimento de Auto Controle de Aferição de Termômetros Contaminação por falha Baixo na higiene do manipulador Baixo PA 9 – Procedimento de Auto Controle Hábitos Higiênicos Contaminação por falha Baixo na higiene do manipulador Baixo PA 9 – Procedimento de Auto Controle Hábitos Higiênicos Falha no enxágue no processo de higienização dos equipamentos Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização Alta Temperatura da câmara Média de resfriamento acima de 2°C Baixo PA 14 – Procedimento de Auto Controle de Temperatura 116 Etapa de processo Perigos 24. Expedição B: sobrevivência de Salmonella, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum 25. Recepção de B: Nenhum aditivos/condiment F: Nenhum os Q: Nenhum 26. B: Nenhum Armazenamento F: Nenhum aditivos/ Q: Nenhum condimentos 27. Pesagem B: Nenhum aditivos/ F: Nenhum condimentos Q: Excesso de conservantes 28. Recepção dos B: Nenhum envoltórios F: Nenhum Q: Nenhum 29. B: Nenhum Armazenamento F: Nenhum dos envoltórios Q: Nenhum artificiais 30. B: Nenhum Armazenamento F: Nenhum dos envoltórios Q: Nenhum naturais 31. Hidratação dos B: Nenhum envoltórios natuais F: Nenhum Q: Nenhum 32. Recepção das B: Nenhum embalagens F: Nenhum Q: Nenhum 33. B: Nenhum Armazenamento F: Nenhum das embalagens Q: Nenhum Justificativas Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle Temperatura do Média Baixo PA 14 – Procedimento de caminhão acima de 5°C Auto Controle de Temperatura Falha na etapa de pesagem manual de conservantes Alto Baixo PA 21 – Procedimento de Auto Controle Aditivos/Conservantes 117 ANEXO 6 - HACCP DE LINGUIÇAS DEFUMADAS E COZIDAS – PERIGOS QUE NÃO SÃO CONTROLADOS NO ESTABELECIMENTO Perigos identificados relativos a fontes externas ao estabelecimento Perigo Biológico: Sobrevivência de M.O. patogênicos Medidas Preventivas Conservar conforme informações do rótulo; Treinar repositores dos produtos dos supermercados; Perigo Físico: Perígo Químico: - ANEXO 7 - HACCP DE LINGUIÇAS DEFUMADAS E COZIDAS – DETERMINAÇÃO DE INGREDIENTES CRÍTICOS Matéria-Prima / Ingredientes Recortes de Carne Suína Carne Mecanicamente Separada de Aves Perigos identificados e categoria (biológicos, químicos e/ou físicos) B: Salmonella sp F: Fragmentos de osso F: Fragmentos de plásticos Q: Resíduo de Lubrificante Q: Resíduos de Produtos de Higienização B: Salmonella sp F: Fragmento de plástico Q: Nenhum Questão 1 O Perigo ocorre em níveis inaceitáveis? Questão 2 O processo ou o consumidor eliminará ou reduzirá o perigo a um nível aceitável? Crítico Não Não - - Não - - Não - - Não - - Não Não - - - - - 118 ANEXO 8 - HACCP DE LINGUIÇAS DEFUMADAS E COZIDAS – DETERMINAÇÃO DO PCC (PROCESSO) Etapas do processo Perigos O perigo é Questão 1 Questão 2 Questão 3 significativos controlado Existem Esta etapa O perigo medidas elimina ou (biológicos, pelo pode químicos e programa preventivas reduz o aumentar a físicos) de prépara o perigo a níveis requisitos? perigo? níveis inaceitáveis? aceitáveis? 2. Armazenamento B: Refrigerado sobrevivência de Salmonella, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum 3. Armazenamento B: congelamento Sobrevivência de Salmonella, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum 4. Desossa B: Staphylococcus aureus, coliformes termotolerantes a 45°C F: Fragmentos de ossos Q: Resíduos de produtos de higienização 5. Trituração B: Nenhum F: Parafuso F: Plástico 6. Mistura para emulsão CMS 7. Emulsificação F: Fragmentos de ossos Q: Resíduos de produtos de higienização B: Nenhum F: Plástico Q: Resíduos de produtos de higienização B: Nenhum F: Nenhum Q: Resíduos de produtos de higienização Questão 4 Uma etapa subsequente eliminará ou reduzirá o perigo a níveis aceitáveis? PCC/ PC SIM - - - - PC - - - - - - SIM - - - - PC - - - - - - SIM - - - - - NÃO SIM NÃO NÃO - Não é PCC SIM - - - - PC SIM NÃO SIM NÃO NÃO - NÃO SIM NÃO NÃO - PC Não é PCC Não é PCC SIM - - - - PC - - - - - NÃO SIM NÃO NÃO Não é PCC SIM - - - - PC - - - - - - SIM - - - - PC 119 Etapas do processo 8. Moagem Perigos O perigo é Questão 1 Questão 2 Questão 3 significativos controlado Existem Esta etapa O perigo pelo medidas elimina ou (biológicos, pode químicos e programa preventivas reduz o aumentar a de prépara o perigo a físicos) níveis requisitos? perigo? níveis inaceitáveis? aceitáveis? B: Nenhum F: Parafuso F: Plástico F: Fragmentos de ossos Q: Resíduos de produtos de higienização 9. Pesagem de MP B: Staphylococcus aureus, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum 10. Mistura B: Nenhum F: Nenhum Q: Resíduo de produtos de higienização 11. Transporte B: Nenhum F: Nenhum Q: Resíduos de produtos de higienização 12. B: Armazenamento Sobrevivência das massas de Salmonella, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum 13. Embutimento B: Staphylococcus aureus, coliformes termotolerantes a 45°C F: Barbante Q: Resíduos d e produtos de higienização 15. Imersão de B: Nenhum fumaça líquida F: Nenhum Q: Resíduos de produtos de higienização SIM - - - Questão 4 Uma etapa subsequente eliminará ou reduzirá o perigo a níveis aceitáveis? - NÃO SIM NÃO NÃO - NÃO SIM NÃO NÃO - PC Não é PCC Não é PCC SIM - - - - PC SIM - - - - - - - - - - SIM - - - - - SIM - - - - - SIM - - - - - - - - - - - SIM - - - - - SIM - - - - - SIM - - - - - - - - - - - SIM - - - - - PCC/ PC - 120 Etapas do processo 16. Cozimento 20. Preparação para embalagem 21. Embalagem primária 22. Armazenamento final 23. Expedição 26. Pesagem aditivos/ conservantes Perigos O perigo é Questão 1 Questão 2 Questão 3 significativos controlado Existem Esta etapa O perigo pelo medidas elimina ou (biológicos, pode químicos e programa preventivas reduz o aumentar a de prépara o perigo a físicos) níveis requisitos? perigo? níveis inaceitáveis? aceitáveis? B: sobrevivência de Salmonella, coliformes termotolerantes a 45°C e Staphylococcus aureus F: Nenhum Q: Nenhum B: coliformes termotolerantes a 45°C e Staphylococcus aureus F: Nenhum Q: Nenhum B: Staphylococcus aureus, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Resíduo de produtos de higienização B: Sobrevivência de Salmonella, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum B: Sobrevivência de Salmonella, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum B: Nenhum F: Nenhum Q: Excesso de conservantes Questão 4 Uma etapa subsequente eliminará ou reduzirá o perigo a níveis aceitáveis? PCC/ PC NÃO SIM NÃO - - PCC - - - - - - SIM - - - - - - - - - - - SIM - - - - - - - - - - - SIM - - - - - SIM - - - - - - - - - - - SIM - - - - - - - - - - - SIM - - - - - 121 ANEXO 9 - HACCP DE LINGUIÇAS DEFUMADAS E COZIDAS – RESUMO DO PLANO APPCC Etapa PC/ Perigo Medidas LimiteLimite de PCC Preventivas crítico Segurança 16. PCC B: PA 14 – 78°C 72°C Cozim Sobrevivência Procedimento por 4 a ento Salmonella, de Auto 5 Coliformes Controle de horas termotolerantes Temperatura a 45°C e PA 15 – Sthapylococcus Procedimento aureus de Auto Controle de Aferição de Termômetros - F: Nenhum - Q: Nenhum - - - Monitoração Ação Registros Verificação Corretiva O que? Tempo de Controle Controle de Tempo e cozimento de qualidade temperatura será até cozimento final de atingir das cozimento 78°C; estufas Como? Manutenção Termômetro da estufa e relógio Quando? A cada cozimento Quem? Operador - 122 ANEXO 10 - HACCP DE LINGUIÇAS FRESCAIS – FICHA DE DESCRIÇÃO DO PRODUTO NOME DO PRODUTO: Linguiças Frescais CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DO PRODUTO FINAL: - PROTEÍNA NÃO CÁRNEA (MÁX.) %:2,5 - CARBOIDRATOS (MÁX.) %: 0 - RELAÇÃO UMIDADE/PROTEÍNA (MÁX.) %: 0 - SALMONELLA SP. AUSÊNCIA - STAPHYLOCOCCUS AUREUS: 5x10³ UFC/g - COLIFORMES: 10 UFC/g FORMA DE USO DO PRODUTO PELO CONSUMIDOR: Intencional CARACTERÍSTICAS DA EMBALAGEM: Embalagem monocamada composta por Polietileno de baixa densidade e polietileno linear de baixa densidade. PRAZO DE VALIDADE: 30 dias resfriados ou 180 dias congelados LOCAL DE VENDA DO PRODUTO: Mercado Interno INSTRUÇÕES CONTIDAS NO RÓTULO: Identificação do produto e peso líquido, informações da empresa, informação nutricional, Ingredientes, Código de barras e Registro do Ministério da Agricultura. CONTROLES ESPECIAIS DURANTE DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO: Realizar a distribuição em transporte refrigerado e a comercialização em câmara de congelados (-12° a -18°) 123 ANEXO 11 - HACCP DE LINGUIÇAS FRESCAIS – COMPOSIÇÃO DO PRODUTO – LINGUIÇA TC Matéria Prima - Recortes de carne suína (retalho magro) Conservantes - Nitrito de Sódio Insumos - Água - Ácido Lático (higienização de tripas) Aditivos - Sal - Glicose - Lactato de Sódio - Alho em pó - Cebola em pó - Citrato de Sódio - Glutamato Monossódico - Pimenta Preta - Açúcar - Ácido Ascórbico - Maltodextrina - Salsa Desidratada - Ácido Cítrico - Proteína de soja - Cegemet Fresch- (Cognis) - Cebola verde desidratada - Carragena - espessante - Tripolifosfato de sódio - Corante Natural carmim cochonilha Envoltório Natural - Tripa natural de ovino Material de Embalagem Secundária - Caixa de papelão 374X274X130mm - Etiqueta adesiva de BOPP Outros Ingredientes - Água Material de Embalagem Primária - Embalagem monocamada de polietileno de baixa densidade e polietileno linear de baixa densidade - Fita adesiva JETFIX 124 ANEXO 12 - HACCP DE LINGUIÇAS FRESCAIS – FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO DAS LINGUIÇAS FRESCAIS MATÉRIAS PRIMAS ADITIVOS/ CONDIMENTOS 1. RECEPÇÃO DE MATÉRIAS PRIMAS 18. RECEPÇÃO ADITIVOS/ 2. ARMAZENAMENTO REFRIGERADO CONDIMENTOS 19.ARMAZENAMENTO ADITIVOS/ CONDIMENTOS 3. ARMAZENAMENTO CONGELAMENTO EMBALAGENS 21. RECEPÇÃO DOS ENVOLTÓRIOS 24. RECEPÇÃO DAS EMBALAGENS 4. DESOSSA 5. TRITURAÇÃO 6. MOAGEM 20. PESAGEM ADITIVOS/ CONDIMENTOS ENVOLTÓRIO NATURAL 7. PESAGEM MP 8. MISTURA 22. ARMAZENAMENTO DOS ENVOLTÓRIOS NATURAIS 23. HIDRATAÇÃO DOS ENVOLTÓRIOS NATURAIS 9. TRANSPORTE 10. ARMAZENAMENTO DE MASSAS 11. EMBUTIMENTO 12. PREPARAÇÃO PARA EMBALAGEM PRIMÁRIA 13. EMBALAGEM PRIMÁRIA 14. EMBALAGEM SECUNDÁRIA 15. CONGELAMENTO 16. ARMAZENAMENTO FINAL 17. EXPEDIÇÃO 25. ARMAZENAMENTO DAS EMBALAGENS 125 ANEXO 13 - HACCP DE LINGUIÇAS FRESCAIS – FORMULÁRIO DE ANÁLISE DE PERIGOS NOS INGREDIENTES – LINGUIÇAS FRESCAIS Ingredientes 1. Pernil de Suíno Sem Osso Perigos Justificativa B: Salmonella sp Contaminação no abate sp B: Listeria - Equipamentos mal Monocitogenes higienizados (facas, mesa rolante) B: - Falta de higiene dos Staphylococcus manipuladores Aureus - Contaminação do Sistema de ventilação Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle Média Baixo Certificado Sanitário Média Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle de Limpeza e Sanitização Baixa Baixo - Treinamento dos funcionários de acordo com as BPF´s Baixo - Utilização de cortinas de PVC, Higienização periódica dos exaustores, orientação dos colaboradores para manter portas fechadas. Baixo - Treinamento na etapa do processo de desossa - Inspeção Visual da Carne - Instrução de Trabalho no processo de desossa Baixa F: Fragmentos de - Falha do processo de Alta osso desossa interno 2. Recortes de Carne de Suíno (Magro) Q: Nenhum B: Salmonella sp Contaminação no abate sp B: Listeria - Equipamentos mal Monocitogenes higienizados (facas, mesa rolante) B: - Falta de higiene dos Staphylococcus manipuladores aureus - Contaminação do Sistema de ventilação Média Baixo Certificado Sanitário Média Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle de Limpeza e Sanitização Baixa Baixo - Treinamento dos funcionários de acordo com as BPF´s Baixa - Utilização de cortinas de PVC, Higienização periódica dos exaustores, orientação dos colaboradores para manter portas fechadas. Baixo - Treinamento na etapa do processo de desossa - Inspeção Visual da Carne - Instrução de Trabalho no processo de desossa Baixa F: Fragmentos de - Falha do processo de Alta osso desossa interno 3. Recortes de carne de frango Q: Nenhum B: Salmonella sp Contaminação no abate sp B: Listeria - Equipamentos mal Monocitogenes higienizados (facas, mesa rolante) B: - Falta de higiene dos Staphylococcus manipuladores Aureus - Contaminação do Sistema de ventilação Média Baixo Certificado Sanitário Média Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle de Limpeza e Sanitização Baixa Baixo - Treinamento dos funcionários de acordo com as BPF´s Baixo - Utilização de cortinas de PVC, Higienização periódica dos exaustores, orientação dos colaboradores para manter portas fechadas. Baixo - Treinamento na etapa do processo de desossa - Inspeção Visual da Carne - Instrução de Trabalho no processo de desossa Baixa F: Fragmentos de - Falha do processo de Alta osso desossa interno Q: Nenhum 126 Ingredientes Perigos Justificativa Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle 4. Água B: coliformes Contaminação do poço Médio Baixo Procedimento de autocontrole PA termotolerantes artesiano através do solo 6- potabilidade da agua (analises quinzenais da agua , analises diárias de cloro e PH, higienização dos reservatórios) F: Nenhum Q: Excesso de Falha no processo Baixo Baixo Procedimento de autocontrole PA – Cloro interno de adição de 06- Potabilidade da água (análises cloro quinzenais da água, análises diárias de cloro e pH, Higienização dos reservatórios) 5. Sal B: Nenhum F: Sujidades Falha do fornecedor Baixa Baixo Laudo de análise do fornecedor Inspeção Visual Instrução de trabalho na etapa de pesagem Q: Nenhum 6. Proteína B: Coliformes Contaminação no Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor isolada de Termotolerantes fornecedor soja (PE) B: Bacillus Contaminação no Baixo Baixo Laudo de análise do fornecedor cereus fornecedor B:Salmonella Contaminação no Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor fornecedor F: Nenhum Q: Nenhum 7. B: Coliformes Contaminação no Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor MaltodextrinaTermotolerantes fornecedor B: Salmonela Contaminação no Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor fornecedor F: Nenhum Q: Nenhum 8. Dextrina B: Coliformes Contaminação no Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Termotolerantes fornecedor B: Salmonela Contaminação no Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor fornecedor F: Nenhum Q: Nenhum 9. Glicose 10. Cebola em pó B: Coliformes Contaminação no Termotolerantes fornecedor B: Salmonela Contaminação no fornecedor F: Nenhum Q: Nenhum B: Bolores e Armazenamento Leveduras incorreto B: Coliformes Termotolerantes F: Nenhum Q: Nenhum 11. Alho em B: Coliformes pó Termotolerantes B: Salmonela F: Nenhum Q: Nenhum Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Médio Contaminação no fornecedor Médio Baixo Seguir corretamente as instruções de armazenamento (temperatura e umidade) Baixo Laudo de análise do fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor 127 Ingredientes Perigos Justificativa 13. B: Salmonella sp Contaminação no Tripolifosfato sp fornecedor de Sódio F: Nenhum Q: Arsênico e Falha do fornecedor metais pesados Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Alto Baixo Laudo de análise do fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Armazenamento incorreto Baixo Contaminação no fornecedor Médio Baixo Seguir corretamente as instruções de armazenamento (temperatura e umidade) Baixo Laudo de análise do fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Armazenamento incorreto Baixo Contaminação no fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Baixo Seguir corretamente as instruções de armazenamento (temperatura e umidade) Baixo Laudo de análise do fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Falha do fornecedor Alto Baixo Laudo de análise do fornecedor 14. Citrato de B: Nenhum Sódio F: Nenhum Q: Nenhum 15. B: Colifórmes Glutamato termotolerantes Monossódico B: Salmonella F: Nenhum Q: Nenhum 17. Pimenta B: Coliformes Preta Termotolerantes B: Salmonella F: Nenhum Q: Nenhum 18. Ácido B: Nenhum Ascórbico F: Nenhum Q: Nenhum 19. Cebola B: Bolores e Verde Leveduras Desidratada B: Coliformes B: Salmonela F: Nenhum Q: Nenhum 20. Salsa B: Bolores e Desidratada Leveduras B: Coliformes B: Salmonela F: Nenhum Q: Nenhum 21. Ácido B: Nenhum Cítrico F: Nenhum Q: Nenhum 22. Carragena B: Salmonela F: Nenhum Q: Metais Pesados 23. Nitrito de B: Nenhum Sódio F: Nenhum Q: Nenhum 128 Ingredientes 24. Corante Natural Carmim Cochonilha Perigos B: Coliformes B: Salmonella F: Nenhum Q: Nenhum 25. ReguladorB: Nenhum de acidez F: Nenhum líquido Q: Nenhum 26. Lactato B: Salmonela de Sódio Justificativa Contaminação no Fornecedor Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Contaminação no fornecedor Médio Baixo Laudo de análise do fornecedor Contaminação no Médio fornecedor - Falha do Fornecedor Baixo - Embalagem danificada Baixo Laudo de análise do fornecedor Contaminação no Médio fornecedor - Falha do Fornecedor - Embalagem danificada Baixo Baixo Laudo de análise do fornecedor F: Nenhum Q: Nenhum 27. Condimento Linguiça Toscana B: Coliformes B: Salmonela F: Sujidades F: Materiais Estranhos Q: Nenhum 28. Difosfato B: Nenhum de Sódio F: Nenhum Q: Nenhum 29. B: Coliformes Condimento B: Salmonela prep. F: Sujidades Linguiça de F: Materiais frango Estranhos Q: Nenhum Baixo Laudo de análise do fornecedor Inspeção Visual Instrução de trabalho na etapa de pesagem Procedimento de Autocontrole PA 12/01 – Controle de Recebimento de Ingredientes e Material de Embalagem PA 12/02 – Verificação do Controle de Recebimento de Ingredientes e Material de Embalagem Laudo de análise do fornecedor Baixo Inspeção Visual Instrução de trabalho na etapa de pesagem Procedimento de Autocontrole PA 12/01 – Controle de Recebimento de Ingredientes e Material de Embalagem PA 12/02 – Verificação do Controle de Recebimento de Ingredientes e Material de Embalagem 129 ANEXO 14 - HACCP DE LINGUIÇAS DEFUMADAS E COZIDAS – ANÁLISE DE PERIGOS NAS ETAPAS DO PROCESSO Etapa de processo Perigos 1. Recepção de MP B: Nenhum F: Nenhum Q: Nenhum B: Sobrevivência de Salmonella, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum B: Sobrevivência de Salmonella, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum B: Staphylococcus aureus, Coliformes termotolerantes a 45°C 2. Armazenamento refrigerado 3. Armazenamento congelamento 4. Desossa F: Fragmentos de ossos Q: Resíduos de produtos de higienização 5. Trituração B: Nenhum F: Parafuso F: Plástico F: Fragmentos de ossos Q: Resíduos de Produtos de Higienização F: Plástico Q: Resíduos de Produtos de Higienização Justificativas Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle Temperatura da câmara Média de resfriamento acima de 2°C Baixo PA 14- Procedimento de Auto Controle de Temperatura Temperatura da câmara Média de congelamento abaixo de -16°C Baixo PA 14- Procedimento de Auto Controle de Temperatura Contaminação por falha Baixo na higiene do manipulador ou contaminação cruzada dos utensílios utilizados Baixo IT – Desossa PA 11 – Procedimentos Sanitários Operacionais PA 9 – Procedimento de Auto Controle Hábitos Higiênicos Baixo IT – Desossa Contaminação por falha Alta na etapa de desossa Falha no enxágue no Alta processo de higienização dos equipamentos Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização; Manual de Higienização Contaminação proveniente do equipamento Alta Contaminação por falha do operador na retirada da embalagem plástica da MP Contaminação por falha na etapa de desossa Falha no enxágue no processo de higienização dos equipamentos Contaminação por falha do operador na retirada da embalagem plástica da MP Falha no enxágue no processo de higienização dos equipamentos Alta Baixo PA 2 – Procedimento de Auto Controle de Manutenção dos equipamentos IT – Preparo de massas Médio IT – Preparo de massas Alta Baixo IT – Desossa Alta Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização; Manual de Higienização Médio IT – Preparo de Massas Alta Alta Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização 130 Etapa de processo Perigos 6. Moagem B: Nenhum F: Parafuso F: Plástico F: Fragmentos de Ossos Q: Resíduos de Produtos de Higienização 7. Pesagem de MP 8. Mistura 9. Transporte 10. Armazenamento das Massas 11. Embutimento B: Staphylococcus aureus, coliformes Termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum B: Nenhum F: Nenhum Q: Resíduos de Produtos de Higienização Justificativas Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle Contaminação Proveniente do equipamento Alta Contaminação por falha do operador na retirada da embalagem plástica da MP Contaminação por falha na etapa de desossa Falha no enxágue no processo de higienização dos equipamentos Contaminação por falha na higiene do manipulador Alta Baixo PA 2 – Procedimento de Auto Controle de Manutenção dos equipamentos IT – Preparo de Massa Médio IT – Preparo de Massa Alta Baixo IT – Desossa Alta Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização Baixo Baixo PA 9 – Procedimento de Auto Falha no enxágue no processo de higienização dos equipamentos Alta Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização B: Nenhum F: Nenhum Q: Resíduos de Produtos de Higienização Falha no enxágue no Alta processo de higienização dos equipamentos B: Sobrevivência de Temperatura da câmara Média Salmonella, de resfriamento acima coliformes de 5°C e temperatura da termotolerantes a massa que deve ser até 45°C 10°C F: Nenhum Q: Nenhum B: Staphylococcus Contaminação por falha Baixo aureus, coliformes na higienização do termotolerantes manipulador a45°C Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização F: Barbante Baixo Inspeção Visual da massa para reposição Q: Resíduos de Produtos de higienização Contaminação na Baixo reposição da massa juntamente com barbante na embutideira Falha no enxágue no Alta processo de higienização dos equipamentos Baixo PA 14 – Procedimento de Auto Controle de Temperatura Baixo PA 9 – Procedimento de Auto Controle Hábitos Higiênicos Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização 131 Etapa de processo Perigos 12. Preparação para embalagem B: Staphylococcus aureus, coliformes termotolerantes a 45°C F: nenhum Q: Nenhum B: Staphylococcus aureus, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Resíduos de Produtos de Higienização 13. Embalagem Primária B: Nenhum F: Nenhum Q: Nenhum 15.Congelamento B: sobrevivência de Salmonella, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum 16. Armazenamento B: sobrevivência de final Salmonella, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum 17. Expedição B: sobrevivência de Salmonella, coliformes termotolerantes a 45°C F: Nenhum Q: Nenhum 18. Recepção de B: Nenhum aditivos/condimentos F: Nenhum Q: Nenhum 19. Armazenamento B: Nenhum aditivos/ condimentos F: Nenhum Q: Nenhum 20. Pesagem aditivos/ B: Nenhum condimentos F: Nenhum Q: Excesso de conservantes Justificativas Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle Contaminação por falha Baixo Baixo PA 9 – Procedimento de na higiene do Auto Controle Hábitos manipulador Higiênicos Contaminação por falha Baixo na higiene do manipulador Baixo PA 9 – Procedimento de Auto Controle Hábitos Higiênicos Falha no enxágue no processo de higienização dos equipamentos Baixo PA 10 – Procedimento de Auto Controle Limpeza e Sanitização Alta 14. Embalagem Secundária 21. Recepção dos envoltórios 22. Armazenamento dos envoltórios naturais B: Nenhum F: Nenhum Q: Nenhum B: Nenhum F: Nenhum Q: Nenhum Temperatura do túnel de Média congelamento maior que – 24°C Baixo PA 14 – Procedimento de Auto Controle de Temperatura Temperatura da câmara Média de estocagem maior que -15°C Baixo PA 14 – Procedimento de Auto Controle de Temperatura Temperatura do caminhão maior que 8°C Média Baixo PA 14 – Procedimento de Auto Controle de Temperatura Falha na etapa de pesagem manual de conservantes Alto Baixo PA 21 – Procedimento de Auto Controle Aditivos/Conservantes 132 Etapa de processo Perigos 23. Hidratação dos envoltórios natuais B: Nenhum F: Nenhum Q: Nenhum B: Nenhum F: Nenhum Q: Nenhum B: Nenhum F: Nenhum Q: Nenhum 24. Recepção das embalagens 25. Armazenamento das embalagens Justificativas Severidade Risco Medidas Preventivas/ Controle