AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
Relatório
Escola Secundária
Dr. Augusto César da
Silva Ferreira
RIO MAIOR
2 e 3 de abril
2013
Área Territorial de Inspeção
de Lisboa e Vale do Tejo
1 – I NTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação
pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a
avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos
jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de
avaliação em junho de 2011.
A então Inspeção-Geral da Educação foi
incumbida de dar continuidade ao programa de
avaliação externa das escolas, na sequência da
proposta de modelo para um novo ciclo de
avaliação externa, apresentada pelo Grupo de
Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de
março). Assim, apoiando-se no modelo construído
e na experimentação realizada em doze escolas e
agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da
Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver
esta atividade consignada como sua competência
no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de
janeiro.
ES C A LA D E AV AL I AÇ Ã O
Ní v e i s d e c l a s s i f i c a ç ã o d o s t r ê s d o m í n i o s
EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria
das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos
respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam
na totalidade dos campos em análise, em resultado de
práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e
eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em
campos relevantes.
MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e acima dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fortes predominam na
totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais generalizadas e eficazes.
O presente relatório expressa os resultados da
avaliação externa da Escola Secundária Dr.
Augusto César da Silva Ferreira – Rio Maior,
realizada pela equipa de avaliação, na sequência
da visita efetuada nos dias 2 e 3 de abril de 2013.
As conclusões decorrem da análise dos
documentos fundamentais da Escola, em especial
da sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso
académico dos alunos, das respostas aos
questionários de satisfação da comunidade e da
realização de entrevistas.
BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha
com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e
dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes
nos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais eficazes.
SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens
e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas
da escola.
Espera-se que o processo de avaliação externa
fomente e consolide a autoavaliação e resulte
numa oportunidade de melhoria para a Escola,
constituindo este documento um instrumento de
reflexão e de debate. De facto, ao identificar
pontos fortes e áreas de melhoria, este relatório
oferece elementos para a construção ou o
aperfeiçoamento de planos de ação para a
melhoria e de desenvolvimento de cada escola,
em articulação com a administração educativa e
com a comunidade em que se insere.
INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
muito aquém dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos
pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A
escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.
A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização da Escola, bem como a colaboração
demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
O relatório da Escola apresentado no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas 2012-2013 está disponível na página da IGEC.
Escola Secundária Dr. Augusto César da Silva Ferreira – RIO MAIOR
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2 – CARACTERIZAÇÃO DA E SCOLA
A Escola Secundária Dr. Augusto César da Silva Ferreira situa-se na cidade de Rio Maior e foi
intervencionada no âmbito do Programa de Modernização das Escolas Secundárias, contando
atualmente com amplas instalações, modernas e adequadas.
No presente ano letivo, a população escolar é constituída por 153 alunos do 3.º ciclo (6 turmas), 337 dos
cursos científico-humanísticos do ensino secundário (13 turmas), 182 dos cursos profissionais (10
turmas), 17 formandos do curso de educação e formação de Jardinagem e Espaços Verdes (tipo 3 – 1
turma) e 26 do curso de educação e formação de Gestão Ambiental (tipo 6 – 1 turma). No que respeita à
formação de adultos, 97 formandos frequentam cursos de educação e formação (79 integram três turmas
de tipo 1 e 18 uma turma de tipo 3 – duas das turmas funcionam nos estabelecimentos prisionais) e 44 o
ensino recorrente. Não se regista uma grande diversidade linguística e cultural, já que apenas 5,4% dos
alunos têm outras nacionalidades. Em parceria com outras entidades, a Escola mantém em
funcionamento, há largos anos, cursos de educação de adultos nos estabelecimentos prisionais de
Alcoentre e Vale de Judeus que registam uma forte adesão.
Não beneficiam de auxílios económicos, no âmbito da Ação Social Escolar, 52,9% dos alunos do ensino
básico e 72,4% do ensino secundário. Têm computador com acesso à internet, em casa, 84,0% dos alunos
do ensino básico e 86,0% do ensino secundário. Conhece-se a formação académica de 80,8% dos pais e
encarregados de educação, constatando-se que, destes, 15,0% no caso do ensino básico e 28,0% no ensino
secundário têm formação secundária ou superior. Quanto à sua atividade profissional, verifica-se que
8,9% dos encarregados de educação dos alunos do ensino básico e 16,0% dos do ensino secundário
desempenham funções de nível superior ou intermédio.
O pessoal docente, num total de 91 professores, é muito estável e experiente, já que 76% pertencem ao
quadro e têm 10 ou mais anos de serviço. Dos 41 trabalhadores não docentes, 36 (88%) têm mais de 40
anos e apresentam também elevada experiência profissional, pois 34 (83%) desempenham funções há 10
anos ou mais.
No ano letivo de 2010-2011, ano para o qual há referentes calculados, os valores das variáveis de
contexto da Escola (percentagem de alunos que não beneficiam dos auxílios económicos da Ação Social
Escolar, escolaridade dos pais e das mães e percentagem de docentes dos quadros) são globalmente
desfavoráveis, quando comparados com escolas de caraterísticas semelhantes, o que permite concluir
que estamos perante um contexto desfavorável, em particular no que respeita aos alunos do ensino
básico.
3- A VALIAÇÃO POR DOMÍNIO
Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e
tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação
formula as seguintes apreciações:
3.1 – R ESULTADOS
R ESULTADOS ACADÉMICOS
Tendo em conta as variáveis de contexto e comparada com escolas com valores idênticos, as taxas de
conclusão da Escola situaram-se, no ano letivo de 2010-2011, acima do valor esperado no 9.º e no 12.º
ano. Da mesma forma, no que respeita aos exames nacionais, os resultados estiveram, em 2011, acima
do esperado em Língua Portuguesa e Matemática no 9.º e no 12.º ano. De realçar, que os resultados do
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exame de Português do ensino secundário se situaram muito acima do esperado. Apenas no exame de
História do 12.º ano a média obtida ficou aquém do esperado.
Considerando o seu grupo de referência (cluster), verifica-se que, apesar do contexto desfavorável, os
resultados obtidos pela Escola situam-se, globalmente, próximos da mediana, o que traduz um
desempenho muito positivo.
Analisados os dados relativos ao último triénio (2009-2010 a 2011-2012), constata-se que as taxas de
conclusão, tanto do ensino básico como do ensino secundário apresentam oscilações. No entanto, no 9.º
ano verifica-se uma tendência de melhoria, mas no 12.º ano a tendência é inversa. No que se refere aos
resultados dos exames nacionais, o 9.º ano apresenta taxas de sucesso mais elevadas a Língua
Portuguesa do que a Matemática, mas, por outro lado, enquanto os resultados desta última disciplina
evoluíram do primeiro para o último ano do triénio, já em Língua Portuguesa regrediram.
Nos exames de Português e de Matemática do 12.º ano, a média da Escola baixou ao longo do triénio,
mas é de salientar que se registam, em Português, médias superiores às nacionais em 2010 e 2011 e
muito próximas daquelas no último ano. Em Matemática, as classificações de exame estiveram muito
próximas das nacionais nos dois primeiros anos, mas distanciaram-se daquelas em 2012. Na disciplina
de História os resultados têm oscilado, embora apresentem uma melhoria de 2010 para 2012. É em
Biologia e Geologia e em Física e Química que a Escola apresenta os resultados mais irregulares, mas,
ainda assim, próximos dos registados a nível nacional.
As taxas de conclusão dos cursos profissionais, considerando os alunos que concluíram o seu percurso de
formação no triénio 2010-2012, variam entre 63,5% e 86,7%. Nos cursos de educação e formação
registam-se percentagens de conclusão entre 63,6% e 100%. Refira-se que é o curso de Gestão do
Ambiente (tipo 6) que regista maior percentagem de sucesso.
A Escola realiza o tratamento estatístico dos resultados académicos, tanto internos como externos, dos
últimos cinco anos, comparando o desempenho de turmas e de disciplinas, os desvios entre a
classificação de frequência e a dos exames e a qualidade do sucesso (disciplinas com percentagens de
insucesso superiores a 25%).
A análise efetuada nas várias estruturas e em diferentes momentos, tem permitido implementar
medidas tendo em vista a melhoria dos resultados. Regista-se a evolução significativa da taxa de
conclusão do 3.º ciclo e a melhoria da qualidade do sucesso em várias disciplinas, tal como o aumento do
número de alunos incluídos no quadro de excelência.
No ensino secundário, a qualidade do sucesso tem sido assinalável na generalidade das disciplinas,
verificando-se uma evolução do 10.º para o 12.º ano. Ainda assim, apesar de ser uma situação
identificada pela Escola, verificam-se discrepâncias entre a avaliação interna e externa, em algumas
disciplinas, o que indica que as estratégias implementadas não têm sido suficientemente eficazes.
O abandono escolar no 3.º ciclo do ensino básico regular não constitui um problema para a Escola. No
entanto, apesar das estratégias implementadas, as taxas de anulação de matrícula em algumas
disciplinas do ensino secundário regular e o abandono nos cursos profissionalizantes são ainda
preocupantes, o que constitui uma área de melhoria a considerar.
R ESULTADOS SOCIAIS
A Escola tem desenvolvido atividades conducentes à promoção da educação para a cidadania. De referir,
no âmbito da oferta complementar, no 3.º ciclo, a abordagem de temáticas ligadas à educação para a
saúde, à educação financeira e ao desenvolvimento pessoal e social.
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Os alunos são envolvidos em atividades, projetos e clubes promotores do seu desenvolvimento
socioeducativo nas áreas desportiva (núcleos de Desporto Escolar), artística (grupo de teatro clássico,
com apresentações públicas em contexto escolar e extraescolar), de educação para a saúde, ecológica
(projeto Eco-Escolas, Escola-Eletrão, entre outros) e de solidariedade social (Papel por alimentos,
recolha de roupas, por exemplo) e, ainda, em iniciativas na área cultural (palestras, tertúlias literárias,
feiras do livro, exposições) e cívica (Parlamento dos Jovens). Contudo, são pouco expressivas as
atividades que resultam da iniciativa ou cuja organização é da responsabilidade dos alunos.
Assume relevância a participação da Escola em diversos projetos europeus integrados no programa
Comenius que versam as temáticas da formação pessoal e social dos alunos, com enfoque nas áreas do
ambiente, da alimentação, dos direitos humanos e da xenofobia.
A generalidade dos alunos tem um comportamento disciplinado e propiciador de um bom clima
educativo. Têm sido, sobretudo, aplicadas medidas corretivas (atividades de integração na comunidade
escolar consubstanciadas em trabalho comunitário), sempre com a anuência dos pais e encarregados de
educação. A aplicação de medidas disciplinares sancionatórias, designadamente a medida de suspensão,
tem diminuído ao longo do triénio, o que revela a eficácia do trabalho preventivo realizado neste âmbito.
A associação de estudantes está constituída e em funcionamento. Os representantes dos alunos estão,
geralmente, presentes nas reuniões do conselho geral e dos conselhos de turma. No entanto, não é
evidente que exista, por parte da direção, uma prática de efetiva auscultação dos alunos e da associação
de estudantes relativamente às decisões que lhes dizem diretamente respeito (em assembleia de
delegados de turma, por exemplo), de forma a que estes se sintam, efetivamente, coresponsabilizados
nas atividades e projetos desenvolvidos.
A Escola acompanha os percursos escolares dos seus alunos, seja no que diz respeito ao prosseguimento
de estudos, seja quanto à integração em programas de formação profissional e inserção no mercado de
trabalho, conhecendo assim o impacto das aprendizagens. O contacto direto com as famílias permite-lhe,
ainda, ter conhecimento dos percursos ulteriores dos seus antigos alunos.
R ECONHECIMENTO DA COMUNIDADE
Sendo a única escola com ensino secundário no concelho e herdeira da mais antiga instituição de ensino
do município, está perfeitamente integrada no contexto local. Identificada pela comunidade como
prestando serviços relevantes na área educativa e socioeducativa, é reconhecida pelo rigor e exigência
que imprime à sua ação. Neste contexto, há que destacar o reconhecimento da comunidade local
(autarquias, associação comercial e industrial) face ao desempenho dos alunos dos cursos com
certificação escolar e profissional. De referir, em particular, o curso profissional de Técnico de
Mecatrónica, com altos níveis de empregabilidade, não obstante o ambiente económico deprimido e, por
outro lado, a relevância do trabalho desenvolvido nos estabelecimentos prisionais, com impacto na
qualificação dos reclusos.
A auscultação aos diversos membros da comunidade educativa realizada através dos questionários de
satisfação, aplicados no âmbito da avaliação externa, revela uma apreciação globalmente positiva da
Escola, sendo de destacar a disponibilidade dos diretores de turma na ligação escola-família, as relações
de amizade que se estabelecem no espaço escolar, a qualidade das instalações, a abertura ao exterior e o
gosto por trabalhar na Escola. Pela negativa, assinala-se, por parte dos alunos, o não envolvimento em
projetos e clubes, o escasso uso do computador no espaço de sala de aula e ainda o serviço de refeitório,
situação que é corroborada pelos pais e encarregados de educação.
A Escola tem desenvolvido formas de reconhecimento e de valorização dos sucessos académicos e dos
resultados sociais dos seus alunos, designadamente a criação de quadros de mérito, nas modalidades de
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valor e excelência, divulgados através da afixação no átrio e em cerimónia pública no cineteatro de Rio
Maior. De referir que o reconhecimento do mérito é extensivo a todos os níveis de ensino e cursos.
Em síntese, a ação da Escola tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos
fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais
generalizadas e eficazes. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de MUITO BOM no
domínio Resultados.
3.2 – P RESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
P LANEAMENTO E ARTICULAÇÃO
O planeamento das atividades (planificações de médio e longo prazo) é, por norma, concretizado entre
docentes que lecionam a mesma disciplina e ano de escolaridade. A elaboração de materiais pedagógicos
e de instrumentos de avaliação das aprendizagens acontece, também, em equipa sendo o trabalho
cooperativo facilitado pela existência de tempos comuns nos horários destinados a reuniões e pela
utilização das tecnologias de informação e comunicação. Ainda assim, não se recolheram evidências de
um trabalho generalizado de articulação curricular, que promova a sequencialidade das aprendizagens.
O plano anual de atividades e os planos de turma integram iniciativas que têm em conta as
especificidades do meio e preveem ações com ligação ao contexto local (visitas ao núcleo arqueológico e
ao percurso geológico de Rio Maior, por exemplo). No âmbito da ação dos conselhos de turma
identificam-se práticas de interdisciplinaridade, designadamente em iniciativas como visitas de estudo e
saídas de campo, entre outras ações previstas nos planos de atividades da turma e no plano anual, de
que é exemplo a realização de um peddy-paper, com a intervenção de várias disciplinas. Os planos de
turma contêm informação relevante sobre o percurso escolar dos alunos e definem estratégias
adequadas à superação das dificuldades identificadas. A partir dos pontos fortes e fracos sinalizados,
preveem formas comuns de atuação para o conselho de turma, o que se apresenta como uma boa prática.
Com o objetivo de colmatar um dos pontos fracos identificados aquando da anterior avaliação externa
ocorrida em 2008, a inexistência de estratégias de articulação com os agrupamentos do concelho, no
sentido do estabelecimento da continuidade educativa, foram promovidas algumas iniciativas que se
traduziram na adoção dos mesmos manuais escolares e na realização de reuniões entre diretores de
turma da Escola e dos agrupamentos, o que facilita a integração dos alunos, no seu ingresso tanto no 3.º
ciclo como no ensino secundário.
P RÁTICAS DE ENSINO
Os alunos são envolvidos em trabalhos de pesquisa, debates ou apresentações diversas, estratégias que
lhes proporcionam diversas formas de aprender. A realização de atividades experimentais e a produção
dos respetivos relatórios acontecem, com maior incidência, no ensino secundário, mas todos os alunos
têm oportunidades de ter contacto com metodologias científicas em múltiplas iniciativas realizadas ao
longo do ano letivo (dias da Ciência, da Tecnologia ou da Saúde, por exemplo).
A utilização do correio eletrónico, tal como a plataforma moodle, é uma prática frequente, como forma de
esclarecimento de dúvidas ou de reforço das aprendizagens.
Os planos de turma analisados não explicitam práticas generalizadas de diferenciação pedagógica, em
sala de aula, sendo, sobretudo, nos tempos dedicados ao apoio educativo e ao esclarecimento de dúvidas
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que é dada atenção às diferentes capacidades e ritmos de aprendizagem dos alunos. As assessorias na
disciplina de matemática revelam-se um contributo positivo para a melhoria do ensino e das
aprendizagens. A disponibilização de tempos para esclarecimento de dúvidas, marcados nos horários de
cada turma, e os apoios individualizados dirigidos aos alunos com mais dificuldades são exemplos de
medidas que se revelam eficazes na melhoria dos resultados.
São proporcionadas condições adequadas à integração dos alunos com necessidades educativas
especiais, com recurso a parcerias eficazes no desenvolvimento das suas competências vocacionais.
No âmbito da educação artística, são realizadas atividades de escrita criativa, expressão plástica e
dramática. Destaca-se, também, o trabalho desenvolvido pela biblioteca escolar ao nível da promoção da
leitura, com envolvimento ativo dos alunos.
A Escola tem visto a participação dos alunos em atividades e projetos reconhecida com a atribuição de
prémios da Fundação Ilídio Pinho, no âmbito das ciências, do Desporto Escolar e de competições na área
da Matemática, entre outros.
A implementação do sistema de permutas tem-se mostrado eficaz, sendo praticamente inexistentes as
situações de ausência de docentes. No entanto, está assegurada a ocupação plena dos tempos escolares
recorrendo-se ao espaço da biblioteca/centro de recursos, se necessário.
O acompanhamento da prática letiva é realizado através da verificação do grau de cumprimento das
planificações e da análise dos resultados académicos. Os procedimentos de supervisão em sala de aula,
tendo em vista a melhoria das práticas de ensino e dos resultados escolares não estão instituídos, o que
constitui uma das áreas em que a Escola pode melhorar.
M ONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS
A organização dos processos de avaliação das aprendizagens é alvo de atenção nos diferentes órgãos e
estruturas. A avaliação diagnóstica e a utilização de diversas práticas e instrumentos, com a valorização
de trabalhos individuais e de grupo, relatórios ou trabalhos de pesquisa, para além dos testes,
desempenham um papel relevante na regulação do ensino e das aprendizagens. Com o mesmo objetivo,
os alunos são envolvidos no processo de avaliação, conhecem os critérios e realizam a sua autoavaliação.
De forma a conferir validade e fiabilidade aos instrumentos de avaliação, os docentes que lecionam a
mesma disciplina e ano de escolaridade elaboram matrizes de testes, mas a aplicação do mesmo
instrumento nas diferentes turmas não é habitual. A adesão aos testes intermédios do Gabinete de
Avaliação Educacional e a realização de testes de tipologia idêntica aos das provas de exame
contribuem, também, para a confiança no processo.
A regular análise dos resultados permite a identificação de problemas e a definição de estratégias para
resolução das situações diagnosticadas. As medidas delineadas em conselho de turma com vista à
melhoria das aprendizagens e dos resultados são avaliadas periodicamente e alteradas sempre que
necessário. Uma análise das taxas de sucesso dos alunos sujeitos a planos de recuperação ou
acompanhamento, no triénio 2009-2010 a 2011-2012, demonstra que as medidas implementadas têm
sido globalmente eficazes, ainda que se verifiquem resultados mais baixos nos alunos sujeitos a planos
de recuperação.
A aposta numa oferta educativa diversificada e o acompanhamento próximo dos diretores de turma aos
alunos em risco têm-se mostrado eficazes no combate ao abandono escolar no ensino básico, mas não
têm surtido o mesmo efeito relativamente à desistência ou anulação de matrícula no ensino secundário
regular e nos cursos profissionais.
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Em suma, a ação da Escola tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos
fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais
generalizadas e eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de MUITO BOM no domínio
Prestação do Serviço Educativo.
3.3 – L IDERANÇA E GESTÃO
L IDERANÇA
O projeto educativo apresenta uma visão claramente estruturada do desenvolvimento pretendido,
alicerçada na noção de uma Escola aberta e virada para o futuro. Esta visão assenta num entendimento
da missão da escola orientada para uma dupla vocação: a lecionação do ensino secundário e também do
3.º ciclo do ensino básico, nas suas vertentes de prosseguimento de estudos e de qualificação
profissional, e a assunção de um papel relevante da aprendizagem ao longo da vida, num quadro de
diversidade da oferta formativa e educativa. Também neste contexto, assume um lugar estratégico a
extensão educativa ao ensino nos estabelecimentos prisionais.
Aquele documento orientador tem em atenção quer o anterior relatório de avaliação externa e os pontos
fracos assinalados (visando a sua superação), quer o processo de autoavaliação e melhoria entretanto
desenvolvido. Está estruturado em cinco prioridades, a partir das quais foram definidas as estratégias
com vista à sua consecução. As metas e os indicadores, determinados de forma realista e quantificável,
facilitam a monitorização e a avaliação do grau de concretização das prioridades definidas. As metas
indicadas têm em conta os indicadores do Programa Educação 2015. O plano curricular de escola e o
plano anual de atividades articulam-se com as prioridades do projeto educativo.
Os órgãos da Escola, em especial o diretor e a sua equipa, estão motivados e procuram os apoios
necessários à prossecução do projeto educativo. Neste âmbito, destaca-se o dinamismo do diretor na
melhoria incremental, sendo os processos melhorados por etapas, articulando-se institucionalmente com
os parceiros locais (autarquias, escolas básicas e centro de formação profissional, associação comercial e
industrial) para o dimensionamento da oferta educativa e formativa, bem como para a organização das
atividades de formação em contexto de trabalho.
É evidente o fomento de lideranças intermédias com as quais são partilhadas responsabilidades e que
são autónomas na gestão das respetivas estruturas. A interação entre docentes é constante, sendo
incentivada a sua participação no quotidiano da organização. Relativamente aos trabalhadores não
docentes, o seu papel é valorizado, sendo auscultados nas decisões que lhes dizem respeito.
Como solução inovadora, destaca-se o aproveitamento dos recursos inerentes aos cursos
profissionalizantes para a organização da componente de formação profissional e de integração na vida
pós-escolar dos alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente, com currículo
específico individual e com plano individual de transição.
A associação de pais e encarregados de educação, recentemente formada, constitui-se como uma
oportunidade de ligação à comunidade educativa e de resolução de problemas.
Do relacionamento muito estreito com as instituições parceiras resulta uma utilização e rentabilização
dos recursos da comunidade, assumindo particular relevância a dos equipamentos desportivos
municipais (pavilhão gimnodesportivo e piscinas) e o apoio prestado à realização de visitas de estudo,
bem como à manutenção dos espaços e dos equipamentos escolares.
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G ESTÃO
A gestão dos recursos humanos pauta-se pelo reconhecimento das capacidades profissionais para o
desempenho das funções. Neste particular, tem-se em conta, nos casos em que tal é possível, não apenas
o conhecimento das formações inicial e contínua dos professores mas também uma análise do seu
desempenho e dos resultados dos seus alunos, privilegiando-se a continuidade das equipas pedagógicas
ao longo do ciclo/nível de ensino. Os critérios de elaboração dos horários e de constituição de turmas
aplicados estão devidamente explicitados no plano curricular de escola. De salientar a existência de
reuniões semanais e a criação de equipas de ano o que facilita o trabalho colaborativo entre docentes.
No que diz respeito à distribuição do serviço do pessoal não docente, atende-se ao perfil individual de
cada trabalhador e ainda às formações obtidas em cada setor ou área de atividade, o que contribui para
a melhoria do serviço prestado.
A frequência de ações de formação contínua, por parte do pessoal docente e não docente, tem decorrido
da adesão às ações organizadas pelo centro de formação a que a Escola pertence (CFLO – Centro de
Formação Lezíria Oeste). Existem algumas iniciativas de formação interna, sobretudo no âmbito
didático-pedagógico, decorrentes de uma das prioridades do projeto educativo (fomento da formação
contínua).
Os circuitos de informação e comunicação estão agilizados e têm em consideração os princípios da
simplificação administrativa e da desmaterialização. A página da Escola na internet tem informação
útil e atualizada, recorrendo-se ainda ao correio eletrónico institucional, às mensagens por telemóvel, ao
telefone e à plataforma moodle. Subsiste a comunicação em formato mais tradicional para todos aqueles
que não acedam às plataformas eletrónicas, designadamente alguns pais e encarregados de educação. A
biblioteca/centro de recursos edita um boletim informativo e cultural que é, também, um veículo de
informação relevante para a comunidade educativa.
A UTOAVALIAÇÃO E MELHORIA
A anterior avaliação externa identificava como ponto fraco a inexistência de um processo estruturado de
autoavaliação. Nesse seguimento, a Escola constituiu uma equipa com a missão de proceder à
montagem de um dispositivo de autoavaliação com recurso ao modelo Common Assessment Framework
(CAF – Educação). A elaboração e aplicação de questionários à comunidade escolar e aos pais e
encarregados de educação permitiram um conhecimento mais estruturado da satisfação face ao
desempenho da Escola e do seu funcionamento como um todo, incluindo o dos seus órgãos e serviços.
O relatório produzido deu origem a um plano de ações de melhoria que incidiu sobre os aspetos frágeis
identificados. Este plano foi avaliado, encontrando-se em fase final de aprovação um novo plano de ações
de melhoria. Por outro lado, a Escola prosseguiu e aprofundou o tratamento estatístico dos resultados
dos alunos, de forma rigorosa e detalhada. Os documentos produzidos foram divulgados à comunidade
educativa e são do conhecimento de todos os interessados.
No entanto, estes dois processos não estão articulados, de forma a aliar o vetor resultados ao vetor
organizacional. Tal facto dificulta a obtenção de uma visão global e a elaboração sustentada dos planos
de melhoria. Não obstante, a Escola conhece as suas áreas prioritárias de intervenção e a tomada de
decisões, quer no horizonte estratégico do ciclo de gestão quer no quotidiano escolar, está assente em
práticas de monitorização e de autoavaliação.
Em suma, a ação da Escola tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos
fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais
generalizadas e eficazes, pelo que a classificação no domínio Liderança e Gestão é de MUITO BOM.
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4 – P ONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA
A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho da Escola:

O rigor e detalhe do tratamento estatístico e a reflexão sobre os resultados que propiciam a
implementação de estratégias com impacto nas aprendizagens e nos resultados dos alunos;

A existência de um ambiente de tranquilidade no quotidiano escolar, propiciador de um clima
educativo favorável à aprendizagem;

A relevância socioeducativa da ação desenvolvida pela Escola no ensino nas prisões de
Alcoentre e Vale de Judeus, com impacto na qualificação dos reclusos e no reconhecimento da
comunidade;

A implementação de práticas de ensino ativas, bem como a promoção de atividades que visam o
desenvolvimento de saberes profissionais, concorrendo para a melhoria das aprendizagens;

As lideranças intermédias ativas e participativas, com impacto positivo no serviço educativo
prestado;

O dinamismo do diretor e da sua equipa, com impacto na melhoria incremental da Escola.
A equipa de avaliação entende que as áreas onde a Escola deve incidir prioritariamente os seus esforços
para a melhoria são as seguintes:

A implementação de medidas que contribuam para reduzir a desistência e a anulação de
matrícula no ensino secundário regular e nos cursos profissionalizantes;

A auscultação efetiva dos alunos e dos seus representantes, tendo em vista o seu maior
envolvimento na vida da Escola;

A supervisão da atividade letiva em sala de aula, enquanto processo promotor do
desenvolvimento profissional dos professores;

A articulação e a convergência dos diversos procedimentos de autoavaliação e de monitorização
que promovam uma visão global e a elaboração sustentada dos planos de melhoria.
A Equipa de Avaliação Externa:
Manuel Pereira dos Santos, Marisa Janino Nunes e Pedro Valadares.
Homologo.
O Secretário de Estado do Ensino e da
Administração Escolar
ass) João Casanova de Almeida
26-07-2013
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