DIÁRIO OFICIAL PODER LEGISLATIVO ANO XLIX – VITÓRIA-ES, QUINTA-FEIRA, 28 DE MAIO DE 2015 – Nº 7766 – 188 PÁGINAS DPL - Editoração, Composição, Diagramação e Arte-Final. Reprografia: Impressão 1ª SESSÃO LEGISLATIVA DA 18ª LEGISLATURA MESA DIRETORA THEODORICO FERRAÇO - DEM Presidente ENIVALDO DOS ANJOS - PSD 1º Secretário CACAU LORENZONI - PP 2º Secretário LUZIA TOLEDO 1ª Vice-Presidenta RAQUEL LESSA - SD 3ª Secretária MARCOS MANSUR - PSDB 2º Vice-Presidente BRUNO LAMAS - PSB 4º Secretário GABINETE DAS LIDERANÇAS DEM - Edson Magalhães PDT - Euclério Sampaio PMN - Janete de Sá PRTB - PMDB - Guerino Zanon PSDB - Pr.Marcos Mansur PTC - Eliana Dadalto SD – Raquel Lessa PT - Nunes PV PPS - Sandro Locutor PR PRP - Dary Pagung PP - Erick Musso GILDEVAN FERNANDES - PV Líder do Governo ERICK MUSSO – PP Vice-Líder do Governo REPRESENTAÇÃO PARTIDÁRIA DEM PMDB PT PR PSB PDT PSDB PV PRP PEN PMN PTC PPS PP PSD PRTB SD EDSON MAGALHÃES E THEODORICO FERRAÇO. GUERINO ZANON, DOUTOR HÉRCULES, LUZIA TOLEDO E MARCELO SANTOS. JOSÉ CARLOS NUNES, PADRE HONÓRIO E RODRIGO COELHO. GILSINHO LOPES. BRUNO LAMAS E FREITAS. DA VITÓRIA E EUCLERIO SAMPAIO. PASTOR MARCOS MANSUR E SERGIO MAJESKI. GILDEVAN FERNANDES. ALMIR VIEIRA, DARY PAGUNG E HUDSON LEAL. DOUTOR RAFAEL FAVATTO. JANETE DE SÁ. ELIANA DADALTO. AMARO NETO E SANDRO LOCUTOR. CACAU LORENZONI E ERICK MUSSO. ENIVALDO DOS ANJOS. MARCOS BRUNO. RAQUEL LESSA. Esta edição está disponível no site: www.al.es.gov.br Endereço: Avenida Américo Buaiz – Quadra RC4-B 03 - Enseada do Suá - CEP: 29050-950 Editoração: Simone Silvares Itala Rizk – (027) - 3382-3666 e 3382-3665 e-mail: [email protected] PSB - Freitas PEN - Rafael Favatto PSD - DIÁRIO OFICIAL PODER LEGISLATIVO COMISSÕES PERMANENTES COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO Presidente: Rodrigo Coelho. Vice-Presidente: Raquel Lessa. Efetivos: Eliana Dadalto, Gildevan Fernandes, Janete de Sá, Rafael Favatto e Marcelo Santos. Suplentes: Nunes, Dary Pagung, Almir Vieira, Luzia Toledo, Euclério Sampaio, Pe. Honório e Amaro Neto. COMISSÃO DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE Presidente: Rafael Favatto. Vice-Presidente: Erick Musso. Efetivos: Bruno Lamas, Dary Pagung e Gildevan Fernandes. Suplentes: Raquel Lessa, Almir Vieira, Euclério Sampaio, Edson Magalhães e Marcelo Santos. COMISSÃO DE CULTURA E COMUNICAÇÃO SOCIAL Presidente: Marcos Bruno. Vice-Presidente: Da Vitória. Efetivos: Amaro Neto. Suplentes: Sergio Majeski, Euclério Sampaio e Rafael Favatto. COMISSÃO DE EDUCAÇÃO Presidente: Luzia Toledo. Vice-Presidente: Bruno Lamas. Efetivos: Rodrigo Coelho, Raquel Lessa e Marcos Bruno. Suplentes: Gildevan Fernandes, Sergio Majeski, Padre Honório, Edson Magalhães e Gilsinho Lopes. COMISSÃO DE DEFESA DA CIDADANIA E DOS DIREITOS HUMANOS Presidente: Nunes. Vice-Presidente: Padre Honório. Efetivos: Dary Pagung, Sergio Majeski e Marcos Bruno. Suplentes: Rodrigo Coelho, Eliana Dadalto, Doutor Hércules e Janete de Sá. COMISSÃO DE SAÚDE E SANEAMENTO Presidente: Doutor Hércules. Vice-Presidente: Almir Vieira. Efetivos: Erick Musso. Suplentes: Eliana Dadalto, Dary Pagung, Hudson Leal, Amaro Neto e Marcos Bruno. COMISSÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL Presidente: Eliana Dadalto. Vice-Presidente: Padre Honório. Efetivos: Doutor Hércules. Suplentes: Rafael Favatto, Rodrigo Coelho e Janete de Sá. COMISSÃO DE AGRICULTURA, DE SILVICULTURA, DE AQUICULTURA E PESCA, DE ABASTECIMENTO E DE REFORMA AGRÁRIA Presidente: Janete de Sá. Vice-Presidente: Padre Honório Efetivos: Raquel Lessa, Eliana Dadalto e Freitas Suplentes: Erick Musso, Nunes, Da Vitória, Sandro Locutor e Marcos Bruno. COMISSÃO DE FINANÇAS, ECONOMIA, ORÇAMENTO, FISCALIZAÇÃO, CONTROLE E TOMADA DE CONTAS Presidente: Dary Pagung. Vice-Presidente: Euclério Sampaio. Efetivos: Hudson Leal, Luzia Toledo, Almir Vieira, Edson Magalhães e Freitas. Suplentes: Rodrigo Coelho, Raquel Lessa, Erick Musso, Doutor Hércules, Gilsinho Lopes, Da Vitória e Bruno Lamas. COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Presidente: Gilsinho Lopes. Vice-Presidente: Sandro Locutor. Efetivos: Pastor Marcus Mansur. Suplentes: Edson Magalhães, Luzia Toledo e Doutor Hércules. COMISSÃO DE SEGURANÇA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO Presidente: Euclério Sampaio. Vice-Presidente: Da Vitória. Efetivos: Almir Vieira, Gildevan Fernandes e Gilsinho Lopes. Suplentes: Erick Musso, Sandro Locutor, Bruno Lamas, Amaro Neto e Janete de Sá. COMISSÃO DE TURISMO E DESPORTO Presidente: Amaro Neto. Vice-Presidente: Nunes Efetivos: Luzia Toledo e Nunes. Suplentes: Dary Pagung, Hudson Leal e Sandro Locutor. COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL, BIOSSEGURANÇA, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, ENERGIA, GÁS NATURAL, PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS Presidente: Sergio Majeski. Vice-Presidente: Nunes. Efetivos: Pastor Marcos Mansur. Suplentes: Eliana Dadalto, Almir Vieira e Bruno Lamas. COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA, DE DESENVOLVIMENTO URBANO E REGIONAL, DE MOBILIDADE URBANA E DE LOGÍSTICA Presidente: Edson Magalhães. Vice-Presidente: Marcelo Santos. Efetivos: Erick Musso, Rodrigo Coelho e Doutor Hércules. Suplentes: Gildevan Fernandes, Gilsinho Lopes, Luzia Toledo, Padre Honório e Sergio Majeski. COMISSÃO DE POLÍTICA SOBRE DROGAS Presidente: Marcelo Santos. Vice-Presidente: Gilsinho Lopes. Efetivos: Suplentes: Freitas, Raquel Lessa e Sergio Majeski. DEPUTADO CORREGEDOR-GERAL: Hudson Leal - PRP DEPUTADO OUVIDOR: Da Vitória - PDT LIGUE OUVIDORIA: 3382-3846 / 3382-3845 / 0800-2839955 e-mail: [email protected] Publicação Autorizada Atos do Presidente Atos Legislativos Atos Administrativos Atas das Sessões e das Reuniões das Comissões Parlamentares Suplementos pág. 1 a 2 pág. 2 a 3 pág. 3 a 13 pág. 14 a 184 Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 ERRATA Os Atos nºs 0978, 0979, 0980, 0981, 0982 e 0983, publicados no DPL do dia 12/05/15 às págs. 4, 5 e 6. E, os Atos nºs 1048, 1049, 1050 e 1051, publicados no DPL do dia 26 às págs. nºs 12 e 13 e sendo reproduzidos no dia 27 de maio de 2015 os Atos nºs 1049, 1050 e 1051 às pags. 4 e 5. onde se lê: [...] Art. 6º da Emenda Constitucional nº 19/1988 [...] leia-se: [...] Art. 6º da Emenda Constitucional nº 19/1998 [...] PUBLICAÇÃO AUTORIZADA PODER LEGISLATIVO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DO DEPUTADO ENIVALDO DOS ANJOS E OUTROS PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 034/2015 Altera diversos dispositivos do Regimento Interno referentes ao uso da palavra na Fase das Comunicações. A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO DECRETA: Art. 1º O artigo 119 do Regimento Interno, instituído pela Resolução nº 2.700, de 15.7.2009, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 119. A Fase das Comunicações terá duração de até trinta minutos, na qual será concedida a palavra aos Deputados que dela quiserem fazer uso, até o limite de cinco minutos cada um. § 1º O uso da palavra nesta fase independe de prévia inscrição ou solicitação, cuja concessão se dará em conformidade com a ordem alfabética crescente dos nomes constantes da lista a que se refere o § 2º do artigo 5º deste Regimento Interno. § 2º Os nomes constantes da lista serão chamados na ordem definida no parágrafo anterior, iniciando-se pelo nome subsequente ao do último chamado. § 3º O tempo não utilizado no Pequeno Expediente será acrescido à Fase das Comunicações, podendo, neste caso, sua duração ultrapassar os trinta minutos previstos no caput deste artigo. Diário do Poder Legislativo - 1 § 4º O Deputado inscrito na fase das comunicações poderá ceder seu tempo a outro parlamentar, fazendo jus ao direito de falar nesta fase nos termos do § 1º deste artigo. Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. SALA DAS SESSÕES, 26 de maio de 2015. ENIVALDO DOS ANJOS Deputado Estadual - PSD SÉRGIO MAJESKI MARCOS MANSUR RODRIGO COELHO PADRE HONÓRIO JANETE DE SÁ MARCOS BRUNO SANDRO LOCUTOR JUSTIFICATIVA O presente Projeto de Resolução visa alterar a redação do artigo 119 do Regimento Interno para alterar a sistemática de inscrição e utilização da palavra na Fase das Comunicações. A primeira alteração proposta é para que os parlamentares não tenham mais que se utilizar dos terminais do Painel Eletrônico para registrarem suas inscrições, visto que, com o uso deste sistema, muitos parlamentares não conseguem se classificar numa ordem que os permita fazerem uso da palavra. Diante deste fato, entendemos que a melhor e mais democrática forma de disciplinar esta prerrogativa é utilizando-se da ordem alfabética crescente dos nomes constantes da lista a que se refere o § 2º do artigo 5º do Regimento Interno. Com esta iniciativa, os nomes constantes da lista serão chamados na ordem pré-definida, iniciando-se pelo nome subsequente ao do último chamado, garantindo-se, desta forma, e se aprovada nossa proposição, tratamento igualitário a todos os membros deste Poder. A outra alteração proposta no mesmo artigo acima mencionado possibilitará que os parlamentares inscritos na Fase das Comunicações possam ceder seu tempo a outro parlamentar. Esta iniciativa atende ao anseio de vários parlamentares que reclamam do impedimento de poderem ceder o seu tempo a outro colega parlamentar que, muitas vezes, por razões diversas, necessita mais desta prerrogativa. Em resumo, nossa proposta torna o uso da palavra na Fase das Comunicações mais democrático, 2 - Diário do Poder Legislativo garantindo este direito a todos os Deputados e também mais flexível, ao permitir a cessão do tempo. Por estas razões, esperamos poder contar com o apoio dos ilustres colegas para aprovação da presente proposição. A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DA DEPUTADA JANETE DE SÁ PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 010/2015 Concede Título de Cidadania Espírito-Santense a Sra. MÔNICA PRETTI HAYNES. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 em 1984 com Sergio Marques Bellotti , com quem teve 2 filhos, Lygia Haynes Bellotti e Sergio Haynes Bellotti. Mãe de Lygia Haynes Bellotti, formada em comunicação social pela UFES, tem 29 anos é casada com Rodrigo Piltz e empresária no ramo de comunicação, sendo uma das diretoras da empresa RESULTATE e de Sergio Haynes Bellotti que é formado em engenharia ambiental pela Faesa. Por tudo aqui exposto e pela relevância dos trabalhos prestados pela Sra. Mônica Pretti Haynes é que se justifica a concessão do Título de Cidadão Espírito-Santense que se objetiva conceder através deste Projeto de Decreto Legislativo. A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO DECRETA: ATOS LEGISLATIVOS Art. 1 Fica concedido a Sra. Mônica Pretti Haynes o Título de Cidadão Espírito-Santense. ATOS Art. 2º Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação. ATO Nº 1052 Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário. Autoriza a formação da Frente Parlamentar Estadual do Terceiro Setor. SALA DAS SESSÕES, em 26 de maio de 2015. JANETE DE SÁ Deputada Estadual JUSTIFICATIVA Nascida em 02/07/1963, no Estado do Rio de Janeiro, veio para o Estado do Espirito Santo, terra natal de sua mãe Maria Thereza Pretti Haynes em janeiro de 1978, após o falecimento de seu pai Allan Haynes. Estudou no Colégio Sacre Couer de Marie e passou no vestibular de direito UFES em 1982. Formada em direito em 1990, foi defensora pública de outubro de 1990 a agosto de 1996, quando foi aprovada no concurso para analista judiciário no E. TRT da 17ª Região, onde até a presente data trabalha. Atualmente é assistente do Juiz Titular da 2ª Vara do Trabalho de Guarapari-ES, a primeira no estado do espírito santo totalmente eletrônica. Foi presidente do SINPOJUFES de julho de 1999 a fevereiro de 2003. Era presidente do SINPOJUFES quando houve um movimento FICA TRT em 2002. Casou-se A MESA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, no uso de suas atribuições regimentais, especialmente as contidas no art. 17, XXXIV do Regimento Interno e, tendo em vista a solicitação contida no Requerimento nº 143/2015 do Deputado Doutor Hércules e outros, deferido na Sessão Ordinária realizada em 26 de maio de 2015, resolve: Art. 1º Autorizar a formação da Frente Parlamentar Estadual do Terceiro Setor, conforme previsto na Constituição Federal, integrada pelos Deputados Doutor Hércules, Edson Magalhães, Gildevan Fernandes, Eliana Dadalto, Guerino Zanon, Bruno Lamas, Cacau Lorenzoni, Sergio Majeski, Padre Honório, Almir Vieira, Hudson Leal, Raquel Lessa e outros que a ela, posteriormente, aderirem com os objetivos de: discutir e propor Políticas Públicas permanentes, voltadas para o Terceiro Setor, tais como: 1 - Necessidade de unificação do processo de certificação: não há critérios objetivos, além do processo de tramitar em vários órgãos diferentes fracionando-se entre várias Secretarias e Comissões que produzem pareceres controversos entre si. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 2 - Processo de cadastro e contratação: localizado entre as várias Secretarias e coordenado por servidores sem conhecimento da matéria e nem habilidades técnicas. 3 - Ausência de órgão de fomento e capacitação. 4 - Ausência de Políticas Públicas específicas, metas e envolvimento. 5 - Conflitos e Judicialização do setor em escala crescente. 6 - Subutilização do Terceiro Setor nas Políticas Públicas. Art. 2º Após sua instalação, a Frente Parlamentar, elegerá dentre seus integrantes, o seu Presidente, e o Secretário Executivo. Parágrafo único. Cabe à Frente Parlamentar Estadual do Terceiro Setor, conforme previsto na Constituição Federal, discutir e aprovar, entre seus integrantes, seu Regimento Interno e seus programas de ação e estratégias de atuação, que se submeterão às normas legais que regem à Administração Pública e regimentais que disciplinam a atividade legislativa. Art. 3º Este Ato entra em vigor na data de sua publicação. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATOS ADMINISTRATIVOS Diário do Poder Legislativo - 3 000954054.2015..8.08.0000, sustar a eficácia do Ato n° 1483, de 13/01/2015, no que diz respeito à servidora RITA DE CASSIA BRAGGIO BODART, determinando, por conseguinte, a suspensão do processamento do PAD no tocante a ela até o julgamento de mérito da referida Ação Mandamental. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1063 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve: ELEVAR 33,54% (trinta e três vírgula cinquenta e quatro por cento) a partir de 20/04/2015, na forma do artigo 108 da Lei Complementar nº 46/94, o ADICIONAL DE ASSIDUIDADE a que faz jus TÂNIA FREITAS SPADETO, matrícula nº 029961, Técnico Legislativo Sênior - ETLS, referente ao 3º decênio de 22/04/2005 a 19/04/2015. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1064 ATOS DA MESA DIRETORA ATO Nº 1062 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve: bojo Em razão de decisão liminar proferida no do Mandado de Segurança n° A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve: ELEVAR para 15% (quinze por cento), a partir de 24/12/2014, de acordo com art. 106 da Lei Complementar nº 46/94, de ADICIONAL DE TEMPO DE SERVIÇO, a que faz jus VERA LUCIA NASCIMENTO, matrícula nº 201571, Técnico Legislativo Sênior - ETLS, da Secretaria da Assembleia Legislativa. 4 - Diário do Poder Legislativo PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1065 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, e em conformidade com o Ato nº 0644, publicado em 17 de março de 2015, que regulamentou os critérios de avaliação da aptidão e capacidade do servidor nomeado para o exercício do cargo efetivo, e do cumprimento dos requisitos, para fins de aprovação em Estágio Probatório, aplicáveis aos servidores públicos da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, regidos pela Lei Complementar nº 46/1994 (e suas posteriores alterações), resolve: CONFIRMAR no cargo e DECLARAR estável no serviço público estadual, a partir do dia 22 de maio de 2015, a servidora GABRIELA ZORZAL, matrícula nº 207620, no cargo efetivo de ANALISTA EM COMUNICAÇÃO SOCIAL I, na forma do Artigo 41 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com a nova redação que lhe foi dada pelo Art. 6º da Emenda Constitucional nº 19/1998, na forma dos Artigos 38 e 42 da Lei Complementar nº 46/1994, de acordo com a Resolução nº 2.890/2010 e suas alterações, conforme o relatório conclusivo da Comissão de Avaliação de Estágio Probatório nos autos do processo administrativo nº 151039/2015. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1066 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, e em conformidade com o Ato nº 0644, publicado em 17 de março de 2015, que regulamentou os critérios de avaliação da aptidão e capacidade do servidor Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 nomeado para o exercício do cargo efetivo, e do cumprimento dos requisitos, para fins de aprovação em Estágio Probatório, aplicáveis aos servidores públicos da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, regidos pela Lei Complementar nº 46/1994 (e suas posteriores alterações), resolve: CONFIRMAR no cargo e DECLARAR estável no serviço público estadual, a partir do dia 16 de maio de 2015, a servidora TITINA MAIA CARDOSO, matrícula nº 207921, no cargo efetivo de ANALISTA EM COMUNICAÇÃO SOCIAL I, na forma do Artigo 41 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com a nova redação que lhe foi dada pelo Art. 6º da Emenda Constitucional nº 19/1998, na forma dos Artigos 38 e 42 da Lei Complementar nº 46/1994, de acordo com a Resolução nº 2.890/2010 e suas alterações, conforme o relatório conclusivo da Comissão de Avaliação de Estágio Probatório nos autos do processo administrativo nº 151029/2015. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1067 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, e em conformidade com o Ato nº 0644, publicado em 17 de março de 2015, que regulamentou os critérios de avaliação da aptidão e capacidade do servidor nomeado para o exercício do cargo efetivo, e do cumprimento dos requisitos, para fins de aprovação em Estágio Probatório, aplicáveis aos servidores públicos da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, regidos pela Lei Complementar nº 46/1994 (e suas posteriores alterações), resolve: CONFIRMAR no cargo e DECLARAR estável no serviço público estadual, a partir do dia 04 de maio de 2015, o servidor JOÃO PAULO VIEIRA TEIXEIRA, matrícula nº 207872, no cargo efetivo de TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL I, na forma do Artigo 41 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com a nova redação que lhe foi dada pelo Art. 6º da Emenda Constitucional nº 19/1998, na forma dos Artigos 38 e 42 da Lei Complementar nº 46/1994, de acordo com a Resolução nº 2.890/2010 e suas alterações, conforme o relatório conclusivo da Comissão de Avaliação de Estágio Probatório nos autos do processo administrativo nº 151010/2015. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1068 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, e em conformidade com o Ato nº 0644, publicado em 17 de março de 2015, que regulamentou os critérios de avaliação da aptidão e capacidade do servidor nomeado para o exercício do cargo efetivo, e do cumprimento dos requisitos, para fins de aprovação em Estágio Probatório, aplicáveis aos servidores públicos da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, regidos pela Lei Complementar nº 46/1994 (e suas posteriores alterações), resolve: CONFIRMAR no cargo e DECLARAR estável no serviço público estadual, a partir do dia 14 de maio de 2015, o servidor LUCAS ALBANI ROSA, matrícula nº 207918, no cargo efetivo de TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL I, na forma do Artigo 41 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com a nova redação que lhe foi dada pelo Art. 6º da Emenda Constitucional nº 19/1998, na forma dos Artigos 38 e 42 da Lei Complementar nº 46/1994, de acordo com a Resolução nº 2.890/2010 e suas alterações, conforme o relatório conclusivo da Comissão de Avaliação de Estágio Probatório nos autos do processo administrativo nº 151114/2015. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1069 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, e em conformidade com o Ato nº 0644, publicado em 17 de março de 2015, que regulamentou os critérios de avaliação da aptidão e capacidade do servidor nomeado para o exercício do cargo efetivo, e do Diário do Poder Legislativo - 5 cumprimento dos requisitos, para fins de aprovação em Estágio Probatório, aplicáveis aos servidores públicos da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, regidos pela Lei Complementar nº 46/1994 (e suas posteriores alterações), resolve: CONFIRMAR no cargo e DECLARAR estável no serviço público estadual, a partir do dia 10 de maio de 2015, a servidora GABRIELA BATTISTI KNOBLAUCH MONTEIRO, matrícula nº 207909, no cargo efetivo de ANALISTA EM COMUNICAÇÃO SOCIAL I, na forma do Artigo 41 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com a nova redação que lhe foi dada pelo Art. 6º da Emenda Constitucional nº 19/1998, na forma dos Artigos 38 e 42 da Lei Complementar nº 46/1994, de acordo com a Resolução nº 2.890/2010 e suas alterações, conforme o relatório conclusivo da Comissão de Avaliação de Estágio Probatório nos autos do processo administrativo nº 151018/2015. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1070 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, e em conformidade com o Ato nº 0644, publicado em 17 de março de 2015, que regulamentou os critérios de avaliação da aptidão e capacidade do servidor nomeado para o exercício do cargo efetivo, e do cumprimento dos requisitos, para fins de aprovação em Estágio Probatório, aplicáveis aos servidores públicos da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, regidos pela Lei Complementar nº 46/1994 (e suas posteriores alterações), resolve: CONFIRMAR no cargo e DECLARAR estável no serviço público estadual, a partir do dia 10 de maio de 2015, o servidor LUAN MAGALHAES ANTUNES, matrícula nº 207908, no cargo efetivo de ANALISTA EM COMUNICAÇÃO SOCIAL I, na forma do Artigo 41 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com a nova redação que lhe foi dada pelo Art. 6º da Emenda Constitucional nº 19/1998, na forma dos Artigos 38 e 42 da Lei Complementar nº 46/1994, de acordo com a Resolução nº 2.890/2010 e suas alterações, conforme o relatório conclusivo da Comissão de 6 - Diário do Poder Legislativo Avaliação de Estágio Probatório nos autos do processo administrativo nº 151113/2015. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1071 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, e em conformidade com o Ato nº 0644, publicado em 17 de março de 2015, que regulamentou os critérios de avaliação da aptidão e capacidade do servidor nomeado para o exercício do cargo efetivo, e do cumprimento dos requisitos, para fins de aprovação em Estágio Probatório, aplicáveis aos servidores públicos da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, regidos pela Lei Complementar nº 46/1994 (e suas posteriores alterações), resolve: CONFIRMAR no cargo e DECLARAR estável no serviço público estadual, a partir do dia 16 de maio de 2015, a servidora KELLY MESQUITA LACERDA RIBEIRO, matrícula nº 207912, no cargo efetivo de TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL I, na forma do Artigo 41 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com a nova redação que lhe foi dada pelo Art. 6º da Emenda Constitucional nº 19/1998, na forma dos Artigos 38 e 42 da Lei Complementar nº 46/1994, de acordo com a Resolução nº 2.890/2010 e suas alterações, conforme o relatório conclusivo da Comissão de Avaliação de Estágio Probatório nos autos do processo administrativo nº 151026/2015. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1072 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, e em conformidade com o Ato nº 0644, publicado em 17 de março de 2015, que regulamentou os critérios de Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 avaliação da aptidão e capacidade do servidor nomeado para o exercício do cargo efetivo, e do cumprimento dos requisitos, para fins de aprovação em Estágio Probatório, aplicáveis aos servidores públicos da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, regidos pela Lei Complementar nº 46/1994 (e suas posteriores alterações), resolve: CONFIRMAR no cargo e DECLARAR estável no serviço público estadual, a partir do dia 22 de maio de 2015, o servidor FÁBIO LOUZADA MATOS, matrícula nº 207947, no cargo efetivo de TÉCNICO LEGISLATIVO SÊNIOR I (Biblioteca/Arquivo/Almoxarifado/Patrimônio/Protocolo), na forma do Artigo 41 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com a nova redação que lhe foi dada pelo Art. 6º da Emenda Constitucional nº 19/1998, na forma dos Artigos 38 e 42 da Lei Complementar nº 46/1994, de acordo com a Resolução nº 2.890/2010 e suas alterações, conforme o relatório conclusivo da Comissão de Avaliação de Estágio Probatório nos autos do processo administrativo nº 151038/2015. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1073 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, e em conformidade com o Ato nº 0644, publicado em 17 de março de 2015, que regulamentou os critérios de avaliação da aptidão e capacidade do servidor nomeado para o exercício do cargo efetivo, e do cumprimento dos requisitos, para fins de aprovação em Estágio Probatório, aplicáveis aos servidores públicos da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, regidos pela Lei Complementar nº 46/1994 (e suas posteriores alterações), resolve: CONFIRMAR no cargo e DECLARAR estável no serviço público estadual, a partir do dia 17 de maio de 2015, a servidora LARISSA LACERDA CAMARGOS, matrícula nº 207935, no cargo efetivo de ANALISTA EM COMUNICAÇÃO SOCIAL I, na forma do Artigo 41 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com a nova redação que lhe foi dada pelo Art. 6º da Emenda Constitucional nº 19/1998, na forma dos Artigos 38 e 42 da Lei Complementar nº 46/1994, de acordo com a Resolução nº 2.890/2010 e suas alterações, Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 conforme o relatório conclusivo da Comissão de Avaliação de Estágio Probatório nos autos do processo administrativo nº 151031/2015. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1074 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, e em conformidade com o Ato nº 0644, publicado em 17 de março de 2015, que regulamentou os critérios de avaliação da aptidão e capacidade do servidor nomeado para o exercício do cargo efetivo, e do cumprimento dos requisitos, para fins de aprovação em Estágio Probatório, aplicáveis aos servidores públicos da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, regidos pela Lei Complementar nº 46/1994 (e suas posteriores alterações), resolve: CONFIRMAR no cargo e DECLARAR estável no serviço público estadual, a partir do dia 22 de maio de 2015, o servidor ALEXANDRE BONADIMAN GALVEAS, matrícula nº 207934, no cargo efetivo de TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL I, na forma do Artigo 41 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com a nova redação que lhe foi dada pelo Art. 6º da Emenda Constitucional nº 19/1998, na forma dos Artigos 38 e 42 da Lei Complementar nº 46/1994, de acordo com a Resolução nº 2.890/2010 e suas alterações, conforme o relatório conclusivo da Comissão de Avaliação de Estágio Probatório nos autos do processo administrativo nº 151036/2015. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1075 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, e Diário do Poder Legislativo - 7 considerando o art. 6º da Resolução nº 3.187, de 15 de maio de 2012, publicada em 16 de maio de 2012, a qual regulamenta a concessão de assistência à saúde na forma de auxílio financeiro aos servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, nos termos do art. 189 e 191 da Lei Complementar nº 46, de 31 de janeiro 1994, resolve: CONCEDER o auxílio saúde de que trata a Resolução nº 3.187/2012 aos servidores listados abaixo: Matrícula Cargo Situação Funcional Processo 208658 Técnico Júnior de Gabinete de Representação Parlamentar Comissionado 151705 Carlos Augusto Schwambach 203554 Supervisor de Patrimônio Comissionado 151597 Caroline Giovanelli Peisino 208799 Assessor Sênior da Secretaria Comissionado 151904 Cynthia Kusminscky 208787 Técnico Júnior de Gabinete de Representação Parlamentar Comissionado 151215 de 204154 Assessor Sênior da Secretaria Comissionado 151214 Fabiane Marques da Silva Picallo 208828 Subcoordenador de Gabinete de Representação Parlamentar Comissionado 151661 Fabricio Santana 208621 CoordenadorGeral de Gabinete de Representação Parlamentar Comissionado 151627 Francini Benevides 208783 Assessor Júnior da Secretaria Comissionado 151539 Gilberto Brandão Paulino 208171 Assessor Sênior da Secretaria Comissionado 151850 Gilberto Gil da Cruz 208728 Assistente de Gabinete de Representação Parlamentar Comissionado 151569 Hopheni Silva 16539 Procurador Inativo 122708 Jackeline Rosa Rodrigues 205627 Assessor Júnior da Secretaria Comissionado 122332 Jonas Ferreira Porphirio 35801 Assessor Legislativo Inativo 151599 Jorge Gabriel Meneghel 208733 Assistente de Gabinete de Representação Parlamentar Comissionado 151528 Jovana Freitas Rodrigues 208800 Técnico Legislativo Sênior Efetivo 151556 Luiz Teixeira Firmino 208649 Assistente de Gabinete de Representação Parlamentar Comissionado 151883 Marli Castro 208328 Assessor Júnior da Secretaria Comissionado 132827 208603 Técnico Júnior de Gabinete de Representação Parlamentar Comissionado 151621 Nome Antonio da Silva Cesar Eliete Rodrigues Souza Mauro Ribeiro de da de Regina Pinto 8 - Diário do Poder Legislativo Meroiza Ferreira 208859 Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 ATO Nº 1077 Subcoordenador de Gabinete de Representação Parlamentar Comissionado 151824 Paula Maria Lopes Assad 202552 Assessor Júnior da Secretaria Comissionado 151590 Reinaldo Vieira Verneck 208842 Assessor Sênior da Secretaria Comissionado 151720 Rita de Cássia Cunha de Souza Lima 208506 Técnico Júnior de Gabinete de Representação Parlamentar Comissionado 151737 Roberto Carlos Teles Braga 208599 Subdiretor-Geral da Secretaria Comissionado 151909 Rodrigo Aboudib Ferreira Pinto 208689 Técnico Júnior de Gabinete de Representação Parlamentar Comissionado 150653 Rodrigo da Costa Tristão 208848 Assessor Júnior da Secretaria Comissionado 151682 Viviani Machado Silva 208620 Adjunto de Gabinete de Representação Parlamentar Comissionado 151734 da PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1076 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve: A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve: NOMEAR, na forma do artigo 12, inciso II, da Lei Complementar nº 46, de 31 de janeiro de 1994, LUDMILLA LEITE JACOBOSKI, para exercer o cargo em comissão de Técnico Sênior de Gabinete de Representação Parlamentar, código TSGRP, no gabinete do Deputado Dary Pagung, por solicitação do próprio Deputado, contida no processo nº 152002/2015. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1078 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve: ELEVAR para 25% (vinte e cinco por cento), a partir de 11/04/2015, de acordo com art. 106 da Lei Complementar nº 46/94, de ADICIONAL DE TEMPO DE SERVIÇO, a que faz jus JOSÉ CARLOS RODRIGUES, matrícula nº 201659, Assistente de Gabinete de Representação Parlamentar - ASGRP. EXONERAR, na forma do artigo 61, § 2º, alínea “a”, da Lei Complementar nº 46, de 31 de janeiro de 1994, BRAULLIO EWERTOHON FERREIRA DE SOUZA, do cargo em comissão de Técnico Sênior de Gabinete de Representação Parlamentar, código TSGRP, do gabinete do Deputado Dary Pagung, por solicitação do próprio Deputado, contida no processo nº 152001/2015. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. ATO Nº 1079 THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve: EXONERAR, na forma do artigo 61, § 2º, alínea “a”, da Lei Complementar nº 46, de 31 de janeiro de 1994, FABRICIA MARIA JEVEAUX OLIVEIRA, do cargo em comissão de Assessor Júnior Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 da Secretaria, código AJS, da Secretaria da Assembleia Legislativa. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1080 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve: EXONERAR, na forma do artigo 61, § 2º, alínea “a”, da Lei Complementar nº 46, de 31 de janeiro de 1994, LUZIANY SPERANDIO ROSSONI, do cargo em comissão de Supervisor de Registro e Tramitação Legislativa, código SRTL, da Secretaria da Assembleia Legislativa. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1081 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve: EXONERAR, na forma do artigo 61, § 2º, alínea “a”, da Lei Complementar nº 46, de 31 de janeiro de 1994, MARIA IRACI SOUZA DA SILVA, do cargo em comissão de Supervisor de Apoio ao Plenário, código SAP, da Secretaria da Assembleia Legislativa. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1082 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve: Diário do Poder Legislativo - 9 NOMEAR, na forma do artigo 12, inciso II, da Lei Complementar nº 46, de 31 de janeiro de 1994, TATIANY SANTOS MAFORTE, para exercer o cargo em comissão de Assessor Júnior da Secretaria, código AJS, da Secretaria da Assembleia Legislativa. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1083 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve: NOMEAR, na forma do artigo 12, inciso II, da Lei Complementar nº 46, de 31 de janeiro de 1994, FABRICIA MARIA JEVEAUX OLIVEIRA, para exercer o cargo em comissão de Supervisor de Registro e Tramitação Legislativa, código SRTL, da Secretaria da Assembleia Legislativa. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário ATO Nº 1084 A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições legais, resolve: NOMEAR, na forma do artigo 12, inciso II, da Lei Complementar nº 46, de 31 de janeiro de 1994, LUZIANY SPERANDIO ROSSONI, para exercer o cargo em comissão de Supervisor de Apoio ao Plenário, código SAP, da Secretaria da Assembleia Legislativa. PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em 27 de maio de 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1º Secretário CACAU LORENZONI 2º Secretário 10 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL DO 1º QUADRIMESTRES DE 2015 Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 ATOS DO SUBDIRETOR-GERAL RESUMO DO 1º TERMO ADITIVO AO CONVÊNIO DE CESSÃO N° 001/2015 EXTERNO A Subdireção Geral da Secretaria - Setor de Contratos e Convênios da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo em atendimento ao que dispõe o parágrafo único do artigo 61 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, torna pública a celebração do Convênio, conforme descrito abaixo: CEDENTE: MUNICÍPIO DE SANTA MARIA DE JETIBÁ. CESSIONÁRIA: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. OBJETO: Fica alterada a Clausula Quarta do Convênio 001/2015, do servidor EVERALDO FRIEDRICH onde o ônus da remuneração do servidor será da CESSIONÁRIA, com o valor do cargo referente ao cargo em comissão integral; bem como ao desconto, recolhimento e repasse, das contribuições previdenciárias referentes ao cargo efetivo, devidas ao IPS/SMJ-Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Santa Maria de Jetibá. VIGÊNCIA: O termo aditivo ao Convênio de Cessão terá início a partir da data da sua assinatura. PROCESSO: 150841 Secretaria da Assembleia Legislativa, em 26 de maio de 2015. ROBERTO CARLOS TELES BRAGA Subdiretor-Geral da Secretaria RESUMO DO 1º TERMO ADITIVO AO CONVÊNIO DE CESSÃO N° 003/2015 EXTERNO A Subdireção Geral da Secretaria - Setor de Contratos e Convênios da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo em atendimento ao que dispõe o parágrafo único do artigo 61 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, torna pública a celebração do Convênio, conforme descrito abaixo: Diário do Poder Legislativo - 11 OBJETO: Fica alterada a Clausula Quarta do Convênio 003/2015, da servidora ROSEMAIRE SILVA DE SOUZA onde o ônus da remuneração da servidora será da CESSIONÁRIA, com o valor do cargo referente ao cargo em comissão integral; bem como ao desconto, recolhimento e repasse, das contribuições previdenciárias referentes ao cargo efetivo, devidas ao IPS/SMJ-Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Santa Maria de Jetibá. VIGÊNCIA: O termo aditivo ao Convênio de Cessão terá início a partir da data da sua assinatura. PROCESSO: 150116 Secretaria da Assembleia Legislativa, em 26 de maio de 2015. ROBERTO CARLOS TELES BRAGA Subdiretor-Geral da Secretaria RESUMO DO 3º TERMO ADITIVO AO TERMO DE CONCESSÃO DE USO Nº 001/2013 O Setor de Contratos e Convênios da Secretaria da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo em atendimento ao que dispõe o parágrafo único do artigo 61 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, torna pública a celebração do 3º Termo Aditivo ao Termo de Concessão de Uso, conforme descrito abaixo: CONCEDENTE: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. PERMISSIONÁRIO: R DOS PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - ME. SANTOS OBJETO: O objeto do presente TERMO ADITIVO é a prorrogação do prazo de vigência do Termo de Concessão de Uso do Espaço Público nº 001/2013, por um período de 12 (doze) meses, com início dia 18 de maio de 2015 e término no dia 17 de maio de 2016. VIGÊNCIA: O presente TERMO ADITIVO entra em vigor no dia 18 de maio de 2015. PROCESSO: 151123. CEDENTE: MUNICÍPIO DE SANTA MARIA DE JETIBÁ. Secretaria da Assembleia Legislativa, em 27 de maio de 2015. CESSIONÁRIA: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. ROBERTO CARLOS TELES BRAGA Subdiretor-Geral da Secretária 12 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 COMUNICADO CURSOS OFERTADOS PELA ESCOLA DO LEGISLATIVO (aos servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo e aos conveniados) JUNHO/ 2015 (2ª quinzena) MATRÍCULAS ABERTAS Redação jornalística no ambiente legislativo Data do curso: 15/6 a 26/6 Horário: 9h às 11h (2ª, 3ª, 5ª, 6ª) e 13h às 15h (4ª) Carga horária: 20 horas Objetivo: Conhecer as características e singularidades do texto jornalístico no ambiente legislativo, refletir acerca de suas práticas de produção jornalística e diferenciar textos de acordo com a linguagem de cada meio e público. Transparência pública e cidadania Data do curso: 15/6 a 19/6 Horário: 9h às 11h Carga horária: 10 horas Objetivo: Sensibilizar e capacitar os servidores sobre o direito constitucional de acesso às informações públicas e a possibilidade de participação da sociedade na gestão pública, contribuindo para a formação de uma cultura de transparência, bem como para o alcance das melhores práticas em relação aos assuntos em questão. Direito Constitucional: Estrutura do poder legislativo Data do curso: 22/6 a 3/7 Horário: 9h às 11h Carga horária: 20 horas Objetivo: Ampliar conhecimentos sobre a estrutura constitucional do Poder Legislativo. Informática básica Data do curso: 10/6 a 3/7 (4ª, 5ª, 6ª) Horário: 13h às 15h Carga horária: 30 horas Objetivo: Fornecer conhecimentos para a inclusão digital: conhecimentos básico sobre o computador, utilização de editor de texto até a navegação na internet. Vagas limitadas! SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL • QUINTA-FEIRA - 28.05.15 • HORA PROGRAMAS STJ: ANTES E DEPOIS DA LEI Nesta semana o programa aborda o Novo Código do Processo Civil, que substituirá o CPC em vigor desde 1973. Apesar de ter sido sancionado este ano, o novo código só deve entrar em vigor em 2016. O programa mostra a opinião de especialistas e cidadãos e mudanças que devem acelerar o trâmite e reduzir o número de processos no judiciário. MPF: INTERESSE PÚBLICO O Ministério Público Federal consegue pela primeira vez a federalização de um crime, o caso é do advogado Manoel Mattos, que foi morto em 2009, ele atuava no combate aos grupos de extermínio em Pernambuco e na Paraíba. Em Sergipe, denúncias feitas pelos moradores do povoado de Robalo, na capital Aracaju, levaram o MPF a entrar na justiça para garantir o acesso da comunidade ao rio Santa Maria. E ainda, entenda as razões apresentadas pela 7ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal contra o projeto de Lei 6.493. FIOCRUZ UNIDIVERSIDADE O programa debaterá o tema: “Espaço marítimo”. 07h00 07h30 08h00 SINOPSES Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 13 REPORTAGEM ESPECIAL Saiba mais sobre a história do Espírito Santo, com a reportagem especial: Arquivos da Ditadura. 08h45 PANORAMA Telejornal com as atividades do Legislativo estadual. 09h00 COMISSÃO DE SEGURANÇA Reunião ordinária. 10h15 COMISSÃO DE PETRÓLEO GÁS E ENERGIA Reunião ordinária. 11h20 COMISSÃO DE FINANÇAS Reunião ordinária. MUNICÍPIOS CAPIXABAS Conheça mais o Espírito Santo com a série Municípios que hoje traz: Itapemirim. MP COM VOCÊ O Promotor de Justiça Bruno de Freitas Lima explica como funciona o tribunal do júri, como os jurados são escolhidos e o papel do Ministério Público e dos promotores no colegiado. UM DEDO DE PROSA O livro “Cabeças na escada rolante” é a estreia de Alexsander Pandini na literatura. Os poemas publicados refletem um ponto de equilíbrio do escritor. O livro era um projeto antigo do jornalista que foi retomado depois de dez anos. OPINIÃO O economista Itamarcos Coutinho, especialista em economia solidária, fala sobre essa nova modalidade de segmentação no mercado de produção de bens e geração de renda. COMISSÃO DE CULTURA (V) Audiência pública. PERSONALIDADES Saiba mais sobre a vida e a carreira do artista plástico Ioannis Zavoudaskis, o Grego. STJ: DIREITO MEU, DIREITO SEU Entenda como situações de especulação imobiliária podem prejudicar o meio ambiente. Saiba a importância de estar em dia com o seguro de DPVAT Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres - e como são as indenizações para vítimas de acidentes. E ainda, o registro de paternidade. Quem tem direito a ele e o que fazer para conquistar esse registro. 18h00 COMISSÃO DE EDUCAÇÃO (V) Audiência pública. 20h30 PROPAGANDA PARTIDÁRIA Espaço reservado para a propaganda partidária obrigatória - PSC 21h00 COMISSÃO DE TURISMO Reunião ordinária. 22h00 PANORAMA Telejornal com as atividades do Legislativo estadual. MP COM VOCÊ O Promotor de Justiça Bruno de Freitas Lima explica como funciona o tribunal do júri, como os jurados são escolhidos e o papel do Ministério Público e dos promotores no colegiado. OPINIÃO O economista Itamarcos Coutinho, especialista em economia solidária, fala sobre essa nova modalidade de segmentação no mercado de produção de bens e geração de renda. CONTRAPONTO Apesar do espaço conquistado ao longo dos anos, o sexo feminino ainda é vítima de uma educação machista e desigual. No Espírito Santo a situação é mais séria, pois o Estado foi campeão em assassinatos de mulheres, de acordo com o Mapa da Violência no Brasil, divulgado pelo Ministério da Justiça no ano passado. Para debater o assunto, o programa recebe a professora universitária, mestre em Educação e membro do Coletivo Feminina, Catarina Dallapícula, e o psicólogo e doutorando em Ciências Sociais, Pedro Luiz Ferro. 23h45 TSE - MEMÓRIAS DA DEMOCRACIA O ministro Francisco Rezek, fala sobre a administração da eleição que marcou o processo de redemocratização brasileiro. 00h15 SBC: DE CORAÇÃO Dr. Dalmo Moreira fala sobre fibrilação atrial. 08h30 12h00 12h30 13h00 13h30 14h00 17h00 17h30 22h15 22h45 23h15 Legenda: (R) - REPRISE; (V) - AO VIVO OBS.: A programação da TV ALES pode sofrer alterações em função dos trabalhos legislativos. 14 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 ATAS DAS SESSÕES E DAS REUNIÕES DAS COMISSÕES PARLAMENTARES QUADRAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA OITAVA LEGISLATURA, REALIZADA EM 20 DE MAIO DE 2015. (De acordo com o registrado no painel eletrônico, à hora regimental, para ensejar o início da sessão, comparecem os Senhores Deputados Cacau Lorenzoni, Doutor Hércules, Edson Magalhães, Eliana Dadalto, Euclério Sampaio, Freitas, Gildevan Fernandes, Gilsinho Lopes, Marcelo Santos, Nunes, Padre Honório e Sergio Majeski) O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Invocando a proteção de Deus, declaro aberta a sessão. (A convite do Presidente, assume a 1.ª Secretaria o Senhor Deputado Sergio Majeski e a 2.ª Secretaria o Senhor Deputado Padre Honório) O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Convido o Senhor Deputado Padre Honório a proceder à leitura de um versículo da Bíblia. (O Senhor Deputado Padre Honório lê Deuteronômio, 16:19) O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Convido o Senhor 2.º Secretário a proceder à leitura da ata da trigésima nona sessão ordinária, realizada em 19 de maio de 2015. (Pausa) (Comparecem os Senhores Deputados Erick Musso, Guerino Zanon e Janete de Sá) (O Senhor 2.º Secretário procede à leitura da ata) O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Aprovada a ata como lida. (Pausa) O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Senhor Presidente, pela ordem! Recorro do despacho de V. Ex.ª, proferido em sessão anterior, ao Projeto de Lei n.º 205/2015, de minha autoria, para audiência do Plenário. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Defiro o pedido de recurso. À Comissão de Justiça para oferecer parecer sobre o recurso. Convido o Senhor 1.º Secretário a proceder à leitura do Expediente. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO CPI DO SISTEMA TRANSCOL OFÍCIO N.º 34/2015 Vitória, 19 de maio de 2015. Senhor Presidente: A Comissão Parlamentar de Inquérito criada pela Resolução n.º 3.933/15, para apurar denúncias de irregularidades na licitação do Sistema Transcol, na Câmara de Compensação e no direcionamento/beneficiamento das empresas vencedoras, conforme fartamente divulgadas pela Imprensa e em pronunciamentos nesta Assembleia Legislativa, vem informar a Vossa Excelência, que conforme faz certo o Ofício n.º 083/2015/GDSM, o Excelentíssimo Senhor Deputado Sergio Majeski renunciou à sua vaga de membro efetivo da Comissão Parlamentar de Inquérito em apreço. Assim sendo, em atenção ao que determina o artigo 71, § 2º do Regimento Interno, requeiro a Vossa Excelência que adote as providências necessárias ao preenchimento da referida vaga. Atenciosamente, EDSON MAGALHÃES Presidente da Comissão Ao Ex.mo Sr. THEODORICO FERRAÇO Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo NESTA O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Ciente. À Secretaria. Continua a leitura do Expediente. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO COMISSÃO ESPECIAL DAS DEMISSÕES DA VALE OFÍCIO N.º 01/2015 Vitória, 18 de maio de 2015. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Senhor Presidente: Comunicamos a V. Ex.ª que, em reunião realizada no dia dois de março do corrente ano, foi instalada a Comissão Especial das Demissões da Vale, criada pela Resolução nº 3.960, publicada no dia 13 de maio de 2015, quando foram eleitos para Presidente, a Deputada Janete de Sá, para VicePresidente, o Deputado Bruno Lamas e para Relator, o Deputado Enivaldo dos Anjos. Informamos que as reuniões ordinárias da comissão serão realizadas todas às quartas-feiras, às 13 horas, no Plenário “Judith Leão Castelo Ribeiro”. Diário do Poder Legislativo - 15 ANA PARLA VITALI JANES VESCOVI Secretária Estadual da Fazenda Av. João Batista Parra, 600, Enseada do Suá, Vitória/ES - CEP 29050-375 - CGC 27.080571/000130. Site: www.sefaz.es.gov.br Ao Ex.mo Sr. THEODORICO FERRAÇO Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo NESTA GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA SUBSECRETARIA DES ESTADO DA RECEITA Atenciosamente, JANETE DE SÁ Presidente da Comissão OFÍCIO N.º 110/2015 Ao Ex.mo Sr. THEODORICO FERRAÇO Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo NESTA (Comparece o Amaro Neto) Senhor Deputado O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Ciente. À Secretaria para registrar o comunicado e arquivar o processo. Continua a leitura do Expediente. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA SUBSECRETARIA DES ESTADO DA RECEITA OFÍCIO N.º 109/2015 Vitória, 14 de maio de 2015. Senhor Presidente: Em estrita observância ao disposto no art. 56, inciso XIII da Constituição Estadual e, cumprindo à determinação estabelecida no art. 5º da Lei nº 7.457, de 31.03.2003, encaminho em anexo, Regime Especial de Obrigação Acessória - REOA nº 004/2015, beneficiária BMW do Brasil Ltda, E NNº 014/2015, BENEFICIÁRIA White Martins Gases Industriais Ltda, pactuados por esta Secretaria, acompanhados das devidas justificativas. Sem mais para o momento, renovamos os nossos protestos de elevada estima e consideração. Atenciosamente, ANA PARLA VITALI JANES VESCOVI Secretária Estadual da Fazenda Av. João Batista Parra, 600, Enseada do Suá, Vitória/ES - CEP 29050-375 - CGC 27.080.571/0001-30. Site: www.sefaz.es.gov.br Vitória, 14 de maio de 2015. Senhor presidente: Em estrita observância ao disposto no art. 56, inciso XIII da Constituição Estadual e, cumprindo à determinação estabelecida no art. 5º da Lei nº 7.457, de 31.03.2003, encaminho em anexo, Regime Especial de Obrigação Acessória - REOA nº 005/2015, beneficiária Nov Downhole Comercialização de Equipamentos para Petróleo Ltda, pactuados por esta Secretaria, acompanhados das devidas justificativas. Ao Ex.mo Sr. THEODORICO FERRAÇO Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo NESTA O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Ciente. À Comissão de Finanças. Continua a leitura do Expediente. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: Sem mais para o momento, renovamos os nossos protestos de elevada estima e consideração. Atenciosamente, GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SECRETARIA DE ESTADO DE ECONOMIA E 16 - Diário do Poder Legislativo PLANEJAMENTO - SEP INSTITUTO JONES DOS SANTOS NEVES IJSN OFÍCIO N.º 67/2015 Vitória, 18 de maio de 2015. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DO DEPUTADO EMENDA MODIFICATIVA N.º 01/2015 AO PROJETO DE LEI N.º 159/2015 Dá nova redação ao Artigo 4º do Projeto de Lei 159/2015. Senhor Presidente: Em atendimento ao art. 116, § 2º da Lei Federal nº 8.666/93, informo que o Instituto Jones Santos Neves - IJSN, Autarquia Estadual, vinculada à Secretaria de Estado de Economia e Planejamento SEP, inscrito no CNPJ/MF sob o nº 27.316.918/0001-09, celebrou em 13 de março de 2015 o seguinte Convênio, na condição de Órgão Concedente: Convênio Nº 001/2015 Convenente: Município de Jaguaré Processo: 57813540 Registro na SECONT: 116/2015 Celebrado: 13 de março de 2015 Publicado: 08 de maio de 2015 Objeto: “Melhoria do Serviço de Coleta de Resíduos Sólidos Urbanos”. Atenciosamente, ANDREZZA ROSALÉM VIEIRA Diretora Presidente Av. Mal. Mascarenhas de Moraes, nº 2524, Jesus de Nazareth - Vitória ES CNPJ 27.316.918-0001-09 Insc. Estadual Isenta Cep 29052-015 Telfax: 27 3636-8050 http://www.ijsn.es.gov.br [email protected] Art. 1º - O Artigo 4º do Projeto de Lei 159/2015, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 4º Esta lei entrará em vigor 60 (sessenta) dias após a sua publicação.” Vitória, 18 de maio de 2015. SERGIO MAJESKI Deputado Estadual - PSDB JUSTIFICATIVA A presente emenda altera a redação do Art. 4º do PL 159/2015, estipulando a validade do projeto de lei a partir de sessenta dias de sua data de publicação. Tal medida leva em consideração um intervalo de tempo que possa vir a ser necessário para maior publicidade da lei e adequação por parte dos poderes constituídos, que precisarão cumprir o disposto no texto do projeto de lei. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Junte-se ao Projeto de Lei n.º 159/2015. Continua a leitura do Expediente. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: Ao Ex.mo Sr. THEODORICO FERRAÇO Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo NESTA O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Ciente. Às Comissões de Infraestrutura e de Finanças. O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB) Senhor Presidente, pela ordem! Peço uma cópia para o meu gabinete também. Que seja remetida ainda hoje. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Defiro. Continua a leitura do Expediente. ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DO DEPUTADO EMENDA ADITIVA N.º 02/2015 AO PROJETO DE LEI N.º 159/2015 Acrescenta novo artigo ao PL 159/2015 e renumera os demais subsequentes. Art. 1º - Acrescenta-se novo artigo ao Projeto de Lei 159/2015, após o artigo 3º, renumerando-se os demais, com a seguinte redação: “Art. 4º Constituem condutas ilícitas a inobservância do disposto nesta Lei e ensejam responsabilidade do agente público ou militar. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO § 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 devido processo legal, as condutas ilícitas praticada em inobservâncias desta Lei serão consideradas faltas disciplinares que deverão ser punidas segundo os critérios estabelecidos na respectiva legislação de regência do agente público ou do militar. Diário do Poder Legislativo - 17 vigorar com a seguinte redação: Art. 8º. (...) (...) § 2º Os ocupantes dos cargos previstos neste artigo serão lotados na Assembleia Legislativa e localizados nos respectivos gabinetes parlamentares, desempenhando suas atividades de forma interna, dentro das instalações da sede da Assembleia Legislativa, ou externa, fora da sede da Assembleia Legislativa, com ampla atuação em todo território estadual, de acordo com as diretrizes determinadas pelo respectivo Deputado. (NR) § 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o agente público ou o militar responder, também, por improbidade administrativa, conforme o disposto em legislação pertinente.” Vitória, 18 de maio de 2015. SERGIO MAJESKI Deputado Estadual - PSDB JUSTIFICATIVA A presente emenda acrescenta um novo artigo ao PL 159/2015, com o objetivo de implementar um mecanismo de sanção pelo descumprimento das obrigatoriedades previstas no referido Projeto de Lei. Tal medida visa garantir a eficácia, aplicabilidade e validade jurídica da Lei proposta. Art. 2º - O inciso II do § 1º do artigo 8º da Resolução nº 1.905, de 11 de dezembro de 1998, alterada pela Resolução nº 3.366, de 06 de março de 2013, passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 8º (...) § 1º (...) II - para tornar mais eficiente à atuação externa do servidor a que se refere este artigo, o Deputado poderá determinar, nos termos do inciso anterior, sua localização nos municípios, mantidos sob sua responsabilidade, desde que destinados exclusivamente à atividade parlamentar, garantindo o fortalecimento do gabinete interno, com o recebimento das demandas da sociedade encaminhadas por este servidor. (Comparece a Senhora Deputada Raquel Lessa) O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Junte-se ao Projeto de Lei n.º 159/2015. Continua a leitura do Expediente. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DA MESA DIRETORA Palácio Domingos Martins, 18 de maio de PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 30/2015 Dispõe sobre a atuação dos servidores ocupantes dos cargos do Grupo Específico de Apoio às Atividades de Representação Político-Parlamentar, alterando as Resoluções nº 2.890/2010 e 1905/1998. 2015. THEODORICO FERRAÇO Presidente ENIVALDO DOS ANJOS 1.º Secretário CACAU LORENZONI 2.º Secretário JUSTIFICATIVA A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO DECRETA: Art. 1º - O § 2º do artigo 8º da Resolução nº 2.890/2010, de 23 de dezembro de 2010, passa a O presente Projeto de Resolução tem por escopo dispor sobre a atuação dos servidores ocupantes dos cargos do Grupo Específico de Apoio às Atividades de Representação Político-Parlamentar, aperfeiçoando este mecanismo de grande valia para os Deputados Estaduais. 18 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 As alterações são promovidas nas Resoluções nº 2.890/2010 e 1.905/1998, que disciplinam a matéria e vêm sendo aperfeiçoadas ao longo do tempo. Justifica-se o projeto em face da necessidade de conferir aos Deputados mecanismo de controle sobre a atuação dos servidores que desempenham atividades externas, com a inclusão da expressão “de acordo com as diretrizes determinadas pelo respectivo Deputado” no final do § 2º do artigo 8º da Resolução nº 2.890/2010, de 23 de dezembro de 2010. Por outra via, também se justifica a apresentação da matéria pela necessidade de tornar mais eficiente à atuação externa do servidor ocupante de cargo do Grupo Específico de Apoio às Atividades de Representação Político-Parlamentar, retirando a limitação de número e permitindo que o Deputado determine que o servidor seja localizado nos municípios, mantido sob sua responsabilidade, desde que destinados exclusivamente à atividade parlamentar, garantindo o fortalecimento do gabinete interno, com o recebimento das demandas da sociedade encaminhadas por este servidor. Desta forma, apresentamos e justificamos o presente projeto de resolução, solicitando o imprescindível apoio dos Nobres Pares para seu aperfeiçoamento e aprovação. 19.05.2015, ao Exmo. Senhor Secretário de Estado de Educação, nos termos seguintes: O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Publique-se. Após o cumprimento do artigo 120 do Regimento Interno, à Comissão de Justiça e à Mesa Diretora. Continua a leitura do Expediente. Senhor Presidente: O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL, BIOSSEGURANÇA, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, ENERGIA, GÁS NATURAL E PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS Nos casos onde o o aluno estuda em um período e desempenha atividade profissional no outro (trabalho ou estágio), qual o compromisso que a SEDU-ES assumirá para que esses alunos não sejam prejudicados? Palácio Domingos Martins, 19 de maio de 2015. SERGIO MAJESKI Presidente ELIANA DADALTO BRUNO LAMAS ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL, BIOSSEGURANÇA, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, ENERGIA, GÁS NATURAL E PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS REQUERIMENTO DE INFORMAÇÃO N.º 87/2015 O Deputado abaixo assinado, Presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Inclusão Digital, Biossegurança, Qualificação Profissional, Energia, Gás Natural e Petróleo e seus Derivados, no uso de suas prerrogativas constitucionais e regimentais, requer a Vossa Excelência com base no artigo 57, § 2º da Constituição Estadual e artigos 160, inciso II e 162 do Regimento Interno, PEDIDO DE INFORMAÇÃO, deliberado pelo Colegiado na 8ª Reunião Ordinária, da 1ª Sessão Legislativa Ordinária, da 18ª Legislatura, realizada no dia 19.05.2015, ao Exmo. Senhor Secretário de Estado de Educação, nos termos seguintes: Qual o prazo para que todos os municípios serão contemplados com esse projeto? REQUERIMENTO DE INFORMAÇÃO N.º 86/2015 Senhor Presidente: Palácio Domingos Martins, 19 de maio de O Deputado abaixo assinado, Presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Inclusão Digital, Biossegurança, Qualificação Profissional, Energia, Gás Natural e Petróleo e seus Derivados, no uso de suas prerrogativas constitucionais e regimentais, requer a Vossa Excelência com base no artigo 57, § 2º da Constituição Estadual e artigos 160, inciso II e 162 do Regimento Interno, PEDIDO DE INFORMAÇÃO, deliberado pelo Colegiado na 8ª Reunião Ordinária, da 1ª Sessão Legislativa Ordinária, da 18ª Legislatura, realizada no dia 2015. SERGIO MAJESKI Presidente ELIANA DADALTO BRUNO LAMAS ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL, Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 19 Em que dados/pesquisas a SEDU-ES se baseou para fundamentar a escolha desse projeto? BIOSSEGURANÇA, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, ENERGIA, GÁS NATURAL E PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS REQUERIMENTO DE INFORMAÇÃO N.º 88/2015 Palácio Domingos Martins, 19 de maio de 2015. Senhor Presidente: O Deputado abaixo assinado, Presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Inclusão Digital, Biossegurança, Qualificação Profissional, Energia, Gás Natural e Petróleo e seus Derivados, no uso de suas prerrogativas constitucionais e regimentais, requer a Vossa Excelência com base no artigo 57, § 2º da Constituição Estadual e artigos 160, inciso II e 162 do Regimento Interno, PEDIDO DE INFORMAÇÃO, deliberado pelo Colegiado na 8ª Reunião Ordinária, da 1ª Sessão Legislativa Ordinária, da 18ª Legislatura, realizada no dia 19.05.2015, ao Exmo. Senhor Secretário de Estado de Educação, nos termos seguintes: Como será o Processo Seletivo para professores que atuarão nessas escolas? Palácio Domingos Martins, 19 de maio de 2015. SERGIO MAJESKI Presidente ELIANA DADALTO BRUNO LAMAS ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL, BIOSSEGURANÇA, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, ENERGIA, GÁS NATURAL E PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS SERGIO MAJESKI Presidente ELIANA DADALTO BRUNO LAMAS ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL, BIOSSEGURANÇA, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, ENERGIA, GÁS NATURAL E PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS REQUERIMENTO DE INFORMAÇÃO N.º 90/2015 Senhor Presidente: O Deputado abaixo assinado, Presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Inclusão Digital, Biossegurança, Qualificação Profissional, Energia, Gás Natural e Petróleo e seus Derivados, no uso de suas prerrogativas constitucionais e regimentais, requer a Vossa Excelência com base no artigo 57, § 2º da Constituição Estadual e artigos 160, inciso II e 162 do Regimento Interno, PEDIDO DE INFORMAÇÃO, deliberado pelo Colegiado na 8ª Reunião Ordinária, da 1ª Sessão Legislativa Ordinária, da 18ª Legislatura, realizada no dia 19.05.2015, ao Exmo. Senhor Secretário de Estado de Educação, nos termos seguintes: Diversas Escolas não possuem estrutura para comportar todos os alunos que estudam atualmente nos dois turnos existentes quando for instalado o Projeto Escola Viva. Como a SEDU-ES se comprometerá com o excedente de alunos que não poderão mais estudar nessas escolas? REQUERIMENTO DE INFORMAÇÃO N.º 89/2015 Senhor Presidente: O Deputado abaixo assinado, Presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Inclusão Digital, Biossegurança, Qualificação Profissional, Energia, Gás Natural e Petróleo e seus Derivados, no uso de suas prerrogativas constitucionais e regimentais, requer a Vossa Excelência com base no artigo 57, § 2º da Constituição Estadual e artigos 160, inciso II e 162 do Regimento Interno, PEDIDO DE INFORMAÇÃO, deliberado pelo Colegiado na 8ª Reunião Ordinária, da 1ª Sessão Legislativa Ordinária, da 18ª Legislatura, realizada no dia 19.05.2015, ao Exmo. Senhor Secretário de Estado de Educação, nos termos seguintes: Palácio Domingos Martins, 19 de maio de 2015. SERGIO MAJESKI Presidente ELIANA DADALTO BRUNO LAMAS ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL, BIOSSEGURANÇA, QUALIFICAÇÃO 20 - Diário do Poder Legislativo PROFISSIONAL, ENERGIA, GÁS NATURAL E PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS REQUERIMENTO DE INFORMAÇÃO N.º 91/2015 Senhor Presidente: O Deputado abaixo assinado, Presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Inclusão Digital, Biossegurança, Qualificação Profissional, Energia, Gás Natural e Petróleo e seus Derivados, no uso de suas prerrogativas constitucionais e regimentais, requer a Vossa Excelência com base no artigo 57, § 2º da Constituição Estadual e artigos 160, inciso II e 162 do Regimento Interno, PEDIDO DE INFORMAÇÃO, deliberado pelo Colegiado na 8ª Reunião Ordinária, da 1ª Sessão Legislativa Ordinária, da 18ª Legislatura, realizada no dia 19.05.2015, ao Exmo. Senhor Secretário de Estado de Educação, nos termos seguintes: Como os efeitos financeiros do Projeto de Lei Complementar nº 04/2015 ultrapassar dois exercícios financeiros, este projeto cria uma despesa obrigatória de caráter continuado. A criação de despesas obrigatórias de caráter continuado é normatizado por meio da Lei Complementar 101/00 conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal. Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. § 1º Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser instruídos com a estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio. § 2º Para efeito do atendimento do § 1º, o ato será acompanhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no §1º do art. 4º, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa. § 3º Para efeito do § 2º, considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. § 4º A comprovação referida no § 2º, apresentada pelo proponente, conterá as premissas e Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias. § 5º A despesa de que trata este artigo não será executada antes da implementação das medidas referidas no § 2º, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar. § 6º O disposto no § 1º não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição. § 7º Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado. Como o Projeto de lei Complementar nº 04/2015 que relato cria uma despesa obrigatória de caráter permanente e não atende ao Art. 17 da lei Complementar 101, portanto pergunto: 1 - Qual a estimativa prevista de custo do projeto para o exercício financeira em que será implantado e para os exercícios financeiros subsequentes (§ 1º do Art. 17 da LRF)? 2 - Qual a origem dos recursos financeiros que vão custear o projeto (§ 1º do Art. 17 da LRF)? 3 - Comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetara as metas fiscais estabelecidas na Lei nº 10.257/2014 - Lei de Diretrizes Orçamentárias 2015 (§ 2º do Art. 17 da LRF)? 4 - Como será compensada esta criação de despesa de caráter continuado se por meio de aumento permanente da receita ou pela redução permanente da despesa (§ 2º do Art. 17 da LRF)? Esta compensação for por meio de elevação de alíquota de tributo, se por ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição, apresentar a devida comprovação (§ 3º do Art. 17 da LRF)? 5 - Quais as premissas e metodologia de cálculo utilizada para determinar as estimativas de custo do projeto para o exercício financeiro em que entrará em vigor, para os dois subsequentes, bem como para a compensação financeira da criação Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 21 de uma despesa obrigatória de caráter continuado (§ 4º do Art. 17 da LRF)? 6 - Comprovação da compatibilidade do projeto com o Plano Plurianual PPA e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (§ 4º do Art. 17 da LRF)? 7 - Qual o custo estimado do projeto por unidade? SERGIO MAJESKI Presidente ELIANA DADALTO BRUNO LAMAS ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL, BIOSSEGURANÇA, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, ENERGIA, GÁS NATURAL E PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS Palácio Domingos Martins, 19 de maio de 2015. REQUERIMENTO DE INFORMAÇÃO N.º 93/2015 SERGIO MAJESKI Presidente ELIANA DADALTO BRUNO LAMAS ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL, BIOSSEGURANÇA, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, ENERGIA, GÁS NATURAL E PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS REQUERIMENTO DE INFORMAÇÃO N.º 92/2015 Senhor Presidente: O Deputado abaixo assinado, Presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Inclusão Digital, Biossegurança, Qualificação Profissional, Energia, Gás Natural e Petróleo e seus Derivados, no uso de suas prerrogativas constitucionais e regimentais, requer a Vossa Excelência com base no artigo 57, § 2º da Constituição Estadual e artigos 160, inciso II e 162 do Regimento Interno, PEDIDO DE INFORMAÇÃO, deliberado pelo Colegiado na 8ª Reunião Ordinária, da 1ª Sessão Legislativa Ordinária, da 18ª Legislatura, realizada no dia 19.05.2015, ao Exmo. Senhor Secretário de Estado de Educação, nos termos seguintes: Senhor Presidente: O Deputado abaixo assinado, Presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Inclusão Digital, Biossegurança, Qualificação Profissional, Energia, Gás Natural e Petróleo e seus Derivados, no uso de suas prerrogativas constitucionais e regimentais, requer a Vossa Excelência com base no artigo 57, § 2º da Constituição Estadual e artigos 160, inciso II e 162 do Regimento Interno, PEDIDO DE INFORMAÇÃO, deliberado pelo Colegiado na 8ª Reunião Ordinária, da 1ª Sessão Legislativa Ordinária, da 18ª Legislatura, realizada no dia 19.05.2015, ao Exmo. Senhor Secretário de Estado de Educação, nos termos seguintes: 1 - Considerando a lei Diretrizes Bases da Educação 9394/96 que garante no Art. 3º O ensino será ministrado com base no princípio: I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; Como ficará a situação de matrícula dos alunos cujo, local exista apenas uma escola de ensino Médio? Palácio Domingos Martins, 19 de maio de 2015. Qual o compromisso que o Governo assumirá com as Escolas que estão fora do Projeto de Lei Complementar 04/2015? Palácio Domingos Martins, 19 de maio de 2015. SERGIO MAJESKI Presidente ELIANA DADALTO BRUNO LAMAS ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL, BIOSSEGURANÇA, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, ENERGIA, GÁS NATURAL E PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS REQUERIMENTO DE INFORMAÇÃO N.º 94/2015 Senhor Presidente: O Deputado abaixo assinado, Presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Inclusão Digital, Biossegurança, Qualificação Profissional, 22 - Diário do Poder Legislativo Energia, Gás Natural e Petróleo e seus Derivados, no uso de suas prerrogativas constitucionais e regimentais, requer a Vossa Excelência com base no artigo 57, § 2º da Constituição Estadual e artigos 160, inciso II e 162 do Regimento Interno, PEDIDO DE INFORMAÇÃO, deliberado pelo Colegiado na 8ª Reunião Ordinária, da 1ª Sessão Legislativa Ordinária, da 18ª Legislatura, realizada no dia 19.05.2015, ao Exmo. Senhor Secretário de Estado de Educação, nos termos seguintes: 1 - Quais critérios serão utilizados para a seleção de alunos das instituições educacionais onde serão implantados o programa “Escola viva” ? Palácio Domingos Martins, 19 de maio de 2015. SERGIO MAJESKI Presidente ELIANA DADALTO BRUNO LAMAS ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL, BIOSSEGURANÇA, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, ENERGIA, GÁS NATURAL E PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS REQUERIMENTO DE INFORMAÇÃO N.º 95/2015 Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 uma escola de ensino Médio? Palácio Domingos Martins, 19 de maio de 2015. SERGIO MAJESKI Presidente ELIANA DADALTO BRUNO LAMAS O SR. PRESIDENTE LORENZONI - PP) - Oficie-se. - (CACAU O SR. GILDEVAN FERNANDES - (PV) Senhor Presidente, pela ordem! Faço dois requerimentos a V. Ex.ª, naturalmente ouvindo o Plenário. Requeiro que o item 01 da Ordem do Dia seja o último da pauta a fim de ganharmos um pouco de tempo para debater a matéria do IPVA, o Projeto de Lei n.º 69/2015. Após dirimir as dúvidas sobre esse requerimento, farei o segundo requerimento. (Comparecem os Senhores Deputados Almir Vieira e Dary Pagung) O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Pelo Regimento Interno não cabe, mas vou consultar o Plenário. Se for pela unanimidade dos membros, vamos aprovar. Em votação o requerimento. Os Senhores Deputados que o aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovado. Senhor Presidente: O Deputado abaixo assinado, Presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Inclusão Digital, Biossegurança, Qualificação Profissional, Energia, Gás Natural e Petróleo e seus Derivados, no uso de suas prerrogativas constitucionais e regimentais, requer a Vossa Excelência com base no artigo 57, § 2º da Constituição Estadual e artigos 160, inciso II e 162 do Regimento Interno, PEDIDO DE INFORMAÇÃO, deliberado pelo Colegiado na 8ª Reunião Ordinária, da 1ª Sessão Legislativa Ordinária, da 18ª Legislatura, realizada no dia 19.05.2015, ao Exmo. Senhor Secretário de Estado de Educação, nos termos seguintes: 1 - Considerando a Lei Diretrizes Bases da Educação 9394/96 que garante no Art. 3º O ensino será ministrado com base no princípio: l - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; Como ficará a situação de matrícula dos alunos cujo, local exista apenas O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB) Senhor Presidente, pela ordem! Só para explicar, é um pedido de inversão da pauta, no que tange os projetos em tramitação. O SR. GILDEVAN FERNANDES - (PV) Senhor Presidente, pela ordem! Proponho não a supressão da Fase das Comunicações, mas a ordem. Que tenhamos primeiro a Ordem do Dia e posteriormente manteríamos a Fase das Comunicações, conforme todos os Senhores Deputados já inscritos. O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB) Senhor Presidente, pela ordem! Faço uma emenda ao requerimento: Desde que prevaleça, a partir do momento em que terminar a leitura, que o tempo excedente seja cumulativo na fase dos oradores. (Comparece o Senhor Deputado Da Vitória) O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Os trinta primeiros minutos Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 serão garantidos. Em votação o requerimento. Os Senhores Deputados que o aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovado. Continua a leitura do Expediente. Diário do Poder Legislativo - 23 O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Em votação o Requerimento de Urgência n.º 037/2015, que acaba de ser lido. Os Senhores Deputados que o aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovado. Continua a leitura do Expediente. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DA DEPUTADA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DO DEPUTADO REQUERIMENTO DE URGÊNCIA N.º 36/2015 INDICAÇÃO N.º 699/2015 Senhor Presidente: Senhor Presidente: A Deputada abaixo assinado, Líder do PMN, no uso de suas prerrogativas regimentais, requer a V. Exª, ouvido o Plenário, REGIME DE URGÊNCIA na tramitação do Projeto de Resolução 12/2014, que “Denomina de Glauber Coelho a Tribuna do Plenário Dirceu Cardoso”. Sala das Sessões, 19 de maio de 2015. JANETE DE SÁ Deputada Estadual - Líder do PMN O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Em votação o Requerimento de Urgência n.º 036/2015, que acaba de ser lido. Os Senhores Deputados que o aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovado. Continua a leitura do Expediente. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DO DEPUTADO REQUERIMENTO DE URGÊNCIA N.º 37/2015 Senhor Presidente: O Deputado abaixo assinado, no uso de suas prerrogativas regimentais, requer a V. Exª, depois de ouvido o Plenário, REGIME DE URGÊNCIA para o Projeto de Resolução nº 022/2015, de sua autoria, que cria a Comissão Permanente de Cooperativismo, alterando dispositivos do Regimento Interno, aprovado pela Resolução nº 2.700, de 15.7.2009. Palácio Domingos Martins, 19 de maio de 2015. PASTOR MARCOS MANSUR Deputado Estadual - Líder do PSDB O Deputado abaixo assinado, no uso de suas atribuições regimentais, requer a Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 141, inciso VIII e 174, do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, que seja encaminhada ao Excelentíssimo Senhor Governador do Estado do Espírito Santo a INDICAÇÃO da seguinte matéria: - Adoção de providências quanto à instalação de meios para controle de velocidade em frente ao Centro Assistencial Maria Giovannina Gallotti - CAMAG, “Lar dos Velhinhos do Caparaó”- Município de Irupi/ES. Sala das Sessões, 18 de maio de 2015. RODRIGO COELHO Deputado Estadual - PT JUSTIFICATIVA Recebemos do Centro Assistencial Maria Giovannina Gallotti - CAMAG, “Lar dos Velhinhos do Caparaó”, estabelecido na Rodovia ES 185, Km 17, Irupí-ES, que abriga 60 idosos da região do Caparaó, pedido de adoção de providências quanto à instalação de meios para controle de velocidade em frente ao Centro. Diante da grave situação a Instituição solicita instalação de um radar para controle de velocidade e de faixas de desaceleração na rodovia e a colocação de placas indicativas, tais como: DEVAGAR, REDUZA A VELOCIDADE, ENTRADA E SAÍDA DE VEÍCULOS. O trânsito continua sendo um dos lideres de causas de mortes no Brasil seguido pelas doenças cardiovasculares e crônicas. Também a falta de sinalização nas estradas ou o desrespeito a ela, são conjuntamente grandes causadores de mortes. A 24 - Diário do Poder Legislativo adoção dessas providências tem o intuito de forçar os motoristas a diminuir a velocidade de seus veículos, minimizando os riscos eminentes de acidentes e os danos materiais que podem ser causados. Ante o exposto, solicito o concurso dos Nobres Colegas e de V.Exa. à aprovação da presente Indicação. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Em discussão a Indicação n.º 699/2015, que acaba de ser lida. (Pausa) Não havendo oradores que queiram discutila, declaro encerrada a discussão. Em votação. Os Senhores Deputados que a aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovada. Continua a leitura do Expediente. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DA DEPUTADA INDICAÇÃO N.º 700/2015 Senhor Presidente: Excelentíssimo Senhor Presidente desta Augusta Casa Legislativa do Estado do Espírito Santo, na forma do art. 174 do Regimento Interno, apresento a Vossa Excelência a presente Indicação, para que, após apreciação do Plenário, seja sugerido ao Senhor Governador do Estado do Espírito Santo: “DISPONIBILIZAR RECURSOS FINANCEIROS, PARA REFORMA E AMPLIAÇÃO DA CRECHE “TIA OROZINA”, LOCALIZADA NO DISTRITO DE ALTO CALÇADO, MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO CALÇADOES”. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 pelo ser humano na infância deixa marcas negativas indeléveis em nossas vidas, podendo inclusive prejudicar sobremaneira o futuro do homem. Se nossas crianças ao ingressarem nas creches, normalmente os primeiros contatos que elas têm com o mundo externo ao da família, sofrem desconforto desmedido ou são submetidas a um ambiente desagradável, são grandes as chances de desenvolverem aversão ao ambiente escolar no futuro, o que consequentemente poderá resultar em incalculáveis prejuízos não apenas àquela Comunidade, mas a toda sociedade. A Comunidade do Distrito de Alto Calçado clama por essa ajuda na certeza de que esse é um investimento no futuro daquela coletividade. E, segundo informações que nos foram repassadas, os recursos financeiros pleiteados não representam valor significativo para o Estado, contudo, de alto nível de importância, pois se trata de investimento nos cidadãos do futuro. Diante do exposto rogamos aos Nobres Pares que votem pela APROVAÇÃO da presente proposição a fim de que possa ser remetida ao Senhor Governador do Estado para o fim a que se destina. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Em discussão a Indicação n.º 700/2015, que acaba de ser lida. (Pausa) Não havendo oradores que queiram discutila, declaro encerrada a discussão. Em votação. Os Senhores Deputados que a aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovada. O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB) Senhor Presidente, pela ordem! Parabenizo a autora, Senhora Deputada Raquel Lessa, pela indicação. E registro que, por unanimidade, foi aprovada em Plenário, por entendermos a sua necessidade. Parabéns, Senhora Deputada Raquel Lessa. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Continua a leitura do Expediente. Palácio Domingos Martins, 18 de maio de 2015. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: RAQUEL LESSA Deputada Estadual - SD ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DA DEPUTADA JUSTIFICATIVA INDICAÇÃO N.º 701/2015 A reivindicação daquela comunidade se faz justa e urgente em razão de que as nossas crianças necessitam e merecem acolhidas dignas no seio da sociedade, para que disponham de condições de desenvolver hábitos e comportamentos que conduzam a uma vida equilibrada. É pacífico na ciência que o sofrimento vivido Senhor Presidente: Excelentíssimo Senhor Presidente desta Augusta Casa Legislativa do Estado do Espírito Santo, na forma do art. 174 do Regimento Interno, apresento a Vossa Excelência a presente Indicação, Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 25 para que após apreciação do Plenário, seja encaminhada ao Senhor Governador do Estado do Espírito Santo, fazendo APELO no sentido de disponibilizar recursos financeiros, para: REALIZAÇÃO DE OBRAS DE MELHORIAS, COM CONSTRUÇÃO DE ARQUIBANCADAS, SUBSTITUIÇÃO DO GRAMADO E ALAMBRADO DO ESTÁDIO DE FUTEBOL “LAURINDO BARBOSA” LOCALIZADO NA CIDADE DE PANCAS - ES”. Palácio Domingos Martins, 13 de maio de 2015. Continua a leitura do Expediente. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DA DEPUTADA INDICAÇÃO N.º 702/2015 Senhor Presidente: Excelentíssimo Senhor Presidente desta Augusta Casa Legislativa do Estado do Espírito Santo, na forma do art. 174 do Regimento Interno, apresento a Vossa Excelência a presente Indicação, para que, após apreciação do Plenário, seja sugerido ao Senhor Governador do Estado do Espírito Santo: RAQUEL LESSA Deputada Estadual - SD “Instalação de Redutor Eletrônico de Velocidade, na ES - 137, que liga o Município de São Domingos do Norte à São Gabriel da Palha, no local denominado no Córrego Sabiá II, em frente ao Bar do Senhor Pedro Malacarne Goltara”. JUSTIFICATIVA A reforma do Estádio de Futebol “Laurindo Barbosa”, localizado na cidade de Pancas- ES, com a construção de Arquibancadas, substituição do gramado e do alambrado é de suma importância para garantir maior conforto e segurança aos atletas e torcedores, tornando no momento uma obra indispensável para o incentivo ao desenvolvimento do esporte naquele Município. Hoje aquele Estádio Municipal se encontra em situação muito precária. A infraestrutura do local é muito humilde, o alambrado está muito deteriorado e não oferece qualquer segurança colocando em risco a integridade física dos usuários. O gramado também necessita ser substituído para maior segurança aos atletas. A Constituição Federal estabelece em seu artigo 217 que é dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada cidadão. Aquele ESTÁDIO MUNICIPAL é o espaço que a população Panquense dispõe para essa prática. É necessário disponibilizar ao cidadão a infraestrutura em condições adequadas para que esse direito de fato seja usufruído. Certos da sensibilidade do Senhor Governador acreditamos que esta Indicação merecerá acolhida por parte daquele Poder. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Em discussão a Indicação n.º 701/2015, que acaba de ser lida. (Pausa) Não havendo oradores que queiram discutila, declaro encerrada a discussão. Em votação. Os Senhores Deputados que a aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovada. Palácio Domingos Martins, 18 de maio de 2015. RAQUEL LESSA Deputada Estadual-SD JUSTIFICATIVA O trânsito continua sendo um dos líderes de causas de mortes no Brasil. Só no ano de 2013, pois até a presente data não há dados oficiais de 2014, foram registrados, pela Polícia Rodoviária Federal, mais de 8.415 (oito mil quatrocentos e quinze) vítimas fatais. E a situação nas Rodovias Estaduais também não deferem em muito, ou seja, a realidade também é preocupante, constantemente tomamos conhecimento de acidentes com vítimas fatais. A falta ou o desrespeito à sinalização são conjuntamente grandes causadores de acidentes. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil está em quinto lugar no ranking de trânsito mais violento do mundo. A presente proposição objetiva a instalação de redutor eletrônico de velocidade na Rodovia ES 137, na localidade do Córrego sabiá II, no Município de São Domingos do Norte, como forma de prevenção a acidentes naquele local, para dar segurança aos condutores, motociclistas e pedestres impossibilitando os trafegantes de cometerem atos imprudentes naquela vias, pois isto coloca em risco a integridade física e a própria vida de nossos cidadãos. A instalação de um redutor eletrônico de velocidade tem o intuito de forçar os motoristas a 26 - Diário do Poder Legislativo diminuir a velocidade de seus veículos, em locais de fluxo de pedestres e animais, pois caso contrário, pode causar danos materiais ao seu veículo, além do risco iminente de acidentes. Assim em nome da preservação da vida solicito o apoio dos Nobres Deputados necessário à apreciação e aprovação da presente Indicação. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Em discussão a Indicação n.º 702/2015, que acaba de ser lida. (Pausa) Não havendo oradores que queiram discutila, declaro encerrada a discussão. Em votação. Os Senhores Deputados que a aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovada. Continua a leitura do Expediente. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DA DEPUTADA INDICAÇÃO N.º 703/2015 Senhor Presidente: Excelentíssimo Senhor Presidente desta Augusta Casa Legislativa do Estado do Espírito Santo, na forma do art. 174 do Regimento Interno, apresento a Vossa Excelência a presente Indicação, para que, após apreciação do Plenário, seja sugerido ao Senhor Governador do Estado do Espírito Santo: “Aquisição de Materiais Esportivos (bolas, coletes, uniformes completos e cones) para atender as Associações Esportivas de São Gabriel da Palha - ES”. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Sabemos que o esporte afasta as pessoas, especialmente os jovens, adolescentes e crianças de sérios vícios danosos à vida. Trabalhar pelo esporte é o mesmo que combater as drogas. O homem tem uma tendência de muitas vezes desenvolver o gosto por coisas danosas à vida e à saúde. O esporte é uma opção que muitas vezes encanta o gosto popular, por essa razão precisa ser socorrido em todas as suas necessidades. O material esportivo é, talvez, a necessidade premente de todo time. Sem o material esportivo, sem uniformes, torna-se impossível a prática de qualquer modalidade esportiva. São Gabriel da Palha tem crescido em diversas práticas desportivas, como o Handebol, Voleibol, Ginástica Rítmica, Taekwondo, Jiu Jitsu, Capoeira, Futebol de Salão, além do já tradicional Futebol de Campo. A comunidade vem se interessando sobremaneira pela prática do esporte. Contudo, esse interesse precisa ser alimentado pelo Poder Público, para que as gerações futuras se encantem cada vez mais por essa VIDA SAUDÁVEL. Certos da sensibilidade do Senhor Governador acreditamos que esta Indicação merece acolhida por parte daquele Poder. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Em discussão a Indicação n.º 703/2015, que acaba de ser lida. (Pausa) Não havendo oradores que queiram discutila, declaro encerrada a discussão. Em votação. Os Senhores Deputados que a aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovada. Continua a leitura do Expediente. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DA DEPUTADA Palácio Domingos Martins, 13 de maio de 2015. INDICAÇÃO N.º 704/2015 RAQUEL LESSA Deputada Estadual - SD JUSTIFICATIVA A Constituição Federal estabelece em seu artigo 217 que é dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada cidadão. Para tanto é necessário disponibilizar ao cidadão além de uma infraestrutura em condições adequadas para o exercício desse direito, também os materiais como incentivo a criação do hábito de sua prática que culminará com uma saudável mudança de cultura na sociedade. Senhor Presidente: Excelentíssimo Senhor Presidente desta Augusta Casa Legislativa do Estado do Espírito Santo, na forma do art. 174 do Regimento Interno, apresento a Vossa Excelência a presente Indicação, para que após apreciação do Plenário, seja sugerido ao Senhor Governador do Estado do Espírito Santo: “INTERCEDER JUNTO A COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB, PLEITEANDO O RETORNO DO SUBSÍDIO PARA REDUÇÃO DO Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 PREÇO DO MILHO, PARA INCENTIVO AOS PRODUTORES RURAIS DA ÁREA DA SUDENE”. Diário do Poder Legislativo - 27 DO ESPÍRITO SANTO COMISSÃO DE SEGURANÇA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO Palácio Domingos Martins, 18 de maio de INDICAÇÃO N.º 705/2015 2015. RAQUEL LESSA Deputada Estadual-SD JUSTIFICATIVA Sabedora das dificuldades vivenciadas pelo homem do campo, que com bravura, trabalha de maneira árdua para prover alimentos que mantém a subsistência da população, estamos propondo a presente indicação, que tem como objetivo sensibilizar o Senhor Governador do Estado, para que busque junto a CONAB o retorno do subsídio do milho, que proporcionará a redução do preço do produto para nossos agricultores. Com o corte do subsídio os produtores rurais ficaram muito prejudicados e clamam pelo retorno desse benefício. Apenas para se ter uma ideia, o milho que nossos produtores adquiriam na época em que era subsidiado pelo Governo, até o mês de março de 2014, custava R$ 18,90 (dezoito reais e noventa centavos) a saca de 60 (sessenta) quilos. Hoje, sem o subsídio, o produtor está pagando R$ 33,40 (trinta e três reais e quarenta centavos) a mesma saca de 60 quilos. Ressalta-se ainda que é um produto essencial aos produtores rurais, mormente àqueles que se dedicam à criação de animais. Aliás, produção também indispensável a todos nós que nos alimentamos do produto do campo e precisamos incluir em nossa dieta diária a proteína animal. Assim, não estamos aqui solicitando um benefício apenas para o homem do campo, mas sim, para toda a coletividade que depende do homem do campo para manter sua vida e saúde. Pelo exposto, contamos com o habitual apoio dos Nobres Colegas Deputados para a aprovação desta matéria, bem como, o empenho do Senhor Governador para que se concretize o anseio de nossos produtores. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Em discussão a Indicação n.º 704/2015, que acaba de ser lida. (Pausa) Não havendo oradores que queiram discutila, declaro encerrada a discussão. Em votação. Os Senhores Deputados que a aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovada. Continua a leitura do Expediente. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO Senhor Presidente: A Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado, no uso de suas prerrogativas legais e regimentais, e após ter deliberado pela aprovação dessa Indicação na 4ª Reunião Extraordinária - Audiência Pública no Município de Jaguaré, requer a Vossa Excelência, com fulcro no artigo 174 do Regimento Interno da Assembleia Legislativa, que seja encaminhada ao Excelentíssimo Senhor Governador do Estado do Espírito Santo, Paulo César Hartung Gomes, a seguinte INDICAÇÃO: “Retorno integral da patrulha rural e da patrulha da comunidade no Município de Jaguaré”. Palácio Domingos Martins, 12 de maio de 2015. EUCLÉRIO SAMPAIO Presidente GILDEVAN FERNANDES GILSINHO LOPES JUSTIFICATIVA Os deputados solicitam o retorno integral das patrulhas, da comunidade e rural, tendo em vista que os mesmos diminuíram suas rotinas de trabalho devido os cortes de combustível. A população fica prejudicada com a diminuição desse efetivo nas ruas, segundo relatos, a patrulha da comunidade deixou de funcionar e a patrulha rural que fazia ronda diariamente, só está sendo feita três vezes na semana. O retorno dessas patrulhas proporcionará a ampliação do trabalho de ações preventivas nas áreas que apontam autos índices de criminalidade, atuando de forma ostensiva tanto nas áreas urbanas e rurais. Em face disso, mesmo sabendo das dificuldades enfrentadas por este Poder, vimos reivindicar o necessário apoio para que esta iniciativa possa prosperar, alcançando seus objetivos, para bem atender o Município de Jaguaré. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Em discussão a Indicação n.º 705/2015, que acaba de ser lida. (Pausa) Não havendo oradores que queiram discutila, declaro encerrada a discussão. Em votação. Os Senhores Deputados que a aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) 28 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Aprovada. Continua a leitura do Expediente. possa prosperar, alcançando seus objetivos, para bem atender o Município de Jaguaré. O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Em discussão a Indicação n.º 706/2015, que acaba de ser lida. (Pausa) Não havendo oradores que queiram discutila, declaro encerrada a discussão. Em votação. Os Senhores Deputados que a aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovada. Continua a leitura do Expediente. ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO COMISSÃO DE SEGURANÇA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO INDICAÇÃO N.º 706/2015 Senhor Presidente: A Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado, no uso de suas prerrogativas legais e regimentais, e após ter deliberado pela aprovação dessa Indicação na 4ª Reunião Extraordinária - Audiência Pública no Município de Jaguaré, requer a Vossa Excelência, com fulcro no artigo 174 do Regimento Interno da Assembleia Legislativa, que seja encaminhada ao Excelentíssimo Senhor Governador do Estado do Espírito Santo, Paulo César Hartung Gomes, a seguinte INDICAÇÃO: “Que delegacia no Município de Jaguaré - ES seja dotada de efetivos conforme o quadro organizacional da Policia Civil”. Palácio Domingos Martins, 12 de maio de O SR. 1.º SECRETÁRIO lê: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DO DEPUTADO INDICAÇÃO N.º 707/2015 Senhor Presidente: O Deputado Almir Vieira, no uso de suas atribuições regimentais, requer a Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 141, inciso VIII e 174, do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, que seja encaminhada ao Excelentíssimo Senhor Governador do Estado do Espírito Santo a INDICAÇÃO da seguinte matéria: 2015. EUCLÉRIO SAMPAIO Presidente GILDEVAN FERNANDES GILSINHO LOPES “Sugere que seja disponibilizado ao Santuário Nacional de São José de Anchieta, o imóvel pertencente ao Governo do Estado, onde está localizada atualmente a escola Tio Liliu, no município de Anchieta.” JUSTIFICATIVA Vitória, 18 de maio de 2015. A pretensão visa melhorar a segurança pública no Município de Jaguaré, levando a população local à presença do Estado. Considerando o mesmo com o alto índice de violência, registrando 27 assassinatos na localidade em 2014, o que coloca na condição 13º lugar mais perigoso de se morar no Espírito Santo. A deficiência do número de efetivos na delegacia de Jaguaré, não a torna suficiente para efetuar seu trabalho de maneira satisfatória. A pretensão de reestabelecer o número de efetivos tende melhorar a segurança no Município de Jaguaré, que sofrem com problemas na área de segurança pública, precisando assim de um número maior de policiais nas ruas e na delegacia, para intensificar, aumentar a repressão e a investigação dos crimes. Em face disso, mesmo sabendo das dificuldades enfrentadas por este Poder, vimos reivindicar o necessário apoio para que esta iniciativa ALMIR VIEIRA Deputado Estadual JUSTIFICATIVA A apresentação da presente indicação deve-se ao fato de o imóvel, hoje ocupado pela Escola Tio Liliu, pertencer ao Governo do Estado, porém atualmente é utilizado pela Prefeitura Municipal. Contudo uma nova sede para a escola está sendo providenciada. Tendo em vista que o imóvel está favoravelmente situado próximo ao Santuário Nacional de São José de Anchieta, tal disponibilização será de grande valia para enriquecer e impulsionar o turismo religioso da região. (Comparece o Marcos Bruno) Senhor Deputado Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Em discussão a Indicação n.º 707/2015, que acaba de ser lida. (Pausa) Não havendo oradores que queiram discutila, declaro encerrada a discussão. Em votação. Os Senhores Deputados que a aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovada. * EXPEDIENTE PUBLICADO CONFORME CÓPIAS ENVIADAS PELOS RESPECTIVOS SETORES DE ORIGEM. O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB) Senhor Presidente, pela ordem! Não posso deixar de registrar, nesta quarta-feira, que a leitura do Expediente foi muito interessante, tendo em vista a leitura dinâmica promovida pelo Senhor Deputado Sérgio Majeski. Diário do Poder Legislativo - 29 conforme as pesquisas apontam. Senhora Presidenta e demais membros da Comissão de Justiça, o Projeto de Lei n.º 202/2015, de autoria do governador do Estado, altera as Leis n.º 9.269, de 21 de julho de 2009, e n.º 7.001, de 27 de dezembro de 2001, para aprovação de medidas de segurança contra incêndio e pânico e expedição de Alvará de Licença, e foi encaminhado a esta Casa pela Mensagem n.º 61/2015, do Senhor Governador Paulo Hartung. Nosso parecer é pela sua legalidade e constitucionalidade. (Muito bem!) A SR.ª PRESIDENTA DA COMISSÃO (RAQUEL LESSA - SD) - Em discussão o parecer. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. NUNES - (PT) - Com o relator. A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Com o O SR. SERGIO MAJESKI - (PSDB) Muito obrigado, Senhor Deputado Marcelo Santos. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Conforme aprovado pelo Plenário, a fase das Comunicações será após a Ordem do Dia, e o item 1 será o item 5 da pauta. Findo o Pequeno Expediente, passa-se à Ordem do Dia. Discussão única, em regime de urgência, do Projeto de Lei n.º 202/2015, oriundo da Mensagem Governamental n.º 61/2015, que altera as Leis n.º 9.269, de 21 de julho de 2009, e n.º 7.001, de 27 de dezembro de 2001, para aprovação de medidas de segurança contra incêndio e pânico e expedição de Alvará de Licenças. Publicado no DPL do dia 19/05/2015. Concedo a palavra à Comissão de Justiça, para que esta ofereça parecer oral ao projeto. A SR.ª PRESIDENTA DA COMISSÃO (RAQUEL LESSA - SD) - Senhor Presidente, na ausência do Senhor Deputado Rodrigo Coelho, Presidente da Comissão de Justiça, na forma regimental assumo a presidência e convoco seus membros os Senhores Deputados Gildevan Fernandes, Nunes, Janete de Sá, Eliana Dadalto, Marcelo Santos e Padre Honório. Designo para relatar o projeto o Senhor Deputado Gildevan Fernandes. O SR. GILDEVAN FERNANDES - (PV Sem revisão do orador) - Senhora Presidenta Raquel Lessa, os óculos não a deixaram mais velha e sim mais experiente. Eu também, diante da necessidade, recorri ao Senhor Deputado Guerino Zanon e pedi os óculos emprestados a S. Ex.ª. Gostaria de pedir também o prestígio que S. Ex.ª tem em Linhares, relator. A SR.ª ELIANA DADALTO - (PTC) Com o relator. O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB) Com o relator. O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - Com o relator. A SR.ª PRESIDENTA DA COMISSÃO (RAQUEL LESSA - SD) - A Presidência acompanha o voto do relator. Senhor Presidente, o parecer foi aprovado à unanimidade pela Comissão de Justiça. Devolvo o projeto à Mesa. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Concedo a palavra à Comissão de Defesa da Cidadania, para que esta ofereça parecer oral ao projeto. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (NUNES - PT) - Convoco os membros da Comissão de Defesa da Cidadania, Senhores Deputados Padre Honório, Marcos Bruno, Sergio Majeski e Dary Pagung. Avoco o projeto para relatar. (Pausa) Senhores membros da Comissão de Defesa da Cidadania, nosso parecer é pela aprovação do Projeto de Lei n.º 202/2015. (Muito bem!) (Pausa) Em discussão o parecer. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - Com o 30 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 relator. (Comparece o Hudson Leal) O SR. MARCOS BRUNO - (PRTB) - Com o relator. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Com o relator. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSDB) - Com o relator O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (NUNES - PT) - Senhor Presidente, o parecer foi aprovado à unanimidade pela Comissão de Defesa da Cidadania. Devolvo o projeto à Mesa. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Concedo a palavra à Comissão de Segurança, para que esta ofereça parecer oral ao projeto. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (EUCLÉRIO SAMPAIO - PDT) - Convoco os membros da Comissão de Segurança, Senhores Deputados Da Vitória, Gilsinho Lopes e Gildevan Fernandes. Avoco o projeto para relatar. (Pausa) Senhores membros da Comissão de Segurança, o Projeto de Lei n.º 202/2015, do Governador do Estado, que altera as Leis n.º 9.269, de 21 de julho de 2009, e n.º 7.001, de 27 de dezembro de 2001, para aprovação de medidas de segurança contra incêndio e pânico e expedição de Alvará de Licença. Nosso parecer é pela sua aprovação. (Muito bem!) (Pausa) Em discussão o parecer. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. DA VITÓRIA - (PDT) - Com o relator. Senhor Deputado O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (DARY PAGUNG - PRP) - Convoco os membros da Comissão de Finanças, Senhores Deputados Edson Magalhães, Almir Vieira, Doutor Hércules, Euclério Sampaio, Gilsinho Lopes e Hudson Leal. Avoco o projeto para relatar. (Pausa) Senhores membros da Comissão de Finanças, o Projeto de Lei n.º 202/2015, do governador do estado, que altera as Leis n.º 9.269, de 21 de julho de 2009, e n.º 7.001, de 27 de dezembro de 2001, para aprovação de medidas de segurança contra incêndio e pânico e expedição de Alvará de Licença. Nosso parecer é pela sua aprovação. (Muito bem!) (Pausa) Em discussão o parecer. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. EDSON MAGALHÃES - (DEM) Com o relator. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Com o relator. O SR. DOUTOR HÉRCULES - (PMDB) Com o relator. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Com o relator. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Com o relator. O SR. HUDSON LEAL - (PRP) - Com o relator. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (DARY PAGUNG - PRP) - Senhor Presidente, o parecer foi aprovado à unanimidade pela Comissão de Finanças. Devolvo o projeto à Mesa. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Com o relator. O SR. GILDEVAN FERNANDES - (PV) Com o relator. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (EUCLÉRIO SAMPAIO - PDT) - Senhor Presidente, o parecer foi aprovado à unanimidade pela Comissão de Segurança. Devolvo o projeto à Mesa. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Concedo a palavra à Comissão de Finanças, para que esta ofereça parecer oral ao projeto. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Em discussão o Projeto de Lei n.º 202/2015. (Pausa) Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão. Em votação o Projeto de Lei n.º 202/2015. Os Senhores Deputados que o aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovado. À Secretaria para extração de autógrafos. Discussão única, em regime de urgência, do Projeto de Lei n.º 203/2015, oriundo da Mensagem Governamental n.º 63/2015, que institui o Programa Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Estadual de Desenvolvimento dos Municípios Produtores de Petróleo e Gás - Prodemp. Publicado no DPL do dia 19/05/2015. Concedo a palavra à Comissão de Justiça, para que esta ofereça parecer oral ao projeto. A SR.ª PRESIDENTA DA COMISSÃO (RAQUEL LESSA - SD) - Senhor Presidente, na ausência do Senhor Deputado Rodrigo Coelho, Presidente da Comissão de Justiça, na forma regimental assumo a presidência e convoco seus membros os Senhores Deputados Gildevan Fernandes, Nunes, Janete de Sá, Eliana Dadalto, Marcelo Santos e Padre Honório. Designo para relatar o projeto o Senhor Deputado Gildevan Fernandes. O SR. GILDEVAN FERNANDES - (PV Sem revisão do orador) - Senhora Presidenta e Senhores membros da Comissão de Justiça, novamente com apoio do Senhor Deputado Guerino Zanon que me concede os óculos emprestados, o Projeto de Lei n.º 203/2015 institui o Programa Estadual de Desenvolvimento dos Municípios Produtores de Petróleo e Gás, Prodemp. Mensagem do Governador Paulo Hartung. Relatamos a matéria pela sua constitucionalidade e legalidade, louvando a iniciativa do governador nessa importante parceria do Governo do Estado com os municípios produtores. (Muito bem!) A SR.ª PRESIDENTA DA COMISSÃO (RAQUEL LESSA - SD) - Em discussão o parecer. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. NUNES - (PT) - Com o relator. Diário do Poder Legislativo - 31 Senhor Presidente, pela ordem! Gostaria que esse projeto, por tratar do Programa Estadual de Desenvolvimento, também pertinente à Comissão de Infraestrutura, de Desenvolvimento Urbano e Regional, também tramitasse pela comissão para se manifestar. (Comparece o Senhor Doutor Rafael Favatto) Deputado O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Já está incluído, Senhor Deputado. Concedo a palavra à Comissão de Defesa da Cidadania, para que esta ofereça parecer oral ao projeto. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (NUNES - PT) - Convoco os membros da Comissão de Defesa da Cidadania, Senhores Deputados Sergio Majeski, Padre Honório, Marcos Bruno e Dary Pagung. Designo para relatar o projeto o Senhor Deputado Sergio Majeski. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSDB - Sem revisão do orador) - Senhor Presidente e senhores membros da Comissão de Defesa da Cidadania, o Projeto de Lei n.º 203/2015 institui o Programa Estadual de Desenvolvimento dos Municípios Produtores de Petróleo e Gás, Prodemp. Por este projeto, fica instituído então o Programa Estadual de Desenvolvimento dos Municípios Produtores de Petróleo. Relatamos pela aprovação do projeto. (Muito bem!) O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (NUNES - PT) - Em discussão o parecer. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Com o O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - Com o relator. relator. A SR.ª ELIANA DADALTO - (PTC) Com o relator. O SR. MARCOS BRUNO - (PRTB) - Com o relator. O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB) Com o relator. relator. O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - Com o relator. A SR.ª PRESIDENTA DA COMISSÃO (RAQUEL LESSA - SD) A Presidência acompanha o voto do relator. Senhor Presidente, o parecer foi aprovado à unanimidade pela Comissão de Justiça. Devolvo o projeto à Mesa. O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB) - O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Com o O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (NUNES - PT) - A Presidência acompanha o voto do relator. Senhor Presidente, o parecer foi aprovado à unanimidade pela Comissão de Defesa da Cidadania. Devolvo o projeto à Mesa. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Concedo a palavra à Comissão de Infraestrutura, para que esta ofereça parecer oral ao projeto. 32 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (EDSON MAGALHÃES - PMDB) - Convoco os membros da Comissão de Infraestrutura, Senhores Deputados Marcelo Santos, Doutor Hércules, Padre Honório e Erick Musso. Senhor Presidente, avoco o projeto para relatar e me prevaleço do prazo regimental para oferecer parecer. O SR. PRESIDENTE LORENZONI - PP) - É regimental. - (CACAU O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (EDSON MAGALHÃES - PMDB) - Devolvo a palavra à Mesa. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Discussão única, em regime de urgência, do Projeto de Lei n.º 204/2015, oriundo da Mensagem Governamental n.º 73/2015, que dispõe sobre a aplicação do montante caucionado pelo Banco de desenvolvimento do Espírito Santo BANDES, incidente sobre financiamentos relativos às operações realizadas ao amparo da Lei n.º 2.508, de 22 de maio de 1970. Publicado no DPL, do dia 19/05/2015. Concedo a palavra à Comissão de Justiça, para que esta ofereça parecer oral ao projeto. A SR.ª JANETE DE SÁ - Senhor Presidente, pela ordem! Enquanto a Senhora Deputada Raquel Lessa se dirige ao microfone, registramos, com satisfação, a presença, nas galerias desta Casa, de dezenove alunos da Escola Senac Jovem Aprendiz, acompanhados da professora Cristielli Sorandra Rotta e de servidores do projeto Escolas no Legislativo, da qual é Presidente o Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos. Os visitantes vieram conhecer a Assembleia Legislativa do Espírito Santo e neste momento assistem a esta sessão. A SR.ª PRESIDENTA DA COMISSÃO (RAQUEL LESSA - SD) - Senhor Presidente, na ausência do Senhor Deputado Rodrigo Coelho, Presidente da Comissão de Justiça, na forma regimental assumo a presidência e convoco seus membros os Senhores Deputados Gildevan Fernandes, Nunes, Janete de Sá, Eliana Dadalto, Marcelo Santos e Doutor Rafael Favatto. Designo para relatar o projeto a Senhora Deputada Eliana Dadalto. A SR.ª ELIANA DADALTO - (PTC - Sem revisão da oradora) - Senhora Presidenta e senhores membros da Comissão de Justiça, o Projeto de Lei n.º 204/2015 dispõe sobre a aplicação do montante caucionado pelo Banco de desenvolvimento do Espírito Santo - Bandes, incidente sobre financiamentos relativos às operações realizadas ao amparo da Lei n.º 2.508, de 22 de maio de 1970. Relato pela constitucionalidade do projeto. (Muito bem!) A SR.ª PRESIDENTA DA COMISSÃO (RAQUEL LESSA - SD) - Em discussão o parecer. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. NUNES - (PT) - Com a relatora. A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN) - Com a relatora. O SR. GILDEVAN FERNANDES - (PV) Com a relatora. O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB) Com a relatora. O SR. DOUTOR RAFAEL FAVATTO (PEN) - Com a relatora. A SR.ª PRESIDENTA DA COMISSÃO (RAQUEL LESSA - SD) A Presidência acompanha o voto da relatora. Senhor Presidente, o parecer foi aprovado à unanimidade pela Comissão de Justiça. Devolvo o projeto à Mesa. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Concedo a palavra à Comissão de Defesa da Cidadania, para que esta ofereça parecer oral ao projeto. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (NUNES - PT) - Convoco os membros da Comissão de Defesa da Cidadania, Senhores Deputados Padre Honório, Sergio Majeski, Marcos Bruno e Dary Pagung. Designo para relatar o projeto o Senhor Deputado Padre Honório. O SR. PADRE HONÓRIO - (PT - Sem revisão do orador) - Senhor Presidente e senhores membros da Comissão de Defesa da Cidadania, o Projeto de Lei n.º 204/2015, oriundo da Mensagem Governamental n.º 73/2015, dispõe sobre aplicação do montante caucionado pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo, Bandes, incidente sobre financiamentos relativos às operações realizadas ao amparo da Lei n.º 2.508, de 22 de maio de 1970. Relato pela aprovação, de acordo com a Comissão de Justiça. (Muito bem!) O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (NUNES - PT) - Em discussão o parecer. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. SERGIO MAJESKI - (PSDB) - Com o relator. O SR. MARCOS BRUNO - (PRTB) - Com o relator. Diário do Poder Legislativo - 33 O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Em discussão o parecer. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Com o relator. O SR. DOUTOR HÉRCULES - (PMDB) Com o relator. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (NUNES - PT) - A Presidência acompanha o voto do relator. Senhor Presidente, o parecer foi aprovado à unanimidade pela Comissão de Defesa da Cidadania. Devolvo o projeto à Mesa. Agradeço ao Senhor Deputado Gilsinho Lopes que também é a favor dessa matéria. (Comparece o Senhor Pastor Marcos Mansur) Deputado O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Concedo a palavra à Comissão de Infraestrutura, para que esta ofereça parecer oral ao projeto. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Convoco os membros da Comissão de Infraestrutura, Senhores Deputados Marcelo Santos, Doutor Hércules, Erick Musso e Padre Honório. Designo para relatar o projeto o Senhor Deputado Marcelo Santos. O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB Sem revisão do orador) - Senhor Presidente e senhores membros da Comissão de Infraestrutura, Senhor Presidente, atendo a V. Ex.ª e ao vice-líder do Governo, não me prevalecerei do prazo regimental e colocarei a matéria em pauta. Procederei à leitura do Projeto de Lei n.º 204/2015, que dispõe sobre a aplicação do montante caucionado pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo, Bandes, incidente sobre financiamentos relativos às operações realizadas ao amparo da Lei n.º 2.508, de 22 de maio de 1970. A presente proposta, Senhoras Deputadas e Senhores Deputados, membros da Comissão de Infraestrutura, visa à aplicação do montante caucionado pelo BNDES equivalente a nove por cento do valor dos financiamentos relativos às operações realizadas com amparo na lei, em garantia do respectivo contrato. A opção referida no inciso III, do art. 4.º, do Decreto n.º 3.174-R/2012, poderá ser exercida até 30 de junho de 2016, devendo a liberação dos valores ser efetuada no prazo de trinta dias. Senhor Presidente, o nosso parecer é pela aprovação. Assim concluo, solicitando aos pares que aprovem o referido Projeto de Lei n.º 204/2015. (Muito bem!) O SR. ERICK MUSSO - (PP) - Com o relator. O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - Com o relator. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A Presidência acompanha o voto do relator. Senhor Presidente, o parecer foi aprovado à unanimidade pela Comissão de Infraestrutura. Devolvo o projeto à Mesa. (Comparece o Senhor Rodrigo Coelho) Deputado O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Concedo a palavra à Comissão de Finanças, para que esta ofereça parecer oral ao projeto. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (DARY PAGUNG - PRP) - Convoco os membros da Comissão de Finanças, Senhores Deputados Hudson Leal, Almir Vieira, Edson Magalhães, Freitas, Raquel Lessa e Doutor Hércules. Avoco o projeto para relatar. (Pausa) Senhores membros da Comissão de Finanças, em mãos o Projeto de Lei n.º 204/2015, que dispõe sobre a aplicação do montante caucionado pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo Bandes, incidente sobre financiamentos relativos às operações realizadas ao amparo da Lei n.º 2.508, de 22 de maio de 1970. Somos pela aprovação do projeto. (Muito bem!) (Pausa) Em discussão o parecer. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. HUDSON LEAL - (PRP) - Com o relator. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Com o relator. O SR. EDSON MAGALHÃES - (DEM) Com o relator. O SR. FREITAS - (PSB) - Com o relator. 34 - Diário do Poder Legislativo A SR.ª RAQUEL LESSA - (SD) - Com o Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. FREITAS - (PSB) - Com o relator. relator. O SR. DOUTOR HÉRCULES - (PMDB) Com o relator. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (DARY PAGUNG - PRP) - Senhor Presidente, o parecer foi aprovado à unanimidade pela Comissão de Finanças. Devolvo o projeto à Mesa. O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Em discussão o Projeto de Lei n.º 204/2015. (Pausa) Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão. Em votação o Projeto de Lei n.º 204/2015. Os Senhores Deputados que o aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovado. À Secretaria para extração de autógrafos. Discussão única, em regime de urgência, do Projeto de Lei n.º 206/2015, oriundo da Mensagem Governamental n.º 74/2015, que inclui entidade do Anexo V da Lei Orçamentária n.º 10.347, de 06 de fevereiro de 2015, para a entidade União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais. Publicado no DPL do dia 19/05/2015. Concedo a palavra à Comissão de Finanças, para que esta ofereça parecer oral ao projeto. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (DARY PAGUNG - PRP) - Convoco os membros da Comissão de Finanças, Senhores Deputados Almir Vieira, Hudson Leal, Edson Magalhães, Freitas e Doutor Hércules. Avoco o projeto para relatar. (Pausa) Senhores membros da Comissão de Finanças, em mãos o Projeto de Lei n.º 206/2015, oriundo da Mensagem Governamental n.º 74/2015, que inclui entidade do Anexo V da Lei Orçamentária n.º 10.347, de 06 de fevereiro de 2015, para a entidade União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais. Somos pela aprovação do projeto. (Muito bem!) (Pausa) Em discussão o parecer. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. HUDSON LEAL - (PRP) - Com o relator. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Com o relator. O SR. EDSON MAGALHÃES - (DEM) Com o relator. O SR. DOUTOR HÉRCULES - (PMDB) Com o relator. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (DARY PAGUNG - PRP) - Senhor Presidente, o parecer foi aprovado à unanimidade pela Comissão de Finanças. Devolvo o projeto à Mesa. (Comparece o Senhor Enivaldo dos Anjos) Deputado O SR. PRESIDENTE - (CACAU LORENZONI - PP) - Passo a presidência dos trabalhos à Senhora Deputada Janete de Sá. (Pausa) A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Assumo a presidência dos trabalhos neste momento para dar continuidade ao rito da sessão. Em discussão o Projeto de Lei n.º 206/2015. (Pausa) Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão. Em votação o Projeto de Lei n.º 206/2015. Os Senhores Deputados que o aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovado. À Secretaria para a extração de autógrafos. Discussão única, em regime de urgência, do Projeto de Lei n.º 69/2015, da Mesa Diretora, que dispõe sobre a proibição de retenção ou apreensão de veículo em decorrência da não comprovação de pagamento do IPVA. Publicado no DPL do dia 26/02/2015. Pareceres orais da Comissão de Justiça, pela constitucionalidade, da Comissão de Defesa da Cidadania, da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, da Comissão de Segurança, todos pela aprovação, da Comissão de Mobilidade Urbana, pela aprovação, com emendas e da Comissão de Finanças, pela rejeição da matéria e das emendas. Na Comissão de Justiça, o Senhor Deputado Rodrigo Coelho se prevaleceu do prazo regimental para relatar as emendas apresentadas pela Comissão de Mobilidade Urbana na Sessão Ordinária do dia 12/05/2015. (Prazo até o dia 19/05/2015). Existem emendas anexadas ao Projeto, para serem analisadas pela Comissão. O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) Senhora Presidenta, pela ordem! Em face da conversa que tivemos com o Líder do Governo, Senhor Deputado Gildevan Fernandes, de um entendimento para esse projeto para beneficiar a população do Estado do Espírito Santo e acabar com essa máfia do guincho, pediremos para baixar de pauta, para que os entendimentos evoluam para um grande feito em favor da população do Espírito Santo. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Hoje de manhã, o programa da TV Gazeta falou só sobre a apreensão de carros na Praia do Canto, na Grande Vitória. Foram apreendidos mais de cinquenta carros da máfia do guincho. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Parabéns, Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos, pela iniciativa. Defiro. A matéria está baixada de pauta. (Comparece o Senhor Sandro Locutor) Deputado O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Senhora Presidenta, pela ordem! Parabenizo o Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos, 1.º Secretário da Mesa, pela atitude de pedir a retirada desse projeto para que possamos discuti-lo melhor. Parabéns, Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Obrigada, Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos. O SR. GILDEVAN FERNANDES - (PV) Senhora Presidenta, pela ordem! Também parabenizo o Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos pela iniciativa. Gostaria de me reportar ao projeto que se encontra com o pedido de vista da Comissão de Infraestrutura. Senhora Presidenta, consultando o Plenário, considerando que o Senhor Deputado Edson Magalhães já fez a leitura da matéria, e, salvo engano, já se encontra em condições de colocar a matéria em votação, gostaria de consultar o Plenário para que pudéssemos retornar essa matéria à Ordem do Dia. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Consultamos o Plenário sobre a volta do Projeto de Lei n.º 203/2015 para a pauta. Em votação. Os Senhores Deputados que o aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovado. Discussão única, em regime de urgência, do Projeto de Lei n.º 203/2015, oriundo da Mensagem Governamental n.º 63/2015, que institui o Programa Estadual de Desenvolvimento dos Municípios Produtores de Petróleo e Gás - Prodemp. Publicado no DPL do dia 19/05/2015. Concedo a palavra à Comissão de Infraestrutura, para que esta ofereça parecer oral ao projeto. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Convoco os membros da Comissão de Infraestrutura, Senhores Deputados Doutor Hércules, Rodrigo Coelho, Diário do Poder Legislativo - 35 Marcelo Santos, Erick Musso e Padre Honório. Informo aos Senhores Deputados que nesta sessão ordinária me prevaleci do prazo regimental para relatar o projeto, o que passarei a fazer neste momento. (Pausa) Senhores membros da Comissão de Infraestrutura, a Mensagem governamental n.º 63/2015 encaminhada ao exame da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, incluso Projeto de Lei, institui o Programa Estadual de Desenvolvimento dos Municípios Produtores de Petróleo e Gás, o Prodemp. Lerei, a seguir, a mencionada Mensagem que diz: Os municípios produtores de petróleo e gás vêm encontrando dificuldade em converter o aporte financeiro que lhes propicia os rendimentos dos chamados royalties do petróleo no desenvolvimento de políticas públicas adaptadas, proporcionar a melhoria da qualidade de vida de suas respectivas populações. Ante a necessidade de estimular a internalização dos benefícios econômicos e sociais que as atividades relacionadas ao petróleo e gás natural geram no município, a instituição do Prodemp se traduzirá em dinamismo econômico, conferindo a seus gestores os meios necessários à aplicação de ações voltadas às políticas fiscais e de promoção do desenvolvimento a partir dos recursos orçamentários municipais. Dessa forma, o Estado trabalha para que estes efeitos e resultados se consolidem, encontrem efetivos valores do desenvolvimento regional econômico, como geração de emprego e renda, fortalecimento empresarial, qualidade de vida e bem-estar social. Diante das relevantes considerações acima expostas, o Senhor Presidente e Senhores Deputados, solicito empenho de V. Ex.as no sentido de aprovar o Projeto de Lei. Vitória, 12 de maio de 2015, Paulo César Hartung Gomes, Governador do Estado do Espírito Santo. A Comissão de Infraestrutura, fazendo um 36 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 relato breve, informa que o governador Paulo Hartung encaminha a Mensagem nº 63/2015, evidentemente, para dar um aporte administrativo a todos os produtores de petróleo com relação às receitas fiscais, a uma gestão mais efetiva porque são municípios que recebem um valor muito grande dos royalties. Temos municípios, é o caso de Presidente Kennedy, que é, segundo informações, o que tem em caixa mais de um bilhão de reais. Precisamos de políticas inovadoras, estruturantes para que esses municípios, juntamente com o governo do Estado, possam fazer as suas políticas locais dentro de um parâmetro de desenvolvimento e levando em consideração emprego, renda e, sobretudo, qualidade de vida. O meu parecer é favorável. (Muito bem!) (Pausa) Em discussão o parecer. (Pausa) (Comparece o Bruno Lamas) Senhor Deputado O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB) Senhor Presidente, pela ordem! Peço a palavra para discuti-lo. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Concedo a palavra ao Senhor Deputado Marcelo Santos. O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB Sem revisão do orador) - Senhor Presidente e senhores membros da Comissão de Infraestrutura, em linhas gerais, o Projeto de Lei n.º 203/2015 visa não fazer ingerência na administração municipal, mas o governo do Estado se colocar à disposição, através do Prodemp, para que, junto com a administração municipal, especificamente dos municípios produtores de óleo e gás, possam gerir melhor esse recurso para que o cidadão de fato sinta a sua presença lá na ponta. Foi usado o exemplo do município de Presidente Kennedy. Como presidente da Comissão Especial de Petróleo, Gás e Energia, temos feito um amplo debate na mencionada Comissão sobre justamente essa matéria que chega para uma avaliação hoje. Eu, o Senhor Deputado Nunes e o Senhor Deputado Hudson Leal temos trabalhado, Senhor Deputado Almir Vieira, no intuito de oferecer aos municípios experiências de outras cidades, por exemplo. Recentemente, o jornal A Tribuna publicou as experiências positivas de duas cidades; uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro, Rio das Ostras, cidade onde os membros da Comissão Especial de Petróleo e Gás estarão, na semana que vem, visitando o prefeito Alcebíades Sabino, conhecendo os investimentos que ele fez e como a população recebeu esses investimentos, e o que a população sente. É um dos municípios de maior grau de satisfação do crescimento da sua cidade relativo à receita compensatória de royalties de petróleo. Hoje, o Governo apresenta essa medida, e o Senhor Deputado Edson Magalhães sabiamente baixou de pauta, porque pediu prazo, fez uma reflexão conosco e devolve ao Plenário, com anuência do mesmo, para que possamos votar e aprovar. Isso por entender que, primeiro, essa é uma medida muito legal apresentada pelo Governo do Estado, uma medida muito bacana. Imaginem V. Ex.as que o município de Presidente Kennedy - e não posso me furtar a falar dessa cidade -, esteve estampada em um dos jornais mais assistidos no domingo, que é o Fantástico. Inclusive, Senhora Deputada Janete de Sá, que neste momento preside a sessão, naquela malfadada emenda à Constituição, apresentada, inclusive, por um dos senadores do PMDB - emenda que fazia uma partilha igual com estados brasileiros, dividindo receitas de royalties de estados produtores com não produtores -, V. Ex.ª acredita que uma das citações primeiras na justificativa dessa proposta de Pedro Simon foi o município de Presidente Kennedy, no Espírito Santo? Senhor Deputado Sandro Locutor, S. Ex.ª dizia: Ora. Qual a necessidade de um município e de um estado, por si só, de terem totalmente a receita de royalties se eles mal empregam essa mesma receita? E aí, como alvo, ele usou algumas cidades brasileiras, mas se dedicou especialmente ao município de Presidente Kennedy, e naquele período ele entendia que a aplicação dos royalties naquela cidade era de forma equivocada, negativa, e que não alcançava os anseios da própria cidade. Uma cidade com dez mil habitantes e, com a informação que temos, com mais de um bilhão de reais em caixa. Uma capacidade de investimento de invejar qualquer prefeito, qualquer governador, inclusive. Recordo-me, Senhor Deputado Edson Magalhães, que quando cheguei a esta Casa, o Governo do Estado tinha a capacidade de investimento de apenas cinquenta milhões de reais. Imagine V. Ex.ª, cinquenta milhões de reais era a capacidade de investimento de um Governo! O orçamento era de quatro bilhões e setecentos milhões. Hoje, Senhor Deputado Amaro Neto, ultrapassamos a casa dos quinze bilhões de reais no orçamento. A capacidade de investimento nosso ultrapassou a casa de um bilhão de reais, e mesmo assim atravessamos uma crise financeira. Entendo que o Projeto de Lei n.º 203/2015 se faz necessário e é uma forma que temos sem ingerir na gestão municipal, mas se colocando do lado dela, à disposição, como disse o Senhor Deputado Edson Magalhães. O Município igual a Presidente Kennedy tem uma receita enorme, mas não tem material humano com formação e capacitação suficientes, Senhor Deputado Guerino Zanon, para fazer um grande projeto que vise alcançar a cidade no que tange, por exemplo, à infraestrutura, que é onde os investimentos de petróleo podem ser alcançados, permitidos por lei. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Entendo que o relator e presidente da Comissão de Infraestrutura, Senhor Deputado Edson Magalhães, fez um relato pela aprovação e, antecipando meu voto, votarei favoravelmente. Cumprimento o Governo e digo que foi uma medida importante. O Senhor Deputado Hudson Leal está balançando a cabeça positivamente. Estamos debatendo todo dia. Não adianta o gestor dizer, Senhor Deputado Edson Magalhães: Ah, eu estou pagando faculdade dos moradores da minha cidade com dinheiro de royalties. Perguntei para um gestor desses: E qual é o comprometimento que esse cidadão, de quem você pagou a faculdade, tem com a saúde do município, por exemplo, na faculdade de medicina? Nenhuma. Só o formei. O município pagou uma faculdade caríssima. Além de pagar a faculdade, pagou o transporte. O cidadão se formou, não deve nada ao município e foi prestar serviço em outro estado, inclusive. Que desenvolvimento estamos promovendo para o município? Nenhum. Fizemos uma grande festa; a população adorou. Trouxemos cantores nacionais e internacionais. O planeta conheceu a minha cidade. E, depois que acabou a festa, ficou só a farofa. Ninguém curtiu o desenvolvimento da cidade, porque lá não havia. Então, Senhora Deputada Janete de Sá, o que precisamos, de fato, neste momento de crise, já que há uma missão de todos nós enxugarmos, é mostrar que podemos fazer, com pouco, muito. Se tivermos muito, fazemos muito mais. Não é fazer essas bondades sociais de pagar a faculdade da pessoa e ela não ter nenhum débito com o município; tem que prestar serviço durante dois anos na unidade de saúde. Se for engenheiro, tem que fazer projeto para o município. Enfim, esse é um tema muito bacana para ser discutido. É claro que mexemos na cidade e o prefeito, a prefeita, acaba achando que se está querendo invadir a competência deles, não é o nosso caso. Cumprimento o governador, que subscreveu essa matéria, por meio da Mensagem n.º 063, que transformou no Projeto de Lei n.º 203/2015. O Sr. Almir Vieira - (PRP) - Senhor Deputado Marcelo Santos, acrescento um registro a respeito de sua fala, quando V. Ex.ª falou sobre o compromisso, por exemplo, a prefeitura ajuda a formar um cidadão, no curso de medicina. Tenho uma filha que faz medicina em Torino, na Itália, e ela teve que assinar um termo de compromisso de, no mínimo, trabalhar dois anos sem poder sair da Itália. Prestar serviço de medicina, no mínimo por dois anos naquele país. O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB) Pois é. Tem que haver reciprocidade. É isso que os gestores hoje têm que fazer. Cumprimento todos, o Presidente Edson Magalhães, que foi sensível, baixou de pauta, pediu Diário do Poder Legislativo - 37 prazo e só devolveria a matéria na quarta-feira próxima, entendendo que poderemos contribuir com o desenvolvimento do nosso Estado, principalmente neste caso de os municípios produtores retornarem a matéria em discussão, e relatar pela provação. Tenho certeza de que será acompanhado por todos os colegas Deputados que têm interesse no desenvolvimento econômico do nosso Estado, naturalmente seguido do social. Muito obrigado. (Muito bem!) A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Quero anunciar que o Senhor Deputado Euclério Sampaio, de acordo com um dispositivo que existe na Casa, estava de licença médica, e pediu para suspendê-la, por isso se encontra presente no plenário, uma vez que regimentalmente é legal o procedimento adotado por S. Ex.ª. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Continua em discussão o parecer. (Pausa) O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) Senhor Presidente, pela ordem! Peço a palavra para discuti-lo. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Concedo a palavra ao Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos. O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD Sem revisão do orador) - Senhor Presidente e senhores membros da Comissão de Infraestrutura, o Projeto de Lei n.º 203/2015, institui o Programa Estadual de Desenvolvimento dos Municípios Produtores de Petróleo e Gás - Prodemp, revela uma boa oportunidade para que os referidos municípios possam aplicar os recursos que estão em caixa, em razão de desburocratizar aquilo que é um pleito da Assembleia até com relação ao fato de o Tribunal de Contas estar permanentemente criando dificuldades para que os municípios possam executar seus orçamentos em face da contratação de consultoria e de projetos. O Tribunal entende que, para se contratar um projeto ou uma consultoria, não permite taxar como serviço continuado; tem que ser o pessoal de carreira dos municípios. Temos trabalhado na linha de que o Tribunal deveria aquiescer com relação a esse tema, em face das dificuldades que os municípios têm de fazerem concurso público, de efetivarem servidores para fazerem tarefas que não são continuadas. E não há recursos, continuadamente, para fazê-las. Um projeto de urbanização, de saneamento, depende de projeto de arquitetura, de projeto de engenharia, e não se justifica o município incorporar, por meio de concurso público, esses profissionais no seu quadro para fazerem projetos, no máximo, uma vez por ano. Esses serviços precisam ser contratados. Os 38 - Diário do Poder Legislativo municípios teriam que ter liberdade para fazerem essas contratações, para que se evite que a administração seja engessada. Os municípios produtores de petróleo têm recursos e não têm projetos para executá-los, e esse projeto de lei viabiliza a parceria ao contrário. O que significa o convênio do Estado com os municípios? Exatamente o oferecimento, pelo Estado, de recursos para o município executar obras. No caso, é o inverso, é o Estado fazendo um convênio com o município para oferecer consultoria e projetos para o município executar com o dinheiro do petróleo, havendo a possibilidade até de o Estado receber o recurso do município e licitar a obra. Então é um convênio ao inverso, que dinamizará a possibilidade de realização de obras. A aprovação da matéria nesta Casa viabilizará isso. Àqueles que têm preocupação com o fato de alguns municípios não estarem sendo bem administrados no momento, não haverá problema político na questão, em face até de que esse projeto viabilizará obras de grande importância, mas que não têm como ser executadas, com um mínimo de dois anos para iniciarem, mesmo havendo esse convênio sendo firmado entre o Estado e o município. É lógico que se beneficiarão as futuras administrações, mas é oportuno que se permita esse convênio para viabilizar a realização das obras. Só lamento uma coisa: gostaria que o Senhor Deputado Edson Magalhães estudasse a hipótese de estender esse convênio a todos os municípios, porque existem também problemas para os municípios que têm dinheiro em caixa para a realização de obras complexas e que não têm quadro de pessoal à altura para desenvolver projetos. Então acho que poderiam ser acrescidos todos os municípios, para facilitar que o município conveniasse com o Estado e recebesse os projetos do Estado, para facilitar o desenvolvimento das obras, mesmo que sejam de calçamento, mesmo que seja qualquer tipo de obra pública. Com isso virá uma agilidade administrativa. Hoje o município tem recursos, mas para elaborar o projeto básico não tem pessoal técnico na prefeitura. Seria oportuno que esse projeto viabilizasse o atendimento a todos os municípios, para que o Estado pudesse fazer o projeto e oferecer ao município, para que este execute a obra, mesmo que seja com recurso próprio do município. Entendo que o Senhor Deputado Edson Magalhães tem razão em fazer o estudo e analisar a hipótese de acrescentar uma emenda que beneficie todos os municípios conveniados com o Estado, para que seja feito um convênio ao inverso. Que o Estado forneça projetos prontos, para que o município execute as obras e não cometa aqueles equívocos que o vemos muitas vezes cometer ao executar uma obra que depois, tecnicamente, sofre problemas em função de não ter qualidade de projeto. É ruim estabelecer uma regra em que os municípios fiquem obrigados a não executar obras ou que proíba que contratem serviços. É mais ou menos Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 parecido com a consultoria, que o Tribunal não permite que os municípios tenham, para receber impostos devidos. Acho que é um equívoco do Tribunal não permitir que os municípios contratem empresa especializada para levantar a origem do imposto e viabilizar que a Secretaria Municipal de Fazenda possa receber. Erra o Tribunal tanto ao não permitir a contratação desses serviços quanto ao não permitir que a contratação de projetos seja terceirizada para agilizar o procedimento administrativo, obrigando o município a contratar equipe de projetos, sendo que esses projetos são elaborados, às vezes, em municípios, uma ou duas vezes por ano, e não se justificaria concurso público para isso. (Muito bem!) (Comparece o Senhor Theodorico Ferraço) Deputado O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A mensagem do Governo n.º 63/2015, conforme ouvimos o Senhor Deputado Marcelo Santos, seguido pelo Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos, sem dúvida nenhuma é um suporte aos municípios que são detentores das receitas provenientes de gás e petróleo. O que o Governo do Estado quer, na verdade, é subsidiar os municípios com projetos estruturantes, de pessoas extremamente capacitadas e treinadas com foco no desenvolvimento desses municípios capixabas. Agora, é bom dizer da inércia que existe, não com todos os municípios capixabas, evidentemente, mas com alguns municípios que são detentores, Senhor Deputado Almir Vieira, dessas receitas. Quando estávamos falando do Município de Presidente Kennedy, que tem mais de um bilhão, segundo as informações, em caixa. Ouço essa história de receita cumulativa há muito tempo, de que o Município de Presidente Kennedy tem duzentos milhões, no ano seguinte tem trezentos e cinquenta milhões e hoje passa de um bilhão. Fui gestor municipal, Senhora Presidenta Janete de Sá, e tive as dificuldades que outros municípios capixabas têm. Mas em virtude das receitas de royalties de petróleo e gás, esses municípios estão soberbos de receita e muitas vezes não cumprem o seu papel principal de trazer desenvolvimento, renda e emprego. Sabemos que muitos municípios tiveram esse desejo, mas não conseguiram, outros tiveram cuidado e fizeram. No Município de Itapemirim a ex-prefeita Norma Ayub fez um excelente trabalho e conseguiu, por meio desta Casa, do seu representante maior, o presidente da Assembleia Legislativa, o Senhor Deputado Theodorico Ferraço, avançar no ICMS e avançar na questão de receitas provenientes dos royalties. Mas outros municípios não fizeram esse trabalho, Senhora Presidenta. Então, acho que esse suporte que o Governo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 do Estado oferece aos municípios, para que possam fazer políticas inovadoras, pensando na qualidade de vida das pessoas, é muito importante. Estou fazendo uma leitura minuciosa sobre a questão do IDH, Senhor Deputado Sergio Majeski, porque o IDH mede exatamente a perspectiva de vida do cidadão, a educação, a saúde e, acima de tudo, municípios, estados, países desenvolvidos, países subdesenvolvidos e países em desenvolvimento. O Brasil está em octogésimo quinto lugar no ranking do IDH. Temos cinco países da América do Sul à frente do Brasil. Hoje o melhor IDH do mundo é o da Noruega, quase 0.10. Os países da Europa estão nadando no IDH, enquanto nós estamos nadando na corrupção. Como você explica gestores com pouco dinheiro que fazem políticas proativas a favor da população e outros com tanto não conseguem fazer nada. Parabéns, Governador Paulo Hartung. Líder do Governo, Senhor Deputado Gildevan Fernandes, baixei de pauta porque acho que temos que fazer leitura minuciosa de todos os projetos que chegam a esta Casa, nem que seja por dez minutos, para que conheçamos sua metodologia e, acima de tudo, seu norte, seu direcionamento. São políticas proativas, bem-vindas. Estamos, então, a favor do projeto. Continua em discussão o parecer. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. DOUTOR HÉRCULES - (PMDB) Com o relator. Diário do Poder Legislativo - 39 Senhores Deputados Pastor Marcos Mansur e Nunes. Avoco o projeto para relatar. (Pausa) Senhores membros da Comissão de Ciência e Tecnologia, observando a relatoria feita pelo nobre Senhor Deputado Edson Magalhães, assim como as análises feitas pelo Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos, e lendo o projeto, meu parecer é pela aprovação do mesmo. (Muito bem!) (Pausa) Em discussão o parecer. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Com o relator. O SR. NUNES - (PT) - Com o relator. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (SERGIO MAJESKI - PSDB) - Senhora Presidenta, o parecer foi aprovado à unanimidade pela Comissão de Ciência e Tecnologia. Devolvo o projeto à Mesa. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Concedo a palavra à Comissão de Finanças, para que esta ofereça parecer oral ao projeto. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (DARY PAGUNG - PRP) - Convoco os membros da Comissão de Finanças, Senhores Deputados Almir Vieira, Edson Magalhães, Freitas, Doutor Hércules, Hudson Leal e Raquel Lessa. Designo para relatar o projeto o Senhor Deputado Almir Vieira. O SR. ERICK MUSSO - (PP) - Com o relator. O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB) Com o relator. O SR. RODRIGO COELHO - (PT) - Com o relator. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP - Sem revisão do orador) - Senhor Presidente e Senhores membros da Comissão de Finanças, o Projeto de Lei n.º 203/2015 institui o Programa Estadual de Desenvolvimento dos Municípios Produtores de Petróleo e Gás, Prodemp. Relato pela aprovação do projeto. (Muito bem!) O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - Com o relator. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Senhora Presidenta, o parecer foi aprovado à unanimidade pela Comissão de Infraestrutura. Devolvo o projeto à Mesa. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Concedo a palavra à Comissão de Ciência e Tecnologia, para que esta ofereça parecer oral ao projeto. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (SERGIO MAJESKI - PSDB) - Convoco os membros da Comissão de Ciência e Tecnologia, O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (DARY PAGUNG - PRP) - Em discussão o parecer. (Pausa) O SR. FREITAS - (PSB) - Senhor Presidente, pela ordem! Peço a palavra para discutilo. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (DARY PAGUNG - PRP) - Concedo a palavra ao Senhor Deputado Freitas. O SR. FREITAS - (PSB - Sem revisão do orador) - Senhor Presidente e senhores membros da Comissão de Finanças, faço questão de discutir, debater esse projeto de autoria do Governo do 40 - Diário do Poder Legislativo Estado, sob a Mensagem n.º 63/2015, que estabelece no âmbito do Estado do Espírito Santo o Programa Estadual de Desenvolvimento dos Municípios Produtores de Petróleo e Gás, denominado Prodemp. Faço o debate no intuito de enaltecer o governo pela iniciativa muito própria, mas de grande alcance. A grande dificuldade dos órgãos públicos hoje é gestão; e isso não é dificuldade somente dos municípios, mas principalmente dos municípios. Podemos observar a carência de gestão no âmbito do governo federal, quando não percebemos profissionais qualificados à frente de ministérios, à frente até hoje do governo federal, e o preço que o país paga por falta de competência de gestão. E num caminho inverso de muitos estados do País, o Espírito Santo caminha. E não caminha de agora; caminha já há mais de uma década, tendo reflexo e resultado de gestão austera e de gestão planejada. E é preciso, neste momento, também observar que o Estado tem austeridade na gestão e se preocupa com os municípios. E acredito que o resultado da gestão do Estado é muito em função da preocupação do Governo do Estado com os municípios, e que também, não é de agora. Quando discutimos aqui, e é tema de debate quase que permanente nesta Casa, a forma com que o Governo do Estado trata os municípios, com o que o Governo do Estado trata recursos de royalties de petróleo e participação especial; quando o Governo do Estado já há muito anos faz uma distribuição muito diferente do que faz o governo federal, pega uma parte da receita dos royalties do Estado e coloca um Fundo de Combate às Desigualdades e distribui com os municípios não produtores, para que os munícipios tenham um pouco mais de recurso nos seus caixas. Agora, recente, deu oportunidade aos municípios de usarem parte desse recurso para fazer o seu custeio, quando os municípios têm muita dificuldade no custeio. E agora chega essa matéria, que é uma matéria que não coloca recursos em municípios, mas uma matéria que vai colocar assessoria técnica nos municípios para que gastem com mais critério, com mais profissionalismo, com mais alcance, os recursos oriundos dos royalties da participação de petróleo e de gás. E temos alguns municípios no Estado do Espírito Santo que não sabem o que fazer com o dinheiro, parece mentira; parece que não estamos falando no tempo de hoje, mas Presidente Kennedy outro dia foi matéria nacional, o município que tem a maior receita per capita do país. De mais de cinco mil e quinhentos municípios, o município de Presidente Kennedy, no Espírito Santo é o município que tem a maior receita per capita do Brasil. E quando vamos ver a qualidade dos serviços públicos naquele município são os piores, diferente da receita. E por que acontece isso? Falta de capacidade de investir, falta de capacidade técnica. De repente há falta de capacidade de gestão do chefe Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 do Executivo, do ordenador de despesas; há má intensão; há muita corrupção no meio. É verdade. Mas é preciso considerar também um segundo item, a remuneração nos municípios para que possam ter um atrativo nos concursos públicos e terem técnicos qualificados. A remuneração é muito pequena. Observamos nos editais de concursos públicos colocados nos municípios que a oferta de remuneração é muito pequena. Mesmo que atraia um ou outro técnico naquele momento em que ele está precisando ser colocado no mercado de trabalho, mas ao passar no concurso, ainda no período de estágio probatório ele vai embora, e os município ficam sem quadro técnico para colaborar na gestão. Então, o Governo do Estado, sob a liderança do Governador Paulo Hartung, manda a esta Casa um programa de parceria com os municípios produtores de petróleo e gás e que têm receita abundante em função dessa produção, para que esse corpo técnico do Governo do Estado esteja à disposição dos municípios, para elaborar melhores projetos, para acompanhar, elaborar e publicar editais para celebrar melhores convênios. Ou de repente, como disse o Senhor Deputado Enivaldo Anjos, até fazer um convênio de município com o Estado, passando o recurso para o Estado, a fim de que possa, de forma muito mais austera, muito mais profissional, fazer obras a partir desse convênio. Então, o programa é muito interessante, ele qualifica a mão de obra, dá uma assessoria técnica para gastar bem os recursos, que não são de prefeito nenhum. Os recursos estão na prefeitura, são do povo dos municípios, dos munícipes. A partir do momento que o município passa a ter uma ferramenta mais eficiente para aplicar bem esse recurso, vai atender os verdadeiros donos desse recurso, que é o povo. É no município que vivemos. Precisamos ter o apoio do Estado, do Governo Federal, mas é no município que vivemos. Então, quanto melhor e eficiente for a gestão pública nos municípios, mais qualidade de vida as pessoas terão. Portanto, parabenizo o Governo do Estado por enviar a esta Casa um programa inteligente, um projeto de iniciativa fantástica, que é disponibilizar assessoria técnica, disponibilizar profissionais eficientes para dar assessoria gratuita aos municípios que têm receita e que não sabem usufruir bem delas. Votarei na Comissão de Finanças pela aprovação do projeto e também no plenário pela aprovação, para colocar em prática o mais rápido possível esse programa. Pouquíssimos municípios poderão gozar desse privilégio. Municípios que poderiam dar resultado muito melhor para seus munícipes e, às vezes, são os que têm mais dificuldade e onde há as maiores corrupções, os maiores desvios. Então, parabenizo mais uma vez o Governador Paulo Hartung pela importante matéria que enviou a esta Casa. (Muito bem!) O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO - Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 (DARY PAGUNG - PRP) - Continua em discussão o parecer. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. EDSON MAGALHÃES - (DEM) Com o relator. O SR. FREITAS - (PSB) - Com o relator. O SR. HUDSON LEAL - (PRP) - Com o relator. O SR. DOUTOR HÉRCULES - (PMDB) Com o relator. A SR.ª RAQUEL LESSA - (SD) - Com o relator. O SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO (DARY PAGUNG - PRP) - A presidência acompanha o voto do relator. Senhora Presidenta, o parecer foi aprovado à unanimidade pela Comissão de Finanças. Devolvo o projeto à Mesa. O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB) Senhora Presidenta, pela ordem! Estão nas dependências da Assembleia Legislativa três lideranças importantes do Município Divino de São Lourenço, os senhores Andreson, Gilson Costa de Oliveira e José Geraldo Deascani, conhecido como Cascudo, que vieram nos visitar e se encontram na antessala do Plenário. Já fiz uma recepção. Eles estão retornando para o município alegres porque lá está chovendo. A seca afetou muito aquela região. Eles vieram buscar informações com relação a investimentos na sua cidade e já os informamos, tendo em vista a presença do secretário de Transporte Paulo Ruy Carnelli, que esteve nesta Casa. Faço esse registro e sei que V. Ex.ª os receberá com o maior carinho. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Parabéns, Senhor Deputado Marcelo Santos. Está feito o registro, Senhor Deputado. Peço aos senhores que levem um abraço meu e do Senhor Deputado Theodorico Ferraço ao povo de Divino de São Lourenço e ao vereador Gilmar Português. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Senhora Presidenta, pela ordem! Gostaria de prestar uma homenagem à professora aposentada, Marluce Costa Pereira, que faleceu no último dia dezessete; filha do major Mário Costa Pereira e da Elza Machado Costa, e irmã do nosso querido amigo Costa Pereira. Nosso sentimento a toda família. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ - Diário do Poder Legislativo - 41 PMN) - Está feito o registro, Senhor Deputado. A SR.ª RAQUEL LESSA - (SD) - Senhora Presidenta, pela ordem! Parabenizo o doutor Dário Martineli, ex-deputado e ex-prefeito de São Gabriel da Palha, que completa hoje oitenta e dois anos de idade. É um grande cafeicultor de nossa cidade. Por falar em cafeicultura, ontem recebemos um telefonema do Secretário Octaciano Neto falando do cancelamento da importação do café do Peru. Parabenizamos o Governador Paulo Hartung, o Secretário Octaciano e o Senador Ricardo Ferraço, um dos que lutou muito com a ministra. Tenho sempre falado do Senador Ricardo Ferraço, porque S. Ex.ª é um defensor da cafeicultura em Brasília e está fazendo um excelente trabalho. Parabenizo os Deputados da Comissão e Agricultura em nome da Senhora Deputada Janete de Sá, presidente. Também estávamos nessa luta. Os nossos cafeicultores passam por um período de tanta crise, crise hídrica, crise que levou nossa cafeicultura a quebrar em quase quarenta por cento, então, foi prejuízo para nossos agricultores, que estão muito tristes e ainda recebem essa notícia que era uma bomba para nossa cafeicultora. Hoje, vemos essa notícia da suspensão da importação do café peruano e damos graças a Deus por isso. O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Graças a Deus o Peru não vai mais entrar no Brasil. A SR.ª RAQUEL LESSA - (SD) - Graças a Deus por isso. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Está feito o registro, Senhora Deputada. Em discussão o Projeto de Lei n.º 203/2015. Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão. Em votação o Projeto de Lei n.º 203/2015. Os Senhores Deputados que o aprovam, permaneçam como estão; os contrários se manifestem verbalmente. (Pausa) Aprovado. À Secretaria para extração de autógrafos. O SR. GILDEVAN FERNANDES - (PV) Senhora Presidenta, pela ordem! Peço a palavra para justificação de voto. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Concedo a palavra ao Senhor Deputado Gildevan Fernandes. O SR. GILDEVAN FERNANDES - (PV Sem revisão do orador) - Senhora Presidenta, Senhoras Deputadas e Senhores Deputados, felicito a presidenta em exercício, Senhora Deputada Janete de Sá, também presidenta da Comissão de Agricultura, pelos esforços mobilizando o povo capixaba e este 42 - Diário do Poder Legislativo Parlamento em defesa da cafeicultura capixaba e brasileira. Foi uma grande conquista, uma vez que a importação desse produto desorganizaria o mercado brasileiro de café, causando graves prejuízos para os já tão atingidos, sofridos cafeicultores do nosso estado e do nosso país. Parabéns, Senhora Deputada. Cumprimento o Senhor Deputado Theodorico Ferraço, presidente desta Casa; o Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos, 1.º Secretário; e os demais deputados e deputadas em nome do Senhor Deputado Bruno Lamas. Hoje tivemos uma manhã de muito trabalho nesta Casa e de importantes projetos aprovados. Destaco dentre as iniciativas do Senhor Governador Paulo Hartung a Mensagem n.º 63/2015, do projeto de lei que institui o Programa Estadual de Desenvolvimento dos Municípios Produtores de Petróleo e Gás, o Prodemp. Essa é mais uma iniciativa inovadora do Governador Paulo Hartung. Tempos difíceis, queda de receita permanente mês a mês no Estado do Espírito Santo em decorrência da crise que atinge nosso país, dificuldades financeiras por dívidas herdadas. Momento em que a sociedade está mais exigente, está cobrando mais ações e iniciativas do Poder Público. O povo está mais atento, fiscalizando com mais veemência as ações do Poder Público. O Governador Paulo Hartung tem nos trazido ações inovadoras. Recentemente, aprovamos nesta Casa de Leis a PEC que proíbe o uso de logomarcas, imagens, músicas que caracterizem promoção pessoal de governantes, a fixação de fotos de gestores nos setores públicos. É uma matéria inovadora. Outros estados já sondaram o Espírito Santo, pegando cópia dessa PEC para reproduzir em seus estados. O governador agora, também, nos encaminha mais uma matéria inovadora. Estamos assistindo, há muitos anos, a diversas matérias, a levantamentos de municípios que, embora tenham grande arrecadação em função da produção do petróleo, arrecadação milionária de royalties, convivem com diversos problemas sociais, com baixo IDH. Não por falta de recursos, muitas vezes pela má utilização desses recursos, muitas vezes pela impossibilidade jurídica e administrativa de implementar os projetos que possam significar a melhoria da qualidade de vida em seus municípios. Como exemplo, temos Presidente Kennedy, Itapemirim e outros municípios. O governador agora produz esse instrumento legal, que vai permitir um convênio, uma parceria com esses municípios, para que o Estado possa oferecer aos municípios a expertise, para que possam oferecer ao município aquilo que o Governo do Estado está tendo de forma significativa, material humano de qualidade, uma equipe de qualidade, para elaborar projetos, para fazer divers estudos e, se necessário for, executar as obras de que o município precisa. O município tem recursos e não têm capacidade gerencial jurídica e administrativa. Dessa forma, queremos crer que o Espírito Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Santo não será, em um futuro próximo, alvo de notícias negativas em função de determinados municípios não gerirem bem esses recursos. Deus abençoe que essa iniciativa se concretize de forma positiva, para que tenhamos melhoria porque toda a ação do agente público dos órgãos públicos tem um fim e o fim é a melhoria da qualidade de vida do cidadão. É isso que queremos. Não desejamos a obra pela obra, o projeto pelo projeto, iniciativas por iniciativas. O nosso desejo é que esse projeto, como tantos outros, redunde em melhoria da qualidade de vida para os moradores de Presidente Kennedy, Itapemirim e outros municípios produtores de petróleo. (Muito bem!) A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Parabéns, Senhor Deputado. Discussão especial, em 3.ª sessão, do Projeto de Lei n.º 50/2015, do Senhor Deputado Gilsinho Lopes, que isenta do pagamento de taxa de 2.ª (segunda) via do registro geral (RG) de Carteira de Identidade provisória. Publicado no DPL do dia 23/02/2015. Em discussão. (Pausa) Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão. O projeto segue às Comissões Permanentes. Discussão especial, em 3.ª sessão, do Projeto de Lei n.º 170/2015, do Senhor Deputado Sergio Majeski, que altera o inciso VII do art. 17 da Lei n.º 9.531, de 16 de setembro de 2010, que dispõe sobre a política estadual de mudanças climáticas - PEMC, incluindo regiões urbanas, e também as susceptíveis a inundações. Publicado no DPL do dia 07/05/2015. Em discussão. (Pausa) Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão. O projeto segue às Comissões Permanentes. Discussão especial, em 3.ª sessão, do Projeto de Lei n.º 173/2015, do Senhor Deputado Sandro Locutor, que dispõe sobre a identificação do corretor de imóveis intermediário na compra e venda de imóveis, a título oneroso e dá outras providências. Publicado no DPL do dia 07/05/2015. Em discussão. (Pausa) Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão. O projeto segue às Comissões Permanentes. Discussão especial, em 3.ª sessão, do Projeto de Decreto Legislativo n.º 04/2015, do Senhor Deputado Doutor Rafael Favatto, que concede Título de Cidadão Espírito-Santense ao Senhor Pedro Luiz Ferro. Publicado no DPL do dia 29/04/2015. Em discussão. (Pausa) Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão. O projeto segue às Comissões Permanentes. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Discussão especial, em 3.ª sessão, do Projeto de Decreto Legislativo n.º 06/2015, do Senhor Deputado Gilsinho Lopes, que concede Título de Cidadão Espírito-Santense ao Senhor Mirosmar José de Camargo. Publicado no DPL do dia 14/05/2015. Em discussão. (Pausa) Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão. O projeto segue às Comissões Permanentes. Discussão especial, em 3.ª sessão, do Projeto de Resolução n.º 21/2015, do Senhor Deputado Amaro Neto, que institui a Comenda Convento da Penha concedida aos cidadãos que de algum modo tenham contribuído com o Desenvolvimento do Turismo Capixaba. Publicado no DPL do dia 07/05/2015. Em discussão. (Pausa) Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão. O projeto segue às Comissões Permanentes. Finda a Ordem do Dia, passaremos à fase das Comunicações, conforme acordo em Plenário. Antes, porém, tenho que comunicar dois atos da Mesa. Ato n.º 1020/2015 da Mesa Diretora diz: A MESA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições regimentais, resolve distribuir as vagas partidárias da Comissão Especial, criada pela Resolução n.º 3.990, de 19 de maio de 2015, para, no prazo de 90 (noventa) dias, apurar os motivos relacionados ao não recebimento dos 11,98%, por parte dos servidores deste Poder Legislativo, da seguinte forma: PSD (Autor) 01 (uma) vaga; PSDB, 01 (uma) vaga; PR, 01 (uma) vaga. O outro Ato é o de n.º 1022/2015, que diz: A MESA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições regimentais, resolve distribuir as vagas partidárias da Comissão Especial, criada pela Resolução n.º 3.991, de 19 de maio de 2015, para, no prazo de 90 (noventa) dias, apurar a desproporção do valor atual cobrado do pedágio do trecho compreendido entre Guarapari/Vila Diário do Poder Legislativo - 43 Velha/Guarapari, tendo em vista o Contrato de Concessão de Serviço Público celebrado, da seguinte forma: PSD (Autor) 01 (uma) vaga; DEM, 01 (uma) vaga; PPS, 01 (uma) vaga. O SR. EDSON MAGALHÃES - (DEM) Senhora Presidenta, pela ordem! Esta comissão especial que vai analisar a cobrança do pedágio de Vila Velha a Guarapari e vice-versa é uma iniciativa minha e do Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos. Por que isso? A média de pedágio cobrado no Brasil é na ordem de cem quilômetros. O pedágio hoje cobrado em média para cem quilômetros, mais ou menos varia no valor de três a três e cinquenta. E o povo de Guarapari está pagando um pedágio muito caro. Existem pessoas de Vila Velha que trabalham em Guarapari, assim como existem pessoas que moram em Guarapari e trabalham em Vila Velha. Não queremos acabar com o pedágio, porque achamos que precisamos de pontes, rodovia, manutenção. Mas um pedágio a sete reais e vinte centavos, Senhor Deputado Amaro Neto, é muito pesado. Há estudantes, pedreiros, pessoas que trabalham no município de Guarapari, na Ponta da Fruta, assim como existem pessoas de Vila Velha que trabalham em Guarapari. Acho que temos que fazer essa leitura para que possamos diminuir o pedágio e melhorar o bolso do trabalhador. Muito obrigado. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Parabéns, Senhor Deputado Edson Magalhães. Faço um agradecimento a todos os deputados desta Casa que, atendendo a uma reivindicação, uma solicitação da Comissão de Agricultura, assinaram um documento que foi enviado para a presidenta da República, para a Ministra da Agricultura Kátia Abreu e para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que culminou com a suspensão da entrada do café peruano, o café arábica verde, no Brasil. E a nota que sai hoje nos grandes jornais de circulação do nosso estado diz que o governo vai suspender a autorização dada para importar café verde vindo do Peru. Será publicada ainda esta semana outra instrução normativa oficializando essa decisão e cancelando a anterior, refletindo a cautela da ministra que, após ouvir as reclamações de toda a agricultura, de todas as Casas Legislativas que procuraram se mobilizar, especialmente esta Casa, que deu uma demonstração desde a semana passada, quando mandamos esse documento para a Presidenta da República, para os ministérios envolvidos. Culminou nessa vitória da agricultura capixaba, nessa vitória da cafeicultura brasileira, que é a suspensão da entrada do café arábica verde proveniente do Peru, que poderia contaminar nossas lavouras e fazer com 44 - Diário do Poder Legislativo que o preço caísse ainda mais neste momento, que é um momento de colheita do café conilon e do café arábica no Espírito Santo e no País. Fica aqui o nosso agradecimento a todos os deputados que assinaram esse documento e ingressaram nesta luta em favor da agricultura capixaba. O SR. EDSON MAGALHÃES - (DEM) Senhora Presidenta, pela ordem! Temos uma vaga nessa comissão especial que vai tratar do valor do pedágio da Rodovia do Sol. Como o DEM tem uma vaga e o Senhor Deputado Theodorico Ferraço preside esta Casa, é vedado pelo Regimento Interno. Então, coloco o meu nome para compor essa comissão. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Está registrado o nome do Senhor Deputado Edson Magalhães compondo na vaga do DEM a comissão que vai investigar a desproporção no preço do pedágio no trecho Guarapari - Vila Velha, Vila Velha - Vitória. Também ressaltamos, com relação à suspensão da importação do café arábica do Peru, o trabalho sistemático do nosso Senador Ricardo Ferraço, que também contribuiu e está contribuindo nessa luta, do Deputado Dederal Evair de Melo, que também é nosso representante na Câmara federal nessa batalha para derrubar essa importação do Peru. Também ressalto o Governo do Estado, que fez um documento por meio do nosso secretário de Agricultura Octaciano Neto. Todos envolvidos junto com a Assembleia Legislativa, com todos os membros da Comissão de Agricultura, nesse trabalho que fizemos para barrar a entrada do café peruano, e que hoje culmina com essa grandiosa vitória para a cafeicultura capixaba. Parabéns a todos os integrantes da Comissão de Agricultura e a todos os deputados desta Casa, que acompanharam o nosso pedido, que assinaram o documento foi lido pela Ministra Kátia Abreu e atendido. O SR. FREITAS - (PSB) - Senhora Presidenta, pela ordem! Senhora Deputada Janete de Sá, realmente é motivo de muita alegria e quero me congratular, comemorar junto com V. Ex.ª, que é nossa presidenta na Comissão de Agricultura. Ontem, ainda, falava da nossa luta, da luta da Comissão de Agricultura, liderada por V. Ex.ª, mas da luta desta Assembleia, da luta do Governo do Estado, da luta da bancada federal e de todos os deputados federais, dos nossos senadores. O Senador Ricardo Ferraço foi muito incisivo, veemente no seu pedido. Recordava-me, Senhora Deputada Janete de Sá, de outra especulação, lá em 2007, quando se especulava importar do Vietnã, da Etiópia, o café conilon para fazer drawback. Então, conseguimos uma vitória muito forte e, depois de um apelo do Espírito Santo, com todas as suas lideranças, uma Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 reflexão da Ministra Kátia Abreu, tenho certeza de que S; Ex.ª provocou a Presidenta Dilma Rousseff, que não era interessante, que era um prejuízo muito grande para a agricultura do país, principalmente a capixaba, principalmente para os nossos produtores de café arábica, e ainda o risco de praga que poderia trazer para nossas lavouras. Parabéns para a sensibilidade da ministra Kátia Abreu e parabéns pelo nosso trabalho. Quando evidenciamos esforços, quando nos unimos, e aí faço um registro do presidente desta Casa, Senhor Deputado Theodorico Ferraço, que jamais mede esforços nessas demandas. S. Ex.ª encara como demanda desta Casa, demandas da Mesa Diretora, as demandas da sociedade, e conseguimos uma vitória muito grande, de acabar com essa especulação, cortar esse mal pela raiz, e não terá mais importação. Queremos ver essa instrução normativa publicada ainda nesta semana. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Isso aí. Parabéns, Senhor Deputado Freitas. Ressalto que fazem parte da Comissão de Agricultura os Senhores Deputados Freitas, Raquel Lessa, Eliana Dadalto, Padre Honório, que conosco prontamente redigiram esse documento e passamos para todos os Senhores Deputados desta Casa. Mais uma vez agradeço a todos que assinaram. Fica registrado, é mais uma vitória da cafeicultura capixaba. O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Senhora Presidenta, pela ordem! Faço justiça ao senador Ricardo Ferraço, que ontem foi à Ministra Kátia Abreu, - complementando a fala de V. Ex.ª - e transmitiu toda a revolta da classe política desta Casa, dos cafeicultores e também do Governo do Estado, e mostrou com números sobre o perigo que representava a entrada do Peru no Brasil. (Retira-se momentaneamente o Senhor Deputado Euclério Sampaio) A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Parabéns, Senhor Deputado Theodorico Ferraço. V. Ex.ª foi um dos que encabeçou com sua assinatura o documento de defesa da nossa cafeicultura. Passa-se à fase das Comunicações. Concedo a palavra ao Senhor Deputado Euclério Sampaio. (Pausa) Ausente, concedo-a ao Senhor Deputado Doutor Hércules. O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Senhora Presidenta, pela ordem! Nobre colega Senhor Deputado Doutor Hércules, comunico à Mesa que o PSDB está indicando o Senhor Deputado Sergio Majeski para compor a comissão instaurada pelo Ato n.º 1020/2015, e eu como suplente. Faça constar em ata, por favor. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - À assessoria para registro, o Senhor Deputado Sergio Majeski como titular e o Senhor Deputado Pastor Marcos Mansur como suplente. Está com a palavra o Senhor Deputado Doutor Hércules. O SR. DOUTOR HÉRCULES - (PMDB Sem revisão do orador) - Senhora Presidenta, Senhoras Deputadas e Senhores Deputados, telespectadores do canal 12, TV Ales, e canal 2, TV Educativa, venho à tribuna na manhã de hoje especialmente para agradecer a Deus por mais um ano de vida, comemorado ontem, e as homenagens feitas, algumas até imerecidas, mas que me deixaram muito emocionado, especialmente a do Senhor Deputado Padre Honório, o discurso, as referências. Não pude nem agradecer ontem, porque não tinha mais condições de falar na tribuna. Então, hoje, com mais tranquilidade, agradeço ao Senhor Deputado Padre Honório e a todos os colegas, aos servidores. Mas quero transfiro todas essas homenagens a Renata Trés Silveira, minha filha, que nasceu também no dia do meu aniversário. Já disse ontem e repito, nasceu de parto normal. Eu que fiz o parto da minha mulher. Não houve indução, não foi cesariana. Ela resolveu me presentear no dia em que nasci. Transfiro também à minha neta, Larissa Medina Web, que nasceu em Nova Jersey, nos Estados Unidos, no dia dezenove de maio. Coincidentemente ontem foi o Dia do Defensor Público e estava cheio de defensores públicos neste plenário. Também fiz direito. Estou inscrito na OAB com o registro 2310. Minha filha Renata também fez direito. Fico muito feliz pelas homenagens de ontem, especialmente ao discurso do Senhor Deputado Padre Honório, que com a sensibilidade ímpar de S. Ex.ª, transmitiu aqui aquilo que tenho procurado fazer durante a minha vida inteira, lutando por uma saúde pública melhor, por uma saúde melhor do povo, lutando para que a população se previna. Por falar em prevenção, venho falar um pouco sobre vacinação. Foi escrita uma matéria muito boa no jornal A Gazeta sobre a vacina da gripe, no caderno Cidades, pag. 9, em que nossa ilustre e competente jornalista Maíra Mendonça diz o seguinte: Vacina da gripe: Baixa procura na Grande Vitória. Em Municípios como Vila Velha e Cariacica, o total de vacinados não chega a 40% cento da meta. Isso é realmente muito ruim. Tem que vacinar mesmo contra gripe, especialmente as pessoas do foco: O foco de campanha de vacinas contra a gripe engloba parte da população composta por idosos - que não é o meu caso, apesar de ter sido vacinado - crianças de seis meses a quatro anos, gestantes, mulheres com recém- nascidos, profissionais de saúde, portadores de doenças crônicas (...). Na verdade, é preciso que essas pessoas se conscientizem para se vacinarem. Não temos uma cultura preventiva, infelizmente o Brasil tem uma cultura curativa. Cada Diário do Poder Legislativo - 45 dólar que não gastamos hoje na medicina hoje, gastaremos quatro ou cinco na medicina curativa, fora os transtornos e as vidas que perdemos por fata de vacinação. Quero lembrar também, Senhor Deputado Hudson Leal, da Comissão de Saúde, Senhores Deputados Almir Vieira, Erick Musso, Eliana Dadalto, que tem ido com frequência, Doutor Rafael Favatto, que é médico, que terça-feira teremos, na Comissão de Saúde, a presença da senhora Jacira dos Anjos Pereira, que é referência técnica do Núcleo de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde da Prefeitura de Vitória. S. S.ª fará uma explanação sobre o Projeto Vida no Trânsito. Temos feito esse lacinho de fita amarela, que é referência à Semana do Trânsito. Estamos pedindo aos colegas deputados que divulguem esse projeto, principalmente nas suas bases, em seus municípios. O Senhor Deputado Freitas já está com o lacinho amarelo para divulgar na região norte, especialmente em São Mateus. Precisamos dessa conscientização para diminuirmos essa violência no trânsito. Lembro, também, que teremos, no dia 25 de maio, próxima segunda-feira, uma audiência pública sobre o tabagismo. No dia 29 de maio, sexta-feira, haverá um mutirão na entrada do Shopping Vitória. Voltarei ainda a esta tribuna para falar mais sobre esse assunto. Muito obrigado. (Muito bem!) A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Concedo a palavra ao Senhor Deputado Freitas. O SR. FREITAS - (PSB - Sem revisão do orador) - Senhora Presidenta, estou orgulhoso de V. Ex.ª hoje e V. Ex.ª está sentindo uma alegria enorme só com a notícia de que será publicada outra instrução normativa e não se importará mais café. Parabéns pela luta. O Sr. Doutor Rafael Favatto - (PEN) Senhor Deputado Freitas, eu gostaria de fazer um aparte na fala de V. Ex.ª. O SR. FREITAS - (PSB) - Fique muito à vontade, Senhor Deputado Doutor Rafael Favatto, V. Ex.ª é gente do bem. O Sr. Doutor Rafael Favatto - (PEN) Obrigado, Senhor Deputado Freitas. V. Ex.ª também é do bem. Senhora Presidenta Janete de Sá, Senhores Deputados, eu gostaria de usar este aparte que o Senhor Deputado Freitas me concede, com muita honra, para homenagear a minha cidade de Vila Velha que completa quatrocentos e oitenta anos de história no Estado do Espírito Santo. Ao falarmos de Vila Velha, temos por obrigação lembrar um pouco de sua história. Em 1535, Vasco Fernandes Coutinho chega à Prainha para tomar posse da capitania hereditária que lhe foi 46 - Diário do Poder Legislativo designada. Assim, começa essa história de crescimento e desenvolvimento. Vila Velha foi sede do Estado até 1549, sendo a cidade mais antiga do Estado. Por isso, em meu primeiro mandato de deputado estadual, protocolei um projeto, que hoje tem a força de lei, designando Vila Velha como a capital histórica do Estado do Espírito Santo. Desde o meu primeiro mandato Vila Velha tem esse título de capital histórica do Estado do Espírito Santo. Suas várias construções, como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o Forte de São Francisco Xavier de Piratininga, o Farol de Santa Luzia e o Convento da Penha, sendo este último um dos principais pontos turísticos do Espírito Santo, construído entre os séculos XVI e XVII e tombado como patrimônio histórico e cultural, são as minhas testemunhas. Hoje, soma-se a esse patrimônio um grande porte industrial, e a cidade é o segundo maior centro comercial de nosso Estado. Os seus trinta e dois quilômetros de litoral são praticamente todos recortados por praias que constituem importantes ícones turísticos e paisagísticos, como as praias da Costa, de Itapoã e de Itaparica. Compartilho, com alegria, do mesmo sentimento que une a população canela-verde e do Estado na celebração dos quatrocentos e oitenta anos de nossa cidade. É um momento que reúne renovação de esperanças e disposição de luta para o enfrentamento dos desafios que a cidade está a exigir. A cidade tem na sua história um pouco da história de cada um dos mais de quatrocentos e setenta mil moradores que nela depositam seus sonhos diariamente. Mais do que poder representá-la nesta Casa de Leis, é ter a oportunidade de contribuir com o seu desenvolvimento por intermédio de ações parlamentares. Orgulha-me fazer parte desse sonho comum de construir uma cidade e fazer dela o melhor lugar do mundo para se morar, viver e construir nossas famílias. Em cada 23 de maio festejamos a cidade que estamos construindo todos os dias com nossos esforços e com a nossa luta pessoal. Hoje também é dia de reiterar o meu amor pela cidade, onde tenho raízes sustentadoras, que não me permitem esquecer os compromissos com o lugar que tanto amo, onde me disponibilizei para promover ações sociais para minimizar os problemas que vivenciamos, por exemplo, o difícil desafio, o difícil momento das fortes chuvas de 2013 e 2014. Mas também a alegria de ter trabalhado para aumentar os atendimentos aos cidadãos nos CRAs, Creas e no programa Bolsafamília do qual fui o secretário de assistência social. Minha história pessoal se mistura com a da cidade, cresci no bairro de Paul, educado em uma família cristã que me ensinou os valores humanitários necessários para que eu possa exercer a minha cidadania. Meu pai, faço uma deferência aqui, João Garcia, que foi farmacêutico, teve uma farmácia e era Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 conhecido como João da farmácia; e minha mãe Orany, professora de uma escola estadual, foi diretora da Escola Estadual Francisco Freitas Lima, no bairro Ilha das Flores. Durante minha formação educacional, sempre estive envolvido com questões sociais que me levaram a participar de campanhas de conscientização na comunidade escolar, no bairro e na igreja. Meu trabalho como médico me faz ficar perto da população e compartilhar das alegrias e das dores. Tenho a honra em dizer que realizei cerca de quinze mil partos. História como a de muitos canelasverdes. Nesses dias de festa, desejo a todos uma Vila Velha cada vez melhor. Que nossa cidade seja abençoada por Nossa Senhora da Penha e também que Ela abençoe toda a gente trabalhadora que luta todos os dias e que com suas ações melhoram nossa querida Vila Velha. Muito obrigado, bom-dia a todos. Obrigado, Senhor Deputado Freitas. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Agradeço ao Senhor Deputado Freitas e a todos os deputados a consideração. Afinal de contas, Vila Velha é o berço de nossa colonização. Por isso, concederemos mais um minuto para o Senhor Deputado Freitas proferir sua fala, tendo em vista que o Senhor Deputado Doutor Rafael Favatto, justamente fez a homenagem ao município de Vila Velha, em nome de todos desta Casa e a Assembleia Legislativa envia voto de congratulações ao prefeito Rodney Miranda e ao povo canela-verde, pelo aniversário da grandiosa cidade, onde também resido há seis anos. O SR. FREITAS - (PSB) - Muito obrigado, Senhora Presidenta Janete de Sá. Fico altamente contemplado, homenageando o Município de Vila Velha também pelos seus quatrocentos e oitenta anos na fala do meu amigo e Deputado Doutor Rafael Favatto, esse ilustre vila-velhense, canela-verde. Aliás, esta Casa está cheia de canelas-verdes: o Senhor Deputado Doutor Hércules, a Senhora Deputada Janete de Sá, o Senhor Deputado Euclério Sampaio, enfim, o município de Vila Velha não é só a cidade-mãe de todas no Estado do Espírito Santo, como aquela que coloca o maior número de deputados nesta Casa, ou seja, o Senhor Deputado Hudson Leal é médico, o Senhor Deputado Doutor Hércules é médico e o Senhor Deputado Doutor Rafael Favatto é médico. O Município de Vila Velha presenteia o Estado do Espírito Santo. Fico contemplado em ter cedido esse espaço do nosso tempo para que o Senhor Deputado Doutor Rafael Favatto fizesse essa brilhante homenagem à sua cidade. Parabéns, Senhor Deputado Doutor Rafael Favatto, tenho certeza que V. Ex.ª honra muito o município de Vila Velha e fico contemplado em contribuir. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Senhora Presidenta, só queremos anunciar que a comissão especial que foi instalada ontem é para fiscalizar o contrato da Eco101. O Senhor Deputado Erick Musso é o presidente; a Senhora Deputada Eliana Dadalto é a vice-presidenta; e o Senhor Deputado Freitas, que vos fala, é o relator. Vamos acompanhar de perto e fiscalizar a execução dessas obras. Só queremos que não se estabeleça somente um ônus muito grande para nós, Senhor Deputado Erick Musso, para os capixabas, mas que possa cumprir rigorosamente em dia o contrato que a Eco101 assinou e até agora não vimos um palmo de estrada duplicada neste Estado. Muito obrigado. (Muito bem!) A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Parabéns, Senhor Deputado Freitas, pela generosidade com o Município de Vila Velha. Concedo a palavra ao Senhor Deputado Sergio Majeski. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSDB - Sem revisão do orador) - Senhora Presidenta, Senhoras Deputadas, Senhores Deputados, funcionários da Casa e aqueles que nos assistem através da TV Ales, informamos a todos - agora as imagens da TV Ales estão também indo para outros municípios, além da Grande Vitória, - que hoje, às 18h, realizaremos, através da Comissão de Ciência e Tecnologia, uma audiência pública em Cachoeiro de Itapemirim, na Câmara dos Vereadores. Estão todos convidados. E, amanhã, no Município de Alegre, às 18h, também na Câmara dos Vereadores. Parabenizo e reforço as palavras do Senhor Deputado Freitas, quando se refere aos pedágios da Eco101. No trecho que atravessa o Espírito Santo, a BR 101 tem sete praças de pedágios, e até agora nenhuma obra foi vista ao longo desse trecho. Esta semana, sem cerimônia nenhuma, a Eco 101 aumentou o valor dos pedágios que variou, de acordo com a praça, de dez a vinte por cento, aproximadamente. Então essa comissão instalada será muito útil mesmo para verificar que tipo de contrato foi feito, ainda que se diga que o contrato feito assim permite que as empresas precisem primeiro se capitalizar para depois prestar o serviço à sociedade. Fico imaginando que se assim fosse para o cidadão comum, seria muito fácil investir em qualquer coisa. Imagino se for montar um restaurante, que é um serviço à comunidade, à sociedade. É um tipo de serviço. Não tenho dinheiro para montar o restaurante, então primeiro cobrarei dos meus futuros clientes e daqui a dois ou três anos entrego a comida. Seria mais ou menos isso o que acontece com esse tipo de concessão. O José Simão, da Folha de São Paulo, tem razão quando escreve em sua coluna que o Brasil é o país da piada pronta porque isso é ridículo. Além disso, como já disse o Senhor Diário do Poder Legislativo - 47 Deputado Enivaldo dos Anjos, que tem falado sobre isso muitas vezes, não se presta conta e quando essas empresas muitas vezes realizam obras, fazem com dinheiro do BNDES a juros subsidiados pelo Estado. Ou seja, estamos pagando para passar em uma rodovia que já pagamos e estamos pagando antecipadamente por uma pseudomelhoria, que Deus sabe quando ocorrerá. O Sr. Freitas - (PSB) - Senhor Deputado Sergio Majeski, acrescento que essa é uma tritributação porque a tributação que pagamos para construir estradas e conservá-las se chama IPVA. Depois vem a Cide, que incidiu sobre a gasolina. Hoje abastecemos e pagamos a bitributação, que é a Cide na gasolina. E tem o pedágio, que é a tritributação. Só no Brasil existe isso. Se o Governo quisesse nos conceder os créditos, seria muito simples. Passamos na praça do pedágio, recebemos o tíquete e poderíamos apresentá-lo como crédito em nosso IPVA. E poderíamos ter o valor pago de volta. Mas não é isso que o Governo quer. O Governo só quer nos taxar. O SR. SERGIO MAJESKI - (PSDB) Exatamente. Muito obrigado, Senhor Deputado Freitas. Muito bem lembrado. Aproveitando o gancho, falarei sobre os parquímetros em Vitória. Por experiência própria, muitas dessas máquinas não funcionam. Hoje pela manhã o jornal Bom Dia ES, na TV Gazeta, mostrou que só ontem, na Praia do Canto, e o Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos tem muita razão quando tantas vezes fala sobre a máfia dos guinchos, a matéria mostrava que só em uma rua da Praia do Canto, em cerca de vinte minutos, seis carros foram guinchados. E a maioria tinha relação com os parquímetros. Parece que ali há toda uma coisa combinada. O parquímetro não funciona; aí tudo bem. Você será multado, paga na multa cem vezes o que pagaria por estar estacionado no local. Não obstante é chamado imediatamente um guincho que levará seu carro e você pagará uma fortuna para retirá-lo do depósito. Nem sei que nome se dá a uma coisa dessas, porque isso não é mais cumprir a lei ou cumprir a lei ao rigor. Isso é uma desfaçatez com o contribuinte. Quer dizer, você estaciona sem pagar o valor do estacionamento e se você é multado, já está sendo penalizado com o pagamento cem vezes acima do que seria. Quer dizer, a Prefeitura já ganharia pelo fato de que seria muito bom se você não pagasse, porque ganharia cem ou duzentas vezes por meio da multa, por você não tê-la pago. Mas não obstante, parece que já existe um conluio com os guinchos, e que se dane o contribuinte que paga impostos caríssimos. (Muito bem!) A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Concedo a palavra ao Senhor Deputado 48 - Diário do Poder Legislativo Marcelo Santos. O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB Sem revisão do orador) - Senhora Presidenta, Senhoras Deputadas e Senhores Deputados, quero mostrar mais uma vez, e não poderia ser diferente, um episódio da série Cariacica: prometeu, mas não cumpriu! Aliás, Senhoras e Senhores Deputados, poderíamos fazer um filme de longa metragem sobre o município de Cariacica, porque muitas, muitas e quase todas as histórias são promessas não cumpridas. Faço questão de não vir a esta tribuna não apenas falar; faço questão de trazer o que a imprensa do nosso Estado tem divulgado a partir da reclamação dos populares. Vamos assistir ao vídeo. (Pausa) (É exibido o vídeo) O SR. MARCELO SANTOS - (PMDB) Senhoras e Senhores, teria a maior satisfação de dizer aqui o seguinte: que é uma obra complexa, que de fato precisa ser feito um projeto decente, mas o grande problema é que a obra foi prometida. As pessoas reuniram naquela região e ouviram, da boca do prefeito, de que aquela região seria iniciada e concluída e que não teriam ali uma criação tão linda de ratos. A criação que a prefeitura ceva naquela região de Porto Novo são os ratos, que estão contaminado aquela criancinha, que humildemente esteve ali com a perna toda mordida de mosquito, por conta de uma promessa feita à região e não cumprida. Gostaria muito de fazer uma promessa, de divulgar uma promessa apresentada pelo município, que pudesse ser cumprida. E vou apresentar, Senhora Deputada Janete de Sá. Como a Geomanta, por exemplo, que está dando certo e por isso cumprimento o prefeito. Na chuva agora ela funcionou. Não é nenhuma Brastemp, mas está funcionando. Vou filmar e passar o filme neste Plenário. A Geomanta está dando certo, foi um negócio legal. Agora, não posso admitir que a maioria das promessas, senão quase todas, feitas para uma população carente, para uma criancinha daquela, que acreditou. Um cidadão falou comigo na região que o prefeito brincou com o sonho das pessoas, que acreditaram que isso um dia se tornaria realidade, mas não cumpriu. Infelizmente, o prefeito de Cariacica mais uma vez não cumpriu. (Muito bem!) A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Concedo a palavra ao Senhor Deputado Gilsinho Lopes. O SR. GILSINHO LOPES - (PR - Sem revisão do orador) - Senhora Presidenta, Senhoras Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Deputadas e Senhores Deputados, bom-dia. Primeiramente peço a V. Ex.ª a inclusão do meu nome, pelo Partido da República, na Comissão dos 11,98%. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Defiro. Continua com a palavra o Senhor Deputado Gilsinho Lopes. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Senhoras Deputadas e Senhores Deputados, ontem, a Comissão de Segurança, junto com o Senhor Deputado Almir Vieira, esteve na Secretaria de Justiça para conversar com o secretário. Pudemos obter as melhores informações do sistema prisional do país. Hoje, os dezessete mil e oitocentos presos do nosso sistema prisional estão devidamente cadastrados, com o índice de fuga mais baixo do Brasil. E agora, com o advento da audiência de custódia, possibilitará, Senhora Deputada Janete de Sá, a saída de quase mil detentos que estão nos presídios porque não têm advogados, porque não têm condições e porque os crimes praticados não têm nenhuma ofensa à integridade das pessoas, crimes que condenam - quando condenam - a uma pena de quatro anos, em regime aberto. No regime aberto, então, na audiência de custódia, a doutora Gisele, juíza responsável, avaliará e com certeza muitos presos autuados - e que às vezes nem têm referência quando estão na fase policial - serão contemplados. Na oportunidade, eu e o Senhor Deputado Almir Vieira cobramos do Secretário de Justiça uma posição sobre o quadro de reserva do concurso de 2012. E tivemos uma informação importante para a categoria. Já foram nomeados cento e vinte e sete e ainda este mês o Governo, nomeará os cento e nove restantes do quadro de duzentos e cinquenta. Mas ainda existem mais duzentos e cinquenta para serem nomeados. Os contratos de designação temporária encerram no mês de setembro. Encerrando, haverá defasagem de pessoal e possibilitará ao Governo nomear os duzentos e cinquenta, acabando de vez com essa questão do concurso de 2012, que foi uma polêmica e gerou discussão via judicial. O Estado, pelo momento que o país atravessa e pela situação da economia, está em dificuldade financeira para questão de custeio. Mas com a saída desses profissionais em designação temporária, que estão no último ano de contrato, possibilitará que isso ocorra. Existe um problema, que foi aventado pelo Senhor Deputado Almir Vieira, de que os servidores que realizarão o concurso precisam que ter uma bolsa - porque recebe cinquenta por cento de uma bolsa - e mais o cronograma, que são os valores para os professores que administrarão as aulas práticas e teóricas deles. O Senhor Deputado Almir Vieira solicitou Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 um cronograma e pedimos ao secretário de Justiça que nos encaminhasse esse cronograma para entregarmos à senadora Rose de Freitas. S. Ex.ª disse que consegue a verba para o treinamento e capacitação desses servidores. Isso facilitará ao Governo do Estado, sem ônus, e facilitará a recomposição dos quadros. Até o ano que vem, de acordo com sistema da audiência de custódia e da questão das tornozeleiras, reduziremos o número de presos no sistema prisional, pois existem muitas pessoas no sistema que já deveriam ter progredido de regime e não progrediram em virtude da morosidade da justiça. Concedo um aparte ao Senhor Deputado Almir Vieira. O Sr. Almir Vieira - (PRP) - Fiquei bastante surpreso e abismado, Senhor Deputado Gilsinho Lopes, com o custo que cada preso gera para o estado, uma média de três mil e quinhentos a quatro mil reais. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - V. Ex.ª fez questão de dirimir todas as dúvidas que tinha, o secretário foi extremamente solícito e saímos de lá com uma excelente impressão dos trabalhos que estão sendo executados pela secretaria de Justiça. (Muito bem!) A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Concedo a palavra ao Senhor Deputado Edson Magalhães. O SR. EDSON MAGALHÃES - (DEM Sem revisão do orador) - Senhora Presidenta, Senhores Deputados e Senhoras Deputadas, público que nos assiste das galerias, capixabas que nos assistem através TV Ales, gostaria de desejar um bom dia ao povo de Guarapari que assiste a esta sessão por meio da TV Guarapari. Meu bom dia a todos os guaraparienses e a todo o povo do sul do Estado do Espírito Santo, assim como ao povo do norte do Estado, que tem as sessões transmitidas através de suas tevês locais. Senhora Presidenta, gostaria de me somar aos demais deputados - o que fiz na Comissão de Finanças - com relação aos 11.98%. Quero dizer que a Comissão de Finanças esteve na Procuradoria Geral do Estado, onde fomos muito bem recebidos pelo procurador-geral, doutor Rodrigo Rabello Vieira, pessoa de fino trato, que compreende as reivindicações dos servidores desta Casa, assim como do sindicato. Tenho certeza que em breve, José Maria Pimenta, equacionaremos e resolveremos esse problema dos 11.98% e que o mais rápido possível esse percentual entrará nos precatórios do Estado, assim resolvendo o problema de todos os servidores. Em rápidas palavras falarei de duas coisas: pedágio e rotativo em Guarapari. Recebo, todos os Diário do Poder Legislativo - 49 dias, inúmeros e-mails reclamando desse rotativo em Guarapari. O rotativo não foi discutido com a sociedade local. Saíram, simplesmente, demarcando, praticamente, parte do centro de Guarapari, inclusive incluindo o Parque da Areia Preta. Lugares onde não há motivo, eles colocaram o rotativo. A finalidade do rotativo, Senhor Deputado Almir Vieira, é atender locais em que há grande fluxo de veículos, como locais próximos a agências bancárias, comércio local. E isso não foi ocorreu. E soubemos que parte da Praia do Morro também foi demarcada para esse rotativo. Acabo de receber a informação de que a Justiça local está tomando as providências com relação a isso. O Senhor Deputado Sergio Majeski acabou de falar de parquímetro, um equipamento que pode produzir as melhores provas. E, lá em Guarapari, nem parquímetro existe, existe uma cartela para se cobrar dois reais de rotativo daqueles que, realmente, precisam ir ao comércio ou chegar à sua residência. Então, esse é o modelo de gestão que há em Guarapari, a falta de diálogo com a população. Estou na qualidade de Deputado nesta Casa para elogiar a Justiça de Guarapari. Estou ao lado da Justiça de Guarapari para que possamos acabar com essa pouca vergonha. O que soubemos na cidade é que há suspeita sobre o contrato com a empresa que está prestando o serviço. Isso é uma verdadeira vergonha, é lamentável. Queremos que haja rotativo sim, mas que seja debatido com a sociedade. Para concluir minha fala, volto a dizer da comissão especial que será presidida pelo Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos, para que possamos, realmente, estudar o pedágio de Vila Velha/Guarapari e vice-versa. Não estamos querendo acabar com o pedágio. Sabemos que os pedágios são necessários para a manutenção de vias, de rodovias, mas é preciso ter a consciência de que esse pedágio é uma vergonha. Quatorze reais e quarenta centavos para ir a Guarapari e voltar ou vir de Guarapari para Vila Velha e vice-versa, é uma vergonha. Então, queremos ver o contrato. Tenho certeza de que o Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos, com a experiência por ter passado pelo Tribunal de Contas e por esta Casa... Senhora Presidenta, queria conceder um aparte ao Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos, já que temos flexibilidade de horário. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Ele está inscrito, Senhor Deputado Edson Magalhães. O Sr. Enivaldo dos Anjos - (PSD) - Senhor Deputado, apenas para concordar com o discurso de V. Ex.ª, assinar embaixo, e dizer que esse contrato é tão draconiano que incluiu a Terceira Ponte para 50 - Diário do Poder Legislativo poder subsidiar a rodovia. Agora, o pedágio está caro aqui e está caro lá. E não justifica, porque o pedágio na Terceira Ponte é exatamente para poder manter e no preço do pedágio da Terceira Ponte já está incluída a estrada de Guarapari a Vila Velha. Realmente, precisamos apurar isso por meio desse contrato. O SR. EDSON MAGALHÃES - (DEM) Peço a benevolência de V. Ex.ª, Senhora Deputada Janete de Sá, que preside esta Casa, para que eu tenha trinta segundos para concluir meu raciocínio. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Concedido, Senhor Deputado. O SR. EDSON MAGALHÃES - (DEM) Essa questão do pedágio, quando falo que a coisa é séria, Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos, é porque temos a Rodovia do Sol por onde passam, praticamente, veículos leves. Não é uma BR. E pouco se dá manutenção em uma rodovia igual à Rodovia do Sol. Na ponte Rio-Niterói, um trecho de treze quilômetros e duzentos metros, o pedágio era cinco reais e vinte centavos. Com a nova concessão - que quem ganhou foi a Ecorodovias que, por sinal, também faz parte do pedágio aqui, administra o pedágio na BR 101 - passou para três reais e setenta centavos. Por quê? Temos que abaixar o pedágio. Muito obrigado pelo espaço concedido! (Muito bem!) O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD) Senhora Presidenta, pela ordem! Peço permissão a V. Ex.ª para, no Ato n.º 1020, da Mesa Diretora, indicar meu nome para a comissão especial; e também no Ato n.º 1022 fazer a indicação do meu nome, como autor. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Deferido. Concedo a palavra ao Senhor Deputado Padre Honório. O SR. PADRE HONÓRIO - (PT - Sem revisão do orador) - Senhora Presidenta, Senhoras Deputadas e Senhores Deputados, servidores desta Casa e aqueles que estão nos acompanhando pela TV ALES, estamos acompanhando esse esforço de muitos parlamentares, principalmente do Senhor Deputado Sergio Majeski, em relação à questão da educação. Mas tem um tema que tem nos preocupado muito e parece que esfriou um pouco, Senhor Deputado Guerino Zanon, que é a educação no campo. A educação no campo muitas vezes não é vista dentro da ótica da importância de preservar a identidade das crianças, dos adolescentes e dos jovens. A educação no campo não pensada para os Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 quilombolas, mas pensada junto aos quilombolas, com os quilombolas. A educação no campo pensada não como um presente aos indígenas, mas preservando a cultura, preservando os princípios, preservando os valores desse povo que já foi tão massacrado em nosso País. A educação no campo não pensada como um presente para os movimentos sociais, principalmente os que militam nos assentamentos, mas a educação no campo pensada a partir dos movimentos, dentro daquilo que pregam os movimentos. A educação no campo não pensada a partir do lucro ou da economia - fazendo o ajuntamento de escolas, não é nem de turmas, mas de escolas, dizendo que uma escola fica cara para o município; que uma escola com oito, com seis, com sete alunos não tem condição de funcionar - mas que respeite a criança, o jovem, o adolescente. Só assim teremos na fala do apoio à agricultura e aos agricultores, do apoio aos movimentos sociais e aos movimentos culturais... Quando realmente tomarmos a decisão de fazer uma educação no campo com qualidade, com responsabilidade e, acima de tudo, com sensibilidade, estaremos olhando para os agricultores com mais harmonia e com mais solidariedade. Não podemos olhar para o campo apenas como um espaço de produção: a produção do café, a produção da pimenta, a produção do leite, enfim. Temos que olhar para o campo como um espaço onde moram as pessoas. E que essas pessoas precisam ser respeitadas. Respeitar essas pessoas significa ouvilas, valorizar aquilo que elas têm de mais importante, o seu patrimônio mais rico: os seus filhos. E precisam ficar ali! Mas não porque têm que ficar ali! Muitas pessoas, às vezes, dizem que temos que fixar o homem no campo. A gente fixa é quadro, poste. O homem e a mulher, os trabalhadores e trabalhadoras rurais precisam encontrar uma maneira de ter alegria e satisfação de trabalhar e morar no campo, ter qualidade de vida e vida de qualidade. Por isso, mais uma vez, queremos colocar a nossa caminhada como um gesto de solidariedade ao Estado do Espírito Santo e à Secretaria de Educação, para que todos olhem a educação no campo com muita sensibilidade, para que os nossos irmãos que lá residem possam ter mais oportunidade. Obrigado. (Muito bem!) A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Concedo a palavra ao Senhor Deputado Gildevan Fernandes. O SR. GILDEVAN FERNANDES - (PV Sem revisão do orador) - Senhora Presidenta, Senhoras Deputadas e Senhores Deputados, cumprimento o povo capixaba que nos assiste pela TV Ales; os presentes em plenário; o povo capixaba que nos acompanha, agora, também no interior do Espírito Santo. Os nossos cumprimentos, especialmente ao povo de São Mateus. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Ao falar de São Mateus, me recordo da nossa luta, do nosso apoio, das nossas ações, da nossa contribuição. Digo contribuição, de certa forma, até pequena, porque a contribuição mais expressiva é da sociedade mateense, das entidades organizadas em apoio ao Hospital Maternidade de São Mateus. É muito importante a manutenção do funcionamento dessa conceituada instituição, uma instituição amada pela população. Milhares de mateenses nasceram no Hospital Maternidade de São Mateus, que é importante para toda a região. Então, com alegria participei do movimento de apoio e meu apoio a esse hospital se dará e está se dando em todos os dias do meu mandato. Podem continuar contando com minha contribuição. Agradeço o apoio de todos os deputados estaduais que mais uma vez manifestaram seus votos em apoio aos projetos do Governo do Estado nesta Casa. Como líder do Governo Paulo Hartung e em nome do governador, transmito os agradecimentos a esta Casa que tem sido parceira. As mudanças ocorridas no Estado, as atitudes de ajuste que o Governo tem tomado, têm tido o apoio desta Casa, que tem sido muito responsável. Uma responsabilidade que se multiplica a cada dia pela nossa consciência de que o Espírito Santo sofre as consequências da economia brasileira que infelizmente está dando sinais de crise, com risco de crise acentuada no segundo semestre. Isso enseja, exige de todos nós maior responsabilidade, maior contribuição para os ajustes necessários no Estado do Espírito Santo. O interessante, em que pese aos saudosistas do poder a todo instante tentar desacreditar aquilo que é real, os números trazidos e que o Governo e todos gostaríamos que não fossem reais, teríamos um cenário melhor, mas, infelizmente, a realidade das finanças do Estado do Espírito Santo é triste. Os dados são muitas vezes questionados de forma apaixonada, tentando desqualificar o trabalho da Secretaria da Fazenda, sob o comando de Ana Paula Vescovi. Mas, o interessante é que a população capixaba está compreendendo. A população capixaba que reconduziu o Governador Paulo Hartung para seu terceiro mandato compreende, acredita e dá credibilidade a todos os ajustes, aos dados trazidos, aos ajustes necessários para um Espírito Santo melhor. A prova disso foi publicada hoje, no jornal A Tribuna. Peço até um destaque: Hartung aprovado por 49,1% da população capixaba. É o povo capixaba manifestando sua confiança no governante, dizendo sim, nós compreendemos que os ajustes que estão sendo tomados são necessários, são imprescindíveis para a mudança que o Espírito Santo precisa. São imprescindíveis para que o Espírito Santo retome o seu rito normal de desenvolvimento e gestão pública. O Governo, sendo aprovado por quarenta e três por cento da população, é um dado significativo. A aprovação do governador é superior à Diário do Poder Legislativo - 51 aprovação do seu Governo. Isso é importante, é a convicção de que o Estado do Espírito Santo está em boas mãos. Então, nossos agradecimentos à sociedade capixaba por essa compreensão; nossos agradecimentos ao Governador Paulo Hartung pelas ações desenvolvidas e o nosso agradecimento a todos os Senhores Deputados que compõem o Poder Legislativo do Estado do Espírito Santo, que têm caminhado de mãos dadas com o Governo, preservando a sua independência, mas com harmonia, contribuindo para o desenvolvimento cada dia maior do nosso estado. Obrigado a todos e a todas. (Muito bem!) A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Parabéns, Senhor Deputado Gildevan Fernandes. Procederei à leitura do Ato 1021/2015: ATO N.º 1021/2015 A MESA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando de suas atribuições regimentais, resolve constituir a Comissão Especial, criada pela Resolução n.º 3.990, de 19 de maio de 2015, para, no prazo de 90 (noventa) dias, apurar os motivos relacionados ao não recebimento dos 11,98%, por parte dos servidores deste Poder Legislativo, da seguinte forma: MEMBROS EFETIVOS SUPLENTES ENIVALDO DOS ANJOS-PSD-(autor) SERGIO MAJESKI-PSDB PR. MARCOS MANSUR GILSINHO LOPES-PR Palácio Domingos Martins, em 20 de maio de 2015. Passo a presidência dos trabalhos ao Senhor Deputado Padre Honório, para que eu possa fazer uso da palavra. (Pausa) O SR. PRESIDENTE - (PADRE HONÓRIO - PT) - Assumo a presidência dos trabalhos neste momento e concedo a palavra à Senhora Deputada Janete de Sá. A SR.ª JANETE DE SÁ - (PMN - Sem revisão da oradora) - Senhor Presidente e Senhores Deputados Bruno Lamas, Doutor Rafael Favatto, Guerino Zanon, Doutor Hércules, é com muita alegria que noticiamos, nesta Casa de Leis, a suspensão da importação do café arábica verde, que viria do Peru e poderia trazer danos irreparáveis às 52 - Diário do Poder Legislativo nossas lavouras e, ainda por cima, muito prejuízo para nossos produtores de café, nossos pequenos produtores, produtores da agricultura familiar, uma vez que é um dos principais produtos responsáveis pelo nosso PIB. O café tem uma participação significativa na agricultura e na formação do PIB do nosso estado. Quero, mais uma vez, congratular-me, Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos, com esta Casa pela demonstração rápida que deu de bravura, fazendo documento, fazendo gestões junto ao Senador Ricardo Ferraço, um parceiro da agricultura do nosso estado, que em Brasília está lutando também junto à Ministra Kátia Abreu para derrubar essa instrução, que visava permitir que o café arábica verde do Peru entrasse em solo brasileiro, o que não acontecerá mais. Aproveito para agradecer ao Deputado Federal Evair de Melo, que também contribuiu bastante com essa atitude, mas principalmente, à Comissão de Agricultura desta Casa, que em nenhum momento titubeou, por meio do engenheiro agrônomo, assessor da comissão, profissional desta Casa, o servidor José Roberto, que fez um documento a pedido de nossa comissão, muito bem instruído, muito bem elaborado no qual colocamos os problemas que essa importação traria para a cafeicultura capixaba e os prejuízos, principalmente neste momento de colheita do café. Meus agradecimentos também ao Senhor Deputado Padre Honório, que preside a sessão; à Senhora Deputada Raquel Lessa, de São Gabriel da Palha; à Senhora Deputada Eliana Dadalto, de Linhares; ao Senhor Deputado Freitas, de São Mateus, que junto comigo fizemos esse documento, juntamente com o Senhor José Roberto, que foi muito bem instruído, mostrou essa problemática e contribuiu para que tivéssemos, na tarde de ontem, a notícia dada pelo Senador Ricardo Ferraço, de que a Ministra Kátia Abreu revogará a instrução normativa feita pelo Governo Federal. Certamente a ministra convenceu a presidenta para que essa instrução seja revogada o mais rápido possível, fazendo-se outra instrução. Protegemos assim as nossas lavouras, os nossos produtores rurais, tendo em vista os grandes problemas pelos quais passa a nossa agricultura e pecuária por conta de uma estiagem longa, jamais vista no Estado do Espírito Santo. Em 2013, tivemos outro problema climático, que foi um período de grandes chuvas, que também trouxe graves problemas para a nossa agricultura e a nossa pecuária, trazendo prejuízos significativos para o nosso estado. Essa notícia é uma grande vitória desta Casa Legislativa, de seus deputados, que acompanharam essa luta, que assinaram o documento juntos, que fizeram gestão. Agradeço a todos, Senhor Deputado Bruno Lamas, inclusive a V. Ex.ª, que também assinou o documento, assim como os Senhores Deputados Enivaldo dos Anjos, Doutor Hércules, Guerino Zanon, Gilsinho Lopes, Almir Vieira, assim Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 como todos os outros que não terei como citar neste momento. Os Senhores Deputados assinaram o documento, fizeram gestão, passaram e-mails para o Ministério da Agricultura, para que hoje o povo capixaba, a nossa agricultura, a nossa cafeicultura, seja contemplado com esta vitória, que é a não permissão de entrada de café peruano no Brasil. É um café produzido em condições inadequadas, que pode trazer pragas para o nosso estado, que não existem mais em nossas lavouras devido a um rigor muito grande na produção brasileira de café, tendo em vista que é um produto que é a cara do Brasil, um produto muito importante para o nosso país, principalmente para o Espírito Santo, que é o segundo produtor de café do nosso País. Fica este agradecimento a toda a Casa. Anunciamos ao povo capixaba esta grande vitória da agricultura e da cafeicultura capixaba. (Muito bem!) (Comparece a Senhora Deputada Luzia Toledo e retiram-se momentaneamente os Senhores Deputados Da Vitória, Doutor Rafael Favatto, Marcos Bruno e Sandro Locutor) O SR. PRESIDENTE - (PADRE HONÓRIO - PT) - Parabéns, Senhora Deputada Janete de Sá. Concedo a palavra ao Senhor Deputado Da Vitória. (Pausa) Ausente, concedo-a ao Senhor Deputado Marcos Bruno. (Pausa) Ausente, concedo-a ao Senhor Deputado Doutor Rafael Favatto. (Pausa) Ausente, concedo-a ao Senhor Deputado Sandro Locutor. (Pausa) Ausente, concedo-a ao Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos e passo a presidência dos trabalhos à Senhora Deputada Janete de Sá. A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Assumo a presidência dos trabalhos neste momento. O SR. ENIVALDO DOS ANJOS - (PSD Sem revisão do orador) - Senhora Presidenta Janete de Sá, Senhores Deputados e Senhoras Deputadas, ouvindo atentamente o discurso da combativa deputada Janete de Sá, percebo que a luta em que S. Ex.ª está se empenhando é meritória. Preocupa ao Espírito Santo essa questão do café peruano. Eu acho graça, café peruano! Se ainda fosse café americano, ou café europeu, ainda se podia confiar. Mas como confiar em um país como o Peru para importarmos café? Qual é a certeza que o Espírito Santo tem de que isso não estar contaminado? De que não é fonte de trabalho escravo? A origem desse café não tem a menor credibilidade no país. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Isso nos faz acreditar que o Brasil abre fronteiras para países que não têm a menor estrutura para resolverem os seus problemas internos e estão transferindo para o país produtos sem a menor vigilância sanitária, sem a menor orientação, até porque o Peru não tem estrutura na produção para ter qualidade definida pelas organizações de fiscalização. Acho que a Senhora Deputada Janete de Sá está completamente certa. Temos que bater nisso com força e denunciar, porque por trás disso, com certeza, tem algum exportador, até brasileiro, para que abaixe o preço do café no Brasil e prejudicar o produtor. Isso é composto de ideias com o Ministério da Agricultura, para inserir esse produto no Brasil para desvalorizar a produção na época da safra. Isso não é uma ação só de governo, é uma ação do poder dominante dos exportadores do café do Brasil, que estão querendo comprar o café do produtor a preço de banana, com a inclusão desse café mafioso e completamente contaminado como é o café do Peru. V. Ex.ª está de parabéns. É uma luta difícil, é mais ou menos como a luta do guincho, é combater gente graúda, é combater gente perigosa e temos que ter a disposição de enfrentar isso, em nome da população. Hoje se discute com mais veemência sobre a máfia dos guinchos. E o programa, Senhor Deputado Doutor Hércules, Senhor Deputado Bruno Lamas e Senhor Deputado Padre Honório, deputados presentes nesta sessão, é que hoje no programa Bom Dia Espírito Santo, foi mostrado, quase no programa inteiro, a apreensão de veículos no Município de Vitória. A questão da máfia do guincho no Município de Vitória que é municipalizado, e é bancado pela prefeitura, devia merecer do prefeito Luciano Rezende uma atenção. Como é que o prefeito que administra uma cidade, que quer ser candidato à reeleição, permite um absurdo desse na cidade? Até porque, essa máfia, em um lugar age de um jeito e em outro lugar age de outro. No Município de Vila Velha, a máfia do guincho, porque o prefeito é delegado da Polícia Federal, não guincha o carro por ter estacionado sem a comprovação do pedágio. Lá eles apenas deixam um aviso no para-brisa e estabelece apenas a multa sem o guincho do carro. Já no Município de Vitória, o prefeito Luciano Rezende está permitindo isso. É preciso que S. Ex.ª tome uma providência urgente, porque se não o nome dele vai ser arrastado junto com essa máfia. Eleitoralmente vai se dar mal com isso se não tomar providência. Eles não querem saber nem se o carro está estacionado direito, nem se não têm placa, eles estão saindo às ruas para levantar carro. Isso foi pronunciado pela guarda municipal. Quem é que não lembra que nesta semana ainda saiu uma matéria no jornal A Tribuna, quando os guardas municipais falaram que se não aumentarem os salários, que iriam fazer isso que estão fazendo: sair guinchando todo mundo. Diário do Poder Legislativo - 53 Então, o estado está entregue aos bandidos. O Estado do Espírito Santo está entregue à quadrilha de pessoas que querem se beneficiar financeiramente e desmoralizando as autoridades. Se eu fosse prefeito do Município de Vitória, duvido que acontecesse isso! Eu parava esses caras, até no tapa, mas não fariam o que estão fazendo dentro de Vitória. Isso é uma desmoralização para a capital do Espírito Santo onde pessoas não podem parar o carro nem em fila dupla dois segundos, que é apreendido. São profissionais liberais e até o diretor do Detran, que é delegado de Polícia, também entrou nesse processo como se um delegado tivesse que parar em sinal, obedecer o sinal mesmo estando em diligência; como se não pudesse usar o telefone celular exatamente até para poder comunicar o ocorrido. Então, estamos em um estado onde está se permitindo o abuso de poder dessas empresas que por meio de concessão - nem é licitação, passam a ter o poder de fiscalização, e o poder de dominar a população de uma maneira como temos visto. Acho que a população do Município de Vitória, que é uma população que tem um nível intelectual elevado em sua capital, não devia aceitar isso. Devia fazer uma manifestação no sentido de fazer com que essas coisas passem a ser pauta obrigatória de solução. Ninguém pode assistir a isso impassível. Ninguém pode conformar com esse abuso de autoridade. Ainda como se fosse uma terra sem lei, os próprios guardas vão à imprensa dizer, que se não aumentar o salário deles, prenderão todos os carros no Município de Vitória. E fizeram isso! Hoje, o Bom Dia Espírito Santo mostrou isso claramente, e o Senhor Deputado Sergio Majeski disse isso nesta Casa, mais de seis carros. Então, quem é que está com medo? Quem tem medo dessa quadrilha? Quem tem medo desse guincho? Por que as autoridades não tomam providência? Alguma coisa está por trás. É como a importação do café peruano, que não é por inocência isso. Isso tem é a finalidade de abaixar o preço da produção do café brasileiro, na hora da produção, quando todo mundo está comemorando uma safra boa, entra o interesse financeiro para forçar uma portaria para importação do café com o único objetivo de jogar o preço do café brasileiro no chão. Este país precisa ter autonomia, precisa ter dignidade, precisa se fazer respeitar. O país não pode permitir isso. Aqui vai uma crítica diretamente ao Ministério da Agricultura que comete esse tipo de concessão. Isso está sendo feito a serviço do capital brasileiro para desqualificar o preço do produtor. (Muito bem!) A SR.ª PRESIDENTA - (JANETE DE SÁ PMN) - Obrigada, Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos. Findo o tempo destinado a presente sessão, vou encerrá-la. Antes, porém, convoco os Senhores Deputados para a próxima, ordinária, dia 25 de maio 54 - Diário do Poder Legislativo de 2015, à hora regimental e para a qual designo. EXPEDIENTE: O que ocorrer. ORDEM DO DIA: discussão única, em regime de urgência, dos Projetos de Resolução n.os 12/2014 e 22/2015; discussão única do Projeto de Lei n.º 266/2013; discussão prévia dos Projetos de Lei n.os 11/2015, 27/2015, 30/2015, 31/2015 e 55/2015; discussão especial, em 1.ª sessão, dos Projetos de Lei n.os 29/2015, 167/2015 e 184/2015. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Passo a presidência dos trabalhos ao nosso digníssimo Presidente, Senhor Deputado Doutor Rafael Favatto. (Pausa) O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Assumo a presidência neste momento e solicito à Senhora Secretária que proceda à leitura do Expediente. A SR.ª SECRETÁRIA lê: EXPEDIENTE: Está encerrada a sessão. CORRESPONDÊNCIAS RECEBIDAS: Encerra-se a sessão às doze horas. Ofício da empresa Samarco, encaminhando relatório técnico do funcionamento dos filtros de manga. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DO PÓ PRETO. DÉCIMA SEGUNDA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA OITAVA LEGISLATURA, REALIZADA EM 11 DE MAIO DE 2015. O SR. PRESIDENTE - (GILSINHO LOPES - PR) - Havendo número legal, invocando a proteção de Deus declaro abertos os trabalhos desta Comissão. Ainda não temos quorum para deliberações, mas o Deputado Presidente desta comissão já está a caminho. Convido a Senhora Secretária a proceder à leitura da ata da décima primeira reunião ordinária, realizada em 06 de maio de 2015. (Pausa) (A Senhora Secretária procede à leitura da ata) O SR. PRESIDENTE - (GILSINHO LOPES - PR) - Em discussão a ata. (Pausa) Não havendo quem queira discuti-la, declaro encerrada a discussão. Em votação. Com votam os Senhores Deputados? O SR. DOUTOR RAFAEL FAVATTO (PEN) - Pela aprovação. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Pela aprovação. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Pela aprovação. O SR. PRESIDENTE - (GILSINHO LOPES - PR) - Acompanho. Ata aprovada à unanimidade. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Ciente. Junte-se aos autos. Continua a leitura do Expediente. A SR.ª SECRETÁRIA lê: Ofício do procurador-geral de Justiça, Doutor Éder Pontes, encaminhando cópia da decisão proferida nos autos dos procedimentos sobre manifestações promovidas pelo movimento Juntos SOS Ambiental - Espírito Santo. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Ciente. Junte-se aos autos. Hoje estamos com o Luiz Cláudio Donadello Santolim, proprietário da EcoSoft Soluções Ambientais. Vou passar-lhe o microfone, para que ele faça um breve relato do seu currículo. Não é, ainda, a apresentação da empresa, somente a sua apresentação pessoal e dos seus convidados da empresa. O SR. LUIZ CLÁDIO DONADELLO SANTOLIM - Bom-dia excelências. Meu nome é Luiz Cláudio Santolim e eu sou engenheiro mecânico, mestrado em engenharia ambiental. Iniciei minha carreira profissional após a formação na Ufes, trabalhando na Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Fiz parte da primeira equipe técnica que começou a lidar com assuntos relacionados à poluição atmosférica aqui no estado do Espírito Santo. Fui o primeiro mestre em engenharia ambiental formado no Brasil, em 1991, e trabalhei cinco anos na Secretaria de Meio Ambiente do Estado. Ajudei, naquela época, a começar a fazer um monitoramento da qualidade do ar, a implantar as primeiras redes de monitoramento, ainda manuais, naquela época, formada com equipamentos manuais. Depois disso, depois de cinco anos lá, fui para a iniciativa privada. Montei uma empresa de Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 55 consultoria, que se chama EcoSoft, que estou representando aqui hoje - sou um dos sócios, são cinco sócios lá -, desde 1995. Então, a empresa agora está completando vinte anos. De lá para cá venho trabalhando na EcoSoft e prestando serviço, que vamos poder detalhar melhor daqui a pouquinho. Ao meu lado, o engenheiro Flávio Curbani. Deputado Gilsinho Lopes. Enquanto eles vão providenciando, o Deputado Gilsinho Lopes já vai fazendo os requerimentos, não é Deputado? O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Concedo a palavra ao Senhor Flávio Curbani. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Estou recebendo aqui o auxílio do Miguel, e ele pediu para colocar em deliberação o convite dos três. Em discussão. (Pausa) Não havendo quem queira discutir, como votam os Senhores Deputados? O SR. FLÁVIO CURBANI - Bom-dia. Sou Flávio Curbani, sou engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal do Espírito Santo. Também fiz o mestrado em engenharia ambiental pela Ufes no ano de 2004. Sou engenheiro de segurança do trabalho. Atualmente desenvolvo minha atividade profissional na EcoSoft como coordenador de estudos e projetos e também sou professor da universidade com dedicação parcial - Universidade Federal do Espírito Santo, dedicação parcial de vinte horas. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Concedo a palavra ao Senhor Zoroastro Santolim Pimenta. O SR. ZOROASTRO SANTOLIM PIMENTA - Bom-dia. Meu nome é Zoroastro, eu sou um dos sócios da empresa EcoSoft. Comecei minha carreira, depois de me formar pela Ufes em engenharia da computação, trabalhando na EcoSoft. Recentemente completei também uma especialização em engenharia elétrica pelo Ifes. Já trabalho na EcoSoft há quase quatorze anos. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Concedo a palavra ao Senhor Honofre Junior Daleprani. O SR. HONOFRE JUNIOR DALEPRANI - Bom-dia. Sou Honofre Junior Daleprani, sou engenheiro mecânico formado pela Ufes. Trabalho na EcoSoft desde 2001. Atualmente sou responsável pelo serviço de operação de redes de monitoramento de qualidade do ar na empresa. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Estou solicitando, como foi o Senhor que convidou os outros representantes da empresa, para que todos assinem o termo, já que eles podem, porventura, responder a uma pergunta que o Senhor não saiba responder, e eles têm que estar lavrado aqui na CPI. Então, estamos convidando oficialmente os outros três a participarem da arguição. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Presidente, pela ordem! O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Pela ordem o O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Presidente, antes de entrar na apresentação, gostaria de fazer três requerimentos. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Pela aprovação. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Pela aprovação. O SR. ALMIR VIERIA - (PRP) - Pela aprovação. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Aprovado. Então, serão um convocado e três convidados hoje na CPI. Concedo a palavra ao Senhor Deputado Gilsinho Lopes. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Presidente, quero fazer três requerimentos. O primeiro, de convocações. Algumas já foram deliberadas, como o doutor Valderio Detoni, Carlos Alberto... Doutor José Carlos Perini, e Faradiba Sarkis, mas tem outras pessoas que não foram convocadas. Então gostaria de colocar como requerimento, para que V. Ex.ª possa deliberar junto aos pares. São importantes e de respostas que já foram faladas aqui na CPI e não foram encaminhados os documentos comprobatórios das falas da Presidente do Iema, Sueli Tonini. Então, queria colocar em deliberação este requerimento. O outro requerimento é de encaminhamento ao Consema, solicitando documentos com a degravação do áudio da décima quinta reunião extraordinária do Conselho Estadual de Meio Ambiente - Consema, que ocorreu em 13/12/2013. Já foi deliberado, mas estou requerendo oficialmente, só para a gente ter documentos. E tem aqui requerimento encaminhado para a Seama e Iema cobrando comprovação do atendimento, conforme determinado pelo Decreto n.º 3463-R, aprovado em 16/12/2013, dos seus art. 4.º e 9.º. E o terceiro requerimento que faço a V. Ex.ª é para que promova investigação com o objetivo de levantar se as recomendações contidas no relatório original da CPI do Pó Preto de 1993 foram ou não observadas pelos órgãos públicos, mitigando os 56 - Diário do Poder Legislativo efeitos da poluição na saúde e qualidade de vida do cidadão. Em caso negativo, aponte responsáveis pela omissão às recomendações legais de competência desta CPI. São esses três requerimentos que eu gostaria de colocar em deliberação. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - O primeiro, dos médicos, é convite, não é? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Convite. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Isso. Senhor Deputado Dary Pagung, V. Ex.ª possui algum requerimento? (Pausa) Em discussão. (Pausa) Não havendo quem queira discutir, como votam os Senhores Deputados? O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Pela aprovação. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Pela aprovação. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Acompanho. O requerimento do Senhor Deputado Gilsinho é aprovado à unanimidade. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Agradeço, Senhor Presidente. Estou pronto e apto para... O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Vamos passar para a apresentação das empresas. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - ... após a apresentação fazer as perguntas. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Prazo máximo de quarenta minutos. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Bom-dia mais uma vez. Vou tentar rapidamente apresentar o que é a Ecosoft. Vamos começar pelas definições gerais da empresa. Nossa empresa foi fundada em 1995, e nós somos uma empresa especialista em soluções ambientais. Mas o nosso foco, todo o nosso trabalho é direcionado para questões relacionadas a emissões de poluentes atmosféricos, a questões meteorológicas e a questão da qualidade do ar. Nós não trabalhamos com nenhuma outra temática relativa a meio ambiente. Nada de gestão de resíduos, nada de gestão Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 da parte hídrica. Todo o nosso foco, toda a nossa dedicação é sempre ligada à questão do recurso ar, da parte atmosférica. Então nós somos especialistas nisso. Nós temos um corpo técnico e administrativo composto de sessenta e oito funcionários diretos, que trabalham conosco. Os nossos valores, de forma resumida, são a ética, a qualidade e a excelência em tudo o que fazemos, a inovação, o respeito, o comprometimento, a valorização do ser humano e do meio ambiente. Isso nos move e nos orienta nessas premissa. A Ecosoft é uma empresa genuinamente capixaba, com atuação em todo o território brasileiro e também em países da América Latina, na Ásia e na África. Exportamos os nossos serviços, os nossos trabalhos com muito orgulho. Representamos no Brasil, os mais renomados fabricantes de equipamentos de monitoramento mundialmente disponíveis. São fabricantes americanos, europeus e japoneses. Esses equipamentos, inclusive alguns deles, são utilizados na rede de monitoramento da qualidade do ar em Vitória. São sempre equipamentos de monitoramento contínuo e automatizado da qualidade do ar ou da poluição emitida por chaminés ou mesmo de condições meteorológicas. Esses fabricantes são: a Horiba, que é uma empresa japonesa; a Met One, que é uma empresa americana, a MA, que é uma empresa alemã; a Environics, americana; e a Sintec, também alemã. A Ecosoft possui uma certificação de qualidade do sistema chamado SGQ TEC - Sistema de Gestão da Qualidade para Empresas de Tecnologia. E todos os processos que executamos lá dentro são certificados especificamente, processo por processo. Também estamos em processo de implantação de outra norma, de outra certificação, que é a ISO 17.025, que no Brasil a gente não tem notícia, não conhecemos outra empresa que tenha essa certificação para equipamentos de monitoramento contínuo da qualidade do ar e estamos em busca de ser a primeira dessa empresa capaz de ter essa certificação no Brasil. Nosso certificado está colocado ali. Se precisar de algum detalhe, porque não dá para enxergar direito todos os produtos e serviços que nós fazemos e que são certificados, temos uma cópia à disposição para apresentar. Esses são alguns tipos de equipamentos que nós fornecemos. A gente tem primeiramente alguns containers que são estações automáticas de monitoramento da qualidade do ar, no canto superior. Chegando um pouquinho para a direita, equipamentos de monitoramento portátil de partículas; sensores meteorológicos, tem uma ampla gama de sensores meteorológicos; os monitores de qualidade de ar, que são equipamentos totalmente automatizados, certificados em nível mundial. O de Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 cima, por favor, é um equipamento da Horiba, por exemplo, para medir óxido de nitrogênio. O de baixo é um equipamento para medir benzeno, tolueno, xileno, apenas como exemplo. Em baixo, à esquerda, nós temos Sodares Meteorológicos, equipamentos extremamente sofisticados capazes de ver perfil meteorológico de determinado ambiente e medir isso para gente; radares meteorológicos, instrumentos de longo alcance também para medir meteorologia; monitores de partículas, usados para medir a poeira em suspensão, em termos ambientais; e outros tipos de monitores de partículas portáteis, bastante utilizados também no mercado. Possuímos uma sede própria em Vitória. Levamos dez anos para construir essa sede, mas conseguimos. Essa sede tem dois mil, quatrocentos metros quadrados de área útil. Contamos com laboratório próprio especializado para dar manutenção e calibração em equipamentos de monitoramento desse tipo no Brasil. Somos o maior laboratório desse tipo no Brasil, de empresa privada. Prestamos assistência técnica em todos os tipos de equipamentos que fornecemos; damos manutenção no mercado. Fazemos a integração e fabricação de sistema de monitoramento ambiental, temos lá nossas áreas de escritório. Temos um supercomputador, também lá instalado, que é bastante complexo para ajudar a gente a fazer o que a gente chama de modelagens matemáticas de qualidade do ar e de meteorologia. Vou mostrar uns exemplos daqui a pouquinho. Aí a foto da nossa sede e algumas visões do nosso laboratório e da nossa área de escritórios. Ao logo de vinte anos de existência, a Ecosoft já realizou mais de dois mil e quinhentos trabalhos no Brasil e fora do Brasil, atuando com excelência e com larga experiência na área de recurso atmosférico, que é a qual temos o nosso foco. Temos o reconhecimento do mercado nessa nossa notória especialização e por isso já conseguimos atuar, inclusive, fora do Brasil. A empresa foi homenageada em 2008 pelo Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia pelo mérito técnico e científico e pelo espírito empreendedor e inovador da empresa aqui no estado. Com muito orgulho recebemos esse prêmio que foi uma menção totalmente espontânea. Não entramos e concorremos a de nada. Fomos procurados pela secretaria; foi feita uma pesquisa pela própria Secretaria de Ciência e Tecnologia; ela nos encontrou e nos agraciou com essa homenagem. Ficamos muito orgulhosos com isso. Somos uma empresa habilitada na prestação de serviços técnicos e especializados. Também somos uma empresa de importação e exportação, fabricação de equipamentos e sistemas, comercialização de produtos voltados à engenharia ambiental dos nossos representados fora do Brasil, como já citei. A nossa empresa totaliza mais de trinta CNAEs, que são os códigos nacionais de atividade econômica. Temos uma capacidade bem ampla de realização de diversos Diário do Poder Legislativo - 57 trabalhos dentro do nosso rol de produtos e serviços, nosso portfólio. Os nossos clientes são empresas públicas, empresas privadas, órgãos ambientais, Ministério Público, universidades, institutos de pesquisa, instituto de meteorologia no Brasil, e outras empresas de consultoria ambiental que utilizam nossos serviços quando precisam de um serviço especializado na área de qualidade do ar, onde a mão de obra no Brasil é bastante escassa e rara. Então, acabamos prestando serviço, inclusive, a concorrentes nossos em alguns momentos. Essa é a nossa placa recebida em 2008, homenagem recebida do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia. Agora vou falar um pouco sobre os tipos de trabalho que executamos na empresa. O primeiro deles seria estudos e projetos ambientais. Realizamos estudos prognósticos e diagnósticos de impactos na qualidade do ar. Conseguimos detectar a influência de uma empresa ou de uma fonte de poluição, ou de um conjunto de fontes de poluição na qualidade do ar, mesmo antes da empresa existir ou ela já existindo. Empresa, que quero dizer, citando, por exemplo, uma fonte de poluição ou um grupo de fonte de poluição, ou após ela existir. Conseguimos prever ou rever a situação da qualidade do ar e influência de determinada fonte de poluição numa determinada qualidade do ar de uma região. Fazemos modelagens matemáticas e dispersão de poluentes na atmosfera, que é um trabalho bastante complexo, é difícil de explicar em poucas palavras, mas vou mostrar um exemplo daqui a pouco, que acho que vai clarear para todos o que é isso. Fazemos avaliações de qualidade do ar. Temos estações de monitoramento de nossa propriedade, estações certificadas mundialmente, e levamos a alguns lugares onde é preciso verificar como está a qualidade do ar. Normalmente em locais que nunca foram monitorados ou que precisam de um monitoramento naquele momento, então, levamos nossas estações, deixamos lá medindo por um tempo, e fazemos, então, o diagnóstico da qualidade do ar desses locais. Também fazemos projetos de redes otimizadas de monitoramento da qualidade do ar em meteorologia. No Brasil, até onde temos conhecimento, somente a Ecosoft detém essa tecnologia, que foi, inclusive, modéstia à parte, produto da minha tese de mestrado, minha dissertação de mestrado que virou o nosso primeiro produto de mercado; que veio posteriormente a ser. Também fazemos avaliação de eficiência de sistema de controle da poluição atmosférica. Fazemos modelagens meteorológicas de mesoescala, também meio complexo para explicar, mas mostrarei algumas imagens depois que poderá clarear melhor. Fazemos projetos de sistemas de controle da poluição atmosférica. Ou seja, ajudamos empresas e fontes de poluição que queiram reduzir suas emissões 58 - Diário do Poder Legislativo a encontrar as melhores alternativas e os melhores caminhos, os mais eficazes, e, obviamente, os mais economicamente viáveis, para que possam dar solução a eventuais problemas de poluição que possam estar emitindo. Também elaboramos plano de ação e controle da poluição atmosférica e fazemos inventário de emissão de gases de efeito estufa. Esta imagem mostra o nosso cluster de computadores na Ecosoft. Fazemos modelagem matemática de alto desempenho. Esse é um exemplo de trabalho executado por nós, bastante polêmico. Temos visto em alguns jornais eletrônicos, alguns questionamentos sobre o nosso trabalho. Acredito que hoje possa surgir alguma coisa nesse sentido também. Essa imagem é uma tabela-resumo do inventário de fontes emissoras de poluentes atmosféricas que fizemos no ano de 2010, em parceria com o Iema, o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, no qual, nós, durante um ano e meio fizemos o levantamento das fontes de poluição da Grande Vitória. Foi o levantamento mais completo do Brasil até o momento. Obtivemos os números e algumas pessoas questionam algumas inclusões de determinados tipos de fonte. Depois acredito que se houver alguma polêmica podemos, com muito detalhe, clarear essa questão. Este slide mostra um exemplo que inventariamos, um conjunto de fonte muito grande, na Grande Vitória. Fizemos esse trabalho na Grande Belo Horizonte, no Grande Rio e várias outras grandes cidade do Brasil, ajudando essas cidades, esses órgãos ambientais, essas metrópoles fazerem seus respectivos controles da poluição e estabelecer o sistema de gestão. Este slide é um exemplo de visual do inventário da Grande Vitória. Vamos vendo todos aqueles pontinhos, aquelas linhas que vão surgindo é uma tradução gráfica de um inventário de emissões atmosféricas. Se dermos um zoom, rapidamente só para mostrar como isso é detalhado, naquela área grande que podemos ver primeiro, a gente vai enxergar um monte de fontes de poluição, todas catalogadas inventariadas que somam e totalizam aquela tabela que mostrei anteriormente. Agora, este slide mostra uma ideia de modelagem meteorológica. Esses são ventos ocorridos de hora em hora, durante cinco dias, que pegamos aleatoriamente só para dar exemplo a vocês de como o vento varia na Grande Vitória, em termo de intensidade e em termo de direção. O tamanho e a cor da setinta ali, indica a intensidade do vento, obviamente, a direção que a seta está apontando. Conseguimos modelar isso no computador até cinquenta anos para trás o que aconteceu, por exemplo, na Grande Vitória ou em qualquer lugar do mundo, e conseguimos também prever nos próximos cinco dias o que vai acontecer em relação à meteorologia em qualquer lugar de interesse. Essa é uma modelagem meteorológica. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Juntando a informação e um inventário de emissões feito, por exemplo, para a Grande Vitória, juntando uma modelagem de meteorologia, como mostrada aí, que não envolve só o vento, envolvem centenas de variáveis meteorológicas que não dá para mostrar aqui, não há tempo, mas é bastante complexo. Tudo isso feito no modelo computacional, bastante complexo e tridimensional. Conseguimos, então, saber de onde vem a poluição e para onde ela vai, através do que vou mostrar agora, uma modelagem de qualidade do ar. Neste exemplo de modelagem, também feita na atmosfera só cinco dias, de hora em hora, a cor mais avermelhada, marrom, mostra níveis de poluição mais elevado, que se chama de plumas de poluentes e como ela se espalha no ambiente. Este slide mostra, exatamente, a Grande Vitória. Pegamos cinco dias consecutivos de hora em hora. Esse é um vento bastante típico, situação bastante típica em Vitória, que mostra a dispersão dos poluentes feita com inventário de 2010, que é público, todos conhecem. Considerando todas as fontes de poluições importantes e que, infelizmente, na época não pôde considerar algumas que gostaríamos de incluir quando possível num próximo trabalho. Esse tipo de ferramenta nos dá condições de planejar a qualidade do ar, planejar a gestão atmosférica de uma região de uma forma bastante clara, precisa, dando soluções para problemas e apontando as responsabilidades na sua medida exata. Outro tipo de trabalho que a Ecosoft executa é a operação de redes de sistema de monitoramento ambiental. A operação e manutenção desse sistema envolve a utilização de procedimentos padronizados mundialmente. Por exemplo, usamos um procedimento disponibilizado pela empresa IPI Americana, recentemente atualizada, agora em 2013, que é um procedimento usado mundialmente. No Brasil não existe um procedimento específico nas nossas normas, nas nossas leis que estabeleçam em como operar uma rede de monitoramento. Na ausência disso, buscamos então as melhores técnicas e recursos que sejam totalmente auditáveis, totalmente acreditáveis e que são seguidas, rigorosamente, dentro das redes de monitoramentos que operamos no Brasil. Temos uma equipe técnica especializada, com suporte de laboratório de assistência técnica, em Vitória, com muito orgulho. Recebemos em Vitória equipamentos do Brasil inteiro para dar manutenção a outras redes de monitoramento. Todos os serviços são executados com total rastreabilidade de tudo que acontece, todos os eventos, intervenções ocorridas, sendo totalmente passível de auditoria a qualquer tempo. Operamos dezoito redes automáticas de monitoramento de qualidade do ar no Brasil, e damos suporte, fazemos auditoria e treinamento na rede de monitoramento no Brasil, na América Latina, na África e na Ásia, em parceria com os nossos representados que ficam no hemisfério norte, como Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 eu já citei, os parceiros americanos, japoneses e alemães, principalmente, e chineses também. Esse é um exemplo, do lado esquerdo, de uma estação de monitoramento da qualidade de ar, uma vista interna, onde a gente vê diversos monitores. Por exemplo, o primeiro de cima são monitores de partículas. Descendo, partículas totais e partículas inaláveis. Embaixo, temos um calibrador de gases, onde se injeta um gás com concentração conhecida, o que a gente chama de gás padrão, que é adquirido no mercado e vem certificado também. Esse gás padrão é diluído, então, com zero de poluente e a gente chega a concentrações que a gente quiser, para podermos injetar isso nos equipamentos e testar se eles estão respondendo corretamente aos níveis de poluentes que serão, então, monitorados por esse equipamento. Esse tipo de trabalho é feito corriqueiramente, dentro de uma rotina, uma escala da nossa rede de monitoramento, todas que nós operamos. Todos esses trabalhos são registrados devidamente. Todas as calibrações, os valores lidos, os valores injetados são totalmente registrados. Isso nos permite, então, total rastreabilidade da qualidade de tudo o que é executado. Do lado direito temos uma pequena estação. Essa estação do lado esquerdo fica em um contêiner grande, três por dois metros e meio de tamanho. É um ambiente todo condicionado, com ar condicionado. Esses equipamentos são muito sensíveis e precisam de um ambiente muito controlado, para que funcionem de forma adequada. Eles são muito precisos, leem concentrações de poluentes muito baixas. Ele está falando da ordem de micrograma de poluente por metro cúbico de ar. Do lado direito temos uma pequena estação, é outro tipo de uso, também são estações certificadas, mas aquela lá só mede poeira, partículas totais e partículas inaláveis, instalada em um local também no Brasil, e do lado dela uma torrezinha meteorológica, só para mostrar os diferentes tipos de estações de monitoramento que podemos utilizar no mercado, para fazer esse tipo de trabalho. Outra atividade da empresa é o desenvolvimento de softwares ambientais. Com muito orgulho também começamos esse trabalho em 1995 e temos um conjunto de produtos mais avançados no mercado brasileiro, que se chama Sistema de Informações Ambientais - SIA. Esse sistema é utilizado pelas grandes empresas no Brasil inteiro e pela maioria dos órgãos ambientais. É através desse sistema que se pode fazer, com muita precisão, com muita facilidade e com muitos recursos específicos a gestão da qualidade do ar de uma região. Através desses softwares, por exemplo, é possível receber dados automaticamente, vinte e quatro horas por dia, de todas as estações de monitoramento que existirem em uma região operada por um órgão ambiental, por exemplo; receber dados de chaminés das empresas, vinte e quatro horas por Diário do Poder Legislativo - 59 dia também e atualizar isso na mesma base de dados, receber informações meteorológicas; receber informações, inclusive, de outras variáveis, tudo isso em uma mesma base de informação, automaticamente alimentados, sem nenhuma interferência de ninguém. E esse sistema é capaz de vigiar a qualidade do ar, por exemplo, emitir alarmes em caso de alguma provável extrapolação ou alguma tendência de subida de algum nível de poluente. Ou seja, auxilia imensamente os órgãos ambientais e as próprias empresas no controle das questões ligadas à poluição atmosférica. Temos versões disponíveis nesse aplicativo que se integram aos celulares, dispositivos móveis, acesso à web e também os sistemas desktops. É utilizado por mais de sessenta grandes empresas no Brasil e também fora do Brasil, com muito orgulho. Nosso sistema já foi traduzido para o espanhol e para o inglês e os principais órgãos ambientais do Brasil, diria os maiores, não os principais, utilizam os nossos sistemas. Como já disse, ele proporciona uma gestão ambiental de uma corporação de forma integrada em um único aplicativo, para a questão ambiental. Algumas telas do nosso sistema. Se fosse mostrar alguma coisa a mais, precisaria de muito tempo. A ideia aqui é mostrar só alguns recursos do nosso sistema, como é possível estar, o tempo todo, em contato com informações relevantes relacionadas à qualidade do ar e a emissões atmosféricas e fazer uma gestão disso usando toda a tecnologia disponível nos nossos sistemas. Outro trabalho que fazemos na EcoSoft, outro tipo de serviço, é o monitoramento de emissões atmosféricas, ou seja, é o que sai de poluição de uma empresa ou de uma fonte de poluição, de uma chaminé, de um pátio de materiais, de uma via de tráfego, enfim, fonte de poluição de uma forma geral. Então, fazemos o monitoramento de chaminés, através de amostragem isocinética, também tudo procedimento padronizado pelo mercado, certificado, através de normas internacionais e aí algumas normas nacionais que existem para isso também, da ABNT. Fazemos monitoramento de emissões fugitivas de vazamento de hidrocarbonetos em refinarias, indústrias de petróleo, bases de combustíveis, onde têm grandes emissões de hidrocarbonetos. Isso ajuda as empresas a reduzir essas emissões, esses vazamentos que ocorrem em grandes refinarias e tancagens, e reduzir essas emissões de hidrocarbonetos para a atmosfera. Também fazemos o monitoramento de medições difusas de partículas, ou seja, medições também chamadas de fugitivas de poeira em pátios de materiais, vias de tráfego, transferências de materiais, embarque e desembarque de materiais granulados em portos, transporte de materiais granulados em composições ferroviárias, processos minero-siderúrgicos, construção civil e muitos outros. 60 - Diário do Poder Legislativo Esse trabalho de medições de emissões difusas no Brasil foi desenvolvido pela EcoSoft com base em algumas metodologias usadas nos Estados Unidos. É uma exclusividade nossa e também, com muito orgulho, fazemos esse serviço há mais de sete anos. Aí um exemplo de uma chaminé, onde se tem que subir às vezes cem, cento e cinquenta metros de altura para se fazer uma medição, e alguns equipamentos por nós utilizados - só para uma demonstração rápida. Esse é um exemplo de monitoramento de emissões difusas de partículas, que também tem sido veiculado na imprensa alguns questionamentos acerca do nosso trabalho, que adoraríamos responder sobre isso se tivermos oportunidade, porque nunca tivemos, nunca fomos chamados a responder pelos nossos trabalhos. Mas estamos sendo acusados de sermos incompetentes ou coisa pior. Essa é a primeira oportunidade que nós estamos tendo de ir a público poder defender o nosso trabalho e mostrar que o que nós fazemos é sério, é correto e tem qualidade. Esse é um trabalho que foi a medição da eficiência de umas das wind fences da Vale, do pátio de pelotas das usinas I a IV. Só para dar um exemplo da grandiosidade do que se precisa montar em termos de aparato, de instrumentação para fazer um trabalho como esse. Foram montadas torres de vinte e cinco metros de altura recheadas de equipamentos desse tipo, que a gente pode ver aqui - que está em demonstração - e que nos deram um volume de informações imenso. A gente pode demonstrar com muita clareza qual foi a eficiência daquela wind fence instalada no pátio das usinas de I a IV da Vale. Depois que nós fizemos esse trabalho, desenvolvemos várias outras tecnologias relacionadas a essa, ou seja, evoluímos essa tecnologia e, hoje, vendemos esse tipo de tecnologia, inclusive para fora do Brasil. Temos redes desse tipo instaladas fora do Brasil inclusive. Também fazemos assistência técnica de todos os equipamentos que nós fornecemos. Como nós importamos alguns equipamentos e fornecemos ao mercado, é preciso dar a manutenção e a assistência técnica. Nós fazemos isso aqui no Brasil. Nenhum equipamento de nossos representados sai do Brasil, precisa sair do Brasil para voltar para a fábrica para fazer manutenção. Nós temos aqui todos os recursos para fazer a manutenção de todos os equipamentos que representamos aqui no Brasil. Nós somos a única empresa que conhecemos que tem essa capacidade. Existem outros representantes de outras marcas, mas, em alguns momentos, esses representantes pegam esses equipamentos - eles dão defeito - e mandam para a França, mandam para a Austrália para fazer manutenção, porque não têm condição de dar manutenção nesses equipamentos por aqui. E nós fazemos questão disso, nos preparamos para isso, fomos treinados pelos fabricantes e assim o fazemos. Inclusive, damos manutenção de Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 equipamentos de concorrentes nossos, justamente por essa lacuna, essa carência que os outros concorrentes deixam no mercado. Fazemos também integração, instalação, montagem, partida, calibração, comissionamento de sistemas completos de monitoramento ambiental, sistema de telemetria de dados, fornecimento de contêineres, abrigos para os equipamentos, software de integração de gestão dos dados gerados. Fornecemos também todas as peças de reposição inconsumíveis para todos os equipamentos representados ou fabricados pela EcoSoft. Aí alguns exemplos de equipamentos. Esse é um equipamento, por exemplo, da direita, o grande ali, é um medidor de hidrocarbonetos automático, do tipo que existe na rede de Vitória. Só para se ter uma ideia da complexidade que é esse equipamento, usam tecnologias bastante sofisticadas para poder medir concentrações muito baixas, às vezes de um determinado poluente na atmosfera. Então, ele tem que ser específico e tem que conseguir ler quantidades ínfimas de poluentes no ar. Ínfimas, estou dizendo, em termos de metrologia. Não estou aqui comparando com padrões, absolutamente; só em questões metrológicas. É um equipamento que tem que ser bastante sofisticado para conseguir detectar níveis de concentração de poluentes na atmosfera em microgramas de poluente por metro cúbico de ar. Aqui algumas imagens do nosso laboratório de assistência técnica, uma visão muito rápida. Nós fazemos também integração e fabricação de sistemas de monitoramento ambiental. Trazemos os equipamentos importados, como eu disse, os monitores de gases e partículas de poluentes, montamos esses equipamentos no Brasil e conseguimos chegar a um índice de nacionalização que já é de cinquenta por cento de uma estação de monitoramento. Antigamente, quando começamos esse trabalho, era cem por cento vindo de fora. Conseguimos e estamos avançando no processo de nacionalização tentando reduzir a evasão de divisas para o exterior e desenvolver tecnologias aqui, internamente, o que também muito nos orgulha. Fazemos fabricação de sistemas de monitoramento contínuo de emissões difusas de partículas, que é uma coisa, uma exclusividade nossa. Estamos, inclusive, como já falei, comercializando esses equipamentos para fora do Brasil. Temos, agora, só para citar, uma encomenda de trinta equipamentos desse tipo em fabricação. Também fabricamos sistemas de aquisição e telemetria de dados para redes automáticas de monitoramento da qualidade do ar, estações meteorológicas e sistemas de monitoramento contínuo de chaminés, para saber a poluição que está saindo nas chaminés vinte e quatro horas por dia. Também fabricamos e integramos contêineres para estações de redes automáticas de monitoramento da qualidade do ar, monitores contínuos de chaminé, torres meteorológicas, sondas de amostragem de gases, circuitos eletrônicos, Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 sistema de suprimento de energia fotovoltaica e geradores de partículas. Exemplos de uma estação, por exemplo, de qualidade do ar, a que está sendo mostrada no slide à esquerda, com uma torre meteorológica do lado. Estação totalmente fabricada por nós, a estação, a torre. O que vai dentro são alguns equipamentos que são importados, infelizmente nós ainda, no Brasil, não se consegue, ainda fabricar esses equipamentos também. E seria bastante difícil fazer isso também agora, porque esses equipamentos têm que passar por uma certificação internacional para poderem ser usados no mercado, no monitoramento da qualidade do ar, para que os dados sejam acreditados e que possam também ser comparados a limites ou padrões estabelecidos. Então, passar por um processo desses, de certificação de equipamento produzido, é algo bastante complexo e muito, muito, caro. Então, a gente ainda, no Brasil, está bastante longe de fabricar esses equipamentos. Mas, um dia gostaríamos de chegar lá. Estamos nesse trabalho. Já na direita, temos um equipamento totalmente fabricado pela EcoSoft no Brasil. Fabricado mesmo. Esse aí é um exemplo de um operando fora do Brasil. É um equipamento que monitora a poeira dentro da indústria, vinte e quatro horas por dia também, a cada cinco minutos. Também mantemos uma equipe de pesquisa e desenvolvimento, justamente buscando o desenvolvimento de novos produtos no mercado, de forma a atender às demandas e às oportunidades que surgem. Às vezes a gente se depara com um problema que uma empresa nos apresenta e a gente não tem solução para aquilo. A gente, então, faz todo um trabalho, monta uma equipe para desenvolver uma solução específica para aquele problema, e assim, muitas vezes, desenvolver um novo produto que serve para muitas outras utilidades ou para muitas outras empresas que têm problemas similares. Já desenvolvemos, aqui no Brasil, data loggers, contêineres. Data loggers são coletores de dados, são equipamentos que comandam uma estação de monitoramento completa de qualidade do ar. Por exemplo, alguns desses data loggers são utilizados aqui em Vitória. Esse é um dos equipamentos que a gente mais vendeu até hoje, em toda história da empresa. Contêineres, também, para estações de monitoramento, sondas de gases, monitores automáticos de partículas de alto range, perfilhadores de partículas, sistemas de telemetria, geradores de partículas, gerador de ar zero, sistema de calibração de ozônio, - que é uma exclusividade nossa, no Brasil também - sistemas de preparação de sinais digitais e analógicos, torres meteorológicas, telescópicos, dentre várias outras. Esse slide mostra um exemplo de uma placa eletrônica recém fabricada por nós, que faz parte desses equipamentos que serão fornecidos agora, nesse lote que coloquei. Uma placa projetada na empresa, desenvolvida e montada dentro da EcoSoft, com muito orgulho. Finalmente, a EcoSoft é uma empresa comprometida com a ética, com a qualidade e Diário do Poder Legislativo - 61 excelência em tudo que faz. Que vê na inovação e no trabalho a melhor forma de superar desafios, que pratica, de fato, o respeito, a valorização do ser humano e do meio ambiente. Temos orgulho de sermos capixabas e levarmos nossos produtos e serviços a todo território Brasileiro, à América Latina, à Ásia à África, além de mantermos parcerias muito construtivas de longa data, já há praticamente vinte anos, com empresas americanas, japonesas, alemãs e chinesas, que por sua vez são líderes na área de fornecimento mundial de equipamentos e sistemas de monitoramento de chaminés, da qualidade do ar e da meteorologia, que é o nosso foco. Essa é uma informação importante, porque acho que ocorre um equívoco muitas vezes em algumas publicações que ocorrem sem nos ouvir, que dizem que a EcoSoft participa da questão da medição do pó preto em Vitória. Isso não é verdade. A EcoSoft não mede e nunca mediu, nunca participou do monitoramento das partículas sedimentáveis na região da Grande Vitória. Quem faz isso são outras empresas. A EcoSoft não faz esse trabalho. As partículas sedimentáveis são medidas por um método chamado jarro de sedimentação, que é um método totalmente manual. Aqui do lado, na estação Corpo de Bombeiros, é possível ver, são baldes colocados em um tripé em cima das estações. Nós não operamos esse sistema. Quem opera isso é o Iema, em parceria, ou contratando outras empresas, não a EcoSoft. Nunca fizemos esse trabalho. Não temos qualquer relação com a medição desses poluentes aqui na Grande Vitória. Como eu falei, são métodos manuais, onde se expõe um jarro durante trinta dias, deixa-se a poeira sedimentar nele, e depois leva-se esse jarro para o laboratório para fazer a análise da poeira coletada. A EcoSoft não trabalha com métodos manuais de medição da poluição. Nós só trabalhamos com métodos totalmente automatizados e certificados a nível mundial. Mas a nossa empresa, pela sua especialização, pela sua experiência de vinte anos, e de alguns membros da empresa de quase trinta anos de trabalho dedicado à questão da gestão, controle e monitoramento da poluição atmosférica, está aqui, humildemente, colocando o seu serviço à disposição desta CPI, para contribuir no que for necessário para que possamos somar esforços e desenvolver soluções para as questões que forem necessárias, aqui na Grande Vitória, relativas a esse tema. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Nós agradecemos. Pode retornar para o seu local. Vamos continuar a reunião passando para as perguntas agora. (Pausa) Senhor Deputado Almir Vieira, há algum questionamento que o senhor queira fazer à empresa? O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Senhor Presidente Rafael Favatto, Senhor Deputado Dary 62 - Diário do Poder Legislativo Pagung, senhores diretores da EcoSoft, realmente tenho aqui alguns questionamentos. Um dos primeiros que me chamou a atenção é sobre as partículas sedimentáveis do pó preto, que o senhor Luiz falou que eles não fazem e nunca fizeram o monitoramento dessas partículas sedimentáveis. Correto, senhor Luiz? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Correto. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Então é de estranhar, Senhor Presidente, que uma empresa que detém tão alta tecnologia nas questões ambientais, ela não tem, não faz esse acompanhamento dessas partículas sedimentáveis. O senhor tem alguma explicação para isso aí? Se o senhor tentou junto à companhia Vale, ou à ArcelorMittal, à Samarco, prestar esse tipo de serviço para essas empresas? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, como eu disse de uma forma muito rápida, a EcoSoft presta realmente uma gama de serviços e fornece uma gama de produtos muito grande para o mercado nessa área de poluição atmosférica. Mas uma coisa que não fazemos, e decidimos isso há muito tempo atrás, não é recente, é não trabalhar com métodos manuais de medição de poluição. O que significa isso? Significa que nós... Por exemplo, o método usado para medir partículas sedimentáveis, que são essas partículas que sedimentam e sujam, o chamado pó preto, ele é um método totalmente manual. Como falei, não existe nenhuma automação nesse processo. É um método totalmente passivo. Ou seja, instala-se um dispositivo, um balde, vamos chamar assim, de uma forma muito simplificada, ele tem toda uma métrica, uma concepção, conforme as normas determinam. Mas no fundo, ele é um balde com um pouco de água dentro, sem sais e esse balde fica com uma área, ele tem uma área disponível, medida em metro quadrado e isso fica ali trinta dias recebendo a poeira que cairia sobre a mesa e cai também na boca desse jarro. Durante trinta dias essa poeira fica ali dentro, vai coletando durante trinta dias e no final desse tempo alguém vem e retira esse balde, coloca outro e leva esse para o laboratório, seca essa água e então fica só o pó preto lá dentro. Esse pó preto então é raspado, é medido em uma balança para ver o quanto de massa, o quanto de peso de pó preto foi coletado. Aí detémse a medida então X gramas de pó preto por metro quadrado, que aí corresponde ao tamanho da boca do jarro que é colocado lá durante trinta dias e chega aos valores que são comparados com os limites agora do decreto de 2013 do Estado. A EcoSoft não opera esses métodos manuais porque - vou colocar uma opinião pessoal minha são métodos já que a gente considera pouco usuais. Vou dizer que no Brasil são raras as medições de partículas sedimentadas, exceto em Vitória. Ou seja, Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Vitória tem essa medição, realmente e de longa data é feita. Acho que é necessária em Vitória, devido a toda essa questão que inclusive gerou essa CPI, são importantes essas medições, não estou diminuindo o mérito desse trabalho, mas dizendo que a EcoSoft não faz monitoramento com métodos manuais. Todos os nossos equipamentos que nós fornecemos, operamos, mantemos e calibramos são equipamentos automáticos. Eles fazem uma coleta de amostras, analisam, dão informação média em tempo real e mandam essa informação por telefone, por rádio para um sistema onde a pessoa está lá na sua sala e consegue saber qual o nível de poluição em qualquer lugar da cidade onde tenha um equipamento daquele instalado. Então, trabalhamos com métodos automáticos, somente. Nunca pleiteamos, nunca concorremos a nenhum tipo de trabalho aqui na Grande Vitória para tentar operar esse tipo de sistema. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Então, pelo que pude entender, é usado até um modo meio rudimentar para fazer o acompanhamento dessas partículas. O senhor tem conhecimento se tem alguma coisa mais moderna que possa estar acompanhando esse monitoramento? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, é um método realmente, se a gente olhar em termos de engenharia, olhando por um olhar de engenheiro, é um método realmente rudimentar, mas ele não é inválido, não. Ele é um método padronizado, ele é um método que se for bem operado, se for bem trabalhado, é um método que vale, é um método usado mundialmente para se fazer esse tipo de trabalho. Mas, tenho que dizer novamente que esse tipo de medição está em desuso no mundo, não só no Brasil. São raros os países que fazem isso. Por exemplo: na África ainda existem alguns países que fazem isso - na África do Sul faz medição. Eu estive lá, acompanhando, vi alguns trabalhos dessa natureza enquanto trabalhava com operações de monitoramento de redes automáticas. Pude ver, porque normalmente esses equipamentos ficam juntos, no mesmo local, os equipamentos automáticos e equipamentos manuais tipo jarro de sedimentação. Então, ele é um método, pelos olhos de um engenheiro, de fato rudimentar, mas ele é válido. E existem no mundo outras possibilidades de fazer isso, mas em todas elas não existe uma norma para se definir como fazer. Então, existem outras tentativas de medição disso. Inclusive a gente ficou sabendo recentemente que a Ufes está tentando desenvolver um método mais automatizado para isso. A EcoSoft, se não me falha a memória, em agosto ou setembro do ano passado, apresentou uma proposta ao Ministério Público de uma outra metodologia para fazer essa medição de poeira. Não só para medir a poeira em um prazo muito mais curto, ou seja, diariamente ter um resultado de poeira Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 sedimentavel, mas também de analisar a poeira de uma forma extremamente mais detalhada de que é analisada hoje. O que poderia evoluir muito os estudos já feitos pela Ufes, no DNA da poeira. Poderíamos evoluir aquele trabalho e chegar a resultados mais detalhados e mais específicos relativos à culpabilidade ou as contribuições de cada fonte de poluição na Grande Vitória. Mas, infelizmente, esse nosso trabalho foi apresentado, foi uma proposta e ainda não tivemos nenhum retorno relativo a isso. Talvez até porque não tenha chegado ao foro adequado. Mas esse trabalho foi entregue também ao Iema, que está - acredito - analisando essa ideia que é um conceito novo, precisaria ser feita essa nova proposta que estamos colocando, precisaria ser feita, obviamente em parceria com os órgãos fiscalizadores e quem mais fosse necessário para que pudéssemos desenvolver a metodologia, porque é uma ideia nova, é como se fosse criar uma nova metodologia para medir, dada a ausência de metodologias desse tipo, mais automatizadas a nível mundial. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Para complementar a pergunta do Senhor Deputado Almir Vieira, porque ficou um pouco dispersa sua resposta. Se existe no mundo alguma tecnologia mais prática e certificada para medir a poeira sedimentável no ar. Sim ou não? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, vou colocar no meu nível de conhecimento; até onde conheço, não. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Então, esta que está sendo, porque você na sua apresentação disse que a EcoSoft não trabalha com tecnologia manual e que não seja certificada. Ficou para nós que essa não é certificada; então não existe outra tecnologia no mundo para medir a poeira sedimentável no momento, que seja melhor do que a que está sendo utilizada pelo Iema na região da Grande Vitória? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Perfeito. Para não ficar dúvida, a metodologia utilizada pelo Iema é padronizada, ela segue uma norma, tanto a nível de ABNT no Brasil como a nível de ASTM, que é uma norma usada mais internacionalmente. Então, o método já de sedimentação usado aqui, é padronizado, ele é certificado. A EcoSoft não faz esse tipo de trabalho manual. Mas o método que propusemos, que é uma ideia de desenvolvimento de uma coisa nova, porque a Grande Vitória tem um problema histórico, tem uma questão histórica relativa ao pó preto que parece que não se resolve. Nós, especialistas na área, ficamos um pouco angustiados com isso porque parece que não há competência para se resolver, e na verdade existem possibilidades de solução disso, e nessa inquietude nossa, nos propusemos a Diário do Poder Legislativo - 63 desenvolver uma metodologia nova em conjunto, obviamente, com órgãos reguladores, para que pudéssemos então, primeiro, propor uma ideia, testála, validá-la e transformar isso num procedimento padronizado. Mas isso é uma coisa para um, dois, três anos de trabalho; exige pesquisa, exige investimento, exige prazo para se testar e comprovar isso. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Isso para avaliar, mas de acordo com sua fala agora, você disse que de acordo com o tempo, tem a angústia do problema local, e que acha que não há solução, mas que existe sim uma solução para esse problema. Qual é sua opinião em relação então a essa solução desse problema na região da Grande Vitória? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Acho que a solução envolve muitas questões, muitas variáveis, não é uma resposta muito simples. Só existe poluente em algum lugar, poeira sedimentável, se ele estiver sendo gerado em algum lugar. A natureza já gera uma quantidade de partículas para o ar, e essa quantidade não podemos combater porque é a própria natureza. Por exemplo: os aerossóis marinhos, o sal, a maresia que vem do mar; as casas que estão mais próximas à orla sentem esse sal que se deposita também nas nossas mesas, isso, inclusive, ataca os materiais de construção, enferruja. Esse sal marinho não conseguiremos combater nunca porque isso é uma força da própria natureza. Quando falamos, por exemplo, em poeira que vem, partículas que vêm de outros continentes e atingem também a Grande Vitória, como atingem o mundo inteiro, isso também não conseguimos combater porque não temos como intervir na África, na Austrália, na China para que lá não seja emitida poeira nos desertos, etc. Agora, felizmente, essas quantidades de poeira que não conseguimos trabalhar com ela, ou seja, ter ação sobre ela, são quantidades pequenas. Então, é o que chamaríamos de um nível basal de poeira, no qual abaixo dele não conseguimos chegar nunca, não conseguiríamos mesmo se tirasse todas as empresas, todos os carros de toda a Grande Vitória. A partir daí, as fontes que adicionam poluentes na atmosfera somos nós mesmos quando andamos com nossos carros nas ruas, quando queimamos lixo, quando acendemos nosso fogão a gás ou à lenha, ou fazemos nosso churrasco; tudo isso gera poeira, partículas para a atmosfera também, e num nível de maior quantidade, as indústrias aqui instaladas que estão posicionadas numa posição geográfica, infelizmente que não é a melhor posição possível para elas em relação aos ventos, que trazem normalmente a poluição delas. Estão no meio de um centro urbano muito grande e, então, precisam ter uma atenção de um controle dessas emissões o tempo todo. E se possível, de uma forma, de uma melhoria contínua que sempre possa reduzir cada vez mais 64 - Diário do Poder Legislativo essas emissões com o passar do tempo, com surgimento de novas tecnologias que possibilitem isso, que viabilizem essas implantações. Então, o primeiro passo que vejo para solução do problema é diagnosticar corretamente o problema. É um trabalho que estamos iniciando com o Iema, através de novo inventário de fonte de poluição, agora atualizado para esse momento. Com acompanhamento da Ufes também, que está fazendo um trabalho de acompanhamento de tudo que está sendo feito. Depois desse inventário atualizado, a aplicação de um modelo matemático, como mostrei, tanto vai para conhecer as condições meteorológicas, quanto conhecer para onde vai essa poluição e onde chega. Num trabalho desse de modelagem, primeiro modelamos todas as fontes levantadas, inventariadas. Aí a gente obtém a qualidade do ar que comparamos. Então, nos locais onde existem as estações de monitoramento, a gente compara com esses locais. Então chegamos a um nível onde o modelo matemático - que nada mais é do que um monte de equações físicas, químicas, etc - dentro de um supercomputador que calcula essa dispersão de poluentes, com as interações físicas e químicas, consegue responder para a gente até um nível que a gente diz que o modelo está ajustado, calibrado. Estando calibrado o modelo, significa que ele consegue responder, reproduzir razoavelmente os complexos fenômenos que existem entre a emissão de uma fonte de poluição em algum lugar de um poluente, como ele se espalha e como vai chegar até às nossas casas. Aí entra a maior complexidade, tudo, o modelo matemático tenta representar com melhor qualidade possível. A partir do modelo calibrado, ajustado e validado, podemos chegar e falar o seguinte: qual a influência da chaminé n.° X da empresa tal? A gente vai nesse modelo, retira todas as outras fontes e modela só essa chaminé, por exemplo. E a gente pode ver a influência dela na modelagem matemática, separadamente. Posso modelar uma, duas, três, dez, vinte chaminés; posso modelar um pátio de materiais; posso modelar o que for necessário e descobrir a influência de uma por uma em qualquer lugar na Grande Vitória. Então, através desse método que a gente usou centenas de vezes no Brasil, conseguiria dar uma solução muito clara e precisa à questão das responsabilidades. E somada a isso poderíamos, também, fazer um avanço do que se foi feito pelo trabalho da Ufes no delinear o que a gente chamou essa proposta que acabei de dizer que apresentamos no Ministério Público e ao Iema, que é o projeto chamado Maps - Microanálise de Partículas Sedimentadas - no qual faríamos o caminho inverso, ou seja, analisa partícula que chega para saber de onde veio. É o contrário do modelo de dispersão atmosférica, mas que uma coisa somada com a outra Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 daria para a gente uma ferramenta fantástica de análise de responsabilidades. Conhecendo as responsabilidades, é possível agir com muito mais precisão naqueles responsáveis para saber o quanto de emissão de poluentes precisariam reduzir, se for o caso, incluindo nós mesmos cidadãos, que também poluímos, mas incluindo todas as empresas certamente. E a partir daí, determinando o que precisa ser feito poderíamos também antes de as empresas investirem, fazer uma nova modelagem dizendo: bom, se a empresa fulana reduzir X de emissão de partículas em tais chaminés; X nos seus PADs e Y em tal lugar, a gente pode esperar uma qualidade do ar em 2000 e alguma coisa de um novo nível mais baixo de poluente. Então, quer dizer o seguinte, a gente pode através de todas essas ferramentas que mostrei diagnosticar o problema, apontar responsáveis, inclusive, verificar qual seria a redução necessária de emissão de poluente em cada fonte, modelar isso novamente e prognosticar melhoria que a gente poderia ter em relação à qualidade do ar. Porque, às vezes, também a gente pensa o seguinte: vamos colocar um superequipamento de controle em alguma empresa. Isso vai resolver o problema. Normalmente, isso frustra todo mundo, porque isso pode acontecer; se gastar milhões e não resolver o problema em definitivo. Às vezes são vários os atores. Não só uma ou outra fonte. Esse conjunto é complexidade de tudo. Então, a gente precisa trabalhar e também ter expectativa de quanto de melhora nós vamos ter na qualidade do ar, até porque, como já falei, existe um nível basal de poeira, de qualquer poluente, que a gente não consegue diminuir, porque isso é da natureza, existe em qualquer lugar. Então, independente de ter as fontes de poluição, independente de ser uma grande metrópole, a gente não consegue baixar. Existe uma faixa na qual a gente consegue trabalhar e é nessa faixa que a gente pode tentar atuar dentro desses critérios, dessas diretrizes que coloquei como exemplo, de um plano de trabalho e já saber o que a gente vai esperar no final, de resultado. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Senhor Luiz Cláudio, essa proposta que o senhor fez no Ministério Público e também para o Iema, o senhor a tem em mãos? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Tenho em mãos, inclusive, em uma apresentação disponível para ser feita, se V. Ex.as entenderem como oportuna. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Eu gostaria de requisitar para ser feito, para a gente ter acesso à proposta. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Simplesmente requisitar o arquivo para a informação? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Isso. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Perfeitamente. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Se tiver tempo, depois dos questionamentos passaremos para a apresentação. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Senhor Presidente, sobre a questão da modelagem matemática, o senhor está afirmando que a Ecosoft tem como rastrear, isoladamente, a empresa que polui com um percentual X, Y, cada uma dessas aí? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Perfeitamente Excelência, mas para isso precisamos alimentar esse modelo matemático; não faz mágica, trabalha com um inventário de emissões atmosféricas, que é o que a gente precisa atualizar agora para a Grande Vitória. É o primeiro passo. O que é esse inventário? É a gente ir dentro de cada empresa, cada fonte de poluição que também não são empresas, e fazer o levantamento de quanto cada fonte de poluição emite, como emite, se é vinte e quatro horas por dia ou se é só sábado e domingo, ou se é de noite, se é de manhã. Tudo isso se chama inventário. Essa é a primeira fonte, é a parte mais difícil desse trabalho, porque fazer esse tipo de levantamento é muito complexo, exige um órgão público que tenha condição de ir à empresa e exigir a informação. Porque nós, Ecosoft, somos uma empresa privada, e se eu chegar à porta de uma empresa e falar que preciso de informação de quanto o senhor queima de combustível nessa chaminé, ninguém vai me passar essa informação. Então, esse trabalho só pode ser feito com o aval de autoridades que tenham a possibilidade de requerer essas informações e permitir que elas cheguem até a gente, para que possamos compilar e jogar dentro de um sistema computadorizado, capaz de fazer isso. Uma vez feito esse trabalho, a modelagem em si então já é uma coisa, digamos, menos dependente do poder público, a gente pode fazer com mais agilidade e aí sim rastrear cada empresa, cada chaminé, cada pátio que for necessário, V. Ex.as saberem qual é a influência de cada um, nós conseguimos separar. Esse trabalho não é simples, é um trabalho complexo e demorado, mas o resultado é bastante satisfatório. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Luiz Cláudio, na sua apresentação, na modelagem, ficou claro que a poluição sai da Ponta de Tubarão e espalha na Grande Vitória. Essa foi a minha percepção na hora. Diário do Poder Legislativo - 65 O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, aparentemente, pode ser que visualmente a gente detecte um pouco mais da pluma mais avermelhada na região de Tubarão; isso realmente ocorre. Há um questionamento na imprensa que a gente, infelizmente, precisa ficar ouvindo, mas nunca teve chance de responder. Volto mais uma vez a falar... O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Mas hoje você tem toda oportunidade de responder. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Então, agradeço imensamente essa oportunidade. Quando fizemos o inventário em 2010, em parceria com o Iema, a Ecosoft inseriu uma nova fonte de poluição, a chamada ressuspensão de poeira causada pelas vias de tráfego, com o objetivo de inflar - isso colocado pela imprensa - o inventário de emissões e tirar a atenção das empresas. Isso é absolutamente errado, é um equívoco de quem analisou dessa maneira. A nossa intenção de colocar ressuspensão de partículas nesse trabalho, foi para não deixarmos de fora uma fonte muito importante de emissão de poluentes, que ocorre aqui, não temos dúvida disso, e que precisa ser considerada nos modelos matemáticos, que pretendíamos fazer naquela época e fizemos a partir desse trabalho. Se não tivéssemos inserido essa fonte, que é a ressuspensão de veículos, os modelos jamais teriam sido ajustados para Vitória, porque faltaria ali a maior fonte de poeira gerada aqui. Isso falando em termos de totais. Agora, quando analisamos, temos cinquenta mil vias aqui em Vitória. Então, essa quantidade de poluente de poeira é emitida de uma forma dispersa, por uma área imensa, não é emitida em pontos específicos. A pior coisa que tem para a poluição é a gente concentrar poluentes num único ponto, num único local, porque dificulta o espalhamento, a dispersão disso no ambiente. Então, o efeito dessa emissão, dessa poeira por ressuspensão nas vias, é o efeito que acontece aqui. Se a gente pegar esse equipamento que está aqui, tirar daqui e colocar ali do lado, em frente à Assembleia, a medição que vai fazer de poeira é muito maior do que está medindo aqui dentro. Por quê? Porque está do lado de uma fonte emitindo poeira quando passa um carro. Então, nossa intenção jamais foi de desviar a atenção de empresas. Nós não trabalhamos dessa maneira. Nossa empresa é uma empresa séria, ética e que quer ficar no mercado por muitos anos, e esse tipo de procedimento... Chamaram-nos de empresa vendida, em todas as palavras, literalmente, está escrito lá no jornal, mas, assim, sem nenhuma comprovação. Onde está a comprovação de que nós somos uma empresa vendida? Porque fizemos esse tipo de inclusão, ou seja, para algumas pessoas talvez o conhecimento não seja interessante, não sei, porque olham a 66 - Diário do Poder Legislativo informação de uma forma totalmente desvirtuada. E o objetivo nosso não é esse, nunca foi esse. E está claro no nosso trabalho o objetivo disso. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - O Senhor Deputado Almir Vieira está falando, porque as empresas estão usando o estudo de 2009 feito pela EcoSoft. Então, eles estão se baseando no seu próprio estudo. Aí o senhor chega e fala que desconhece o estudo que eles falam. Para mim ficou uma dúvida agora muito grande, porque eles chegam aqui e estão baseados no seu estudo, o senhor vem aqui e fala que desconhece em que eles estão baseados. impacto que isso causa na qualidade do ar, absolutamente não temos essa informação relativa à empresa. Então eu tinha entendido que havia sido citada a questão da responsabilidade em termos de impacto na qualidade do ar, ou seja, a influência que uma vez lançado o poluente ele se dispersa. O quanto chega, por exemplo, na Ilha do Boi. Chegou na Ilha do Boi poeira. De onde está vindo? Quanto é da Vale, quanto é da Arcelor, quanto é do mar, quanto já está na atmosfera mesmo, naturalmente, quanto vem dos veículos e etc. Isso que eu entendi como responsabilidade, em termos do impacto, da imissão, que é a recepção do poluente. Como eu citei, existe uma diferença muito grande entre emissão de poluentes e a recepção do poluente. Porque no meio, entre o que sai lá nas empresas, nas fontes, e o que chega até a gente, existe uma interação muito grande da atmosfera relativo a como esse poluente se espalha, e isso muda completamente. Um exemplo simples, se eu tenho uma chaminé nesse ponto aqui e V. Ex.ª está nesse local e eu estou emitindo poluente aqui e o vento está soprando nessa direção, é muito provável que o Senhor receba esse impacto em alguns minutos, dependendo da velocidade que esse vento está sendo levado. Mas, se essa mesma chaminé estiver emitindo poluente, mas o vento estiver soprando para cá, quem vai sofrer o impacto é meu colega, o Senhor nem vai perceber. Então, quer dizer, como o vento, não só o vento, mas uma série de outras variáveis, é extremamente dinâmico na atmosfera, é muito difícil responder a essa pergunta, porque isso varia o tempo todo, e não varia só a condição que dispersa o poluente, que é o que a meteorologia determina, mas varia também a emissão do poluente. Tem hora que a chaminé está emitindo mais, tem hora que a chaminé está emitindo menos; tem hora que uma pilha de material não emite nada, e tem hora que ela emite um pouco mais, porque está ventando mais forte, porque exemplo, ou está movimentando material. Então, tudo isso é extremamente dinâmico e é tudo ao mesmo tempo. Por isso que o modelo matemático é a ferramenta que a gente usa para isso, porque ele considera tudo isso ao mesmo tempo e precisa de um supercomputador para processar isso, e às vezes um processamento desse leva trinta dias num supercomputador para dar a resposta para gente. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Peço desculpa se dei esse entendimento, mas, na verdade, existe uma diferença muito grande entre emissão de poluentes e a imissão de poluentes. A emissão é o que sai das empresas e o nosso inventário sai das fontes, que é lançado na atmosfera. E o nosso inventário de 2010, que foi feito com base em 2009, ano-base 2009, ele, então, sim, quantifica naquela época quanto cada empresa emitia de poluentes. Então, se esses percentuais, se V. Ex.ª estiver citando, for referente ao inventário de emissões, os números são nossos, concordamos. Mas quanto ao O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Vamos ficar mais claro um pouco aqui. O Senhor tem vinte anos de experiência na sua empresa. Estamos com um problema aqui na Grande Vitória que está há quarenta anos. Estamos achando suas respostas muito vagas, no sentido de que está querendo explicar demais e se atém pouco ao tema de cada resposta. O Senhor tem vinte anos de experiência na sua área. Nós sabemos que nenhuma outra parte do mundo tem a nossa geografia, na região da Grande Vitória. Sabemos, também, que nós temos a poluição da Ponta de Tubarão. Vimos a sua apresentação e até O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Na realidade, a companhia Vale fala, como exemplo, que ela contribui com quinze por cento da poluição atmosférica na Grande Vitória; a ArcelorMittal contribui - isso, deputados, estou falando exemplos com cinco por cento; a construção civil fala que contribui com quatro por cento. Então, não chegamos nem a trinta por cento do total de poluição. E essa questão da modelagem matemática consegue responsabilizar cada uma dessas empresas com seu percentual de contribuição para a poluição. Então, a pergunta: por que, senhor presidente, esse trabalho então não é feito, já que as empresas poluentes não falam que a soma da poluição atmosférica não chega a trinta por cento? Porque ninguém quer se responsabilizar por isso e temos métodos que podem responsabilizar essas empresas. Então, por que isso não acontece? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Quanto à declaração das empresas citadas e relativo a quanto elas são responsáveis, não podemos responder por eles, não sabemos como eles chegaram a essas informações. Mas reitero que o trabalho de modelagem matemática, feito a partir de um inventário de emissões completo e atualizado para a Grande Vitória, poderia sim dar as respostas aos principais quesitos, que é a questão de responsabilidade de cada fonte de poluição, não vou chamar de empresas, mas cada fonte de poluição aqui na Grande Vitória. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 pedimos ao seu assistente para deixar um slide programado, para passarmos na nossa tela novamente. De acordo com a sua fala, a grande poluição da região da Grande Vitória vem da Ponta de Tubarão, em que ela tem a coloração mais enegrecida da região. O que eu quero saber, então, se sim ou não, uma pergunta mais diretamente: As empresas mineradores, siderúrgicas, da região da Grande Vitória, são responsáveis pela emissão desse pó preto que atinge a região da Grande Vitória? Sim ou não? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Preciso dizer sim, mas dizer que eles são parcialmente responsáveis. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Parcialmente nós sabemos. Por que olha só, qual outra fonte de poluente de ferro que tem na região da Grande Vitória sem ser dessas empresas? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - O solo. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - O solo do Espírito Santo então pode ser... Então podemos fornecer material para essas empresas? Temos no solo da região da Grande Vitória algum minério, então, capaz de ser explorado por essas mineradoras? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, não, porque a concentração do ferro presente no solo é baixa, e... O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - É baixa, mas eles vieram de onde? Ao longo desses quarenta anos? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não, não. Eu digo que se a gente for... O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - A ressuspensão de vias aqui na região, ela tem muito minério. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Perfeitamente. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - E é proveniente de onde esse minério? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Parte, de poeira que sedimentou emitida pelas indústrias que manuseiam esses tipos de materiais... O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Ah, então... O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - E parte, do próprio solo que já Diário do Poder Legislativo - 67 contém naturalmente ferro em quantidades baixas, mas que ao pegar essa poeira, a gente consegue... O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Mas essa quantidade baixa, Luiz Cláudio, ela tem em todo o território nacional. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Perfeitamente. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Essa aspersão que você fala, da maresia, ela tem em todo o litoral do país. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Perfeito. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Isso aí... Nós não estamos incomodados com isso. Nós estamos incomodados com o pó preto que chega às nossas residências e é, como médico falando, responsável por danos causados à nossa população. Esse é o nosso problema aqui. Então, se a gente ficar discutindo... Nós vamos levar mais cinco anos para fazer um estudo que vai chegar na poluição da região dessas empresas. Então nós estamos aqui mascarando. O senhor está falando que vai levar mais, não sei, dois mil e... Dois mil e quanto, deputado? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - E ad aeternum. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Dois mil e tanto, um estudo para dois mil e... Até a empresa se adequar. Nós estamos falando de uma empresa, então, que tem vinte anos de mercado e que hoje não tem uma reflexão plausível para apresentar à CPI do que está acontecendo na região da Grande Vitória. A gente quer uma resposta da empresa em que ponto? No ponto de: Qual a parcialidade de culpa dessas empresas? Porque aí nós vamos tomar medidas... Não à parcialidade de culpa das empresas, mas elas são responsáveis, como o senhor já falou, sim, por grande parte da poluição na Grande Vitória. Porque, a CPI está aqui para quê? Para que a gente aponte essa devida parcela de culpa, para que se exija um cumprimento e, aí sim, vamos solicitar um estudo, vamos determinar a implementação de algumas medidas por parte dessas empresas para acabar com essa poluição. Então, esse é o nosso objetivo. A gente quer que o senhor seja mais sucinto e mais preciso nas suas respostas. Vou deixar o Deputado Almir terminar o seu questionamento para a gente passar para os outros. Não vamos ficar aqui até às 18h fazendo o questionamento. 68 - Diário do Poder Legislativo O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Senhor Presidente, eu vou terminar a minha... Só fazendo mais uma pergunta: se a empresa Ecosoft tem certificado de acreditação internacional? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - O nosso certificado não é de acreditação internacional, é de acreditação em nível local, válido ou aceito no território nacional. Nós nunca buscamos uma acreditação internacional porque nunca nos foi solicitado antes. Isso tem um custo elevado e a gente nunca buscou essa... Porque nunca houve demanda para isso. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Senhor Presidente, estou satisfeito, por enquanto, com as perguntas. Obrigado. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Senhor Presidente, deixe-me fazer uma pergunta. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - À vontade. Você é o nosso relator, Deputado. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Eu vi o Luiz Cláudio, na verdade, reclamando que surgem algumas matérias na imprensa local sobre a empresa. Notei aqui que a empresa... V. S.ª disse: com ética, com qualidade, trabalha com excelência, inovação, respeito, comprometimento, valorização do ser humano e do meio ambiente. Então esses são os princípios da empresa Ecosoft. Gostaria de perguntar a V. S.ª: A empresa é contratada pela Vale, também pela Arcelor, pelo Iema. Qual é a diferença desses trabalhos? Quando vocês são contratados pela Vale e pelo Iema é o mesmo trabalho? Eu gostaria que você nos explicasse quais os tipos desses contratos. Se os objetos desses contratos são os mesmos. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Normalmente não. Eu não me recordo de nenhum tipo de contrato que a gente tenha feito para o Iema, por exemplo, para a Vale e para a Arcelor, que foram as citadas, que tenha tido o mesmo objeto. São coisas completamente distintas. Como eu mostrei, a nossa empresa desenvolve trabalho em várias áreas. São trabalhos muito específicos. Por exemplo, para o Iema a única coisa que nós fazemos, já, desde o ano 2000, através de sucessivas concorrências publicas que nós vencemos, é a operação da rede de monitoramento da qualidade do ar da Grande Vitória, a chamada ranquear; nós fazemos isso desde o 2000. Como falei, é um trabalho feito apenas para o Iema. Existe uma equipe que faz esse trabalho, um setor da empresa que faz esse trabalho separado, e todo trabalho é acompanhado pelo Iema o tempo todo. A nossa missão nesse trabalho é manter os equipamentos funcionando e dentro de critérios e Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 normas técnicas que eles têm que ser mantidos. Inclusive instrução dos próprios fabricantes dos equipamentos - os manuais dos equipamentos. Também fazemos, eventualmente, monitoramento para as empresas, mas em trabalhos completamente distintos. Operamos alguns equipamentos de monitoramento de empresas. Mas, assim, uma coisa não tem nenhuma ligação com a outra. Ao contrário, ninguém... nossos trabalhos lá dentro, todos os contratos têm cláusula de sigilo, inclusive do próprio Iema - a gente não pode divulgar, a gente não pode trabalhar, não pode fazer qualquer tipo de manipulação, quero dizer, de análise desses dados que são gerados pela rede de monitoramento de qualidade de ar de Vitória. Só quem tem essa prerrogativa é o próprio Iema, até por própria atribuição legal. Então, nosso trabalho é manter os equipamentos funcionando corretamente, consertálos, calibrá-los, limpá-los e manter esses equipamentos funcionando em plenitude dentro do que é possível fazer num trabalho como esse. Todos os trabalhos que fazemos, por exemplo, para o Iema, têm os registros, tem tudo, todas as calibrações, certificados emitidos, então, não há nenhuma ligação do trabalho da nossa empresa quando ela trabalha para o Iema e trabalha para, possivelmente, para as empresas citadas aqui, a Vale e a Arcelor, por exemplo. Não tem nenhuma ligação e nem os trabalhos são similares e não tem nenhum tipo de troca de informação, se seria essa a pergunta. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Vocês já prestaram serviço também para a Samarco? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Já prestamos serviço para a Samarco. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Mesmo objeto, o contrato? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não. No mesmo objeto, não. Não operamos a rede da Samarco, de qualidade do ar. Fizemos trabalhos internos para eles, trabalhos de modelagens matemáticas, trabalhos de medição interna da poeira, basicamente isso e estudos interno. Nunca nada relacionado à medição da qualidade do ar naquela região lá, região sul. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Luiz Cláudio, recebemos o presidente da Arcelor, da Samarco e o presidente da Vale, na Comissão e eles têm trabalhado - as empresas - no cinturão verde, no wind fence. E agora a Arcelor também está implantando, vai implantar o filtro de mangas. Como você tem uma larga experiência no meio ambiente, gostaria de fazer uma pergunta: Você acha que isso resolveria o problema? Quais são as melhores alternativas para diminuir a poluição do ar da grande Vitória, dentro das empresas? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Essa pergunta é bastante ampla, complexa. Porque como falei, exigiria uma análise de fonte por fonte de poluição para ver o quanto essas fontes estão emitindo, o quanto ela contribui em termos de emissão por cômputo geral e o quanto ela impacta a qualidade do ar e quais são as tecnologias que ela já utiliza, por exemplo, para o controle das suas emissões e se é possível avançar mais em termos... O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Essa proposta que vocês fizeram ao MP que nós estamos pedindo, resolveria o problema? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não, não, essa proposta ela é... O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Essa proposta, no caso é só para sedimentadas? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM -Desculpa? O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Essa proposta, no caso é só para sedimentadas? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Só de conhecimento para saber quais são os responsáveis, para orientar melhor as ações de controle, que é uma lacuna de informação que a gente frequentemente ouve, inclusive aqui na própria CPI, que acho que é um dos objetos desse trabalho é chegar a essa conclusão. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Deputado Euclério Sampaio com a palavra. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Bom-dia a todos. Saúdo o Presidente Doutor Rafael Favatto, o Deputado Dary Pagung, o Deputado Almir Vieira, o Deputado Gilsinho Lopes, os procuradores, os funcionários, todos os presentes e os depoentes. A empresa foi criada quando? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - 1995. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) 1995. Antes o Senhor trabalhava onde? Diário do Poder Legislativo - 69 Gostaria que o Senhor fosse objetivo nas minhas perguntas e que não tivesse auxílio de ninguém. Já pensou uma pessoa ir a uma delegacia já falei isso aqui - prestar depoimento e levar um monte para poder orientar? Entendo que depoimento é personalíssimo. Peço que ninguém o auxilie. Se não se lembra, não tem problema. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Realmente, não me lembro. Mas diria que acho que não, que não tem nenhuma pessoa que trabalhou em órgão ambiental. O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O Senhor disse que não tem... a empresa presta serviço tanto para as poluidoras quanto para o Iema. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Sim, para vários outros tipos de empresas também. O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) Confesso que fiquei assustado nas perguntas do Deputado Doutor Rafael Favatto, diga-se de passagem, que é um cavalheiro, tem uma paciência de Jó, quando o Senhor falou que o ferro na atmosfera, uma parte vem do solo. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Sim, Senhor. O solo tem uma parcela de ferro naturalmente nele. O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) Confesso que isso é inusitado, porque se tem alguma coisa no solo, já é em decorrência da própria... o que tem no solo o vento não leva. Leva o que vem sendo depositado há anos por essas poluidoras. É o meu entendimento. E se tiver também de pó fora é ínfimo. Quinta-feira feira eu e Senhor Deputado Gilsinho Lopes viajamos e as colunas pretas que saiam do porto de Tubarão eram horríveis. A Vale já teve algum problema em outro país por causa da poluição? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Desconheço, Excelência. O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) Desconhece. E o Senhor milita nessa área há mais de vinte anos? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Com certeza. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Trabalhei na Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Seama, logo no início da sua criação. Entrei lá em 1989 e fiquei por cinco anos trabalhando na área de poluição atmosférica. O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) Na empresa tem algum técnico que já trabalhou nas grandes poluidoras ou no Iema também? (Pausa) O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) - E a Arcelor? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Também desconheço, Excelência. O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O nível de poluição da Vale e da Arcelor no Espírito 70 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Santo é igual, menor ou maior do que ela produz em outros países? Também desconhece? O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) - E para a Vale e ArcelorMittal? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - É difícil responder, Excelência, porque nem sei quais são as unidades da Arcelor e da Vale no mundo. Então, é difícil para eu responder. Eventualmente conheço uma ou outra, mas não conheço todas. Então é muito difícil responder a essa pergunta. Diria que não sei. Peço desculpas, mas realmente não sei. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Vários trabalhos diferentes. O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) Não sabe; tudo bem! O Senhor acha ético a empresa prestar serviço para as poluidoras e para o Estado ao mesmo tempo? O Senhor não convence ninguém dizendo que são coisas distintas. Quando o Senhor apura a qualidade do ar pelo Iema, o Senhor está apurando para apontar a poluição daquelas empresas que o contratam em outros serviços. Então, não é distinto. Mas o Senhor acha ético? Sim ou não? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Acho totalmente ético, porque fazemos esse trabalho com ética, e o que medimos... O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) Só sim ou não. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Tudo bem. O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) Às vezes o conceito de ética que temos é bem diferente pelo jeito. O Senhor acha que a Vale e a Arcelor são responsáveis em torno de quantos por centos da poluição? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não saberia responder, Excelência. O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) Também não sabe. Monitora e não sabe? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Com certeza. Gostaria de salientar que não monitoramos a qualidade do ar. Mantemos os equipamentos que monitoram a qualidade do ar funcionando. O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O Senhor acabou de dizer aqui, na pergunta do Senhor Deputado Dary Pagung, que para o Iema, o serviço que o Senhor presta é sobre a qualidade do ar. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Operação da rede de monitoramento da qualidade do ar. O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) Cite os serviços. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Por exemplo, modelagens matemáticas, monitoramentos internos de partículas de poeira. O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) Monitoramento do ar, não é isto, ou não? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Do ar não. O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) Não é a quantidade que eles depositam no ar, não? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não. As quantidades que eles emitem em alguns momentos. E também fazemos estudos. É diferente da quantidade que emite da quantidade que recebe. A rede de qualidade do ar de Vitória monitora a poluição que chega até as pessoas, e o que fazemos para as empresa é monitorar o quanto sai de lá, em alguns casos. O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) - E uma coisa não tem nada a ver com outra, não? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Tem relação, mas não é direta. O SR. EULCÉRIO SAMPAIO - (PDT) Só isso. Por enquanto me dou por satisfeito, Senhor Presidente. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Concedo a palavra ao Senhor Deputado Gilsinho Lopes. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Presidente, ouvi a apresentação do senhor Luiz Claudio Donadello Santolim, que fala que é taxado de incompetente por diversas vezes, mas não pelos membros desta CPI, quero deixar bem claro. O que fizemos foram questionamento com relação ao Estado ter realizado uma licitação na qual vocês participaram e ganharam sem colocar uma cláusula de que quem trabalha para as poluidoras não poderia participar. Isso foi alvo de colocações e fiz questionamentos que vou repeti-los a V. S.ª e também aos seus engenheiros, seus sócios. Se puder passarei a pergunta direto para cada um, porque precisamos chegar a uma conclusão. O senhor trabalhou seis anos praticamente, cinco a seis anos na Secretaria de Meio ambiente Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 antes de compor a sua empresa. Hoje ficamos tranquilos por ter uma empresa capixaba com renome nacional e internacional que foi colocado. Quando o Senhor Deputado Almir Vieira perguntou da creditação mundial, o senhor respondeu que não. Não houve necessidade ainda e que é caro. Mas o senhor informou que tem parceria em outros países, como a Ásia. E lá eles não exigem? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM- Não. Até hoje não. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Até hoje, não. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Se pudesse complementar, por favor. Diário do Poder Legislativo - 71 momento ser passível de auditoria e comprovar o que estou dizendo. Então, esse é o trabalho que fazemos para o Iema. Não analisamos dados, não geramos relatório de qualidade do ar. Não fazemos anda disso. Essa é competência do Iema. Fazemos a parte técnica de manter os equipamentos funcionando bem. Basicamente isso. Para as outras empresas fazemos diversos outros trabalhos onde temos expertises também e não tem nenhuma relação. Absolutamente nenhuma relação. Como falei, todos os contratos têm cláusulas de sigilo, o que nos impede de repassar por força de contrato, inclusive, além da ética, repassar qualquer informação mesmo de uma empresa para outra. O que obviamente seria também antiético. Então, não fazemos isso. Isso é premissa fundamental do nosso trabalho. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Sim. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM- A nossa creditação é baseada na ISO 9000. Ela de certa forma é uma norma utilizada internacionalmente, só que o processo de certificação nossa, a auditoria é feita a nível local, porque isso tem um custo mais baixo e para a gente é mais viável. Inclusive há um programa da prefeitura de Vitória para estimular as empresas a implantar esses processos de gestão, o que utilizamos justamente por esse incentivo da prefeitura local. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Darei um exemplo simples para o senhor. Quando o senhor fala na questão da ética da empresa e tudo, não entro nesse mérito, todas as empresas têm que ter ética e têm que ter a sua responsabilidade até para que tenham o nome que vocês têm. Se o seu engenheiro, senhor Flávio Curbani, trabalhasse na sua empresa e numa concorrente não é a mesma coisa que estar trabalhando para a poluidora e para o órgão fiscalizador da poluidora? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, não seria a mesma coisa, porque como citei, o trabalho que fazemos, por exemplo, para o Iema, segue normas técnicas e tem uma equipe específica. Temos uma equipe que faz esse trabalho e nenhum momento analisamos os dados, comparamos esses dados com padrões, fiscalizamos empresas ou emitimos qualquer tipo de multa ou penalidade, porque isso não nos compete. Então o nosso trabalho é manter os equipamentos funcionando bem. Para dar um exemplo similar, é como se fosse uma empresa que prestasse serviço de manutenção do ar-refrigerado desta Casa. Posso prestar esse serviço aqui, na Vale, na ArcelorMittal, onde for que a gente vai prestar o mesmo serviço, que é manter o arcondicionado funcionando bem. É isso que fazemos: mantemos os equipamentos funcionando bem calibrados e com toda rastreabilidade para a qualquer O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Queria saber onde o senhor reside. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Eu resido em Vitória, na Mata da Praia. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Na Mata da Praia. O senhor sente o incômodo como dito pelo presidente da Vale da poeira sedimentada. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Sinto, com certeza. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor já teve oportunidade de coletar esse material desse incômodo e para fazer análise na sua empresa? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Fiz uma coleta de material lá na minha empresa, não na minha casa. Eu trouxe aqui para uma demonstração, se os senhores acharem oportuno, que também responde a algumas questões que foram colocadas na imprensa quanto à capacidade da nossa empresa de fazer corretamente a medição da eficiência da wind fence da Vale, do pátio de pelotas da usina I a IV. A gente não faz rotineiramente esse tipo de medição, porque a gente precisaria de financiamento para fazer isso, porque isso tem custo para a gente. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Mas, não perguntei no pátio da sua empresa, perguntei na sua residência. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não, na minha residência nunca fiz. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Porque eu, quando chego todos os dias a minha residência, após a minha empregada limpar, lavar, não posso tomar um banho e ficar descalço, porque teria que tomar banho novamente para me deitar. 72 - Diário do Poder Legislativo Então, se eu for coletar todo esse material, eu não tenho empresa que faz esse tipo de trabalho, então teria que mandar para um laboratório, para uma empresa que tivesse essas condições. Então, seria importante o senhor, porque o senhor mensuraria o que a população está sofrendo, porque é o trabalho de vocês, o senhor e a sua empresa. Quantos sócios há na sua empresa? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Somos cinco sócios. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 pergunta relativa à medição do wind fence, a gente gostaria de mostrar esse material, para facilitar o entendimento da questão técnica envolvida nessa medição. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor pode afirmar que os métodos aplicados pelo Iema para monitoramento das partículas sedimentares é aprovado, certificado mundialmente? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Com certeza. Todos são. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Quais são? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Todos são? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Sou eu, o Zoroastro, que está aqui ao meu lado; o pai dele, o Zoroastro também; a Cleia e a Thaiana. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Algum deles também trabalhou na Secretaria de Meio Ambiente ou no Iema? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não senhor. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Todos moram aqui na Grande Vitória? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Todos moram na Grande Vitória. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Se somasse todas as partículas sedimentadas que foram encontradas nas residências durante esse período, daria o quê? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não sei dizer, Excelência. Desculpeme, não sei responder. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - É porque o senhor trouxe um saquinho. Quanto tempo que o senhor levou para encher esse saquinho? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Esse saquinho aqui coletei na casa de máquinas do elevador da nossa sede. Levou um ano para depositar essa quantidade aqui, em uma área de mais ou menos uns seis metros quadrados. É uma área em que não chove, há umas venezianas em que entra ar, sala de máquinas do elevador do nosso prédio, prédio que mostramos a nossa sede. Limpamos essa área há um ano e coletamos esse material, fizemos uma análise que chamamos de granulométrica, não é análise qualitativa não, é análise só para saber o tamanho dos grãos da partícula que caem lá. Isso é fundamental também se entender e a gente, se tiver a oportunidade de responder a uma O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Todos são. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Qual é o escopo básico do serviço prestado pela EcoSoft para a Vale? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, a gente trabalha para a Vale e para muitas empresas, há muito tempo. Nosso escopo básico de trabalho: Operamos alguns equipamentos de monitoramento que eles detêm, que são deles, que eles utilizam para a própria medição interna, para saber como estão os números de emissão de poluentes. Fazemos estudos, eventualmente, para saber também totalizar as emissões, verificar fontes que podem ter alguma interação que possa melhorar as emissões, coisas dessa natureza, estudos, modelagens matemáticas. Então, esse é o trabalho que fazemos, normalmente, para a Vale. Se não me engano foi o que V. Ex.ª perguntou. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - E para a ArcelorMittal? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Esqueci-me de citar que para a Vale que também utiliza o nosso software que fornecemos, o sistema de informação ambientais. A Arcelor utiliza o nosso software há muito tempo também, desde 1996, se não me falha a memória e, eventualmente, muito mais eventualmente, prestamos algum serviço também de alguma medição, alguma coisa esporádica. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Os aparelhos que são utilizados para as medições, para os trabalhos da sua empresa sofrem manutenção periódica? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Da nossa empresa? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - É. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 73 O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Com toda a certeza. Inclusive esses certificados de calibração frequentemente são emitidos na temporalidade adequada. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, eu creio que é porque não havia tecnologia disponível, nem um método padronizado para fazê-lo. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Alguns têm defeitos por determinados períodos? Algum problema técnico? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Há quanto tempo há a tecnologia disponível para isso? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não sei se entendi bem a pergunta, excelência, mas todo equipamento pode dar defeito. Então, eventualmente, sim, os equipamentos podem apresentar algum defeito na medição, e a gente corrige o mais breve possível. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Mas eu estou perguntando exatamente isso que o senhor entendeu mesmo. Estou perguntando, porque nós estivemos lá no centro de controle das pilhas de minério da ArcelorMittal. Tem o controle do computador, e perguntei com relação à aspersão no momento em que eles estão fazendo a recuperação do minério. Perguntei se tinha alguma pane, ele falou: Não, nós temos aqui manutenção prévia. Acho impossível qualquer equipamento eletrônico não dar defeito. Você compra uma televisão nova, dá defeito; você compra um computador novo, dá defeito; você compra um aparelho novo, não funciona, certo? Então, fiz essa pergunta exatamente para me certificar com relação à situação que tivemos lá in loco na visita à ArcelorMittal. Qual é o escopo básico de serviço prestado da EcoSoft para o Iema? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - O Iema utiliza o nosso software também, o sistema de informações ambientais para receber os dados de monitoramento da rede de qualidade do ar que nós operamos, e fazemos a operação da rede de monitoramento da qualidade do ar, como já citamos aqui com mais detalhes, a operação propriamente dos equipamentos: manutenção, calibração, basicamente isso. Em 2009 e 2010, fizemos uma parceria com o Iema para fazer o inventário de fontes de poluição, que foi também citado aqui na nossa apresentação. No momento, estamos com um trabalho em andamento, que é o de atualização desse inventário, que está sendo feito em parceria com o Iema e acompanhamento da Ufes. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Tanto se fala em DNA do pó preto. Têm vinte anos que a empresa de V. S.ª está em funcionamento. Foi membro integrante da Secretaria, deve ser como engenheiro da Secretaria e trabalhando nesse setor. Por que esse estudo, esse trabalho, esse DNA não foi sugerido há uma ou duas décadas? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Eu não vou saber precisar aqui sem olhar. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Mas cinco, dez anos? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Eu diria que talvez nessa ordem de grandeza. Não saberia precisar neste momento, teria que olhar as normas para ver as datas, as respectivas datas da publicação. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Porque os estudos são prolongados. A gente sabe que é uma questão complexa, nós sabemos que é uma questão complexa, mas a sociedade não aguenta mais. A saúde indo embora, as vidas indo embora, o patrimônio destruído. E quando o senhor falou sobre o minério, o Senhor Deputado Doutor Rafael Favatto já até colocou, de que tem ferro no solo, certo? Mas, depois do asfaltamento, aí eu pergunto, tem minério no solo? Se o asfalto cobriu aquela camada que seria no solo, esse minério não é jogado pelas empresas poluidoras? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, eu sinto que deu um pouco de dúvida sobre essa questão de eu ter dito sobre o ferro presente no solo. Se eu tiver a oportunidade, gostaria de clarear um pouquinho essa questão. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor tem toda a oportunidade. Nós temos todo o tempo. Eu quero deixar bem claro que nós estamos querendo chegar a uma deliberação na qual possamos ter qualidade de vida para morar, porque, em São Paulo, onde tinha a pior qualidade de vida para se morar em questão de poluição, você vai daqui para São Paulo, não sente a poluição como sente aqui, certo? A gente sabe das questões climáticas, mas a falta de investimento dessas empresas é o ponto crucial da coisa, e nós não vamos deixar passar batido nesta CPI. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Até se não tiver tempo de responder todo o questionamento agora, porque nós temos sessão às 15h, nós podemos reconvocá-los, Senhor Deputado Gilsinho Lopes, se não tiver tempo hábil para esta sessão. 74 - Diário do Poder Legislativo O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Mas temos até às 15h, até às 2h45min, Senhor Presidente, para poder questionar. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Se eu puder, então, clarear a questão relativa ao ferro. Quando eu disse que existe ferro no solo também, obviamente eu não estou dizendo que é maior parte do ferro vem da poeira do solo. No solo, nos solos de uma forma geral, se a gente for olhar diversos tipos de solo, basicamente todos eles vão conter uma porção de ferro lá colocada. Três por cento, cinco por cento, coisas dessa natureza, dessa ordem de grandeza, a poeira natural do solo. Quando a gente vai olhar uma poeira que vem da emissão de um alto-forno, de uma pilha de minério, de uma pilha de pelotas, a poeira que sai dali praticamente é quase tudo ferro. Ela tem uma composição onde o teor de ferro é muito elevado. Então, é uma diferença muito grande entre uma partícula que contém ferro e que veio do solo e uma partícula que é praticamente o minério de ferro em seu estado puro, com noventa, noventa e cinco ou até mais, por cento, de conteúdo de ferro nessa partícula. Então, o que eu quis dizer, estou tentando ser mais claro, é que existe sim ferro no solo natural da nossa região, existem as partículas de ferro, com o ferro, contendo teores maiores de ferro, que vêm dessas duas indústrias citadas, e existe, também, a ressuspensão de partículas que veio tanto do solo quanto dessas indústrias, que se misturam nas vias e telhados, e casas, e quando vem um vento ou passa um carro, ressuspende essas partículas no ambiente já misturadas. Então, tudo isso acontece. Não estou aqui... Se não, vai sair amanhã no jornal: Luiz Santolim afirmou que o ferro da poeira de Vitória vem do solo. Pelo amor de Deus. Eu não estou dizendo isso. Estou dizendo que o solo, a poeira do solo, também tem o elemento ferro, só que em quantidades pequenas. Essa, inclusive, é uma das maneiras de a gente diferenciar, a nível microscópico, as partículas que chegam até a casa da gente. Dentro do projeto Maps, que é o projeto que eu falei, que a gente daria um avanço nesse trabalho do DNA dentro da nossa proposta, a proposta não é coletar a partícula dentro de um jarro durante trinta dias, misturar tudo e depois fazer uma análise da constituição química dessas partículas. Nossa proposta é coletar cada grãozinho de partícula que cai sobre uma superfície e analisar partícula por partícula antes dela se misturar. Essa é a grande ideia. E isso analisado através de um microscópio eletrônico de varredura, que aumenta essas partículas seis dez mil vezes o tamanho e analisa cada uma a sua composição química. Então, é muito mais fácil a gente olhar para uma partícula separadamente, que constitui aquela poeira que suja a casa da gente. Aquilo é constituído de milhares de grãozinhos que caem ali. Se a gente analisar cada grãozinho, a gente consegue saber muito melhor de onde está vindo essa partícula. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Esse projeto já foi apresentado para as empresas poluidoras, para que vocês pudessem desenvolver e até implementá-lo? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Nós apresentamos ao Ministério Público em agosto ou setembro, não me lembro bem, do ano passado, e estavam presentes lá a Vale, a Arcelor e outras empresas, e outros atores também, inclusive o próprio Iema. Inclusive, foi noticiado na imprensa a nossa proposta na época, e mais uma vez fomos chamados de empresa Bombril, por um jornal da cidade. Eu não entendi bem o Bombril, mas eu entendi que talvez fosse mil e uma utilidades. Não entendi bem qual era a ideia de nos dá tal adjetivo. Mas, mais uma vez, a ideia de se tentar clarear a situação, se criar procedimentos e técnicas para a gente avançar nessa questão foi ridicularizada de uma forma, assim, até sem conhecer o trabalho da gente. Então fico triste com isso, por ser uma empresa daqui tentando apresentar soluções e ser ridicularizado por isso na imprensa. Não toda a imprensa, num veículo específico. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Luiz Santolim, gostaria que não nos ativéssemos à questão do que o jornal está dizendo. O que esta CPI está fazendo é questioná-lo, até porque esse projeto que o senhor apresentou no Ministério Público e tudo, e que as empresas estavam presentes, talvez ele não foi comprado, a ideia, por quê? Porque deve ter um custo alto e as empresas não querem investir. Não quero aqui saber qual é o valor, porque isso aí é uma questão da empresa e tudo. Mas essa é a grande dificuldade: eles preferem investir em espionagem, que nós apresentamos aqui, em arapongagem, em marketing, mas para reduzir a poluição, eles não investem. O pessoal da Arcelor e da Vale veio aqui. Sessenta e cinco milhões, não é, presidente, que a Vale quer investir até 2020. Gente, sessenta e cinco milhões é nada diante das vidas que foram ceifadas, das pessoas que estão internadas nos hospitais com doenças respiratórias, problemas pulmonares, e tudo o mais. Então a gente sabe essa questão do jornal. Cada um tem o seu mote. Tem aqui uns jornais do nosso estado que não dão uma matéria daquilo que eu falo contra o Governo, daquilo que eu falo contra empresa poluidora. Não dá uma matéria. E tem aqueles que dão as matérias sistematicamente, todos os dias. Então não devemos nos preocupar com isso, e eu tenho certeza de que as perguntas estão sendo feitas dentro da ética, dentro da técnica e dentro daquilo que compete a esta CPI. Então queria que o senhor respondesse apenas às perguntas. Que serviços a EcoSoft presta para a Vale no Hotel Senac Ilha do Boi? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - No Hotel Senac Ilha do Boi a Vale tem um monitor de partículas, chamado T1, que mede a poeira total em suspensão que chega até o hotel. Então nós operamos esse equipamento e mantemos funcionando esse equipamento. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Sim. Esse equipamento fica próximo dos jarros que o Iema tem? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, eu não sei nem onde ficam os jarros lá. Nunca vi esses jarros próximos à estação de monitoramento que a gente opera lá. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor já foi visitar pessoalmente? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Já fui visitar pessoalmente o local. Há bastante tempo, mas já fui. Quem vai normalmente, regularmente, lá são nossos técnicos. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Olha, eu quero deixar bem claro que V. S.ª está prestando depoimento sob juramento. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Perfeitamente. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - E se V. S.ª não souber onde estão localizados os jarros do Iema lá, eu... causa surpresa e espanto. Porque eles são visíveis, e se V. S.ª diz que já foi lá para poder atuar dentro do contrato que tem com a Companhia Vale do Rio Doce e não verificar esses jarros, eu não acredito que V. S.ª esteja falando a verdade. Desculpe-me colocar dessa forma. Até procurei... certo... porque o senhor tem vinte anos na área, mais cinco anos no Iema, e o Hotel Senac, eu acho que o senhor já deve ter participado até de eventos no Hotel Senac, e lá fica visível, visível onde estão os jarros. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, reitero que desconheço. Eu, pessoalmente, desconheço o local de instalação desses jarros. Sei onde fica a nossa estação, quer dizer, a estação que nós operamos para a Vale, lá em cima. Inclusive, recentemente, nós pedimos uma melhoria do acesso ao local, porque para chegar até o local da estação a pessoa, o funcionário nosso, tinha praticamente que se equilibrar em um murinho. Agora foi feita uma escada para melhorar esse acesso, dar mais segurança ao nosso operador. E reitero, sob juramento, que desconheço esse local, onde fica. Pelos jornais, ficamos sabendo que existe lá um jarro. Eu, particularmente, desconheço. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Algum dos senhores, seu sócio ou algum dos seus engenheiros, eles sabem onde fica? Diário do Poder Legislativo - 75 O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Gostariam de responder? O SR. ZOROASTRO SANTOLIM PIMENTA - Bom-dia. Meu nome é Zoroastro, sou sócio da empresa Ecosoft. Eu já estive lá onde está instalada a estação da Vale, e eu já vi também onde estão instalados os potes de medição de poeira sedimentável. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Eles ficam próximos de onde está a estação da Vale? O SR. ZOROASTRO SANTOLIM PIMENTA - Bom, ficam próximos, mas eles não ficam no mesmo lugar. A estação... O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Não, mas onde está a estação tem visibilidade para os potes. O SR. ZOROASTRO SANTOLIM PIMENTA - Sim, existe visibilidade. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Certo. Então é por isso que eu estou questionando, porque o senhor Luiz Santolim ir lá não verificar, sabendo da existência desses potes. Então, é assim, é um tanto quanto desatenção, desatenção de um engenheiro que tem uma empresa que atua na área, e nem se preocupar com a questão desses jarros. O SR. ZOROASTRO SANTOLIM PIMENTA - V. Ex.ª, o Luiz esteve lá e eu não sei em qual época foi e a gente não sabe também se na época em que ele foi - já tem bastante tempo - esses potes estavam instalados lá. Não é uma coisa que... O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Eu me dou por satisfeito. Qual é a frequência de visitas dos técnicos da EcoSoft no Hotel Senac? A frequência. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - As visitas são variáveis. Pode ser a cada dois dias ou... O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Luiz, essas perguntas, se o senhor não tiver como respondê-las, eu aceito as respostas do Senhor Zoroastro porque, de repente, ele está na área técnica, e o senhor está na parte administrativa ou, às vezes, viajando, então eu aceito porque são perguntas que nós temos que registrar as respostas. O SR. ZOROASTRO SANTOLIM PIMENTA - Ok. Esses equipamentos são visitados semanalmente e, algumas vezes, existem umas visitas um pouco mais curtas. Já chegamos a visitar até três vezes dentro de uma mesma semana. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Eu gostaria que o senhor detalhasse como é todo o 76 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 processo de visita técnica no hotel, a marcação de visitas, registro de visitas, entrada nas dependências do hotel. O SR. ZOROASTRO SANTOLIM PIMENTA - O processo inicia com o pedido da EcoSoft para a entrada no hotel. Então, a EcoSoft, através de uma das pessoas que trabalham lá, pede autorização ao hotel para a entrada da empresa. A gente indica quantos técnicos vão fazer a visita. Normalmente é um técnico apenas. Algumas vezes, antes da modificação das escadas lá, íamos dois técnicos por causa da segurança e depois que a gente faz o pedido de liberação na entrada, normalmente isso acontece com uma semana de antecedência, os técnicos realizam a visita no horário marcado e fazem o procedimento lá de coleta de dados e calibração do instrumento, troca de filtro, troca de consumíveis e limpeza. Tudo o que é necessário para que o equipamento continue funcionando da sua melhor forma possível. Então, o Iema fez contato com a Vale e com a Arcelor, estou deduzindo isso porque as empresas Vale e Arcelor nos solicitaram propostas para instalar esses dois equipamentos num prazo bastante curto, inclusive, e oferecemos as propostas e instalamos, então, esses equipamentos mediante contrato. Um foi com a Vale e o outro com a Arcelor. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor sabe me informar quando foram adquiridos esses equipamentos? O SR. ZOROASTRO PIMENTA - Não, excelência. SANTOLIM O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Salvo engano, em 2009, certo? O SR. ZOROASTRO PIMENTA - Desconheço. SANTOLIM O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Então, há uma desconexão entre a primeira resposta que o senhor deu e essa agora porque, como o agendamento de visita uma semana antes? Se vai lá duas, três vezes na semana numa urgência, emergência. Então, mas a resposta está registrada. Eu quero perguntar por que a EcoSoft se negou a participar no primeiro processo de licitação do Iema para a instalação dos medidores de PM 2,5? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - E somente em 2014 é que eles solicitaram a EcoSoft para a instalação, considerando que a partir de 2013 comecei a coletar assinaturas para instalação desta CPI. E aí sim dá celeridade. É por isso que verificamos que precisam ser pressionados os órgãos, as empresas, para que elas decidam qual é a qualidade de vida que a sociedade merece porque faz cinco anos que esses equipamentos foram comprados e somente em 2014 eles foram instalados. Então, a outra pergunta que eu quero fazer é: o que ocorreu para que a EcoSoft aceitasse fazer a instalação em 2014 dos referidos instrumentos? Mas o senhor já respondeu na pergunta que nem era parte do contrato, ou seja, nem fazia parte do contrato, e o senhor foi também instado pelas Companhias Vale e Arcelor para fazer as instalações em tempo recorde. Qual o tempo que durou para instalar? O SR. ZOROASTRO SANTOLIM PIMENTA - Excelência, a EcoSoft não se negou a fazer esse trabalho em nenhum momento, apenas o Iema nos consultou porque o Iema havia adquirido ficamos sabendo depois - dois equipamentos para medir PM 2,5, dos quais não foi a EcoSoft que forneceu, nem participamos desse processo de licitação para fornecer esses equipamentos, então ela comprou sem nos consultar. Não participamos, não tivemos nem oportunidade para isso. Enfim, comprou esse equipamento e eu não sei quando nem como, mas fomos solicitados em determinado momento a instalar esses equipamentos e nos foi solicitado com uma certa urgência de fazê-lo. Mas o Iema nos consultou, nos solicitou, como se isso fizesse parte do nosso contrato de operação e isso não fazia parte do nosso contrato de operação da rede, ou seja, instalar equipamentos não fazia parte do nosso contrato. Então, dissemos: Iema, desculpe-nos, mas não podemos instalar equipamentos, porque isso não faz parte do escopo do contrato. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Eu não recordo completamente, mas acredito que foi num prazo de sessenta dias para a instalação disso. Vale ressaltar que são equipamentos bastante sofisticados e que precisavam. Vale uma explicação: a estação de monitoramento, as estações de monitoramento têm equipamento nele que se chama datalog, é um equipamento que, na verdade, coleta dados de todos os instrumentos. É como se fosse um cérebro da estação que cada instrumento vai gerando as medições de cada poluente e esse datalog então captura informação medida por cada instrumento de medição, junta tudo e se comunica com a central telemétrica do Iema para mandar os dados para lá a cada hora. O datalog que tinha nessas estações, tanto na estação Enseada do Suá, quanto na estação Ibes, ele não tinha mais o que chamamos de canais de entrada. É como se fosse uma entrada sobrando para ligar mais esse equipamento ali. Todos os canais já estavam utilizados. Então, foi preciso substituir esses datalogs por outros dois O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Zoroastro, o senhor informou que tem visita semanal e, às vezes, duas, três vezes na semana, de acordo com a necessidade, certo? O SR. ZOROASTRO PIMENTA - Sim. SANTOLIM Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 datalogs com mais canais. E inclusive esses datalogs não tinham mais... o fabricante deles já não mais existe, a empresa que fabricou esses datalogs é americana. Então, só havia a opção de substituí-los. O processo era um pouco mais sofisticado do que simplesmente chegar e instalar o equipamento e colocar para funcionar. Precisou mudar a infraestrutura da estação também para que ela pudesse receber esses novos equipamentos e colocar para funcionar. E isso é um dos motivos que exigiu que nos negamos a fazer o trabalho enquanto empresa operadora da rede porque a troca de um equipamento desse datalog é um procedimento relativamente caro e não tínhamos nem como cortesia oferecer isso, oferecer esse tipo de condição. Então, nós tivemos que falar: Iema, não é possível para nós, instalarmos o equipamento. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Certo, vocês disseram para o Iema que não era possível instalar os equipamentos. Mas quem foi que realizou o pagamento para a instalação desses equipamentos? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Como eu citei, foi um contrato, foi oferecido pela Vale e um contrato foi oferecido pela Arcelor, ambos no mesmo valor e nós ... esses contratos foram fechados e nós instalamos e as empresas nos pagaram. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Mas a atribuição de instalação era do Iema. Certo? Tanto que eles adquiriram e fizeram a compra e a instalação era por conta deles, quer dizer, houve o processo e vou deixar o Senhor Deputado Euclério Sampaio, Senhor Presidente, o Deputado Euclério quer fazer uma pergunta pertinente a isso. S. Ex.ª já tinha mensurado a pergunta e vou deixar que S. Ex.ª realize a pergunta. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - (PEN) - Concedo a palavra ao Senhor Deputado Euclério Sampaio. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Na verdade, Senhor Presidente, eu fiquei perplexo com a resposta dele, mas é algo que nós já sabíamos. Então, vocês não fizeram, pelo que eu entendi, no Iema e a Vale e a CST, rapidinho fizeram o contrato. Isso dá a entender, Senhor Luiz Cláudio, desculpem-me a expressão forte - que é um conluio entre a Secretaria, as empresas, e a empresa de V. Ex.ª porque, lamentavelmente, não é nem um triângulo porque a Vale e a Arcelor... como é que o Iema... é uma promiscuidade de autoridades que deveriam cada uma fazer a sua parte para zelar para a qualidade do ar. Lamentavelmente é uma promiscuidade, entendeu Senhor Deputado Rafael Favatto, é um absurdo isso que foi dito agora e eu espero que o senhor mantenha essa versão porque é muito grave, Senhor Deputado Rafael Favatto. Diário do Poder Legislativo - 77 O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Eu quero só complementar. Como o contrato da empresa com o Iema, não caberia à empresa a instalação, a quem caberia? A quem caberia a instalação, então? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Pelo que entendi um novo contrato. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Adquiriu esse equipamento e ficou quatro anos no depósito aguardando um novo contrato, porque o Iema, para contratar precisa fazer licitação; não é igual à Vale e à Arcelor. Mas nesse contrato quando adquiriu os equipamentos já não estava uma cláusula lá dizendo quem, também, iria instalar esse equipamento? Você tem essa informação? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Ex.ª, quanto à compra do equipamento ou se já havia contrato na compra para fazer instalação, eu desconheço. Teria que ser perguntado ao Iema. E como eu disse, não foi à Ecosoft que forneceu esses dois equipamentos de PM 2,5. Nem participamos dessa licitação, então, não sei responder essa questão. Não sei se foi satisfatório. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Mas pelo que entendi, Deputado Dary, que até o Iema fazer a licitação, tomar as providências estavam desesperados para instalar os aparelhos. Então, chamaram os parceiros dele, que é a Vale e a Arcelor pagar a conta. É isso. Obrigado, Senhor Presidente. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Baseado no que estamos ouvindo gostaria de fazer um requerimento para a gente instruir melhor esta CPI, de pedir os contratos que foram celebrados entre a Ecosoft, o Iema, a Companhia Vale do Rio Doce e a Companhia ArcelorMittal. Acredito que seja de bom alvitre que a gente esteja analisando esses contratos. Era esse requerimento. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Em discussão o requerimento do Deputado Almir. (Pausa) O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Senhor Presidente, antes de discutir, não sei se o Euclério se lembra da vinda do secretário aqui, quando discutimos sobre o poluidor-pagador que seria o caso, mas que vamos ter que propor um fundo para mudar essa metodologia. Acredito que essa seria uma saída. Sou favorável ao requerimento do Deputado Almir. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Continua em discussão. (Pausa) O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Presidente, meu questionamento seria exatamente 78 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 solicitar à Ecosoft encaminhar para esta CPI toda documentação referente a esses processos, desde a carta-convite, o escopo de serviço, garantias contratuais, etc. Então, sigo na mesma esteira do Deputado Almir, e que seja enviada cópia de toda essa documentação. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Em discussão. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Implementá-lo com a seu requerimento, então. Continua em discussão o requerimento do Deputado Almir, complementado pelo requerimento do Deputado Gilsinho. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) Favorável. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Voto favorável. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Voto favorável. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Voto favorável. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Voto favorável. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Acompanho. Aprovado à unanimidade. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Senhor Presidente, inclusive a compra, como se deu a compra dos aparelhos instalados porque isso é necessário para se comprovar a responsabilidade ou irresponsabilidade de alguns atores. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Aprovado à unanimidade, Deputado Euclério. E a compra do equipamento, então, foi pelo Iema, você quer... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Tem que ficar comprovada na CPI a promiscuidade, entendeu? Porque não havia responsabilidade da Vale nem da CST. Como eram muito chegados e resolveram pagar a conta dos parceiros, então, essa promiscuidade tem que ficar provada na CPI, Senhor Presidente. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Então, novo requerimento do Deputado Euclério Sampaio requisitando quem foi o autor da compra dos equipamentos. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Que forneça cópia de toda a papelada referente à compra. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) Favorável. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Favorável. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Acompanho. Aprovado à unanimidade. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Presidente, dando sequência aos questionamentos, vocês fizeram para a Vale, o RTC 09207 que determinou a eficiência de uma wind fence na redução da emissão de materiais particulados de um pátio de estocagem. Que materiais particulados foram estudados? Todas aquelas que foram estudadas, as PTS, poeira sedimentável e PM10 e PM 2,5. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, nós estamos lá, são as emissões de poeira que têm potencial de sair de dentro da Vale, ou seja, o que se conhece no mercado como o total de Partículas Suspensas na atmosfera, que são as partículas com diâmetro menor que cem microns (100 µm) até diâmetros bem inferiores. Esse é um assunto muito técnico que precisaria tentar, de fato, explicar um pouco mais. Não sei se há tempo. Em relação a esse trabalho nosso houve uma requisição à Vale da SOS Espírito Santo Ambiental, questionando exatamente essa pergunta. A Vale obviamente, nos encaminhou, porque fomos nós que fizemos o trabalho; a Vale nos questionou se fizemos a coisa errada, o que tínhamos feito de errado. Enviou-nos o requerimento e nos pediram que respondêssemos e explicássemos o que estava sendo questionado e se aquilo era pertinente ou não. Fizemos, então, um documento, no qual assino, tenho uma cópia aqui assinada, inclusive, se V. Ex.ª quiser ter acesso, mas que foi entregue ao Iema, ao Ministério Público, até onde sei à própria SOS Espírito Santo Ambiental. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Isso é a resposta do que foi questionado pela SOS Ambiental? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Essa é a resposta técnica... O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Se o Senhor fizer chegar até a nós, aceito como resposta. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Ok. Mas gostaria só de clarear um pouco, porque esse é um assunto muito técnico, foi por isso que trouxe essas partículas aqui. Se o Senhor me permitir me aproximar da Mesa, gostaria de mostrar aos Senhores o que estamos falando. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Pode. Fique à vontade. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - O que foi questionado é que nós utilizamos esse tipo de equipamento para fazer o monitoramento da eficiência da Wind Fence da Vale, do pátio de pelotas de usinas I a IV. Esse equipamento é capaz de medir a poeira em tempo real, como é possível ver aqui; por exemplo, agora está dando dez microgramas por metro cúbico (10 µg/m³) de poeira, um nível bastante baixo de partículas totais em suspensão (PTS), porque esse tipo de sonda que está colocada aqui deixa entrar todas as partículas menores que cem microns, que são partículas que têm certo tamanho na atmosfera, que já são consideradas partículas muito grande, cem microns. O que são cem microns? Se pegarmos um milímetro da régua e dividir em mil pedaços, temos um micron; então cem microns seriam 0,1 mm. (milímetro). Esse equipamento é capaz de medir todas as partículas menores que cem microns, ou seja, tudo que consegue ficar em suspensão no ar. Por que, tudo que consegue ficar em suspensão no ar? Porque partículas maiores que cem microns são tão grandes que a atmosfera não consegue reter essas partículas e a ação da gravidade puxa essas partículas e elas caem rapidamente. Então, numa amostra de poeira coletada na empresa, fizemos um procedimento que se chama de análise granulométrica; essa que falei que ficou lá um ano coletando na sala de máquinas, apenas uma amostra de poeira coletada num local que fica isolado, sem trânsito de pessoas. Nós separamos essa poeira em várias frações, usando o que a gente chama de uma peneira granulométrica simples, um procedimento simples usado no mercado. O que está sendo colocado é que nós deveríamos ter medido poeiras que saem das pilhas com essa granulometria. Queria mostrar para os Senhores, por exemplo, isso aqui tem oitocentos e cinquenta microns até trezentos e cinquenta e cinco microns; esse é o tamanho da poeira que está sendo colocado que deveríamos ter medido lá. Outro tamanho que também faz parte da faixa que se acha que deveríamos ter sido medida é a poeira entre trezentos e sessenta e cinco microns e cento e cinquenta microns, que é essa aqui também. A outra faixa que também fica dentro é essa aqui, entre cento e cinquenta e cento e seis microns. Ou seja, nós pegamos uma amostra de poeira, só para exemplificar, e essas três frações não foram Diário do Poder Legislativo - 79 medidas pelo nosso equipamento, por quê? Porque essa poeira se a soltarmos aqui ela cai; todas essas se as soltarmos cairão; elas não conseguem ficar mais que dois ou três segundos no ar, em suspensão. Então ela não consegue vir da pilha da Vale e chegar aqui; na verdade, para serem emitidas de uma pilha como aquela da Vale poeiras dessa granulometria precisaria ter um vento muito forte para levantar esse tipo de poeira lá. Então, ninguém mediria isso, se tivéssemos medido isso para fazer o cálculo da eficiência da Wind Fence, teríamos cometido um grave erro técnico. Agora, quais são as poeiras que nós medimos? Essas frações que estão colocadas aqui,com respectiva medição. Inclusive vocês podem ver que de uma amostra, isso aqui é a quantidade que tem de poeira grossa e isso é a quantidade de poeira fina. Dá para ver pelos volumes o quanto é a quantidade de poeira que temos de cada faixa. Ela está dentro de um saquinho menorzinho que tem, que é menor que vinte microns, o máximo que consigo peneirar. A partir daí tenho que usar outro processo para separar em poeiras menores. Mas o equipamento pega ... O SR. DARY PAGUNG - (PRP)- Tem como a câmara pegar isso aqui. Para nós é a poeira que causa doença. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Essa reitera uma amostra coletada em nossa empresa, não na época da medição a Vale. Da Vale temos outras informações. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - No mesmo local você dividiu todas as poeiras que estavam naquela localidade. O SR. ZOROASTRO SANTOLIM PIMENTA - Posso complementar? Essa daí é uma amostra. Ela representa cem por cento, vamos dizer ela representa uma pizza inteira. Então, cada saquinho desse representa um pedacinho da pizza, uma fatia da pizza. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Que estava naquele local que... O SR. ZOROASTRO SANTOLIM PIMENTA - Exatamente. Essa daí é a amostra que pegamos completa e separamos em faixas de tamanho de partículas. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Que é um local relativamente fechado. O SR. ZOROASTRO SANTOLIM PIMENTA - Completamente fechado. 80 - Diário do Poder Legislativo O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Tem uma báscula. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Tem venezianas, onde entra o ar, como se fosse a varanda da casa da gente, só que não entra gente, não circula ninguém. É um local que dá para fazer uma amostra interessante do pó preto. Nossa sede está em Santa Lúcia e não está muito próxima à Ilha do Boi ou à Ilha do frade, não está muito próxima. Então, se olharmos aqui essa poeira não é, não vai ter a mesma composição química de uma poeira que acharíamos em Cariacica ou de uma que acharíamos mais próximo das indústrias. O que eu queria colocar, só para finalizar, em relação a primeira parte da resposta, é que essas poeiras não resistem no ar, elas não conseguem ser arrastadas, por causa do tamanho delas. Essas conseguem resistir no ar. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Essas é que são realmente o problema que estamos enfrentando. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Exatamente. Isso aqui foi o que medimos. Isso aqui não medimos porque não existe equipamento para fazer isso em tempo real. Isso aqui sim, foi o que medimos no nosso equipamento. Como foi feito a medição da wind fence?A medição é feita da seguinte maneira: imaginem.... Temos uma apresentação sobre isso, mas acho que não vai dar tempo. Primeiro, a medição de uma wind fence é um .. A eficiência em termo de controle da poeira foi algo totalmente inédito em nível mundial, tanto que esse trabalho foi posteriormente aprovado num congresso nos Estados Unidos, o congresso mais importante do mundo sobre a questão de poluição atmosférica e que acontece uma vez no ano, e um trabalho nosso foi publicado lá com grande presença de público, foi aceito por uma comissão que analisa isso. Voltando a questão. Então, quando fomos chamados pela Vale e precisamos avaliar a eficiência da wind fence do pátio de pelotas de 1 a 4, tivemos de desenvolver um método para isso, com base numa metodologia já existente, mas que nunca tinha sido aplicada para wind fence. Então, tivemos que desenvolver um trabalho brutal, adquirir um monte de equipamentos e fazer esse trabalho durante meses lá dentro para poder termos certeza da avaliação da eficiência desse equipamento, uma vez que a emissão de poeira, por exemplo, em um pátio como aquele, é algo extremamente dinâmico. Se está ventando, por exemplo, pode emitir um pouco mais de poeira; se está movimentando material, pode emitir um pouco mais de poeira; se está sem vento e sem movimentação, pode emitir poeira nenhuma. Então, é algo extremamente dinâmico e dependente, inclusive, de condições climáticas da própria natureza. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Então, o que fizemos para medir a eficiência? Instalamos quatro torres de vinte e cinco metros de altura, repleto desse tipo de equipamento em vários níveis diferentes, cercando todo o pátio, que é uma estrutura imensa, como alguns aqui devem conhecer, uma área gigantesca. Também instalamos sensores meteorológicos que mediam a direção e velocidade do vento em vários níveis o tempo todo. E medimos. Imaginem que tenhamos aqui uma torre medindo a concentração de poeira. Aqui está o pátio e aqui temos outra torre medindo a concentração de poeira e o vento está soprando nessa direção. Então a primeira torre vai medir a concentração de poeira que chega até... Que chega até o ar que tá vindo ali. Se ele já vem com alguma poeira de antes da pilha, essa primeira torre vai medir. Passando pela pilha, vai juntar mais poeira emitida pela pilha. Na próxima torre, vai medir a concentração novamente. Então, ela vai medir uma concentração, que era o que já vinha de antes, mais o que somou da pilha, mas ela vai pegar no final. A diferença entre a concentração que veio de antes e a concentração que veio depois da pilha no vento, nesse sentido, nos dá o que chamamos de taxa de emissão de poeira, medida por esse equipamento, um conjunto de vários equipamentos como esse, medidos vinte e quatro horas por dia, a cada cinco minutos, continuamente, durante meses em que foi feito esse trabalho. Tem um volume de dados gigantesco. Foi questionado, não sei se é uma pergunta, Excelência, relativo à questão da aplicabilidade desse aparelho. Teria uma pergunta sobre isso? Porque é veiculado isso na imprensa também, se eu puder responder, se o senhor me permitir. O SR. PRESIDENTE RAFAEL FAVATTO - PEN) - Sim. (DOUTOR O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Foi dito que esse equipamento, primeiro, não consegue ler a poeira da ordem de oitocentos e cinquenta microns, e já mostramos o porquê e não seria necessário. Realmente esse equipamento não medirá a poeira maior que cem microns, mas ela também não é importante para o fenômeno, porque ela nunca vai chegar até Vitória vindo de lá, daqueles pátios. Mas, nós medimos toda a fração importante, e é a grande maioria da poeira, que é aquela que já foi demonstrada. Outra coisa que foi dita é que esse equipamento usa o que a gente chama de método nefelométrico, usa um laser dentro dele, onde a poeira é aspirada, ele passa através de um laser, esse laser emite um pulso de luz que provoca um brilho nas partículas que estão passando. É similar a alguém olhar por uma fresta de raio de sol entrando pela janela, vemos aquele brilho naquela poeira voando. É mais ou menos isso que o equipamento faz, só que, obviamente, dentro de uma técnica muito mais apurada. Mas é basicamente esse o conceito. Então, Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 todo grãozinho de partícula que passar na frente do laser, esse equipamento vai medir e vai ver a concentração em tempo real, que é o que ele está fazendo agora. O que nos foi colocado é que esse fator, como ele lê por um laser, ele precisa ter um ajuste, o que chamamos de fator K. Esse fator K nós conhecemos muito bem, conhecemos o fabricante desse equipamento e damos manutenção nele. E para fazer o fator K, nós então, durante cada medição, instalamos esses filtros. Gostaria, de repente, que os senhores dessem uma olhada. Esse é o real medido lá, só um exemplo, há vários desses, dezenas. Esse filtro é instalado... O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Só de V. S.ª colocar esse pacote aqui, sujou nossa coisa todinha aqui, de preto. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Peço desculpas. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Não, estou falando aqui, olhe, o documento, a mão. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Peço desculpas. Mas esse filtro é colocado aqui, nesse compartimento. Então, esse equipamento, ao mesmo tempo em que lê pelo método nefelométrico, que é o laser, ele também lê por um método extremamente básico e direto, que é o método que se chama de gravimétrico. Ou seja, toda a poeira lida, ele coleta e guarda aqui dentro, então permite que a gente pese esse filtro antes de ir para campo e depois que ficou lá um tempo, depois de vir para campo, pela diferença de massa do filtro e a quantidade de poeira que ficou agregada a ele durante aquela medição. Então, a gente consegue medir tanto a poeira em tempo real quanto conseguimos medir e calibrar o instrumento para aquele tipo de poeira que estamos medindo. É irrefutável a qualidade do trabalho que foi colocado nesse aspecto também, o que, infelizmente, a reclamação não aborda. Tudo isso está no nosso relatório, amplamente detalhado, não só na nossa resposta técnica agora, mas no relatório original entregue ao Iema, que também tenho uma cópia dele aqui. Não sei se interessa a V. Ex.as, mas eu poderia também entregar uma cópia do relatório original, que foi entregue ao nosso cliente Vale e que, por sua vez, foi entregue ao Iema. Só pediria de volta os filtros, porque é a minha comprovação lá, meu testemunho dos trabalhos realizados. Preciso guardar isso, faz parte do nosso sistema da qualidade esse registro e essa manutenção nos nossos arquivos, caso precisemos comprovar, mais uma vez, em última instância, a qualidade, o comprometimento e a veracidade dos nossos trabalhos. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Com a palavra o Deputado Gilsinho Lopes. Diário do Poder Legislativo - 81 O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Esse estudo foi certificado pelo MRI? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, o MRI não certifica ninguém, o MRI é um instituto americano que presta serviço para empresas e para o órgão ambiental. É um instituto parecido coma EcoSoft. Já fomos parceiros em alguns trabalhos e concorrentes em outros. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor, como parceiro, como integrante de conhecimentos mundiais, já esteve fazendo trabalhos e deve ter visitado outras empresas que operam no mesmo sistema da Vale, Arcelor, Samarco, e que não depositam tanta poeira sedimentar nas residências, nos lares, nos pulmões das pessoas. Qual o mecanismo que é diferente lá e aplicado aqui? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Bom, vou responder pelo conhecimento que a gente tem de trabalhos que já fizemos com essas empresas e pelo acesso que temos a algumas informações para poder elaborar esses trabalhos. Então, vou responder com base nisso, mas acho que o ideal seria essa pergunta ser feita às próprias empresas. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Eu estou fazendo a pergunta para o senhor, porque já fiz para as empresas. Estou fazendo porque nós temos informações precisas de que, em função de cobranças, de metodologias que reduzissem a poluição na França, a ArcelorMittal disse que iria retirar a empresa de lá. E o presidente francês, Hollande, simplesmente disse: Eu confisco todos os bens da empresa. Vai ficar para o país e ponto. Aí, o que acontece? Ele teve que investir. E, aqui, nós temos que ter um governo forte para chegar e também fazer com que eles invistam. Volto a palavra a V. S.ª para que responda a minha pergunta. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, do que a gente conhece mundialmente, eu já visitei muitas plantas de embarque de minérios, pelotizações, indústrias siderúrgicas, tive essa oportunidade na minha vida, o que a gente vê aqui são empresas com elevado grau de controle e com sistemas de controle da poluição instalados no que se tem hoje em termos de disponíveis, em termos de controle da poluição para esses tipos de fontes que elas têm. É possível avançar mais nos processos de controle? Sempre, com certeza. Acho que ninguém deve se conformar com o nível de controle que já tem e achar que isso está bom. Acho que a sociedade exige, acho que nós todos aqui temos vontade de que isso aconteça e de que as 82 - Diário do Poder Legislativo empresas possam avançar ainda mais nos seus controles e possam fazer isso, de preferência, de forma viável. Que elas possam fazer isso com os prazos e com os investimentos onde elas têm capacidade de fazer. Isso eu estou falando como opinião, como cidadão, porque acho que também essas empresas trazem certamente alguns benefícios para o estado, que não estão aqui em juízo neste momento. Mas que elas também, obviamente, têm um efeito dos poluentes que emitem que são socializados, digamos assim. Então eu diria que essas empresas hoje têm níveis de controle comparáveis a outros no mundo inteiro, mas têm condições e precisam avançar para que essas emissões sejam reduzidas de forma viável e sustentável para benefício de todos nós. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - A tecnologia evolui a cada minuto. Nós não temos outra metodologia mais avançada do que essas wind fences? Nessas andanças de V. S.ª por outros países, não temos como fazer a aplicação? O senhor falou que as empresas... Não é fazendo defesa, mas a gente sabe da importância das empresas para o nosso estado na questão socioeconômica. Mas, hoje, essas empresas, que teriam a obrigação de gerar emprego e renda, estão com demissão em massa. E elas receberam incentivos fiscais para instalação, como Coqueria Sol, CST e outras mais. E eu sei na ordem de quanto, tanto que requisitei. Só para a Coqueria Sol foram um bilhão, cento e cinquenta e cinco milhões para geração de duzentos empregos. Então, estivemos visitando lá. Quando nós fazíamos a visita, perguntei a um dos gerentes ambientais quantos empregos tinham? Têm duzentos e oitenta empregos. Então, está dentro do padrão, dentro do que foi proposto e acordado no contrato de renúncia fiscal, até porque essas empresas deviam ao Estado mais de dois bilhões em impostos. Hoje elas têm crédito no Estado. Então, o Estado não está fazendo favor, a sociedade não está fazendo favor. É dinheiro do povo que está sendo renunciado para que eles apresentem uma melhoria na qualidade do ar para o cidadão capixaba. Então, é nesse sentido que a gente está falando. Nenhum membro desta CPI está contra nenhuma empresa instalada aqui, até por que na época não tinha nem a legislação ambiental da instalação delas aqui. Certo? Mas isso aí, com a passagem do tempo as mudanças ocorrem. Nós temos a questão da lei, como, por exemplo, usar a maconha era crime e hoje está praticamente liberado. O cara está na praia fumando maconha, é transportado para uma delegacia e chega à delegacia, mas sai primeiro que a viatura. Certo? Então, temos que disciplinar, nós temos quer responsabilizar, temos que começar a cobrar mecanismo porque os impostos... Por exemplo, a Vale mandou a resposta para nós do questionamento do Deputado relator, Deputado Dary Pagung, de Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 quanto de imposto ela paga ao Estado, anual: duzentos e oitenta e seis milhões. Quanto de imposto paga ao Estado de Minas Gerais? Dois bilhões e setecentos milhões. Ora, nós temos que ver que comparação é essa. Dez vezes mais para o Estado de Minas em impostos e dez vezes menos aqui. Então, ninguém está fazendo favor, ninguém está preocupado. Eu sei que a empresa Vale deve me olhar como inimigo número um. Mas eu não, eu pesquiso para poder fazer os questionamentos. Eu, quando perguntei ao presidente da Vale sobre a questão de espionagem, arapongagem contra as sociedades, as comunidades, contra os líderes ambientais, contra os deputados que são contrários a essa situação contrários não, a favor da população -, ele diz que não tem, que a empresa é ética, é transparente, sempre com essa terminologia. Eu coloquei aqui o vídeo. O ex-gerente André, da Vale, que vocês conheceram, de meio ambiente, ele disse todas as atividades de espionagem que a Vale faz. Eu já passei para a CPI a cópia do vídeo em todos os seguimentos. Então, é nesse sentido, eu volto a pergunta sobre a questão da tecnologia. Pergunto a V. S.ª, Senhor Luiz Cláudio. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Diria o que disse antes. Acredito que possa ser avançado o processo de controle das empresas. Parece-me que já foi colocado nas reuniões anteriores com essas empresas que elas têm algumas perspectivas de novos investimentos para aumentar esses níveis de controle. Acho que isso é muito bem vindo, é muito necessário. Mas, diria que essas empresas, hoje, essas duas empresas citadas, já utilizam sistemas e processos dentro de níveis mundiais que se usa, também, para manter a emissão de poluentes sob controle. Até onde eu sei, elas atendem a todos os limites de emissão legalmente estabelecidos. Então, isso dá a elas uma questão da legalidade dessas emissões, mas acho que a gente não deve se conformar com isso e avanços podem, sim, ser feitos para reduzir essas emissões ainda mais e termos, aí, a qualidade de vida que a população da Grande Vitória deseja. Eu sou um morador da Grande Vitória, tenho dois filhos e prezo muito pela minha saúde, pela saúde deles e de todos os cidadãos que aqui estão. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Foi com respaldo em estudos da Ecosoft que a Vale divulgou que a eficiência das cinco wind fenses instaladas é a mesma, 77,4, haja vista que foi feito estudo de eficiência para uma única wind fense? Foi feito exame em apenas uma única wind fense e eles disseram que todas as outras têm a mesma eficiência, de 77.4. O senhor confirma? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, nesse quesito, realmente a Ecosoft só mediu a eficiência de uma wind fence, Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 83 que é a do pátio de pelotas das usinas I a IV da Vale. As outras cinco wind fences, não fomos contratados para fazer essa medição. As outras quatro. Desculpem, são cinco. Uma nós fizemos a medição, as outras quatro não. Quando fizemos, recentemente, uma análise para a Vale das eficiências de controle dessas wind fences, para compor um relatório das emissões atualizadas da Vale, que foi entregue ao Iema, foi considerado, de fato, que as eficiências de controle dessas outras wind fences não monitoradas diretamente seriam similares à da wind fence que foi medida. Por quê? Porque é a melhor informação disponível. Isso faz parte de um rol de opções que temos quando se faz o inventário de emissões. Então, por exemplo, a melhor informação possível para inventariar quanto uma fonte polui é fazendo medição nela. Mas se não há uma medição, a segunda melhor opção é fazer isso por similaridade. Ou seja, se existe uma fonte igual àquela ou muito parecida com aquela, que tem as mesmas condições, e houve uma medição para uma delas, é possível extrapolar isso para os outros, considerando que seja a mesma eficiência. Fora isso, teríamos uma terceira opção, que é utilizar o que chamamos de fatores de emissão, que são cálculos feitos para estimar essas emissões, feitos fora do Brasil, em outras situações, em outros tipos de pátios, materiais, etc. E não existe fator de emissão aplicável para pátios que têm wind fences instaladas, até porque esse tipo de controle é bastante recente e ainda pouco difundido no mundo. O MRI, que projetou essas wind fences para a Vale - ela projetou para cinco wind fences - fez um projeto e calculou para cada uma a eficiência teórica dessas emissões através de um modelo chamado CFD. A perspectiva que tinha de controle esperado quando a MRI fez o projeto para a Vale era de oitenta e dois a oitenta e oito por cento de eficiência. Ou seja, o projeto era de oitenta e dois a oitenta e oito por cento em todas as wind fences. Quando fomos medir uma delas, a eficiência esperada, se não me falha a memória, era de oitenta e dois por cento, oitenta e três, e medimos setenta e sete. Ou seja, um pouco abaixo do valor estimado em projeto. Então é muito razoável que se possa aplicar essa mesma eficiência, mais baixa do que a de projeto, para as demais pilhas, para se fazer a estimativa das emissões delas, uma vez que não medimos essas outras quatro wind fences. Não sei se consegui ser claro na minha resposta. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não. São composições diferentes. Fizemos justamente no pátio onde tinha movimentação de pelotas, que é uma das fontes lá, em termos de pátios, um dos materiais mais pulverolentos. Pulverulentos são capazes de gerar poeira. Um dos materiais mais pulverulentos são as pelotas, porque elas saem do forno quentes, com a temperatura muito alta, e têm ainda aderida, apesar de a pelota ser um grão grande, mas ainda tem aderida, normalmente pode ter uma casquinha nela, um pouquinho de poeira aderida na superfície dela. Então movimentar esse material pode gerar poeira, assim como outros. Mas a pelota é um dos que tem um potencial maior de emissão, mais pulverolência... O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O material protegido pela wind fence que vocês analisaram é o mesmo das outras wind fences? Sabemos que as empresas compram materiais diversificados. Quando os navios chegam tem o minério com uma certa composição, um outro com outra composição. Então queria saber se é a mesma composição. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O polímero é adicionado a algum outro tipo de líquido para ser aspergido às camadas de minério? Vocês que fazem as aspersões, os estudos? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Mais do que o pó de minério? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - O que chamamos de pó de minério é vindo das pelotas, vindo dos pátios de minérios finos... O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Mas tem o pó de minério, e várias pilhas lá, sem ser pelotas. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Tem. Eles são menos pulverolentos do que as pelotas. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Carvão? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Menos pulverolentos... A pelota é mais pulverolenta que o carvão. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Mesmo com as condições climáticas que tivemos nesses últimos meses? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, é difícil colocar isso porque todas as pilhas dessas empresas que conhecemos, elas, além de... quando falo que uma pelota é mais pulverolenta do que um carvão, por exemplo, é falando em estado natural, mas todos esses materiais, esses pátios têm o seu sistema de controle, têm o seu sistema de aspersão, têm aplicação de polímeros. Isso torna esses materiais controlados em relação à geração de poeira. Isso comparado com seu estado natural, sem nenhum tipo de controle. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não fazemos aplicação de polímero, nem controlamos esse tipo de processo. 84 - Diário do Poder Legislativo O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Eu sei que vocês não fazem aplicação, mas, quando algum técnico, algum engenheiro de vocês estão lá analisando e fazendo a coleta desses dados, saber se o polímero é utilizado puro ou se tem algum outro ingrediente a mais. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Existem diversos tipos de polímeros, a maioria deles solúvel em água. Então, faz-se uma mistura do polímero base, que vem em seu estado puro; faz-se uma mistura com água normalmente para gerar uma concentração adequada do polímero, para ele, então, ser aplicado nesses produtos, nesses materiais, nessas pilhas. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Vocês fizeram o RTC 10101/2011, o Inventário de Fontes e Emissões da Grande Vitória? Esse estudo foi certificado e acreditado por empresa isenta, acreditado de reconhecimento mundial do setor? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não, excelência. Esse estudo foi desenvolvido em parceria com o Instituto Estadual de Meio Ambiente, que até aquele momento, até onde eu sei hoje é um órgão responsável por gerir a questão atmosférica aqui. Esse estudo foi feito em parceria com eles e eles são, na verdade, os nossos auditores, os nossos inquisitores, porque são eles que analisaram esse estudo e como o contrato. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Então foi aprovado pelos técnicos do Iema o estudo? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Na época, até onde me lembro, não houve um documento... O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Acreditado? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, a palavra acreditado tem um significado mais específico de ter uma norma ou de ter uma empresa certificadora capaz de fazer o que chamamos de acreditação. Isso não aconteceu. Agora, acreditado no sentido de crer no estudo, de acreditar que ele seja verdadeiro e correto, até onde sei, sim, porque não houve nenhum questionamento documental. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Foi assinado pelos técnicos do Iema? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Assinado, creio que não. Quem assinou o trabalho fomos nós. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Foram vocês? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Sim, como responsáveis técnicos, eles entraram como parceiros e esse relatório está publicado no site. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Não validou porque não assinou. Não tem assinatura do técnico. Tem a fala dele, que foi acompanhado pelos técnicos do Iema, mas não tem. Estou fazendo a pergunta para que seja devidamente esclarecida. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, quando fizemos a finalização desse trabalho, que foi como disse, feito em parceria o tempo todo com o órgão ambiental, parceria, acompanhamento, senão não seria possível para nós fazê-lo, como já expliquei antes, porque não consigo chegar numa empresa e falar assim: Preciso dos seus dados de emissões. Só quem pode fazer isso é o Iema. Então o tempo todo o trabalho foi feito em conjunto. Quando montamos o relatório, chegamos às conclusões. Fizemos, depois da conclusão do trabalho, diversas apresentações para prefeituras, para o próprio Iema, para vários atores na época interessados em ver o resultado do trabalho. Não houve nunca nenhuma contestação e esse trabalho hoje está publicado no site do Iema. Então, entendo o seguinte: se está publicado lá é porque o órgão acredita e valida. Não houve, diria, um documento dizendo, assim: acreditamos nesse trabalho. Isso realmente não foi feito. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Observamos que o Iema e Seama têm profissionais que ganham pouco e são cooptados pelas empresas poluidoras e vão para a iniciativa privada. E, ao contrário disso, o Governo do Estado pega técnicos da iniciativa privada para gerenciar a parte técnica do Instituo Meio Ambiente, como é o caso do senhor Albertoni, agora recentemente, como era o caso da Glorinha Abaurre, como são outros casos de pessoas que trabalham na Cepemar e depois vão para lá. Qual é a relação, o senhor conhece o senhor Albertoni? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Conheci numa reunião recente, acho que depois de ele ter assumido, onde fomos falar de questões de operação da rede e qualidade do ar o qual nós temos um contrato em Vitória. Só dessa vez. Não o conhecia anteriormente a essa data. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Quais os equipamentos, instrumentos e técnicas, normas, padrões foram utilizados para a realização do estudo do inventário das fontes de emissões da Grande Vitória? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, essa é uma resposta bastante longa. Mas, vou tentar resumir. Nós utilizamos um manual que se tem mundialmente, que Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 é o AP42, que é um documento americano que dá todas as diretrizes de como fazer um inventário e utilizamos esse documento, que é utilizado mundialmente também e no qual se cria uma base para se fazer um inventário igual em qualquer lugar que seja, no mundo porque usa o mesmo critério, as mesmas metodologias. Então utilizamos esses recursos como sendo a nossa premissa de trabalho e assim o fizemos até à conclusão. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Esses equipamentos foram validados por quais autoridades? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não, não houve medição nesse nosso trabalho de inventário. Nós trabalhamos com o que chamamos de dados secundários, dados já existentes. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Em quais locais foram realizadas essas medições? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Nós fizemos algumas medições para determinar a granometria da poeira que sai das vias de tráfego. Então, nós fizemos levantamento dessa poeira que é levantada na via, como é a fração dela, como é o tamanho dela. Mais ou menos isso, de separar a poeira desse tamanho, só que feito com três equipamentos desses simultaneamente. Para jogar nos modelos matemáticos depois essa emissão de poluentes nas vias, eu preciso saber qual o tamanho da partícula que está saindo de cada local. Por quê? Porque dependendo do tamanho, ele vai ter um comportamento diferente no ambiente. A poeira mais fina, por exemplo, essa menor que 2,5 microns, essa poeira pode ficar em suspensão no ar, por anos. Já a poeira mais grosseira, na faixa de 2,5 a dez microns, essa poeira pode ficar meses a dias em suspensão no ar; já uma poeira maior que dez microns, ela tende a se precipitar rapidamente. É muito importante saber o quanto de poluente sai numa via, por exemplo, foi o motivo da nossa medição e qual e que tipo de poeira é essa que sai de lá em termos físicos, granulométrico, tamanho para que a gente possa entrar com isso adequadamente nos modelos matemáticos que vão calcular aquelas imagens que a gente mostrou como exemplo. Somente essas medições que nós fizemos, o restante de todas as informações utilizadas no inventário foram fornecidas pelas empresas, retiradas dos processos de licenciamento disponíveis no Iema, retirados dos relatórios de monitoramento que as empresas enviam para o Iema, com frequência, com rotina, de uma forma sistemática e também coletada nas empresas diretamente quando essas informações já não preexistiam no órgão ambiental - no Iema. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Foram baseadas nos estudos da sua empresa essa informação que a Vale nos passou que quinze por cento a poeira sedimentável é de responsabilidade dela? Diário do Poder Legislativo - 85 O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Eu não vou saber colocar esse número de cabeça, mas aquela tabela que a gente mostrou. Júlio, você pode mostrar por favor novamente? Aquela tabela tem um resumo do inventário. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) -- Eu perguntei se é de responsabilidade os estudos feito pela sua empresa para que o presidente da Vale afirme aqui nessa CPI que quinze por cento da poeira sedimentável é de responsabilidade da Vale. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não. Nós não geramos essa informação para a Vale. Se eles retiraram desse inventário, ou tiraram de outras conclusões internas, nós não sabemos responder. Peço desculpas. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor não sabe informar. Mas nesse relatório que vocês passaram, aproxima-se desse valor? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Eu teria que fazer uma conta, Excelência. Não tenho esse dado aqui, mas posso... O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Enquanto o senhor está respondendo, se o senhor Zoroastro puder fazer a conta, ou o Flávio Curbani puder fazer a conta, a gente precisa desses dados até por uma questão de comparação. Por qual prazo, em quais períodos do ano, e em que condições climáticas foram efetuadas as avaliações? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Da wind fence? Bom, eu entreguei para os senhores o relatório que eu tinha em mãos, mas foi feito em dois momentos: um primeiro momento, se não me engano, foram trinta, quarenta dias de medição, contínuos, vinte e quatro horas por dia, gerando dados a cada cinco minutos antes da instalação da wind fence. Para medir a eficiência de algum sistema de controle, a gente tem que medir com e sem aquele controle e ver a diferença que dá. Então, nós fizemos, se não me engano aqui, salvo algum lapso meu de memória, durante, mais ou menos, quarenta dias antes de instalar o wind fence no pátio de pelotas de I a IV, depois paramos o processo de monitoramento, eles instalaram a wind fence e, depois de instalada, nós fizemos novas medições, nos mesmos locais, utilizando os mesmos equipamentos, mas já com a wind fence instalada para ver a diferença que tinha de relação às concentrações de poeira que saiam dessas pilhas. Essa medição foi feita depois, salvo engano, também, foi por mais cerca de trinta dias; ou seja, totalizando aí, mais ou menos, uns setenta, oitenta dias de medição. Mas a gente está falando de medição de um equipamento contínuo como esse, 86 - Diário do Poder Legislativo que é capaz de informar em tempo real, a concentração de poeira. Bom, tenho, aqui, as informações. A primeira fase foi do dia 22 de maio a 21 de julho de 2009. Essa foi a primeira medicação que foi feita antes da instalação da wind fence. A medição que foi feita após a instalação da wind fence vai do dia 09 de outubro a 19 de novembro de 2009. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Período em que as condições climáticas são ótimas para a empresa. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, permita-me discordar, mas na verdade não. Na verdade, nesse período, aqui, além da medição propriamente dita, nós não fizemos simplesmente a medição da poeira antes e depois; fizemos, também, todo acompanhamento dos processos produtivos e das variáveis meteorológicas. Então, por exemplo, o tempo todo sabíamos quanto de material estava disposto nos pátios, quanto estava carregando ou recuperando dos pátios, que é colocar material e tirar dos pátios, que essas operações também são propensas a gerar alguma poeira. Tudo isso foi registrado junto com as medições. Então, na hora de fazer a análise da eficiência, por exemplo, um dia que chove foi descartado da base de informação para comparar as eficiências. Todos os dias que choveram, tanto antes quanto depois, os dias sem vento foram excluídos porque potencialmente gera menos poeira sem o vento. Então, tudo isso foi feito com muito critério. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Em um mês. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - E colocado dentro do relatório. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Desse período a, de 21 de maio até junho, vocês otimizam quantos dias? No período compreendido entre o início e o término, quantos dias são otimizados e são descartados? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Bom, nós temos dados válidos, ou seja, tirando aqueles que foram descartados, conseguimos sessenta e três mil, oitocentos e oitenta e quatro registros de concentração de poeira antes da instalação da wind fence. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Estou perguntando quantos dias porque você falou que dias de vento e de chuva são descartados. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Foram sessenta dias antes da instalação e quarenta dias depois. Até tinha me esquecido, porque já tem um tempo isso, foram dois meses antes e não um mês só, como falei, quarenta dias, foram sessenta dias antes e descartado, aqui, eu diria que uma porcentagem muito pequena; diria, no máximo, que em dez por cento desses dados houve interferência de alguma variável que pudesse não qualificá-los para compor o relatório e sua eficiência. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Então, no caso em tela, vocês descartam nessa questão de chuva e outros períodos que não contribuem para a avaliação? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Exatamente, Excelência. Inclusive isso está detalhadamente descrito em nosso relatório original. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - As condições climáticas vigentes no período das avaliações têm representatividade em relação às médias históricas da região da Grande Vitória? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Eu não sei se entendi bem a pergunta. O senhor está ainda relacionando à wind fence? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) – É O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Tem representatividade, com certeza. Dependendo do período do ano você tem mais vento, menos chuva, temperaturas mais elevadas. Essas fontes, que a gente chama de pátios a céu aberto, eles são mais suscetíveis a ficarem mais pulverulentos em épocas mais secas com ventos mais fortes, com toda certeza. No nosso trabalho, tudo isso é considerado. Por isso que ele pode ser feito a qualquer momento porque aqueles momentos que são favoráveis a não geração da poeira, são descartados. Eles só ficam no cômputo para calcular a eficiência aqueles momentos onde houve condições climáticas e operacionais, que também são fundamentais para que a gente pudesse comparar um caso com outro caso, que a gente não comparasse abóbora com banana, que seriam coisas completamente diferentes. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Mas estou perguntando... O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Alho com bugalho não é? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Quarenta e seis mil e trezentos depois. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Exatamente. Padronizamos a informação, que é uma coleta gigantesca de Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 87 informações, isso contém no relatório, como estou colocando mais uma vez, e permite, então, fazermos uma análise isenta dessas interferências climáticas e operacionais que V. Ex.ª não citou, mas que são também fundamentais. emissão de material particulado direto para a atmosfera. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - As condições climáticas no período, as avaliações, têm representatividade em relação à série histórica de resultado do RAMQAr e da poeira sedimentável? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Sim. Está no relatório. É só pegar a planilha que tem lá, detalhada porque o Iema detém todas as informações, e fazer esses cálculos, que acabamos de fazer aqui agora. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Agora estamos falando não mais do estudo da eficiência, V. Ex.ª, só para ter certeza. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor tem isso documentado? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Mas aí vocês fizeram o cálculo agora para nos dar resposta. Mas no relatório não está explícito dessa forma. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - É. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Com certeza. Se olhar, por exemplo, o relatório feito pela Ufes agora para o Iema, do relatório de 2013, qualidade do ar de 2013. Porque volto a dizer, a EcoSoft não faz análise dos dados que ela opera, dos dados das estações, quem faz a análise é o próprio Iema, e dessa vez contratou a Ufes para fazer o trabalho de relatório de qualidade do ar de 2013, por exemplo, que é o último que temos disponível. Olhando lá, vemos claramente que em determinados momentos do ano, os níveis de poluentes aumentam um pouco e em outros momentos esses níveis de poluentes de qualidade do ar reduzem. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Considerando as mudanças climáticas decorrentes dos gases de efeito estufa, pode a sua empresa avaliar quais os efeitos futuros sobre a qualidade do ar na Grande Vitória? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não, Excelência. Essa é uma resposta que o mundo inteiro está tentando buscar a nível mundial. Existem estudos que estão avançando nesse sentido, feitos através de modelagens matemáticas também, só que considerando todo o planeta, ao invés de uma só região, como fazemos aqui. Para fazer isso precisaria de computadores que só os Estados Unidos, os grandes centros têm, o NOAA, nos Estados Unidos, por exemplo, a IPI Americana, capazes de fazer o IPCC, têm condição de fazer esse tipo de trabalho. Nós não fazemos. Tenho uma resposta aqui, Excelência, relativa à quantidade de poluentes emitidos de material particulado, total emitido no inventário. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Sim, pois não. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - A Vale, no total daquele inventário de 2010, contribuía com 15,8%, em termos de emissão de material particulado, em termos médios, também é importantíssimo falar isso; e a Arcelor 6,1% da O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não. Não porque... O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Então, vou solicitar que nos informem oficialmente esses dados com os cálculos realizados. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, só uma dúvida em relação à questão de ordem. Nós temos um contrato, um acordo de cooperação com o Iema sobre esse trabalho, onde nós não poderíamos divulgar informações sobre ele. O que estou falando até agora aqui são informações que constam no relatório. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - A CPI pode requisitar qualquer tipo de informação e se vocês entenderem que essa informação é sigilo profissional, é isso e aquilo, aceitaremos plenamente, mas estamos requisitando essas informações e elas têm que ser respondidas. E agora vou acrescentar, nós queremos essas medidas para todas as empresas das quais a empresa de vocês fazem os trabalhos e as fontes. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Perfeito. Não há nenhum impedimento de nossa parte. Tecnicamente falando, isso é muito simples de fazer com base no inventário de 2010. A questão só é que talvez não seria melhor... tenho receio de descumprir alguma cláusula de contrato que temos com o Iema, só isso. Mas se o Iema nos permitir essa apresentação direta... é porque não queria ter nenhum tipo de atrito contratual com o Iema. Tenho que resguardar o que nós assinamos lá, enquanto responsabilidade. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Luiz Cláudio, tenho entendimento da sua temeridade de responder em função de quebra de contrato, mas se isso já foi veiculado, publicado, dito aqui pelos próprios membros das empresas, então não há porque. O senhor não já leu? O senhor está acompanhando todos os dias essa questão do pó 88 - Diário do Poder Legislativo preto. O senhor não já leu nos jornais que a Vale é responsável, o presidente da Vale admitiu que 15,8% é de responsabilidade dele? O senhor já viu isso? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Vi. Eu vi. O SR. GILSINHO LOPES - (PR-) - Então não há que se falar em quebra de contrato. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Tanto que ele disse que eram 15,86 por cento responsável. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - É. Acredito que tenha sido tirado dessa informação. Está muito coincidente o número: 15,08 da emissão de poluentes, isso calculado com base em 2010. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 poluentes para a Ilha do Boi, Ilha do Frade, Praia da Costa, praticamente nenhuma. No momento no tempo mostrado no slide. Agora, vemos que a área, toda a área urbana mostra, que está pintada meio de amarelo, que também tem uma concentração de poluentes, está vindo de onde isso? Se da Vale e da Arcelor não está indo para lá nesse momento, então, de onde está vindo esse amarelo? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - A área urbana o senhor considera onde? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM- Toda essa área que está pintada de amarelo, por exemplo, toda área habitada. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Mas considerando área urbana, mas qual município? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Agora aumentou. Pelo menos é a sensação que temos. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Da Grande Vitória. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Senhor Deputado Gilsinho Lopes, só para complementar, se somarmos os quinze com seis da Vale, dará vinte um. E o restante? Os setenta ...? São as outras fontes que o Senhor Deputado Gilsinho Lopes pediu para informar. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Da Grande Vitória, porque quase todos os municípios da Grande Vitória são atingidos pela... O SR. LUIZ CLAUDIO DONDELLO SANTOLIM - É muito difícil explicar isso de uma forma sem ter um suporte. Inclusive, queria convidálos - não sei se tenho essa permissão- convidar a CPI para conhecer a EcoSoft. Os recursos que temos lá, podemos mostrar com um pouco mais de detalhes, porque não consigo trazer tudo aqui. Mas fica o convite da nossa parte. Ficaríamos muito honrados em recebê-los lá e mostrar os nossos trabalhos. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Aceito o convite, não é, Presidente? Aceito o convite. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Com certeza. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Muito obrigado. Volto a dizer, há uma diferença entre a emissão de poluentes e o quanto desse poluente chega aos locais. Se olharmos a imagem da modelagem, que está parada no momento, no slide, sem fazermos o movimento dela, a gente pode ver o seguinte, por exemplo, tanto dá para ver uma manchinha mais vermelha, tanto em cima da Vale quanto em cima da Arcelor. Isso é em um determinado momento no tempo. O vento, no momento mostrado no slide, está soprando em direção ao mar. Então, naquele momento, por exemplo, a influência dessas duas grandes fontes de O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM Perfeitamente. Mas estou mostrando... O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - O senhor mesmo falou que a poeira pequena, a micropartícula, pode ficar um ano, dois, no ar. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Isso. A fina. Pode até mais. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Então ela pode ter vindo dali mesmo, da Ponta de Tubarão. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não necessariamente, Ex.ª, porque, nesse caso, as coisas são muito rápidas. O vento que está vindo lá da Serra, por exemplo, naquele momento ali, não tem esse poluente armazenado nele. É poluente que foi gerado em outro local e vem para cá. Mas o que está pintado de amarelinho lá nas áreas urbanas, amarelo clarinho, são outras fontes de poluição que também agem aí, por exemplo, os veículos e tal. Só que a gente observa que a cor tem a ver com a concentração, com a quantidade de poeira que tem lá. Então, o momento que está sendo mostrado no slide, a maior contribuição dessas duas empresas está indo para o mar. Não está impactando a cidade. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO- PEN) - Naquilo ali não incide o vento Nordeste, digamos assim. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Aquele ali é o Noroeste. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO- PEN) - Que é mínimo em relação a nossa região aqui. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não. Ocorre com bastante frequência. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO- PEN) - O vento Nordeste é o mais predominante. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - O Norte e o Nordeste são os mais predominantes. Com a imagem em movimento, vemos que em outros momentos a poluição das duas empresas sopra direto para cima de alguns bairros mais afetados. Por exemplo, agora, nesse momento é que ocorre aquela pulsação de gerar... olha, agora, por exemplo, ficou tudo vermelho, é que não dá para parar a imagem. Mas por que ficou tudo mais escuro de repente? Porque aumento o tráfego de veículos, aumentou a temperatura do ar, aumentou a velocidade do vento que está incidindo ali. São várias coisas que acontecem ao mesmo tempo. Então, é uma dinâmica muito intensa que ocorre, não é uma análise simples. Não é porque a Vale totalizou quinze por cento de emissão de poeira no inventário, que ela contribuirá com quinze por cento da poluição. Não é bem assim. Essa relação não é linear. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Luiz, ali têm alguns pontos amarelos, que você disse que poderia ser a poluição dos automóveis e de outras fontes. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - De automóveis, de outras empresas, de outras indústrias, de outras fontes. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Aquela cor roxa, que sai da Ponta de Tubarão, essa cor significa o pó preto ou algum gás? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - O que estamos vendo neste slide é um mapa de um poluente, que são as partículas totais de suspensão, é o total de poeira menor que cem mícrons, aquela fração que tiramos, um pouquinho, aquela sacolinha, aquela poeira, todo aquele restante que fica em suspensão no ar durante um tempo, vai sendo arrastado pelo ar e chega até a casa da gente. Essa poeira, que vemos no slide, são as partículas totais em suspensão. Não é a partícula Diário do Poder Legislativo - 89 sedimentada, por quê? Porque essa partícula em suspensão vai voar, vai se juntar com outra, se tornar uma partícula maior e ficar grande o suficiente para cair. Tenho outra. Peço permissão para mostrar. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Enquanto ele... Pode ir. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Conceitos de poeira. Esse slide mostra uma forma lúdica de tentar explicar a situação. Temos várias fontes de emissão de poeira que atuam. Infelizmente, meu apontador também não aparece lá. Temos as indústrias, o solo, os veículos, as plantas, por incrível que pareça as plantas também emitem partículas para a atmosfera, o pólen, por exemplo. Temos o mar, um conjunto muito grande de fontes que emitem poeiras para a atmosfera. Para V. Ex.as terem ideia, não só a poeira que é emitida para o ar vira poeira sedimentada, alguns gases que são emitidos para o ar, por exemplo, dióxido de enxofre, os óxidos de nitrogênio que saem na forma de gases na chaminé em contato como ar oxidam e formam partículas muito finas que são os sulfatos e os nitratos. Então, alguns, na parte dos gases emitidos, também viram poeira fina e essa poeira fina é a primeira que está lá que é o modo de nucleação. Então, aquelas poeiras fininhas são as mais propensas a se juntar. Quanto menor a partícula, mais ela se movimenta no ar através de fenômenos que existem de eletrostáticas, movimentos brownianos etc. se movimentam no ar e se chocam uma com a outra ou se atraem por fenômenos físicos que acontecem e elas acabam formando partículas maiores e essas partículas maiores formam o que chamamos de modo de acumulação, que é alguma coisa entre dois e meio e dez microns. E essas partículas maiores se juntam mais ainda. Mas, quando falo maiores, estou falando de partículas muito finas ainda, elas se juntam mais ainda no ar e vão formar aquelas partículas bem maiores e que vão essas, sim, sujar a casa da gente com mais intensidade. É muito complexo o que nós estamos falando. Não é porque um emite quinze por cento da poeira que ele vai colaborar com quinze por cento. Pode ser, pode ser, estou falando agora como uma hipótese só, por favor, que se for a Vale emitindo quinze por cento ela pode, em determinado momento, no tempo, quando o vento está soprando em cima da Ilha do Boi, ser responsável por noventa por cento da poeira que chega lá e em outro momento zero. Na média, não sei quanto é porque teria que fazer um estudo de modelagem para saber, bem complexo, com inventário atualizado e tal. Esse slide é de uma amostra de poeira sedimentada, medida em uma determinada região. Ela foi ampliada seis mil e quatrocentas vezes. É uma pequena amostrazinha. Aquelas bolas que a gente vê lá são partículas de poeira e podemos ver ali, infelizmente eu não tenho como apontar. Essa 90 - Diário do Poder Legislativo partícula aí, por exemplo, é uma partícula que tem, mais ou menos, dois microns de tamanho, de diâmetro. E isso é um pólen, é de uma planta, saiu de uma planta e depositou ali. Essa mais embaixo, branquinha, essa grande aí é um fragmento de um material metálico que a gente vê, nitidamente, olhando muito de perto, seis mil e quatrocentas vezes em um microscópio eletrônico de varredura, conseguimos ver que é um fragmento de um material mineral, pode ser do solo, pode ser de uma pilha de minério, pode ser de uma pilha de pelotas, sinterização, etc. Essa partícula redondinha que ele está apontando ali, por exemplo, é uma partícula que foi formada em um processo de combustão, onde se envolve alta temperatura, chega-se a mil, mil e trezentos, mil e quatrocentos graus, ou mais, se liquefazem os materiais e isso sai no ar na forma líquida quando ele encontra o ar frio, forma uma bolinha redondinha que tem mais ou menos ali um micron de diâmetro. Então, é outro processo de formação. Esse slide na parte de cima mostra uma partícula grande formada por milhares de partículas minúsculas que são partículas que se juntaram e formaram uma partícula grande e por aí vai. Só de olhar de perto essas partículas no microscópio, que é no nosso projeto Maps, que falei que a gente propôs, a gente já consegue saber de onde a partícula vem, não exatamente da chaminé A, B ou C ou do pátio, mas saber, pelo menos ter uma ideia da origem dela. Cruzando essa informação com outras informações mais como, por exemplo, composição química de cada partícula dessas, morfologia e direções do vento que aconteceram e etc. a gente consegue chegar muito mais, com um grau muito maior de certeza e de detalhamento em quem são os responsáveis por cada poeira dessas que se deposita. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Presidente, quero aproveitar a oportunidade para cumprimentar os vereadores de Pedro Canário - já está dando quorum aqui - Senhores Gil da Saúde, João Sula, Conrado, Rogério Moura, Joilson, Gérson e o Robertão está lá em cima ainda para completar o quorum. Cumprimentá-los e dizer que os senhores são mais felizes porque moram na divisa com a Bahia e lá não tem essa poeira para sentirem esse desprazer. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Cumprimento também, Senhor Deputado Gilsinho Lopes, já que V. Ex.ª abriu esse parêntese, o Senhor José Luis Caversan, que é de Guaçuí, a comitiva de Guaçuí também, o vereador Tayro Zini, que estava aí - deve estar nas dependências da Casa -, que estão nos visitando, participando da CPI, junto com o presidente da Câmara de Pedro Canário, o Senhor Rogério, e toda a turma dos vereadores que V. Ex.ª já citou o nome de cada um. Obrigado pela participação na CPI. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Dando sequência, são só mais cinquenta e nove perguntas, presidente, mas vou ser rápido porque às 13h nós vamos ter que encerrar esta reunião. Todos os serviços prestados pela empresa EcoSoft para o Iema, Vale e ArcelorMittal são vistoriados, aditados, certificados, acreditados por técnico do Iema, por empresas certificadas e acreditadas, isentas de vínculos com o Iema, Vale e ArcelorMittal, e de reconhecimento mundial? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - A pergunta é muito ampla, excelência, mas eu diria que sim. Os trabalhos que são feitos, tanto para as empresas que, por sua vez, vão ser entregues ao Iema como parte de algum processo de licenciamento ou de condicionante, esses processos sempre têm anotação de responsabilidade técnica e, entre os autores envolvidos, e a nossa empresa EcoSoft tem a certificação que já foi mostrada aqui - a gente mostrou -, têm escopo de poder fazer esse trabalho de forma acreditada e auditada. Nunca nos foi pedido esse tipo de coisa, de acreditação para um órgão internacional. Não conheço nenhuma empresa que trabalha no Brasil com coisas similares ao que nós fazemos que tenha esse tipo de exigência. Nunca nos foi solicitado; mas mesmo não sendo solicitado, nós temos um processo de gestão mantido - desde 2005 - com sucessivas recertificações até agora e nunca tivemos uma não conformidade na empresa que seria o descumprimento de alguma coisa que a gente prometeu fazer e não fez em termos de gestão da qualidade de tudo o que nós fazemos lá dentro. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - A população vem indagando se é possível, ao realizar o monitoramento da qualidade do ar, estabelecer com clareza a composição do material coletado e sua fonte de emissão? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - É o projeto Maps, que não deu para apresentar aqui, mas que nós apresentamos. Tenho que dizer que esse projeto avançaria imensamente na questão do conhecimento das origens do destino da poeira em Vitória, mas, ainda assim restaria uma parcela, eu acredito, da ordem de dez, quinze por cento que não conseguiríamos explicar. Por quê? Porque uma mesma fonte pode emitir partículas muito parecidas uma com a outra. Por exemplo: se eu tenho uma caldeira que queima óleo diesel numa empresa lá na Serra e outra lá em Vila Velha, o mesmo óleo diesel na mesma caldeira vai gerar o mesmo tipo de partícula. Então, por mais que a gente possa analisá-la em termos de morfologia, em termos de composição química, essa partícula é igual. Então, é muito difícil a gente separar de uma fonte e de outra. Algumas coincidências dessa natureza vão acontecer por questões inevitáveis. As partículas são Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 absolutamente iguais, independentemente de onde são geradas. Já em outras fontes, normalmente as maiores, as mais importantes para a gente, as mais significativas, a gente conseguiria explicar através desse projeto. Mas, como disse, é um projeto que precisa ser desenvolvido. A Ufes já deu, através do dna da poeira, uma explicação boa, uma base interessante a esse respeito que já mostra esse tipo de participação das empresas e de outras fontes de poluição. Mas, infelizmente, o estudo tem uma limitação no sentido de poder apontar a fonte, a chaminé, a pilha de minério, a pilha, a pilha de carvão. Ele aponta grupos de fonte, porque a metodologia que eles usaram, que também é aceita internacionalmente, é uma metodologia que se limita a chegar a esse nível. Como em Vitória nós temos dois empreendimentos muito similares em termos de materiais que eles manuseiam, estamos falando de Vale e Arcelormital, situadas na mesma região, geograficamente falando, então é muito difícil separar através somente da metodologia que a Ufes utilizou, separar detalhadamente em cada fonte, dentro dessas empresas, o quanto é responsabilidade de cada um. Nessa proposta que a gente apresentou, daríamos para avançar muito mais nesse detalhamento, e junto a proposta do nosso projeto Maps com o projeto de modelagem matemática, assim conseguiríamos dar as explicações e cobrir noventa e oito, noventa e nove por cento do grau de responsabilidade de cada ator envolvido nesse processo de formação da qualidade do ar de Vitória e toda essa dinâmica. Diário do Poder Legislativo - 91 O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Eu não tenho essa informação, mas eu tenho conhecimento de que, por exemplo, quem opera a rede monitoramento, a Ranqar Sul, no entorno da Samarco, Anchieta, Ubu, Meaípe, é uma empresa chamada CPmais, em parceria com a empresa Aires. Inclusive, uma dessas pessoas que operam isso veio aqui depor numa das primeiras reuniões de V. Ex.ªs como pesquisador da Ufes. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O professor Neivaldo, que o Senhor está falando? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - A quem o Senhor está se referindo? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Estou me referindo a Israel Pestana. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Israel Pestana. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Isso. Israel é sócio da empesa Aires e presta serviço à CPmais, que opera essa rede lá. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, acredito que todas as empresas que prestam esse serviço no Brasil atendem tanto a empresas privadas quanto a órgãos públicos, porque é até difícil sobreviver. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Nós estamos coletando as informações de todas as pessoas que estão dentro, que estão fora, que estão de lado, que estão de banda, porque só assim a gente vai chegar a qual é o envolvimento, se há conluio de empresas com poluidores, conluio de empresas com órgãos ambientais fiscalizadores. Porque muitas multas que foram aplicadas a essas empresas estão sendo anuladas. Por isso quando a gente fala em certificação, acreditação, não é... A sua empresa é de renome nacional, sua empresa é uma empresa idônea. Ninguém está aqui falando da sua empesa, mas nós estamos querendo chegar a uma conclusão, e V. S.ª há de convir, e seus sócios, e demais membros da empresa, hão de convir que os nossos questionamentos aqui são exatamente para que não pairem dúvida alguma. E quando a gente requisita a documentação como a informação que nós pedimos e o Senhor ficou preocupado de fornecer, se é quebra de contrato, se não é quebra de contrato, se nós não pedirmos ao Senhor nós vamos requisitar e a empresa tem que encaminhar. Isso aqui é CPI. CPI, nós podemos convocar, podemos chegar e quebrar sigilo fiscal, bancário, telefônico. Tudo isso nós podemos fazer e isso é muito simples, certo? Então, não tem o porquê a gente... Então aqui no estado o senhor não... O senhor disse da CPmais? CPmais e essa Wireless, não é? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Aqui no estado, estou perguntando. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Aires. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - É por isso que as empresas não fizeram a opção ainda, porque iria ficar certificado quem são os responsáveis por essa danosa causa à saúde dos capixabas. A sua empresa já trabalha para o Instituto do Meio Ambiente, sua empresa já trabalha para as poluidoras, o que para mim é um entendimento meio que complicado, porque se o Senhor trabalha para uma empresa que é fiscalizada por um órgão fiscalizador e que tem o poder de punição, a gente fica preocupado em como é que se mantém um contrato, uma vez que se o Senhor fizer alguma análise onde for desfavorável à empresa, aí, o órgão ambiental tem que aplicar a penalidade. O Senhor pode me apontar qual outra empresa do mesmo segmento tem o mesmo tipo de contrato, com a poluidora e com o órgão fiscalizador? 92 - Diário do Poder Legislativo O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Aires. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Aires. Disso a gente tem ciência, porque são coisas de mercado, não é? O site da empresa também coloca isso para a gente. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - E a CPmais hoje cedeu o seu gerente para o Instituto de Meio Ambiente, que é o senhor Albertoni. Então a gente fica feliz, porque as empresas... Saem dos órgãos fiscalizadores e vão para a iniciativa privada, e aí saem da iniciativa privada e vão para o órgão fiscalizador. Então é um troca-troca que a gente não sabe quem é que ganha ou quem é que perde. O senhor conhece o atelier do senhor Kleber Galveias, na Barra do Jucu? O senhor já ouviu falar? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, já ouvi falar, mas não conheço pessoalmente. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor já viu as telas? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Não. Nunca vi. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Seria interessante a empresa de vocês conhecer o atelier e verificar as telas, a maneira como elas são produzidas. Exatamente pela poeira sedimentável, e a última tela foi inclusive tema CPI do Pó Preto, em homenagem a esta CPI que, vocês podem ter certeza, vai ter resultados que a sociedade espera e precisa. Conhece outros estados que tenham regiões metropolitanas com características similares à da Grande Vitória em que a Secretaria de Meio Ambiente mantenha monitoramento da qualidade do ar, seja através de seus institutos, fundações, ou de contrato com empresas especializadas, e que tenham ou não indústria siderúrgica e embarque de minérios? Se conhece, poderia informar quais os respectivos níveis de poluição dos mesmos? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Os níveis de poluição não, Excelência, porque eu não tenho essas informações assim, de cabeça, e nem acesso isso com frequência. Mas posso dizer que essa mesma situação que a gente tem em Vitória em termos de, por exemplo, empresa terceira prestando serviço, como a Ecosoft, prestando serviço ao órgão ambiental para manter a rede de monitoramento funcionando, ela ocorre em praticamente todo o país, todos os órgãos ambientais. Exceção do estado de São Paulo, que mantém uma equipe própria há muitos anos, que consegue manter esses equipamentos funcionando por si só. A própria Cetesb tem um laboratório próprio também de manutenção dos equipamentos. A gente sabe, porque tenho colegas lá, inclusive, eles Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 contam da grande dificuldade que têm em manter esses profissionais nesse trabalho, porque o mercado vai lá e consegue oferecer um pouco mais a eles para trabalharem na iniciativa privada, e eles acabam muitas vezes se desligando do órgão e indo para a iniciativa privada. Então, esse tipo de coisa ocorre no Brasil inteiro. Eu não vejo... Eu queria colocar uma opinião pessoal e da empresa: não vejo nenhum tipo de... Não ser ético nesse trabalho porque ele é feito com... Como eu falei, a Ecosoft, ela presta um serviço de manter os equipamentos funcionando e nada mais. Corretamente. Quem faz toda a utilização desses dados, a análise, utiliza isso para poder fiscalizar ou tomar ações, penalizar empresa, se for o caso, enfim, fazer tudo, qualquer ação de gestão, são os órgãos ambientais, não somos nós. Então nós não temos qualquer tipo de possibilidade de influência em uma empresa ou coisa parecida, ou vice-versa. Nós nos limitamos a operar os equipamentos e estamos sujeitos a auditoria o tempo todo, do nosso trabalho, da nossa responsabilidade, que é manter os equipamentos funcionando corretamente, calibrados adequadamente, e é com isso que nós nos preocupamos o tempo todo: em manter esses equipamentos funcionando para gerar o máximo de informação que for possível gerar para que possa ser feita a gestão a partir desses dados. Se os níveis de poluição subirem, que a gente saiba que eles subiram, que os órgãos ambientais saibam. Para isso é preciso estarmos medindo. E que tomem as atitudes necessárias. Então nós não interferimos em qualquer momento, não trocamos informação com empresas sob esse aspecto, até porque somos proibidos de fazer isso por contrato. Então não vejo nenhum tipo de falta de ética nesse trabalho. Ao contrário, nós entendemos isso como uma prestação de um serviço importantíssimo ao Estado, porque se talvez ele não existisse, talvez o monitoramento da qualidade do ar aqui não existisse também, ou não pudesse ser mantido com qualidade. Porque a gente sabe que o Estado tem dificuldades, em função das leis, que são muito - são necessárias -, mas são muito restritivas em termos de se comprar alguma coisa, de se comprar uma peça de reposição, de se contratar um profissional. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - De comprar equipamentos e deixar jogado, no canto, para depois montar, de inopino, para dar satisfação à sociedade, porque vai haver uma cobrança. Isso aí a gente sabe, desse desleixo do serviço público. Mas fiz a pergunta por que o presidente da Vale sentou onde V. Ex.ª está e disse que ele mora no Leblon e que lá também tem a poeira do pó preto. Que ele, na sua varanda, quando chama os amigos, falou que tem o incômodo do pó preto. Queria saber se você consegue mensurar que lá, no Leblon, tem esse mesmo tipo de poeira sedimentável nas residências, como aqui? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 93 O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, não sei dar essa informação. Mas o Inea, que é o órgão ambiental do Rio de Janeiro, tem uma rede de monitoramento ampla lá no Rio, que foi modernizada recentemente. Já fizemos alguns trabalhos lá de projetar parte dessa rede, operamos algumas redes no Rio de Janeiro, mas não nessa região que o senhor está falando, operamos na Baixada Fluminense, na área do polo petroquímico, então, eu não tenho assim acesso a essa informações e honestamente não consultei ou fiz qualquer tipo de levantamento sobre essa questão, até porque não tenho qualquer tipo de interesse nesse assunto lá, especificamente falando, do que foi colocado aqui. principalmente. Aqui e em alguns bairros mais próximos, no entorno desses empreendimentos, é possível detectar uma poeira com algumas diferenciações em termos de composição química, morfologia, etc, que são misturadas. Essas poeiras com características próprias de processo siderúrgico, de pelotização e de movimentação de materiais desses processos siderúrgicos têm um aspecto um pouquinho diferente dessa poeira que vem de veículos, que vem de desgaste de asfalto, que vem da queima do diesel, e etc. Então, se pegarmos os bairros mais próximos e usar o empreendimento do entorno, estou falando, por exemplo, de Ilha do Boi, Ilha do Frade, Praia do Canto, Jardim da Penha, Jardim Camburi, Serra, etc.. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Antes o presidente quer complementar. O que eu pergunto: todas as vezes que nos referimos às empresas é porque questão de ética, por questão de contrato. Então V. S.ª não pode emitir um parecer que possa vir a contrariar as empresas. É muito cômodo o Presidente da Vale dizer que isso é um incômodo, como isso é um desrespeito, porque ele mora no Rio e nós é que estamos sofrendo aqui, certo. E os investimentos são muito irrisórios em relação ao que se precisa. Presidente, V. Ex.ª quer completar? O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Praia da Costa. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Queria complementar a pergunta no sentido de que o pó preto mesmo, essa poeira que a gente recebe nas nossas residências diuturnamente, é muito peculiar na região da Grande Vitória, por exemplo. O deputado viaja eu viajo, vocês visitam outras localidades, outras partes do País, Belo Horizonte, que tem uma metrópole muito grande, São Paulo, Rio de Janeiro. E nós não percebemos essa reclamação nesses locais. Não é que não tenha poeira, mas a poeira existente nesses locais não é a mesma poeira da região da Grande Vitória. Vocês têm essa percepção também? O que você acha disso em relação a nossa localidade? O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Vou falar a minha posição pessoal, enquanto já conhecedor do assunto, que já tive oportunidade de viajar e analisar um pouco mais sobre esse tema. A poeira de Vitória, em alguns lugares, é muito similar a de outras grandes metrópoles. A poeira preta normalmente é composta de muitas partículas de carvão e outros desgastes de pneus, asfalto e isso onde não existem indústrias como a que temos na ponta de Tubarão. Só grandes metrópoles, com muitos veículos circulando pela cidade, ônibus, motores, diesel, motores a gasolina, todos esses emitem as poeiras pretas, que a gente chama. Mas, em Vitória, tem uma particularidade, por conter dois complexos industriais grandes e que manuseiam partículas ferrosas e carbonáceas O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Praia da Costa. A gente vai detectar. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Itapuã, Itaparica. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Exatamente, toda essa orla mais próxima ao entorno do complexo, a gente vai achar a poeira que tem em São Paulo ou no Rio, Belo Horizonte, que é a poeira preta carbonácea, adicionada, misturada com uma poeira característica desses processos que eu citei. À medida que a gente vai se afastando desses empreendimentos, por exemplo, lá em Cariacica... O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - (PEN) - Estamos falando aqui de uma frota de setecentos a oitocentos mil veículos. Estamos falando de uma frota de oito milhões de veículos na região de São Paulo, de uma frota de cinco milhões de veículos no Rio de Janeiro. E aqui, pela nossa geografia, pelo vento, pela nossa constituição natural, digamos assim, se não tivesse essas indústrias ali na ponta de Tubarão, esse efeito de setecentos, oitocentos mil veículos seria praticamente imperceptível. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Seria menor, com certeza, do que é hoje, não há dúvida disso. Esse efeito da percepção da poeira, principalmente a poeira mais próxima do entorno desses empreendimentos, seria obviamente muito menos perceptível e geraria menos incômodo. Agora, qual o grau de mais ou menos, eu não saberia precisar aqui porque é justamente o objeto da proposta que a gente fez. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - (PEN) - Por exemplo, tem um amigo nosso, um morador - Gilsinho também acho que mora em um andar alto - do décimo quarto 94 - Diário do Poder Legislativo andar em um edifício na praia de Itaparica. Por que que essa poeira, que é tão predominante no décimoquarto andar, você não tem ali tão diagnosticada assim, a ressuspensão de vias, digamos assim? Porque você mora na orla, você tem um apartamento ali de frente e você tem uma poeira tão específica nessa varanda desse décimo- quarto andar. Em todos os andares. Estou falando do último para poder ver que poeira é essa que chega lá nessa região. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Como a gente mencionou, a poeira fina, que é suspensa das vias e que vêm também dos empreendimentos e de outras fontes, ela misturada ao ar, ela se comporta como um gás, ela se mistura homogeneamente ao ar e tem grande facilidade de ser conduzida em função da movimentação das massas, do fluxo de ar. Então, por exemplo, o décimo-quarto andar é um local baixo ainda para o que a gente chama de troposfera, que é a primeira camada da atmosfera que vai até um, dois quilômetros de altura. Dentro desses um, dois quilômetros de altura, que tem a primeira camada, que a gente chama de camada limite planetária, os níveis de poeira são parecidos. À medida que a gente vai subindo, eles vão normalmente diminuindo pouquinho, porque quanto mais próximo ao solo, mais poeira a gente encontra, e à medida que vai subindo, diminui um pouquinho. Por outro lado, existem também os efeitos das emissões dos poluentes. Por exemplo, se uma emissão se dá em uma chaminé de cem metros de altura, ela tem uma dispersão diferente de uma que se dá ao nível do solo, por um veículo, por exemplo. Mas isso tudo como espaço e o tempo se dilui e uma concentração parecida pode ser encontrada lá no terceiro, quarto andar, de concentração de poeira, e no décimo-quarto andar sem dificuldade, porque essa escala, de dez andares de diferença, em termos de atmosfera, é nada, é muito pouco em termos de escala, falando. Então, enquanto no quarto andar ou no décimo-quarto é bem parecido porque para a atmosfera isso aí é uma escala pouco significativa, já que a gente tem a camada imensa de ar. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - (PEN) - O que nos faz assim, o questionamento, é porque, por exemplo, aqui é essa peculiaridade. Se você vai a Santos, se você vai a São Paulo, se você vai a São Mateus ou se você vai a Guarapari, não tem mais. Você tem uma poeira, que é a maresia, mas aquele pó preto, aquela peculiaridade que é aqui. Por exemplo, esse material que você trouxe aqui, mostrando, que cai um pouquinho aqui, é como se fosse uma purpurina, não é, que fica o material brilhando do ferro aqui, que cai. Isso é essa peculiaridade da na nossa região da Grande Vitória, que não tem nas outras regiões. O SR. LUIZ CLÁUDIO DONADELLO SANTOLIM - Essa é uma partícula que tem... Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Normalmente esse que brilha é uma partícula mais siliciosa, tem sílica na sua composição, tem um brilho, ela é realmente característica de alguns tipos de materiais utilizados, matérias primas utilizadas tanto pela Vale quanto pela Arcelor, para ser os processos siderúrgicos. E isso realmente, na nossa região, é pouco presente no nosso ambiente natural, no nosso solo, nas nossas vias. Mas, isso também pode ser encontrado, esse tipo de partícula, em materiais de construção, por exemplo, usado nos pavimentos asfálticos, rocha, concreto, brita, isso também pode ser encontrado essas partículas siliciosas, que têm esse brilho também em materiais dessa natureza, não só no processo siderúrgico. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - (PEN) - Senhor Deputado Gilsinho Lopes. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) Presidente. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - (PEN) - Senhor Deputado Dary Pagung. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - No site da empresa, Luiz Cláudio, tem lá um subitem que fala de estudos de prognósticos e diagnósticos de impacto da qualidade do ar. Em cima deste subitem, a empresa informa que vocês auxiliam decisivamente na escolha de alternativas mais eficazes para investimento no sistema de controle ambiental. A minha pergunta é se a quantidade de estações automáticas de monitoramento da qualidade do ar que foram implantadas é suficiente para testar a qualidade do ar da Grande Vitória ou é insuficiente? O SR. LUIZ CLAUDIO DONADELLO SANTOLIM - Excelência, essa rede foi projetada em 1998, se não me falha a memória, e implanta em meados do ano 2000. Naquela época essa rede era a mais moderna e que tinha uma melhor cobertura espacial de todas as grandes metrópoles do Brasil, inclusive superou a rede de São Paulo, que até então era a mais ban ban ban, digamos assim, do Brasil, onde tinham muito orgulho de mostrar. Era uma das poucas redes automatizadas no Brasil naquele momento. Então, no ano 2000, tínhamos a melhor rede, a Grande Vitória tinha a melhor rede de monitoramento do Brasil. Mas a Grande Vitória de lá pra cá cresceu muito e as estações permaneceram as mesmas. Então, assim, em minha opinião, hoje, existe sim uma carência de monitoramento em áreas mais afastadas, principalmente da área do complexo industrial. Por exemplo, se formos falar em Vila Velha, mais ao sul, já chegando próximo ao shopping e em grandes bairros que apareceram ali do ano 2000 pra cá, aquela áreas hoje têm pequena cobertura em termos de monitoramento, ou seja, o pessoal que está Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 lá não sabe qual condição de qualidade do ar estão respirando. A mesma coisa na Serra. Se formos mais acima, Carapina, Serra-Sede, também aquela região tem uma baixa ou nenhuma cobertura de monitoramento pela rede atual. Se falarmos em Viana, por exemplo, também não temos monitoramento naquela região. A Grande Vitória cresceu bastante nesse período e a rede não teve acompanhamento. Hoje, diria que há uma defasagem, mas nas áreas que são mais próximas ao complexo industrial, que é um dos objetivos maiores, é o alvo desta CPI, digamos assim, nessa região o monitoramento é adequado pra essa população que vive nesse entorno, em minha opinião. Claro, precisa sempre de melhoria porque os equipamentos também são do ano 2000 e, hoje, existem novas gerações de equipamentos capazes também de melhorar a qualidade dessas medições. Não estou dizendo que os equipamentos que estão aí são ruins, ao contrário, os equipamentos têm quinze anos de uso e existem os mesmos equipamentos em diversas cidades do Japão, Europa e Estados Unidos operando há quarenta anos, os mesmos equipamentos. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) -Mas tem tecnologia mais avançada hoje. O SR. LUIZ CLAUDIO DONADELLO SANTOLIM - Eu diria que existem equipamentos mais modernos, com aprimoramentos em relação aos que têm hoje. Mas os equipamentos de hoje são excelentes, são certificados e não estou trazendo aqui nenhum descrédito ou demérito ao monitoramento existente, ao contrário, são equipamentos de qualidade e que continuam prestando um grande serviço pra cá. Acontece que com o passar do tempo esses equipamentos podem ficar mais difíceis de ter manutenção, porque vão surgindo novas gerações e aquela geração mais antiga o fabricante começa a não fabricar mais as peças de reposição. É como um carro que a gente tem. Um carro muito antigo a gente vai tentar comprar uma peça e não acha mais. Isso começa a tornar a manutenção um pouco mais cara. Então, o recomendável pra Grande Vitória é que, gradativamente, o Poder Público pudesse ir investindo, modernizando gradativamente as redes não precisa ser tudo de uma vez - e ir ampliando essa rede ao mesmo tempo para que ela pudesse chegar a cobertura de monitoramento a mais áreas hoje não cobertas pela medição que é feita. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - O senhor tem ideia qual o valor de uma estação dessas? O SR. LUIZ CLAUDIO DONADELLO SANTOLIM - Uma estação dessa, completa, pra medir todos os poluentes, partículas inaláveis totais, PM 10, SO2, NOX, CO, hidrocarboneto, Ozônio, meteorologia, custa na faixa de um milhão e duzentos Diário do Poder Legislativo - 95 mil reais, uma estação. Essas estações que estou falando são totalmente automatizadas e já instaladas em containers, com mostrei um exemplo que a nossa empresa fornece, que podem ser transportadas de um local para outro facilmente. Ao contrário das estações da Rede Vitória que são feitas em alvenaria e para transportar isso precisa reconstruir outra casinha, outro abrigo em outro lugar e dá muito trabalho e é complexo fazer isso. Hoje as estações são todas montadas em contêineres, isoladas termicamente com uma série de controles que facilitam. A gente vem com um caminhão munck e se não está legal, vamos monitorar em outro lugar. E pega essa estação e vamos monitorar em outro lugar, liga e faz a coisa funcionar. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Presidente, o Senhor Deputado Dary Pagung fez uma pergunta interessante. Não temos equipamentos suficientes para cobrir todas as áreas da região da Grande Vitória. Atualmente não os temos instalados. E a pessoa com baixa imunidade que recebe a poeira e tudo, é médico e médico e médico, hospital, hospital e hospital. Quem é que paga essas despesas do SUS, dos hospitais e laboratórios que são realizadas periodicamente? É o Estado; somos nós que pagamos. E as empresas não são responsabilizadas porque não há como mensurar essa situação. Então, farei mais umas oito perguntas que me restam e queria retornar... O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Senhor Deputado Gilsinho Lopes, só gostaria dizer que às 13h30min teremos uma reunião importante na Comissão de Finanças e estamos recebendo a LDO, vamos começar agora a discuti-la na Casa e vamos aprovar o cronograma para que V. Ex.ªs possam fazer emendas. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Quero inclusive, aproveitando que V. Ex.ª falou da LDO, verificar qual é o corte, qual é a redução que o Governo do Estado está fazendo para o Poder Judiciário e Ministério Público, na segurança pública. Estamos sofrendo demais. Se, no controle, estudos são feitos sobre a poluição da qualidade do ar não é possível determinar o quantitativo nem os tipos de poluentes emitidos pela Vale e ArcelorMittal, como podem essas empresas afirmarem que são responsáveis apenas por quinze por cento e cinco por cento? O SR.LUIZ CLAUDIO DONADELLO SANTOLIN - Excelência, eu não saberia responder isso. Teria realmente que dirigir a pergunta às empresas. Ser possível determinar a influência dessas empresas de outras fontes, já mostramos nesta Comissão que temos propostas para isso, temos tecnologia para isso. 96 - Diário do Poder Legislativo O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Vocês têm tecnologia, mas não estão implementadas e nem foram contratadas pela empresa de vocês para serem realizadas. Portanto, não existem estudos nesse sentido para quantificar o que é de uma empresa ou o que é de outra. É isso a que estou me referindo. O SR.LUIZ CLAUDIO DONADELLO SANTOLIN - Que nós tenhamos feito não. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Que vocês tenham feito, não. E o Instituto de Meio Ambiente, muito menos. Se vocês que são empresa com capacidade técnica mundial para fazer apuração e depuração desses índices, não tem, o Instituto de Meio Ambiente muito menos. Estou fazendo uma pergunta: como podem ter essas afirmações? Por isso que solicitei, o presidente requereu, e solicitamos que sejam feitos os cálculos para nos enviar porque o presidente da Vale disse 15,86 e o presidente da ArcelorMittal seis vírgula alguma coisa. São exatamente esses achismos que estão causando controvérsias nos depoimentos que estão sendo realizados pelas empresas nesta Comissão, pelos técnicos, pelo Secretário de Meio Ambiente, pela presidente do Iema... São esses questionamentos que deixam uma lacuna muito grande entre a realidade e o que se projeta para o nosso Estado. Dizem que estudos do DNA... daqui a quatro ou cinco anos. Daqui a quatro ou cinco anos teremos mais vidas ceifadas. A Secretaria de Saúde, em 2012, fez um estudo em que comprovadamente seiscentos e quarenta e quatro casos de câncer foram diagnosticados por causa do pó preto. Os alergistas e pneumologistas ouvidos nesta CPI confirmam que a causa proveniente desse tipo de doença são provenientes do pó preto. Sabemos que há outras causas, como a ressuspenção de vias e da indústria da construção civil. Sabemos que elas têm suas responsabilidades, mas precisamos ter um diagnóstico correto para quantificar qual é a responsabilidade e, dentro da dosimetria da responsabilidade, cobrar dessas empresas para que deixem de fazer marketing político e de relacionamento e invistam em tecnologias que possam dar os resultados necessários. Volto a frisar, Senhores Luiz Claudio, Honofre, Zoroastro e Flávio, que não temos absolutamente nada contra a empresa. Quando falei, foi com relação à mesma questão quanto a dúvida que se coloca com relação à isenção que deveria haver na cláusula do processo licitatório algo que impedisse que quem trabalhasse para a poluidora não poderia trabalhar para o órgão fiscalizador. Foi nesse sentido e não contrário a sua empresa. O Doutor Rodrigo Judice, Secretário de Meio Ambiente, disse que no País e no mundo as empresas trabalham para os órgãos públicos. Não está se colocando em dúvida a idoneidade da empresa de V. S.as, mas se está querendo chegar ao entendimento. V. S.as instalam os equipamentos e eles é que Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 quantificam o que aquela empresa está emitindo de poluição, isso ou aquilo ou outro indicador que venha a responsabilizar aquela empresa nos órgãos ambientais, porque V. S.as dão suporte ao Iema, mas o Iema é quem fiscalizará a empresa. Se o Iema chega lá e aplica uma penalidade, o que ocorre? A empresa pode até vir a querer cancelar o contrato ou coisa parecida nesse sentido. Senhor Presidente, fico satisfeito e solicito a V. Ex.ª que coloque em deliberação que a empresa nos forneça a apresentação realizada, para que a tenhamos no bojo dos autos da CPI. Agradeço aos participantes. Estamos aqui exatamente para trazer uma solução a essa problemática que é muito grande, como foi bem colocado. Outros países têm os mesmos sistemas operatórios das indústrias e não têm a mesma poluição que temos aqui. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Senhor Deputado Gilsinho Lopes, colocarei também em deliberação a juntada nos autos dos dois procedimentos que a EcoSoft nos enviou: a medição para avaliação da eficiência de controle das emissões de material particulado, proporcionado pela wind fence no pátio de pelotas das usinas I a IV e o esclarecimento a respeito de questionamentos sobre a medição de eficiência da wind fence do pátio de pelotas das usinas I a IV. São dois documentos. Coloco também em deliberação para que depois a Comissão, de maneira interna, ajuste as visitas que temos que fazer, agora incluindo a EcoSoft e a Multilift, do berço 9 do Cais de Paul, já que a Samarco pediu para remanejarmos a visita do dia 15. Senhor Deputado Almir Vieira, a Samarco pediu para remanejarmos a visita do dia 15, porque uma usina está em manutenção e ela quer mostrar todo o complexo funcionando de maneira adequada. Como não visitamos a Vale sexta-feira em virtude da chuva que ocorreu no dia anterior, quintafeira, e na própria sexta-feira, vamos deliberar que a visita à Vale seja no dia 15 e à Samarco no dia 18. Seria um dia de reunião da comissão, mas como todos os plenários da Casa estarão ocupados, substituiremos a reunião pela visita técnica à Samarco no dia 18. Em discussão. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Pela aprovação dos requerimentos. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Pela aprovação dos requerimentos. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Pela aprovação dos requerimentos. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Aprovado à unanimidade. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Senhor Presidente, pela ordem! Aquele estudo está incluído no requerimento ou não precisa de aprovação? O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Estão incluídos os dois requerimentos: o estudo do projeto de Microanálise das Partículas Sedimentadas (Maps) e a apresentação feita hoje. O SR. LUIZ CLAUDIO DONADELLO SANTOLIM - Encaminharemos com o maior prazer. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Presidente, pela ordem! Antes de encerrar, gostaria de agradecer à equipe que assessora esta comissão. Temos realizado trabalhos exaustivamente, inclusive nas visitas e eles têm nos acompanhado, dando todo o suporte, toda a assistência. Temos que reconhecer essa situação, porque estamos muito bem servidos com os nossos assessores, tanto da comissão quanto da equipe da direção das comissões temporárias. O Miguel Pedro Amm Filho está aqui ou está em outro setor, mas sempre tem alguém nos dando suporte. É importante fazermos esse registro, porque é importante para a Casa, pois às vezes as pessoas mal informadas por alguns veículos de comunicação dizem que a assessoria disso ou daquilo, mas não sabe do trabalho e qual é a luta diária desses profissionais abnegados que temos nesta Casa. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Senhor Presidente, pela ordem! Senhor Deputado Gilsinho Lopes, é bom registrar que além da CPI do Pó Preto, há mais quatro CPIs. Muitos funcionários que estão nesta CPI, como o caso do Miguel Pedro Amm Filho, também auxiliam nas outas quatro CPIs. A Casa está trabalhando exaustivamente com cinco CPIs e mais as comissões especiais, como V. Ex.ª disse. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - E as comissões permanentes também. Gostaria de agradecer, reforçar o agradecimento em nome de todos os Senhores Deputados, à comissão e também à imprensa, à TV Ales que sempre nos acompanham e a todos os assessores que estão nos acompanhando. Antes de encerrar, passo a palavra para as considerações finais, primeiro da empresa e depois dos Senhores Deputados. O SR. LUIZ CLAUDIO DONADELLO SANTOLIM - Foi um prazer estarmos aqui. Estamos à disposição para prestarmos quaisquer esclarecimentos adicionais que estiverem ao nosso alcance e mais uma vez convidá-los para uma visita que, pelo que entendo, já foi aceita. Ficarei muito Diário do Poder Legislativo - 97 satisfeito e muito honrado com a presença de V. Ex.as. Essa apresentação do projeto de Microanálise das Partículas Sedimentadas (Maps) já poderia deixála gravada no computador para evitar depois todo um procedimento. Já deixarei com uma pessoa da tecnologia de informação para deixar gravado. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Obrigado. Alguma consideração dos Senhores Deputados? Todos os Senhores Deputados estão satisfeitos e eu também. Agradeço a presença do Senhor Luiz Claudio Donadello Santolim, proprietário da empresa EcoSoft, com seus técnicos e o sócio da empresa, Zoroastro Santolim Pimenta; Onofre Junior Delaprane e Flávio Curbani. Informo que a próxima reunião será ordinária no dia 13 de maio, quarta-feira, às 13h no plenário Dirceu Cardoso, onde serão ouvidos os convidados André Ruschi, Biólogo, Paulo Esteves, representante da associação de moradores, e Doutor Marcelo Lemos, Promotor de Justiça do Ministério Público Estadual. Nada mais havendo a tratar, declaro encerrada a reunião e convoco os Senhores Deputados para a próxima, à hora regimental. Está encerrada a reunião. Encerra-se a reunião às 13h19min. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DO PÓ PRETO. DÉCIMA TERCEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA OITAVA LEGISLATURA, REALIZADA EM 13 DE MAIO DE 2015. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Havendo número legal, invocando a proteção de Deus, declaro abertos os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito. Convido à senhora secretária a proceder à leitura da ata da décima segunda reunião ordinária, realizada em 11 de maio de 2015. (Pausa) (A Senhora Secretária procede à leitura da ata) O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Em discussão a ata. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? 98 - Diário do Poder Legislativo O SR. DARY PAGUNG - (PRP) Favorável. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Favorável. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) Favorável. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Ata aprovada como lida. Solicito à Senhora Secretária que proceda à leitura do Expediente. A SR.ª SECRETÁRIA lê: EXPEDIENTE: CORRESPONDÊNCIAS RECEBIDAS: E-mail, do Senhor André Ruschi informando que não poderá comparecer à reunião de hoje, pois sua agenda de aulas é organizada com muitos meses de antecedência. Solicita se possível outra data com pelo menos quinze dias de antecedência e um veículo para transportá-lo. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Ciente. À Secretaria para providenciar. O André Ruschi foi o que participou da CPI anterior, de 1996, Senhor Deputado Dary Pagung. Passaremos para os nossos convidados. Agradeço a presença do doutor Marcelo Lemos, promotor de Justiça, e do Senhor Paulo Esteves, representando a Associação de Moradores. Gostaria de passar a palavra para os dois fazerem uma breve apresentação pessoal. Depois devolverei a palavra ao doutor Marcelo para alguma consideração que porventura venha fazer. Primeiro é a apresentação pessoal dos dois. O SR. PAULO ESTEVES - Boa-tarde a todos. Primeiro agradeço à Mesa, à CPI, a oportunidade que estou tendo de vir a esta Casa prestar esclarecimentos aos senhores. Elogio esta postura da Assembleia Legislativa, a instauração desta CPI. Acho que toda sociedade precisa muito discutir esse assunto, que é de estrema importância, relevância, para todos nós. O meu nome é Paulo Roberto Monteiro Esteves, sou engenheiro civil, formado na Ufes na turma de 1.973. Essa turma, inclusive, gerou algumas pessoas ilustres, dois Ex-Deputados desta Casa pertenceram a minha turma. Tive a oportunidade de assim que me formei entrar para o quadro da Vale. Fui estagiário primeiro, nos dois últimos anos da escola de engenharia; depois Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 passei dois anos como engenheiro operando o Porto de Tubarão. Eu saí da Vale, pedi demissão da Vale, em janeiro de 1976. O fato de eu ter trabalhado na Vale operando o Porto de Tubarão, deu-me conhecimento suficiente, fora a minha formação acadêmica, de todo o processo produtivo, tanto da Vale, quanto da ArcelorMittal. O que me credenciou, portanto, a agir e começar a trabalhar em relação a essa luta contra o pó preto que tanto nos assola. Vou fazer só um breve histórico da minha atuação na defesa do meio ambiente. Em 1997 assumi a diretoria de meio ambiente da Samifra, que é a Associação de Moradores da Ilha do Frade, liderando um movimento contra o desembarque de um navio de clínquer pelo Porto de Tubarão. O clínquer é cimento a granel e eu já tinha vivido na minha experiência profissional antes desse evento, ou seja, eu tinha assistido a um desembarque de clínquer no Porto de Aratu, na Bahia, e foi um desastre porque o vento carregou o pó do clínquer e tinham dois operários e naquela época era um negócio complicado para eles se vestirem adequadamente, se protegerem adequadamente com EPI’s e eles estavam com o dorso nu, estavam sem camisa, no calor de Salvador, suados, e esse pó quando chegou até a eles - lembrando aos senhores que o pó de clínquer contém cal virgem e a cal virgem quando em contato com a umidade, ela reage e essa reação química produz um calor intenso - esse dois operários tiveram queimaduras de terceiro grau. E me apavorou muito quando eu soube que ia ter um navio desembarcando pelo Porto de Tubarão, já sofrendo essa questão do início do pó preto. Essa atuação provocou que esse navio levou quarenta e cinco dias para descarregar. Nesses quarenta e cinco dias, ele atracou e desatracou cinco vezes. À época, eu tive o auxílio da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa que muito me ajudou. Não existia o Iema e foi através da Comissão de Meio Ambiente desta Casa que nós conseguimos obrigar a Vale a fazer as intervenções que ela precisava fazer para proteger esse material. Por último, como consequência desse movimento, a Vale não aceita mais descarregar navio de clínquer por Tubarão. Nós os obrigamos a fazerem isso. Em 1998, assumi a presidência da Samifra, da Associação de Moradores da Ilha do Frade. Em 2001, eu tomei conhecimento de que havia na Universidade Federal do Espírito Santo uma tese de doutorado que era uma tese do cientista Paulo - fogeme o sobrenome dele - ele é daqui e foi parar até a Nasa. Acho que todos se lembram desse episódio. Ele tinha como orientador o professor Rogério Queirós. Essa tese dele dizia respeito exatamente a conseguir identificar o pó que chegava à nossa casa, qual era a origem dele, quais eram as fontes. A resultante disso é que chega à Vale, em Vitória, um diretor que eu conhecia e ele propôs que fosse feito um estudo. A Vale contratou, portanto, o professor Rogério Queirós e eles durante o ano de 2002 colocaram um Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 equipamento na minha casa e outro no Hotel Senac, na Ilha do Boi e, ao final do ano de 2002, o relatório desse projeto, que se chamou projeto Ilhas, definiu que a Vale era a maior poluidora, àquela época; em segundo, a ArcelorMittal; e em terceiro, veículos e construção civil. A partir desse trabalho foi feito um projeto, um plano de ação, para que pudesse ser consertado esse problema. Mas, infelizmente, a Vale mudou de direção, não fez mais nada e continuamos brigando contra isso por meio da mídia. Em 2005, assumi representação das primeiras associações de moradores perante o Ministério Público do Espírito Santo, o Iema e as empresas para assuntos de poluição atmosférica. A partir daí, nesse mesmo ano, foi feita a primeira representação junto ao Ministério Público pedindo providências em relação à Vale. Em 2007, foi assinado o Termo de Compromisso Ambiental com a Vale, decorrente dessa representação feita por nós. Em 2008, foi assinado o aditivo do Termo de Compromisso Ambiental da Vale para instalação das Wind Fences. Em 2008, ainda, foi feita a segunda representação junto ao Ministério Público pedindo providências em relação à ArcelorMittal. Em 2011 foi protocolada pelo Ministério Público na justiça uma ação civil pública contra a ArcelorMittal e contra o Iema. Desde então temos feito esse trabalho de tentar resolver essa questão do pó preto em Vitória. Só gostaria de ressaltar mais alguns reconhecimentos que tive por esse meu trabalho ao longo dessa jornada: em outubro de 2012, recebi o prêmio Rotary de Reconhecimento Profissional na Área de Meio Ambiente que me foi concedido pelo Rotary da Mata da Praia; recebi também a Comenda Mérito de Defesa ao Meio Ambiente Roberto Anselmo Kautsky, concedida pela Câmara Municipal de Vitória; em 2011, recebi uma homenagem da Associação Brasileira dos Ministérios Públicos do Meio Ambiente - Abrampa e do próprio Ministério Público do Espírito Santo pela luta incansável na preservação desse bem sagrado. Portanto, esse é um resumo que tenho das minhas atividades quanto a isso, quanto à luta contra o pó preto e é o que tenho a dizer. A partir de então coloco-me à disposição de V. Ex.as para quaisquer perguntas e dúvidas que tenham. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Concedo a palavra ao Doutor Marcelo Lemos. O SR. MARCELO LEMOS - Boa tarde a todos; cumprimento o presidente da CPI do pó preto, Senhor Deputado Doutor Rafael Favatto e, em nome de V. Ex.ª, cumprimento todos os deputados e demais servidores do Legislativo. Meu nome é Marcelo Lemos Vieira, promotor de justiça do Meio Ambiente e Urbanismo Diário do Poder Legislativo - 99 da Cidade de Vitória. Atualmente coordenando esses trabalhos na região metropolitana nas matérias que são pertinentes aos municípios da região metropolitana. Nasci em Vitória; formei-me na universidade federal; morei a maioria da minha vida em Jardim da Penha, um bairro próximo a esta Casa, convivendo com o pó preto e sofrendo seus impactos. Primeiramente digo que a minha vinda a esta Comissão, hoje, é no sentido de colaborar e de exercer um dos atos mais importantes que existem que é a cidadania. Esta Casa está de parabéns por ter colocado o tema em discussão e acho que a Assembleia Legislativa, por ser o local de expressão popular, talvez o mais importante entre os Poderes, pode muito colaborar nessa luta, que não é fácil. Assumi a Promotoria de Vitória no dia 06 de junho de 2011 e logo na primeira semana participamos de algumas audiências já em relação ao pó preto e nunca vou me esquecer de um relato do secretário de meio ambiente, à época, que é o atual secretário dos Transportes atual. Ele começou a fala dele dizendo que se hoje nós fossemos licenciar a Vale ou a Arcelor, onde elas estão, não licenciaríamos. Percebi que eu estava com um grande problema. Tínhamos, então, um passivo permanente. Ou seja, temos duas grandes empresas localizadas dentro de uma cidade, que cresceu ao seu redor, empresas que geram impactos urbanísticos e ambiental muito grande, muito forte. A leitura que fiz foi de realmente tentar buscar entendimento no sentido de adequar a realidade que foi escolhida há alguns anos, o modelo que escolhemos. Na verdade, a questão do pó preto é uma questão final, uma questão de consequência, mas determinado momento da história escolhemos o modelo industrial, fizemos essa escolha de trazer essas indústrias para cá. As indústrias geraram riquezas, geraram prosperidade; contribuíram para o desenvolvimento do Estado e, paralelamente a isso, a legislação ambiental foi ficando mais rígida e mais exigente. E a consciência da população também. Quando assumimos, já nos deparamos com uma situação muito favorável, porque providências tinham sido adotadas pelos promotores, até então um Termo de Ajuste de Conduta com a Vale. Na verdade, estava praticamente cumprido. Se não me engano, faltava só uma parte de entrega das wind fences e outras providências. Ou seja, a Vale havia tomado várias medidas de tecnologia e comportamento para melhorar a situação, e tinha também em andamento a ação civil da ArcelorMittal. As duas questões mais emblemáticas já tinham sido postas e procuramos dar encaminhamento. Participamos das reuniões com a Vale, as finais. Foram contratados os estudos que se obrigou; os estudos estão em andamento para se identificar as verdadeiras fontes para um trabalho mais eficaz. Em relação à ArcelorMittal, tivemos várias reuniões no Tribunal de Justiça. O Tribunal de Justiça - quero parabenizar o Desembargador Samuel Meira 100 - Diário do Poder Legislativo Brasil -, hoje tem um núcleo de conciliação muito interessante, que busca dimidiar as questões mais relevantes. Passamos de seis ou sete audiências buscando entendimento com a ArcelorMittal. Esse entendimento judicial não foi possível, e continuamos com esse diálogo com a ArcelorMittal, extrajudicialmente, muito próximos de um acordo que, evidentemente, passaria pelo crivo do Estado através do Iema, do secretário estadual, da sociedade civil organizada. Sempre trabalhando dessa forma. Ultimamente, em virtude de essa questão ser colocada em discussão, entendemos por formar - e já havia na verdade a discussão no sentido de formar um grupo técnico -, um grupo técnico formado por todos os atores. É só técnico, não tem participação da sociedade, porque a participação da sociedade está incluída na comissão do decreto que está regulamentando a matéria hoje, no Estado. Então, a posição hoje do Ministério Público é de tentar buscar o entendimento com as empresas, com os atores. Temos dois gargalos. Acho que essa questão do pó preto passa por dois gargalos que seriam os pontos principais que devemos trabalhar melhor. Ter uma legislação estadual um pouco mais restritiva, que não temos. A legislação que nos baseamos em relação aos índices de poluição ainda é ultrapassada, nacional. Então, ainda ficamos devendo a atuação jurídica, porque não temos esse marco regulatório. Temos também e é notória uma deficiência muito grande na questão de recursos humanos. Talvez fosse necessário decidir juntos, equipar melhor o Iema e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Acho que essa é a nossa maior dificuldade. Por isso ficamos sempre buscando contratar estudo de empresa particular, sempre buscando parceria com as empresas; de essas empresas desembolsar esse dinheiro, que é muito caro o Estado ficar pagando isso e ter que analisar se essa seria a melhor opção. Então, em todo esse trabalho que a gente vem realizando acabamos sempre enfrentando o problema da legislação. A legislação é ultrapassada. Temos um decreto estadual hoje, mas um decreto de transição, quer dizer, que demorará um tempo para ser aplicado, e temos uma deficiência de recursos humanos para fiscalizar as empresas. Ou seja, existe uma autoauditoria das empresas, ou seja, elas auditam, apresentam a auditoria, e acabamos por somente analisar essas auditorias para validar ou não. A experiência que tenho como promotor de Justiça, e o contato que tenho com os colegas no Brasil, há uma situação muito particular, muito positiva. Nos outros estados o diálogo é muito difícil entre empresa, Ministério Público, órgãos de fiscalização, Legislativo; não há um diálogo como o nosso. Então, fico muito feliz e muito esperançoso, porque o ambiente neste Estado é muito favorável. Conseguimos na promotoria estabelecer um meio de confiança e de trabalho muito grande entre empresas e com o governo, os órgãos de fiscalização. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Nossa última proposta foi também trazer o município. Vitória tem uma estrutura razoável de recursos humanos e tem colaborado bastante. Nas nossas reuniões, a secretaria municipal sempre está presente, e também pode ser uma grande colaboradora, inclusive, se for o caso, como Vitória sofre muito diretamente o impacto, tem uma legislação municipal um pouco mais restrita. Bem en passant, esse é o trabalho que realizamos. Tive o cuidado de preparar um CD, que gostaria que nos fosse solicitado para que tivesse um encaminhamento oficial, constando todo trabalho, desde o termo de compromisso com a Vale até as últimas reuniões que realizamos, inclusive, as audiências no Tribunal de Justiça, tenho isso digitalizado. Seria interessante a comissão estar nos solicitando e encaminharei oficialmente o CD com todo esse material. Coloco-me à disposição e agradeço imensamente a esta CPI a oportunidade de estar presente no sentido realmente de dar um encaminhamento aos trabalhos. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Colocaremos em deliberação a solicitação do material oferecido à comissão para fazermos, na presença de V. Ex.ª. Que a secretaria providencie o documento, pois o assinaremos e o encaminharemos agora mesmo. Em discussão o requerimento. (Pausa) Encerrada. Em votação? Como votam os Senhores Deputados? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Pela aprovação. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Pela aprovação. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Pela aprovação. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Acompanho. Aprovado à unanimidade. À Secretaria para providenciar a solicitação de todo o trabalho desenvolvido pelo Doutor Marcelo Lemos à frente da Promotoria de Justiça de Vitória. Concedo a palavra ao Senhor Deputado Almir Vieira para suas considerações e algum questionamento. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Doutor Marcelo Lemos, como o senhor avalia hoje o Termo de Compromisso Ambiental firmado entre o MP e a Vale? O SR. MARCELO LEMOS - Deputado, quando assumi a promotoria de Vitória, esse termo estava praticamente finalizando. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Li o termo, estudei bastante a fundo, e vejo o termo como uma grande conquista nossa aqui. Pela primeira vez digo isso, porque depois foram pedidas várias cópias desse termo de compromisso, no Brasil inteiro, por vários colegas, e marcou uma época. Ou seja, a partir do momento em que foi assinado aquele termo, ficou impossível hoje as empresas trabalharem ou tomarem alguma decisão sem a participação da sociedade. Então, vejo esse termo como um grande exemplo de cidadania, exemplo de participação da sociedade, de forma ampla, irrestrita. Isso foi discutido à época. Apesar de eu não ter participado da assinatura, depois conversando com várias pessoas, o termo foi discutido exaustivamente pela sociedade civil organizada através de seus representantes. Há o Paulo como procurador e representante de todas essas entidades. Tive oportunidade de conversar com os presidentes de associações na época e todos, por unanimidade, participaram da discussão em torno do Termo de Compromisso Ambiental. Fico muito feliz de estar na Promotoria, de onde esse termo faz parte, porque esse termo é para mim referência de como é importante trabalhar junto com a sociedade nas decisões de Governo. A instalação da oitava Usina, pela Vale - pelo menos é o que me parece -, foi uma decisão de Governo, ou seja, ele precisaria e necessitaria daquela usina para incrementar mais a economia e para a Vale poder desempenhar seus trabalhos de forma mais eficiente. Assim acredito. Essa decisão passa pelo crivo da sociedade, ou seja, passa por um trâmite. Naquele momento a Vale, empresa, juntamente com os órgãos públicos, com o Iema, Secretaria Estadual, com a sociedade e com o Ministério Público, faz um giro em seu comportamento e vem a aderir a todas as exigências ambientais que foram exigidas tanto pela sociedade quanto pelos órgãos públicos e faz talvez o maior investimento da história em nível ambiental. Vejo esse termo como um marco muito positivo nos trabalhos que envolvem todos esses atores de forma bastante democrática e bastante transparente. Essa é a percepção que tenho. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - V. S.ª sabe quantificar o número de denúncias que o Ministério Público recebeu nos últimos anos, a partir do momento em que V. S.ª está nessa área? V. S.ª poderia quantificar o número de denúncias que o MP recebeu nesses últimos anos sobre a questão da poluição? O SR. MARCELO LEMOS - Não saberia quantificar porque está lá registrado, mas existem vários tipos de denúncias, desde denúncia anônima até denúncias que são factíveis de investigação. A maioria das denúncias que recebemos hoje é sempre do mesmo lugar, da mesma pessoa e da mesma forma. Esses pedidos já foram, inúmeras vezes, Diário do Poder Legislativo - 101 respondidos pela própria Promotoria ou pelo centro de apoio. Porém, algumas são realmente infundadas. O Ministério de Justiça tem o Promotor de Justiça e constitucionalmente ele tem embutido em sua atribuição a liberalidade de convencimento se deve ou não responder ou se deve arquivar. Posso fazer esse levantamento sem problema algum e encaminhar para a CPI, sem nenhum tipo de problema. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Senhor Presidente, me dou por satisfeito. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Senhor Presidente, pela ordem! Antes de fazer minhas perguntas, gostaria de pedir a V. Ex.ª, como Presidente da Comissão, juntamente ao Miguel, coordenador das Comissões da Casa... Há agora, a CPI dos Empenhos marcada para 12h e a CPI do Pó Preto para às 13h. Não precisamos falar que com uma hora a CPI dos Empenhos não terminaria, pois não dá tempo. Portanto, gostaria de pedir a V. Ex.ª para interceder juntamente ao Presidente da Casa, para fazermos uma reunião e melhorar esse horário das Comissões. É impossível as duas Comissões acontecerem ao mesmo tempo porque há membro titular de uma CPI que também está em outra CPI. Gostaria de fazer esse pedido a V. Ex.ª. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Vamos levar sua solicitação ao Senhor Presidente Theodorico Ferraço. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Em cima da resposta do Promotor Marcelo Lemos, gostaria de dizer que convocamos o Paulo Esteves na Comissão porque ela começou a ouvir os presidentes de associações, a SOS ES Ambiental, especialistas e depois as empresas. Já ouvimos o Iema. Em uma oportunidade, alguém, que agora não me recordo, qual presidente de qual associação, disse que esse Termo de Compromisso Ambiental não teve a participação da sociedade, no caso das associações. Quando ouvi essa resposta e depois fiquei sabendo que o Senhor Paulo Esteves que assinou como representante das associações, foi que pedimos a presença do Senhor Paulo Esteves nesta Casa. A pergunta que faço a S. S.ª é se à época dessa discussão do Termo de Compromisso Ambiental, V. S.ª era realmente representante das associações. O SR. PAULO ESTEVES - Senhor Deputado, em 2005 eu assumi representação das primeiras associações de moradores da Grande Vitória, junto ao Ministério Público do Espírito Santo, ao Iema e às empresas para tratar desses assuntos de poluição atmosférica. Nesse mesmo ano foi feita a primeira representação junto ao Ministério Público pedindo providências em relação à Vale. Foi a primeira coisa que fizemos. 102 - Diário do Poder Legislativo Devo dizer ao Senhor que todas essas representações foram todas oficialmente, através de ofício, protocoladas, junto ao Ministério Público. Esses documentos não eram dirigidos a mim. Eram dirigidos ao Ministério Público, nomeando-me representante dessas associações. Chegamos a ter dez associações de moradores. Representei dez associações de moradores, como o promotor Marcelo disse, à época. O próprio Ministério Público chamou os presidentes, presidentes da época, dessas associações para discutir esse termo, para fazer essa discussão. O meu papel era muito mais técnico, em função da minha formação como engenheiro e em função do meu passado profissional por ter operado o Porto de Tubarão e do meu conhecimento, portanto, dos processos produtivos da empresa. Esse credenciamento foi feito direto ao Ministério Público. Isso com certeza está lá protocolado. Precisamos também lembrar que de 2005 para cá várias diretorias de associação de moradores foram sendo eleitas, outras, outras e outras. Posso afirmar que algumas delas já saíram dessa representação de 2005 para cá porque mudaram presidência, mudaram orientação e tudo mais. Continuo assegurando que tenho a representação da Ilha do Frade, tenho hoje. Tive, no passado, até dez, inclusive da Associação Comercial da Praia do Canto, não era somente de moradores. Isso tudo está documentado junto ao Ministério Público, porque isso tudo foi protocolado pelas associações no Ministério Público. Hoje posso assegurar ao senhor que tenho algumas associações ainda, entre elas, por ordem de interesse e importância, interesse porque são aqueles bairros de Vitória que mais sofrem com isso pela posição geográfica. Mas eu tenho Ilha do Frade, Ilha do Boi, Praia da Costa, Associação de Moradores da Praia da Costa. E a minha posição foi essa. A questão do envolvimento dessas associações se deu exatamente para que toda a sociedade civil representada por elas pudessem ter voz ativa e participação. Gostaria de lembrar que comecei essa minha reclamação sozinho, antes de fazer a representação ao Ministério Público. Moro na Ilha do Frade, me mudei para a Ilha do Frade em 1988, estou morando lá há vinte e seis anos e tem vinte e seis anos que sofro esse problema. Inicialmente, ele era menor, não era tão grande quanto é hoje. E comecei, então, a reclamar porque sabia onde estava o problema, sabia qual era o problema, pela minha experiência profissional, e comecei a reclamar. E comecei a reclamar na mídia. E reclamava sozinho. A mídia me dava apoio, me permitia fazer essa reclamação, mas, no entanto, na hora de ouvir os argumentos das empresas, as empresas diziam sempre que elas estavam cumprindo a legislação. Bom, chegou a um ponto em que estava cansado, porque gritava, reclamava pela mídia, mas nada era feito, nada acontecia e tudo mais. Até que, em 2005, fiz a primeira representação e, aí, em nome Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 das associações de moradores de então, que não eram dez em 2005, eram menos. Mas fiz a primeira representação no Ministério Público e, de lá para cá, a gente tem essa parceria com o Ministério Público. Também tenho muito orgulho de tudo que foi feito até hoje. Sou simplesmente um cidadão, sofro o problema na minha casa, mas tenho por pensamento poder tentar devolver um pouco à sociedade o muito que ela me deu. Sou engenheiro civil, formado na Ufes. Toda essa minha formação, meu curso de engenharia foi gratuito. Então, é uma maneira que acho que tenho de devolver um pouco à sociedade, usando o conhecimento que ela me deu, me proporcionou, a favor dela. Devo acrescentar também aos senhores que minha postura... Tento resolver o problema sob o ponto de vista técnico. Acho que é a única solução que temos. Acredito na engenharia, minha profissão. Acho que é o único caminho que a gente tem para resolver esse problema. Não tenha dúvida de que a melhor solução era pegar as empresas, tirar dali e colocar, desculpa, lá no Deserto do Saara, vamos dizer assim, para que a gente não sofresse nenhum tipo de problema com isso. Só, Senhor Deputado, que acredito muito ser impossível fazer isso; absolutamente impossível. E sou muito pragmático. Não gosto de perder, de travar uma batalha que já possa considerar perdida. Então, não concordo e não trabalho para fechar as empresas e tirar as empresas dali. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Nem a CPI. O SR. PAULO ESTEVES - Não. Acho a CPI fantástica. Afirmei, no início da minha apresentação, Senhor Deputado, que a CPI é muito boa. Precisamos... O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Disse: Nem a CPI está trabalhando para tirar as empresas dali. O SR. PAULO ESTEVES - Entendi. Desculpa. Havia entendido que o Senhor estivesse dizendo que eu não acreditasse na CPI... O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Não. O SR. PAULO ESTEVES - Pelo contrário, afirmei logo no início. Pois é, então, tirar dali... Primeiro pela impossibilidade e segundo, Senhor Deputado, fiz um levantamento primário, porque não sou economista, do impacto que haveria para a economia do Estado do Espírito Santo se, de repente, fechássemos aquelas empresas e as levássemos a outro lugar, para fora do Estado. Acredito que hoje os Senhores têm, à porta Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 de V. Ex.as , um clamor da sociedade, dos habitantes da Grande Vitória muito grande, só que acredito que V. Ex.as teriam um clamor muito maior que seriam daqueles da legião de desempregados, seus familiares e tudo mais. Então, não acredito nessa solução de fechar e de tirar as empresas dali. O que acredito é na solução técnica através da engenharia. Tenho certeza de que a gente consegue resolver esse problema pela engenharia. Agora, não existe solução no estalar dos dedos. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Para deixar claro, no começo da sua resposta você disse que tinha documentos no Ministério Público. Não entendi se o Ministério Público o nomeou para representar as associações ou se o senhor tem uma ata das associações para representar as associações no Ministério Público para assinar o termo. Só isso que gostaria de... O SR. PAULO ESTEVES - Senhor Deputado, é exatamente a última forma. Não são atas, são ofícios que as diretorias de então, das associações, protocolaram no Ministério Público me nomeando representante delas, não só para assinatura do termo, mas para discutir em nome delas esse assunto pó preto, poluição atmosférica. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Então existia esse documento das associações, encaminhado ao Ministério Público, nomeando Paulo Esteves para representá-las na associação para assinar o TAC, ou melhor, o Termo. O SR. PAULO ESTEVES - Não só para assinar. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Para acompanhar os trabalhos. O SR. PAULO ESTEVES - Para tratar desse assunto junto ao Ministério Público. E esses ofícios foram protocolados no Ministério Público e são, portanto, aprendi com eles durante essa jornada, que são documentos públicos. Estão lá. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - O prazo, esse prazo, o senhor continua representando as associações no MP ou já terminou? O SR. PAULO ESTEVES - Senhor Deputado, nenhuma delas colocou prazo. O prazo era indefinido. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) Indefinido. O SR. PAULO ESTEVES - Devo acrescentar ao senhor que algumas delas, no decorrer dos anos, são dez anos que estamos falando, tiveram renovação de suas diretorias e posso afirmar, por Diário do Poder Legislativo - 103 exemplo, que a Praia do Canto, a Associação de Moradores da Praia do Canto, retirou a minha representação. Está certo? O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Entendi. O SR. PAULO ESTEVES - Darei mais um exemplo, a Mata da Praia, a Associação de Moradores da Mata da Praia também não quis mais que eu os representasse. Não tinha prazo nesses documentos e houve, sim, mudanças no decorrer desse período. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Deputado Dary Pagung, V. Ex.ª me permite? Bem, qualquer procuração que seja dada a quem quer que seja tem o objeto definido e o prazo definido. Não posso entender que o senhor, naquela oportunidade, recebeu uma demanda de representar as associações. Se as diretorias foram mudando, tinha também que se renovar esse endosso para que V. S.ª continuasse os representando. É o meu entendimento. O doutor Marcelo Lemos fez a colocação em relação ao trabalho, sem denegrir a imagem do trabalho, do que foi feito no TCA, da forma que foi feito... Doutor Marcelo já pegou em 2011. Ele foi elaborado em 2007; esse TCA foi elaborado em 2007. Passaram-se quatro, quase cinco anos. Os promotores que estavam na época não são os mesmos, os representantes não são os mesmos. Então, acho que exauri a competência de representar as associações quando não tem uma nova admoestação, uma nova manifestação das partes que representam as grandes associações. Pelo que temos aqui, na oportunidade, apenas quinze por cento, no máximo, da representatividade da sociedade foram ouvidas, que é submetida essa poluição atmosférica que temos no Estado. Esse é o meu entendimento, Senhor Deputado Dary Pagung. Só queria fazer essa colocação, porque se a Praia do Canto e a Mata da Praia desautorizaram V. S.ª a representá-los, deveria ter consultado as demais para saber se continua. Isso não foi feito; isso causa um desconforto até nas questões das representações. Tivemos nesta Casa, na legislatura passada, várias audiências públicas, mas não vi a pessoa de V. S.ª na Casa; não o vi. Estive participando de algumas delas e não o vi. Só queria acrescentar esse pormenor, Senhor Presidente, porque procuração tem objeto e tem prazo. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Queria acrescentar à palavra dos Senhores Deputados Gilsinho Lopes e Dary Pagung, no sentido de que se senhor é o representante das associações, o senhor fazia reuniões com essas associações em qual período? O senhor tinha um período que informava todas as ações discutidas no MP, nessas associações e com as 104 - Diário do Poder Legislativo empresas? O senhor devolvia essas informações às associações que representava, em determinada reunião trimestral, semestral, anual, pelo menos? O senhor informava a essas associações o que estava sendo tratado no MP, nos órgãos, no Iema, na Vale? Levava essas informações de volta a essas associações? O SR. PAULO ESTEVES - Deputado, havia, sim, essas reuniões. Essas reuniões aconteceram isoladamente com cada uma das associações. Não posso afirmar nenhum tipo de periodicidade. Normalmente era combinado com elas. Elas demandavam... Como é que está? Aí marcávamos uma reunião e eu ia a cada uma das associações. Algumas dessas reuniões foram abertas a toda a população, aonde eu explanava tudo, fazia o acompanhamento do que estava acontecendo. Em outras oportunidades, em várias delas, inclusive, com a presença do Ministério Público e com a presença do Iema. Isso tudo aconteceu, sim. Só queria complementar ao deputado, peço perdão pelo seguinte, não tenho formação jurídica e, portanto, não posso responder sobre a questão de teor de procuração, se ela tinha que ter prazo de validade ou não. O fato é que essas representações, esses ofícios, eram encaminhados e protocolados no Ministério Público. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - A cada nova eleição, então, dos novos diretores das associações, o senhor comunicava que era o representante, informava a eles que estava tendo essas audiências em relação a isso, ou não, também não... O SR. PAULO ESTEVES - Não, deputado. Eu não fazia isso, está certo? O que acontecia, normalmente, era que um presidente, ao passar o cargo para outro, passava o que estava acontecendo na diretoria. E o novo presidente assumia, ou não assumia, essas representações. Então, era assim que funcionava. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Em 2007, quando V. S.ª assinou o termo, tinha essas representações. O SR. PAULO ESTEVES - E que estão... O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - É isso que eu gostaria de saber. O SR. PAULO ESTEVES - Perfeito. Tinha e estão protocoladas no Ministério Público. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - O Termo de Compromisso Ambiental que foi assinado na época, não recordo qual foi a empresa, se foi a Vale Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 ou a Arcelor, disse que um representante das associações viajou para alguns lugares, para também ter um conhecimento de como funcionava as empresas fora do país e V. S.ª foi esse representante que viajou. Gostaria de saber o que o senhor viu lá fora? O SR. PAULO ESTEVES - Deputado, o Termo de Compromisso Ambiental previu e aconteceu a constituição de uma comissão de acompanhamento. Essa comissão era formada pelo Ministério Público, que era o coordenador - isso tudo faz parte do Termo de Compromisso Ambiental, está escrito lá. A comissão, portanto, coordenação do Ministério Público, o Iema participava, eu, pelas associações, e a própria empresa, também, participava. No âmbito dessa comissão, propus que houvesse esta viagem ao exterior para que o próprio Ministério Público e o Iema pudessem ver, in loco, o que estávamos falando e defendendo, que devia acontecer e devia ser feito pelas empresas. Essa viagem foi aceita pela comissão, foi colocada dessa forma. Outra coisa, deputado, todas essas deliberações dessa comissão, existe ata e essas atas são assinadas por todos os componentes dessa comissão, incluindo o Ministério Público e o Iema. E aí foi decidido que, sim, haveria essa viagem e foi decidido que sim, haveria essa viagem. Nessa oportunidade, abri mão de fazer a viagem porque e disse que não precisaria ir e sabia o que iria encontrar lá fora. O que estou defendendo é a viagem do Ministério Público e do Iema para que eles possam sim ter conhecimento do que acontece lá fora. Na oportunidade, nessa reunião, quando fiz essa colocação, a então diretora-presidente do Iema, Sueli Tonini, que hoje também é, novamente, a presidente do Iema, virou para mim e disse: Não! Você tem que ir, porque você é quem mais entende desse assunto e você é indispensável nessa viagem para poder ajudar a mostrar para o Iema e para o Ministério Público. A partir disso, a comissão, por unanimidade, decidiu que eu tinha que comparecer. Ainda fiz mais uma coisa, Senhor Deputado, reuni as associações de então e comuniquei a elas que haveria essa viagem, com uma vaga para as associações, e perguntei para todos os representantes das associações - estou dizendo representantes, porque tinham presidentes e tinham diretores - quem eles queriam indicar, pois podiam indicar quem quisessem. E eles, unanimemente, me indicaram para que eu fizesse essa viagem acompanhando o Iema e o Ministério Público. O SR. DARY PAGUNG - Na sua visão de morador, de representante das associações, o controle de emissões de poluentes nos parques das empresas do Espírito Santo existente é igual ou similar ao que existe no Brasil e no exterior, onde V. S.ª visitou? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. PAULO ESTEVES - Senhor Deputado, temos duas situações, uma da ArcelorMittal, outra da Vale. Começarei pela Vale para dizer a V. Ex.ª o seguinte, o que foi feito na Vale até hoje, diria que é a parte mais fácil. O que é a parte mais fácil? Foi copiado tudo que havia no mundo de disponível, em termos de equipamentos, em termos de mudança de processo produtivo. Isso tudo foi copiado no Termo de Compromisso Ambiental. Devo deixar claro para V. Ex.as que vivemos em Vitória uma situação única no mundo. A questão da posição geográfica da cidade em relação ao parque industrial acrescentada às condições climáticas que temos, de uma predominância do vento nordeste com uma intensidade muito alta, esta configuração é única no mundo. O que acontece lá fora, no primeiro mundo? Esse não é um problema que os incomoda tanto quanto nos incomoda. E, portanto, eles fizeram coisas, desenvolveram soluções que não são as mais completas. Ainda assim, afirmo a V. Ex.ª que tudo que havia à época de mais moderno em termos de equipamentos e em termos de processo produtivo trouxemos sim para a Vale. Obrigamos a Vale a fazer tudo isso. Esse é um caso, o outro trata da ArcelorMittal. Conversamos, Senhor Deputado, durante dois anos, tentando acordo com a ArcelorMittal. Como não conseguimos, o Ministério Público resolveu entrar com uma ação civil pública, que tem quatro anos que foi proposta na Justiça e já gerou uma liminar em que o juiz de primeiro grau concedeu todos os nossos pedidos, mas, depois essa liminar foi cassada por um desembargador do Tribunal de Justiça. Posso até dizer a V. Ex.as que, hoje, existe uma aproximação por parte da empresa tentando junto ao Ministério Público reabrir o diálogo. Houve uma mudança da postura da empresa. Ainda tenho devo confessar a V. Ex.as - um pouco de receio dessa intenção por parte da empresa - não estou totalmente convencido -, mas devo dizer e não tenho a menor dúvida de que diálogo é muito melhor do que qualquer briga judicial. A briga judicial é a favor deles, por quê? Porque eles contam com o prazo. Os prazos que a Justiça leva para dar retorno para gente. E esse prazo, ao meu modo de ver, é tudo o que eles querem, porque enquanto eles não forem obrigados a fazer isso, não vão fazer. Respondendo então a sua pergunta. A Vale fez o que havia no mundo, foi copiado. Deputado, está muito longe de resolver o problema da Vale. Falta muito ainda. Falta muito. Só que chegou agora numa fase pra nós, e aí estou falando como engenheiro e tecnicamente, uma fase complicada que é a seguinte: Daqui pra frente só conseguiremos avançar se... Eu costumo dizer lá atrás, para o Senhor apresentar uma solução, precisa antes ter o enunciado do problema. O senhor precisa saber qual é o problema para depois buscar uma solução para esse Diário do Poder Legislativo - 105 problema. Num momento em que copiamos tudo o que tinha no mundo, não tem mais o que copiar, agora é uma coisa inédita no mundo o que estamos propondo que seja feito. Precisamos estudar todas as fontes que vêm de todas as empresas pra gente poder descobrir quais são as fontes que contribuem mais para o nosso problema, para depois chamar um conjunto de especialistas, de técnicos para se debruçarem sobre esses problemas e proporem soluções, para depois implantar essas soluções. Desculpa, esse é o único caminho que vejo como sendo possível. No caso da Arcelor, a parte de copiar o que já está feito, nem isso conseguimos. Darei só um exemplo aos senhores: O Grupo Arcelor que não é Arcelor, é Mittal. Primeiro me permitam. Só um pouquinho. Quando tivemos a CST, era a CST empresa estatal, a CST era exemplo de meio ambiente. Isso é necessário ser dito. O que aconteceu com a CST? Ela foi privatizada e em seguida foi comprada pelo Grupo Arcelor, francês. Ainda assim, depois da compra do Grupo Arcelor francês, a CST continuou sendo exemplo de meio ambiente. Aí o grupo Arcelor mundo foi comprado pelo Mittal, que é um homem só, uma pessoa física que é o dono desse império chamado Mittal. E, a partir daí a CST deixou de ser exemplo de controle de meio ambiente. Para vocês terem uma ideia o grupo Mittal tem sessenta e uma usinas siderúrgicas no mundo. A nossa é uma. Sem esquecer que temos em Cariacica um problema de todo o tamanho também, muito grande. Falamos muito da CST Tubarão, talvez porque incomode a Ilha do Frade, a ilha do Boi, a Praia do Canto, a Praia da Costa, mas tem Cariacica, que é um problema muito sério. Muito bem! Esse mesmo grupo produz dez por cento do aço do mundo. O atual presidente da França que tomou posse no final de 2013. O grupo Mittal tem quatro usinas na França. O Presidente Hollande quando tomou posse chamou o Mittal até Paris. A sede do Mittal é em Londres, e disse: O senhor tem esse documento para assinar. Esse documento diz que o senhor tem que cumprir todo o passivo ambiental que o senhor já está devendo pra nós, franceses. Já era passível de algum tempo que ele não fazia. O senhor assina esse documento, tem os prazos e todas as multas, a penalidade se o senhor não cumprir. Se o senhor não quiser assinar este documento, quem vai assinar sou eu. Esse documento é de desapropriação das suas quatro usinas. Isso tudo, senhores, está comprovado na mídia internacional, faz parte da ação civil pública, está no processo isso. O presidente da França falou isso. E o Senhor Mittal disse para ele: O senhor me permite, vou levar isso tudo lá para Londres para conversar com o meu pessoal para ver o que vamos fazer. O presidente disse: O senhor não entendeu. A caneta está aqui, ou o senhor assina esse daqui agora ou eu assino esse daqui agora. O que o senhor quer? Ele assinou, 106 - Diário do Poder Legislativo deputado, cumpriu e fez tudo isso. Eles publicaram no site internacional deles existe no processo deles, uma parte do processo, que é chamado de sinterização - que desenvolveram no mundo, o próprio grupo Mittal, um sistema de lavagem de gases para sinterização e na sinterização em que temos a primeira fusão do minério, formando o sínter. Como é uma fusão, essa reação química da fusão gera os gases tóxicos que são as dioxinas: dióxido de carbono, dióxido de nitrogênio. Eles mesmos desenvolveram um sistema de lavagem de gases para que não houvesse emissão dessas dioxinas, dos gases tóxicos. E quando implantaram na primeira usina-piloto deles na França, se surpreenderam que a emissão de particulado foi a zero. Era uma coisa que não esperavam. O que aconteceu? Eles ganharam um prêmio da União Europeia, foram premiados por isso e tudo mais, e implantaram isso nas usinas deles da França, da Bélgica e do Canadá. Se pegar a ação civil pública, estamos pedindo que esse mesmo sistema que criaram, que implantem aqui em Vitória. Eles se recusam e dizem que não é a coisa mais apropriada para eles. Daí que foi gerado pelo Ministério Público, pelo professor Paulo Saldiva, da USP, que nos assessorou e tudo mais, aquela expressão racismo ambiental. Pergunto aos senhores. Será que cada um de nós somos cidadãos menores do que os franceses, os belgas, os canadenses? Então deputado, espero ter respondido ao senhor essa questão do que continha o Termo de Compromisso Ambiental da Vale e o que contém a ação civil pública da ArcelorMittal. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Deputado Hudson Leal, só um minutinho. Eu só gostaria de pedir, presidente, que as respostas fossem mais objetivas, senão sairemos daqui lá pelas 18h. Tenho trinta e poucas perguntas para fazer ao nosso promotor, Doutor Marcelo Lemos. Tenho perguntas a fazer ao Senhor Paulo Esteves, mas se as respostas forem nesse nível, ficará complicado, até porque, essa história, que é uma realidade que ocorreu na França, todos temos conhecimento e temos documentos da ação civil pública e cópia. A impressão que me passa é que vamos ter uma aula sobre o que ocorreu no passado, e que não está trazendo os resultados satisfatórios como mesmo V. S.ª colocou, Senhor Paulo Esteves, que é uma questão técnica de se resolver, mas tem uma questão política também que tem que se resolver. Então, senhor presidente, peço vênia às pessoas que estão nos assistindo, porque senão não chegaremos a lugar nenhum, porque as respostas vão, voltam e não chegam a lugar nenhum. Por quê? Porque temos o exemplo lá de fora que a ArcelorMittal tem sessenta e um anos de empresa, que o Grupo Mittal comprou, essa situação do indiano. Isso todos sabemos e estamos carecas de Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 saber. Então, Senhor Presidente, peço mais uma vez vênia informando essa situação. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO- PEN) - Informando então para os senhores se aterem realmente às perguntas para que possamos agilizar. Eu estava comentando isso com o Senhor Deputado Gilsinho Lopes que, não te interrompi na sua resposta porque ficaria deselegante. Quero solicitar ao Senhor Paulo Esteves todas as atas das reuniões que V. S.ª realizou, de 2007 a 2012 com as associações para debater sobre a proposta do TCA. Como o senhor falou que tinha algumas reuniões. Então, como eu participava de movimentos comunitários de moradores, havia ata em todas as reuniões que fazíamos. Sempre tinha alguém para escrever. Portanto, gostaria de solicitar todas as atas dessas reuniões de 2007 a 2012, a que te deu posse e as outras subsequentes, que você fez essa informação. O SR. PAULO ESTEVES - Senhor Deputado, desculpe-me, mas essas atas eram apresentações que fazíamos, às vezes, só com a diretoria, às vezes, com os moradores. Desconheço a existência de ata. Não pertenço a nenhuma das associações, não sou... Não sei nem se existem, quanto mais poder fornecê-las. As que estão me nomeando representante estão protocoladas no Ministério Público. Quem tem é o Ministério Público, eu não as tenho. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Está joia. Concedo a palavra ao Senhor Deputado Hudson Leal. O SR. HUDSON LEAL - (PRP) - Boatarde, Senhor Paulo Esteves! Em sua fala, o senhor começa dizendo que trouxeram tudo que tinha de recurso para conter essa poluição. O senhor começou sua fala dessa maneira. E no final o senhor fala que parece que tem um racismo ambiental no Espírito Santo, que eles não implantam... Então há uma contradição quando o senhor fala no início que trouxeram tudo e que agora não tem. Gostaria de saber quais foram esses recursos? Gostaria que fosse sucinto. Quais os recursos que aqui não tinha e que trouxeram, e se efetivamente foram implantados? Quais foram esses recursos? Sucinto. O SR. PAULO ESTEVES - Deputado, só para esclarecer, a Vale trouxe. Falei do racismo ambiental, que não trouxe, da CST, ArcelorMittal. Enumerarei rapidamente os principais itens do que foi trazido pela Vale: Wind Fances, enclausuramento de transferências de correia, e aspersão de polímeros, que estão sendo colocados Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 sobre a pilha, - é uma espécie de laquê que cria uma crosta - aspersão de água nas correias transportadoras. Vale a pena dizer que a Vale praticava com seus clientes um máximo de um por cento de umidade. Com a nossa interferência, pratica hoje três por cento de umidade, exatamente para poder encharcar mais o minério. Repotencialização dos precipitadores eletrostáticos. Eu diria então que são esses os principais itens colocados. O SR. HUDSON LEAL - (PRP) - Para concluir: no exterior, o uso de polímero, como surfactante ou incrustante, é usado em todas as fases da produção? Aqui é usado em todas as fases da produção? O senhor sabe me dar essa resposta? O SR. PAULO ESTEVES - O polímero é utilizado aqui e também no exterior. Primeiro, é preciso terminar uma pilha de minério ou de pelota para depois poder fazer a aspersão desse polímero. Enquanto está sendo feito, não faz sentido porque ele cria uma crosta superficial. É preciso terminar de fazer a pilha para poder fazer isso. Enquanto a pilha está sendo formada é água, é a umectação que funciona. Existe também, no processo industrial da pelota... A pelota gera muito pó porque há um atrito entre as várias pelotas que geram esse pó. Esse polímero também está sendo aspergido nas pelotas, assim que elas terminam de ser fabricadas, porque cria essa película que protege um atrito entre elas. O SR. HUDSON LEAL - (PRP) - Não respondeu a minha pergunta se é em todas as fases... Fui estudar sobre esse assunto, especificamente polímeros. Depois, gostaria de fazer uma pergunta ao promotor Marcelo. Uma das empresas que foram à Europa e trouxe da Holanda e falou muito sobre o polímero, então fui estudar sobre polímeros. Sabemos que ali é para proteger. Quando se vira o vagão, usado para transportar, na hora que desce. Se é usado aqui em todas as fases. Se o senhor tem esse conhecimento técnico, sim ou não? Por exemplo, nem todos são fechados. Aqui foi mostrado que muitos são abertos. Eles mesmos mostraram aqui que são abertos. Não adianta. Com o tempo, vai passando, a gravidade e o vento farão essa poeira. Na hora que vira o vagão e na hora que desce, fará essa poeira. Gostaria da resposta se isso é usado em todas as fases, nos lugares que esses transportes são abertos. O SR. PAULO ESTEVES - Não é usado em todas as áreas. A característica do polímero é de cobrir só aquilo que já está definitivamente terminado. O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Se V. Ex.ª quiser, pode fazer pergunta ao Doutor Marcelo. Diário do Poder Legislativo - 107 O SR. HUDSON LEAL - (PRP) - Doutor Marcelo, uma empresa veio aqui e falou que foi um representante do Ministério Público. Gostaria de saber quem foi esse representante do Ministério Público que foi lá e trouxe essa inovação do polímero, que não é uma inovação, isso já antigo, é usado não só em siderúrgica, como na empresa de construção civil. O senhor tem conhecimento desse representante do Ministério Público que fez essa visita em uma siderúrgica na Holanda, que foi falado nesta CPI? O SR. MARCELO LEMOS - Na verdade não foi visitar uma siderúrgica. Na verdade foi feito um convite pelo grupo que está desenvolvendo aquele trabalho em Presidente Kenedy, da instalação do terminal de Roterdã. Na verdade é um pool de empresas e o porto de Roterdã faz parte desse pool. Foi feito um convite ao Ministério Público para conhecer todo o complexo portuário de Roterdã. Fomos em quatro ou cinco promotores e um servidor do Ministério Público. Uma viagem que o Iema, inclusive, fez também, técnicos do Iema. Somos muito carecedores de compreensão tecnológica, apesar de sermos um país portuário, não temos formação portuária. Nossas bases de Academia não trabalham com as questões portuárias. Foi uma viagem muito interessante porque percebemos a possibilidade. Confesso ao senhor que houve uma mudança muito grande em meu pensamento, porque achava muito complicado essa convivência de porto e sociedade, porto e comunidade. Achava o complexo de Tubarão muito próximo. Imaginava que o ideal seria, com o tempo, fazer uma transposição das empresas para uma área mais isolada do estado. Eu tinha essa concepção porque nasci ali, vivia na Praia de Camburi, olhava sempre para o porto como uma coisa feia. Quando cheguei a Roterdã, tive uma mudança no pensamento, porque as pessoas vão até casar no porto. Existe um relacionamento muito respeitoso entre o complexo portuário e a sociedade. Uma convivência harmônica muito interessante. Esse foi um primeiro sentimento muito positivo. Quando estivemos lá, tivemos oportunidade de conversar com líderes. Seria interessante um dia fazermos um seminário desse aqui. Acho que eles trariam essas pessoas, porque é um custo. Tivemos oportunidade de conversa com uma senhora que era representante da sociedade. Como o porto lá é público, na verdade em Roterdã o porto é público, eles têm muito orgulho do porto. Então ela dizia que qualquer sinal de descontentamento da sociedade, ela era o meio de comunicação para poder chegar à imprensa e dizer que estava havendo um problema e não estava muito bom ou que aquela providência tinha que ser tomada. Trouxemos essa ideia, inclusive, para cá. Para ver se conseguíamos ter um termômetro social disso. Porque essa coisa que o Ministério Público representa a sociedade é uma 108 - Diário do Poder Legislativo coisa muito complicada, não conseguimos estar em todos os lugares. Voltei com esse sentimento de que podemos, sim, ter um bom relacionamento com a empresa, mas tem que ter um respeito maior entre sociedade/empresa e empresa/sociedade. Tem que haver uma proximidade maior nesse sentido. Em uma dessas visitas, reparamos que as pilhas, aí vou a sua resposta, as pilhas de minério eram brancas. Todas brancas. Todas envelopadas. Pedimos para parar imediatamente o transporte porque era questão de segurança e não podia descer. E nos foi passado uma fórmula diferente de polímero que, na verdade, depois aprendemos que se pode ter várias formas de camada e lá eles usavam, se não me engano, proveniente da argila, barro. Então cobre-se a pilha de barro, resumindo é isso, e realmente não sairá do lugar. Só que também aprendemos que não necessariamente se consegue usar aquela mesma tecnológica aqui, em virtude do tempo, em virtude de uma série de situações. Eu tive a notícia, não sei se é a mesma, até em uma de nossas reuniões, que a ArcelorMittal, quando trouxemos essa novidade, imediatamente foi buscar. Até porque, reclamei lá com eles, porque a ArcelorMittal é parceira lá. Reclamei com eles lá que a ArcelorMittal não estava fazendo o dever de casa aqui. E reclamei mesmo, oficialmente, como promotor, mas de uma forma bastante tranquila e educada no sentido de que eles chamassem a atenção da ArcelorMittal. E foi feito isso. Parece-me que eles tiveram um diálogo e ArcelorMittal imediatamente trouxe e está testando. Não sei dizer ao senhor a efetividade, porque não sou dessa área, minha área é jurídica. Mas são muito importantes essas idas. Acho até que, como sugestão, humilde sugestão, se a Comissão de Meio Ambiente desta Assembleia em algum momento puder fazer essas visitas lá fora é muito importante, porque se percebe situações que precisamos avançar, mas situações que também já avançamos, que também estamos avançando. Essa ida a Roterdã foi sinceramente uma grande escola para nós todos, promotores. Tínhamos uma certa aversão a porto. V. Ex.ª pode perguntar a qualquer capixaba se ele tem aversão ao porto, aversão à empresa. Na verdade, lá é o contrário, ou seja, lá eles têm uma convivência harmônica com a empresa porque ela gera riqueza e etc. Agora, realmente, deve existir um diálogo maior da empresa com a sociedade, uma transparência maior do que ela faz, do que ela produz. Por exemplo: tem muita gente que não sabe o que é a Vale, o que é ArcelorMittal, o que uma faz, o que a outra não faz, não tem esse mínimo de conhecimento. Então, a resposta - friso - foi um marco muito grande até no nosso comportamento. Voltamos de lá com uma proposta maior de diálogo mesmo, porque tem que haver equilíbrio entre o econômico, o social e o meio ambiente. E lá eles conseguiram fazer isso. É claro que é outro povo. São quatrocentos anos de porto e eles têm sessenta e cinco quilômetros de Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 porto. Não sei se V. Ex.ª já conhece, se já teve oportunidade de ir lá. É algo fantástico e acho que podemos ter isso aqui, ou seja, o sentimento de pegar o táxi e o motorista do táxi falar assim: Olha, aqui, na minha cidade, tenho duas grandes empresas. Mas ele só vai falar isso no dia em que tiver orgulho de falar; e para ter orgulho de falar, ele tem que ter o quê? As condições ambientais favoráveis. Acho que esse é o grande papel que a CPI deve buscar, que nós devemos buscar, enfim, todo mundo junto. Desculpe por me alongar, mas V. Ex.ª tocou num ponto muito importante da questão. O SR. HUDSON LEAL - (PRP) - Só para concluir, Senhor Presidente, quando representantes das empresas vêm a esta CPI falar sobre valor de investimento, por exemplo: setecentos milhões, oitocentos milhões. Para nós, a cifra é muito grande. Acredito, Senhor Paulo Esteves, que com um valor desses, bem aplicado efetivamente, acho que esta CPI, Senhor Deputado Dary Pagung, tinha que ver se efetivamente aquele dinheiro que eles falam que estão aplicando se realmente estão investindo nisso aí porque se realmente usar em todas Wind Fence é falho. Acho que é falho porque dependendo do vento, alguém falou aqui, estamos na posição que entra vento nordeste. Se o vento vier por cima, vai levantar poeira. Então, acho que a efetividade do polímero ... Estou estudando muito. Quando vai pegar um texto que está aberto a todos e no youtube Dust Suppression é supressão de pó, vamos ver a efetividade quando é usado. Estou falando aqui porque sou médico. Mas tem empresas que mostram em todas as fases o uso dos polímeros, nas suas várias classificações. Então, estou passando isso. Pedi ao Senhor Deputado Doutor Rafael Favatto, Presidente desta CPI, que venha uma pessoa falar exclusivamente sobre isso. São só multinacionais que produzem isso. E, por acaso, no Espírito Santo, na pesquisa, tem uma multinacional situada no nosso Estado. Que venha falar pela quantidade de minério que tem, se o que eles compram é o suficiente para cobrir tudo. Essa é a pergunta que quero fazer quando vier alguém a esta CPI: qual é a quantidade, de quem eles compram e a quantidade que compram para ver se realmente compram a quantidade necessária, porque, às vezes, compram um pouquinho e falam que estão usando a quantidade necessária. O SR. MARCELO LEMOS - Só tem um detalhe, Senhor Deputado Hudson Leal, que deixa claro que Rotterdam é um porto de passagem. Exportamos. A questão do polímero é interessante que é o peso. Quando você aplica muito polímero, Paulo pode até explicar melhor, - vamos pensar em nós - perdemos porque estaríamos com a carga mais pesada exportando menos. Por isso é que falo às vezes da realidade de Rotterdam. Porque para eles pouco importa se ficar mais pesado ou não, porque só Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 109 estão passando o minério. Olha que interessante a questão econômica. Se pesar mais aonde chegar, para eles do Porto de Rotterdam, pouco importa porque quem já comprou já comprou, quem vendeu, já vendeu. Então, talvez, aqui, seria interessante a pessoa esclarecer: nosso polímero talvez tenha que ser mais leve., muito. O SR. HUDSON LEAL - (PRP) - É, Doutor Marcelo, ... O SR. PAULO ESTEVES - Tive reunião com o Soresini. Não tive reunião com a doutora Catarina. Tive reunião com a doutora Marluce, que na época era a promotora. E não tive reunião com o governador Paulo Hartung, na época governador. Tive reunião com o Paulo Rui e com o vicegovernador Ricardo Ferraço, na época. O SR. MARCELO LEMOS efetividade. Estou falando da aplicação. - A O SR. HUDSON LEAL - (PRP) - Estudei especificamente isso para ver se esse polímero tinha alguma contaminação com o meio ambiente. Ele é usado nos Estados Unidos, em vários países do mundo; se vai interferir na estrutura dele. Tem vários tipos de polímeros. Eles vão se aperfeiçoando. Lógico que tem polímeros mais novos que não trazem esse problema. É questão de custo. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Concedo a palavra ao Senhor Deputado Gilsinho Lopes. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Presidente, inicialmente vou questionar o Senhor Paulo Esteves. O Senhor conhece o Senhor Soresini? O SR. PAULO ESTEVES - Conheço. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Doutora Catarina Cecin Gazele? O SR. PAULO ESTEVES - Doutora Catarina também conheço. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O governador do Estado? O SR. PAULO ESTEVES - O atual, governador Paulo Hartung? Também conheço. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor teve alguma reunião com essas três pessoas que citei antes da assinatura do TCA? O senhor está sob juramento. Estou fazendo uma pergunta e gostaria que o senhor refletisse para responder. O SR. PAULO ESTEVES - Sim, vamos pela ordem. A primeira pessoa que o senhor falou foi o doutor... O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Fiz a pergunta, o senhor disse que conhece todos os três. Perguntei se o senhor fez reunião com os três antes da assinatura do TCA, para o senhor individualizar a resposta de cada um. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Para tratar desse assunto? O SR. PAULO ESTEVES - Para tratar desse assunto. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Porque quando das representações, foi orquestrada uma conversa para se retirar as representações que haviam na época. Temos a informação de que houve, por parte do governo, uma intercessão para que se realizasse esse TCA e se retirassem as representações. O senhor pode informar isso para a CPI? O SR. PAULO ESTEVES - Senhor Deputado Gilsinho Lopes, só para eu entender; retirassem as minhas representações das associações? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Não, contra as empresas. O SR. PAULO representações da empresa? ESTEVES - As O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Contra as empresas. O SR. PAULO ESTEVES - As perante o Ministério Público? que fiz O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Sim. O SR. PAULO ESTEVES - Contra as empresas? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Sim. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Soresini. O SR. PAULO ESTEVES - Não, não sofri nenhum tipo de pressão com relação a isso. E a primeira parte da sua pergunta, desculpa, qual foi? V. Ex.ª me fez em duas partes. O SR. PAULO ESTEVES - O Soresini era um representante da Vale com quem eu discutia O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Se houve essa reunião, se foi com esse objetivo de 110 - Diário do Poder Legislativo retirar as representações. O SR. PAULO ESTEVES - Não. Não tive absolutamente, não fui pressionado em nenhum momento para retirar as representações. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Quais os promotores que participaram do TCA e que viajaram com o senhor com a empresa para fora? O SR. PAULO ESTEVES - São duas fases, Senhor Deputado Gilsinho Lopes. A primeira fase do TCA da Vale foi o doutor José Cláudio Pimenta. O promotor que participou efetivamente comigo até a assinatura. Depois, a viagem que aconteceu já foi com o doutor Gustavo Senna, que sucedeu o doutor José Claudio. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Não, estou perguntando nessa oportunidade junto com o doutor José Claudio, houve outro promotor que viajou? O SR. PAULO ESTEVES - Não. Se me permite, o doutor José Claudio não viajou. A viagem não foi durante a atuação do doutor José Claudio Pimenta. A viagem aconteceu durante a atuação já do doutor Gustavo Senna. E na ocasião do doutor Gustavo Senna, ele era o promotor, viajou com ele também um engenheiro, o doutor Eliezer, que é um técnico concursado do Ministério Público. E devo acrescentar, respondendo a V. Exª completamente, havia um promotor que também estava tratando desse assunto junto a ArcelorMittal, chamado Paulo Sérgio, que se aposentou. Assim que ele se aposentou, ele me pediu que continuasse como cidadão a trabalhar sobre esse assunto. Nessa condição, aposentado e como cidadão, ele viajou comigo para essa viagem ao Japão e à Coréia, junto com o doutor Gustavo Sena. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor tinha legitimidade para indicá-lo para ir para a viagem ou as associações é que teriam que ser ouvidas porque algum outro membro de associação gostaria de ir, de estar presente, até para dar um cunho de isenção sobre essa situação? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 outra siderúrgica, entra pelo Porto de Tubarão. Esse volume inteiro de quatro siderúrgicas entra pelo Porto de Tubarão. O número eu não sei. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Porque muito se fala em índices aceitáveis e que não prejudicam a saúde das pessoas nos países desenvolvidos. Mas, sabe-se que a Alemanha e a Inglaterra deram incentivos para evitar que lá se fabricasse o aço. Nesses locais, eles só beneficiam o aço e jogaram para os países subdesenvolvidos, para os nossos países, para que nós herdássemos essa herança maldita. São quinhentas toneladas, cada uma dessas duas empresas, ano. Esse carvão coloca essa poeira na atmosfera e isso prejudica muito e muito a saúde dos nossos capixabas. Eu estou fazendo a pergunta, senhor Paulo, porque temos de sanar todas as dúvidas nesta CPI. Desde o início, já falei, não temos interesse de incriminar ninguém. Estamos nesta reunião no interesse de encontrar solução. A sociedade civil organizada, órgãos de fiscalização, eu, por exemplo, tenho perguntas para fazer ao Doutor Marcelo, que são perguntas inerentes à CPI, em busca daquilo que precisamos realmente encontrar e vou fazê-las. A pergunta é dura? É dura, mas é uma pergunta pertinente. Então, quando estou fazendo a pergunta, é por quê? Porque temos várias informações e quanto a essas, não gosto de sair com dúvida, de ambiente nenhum. Se sair com dúvidas, vou olhar para o senhor atravessado. Conversei com o senhor outro dia, nesta Casa de Leis, quando o senhor chegou à sala Vip e aí conversamos. Falei da convocação e que nesse momento era um momento oportuno para o senhor esclarecer essa situação. Qual é o entendimento que o senhor tem em relação a esse TCA? Esse TCA, na realidade, serviu para avalizar a autorização da oitava usina. Esse é um entendimento que temos. O senhor esse tem mesmo entendimento? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor sabe quantas toneladas de carvão são consumidas pela Vale e ArcelorMittal, anualmente? O SR. PAULO ESTEVES - Deputado, a obtenção de licença ambiental da oitava usina é um assunto que tem respaldo legal e a decisão é do Iema. Eu não tenho como dizer ao senhor se sim ou não. Nós usamos, sim, o seguinte, que fosse suspenso o processo de licenciamento ambiental, até que eles assinassem o Termo de Compromisso Ambiental. Por quê? Para que a oitava usina, se acontecesse, e a critério do Iema, aí não posso falar por eles, já incorporasse todas as premissas de controle ambiental previstas no Termo de Compromisso Ambiental. O SR. PAULO ESTEVES - Não deputado, eu não sei dizer esse número. Mas eu posso lhe dizer a seguinte informação. Todo carvão consumido pela ArcelorMittal, pela Usiminas, pela Acesita e tem uma O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor falou que nós obrigamos a Vale a fazer investimentos que possibilitasse reduzir a poluição. Quando fala nós, o senhor se refere a quem com o O SR. PAULO ESTEVES - Deputado, eu ofereci a minha vaga, inclusive. Não só a do Paulo Sérgio, mas a minha própria vaga, eu ofereci a todas as associações que eu representava à época. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 nós? O SR. PAULO ESTEVES - Eu me refiro ao Ministério Público e ao Iema, na medida em que o Termo de Compromisso Ambiental constituiu uma comissão de acompanhamento e esse nós é dessa comissão. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Dessas reuniões que o presidente requereu as atas, o senhor disse que não as tem. O senhor pode nominar algumas pessoas que participaram dessas reuniões, já que o Senhor não tem as atas para oferecer a esta Comissão para que tenhamos um entendimento e consigamos referendar e comprovar as informações que o Senhor está passando? O SR. PAULO ESTIVES - Senhor Deputado, sou um cidadão aposentado e não tenho nenhuma infraestrutura, não tenho secretária, não tenho nada! Portanto, nunca tive esse trabalho ou essa preocupação de juntar documentos. Não era a minha atribuição. Acho que para atender a V. Ex.ª o que poderia ser feito é o Ministério Público levantar de quem eram as assinaturas dessas representações que estão protocoladas à época da assinatura do Termo de Compromisso Ambiental e solicitar a esses presidentes de então - devo confessar a V. Ex.ª que diante de todas elas, provavelmente eu não vá me lembrar nem do nome de quem era o presidente à época. Então, estou tentando. Para atender a V. Ex.ª, essa informação poderia ser buscada por meio dessas representações que estão protocoladas no Ministério Público. O SR. MARCELO LEMOS - Senhor Deputado, posso ajudar? A solicitação que V. Ex.ª fez, daquele CD, tem lá cópia de todo o inquérito civil. Antes de assinar o Termo de Compromisso Ambiental tem-se todo um processo... O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO - PEN) - Histórico de criação do TCA. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Doutor Marcelo, agradeço a colaboração de V. Ex.ª. Compilaremos todos os dados da mídia que V. S.ª entregou, mas olhe a minha pergunta para o Senhor Paulo Esteves: Ali tem todos os nomes das pessoas que assinaram, à época, referendando, mas, posterior a isso, foi questionado ao Senhor Paulo Esteves, se S. S.ª deu, prestou contas a essas entidades no momento após as reuniões que estaria representando? O SR. MARCELO LEMOS Sou testemunha. Houve uma reunião. Fui a uma, onde havia todos esses representantes. A reunião foi feita, inclusive, na presença do Senhor Otacílio Coser, que era uma pessoa envolvida também com o movimento. Diário do Poder Legislativo - 111 Porque, como eu estava chegando e não conhecia, eles fizeram uma reunião com todos esses representantes, inclusive da Praia da Costa, da Praia do Canto. Não saberia nominar, mas estive presente para me apresentarem; conversamos e foi muito interessante, porque não imaginava que todos estivessem imbuídos nessa luta. Participei de uma delas. Senhor Deputado, só um detalhe, se V. Ex.as permitirem, até para ajudar a CPI, uma humilde ajuda: o Termo de Compromisso Ambiental ou Termo de Ajuste de Conduta é um instrumento legal previsto na Lei de Ação Civil Pública. É um título executivo. O que quer dizer isso? Elimina-se todo um processo de conhecimento. Ao invés vez de ingressar com uma ação... Por exemplo, V. Ex.ª tem um sítio, que tem uma área de preservação e V. Ex.ª vai lá e agride a área de preservação. O promotor na cidade chama V. Ex.ª e fala: Senhor Gilson, o Senhor está degradando o meio ambiente, está causando transtorno e prejuízo. Temos duas opções: ou assina o Termo de Ajuste de Conduta e o Senhor se ajusta - e aquele documento vale como título executivo, ou seja, se V. Ex.ª não se ajustar já executo, para aplicação de multa: Ou então entro com uma ação contra o Senhor. O Senhor fala: Não, não precisa entrar com ação, vou sentar e... Por que estou dizendo isso? Porque não existe nenhuma obrigação legal de se trabalhar junto à sociedade. Estou dando um caminho para a CPI, humildemente. O trabalho com a sociedade é um plus. O Ministério Público de 1988 até os dias atuais, chamado de Ministério Público resolutivo e democrático, entendendo que foi demais... Falo isso como estudante da FDV de mestrado, temos discutido isso na faculdade, acho que a Constituição foi demais ao colocar o Ministério Público como representante único da sociedade. Talvez, naquele momento, a sociedade, vinda da ditadura, não tivesse uma preparação ou não estivesse preparada para atuar como está hoje, muito mais consciente; muito mais envolvida com as questões ambientais e outras mais. Então, veja bem, não há necessidade, não há nenhum tipo de exigência legal de um Termo de Ajustamento de Conduta, de um Termo de Compromisso Ambiental ter participação da sociedade, está assinando junto, nenhuma. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Mas eu não estou ... O SR. MARCELO LEMOS - Só estou colocando assim, a validade do Termo de Compromisso Ambiental jurídica. Temos a validade jurídica e podemos ter uma validade social, são duas coisas distintas. Mas juridicamente falando, pouco importa. Não tenho a necessidade, no caso do trato com o senhor lá da sua fazenda, como dei o exemplo, de chamar o representante da sua cidade e falar: 112 - Diário do Poder Legislativo Assina comigo o Termo de Compromisso. Nenhuma. Eu, promotor de Justiça, ná época, por exemplo, se o Doutor José Claudio Rodrigues Pimenta quisesse ter assinado aquele termo sozinho, ele era o representante legal e constitucional pra assinar o Termo de Compromisso Ambiental. Então, a participação da sociedade naquele momento foi um plus, foi um ganho, por isso que eu disse a importância do termo em nível de Brasil, porque fizemos um respaldo, e quando falo respaldo não é legal nem jurídico, o respaldo moral, social, de estar junto com a sociedade. E de lá pra cá nós, Ministério Público, no Estado e em vários lugares do Brasil, de uns anos pra cá, temos tomado essa providência, que é extremamente uma faculdade, de chamar representantes da sociedade pra estar acompanhando o processo administrativo, que eu, particularmente, Senhor Deputado, sou a favor e defendo. Acho que nesse momento temos, realmente, uma participação mais efetiva da sociedade no acompanhamento das questões. Mas, só lembrando que, a eficácia e a validade do Termo de Compromisso Ambiental 2007 Vale, órgão público e Ministério Público, se faria, juridicamente falando, independentemente - se fosse a vontade, o entendimento das partes - da participação da sociedade. Então, é só pra fazer essa divisão pra termos esse entendimento. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Entendo e agradeço mais uma vez a colaboração de V. Ex.ª. Só que o TCA não tem o mesmo condão que o TAC. O TAC, como o senhor falou, é um Termo de Ajuste de Conduta, é um título executivo. Mas o TCA não, ele foi mais brando à época. O SR. MARCELO LEMOS - É a mesma coisa, Excelência. Na verdade, só muda a nomenclatura e vou falar o porquê. De uns anos pra cá - e eu compreendo e até concordo - o nome Termo de Ajuste de Conduta é muito forte, porque dá impressão que as pessoas estão desajustadas. Então, hoje, por exemplo, quando procuro o prefeito de Vitória, Luciano Rezende, e proponho a ele assinatura de um termo, não proponho mais Termo de Ajuste de Conduta, porque estou dizendo pra ele: Você está desajustado. Então já crio, perante as partes, um desconforto. Então, nós promotores, isso no Brasil inteiro, vimos mudando essa nomenclatura, o que pouco importa, porque a previsão legal é a mesma, a Lei de Ação Civil Pública. Mudamos no sentido de torná-lo mais justo, mas a validade jurídica, o marco regulatório é o mesmo. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Doutor Marcelo, o senhor me perdoe, mas quero dizer o seguinte: tenho andado em todos os setenta e oito municípios do Estado e como cidadão... Como o Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 senhor deu o exemplo, eu não tenho fazenda, mas quando o senhor deu o exemplo de que cortou uma árvore irregular, o Ministério Público mete lá um TAC - Termo de Ajuste de Conduta, que é, como disse o senhor, um instrumento legal, mas ele não faz um TCA. E, às vezes, o cidadão nem sabe que é proibido cortar aquela árvore dentro da propriedade dele. Nem sabe. Procura os órgãos ambientais para tirar uma licença, demora dois, três anos para conseguir. E essas empresas, que tem assessoria, que tem lobby, porque, às vezes, patrocinam campanhas políticas e tudo mais, imediatamente saem com a licença. O SR. PAULO ESTEVES - O senhor me permite. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Pois não, Senhor Paulo. O SR. PAULO ESTEVES - Fui testemunha ocular e presencial dessa história toda. Quem foi o responsável em concordar com a troca do Termo de Compromisso Ambiental, ao invés de Termo de Ajuste de Conduta foi o promotor, à época, Doutor José Claudio Pimenta. E, depois, ele colocou pra mim, e se o senhor pegar o Termo de Compromisso Ambiental, o senhor vai verificar isso, ele coloca no Art. 1.º, o primeiro artigo do termo. Esse termo se rege pela lei, não me lembro de qual o número dela, lei número tal, que é a lei exatamente do TACTermo de Ajuste de Conduta. Então, o Doutor José Claudio Pimenta à época me assegurou o seguinte: a mudança do nome não vai trazer nenhum prejuízo para nós, em função do art. 1.º que ele colocou no termo. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Com relação ao Senhor Paulo Esteves, Senhor Presidente Dary Pagung, estou satisfeito. O SR. PRESIDENTE - (DOUTOR RAFAEL FAVATTO-PEN) - Fique à vontade. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Vou me dirigir ao Doutor Marcelo Lemos, para os questionamentos. Doutor Marcelo Lemos, a mídia todo dia expõe, quase toda semana, às vezes páginas e mais páginas, de que a poluição vem matando, vem prejudicando a saúde do cidadão na Grande Vitória. O senhor mora em Vila Velha. O senhor é incomodado pela poeira do pó preto? O SR. MARCELO LEMOS - Excelência, eu não muito, mas a minha esposa com certeza reclama bastante. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Estou fazendo as perguntas para depois... Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Já foi constatado pela Secretaria de Saúde que essa poeira sedimentável provoca doenças respiratórias, cardiovasculares, suja as casas, deprecia os imóveis e causa danos ao patrimônio. O senhor concorda? O SR. MARCELO LEMOS - Excelência, isso é uma questão de saúde. Vamos dividir. Sou promotor de meio ambiente e urbanismo. Veja bem... O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Eu falei que a mídia tem publicado... O SR. MARCELO LEMOS - Ah, se eu concordo com a publicação da mídia? O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Não. A mídia tem publicado, a Secretaria de Saúde publicou, o deputado federal Max Filho fez um pronunciamento que foi veiculado em todos os meios de comunicação do Estado, são seiscentos e quarenta e quatro casos de câncer no Estado em 2012, proveniente do pó preto. O senhor concorda ou não? O SR. MARCELO LEMOS - Excelência, a pergunta tem um viés. Se o senhor me perguntar se concordo com tudo que saiu na reportagem, não posso concordar porque não sou da área de saúde. Agora, se o senhor perguntar se eu vi a reportagem, vi. Agora, se concordo com ela ou não, é questão muito subjetiva. Não sou da área de saúde, não tenho conhecimento na área de saúde. O que trabalho é a questão urbanística de meio ambiente, ou seja, a questão relacionada à licenciamento ambiental pertinente às regras ambientais. O trabalho que é feito na promotoria de Vitória, que vimos acompanhando, é o licenciamento das empresas Vale e ArcelorMittal e a questão veicular. Estamos tentando ver com o Detran a questão a inspeção veicular, que não tem, não temos inspeção veicular para efeito de medição. Então, posso dizer que vi a reportagem, mas se concordo ou não, não tenho esse conhecimento. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor falou que sua esposa que diz suja a casa e reclama que suja. Então, retornarei a pergunta ao Senhor Paulo Esteves. O senhor tem problemas com a poeira do pó preto no bairro onde mora? O SR. PAULO ESTEVES - Deputado, gostaria de convidar o senhor, aliás, todos os senhores da Comissão, para irem a minha casa e para ver qual é o tamanho do problema que tenho. Neste momento, deputado, estou pintando minha casa toda do lado de foram. Deputado, oitenta por cento do tempo temos vento nordeste. Durante todo esse tempo minha casa fica trancada e vivo no ar condicionado. É absolutamente um horror. Nesse Diário do Poder Legislativo - 113 último verão, então, foi um negócio de arrasar. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Retornei a pergunta ao senhor e retornarei ao Doutor Marcelo Lemos. O senhor, como promotor, e vendo essas reclamações no dia a dia, o ofereceu, entrou com alguma ação em defesa dessas pessoas que estão sofrendo com esse tipo de problema, que é a questão da poeira sedimentável? Porque nas unidades de saúde existem pacientes com problemas respiratórios, com problemas cardiovasculares; nas residências, problemas como o dele, de dois em dois anos precisar pintar a casa toda. E existem N reclamações no Ministério Público com relação a isso. V. S.ª tem conhecimento? O SR. MARCELO LEMOS - Senhor Deputado, repito, temos que dividir. Não olho para essa questão com o viés da saúde, pois não trabalho na Promotoria da Saúde e não saberia andar porque é uma legislação completamente diferente. A Promotoria está devidamente em dia com o viés do meio ambiente e do urbanismo porque tivemos um Termo de Compromisso Ambiental ou Termo de Ajuste de Conduta assinado com a Vale que foi cumprido na íntegra, faltando só os estudos que estão em andamento. Estamos acompanhando a questão dos estudos. Temos uma ação judicial proposta em face da ArcelorMittal também requerendo todas as medidas. Inclusive, tivemos a última notícia de que o Iema, ou seja, o Governo do Estado, que estava no polo passivo - o Ministério Público, inclusive, insurgiu-se contra o Estado à época - passou para o polo ativo no sentido de buscarmos adotar todas as providências cabíveis em relação à ArcelorMittal. Em nível de meio ambiente e urbanismo, a Promotoria de Vitória está extremamente cumprindo seu papel. Mas, não consigo trabalhar lá as questões de saúde. Teríamos que trabalhar no viés da Promotoria de Saúde. Por exemplo, ela pediria um laudo a um especialista na área de medicina para poder analisar essa questão. Nós não fazemos isso em nível de meio ambiente; só para que V. Ex.ª tenha esse esclarecimento. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Com relação a danos contra o patrimônio particular, como é o caso do senhor... Não está dentro das atribuições do...? O SR. MARCELO LEMOS - Excelência, eu não poderia entrar com ação de danos, por exemplo, como foi feito no interior porque eu cairia no mesmo problema da ação da ArcelorMittal. A relação de causalidade entre o dano e o responsável aqui na Grande Vitória ainda não está definido. Esse é o nosso grande problema. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - A Vale 114 - Diário do Poder Legislativo do Rio Doce - o presidente esteve aqui -disse que 15,86% são de responsabilidade dela e a ArcelorMittal veio aqui e disse que cerca de 6,...% é de responsabilidade dela. Visitamos a Samarco e a empresa esteve aqui também, e ela tem sua contribuição; a Belgo tem sua contribuição. Portanto, já podemos mensurar alguma coisa nesse sentido. Ao fechamento, faremos todo o encaminhamento para o Ministério Público em relação à CPI porque já há empresas se beneficiando disso. Por exemplo, a Politintas já anunciou que tem uma tinta especial exatamente para os danos causados pela poeira do pó preto, e cara, diga-se de passagem. Estamos seguindo uma linha porque se eles não forem responsabilizados não farão ao bel prazer e aos olhos nossos e da CPI por nada disso. Como bem disse o Senhor Paulo Esteves, na França o presidente teve peito: - Eu confisco os bens de vocês, eu desaproprio se não assinar este termo aqui. Eles tiveram que assinar, mas aqui no Brasil as coisas não funcionam dessa maneira, infelizmente. O SR. PAULO ESTEVES - Senhor Deputado, posso fazer uma sugestão? Existe na Secretaria de Saúde do Estado, uma pessoa chamada Doutora Fátima, não me lembro do sobrenome dela, mas todos a conhecem assim, é uma funcionária concursada e há anos tem acompanhado a questão da saúde. Acho que ela seria interessante para fornecer subsídios oficiais para os senhores na questão da saúde. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Nós já ouvimos vários alergistas e pneumologistas - e outros médicos serão ouvidos aqui - que já nos deram o relato total sobre isso. Os Senhores Deputados Hudson Leal e Doutor Rafael Favatto são médicos e têm todo esse contato. O professor Neivaldo da Ufes... Há uma série de coisas. Quando se fala em estudo do DNA... Há quantos anos essa poeira vem prejudicando a sociedade capixaba. Fala-se em estudo do DNA e vão demorar mais três, quatro, cinco anos... No embromation, não resolveremos. Se não impusermos condições, ficará muito difícil. Vi uma entrevista de V. S.ª, Promotor Marcelo Lemos, em que V. S.ª falou que a Vale é parceira. V. S.ª falou no Bom Dia Espírito Santo que a Vale é parceira, e em função disso o senhor não ajuizou nenhuma ação. O senhor já deu um esclarecimento em que se sentido é parceira, porque, às vezes, há alguns projetos que têm que ser realizados e eles têm que pagar porque o estado não tem como... Mas gostaria que o senhor esclarecesse melhor essa situação. O SR. MARCELO LEMOS - Sem problema nenhum. Parceria é um termo técnico usado na mediação. É um método de você buscar solução alternativa de conflitos. Dentro da Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 metodologia da mediação e da conciliação, todos aqueles atores envolvidos são os denominados parceiros, porque eles não estão em situação de conflito. Estão em situação de diálogo. A questão é meramente técnica; chamarmos a Vale de parceira, ou o Iema de parceiro, o Governo do Estado de parceiro, a sociedade de parceira, ou seja, todos aqueles que estão envolvidos no processo de conciliação ou de mediação. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Ok. Senhor Deputado Dary Pagung, devolvo a palavra a V. Ex.ª. O SR. PRESIDENTE - (DARY PAGUNG - PRP) - Doutor Marcelo, aproveitando essa pergunta do Senhor Deputado Gilsinho Lopes sobre parceria, e com certeza há várias parcerias, perguntei ao Senhor Rodrigo Júdice, Secretário de Meio Ambiente, sobre essas parcerias que nós, na Comissão, não tínhamos entendido muito bem, que é o poluidor pagador. Se a Vale e a ArcelorMittal estão poluindo é justo que eles também banquem os estudos. Mas propus ao Secretário e acredito que a metodologia é que está errada. Gostaria de saber sua opinião como promotor de justiça na área. Não seria melhor criar um fundo? O Estado hoje tem vários fundos; tem o Fundágua... Criamos agora o Fundágua, esqueci o ano, mas criar um fundo para justamente não precisar ir até as empresas pedir recursos para pagar um projeto, para pagar um estudo; criar um fundo e essas empresas colocarão todo mês nesse fundo. O SR. MARCELO LEMOS - V. Ex.ª tocou em um ponto fantástico. O Ministério Público inclusive tem um fundo, mas às vezes nos deparamos com algumas questões realmente legais de impossibilidade de trazer esse dinheiro para o fundo. Qual a nossa grande dificuldade hoje? Se tivéssemos esse fundo... Nós temos o Fundo Estadual de Meio Ambiente, mas vai para lá e não vai direcionado... O SR. PRESIDENTE - (DARY PAGUNG - PRP) - Proporemos isso na CPI. O SR. MARCELO LEMOS - Fantástico. Se o senhor quiser propor, se o senhor quiser ajudar o Ministério Público, porque temos o fundo, mas confesso ao senhor que não conheço a legislação do nosso fundo e se poderia trazer essa verba para o fundo. Mas, enfim, se tivéssemos esse valor, esse dinheiro, talvez não tivéssemos metade dos problemas que temos, porque ficamos dependendo. Não posso tratar, veja bem, quando falamos que a Vale é parceira, que a ArcelorMittal é parceira, não me convenci ainda que tenho que tratar essas empresas como adversárias porque elas estão no mesmo ambiente em que estou. Posso tê-los como adversários, judicialmente; posso tê-los como Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 adversários, administrativamente; mas em meu trato com eles, tenho que ter uma relação amistosa porque estamos tendo essa experiência de que é muito proveitoso. Mas realmente, se tivéssemos como trazer esses valores... Darei um exemplo prático para o senhor: estamos agora, senhor Deputado Gilsinho Lopes, tentando viabilizar o oceanário, pois é um sonho da cidade ter um oceanário. O projeto oceanário é municipal. Vitória, infelizmente, deflagrou o processo de contratação da empresa que faria o estudo e ficou sem dinheiro. Pediram ajuda para que, junto às empresas, conseguíssemos trazer essa compensação para investir no oceanário. Fizemos reunião com as empresas e as empresas estão estudando uma forma de investir na proposta do projeto do oceanário como forma de compensação. Se tivéssemos esse fundo ou se tivéssemos a possibilidade de trazer esse dinheiro para o fundo do Ministério Público ou para outro fundo que V. Ex.ª entender melhor, com certeza é o sonho de todo promotor ter essa verba para podermos trabalhar com mais, nem digo isenção, porque esses trabalhos, esses estudos estão sendo financiados pela Vale e agora temos a expectativa da ArceloMittla também financiar, são oficializados por nós, Iema, Secretaria, ministério Público, sociedade. Não é algo feito aleatoriamente, estamos observando. Mas é claro que se o dinheiro for “público” ou de um fundo público ficaríamos muito mais à vontade. Então, gostaria muito de parabenizar V. Ex.ª pela pergunta. Acho que é um ponto central a questão de termos esse recurso para estar disponibilizando realmente esses estudos. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Presidente, antes de retornar às perguntas, gostaria de colocar em deliberação, aproveitar que temos quorum, o seguinte: preciso de cópia da notificação de multa recebida pela Vale S.A. por poluir a água de Vitória com lançamento de efluentes oleosos sem tratamento em corpo hídrico, cópia da fundamentação técnica da multa e cópia da decisão proferida pelo Conselho Regional de Meio Ambiente, Corema, cinco, que reduziu em trinta por cento o valor da multa. Veja bem, é aquilo que falamos. As empresas são multadas, entram com recurso, o recurso é admitido e eles reduzem a multa. O pobre coitado, lá do interior, que sofre uma penalidade, entra com recurso, o recurso é negado, ele não tem advogado para entrar com novo recurso e fica no prejuízo. E as empresas sempre se beneficiando. Então, é um absurdo o tratamento dos órgãos fiscalizadores a que me refiro: Seama e Iema, em relação a essas situações. Primeiro que eles não têm corpo técnico suficiente para fiscalizar. As empresas se autoauditam e mandam os relatórios para o órgão fiscalizador, para ele referendar e sempre é referendado. Ouvimos os técnicos, doutor Marcelo e Diário do Poder Legislativo - 115 senhor Paulo Esteves, e, em tudo, quem coleta o material para análise são eles, o laboratório é deles e, depois, remetem ao Instituto de Meio Ambiente. Então, vemos a fragilidade do órgão fiscalizador porque, caso contrário, já teríamos um avanço nessa redução. Sempre observamos que o diretor técnico do Iema é uma pessoa que trabalhava na CP+, empresa que trabalha para as poluidoras; a presidenta do Iema trabalhava para as poluidoras; a ex-secretária de Meio Ambiente trabalhava para as poluidoras e com vínculo direto com empresários que investiam em campanhas no Estado. Então, não vai se chegar a lugar nenhum nessa situação se seguirmos nesse ritmo e não tivermos a mesma postura que o presidente da França em relação a essas empresas. Ninguém quer que se tire empresa. Ninguém quer. Mas essas empresas, doutor Marcelo, principalmente no âmbito da CST, sua coqueria, no LTQ, aquelas coisas, todas receberam benefícios fiscais para geração de emprego. E as empresas estão demitindo, estão demitindo, estão demitindo e a gente tem que aguentar essa situação dessa poeira intragável porque ela causa um malefício. De vez em quando, vou à tribuna e, daqui a pouco, estou ali, cof cof cof tossindo, com problemas alérgicos, tomando antialérgico para poder segurar as ondas. Então, é muito difícil. Quero me dirigir ao promotor: Qual é o critério, doutor Marcelo, de escolha dos membros do Ministério Público para atuar nessa área? Ou é escolha? É questão de categoria? Como é feito? O SR. MARCELO LEMOS - Cada um atua numa cidade. O promotor é de Vitória. Tem de Vila Velha, Cariacica, Serra. Acho que Vitória porque sofre mais. Como a questão ambiental, apesar de as empresas estarem próximas de Serra, mais o vento nordeste, o fato é mais grave aqui. Mas o de Vila Velha também atua. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor tem conhecimento de que nem todas as condicionantes para a instalação da oitava usina foram cumpridas? O SR. MARCELO LEMOS - Desconheço, Senhor Deputado, inclusive o arquivamento do procedimento do TCA foi submetido ao Conselho Superior do Ministério Público, ratificado pelo conselho e arquivado. A única cláusula que não entendo que não foi cumprida, na verdade, a questão do estudo se perpetua no tempo, ele nunca vai acabar. Esse estudo teremos que... E o que fiz? Arquivamos todas aquelas providências, com exceção do estudo, instauramos outro procedimento que acompanha o decreto que está em vigor, que tem a ver com o Plano Estadual de Qualidade do Ar. Incorporei a questão do estudo nesse procedimento, ou seja, temos hoje um procedimento em aberto acompanhando a execução 116 - Diário do Poder Legislativo do decreto. Inclusive com a participação do Iema, da Secretaria. O Termo de Compromisso Ambiental, no entendimento jurídico do Ministério Público, foi todo ele cumprido em todas as suas condicionantes. Desconheço essa postura. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Essa questão do estudo, se não limitarmos um prazo, vai ficar ad eternum. O SR. MARCELO LEMOS - O senhor me desculpe, mas a questão não é jurídica, ela é de outra área do conhecimento humano. Não tenho como estipular um prazo do estudo, pois dependo da empresa que está sendo contratada, ela que vai me dizer: Preciso de um ano, dois anos, três anos. Não tenho como fazer, porque o Ministério Público, somos limitados na legislação, tenho que cumprir o que a legislação determina. Então o decreto - e aí seria muito importante a participação da Casa - é um decreto Executivo, acho que esse decreto, Excelência, esse momento é muito oportuno, poderia virar uma lei estadual. E evidentemente adequar esses questionamentos que o senhor colocou, estipulando prazo, definindo sanções. Preciso de um instrumento legal para fazer isso. Não tem agora, essa é a dificuldade. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Até porque desde 2013, 2014, principalmente, conversei com o Governador Renato Casagrande e disse que esse decreto é ilegal, porque não pode se mensurar poluição atmosférica através de um decreto. Pedi para revogar, mas ele assim não o fez. E aqui na CPI mais uma vez com secretário de Meio Ambiente, doutor Rodrigo Judice, falamos sobre o tema. Ele, como procurador-geral do Estado, disse que não foi consultado. Pasmem! O SR. MARCELO LEMOS - Concordo com o senhor no sentido de que já vinha discutindo isso, o decreto é Executivo, extremamente frágil, porque decreto se pode revogar. Acho que a matéria é tão importante, e aqui não faço nenhuma crítica ao Governador Casagrande, porque esse talvez tenha sido o instrumento que ele utilizou. Não vou entrar nesse mérito, mas uma sugestão, e sempre repito apenas como sugestão, o grande avanço que teríamos é se nesta Casa de Leis fosse discutida uma lei estadual. Existem muitos conceitos no decreto que são bons, textos científicos, mas carecemos de um instrumento marco que seria evidentemente a lei muito mais forte e representativa. Teríamos um alcance muito maior e muito mais forte. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Em virtude do alto índice de poluição atmosférica na Grande Vitória, o Ministério Público está devidamente preparado com pessoal, com efetivo suficiente para dar resposta à sociedade? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. MARCELO LEMOS - De forma alguma, uma grande deficiência que temos é a questão técnica. Ficamos dependendo do Iema, do Ibama, dos órgãos. E até, Senhor Deputado, não querendo também, às vezes ficamos exigindo concurso público, mas acho que uma das formas de trabalharmos seria essa ideia do fundo. Dependendo da matéria, essa por exemplo da partícula sedimentada, podemos sim, vocês podem ajudar o Ministério Público a ter um corpo técnico melhor, sem dúvida. Mas é muito importante também que tenhamos a possibilidade de contratar empresas com o know-how sofisticado, senão fica muito caro. Às vezes não conseguimos em um concurso público trazer um profissional desse para o quadro. São duas coisas que acho que têm que melhorar muito no Ministério Público. A questão do corpo técnico, pois temos limitação orçamentária. O ano não é muito favorável, infelizmente. E a questão de poder realizar convênios, contratando empresas que poderiam dar um suporte ao Ministério Público. Até agradeço a pergunta, estaremos reivindicando. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Fiz a pergunta exatamente porque temos dificuldade na contratação de técnicos suficientes para assessorar a nossa comissão preocupados com o Ministério Público. Às vezes contratamos aqui e depois eles entram com uma ação contra nós, certo? O Ministério Público entra com uma ação contra nós. O presidente desta Casa de Leis está querendo auxiliar as comissões parlamentares que estão na Casa, mas S. Ex.ª chega preocupado. Às vezes, temos a necessidade de ter um corpo técnico, porque eu, hoje, elaboraria perguntas mais técnicas ao senhor, mais técnicas ao senhor Paulo Esteves e a todos os convidados que estão presentes nesta CPI, e temos que nos assessorar com ambientalista, temos que nos assessorar com o nosso corpo técnico de gabinete e a nossa Procuradoria, mas, tecnicamente, efetivo, que já passou pelo sistema, que já deu licença ambiental, ou já impediu licença ambiental, não temos como contratar. Isso é preocupante, porque quando vemos...O órgão ministerial não tem uma equipe técnica suficiente para atender uma demanda extremamente importante. Aí o órgão fiscalizador do Iema não tem e é onde as licenças acontecem e são questionadas posteriormente e o prejuízo vem para a sociedade. Existe há quanto tempo? Ainda é filhote a Promotoria Ambiental? Há quanto tempo está instalada? O SR. MARCELO LEMOS - Olhe, eu não sei exatamente o tempo, mas, com certeza, de 2007 para cá. Ela já existe há bastante tempo, a Promotoria de Vitória. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Seriam uns dez anos? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. MARCELO LEMOS - Mais, eu acredito que sim. É só... Isso não é difícil de nós... O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Não, isso... O SR. PAULO ESTEVES - Deputado, com certeza, porque em 2005, eu fiz a representação e já havia a Promotoria e foi feito pelo José Claudio Pimenta, que era promotor de Vila Velha. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Excelente, promotor, o Procurador José Claudio Pimenta. O Ministério Público ingressou com alguma ação, tem alguma ação em andamento contra a Vale, a ArcelorMittal e a Samarco? O SR. MARCELO LEMOS - Quanto a Samarco, eu não sei, porque foge. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Foge. O SR. MARCELO LEMOS - A Vale não tem ação judicial, em virtude de nós entendermos... Eu friso bem isso, o Paulo colocou bem, o fato do Termo de Ajuste de Conduta estar assinado, não quer dizer que a Vale não tenha de permanecer utilizando sempre da tecnologia mais avançada. Bom, nós não tivemos ainda nenhum documento, nenhum ofício, nada que viesse dos órgãos fiscalizadores, dito: Iema, de uma necessidade de adequação da Vale, até o presente momento. Então, para nós é como se a Vale estivesse atendendo a legislação em vigor. Em relação à ArcelorMittal, existe sim uma ação judicial tramitando. Se tudo convergir para o positivo, esperamos que consigamos fazer um acordo, no sentido de ela se adequar a todas as exigências que estão colocadas. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor tem conhecimento da tecnologia do Domus, e o senhor já teve a oportunidade, nessas visitas que fez, de visitar algum outro país? O SR. MARCELO LEMOS - Onde eu fui, não existia o Domus. Na verdade, o Domus é uma tecnologia bastante específica. Assim, foi nos colocado lá em Roterdã, que o Domus são para siderúrgicas bem pequenas, as menores, as de porte um pouco menor do que o nosso. A adaptação do Domus a empresas já existentes é bastante complexa. Não que não possa ser feita, mas você teria que desmanchar o pátio e fazer de novo, porque o Domus, quando ele cobre, tudo que está ali dentro tem de ser específico para funcionar dentro do Domus. Nós oficiamos inclusive quando foi veiculado na mídia, não que já não estivesse sido feito. Na Diário do Poder Legislativo - 117 verdade, essa discussão do Domus é antiga. Na época foi entendido que não era o melhor caminho. Mas nós oficiamos ao Iema e estamos aguardando a resposta, que deve estar chegando para nós, sobre a viabilidade. Quer dizer, na verdade, nós estamos reperguntando. Repito, deputado, nada no meio ambiente é fixo e nada não é permitido ser revisto. Nós estamos sempre abertos para ser revisto. O que eu sempre repito é que para nós atuarmos e, às vezes, me incomoda um pouco a postura de algumas pessoas, porque elas querem que o Ministério Público faça coisas que eu não tenho respaldo legal. Para eu poder atuar e exigir, por exemplo, um Domus de uma Vale, de uma ArcelorMittal, tenho que ter um estudo de um órgão e, como acabamos de conversar, não tenho esse material humano. Tenho que ter um estudo do Iema, por exemplo, ou da Secretaria Municipal de Vitória dizendo: Olhe, ficou constatado, só consigo resolver a questão através da implementação do Domus. Nesse caso sim, vou ter um documento na minha mão e, mesmo assim, teremos um problema de sentar com a empresa, porque a empresa pode dizer: Tudo bem, vou implementar, mas preciso de um prazo para fazê-lo. Vamos ter que discutir... Assim, fico, às vezes, angustiado, em não poder dar aquela resposta que gostaria porque temos limitação legais e científicas para tratar. Mas não conheci o Domus, não vi o vi, conheci apenas por imagem. O Paulo, parece-me teve contato com o Domus. É uma tecnologia extremamente interessante, mas não sei dizer se conseguiríamos tecnicamente implementá-la no pátio na nossa situação fática. Mas, se tiver de ser implementada, terá que ser implementada. É questão científica. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Antes de passar para o Senhor Paulo Esteves, Senhor Deputado Dary Pagung, só quero informar que estivemos fazendo uma visitação na ArcelorMittal e nos pátios, onde tem as pilhas de minério e, no momento, estavam em recuperação de uma das pilhas e com aspersão de água. Neste momento, observamos a questão do cinturão verde, que do lado esquerdo da Central de Monitoramento das Pilhas, o cinturão é mais alto, mas o vento nordeste pega dali para cá e do outro lado o cinturão é baixo. Nisso, a poeira fugitiva vem tranquilamente, logo, não está resolvendo o problema. O SR. MARCELO LEMOS - Essa questão que V. Ex.ª está colocando é muito importante, até agradeço a colocação de V. Ex.ª. É uma das questões discutidas na ação justamente a implementação de uma wind fence naquele local. Mas, veja bem, essa foi uma questão colocada que foi contestada pela empresa, porque a ArcelorMittal tem seu posicionamento, o qual respeito, de que o cinturão 118 - Diário do Poder Legislativo verde seria sim instrumento utilizado para questões de partículas sedimentadas, apesar de entendermos que não. Tentamos chegar a um acordo de utilizarmos ali a wind fence ao invés de o cinturão verde, até porque tem um problema, quando se fala de cinturão verde, está se usando a flora, ou seja, poderia até estar cometendo um crime ambiental. Então, essas questões que V. Ex.ª coloca são muito pertinentes, porque estão na ação. Seria importante depois, sei que é complicado, é uma ação complexa, grande, se V. Ex.ª pudesse debruçar sobre ela, onde está exatamente essa questão, inclusive com fotografia, bem elucidada que V. Ex.ª colocou. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Gosto de manusear e de ler. Pedirei uma cópia da mídia ao presidente para em casa ficar trabalhando e me divertindo, observando essa situação. Pois não, Senhor Paulo. O SR. PAULO ESTEVES - Serei rápido. Em julho de 2010, pela primeira vez, coloquei a questão do Domus no e-mail para todo o Ministério Público, para os promotores com quem trabalhávamos na época. Se V. Ex.ª quiser ver um Domus funcionando, V. Ex.ª sabe que no Tubarão, a Vale tem um Domus hoje, para grãos. É só ir até o local ver como é. Na viagem, vimos na Hyundai, trouxemos tudo isso, mas na Hyundai mesmo ouvimos da impossibilidade de se adaptar um pátio já existente, aberto, fundamentalmente pelo tempo que tem que parar a produção da indústria para fazer essa modificação. Por último, só queria dar uma notícia: temos uma pessoa, por acaso, também da minha turma de engenheiros, chamada Carlos Augusto Calmon Nogueira da Gama, irmão de José Paulo Calmon Nogueira. S. S.ª é um dos maiores calculistas que conheço, e está já em fase final de ter uma solução para cobrir as wind fences. Quando o fizermos, Senhor Deputado, teremos o mesmo efeito do Domus. Domus quer dizer a forma de ser, se é parede, se é tela, ou o que é, conseguiremos chegar a isso. Estamos quase perto. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O que resta é o enclausuramento, se enclausurou não terá poeira fugitiva. E por cima também, porque o vento passa e... O SR. PAULO ESTEVES - Senhor Deputado, fizemos o estudo no túnel de vento da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, quando estudamos a wind fence para dizer qual era seu tamanho, e foi determinado que ela tem uma vez e meia a altura das pilhas daquele pátio que está protegendo. Foi constatado exatamente isto. O vento que Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 passa por cima cria uma turbulência, essa turbulência vai lá embaixo, dentro do pátio, pega o pó e vai embora por cima da wind fence. Então, a cobertura terá alguma coisa muito parecida com o Domus. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Observamos também, Doutor Marcelo Lemos e Senhor Paulo Esteves, com relação às esteiras. As esteiras são cobertas, mas nas laterais fica uma janela, e nessa janela, no transcorrer do material, saem, porque quando o vento bate começa aquela poeira fugitiva a sair por ali. Fizemos questionamentos com relação ao fechamento das janelas daquelas esteiras. É uma medida porque o somatório das emissões e das poeiras fugitivas que causam esse estrago que está causando. Na oportunidade, falei na audiência passada, os corrimãos de onde visitamos, seja no tombamento do vagão, nas LQTs, e em outros setores, os equipamentos eletrostático, os precipitadores eletrostáticos, tudo limpinho, estava tudo limpo, não tinha uma poeira. Cheguei, deitei, coloquei o braço em cima e falei que chegaria sujo em casa. Cheguei do jeito que fui. O professor Neival disse que todas as vezes que leva alunos lá ele avisa: Não encostem, porque vocês vão se sujar. E, na oportunidade ... Sem contar com vinte e três carros pipas jogando água na nossa frente. Onde passávamos tinha um carro pipa jogando água. Então, fica difícil fazer uma avaliação com maquiagem. Por isso, a nossa insistência, a nossa luta constante. Temos o presidente, Senhor Deputado Rafael Favatto, que fez a requisição de um helicóptero para fazermos uma inspeção de inopino para poder verificar essa questão, se realmente funciona da forma que nos apresentaram. E, faremos com data e hora a ser especificada com a Comissão. Vamos fazer isso e veremos. Tem os drones. Podemos colocar os drones lá para poder chegar, observar e filmar aquilo tudo. Está certo! Então, temos mecanismos hoje, porque enganar uma pessoa por muito tempo, se engana, mas nem todas as pessoas ao mesmo tempo. Nesta comissão estamos tentando é encontrar solução. Doutor Marcelo, lerei algumas coisas aqui para depois fazer um questionamento. As médias anuais de poeira sedimentável na Ilha do Boi, Hotel Senac, no período de 2009 até 2012, segundo dados do Iema, foram: 2009, 7,13 gramas metro quadrado/mês, média anual; 2010, 7,48 gramas média/mês; 2011, 7,08; 2012, 7,16. Média geral do período 2009 até 2012, foi de 7,22, onde o desvio das medições anuais em relação à média geral foram mais de 3,56% e menos de 1,98. No ano de 2013, por omissão, submissão, descumprimento das atribuições funcionais e outras coisas que não sabemos, o laboratório do Iema foi interditado. Neste ano, quase seis meses de dados de todas as estações foram perdidos e a série histórica foi interrompida. O senhor tem conhecimento disso? (Pausa) Mas isso aconteceu e questionamos aqui os técnicos do Iema e Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 um dos técnicos do Iema, salvo engano o Alexsander, disse que esses dados são mensurados de ano em ano, e seis meses sem contabilizar não causa problema nenhum. Muito pelo contrário, causa problema sim. E qual foi o motivo? Ele também não soube explicar por que ficou parado. Mas como V. Ex.ª não tem conhecimento, só estou registrando o fato. Em 2013, não existe relato de ações das empresas na Ponta de Tubarão de melhoria no seu sistema de controle de emissões de material particulado. O TCA da Vale foi dado por concluído em 2012. Em 2014, foi terceirizado o serviço de medição de poeira sedimentável, a 8.ª Usina de Pelotização da Vale entrou em operação aumentando a movimentação de materiais em mais de trinta por cento. O terceiro alto-forno, a ArcelorMittal voltou a operação e a medição media anual de poeira sedimentável surpreendentemente foi de 5,4, valor inferior à média de 7,22. No quadriênio de 2009 a 2002, ou seja, uma redução de 25,9 na poeira sedimentável na Ilha do Boi, Hotel Senac. Nisso o senhor já estava à frente da ..., não é? Teve alguma medida em relação a isso no Ministério Público? O SR. MARCELO LEMOS - Todos os dados que temos apontam que as empresas estão dentro dos limites legais. E essa questão de diminuição, segundo nos informam algumas pessoas informalmente, foi até em virtude da crise. Na verdade nossa situação poderia estar muito pior, porque em virtude da crise a movimentação é menor. Se tivéssemos naquela mesma velocidade em que estávamos antes de 2008, talvez esses índices seriam até muito piores. Repito, temos que lembrar sempre que os nossos marcos regulatórios são marcos antigos. Na verdade as empresas obedecem ao marco nacional antigo. Não temos um marco estadual a não ser o decreto, que ainda é algo que precisa ser muito melhorado. Então, se oficiamos hoje o Iema, ele diz: Realizamos as medições e as e medições estão conforme os parâmetros legais exigidos. Essa é a resposta. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O senhor teve conhecimento que os equipamentos para medição do PM2,5 foram adquiridos pelo Iema e ficaram paralisados por quase cinco anos sem serem instalados? O SR. MARCELO LEMOS - Excelência, não tenho conhecimento. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Adquiridos em 2009, ficaram estocados, empilhados, e agora, só em 2014 foram instalados. Por quê? E houve a cobrança, eu brigando pela instalação na CPI, e contrataram a EcoSoft para instalar esses equipamentos. É mais uma situação que o Ministério Público devia, só como sugestão, pedir informações Diário do Poder Legislativo - 119 de qual a motivação desse atraso de quase cinco anos? O SR. DARY PAGUNG - (PRP) - Doutor Marcelo, não entendemos se esses aparelhos foram comprados e nesse contrato tinha alguma cláusula dizendo quem seria o responsável para instalação. Não é, Senhor Deputado Gilsinho Lopes? E requisitamos nesta CPI esse contrato para que possamos ver. E a informação depois nos chegou de que quem instalou foi a EcoSoft com o pagamento pela Vale do Rio Doce. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - E o pagamento pela Vale do Rio Doce. Vejam bem! Os equipamentos foram adquiridos por processo licitatório pelo Iema e ficaram paralisados, eles não tinham quem instalar e nem empresa contratada para instalar. Após cinco anos, contrataram a EcoSoft para rapidamente instalar, precisava instalar porque a CPI seria instaurada e iríamos cobrar, e quem fez o pagamento para a instalação foi a Vale. O SR. MARCELO LEMOS - Todos os encaminhamentos que a CPI irá remeter, evidentemente para os órgãos competentes, inclusive para o Ministério Público, todos terão seu trâmite com certeza adotados e realizados pelo Ministério Público. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - O cidadão capixaba que mora na Grande Vitória não respira o mesmo ar que o que mora nas montanhas, que o que mora em Guarapari, que o que mora Pedro Canário, que o que mora em Presidente Kennedy. Não tem o mesmo... (Pausa) Por enquanto. Enquanto estivermos na representação da sociedade, não deixaremos instalar empresa desse tipo. Até porque, quando da instalação, não havia nenhuma legislação ambiental e não tem problema porque, se não, estaria em Guarapari, hoje, não é Doutor Marcelo? O SR. PAULO ESTEVES - Senhor Deputado Gilsinho Lopes, no município de Presidente Kennedy ou em qualquer lugar do Espírito Santo, hoje, para fazer uma instalação de pátio a céu aberto de manuseio de matéria prima tem que haver o Domus. Só para lembrar a V. EX.ªs que quando retornamos da viagem que era impossível fazer para a Vale, V. Ex.ª se lembra da CSU, Companhia Siderúrgica de Ubu? Ela não foi para frente, mas se V. Ex.ª pegar o projeto dela hoje verá que ela prevê Domus porque não tinha nada feito ainda. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Aquela informação que o senhor passou de que os pátios já implantados... Também temos conhecimento de que a dificuldade da implantação do Domus se dá devido ao tempo de paralisação e à perda que a empresa terá. Não queremos nada disso, queremos que a solução 120 - Diário do Poder Legislativo venha a curto ou médio prazo e não a longo prazo, pois a longo prazo fica difícil de aguentarmos. O Senhor Deputado Dary Pagung, que está presidindo esta CPI, hoje, é o relator desta Comissão. Devemos fazer todos os questionamentos e encaminhamentos e, com certeza, alguns encaminhamentos serão remetidos à Promotoria para que analise e verifique se cabe ajuizamento de algumas ações. Estamos verificando todo o material compilado até agora. A Vale diz que investiu, desde o TCA até agora, ou seja, a Vale disse que investiu novecentos milhões. Segundo o presidente, ela está pretendendo investir sessenta e cinco milhões até 2020. Isso é um absurdo! Os gastos com marketing, merchandising e troca do nome de Vale do Rio Doce para Vale, setenta milhões, sem contar... Senhor Presidente, fiquei de passar na última sessão um vídeo de cinco minutos para mostrar a questão da espionagem. Peço que nossa assessoria coloque o vídeo. Perguntei ao presidente da Vale se ainda continuam fazendo espionagem com relação a ambientalistas, políticos, contra presidentes de associações e etc. O SR. PAULO ESTEVES - Senhor Deputado Gilsinho Lopes, saiu na imprensa nacional que o meu telefone celular pessoal foi grampeado pela Vale. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Não só o do senhor como o meu também. Mas tenho muita tranquilidade para isso. Como falei, não me preocupo com essas questões. Por favor, faça a exibição do vídeo. (É exibido vídeo) O SR. PRESIDENTE - (DARY PAGUNG - PRP) - Esse foi o vídeo que o Senhor Deputado Gilsinho Lopes solicitou, muito importante. Aproveito para colocar o requerimento do deputado em deliberação, solicitando cópia de notificação recebida pela Vale por poluir a água de Vitória com o lançamento de fluentes oleosos sem tratamento em corpo hídrico. Cópia da fundamentação técnica da multa. E cópia da decisão proferida pelo Conselho Regional de Meio Ambiente, que reduziu em trinta por cento o valor da multa. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Presidente, como falei anteriormente, isso é com relação à multa proferida à empresa Vale, é para o Seama/Iema. Essas empresas possuem escritórios de advocacia de alta competência e elas conseguem reduzir os valores, até anular determinadas multas. Enquanto que pessoas humildes não conseguem absolutamente nada. O SR. PRESIDENTE - (DARY PAGUNG Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 - PRP) - Em votação o requerimento. Como votam os Senhores Deputados? O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) Favorável. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Favorável. O SR. PRESIDENTE - (DARY PAGUNG - PRP) - Também acompanho. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Presidente, aproveito a oportunidade para fazer a convocação do senhor André, que fala nesse vídeo, para que ele possa vir a esta Casa. Porque o presidente da Vale veio aqui e mentiu perante esta CPI de que eles não usam instrumento de espionagem. Está caracterizado, ali tem a ação que está em andamento. Eles disseram que os quatro processos, nos quatro Estados, foram arquivados, mas não foram arquivados. Ele estava sob juramento e mentiu para a CPI. Quero a convocação desse senhor André Almeida para que esteja na CPI esclarecendo esses fatos e quais foram os atos praticados no Estado do Espírito Santo. Ele fala genericamente em nível de País onde a Vale tem a sua área de atuação, mas queremos saber especificamente aqui no nosso Estado. O SR. PRESIDENTE - (DARY PAGUNG - PRP) - Em discussão o outro requerimento do Senhor Deputado Gilsinho Lopes, convocando o senhor André Almeida Em discussão. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) Favorável. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) Favorável. O SR. PRESIDENTE - (DARY PAGUNG - PRP) - Eu também acompanho. Fica convocado. Agradeço a presença do Promotor de Justiça do Ministério Público Estadual e também do senhor Paulo Esteves, que é o representante das associações de moradores desde a época em que assinou o termo. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Presidente, pela ordem! Quero também fazer um agradecimento ao senhor Paulo Esteves pela sua presença. Desde o primeiro momento eu disse que não havia motivo para sua convocação, considerando que não ia acrescentar nada, pois tínhamos o TCA na mão, tínhamos todas as situações. Mas S. S.ª se Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 colocou à disposição e está aqui presente. Agradeço também ao Doutor Marcelo Lemos pela presença, pelas respostas e pelo trabalho, porque precisamos de juntos efetuar um trabalho em busca de uma solução para o problema que é muito grave. O SR. MARCELO LEMOS - Senhor Presidente, pela ordem! Queria só, por último, agradecer o convite e dizer que quantas vezes for necessário, estarei presente, porque isso é de interesse público e relevante. Essa Casa de Leis, com a CPI, acredito que vai somar e trará bons frutos para esse trabalho, para que possamos melhorar a situação na Grande Vitória. O SR. PAULO ESTEVES - Senhor Presidente, pela ordem! Também queria agradecer a convocação e parabenizar os senhores por essa iniciativa, por essa CPI. Isso é fundamental. É muito importante que todos nós estejamos buscando uma solução que precisamos. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE - (DARY PAGUNG - PRP) - Antes de terminar, gostaria de passar uma informação. Dia 15 de maio a Comissão fará uma visita técnica à empresa Vale. A nossa próxima reunião, da Comissão, será no dia 20 de maio. O SR. GILSINHO LOPES - (PR) - Senhor Presidente, pela ordem! Tenho um compromisso inadiável no dia 15 de maio, sexta-feira. Gostaria de solicitar ao colega, ao Senhor Deputado Almir Vieira, se S. Ex.ª pudesse estar presente, e assim fazer um convite ao Doutor Hudson, também, para evitar que só o presidente vá e aí fique complicado. Precisamos de pelo menos três deputados, para até se tiver de deliberar qualquer coisa. Já mudamos quanto à questão que seria da chuva e agora mudar novamente. Mesmo o deputado suplente, seria bom conversarmos com os suplentes ainda hoje, para ver se podem nos substituir, se o Senhor Deputado Doutor Rafael Favatto pode ir e quanto ao Senhor Deputado Hudson Leal, vou ligar e tentar falar com S. Ex.ª. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Senhor Presidente, pela ordem! Peço a palavra. Senhor Deputado Gilsinho Lopes, como a visita na sexta-feira seria na empresa Samarco e somos oriundos da cidade de Anchieta, devido a essa visita que já estava agendada fizemos alguns compromissos, também inadiáveis, no município de Anchieta. Por esse fato, ficaremos impossibilitados de estar indo à Vale nessa próxima sexta-feira. Gostaria de justificar essa ausência minha, também. O SR. PRESIDENTE - (DARY PAGUNG - PRP) - Solicito à assessoria da Comissão que analise todas as agendas dos deputados, dos titulares e dos suplentes, para ver a possibilidade dessa visita Diário do Poder Legislativo - 121 agora, dia 15 de maio, na Vale. Agradeço novamente o Promotor Marcelo Lemos e o senhor Paulo Esteves, representante das associações. Nada mais havendo a tratar, declaro encerrada a reunião e convoco os Senhores Deputados para a próxima, à hora regimental. Está encerrada a reunião. Encerra-se a reunião às 16h25min. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DO TRANSCOL. QUARTA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA OITAVA LEGISLATURA, REALIZADA EM 12 DE MAIO DE 2015. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Bom-dia a todos. Quarta reunião ordinária da primeira sessão legislativa da décima oitava legislatura da CPI que apura as dezesseis irregularidades do sistema Transcol. Hoje ouviremos os Senhores Fábio Ribeiro Tancredi e José Carlos Pereira Moreira, e as Senhoras Maria de Fátima da Encarnação e Ingrid Amorim de Rezende. Presentes a esta comissão os Senhores Deputados Euclério Sampaio, relator, e o Senhor Deputado Almir Vieira. Solicito à secretária que faça a leitura da ata da terceira reunião extraordinária, realizada em 30 de abril de 2015. (Pausa) (A Senhora Secretária procede à leitura da ata) O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Destaco a presença do Senhor Deputado Pastor Marcos Mansur. Ele também integra esta comissão parlamentar de inquérito. Em discussão a ata. (Pausa) Não havendo quem queira retificá-la, encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Pela aprovação. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Pela aprovação. O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Pela aprovação. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Ata aprovada como lida. 122 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Passamos à fase do Expediente. A SR.ª SECRETÁRIA lê: CORRESPONDÊNCIA RECEBIDAS: OFÍCIO/SETOP/GS N.º 102/2015 - Em resposta ao OF/CPI n.º 028/15, que informa os membros da Comissão de Licitação do Transcol. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Ciente. Junte-se aos autos. Continua a leitura do Expediente. A SR.ª SECRETÁRIA lê: OFÍCIO N.º 083/2015/GDSM - Do Senhor Deputado Sérgio Majeski, solicitando o seu desligamento como membro efetivo na CPI do Sistema Transcol. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Junte-se aos autos. À Mesa da Assembleia Legislativa para indicar outro membro. Solicito à Senhora Secretária que leia o objetivo desta comissão. A SR.ª SECRETÁRIA lê: COMUNICAÇÕES: Objetivo da Comissão: Apurar denúncias de irregularidades na licitação do sistema Transcol, na Câmara de Compensação no direcionamento/beneficiamento das empresas vencedoras, conforme fartamente divulgadas pela imprensa e em pronunciamentos nesta Assembleia Legislativa. ORDEM DO DIA: O que ocorrer. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Solicito à Senhora Secretária que acompanhe até a frente o Senhor Fábio Ribeiro Tancredi, o primeiro depoente nesta manhã de quarta-feira; os demais, solicito à Senhora Secretária que prepare uma sala ao lado para acomodá-los. Por gentileza, atendendo à solicitação da TV, providenciem uma cadeira para o depoente ficar ao lado do púlpito. (Pausa) Farei a qualificação de V. S.ª começando pelo nome. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Fábio Ribeiro Tancredi. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Servidor público? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Sou servidor público aposentado da Prefeitura de Vitória e sou comissionado da Setop exercendo o cargo de gerente de problemas especiais. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Por ocasião da licitação no sistema Transcol, qual cargo o senhor ocupava? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - O mesmo cargo que ocupo atualmente. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Qual o endereço do senhor? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Avenida Rio Branco n.º 1106, apto 501, Praia do Canto, Vitória, Espírito Santo. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Durante o exercício do cargo em comissão, o senhor exerceu em outros setores além da secretaria de transporte e obras? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não. Só trabalhava na Setop mesmo como gerente de programas especiais. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor tem conhecimento da instalação da CPI? Qual a finalidade dela embora tendo sido lido pela secretária? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - Eu ouvi através da imprensa que poderia haver uma CPI, mas são tantas notícias. Fiquei sabendo realmente quando fui convocado que existia está CPI efetiva para apurar possíveis irregularidades nessa concorrência. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor tomou conhecimento de contas e irregularidades levantadas pelo Ministério Público de Contas? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não. Nunca. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Qual era o papel de V. S.ª na Comissão Especial de Licitação? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Atuava somente como membro. E o papel de um membro na comissão de licitação, seja especial ou permanente, só passa atuar no momento que é instalada, na data que é prevista para entrega dos envelopes. A partir dessa data abrimos os envelopes, Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 123 é que nós tomamos conhecimento do que está preconizado no edital. Quer dizer o edital é a lei da concorrência. Estando o edital em condições de ser procedido, não havendo nenhuma impugnação ou qualquer parte de qualquer órgão fiscalizador, a comissão então se reúne e o presidente recebe os envelopes e passa à comissão. A comissão rubrica todos os envelopes fechados e se procede à primeira abertura do primeiro envelope. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - Eu fui convidado pelo secretário. Estava na secretaria de Justiça e já tinha atingido a minha meta de serviço, e eu mesmo, também, procurei me mudar de secretaria, que era uma secretaria muito exaustiva, era de preso e tal, e procurei então um local que fosse mais, mais afeto à minha função. Sou engenheiro civil e lá eu poderia exercer a função melhor que a parte de pavimentação, drenagem. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor chegou a participar da comissão permanente de licitação? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O senhor pode ser mais objetivo, porque são quatro depoentes, mas pode ficar tranquilo. O senhor sabe como se deu a contratação da empresa Logit? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Nunca. Essa foi a primeira comissão que participei. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não. Não conheço. Não sei. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) O senhor tem conhecimento durante esse período se foram outras contratações de serviços iguais a esse ou diferentes e que o senhor participou da comissão especial de licitação? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Por favor, não entendi a pergunta? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A única participação do senhor na comissão de licitação foi exatamente para esse tipo de serviço unicamente? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Nunca fui convidado... Nunca fui convidado não, nunca fui nomeado para nenhuma comissão de licitação, somente para esta comissão do Transcol. Fui nomeado membro da comissão. Nenhuma outra vez participei de comissão de licitação. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES -DEM) - Ok. Passo a palavra para o relator, Senhor Deputado Euclério Sampaio, para que possa fazer as perguntas necessárias. O SR. DEPUTADO EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - Bom dia Senhor Presidente, Senhor Deputado Edson Magalhães, Senhor Deputado Almir Vieira, servidores presentes. Bom dia, senhor Fábio. O senhor passou a trabalhar na Setop quando? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - Eu trabalhava antes na Secretaria da Justiça. Trabalhei sete anos lá. Depois então, fui trabalhar na Setop. Há dois anos estou trabalhando na Setop. O SR. DEPUTADO EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - Quem indicou o senhor para trabalhar na Setop? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O senhor sabe se antes da Logit outra empresa já tinha sido feito o estudo de viabilidade? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não sei. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Também não? O senhor tem conhecimento, como membro da comissão, do parecer da PGE apontando diversos pontos a serem regularizados? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não tenho porque a gente não tem acesso ao processo. O sistema acessa o processo somente na época. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Só responder sim ou não. Pode ficar tranquilo. Então, como é o serviço de vocês, é só votar o que... o presidente da comissão era quem? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Presidente era o doutor João Victor de Freitas Espíndula. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O senhor sabe quem indicou ele para ser funcionário do DER? Não, da Setop, perdão? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Não? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não sei. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Quem indicou o senhor para fazer parte da comissão? 124 - Diário do Poder Legislativo O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Geralmente quem faz a indicação, quem nomeia a comissão, é o secretário, o dono da pasta. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Tá bom. Então, como é que... qual é o papel efetivo do senhor, em rápidas palavras? Se o senhor falou que não tinha conhecimento. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 exatamente que o membro tem que fazer. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O senhor já viu algum especificamente o senhor Léo, Leonardo, presidente da Ceturb, indo à comissão conversando com o presidente ou com o secretário sobre essa licitação, especificamente? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não. Eu estive algumas vezes com Léo, mas nunca estive junto deles conversando sobre essa licitação. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O senhor não tinha conhecimento nem da irregularidade... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Mas a pergunta foi inversa. O senhor já viu ele lá, Setop, conversando com, nesse período, o secretário ou com o presidente da licitação? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - Eu não tinha porque... O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não, senhor. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Aí, dá a impressão, com todo respeito, que você serviu ali só para fazer voto, só para votar o que vinha descendo, o que era determinado. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Ele não esteve lá, então? Qual? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - É o seguinte. Eu, como gerente de programas especiais, exerço infinitas atividades. Eu não sou, não trabalho ali na Setop somente para ser um presidente de uma comissão, pra ser membro de comissão. Por isso que eu não tenho... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Mas minha pergunta não é essa não. A pergunta não é essa não. Estou me referindo só à comissão, à atividade na comissão. Porque o senhor está demonstrando desconhecer tudo. Então, o que era para ser discutido e votado já vinha determinado? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não, o edital, o edital, ele é a lei da licitação. Eu tinha conhecimento do edital porque eu tinha conhecimento porque eu fui nomeado para fazer parte dessa comissão especial, e no edital eu sabia perfeitamente qual era função minha, como membro, o que eu teria que fazer. Eu teria que analisar os envelopes, o envelope um, dois, três, que é envelope de preço e tal, e seguir, exatamente, o que estava preconizado no edital, que é o papel do membro. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Só isso, né? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Que eu visse, não. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Ah, tá. Senhor Presidente, na verdade, ele não sabe de nada. Então, não tem mais pergunta a fazer. Tá parecendo Lula, não vê nada. Com todo respeito, tá, senhor Fábio? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - Eu estou respondendo as perguntas que o senhor me fez. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Perfeito. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Sim ou não. Só sei o que o membro da comissão faz. O senhor me desculpa, mas... O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Obrigado, Deputado Euclério Sampaio. Passo a palavra ao Deputado Almir Vieira. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) a todos. Senhor Presidente desta CPI, Edson Magalhães, Deputado Euclério gostaria de perguntar ao senhor Fábio. continua trabalhando na Setop? - Bom-dia Deputado Sampaio, O senhor O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - Só isso. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Perfeito. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - A gente tomou conhecimento de tudo e fazia o papel O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Continuo. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - O senhor entrou no governo passado? Do Governador Renato Casagrande? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 125 O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - É, eu entrei no governo Casagrande. com a saída dele, com o encaminhamento do ofício a esta comissão, sendo substituído, então, pelo Deputado Pastor Marcos Mansur. Então, vou colocar em votação a substituição do Deputado Sergio Majeski pelo Deputado Pastor Marcos Mansur. Como vota o Deputado Euclério Sampaio? O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - O senhor é funcionário? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Favorável. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Sou do Estado. Só fui transferido de uma secretaria, como eu falei, da Secretaria de Justiça para a Setop. Estive funcionário, estou funcionário público do Estado, comissionado, há nove anos. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Deputado Almir Vieira? O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) Justamente a pergunta seria essa. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Acompanho os demais membros desta comissão. Senhor Fábio, o senhor falou que é engenheiro e também disse que uma comissão especial de licitação que os seus membros são designados para compor a comissão pelo então, na época, secretário Fábio Damasceno, que era secretário de Obras e de Transportes. O senhor disse também que o senhor era responsável pela abertura dos envelopes, principalmente envelope no que se refere a preço. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - A abertura dos envelopes é feita no momento em que se dá início aos trabalhos. Os envelopes são entregues na mão do presidente, o presidente distribui com a comissão. Nós, primeiro, rubricamos todos os envelopes, abrimos... O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não, eu... para o Estado ou para a Setop? O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Na Setop. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - Eu não vim para a Setop só. Eu vim para o Estado, na administração do atual Governador Paulo Hartung, quando o governador mudou para o governo Casagrande. Há dois anos que eu estou na Setop. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Há dois anos. O senhor tem conhecimento dos indicativos de irregularidades apontados pelo Ministério Público de Contas? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Como eu disse anteriormente, nessa fase a comissão não toma conhecimento. Quem responde a essas perguntas, tanto ao Ministério, quanto a qualquer órgão fiscalizador, é o presidente e o secretário da pasta. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Teve alguma interferência, por exemplo, o secretário que indicou o senhor para fazer parte dessa comissão, teve algum pedido do secretário a algum membro da comissão? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - A mim, não foi pedido nada. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Senhor Presidente, vou acompanhar mesmo o que o Deputado Euclério falou. Também não vou mais, por enquanto, no momento, questionar. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Obrigado, Deputado Almir Vieira. Antes de passar a palavra ao Deputado Pastor Marcos Mansur, que acabara de se ausentar por conta da CPI da Tributação, preciso colocar a deliberação em votação, porque o Deputado Sergio Majeski era o deputado que compunha esta comissão. Portanto, O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Voto favorável. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Não, isso eu sei. Só quero que o senhor confirme para mim se o senhor tomou conhecimento de todas as aberturas de todos os envelopes, tanto os envelopes de preço... O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Estive presente em todas as aberturas dos envelopes, sim, senhor. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Muito bem. Temos um fato aqui relevante que é a questão, por exemplo, da tarifa. O senhor sabe precisar para mim quando esse edital foi colocado na praça? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Desculpe-me, eu não tenho essa lembrança. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor não sabe? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não, essa licitação aconteceu no ano passado. Não consigo me lembrar. 126 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Sim, mas tão recente. O senhor tem conhecimento de quando foi assinado o contrato com as empresas? Não me recordo. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - Se o senhor deixar consultar as atas que eu pude pegar, talvez eu possa ajudá-lo. Mas eu não tenho, de cabeça não me lembro, sinceramente. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não me recordo. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Não tem. O senhor tem ideia de quando esse serviço entrou em operação? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - A minha atuação como membro da comissão cessa no momento em que a gente faz um relatório final e o presidente entrega para o secretário. Daí para frente quem tem o conhecimento só pode ser o secretário ou outras pessoas, a comissão não tem conhecimento. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - No corpo do edital, vamos dizer assim, estava lá exatamente quando a empresa teria que entrar em operação após a assinatura do contrato. O Senhor pode precisar para mim o tempo? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não me lembro. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor não lembra? Muito bem. Com relação ao reajuste de tarifa, que foi... As empresas consorciadas, os consórcios, eles apresentaram uma tarifa, evidentemente, para poder participar do certame. E essa tarifa teve um desconto e os serviços o senhor desconhece o início da operação que aconteceu exatamente no mês de agosto. Estranho que esses serviços, essas tarifas foram corrigidas em janeiro, seis meses depois. O senhor tem esse conhecimento se essa correção de tarifa foi retroativa a janeiro de 2014 ou não? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Depois da assinatura do contrato, como eu disse anteriormente e vou repetir, como membro da comissão, não participo mais disso e é um contrato que está afeto à Ceturb. Eu era o gerente de programas especiais trabalhando dentro da Secretaria de Transportes. Não posso, não tenho como ter conhecimento de um contrato que não me diz respeito. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Está bem. O senhor pode precisar para mim qual era a quantidade de ônibus prevista no edital para prestação dos serviços do Sistema Transcol na Grande Vitória? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - O SR. PRESIDENTE MAGALHÃES - DEM) - Não sabe. (EDSON O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor não se recorda? O senhor tem ideia de que além daquilo que estava exatamente no projeto-base com relação às linhas do Sistema Transcol, o senhor tem conhecimento que depois da assinatura do contrato foi criada alguma linha nova? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Como eu disse anteriormente, depois da assinatura do contrato, ele fica afeto à Ceturb, e a Ceturb, eu não tenho conhecimento de como a Ceturb trabalha. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Está bom. Se o objetivo, por exemplo, da comissão de licitação, à luz da Lei 866, é que se pratique primeiramente a questão do preço, e não a questão da técnica, que uma coisa está ligada a outra, mas em especial o preço, por que foi dado um peso maior à questão técnica e não à questão do preço? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - A abertura do preço, ela se deu antes, mas poderia se dar depois da habilitação. Essa feitura do edital, o plano de trabalho e o tempo de referência, ele é feito pelo presidente da comissão, com anuência do secretário. A comissão de licitação só é nomeada após o edital estar pronto e assinado pelo presidente e aprovada pelo secretário. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor está equivocado. O senhor me perdoe. A comissão de licitação, por força da lei, tem sua autonomia. Ela jamais pode receber qualquer interferência, seja do secretário ou seja do govenador. Ela tem sua autonomia em fazer uma correção do edital, rejeitar o edital ou até mesmo questionar o edital junto a seus superiores. Muito pelo contrário, ela tem sua autonomia. O que estou discutindo é que não importa se o envelope de preço foi aberto primeiramente, se foi aberto depois, isso não importa. Quero saber o que a lei diz o seguinte: que é pelo menor preço. A proposta mais vantajosa da licitação tem que ser o preço. É isso que estou perguntando. Quem confeccionou o edital? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - O presidente. O SR. PRESIDENTE MAGALHÃES - DEM) - O presidente? (EDSON Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Que eu saiba foi o presidente. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor não tem noção de que uma empresa foi contratada para poder confeccionar esse edital? Então, vamos voltar ao nosso debate com relação à questão do preço que eu estou dizendo para o senhor. A proposta vantajosa, a primeira que tem que ser levada em consideração é valor; depois, a parte técnica. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Olha, essa questão de técnica e de valor é discutível. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - É porque foi dado um peso a uma e foi dado um peso a outra. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - É muito discutível. A parte técnica é muito importante. É evidente que o preço também é importante, mas o preço que foi apresentado foi o preço que o edital permitiu e a parte técnica é uma parte muito importante, porque operar uma frota grande, eu acho que é uma frota grande, é um contrato grande, vultoso. E dou muita importância à parte técnica. Muitos colegas e muitos juristas às vezes acham que o preço é mais importante. Às vezes você tem que olhar o custo-benefício. A parte técnica é importante. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Não é o que os juristas falam, a questão é a seguinte: o preço tem que ser levado em consideração. A lei é clara com relação a isso. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Mas o preço foi levado em consideração. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Não, o peso dado ao preço - o valor da passagem - foi bem menor do que com relação à parte técnica; uma diferença brutal. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Presidente, a comissão, como eu disse antes, não participou da feitura do edital e, na nossa leitura, nós talvez não tenhamos percebido que esse preço fosse menor ou maior. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Quantos consórcios foram vencedores? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Dois consórcios. O SR. PRESIDENTE - (EDSON Diário do Poder Legislativo - 127 MAGALHÃES - DEM) - Somente os dois que existiam? Por que, em vez de abrirem dois lotes para que pudessem outras empresas até oferecerem outras vantagens - até porque o governo do Estado tem participação no sistema Transcol, que parte dos valores dessa passagem é alimentada pelo caixa do governo -, por que não fizeram três, quatro lotes para que outras empresas pudessem participar, inclusive não sendo consorciadas? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - Eu desconheço. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Então, o senhor está dizendo para mim o seguinte: que, na fala do senhor, a questão do edital foi uma coisa imposta pelo presidente da comissão ou pelo secretário; que vocês na verdade eram “fiscalizadores” de uma das aberturas dos envelopes, ou se não eram meramente participantes num processo que é tão sério como é um processo licitatório. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - O edital é público. Ele foi publicado, esteve à disposição de todos os empresários do ramo. Eu acredito que se tivesse alguma reivindicação a ser feita, deveria ter sido feita na época que o edital estava na praça. Eu não sei porque tem um lote ou dois lotes porque poderia perfeitamente. Não, nós queremos é que abram mais, para mais lotes. Mas ficou na praça, não sei, quarenta e cinco dias ou mais, e eu não vi nenhuma impugnação. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Então, o senhor sabe que ficou na praça por quarenta e cinco dias ou mais, mas não lembra quando que o edital foi colocado na praça, nem quando o contrato foi assinado. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - O senhor me desculpe, mas, infelizmente, a gente não pode ter esses números na cabeça. Eu não trabalho só com isso. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Mas participar de uma comissão especial de licitação, algo tão sério na administração pública, as pessoas têm por dever membros da comissão - de conhecer todos os conteúdos do edital. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - No momento da licitação, nós tivemos pleno conhecimento. Agora, esse trabalho foi feito em abril. Desculpe-me, mas não posso me lembrar de datas, nem de horários. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O que o senhor acha da proibição, por exemplo, da visita técnica? De ela ser 128 - Diário do Poder Legislativo obrigatória no edital? O senhor acha que ela atende à Lei 866? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - A visita técnica geralmente não é obrigatória. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Mas no edital estava como obrigatória. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - No edital estava como obrigatória, mas acredito que com a anuência da Procuradoria Geral. Senão teria tirado isso. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Mas como se a Procuradoria Geral, a PGE, faz várias orientações no sentido de que a comissão estava convivendo com erros que na verdade depois foram apontados pelo Ministério Público de Contas. Quer dizer, eu torno a dizer, a PGE tem todo o poder enquanto a análise do edital prévio, mas, daí para frente, quem tem toda autonomia é a Comissão Especial de Licitação. O Senhor concorda com as dezesseis irregularidades levantadas pelo Ministério Público de Contas ou não? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - Eu não concordo. Como disse anteriormente. Fui saber de irregularidades depois de instaurada esta CPI. Em nenhum momento nós participamos desse trabalho. É um trabalho, desculpa-me, Excelência, que a comissão é convocada para o dia marcado e a hora determinada. A comissão não participa de feitura de edital em tempo algum. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Como votam os Senhores deputados? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Favorável. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) Favorável. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Aprovado o requerimento. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Com licença, Senhor. O SR. PRESIDENTE MAGALHÃES - DEM) - Sim. - (EDSON O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Estou aqui com a cópia de uma ata e eu vou poder falar para o Senhor que essa Comissão Especial de Licitação foi designada pela Portaria 02S de 9 de janeiro de 2014, e a primeira reunião feita pela comissão, para recebimento das propostas e documentos, foi feita no dia 29 de abril de 2014. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Então, a publicação desse edital, me perdoe, foi talvez, anterior a essa portaria. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Não pode. Há um contrassenso. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Mas esse rito. Eu não sou responsável por esse rito. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Mas ela tem que participar desse processo. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Como é que o Senhor vai por o edital na praça sem a comissão ser constituída? Isso não existe. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - Ela participa no momento dos trabalhos. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - A comissão foi constituída, pode ser... O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Não tem como uma comissão ser convocada, o Senhor me perdoe, somente para abertura de envelope. Uma comissão tem que conhecer o edital e tem que conhecer a Lei 8.666, tem que conhecer seus conteúdos, tem que conhecer as suas finalidades. Tudo. Isso parte pela comissão. O Senhor fala assim: a comissão foi chamada simplesmente para participar da abertura dos envelopes. Que comissão é essa? Gostaria, inclusive, que a secretária requisitasse, vou colocar em deliberação aos demais deputados que fazem parte desta Comissão, da Secretaria de Transportes e Obras o documento da constituição da Comissão Especial de Licitação e seus membros. Em votação a solicitação. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O Senhor falou assim: parece que essa comissão foi constituída após o edital ser colocado na praça. Então, tem o contraditório. Não pode. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI E um caso a se averiguar. Eu, sinceramente, não sei dizer isso para o Senhor. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O Senhor não sabe. Muito bem! O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - Só estou lendo o que está na ata aqui. Não sei dizer isso. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O Senhor conhece a empresa Logit? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - A Logit fez um trabalho para a Secretaria. Conheço. Por estar na Secretaria, não posso falar que não conheço. Ela fez estudos de trânsito, de tráfego, mas só isso. Eu não tenho mais nenhum conhecimento que possa estar lhe informando. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Os chamados BRTs. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI É, BRT, exatamente. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O Senhor tem conhecimento da Geocontrol? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Nunca ouvi falar. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Nunca ouviu falar em Geocontrol. O Senhor sabe me dizer, por alguns momentos, por ocasião dos trabalhos da Comissão Especial de Licitação, se vocês fizeram alguma reunião com o senhor Fábio Damasceno, acerca do edital? Diário do Poder Legislativo - 129 conhecimento se esse edital foi confeccionado no escritório em São Paulo? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Mas nunca poderia saber disso, nem concordaria se eu soubesse disso. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor não concordaria se isso tivesse acontecido. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não, evidentemente se eu soubesse, eu não iria participar de uma coisa ilícita. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Voltando à questão da PGE, o senhor se lembra de ter recebido, o senhor ou a Comissão, os participantes, alguma orientação da PGE com relação à cláusula no edital, que não correspondiam à Lei n.º 8666, para que pudessem ser corrigidas? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não, isso não foi dado conhecimento à Comissão de Licitação. Não conheço. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Qual a relação do presidente da Comissão Especial de Licitação João Victor, como o senhor falou, Max Espíndula... O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Freitas. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Após a licitação, ou antes? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Não, eu perguntei durante. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Freitas Espíndula, com o secretário Fábio Damasceno? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não, a Comissão nunca, eu não participei de nenhuma reunião com o Fábio Damasceno. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - Ele era, exercia assessoria jurídica, junto ao secretário Fábio Damasceno e também era o presidente dessa Comissão de Licitação. Era ele quem prestava as orientações jurídicas e fazia os despachos. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Qual é o setor responsável por todos os cálculos da tarifa no edital? Sabe dizer? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Não, não sei dizer. E a Comissão conferiu, a Comissão sentou e conferiu que estava preconizado no edital. Agora, para elaboração desse edital, evidente que eu acredito que a própria Ceturb usou os seus técnicos, que são os experts, que são as pessoas que têm conhecimento de como funciona, como é que funciona tarifa de ônibus, como é que faz. Tudo emanou da Ceturb. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor tem O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Então ele era presidente da Comissão Especial de Licitação como também presidente da... O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - É, ele exercia assessoria especial. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Da Comissão Permanente de Licitação? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Permanente. 130 - Diário do Poder Legislativo O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Todas duas? Ele era presidente? O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI - Era presidente, sim. Ele era o assessor especial, que dava assessoria também jurídica ao secretário. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Muito bem. Eu agradeço a presença do senhor e a colaboração. Se for necessário esta Comissão convocará V. S.ª novamente para prestar outras informações. Portanto, o depoimento do senhor com relação ao presidente, as perguntas aqui dirigidas ao senhor, para mim elas se encerram e eu me dirijo evidentemente ao relator, Deputado Euclério Sampaio, para saber se quer fazer alguma pergunta mais. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Não, Senhor Presidente, só vou pedir à assessoria que me passe a transcrição do depoimento dele na íntegra. Pode ser durante a semana, pois acho que houve algumas divergências entre as minhas perguntas e as perguntas de V. Ex.ª. Por enquanto me dou por satisfeito. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Bom-dia. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Nome completo? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Ingrid Amorim de Rezende. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - É funcionária efetiva ou foi funcionária em comissão? É funcionária em comissão? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Fui em comissão, da Setop. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Foi da Setop, em comissão? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Exato. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - E é funcionária efetiva? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Não. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Deputado Almir Vieira. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Também me dou por satisfeito. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Então, senhor Fábio, muito obrigado pela presença. O SR. FÁBIO RIBEIRO TANCREDI Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Obrigado o senhor. A secretária faça entrar então, para que seja ouvida por esta Comissão a senhora Ingrid Amorim de Rezende. O depoente fica, se for da vontade; pode permanecer no auditório. O senhor fique à vontade. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Senhor Presidente, pela ordem! Eu só ia pedir para o depoente não conversar com as pessoas que estão para entrar. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Não, não. Isso aqui foi orientação dada previamente à Secretaria desta Comissão, para que a secretária tome essas devidas providências. Bom-dia, Dona Ingrid. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Qual o cargo que exercia na Setop? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - De gerente técnico-administrativo. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Há quanto tempo? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Fui nomeada no início de 2011. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A senhora chegou a exercer cargo em comissão em outra secretaria? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Sim. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Qual, ou quais? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Eu fui já de cargo da Secretaria de Transportes da Prefeitura de Vitória, da Secretaria de Meio Ambiente de Serra e Secretaria de Educação da Prefeitura de Vitória. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Qual foi a formação de V. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 S.ª? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Eu tenho curso superior. O SR. PRESIDENTE MAGALHÃES - DEM) - Qual? - (EDSON A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Licenciatura em Educação Física. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Qual endereço? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Domiciliar? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Residencial. Isso. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Rua Doutor Dido Fontes, n.º 360, apartamento 402, Jardim da Penha. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Foi a primeira vez que a senhora fez parte de uma Comissão Especial de Licitação? Diário do Poder Legislativo - 131 - Sim. Fui convocada porque fui membro da Comissão Especial de Licitação, para prestar os esclarecimentos devidos aqui. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A senhora teve conhecimento com relação às dezesseis irregularidades levantadas pelo Ministério Público de Contas? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Não, eu desconheço essas irregularidades. Conheci apenas aquilo que estava em mídia. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Eu farei outras perguntas à senhora em seguida, e eu vou passar ao relator, para que ele possa proceder e também estar ouvindo a senhora a respeito das dezesseis irregularidades. Deputado Euclério Sampaio? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Bom-dia, dona Ingrid. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Bom-dia. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Sim, a primeira vez. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Na Setop, a senhora entrou, a senhora falou, no início de 2011? Ou de 2012? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - E quem a nomeou? - 2011. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - O secretário Fábio Damasceno. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) 2011, na Setop? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A senhora sabe qual foi o documento que constituiu a Comissão Especial de Licitação? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Correto. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Foi através de publicação em Diário Oficial. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Sim, Diário Oficial. Mas qual foi o documento mãe? Foi uma portaria, foi uma resolução, foi o quê? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Foi uma portaria. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Foi a pedido do ex-secretário Fábio Damasceno? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Você está falando o que, a minha nomeação? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - É. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Sim, fui convidada por ele. (EDSON O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A senhora pertence a algum partido político, ou já pertenceu? A senhora sabe por que a senhora está prestando depoimento hoje a esta comissão? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Já pertenci a um partido, mas fui afastada nesse período. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O SR. PRESIDENTE MAGALHÃES - DEM) - Portaria. - 132 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Qual? - Tem praticamente um ano e agora não me recordo. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Ao PPS. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) De nenhuma? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) PPS. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Não, em si, não. Quando a portaria foi publicada, que instituiu a comissão? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A senhora participou de outras comissões de licitação? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Foi no início... Em janeiro de 2014. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Eu participava da de obras, comissão permanente. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Junto também com o senhor João Víctor? Janeiro. E o edital foi lançado quando? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - O edital foi lançado, se não me engano, em maio. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A senhora é membro da comissão igual ou era o seu Fábio, que saiu daqui agora? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Sim, membro. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Tá. O que vocês faziam lá na comissão? Quais atividades? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - As atividades eram analisar os processos na segunda fase do processo de licitação, toda parte administrativa. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A senhora tomou conhecimento das irregularidades apontadas pela PGE? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Nós tomamos conhecimento dentro daquilo que estava dentro do processo, mas todas, pelo o que eu li, foram sanadas de acordo com as justificativas postadas dentro do processo. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Quem dava justificativas? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - As justificativas eram dadas pelo presidente da comissão. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O senhor João Víctor, ele mesmo respondia. A senhora se lembra de algum dessas irregularidades? Já que a senhora leu. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Junto com o senhor João Víctor, como presidente. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Quem foi que redigiu o edital? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - O edital, ele foi feito por meio de uma minuta, de uma empresa contratada, feito através de um aditivo e ali passada junto aos órgãos de controle, PGE e Secont. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Em que local foi redigido? No escritório dela em São Paulo? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Aí eu desconheço. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A senhora desconhece o local onde foi redigida a minuta. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Onde foi redigida. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Mas quem redigiu então a minuta foi a Logit? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Foi um consórcio. Não sei se foi, em si a Logit. Acho que foi. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Quem foi o consórcio? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - O consórcio contratado era a Logit, Planservi e Única. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Única. Eles que redigiram. A senhora conheceu o presidente da Ceturb, o senhor Leo? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Sim, conheci. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Ele estava sempre na Setop? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Ele estava na Setop diante das necessidades que tinha, porque a Ceturb é uma das... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Perfeito. Ele participou da discussão sobre o edital? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Não. Eu desconheço. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A senhora desconhece. Alguém fez alguma ingerência? A comissão? Diário do Poder Legislativo - 133 O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - E sabe porque não foi aproveitado e a Logit foi contratada para refazer o estudo? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Aí, não. É a parte técnica e eu já não... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Não sabe. Simplesmente foi feito estudo, foi gasto dinheiro, foi cancelado? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Não, deve ter tido algum motivo para a necessidade de ser contratada uma nova empresa. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - E essa Logit é de onde? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Se não me engano, ela é de São Paulo. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Não. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Não. Apenas com o presidente da... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Quantos dias demorou entre o parecer da Procuradoria do Estado e a publicação do edital? A Procuradoria deu um parecer apontando diversas irregularidades, pontos a serem acertados. Quantos dias demorou entre o parecer da Procuradoria e a publicação do edital? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Só se reuniam vocês? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Eu não posso te falar esse número de dias, porque... A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Sim. Para tratar dessa licitação, sim. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Quantos dias, mais ou menos? Dois dias? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A senhora falou que a contratação da Logit foi através de aditivo, não é? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Acho que foram mais dias, porque teve um primeiro parecer da Procuradoria dentro do processo, ainda na fase interna. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Vocês se reuniram com o secretário? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE -Isso. A Logit consórcio em si. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - E o contrato era de onde? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - O contrato pertencia a uma ... Estavam fazendo um projeto do BRT. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Do BRT. E antes de ele fazer o projeto do BRT já existia outro estudo do BRT feito por outra empresa? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Esse conhecimento eu tenho porque eu era do quadro. Teve um primeiro estudo, de outras empresas, que agora não me recordo. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O último parecer. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Realmente não me recordo, Deputado. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Não se recorda. Mas foi questão de dias> Não daria para resolver todas as questões. A comissão se reuniu a primeira vez, quando, efetivamente? Independente da constituição. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - O senhor está perguntando em questão de data, ou questão assim... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A data. Pelo menos disso a senhora deve lembrar né? 134 - Diário do Poder Legislativo A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - É. Não lembro o dia. Se não me engano foi no final de maio... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Ela foi instituída em janeiro, mas se reuniu a primeira vez em maio. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Exato. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Tá. Nisso o edital já tinha sido publicado e já estava para haver a licitação. Foi na abertura dos envelopes? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Foi na abertura dos... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Vocês se reuniram a primeira vez na abertura dos envelopes né? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Isso. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Senhor Presidente, dou-me por satisfeito, por enquanto. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Obrigado, Senhor Deputado Euclério Sampaio. Passo a palavra ao Senhor Deputado Almir Vieira. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Correto. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Tá. A senhora pode falar para a gente qual é a atribuição desta Comissão Especial de Licitação? A atribuição dela. Para que essa comissão foi nomeada? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Foi nomeada para estudo de todos os trâmites administrativos e técnicos da proposta elaborada para licitação. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Porque na realidade, aqui o senhor... O último depoente aqui, o senhor Fábio, ele falou que essa comissão seria responsável somente pela abertura dos envelopes. Mas só queria mesmo enriquecer as perguntas do Senhor Deputado Euclério Sampaio porque a maioria das perguntas que eu iria fazer já foi feita pelo deputado. Sinto-me satisfeito com a pergunta. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Obrigado, Senhor Deputado Almir. Assim, analisando o depoimento anterior do senhor Fábio e o da senhora, noto, assim, que a senhora tem mais conhecimento do edital do que ele, evidentemente. Então a senhora vai poder, com muita precisão, responder isso para mim, tá? Primeiro que ele fala aqui que só depois que o edital foi colocado na praça que a comissão se reuniu para fazer leitura e análise do edital. Isso procede? O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Bom-dia, senhora Ingrid. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Só depois que foi colocado na praça, o senhor está falando? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Bom-dia. O SR. PRESIDENTE MAGALHÃES - DEM) - É. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Vou somente tentar enriquecer aqui porque a maioria das perguntas o Senhor Deputado Euclério Sampaio já fez. A senhora ocupa algum cargo atualmente no Estado? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - É. Tivemos a primeira reunião, quando fomos conhecedoras, realmente na primeira reunião da comissão. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Atualmente não. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Não né. Hoje a senhora ocupa algum cargo comissionado? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Hoje sou coordenadora de fiscalização da Sedec, Prefeitura de Vitória. - (EDSON O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Sim, mas o edital já tinha sido publicado? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - O edital para a convocação dos licitantes? O SR. PRESIDENTE MAGALHÃES - DEM) - É, isso. - (EDSON A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Sim. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) Coordenadora de fiscalização. O SR. PRESIDENTE - (EDSON Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 MAGALHÃES - DEM) - Então essa reunião foi feita após... A comissão se reuniu após a publicação do edital? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Sim. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Na questão que analisamos, das irregularidades aqui... Pelo Ministério Público de Contas tem a questão, por exemplo, do peso. Dá setenta para a questão técnica e trinta para o preço da passagem. Pergunto à senhora o seguinte. À luz da Lei n.º 8666, que diz que a proposta vantajosa tem que ser levada em consideração o valor, o que a senhora tem a me dizer com relação a esses percentuais? Setenta é o peso para parte técnica e trinta para a questão do valor. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Senhor Presidente, cabia a mim apenas a análise administrativa, que era a questão das certidões das empresas. Isso aí estava mais relacionada à parte técnica, que eram outros membros envolvidos. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Sim. A senhora tem conhecimento, por exemplo, de que o parecer prévio da PGE, que a chancela feita pelo procurador, evidentemente designado para analisar o edital, se a PGE tomou conhecimento, após abertura, da conclusão do processo licitatório antes de sua homologação? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Se a PGE tomou conhecimento? O SR. PRESIDENTE MAGALHÃES - DEM) - É. - Diário do Poder Legislativo - 135 verdade, porque não precisa mudar nunca. Mas no relatório será analisado isso, não vale nem a pena levantar a questão de perjúrio hoje não, para não tumultuar os trabalhos, mas a resposta vem no relatório apontando a discrepância. Por mim, não tenho mais pergunta nenhuma. Exceto um: A Senhora viu no edital que o reajuste se daria alguns meses depois, retroagida antes da assinatura do contrato a janeiro de 2014? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Eu vi no edital que tinha essa possibilidade, mas... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A Senhora, membro da comissão, acha isso legal e moral? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Tinha justificativas ali contidas para que fosse feito desta maneira. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - E qual justificativa? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - As justificativas estão contidas dentro do processo, inclusive,... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Eu perguntei se a senhora sabe a justificativa. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Hoje, Deputado, não me recordo. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - É só falar que não se recorda. Obrigado, Senhor Presidente. (EDSON A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Eu desconheço. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Desconhece. Muito bem. Acho, Senhores Deputados Euclério Sampaio e Almir Vieira, que existem contraditórios gravíssimos, grosseiros com relação aos pareceres do senhor João Victor, depois do Fábio e depois da senhora Ingrid, e que temos que aprofundar muito nessa questão, para que possamos realmente desencadear esse cartel que se deu em torno do serviço do transporte coletivo da Grande Vitória. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Senhor Presidente, o caso é tão grave aqui hoje, que os próprios depoentes, nas minhas perguntas tiveram uma resposta e para as de V. Ex.ª outra. É aquele velho ditado: Uma mentira tem ser dita mil vezes para se tornar verdade, e é mais fácil dizer uma O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - E quem as fizeram? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - As justificativas? O SR. PRESIDENTE MAGALHÃES - DEM) - É. - (EDSON A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Essas justificativas estavam dentro dessa comissão técnica formada ali. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A senhora confirma para mim que o João Victor, ele também era presidente da comissão permanente de licitação? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Confirmo. O SR. PRESIDENTE - (EDSON 136 - Diário do Poder Legislativo MAGALHÃES - DEM) - Deputado Almir Vieira. O SR ALMIR VIERA - (PRP) - Só queria complementar. A partir do momento que a senhora recebeu a notificação de convocação para comparecer para dar depoimento nesta CPI, a senhora teve alguma orientação de algum advogado ou de alguém ligado ao governo ou de alguém ligado à Setop? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Não. Eu avisei ao ex-secretário... O SR ALMIR VIERA - (PRP) - A senhora sabe que a senhora está aqui sob juramento? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 - Olha só, por conhecimento, eu leio Diário do município, ele foi nomeado, mas não tenho conhecimento de que ele assumiu o cargo. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Porque a senhora disse que era só a senhora. Secretaria de Trânsito? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Não, de Desenvolvimento. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Desenvolvimento? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Eu? Desenvolvimento da Cidade. A SR.ª - Sim. Não tive orientação... O SR ALMIR VIERA - (PRP) - A senhora entendeu bem a pergunta que fiz à senhora? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Sim. Não tive orientação de nenhum advogado, não vim nem com participação deles, e informei ao nosso ex-secretário que tinha sido convocada. O SR ALMIR VIEIRA - (PRP) - A senhora então só informou a ele? Não houve nenhuma orientação por parte dele ou parte de outra pessoa do que a senhora deveria falar ou não aqui nesta CPI? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Não. Ele. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Então, por ler o Diário Municipal vi que ele foi nomeado, não sei se ele tomou posse. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Me dou por satisfeito, Senhor Presidente. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Conforme a fala anterior da senhora, a senhora confirma que a comissão, os membros só foram convocados para realizar todo o trabalho durante a abertura dos envelopes? O SR ALMIR VIEIRA - (PRP) - Ok. - Sim. - Não. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Quem da comissão foi abrigado no quadro de comissionados da Prefeitura de Vitória após a mudança de governo? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Pelo quadro de comissionados, dentro do Estado? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Não. Na Prefeitura de Vitória, agora em 2015? Quem participou desse certame? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Acho que só eu. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O senhor João Victor, não é subsecretário lá não? A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Não. Por conhecimento... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A senhora está equivocada. A senhora afirmou que não. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Gostaria muitíssimo de agradecer a presença da senhora. Se for vontade e necessidade desta comissão nós a chamaremos no futuro para prestar outro depoimento. Muito obrigado. Se a senhora quiser permanecer aqui, fique à vontade. Caso contrário, pediria à senhora que se retirasse do local, para que possamos ouvir as outras duas pessoas. Muito obrigado e tenha um bom dia. A SR.ª INGRID AMORIM DE REZENDE - Por nada. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Peço à secretária que a acompanhe até a porta. (Pausa) Senhora Maria de Fátima, bom-dia! A SR.ª MARIA DE ENCARNAÇÃO - Bom-dia! FÁTIMA DA O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Por gentileza, nome completo. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 137 A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Maria de Fátima da Encarnação. MAGALHÃES - DEM) - Quem a convocou para participar da comissão especial de licitação? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A senhora é funcionária efetiva de algum órgão público? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - O secretário Fábio Damasceno. A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Sim, da Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória - Ceturb. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A senhora tem conhecimento de qual documento constituiu a comissão especial de licitação? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A senhora exerceu outra atividade fora da Ceturb? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Um ato de nomeação publicado no Diário Oficial. A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - A minha carreira pública é rápida. Passei por esta Casa de Leis por seis anos e depois fui para a Ceturb; tenho vinte e sete anos de empresa. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Então, para proceder às perguntas, passo a palavra ao relator, Senhor Deputado Euclério Sampaio. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A senhora tem vinte e sete anos de empresa, tem vinte sete anos como servidora... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - Bom-dia, dona Fátima! A SR.ª MARIA DE ENCARNAÇÃO - Bom-dia! FÁTIMA DA DA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A senhora já conhecia o secretario Fábio Damasceno? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Da Ceturb. Ok. Muito bem. Atualmente qual cargo exerce? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Só dentro das atividades relacionadas à Ceturb, nas ações de governo. A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Sou auxiliar administrativo, desculpe, sou assistente administrativo, mas também estou na função gratificada de assessora da Superintendência Administrativa e Financeira. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Houve alguma indicação para que colocasse a senhora na comissão? A SR.ª MARIA DE ENCARNAÇÃO - Da Ceturb. FÁTIMA O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A senhora, por gentileza, queira nominar o endereço residencial? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Pois não. Rua Florencio Baptista n.º 77, apto n.º 104, Jardim Camburi, Vitória, Espírito Santo. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A senhora com vinte e sete anos de Ceturb exerceu durante esse período na Comissão Especial de Licitação qual era o papel da senhora? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Primeira vez na verdade que eu participei de uma comissão de licitação composta pela Setop. A minha atuação na Ceturb é na área administrativa. O SR. PRESIDENTE - (EDSON A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Imagino por ser da assessoria da área administrativa e ter um pouco de conhecimento de licitações. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Nessa época quem era o presidente da Ceturb? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA ENCARNAÇÃO - Senhor Leo Carlos Cruz. DA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) O Senhor Leo Carlos Cruz tinha alguma ligação com alguma empresa de ônibus dessas ganhadoras? A SR.ª MARIA DE ENCARNAÇÃO - Desconheço. FÁTIMA DA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Não sabe se ele foi diretor, presidente? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Sim, já foi. Agora se ele tem uma relação atualmente... 138 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Mas já foi de qual empresa? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA ENCARNAÇÃO - Não me recordo. DA A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Janeiro de 2014. Não sei precisar a data, a publicação no diário da composição da comissão. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A empresa foi... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Quando se deu a primeira reunião efetiva de vocês? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Ele já esteve afastado da empresa, ocupando um cargo em alguma empresa, sim. A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - O meu trabalho no processo licitatório só deu início a partir da primeira sessão pública, nos recebimentos das propostas, que ocorreu em julho de 2014... em abril, desculpa. Abril. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Perfeito. Ele se afastou da Ceturb e foi comandar uma empresa, depois retornou? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Sim. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Na época da licitação. Perfeito. Na Setop, a senhora foi indicada, mas continua trabalhando na Ceturb, apesar de estar na comissão? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Eu falei reunião com os demais membros da comissão. A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Da comissão. Sim, eu participei. Minha participação foi só na primeira sessão pública, no recebimento das propostas. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Quem participou então da reunião? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Continuo trabalhando na Ceturb. A Ceturb indicou duas pessoas para a composição da comissão. A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Dessa primeira? Todos os membros. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Quem foi a outra pessoa? Todos? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA ENCARNAÇÃO - José Carlos Moreira. DA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - É o senhor que tá ali fora? A SR.ª MARIA ENCARNAÇÃO - Sim. DE FÁTIMA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Sim. Da primeira sessão pública de abertura de propostas, todos os membros. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Abertura de propostas. DA A SR.ª MARIA ENCARNAÇÃO - Sim. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Tá, me diz uma coisa... DE FÁTIMA DA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Tá. A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Continuo funcionária efetiva da... não tenho ligação com a Setop, só durante essa comissão. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Perfeito. A Ceturb indicou a pedido do Fábio Damasceno, como a senhora disse anteriormente, foi o Fábio que... A SR.ª MARIA ENCARNAÇÃO - Sim. DE FÁTIMA DA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Perfeito. Quando se deu a publicação dessa formação e a indicação? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - O meu trabalho iniciou aí. A partir daí. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - E qual foi o trabalho da senhora? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Como membro da comissão, ver se as propostas que foram apresentadas estavam de acordo com os critérios do edital e, depois, as reuniões para conferência da documentação, assinar, conferir se os anexos correspondiam com o edital. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 139 senhora tem conhecimento dos pontos de discordância da PGE sobre o edital? Quem fez o edital? A SR.ª MARIA DE ENCARNAÇÃO - Desconheço. FÁTIMA A SR.ª MARIA DE ENCARNAÇÃO - Bom-dia. FÁTIMA DA O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - A senhora continua trabalhando na Ceturb? DA A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Sim, sou funcionária da Ceturb. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Então, a comissão foi só para homologar os envelopes? Abrir e homologar? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Não diria isso. Eu, enquanto membro, na parte administrativa, só cuidei disso, mas teve membros que tiveram participação mais efetiva. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A senhora sabe quem redigiu o edital? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - O edital foi feito através de uma consultoria. Sei que ele foi à PGE. Sei que ele foi à Secont. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Não, quem confeccionou o edital? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - A consultoria juntamente com a Setop, acredito. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - A consultoria junto a Setop. A senhora como funcionária da Ceturb viu a questão do reajuste incluso no edital? Um dos pontos, um reajuste em janeiro de 2015, retroativo, antes mesmo da assinatura do contrato, janeiro de 2014? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Essa parte técnica, realmente, não me envolvi. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Não tinha conhecimento? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA ENCARNAÇÃO - Não me envolvi. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Bom-dia, senhora Maria de Fátima. DA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Desconhece. A SR.ª MARIA DE FÁTIMA ENCARNAÇÃO - Bem, sei até onde... Euclério. Passo a palavra ao Deputado Almir Vieira. DA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - É melhor falar isso mesmo. Senhor Presidente, por enquanto, me dou por satisfeito. Vou aguardar. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Obrigado, Deputado O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Na época das comissões houve alguma ingerência por parte do secretário Fábio Damasceno ou do presidente da comissão, senhor João Victor Silva? Houve algum pedido por parte dele sobre qualquer empresa que estivesse fazendo parte do processo? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Desconheço o assunto e também enquanto membro da comissão não tive nenhum contato com o secretário. O contato era sempre com o presidente da comissão quando ele fazia as convocações para as reuniões. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - O senhor já conhecia o senhor Fábio Damasceno? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Só como secretário, porque a Ceturb é um órgão, uma empresa pública ligada à Setop. Então, conhecia como secretário. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - O senhor Fábio, às vezes, comparecia com certa frequência à Ceturb? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Pelo menos uma vez ao mês, porque ele presidia o Conselho de Administração, regra colocada, o secretário é quem preside o Conselho de Administração da Ceturb. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - A senhora pode informar aqui, por exemplo, dessa comissão quem teve uma participação mais efetiva na comissão, que participava mais, que conversava, às vezes, mais com o senhor João Victor ou com o secretário Fábio Damasceno? Quem é que se relacionava mais com esses dois personagens? A SR.ª MARIA DE ENCARNAÇÃO - Da comissão? FÁTIMA DA O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Isso. A senhora entendeu bem a pergunta que eu fiz né? Quem participou mais efetivamente nessa comissão, quem tinha mais contato com o senhor Fábio ou com 140 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 o senhor João Victor dessa comissão? ENCARNAÇÃO - Não. A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Bem, eu acho que quem tinha uma participação maior era o senhor João Victor, por ser o presidente da comissão, e também estar no cargo de assessor do secretário. Ele trabalhava no mesmo prédio. Imagino que ele tivesse um pouco mais de contato. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Não. Está ok. Muito obrigado. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Ele era o presidente da comissão, mas há mais alguém dessa comissão que ele, por exemplo, o senhor Fábio Ribeiro, ele tinha um contato mais direto com essas pessoas? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA ENCARNAÇÃO - Fábio Ribeiro? DA O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Tancredi. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Obrigado, Senhor Deputado Almir. Senhora Maria de Fátima, na concepção da senhora, qual é a importância do sistema Transcol na Grande Vitória, desse serviço, na sua concepção? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Bem, o serviço de transporte é um serviço essencial para a população, que movimenta a cidade. Mas, tecnicamente, eu não estou... A minha área é administrativa, então, eu não tenho uma conceituação mais técnica sobre isso. Mas, como cidadã, entendo que o serviço de transporte é um serviço essencial para a população. A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Desculpe-me, porque a gente conhece como Tancredi. Ele é funcionário também da Setop. Não posso dizer se ele tinha, mas eram três membros funcionários da Setop e dois da Ceturb. Aí, eu não posso dizer se os três, estando na Setop, tinham uma troca maior de informação. Agora, uma relação maior eu sei que seria entre o presidente da comissão e o secretário, para dirimir algumas dúvidas, possivelmente. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Muito bem. A senhora, por exemplo, confirma que os membros, exceto o João Victor, que os demais membros da comissão só participaram da abertura dos envelopes? O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Perfeito. Finalmente, a partir do momento em que a senhora recebeu a notificação da comissão para vir prestar o depoimento, a senhora comunicou isso a alguém, por exemplo, ao secretário, ao ex-secretário Fábio Damasceno ou ao senhor João Victor? A senhora teve alguma orientação de alguém antes deste momento que a senhora está aqui. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A comissão, antes, nunca recebeu nenhuma orientação do presidente para debater e discutir o edital? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Não, orientação não. Mas, quando a secretária me ligou e falou que eu receberia e me perguntou sobre o outro colega que também é da Ceturb, informou que seria chamado, eu só fui até a sala dele e falei: Olhe, recebi a ligação e nós seremos convocados. Vai chegar uma convocação para o dia 12. E fiz o contato com o senhor João Victor, porque é o presidente da comissão e disse que recebi a ligação. Ele falou assim: eu também já fui convocado. Mas, não tivemos... Só isso. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Ele não deu nenhuma orientação sobre o que a senhora deveria falar ou não falar aqui nesta comissão? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Pelo menos nos encontros em que eu participei, sim. A comissão participou das sessões públicas e depois das reuniões internas para a conferência de documento. A SR.ª MARIA ENCARNAÇÃO - Não. DE FÁTIMA O SR. PRESIDENTE MAGALHÃES - DEM) - Muito bem. DA (EDSON A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Não a minha pessoa. Não posso responder pelos demais membros, mas eu não. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A senhora disse aqui que além da senhora como outros também membros da comissão não tiveram importância tão grande com relação aos trabalhos do edital na sua confecção. A senhora sabe quem fez esse edital de licitação? Quem o confeccionou? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Como respondi ainda há pouco, uma consultoria em conjunto com a Setop e com algumas orientações da PGE e Secont. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 141 O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Tá. A consultoria a que a senhora se refere qual é? eles estavam na Setop. Mas mais próximos seriam esses dois membros representantes da Setop. DA O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Os cálculos referentes ao serviço, à tarifa, eles foram calculados pela Ceturb? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A Logit. A Logit tem sede onde? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Deputado, a parte técnica, realmente, eu desconheço qual foi o procedimento. A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Realmente, desculpa, não sei. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A senhora tem vinte e sete anos nesta empresa, a senhora pode dizer para mim qual é a atribuição, ou as atribuições principais da Ceturb? A SR.ª MARIA ENCARNAÇÃO - A Logit. DE FÁTIMA O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Não sabe. A senhora por acaso já ouviu falar se a Logit é de São Paulo, se tem escritório em São Paulo? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Bem, como eu falei, não sou da área técnica, e realmente não sei se é São Paulo ou qual outra cidade. Realmente desconheço. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Por ocasião da abertura dos envelopes dos trabalho da comissão, senhora tomou conhecimento das irregularidades das orientações levantadas pela PGE com relação ao edital? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Desculpa. Durante as sessões? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Não, durante o trabalho de abertura dos envelopes. A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Sim, tomei conhecimento, mas não fiz leitura. Soube que havia sido feita algumas alterações a partir das alterações da PGE. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Além do senhor João Victor, os quatro integrantes da comissão, quem era a pessoa que tinha a maior ligação com o senhor João Victor e, a posteriori, com o senhor Fábio Damasceno? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA ENCARNAÇÃO - Membros da comissão? DA A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Planejar, gerenciar e fiscalizar o sistema de transporte metropolitano. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O Sistema Transcol começou em que época? A Senhora tem vinte e sete anos. A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - A empresa foi constituída em 86, e o Sistema Transcol foi implantado acho que o primeiro terminal foi em 88, se não me engano. O primeiro Terminal de Carapina foi em 88 com um modelo integrado. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A senhora sabe dizer porque Vitória e Vila Velha não entraram dentro do trabalho para ter essa licitação, essa concessão? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Essa é uma área que não atuo, portanto, nem técnica e nem politicamente. Então, não tenho como responder ao senhor. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Quem redigiu a ata por ocasião dos fechamentos dos trabalhos? A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - As atas eram feitas logo depois das reuniões. Mas com a revisão... O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Sim, mas quem redigiu? Quem era a secretária responsável pela ata de vocês? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - É. Da Comissão Especial de Licitação. A SR.ª MARIA DE ENCARNAÇÃO - A Ingrid. A SR.ª MARIA DE FÁTIMA DA ENCARNAÇÃO - Bem, mais uma vez, eram três da Setop, então, eles trabalhavam próximos. Não sei se eles discutiam ou conversavam sobre o edital quando O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A Ingrid era responsável. Senhor Deputado Euclério quer fazer perguntas? FÁTIMA DA 142 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Não, senhor presidente. Eu me dou por satisfeito. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Senhor Deputado Almir? O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Também me dou por satisfeito. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Quero agradecer a presença da senhora Maria de Fátima da Encarnação, e se for preciso esta comissão a convocará para que a senhora possa prestar outros depoimentos se for a vontade de todos os deputados que integram esta comissão. No mais, muito obrigado, tenha um bom-dia. A senhora tem duas escolhas: ou a senhora permanece aqui, ou a senhora se retira da Assembleia para que possamos ouvir então a última pessoa, que é o seu último depoente, o senhor José Carlos Pereira Moreira. Faça-o entrar. Bom-dia, senhor José Carlos. senhor? O SR. JOSÉ CARLOS MOREIRA - Eu sou administrador. PEREIRA O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Endereço, por gentileza, residencial. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Rua Agenor Amaro dos Santos, número 1141, apartamento 902, Jardim Camburi, Vitória. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Foi a primeira vez que o senhor participou da comissão especial de licitação? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Eu já participei anteriormente em alguma comissão interna na Ceturb, mas há muitos anos. Agora, recentemente, que vim participar dessa comissão de licitação do Transcol. PEREIRA O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor conhece o senhor Fábio Damasceno? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Nome completo, por gentileza. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Conheço, na condição de secretário da Setop. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - José Carlos Pereira Moreira. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor conhece o documento que constituiu a comissão especial de licitação? O SR. JOSÉ MOREIRA - Bom-dia. CARLOS O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor exerce algum cargo em função pública, em órgão público? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Sim, senhor. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Há quanto tempo? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Há vinte e nove anos na mesma empresa, na mesma companhia, Ceturb. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Sim. O senhor, durante esse período, exerceu cargo em comissão em outros órgãos do Governo? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Não. Desde quando fui admitido na Ceturb, todos os cargos que ocupei e venho ocupando foram sempre na mesma empresa. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Qual é a formação do O SR. JOSÉ MOREIRA - Sim. CARLOS PEREIRA O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Qual foi o documento? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Foi uma portaria designando os membros da comissão de licitação. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Muito bem. Passo a palavra então ao relator, Deputado Euclério Sampaio. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Bom-dia, senhor José Carlos. O SR. JOSÉ CARLOS MOREIRA - Bom-dia, deputado. PEREIRA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Quando se deu a publicação da designação do senhor Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 para fazer parte da comissão? Diário do Poder Legislativo - 143 Tá. E esses pontos apontados pela PGE? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Foi seguido todo aquele rito administrativo de baixar um ato administrativo, que, neste caso, geralmente, é portaria ou instrução de serviço, depende do caso, mas fiquei sabendo antecipadamente de que eu iria fazer parte da comissão. Logo em seguida então foi publicado o ato administrativo oficializando essa comissão. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Quem o informou que o senhor participaria? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Quem me informou foi o meu chefe na época, o diretor-presidente da Ceturb, o Léo Carlos Cruz. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Tá, mas o senhor não me disse a data em que foi publicada. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Essa portaria foi publicada mais ou menos em janeiro e fevereiro, segunda quinzena de janeiro aproximadamente de 2014. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Eu, de certa forma, tomei conhecimento desses pontos apontados pela PGE, no entanto, eu não tive um envolvimento, um comprometimento direto, porque até então, até a fase em que o edital foi publicado, ele teve até, depois, uma segunda publicação, que até o prazo foi até jogado um pouquinho para adiante, para recebimento e abertura das propostas, e eu fiquei tomando conhecimento desses questionamentos da PGE e da Secont, mas de certa forma fiquei tranquilo porque a informação que me foi dada é que todos os questionamentos ou foram sanados ou foram esclarecidos, tanto os da PGE quanto os da Secont. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - E quem deu essa informação ao senhor? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Foi o presidente da comissão juntamente com o meu chefe da Ceturb. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Quem é seu chefe? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - E quando se deu efetivamente a primeira reunião dos membros da comissão? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Na época, era o Léo Carlos Cruz. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - A primeira reunião antecedeu num prazo assim... Quando se aproximava o prazo dos proponentes apresentarem a proposta até começar a fase inicial de abertura de proposta, então os membros da comissão foram chamados pelo presidente para receber alguma orientação acerca dos procedimentos da comissão. Ah, tá. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - E qual foi a orientação que ele deu? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - A respeito do local onde iria acontecer, receber os proponentes, o início das sessões. Esse tipo de procedimento. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Antes disso o senhor já tinha visto o edital, os pontos, as falhas apontadas pela procuradoria, PGE, o senhor chegou a ver? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Sim. Assim que eu tomei conhecimento que eu iria fazer parte da comissão, eu passei a fazer uma leitura do edital, para ter até condição da minha atuação nessa comissão. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - Ele, o Léo, conversou com o senhor alguma vez sobre a comissão? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Não. A partir do momento em que fui nomeado oficialmente, meu contato passou a ser mais com o presidente da comissão do que propriamente com o próprio presidente da Ceturb. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Não, eu perguntei se alguma vez ele conversou com o senhor sobre a licitação. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Ah, sim. De certa forma conversou porque eu, internamente, na Ceturb, como técnico da Ceturb, sendo subordinado a ele, fazendo parte da comissão, a gente, claro, teve, eu tive algumas informações recebidas por ele. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - E a senhora Maria de Fátima, o senhor sabe dizer se também conversava com ele? O SR. JOSÉ CARLOS MOREIRA - Não sei dizer. PEREIRA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - 144 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Não sabe dizer. Mas ele foi um dos que passou para o senhor que as irregularidades estavam sendo respondidas. O senhor sabe quem respondeu? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Numa primeira etapa, teve um questionamento que veio da PGE, teve resposta providenciada pelo João Victor, presidente da comissão, e depois, em seguida, também, na outra fase em que o processo foi para apreciação da Secont, também teve essa segunda fase de esclarecimento e de respostas. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Ah, sim, foi bem anterior, foi bem anterior. Foi questão de anos. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O que o senhor achou... o senhor teve acesso ao reajuste que constou do edital? O senhor, como técnico da Ceturb. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - O reajuste que constou do edital? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O contrato foi assinado quando? Tá. O senhor Damasceno? conhecia o senhor Fábio O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Passei a conhecê-lo a partir do momento em que ele se tornou secretário de Transportes, da Setop. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - E o senhor Léo, antes da Ceturb, o senhor já o conhecia? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Sim. O Léo eu conheço há mais tempo, até pelo fato de ele ser funcionário de carreira da Ceturb. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Qual é a empresa que ele chegou a dirigir? O SR. JOSÉ CARLOS MOREIRA - Além da Ceturb? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - O contrato foi assinado no dia 24 de julho. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) De 2014. O SR. JOSÉ CARLOS MOREIRA - 24 de julho de 2014. PEREIRA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - E prevê o reajuste em janeiro de 2015? É isso mesmo, presidente? Retroagindo, é importante, a janeiro 2014? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - É, porque é o seguinte. A base de custo que foi adotada para o preço de referência, do custo x quilômetro para o edital, foi adotada a base de janeiro de 2014. PEREIRA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - É, empresa de ônibus. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Ele... Durante um tempo em que ele teve suspensão de contrato na Ceturb, ele chegou a trabalhar numa empresa privada do setor de transporte, se não me engano, do grupo Planeta, que hoje é Satélite. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Planeta. O senhor lembra a data? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Não sei precisar, deputado, porque faz bastante tempo. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Mas foi próximo ou anterior a ele retornar para comandar a licitação? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Deixa eu te fazer uma pergunta. O senhor acha que o transporte atual, público, bom para o usuário, para o cidadão? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Na minha experiência, pelo que eu conheço tanto do Sistema Transcol como de inúmeros sistemas de transporte pelo Brasil afora, não dá, também, para afirmar que o Sistema Transcol é um dos melhores, mas, também, com certeza, eu posso dizer para o senhor absolutamente, não está entre os piores. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O senhor anda de ônibus ou de carro? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Eu ando mesclado, os dois modais. Eu tenho carro próprio, mas, até por força da minha ocupação, eu também costumo andar de ônibus. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - E o transporte é razoável? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Diário do Poder Legislativo - 145 O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Transporte é razoável. Claro que o transporte é uma coisa muito dinâmica e requer permanentemente melhorias. interessadas em conhecer as regras editalícias e esse edital foi publicado, a licitação transcorreu, homologou-se o resultado, eu parto desse princípio que a justiça pode ter sido feita dessa forma. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O senhor tem ideia por que só o grupo vencedor é que se habilitou? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O senhor tem que convencer a população disso, mas obrigado pela resposta. Por enquanto me dou por satisfeito, Senhor Presidente. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Por favor, o senhor pode repetir a pergunta? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O senhor tem ideia se teve alguma coisa no edital que foi obstáculo a outros empresários participarem da licitação? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - A modalidade de licitação foi direcionada para formação de consórcios, tanto é que foram dois consórcios proponentes e foram dois consórcios vencedores da licitação. Essa modalidade, essa forma de licitação vem sendo adotada pelo Brasil inteiro. Agora, em temos de oportunidade de participação no certame licitatório, a oportunidade foi dada igualmente porque houve a publicação nos principais jornais de maiores circulação aqui no Estado e, inclusive, num jornal de grande circulação de São Paulo. Então, eu subentendo que por isso aí foi dada oportunidade, no mínimo, a alguns proponentes de fora do Estado em manifestar interesse em participar da licitação. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O senhor acha igualdade com um outro empresário você ganhar uma licitação e dispor de centenas de ônibus em seguida? O SR. JOSÉ MOREIRA - Se eu acho? CARLOS PEREIRA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - É. Da maneira que foi feito, como o senhor mesmo disse, direcionado para consórcio, como é que empresário que não tenha a capacidade que as empresas, que já tinham os ônibus operando, poderia suprir a demanda, conseguir centenas de ônibus só para substituir o atual sistema? O senhor acha justo? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Eu não tenho essa opinião formada com a questão de ser justo ou não porque o transporte de passageiros é uma atividade bastante complexa e ela requer uma mobilização de investimentos, em curto espaço de tempo, para se assumir o início de determinada operação e isso varia muito em função do tamanho da rede de transporte que se vai operar, do tamanho dos lotes de operação. Mas, no meu entender, se foram colocadas as regras editalícias definidas previamente em que foi dado às partes O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Muito obrigado, Senhor Deputado Euclério Sampaio. Concedo a palavra ao Senhor Deputado Almir Vieira. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Bom-dia, Senhor José Carlos. A primeira pergunta que vou dirigir ao senhor é: quem o indicou para fazer parte desta Comissão Especial de Licitação? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Deputado Almir Vieira, para ser sincero, não sei especificar a pessoa, o nome de quem me indicou. Mas eu presumo que, pelo fato de eu estar dentro da Ceturb, ser funcionário da casa, ter uma boa experiência profissional acumulada, acredito que na combinação, na escolha de nomes para participar, eu acredito que o meu chefe, no caso, o Senhor Léo Carlos Cruz, tenha consensado o meu nome junto ao Secretário Fábio Damasceno. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Qual a atribuição dessa Comissão Especial de Licitação? A atribuição dela, da Comissão? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - A atribuição que foi dada a essa Comissão constituída foi fazer cumprir as regras do edital, a partir do momento do acolhimento das propostas. As propostas de habilitação, as propostas técnicas e as propostas financeiras. Esse foi o papel da Comissão. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - A próxima pergunta houve alguma ingerência por parte do secretário Fábio, algum pedido especial pro senhor nesta Comissão? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - A mim, diretamente, nunca foi feito nenhum tipo de pedido, nem sequer contato eu tive com o secretário nessa fase de trabalho da Comissão. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - O senhor sabe me informar, por exemplo, nesta Comissão, quem teve uma participação mais efetiva, quem se destacou mais, além do Senhor João Victor, se algum membro desta Comissão teve um contato mais direto com o secretário ou com o Senhor João Victor, que se destacou mais nesta Comissão? 146 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - O destaque que V. Ex.ª quer atribuir foi pelo volume de atuação ou destaque como desenvoltura de atuação? É isso que o senhor está querendo... O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Isso. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Como Comissão de Licitação, quer dizer, nós tivemos um volume de trabalho igual, em todas aquelas fases, de abertura, as reuniões com suas devidas atas. Agora, pelo fato do presidente da Comissão de Licitação ter sido o Senhor João Victor, que é vinculado diretamente à Setop, portanto subordinado diretamente ao Senhor Fábio Damasceno, é de se prever que nesse aspecto, analisando por esse lado, a atuação dele tenha tido um maior destaque. Mas em termos de responsabilidades na condução do processo licitatório, as suas responsabilidades foram iguais. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Ao receber a notificação de que o senhor estaria convocado para vir dar o seu depoimento aqui nesta CPI, o senhor participou isso a alguém, por exemplo, ao ex-secretário Fábio ou ao senhor João Victor? O senhor recebeu alguma orientação por parte deles, ou de algum advogado, do que o senhor deveria ou não falar nesta CPI? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Não recebi nenhuma orientação. A partir do momento em que eu recebi oficialmente a convocação, a pessoa que eu me senti obrigado a comunicá-la, é o meu chefe atual lá, diretorpresidente da Ceturb, até para ter justificativa da minha ausência para o expediente de trabalho no dia de hoje, pela parte da manhã. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Então, o senhor não passou essa informação para o senhor João Victor, ou para o senhor Fábio Damasceno? Somente ao seu chefe? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - O senhor João Victor, o contato que eu fiz com ele era para saber se somente eu ou se todos os membros da comissão seriam convocados. Ele me disse que provavelmente seriam todos os membros da comissão. Já com o senhor Fábio Damasceno, eu não tive absolutamente nenhum contato. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Mas o senhor então fez essa comunicação ao senhor João Victor também, não é? O SR. JOSÉ MOREIRA - Sim. CARLOS PEREIRA O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Ok. Muito obrigado. O SR. JOSÉ MOREIRA - De nada. CARLOS PEREIRA O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Obrigado, Deputado Almir Vieira. Concedo a palavra ao Senhor Deputado Euclério Sampaio. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Senhor José Carlos, o senhor sabe onde o senhor João Victor está trabalhando? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Atualmente ele não está vinculado a nenhuma estrutura de órgão público. Pelo que eu sei informalmente, ele está trabalhando no próprio escritório de advocacia dele. Mas essa... Eu não posso atribuir ao senhor essa informação como oficial porque foi informação que eu não colhi dele próprio. Colhi de terceiros, pessoas que o conhecem. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Obrigado. O SR. JOSÉ MOREIRA - De nada. CARLOS PEREIRA O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Senhor José Carlos, o senhor tem conhecimento se houve alguma reunião da Logit com os membros da comissão de licitação por ocasião da confecção do edital? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Eu, enquanto membro da comissão, eu não participei de reunião em que a Logit esteve presente. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Mas o senhor tem conhecimento de que a Logit... O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Eu tenho informação de que em algumas fases a Logit, ela teve reunião, até para esclarecer alguns pontos que não estavam bem claros naquela fase anterior do edital. Antes da abertura das propostas. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - A sede da Logit, o senhor sabe onde fica? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - A Logit, o endereço comercial dela atual é São Paulo. É uma cidade de São Paulo. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor tem conhecimento, ou o senhor participou, de alguma reunião com o presidente da Comissão Especial de Licitação, o senhor João Victor, sobre os procedimentos que seriam adotados acerca da abertura dos envelopes? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Sim, esse entendimento nós tivemos, até para ter coesão no trabalho, não é? Já que a Comissão de Licitação, ela é uma equipe de trabalho conduzida por um presidente, então nós tivemos uma pré-instrução inicial com relação a horário, à questão de conduta no ambiente da licitação. Até porque a licitação, inicialmente, ela teve duas fases em que ela foi aberta ao público. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) O senhor tem conhecimento das justificativas feitas pela PGE acerca dos erros contidos no edital? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Em parte. Alguns... Eu não tenho conhecimento de todo o teor, de todo o conteúdo, mas em parte, até por ouvir comentários, o próprio presidente da comissão, João Victor, mas eu tenho conhecimento, sim. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - E o que o senhor acha dos erros apontados pela PGE e que esses erros não foram reparados? Diário do Poder Legislativo - 147 pediu a revogação desse processo ou não? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Sim. E fiquei até surpreso, porque o pedido - se é que cronologicamente a data está correta, fiquei surpreso quando o pedido de revogação da licitação aconteceu já com o sistema em operação, na nova modalidade de concessão. Porque a licitação foi homologada em meados de julho de 2014. O contrato foi assinado em 24 de julho de 2014, com compromisso de início de operação trinta dias depois. Então, a operação teve início no dia 24 de agosto de 2014. E, a partir dessa data, eu tive informação que havia interesse do Ministério Público de Contas de suspender a licitação, anular ou coisa parecida. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - É a função do Ministério Público de Contas, assim como o Tribunal de Contas, uma vez que o objeto é licitado que o Tribunal faz a sua análise. O Tribunal não é responsável para fazer uma análise prévia. Quem é responsável por isso é a PGE. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Correto. Nessa parte aí, até peço desculpa pelo meu desconhecimento. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O contrato foi assinado em 25 de julho. O SR. JOSÉ MOREIRA - 24 de julho. CARLOS PEREIRA O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Até onde me consta, todos os erros, ou foram corrigidos ou foram justificados. Então não tenho aqui no meu imaginário, erros que não tenham sido reparados. Eu tenho erros que até então a PGE considerava como erro, ou foram sanados antecipadamente ou então foram esclarecidos. Porque, às vezes, é até uma questão de interpretação. O SR. PRESIDENTE MAGALHÃES - DEM) - Não. 25. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor tomou conhecimento das dezesseis irregularidades levantadas pelo Ministério Público de Contas? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O que o senhor acha dessa questão, por exemplo, do reajuste da passagem que teria, por imposição do edital, de ser corrigida ano a ano, uma vez que esses serviços começaram no mês de agosto? O senhor sabe precisar para mim, quando o edital foi colocado na praça? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Diretamente, não. Mas me informaram que havia esse questionamento no Ministério Público de Contas, que havia uma série de questionamentos que daria em torno de quinze a dezesseis questionamentos específicos. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor tomou conhecimento se o Ministério Público de Contas - (EDSON O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - 25, porque contando trinta dias, acho que de julho é mês de trinta e um dias, então dá isso aí mesmo - 25 de julho e início de operação, 24 de agosto. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - O edital foi colocado na praça. A primeira publicação dele foi em fevereiro de 2014. Depois o prazo foi... O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Depois teve uma 148 - Diário do Poder Legislativo postergação? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Teve. E depois teve uma nova publicação em março de 2014, que precisou fazer alguma correção e o prazo efetivamente começou a contar de março de 2014, tendo sido acolhido as propostas a partir do segundo semestre, se não me engano, de maio de 2014. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - E o senhor tomou conhecimento que essa passagem que tem esse valor nesse contrato, seria corrigido no mês de janeiro seguinte? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - De forma direta, não. Mas, o que eu fiquei sabendo na leitura do edital, que teria que ser respeitado o princípio da anualidade - da atualização do custo/quilômetro que consequentemente leva também à atualização da tarifa. Tem duas formas de se contar essa anualidade: a partir da base em que foi usada como atualização do custo/quilômetro sistema transcol, que nesse caso foi em janeiro de 2014 ou efetivamente a partir da assinatura do contrato que foi em julho de 2014. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor está falando também de dissídio coletivo? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Não, porque o dissídio coletivo da categoria dos trabalhadores de transporte acontece no mês de novembro. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Então é de se estranhar, porque se o senhor retroage a janeiro e se essas propostas são abertas, por exemplo, conforme o senhor falou, por causa da postergação, que os envelopes foram abertos no mês de maio, quer dizer, o consórcio já tinha essa composição desses custos todinhos. Então, por que retroagir? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - É porque em transporte coletivo, os preços referenciais dos insumos necessários para a operação do transporte, são atualizados permanentemente. Não tinha, por exemplo, no meu entender, tecnicamente, como se utilizar um preço atualizado, porque tinha uma fase anterior à publicação do edital, que todas as informações tinham que estar atuais. Então a linha de corte de atualização dessas informações, principalmente as de ordem econômica, foi o mês de janeiro, até porque o edital seria publicado em fevereiro. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Sim, mas na questão da ordem econômica o edital era bem claro com relação a que ele sofreria qualquer impacto, qualquer reajuste, um ano após a assinatura do contrato? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Sim. Na verdade não teve ainda nenhum reajuste tarifário pós-assinatura do contrato. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Não. Se janeiro o senhor não respeita, por exemplo, que seria 25 de julho deste ano, a tarifa foi reajustada no mês de janeiro de 2015, retroativo a janeiro de 2014. Então, portanto, houve essa incompatibilidade no edital. Inclusive apontado pelo Ministério Público de Contas. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Deputado, não houve reajuste de tarifa em janeiro de 2015. Essa tarifa que está vigorando, essa base tarifária, é a mesma de 2014, e com um fato mais ainda relevante. A tarifa tem uma redução. Depois da licitação, a tarifa teve uma redução de cinco centavos. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor está afirmando então que não houve, que em janeiro não houve. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Não. A tarifa, quando foi homologada a licitação e foi assinado o contrato, até então a tarifa básica do sistema Transcol, a tarifa de dia útil, era dois reais e cinquenta centavos. Trinta dias depois do início da operação, do inicio da assinatura do contrato, ela caiu para dois e quarenta e cinco, que é o preço atual. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor não tem conhecimento, pelo senhor estar na Ceturb, em média, por alto, qual é a participação do caixa do Governo do Estado nessa operação? Em média, quanto o Estado gasta por mês? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Na operação do sistema de transporte? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Do sistema, é. A contrapartida do Estado. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Olha, tem um subsídio. O chamado programa Transcol Social. Eu não tenho informação precisa, mas tenho uma informação, um número que pode ser aproximado disso. No exercício de 2014, por exemplo, o volume de recurso dispendido de Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 subsídio com o Transcol Social deve estar na casa dos cem milhões de reais. Isso durante todo o exercício de 2014. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Cem milhões de reais. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Correto. Mas isso eu não posso passar ao senhor com precisão, mas estou fazendo pela base média mensal que se tem de desembolso com o Transcol Social. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Ou seja, o sistema opera dessa forma. Tendo passageiro ou não tendo passageiro, o Estado tem que bancar. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Não necessariamente, porque o subsídio do Transcol cobra uma parte do custo operacional. A maior parte do custo operacional é bancada pela tarifa arrecadada nas roletas, nas catracas. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Sim. O senhor conhece a empresa Geocontrol? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Conheço. De mercado conheço a Geocontrol. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - E o senhor sabe dizer se atualmente ela presta algum serviço ao Governo do Estado? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Existe um contrato firmado com o Governo do Estado e com essa empresa Geocontrol, para ela fornecer soluções, desenvolver soluções e colocar em disponibilidade de operação o chamado sistema que tecnicamente chamamos de CCO, Centro de Controle Operacional. Na verdade o objeto de contratação dela foi para desenvolver um sistema de rastreamento da frota. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - As linhas que foram colocadas no objeto do edital 02/2014, que contemplava a Grande Vitória, o senhor tem conhecimento de que após essa assinatura desse contrato, de todo esse projeto básico que foi feito referente ao sistema, foi criada alguma linha depois de assinatura do contrato? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Tenho conhecimento sim, porque uma rede de transporte público, ainda mais uma rede da dimensão do sistema Transcol, que cobre mais de mil Diário do Poder Legislativo - 149 quilômetros quadrados na região metropolitana, essa rede permanentemente precisa de alguma revisão de equilíbrio entre a oferta de transporte e a demanda de passageiros, ora pelo próprio crescimento da região metropolitana, ora por outros fatores que interferem na economia. No entanto, mesmo já tendo decorrido quase um ano após o início da operação da fase de concessão, que me lembro, de linha efetivamente criada nessa nova fase foi apenas uma linha, que é uma linha que atende a região de Setiba, já no território do município de Guarapari, que oficialmente faz parte da Região Metropolitana também. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Essa linha sofreu alguma licitação, foi feito aditivo? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Não. A criação dessa linha, não sentimos a necessidade de licitar porque ela já faz parte... O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Estava dentro do estudo. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Ela já estava dentro do estudo e de certa forma, quando foi composto o volume de quilometragem a ser percorrido, ela já estava considerada. Era uma demanda que inclusive tínhamos para atender e que já vinha rolando desculpe-me a expressão rolando - há três anos. Então, na verdade, atendemos a uma demanda que já estava, de certa forma, reprimida. Apenas coincidiu com essa nova fase, pós-licitação. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor sabe qual prazo essa linha entrou em operação, após a assinatura do contrato? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Ela entrou em operação acho que foi a uns três a quatro meses depois, porque havia... Tivemos que lidar, inclusive, com várias manifestações de entidades representativas de usuários, em que teve, inclusive, fechamento temporário da rodovia, as pessoas protestando pela demora de atendimento da solicitação. Teve muita atividade nessa situação. Porque Guarapari, o limite territorial é mais ou menos depois que passa a praça do pedágio. Antes de atendimento à Setiba, o Transcol já tinha, e continua tendo, uma linha que já atende o território de Guarapari, que é uma região chamada Vale do Sol, que também está dentro do território de Guarapari. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Village do Sol. 150 - Diário do Poder Legislativo O SR. JOSÉ CARLOS MOREIRA - Village do Sol. Desculpa. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 PEREIRA O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor tem conhecimento que o transporte intermunicipal, que o detentor dessa linha é a Alvorada? O SR. JOSÉ CARLOS MOREIRA - De qual linha? Desculpa. PEREIRA MOREIRA - Toda essa fórmula que foi posta no edital, não foi colocada pela Ceturb, foi colocada pela Logit. Na verdade ela faz parte de um consórcio, que são três empresas, mas ela predominou na confecção do edital. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Tirando a Logit, o senhor sabe qual funcionário da Ceturb que conhece profundamente essa fórmula? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - De Vitória a Guarapari. O SR. JOSÉ CARLOS MOREIRA - Profundamente? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Ah, sim. Mas são serviços de natureza diferente. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - É, quem conhece isso lá na Ceturb? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Sim, sei que é de natureza diferente. Qqueria saber se algum momento a Alvorada questionou a linha do Transcol Vila Velha a Setiba? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Olha, além de mim, que tem um certo conhecimento, mas não profundo... O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Eu tomei conhecimento que ela ingressou com uma ação judicial, contestando a iniciativa da Ceturb de ter atendido essa demanda para atender os moradores de Setiba. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor sabe o conteúdo dessa ação? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Não sei, mas pelo que me foi informado, basicamente a alegação foi de direito adquirido, por já operar na região e ter uma linha. Essa linha, de certa forma, é antiga, aquela linha que liga Guarapari à Rodoviária de Vitória, só que com o chamado Transporte Intermunicipal Rodoviário, com veículo inclusive de característica rodoviário e não urbano. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor, por ser um funcionário antigo da Ceturb, assim como a dona Maria de Fátima, tem essa compreensão acerca de todo trabalho da Ceturb. E o que noto é que o senhor tem certo conhecimento de todo esse serviço oferecido à população. Então, esse serviço é extremamente essencial do ponto vista econômico, do ponto vista ambiental e do ponto vista social. Então, gostaria de saber do senhor. Os cálculos colocados nesse edital, quem fez esses cálculos, quem ofereceu essa modalidade de cálculo? Foi a Ceturb, a Logit ou a Logit que praticou toda essa matemática? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA PEREIRA O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Qual o nome dele todo? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Não, além da minha pessoa, José Carlos Pereira Moreira, mas considero que o Leo Carlos Cruz também tenha um conhecimento razoável, só não sei qual o nível de profundidade. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O Leo não está mais na empresa? O SR. JOSÉ CARLOS MOREIRA - Ele está ainda. PEREIRA O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Só não é presidente? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Só não é presidente, mas ele permanece na empresa. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Muito bem. O senhor, por conhecer tanto esse trabalho do Sistema Transcol e a sua finalidade social, evidentemente, sabe me dizer se fez esse questionamento a si mesmo ou chegou a fazer à comissão, referente aos lotes? São só dois lotes e poderiam ser mais pulverizados, mais abertos a outras empresas que não fossem consorciadas? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - A questão de tamanho do lote, Deputado, é o seguinte: em sistema de transporte, principalmente transporte coletivo e de passageira, costuma-se ter como foco chamado Lote Econômico Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 de Operação, porque quanto mais escala operacional se tem há uma tendência se ter uma redução do custo operacional. Acredito que o fato de ter sido estabelecido dois lotes, e não três ou quatro, talvez tenha sido em função de se manter esse princípio do Lote Econômico Operacional. Na verdade, foram dois lotes de tamanho quase que equivalente: um lote de uma frota de setecentos e oitenta e poucos carros e outro lote com uns seiscentos e poucos, dando uma frota total operante de mil e quinhentos e sete veículos. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Praticamente todas as empresas que operam no sistema individual do transporte coletivo estão dentro do consórcio? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Com exceção de uma, que é a empresa Netuno. O SR. PRESIDENTE MAGALHÃES - DEM ) - Empresa? (EDSON O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Netuno. Ela não participou da licitação. Tirando essa empresa, todas as demais se constituíram em consórcio para cada lote e efetivamente continuam operando o sistema Transcol, agora em regime de concessão e não mais de permissão, como era anteriormente. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Gostaria de saber se o Senhor Deputado Euclério Sampaio deseja fazer alguma outra pergunta. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Da maneira que ele falou que com exceção de uma, todas as demais. Mas essas demais são as mesmas que operavam anteriormente. Sim ou não? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - - São as mesmas. São as mesmas razões sociais. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) O senhor estaria disposto, uma vez convocado por esta Comissão, a fazer uma explanação acerca da fórmula que foi aplicada no edital? Ou o senhor sugere que seja outra pessoa da Ceturb? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Com relação à fórmula paramédica para o ajuste do equilíbrio do contrato? O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Isso. Não somente daí, da Diário do Poder Legislativo - 151 passagem também. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA Ah sim. Como o meu dever funcional, obviamente se for convocado, aqui virei. Claro que vou ter que me aprofundar um pouco mais em estudos porque não tenho o domínio completo. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Não sendo o senhor, quem o senhor indicaria? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Indicaria, por exemplo, o Senhor Leo Carlos Cruz. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Gostaria de imensamente agradecer a presença do senhor acerca dessa colaboração e dizer que esta Comissão tem por finalidade as dezesseis irregularidades, em consonância com o Ministério Público de Contas. Estranho muito uma Comissão Especial de Licitação não debater um edital. Aqui temos procurador, advogado que trabalha em meu gabinete, que são os conhecedores dessa questão da licitação. Vamos dizer, entendem muito mais do que nós, porque estão no dia a dia praticando isso e monitorando. Tivemos o carinho muito grande, a sensibilidade dos integrantes da Comissão de poder exatamente fazer uma leitura prévia disso, para entender esse mecanismo todinho. E daí a minha estranheza de uma Comissão Especial de Licitação não debater um edital, não conhecer, deixar. O que dá a entender é que esse edital ficava naquele pinguepongue: o presidente da Comissão Especial de Licitação, senhor João Victor de Freitas Espíndula, com o secretário Fábio Damasceno. E a comissão, os integrantes, conforme relatado pelos senhores e senhoras, ficavam à mercê desses assuntos. Então é algo muito preocupante. O senhor falou em cem milhões que o Estado colocou em 2014 ,é um negócio muito sério. E pela proporção, pelo tamanho de uma licitação dessa, acho que quando a pessoa entra numa comissão especial de licitação, até mesmo respaldado pela Lei de Licitação, a comissão tem toda sua autonomia. A partir do momento em que se constitui uma comissão de licitação ela não pode receber informações, a não ser da própria PGE, que é um órgão que está interligado a um processo licitatório, mas interferência de outros setores ou até mesmo de outras pessoas... Causa-me estranheza essa não participação de vocês antes da publicação do edital. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Senhor Presidente, antes de encerar, gostaria que o senhor falasse sobre esse transporte social. O que vem a ser esse transporte social que o governo subsidia? 152 - Diário do Poder Legislativo O SR. JOSÉ CARLOS MOREIRA - O Transcol Social? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 PEREIRA O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Isso, o Transcol Social. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - O Transcol Social foi um programa que surgiu no ano dois mil, se não me engano, 2006. Ele foi implementado e de lá para cá foi alvo de alguns ajustes, até ampliando a categoria de beneficiários do Transcol Social. Originariamente, quando o Transcol Social foi instituído, o objeto principal era, por exemplo, combater, ajudar no combate a evasão escolar; subsidiar alunos com a rede pública de transporte, principalmente alunos frequentando curso técnico, subsidiar passagem para esses alunos. Depois, no segundo momento, ampliou-se o leque de estudantes beneficiados estando, hoje, inclusive estudantes bolsistas de Prouni e tudo mais. Por que a gratuidade para estudante já existe há muitos anos através de um decreto antigo que beneficia estudantes com gratuidade de cinquenta por cento. E o Transcol Social instituiu a gratuidade de cem por cento para essas categorias de estudantes. Uma outra gratuidade, também, que é garantida por lei, é com relação às pessoas com deficiência, que são os usuários desse serviço Mão na Roda. Essas pessoas que usam esse serviço não pagam a tarifa. E, de lá para cá, o Transcol Social veio tendo alguns aperfeiçoamentos de legislação através até de emenda constitucional. A última emenda constitucional foi a que garantiu ampliar esses benefícios. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Pela ordem, Senhor Presidente! O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Pela ordem, Deputado Euclério Sampaio. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Senhor José Carlos, quem controla essa questão de quantas pessoas passaram, quantos idosos, quantos estudantes? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Existe um instrumento de controle... O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - É só me informar... É funcionário da Ceturb? A Câmara de Compensação... O SR. JOSÉ MOREIRA - Não. CARLOS PEREIRA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - Quem aponta a quantidade? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - A Câmara de Compensação, quem processa a Câmara de Compensação é a Ceturb. A Ceturb é que colhe todas as informações de produtividade do sistema de transporte como: viagens realizadas, passageiro transportados, passageiros pagantes, em que modalidade ou não de pagamento, e processa a Câmara de Compensação. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Então, o senhor está me dizendo que a Geocontrol não está gerenciando a Câmara de Compensação. O SR. JOSÉ CARLOS MOREIRA - De jeito nenhum. PEREIRA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Não? O SR. JOSÉ CARLOS MOREIRA - Não. A Geocontrol? PEREIRA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - É. O SR. JOSÉ MOREIRA - Não, nunca. CARLOS PEREIRA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - O senhor está sob juramento, senhor José Carlos. O SR. JOSÉ CARLOS MOREIRA - Sim, tenho plena... PEREIRA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) - É fato público e notório. O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Tenho plena consciência e responsabilidade do que estou dizendo. A gestão da Câmara de Compensação sempre foi da Ceturb. O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Oficial é uma coisa. Falei, realidade. O SR. JOSÉ MOREIRA - Ok. CARLOS PEREIRA O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Existe o oficial e o real. Oficial é o que era para estar no papel, era para ser feito; realidade é o vem ocorrendo ultimamente. Mas, obrigado. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Senhor Presidente, em face da informação que o senhor José Carlos trouxe aqui, que o governo subsidia... Que em 2014 o governo subsidiou cem milhões para o Transcol... Cento e dez milhões? O SR. PRESIDENTE MAGALHÃES - DEM) - Cem milhões. (EDSON Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Cem milhões para subsidiar o Transcol especial. Gostaria de fazer um requerimento, Senhor Presidente, para a gente saber quantas pessoas foram transportadas através desse transporte especial durante esse ano de 2014, até mesmo para justificar esse valor desse Transcol especial. Diário do Poder Legislativo - 153 às 10h, neste mesmo local. Em deliberação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Favorável. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) Favorável. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - O senhor tem conhecimento se a Ceturb tem esses dados? O SR. JOSÉ CARLOS PEREIRA MOREIRA - Tem. Como eu acabei de afirmar agora que é a Ceturb que faz a gestão da câmara de compensação, você pode requisitar esses dados. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Então, coloco aqui em deliberação. Senhor Deputado Euclério Sampaio, como vota o requerimento do Senhor Deputado Almir Vieira? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Voto favorável. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Eu acompanho. Então, por gentileza, secretária, providencie. Alguma outra pergunta Deputado Almir? O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Não. Estou satisfeito. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Quero agradecer aos Senhores José Carlos Pereira Moreira e Fábio Tancredi, e às Senhoras Maria de Fátima da Encarnação e à Ingrid Amorim de Rezende a presença e a colaboração a esta Comissão. Se for necessária a presença do senhor, ou dos senhores e das senhoras, esta Comissão os convocará. Muito obrigado e tenham um bom-dia. Antes de encerrarmos os trabalhos desta Comissão, esta Comissão vai prevalecer de cinco minutos para que possamos, então, debater e discutir a questão do próximo convidado a esta Comissão. Então, um prazo de cinco minutos para que a Comissão possa trocar ideias. (Pausa) Então, esta Comissão, em entendimento, deliberou pelo chamamento, pela convocação a esta Comissão o senhor Léo Carlos Cruz, que foi presidente da Ceturb, para que possa, então, depor na próxima reunião desta Comissão, terça-feira próxima, O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Ok. Gostaria de saber se os eminentes deputados têm alguma coisa mais a dizer. Senhor Deputado Euclério Sampaio? O SR. EUCLÉRIO SAMPAIO - (PDT) Não, dou-me por satisfeito hoje, Senhor Presidente. O SR. ALMIR VIEIRA - (PRP) - Também me dou por satisfeito. O SR. PRESIDENTE - (EDSON MAGALHÃES - DEM) - Nada mais havendo a tratar, declaro encerrada a reunião e convoco os Senhores Deputados para a próxima, à hora regimental. Está encerrada a reunião. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DA SONEGAÇÃO DE TRIBUTOS. SÉTIMA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA OITAVA LEGISLATURA, REALIZADA EM 12 DE MAIO DE 2015. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Havendo número legal, invocando a proteção de Deus declaro abertos os trabalhos desta Comissão Parlamentar de Inquérito. Convido a Senhora Secretária a proceder à leitura da ata da sexta reunião ordinária, realizada em 05 de maio de 2015. (Pausa) (A Senhora Secretária procede à leitura da ata) O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Em discussão a ata. (Pausa) Encerrada. Em votação. Como votam os Senhores Deputados? O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) Aprovada como lida. O SR. CACAU LORENZONI - (PP) - 154 - Diário do Poder Legislativo Aprovada como lida. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Ata aprovada como lida. Solicito à Senhora Secretária que proceda à leitura do Expediente. A SR.ª SECRETÁRIA lê: Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Ofício n.º 104/2015 da Secretaria de Estado da Fazenda, encaminhando envelope lacrado em anexo informações sigilosas solicitadas pelo OF/CPI nº 017/15. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Ciente. Junte-se aos autos. Continua a leitura do Expediente. EXPEDIENTE: A SR.ª SECRETÁRIA lê: CORRESPONDÊNCIAS RECEBIDAS: Ofício n.º 107/2015 da Secretaria de Estado da Fazenda, encaminhando envelope lacrado em anexo informações sigilosas solicitadas pelo OF/CPI n.º 018/15. Ofício GDMM n.º 51/2015 do Gabinete do Senhor Deputado Pastor Marcos Mansur Justificando sua ausência na reunião do dia 05/05/2015. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Ciente. Junte-se aos autos. Continua a leitura do Expediente. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Ciente. Mesmo procedimento aos anteriores. Junte-se aos autos. Continua a leitura do Expediente. A SR.ª SECRETÁRIA lê: A SR.ª SECRETÁRIA lê: COMUNICAÇÕES: Ofício n.º 1025/15 do Procurador-Geral de Justiça, encaminhando o Promotor de Justiça, Lidson Fausto da Silva para acompanhar os trabalhos desenvolvidos por esta CPI. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Ciente. Junte-se aos autos. Continua a leitura do Expediente. A SR.ª SECRETÁRIA lê: Ofício do Prefeito de Piúma, Samuel Zuqui, encaminhando cópia do Processo de Execução Fiscal em que figuram como exequente o Município de Piúma e o executado Raizen Combustível S/A (Shell Brasil S/A). O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Ciente. Junte-se aos autos. Continua a leitura do Expediente. A SR.ª SECRETÁRIA lê: Ofício n.º 092/2015 da Secretaria de Estado da Fazenda, encaminhando em envelope lacrado em anexo informações sigilosas solicitadas pelo OF/CPI nº 094/15. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Ciente. Junte-se o ofício e mantenha a relação encaminhada em cofre, em total segurança. Continua a leitura do Expediente. A SR.ª SECRETÁRIA lê: Objetivo da Comissão: Apurar suposta irregularidade no pagamento e sonegação de tributos e valores gerados nas atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural no Estado do Espírito Santo. ORDEM DO DIA: O que ocorrer. Convidado: Deputado Theodorico Ferraço - Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Peço à Secretaria que libere a portaria para que o pessoal possa adentrar e sentar. Não precisa ficar com a porta fechada. Senhor Deputado Theodorico Ferraço, se V. Ex.ª quiser poderá ficar à Mesa, mas se desejar ficar... O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Agradeço a V. Ex.ª, mas gostaria de ficar onde as outras testemunhas também ficaram. Muito obrigado pela gentileza. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O Senhor Deputado Edson Magalhães está presente, se quiser poderá ficar aqui à Mesa, é uma honra para esta comissão. Senhor Deputado Theodorico Ferraço, o requerimento 101/2015, que cuida dessa Comissão Parlamentar de Inquérito, ela fala sobre os motivos da comissão: suposta irregularidade no pagamento e sonegação de tributos e valores gerados nas atividades de exploração e produção de petróleo e gás Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 natural no Estado do Espírito santo; possível omissão e/ou abuso de autoridade de agentes políticos e públicos na defesa dos interesses fiscais, financeiros e administrativos do Espírito Santo e seus munícipios, especialmente no cumprimento do dever constitucional de suas funções de fiscalização, apuração, cobrança e execução judicial de dívidas tributárias, junto às empresas petrolíferas e suas empresas contratadas e sua relação com possíveis doações financeiras efetuadas a organizações do terceiro setor, especialmente ONG’s e Oscip’s, apurando a origem e a destinação dos respectivos recursos; e, pagamento de benefícios salariais a servidores públicos sem a devida cobertura legal. Destaca-se que o fato determinado acima descrito é comprovado conforme documentos anexos, atendo ao art. 49, § 2.º do Regimento Interno desta Casa de Leis, a saber: a) Relatório estimado de prejuízo consumado e irreparável da ordem de quatro bilhões, trezentos e vinte e quatro milhões, até 2018, aos municípios capixabas produtores de petróleo de gás natural, gerados posteriormente à decisão TC 5140, do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo, pelo não lançamento tributário das atividades de exploração de produção de petróleo. B - Cópia de confissão de dívida de natureza fiscal da Petrobras junto aos municípios do Estado do Espírito Santo, encaminhada pela estatal à Comissão de Valores Mobiliares com notas explicativas e demonstrativos fiscais disponíveis junto às Bolsas de Valores de São Paulo e Nova York. C - Procedimento do Ministério Público do Estado do Espírito Santo, MP n.º 5330/2014, devidamente acolhido e remetido pelo órgão ministerial à Chefia de Justiça Civil de Vitória, à Procuradoria-Geral da República, à Procuradoria-Geral de Justiça, ao Conselho Nacional de Justiça e à Corregedoria de Polícia Civil, em 11 de fevereiro de 2014. D - Ofício do Vereador Leonardo Fraga Arantes, presidente da Comissão de Justiça e Redação Final da Câmara Municipal de Itapemirim, encaminhando para ciência, cuja cópia do Projeto de Lei n.º 01/2015, que versa sobre a qualificação de pessoa jurídica de direito privado sem fim lucrativo como Organização da Sociedade Civil Interesse Público, Oscip, e organização social. Informando a tomada de medidas legais para supressão do art. 2.º que previa legalizar atos administrativos de modo retroativo à ação condenável improba e pela exclusão do controle legislativo do que tange à análise específica de cada termo que geraria ser firmado pelo Executivo, igualmente condenável e improba. Sala das Sessões. Os deputados assinaram de acordo com o Regimento Interno. Estão acostados todos os documentos que foram citados. Gostaria de saber do senhor o que tem de conhecimento sobre esses assuntos e qual o ponto que poderia colaborar com esta comissão sobre esses assuntos relatados. Diário do Poder Legislativo - 155 O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Excelentíssimos Senhores Deputados da CPI , cumprimento todos e reafirmo a importância do trabalho que vem sendo desenvolvido por esta comissão, que tem o compromisso histórico de revelar os grandes inimigos do Estado do Espírito Santo, sonegadores de impostos e seus apoiadores nas instituições públicas. Hoje, compareço a esta CPI no exercício de meu mandato parlamentar, para apresentar fatos que acredito serem de fundamental importância para os trabalhos, uma vez que, desde que retornei à Assembleia Legislativa, tenho denunciado e lutado contra a sonegação de impostos das atividades relacionadas especialmente à produção de petróleo a partir de 2007, quando fui autor da CPI da Petrobras, que tinha objetivo de apurar irregularidades no pagamento de valores devidos ao Estado e aos municípios. Infelizmente, na época, não obtive o amparo necessário, e a CPI acabou sendo arquivada. Para garantir o direito da instalação, inclusive cheguei a entrar na Justiça, e tive o voto favorável da ínclita e honesta desembargadora Catharina Maria Novaes Barcellos. Gostaria de colocar à disposição desta comissão: Vou enumerá-los e depois farei a entrega global. Ok, Presidente? 1 - Requerimento de criação da CPI do Petróleo, Requerimento n.º 92/2007; 2 - Diário do Poder Legislativo publicando a criação da CPI do Petróleo; 3 - Mandado de Segurança pleiteando o desarquivamento de requerimento; Requerimento ao Ministério Público sobre irregularidades na Operação Derrama. Em 2013, tivemos a infelicidade de assistir à execução de uma operação policial, comandada pelo Desembargador Feu Rosa, presidente do Tribunal de Justiça, que não ficou devendo nada para os filmes de Hollywood, montada para acobertar os grandes sonegadores de impostos e punir os prefeitos e servidores públicos que tiveram a coragem de cobrar os impostos. Conheço bem a dificuldade que os municípios têm de acessar os livros fiscais dessas empresas, quando são proibidos de cumprir o dever legal de fiscalização de tributos e recebem informações falsas e enganosas. É bom registrar que a Prefeitura de Itapemirim conseguiu, através do Ministério Público, que a Petrobras mostrasse e colocasse à disposição os livros da empresa, o que bastou para que o município crescesse de 0.8 para 2.8 na sua produção de impostos de ICMS. Diferente da fala do então presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, quando da abertura da CPI da Petrobras, ao perceber que o objetivo da operação Derrama era proteger. Estou afirmando, 156 - Diário do Poder Legislativo aqui, alto e bom som, como deputado e parlamentar, esta foi uma operação para proteger os sonegadores de impostos, os donos do dinheiro público, pois em nenhum momento a Justiça e o Nuroc, os senhores delegados, mencionaram as dívidas ou qualquer cobrança de impostos devidos ao município ou ao Estado. Objetivo da Operação Derrama, comandada pelo senhor Feu Rosa, era proteger quem sonega e rouba o Estado do Espírito Santo. Proteger. É bom que o Espírito Santo saiba disso. E também servir a interesses pessoais de seus idealizadores. Como deputado estadual, senti-me no dever de acionar o Ministério Público solicitando a abertura de inquérito civil público em face das ilegalidades e irregularidades cometidas pelo então presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. Não estou apenas, aqui, falando não, já escrevi com tinta nanquim, já mandei para o Supremo Tribunal Federal, para o Conselho Nacional da Magistratura, para o Governo do Estado, para a Polícia, para o Ministério Público, para a Secretaria de Segurança. Repito, ao perceber que o objetivo da operação Derrama era proteger quem sonega e rouba o Estado do Espírito Santo e também servir aos interesses pessoais de seus idealizadores, como deputados estadual me senti no dever de acionar o Ministério Público solicitando a abertura de inquérito civil público em face das ilegalidades e irregularidades cometidas pelo então presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Pedro Valls Feu Rosa, pelo então presidente do Tribunal de Contas do Espírito Santo, Sebastião Carlos Ranna e pelos delegados do Nuroc, na execução da Operação Derrama, que de forma suspeita e criminosa prendeu vários prefeitos e servidores e omitiu e acobertou vultosas sonegação de impostos, na época cerca de dois bilhões de reais por parte dos produtores de petróleo e gás natural do Estado do Espírito Santo. Requerimento de abertura de inquérito civil público em face da ilegalidade e irregularidade cometida pelo Desembargador Pedro Valls Feu Rosa, pelo ex-presidente do Tribunal de Contas, pela Sesp Secretaria de Segurança Pública, também teve responsabilidade porque o secretário foi omisso e deixou os delegados do Nuroc ficassem a serviço do senhor Feu Rosa, inclusive para falsificar as gravações, como já comprovei e está aqui escrito pelo Ministério Público. Pela Sesp, pelos delegados da Nuroc na execução da operação Derrama. A operação veio na contramão dos interesses dos municípios, especialmente, pois omitiu de qualquer documento de investigação a responsabilidade e o roubo dos grandes sonegadores. A operação teve como único objetivo prender e humilhar prefeitos e servidores que trataram de recuperar impostos sonegados a seus municípios. Isso não é possível acontecer em pleno Século XXI, só no Espírito Santo. E é preciso que esta CPI, que é um Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 orgulho para o Espírito Santo, vá à frente. Os documentos estão aqui, são fartos. Temos o Ministério Público que é, sem dúvida alguma, uma casa de dignidade a serviço do combate à sonegação e dos bandidos que serviram aos sonegadores de impostos, inclusive para apetites e interesse pessoais, conforme vou demostrar em seguida. Dois fatos podem ilustrar bem essa contestação. O primeiro é que a poderosa Petrobras, tentando se aproveitar dos efeitos maquiavélicos da Operação, durante a execução, entrou com o pedido no Tribunal de Justiça para suspender as dívidas cobradas pelos municípios e, não tendo sucesso, fez o caminho judicial inverso, fazendo a mesma solicitação à Justiça de Itapemirim. Vou repetir aos Senhores Deputados, aos telespectadores da TV Espírito Santo uma coisa gravíssima para mostrar que estava tudo combinado, o farsante ministro querendo ser ministro do Supremo Tribunal Federal, usava de todos os apetites pessoais para mostrar uma qualidade de verdadeiro chefe da Gestapo alemã que, aliás, faz inveja à Gestapo alemã. Petição protocolada ao desembargador Ronaldo Gonçalves de Sousa, quando a Petrobras pediu a baixa, não sei de acordo com quem, Deus quis mandar o nosso anjo Gabriel, que o processo voltasse à mão do ilustre desembargador Ronaldo e lá constatou que tinha sido ele quem tinha dado ganho de causa ao município de Itapemirim para cobrar da Petrobras, da Chevron e da Shell cerca de seiscentos milhões de reais que hoje o Supremo Tribunal já aprovou, está em fase de liquidação para pagamento. Claro, o desembargador não aceitou. O que queria esse pessoal, esses bonzinhos de alto mar? Queriam que, em vista da operação, prisões nunca vistas na história do Espírito Santo e do Brasil não faz inveja a qualquer revolução. Não faz inveja a qualquer tratamento que os alemães tiveram com os judeus. Não faz inveja! E daqui a pouco vocês vão conhecer um vídeo ali de uma chantagem, de uma prisão e de um crime hediondo que desonra o Espírito Santo. Os senhores vão ver daqui a pouquinho ali a gravação, inclusive produzida pela Polícia Federal. A mesma petição. Existia algum acordo, existia alguma coisa que indicava um pacto comercial dos mais bandidos, dos mais bandidos. Aí correram para Itapemirim, entraram com a petição pedindo baixa de oitocentos e noventa milhões, devido à operação. Deus quis que o então procurador doutor José da Graça não estivesse presente, ao qual tenho as minhas suspeições violentas sobre o seu trabalho. Ele não estava presente e a procuradoria da prefeitura, que conhecia o processo, imediatamente pediu arquivamento porque a dívida era realista, e aqueles procuradores tinham participado dessa operação para cobrança dos impostos. São cerca de oitocentos e noventa milhões. Todos os documentos estão aqui, Senhor Presidente, Senhores membros da CPI. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Embargo de declaração apelação 2690, onde a Petrobras recorre ao Tribunal de Justiça solicitando a suspensão das dívidas cobradas pelo município de Itapemirim devido à Operação Derrama. Está escrito, não tem como sair. O Espírito Santo precisa conhecer esse lado de um chefe de Gestapo que quis ser ministro do Supremo Tribunal Federal à custa do sangue e das lágrimas de quem ele prendeu covardemente. O segundo, o pior de todos, o que revela o grande interesse que moveu quem idealizou e executou a operação chamada, à época, de pirotécnica, pirotécnica. Foi a implantação do medo, do medo dos executivos municipais para que, a partir daquela operação, não mais cobrasse impostos. Essa CPI tem uma responsabilidade muito grande com o Espírito Santo. Qualquer comerciante é atacado pela fiscalização para pagar os seus impostos; poderosos de alto mar mandam seus navios para o exterior e não são fiscalizados, e quando são, cadeia para quem está cobrando. O Espírito Santo tem que mudar. O Espírito Santo com essa CPI não pode ficar parado. A implantação do medo nos executivos municipais que, hoje, não mais fazem lançamentos fiscais. Senhor presidente, sabe qual é o débito, qual é o crime que esses malandros metidos e vestidos em torga? Sabe qual é o prejuízo que deram ao Espírito Santo até hoje? Três bilhões de reais! Os senhores estiveram aqui, ouviram os prefeitos. Qual foi o prefeito que disse que teve coragem de fazer execução fiscal depois dessa operação? Porque o procurador se dá o parecer favorável à cobrança, foi preso; a Secretaria de Finanças, foi preso; foi preso todo mundo por cobrar impostos. E, aqui, o gostosão, o chefão da máfia recebendo dinheiro, inclusive de uma ONG de pessoas ligadas ao petróleo como vou provar aqui! Como vou provar aqui daqui a pouco! Que só de um recebeu cento e setenta mil reais e não tem como escapar, senhor presidente. Cabe a esta CPI pedir a abertura das contas bancárias da ONG comandada pela então chefe de gabinete do senhor Feu Rosa no Tribunal Eleitoral. Estou dando todos os dados aqui. Atualmente, essa herança deixada pela operação Derrama está estimada em um prejuízo de três bilhões. Segue documento, relatório técnico de prejuízo causado aos municípios. Está aqui, senhor presidente. Todo o levantamento que foi conseguido junto ao governo federal de todo o petróleo que saiu, do gás. Está aqui o levantamento. É o prejuízo. E, agora, uma notícia muito triste: existem débitos aqui que vão ser muito difíceis de cobrar porque não foram lançados no momento oportuno, e só a justiça de Deus e a justiça dos ínclitos e honestos desembargadores da justiça do Espírito Santo poderão fazer retornar esses valores. E vão fazer falta aos municípios para fazer escola, para fazer casa, para fazer estrada, para praticar um programa social. São três bilhões de reais! É muito dinheiro! Diário do Poder Legislativo - 157 Está aqui tudo comprovado, senhor presidente! Todo o levantamento feito. Todo! Todo o levantamento feito! Praticamente, é irrecuperável. Mas ainda tem jeito. Tem solução ainda. Seguindo: A operação apenas beneficiou os sonegadores e as ilegalidades e irregularidades em sua execução nos levam a crer que ela foi orquestrada para calar, intimidar quem denunciava ou cobrava as dívidas milionárias da sonegação de impostos. Não conseguiram me calar. Não vai calar esta Casa! Quem viver, verá. Algumas perguntas ainda estão sem respostas. Por que o então presidente do Tribunal de Contas, não encaminhou ao Ministério Público, patrono das ações de improbidade, o mesmo ofício que foi enviado ao Nuroc? A propósito, eu sou obrigado a revelar que ele está morrendo de arrependimento. Pessoalmente a mim, deputado Ferraço, que está aqui com a coragem e sob a graça de Deus, falando a verdade. Ele disse realmente que foi uma grande desgraça na vida dele quando deu a entrevista anunciando uma coisa que não era. Porque o próprio Tribunal de Contas é que autorizou o contrato das prefeituras e, particularmente, em Itapemirim. Foi o próprio Ministério Público, pelo Conselho, que autorizou a ser feito o contrato porque a prefeitura não tinha condições de fiscalizar. Tem coisas que só Deus acredita. Requerimento da ex-prefeita de Itapemirim ao Tribunal de Contas, para que o órgão acolha o direito da mesma apresentar sustentação oral no processo. Instrução Técnica 413, decisão monocrática e Termo de Citação, uma vez que até a presente data não tenha sido ouvido pelo Tribunal de Contas. Até a presente data! Vou deixar de citar nomes das pessoas que foram vítimas da maior covardia, da maior violência, que nem em filmes de terror eu já assisti na minha vida! Foram vítimas, mas as lágrimas das famílias serão enxugadas, um dia, com a punição desses bandidos vestidos de toga. Não vai demorar muito, eu tenho certeza. Se eu não conseguir ver isso devido a minha idade, os meus filhos, os meus netos ainda vão assistir, porque justiça foi feita para todos; todos, indistintamente. E aqui no Espírito Santo se brincou durante dois anos com um impostor, com um impostor, e daqui a pouquinho vocês vão saber quem é esse cara. Quem é esse cara. Em nome de quem ele agia? Do interesse público não era. Delegados do Nuroc. E os delegados no Nuroc? Quem os protegia e a quem obedeciam, uma vez que fizeram algumas interceptações, escutas telefônicas sem a devida autorização, conforme diz o Ministério Público, outras ilegais, e outras, criminosamente, repito, criminosamente, colocaram à disposição o CD da gravação original que se refere a mim com relação a crime eleitoral, que não menciona coisa alguma. Também a outro fato, que o Senhor Feu Rosa gostaria de ter o Senhor Paulo Hartung em situação 158 - Diário do Poder Legislativo difícil e tal, numa operação de um telefonema do exprefeito de Guarapari com o vereador Paulinho, de Bom Jesus, relata. Como não tinha nada de Paulo Hartung, foram lá e colocaram assim, entre aspas: O Paulinho, Paulo Hartung. Gente, eu não me conformo em assistir essas coisas. Por isso estou aqui para falar a verdade, haja o que houver, doa a quem doer, mas este estado, tenho certeza que vai ser outro a partir dos trabalhos dos Senhores da CPI, que têm uma responsabilidade muito grande. Usem o meu nome à vontade. O que estou falando com os Senhores não tem mentira, não tem nenhuma inverdade. Eu falo com o coração e falo com a razão. Nunca vi, na minha época de deputado federal, estadual, prefeito, nunca vi bandidos soltos metidos a mocinhos. Delegados do Nuroc, quem os protegiam e a quem obedeciam, uma vez que fizeram algumas interceptações, como já disse? Criminosamente, tentaram até ligar o meu nome. Eu quero aqui dizer aos espectadores que estou aqui, também, na defesa do meu nome. Tentaram ligar o meu nome e tenho certeza, não partiu do coração e da qualidade dos delegados da Nuroc. Foi mandado em uma visita na Presidência do Tribunal de Justiça, e não saiu de lá, obedeciam ordens diretas, porque o secretário de Segurança de então era omisso, e foi por essa razão que o Senhor Governador Renato Casagrande acabou demitindo o secretário de Segurança, porque o Nuroc não era, não obedecia, não tratava de assunto com a secretaria de Segurança, era direto com o Senhor Feu Rosa. Era o chefão da Gestapo brasileira; era o chefão. Pois bem, os documentos que irei entregar à CPI revelam que a pesquisa eleitoral, que tinham que dizer de mim, posso ter respondido a muitos processos na minha vida, de brincadeiras, de satisfações para levantamentos do Tribunal de Contas, corretamente que pedi explicações e aí faziam processos baseados nos pedidos das explicações. Respondi a treze processos, mas não tem um processo sequer algum dia na minha vida pública de mais de dez mandatos de ter me acusado de ter colocado a mão em um centavo, nem de ter praticado injustiça, nem covardia com quem quer que seja. Então, eu chego à conclusão que, com relação aos delegados do Nuroc deve esta Casa, inclusive, convocá-los aqui, foram vítimas, e se possível for me colocar aqui de frente a frente. E aí eu vou defendê-los em certo momento, que eles foram forçados a fazer tudo isso. Não deveriam ter feito. Como me disse um bom delegado, não deveriam ter atendido, que está mexendo com a dignidade da função dele de representante de gestor da nossa segurança. Mas houve um fato em que houve uma denúncia de Itapemirim, da administração, denunciando várias irregularidades, várias ladroeiras legítimas, que agora todo mundo está vendo que está acontecendo. Todo mundo tá vendo. E, naquela época, os vereadores mandaram para o Nuroc. Senhor Presidente, o Nuroc foi impedido de Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 fazer a fiscalização e foram obrigados a mandar sabe o quê? O ofício para o Tribunal de Contas. Quer dizer invertido. Antes o Tribunal de Contas mandou para o Nuroc, agora é o Nuroc que manda para o Tribunal Contas apurar. E, decorridos quase dois anos, não foi feito nada. Foi preciso que o Ministério Público tomasse atitude. Vale a pena anotar, vale a pena progredir nessa fiscalização. Documentos n.º 5, matéria de A Gazeta, veiculando o cometimento de crime eleitoral por parte do Presidente da Assembleia Legislativa e Ofício n.º 908, solicitando ao delegado chefe do Nuroc, Doutor Jordano Bruno Gasperazzo Leite, cópia do relatório final elaborado pelo Núcleo, em especial da menção telefônica sobre o suposto crime. Senhor Presidente, nós estamos num mundo cão. Eu bati à porta do Nuroc querendo essa gravação. É um direito que eu tenho; não consegui. Disse que tinha mandado para o Desembargador, para a secretaria de Segurança. A secretaria de Segurança emitiu outro ofício. Disse que tinha mandado para o relator do processo, o ilustre desembargador Ronaldo, conhecido como Ronaldão. E tinha ofício lá pro Ronaldão. Declarou que não estava mais com ele. Entrei no Ministério Público, aí o Ministério Público viu que estava quase aceitando a denúncia de crime eleitoral sem ter visto a gravação. Mas aí, como eu já disse ao nosso Padre Honório, o anjo Gabriel me entregou a gravação. Eu recebi a gravação original, que eu não consegui em lugar nenhum. Os senhores estão sentados? O ínclito desembargador, Doutor Walace chegou lá e encontrou com o meu pedido no Tribunal de Justiça. Um direito que eu tenho como cidadão de saber quem falsificou a gravação, quem são os bandidos que estão nesse Espírito Santo? Pois bem, ele entrou agora há pouco tempo como desembargador e exigiu dos juízes da vara criminal que me entregassem, em dez dias, a gravação original e que eu comunicasse à Justiça qualquer desobediência do juiz, porque eu tinha direito como cidadão. Venceu os dez dias e eu não recebi nada. E já comuniquei a ele que eu não recebi. Isso vale a pena também ficar escrito aí que algo de podre está acontecendo no reino da Dinamarca. Então, seria bom ouvir o pessoal dos delegados, porque eu tenho boa reputação deles. Sei que eles foram forçados, mas eles têm que dizer aqui que foram forçados, e aí nós vamos perdoá-los, claro. Mas eles vão ter que dizer a verdade, que foi o senhor Feu Rosa que mandou colocar Paulo Hartung entre aspas; que foi o senhor Feu Rosa que colocou lá um problema eleitoral do prefeito de Anchieta e colocou Theodorico Ferraço. Alguém tem que dizer a verdade aqui nesta Casa. Alguém tem que dizer, até em homenagem ao povo do Espírito Santo. Ficha de transcrição de áudio, preenchida pelo Nuroc, onde uma conversa entre Cláudio e Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Dirceu se concluiu sobre o cometimento de crime eleitoral. Está aqui, à disposição da CPI. Está aqui à disposição. Os senhores vão verificar que não tem nada. Senhor Presidente, uma cópia da Representação n.º 187-09, do Cartório Eleitoral da 17.ª Zona de Anchieta, em que o documento descarta qualquer envolvimento do meu nome na dita gravação. Documento número dezessete, isso é importante: reconhecimento do Nuroc à assinatura da prefeita em exercício, Sandra Peçanha, no contrato investigado. Registre-se que de forma estranha e omissa o núcleo excluiu a assinante. Quem assinou o convênio foi a vice-prefeita em exercício. A prefeita nem estava no exercício, não foi nem mencionada. Quer dizer, estava tudo combinado. Uma quadrilha de bandidos instalados no Espírito Santo. Uma quadrilha, repito. Está tudo aqui provado, com documentos. Com documentos. É preciso que alguém tenha coragem de dizer a verdade, é preciso que alguém diga que não tem medo. Também eu não sou nenhum poderoso. Eu conto o apoio do meu anjo Gabriel. Aí eu não tenho medo de nada. Nem é para ter. O Nuroc requereu à justiça a prisão de doze pessoas e a busca e apreensão de documentos nas prefeituras de Aracruz, Anchieta, Guarapari, Piúma, Itapemirim, Marataízes, Jaguaré, Linhares, e essa operação foi denominada Em nome do Pai. Naturalmente um pai que está no inferno, não é? Porque se estivesse aqui na Terra não poderia nem mencionar o nome do pai. O pedido não foi aceito pela justiça. Buscas e apreensões em 26/12. Dia 27/12, às 6h. Dia 3 de janeiro, após aguardar estrategicamente o fim da prerrogativa do foro diverso dos prefeitos, após o fim dos mandatos eletivos. Se a suposta e fantasiosa corrupção estava lesando o erário, por que aguardar o fim das prerrogativas legais dos prefeitos para prendê-los? Nenhum documento foi apreendido nessa operação, pois todos já haviam sido apreendidos na operação Em nome do Pai. Acatando pedido do Nuroc, o ilustre juiz Marcelo Loureiro se julga competente para decidir favorável à prisão temporária de diversos exprefeitos. Em 9/1. No dia 15/7, Senhor Presidente, estranhamente, passados seis meses, o mesmo juiz Marcelo Loureiro, que segundo o desembargador Feu Rosa era homem da sua integral confiança - todos nós sabemos disso - e seu melhor amigo, proferiu despacho de apenas três linhas, acolhendo parecer do Ministério Público e reconhecendo a incompetência da Comarca de Vitória, que tinha sido usada pelo senhor Feu Rosa, para decidir ou opinar sobre questões relacionadas. Quer dizer, a lei mudou, nós mudamos ou o mundo acabou. Como pode um juiz se julgar competente para ordenar a prisão de vários ex- Diário do Poder Legislativo - 159 prefeitos e auxiliares municipais, expondo-os como bandidos. A opinião pública, por meio da Operação Derrama, e meses depois, na mesma operação, se declarar incompetente para se pronunciar ou decidir sobre qualquer ato ou fato. O despacho do juiz Marcelo Loureiro, de apenas três linhas, acolhendo parecer do Ministério Público e reconhecendo incompetência da Comarca de Vitória para decidir e opinar sobre questão direcionada à Operação Derrama. Segue aqui no documento n.º 22. À disposição. A ser configurado o uso da justiça para atingir objetivo de proteger os sonegadores e perseguir e punir quem os cobra. Vamos aqui abrir um parênteses. Já denunciamos e mostramos todas as sonegações de impostos. A Prefeitura de Itapemirim, por exemplo, ganhou no Supremo Tribunal Federal, já em última instância, seiscentos milhões. A Petrobrás, a Shell e a Chevron entraram com um embargo, mas não tem jeito, porque o imposto, o ISS, é cobrado na origem. Não tem jeito, não tem solução. Já está visto aqui que toda essa operação foi proteger, mas precisamos saber quem é esse cara. O Espírito Santo precisa saber quem é esse cara. Se o senhor me permite, presidente, vou exibir uma gravação de uma esposa aflita, que procurava seu marido que tinha sido chantageado, preso numa operação comandada pelo senhor Feu Rosa, com relação ao juiz Antônio Leopoldino. Então, gostaria de mostrar as negociações, em que Feu Rosa está atolado e metido, e em seguida um vídeo mostrando o software que ele colocou à venda com o governador Garotinho, governo do Paraná, pela quantia de trinta e cinco milhões de reais. São negócios que o Espírito Santo, ninguém pode olhar e ver se é verdade. Os senhores verão agora no áudio. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Um momentinho só que vou consultar os Senhores Deputados, para saber se têm alguma objeção. Tem alguma objeção, deputado relator? O SR. CACAU LORENZONI - (PP) Nenhuma. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Senhor Deputado Guerino Zanon, tem alguma rejeição? O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) Nenhuma. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Senhor Deputado Padre Honório? O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) Nenhuma. 160 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Agradeço também a presença do Senhor Deputado Gilsinho Lopes em nossa Comissão, Senhor Deputado Bruno Lamas, Senhor Deputado Pastor Marcos Mansur, que é da comissão, e Senhor Deputado Edson Magalhães. Logo em seguida que ouvirmos os deputados da comissão, daremos a palavra aos senhores deputados que estão presentes. Pode apresentar. objeção na apresentação do vídeo? O SR. CACAU LORENZONI - (PP) Senhor Presidente, pela ordem! Queria registrar a presença da escola Maria Madalena de Oliveira Domingues, de Vitória, que está presente nesta Casa. Sejam bem-vindos. O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Aí está o Garotinho, Governador, o juiz Antônio Leopoldo e a apresentadora do programa, trabalhava no gabinete do Desembargador Feu Rosa. O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Não. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Então, pode. (É exibido o vídeo) (Continuação da exibição do vídeo) O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Cumprimentar os estudantes e dizer da honra da Casa em estar recebendo vocês aqui. Fiquem à vontade e podem conhecer todas as dependências da Casa. (É executado o áudio) O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Senhor Presidente, em seguida, vamos exibir a entrega de um programa software produzido pelo Desembargador Feu Rosa e que o ilustre doutor Beline e o Xyko Pneus eram os intermediários para negociar com Garotinho no Rio de Janeiro e o doutor Leopoldo, que fazia parte a Justiça, da Vara Penal de condenados foi inclusive pessoalmente, que era amigo pessoal do Feu Rosa, para, também, participar da venda ao Garotinho. Vamos ver agora um vídeo inédito para os senhores conhecerem porque que Feu Rosa estava sendo...porque o Antônio Leopoldo estava sendo vítima de cárcere privado. Estava sendo punido, conforme sua esposa declarou nessa gravação. Vamos exibir, por gentileza. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Um momentinho só, por favor. Deputado Cacau tem alguma objeção? O SR. CACAU LORENZONI - (PP) - Não. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Deputado Guerino? O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Senhor presidente, eu avisei. Eu não tenho que esconder nada. Eu avisei ao doutor Antônio Leopoldo que iria exibir a gravação, que ele nem tinha mais, mas que eu tinha. Avisei a ele que estaria aqui a partir de 9h. Que gostaria que ele estivesse presente para defender e fazer revelações, que não aconselho para menores de sessenta e cinco anos. Ele me fez um memorial. Inclusive, vou deixar de ler o memorial, porque ele me pediu para ficar reservado, mas, só o que interessa aos senhores: Libertec foi uma firma criada por Beline e Xyko Pneus. Quem estava por trás de tudo isso era o Desembargador Feu Rosa, que criou o programa de software - todos sabemos que ele é inteligentíssimo - e escalou o pessoal todo do tribunal para ir lá fazer a venda para o Garotinho. Essa parte eu posso ler: No Rio de Janeiro, o sistema estava sendo negociado pela empresa criada por Xyko e Beline por trinta e cinco milhões de reais. E, no Paraná, por dezenove milhões. Deixo de ler o restante para perguntar se o doutor Antônio Leopoldo se encontra presente, Senhor Deputado Enivaldo dos Anjos, para que os senhores permitam que ele fale aqui as verdades que tem para falar. Ele que foi vítima de rapto, de sequestro, foi vítima de ameaças e outras coisas mais que, oportunamente, a opinião pública do Espírito Santo vai tomar conhecimento. Não sei se ele está presente, mas eu o convidei. O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) Não. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Deputado Padre Honório? O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Deputado, a nossa CPI é relacionada com sonegação. Em que a contribuição do doutor Leopoldo pode trazer com relação à sonegação para esta CPI? O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - Não. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Deputado Mansur, tem alguma O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Deputado, estamos fazendo uma fotografia da operação de sonegação de impostos e provando Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 que os chefões ou o chefão não tinha a menor idoneidade moral para torturar, para praticar crimes hediondos de prisões, como foi feito no Espírito Santo. Isso faz parte do projeto. E, além disso, precisamos saber se essa firma pagava impostos ou se sonegava impostos, como era a participação desse ilustre criador da Libertec. Então, melhor do que ele não é possível. Estou recebendo notícia agora de que ele já saiu de casa e de que estará dentro de alguns minutos aqui presente para esclarecer. Já chegou? Já chegou. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - V. Ex.ª acha necessário incluir o que ele vai falar no seu depoimento? O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Eu acho necessário, meu querido deputado, porque estou apresentando aqui fatos estarrecedores de acontecimentos com um ser humano que foi vítima de tortura. A mulher dele falou há pouco: Meu marido foi vítima de tortura. Foi vítima de prisão. Então, é preciso que ele aqui esclareça o que está passando como juiz, que foi convidado a falar mentiras para o povo do Espírito Santo. Então, faz parte, realmente, no meu sentido, até de testemunho nosso dos documentos que apresentamos. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - No seu entendimento, a operação Derrama tem o dedo do Desembargador Pedro Feu Rosa e ela foi cometida, pelo que o senhor esclareceu aí, para proteger os sonegadores. É Isso? O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - É isso e eu afirmo alto e bom som: a operação foi feita para cobrar daqueles que estavam cobrando impostos para o município e para o Estado. Foi para proteger os sonegadores de impostos. Eu declaro alto e em bom som, afirmei isso em depoimento na procuradoria do Ministério Público e reafirmo aqui nesta casa alto e em bom som. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Vamos submeter o pedido do Deputado Ferraço aos membros da Comissão e eu quero a manifestação do Deputado Marcos Mansur, que vai ter que se retirar para ir à outra comissão. Tem três comissões funcionando neste momento. V. Ex.ª concorda com a inserção da presença e do depoimento do juiz? O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Concordo. Vou ali na comissão e retorno. Só para poder votar as deliberações lá e retorno para cá. Me pediram para poder ir lá votar. O SR. THEODORICO FERRAÇO - V. Ex.ª é muito importante, deputado, que é um homem honesto. Uma das melhores lideranças do estado e é preciso ouvir aquilo que não pode mais ninguém Diário do Poder Legislativo - 161 calar. O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Faço questão, faço questão. Vou ali fazer a deliberação na outra CPI e retorno para cá. O SR. THEODORICO FERRAÇO - Ok. O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Dá uma dispensada aqui rapidinho. O SR. THEODORICO FERRAÇO - Volte rápido, por favor. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Deputado Cacau Lorenzoni. O SR. CACAU LORENZONI - (PP) Estou de acordo, Senhor Presidente. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Deputado Guerino. O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) - De acordo. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Deputado Padre Honório. O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - De acordo, Presidente. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Então, vou pedir à Secretaria da Mesa que verifique se está presente a pessoa apresentada pelo Deputado Ferraço e se tiver, que o faça entrar no plenário e arranje um microfone funcionando, porque a Casa continua com dificuldade financeira e não pode comprar microfone. A gente está vendo aqui essas dificuldades aqui. Pagar os 11,98 não paga não, mas nem microfone temos mais aqui. Então, com a permissão do Deputado Ferraço, vamos pedir à assessoria que faça a identificação direitinho, a ficha de identificação do Doutor Leopoldo e consultar se o Senhor já quer se manifestar ou vai aguardar. Porque o Deputado Ferraço fez aqui algumas referências ao Senhor e até exibiu aqui um áudio de voz, uma conversa de sua esposa com o Senhor Beline e com o Senhor Xyko Pneus. Ele sentiu necessidade de que o seu esclarecimento poderia contribuir. Esta Comissão tem a finalidade de apurar sonegação no Estado do Espírito Santo e o Deputado Ferraço considera, aqui, a operação Derrama, que motivou a prisão de vários ex-prefeitos, que ela foi objetivamente com a intenção de patrocinar a proteção dos sonegadores, que no caso é a Petrobras e as operadoras. No decorrer dessa afirmação, ele citou e responsabilizou o ex-presidente do Tribunal 162 - Diário do Poder Legislativo de Justiça, Desembargador Pedro Feu Rosa, como teria manipulado essa situação para favorecer as empresas sonegadoras. E fez referência ao Senhor, que teve, também, que foram citadas aí algumas situações aí e que teria sido mantido praticamente em cárcere privado pelas ações. A gente gostaria de saber o que o Senhor tem a dizer sobre isso, o que é que houve realmente com relação. Cumprimentar sua esposa que está presente. É lá do município de Pancas. O Senhor está com a palavra. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Bom dia a todos, bom dia aos Senhores Deputados. Até hoje eu fiquei calado. São dez anos e eu fiquei calado. Muito sofrimento porque eu sempre acreditei na justiça, trabalhei no interior. Eu e Rosilene nós já vamos para trinta e seis anos de casados, temos dois filhos, um médico e uma, que apesar de ser advogada, está na roça mexendo com leite lá, trabalhando na roça. Sempre fui um juiz idealista. Do mesmo jeito que eu fazia justiça para o rico, eu fazia para o pobre, porque eu aprendi na minha cultura cristã, que Deus é onipotente, onipresente, onisciente e Ele que me colocou como juiz. Quando vim para Vitória, de repente caiu isso em cima da minha cabeça e anos depois é que eu fui entender que foi mais pra calar a minha boca, porque eu sabia demais, né? Eu convivia no meio de... Eu não participava desse sistema violento aí que atropela todo mundo. E como o tempo passou, se V. Ex.ª falou de várias coisas e pudesse me perguntar eu preferia, né? O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Bom, a citação que o Deputado Ferraço fez com relação ao seu nome é que você teria sido, entre aspas sumido de circulação e teria sido mantido em cárcere privado por determinação do desembargador Feu Rosa e também com relação à referência que foi feita aqui, a partir da exibição de um áudio da sua esposa, dizendo que se não desse a condição de liberdade, a condição de tratamento humano e justo, que ela se dirigiria a uma rede de comunicação aqui do estado pra denunciar tudo que ela sabe. Quer dizer o que que ela sabia e o que que ela sabe, o que que você falou naquela carta, naquelas duas cartas que você mandou porque a gente imagina que não seja carta de amor numa situação daquela, deve ter sido uma carta mais contundente. O que essa carta dizia? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Eu tive que escrever, as cartas existem. Eu tive que escrever carta até na... Desculpa a expressão chula, né? Esconder até na cueca. Já pensou? Tem gente que esconde propina na cueca no Brasil afora. Eu escondi... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 ANJOS - PSD) - A cueca era vermelha? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não, não. (Risos). Escondia carta, porque senão eles me tomavam, pra minha esposa, porque puseram corda pra eu me suicidar e eu estava sentindo, pela minha experiência como professor, expromotor, ex-defensor público, trinta e cinco anos de serviço público servindo ao Estado. Sempre as minhas promoções eram por merecimento e de repente, eu senti que ia morrer e com relação eu teria direito como juiz e, em caso de uma prisão temporária, que foi, depois eles transformaram em preventiva, ficar no pátio pela lei pode ser até imoral, mas é legal. Ficar no pátio do quartel e como ficou lá o ex-procurador desta Assembleia, o advogado João Marcos. Mas eles me puseram trinta e um dias sozinho num quartel, num ginásio esporte, numa cela e João Marcos estava lá e de repente João Marcos foi pra hospital e ele me falou: Doutor Leopoldo, na verdade, eu não estou doente, hoje não. Eles me mandaram ir para essa clínica pra não ficar junto com o senhor. Ele chegou a ficar três ou quatro dias comigo lá. Mas depois o Doutor delegado Danilo Bahiense, que estava muito, tem uma ligação muito com o assessor do desembargador Pedro, que hoje é um grande juiz, Doutor Daniel, sobrinho do doutor Danilo é que me carregava pra lá e pra cá. Me levou, me deixou no hotel Aruan, sem ninguém saber. Eu dormi acho que uma ou duas noites. Na verdade, dentro do quarto estavam quatro policiais armados com metralhadora, armas grandes, grosso calibre dentro do quarto. Depois disse ele que o dono do Aruan era amigo dele. Ninguém pagou diária, ninguém fez ficha. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Era amigo de quem? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Amigo do dono do Aruan. Deixa comigo que eu arranjo lá no Aruan. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) -Mas quem que arranjou essa vaga lá? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Doutor Danilo Bahiense. Doutor Danilo tinha uma ligação grande com o desembargador Pedro. Foi nomeado pra assessorar e ele era amigão, amigo e da mesma igreja Batista do Xyko Pneus. Falava toda hora no telefone com o Xyco, de Brasília. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Quem fazia isso, o delegado? Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - O delegado ligava pro Xyko de Brasília e o Xyko... Eu nunca pedi o Xyko, que na época era suplente de Senador pra me ajudar em nada. Não sei por que ele entrou no caso já investigando, viajando com o desembargador Pedro pra Brasília. Trocaram meu nome, o nome da minha família. Minha família sob ameaça psicológica lá, e que eu tinha que ir embora. A princípio eu ia para a Suíça, depois para o Canadá, depois... Sei que no final eu ia para a Itália, ia trocar meu nome. O meu nome seria trocado. Segundo eles, nossos nomes já estavam trocados. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Mas quem estava propondo você ir para esses países? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Ah, foi o Desembargador Pedro, e o Xyko, era o... Francisco, era o responsável, mais o pastor Brito e outros, para convencer a gente a aceitar isso de qualquer jeito. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Como é que você ficou sabendo disso? Quem chegou a abordar esse assunto com você? O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - Eles, pessoalmente. LEOPOLDO O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Te deram três opções? O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - Três opções. E... LEOPOLDO O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - E o senhor chegou a escolher alguma? Não, não é? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Sob ameaças. Ameaças que a coisa estava muito feia, envolvendo o nome de muitas pessoas, e eu tinha que assinar um documento, um depoimento. Aí o doutor Danilo estava lá no gabinete do desembargador Pedro com muitos processos antigos, e eu sei que eram muitas pessoas. Cheguei a ver um nome, que iam sair cento e vinte e três mandados de prisão. Eu tinha que assinar esse documento como eu sabia daquela história toda, e esses camaradas fizeram tanta coisa... Chegaram a falar isso. Ele me chamava de Toninho: Toninho, esses camaradas já fizeram tanta coisa errada, e nunca se provou. Então, agora, mais um, mais outro, é bom que eles pagam pelas coisas que fizeram. E eu ia ter depois que dar um depoimento em vídeo, que eu ia sair como herói. Aí eu falei: Mas eu tenho que fazer imposto de renda, tem a prestação do Diário do Poder Legislativo - 163 meu apartamento, e ainda tem uns dez anos, doze anos para pagar. Foi financiado em quinze anos. Não, isso o Xyko vai pagar. O Xyko vai pagar o apartamento... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Quem disse isso? Quem disse que ele ia... O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - O desembargador Pedro. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Ele falou com o senhor? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - É. Não falava Xyko, falava Xykinho. Xykinho vai pagar. Inclusive Xyko mandou... Eu cheguei a fazer um testamento em vida, um testamento que foi até publicado. Eu fui ler para o doutor Danilo Bahiense e tinha gravação. Eu não sabia, e tinha gravação debaixo da mesa, para tudo quanto é lado lá onde eu estava. Aí depois apareceu em A Tribuna, publicado. Nesse testamento eu falei da minha família, porque nunca mais eu ia ver minha família. Eu tinha que ir embora do país, nunca mais voltar. E entre as coisas que eu escrevi... aí foi lá a doutora Franceline de Aguilar, irmã daquele grande estilista aí, Ivan Aguilar, que era muito ligada ao Xyko, ao Beline. Ela que foi indicada pelo Xyko para ser como se fosse a que ia cuidar do meu testamento, das coisas que eu pedi. Entre as coisas, eu vou vendo sua pessoa aí, eu me lembro que eu pedi: Olha, gostaria que colocassem três coroas de flores nos túmulos do meu pai, do meu sogro e de Edson Machado, que foi presidente desta Assembleia, e que foi uma pessoa... Foi meu padrinho de casamento, mas foi um pai para mim. E eu tenho esse testamento guardado, não é? Tive que fazer, porque estava tudo... Tudo era com pressa. De manhã, meio-dia e de tarde. No sábado, fui orando, pedindo a Deus orientação, e aí eu falei para Deus: Deus, se eu for condenado, igual o desembargador já está me dando sentença aí, o responsável é o Senhor. O Senhor sabe. Pode o povo falar tudo, A Gazeta, A Tribuna, televisão, mas o que importa para mim é o que o Senhor pensa de mim. Foi em uma madrugada. O Senhor sabendo que eu sou inocente, me deixar em uma fria dessa? Então eu prefiro ficar aqui, porque o Senhor é que é o responsável. Naquela noite eu tomei a decisão, foi em uma sexta-feira, de não ir embora do país. Aí foi, segundo a minha esposa depois, foi quando eu disse para ela: Desarruma tudo. Ela já estava com tudo encaixotado para, no sábado, a gente ir embora, eu, ela e meus dois filhos. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Vocês iam para onde? Já estava 164 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 decidido o local? TEIXEIRA - Dentro do carro comigo presente. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - A princípio para Brasília, em um avião da Polícia Federal. Depois, eles iam me levar para a Itália. Segundo o Mariano, assessor do presidente... do desembargador Pedro, o nosso nome, passaporte, já estava tudo feito lá em Brasília. Estava tudo feito. Nunca vi, nunca vi esses documentos. Eu gostaria de saber quem foi... Por que é que... Esse empresário era meu amigo, era pastor da igreja que eu frequentava. Depois ele foi até preso, por causa da Schincariol, aqueles problemas aí que teve, ele esteve preso. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor ouviu algumas? O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Esse pastor é quem? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Conhecido popularmente como Xyko Pneus. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor disse que o delegado Danilo ligava para o Xyko e para o Beline. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Ah ligou. Inclusive na noite, depois que a Rosilene deu o depoimento, porque eu consegui, eu ligava às 9h lá do quartel e falei: Rosilene, acho que eles vão me matar essa noite. Aí ela ligou para o doutor Gualtemar três horas da manhã e o doutor Gualtemar essa hora... Tomou providência o doutor Gualtemar, mas estava tudo armado. Puseram corda no... Até pedi para por uns preguinhos onde eu estava dormindo, na cela, mandaram um cidadão levar uma corda. Depois fui saber que esse cidadão dormia onde eu estava. Tinha matado a mulher e duas filhas. Já tinha cumprido trinta e tantos anos de pena e continuou no quartel. Não tinha para aonde ir mais, como acostumou, era meu companheiro, esse homem de boa periculosidade. Tinha matado a esposa e acho que duas filhas, salvo engano, condenado a uma pena altíssima, já tinha cumprido trinta e tantos anos e dormia lá no quartel. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Essas ligações, o senhor presenciou alguma? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Pôs uma corda para eu poder... Pôs corda de náilon para eu poder... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Essas ligações feitas pelo delegado Danilo ao Xyko Pneus... O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Ouvi: Não, Xyko, fica tranquilo, ele está aqui comigo e tal. E o Xyko ficou preocupado com o telefonema da Rosilene. Rosilene salvou minha vida porque acho que o esquema era me matar e depois ficava... Eu morto, né... O Leopoldo, queima de arquivo, acabou a coisa, enterrava tudo e tudo ficava bem. O SR. CACAU LORENZONI - (PP) Doutor Leopoldo, sua esposa, senhora Rosilene, assistimos ao áudio há poucos instantes. Qual era a conversa que a senhora falou que contaria tudo à imprensa? O que a senhora sabe sobre isso? O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Pediremos desculpas ao Senhor Deputado Cacau porque não podemos. Temos que ter aprovação da comissão e é a pedido do Deputado Ferraço. Foi pedido só para depor, para prestar esclarecimentos, só o juiz Leopoldo. (Pausa) O Deputado Ferraço sugere que ela possa ser ouvida ou... Vamos consultar o deputado. O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Acho importante porque estamos aqui diante de uma mulher guerreira, que inclusive, segundo o próprio Leopoldo, salvou sua vida pela sua atitude. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Porque temos que formalizar para não ter... Senhor Deputado Guerino? O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) Concordo. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Senhor Deputado Padre Honório? O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - Pela gravidade do depoimento, da gravação, é muito importante ouvi-la. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Vamos pedir à secretaria da comissão para ver se o pessoal do granito já está chegando porque tem uma CPI 11h, um depoimento. Traz a relação de quem está aí porque acho que não vai ser possível. Vai ter que adiar. A senhora então tem a palavra para falar sobre a pergunta do Senhor Deputado Cacau Lorenzoni. Se desejar. A gente não pode constranger a senhora a falar se não desejar. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 A SR.ª ROSILENE PEREIRA EMERICK TEIXEIRA - Bom-dia a todos. Foi até bom eu não ter visto o áudio porque isso, para mim, traz lembranças terríveis. Mas desde que o Leopoldo foi preso, pensava que fosse ficar talvez um final de semana. Sabia que ele seria preso. Já tinha falado antes mesmo de ele ser preso. Falei: Você vai ser preso porque o Tribunal não vai ser capaz de tirar você dessa situação. Então se prepara porque você vai ser preso. Mas a gente achava que fosse um final de semana, uma coisa só para registrar e tudo. Mas aí foram quase oito meses. Oito meses de... Oito ou quase oito meses né? Oito meses indo ao quartel de manhã, de tarde e de noite, toda quarta-feira, todo sábado e todo domingo. Nossa vida passou a ser quartel. Deixamos de viver nossa vida para viver em torno de quartel. Correr atrás de recursos aonde nós não tínhamos. E quando Leopoldo me chamou no quartel, no domingo, para dizer que tinham conversado com ele sobre ele assinar uns documentos, para que ele denunciasse pessoas, eu disse para ele: Você não tem certeza de nada disso, como que você vai acusar pessoas que você não sabe se é verdade ou não? Então, ele relatou para mim toda conversa que tinha tido porque o pegaram num domingo de madrugada, delegado Danilo Bahiense e outras pessoas, e o levaram para o Tribunal de madrugada, e lá eles disseram... com a presença do pastor Brito, Xyko Pneus também e mais dois juízes. E lá falaram para ele da proposta que estavam oferecendo que seria ele assinar um documento entregando pessoas, essas cento e tantas pessoas no Estado que seriam presas. Ele denunciar outras e sairia como um herói e nós iriamos embora do país. E na segunda-feira eles me mandaram ir ao quartel para que Leopoldo me contasse isso e me preparasse para essas notícias. E na segunda-feira, era um feriado, a Justiça não estava trabalhando, o Tribunal estava fechado e me mandaram ir e meus filhos lá no Tribunal de Justiça porque o desembargador Pedro queria conversar com a gente. E quando chegamos lá estava o desembargador Pedro sentado, já aguardando, o pastor Brito, Xyko Pneus, o juiz Valeriano e Daniel, acho que é juiz Daniel, sobrinho de Danilo Bahiense. E ali desembargador Pedro, eu estava conversando naquele momento até então achava que estivesse conversando com o desembargador, estava o respeitando como autoridade, porque eu trabalho no Judiciário. E a primeira coisa, ele já foi dizendo: O Tribunal de Justiça, o Governo do Estado, o Ministério Público, o pai da vítima, - ele citou o nome do juiz Carlos Eduardo, o secretário de Segurança na época, Rodney Miranda; todo mundo sabe que seu marido é inocente, nas ninguém pode fazer nada por ele. Essa foi a pior coisa. E seu marido vai ser condenado a trinta anos de prisão, vai perder os seus vencimentos, não vai ter direito a nada, você não vai poder sair na rua, seus filhos não vão ter segurança. Então, já foi aquela... me jogou na parede. Ou o seu marido... seu Diário do Poder Legislativo - 165 marido só tem uma saída; assinar aquilo que nós pedimos para ele ou ir embora do país e ele fica livre. Essa foi a decisão que ele deu. O meu filho disse: Mãe, pelo amor de Deus, pede ao papai para assinar qualquer coisa. Vamos sumir desse lugar. E ali foi... depois Leopoldo chegou, Danilo, o delegado trouxe, Leopoldo chegou do quartel, foram buscá-lo, então começamos uma reunião e aí foi começar a discutir quem pagaria o apartamento, quem pagaria prestação de carro: Não; você deixa tudo com a gente, faz uma relação do que vocês estão devendo, tudo e vai ficar tudo certo. E aí começamos então a preparação para uma mudança de um país que nunca mais a gente voltaria e não podíamos falar isso com ninguém. Ninguém podia saber quem foi juiz Robson Albanês, juiz Robson Albanês e uma outra juíza, não me lembro mais o nome dela. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Eles que falaram isso para a senhora? O desembargador Pedro Feu Rosa falou sobre isso com a senhora, também? A SR.ª ROSILENE PEREIRA EMERICK TEIXEIRA - Sim. Então, a reunião ali era para isso, para nos preparar para a saída do país e que Leopoldo assinaria um... esse documento, que ele sabe como foi explicado, mas a nossa missão seria preparar para a saída do país. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Esse documento era o quê? A senhora chegou a tomar conhecimento do que continha nesse documento que ele tinha que assinar? A SR.ª ROSILENE PEREIRA EMERICK TEIXEIRA - Seria...Leopoldo me contou. Segundo eles, acho que tinham mais cento e trinta inquéritos parados de pessoas envolvidas em muitas coisas que eles iriam denunciar todo mundo, iriam fazer uma limpeza no... iam prender mais de cento e trinta pessoas numa segunda-feira de madrugada, alguma coisa assim. E eles queriam também que Leopoldo dissesse que foi coronel Ferreira, coronel Ferreira que tinha matado o juiz e que Leopoldo sabia disso. Eu falei: como que você vai dizer, escrever uma coisa que você não tem certeza? Você não sabe disso, como é que você vai... falar isso? Mas eles queriam a todo custo que ele fizesse essas denúncias e nós começamos essa preparação para viajar. E Leopoldo não podia ter contato com advogado, na época era doutor Gualtemar. Nós não podíamos contar nada, então, era tudo entre ele, tira o advogado, são só vocês aqui, Xyko vai resolver, e pronto. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Doutor Gualtemar ficou sabendo de todos esses assuntos? 166 - Diário do Poder Legislativo A SR.ª ROSILENE PEREIRA EMERICK TEIXEIRA - A princípio não, porque não podíamos ter contato com ele. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Vocês estavam preparados financeiramente para viajar, isto é, vocês estavam com dinheiro para viajar? A SR.ª ROSILENE PEREIRA EMERICK TEIXEIRA - Não. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - E como é que vocês iam viajar sem dinheiro? A SR.ª ROSILENE PEREIRA EMERICK TEIXEIRA - Eu fui ao banco, ao Banestes, e peguei lá um empréstimo de quarenta mil para pagar alguma coisa e ficaram de nos ajudar. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Mas quem ajudar? A SR.ª ROSILENE PEREIRA EMERICK TEIXEIRA - O Xyko Pneu, que na época...cento e cinquenta, né? Trezentos e cinquenta. Ficou de nos arrumar, pagar apartamento, pagar prestação do carro e dar trezentos e cinquenta mil, mas nunca resolveu nada disso. E na época ele estava como senador. E o desembargador Pedro tinha numa ligação bem grande com ele. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Qual senador? A SR.ª ROSILENE PEREIRA EMERICK TEIXEIRA - Com o Xyko, né? O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Ele era suplemente de senador. A SR.ª ROSILENE PEREIRA EMERICK TEIXEIRA - É. Na época sim. E eles tinham uma ligação bem grande. Um contato bem grande. E a gente tinha um contato, também, pela igreja, né? Então, a gente sempre estava juntos, sempre ouvindo conversas e sempre participando de reuniões. E...eu sei que Leopoldo foi ficando no quartel e lá no... ele ficava mais preso dentro do Tribunal de Justiça do que no quartel, e no Tribunal de Justiça virou uma delegacia porque a gente chegava lá, era aquele monte de escrivão trabalhando, era polícia, era fazendo o...trabalhando, acho, que nesses inquéritos que estavam... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Qual local do Tribunal de Justiça? A SR.ª ROSILENE PEREIRA EMERICK Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 TEIXEIRA - Lá no gabinete do desembargador Pedro. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Mas era no gabinete dele ou na presidência? A SR.ª ROSILENE PEREIRA EMERICK TEIXEIRA - Na presidência, né? No gabinete. Não sei. No gabinete. Virou aquele movimento. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O doutor Leopoldo ficava lá durante o dia ou ficava à noite também, nesse período ? A SR.ª ROSILENE PEREIRA EMERICK TEIXEIRA - Ao dia ele ficava lá e...até... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - E à noite? A SR.ª ROSILENE PEREIRA EMERICK TEIXEIRA - Ficava o dia inteiro até as 8 h da noite, até as 11h da noite, meia-noite, uma hora da manhã. Às vezes a gente saía de lá uma hora da manhã e ele estava lá. Às vezes ele chegava a dizer: Os presos lá no quartel, os presos lá nos presídios estão tendo muito mais direitos do que eu, porque lá, pelo menos, eles podem sentar e descansar. Eu estou aqui, não posso andar, não posso fazer nada, eu estou sendo vigiado, não posso nem encostar a cabeça, nem dormir. E toda hora é uma pressão na minha cabeça, chegava o Carlos Eduardo, o juiz Carlos Eduardo, depois outra procuradora, doutora Catarina, e todo mundo falando. O pai da vítima lá também. Então, era muita pressão. Na minha família, nós estávamos nos preparando para a viagem. Inclusive, até o delegado Bahiense foi lá em casa, levar o Leopoldo um dia e viu todas as caixas lá prontas para poder viajar. A Polícia Federal nos buscaria em um helicóptero e nos levaria para Brasília e de Brasília ficaríamos lá uns dias e depois iríamos em um avião embora. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - A senhora chegou a ter visita da Polícia Federal? A SR.ª ROSILENE PERREIRA EMERICK TEIXEIRA - Não. Da Polícia Federal, não. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Vou pedir ao doutor Leopoldo agora para fazer um esclarecimento aqui. Registro a presença da Deputada Raquel Lessa. Se quiser tomar assento à Mesa, será uma honra muito grande para todos nós. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 A comissão oficiou a vários órgãos do Estado para indicar um membro para acompanhar aqui. Apenas o Ministério Público indicou o doutor, promotor de Justiça Lidson Fausto da Silva. Ele está presente? Se estiver presente, faça parte da Mesa. Também o doutor Homero Mafra indicou o Gustavo Passos Corteletti, advogado. A Amunes indicou o Darly Dettmann, prefeito de Itaguaçu. Os demais órgãos como o Tribunal de Justiça; a chefia da Polícia Civil; o comandante-geral da Polícia Militar; o superintendente regional da Polícia Federal e também o procurador-geral do Ministério Público de Contas não se dignaram nem a responder o ofício, nem a mandar representante. E nós tomamos essa atitude, exatamente, para a CPI ter transparência e para dar até oportunidade de eles fazerem perguntas, que a comissão assumiria as perguntas para ficar legalizado diante da legislação. Essa declaração que o desembargador queria que o senhor assinasse, o senhor chegou a ler essa declaração? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não. Eu estava tão assim psicologicamente, presidente, abatido com a pressão. Primeiro a minha família. Não tinha condição de pensar. Peço perdão se eu pequei em ter falado isso. Cheguei para ele um dia, ele olhou, quando chegou de Brasília com o Xyko, ele olhou e falou assim, ele também não leu não, quem fazia tudo era o assessor Mariano com o doutor Danilo Bahiense. Ele falou: Ó, o Chiquinho falou que seu depoimento está muito fraco, o que está escrito aqui está muito fraco. Eu falei: Vocês podem escrever tudo o que vocês quiserem aí. A minha família sob ameaça! Escrevem tudo o que vocês quiserem, só quero ter o trabalho de assinar. Apesar de eu ser fã do Papa João Paulo II, mas naquele período, coincidentemente, ele tinha falecido. Eu estava tão transtornado que eu falei: Se vocês quiserem escrever aí até que fui eu que envenenei, pode escrever, que eu assino. Só que depois, orando, no meio daquelas metralhadoras lá no quarto falei: Sabe de uma coisa, eu vou ver até aonde Deus vai com isso, porque Deus é que é o meu guia, Deus sabe de todas as coisas e Deus é superior a todas as coisas. Falei: Deus, vou ficar quietinho no meu canto; o Senhor cuida de mim, deixe-os fazer o que quiserem de mim. Falei: Rosilene, desmancha as coisas e cuida dos nossos filhos. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Você não chegou a ler e nem a saber o que seria colocado ali? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não, não li nada. Inclusive, teve umas coisas que eles fizeram que foi colocado na Tribuna, que eu nem quis ler - foram oito páginas na Tribuna. Diário do Poder Legislativo - 167 Depois teve um ofício. Eu recebi um ofício. O desembargador Pedro fez esse ofício, eu entreguei para o meu advogado, doutor Fabrício, no Tribunal, dizendo o seguinte: Senhor presidente, vazaram algumas coisas aqui, que não foram assinadas, na Tribuna. Não foi de nossa parte. Os inquéritos já foram passados para o desembargador Sérgio Gama. Eu quero crer que também não foi o desembargador Sérgio Gama que tenha feito isso, mas pode ser alguém que entrou aqui dentro desse tribunal e roubou essa papelada e passou para a Tribuna. Peço que tome providência. Só que até hoje ninguém tomou providência e nem vai tomar. Mas existe esse ofício. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor tem cópia dele? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - O meu advogado, acho que tem cópia desse ofício. Mas foi feito para o presidente na época, o desembargador Adalto. E um esclarecimento, senhor presidente: na época, o presidente, o desembargador Pedro era presidente da Amages. Ele me ligou na segunda-feira quando a notícia estourou; que falou meu nome. Na verdade não falou meu nome; falou que integrantes do Poder Judiciário estavam envolvidos - no plural. Quando eu exigi, o secretário foi à televisão e falou no singular. Mas, no YouTube, acha-se aquele grande antropólogo que escreveu o livro Espírito Santo. Ele deu uma entrevista no Jô Soares sobre assuntos diversos. Entre os assuntos, está nitidamente ali, quando ele diz que tem dois amigos aqui no Espírito Santo, que é o ex-secretário de Segurança e o doutor Carlos Eduardo. Que ele foi chamado para ajudar a escrever o livro, porque integrantes, membros do Poder Judiciário, estavam envolvidos na morte do juiz. É só abrir o YouTube com o nome desse antropólogo. Ele fala para o Jô Soares no plural. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Doutor Leopoldo, a nossa CPI é especificamente sobre sonegação, mas nenhuma autoridade pode deixar de ouvir e de colher depoimentos sobre qualquer assunto a respeito de qualquer coisa. Então, baseados no que o senhor está falando, nós vamos ampliar a apuração, porque mesmo que seja com uma finalidade, já que o senhor se dispôs a estar presente aqui, a gente queria saber algumas informações a mais. A que o senhor atribui essas ações contra a sua pessoa? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Eu custei para obter essa resposta, mas eu era ligado à Adhonep, da qual Xyko e o doutor Beline faziam parte. Eu frequentava aqui a Igreja Batista, apesar da minha origem presbiteriana, e eles eram inclusive pastores; os dois eram pastores. Às 168 - Diário do Poder Legislativo vezes eles estavam no Acre, mas, na sexta-feira, pegavam um jatinho e vinham aqui ao culto, que era o culto que eles lideravam. Hoje estou falando aqui, porque não estou preocupado com mais nada não. Quero é que a verdade apareça, mas, já que o senhor está falando de sonegação, na época tinha um esquema aqui - isso foi estourado depois desse depoimento do Fantástico. O Fantástico foi lá me entrevistar para que eu falasse mal do Tribunal de Justiça. Como eu não falei mal, eles soltaram a notícia da sonegação da Schincariol, quando foram setenta e duas pessoas presas. E o Xyko tinha um cartãozinho de senador, e ele saía para todos os estados aí. Que ele me perdoe, tenho muita admiração por ele, mas ele nunca teve admiração pela minha vida não. Ele saía vendendo as liminares aí para não pagar o imposto da cerveja, da Ambev. Eu só sabia dessas histórias, mas nunca participei de esquema nenhum. Não sei quem deu liminar. Sei que ele saía nos estados... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - No meio jurídico aí... O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - No meio jurídico, vendendo liminar de sonegação. O negócio era muito bom para eles. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - A gente tem conhecimento aí nos meios políticos e jurídicos do Estado que existia uma quadrilha aqui - eu estou dizendo da forma que todo mundo diz na rua -, uma quadrilha que era composta por Xyko Pneu, Beline, com relação a todas as ações de sonegação que eles entravam e ganhavam todas, e que o Senhor estava envolvido junto com eles. O Senhor era um dos fornecedores de decisões favoráveis. O Senhor também foi visto aqui, sempre, nessas conversas, como um dos participantes dessa quadrilha que acabou ficando rica no Estado de uma hora para outra. Aquelas famosas ações que entravam e com meia hora conseguia... O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Desculpe o meu sorriso aqui. Hoje eu estou podendo sorrir, sabe. Estou na mão de Deus e estou feliz por poder desabafar, talvez, dez anos guardando essas coisas. Claro, não sei o que pode acontecer com a minha vida daqui a pouco, né, ao sair desta Assembleia, mas Deus é maior. Primeiro que eu sempre trabalhei na Vara de Execuções Penais. Inclusive, Senhor Presidente, com todo respeito, chegaram ao cúmulo de pegar um preso em Barra de São Francisco, bandidão, esse depoimento está no processo. Esse preso chegou, é claro que eles não lhe procuraram, graças a Deus, a dizer que eu e V. Ex.ª tínhamos esquema com esse negócio de soltar preso. Vê se o Senhor vai se dar... E sempre tive respeito por V. Ex.ª, uma amizade Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 equidistante, como conselheiro que sempre respeitei, como deputado, nunca tivemos essas intimidades, mas um preso escreveu e eles estavam valorizando isso. Agora, respeitaram o Senhor e jogaram em cima de mim. Isso está registrado. Posso pesquisar e colocar esse depoimento na sua mão. É a primeira vez que eu falo isso aqui, de público, lá no presídio de Barra de São Francisco, tudo a fim de prejudicar. E trabalhei na Vara de Órfãos e Sucessões, aqui em Vitória. Nunca trabalhei em área tributária. Agora, o meu com eles era um vínculo mesmo, vínculo de afeto, de acreditar neles, na pregação deles, porque eles subiam no púlpito e pregavam a Bíblia mesmo, investiam no evangelho. Eu, sempre, minha vida toda foi igreja, né. Depois, me perdoe a minha confissão, depois eu acabei me desiludindo um pouco com isso. Eu sempre acreditei que igreja é lugar de adoração a Deus, e hoje algumas viraram um tanto empresarial. Mas na época eu via essas coisas lá, mas participar... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Então o Senhor nega que participava dessa quadrilha aqui. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Ah, não participava. Agora, conviver com eles eu convivia. Os meus filhos estudaram com os filhos do Beline. Convivia. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Qual era o grau de relacionamento seu com o Desembargador Feu Rosa, em termos pessoais? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Olha, antes desse fato, sempre tivemos uma amizade muito grande. Eu chamava ele de Pedrinho e ele me chamava Toninho. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Isso dentro do Tribunal ou fora? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Fora do Tribunal. Lá dentro do Tribunal com respeito. Ele foi candidato a presidente da Amages e eu estive do lado dele. Na época foi até uma campanha pesada porque eles jogaram pesado, falando que a Amages ia ficar na mão do crime organizado. Eu fiquei do lado dele, participava das reuniões. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Como que está essa amizade hoje? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - No dia que ele me chamou para ir ao Tribunal, quando começou, ele falou: Vem aqui para o Tribunal! Eu fui sozinho. Tinha ido segunda-feira para o trabalho e fui lá para a Amages. Cheguei ali, Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 encontrei um amigo e ele já subiu para a sala da presidência e já voltou como se fosse um inimigo, já voltou como relator do meu processo e investigador. Não fizeram sorteio, não fizeram nada. Acho que ele foi indicado por aclamação para ser o... A partir dali... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - A gente está entendendo toda sua necessidade de contar a história toda, mas a gente vai pedir para ser mais breve por causa do tempo, e com certeza a gente vai depois depender da sua presença, a volta aqui para a gente fazer um depoimento só com o tempo exclusivo. Só queria saber em relação a essa pergunta: hoje, como está a sua relação com o Desembargador? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Olha, depois desse fato eu nunca mais o vi, mas eu continuo respeitando ele. Graças a Deus, no meu coração não tem mágoa nenhuma, não tenho... Às vezes fico perguntando assim, a vontade é de ter raiva, né? Mas estou vacinado, vacinado contra mágoa. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor participou da formação daquele sistema de informática que ele fez, que ele montou? O senhor ajudou ali, o senhor é bom também em informática? Diário do Poder Legislativo - 169 O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não, eu fui junto com o Xyko Pneus. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Mas o senhor foi lá por iniciativa própria no Governo do Rio ou o senhor foi lá por sugestão de alguém? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não, eu fui lá a convite do... Me parece que foi o Xyko que me convidou, porque foi o Daniel, foi um grupo que tava... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O Xyko tinha alguma coisa a ver com a criação desse sistema de informática? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Ah, sim. Os filhos do Xyko e do Belini eram sócios da empresa. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Sócios do desembargador? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não sei se do desembargador. O desembargador, ele criou o programa. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Ele criou um programa e vendeu para esta empresa? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Isso, sim. Fui eu que dei a ideia, porque eu queria criar aqui no Estado, os presos estavam sofrendo muito. Para o advogado, às vezes, chegar lá, tomar dinheiro de preso, para vender ilusão. Aí a mãe vendia televisão, vendia geladeira, sofria. Falei, vamos criar o contracheque penal do preso. Eu que dei essa ideia, contracheque penal. Fizemos uma reunião de trabalho num dia, com desembargador Pedro, que era vice-presidente do desembargador Geraldo Correia da Silva, e ele colheu todos os dados, só que ele não fez nada do que a gente pediu. Ele criou um programa que é excelente. Esse programa, se o Brasil usar, é fantástico. E eu cheguei a ir ao Rio de Janeiro. Eu tenho certa amizade com o Governador Garotinho, apesar de não ser muito íntimo, porque ele é presbiteriano, e a minha origem é presbiteriana. Então, a gente tinha... Ele era da Adhonep também. E eu fui, me convidaram, eu fui lá pra falar bem do sistema. Eu cheguei a ir ao Paraná também, onde estivemos lá com a vice-governadora, não me lembro o nome dela, que também era da Adhonep. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - A empresa que trabalhava no sentido da venda. Aí eu saí fora. Por quê? Eu estava junto com o Xyko, dormindo lá no Paraná, no hotel, no mesmo quarto. Eu estou ali por ideal, para ajudar preso. Gente, isso aqui é coisa boa. Pensei que o negócio era barato. Quando ele falou comigo que no Rio de Janeiro era dezenove milhões, trinta e cinco milhões, acho, e lá no Paraná dezenove milhões, e o doutor Leopoldo, não, isso aqui vai todo mundo vai se dar bem nisso aqui. Aí eu saí fora. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor foi lá por iniciativa própria ou a pedido de alguém? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não. Teve uma reunião na Secretaria de Segurança, o secretário de Segurança depois era O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Quem disse que todo mundo ia se dar bem? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - O Xyko Pneus falou. Nós estávamos dormindo no mesmo quarto, no hotel, em Curitiba. Eu estava ali por ideal e o programa, está aqui meu testemunho, é fantástico. Se puder por no... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Nesse caso do Rio de Janeiro, o Governador comprou o sistema? 170 - Diário do Poder Legislativo um coronel, virou até deputado federal e o secretario de Justiça era um desembargador aposentado, não me lembro o nome. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Mas o sistema foi comprado pelo Governo? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não chegou a ser comprado não, porque depois já surgiu, saí fora, surgiu um monte de problema. Acho que o Tribunal de Contas entrou no meio e tal e... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - E o senhor intermediou essa operação, então? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não, a operação não intermediei não. A minha missão era só dizer que o programa era bom juridicamente. Dar as informações porque eu ligado à lei de execuções penais e todas as perguntas que fizessem, com relação à sistema penitenciário, eu era um consultor. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Sei, mas quem iniciou a conversa com o Governo do Rio foi o senhor, por sugestão do Xyko Pneus? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não, não, não. A conversa lá com o Governo já foi aí o Xyko, a empresa aí, Libertec que chama. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Mas você que abriu o primeiro contato lá, porque você disse que era amigo do Garotinho, que... Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 funcionando? O senhor tem conhecimento de que ele continua funcionado? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Olha, se continua funcionando, eu não sei informar. Eu sei que na época, depois do depoimento que surgiu no Fantástico... Eu vi pela imprensa que mais de setenta pessoas foram presas. Inclusive, eles foram presos aqui, e o único conhecimento que eu tenho foi esse. Agora, se eles continuam fazendo, eu não sei. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Mas na época que ele foi preso o senhor... O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Eu me desliguei também deles. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Pois é, mas o senhor ficou sabendo que ele foi preso como advogado por quê? Porque ele estava advogando só ou porque ele participou? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Quando ele foi preso, eu estava preso também. Inclusive, prepararam lá no quartel, porque ele ia ficar lá junto. Mas aí alguém aconselhou: Não, não deixa junto não. Aí mandaram ele para o Bombeiros. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Ele chegou a comentar quais eram os juízes que davam liminar? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não, isso aí eu não fiquei sabendo. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Mas você tomou conhecimento... O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não, eu sempre fui assim ligado com ele, mas não fiz nenhuma conversa com ele a respeito de programa de venda. Pelo contrário, eu fui, quando ele chegou ao presídio, ele chegou a inaugurar, fazer uma amostragem em um dos presídios. Aí nós nos abraçamos, tal. Ele, inclusive, quando aconteceu isso comigo, mandou solidariedade pra mim, tal. Mas as negociações foram feitas direto com a Secretaria de Segurança. Não foi nem com o Governador. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Eu nunca li a liminar. Eu só sei que o Francisco, o Xyko, é que saía... Estava sempre em um estado; Goiás, Acre... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Com relação à sonegação de imposto. O senhor declarou aí que o senhor tem conhecimento dessa montagem que tinha aqui de Schincariol e várias empresas que sonegavam imposto, ou tinham crédito no estado de ICMS que era resolvido por esse grupo de advogados aí, o Beline mais a equipe dele. O que é que o senhor tem para nos informar, para direcionar, para que a gente possa tentar levantar se esse sistema ainda continua O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não, todos os estados da federação. Era um negócio... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Mas ele fazia essas ações era só aqui no Espírito Santo ou em outros estados também? Você tinha conhecimento? O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Elas eram na verdade o quê? Ele conseguia liminar para o pessoal não pagar os impostos? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 TEIXEIRA - Não, eu acho que era ligado... Eu não sou muito... Não sou tributarista, não. Mas é ligado a essa questão de substituição tributária, isenção de tributos. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor ficou preso nesse caso aí com mais quem? Nessas acusações de que o senhor estaria envolvido na morte do juiz Alexandre? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Eu fui preso, e me parece que prenderam um policial civil e o coronel. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Sabe o nome do policial civil? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - É... Eu conheço ele por Calú. Ele foi meu aluno na faculdade de Direito por dois anos, e depois eu era professor da Escola da Magistratura e ele foi também aluno na Escola da Magistratura. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor é amigo dele? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Amigo assim, de aluno. De aluno. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Frequentava a casa dele? Ele frequentava a sua? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não, a minha casa não. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor já frequentou a dele? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não, nunca fui na casa dele. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - E o coronel Ferreira, o senhor era amigo dele? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Olha, amigo não, mas ele sempre me respeitou. Ele sempre me respeitou. Ele tem o hábito de chamar autoridades de chefe. Qualquer autoridade para ele é chefe. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Mas o senhor frequentou a casa dele ou ele frequentou a sua? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não, eu nunca fui na casa dele. Agora, ele já foi... Na minha vara lá ele foi várias vezes. Ele era do departamento de promoção social, aonde Diário do Poder Legislativo - 171 atendia as famílias na área social, quem era embriagado, quem tinha problema de depressão. Puseram ele nesse departamento e ele ia lá... Chegou a ir lá umas três vezes pedir para... Como estava o andamento, pedir para agilizar. Agilizar, porque a vara era uma loucura. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor foi juiz da Vara de Execuções Penais por quanto tempo? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Era o estado todo na minha... Era um juiz só para o estado todo. Sete anos e pouco. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O juiz Alexandre não era também juiz da Execuções Penais? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - No final, o doutor Alexandre... Eu tinha profundo respeito por ele, pela competência dele. Quando ele fez concurso para juiz, eles mandavam a relação de todos os juízes para... A relação dos concursandos para os juízes, para darem informação boa ou má. Ele só teve uma informação, que não foi má, foi boa. Quem deu a informação fui eu. E era confidencial. Imagine se eu tivesse falado mal. Um dia ele me abraçou e disse o seguinte, que tinha ido apanhar os outros documentos dele e se deparou com essa carta minha falando bem dele. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Vocês trabalharam quanto tempo juntos na Vara de Execuções Penais? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Olha, eu precisava na verdade ali mais de funcionários, porque lá eu trabalhava... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Não, quanto tempo vocês trabalharam juntos como juízes na Execuções Penais? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Ah, foi mais ou menos... Quase um ano. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Vocês tiveram algum atrito nesse período? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Mas ele não trabalhava só lá na vara. Ele trabalhou, inclusive, na missão especial, aqui no Espírito Santo... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Eu sei. Como juiz da Execuções Penais, também que ele passou a ser, vocês tiveram 172 - Diário do Poder Legislativo algum atrito nesse período? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Nenhum atrito. Pelo contrário, eu... Às vezes chegava a imprensa e eu pedia a ele. Falei: Olha, eu não aguento mais sair na imprensa, isso não é bom para mim. Qualquer notícia que eu falasse saía na imprensa. Aí falei: Agora você vai ser o porta-voz aqui da Vara. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - A que o senhor atribui o fato de o senhor ter sido considerado como mandante da morte do juiz Alexandre? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Olha, na época custei a entender isso. É uma pergunta que muita gente faz. Mas apareceu uma senhora na televisão... O tempo é a razão de tudo. Uma senhora na televisão dizendo que viu um... Começou tudo com isso. Viu um cidadão com um Vectra vermelho com emblema do judiciário. Eu nunca tive Vectra vermelho nem Vectra. Careca. Baixinho não foi ela que falou não no depoimento não, foi o próprio desembargador Pedro que falou isso na televisão. Baixinho de terno azul-marinho. Sempre usei terno azul-marinho na Vara. E ela viu de longe entregando um envelope ao matador lá com quinze mil reais. Tudo bem. Só que eu não tinha comparecido ao velório porque tinha ido à Belo Horizonte naquele dia. Saímos daqui no domingo, dormimos em Pancas, e saímos com doze pastores e a esposa de um. Fui na van. Eu ia até de avião, mas falei: Vou na van, Rosilene, para servir guaraná aos pastores. Fomos a um encontro na igreja do pastor Jorge Linhares, com Silas Malafaia, encontro de líderes e pastores. Tinham dois mil oitocentos e trinta líderes lá em Belo Horizonte. Quando eu estava pra lá de Valadares, saímos de Pancas 5h30min, tomamos café em Mantenópolis, e quando estava perto de Valadares meu filho ligou que tinha acontecido uma tragédia aqui. E essa mulher... Fui querer descobrir quem era essa mulher. É uma traficante de drogas e o advogado fez um acordo com um membro do Ministério Público que se ela prestasse qualquer esclarecimento que pudesse falar desse fato eles soltariam ela. E ela acabou sendo solta. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Você tem o nome desse membro do Ministério Público? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Tenho sim. Encontrei com o advogado, ele ficou meio assim... Depois que fui solto encontrei com ele e ele tinha sido meu aluno. Doutor Marcos Antônio, um advogado de júri. E ele falou que conversou com o promotor chamado doutor Gerson, que também foi aluno lá em Colatina. Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Gerson ou Jeferson? O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - Gerson. LEOPOLDO O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Sabe o sobrenome dele não? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não sei não, mas ele é muito conhecido; era conhecido na época, na faculdade, por ele trabalhar na Xerox do Brasil, como Xerox. É uma pessoa muito boa e tal, mas esse advogado me falou que fez um acordo com esse promotor para falar mal né... Não sei se era só de mim, com essa mulher. Sei que ela foi solta. O desembargador... A princípio a televisão falou que essa mulher era verdadeira, que essa mulher era verdadeira e depois no relatório o desembargador já fala que ela é mentirosa. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Leopoldo, nós vamos ver se os deputados... O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - São fatos que não foram para o processo e estou falando hoje mesmo que... Só pediria, Senhor Presidente, se eu sentir qualquer ameaça lá fora depois, vou ligar aqui para a Presidência. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Pode comunicar à CPI. Aliás, ameaça não está sendo novidade. Todo mundo está sendo ameaçado. Mas nós nascemos para morrer... Deus é que sabe. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Ando de cabeça erguida. Não tem arma, não tem nada. Ando porque tenho certeza... Deus sabe que eu não... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Deus é que sabe da hora de morrer. Quem tem fé não tem medo de ir para o céu não. O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - Amém. LEOPOLDO O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Deputado Guerino, tem alguma pergunta? O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) Bom-dia, doutor Leopoldo e sua esposa. O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - Bom-dia. LEOPOLDO Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) - O senhor colocou muitos fatos relevantes que envolvem autoridades, envolvem empresários, cidadãos. Mas bem prático, assim, o envolvimento do nome do senhor por essas pessoas foi basicamente para quê? Porque temos o relatório para fazer então as coisas precisam ser bem práticas. Por que o senhor está envolvido nisso? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Olha, eu não sei... Essa pergunta, eu não tenho uma resposta correta, mas tenho uma suposição. Na época, dez anos atrás, foi um calaboca. Um dia o desembargador Pedro me fez uma pergunta que estranhei: Leopoldo, você se converteu ao comunismo? Nunca me preocupei com esse negócio de comunismo, disse: Doutor, nunca me preocupei com esse negócio de comunismo, se é bom, se é ruim, me preocupei em servir ao meu Estado. Como vim aqui muitas vezes ajudar. O maior seminário sobre Execução Penal do mundo foi feito no Espírito Santo, aqui dentro desta Assembleia, mil e oitocentas e oito pessoas. O maior até hoje deu duzentas e oitenta pessoas. E não foi só conversa não; o seminário gerou a Central de Penas Alternativas... O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) Doutor Leopoldo, sejamos bem práticos. O que Beline, Xyko Pneus, Feu Rosa, nomes citados aqui pelo Senhor, entre outros, queriam com o Senhor desde o início? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Olha, soube, por ouvir dizer, aí tenho que falar, por ouvir dizer, que a minha prisão nasceu dentro da casa do Beline. O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) Para quê? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não sei. Eu quero crer: Nós precisamos calar a boca do Leopoldo! O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) Mas, por quê? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Porque o Leopoldo sabia demais, e o negócio deles... já estavam comprando avião. O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) - E a função do Senhor como juiz não era denunciar o que o Senhor sabia de ilegal? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não sabia nada de ilegal, só ouvia e Diário do Poder Legislativo - 173 lá na igreja, entendeu... ouvia na igreja e me frequentava e convidava... os filhos eram amigos de meus filhos, estudaram juntos; Ah! Vamos jantar dia 31... O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) Bem prático também para o nosso relatório. O Senhor foi retirado da prisão em algum momento para se encontrar com o presidente do Tribunal Pedro Feu Rosa em seu gabinete, na presidência, no prédio do Tribunal? Sim ou não? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Isso várias vezes. Uma vez, inclusive, foi às três horas da madrugada, para encontrar com ele, o Xyko... O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) Para algum depoimento convocado legalmente ou não? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não; para me forçar a aceitar o esquema de ir embora do país. Estava o pastor Brito - três horas da madrugada, estava dormindo. O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) Para mim já serve o que o Senhor falou, me desculpe. Termina então, conclua, por favor. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Fui levado às três horas da madrugada no Tribunal, madrugada, tudo em silêncio. Estava lá o pastor Brito, o Xyko, o desembargador Pedro e dois juízes, que é o Daniel, que tinha sido assessor do desembargador Pedro... O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) Às três da manhã? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Três da manhã. E o Doutor Valeriano que tinha sido assessor do Tribunal, e eram os dois todos batistas, ligados à igreja... O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) - O Senhor tem conhecimento que o saudoso juiz Doutor Alexandre Martins Filho foi expulso do gabinete do presidente Feu Rosa? O Senhor tem conhecimento desse fato e sabe o porquê? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Tenho conhecimento, porque no meu prédio mora um oficial de justiça chamado Ralph, ele é irmão de uma juíza. Ele, um rapaz muito sério, é oficial de justiça em Vila Velha, e ele me contou esse fato na sauna do prédio; que o Alexandre estava investigando o desembargador 174 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 Pedro, foi lá fazer uma média com o pai. A reação foi contrária; o pai ao invés de agradecer, agarrou na camisa dele e o jogou para fora do gabinete. Mexeu no filho, quer dizer, mexeu no... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - A sua ida às três horas da manhã, você entrou pela porta da frente ou pela porta dos fundos, lá da garagem? O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - Pela garagem. LEOPOLDO O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - E o Senhor foi em qual carro? No seu? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Foi em carro descaracterizado, o motorista era o Doutor Danilo Bahiense. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Doutor Danilo estava dirigindo. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Estava dirigindo. Inclusive cheguei lá e falei assim: Xyko..., a gente era da igreja, ele era um dos pastores da igreja. Falei assim: Você avaliza o que o desembargador Pedro está querendo? Ele falou assim: Avalizo. Deixa conversar com ele. Conversaram lá uma meia hora e voltou e disse: Avalizo. Eu já não estava mais acreditando no desembargador Pedro, falei: Xyko, você avaliza? Eu tinha uma amizade muito grande com o Xyko por causa de igreja, Adhonep, esse grupo que gosto até hoje, da Adhonep... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Essa amizade era só mesmo amizade de igreja, o Senhor não participava dos esquemas de... O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não, de igreja. Nem tinha intimidade para falar com ele que estava errado. Até estranhei no dia em que ele falou: Doutor Leopoldo, o senhor tem que parar de falar dessa fé do senhor. Isso, ele falou comigo lá nessa madrugada. Isso incomoda os homens aí. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Que horas terminou esse encontro lá? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Esse encontro no Tribunal que terminou? Ah, foi uma hora e meia, mais ou menos. Uma hora e meia, duas horas. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Você lembra o dia desse encontro? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Eu não lembro o dia. Foi no período que eu estava preso no quartel. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Por que se pudesse contribuir, porque a gente vai requisitar, depois, do Tribunal para saber se houve essa audiência lá. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - O quartel deve informar naquele período o dia que saí às três horas, porque era tudo registrado. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Lá, sai registrado. Então, vou pedir à secretaria da comissão oficiar à Polícia Militar para saber... O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não sei se foi domingo. Foi domingo? Diz a Roseane que... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O mês, mais ou menos, você se lembra? Lembra, mais ou menos, o mês? O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - Foi logo no justamente... LEOPOLDO início porque O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Era dezembro, janeiro, qual... O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Eu ainda não tinha decidido rejeitar a delação fraudulenta. Foi no mês de março. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Março de dois mil e... O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Coincidentemente fui preso, preso, preventivamente, preso mesmo, eu tava preso assim... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Essa saída de lá... O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - Dia 1.° de abril. LEOPOLDO Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Essa saída de lá foi em março de que ano? O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - 2005. LEOPOLDO O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Março de 2005? O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - 2005. LEOPOLDO O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Então, à secretaria para oficiar o comando da Polícia Militar... O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - 2005. O fato aconteceu em 2005. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Agora, 2005, bom, o dia... O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Final de março, início de abril. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Isso. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Eu ainda não tinha rejeitado... Essa reunião foi justamente para me convencer. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Deputado Padre Honório, V. Ex.ª tem alguma pergunta? O SR. PADRE HONÓRIO - Doutor Leopoldo, me lembro de que naquele período o senhor foi muito exposto, incluísse em alguns carros tinham algumas frases dizendo: doutor Leopoldo cem por cento inocente. Sempre que passava na região de Pancas, Alto Rio Novo, existia alguns carros com essas afirmações. O senhor foi exposto à mídia. Enfim, ouvimos também o Deputado Ferraço dizendo da Operação Derrama e vi colocando o desembargador Feu Rosa como o chefe dessa Operação. O senhor vê alguma semelhança, de modus operandi, empregado na Operação Derrama, ou seja, prender, expor à execração pública e o emprego dos mecanismos da Justiça para objetivos pessoais, criminosos sem direito à defesa? O senhor vê alguma semelhança? O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - Com a Operação? Diário do Poder Legislativo - 175 aconteceu com o senhor e a questão da Operação Derrama, a exposição. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Ah, vejo sim. Vejo sim, inclusive, hoje não tenho medo de nada, vou falar o que ouvi. Sou um cidadão comum, sou um cidadão comum e, é claro, que eles podem me chamar depois para ouvir. E eu ouvi isso, comentário de rua, né? Comentário de rua, que havia um grande esquema aqui para prender um monte de gente, aqui, em troca de um cargo de Ministro Supremo Tribunal Federal. Inclusive não só os ex-prefeitos, mas ia chegar também para prender o governador, o exgovernador do estado Paulo Hartung. Isso eu ouvi. Eu ouvi porque hoje quero escutar tudo. Já que tive que falar as coisas aqui que eu não gostaria de falar... A Gazeta já me procurou para dar entrevista. Estou quieto e tal. Isso... eles podem... porque nem sempre eles falam... a gente fala uma coisa e nem sempre sai a verdade, né? Igual à juíza me pronunciou por omissão. Disse que fui omisso. Aí fala mandante. O que é omisso? Eu sabia que o fato ia acontecer e não tomei providência como cidadão. E como juiz eu tinha uma obrigação muito maior e eu sei, eu tenho... me formei em 75; fui promotor de justiça, fui defensor público, eu só, sempre fiz da minha toga um ideal, um ideal. Nunca fui amigo do crime, agora, amigo do criminoso eu sempre...eu sempre amei. Igual Jesus falou: não sou amigo do pecado, mas sou amigo do pecador. Então, às vezes, preso visitava lá no presídio, entrava lá, não deixava a tortura. Quantas vezes o governador Vitor Buaiz me chamava, na época dele, doutor Leopoldo ajuda lá para poder não quebrar a cadeia, porque isso é um prejuízo financeiro. Um homem muito bom, sabe. Veio-me à lembrança agora aqui. Várias vezes me chamou, sem sair em jornal nenhum. Saía às rebeliões. Uma vez fui a Rio Bananal tirar um casal lá e lá estava até o prefeito de Linhares, que está aqui presente. Fui lá salvar vida, salvar vida! Agora eu vejo, porque hoje poder é efêmero, tudo passa nesta vida, mas tem gente que acha que pode, estamos vivendo outra realidade, acha que pode tripudiar em cima da desgraça alheia para poder se dar bem. O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - O senhor acabou afirmando que existia o interesse de alguém em se tornar ministro. Quem seria esse alguém? LEOPOLDO O SR. PADRE HONÓRIO - O que O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Quem eu ouvi falar que seria o ministro do Supremo Tribunal Federal foi o 176 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 desembargador Pedro. Isso é comentário de rua. Se me chamar para depor depois, porque pode querer me interpelar, eu ouvi na rua, ouvi no quiosque, vai ser ministro do Supremo Tribunal Federal. E se for, vai ser um bom ministro. Mas, pelo menos ouvi isso e eu posso falar também, porque ele, agora vou dizer, já que está registrado e a deputada ali, talvez falei alguma coisa aqui, dei opinião minha, mas eu já procurei, em uma ocasião, no caso da Adhonep também, tenho uma ligação muito grande com o senador Magno Malta. Ele já me procurou uma vez para pedir ao Magno, isso há muito tempo, há mais de dez anos, tinha uma vaga lá no Supremo, no primeiro mandato, para o Magno ajudar. Aí, o Magno falou assim: Olhe, fale com ele para ir ao culto, vai ser no shopping Praia da Costa, da Adhonep, eu que vou cantar hoje e vou pregar, para ele ir lá e lá nós vamos conversar. Eu era amigo dele e eu falei. O Magno, quando ia a Pancas, dormia na minha casa. Então, conheci a trajetória dele desde antes de ser vereador, pastor, hoje ele está lá em cima né. Para apanhar um autógrafo com ele é difícil, mas ele nunca abandonou a gente. Mas, eu fui e falei não vou ficar como mentiroso não e falei: Eu estou como embaixador do desembargador para você ajudar ele lá no negócio de ser ministro do Supremo Tribunal Federal. Vou te pedir. Aí ele falou: Fale com ele para ir lá ao culto. Aí ele foi ao culto da Adhonep e o culto demorou muito, ele sentou lá na frente, o senador Magno Malta cantou, pregou, e ele assistiu a toda a reunião. Depois eles conversaram lá, se cumprimentaram, e não sei mais o que aconteceu. deriva sobre algumas coisas, a gente precisa não apenas das palavras, precisa das provas. O Deputado Ferraço trouxe aqui um vídeo, principalmente o negócio da Libertec. Então, queria me ater em algumas coisas ali, duas ou três perguntas bem objetivas, bem rápidas, para trazer fatos concretos. Pelo que entendi da fala do senhor, doutor Leopoldo, o senhor disse que, inclusive, a ideia da criação do programa foi sua. É isso que eu entendi? O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Mais alguma pergunta? O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - Não, obrigado. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - O desembargador Pedro na condição de vice-presidente do Tribunal. Para ajudar. Dali nasceu. E já nasceu a ideia de software. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Deputada Raquel quer fazer alguma pergunta? Deputado Sandro Locutor, se puder compor a Mesa, será uma honra muito grande para esta Comissão. Deputado Mansur. O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Isso é que eu quero saber. Essa ideia, onde entra o Xyko, o Beline e o desembargador nesse contexto? Eles constituíram uma empresa formal? O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Presidente, quero cumprimentar o doutor Leopoldo e a esposa dele. Na verdade, a vinda do doutor Leopoldo aqui, ficou bem claro, foi a convite do Deputado Theodorico Ferraço. Não estávamos programados para ouvir o doutor Leopoldo, mas concordamos em ouvi-lo e o Presidente Theodorico Ferraço trouxe aqui algumas questões contundentes. Preocupo-me muito, porque quando a gente O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Eu tenho em casa o folder guardado. Constituíram uma empresa. E a empresa estava no nome dos filhos do Xyko e do filho do Beline. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não da criação do programa no nível que chegou, mas eu queria criar uma figura do... Eu apelidei de... O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Libertec? O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - Penal... LEOPOLDO O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Contracheque? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Contracheque penal. Preso receber lá um papel? Ora, eu não tenho direito. Aí ele não vai gastar com advogado, porque ele já sabe: Eu tenho que ficar aqui até o ano dois mil... Aí, ele colheu da minha equipe da vara todas as informações. O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Ele quem? O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Isso aí que eu quero saber. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 TEIXEIRA - Eles que tinham a obrigação de comercializar. O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Outra coisa: o senhor disse sobre, nós temos aqui, foi falado o Rio de Janeiro, trinta e cinco milhões; Paraná, dezenove. Essas duas. O negócio foi fechado, foi concretizado? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Eu creio que não, que depois surgiram problemas de ordem de... Eu acho que de denúncias. Tribunal de Contas no Rio. Foi aquela confusão. Eu creio que não foi concretizado não. Agora, que o programa é bom, sem dúvida. O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Estou querendo discutir só a questão da empresa aqui. Caberia aí talvez uma oitiva para poder apurar melhor essa questão. Diário do Poder Legislativo - 177 TEIXEIRA - Em absoluto. SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Não os protegeu? Aquela conversa do coronel Ferreira que soltava as pessoas, levava dinheiro e dava dinheiro? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Nunca me envolvi com isso! O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Dava dinheiro para o senhor... não tem... O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Nunca, nunca, nada! O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Nunca houve denúncia, nada sobre isso? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não, não tem nada disso! O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Eu posso ajudar o Deputado Mansur para um esclarecimento? Foi ofertado ao Garotinho, foi feito o exame de viabilidade, foi consultado o Tribunal de Contas para fazer sem concorrência, sem nada. Aí, parou tudo. Não foi isso não? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Acho que foi assim. Aí eu saí. Quando eu vi esses valores altos, confesso, fiquei com medo. Meu negócio é viver o meu padrão de vida simples. Então, esse negócio de milhões, esse trem eu nunca tinha visto, eu fiquei doido. Deixeme sair fora desse negócio, Deus me livre! O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Está satisfeito? Vou fazer rapidinho, porque o tempo nosso está vencendo, só umas perguntinhas para o senhor responder mais curtamente. O senhor mantém a afirmação de que o senhor não tem nada a ver com a morte do juiz Alexandre? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Em absoluto. Eu costumo dizer: a maldade dos perversos jamais prevalecerá, e Deus sabe de todas as coisas. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor afirma também que o senhor não tem nada a ver com o coronel Ferreira e com o policial civil Calú? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor conhece o senhor Walter Faria? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Walter Faria. Conheço muito Faria, mas não me lembro, não me lembro. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Walter Faria é considerado o operador do sistema de sonegação da cervejaria. O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - Não, não conheço. LEOPOLDO O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor não chegou a vêlo alguma vez? O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - Não sei. LEOPOLDO O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Nem teve assim nenhuma? O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - Não, não, não. LEOPOLDO O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Ele era do esquema da Schincariol. O senhor nunca o viu com o Xyko Pneu, nunca o viu com o Beline? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO 178 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 TEIXEIRA - Schincariol, fiquei sabendo pela imprensa. querendo acusar o senhor. Mas nunca tomei conhecimento formal. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Sei, mas o senhor não chegou a ver esse Walter Faria aqui no Espírito Santo? O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - O senhor teve a informação. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Não, não, não. Nunca vi. Não participei... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Nunca o viu em reunião nenhuma com o Beline? O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - Não, não, não. LEOPOLDO O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Então, está bom. Por enquanto nós vamos agradecer pela presença do senhor e da sua esposa. A gente vai analisar depois aqui a necessidade de reconvocar para fazermos uma reunião da CPI só para levantar esses assuntos. E vamos devolver a palavra ao Deputado Ferraço. Se quiser acrescentar alguma coisa no depoimento. O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Eu queria agradecer ao doutor Leopoldo e a sua esposa por terem vindo à Assembleia Legislativa, não só para defesa pessoal do Leopoldo, como também para esclarecer aqui algumas verdades. Só gostaria de completar, para saber se doutor Leopoldo se lembra e tem conhecimento de que o mesmo drama que ele viveu também foi feito com o coronel Ferreira. Com o Leopoldo, queria que o Leopoldo dissesse que ele tinha mandado matar. Com o Ferreria, queria que Ferreira dissesse que foi o Leopoldo que mandou matar. Inclusive, da mesma forma que ele foi retirado de madrugada, da mesma forma que foi retirado de madrugada, o Ferreira também foi levado para ao gabinete do Feu Rosa. E eu me recordo que um oficial da polícia me disse que o Ferreira falou: eu não posso denunciar o Leopoldo e nem denunciar a mim que eu não tenho nada a ver com o crime. O senhor tem conhecimento disso, Doutor Leopoldo? O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Olha, eu tenho conhecimento que eles queriam que eu acusasse ele. Agora, isso aí, eu ouvi assim, de vez em quando alguém me falava aquele: não está aqui quem falou, estão também O SR. ANTÔNIO TEIXEIRA - É, informação. LEOPOLDO O SR. THEODORICO FERRAÇO - Eu perguntaria, agora, ao presidente da CPI, sei que o tempo está... Eu fiz um convite para estar aqui presente o senhor Carlos Franco Bastos. Queria saber se ele se encontra aqui presente, aí eu vou dizer por que e V. Ex.ª poderá chamá-lo oportunamente. O senhor Carlos Franco Bastos se encontra presente? (Pausa) O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Senhor Deputado, nós já recebemos a informação aqui, que não sei se é a mesma pessoa, de que o Senhor Calú está aí com uma pasta de documentos querendo... Nós vamos analisar aqui a possibilidade de saber se esses documentos, essa declaração dele, têm a contribuir com a Comissão com relação à sonegação, e vamos analisar para ouvi-lo numa oportunidade, porque hoje, em face do tempo, não temos. O SR. THEODORICO FERRAÇO - Mas eu falo relativo ao Senhor Carlos Franco Bastos, quero declarar aqui em alto e bom som. O Ministério Público Federal fez um processo contra apropriação indébita, e isso é sonegação de imposto, doutor, e o pior, em moeda estrangeira, de duzentos e três mil, duzentos e cinquenta dólares. Foi apreendido de um traficante em moeda estrangeira que estava à disposição da Justiça na conta do Banco do Brasil e foi entregue nas mãos de Pedro Feu Rosa. Coincidentemente, senhor Pedro Feu Rosa em seguida comprou um automóvel Mercedes Benz e pagou em dólar, e quem recebeu os dólares foi o senhor Carlos Franco Bastos. Se ele não está presente, eu solicito que ele seja ouvido nesta comissão. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Nós vamos colocar em Mesa para análise, porque na deliberação vamos decidir quem serão ouvidos, os próximos. Em face do adiantar da hora, não tem como mais ouvir ninguém porque a Casa funciona daqui a pouco tempo e os funcionários precisam fazer um lanchezinho, porque com essa crise aí não está dando nem para almoçar. O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Apenas par concluir, gostaria que fosse Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 registrado uma ata assinada por todos os conselheiros do Tribunal de Contas, que vai ser entregue neste momento à CPI. Essa ata foi o fato de o senhor Pedro Feu Rosa ter saído do Tribunal de Justiça e se dirigido ao Tribunal de Contas e ao Presidente Sebastião Ranna. O seguinte teor: Senhor Presidente, estou sabendo que o Sérgio, conselheiro, está para fazer uma denúncia de desvio de dinheiro de recurso do meu gabinete, e que vai fazer e vai entregar à A Gazeta. Se ele fizer isso eu vou dar o troco. O Ranna comunicou ao Sérgio Aboudib e o Sérgio Aboudib convocou uma reunião extraordinária do Tribunal de Contas, e fez o Ranna repetir a ameaça. Está aqui a ata assinada por todos, a ameaça do Senhor Feu Rosa. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - No caso aí, a ameaça não é do Conselheiro Ranna, é do Desembargador Feu Rosa? O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Do Feu Rosa. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Então, juntar aos autos. O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Para concluir, gostaria que fosse sugerida a abertura das contas da senhora Clenir Avanza, que era secretária do Feu Rosa e responsável por recolher dinheiros de empresários ou por dentro ou por fora, porque só aí nós vamos chegar, inclusive, a quantias altas, que eram providas de empresários, inclusive do ramo do petróleo, antes da operação Derrama. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Tem o nome da ONG aí? O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Tenho. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - É uma ou duas? Se tiver escrito, V. Ex.ª só fornecer para colocarmos em votação a quebra do sigilo dessas ONGs. O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - É ONG... Aqui eu não tenho, mas posso fornecer em seguida. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Então, solicitar aos procuradores que estão nos trabalhos da CPI para poder preparar essa quebra de sigilo, em face de possível sonegação de imposto e participação de empresas, que são sonegadoras com contribuição Diário do Poder Legislativo - 179 com ONG relacionada ao depoimento do deputado. O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Por fim, Senhor Presidente, agradeço a gentileza de ter nos convidado. Para muitos foi bastante estranha a minha presença. Mas eu dei a minha colaboração, eu dei a minha participação. E quero dizer que alguns anos atrás, quando era deputado federal, fiz parte de uma CPI. Era eu e o então senador Suplicy que comandava. Nós dois éramos deputados. Lá nós tínhamos uma denúncia muito forte de corrupção, que estava envolvido um ministro do Presidente, na época. E eu havia prometido que eu ia pedir a prisão daquele ministro em flagrante, com os documentos que nós tínhamos em mãos. Ele não compareceu. Nós tínhamos esse poder. Eu pergunto, essa CPI tem poder também de pedir prisão de torturadores, de bandidos, de sonegadores de impostos? O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Nós estamos com um estudo preparado pela assessoria, que vamos, inclusive, apresentar na próxima sessão, juntamente com a questão da quebra de sigilo, que já fizemos uma já fiscal e vamos receber o parecer para saber com relação à quebra de sigilo bancário. O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Gostaria, então, de requerer a V. Ex.ª, por fim, que fosse mandado extrair cópias, ainda hoje, aqui da televisão e guardada em cofre fechado, e fosse enviado ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo, ao Ministério Público, ao CNJ, à Polícia Federal, à Justiça Federal, enfim, ao Ministro da Justiça, porque a gravidade é muito grande. E se puder, Presidente, procure providenciar o pedido de prisão para um torturador, que se chama Antônio José Miguel Feu Rosa. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O nome dele não é esse, não. Esse já faleceu. O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Perdão, Pedro Valls Feu Rosa. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Esse aí foi colega de V. Ex.ª na Câmara. Vamos colocar em votação nas deliberações, que já era pensamento da comissão, extrair cópia, tanto de imagem como da taquigrafia, de tudo que foi falado aqui, vamos levar em mãos, a comissão vai levar em mãos ao procurador de Justiça para designar os promotores para fazer apuração dos fatos relatos aqui. Vamos 180 - Diário do Poder Legislativo fazer isso semana que vem agora, logo que eu tiver as cópias prontas, tanto de imagem quanto de... Acho que o caminho, a gente pode encaminhar também pros outros órgãos, mas acaba resultando que eles vão mandar pra cá. Então a responsabilidade dessas declarações passa a ser do Ministério Publico do Espírito Santo, que eu acredito que não vai virar as costas pra denúncias tão graves. Acho que eles têm que designar um grupo de promotores para poder fazer essas apurações. Mas a gente vai submeter aqui no final. Deputado, não podia deixar de também fazer essa pergunta, que é com relação, já que V. Ex.ª aqui atribuiu fatos ao Tribunal de Contas e ao Tribunal de Justiça, nós sabemos que tanto o Ministério Público do Espirito Santo como o Tribunal de Justiça e o Tribunal de Contas receberam aquele chamado aumento de 11,98 %, a que os funcionários da Assembleia também têm direito. O senhor já foi presidente desta Casa duas vezes. O que tem por trás disso que esses servidores do Legislativo não conseguem receber, sendo que o Tribunal de Contas recebeu e recebeu inclusive a mais. Parece que agora tem uma apuração lá, tá uma crise danada no Tribunal de Contas por causa dessa apuração para devolver. Em que o senhor participou pelo não pagamento... Qual foi a... O que foi que causou que os servidores estejam esse tempo todo sem receber, e os outros Poderes... O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Foi uma luta que eu tive poucas na vida, de lutar por um direito sagrado dos servidores desta Casa. Chegamos a ser até acusados por governos de que nós não pensávamos em outra coisa a não ser beneficiar os funcionários nossos, do nosso Poder, em detrimento de outros Poderes. Os 11,98% não foram pagos porque o governo não permitiu que a Assembleia fizesse um projeto e trouxesse a dívida para esta Casa. A Assembleia Legislativa, exemplo de dignidade de todos os Senhores Deputados, chegou a acumular cerca de cinquenta milhões de reais para pagar, porque entraríamos em um acordo e pagaríamos só a metade. Infelizmente não tivemos apoio. Recentemente devolvemos ao governo vinte e cinco milhões. Já tínhamos devolvido cinco milhões, e ainda mantemos esses vinte milhões em caixa para os problemas que podem aparecer futuramente. Eu acho uma covardia. O Tribunal de Contas, sob a presidência do senhor Sebastião Ranna, fez o pagamento, e agora estourou a bomba. Estourou a bomba, e V. Ex.ª é muito feliz porque está fora de lá, porque a bomba não vai estourar em cima da sua cabeça também. V. Ex.ª é Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 ex-conselheiro. Foi apurado agora, em um levantamento feito, um déficit de quatorze milhões pagos a mais. O ínclito e honesto presidente do Tribunal de Justiça, Domingos Taufner... O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Tribunal de Contas... O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Fez já levantamento. Ele já fez, inclusive, a entrega de uma cópia para esta CPI. Está à disposição. O deputado Cacau, inclusive, tem já essa cópia. Então esse problema agora está muito sério. Não sabemos o que vai acontecer, porque inclusive o dinheiro foi pago através de empréstimo no Banestes. Quase que eu caí nessa. Só não caí nesse empréstimo... Mas a quantia era a correta, e o sindicato desta Casa agiu sempre com muita correção e honestidade, sempre fazendo o cálculo para baixo, nunca para cima. E nós não somos devedores, quem deve é o Governo do Estado. De forma que eu não sei o que vai acontecer com esses quatorze milhões. Deus queira que encontre-se aí uma luz, mas essa luz é lá do Tribunal de Contas, que é responsável por fiscalizar as nossas contas. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor tem conhecimento de que o Tribunal de Contas pagou... O Tribunal de Justiça e o Ministério Público pagaram esses 11,98%? O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Tenho conhecimento. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor tem conhecimento de que, no caso do Tribunal de Justiça, a Procuradoria do Estado deixou de recorrer, deixou de usar o direito de recurso e a obrigação de recurso para facilitar para os funcionários do Tribunal de Justiça receberem? O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Não, disso eu não tenho conhecimento. Se tivesse, eu falaria aqui em alto e bom som. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor não sabe se eles recorreram ou se não recorreram dessa decisão? O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Não sei. Eu sei que os nossos servidores da Assembleia... Com todo o amparo dos nossos procuradores, estamos já em fase final, por uma decisão de um honrado e digno juiz, que Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 considerou como precatório e está enviando ao Tribunal de Justiça para o pagamento dos servidores. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - O senhor tem conhecimento se houve recurso da Procuradoria já com relação a essa decisão do juiz? O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Não tenho conhecimento. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Nós... A comissão vai até ouvir o procurador de justiça do Estado, porque... O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Ah, sim! O procurador recorreu do pagamento dos servidores nossos. Eu tenho conhecimento. Com relação ao Tribunal de Contas, ao Tribunal de Justiça, há boato de que todo mundo cruzou as mãos, e os braços, e as pernas, e o nariz, e as orelhas. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - V. Ex.ª tem conhecimento disso? Eu vou... Nós vamos propor à comissão aqui também para ouvir a Procuradoria do Estado, porque nós vamos responsabilizá-los se eles continuarem tentando recorrer só com relação aos funcionários da Casa, porque eles deixaram de recorrer com relação ao Ministério Público, ao Tribunal de Justiça e ao Tribunal de Contas. O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - O que é muito grave, não é? O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Então V. Ex.ª tem conhecimento de que isso realmente aconteceu? O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Eu tenho conhecimento, mas não tenho certeza. Mas ouvi dizer que eles não recorreram. Mas eu só posso falar com documentos, como eu estou com a pasta aqui cheia de documentos. E ainda tenho mais um saco guardado em lugar incerto e não sabido. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Nós vamos permitir... O Senhor Deputado Sandro Locutor está aqui ainda? O deputado Sandro Locutor desejava fazer uma pergunta, mas em face... A SR.ª ROSILENE PEREIRA EMERICK TEIXEIRA - Senhor Presidente! O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO Diário do Poder Legislativo - 181 DOS ANJOS - PSD) - Senhor Deputado Sandro Locutor. Vou, logo em seguida, não sei se o Senhor Deputado Sandro Locutor gostaria... A esposa do doutor Leopoldo pediu para fazer uma consideração final. V. Ex.ª quer que ela faça primeiro? O SR. SANDRO LOCUTOR - (PPS) Por favor. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Então, pode usar. A SR.ª ROSILENE PEREIRA EMERICK TEIXEIRA Só gostaria de agradecer de público a uma pessoa que foi, além de advogado, ele foi amigo e foi um pai que é o doutor Gualtemar, que está aqui presente. Doutor Gualtemar Soares, que no momento em que Leopoldo estava preso, que o desembargador Pedro disse que ele não podia ter advogado, ninguém podia saber de nada, e a gente não sabia onde ele estava, se estava vivo, se estava morto, onde ele estava dormindo, não tínhamos conhecimento, não tínhamos notícia. Doutor Gualtemar foi atrás do doutor Agesandro, lutou e quis saber: Cadê meu cliente. Então quero deixar meu abraço e dizer que a gente têm ele, como sempre falo, como um pai. E foi daí que as coisas começaram a clarear mais, quando ele entrou em ação e tomou conta, tomou frente da situação. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Vossos e nossos elogios ao doutor Gualtemar, que na verdade isso honra a classe dos advogados porque advogado é para enfrentar todos os problemas, e enfrentar principalmente o poder. Nossas homenagens ao ilustre advogado que sempre orgulhou o Espírito Santo como membro da Ordem dos Advogados. Concedo a palavra ao Senhor Deputado Sandro Locutor. O SR. SANDRO LOCUTOR - (PPS) Senhor Presidente, agradeço a oportunidade, apesar de não ser membro desta comissão, mas acompanho respeitosamente o trabalho. Também já conduzi uma CPI nesta Casa e sei da importância e da seriedade que se trata nesses momentos. Gostaria, se o senhor me permitir ainda, só retomar um tema com o doutor Antônio Leopoldo, pessoa jurista, conhecido no Espírito Santo, ocupou vários espaços, membro também do Ministério Público que foi. Numa pergunta que o próprio Padre Honório fez a V. Ex.ª, ele fez a pergunta sobre o modus operandi, vamos dizer assim, da prisão de V. Ex.ª e da prisão das pessoas que integravam a outra operação aqui citada. Só queria, dada a experiência de V. Ex.ª, saber se é 182 - Diário do Poder Legislativo praxe isso no Tribunal de Justiça do Espírito Santo, que as pessoas sejam deslocadas durante a madrugada, sem acompanhamento do seu advogado. Até aproveitar e saudar nosso irmão no grande arquiteto do universo, doutor Gualtemar Soares, grande jurista deste Estado do Espírito Santo. Saber se isso é praxe ou se era praxe naquele período, em alguma fase, o senhor que ocupou uma direção importante no Tribunal de Justiça do nosso Estado. Só queria que o senhor esclarecesse um pouquinho mais porque na resposta que foi dada ao Senhor Deputado Padre Honório ainda fiquei com um ranço de dúvida, que nas CPIs é importante que sejam esclarecidas. Até num comparativo, a execração muitas vezes é feita, é antecipada até para a imprensa e depois o retorno à presunção de inocência não é considerada. Ferem-se vários preceitos constitucionais. Então, queria só se o senhor pudesse dar uma esclarecida um pouco mais nisso, se naquela fase do Tribunal de Justiça era praxe esse modus operandi de pegar as pessoas sem acompanhamento do seu advogado para fazer qualquer tipo de tortura psicológica ou qualquer tipo de extração de informação de forma não legal. O SR. ANTÔNIO LEOPOLDO TEIXEIRA - Olha, entrei no Judiciário aos dezoito anos. Nunca foi praxe. E a partir daquele momento a gente viveu em um estado de exceção. Loucura. Digo que juridicamente foi um estado de loucura. Rasgaram a Constituição Federal e passaram por cima. Eu sou o poder e está acabado. Fora as ameaças no pé do ouvido e tudo em torno de um interesse pessoal. O Tribunal de Justiça do Espírito Santo sempre respeitei, o Tribunal é um colegiado, ali tem homens da mais alta dignidade e honradez, mas, lamentavelmente, o que aconteceu no meu episódio foi um estado de exceção, e acompanhei também o episódio da Operação Derrama pela imprensa. Eu atribuo que foi uma loucura jurídica. Gostaria que essa palavra ficasse registrada no planeta Terra: loucura jurídica. Principalmente no meu caso também. E antes de ser acusado, eu fui procurado pelo desembargador Pedro para pedir, na época da intervenção, porque tinha aqui o subprocurador da República José Santoro, que veio para o Estado do Espírito Santo para que tirasse os dois juízes; pedi ao Senador Magno Malta para tirar os dois juízes que estavam assessorando, decretando prisão, busca e apreensão, de muitas pessoas. E o desembargador Pedro me pediu e eu fui, confesso que fui. Ele era Deputado Federal na CPI do Narcotráfico, e estava candidato a Senador. Eu me lembro inclusive, que foi acompanhado do Deputado, foi Deputado aqui, Esmael de Almeida, Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 era muito amigo; e o que recebi de resposta do Senador Magno era o seguinte: Olha, sou amigo do nosso desembargador lá, mas isso é um pedido indecente. Não vou fazer isso não, se não perco minha eleição de Senador, e o que eles estão fazendo aí é uma... Estão fazendo certo; não vou me envolver com isso. Eu fui porque tinha uma amizade com o desembargador Pedro. Não sou inimigo dele não, tenho que dar respeito a ele como... Mas ele errou. E por isso que estou recorrendo, ainda tenho alguns recursos no Supremo que eles estão tentando atropelar, porque existem os recursos por causa da falibilidade humana, mas eu diria que às vezes não chega à falibilidade humana, chega ao momento da loucura humana. O SR. SANDRO LOCUTOR - (PPS) Agradeço os esclarecimentos. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) -Vamos deliberar com relação ao ofício que já assinamos, encaminhado ao Senhor Comandante da Polícia Militar para certificar as saídas do juiz Antônio Leopoldo do Comando. Os Senhores Deputados estão de acordo? O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) De acordo. O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - De acordo. O SR. CACAU LONRENZONI - (PP) De acordo. O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - De acordo. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Fica aprovado o requerimento. Também submeteremos à aprovação o próximo depoimento. Antes do próximo requerimento queria submeter à Mesa que avaliássemos o encaminhamento ao secretário de Segurança pedindo, em face das declarações do Doutor Leopoldo, solicitando total garantia e segurança ao Doutor Leopoldo e sua esposa, em face do que eles declararam aqui. E pedir também ao Doutor Leopoldo que qualquer coisa, no sentido de que for feito constrangimento em relação às suas declarações, que comunicasse à CPI que vamos tomar providências junto ao Tribunal de Justiça, junto ao ministro, aonde for necessário, porque este Estado não pode ter verdade só de um lado, tem que ter todas as verdades; todo mundo tem que ter Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 direito a se defender, a falar, porque é assim que exige o estado democrático de direito. Então quero submeter à comissão a solicitação de garantias de ir e vir do juiz, em face do que ele declarou hoje na comissão. Como votam os Senhores Deputados? (Pausa) O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) De acordo. O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - De acordo. O SR. CACAU LONRENZONI - (PP) A favor. O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - A favor. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Aprovado. À Secretaria para redigir. Em face do que foi dado como colaboração à comissão pelo juiz Leopoldo, e a comissão, especificamente pode ouvir qualquer pessoa, mas também tem que se ater ao fato determinado da comissão, que é Sonegação; nas suas declarações tivemos aqui o colhimento de uma informação com relação à sonegação da cervejaria, que é caso famoso, de compra de liminar para beneficiar os sonegadores, que é, mais ou menos, o mesmo caso que a gente vem verificando na Operação Derrama, quer dizer, os sonegadores foram beneficiados em detrimento do direito do imposto, que é obrigação inclusive do Ministério Público fiscalizar o não pagamento. Todos, nós, da sociedade temos que exigir porque o cidadão comum paga imposto, então, as empresas também devem, não pagar, mas as empresas devem recolher o imposto que cobra da população. O nome sugerido é do advogado Beline que foi dito aqui, que era o rei das liminares da sonegação. Gostaria de sugerir que ele fosse o próximo ouvido na terça-feira que vem às 9h. Deputado relator. O SR. CACAU LORENZONI - (PP) Aprovo, Senhor Presidente. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Tem sugestão de mais algum nome? V. Ex.ª tem outro nome? O SR. CACAU LORENZONI - (PP) Por enquanto só o Beline. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO Diário do Poder Legislativo - 183 DOS ANJOS - PSD) - Deputado Mansur, tem sugestão de nome ou aprova o nome sugerido? O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - Acompanho. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Deputado Guerino? O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) Deputado presidente, eu aprovo, mas temos uma sequência com relação ao item principal, que é a sonegação, e aí está incluso em função da fala do juiz Leopoldo, mas queria, também, se for possível, não neste momento, mas numa reunião interna a gente ter condições de deliberar outros nomes, principalmente, alguns servidores da Petrobras e da Fibria, para que se fizessem presentes nesta CPI, na próxima audiência, para a gente ganhar tempo, porque estamos com tempo já ficando restrito de uma demanda muito grande de pessoas para serem ouvidas. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Acho que vamos ter que fazer reuniões extraordinárias, porque estamos com estes envelopes aqui, que revelam que os sonegadores do estado... Estes envelopes foram enviados pela secretaria da Fazenda. Nós não abrimos ainda o envelope, porque vamos fazer uma reunião da comissão, não é sigilosa, uma reunião reservada para abertura desse envelope, porque está garantido. Nós garantimos o sigilo dessas informações. E, com certeza, a gente vai ter que ouvir uma das pessoas aqui, porque tem, pelo menos, os quinhentos maiores devedores de ICMS do estado. Esse envelope está trancado no cofre. Espero que esse cofre não seja possível de ser arrombado e a gente vai ter que fazer uma reunião extraordinária para colocar isso. O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) Exatamente. Pelas citações do Deputado Theodorico Ferraço, temos os delegados para serem ouvidos, temos juízes, promotores, Tribunal de Contas. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Vou sugerir que a gente faça uma reunião extraordinária para conhecer a lista e determinar uma pauta de reuniões, pelo menos, duas semanas para dar conta. O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - Eu concordo, mas gostaria de ouvir um pouco mais o presidente. Ele trouxe dados muito importantes, e eu acredito que a gente deveria fazer algumas perguntas ainda, presidente. Tivemos muita 184 - Diário do Poder Legislativo oportunidade de perguntá-lo, mas gostaria de ouvilo um pouco mais em função da importância do depoimento dele. O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Estou à disposição. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - V. Ex.ª quer fazer agora? O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - Não, não. Agora, não. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Então tá bom. A gente, também, vai solicitar do juiz Leopoldo, se puder, se tiver necessidade de a gente reouvi-lo, se está disposto em face de nós já termos deliberado... O SR. THEODORICO FERRAÇO (DEM) - Senhor Presidente, um fato importante para o final da reunião que vai colaborar muito com a CPI e com seu trabalho, que foi assinado, agora, no último dia 14, que entrou em vigor Portaria de Instauração de Procedimento Preparatório n.° MPES - Ministério Público do Espírito Santo, 2014.003.9197.54, considerando que foi encaminhado à Promotoria de Justiça representação formulada pelo Deputado Estadual Theodorico Ferraço noticiando supostas irregularidades e ilegalidades que teriam sido praticadas no transcurso da Operação Derrama, que culminou com a prisão de prefeitos municipais e outros agentes públicos. Essa denúncia tem vários considerandos, nobre deputado, e termina assim: Resolve, vou passar uma cópia para os senhores. Instaurar o presente procedimento preparatório com objetivo de apurar os fatos narrados e verificar eventual ocorrência de atos de improbidade administrativa e atos que resultem na lesão aos cofres públicos, ao tempo em que nomeia para secretariá-la a servidora Mônica Yuri Cabral, devendo ser autuado e enumerado e após faz-se conclusos autos. Cumpra-se. Angela Beatriz Varejão Andreão, promotora de Justiça Cível de Vitória. Acho que isso aqui vai coroar essa CPI e a minha denúncia, que foi bem menor do que foi apresentada hoje. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Senhor deputado, já fizemos um requerimento ao presidente desta Casa, que pelo que tudo indica é uma pessoa boa, que vai entender da necessidade que a Comissão fez de pedir a contratação de profissionais qualificados para fazer a análise desses documentos, porque a gente tem necessidade de Vitória-ES, quinta-feira, 28 de maio de 2015 contratar. Esse ofício já foi encaminhado e parece que está na mão do diretor da Casa. E como a gente sabe que o presidente da Casa é uma pessoa dinâmica, vai tomar providencia ainda nessa semana ainda, para que possamos contratar esse pessoal, porque é muito material para analisar. Também não ficou deliberado aqui o requerimento do deputado, que encaminhássemos documentação. Gostaria de fazer essa sugestão de que a gente encaminhasse, juntasse essa documentação apresentada por ele, junto com o depoimento do juiz Leopoldo, e encaminhasse e a gente fosse levar ao Ministério Público Estadual primeiro. Qual é a opinião dos Senhores Deputados sobre isso? O SR. PADRE HONÓRIO - (PT) - Sou favorável. O SR. GUERINO ZANON - (PMDB) Concordo, concordo plenamente. O SR. CACAU LORENZONI - (PP) - De acordo. O SR. PASTOR MARCOS MANSUR (PSDB) - De acordo. O SR. PRESIDENTE - (ENIVALDO DOS ANJOS - PSD) - Então à Comissão, para trazer toda essa cópia do depoimento, tanto filmada como escrita, junto com os documentos apresentados pelo deputado Theodorico Ferraço, para a gente levar em mãos, numa audiência, ao procurador geral de Justiça, para pedir as providências com relação aos fatos narrados aqui. Também está em pauta convocar procuradores do Estado, para comparecerem a esta Comissão para falar sobre a questão dos 11,98. Eles estão fazendo obstrução da decisão da justiça, que já definiu a favor dos servidores. Então, vamos ouvi-lo aqui com relação até a essa omissão que a Procuradoria está tendo. Só está agindo com relação aos funcionários da Casa e não agiu com relação... E pretendemos, por meio da Comissão, responsabilizá-los por improbidade administrativa, por não terem tomado as mesmas atitudes que estão tomando com relação aos servidores da Casa. Esse mandato da Mesa, esse trem vai ter que ser resolvido, sob pena de fazermos paralização e queimar pneu ali na frente da Assembleia, também. Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a presente reunião. Muito obrigado a todos os senhores presentes. HORÁRIO E LOCAL DAS REUNIÕES ORDINÁRIAS DAS COMISSÕES PERMANENTES COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO Dia: terça-feira Horário: 13h30m Local: Plenário “Rui Barbosa”. COMISSÃO DE POLÍTICA SOBRE DROGAS Dia: terça-feira Horário: 10h Local: Plenário “Deputada Judith Leão Castelo Ribeiro”. COMISSÃO DE FINANÇAS, ECONOMIA, ORÇAMENTO, FISCALIZAÇÃO, CONTROLE E TOMADA DE CONTAS Dia: segunda-feira Horário: 13h30m Local: Plenário “Rui Barbosa”. COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Dia: terça-feira Horário: 11h Local: Plenário “Rui Barbosa” COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA, DE DESENVOLVIMENTO URBANO E REGIONAL, DE MOBILIDADE URBANA E DE LOGÍSTICA Dia: segunda-feira Horário: 10h Local: Plenário “Rui Barbosa”. COMISSÃO DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE Dia: segunda-feira Horário: 12h30min Local: Plenário “Rui Barbosa” COMISSÃO DE SEGURANÇA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO Dia: segunda-feira Horário: 11h Local: Plenário “Dirceu Cardoso”. COMISSÃO DE CULTURA E DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Dia: terça-feira Horário: 9h Local: Plenário “Deputada Judith Leão Castello Ribeiro”. COMISSÃO DE TURISMO E DESPORTO Dia: segunda-feira Horário: 9h30min Local: Plenário “Deputada Judith Leão Castello Ribeiro”. COMISSÃO DE SAÚDE E SANEAMENTO Dia: terça-feira Horário: 9h Local: Plenário “Rui Barbosa”. COMISSÃO DE DEFESA DA CIDADANIA E DOS DIREITOS HUMANOS Dia: terça-feira Horário: 13h30min Local: Plenário “Deputada Judith Leão Castelo Ribeiro”. COMISSÃO DE EDUCAÇÃO Dia: terça-feira Horário: 12h30min Local: Plenário “Rui Barbosa” COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL, BIOSSEGURANÇA, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, ENERGIA, GÁS NATURAL, PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS Dia: terça-feira Horário: 12h30min Local: Plenário “Deputada Judith Leão Castello Ribeiro”. COMISSÃO DE AGRICULTURA, DE SILVICULTURA, DE AQUICULTURA E PESCA, DE ABASTECIMENTO E DE REFORMA AGRÁRIA Dia: terça-feira Horário: 10h Local: Plenário “Rui Barbosa” COMISSÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL Dia: segunda-feira Horário: 13h Local: Plenário “Deputada Judith Leão Castello Ribeiro”. ASSEMBLEIA LEGISLATIVA ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SECRETARIA-GERAL PAULO MARCOS LEMOS Diretor-Geral CARLOS EDUARDO CASA GRANDE Secretário-Geral da Mesa JULIO CESAR BASSINI CHAMUN Procurador-Geral MARCELO BOZIO MONTEIRO Secretário de Comunicação Social RAULINO GONÇALVES FILHO Chefe de Gabinete da Presidência ROBERTO CARLOS TELES BRAGA Subdiretor-Geral PAULO DA SILVA MARTINS Subprocurador-Geral DIRETORIAS LEGISLATIVAS MARCELO SIANO LIMA Diretor das Comissões Parlamentares MARCUS FARDIN DE AGUIAR Diretor de Processo Legislativo RICARDO WAGNER VIANA PEREIRA Diretor de Redação JOÃO PAULO CASTIGLIONI HELAL Diretor da Procuradoria FABIANO BUROCK FREICHO Diretor de Recursos Humanos MARILUCE SALAZAR BOGHI Diretora de Taquigrafia Parlamentar JONSTON ANTÔNIO CALDEIRA DE SOUZA JÚNIOR Diretor de Tecnologia da Informação ADRIANA DOS SANTOS FERREIRA FRANCO RIBEIRO Diretora de Documentação e Informação JORGE ANTÔNIO FERREIRA DE SOUZA Diretor da Consultoria Temática LUIZ ANTONIO ROMEIRO IANNUZZI Diretor de Infraestrutura e Logística LUIS CARLOS GIUBERTI Diretor de Segurança Legislativa JANAÍNA DO NASCIMENTO VALOIS Diretora de Finanças