O empresário bem sucedido planeja Direito Dayse Coelho de Almeida1 Planejar significa tentar prever intempéries, preparar-se para o alcance do almejado, degustar o porvir imaginando-o antes mesmo que torne-se concreto. Planejar pode ser divertido, inspirador. Ao contrário do que se possa imaginar, planejar é um exercício criativo e um flerte ao inusitado. Muito além de uma atitude de pessoas quadradas ou tradicionais, o contemporâneo impõe a rebeldia de planejar com tantas variáveis de mercado, de produtos, de clientela, de possibilidades. A coragem é caractere marcante do planejar atual. Os vieses pelos quais o planejamento pode transitar são muitos. No meio empresarial, em especial, o planejamento estratégico, financeiro e de marketing ocupam as posições de destaque. O sucesso é formado por atos concatenados e sucessivos e decorrentes de uma programação seguida com trabalho árduo. Foi-se o tempo que o acaso era responsável pelos grandes feitos empresariais e as histórias de sucesso baseavam-se no acaso e em coincidências. Pois bem, o que tem haver planejamento empresarial com o Direito. Apesar dos planejamentos serem afetos à área da Administração de Empresas, a complexidade do mundo atual fez com que estes conhecimentos e estratégias invadissem o mundo jurídico. O empresário, além dos tradicionais planejamentos administrativos, precisa planejar juridicamente sua empresa. Preparar-se perante o Estado, concorrentes e desafios de mercado está tão intimamente ligado ao Direito como à Administração. O planejamento jurídico compreende uma série de medidas preventivas e consultivas que visam adaptar as necessidades e decisões empresariais ao contexto jurídico, evitando multas decorrentes e fiscalizações, ações judiciais de toda e qualquer natureza e defesa do patrimônio empresarial perante terceiros e Estado. Dentre as ações próprias do planejamento jurídico compreende-se desde um estudo profundo de qual formação empresarial seria a mais adequada aos interesses da empresa, como formas de reduzir passivos trabalhistas e tributários, desonerando folhas de pagamento e ajustando os tributos. A execução de um eficaz planejamento jurídico depende da atuação de uma equipe jurídica multidisciplinar e com sólida formação acadêmica, afim de identificar de maneira lícita e inovadora alternativas aos pontos de estrangulamento jurídico da empresa. O ideal é que todos os planejamentos, administrativos e jurídicos, sejam feitos em conjunto. Este é, sem dúvida, um trabalho de simbiose entre duas áreas diferentes que se complementam e contribuem, decisivamente, para o êxito empresarial. Advogada e consultora jurídica há mais de 10 anos. Doutoranda e mestre em Direito pela PUC/MG. Email [email protected]. 1