MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO PROJETO PEDAGÓGICO CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – LICENCIATURA Uberaba –MG 2011 A Educação que queremos transcende os espaços formais e se concretiza à medida que vai transformando a pessoa. Para essa transformação, nos colocamos a serviço numa atitude colaborativa, mediadora e aprendiz. Este é o nosso sonho de realidade. Reitor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM PROF. DR. VIRMONDES RODRIGUES JÚNIOR Vice-Reitora da UFTM PROFª. DRª. ANA LÚCIA DE ASSIS SIMÕES Pró-Reitor de Administração da UFTM PROF. DR. JOÃO ULISSES RIBEIRO Pró-Reitora de Assuntos Comunitários e Estudantis da UFTM PROFª. DRª. ROSIMÁR ALVES QUERINO Pró-Reitor de Ensino da UFTM PROF. DR. ACIR MÁRIO KARWOSKI Pró-Reitora de Extensão Universitária da UFTM PROFª. DRª. VIRGÍNIA REZENDE SILVA WEFFORT Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFTM PROF. DR. DALMO CORREIA FILHO Pró-Reitora de Planejamento e Desenvolvimento da UFTM CARLA COSTA FIGUEIREDO Pró-Reitora de Recursos Humanos da UFTM ANA PALMIRA SOARES SANTOS Diretora da Divisão de Apoio Técnico-Pedagógico da UFTM SONIA MARIA GOMES LOPES Coordenadora do Ciclo Comum de Formação da UFTM WALESKA DAYSE DIAS DE SOUSA PROFª. DRª. SIMONE ACRANI Coordenadora do Curso de Ciências Biológicas 4 Equipe Responsável pelos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Licenciatura1 e Serviço Social Prof. Ms. Ailton de Souza Aragão Prof. Dr. Ailton Paulo de Oliveira Júnior Profª. Drª. Alexandra Bujokas de Siqueira Prof. Dr. Alexandre Rossi Profª. Drª. Amanda Regina Gonçalves Profª. Drª Ângela Maria Soares Prof. Dr Ântônio Carlos Freire Sampaio Prof. Dr. Carlos Henrique Medeiros de Araújo Profª. Drª. Celeste Aparecida Pereira Barbosa Prof. Dr. Clayton Cardoso Romano Prof. Dr. Fábio César da Fonseca Profª. Ms. Fernanda Borges de Andrade Dantas Profª. Drª. Flávia de Souza Lima Profª. Drª. Glaura Teixeira Nogueira Lima Profª. Drª. Graziela Giusti Pachane Profª. Drª. Idalice Ribeiro Silva Lima Prof. Dr. José Fernando Condeles Prof. Dr. Júlio César Ribeiro Profª Ms. Leandra Domingues Silvério Prof. Ms. Leonardo de Amorim e Silva Prof. Dr Luís Antônio da Silva Prof. Ms. Luiz Fernando Rodrigues Profª. Drª. Maria Terezinha Serafim Gomes Profª Drª. Marinalva Vieira Barbosa Profª. Drª. Marta Regina Farinelli Prof. Dr. Milton Taidi Sonoda Profª. Drª. Natália Aparecida Morato Fernandes Profª. Ms. Nilva Lúcia Lombardi Sales Prof. Dr. Orlando Fernandez Aquino Prof. Dr. Osvaldo Dalbério 1 Fazem parte do grupo de Licenciaturas referenciadas neste projeto os cursos de: Ciências Biológicas, Física, Geografia, História, Matemática e Química. 5 Profª. Drª. Regina Maura Rezende Prof. Dr. Ricardo Souza da Silva Profª. Drª. Rosane Aparecida de Sousa Martins Profª. Ms. Rita de Cássia Araújo Cosenza Profª. Drª. Rogéria Moreira Rezende Isobe Profª. Drª. Sandra Mara Dantas Prof.ª Drª. Simone Acrani Profª. Drª. Váldina Gonçalves da Costa Profª. Drª. Valéria Almeida Alves Prof. Dr. Wagner da Silva Teixeira Walêska Dayse Dias de Sousa Revisão Técnica Pedagógica – Divisão de Apoio Técnico Pedagógico Caroline Gomes de Almeida Jacqueline Oliveira Lima Zago Luciene Maria de Souza Sonia Maria Gomes Lopes 6 EQUIPE RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Profª. Drª. Ana Paula Bossler Prof. Dr. Carlos Henrique Medeiros de Araujo Profª. Drª. Flávia de Souza Lima Prof. Dr. Júlio César Ribeiro Profª. Drª. Mariangela Torreglosa Ruiz Prof. Dra. Simone Acrani Profª. Drª Vera Lúcia Bonfim Prof. Dr. Wagner Rodrigues Silva 7 SUMÁRIO EQUIPE RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS..............................6 1. IDENTIFICAÇÃO DO CURSO ................................................................................10 2. APRESENTAÇÃO DO CURSO ................................................................................ 11 3. HISTÓRICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO E A IDENTIDADE INSTITUCIONAL ................................................................................14 3.1 Características socioeconômicas e educacionais da cidade de Uberaba .................... 14 3.2 Breve histórico da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM ................ 16 3.3 A Universidade Federal do Triângulo Mineiro: projetos em execução e características identitárias ................................................................................................ 19 3.4 Contexto da Universidade: justificativa, conceitos e fundamentos ........................... 21 4. JUSTIFICATIVA SOCIAL: FORMAÇÃO DE DOCENTES PARA ATUAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA ...................................................................................................24 5. ABRANGÊNCIA DO CURSO NO ENSINO, NA PESQUISA E NA EXTENSÃO 28 5.1 No Ensino .................................................................................................................... 28 5.2 Na Pesquisa ................................................................................................................ 31 5.3 Na Extensão................................................................................................................. 31 6. ADMINISTRAÇÃO ACADÊMICA DO CURSO ......................................................33 6.1 Coordenação do Curso................................................................................................ 33 6.2 Forma de Gestão ......................................................................................................... 35 6.3 Corpo Docente............................................................................................................. 36 6.4 Atenção aos Discentes ................................................................................................. 38 7. CONCEPÇÃO DO CURSO ........................................................................................42 7.1 Fundamentação Teórico-Metodológica ...................................................................... 42 7.2 Objetivos ..................................................................................................................... 47 7.3 Perfil do Egresso ......................................................................................................... 48 7.4 Habilidades e Competências ...................................................................................... 48 8. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR ............................................................................50 8.1 Desenho Curricular do Ciclo Comum de Formação ................................................. 51 8.2 Organização Curricular da Formação Específica do Professor de Ciências e Biologia53 8.3 Organização Curricular da Formação Pedagógica Comum aos Cursos de Licenciatura ...................................................................................................................... 55 8.4 Unidade temática: estudos e desenvolvimento de projetos ........................................ 56 8.4.1 Fundamentos norteadores ...................................................................................................... 57 8.4.2 Formas de operacionalização de EDP ..................................................................................... 60 8.4.3 Avaliação da Unidade Temática EDP:..................................................................................... 64 8 8.5 Unidades Temáticas Eletivas ..................................................................................... 64 9. MATRIZ CURRICULAR DO CURSO ....................................................................67 II PERÍODO ....................................................................................................................... 67 III PERÍODO ...................................................................................................................... 67 9.1 Matriz Curricular do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas ...................... 72 Vigência a partir de (2010/2) ..........................................................................................72 10. METODOLOGIA DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM ....................................76 11. PROCESSO DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ..........................................79 11.1. Concepção de avaliação............................................................................................ 79 11.2 Sistema de Autoavaliação do Curso e do Projeto Pedagógico .................................. 82 11.3 Projeto de Avaliação Institucional ............................................................................ 83 12. ATIVIDADES ACADÊMICAS ARTICULADAS AO ENSINO DE GRADUAÇÃO86 12.1 Práticas de Ensino .................................................................................................... 86 12.2 Estágio Curricular Supervisionado .......................................................................... 87 12.3 Trabalho de Conclusão do Curso............................................................................. 94 12.4 Atividades Acadêmico-Científico-Culturais - AACC .............................................. 95 13. CONTINUIDADE DE ESTUDOS PARA OS EGRESSOS DO CURSO ..............98 14. INCORPORAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS AO ENSINO DE GRADUAÇÃO........................................................................................101 15. MEDIDAS PARA OPERACIONALIZAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO .103 Para que o proposto Projeto Pedagógico possa ser concretizado, algumas necessidades são elencadas nos itens abaixo:....................................................................................... 103 15.1 Dos recursos humanos ........................................................................................... 103 16. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................106 17. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .........................................................................108 18. ANEXOS ................................................................................................................ 110 9 PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ENDEREÇOS Instituição Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM Rua Frei Paulino, nº 30 - Bairro: Abadia CEP 38025-180 Fone: (34) 3318 -5000 - FAX: (34) 3318 -5846 Uberaba – MG Instituto de Ciências Exatas, Naturais e Educação Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM Avenida Getúlio Guaritá, 159 – Bairro: Abadia CEP 38025-180 Fone: (34) 3318 -5909 - FAX: (34) 3318 -5846 Uberaba – MG Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM Avenida Getúlio Guaritá, 159 – Bairro: Abadia CEP 38025-180 Fone: (34) 3318 -5909 - FAX: (34) 3318 -5846 Uberaba – MG 10 1. IDENTIFICAÇÃO DO CURSO Curso Graduação em Ciências Biológicas Modalidade oferecida Licenciatura Habilitação Professor de Ciências e Biologia Título acadêmico conferido Licenciado em Ciências Biológicas Modalidade de ensino Presencial Regime de matrícula Semestral/por créditos Tempo de duração Mínimo: quatro anos (oito semestres) Máximo: seis anos (doze semestres) Carga horária mínima CNE: 2.800h ou 3.360h/a UFTM: 3.840h/a Créditos mínimos 256 Número de vagas oferecidas Trinta, por semestre Número de turmas Uma, por semestre Turno de funcionamento Noturno Local de funcionamento Campus da UFTM Formas de ingresso Vestibular, Transferência Interna – Reopção de Curso, Transferência Externa e Portador de Diploma 11 2. APRESENTAÇÃO DO CURSO O Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas está inserido no programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), portanto, contempla seus objetivos gerais. De acordo com o REUNI, os desafios do novo século exigem uma urgente, profunda e ampla reestruturação da educação superior que signifique, no contexto democrático atual, um pacto entre governo, instituições de ensino e sociedade, visando à elevação dos níveis de acesso e permanência, e do padrão de qualidade da educação superior. O país encontra-se em um momento privilegiado para promover, consolidar, ampliar e aprofundar processos de transformação da sua universidade pública, para a expansão da oferta de vagas do ensino superior, de modo decisivo e sustentado, com qualidade acadêmica, cobertura territorial, inclusão social e formação adequada aos novos paradigmas social e econômico vigentes, conforme preconizam as políticas de educação nacionais. O Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFTM foi elaborado de forma coletiva, apoia-se e organiza-se nos termos das legislações abaixo citadas: Legislação Institucional – UFTM • Resolução Nº 004, de 15 de dezembro de 1995, da Congregação da FMTM, e suas alterações, que fixa diretrizes e normas para os Cursos de Graduação da FMTM. • Resolução Nº 004, de 25 de outubro de 2007, da Congregação da UFTM, que dispõe sobre a criação de novos cursos de graduação da UFTM. • Resolução N° 001, de 09/02/2010, da Congregação da UFTM, que dispõe sobre as diretrizes para reestruturação da carga horária dos cursos de graduação, e dá outras providências. Legislação do Ministério da Educação • Portaria MEC N° 1.793, de 27 de dezembro de 1994, que dispõe sobre a necessidade de complementar os currículos de formação de docentes e outros profissionais que interagem com portadores de necessidades especiais, e dá outras providências. 12 • Portaria Nº 4.059, de 10 de dezembro de 2004, que autoriza a inclusão de disciplinas não presenciais em cursos superiores reconhecidos. • Decreto N° 6.096, de 24/04/2007, que institui o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI. Legislação do Conselho Nacional de Educação • Resolução Nº 3, de 2 de julho de 2007, que dispõe sobre procedimentos a serem adotados quanto ao conceito de hora-aula, e dá outras providências. • Parecer CES/CNE Nº 261/2006, de 9 de novembro de 2006, que dispõe sobre os procedimentos a serem adotados quanto ao conceito de hora-aula, e dá outras providências. • Resolução CNE/CES Nº 13, de 13/01/2001, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Ciências Biológicas. Diretrizes Gerais para a Formação de Professores para a Educação Básica • Parecer CNE/CP Nº 028, de 2 de outubro de 2001, que dá nova redação ao Parecer CNE/CP 21/2001, que estabelece a duração e a carga horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica em nível superior, curso de licenciatura de graduação plena. • Resolução CNE/CP Nº 001, de 18 de fevereiro de 2002, que institui as DCNs para a Formação de Professores da Educação Básica em nível superior, curso de licenciatura de graduação plena. • Resolução CNE/CP Nº 002, de 19 de fevereiro de 2002, que institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior. • Parecer CNE/CES Nº 213/2003, de 1 de outubro de 2003, homologado em 9 de outubro de 2006, que dispõe a respeito da consulta sobre a Resolução CNE/CP 1, que institui as DCNs para a formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura de graduação plena, e a Resolução CNE/CP 2, que institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior. • Parecer CNE/CP Nº 003, de 10 de março de 2004, que aprova as DCNs para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura AfroBrasileira e Africana. 13 • Parecer CNE/CES Nº 197/2004, de 7 de julho de 2004, homologado em 5 de abril de 2005, que dispõe sobre a consulta, tendo em vista o Art. 11 da Resolução CNE/CP 1/2002, referente às DCNs para a Formação de Professores da Educação Básica em nível superior, curso de licenciatura de graduação plena. Legislação do Conselho Profissional • Lei Nº 6684, de 03 de setembro de 1979, que regulamenta as profissões de Biólogo e Biomédico, cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Biologia e Biomedicina, e dá outras providências. • Lei Nº 7017, de 30 de agosto de 1982, que dispõe sobre o desmembramento dos Conselhos Federais e Regionais de Biomedicina e Biologia. • Decreto Nº 88438, de 28 de junho de 1983, que dispõe sobre a regulamentação da profissão de Biólogo, de acordo com a Lei Nº 6684, supracitada, e em conformidade com a alteração estabelecida pela Lei Nº 7017, também anteriormente mencionada. • Resolução CFBio Nº 2, de 05 de março de 2002, que aprova o Código de Ética do Profissional Biólogo. O curso adota o regime semestral, é oferecido no turno noturno, com 30 vagas semestralmente. A sua duração é de 3.840 horas/aula, integralizadas em 256 créditos, com 176 créditos ou 2.640 horas/aula de trabalhos acadêmicos em classe, 12 créditos ou 180 horas/aula a distância desenvolvidas na Unidade Temática Estudos e Desenvolvimento de Projetos – EDP ao longo de seis semestres, e 80 créditos ou 1.200 horas/aula destinadas a outras atividades acadêmicas integralizadas ao longo do curso. A visualização da distribuição de créditos ou carga horária ao longo do curso está organizada no quadro a seguir: SÍNTESE DA MATRIZ CURRICULAR COMPONENTES CURRICULARES HORAS-AULA Componentes Curriculares Gerais - Unidades 2.280 Temáticas Componentes Curriculares Eletivos 180 Componentes Curriculares Optativos Estágio Curricular Supervisionado 480 Práticas de Ensino 480 Componentes Curriculares a Distância 180 Atividades Acadêmico-Científico-Culturais 240 TOTAL 3.840 Carga Horária Total do Curso = 3.200 horas Quadro 01: Distribuição de carga horária no curso CRÉDITOS 152 12 32 32 12 16 256 14 3. HISTÓRICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO E A IDENTIDADE INSTITUCIONAL 3.1 Características socioeconômicas e educacionais da cidade de Uberaba A Universidade Federal do Triângulo Mineiro está sediada na cidade de Uberaba, região do Triângulo Mineiro, no estado de Minas Gerais, com população estimada em 296.261 mil habitantes, de acordo com dados do IBGE. Considerada polo de desenvolvimento agropecuário e industrial, é uma das regiões mais ricas e promissoras do estado de Minas Gerais, exercendo liderança efetiva em mais de 30 municípios. Uberaba tem características típicas de cidade interiorana, sendo, ao mesmo tempo, urbana e rural, com agricultura e pecuária produtivas, parque industrial diversificado e planejada estrutura urbana. A localização do município é altamente estratégica do ponto de vista geoeconômico, em função da equidistância média de 500 km da sede estadual, Belo Horizonte, e em relação a grandes centros do país, como São Paulo e Brasília. No que se refere à saúde, Uberaba é um dos maiores e principais centros de atendimento médico, hospitalar e odontológico da região do Triângulo Mineiro, apresentando considerável estrutura de hospitais, unidades básicas de saúde e ambulatórios. Nesse aspecto, destaca-se a UFTM, que mantém um complexo hospitalar credenciado pelo SUS constituído de 280 leitos conveniados, Prontos-Socorros Adulto e Pediátrico, três Ambulatórios e um Centro de Reabilitação. Todo o complexo atende, em média, 30.000 pacientes/mês, oriundos de mais de 400 municípios de Minas Gerais, norte de São Paulo, sul de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e outros 14 estados. O Hospital Universitário da UFTM mantém atendimento em diversas especialidades, com serviços próprios de Diagnose e Terapia, e realiza procedimentos de alta complexidade, como: transplantes renais e de córneas, neurocirurgias, cirurgias ortopédicas, oftalmológicas, oncológicas, cardíacas, hemodinâmicas, entre outras. Dispõe, também, de serviço de tomografia computadorizada, terapia renal substitutiva e 15 UTIs adulta, neonatal e coronariana. A cidade de Uberaba, rica em recursos educacionais e culturais, é dotada ainda de uma economia em franca expansão, com destaque para a agropecuária e para os seguintes polos: - polo moveleiro: dezenas de indústrias estão transformando rapidamente a cidade em expressivo polo moveleiro, com condições de ser o maior da América do Sul, em função da proximidade de matéria-prima, da localização estratégica, da capacitação de mão de obra, das boas condições de instalação e da qualidade de vida oferecida. - polo químico: juntas, as 24 empresas do polo químico são as maiores produtoras de adubos fosfatados da América Latina. Instaladas em 18 milhões de metros quadrados no Distrito Industrial III, esse polo viabiliza a produção agrícola brasileira, reduzindo a necessidade de importação de insumos básicos e de matérias-primas. - polo biotecnológico: Uberaba é nacionalmente conhecida por ser grande centro médico, bem como grande centro de melhoramento genético de raças bovinas e a maior produtora de grãos de Minas Gerais. Essas vertentes estão consolidando a cidade como “polo” em biotecnologia humana, animal e vegetal. - polo de cosméticos: aproximadamente uma dezena de empresas, as quais exportam seus produtos para vários países, estão consolidando o polo de cosméticos. - polo da moda (calçados, confecções e acessórios): mais de uma centena de empresas, envolvendo vários segmentos, tem representado a cidade nas principais feiras do país, conquistando importantes negócios no mercado internacional. O “Polo da Moda” é um projeto em estudo, com possibilidade de geração de mais de 3.000 empregos, com uso intensivo de logística e gestão estratégica. - polo de alimentos processados (doces caseiros e similares): algumas fábricas de médio e outras de pequeno porte utilizam diariamente centenas de quilos de açúcar na produção de doces dos mais variados tipos, notadamente os de frutas e de derivados do leite. - parque tecnológico: com área de 760 hectares, tem abrangência politemática, com empresas de “software”, de energia e biotecnologia. Nas extensas áreas verdes da Univerdecidade estão sendo implantados projetos de recuperação da paisagem natural de cerrado da região e a integração entre espaços de trabalho e lazer, beneficiando trabalhos criativos e inovadores, típicos das empresas de tecnologia lá instaladas. A cidade possui 91 escolas de Ensino Fundamental, além de 38 escolas de Ensino Médio, somando, no total, 49.881 mil alunos matriculados, de acordo com dados 16 do IBGE. Esse número expressivo de escolas de Educação Básica justifica a necessidade de oferecer Cursos de Graduação em Licenciatura que formem, com excelência, professores para atuarem nesse nível de ensino. A grande área de conhecimento – Biologia –se subdivide em quatro subáreas de relevante importância social e econômica para a cidade de Uberaba: biotecnologia, meio ambiente, saúde e educação. Dessa forma, o curso de Ciência Biológicas vem consolidar a interface entre essas diferentes áreas em plena expansão na região do Triângulo Mineiro. 3.2 Breve histórico da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM A criação da primeira Faculdade de Medicina de Uberaba – atual UFTM – começou a ser idealizada no ano de 1948. Um grupo de médicos, estimulado e fortemente apoiado pelas lideranças políticas municipais, bem como pelo então Governador do Estado de Minas Gerais – Juscelino Kubitschek de Oliveira –, fundou, em 27 de abril de 1953, sob regime de instituição privada, a Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro (FMTM). A autorização para o funcionamento da FMTM veio pelo Decreto-Lei Nº 35.249, de 24 de março de 1954, assinado pelo então Presidente Getúlio Vargas e pelo Ministro da Educação Antônio Balbino, com base em projeto técnico-pedagógico elaborado segundo a legislação educacional vigente. De posse dessa autorização, realizou-se o primeiro concurso vestibular em abril de 1954, dando início, então, ao Curso de Medicina da FMTM, que foi reconhecido por meio do Decreto Nº 47.844, de 24 de dezembro de 1959. A primeira turma de formandos foi diplomada em 06 de junho de 1960. Com o apoio de lideranças políticas locais e do seu Diretório Acadêmico, a FMTM conquistou a federalização por meio da Lei Nº 3.856, de 18 de dezembro de 1960, e em 1972 transformou-se numa Autarquia Federal (Decreto Nº 70.686/72). Em 1989, foi criado o Curso de Graduação em Enfermagem e, em 1990, obtevese autorização para criar o CEFORES – Centro de Formação Especial em Saúde, com o objetivo de formar técnicos e auxiliares na área da saúde. Desde então, funciona com seis cursos noturnos: Enfermagem, Nutrição e Dietética, Segurança do Trabalho, Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Análises Clínicas, Informática, Farmácia e Saúde Bucal, com um total de 1.582 egressos. No ano de 1995, foram criados o Centro Cultural e a CIM – Central de Idiomas 17 Modernos, então ligados à Pró-Reitoria de Ensino, Pesquisa e Extensão. O Centro Cultural, com o objetivo de estimular, identificar e valorizar a produção cultural e artística na Instituição, sempre manteve intercâmbio com pessoas e instituições afins, promovendo a integração das comunidades interna e externa na promoção e realização de eventos. Mantém, ainda, os seguintes projetos permanentes: videoteca, com vídeos científicos e comerciais para empréstimo à comunidade interna e escolas públicas; biblioteca; Curso de Desenho para alunos, servidores e dependentes; sessões de cinema, com exibição regular de filmes. Por sua vez, a CIM presta serviços de tradução, versão e revisão de textos em línguas estrangeiras e vernácula, pretendendo tornar-se um centro de ensino que abrigue as diversas linguagens existentes na sociedade atual. Além do código verbal, pretende agregar também outros códigos necessários à comunicabilidade humana, como: Libras – Língua Brasileira de Sinais; Braille; imagem (fotografia, artes plásticas, gráficas e audiovisuais) e som (música, canto e dança). Em 1997, foi criado o Curso de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Infectologia e, em 1999, obteve-se autorização para o funcionamento do Curso de Graduação em Biomedicina. Em 29 de julho 2005, a FMTM foi transformada em Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM, pela Lei Nº 11.152/05, da Casa Civil da Presidência da República, constituindo um marco na história regional. A partir de então, observado o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, organizou-se sua estrutura e forma de funcionamento nos termos da lei e das normas legais pertinentes, expandindo-se os cursos da área da saúde para Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Nutrição, além de um na área de ciências humanas, Licenciatura em Letras, com duas habilitações: Português-Inglês e Português-Espanhol. Em 2008, foi criado o Curso de Psicologia e, em 2009, o de Educação Física. Com a adesão da Universidade ao REUNI – Programa de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais2, foram implantados, também no primeiro semestre de 2009, os cursos de Licenciatura em Física, Ciências Biológicas, Matemática, Química, Geografia, História e Bacharelado em Serviço Social. Em 2010, foram criados os cursos de Engenharia de Alimentos, Engenharia Ambiental, 2 Conforme o Art. 1º, do Decreto 6.096/2007, o REUNI tem como objetivo "criar condições para a ampliação do acesso e permanência na educação superior, no nível de graduação, pelo melhor aproveitamento da estrutura física e de recursos humanos existentes nas universidades federais." (BRASIL, 2007) 18 Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção e Engenharia Química. Em 1993, foi criada a Divisão de Apoio Técnico-Pedagógico (DATP), composta por Técnicos em Assuntos Educacionais, pedagogos e com apoio administrativo com o objetivo de desenvolver ações pedagógicas para sensibilização e orientação do corpo docente. É o órgão responsável pelo assessoramento na elaboração, acompanhamento e avaliação de projetos ligados ao ensino, além de estudos, pesquisas e levantamentos estatísticos, que auxiliam a garantir um ensino com excelência na UFTM. A partir de 2011, passou a se chamar Núcleo de Desenvolvimento Educacional – NuDE. A área física construída da UFTM é de aproximadamente 66.161,81m2, sendo assim distribuída: Sede – Constituída pelo Centro Educacional e Administrativo, que abriga as salas da Reitoria e Chefia de Gabinete, as salas das Pró-Reitorias de Administração, Pesquisa, Ensino e Extensão e outros setores, como Auditoria, Procuradoria, Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), Departamento de Recursos Humanos (DRH) e Departamento de Materiais Gerais (DEMAG). O Centro Educacional e Administrativo também conta com a presença de salas de aula, sendo todas munidas de recursos audiovisuais, cantina e dois grandes auditórios para uso em eventos especiais na UFTM. Além do Centro Educacional e Administrativo, a sede também é constituída da Biblioteca Universitária, que além de ser informatizada e climatizada, está totalmente preparada para a recepção de pessoas com necessidades especiais. A biblioteca possui 80 lugares para estudo individual, oito cabines de estudo em grupo, oito cabines para uso de materiais audiovisuais, mesas de estudo (aproximadamente 70 lugares), 26 computadores disponíveis para os usuários, duas salas para treinamentos dos usuários e local de acesso para rede sem fio (hot spot). Campus I – Na década de 50, foi instalado o Campus I, para abrigar a Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. Hoje, funciona no local o Curso de Enfermagem, o Departamento de Ciências Biológicas e o Centro de Educação Profissional (CEFORES). Um pouco mais afastado do prédio central, encontra-se o Departamento de Sistemas e Métodos (DSIM). Campus II – Centro Educacional, com estrutura composta por 17 salas de aula com capacidade para 60 alunos e 27 salas de aula para 30 alunos, um laboratório didático, seis laboratórios de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional, três laboratórios de Nutrição, um laboratório de Psicologia, um laboratório de Histotecnologia, três 19 laboratórios de Microcospia, sete laboratórios multidisciplinares de Ciências Biológicas, três laboratórios de Informática (em fase de implantação) e salas de apoio para laboratórios, com capacidade para abrigar, no total, 2.500 alunos. Conta, ainda, com salas abrigando o Departamento de Controle e Registro Acadêmico (DRCA), a PróReitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (PROACE), o Centro de Apoio à Graduação – CGRAD, salas para os professores, salas para coordenações e secretarias dos cursos de graduação, salas de alguns dos Departamentos Didático-Científicos, além dos estacionamentos subterrâneo e externos, com vagas para professores, alunos, técnicos administrativos e pessoas com necessidades especiais. Complexo Hospitalar – Hospital de Clínicas, Pronto-Socorro (adulto e pediátrico, Ambulatório Central, Ambulatório de Pediatria, Coleta de Material, Hemocentro Regional). Outras Unidades – Ginásio Poliesportivo, Biotério, Departamento de Engenharia Civil, Núcleo de Atenção à Saúde do Trabalhador (NASE), Núcleo de Atenção ao Estudante (NAE), Unidade Shopping Urbano Salomão, Centro de Reabilitação, Central de Idiomas Modernos (CIM), Centro de Estudo e Pesquisa em Psicologia Aplicada (CEPPA), e Central de Materiais e Medicamentos (CEMAM), onde funciona o Almoxarifado, o Setor de Patrimônio, a Gráfica e a Garagem. 3.3 A Universidade Federal do Triângulo Mineiro: projetos em execução e características identitárias A UFTM, até 2005, funcionava como uma Faculdade isolada especializada na área de saúde, que oferecia os cursos de graduação em Medicina, Enfermagem e Biomedicina. Com a transformação em Universidade, foram criados três cursos na área de saúde, ainda em fase de consolidação – Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Nutrição –, e um na área de ciências humanas – Licenciatura em Letras (com duas habilitações: Português-Inglês e Português-Espanhol). Em 2008, foi criado o curso de Psicologia; em 2009, Educação Física, Licenciaturas e Serviço Social; e em 2010, os cursos de Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia de Alimentos, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e Engenharia Química. No âmbito da pós-graduação lato sensu, além da Residência Médica, com 24 Programas de especialização – Anestesiologia, Cirurgia do Aparelho Digestivo, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica, Clínica Médica, Colo-Proctologia, Endocrinologia, Gastroenterologia, Hematologia e Hemoterapia, Hematologia Pediátrica, Infectologia, 20 Mastologia e Oncologia, Medicina Fetal, Medicina Intensiva Pediátrica, Neurologia (pré-requisito em Clínica Médica), Neurologia, Obstetrícia e Ginecologia, Oftalmologia, Ortopedia e Traumatologia, Patologia, Pediatria, Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Reumatologia, Urologia –, são oferecidos quatro cursos de especialização: Saúde Coletiva, Saúde da Família, Docência na Educação Superior, e Critica Literária e Ensino da Literatura. Na pós-graduação stricto sensu, são oferecidos mestrado e doutorado em Medicina Tropical e Infectologia, com duas áreas de concentração: 1-Clínica de Doenças Infecciosas e Parasitárias; 2-Imunologia e Parasitologia Aplicadas. Em Patologia, são quatro as áreas de concentração: 1-Patologia Geral; 2-Patologia Clínica; 3-Anatomia Patológica e Patologia Forense; 4-Patologia Ginecológica e Obstétrica. Em 2007, mais dois cursos de mestrado foram aprovados pela CAPES: os cursos de pós-graduação stricto sensu em Atenção à Saúde e em Ciências Fisiológicas, com início em 2008. Os Programas de Pós-Graduação possuem linhas de pesquisa e propostas adequadas ao Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e coerentes com ele, tendo o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Organização Mundial de Saúde (OMS), da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), da União Europeia (EU) e do Ministério da Saúde (MS). Esses programas possuem vínculos estreitos com várias instituições nacionais e internacionais, as quais possibilitam apoio logístico e diagnóstico na pesquisa e intercâmbio de estudantes, e convênios com universidades estrangeiras (Universidade do Mediterrâneo – França e Universidade Guayaquil – Equador). Em 2010, foram aprovados os mestrados profissionais em Inovação Tecnológica e em Matemática, além do mestrado acadêmico em Educação Física. Vale destacar que, além das agências citadas, a UFTM conta com financiamento da Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerias e outros financiamentos privados. Pelo terceiro ano consecutivo, a UFTM tem projeto aprovado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) no programa CT-INFRA. No âmbito da geração de conhecimentos, a UFTM vem desenvolvendo uma política de expansão de seu quadro de pessoal qualificado para a execução de projetos e pesquisas científicas voltadas principalmente para as áreas de ciências biomédicas e da saúde, em função de sua vocação histórica, contando com pesquisadores com doutorado 21 e pós-doutorado, vinculados aos cursos de pós-graduação oferecidos. O Hospital de Clínicas da UFTM está orientado a atender a demanda de estágio curricular para os cursos de saúde, além de servir de campo para a pesquisa científica e a extensão. Com 280 leitos conveniados, possui um Pronto-Socorro Adulto, um Pronto Socorro Pediátrico, três Ambulatórios, um Centro de Reabilitação, clínicas especializadas nas mais diversas áreas de assistência e complexidade, sendo o único hospital geral classificado como Centro de Referência Hospitalar Regional (CRHR) em média e alta complexidade. Associadas à UFTM, existem duas fundações: Fundação de Ensino e Pesquisa de Uberaba (FUNEPU) e Fundação Rádio Educativa (FUREU). A FUNEPU atua na gestão dos recursos repassados pelo SUS e também na gestão financeira de projetos de pesquisa financiados por agências de fomento. Essa Fundação apoia jovens doutores na UFTM e gerencia alguns projetos de qualificação profissional. A FUREU conta com a Rádio Universitária FM (104.9) e a TV Universitária (Canal 5), vinculada à TV Educativa (TVE), gerando programas locais em que são abordados assuntos ligados à saúde, à cultura, às pesquisas científicas e outros de interesse da comunidade. 3.4 Contexto da Universidade: justificativa, conceitos e fundamentos De Faculdade isolada transformada em Universidade em 29 de julho de 2005, a UFTM tem se submetido a um processo acelerado de expansão, visando a consolidar-se mediante a incorporação de novos cursos de graduação e pós-graduação e às transformações requeridas no tocante à política acadêmica e ao modelo de gestão e organização projetado. Além da criação simultânea de novos cursos voltados à área de saúde, cursos na área de ciências humanas foram acrescentados àqueles originalmente existentes, exigindo reformulação de conceitos, conteúdos e visão. O processo de organização da UFTM está sendo reformulado. O Estatuto da Universidade, bem como seu Regimento Interno, foram aprovados no Conselho Superior e a partir de agora serão elaborados os Regimentos Internos. A UFTM tem por missão, foco e visão de atuação específica: Atuar na geração, difusão, promoção de conhecimentos e na formação de profissionais conscientes e comprometidos com o desenvolvimento socioeconômico, cultural e tecnológico, proporcionando a melhoria da qualidade de vida da população. 22 Fundamentando sua filosofia de vida institucional, projetada como referencial de conduta e de pensamento à comunidade interna (alunos, docentes e técnicos administrativos), os valores e princípios que devem inspirar suas ações, relações e desempenho são: I. Pioneirismo II. Inclusão social III. Cidadania e respeito às diferenças IV. Tratamento justo e respeitoso ao ser humano e à vida (humanização) V. Liberdade de expressão e participação democrática VI. Profissionalismo e competência técnica VII. Ética e transparência VIII. Qualidade e desenvolvimento sustentável IX. Inovação tecnológica X. Preservação e incentivo aos valores culturais XI. Prioridade do interesse público A UFTM orienta-se pelas seguintes diretrizes fundamentais: I. Envolver a comunidade universitária nas dimensões sociais, políticas, culturais e econômicas da sociedade, tendo, para tanto, o indivíduo, a coletividade e o meio ambiente como atenção e preocupação centrais. II. Proporcionar a todos as mesmas oportunidades e condições de desenvolvimento intelectual e cultural. III. Manter a percepção ampla e diversificada, visando à interação com as comunidades interna e externa. IV. Estimular permanentemente a exploração e a geração de conhecimentos e de potencialidades. V. Contribuir para o desenvolvimento da educação básica, tecnológica e profissional. VI. Agregar continuamente competências relativas à organização e à gestão corporativas. VII. Manter reciprocidade harmoniosa e legítima na relação com a sociedade e com a comunidade universitária, visando ao alinhamento mútuo de necessidades e expectativas. VIII. Comprometer-se com a preservação, a defesa e a recuperação do meio 23 ambiente. IX. Suscitar posturas individuais e coletivas, junto à força de trabalho e ao corpo gerencial, para atender à busca sistemática da satisfação de clientes e de usuários. X. Zelar pela conservação e otimização do emprego do patrimônio, bens e direitos disponíveis, em respeito inviolável ao bem público, visando a aplicá-los exclusivamente na consecução dos objetivos institucionais. Dentro de sua nova ótica universalista, a UFTM tem privilegiado o processo de gestão, confirmado pela inserção, em seu Estatuto, do Art. 9º, estabelecendo os instrumentos de gestão que irá implementar, optando, assim, por uma maior profissionalização de seu funcionamento e desenvolvimento. 24 4. JUSTIFICATIVA SOCIAL: FORMAÇÃO DE DOCENTES PARA ATUAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA A UFTM, ao ampliar seu campo de atuação, instaura o processo de construção de uma instituição que conjuga, em seus projetos, o equilíbrio entre tradição e modernidade, orientando-se para um trabalho eficiente e funcional, no qual a educação é compreendida mais amplamente. Assim, sua equipe gestora e seu corpo docente e administrativo entendem que uma instituição de ensino superior tem papel de mediadora, incentivadora e produtora de um conhecimento que garanta, ao indivíduo, uma autoformação permanente, que não se limita aos muros escolares. Nesse sentido, atenta à sua responsabilidade social e em sintonia com os anseios da comunidade, propõe a implantação de cursos que se caracterizem pela preocupação com a formação de um professor-educador comprometido com o desenvolvimento humano em todas as suas dimensões e que compartilhe da missão de formar profissionais responsáveis, éticos e criativos em vários campos do saber. O primeiro passo para essa nova realidade foi a implantação do Curso de Letras nas habilitações Português-Inglês e Português-Espanhol, em 2006. Primeiro curso da UFTM voltado para a formação de professores, vem despontando na instituição pela ousadia e o ideal de formar, com excelência, professores para atuar na Educação Básica. Além disso, prima por ofertar programas, projetos e eventos de extensão e iniciação científica que colaboram para a formação integral discente. Na avaliação in loco, realizada em 2011 pelo INEP, foi atribuído ao Curso o Conceito 5, indicativo importante que demonstra que a equipe de coordenação, professores e alunos estão no caminho certo. O Curso de Letras representou, assim, um especial impulso para que a UFTM expandisse sua oferta. A necessidade de formar professores de outras áreas de conhecimento, sobretudo Matemática, Física, Química e Biologia, vem suprir uma carência verificada em todo o país. Os cursos oferecidos cumprem dupla função social: formar a integralidade dos sujeitos, dando a eles melhores condições de se relacionar com o mundo, e formar com excelência professores para a Educação Básica. Para a concretização desses ideais, unimo-nos aos anseios da comunidade 25 acadêmica uberabense que, atenta ao seu papel formador, mobiliza-se, nesse momento, para deixar registrada sua contribuição. O município de Uberaba é reconhecido pela sua história no campo da educação: hoje se constitui num polo regional que congrega várias instituições de Ensino Superior. Essas instituições formaram uma comissão no ano de 2005 para, em nome da comunidade acadêmica, elaborar o documento intitulado “Contribuição para a Criação de uma Instância Acadêmica Responsável pela Formação Superior de Educadores na UFTM”, entregue em sessão solene à Reitoria da UFTM. Assim, o presente Projeto Pedagógico considera, também, as sugestões dos participantes dessa comissão, representando as seguintes Instituições: Centro Federal de Estudos Tecnológicos (CEFET), Centro de Estudos Superiores de Uberaba (CESUBE), Faculdade Talentos Humanos (FACTHUS), Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU), Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC), Universidade de Uberaba (UNIUBE) e Prefeitura Municipal de Uberaba (PMU). O item IV daquele documento, denominado “Sugestões de Prioridades para Implementação da Instância Acadêmica Responsável pela Formação de Educadores na UFTM”, traz as seguintes solicitações: 1. Criação de uma Instância Acadêmica responsável pela formação de educadores, cuja estrutura contemple a articulação entre licenciaturas, educação continuada e pesquisa. 2. Implantação imediata das Licenciaturas que completam os componentes curriculares do Núcleo Comum da Educação Básica (Art. 96), a fim de assegurar a esse nível de ensino a sua efetiva qualidade. A implantação concomitante de tais licenciaturas permitirá uma organização curricular que conte com um núcleo de integração especificamente voltado para o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar (exigência da contemporaneidade) e para a ampliação cultural do professor. As licenciaturas que foram previstas são: Pedagogia, Letras – Habilitação Português/Inglês e suas literaturas e Português-Espanhol e suas literaturas, Matemática, História, Geografia, Ciências Biológicas, Educação Física e Educação Artística. 3. Oferta de cursos de Complementação Pedagógica para qualificação e habilitação de profissionais de outras carreiras. 4. Oferta de Educação Continuada em consonância com a formação inicial, prevendo cursos de atualização, de aperfeiçoamento e de pós-graduação lato e stricto sensu. 5. Implementação de laboratório de pesquisa em práticas pedagógicas e modalidades 26 tecnológicas (Tecnologia da Informação e Comunicação, Projeto EAD e outras), tendo em vista a concretização da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. 6. Criação de um Fórum Permanente de Educação Superior de Uberaba, de caráter consultivo, constituído como instância democrática de debates sobre políticas do ensino superior em consonância com as expectativas da realidade local e regional, formulação e adoção de projetos que objetivem promover o desenvolvimento socioeconômicocultural desejado e urgente etc. O Fórum, implantado em parceria com a Prefeitura Municipal de Uberaba, terá como premissa básica a representação dos diferentes segmentos organizados da sociedade civil, de técnicos e especialistas da área de educação e cultura. 7. Criação de uma Comissão Técnica Local que, juntamente com a Comissão designada pelo MEC, será responsável pela elaboração do Projeto Pedagógico da Instância Acadêmica responsável pela Formação e Desenvolvimento de Professores. Para atender solicitações, a demanda social e a necessidade de implementar cursos com uma organização curricular mais flexível, a UFTM vive atualmente um momento de reestruturação administrativa, tendo em vista a necessidade de consolidação da Universidade. Os trabalhos de discussão, organização e aprovação dessa nova estrutura estão em fase avançada e acredita-se que até o final de 2012, quando se encerra o cronograma pactuado com o REUNI, teremos implantado um modelo gerencial mais adequado às novas necessidades da instituição. O curso de Licenciatura em Ciências Biológicas integra essa nova estrutura para atender aos reclames acima descritos. Os anos 1930 marcaram a consolidação de uma memória histórica nacional e patriótica nas escolas primárias brasileiras e, com a criação do Ministério da Educação, consolidou-se a criação do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas para assegurar a formação de professores, com a valorização de princípios patrióticos e de ideais de civismo. Em virtude de todos os homens terem consciência do passado, hoje é patente que o conhecimento histórico é fundamental para se compreender a trajetória e as transformações nas quais o homem está imerso. A compreensão do processo histórico torna os sujeitos mais conscientes de si e de suas práticas e, em ato contínuo, impulsiona a reflexão e a transformação do real. O professor/biólogo é um sujeito de seu tempo e sua formação deve torná-lo capaz de apreender e criticar, individual ou coletivamente, a sociedade em que se insere, propondo transformá-la, efetivamente, através de propostas político-pedagógicas e a 27 partir da escola. Vê-se a necessidade de um profissional que auxilie a pensar historicamente a sociedade e suas transformações, a fim de colaborar com a formação de cidadãos mais críticos e reflexivos. O licenciado em Ciências Biológicas da UFTM poderá atuar em diferentes áreas da Biologia, embora seu trabalho seja predominantemente a docência no Ensino Fundamental e Médio, tanto no setor público quanto no setor privado. Está assegurado ao licenciado em Ciências Biológicas: atuação em universidades, jardins botânicos, zoológicos, museus e similares, empresas de saneamento (água, lixo, esgoto), empresas de consultoria sobre meio ambiente, empresas de pesca, empresas de produtos agrícolas e veterinários, indústrias diversas e laboratórios. O licenciado pode ainda atuar em outras instituições de caráter governamental, do terceiro setor ou da iniciativa privada. Atualmente, percebe-se a crescente valorização do conhecimento biológico para a educação, a conservação ambiental e o desenvolvimento de novas tecnologias que suportam o convívio sustentável do homem com meio ambiente. Nesse contexto, o egresso desse curso terá fundamental participação na sociedade, atuando como um elemento formador de opinião. 28 5. ABRANGÊNCIA DO CURSO NO ENSINO, NA PESQUISA E NA EXTENSÃO 5.1 No Ensino O curso de Ciências Biológicas tem origem na fundação da Universidade de São Paulo pelo Governo do Estado de São Paulo, em 1934, que criou o curso de História Natural no elenco dos cursos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Nesse curso de História Natural, eram ministrados conteúdos da área biológica e da área de Geociências, como Mineralogia, Petrografia, Geologia e Paleontologia. Também era nesse curso que se formavam os professores de Biologia. Para receber o diploma de licenciados, os bacharéis em Biologia participavam de um curso de formação didática com duração de um ano. Com o passar do tempo, reconheceu-se, entretanto, que a combinação das matérias de da Geociências e de Ciências Biológicas oferecidas por esse curso tornavase cada vez menos adequada face à rapidez com que se vinham acumulando os conhecimentos científicos e à diferenciação entre as técnicas aplicadas ao estudo das duas áreas. A partir dessa época, surgiram os Institutos de Geociências e/ou Escolas de Geologia no país, diferenciando-se do curso de Ciências Biológicas. Desde então, os egressos dos cursos de Ciências Biológicas vêm atendendo ao ensino de Biologia e de Ciências nos seus diversos níveis, além de produzir conhecimento básico e aplicado nas diversas subáreas do conhecimento, por intermédio da pesquisa, da consultoria, da prestação de serviços e das demais atividades cientificas e tecnológicas. O Parecer Nº 107/69, do CFE, que fixava o novo currículo mínimo para os cursos de Ciências Biológicas, dizia: "muito mais recomendável nos parece que os pesquisadores das diferentes áreas da Biologia se formem em cursos de bacharelado nos quais a quarta parte da duração total dos estudos de graduação seja dedicada a um dos grandes ramos das Ciências Biológicas, tais como Zoologia, Botânica, Genética, Ecologia, Fisiologia, Embriologia etc...". Além disso, o referido parecer chamava ainda atenção para a necessidade da formação de pessoal capacitado para o exercício de atividades de pesquisa vinculadas ao ensino superior e à indústria, ou seja, um currículo voltado à formação de bacharéis, sem a menor preocupação com a formação de professores de Ciências e Biologia. Em 3 de setembro de 1979, a profissão de biólogo foi regulamentada e a criação 29 dos Conselhos Federal e dos Regionais de Biologia deu-se com a assinatura presidencial da Lei N° 6.684, sendo o Conselho Federal instalado apenas em 1983 e os cinco Conselhos Regionais em 1987. Durante 32 anos, não houve nenhuma alteração nas Diretrizes Curriculares que regem os cursos de Ciências Biológicas, fazendo com que os modelos existentes se tornassem arcaicos. Em 2001, novas Diretrizes Curriculares são publicadas, e o Conselho Nacional de Educação (CNE) enfatiza a presença dos conteúdos de Ciências Exatas e da Terra, bem como a formação humanística. Além disso, diferencia-se, ainda, de uma forma bastante sutil, a formação dos alunos das modalidades bacharelado e licenciatura. Concomitantemente, diversos estudos nortearam o CNE, de forma a estabelecer novas regras para a formação de professores. Em 2002, o CNE elaborou a Resolução CNE/CP 1, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura de graduação plena, que busca construir sintonia entre a formação de professores, os princípios prescritos pela LDBEN e as normas instituídas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para educação infantil, o ensino médio e suas modalidades, bem como as recomendações dos Parâmetros e Referenciais Curriculares para a Educação Básica elaboradas pelo Ministério da Educação. O processo de elaboração dessas propostas de Diretrizes Curriculares para a graduação consolidou a direção da formação para três categorias de carreiras: a) Bacharelado Acadêmico; b) Bacharelado Profissionalizante; c) Licenciatura. Nesse documento, entre outros pontos, destaca-se a reflexão sobre a articulação entre os conhecimentos da área específica, nesse caso, a área biológica, e a área pedagógica. Conforme essas diretrizes, a Licenciatura ganhou terminalidade e integralidade própria em relação ao Bacharelado, constituindo-se em um projeto específico, exigindo a definição de currículos próprios da Licenciatura que não se confundissem com os do Bacharelado ou com a antiga formação de professores que ficou caracterizada como modelo “3 + 1” (três anos de conteúdos específicos biológicos e um ano de conteúdos pedagógicos). O objetivo dessas novas orientações é o de propiciar ao aluno o contato com o conhecimento da área educacional a partir dos semestres iniciais do seu curso, sendo esse um dos pontos centrais do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. A proposta de formação de professores da UFTM concebe a educação escolar como tendo um papel fundamental no desenvolvimento das pessoas e da sociedade, 30 sendo um dos elementos essenciais para favorecer as transformações sociais necessárias, alem de incluir as transformações científicas e tecnológicas que exigem cada vez mais das pessoas novas aprendizagens, não somente no período de formação, mas ao longo da vida. Nesse contexto, é reforçada a concepção de escola voltada para a construção de uma cidadania consciente e ativa, que ofereça aos alunos as bases culturais que lhes permitam identificar e posicionar-se frente às transformações em curso e incorporar-se na vida produtiva e sociopolítica. Justaposta a essa concepção, está presente a do professor como profissional do ensino que tem como papel principal a tarefa de cuidar da aprendizagem dos alunos, respeitadas as suas diversidades pessoais, sociais e culturais. Lyra (2003) faz uma síntese da formação do professor de Ciências e Biologia elaborando as seguintes considerações: - o foco do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas é formar profissionais docentes para atuar no ensino de Ciências Naturais, com ênfase na Biologia nos níveis Fundamental e Médio; - os dias atuais apontam para uma Licenciatura em Ciências Biológicas que não apenas ajude a desvendar os "segredos da vida", mas, sobretudo, que ressignifique a educação para promover um olhar crítico no que se refere à atividade humana e a seus impactos sobre a biosfera. - para garantir o compromisso do curso de Biologia com essa concepção planetária, há a necessidade de um planejamento cotejado de ideias e propostas, entendidas como contribuições precedentes, cujas reflexões darão consistência ao plano a ser posto em ação. - o ponto de partida a desenhar-se num sustentáculo propositivo de mudança deveria ser o Projeto Pedagógico do Curso, em que o olhar comprometido voltado à formação do professor de Ciências e Biologia não descarta, em nenhum momento, a fundamentação específica que venha a respaldar toda uma consistência didático-científica das Ciências Biológicas. - o biólogo, seja ele bacharel ou licenciado, deve ter consciência de seu papel transformador, seja estimulando e contribuindo para a preservação da natureza, seja desenvolvendo atividades educacionais e comunitárias. A formação generalista do profissional professor e o constante aprimoramento dos conhecimentos deve estar sempre presente em seu fazer diário. 31 5.2 Na Pesquisa O curso de Licenciatura em Ciências Biológicas deverá cumprir o papel de implantar, na Instituição, o desenvolvimento nas áreas de ensino e de pesquisa no campo das Ciências Biológicas, além de propiciar a integração e a interface com os demais cursos. A implementação de Laboratórios de Ciências e Biologia, bem como o trabalho interdisciplinar a partir de eixos e unidades temáticas, constituir um espaço para a formação de grupos de estudos e pesquisas a fim de criar um ambiente de fomento às iniciativas, estudos e atividades científicas em diferentes áreas do conhecimento. No entanto, o foco principal da pesquisa deve estar voltado para a formação de professores e para o aperfeiçoamento de práticas de ensino de Ciências e Biologia. Pretende-se estimular a pesquisa docente e discente, com vistas a estabelecer um embrião para o desenvolvimento de linhas de pesquisa, o que será fomentado especialmente no desenvolvimento da Unidade Temática Estudos e Desenvolvimento de Projetos, que tem caráter articulador de conhecimentos e experiências no ensino, na pesquisa e na extensão. No desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, também se investirá na pesquisa, com apresentação formal realizada frente à Banca Examinadora aprovada pelo Colegiado de Curso. No âmbito da assessoria pedagógica do Núcleo de Desenvolvimento Educacional – NuDE, a pesquisa continuará sendo produzida pelo Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Inovações Curriculares, garantindo, assim, o processo contínuo de reconstrução e inovação do currículo. 5.3 Na Extensão A relação entre universidade e sociedade organizada vem se reconfigurando ao longo do tempo. No contexto atual, tendo em vista as novas demandas oriundas dos avanços tecnológicos, dos meios de produção e dos modelos sociais, essa relação vem se pautando pela necessidade de articulação mais íntima, pois os desafios são cada vez maiores e as soluções só podem ser construídas com a participação de todos os segmentos. Portanto, articular a Universidade à sua comunidade local e regional é uma tendência que deve se consolidar para além da missão de formação de profissionais e de docentes para a Educação Básica. Os princípios que embasam o trabalho a efetivar-se na extensão, tendo em vista a 32 formação de uma cidadania ativa na vida profissional, apontam para uma necessária e efetiva interação com a sociedade. Assim, o sujeito situar-se-á historicamente, reconhecendo-se como participante de uma determinada cultura, além de dirigir sua própria formação rumo aos problemas com que, um dia, terá que se confrontar. Nesse sentido, as atividades de extensão têm contribuído para a superação das desigualdades sociais, buscando soluções para demandas que se apresentam no dia a dia, utilizando a criatividade e inovações resultantes do trabalho acadêmico. A extensão universitária tem incluído no seu escopo atividades de difusão cultural, cursos de extensão e atividades correlatas, prestação de serviços à comunidade. Tais ações podem abranger mecanismos de interação entre universidade, empresa, fundações, incubadoras, empresas juniores, centros de pesquisas e inovação tecnológica e outros. O Curso de Ciências Biológicas propiciará o desenvolvimento sistemático de atividades direcionadas tanto à comunidade acadêmica quanto à comunidade em geral por meio de: • ações de planejamento e acompanhamento das atividades de docência, coordenação, supervisão, coleta de dados e educação continuada dos docentes, alunos do Sistema Municipal e Estadual de Ensino e comunidade em geral; • participação e promoção de seminários, encontros, fóruns, congressos e assemelhados, nas áreas de Educação e Biologia; • realização de minicursos e de oficinas para a comunidade acadêmica da UFTM e externa, com vistas a estabelecer ações de responsabilidade social, em parceria com os demais cursos da UFTM; • criação e elaboração de roteiros para programas educativos a serem veiculados na Rádio e na TV Universitária e em ambientes virtuais; • desenvolvimento de projetos de formação docente para os professores das escolas da rede estadual e municipal de ensino; • prestação de serviços de assessoria na área educacional à comunidade escolar, especialmente na questão da formação continuada de professores. Com essas propostas, entendemos que a extensão deve estar sempre articulada com a pesquisa e o ensino, conforme previsto nos princípios e fins da Educação Superior Brasileira. 33 6. ADMINISTRAÇÃO ACADÊMICA DO CURSO 6.1 Coordenação do Curso A administração acadêmica será exercida pelo respectivo coordenador e Colegiado de Curso. São atribuições do coordenador, conforme Regimento Interno aprovado em 2010: I - presidir o Colegiado do Curso e o Núcleo Docente Estruturante; II - elaborar, de acordo com o interesse institucional, o quadro de horários do curso; III - solicitar ao Instituto competente, quando necessário, docentes para as disciplinas do curso; IV - zelar pelo cumprimento do projeto pedagógico, por meio de avaliações periódicas e propostas de alteração, quando necessárias; V - estabelecer condições de interação entre os docentes do curso, para efetivação da inter e transdisciplinaridade; VI - planejar as Atividades Acadêmico-Científico-Culturais (AACC) em conjunto com o Colegiado de Curso; VII - verificar o cumprimento do Plano de Ensino; VIII - acompanhar o desempenho dos docentes por meio de avaliações permanentes, junto aos discentes, por meio de instrumento institucional; IX – estimular o aperfeiçoamento dos docentes ou outras providências necessárias à melhoria do ensino; X - acompanhar os alunos em seu desenvolvimento biopsicossocial e afetivo e encaminhá-los ao setor competente, quando necessário; XI - divulgar as atividades programadas e realizadas pelo curso; XII - articular-se com as Pró-Reitorias competentes para acompanhamento, execução e avaliação das atividades do curso; XIII - compatibilizar os horários e locais de oferta das disciplinas, respeitando a conveniência didático-pedagógica, com anuência da Direção do Instituto; XIV - promover, opinar e participar de eventos extracurriculares relacionados à formação acadêmica dos alunos; XV - comunicar ao Diretor do Instituto competente as irregularidades cometidas pelos professores do curso; 34 XVI - orientar e acompanhar a vida acadêmica, bem como proceder a adaptações curriculares dos alunos do curso; XVII – homologar parecer sobre aproveitamento de estudos, emitidos pelos professores das disciplinas; XVIII - encaminhar os processos acadêmico-administrativos ao Colegiado do Curso para pareceres e deliberações; XIX - manter atualizados os dados históricos do curso em relação a alterações curriculares e Plano de Ensino; XX - representar o curso nas instâncias para qual for designado; XXI - identificar as necessidades do curso e promover gestões para seu equacionamento; XXII - executar as deliberações do Colegiado de Curso; XXIII - apresentar ao pró-reitor de Ensino o Relatório Anual das Atividades da Coordenação; XXIV - promover a divulgação e inscrição dos discentes no Sistema Nacional de Avaliação – SINAES; XXV - zelar pelo cumprimento das disposições legais e regimentais do curso. Como os cursos de licenciatura e o curso de Serviço Social orientam-se por um Ciclo Comum de Formação, encontramos a figura de um coordenador de Núcleo de Análises do Ciclo Comum das Licenciaturas e Serviço Social vinculado ao Instituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais – IELACHS para operacionalizar de forma integrada esse processo. Um docente é indicado para essa tarefa, e entre as suas atribuições destacam-se: • colaborar com os coordenadores na elaboração, de acordo com os docentes e as necessidades dos cursos, do horário semanal das unidades temáticas/disciplinas comuns; • estabelecer condições de interação entre os docentes, visando à efetivação da interdisciplinaridade; • orientar a elaboração dos planos de ensino das unidades temáticas do Ciclo Comum de Formação, segundo os padrões institucionais, encaminhando-os ao Núcleo de Desenvolvimento Educacional – NuDE para análise e arquivo; • organizar, em conjunto com demais coordenadores de Curso e docentes do Ciclo Comum de Formação, a recepção dos calouros, de forma a recebê-los e acolhê- 35 los na Instituição; • realizar reuniões ordinárias mensais ou extraordinárias, com docentes e representantes discentes; • planejar as Atividades Acadêmico-Científico-Culturais (AACC) em conjunto com as unidades acadêmicas responsáveis; • apresentar à Pró-Reitoria de Planejamento o relatório anual das atividades desenvolvidas; • acompanhar os alunos quanto ao desenvolvimento nas atividades pedagógicas e também em seus aspectos biopsicossocial e afetivo, promovendo inclusão social; • divulgar à comunidade UFTM as atividades programadas; • promover, em conjunto com o NuDE, programas de desenvolvimento pessoal e profissional para os docentes; • acompanhar atividades de ensino, pesquisa e extensão; • orientar os alunos quanto aos seus direitos e deveres acadêmicos. 6.2 Forma de Gestão Segundo o Art. 57 do Regimento Interno da UFTM, as decisões serão tomadas em reuniões de colegiado por ser essa uma instância deliberativa sobre matérias e recursos de aplicação e interesse de seu coordenador, professores e discentes. O colegiado será composto por coordenador (presidente), representantes dos professores, representante discente, representantes dos servidores técnico-administrativos do curso e servidores ligados ao Núcleo de Desenvolvimento Educacional – NuDE. A partir de decisões tomadas pelo Colegiado, o coordenador deverá implementar encontros que tenham como objetivo encaminhar as discussões realizadas de forma colegiada, num movimento dinâmico e permanente de deliberação/definição de plano de encaminhamento/análise e estudos/apresentação dos novos encaminhamentos ao Colegiado de Curso. A regulamentação do Colegiado, definida em reunião, fará parte dos anexos deste Projeto Pedagógico. Também funcionará junto à gestão do curso o Núcleo Docente Estruturante (NDE), ligado ao curso e à Comissão Gestora do Ciclo Comum, composta pelo coordenador do Ciclo Comum, pelos coordenadores dos cursos de Licenciatura e Serviço Social e por 01 representante docente do Ciclo Comum. Esses órgãos reunir-se- 36 ão quinzenalmente para discutir questões relacionadas ao ensino, à pesquisa e à extensão, apresentando o encaminhamento dessas discussões ao Colegiado, que tem funções deliberativas. O NDE terá regulamento próprio, definido em reunião de colegiado, que também definirá sua composição. Esse regulamento virá como anexo neste Projeto Pedagógico. 6.3 Corpo Docente Os professores serão contratados mediante concurso público, cujo edital deverá prever os pré-requisitos e perfis básicos exigidos e estará vinculado ao Instituto de Ciências Exatas, Naturais e Educação da UFTM. Segundo o Art. 162 do Regimento Interno, são atribuições dos docentes: I - elaborar o Plano de Ensino da disciplina ou a atividade didático-pedagógica pela qual respondem; II - ministrar e coordenar as atividades de prática didático-pedagógica da disciplina correspondente, cumprindo integralmente o programa e a carga horária que lhe competem; III - controlar a frequência de discentes dentro dos prazos estabelecidos; IV - organizar e aplicar os métodos e instrumentos da avaliação de aproveitamento discente, além de observar e aplicar os recursos de recuperação estabelecidos; V - cumprir o Calendário Acadêmico em termos de integralização curricular, de provas e exames, da avaliação de aproveitamento discente e de registro de notas e frequências; VI - observar e aplicar os Regimes Disciplinares, discente e docente; VII - participar de Conselhos, Colegiados, Núcleos de Estudo e Análises ou de Comissões da Instituição para as quais forem designados; VIII - orientar os trabalhos didático-pedagógicos, entre eles o Estágio Supervisionado Obrigatório e outras atividades extracurriculares; IX - participar de projetos de pesquisa acadêmica ou de programas e atividades de extensão e/ou coordená-los; X - orientar e supervisionar trabalhos de discentes em atividades de pósgraduação; XI - publicar artigos ou títulos e efetuar eventuais apresentações em eventos técnico-científicos ou culturais; 37 XII - participar, quando designados, da elaboração ou reformulação de projetos pedagógicos e institucionais; XIII - participar de iniciativas e estudos objetivando a prospecção de potencialidades, criação, reformulação, avaliação e extinção de programas, projetos ou atividades; XIV - reportar-se, independentemente da lotação, ao Núcleo Didático-Científico de referência, ao coordenador de Curso, projeto, área ou atividade para o qual tenham sido designados; XV - exercer demais atribuições de natureza didática, pedagógica, técnica, científica, cultural e de gestão a si consignadas. Considerando o desenho curricular diferenciado que busca promover integração e propiciar interdisciplinaridade, o perfil do docente para desenvolver o trabalho nas unidades temáticas é o de um professor com ampla visão, tanto de conhecimentos específicos quanto de formação e prática pedagógica. O profissional deverá também ser competente para trabalhar em equipe, desenvolvendo habilidades para concretizar um trabalho coletivo no curso com a integração necessária entre pesquisa, ensino e extensão. Deverá, ainda, ter atitude de um docente aprendiz. O Núcleo de Desenvolvimento Educacional – NuDE estará em articulação com o corpo docente dos Cursos de Licenciatura e Serviço Social, implementando programas permanentes de desenvolvimento pessoal e profissional, com o objetivo de colaborar com o perfil de professor aprendiz, que é um dos princípios desta proposta pedagógica. É importante destacar a necessidade de investir na formação dos docentes e técnicos administrativos que serão responsáveis pela concretização dessa proposta, pois, de acordo com o que expressa Tardif e Lessard (2008, p. 02): Sabemos que o trabalho do docente representa uma atividade profissional complexa e de alto nível, que exige conhecimentos e competências em vários campos: cultura geral e conhecimentos disciplinares; psicopedagogia e didática; conhecimento dos alunos, de seu ambiente familiar e sociocultural; conhecimento das dificuldades de aprendizagem, do sistema escolar e de suas finalidades; conhecimento das diversas matérias do programa, das novas tecnologias da comunicação e da informação; habilidade na gestão de classe e nas relações humanas, etc. Essa atividade profissional necessita também das aptidões e das atitudes próprias para facilitar a aprendizagem dos alunos: respeito a eles; habilidades de comunicação; capacidade de empatia; espírito de abertura para as diferentes culturas e minorias; habilidade para colaborar com os pais e outros atores escolares, etc.; assim também como uma boa dose de autonomia e o exercício de um julgamento profissional respeitoso 38 tanto das necessidades dos alunos quanto das exigências da vida escolar e social. Em resumo, o ensino se tornou um trabalho especializado e complexo, uma atividade rigorosa que exige, daqueles e daquelas que a exercem, um verdadeiro profissionalismo. É nisso que acreditamos. 6.4 Atenção aos Discentes A assistência estudantil nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) ganhou impulso decisivo nos últimos anos devido a uma série de fatores: o reconhecimento da mudança no perfil socioeconômico dos universitários brasileiros, expresso especialmente pela pesquisa desenvolvida pelo Fórum Nacional de PróReitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE), a análise das taxas de retenção e evasão escolar, seus custos econômicos e sociais e, também, o processo de luta para a democratização do acesso, permanência e conclusão do ensino superior. (ANDIFES e FONAPRACE, 2004). Nesse contexto, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), instituído pelo Decreto 6.096/2007, reconheceu que a [...] ampliação de políticas de inclusão e de assistência estudantil objetiva a igualdade de oportunidades para o estudante que apresenta condições sócio-econômicas desfavoráveis. Esta medida está diretamente associada à inclusão, democratização do acesso e permanência de forma a promover a efetiva igualdade de oportunidades, compreendidas como partes integrantes de um projeto de nação. (BRASIL, 2007, p. 06) Tal perspectiva é destacada no documento síntese das Diretrizes Gerais do REUNI quando se expõe o Compromisso Social da Instituição a ser expresso por políticas de inclusão, programas de assistência estudantil e políticas de extensão universitária. Na esteira da criação do REUNI, a diretoria da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) apresentou o Plano Nacional de Assistência Estudantil expondo a importância de investimentos para garantir a eficiência das políticas de inclusão, com a permanência na graduação e a conclusão desta. O documento expressa a compreensão do FONAPRACE e da ANDIFES de que a assistência estudantil é um direito do acadêmico e parte da luta nacional para acesso à educação superior gratuita. (ANDIFES, 2011) 39 A Portaria Normativa Nº 39, de 12 de dezembro de 2007, instituiu o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), definindo as seguintes áreas estratégicas: moradia estudantil, alimentação, transporte, assistência à saúde, inclusão digital, cultura, esporte, creche e apoio pedagógico. A Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) aderiu ao REUNI e, no item Compromisso Social da Instituição, o Diagnóstico apresentado foi o seguinte: Após o ingresso do aluno em seus respectivos cursos, a universidade não conta com um instrumento qualificado para avaliar sua permanência e sua situação sócio-econômica no período de duração dos cursos de graduação. [...] As bolsas que são oferecidas por meio de diversos programas e órgãos de fomento [...] não tem como foco a assistência estudantil. A Instituição não contempla ainda a assistência estudantil nas áreas de nutrição, moradia, transporte, saúde integral, esporte, cultura e lazer, inclusão digital. (UFTM, 2007, p. 27) Para o enfrentamento da situação descrita, definiram-se três metas, quais sejam: desenvolver e implantar um programa institucional de atenção integral ao discente (moradia, transporte, saúde integral e nutrição), implantar programa de bolsas de assistência estudantil e incluir no organograma da IFES uma unidade de apoio ao discente. (UFTM, 2007, p. 27) A assistência estudantil passou, assim, a ser reconhecida como compromisso institucional e, consoante o entendimento da ANDIFES, do FONAPRACE e do Ministério da Educação, reconhecida como direito do acadêmico, essencial para a concretização da democratização do acesso e a promoção da equidade no espaço universitário. A sedimentação da proposta ocorreu com a aprovação da Resolução Nº 002, de 31 de julho de 2008, pela Congregação da UFTM. A Resolução dispõe sobre o estabelecimento do Programa de Assistência Estudantil no âmbito da Universidade. Com base na Resolução, foi implantado o Núcleo de Assistência Estudantil, composto por equipe multiprofissional que visa a garantir condições para o atendimento das diversas áreas estratégicas da assistência estudantil. Todavia, tem se destacado a gestão dos auxílios transporte e alimentação e a atenção à saúde. Outro passo significativo para a assistência estudantil no âmbito da UFTM foi a aprovação pela Congregação, em 18 de março de 2010, da criação da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (PROACE). A implantação da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis vai ao 40 encontro das propostas do FONAPRACE e da ANDIFES, pois representa a inserção orgânica da assistência estudantil na estrutura da IFES. A sistematização da assistência estudantil nas universidades federais ganhou novo fôlego com o Decreto Nº 7.234, de 19 de julho de 2010, que instituiu o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). O Decreto definiu como objetivos da assistência estudantil: I- democratizar as condições de permanência dos jovens na educação superior pública federal, II - minimizar os efeitos das desigualdades sociais e regionais na permanência e conclusão da educação superior; III – reduzir as taxas de retenção e evasão; e IV – contribuir para a promoção da inclusão social pela educação. (Art. 2º) Além das áreas estratégias definidas já na Portaria Normativa Nº 39, de 12 de dezembro de 2007, o Decreto acresceu o acesso, a participação e a aprendizagem de estudantes com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades e superdotação. (Art. 3º, §1º) O Decreto reconhece, pois, as transformações pelas quais tem passado as IFES e consolida a concepção da relação profunda entre as condições socioeconômicas dos acadêmicos e a conclusão de uma graduação de qualidade. Acena para a diversidade presente em nosso país e para a importância de se captar as singularidades de cada IFES. Assim, há que se construir a assistência estudantil na sinergia entre a autonomia das universidades e as singularidades regionais e dos acadêmicos. A Resolução Nº 002, de 2008, foi revista pelo Conselho Universitário da Universidade Federal do Triângulo Mineiro e a Resolução Nº 002, de 14 de abril, foi aprovada. Nela se consolidam os princípios da assistência estudantil e são definidas quatro modalidades de auxílio: auxílio-alimentação, auxílio-transporte, auxílio-moradia e auxílio-permanência. Atualmente, a UFTM atende 474 alunos com auxílioalimentação e 202 com auxílio-transporte. Para a implantação dos auxílios moradia e permanência, a Universidade demanda a captação de recursos. A metodologia aplicada pelo Núcleo de Assistência Estudantil para a concessão dos auxílios pode ser assim sintetizada: • publicação dos editais do processo de seleção no sítio institucional e nos murais; • acolhida das inscrições dos alunos; • avaliação socioeconômica pelos profissionais do Serviço Social; • divulgação dos resultados e prazo para recursos; 41 • assinatura dos termos de compromisso pelos alunos; • acompanhamento mensal do processo de pagamento dos auxílios com observação atenta dos alunos em situação de trancamento de matrícula. Além da oferta e do acompanhamento dos auxílios para os alunos em comprovada situação de vulnerabilidade socioeconômica, o NAE oferece atenção à saúde por meio de equipe multiprofissional composta por: psicólogo, enfermeiro, pedagogo, técnico em assuntos educacionais, tradutor de libras, fisioterapeuta e médico. Visa a acolher as demandas dos alunos, contribuir para o acesso ao Sistema Único de Saúde e, de modo específico, ofertar ações de promoção de saúde. Além disso, oferece suporte em saúde ocupacional para os alunos em estágio obrigatório e acompanhamento dos alunos em afastamento de saúde para que tenham acesso ao acompanhamento pedagógico em seus respectivos cursos. Os objetivos do NAE em relação à atenção à saúde são: • acolher as demandas dos alunos por atendimento médico, psicológico, fisioterápico e de enfermagem; • sistematizar o acompanhamento dos alunos em relação ao esquema vacinal; • oportunizar orientações para acesso ao Sistema Único de Saúde no município de Uberaba; • orientar os alunos quanto aos procedimentos referentes à prevenção de acidentes ocupacionais durante os estágios obrigatórios; • acompanhar os alunos em afastamento médico, homologar os atestados de saúde e contribuir para o acompanhamento pedagógico pelos professores e coordenadores de Curso. Está em fase de implantação o Núcleo de Acessibilidade da UFTM, cujo objetivo é atender aos alunos com deficiência, garantindo acesso aos equipamentos e materiais necessários ao processo ensino-aprendizagem. No momento, a PROACE dispõe de um técnico em assuntos educacionais para a digitalização dos textos para alunos com deficiência visual e de dois intérpretes de Libras para os alunos com surdez. Foi iniciada a capacitação dos profissionais para a produção dos materiais em Braille e implantada na Biblioteca Central da UFTM o Setor de Acessibilidade, com as tecnologias assistidas, leitor autônomo, ampliadores de leitura e impressora em Braille. 42 7. CONCEPÇÃO DO CURSO 7.1 Fundamentação Teórico-Metodológica As mudanças ocorridas nos últimos anos em todos os segmentos da vida humana sinalizam para a necessidade de rever posturas, de apurar nosso espírito críticoreflexivo, de acompanhar, sem perder de vista nossa humanidade, as novas demandas impostas. Formamos uma aldeia global em que as informações estão disponíveis cada vez em menor tempo e os conhecimentos acumulados historicamente podem ser acessados a qualquer tempo, em qualquer espaço, graças aos avanços da tecnologia informacional. Comunicar-se passa a ser uma habilidade revestida de outras roupagens nesse contexto. Pode-se comunicar a grandes distâncias, com o uso de ferramentas tecnológicas como o computador e o telefone celular, conectados por vias eletrônicas invisíveis aos nossos olhos à rede mundial de computadores: a internet. Por esses meios, já é possível estabelecer contato para diversas finalidades: educacionais, corporativas, afetivas, entre outras, o que reconfigura também as relações no mundo do trabalho e no mundo social. O papel da universidade, nesse contexto, traduz-se pela necessidade de concretizar sua essência de universalização do conhecimento científico. Não é mais possível, na chamada Sociedade do Conhecimento, que os saberes científicos fiquem restritos a pequenos grupos. Portanto, a abertura da universidade pública brasileira é esperada para além da articulação de atividades de ensino, pesquisa e extensão. Esperase que ela cumpra, ainda, seu papel social de contribuir para a formação da integralidade humana, de forma inclusiva e democrática. Nessa proposta pedagógica, atendemos a duas perspectivas básicas em nossa concepção educativa: a necessidade de uma formação generalista e humanística, que concorra para uma relação crítico-reflexiva entre sujeito e mundo social no chamado Ciclo Comum de Formação, no primeiro ano do curso, e também a necessidade de formar professores competentes nos conhecimentos específicos e pedagógicos da respectiva área de saber. Para isso, pensamos ser fundamental ter nossa proposta alicerçada nos seguintes princípios: • flexibilidade curricular; • metodologias de ensino que tenham como foco a aprendizagem; 43 • interdisciplinaridade; • construção de postura crítico-reflexiva acerca das discussões do mundo contemporâneo; • indissociabilidade entre teoria e prática. Esses princípios estão de acordo com o Decreto 6.096, de 24/04/07, que instituiu o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), que expressa a necessidade de ampliar a mobilidade estudantil, com a implantação de regimes curriculares e sistemas de títulos que possibilitem a construção de itinerários formativos. Para alcançar essa meta, a flexibilidade é fundamental na organização curricular. O aluno, ao entrar na universidade, precisa desenvolver sua autonomia acadêmica, podendo optar, desde o ingresso, entre unidades temáticas ofertadas. Para que isso se concretize em nossa proposta, o aluno terá a sua disposição algumas possibilidades de escolha, já no início do curso, que constituirão as unidades temáticas de natureza eletiva. Essa flexibilidade oportunizará ao aluno escolher unidades temáticas que não sejam, necessariamente, da área do seu curso. Assim, no primeiro ano, no chamado Ciclo Comum de Formação, a partir de um total de 04 créditos ou da carga horária de 60h/a, o aluno poderá eleger duas unidades temáticas no primeiro período, sendo uma delas com temática voltada para sua opção de curso. Caso opte por integralizar o curso num período superior a quatro e inferior a seis anos, ele poderá, ainda, cursar a carga horária eletiva num limite de 02 créditos ou 30h/a semestrais em outro momento do curso, dentro desse prazo de integralização. Além dessa possibilidade de flexibilidade curricular, que será específica para o primeiro ano de formação, o currículo expresso nesta proposta pedagógica também prevê a possibilidade de o aluno integralizar, nos três anos seguintes do curso, outras unidades temáticas eletivas com carga horária total de 120 horas-aula. Para isso, o curso incentivará a participação do aluno nesse componente curricular, destacando sua importância para o enriquecimento do currículo. Essas unidades temáticas serão ofertadas pelo curso em horários diferenciados, que atendam a demanda de alunos trabalhadores. Ainda tratando de flexibilidade, uma outra opção prevista para o aluno é, ao final do primeiro ou segundo período do Ciclo Comum de Formação, ou seja, no primeiro ano, realizar uma troca da sua opção inicial de curso, o que chamamos de Reopção de 44 Curso. Como as turmas das Unidades Temáticas são organizadas em comum com outros cursos, caso nesse contato com outros alunos e professores o aluno tenha percebido maior afinidade por outro curso e este possua disponibilidade de vaga, ele terá essa possibilidade. Para realizar a reopção de curso, a Universidade abrirá edital próprio, amplamente divulgado, informando todos os critérios necessários, bem como as vagas, para a participação dos alunos. A estrutura acadêmica também levará em conta o novo contexto vivido. As propostas educacionais baseadas numa relação professor-aluno tradicional, em que há predominância da ação docente em detrimento da ação discente, também serão revistas. Os estudos que apontam para essa necessidade, contraditoriamente, são produzidos no próprio meio acadêmico, que ainda perpetua, em muitos casos, o mesmo modelo tradicional, com ênfase no ensino em detrimento da aprendizagem. Portanto, nossa proposta pedagógica leva em conta uma reflexão não só de conteúdos necessários à formação integral, numa perspectiva progressista, mas também uma reflexão do seu próprio fazer educativo cotidiano. Daí considerarmos fundamental que a equipe responsável pela concretização desse projeto fomente um trabalho sistemático e coletivo de formação em serviço. Sobre o uso de novas metodologias, elas devem ser implementadas na perspectiva de que ensinar só é relevante se resultar em aprendizagem. Com esse ponto de vista, o aluno passa a ser o foco central da ação educativa, elevando a qualidade do processo educacional. Uma prática pedagógica que leva em conta a interdisciplinaridade também é princípio fundamental nesta proposta. Entendemos que o conceito de interdisciplinaridade está de acordo com a visão de conhecimento que se espera no contexto atual, indo além dos limites disciplinares para formas mais integradas de saber. Nesse sentido, compreender o que acontece no mundo e com a humanidade, numa visão interdisciplinar, seria um diálogo de complementaridade entre os diferentes pontos de vista e áreas do conhecimento que podem explicar um mesmo fenômeno. É como nos apresenta Masetto (2006), quando diz que a interdisciplinaridade nos permite esperar a produção de um conhecimento científico novo a partir de duas ou mais diferentes áreas de conhecimento que se integram para tal. Para a concretização de um projeto alicerçado na visão de interdisciplinaridade, novamente percebemos a necessidade de um trabalho de equipe constante. Só o currículo formal, nessa perspectiva, é insuficiente para dar “concretude” à nossa 45 proposta. Para efetivá-lo, transformá-lo no “currículo em ação”, sabemos ser fundamental que os docentes incumbidos de sua operacionalização tenham afinidade de intenções e encontros sistemáticos para discussão, acompanhamento, avaliação e planejamento coletivo. Só assim a dimensão interdisciplinar poderá ser desenvolvida conforme proposto. É preciso, como afirma Fazenda (2003, p. 67), estabelecer a parceria, um dos fundamentos de uma proposta interdisciplinar, pois, “a parceria consiste numa tentativa de incitar o diálogo com outras formas de conhecimento a que não estamos habituados, e nessa tentativa, a possibilidade de interpenetração delas”. Só assim a dimensão interdisciplinar poderá ser desenvolvida conforme proposto. A construção de uma postura crítico-reflexiva pelo aluno, acerca das discussões atuais do mundo contemporâneo, também é primordial nessa nova organização curricular. Na atualidade, percebe-se que pensar a complexidade humana, sob os mais diferentes pontos de vista, é algo que não tem se observado, tendo em vista os índices de avaliação do Ministério da Educação relacionados com a Educação Básica como princípio norteador desse nível de escolaridade. Em função do modelo tradicional ainda muito presente, não se verifica, de forma geral, uma postura crítica do egresso do Ensino Médio. Chama atenção, por exemplo, que só agora, por força de lei, serão regulamentadas e posteriormente oferecidas as disciplinas de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio. Essa poderá ser uma política pública que em muito contribuirá para a melhoria da formação integral do aluno. Em nossa proposta, o exercício de elaboração do pensamento, que conduzirá a uma construção permanente de criticidade acerca do mundo social, deverá perpassar todos os conteúdos a serem discutidos, como ponto de partida e de chegada, sendo sempre provisórios em relação à dinâmica do processo de desenvolvimento humano. Como último princípio, fundamentamos nossa proposta na necessidade de indissociabilidade entre teoria e prática. Entendemos que aprender envolve diferentes níveis de organização da inteligência e o nível teórico é apenas um deles. Acreditamos que um novo conhecimento só se incorpora a outro preexistente com a mediação de um sujeito social que esteja preparado/habilitado e tenha competência para contribuir com esse processo; no caso, o docente. É necessário, portanto, que ele conheça os mecanismos da inteligência para a aquisição de novas aprendizagens, fazendo de sua prática pedagógica algo significativo para o aluno. Significar deve, nessa perspectiva, ser a busca constante de conexões entre o que o aluno já sabe, já viveu, já experimentou, e o novo conhecimento. 46 Acreditamos, ainda, que dar equilíbrio a essas questões teórico-práticas é importante no sentido de possibilitar a passagem de um nível de aprendizado mecanicamente treinado para um nível de aprendizagem que se incorpora ao fazer, ao pensar, ao agir, ao intervir, enfim, à essência humana. O desenho curricular do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas desenvolve-se através de três eixos básicos de sustentação: Vida em Sociedade e Formação Pedagógica Comum, Múltiplas Linguagens e Especificidades da Formação na área de Licenciatura em Ciências Biológicas. A partir desses eixos originam-se unidades temáticas específicas. No eixo temático Vida em Sociedade e Formação Pedagógica Comum, estão articuladas unidades temáticas com conteúdos relacionados com uma formação geral e humanística, além de conteúdos relacionados com a formação pedagógica, dando a possibilidade ao ingresso de perceber a complexidade dos fenômenos naturais, sociais e culturais e suas relações com a vida em sociedade e a complexidade humana. Por isso, a proposta prevê nesse eixo uma formação integrada na área de Ciências Sociais, fundamentada em bases filosóficas do conhecimento científico. A partir daí, pretende-se que o ingresso tenha melhores condições de pensar o mundo em diferentes perspectivas: econômica, política, artística, histórica, filosófica, sociológica, antropológica, social e pedagógica. O eixo temático Múltiplas Linguagens é um eixo integrador e mediador. Por meio dele, os aprendizes terão a possibilidade de incorporar instrumentos e habilidades para construir, refletir e exteriorizar suas aprendizagens. Será oportunizada uma formação geral a partir de processos de comunicação e expressão diferenciados, que proporcionarão a construção de competências e habilidades para que o aluno tenha melhores condições de assumir sua cidadania. Essa construção perpassará toda a sua formação, dando ênfase à utilização da língua materna em suas dimensões falada e escrita, às linguagens corporal, visual, artístico-cultural, às metodologias de cunho científico e também às linguagens relacionadas ao uso de novas tecnologias na educação. No eixo temático Especificidades da Formação na área de Ciências Biológicas, os aprendizes construirão as habilidades e competências relacionadas às especificidades da área do saber que o capacitarão a tornar-se um profissional capaz de criar e executar um projeto político pedagógico na Educação Básica com excelente qualidade. Esse eixo proporcionará a construção de habilidades e competências para que 47 o professor/educador se forme para atuar como um profissional da aprendizagem. Em um curso com um desenho curricular estruturado em eixos, o pensamento é de um currículo em rede, que trabalhe os conteúdos sem uma linearidade, evitando-se a fragmentação destes em disciplinas e permitindo a articulação de um movimento processual no currículo, garantindo, assim, de certa forma, que este mantenha suas características de ser e de estar sempre em construção. Sendo a flexibilidade na organização curricular um dos princípios deste projeto, uma das características dessa flexibilização é que o aluno, ao entrar na universidade, opte, desde o ingresso, por conteúdos gerais que despertem nele o desejo de aprender, desenvolvendo, a partir daí, habilidades e competências essenciais para a sua formação. Antes de confirmar sua opção profissional, o aluno deve ter a chance de construir conhecimentos mais sólidos, de natureza generalista e humanista, em oposição à profissionalização precoce e especializada que se verifica atualmente nos currículos convencionais. Pensando nisso, criamos, nos dois primeiros períodos, o que chamamos de Ciclo Comum de Formação. 7.2 Objetivos O projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas pretende viabilizar uma capacitação teórico-metodológica e ético-política que prepare o futuro profissional da educação para o domínio de conteúdos básicos que são objeto de ensino-aprendizagem no ensino fundamental e médio, e também de métodos e técnicas pedagógicas que permitam a aquisição de informações que proporcionem a construção de conhecimentos para os diferentes níveis de ensino. A formação do licenciado em Ciências Biológicas deve viabilizar uma capacitação teórico-metodológica e éticopolítica que o prepare para: • dominar as diferentes concepções metodológicas que possibilitem a construção de categorias para a investigação e a análise das relações sócio-históricas; • problematizar as diferentes relações de tempo e espaço presentes nas múltiplas dimensões das experiências dos sujeitos históricos; • desenvolver pesquisas, em vista da produção do conhecimento e de sua difusão, não só no âmbito acadêmico, mas também em instituições de ensino, museus, em órgãos de preservação ambiental e no desenvolvimento de políticas e projetos de gestão do patrimônio cultural; 48 • utilizar os diferentes recursos da informática; • dominar os conteúdos básicos que são objeto de ensino-aprendizagem no ensino fundamental e médio; • dominar métodos e técnicas pedagógicas que facilitem a construção do conhecimento nos diferentes níveis de ensino. 7.3 Perfil do Egresso Professor formado com excelência para atuar nos quatro anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio da Educação Básica, de forma criativa, críticoreflexiva, democrática, ética e comprometida com uma aprendizagem transformadora, a partir do domínio teórico-prático do seu campo de saber, tendo em vista o desenvolvimento do aluno em todas as suas dimensões. 7.4 Habilidades e Competências Formar um educador comprometido com o desenvolvimento humano em todas as suas dimensões, com competências para: • fazer escolhas pedagógicas, conforme os ciclos de desenvolvimento e a diversidade humana, de acordo com princípios políticos, éticos, estéticos e epistemologicamente coerentes; • oportunizar o diálogo entre os alunos, orientando-os a respeitar e a valorizar a diversidade humana, tendo em vista a tolerância, a solidariedade e o exercício da cidadania; • pautar-se por princípios da ética democrática: responsabilidade social e ambiental, dignidade humana, direito à vida, à justiça, ao respeito mútuo, à participação, à responsabilidade, ao diálogo e à solidariedade; • atuar em pesquisa básica e aplicada nas diferentes áreas das Ciências Biológicas, comprometendo-se com a divulgação dos resultados das pesquisas em veículos adequados para ampliar a difusão e ampliação do conhecimento; • portar-se como educador, consciente de seu papel na formação de cidadãos, inclusive na perspectiva socioambiental; • utilizar os conhecimentos das ciências biológicas para compreender e transformar o contexto sociopolítico e as relações nas quais está inserida a prática profissional, conhecendo a legislação pertinente; 49 • desenvolver ações estratégicas capazes de ampliar e aperfeiçoar as formas de atuação profissional, preparando-se para a inserção no mercado de trabalho em contínua transformação; • atuar multi e interdisciplinarmente, interagindo com diferentes especialidades e diversos profissionais, de modo a estar preparado para a contínua mudança do mundo produtivo; • avaliar o impacto potencial ou real de novos conhecimentos/tecnologias/serviços e produtos resultantes da atividade profissional, considerando os aspectos éticos, sociais e epistemológicos; • comprometer-se com o desenvolvimento profissional constante, assumindo uma postura de flexibilidade e disponibilidade para mudanças contínuas, esclarecido quanto às opções sindicais e corporativas inerentes ao exercício profissional. • ter as competências necessárias para atuar no ensino de Ciências e Biologia, tanto no âmbito formal como em práticas não formais de ensino, para produzir materiais pedagógicos e refletir sobre as questões referentes ao ensino de Ciências e Biologia nos diferentes âmbitos e níveis em que ele se desenvolve; • desenvolver hábitos de aprendizagem permanente; • mediar e gerenciar conflitos nas relações que estabelece no contexto escolar entre professor-aluno, professor-professor e professor-unidade escolar; • trabalhar em equipe; • desenvolver uma visão de totalidade sobre o mundo; • atuar de maneira interdisciplinar; • priorizar o efetivo aprendizado de seus alunos, como concretização da sua prática docente. 50 8. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR Em decorrência dos princípios propostos na concepção do curso, que prevê como fundamentos essenciais, durante todo o seu percurso, a flexibilidade curricular, a utilização de metodologias de ensino que tenham como foco a aprendizagem, a interdisciplinaridade, a construção de postura crítico-reflexiva acerca das discussões do mundo contemporâneo e a indissociabilidade entre teoria e prática, é importante destacar dois momentos no currículo. O primeiro diz respeito aos dois semestres iniciais, chamado de Ciclo Comum de Formação, que tem caráter de formação generalista, proporcionando ao aluno uma visão ampla das relações entre o homem e o mundo. O segundo, a partir do terceiro semestre, dá ênfase à formação específica da área de Ciências Biológicas aliada à formação pedagógica do “ser professor”. O Ciclo Comum de Formação será uma etapa comum aos Cursos de Licenciatura em Geografia, História e Ciências Biológicas. Pela natureza de proximidade na formação, também será comum ao Curso de Serviço Social. Dada a sua especificidade, apresentamos a seguir o perfil desejado para o aluno ao término dessa etapa de formação: sujeito com visão crítica sobre o mundo, capaz de transitar entre diferentes áreas do conhecimento, exercendo seu posicionamento crítico-reflexivo e sua cidadania, com domínio teórico-prático dos conteúdos construídos na formação generalista e humanística proposta, com ênfase nos princípios da investigação científica, da ampliação cultural, do gosto estético e da elaboração crítica do pensamento. A partir desse perfil, apresentamos, ainda, os objetivos propostos para o Ciclo Comum de Formação: • formar um cidadão ético para atuar no aperfeiçoamento das relações pessoais e sociais em uma sociedade pluralista e multicultural; • desenvolver o posicionamento crítico-reflexivo acerca de temas discutidos na atualidade; • ampliar a visão de mundo, percebendo que um mesmo fenômeno social pode ser analisado à luz de diferentes saberes que são complementares e interdependentes; 51 • perceber que nessa organização curricular atendemos ao princípio da interdisciplinaridade e que os conteúdos específicos desenvolvidos durante a formação só terão significado se colaborarem para uma visão de totalidade sobre o mundo; • ter acesso a conhecimentos variados, de diferentes matrizes teóricas, para incorporar ao escopo da sua integralidade humana; • desenvolver atitude de pesquisa permanente; • articular fundamentos teóricos desenvolvidos em situações da vida cotidiana; • buscar equilíbrio entre formação acadêmica, científica e cultural dos alunos; • favorecer o protagonismo dos estudantes em sua formação acadêmica, científica e cultural, a partir do entendimento da complexidade dos fenômenos estudados; • propiciar trocas e cooperação entre os estudos realizados nos eixos temáticos de formação, especialmente na unidade temática Estudos e Desenvolvimento de Projetos, tendo em vista sua natureza de estudo colaborativo; • envolver a Universidade na discussão de assuntos que possam reverter em melhorias para a comunidade em que está inserida, cumprindo sua responsabilidade social. 8.1 Desenho Curricular do Ciclo Comum de Formação O currículo do Ciclo Comum de Formação dos Cursos de Licenciatura, na UFTM está organizado de maneira que os três eixos o perpassam, conforme a figura abaixo: 1º Período EIXO UNIDADES TEMÁTICAS PERÍODO VIDA EM SOCIEDADE E FORMAÇÃO PEDAGÓGICA COMUM Homem, Sociedade e Cultura I Eletiva ofertada pelo Curso de Licenciatura em Física** Eletiva ofertada pelo Curso de Licenciatura em Geografia I I CARGA HORÁRIA/ CRÉDITOS 90h/a 6c 30h/a 2c 30h/a 2c CATEGORIA Obrigatória Eletiva Eletiva 52 Eletiva ofertada pelo Curso de Licenciatura em Matemática Eletiva ofertada pelo Curso de Licenciatura em Química Eletiva ofertada pelo Curso de Licenciatura em História Eletiva ofertada pelo Curso de Serviço Social Leitura e Produção de Textos Metodologia Científica MÚLTIPLAS LINGUAGENS Estudo e Desenvolvimento de Projetos I Atividades AcadêmicoCientífico-Culturais ESPECIFICIDA Eletiva ofertada pelo Curso de DES NA ÁREA Licenciatura em Ciências Biológicas DE I I I I I I I I I 30h/a 2c 30h/a 2c 30h/a 2c 30h/a 2c 60h/a 2c 30h/a 2c 60h/a 4c 30h/a 30h/a 2c Eletiva Eletiva Eletiva Eletiva Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Eletiva LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Figura 06: Matriz Curricular do Ciclo Comum de Formação Cursos de Licenciatura e Serviço Social (1º período). * * As UTs eletivas serão ofertadas semestralmente, cabendo ao Colegiado de Curso a definição de outras possibilidades de oferta que concorram para o enriquecimento curricular do aluno. Portanto, periodicamente, o Colegiado de Curso avaliará essa oferta e decidirá pela sua variação ou não. Caso isso aconteça, as novas opções de eletivas deverão ser incluídas no ementário do Projeto Pedagógico de Curso. 2º Período EIXO UNIDADES TEMÁTICAS PERÍODO VIDA EM SOCIEDADE E FORMAÇÃO PEDAGÓGICA COMUM MÚLTIPLAS LINGUAGENS Formação Sócio-Histórica Brasileira Trabalho e Sociabilidade II Letramento Matemático II Comunicação, Educação e Tecnologias Estudo e Desenvolvimento de Projetos II* Atividades AcadêmicoCientífico-Culturais II II II II CARGA CATEGORIA HORÁRIA/ CRÉDITOS 30h/a Obrigatória 2c 90h/a Obrigatória 6c 30h/a 2c 30h/a 2c 60h/a 4c 30h/a Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória 53 ESPECIFICIDA Princípios Evolutivos DES NA ÁREA DE II 60h/a 4c Obrigatória LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Figura 06: Matriz Curricular do Ciclo Comum de Formação dos Cursos de Licenciatura e Serviço Social (2º período). * Para cursar Estudos e Desenvolvimento de Projetos II, o aluno deverá ter sido aprovado em Estudos e Desenvolvimento de Projetos I. A organização curricular do Ciclo Comum de Formação e, consequentemente, de todo o curso, conforme expresso no capítulo “Concepção do Curso”, traduz a ideia de que é necessário partir de uma visão ampla sobre as relações entre o homem e o mundo. Para isso, o aluno desenvolverá diferentes habilidades para construir as competências necessárias. De cada unidade temática emanam conteúdos articulados de modo a não perder de vista a interdisciplinaridade, a autonomia do aluno para desenvolver investigações em áreas diversas de estudo e pesquisas em parceria com outras instituições que investigam as mesmas temáticas. Metodologicamente, espera-se que a prática pedagógica privilegie um movimento constante de interação teórico-prática, permeada pelas relações interpessoais e desdobramentos do campo pedagógico. Nesse sentido, estudar os fundamentos das Ciências Biológicas só terá significado e relevância, se for oportunizado ao ingresso experiências de confrontação com a realidade, além das discussões conceituais, para que ele tenha condição, inclusive, de pensar a possibilidade de sua transformação. 8.2 Organização Curricular da Formação Específica do Professor de Ciências e Biologia Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Ciências Biológicas (Resolução CNE/CES 13, de 1301/2001), “A Biologia é a ciência que estuda os seres vivos, a relação entre eles e o meio ambiente, além dos processos e mecanismos que regulam a vida. Portanto, os profissionais formados nesta área do conhecimento têm papel preponderante nas questões que envolvem o conhecimento da natureza. O estudo das Ciências Biológicas deve possibilitar a compreensão de que a vida se organizou através do tempo, sob a ação de processos evolutivos, tendo resultado numa diversidade de formas sobre as quais continuam atuando as pressões seletivas. Esses organismos, incluindo os seres humanos, não estão isolados, ao contrário, constituem sistemas que estabelecem complexas relações de 54 interdependência. O entendimento dessas interações envolve a compreensão das condições físicas do meio, do modo de vida e da organização funcional interna próprios das diferentes espécies e sistemas biológicos. Contudo, particular atenção deve ser dispensada às relações estabelecidas pelos seres humanos, dada a sua especificidade. Em tal abordagem, os conhecimentos biológicos não se dissociam dos sociais, políticos, econômicos e culturais”. De acordo com a minuta do Parecer 02/2008 (Revisão de Currículos: proposta para a carga horária mínima e tempo de integralização para cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas – presencial) do Conselho Federal de Biologia: “... deverá garantir a formação de profissionais aptos a aplicar seu conhecimento na área da educação, contribuindo para o uso racional sustentável dos recursos naturais, associados à manutenção e equilíbrio dos ecossistemas e da preservação da vida em todas as suas formas e manifestação”. O curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFTM tem a prática pedagógica como articuladora da integração entre o saber acadêmico e a prática profissional, para permitir o desenvolvimento de competências e habilidades a serem utilizadas na prática docente, pois entende que a formação de professores deva estar fundamentada em um desenvolvimento intelectual e profissional. A seguir, as Unidades Temáticas da formação específica do professor de Biologia: EIXO UNIDADES TEMÁTICAS PERÍODO ESPECIFICI DADES DA FORMAÇÃO NA ÁREA DE LICENCIATUR A EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS História da Ciência e Biologia I Princípios Evolutivos II Morfofisiologia Celular e Tecidual Princípios Químicos e Bioquímicos Célula e Tecidos Vegetais Diversidade de Vertebrados III III III IV Ecologia Geral IV Sistemática Vegetal IV Geologia V CARGA HORÁRIA*/ CRÉDITOS 30h/a 2c 60h/a 4c 90 h/a 6c 60 h/a 4c 60 h/a 2c 90 h/a 6c 60 h/a 4c 60 h/a 4c 30 h/a 2c CATEGORIA Eletiva Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória 55 Diversidade de Invertebrados Princípios Físicos e Biofísicos Genética e Biologia Molecular 120 h/a 8c 60 h/a 4c 120 h/a 8c 30 h/a 2c 60 h/a 4c 60 h/a 4c 120 h/a 8c V V VI Paleontologia VI Ecologia de Ecossistemas Micro-organismos e Parasitologia Anatomofisiologia Humana Fundamentos Matemáticos e Estatísticos VI VII VII VII 60h/a 4c Evolução VIII Noções de Imunologia VIII Educação Ambiental aplicada à Biologia VIII Fisiologia Comparada VIII Fisiologia Vegetal VIII 30 h/a 2c 30 h/a 2c 60 h/a 4c 60 h/a 4c 60 h 4c Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória * A carga horária é considerada em horas/aula, com módulos de 50 min. cada. 8.3 Organização Curricular da Formação Pedagógica Comum aos Cursos de Licenciatura EIXO UNIDADES TEMÁTICAS PERÍOD O VIDA EM SOCIEDADE E FORMAÇÃO PEDAGÓGICA COMUM Concepções de educação e novos paradigmas Política e organização da Educação Básica no Brasil História da Educação Básica no Brasil Didática Geral e Saber Docente Teorias e estratégias de aprendizagem III IV O planejamento em Educação V Avaliação Educacional VI III IV V CARGA HORÁRIA/ CRÉDITOS 30 h/a 2c 30 h/a 2c 30 h/a 2c 30 h/a 2c 30h/a 2c 30h/a 2c 30 h/a 2c CATEGORIA Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória 56 Saberes do docente em Ciências Biológicas O uso de TIC’s na aprendizagem das Ciências Biológicas Linguagem Brasileira de Sinais VI 30 h/a 2c Obrigatória VII 30 h/a 2c Obrigatória VII Currículo Escolar VIII O Saber Biológico na sala de aula Orientação do Estágio Curricular Supervisionado I Orientação do Estágio Curricular Supervisionado II Orientação do Estágio Curricular Supervisionado III Orientação do Estágio Curricular Supervisionado IV VIII 30 h/a 2c 30 h/a 2c 30 h/a 2c 15 h/a 1c 15 h/a 1c 15 h/a 1c 15 h/a 1c V VI VII VIII Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória 8.4 Unidade temática: estudos e desenvolvimento de projetos A Unidade Temática Estudos e Desenvolvimento de Projetos (EDP), que faz parte do eixo Múltiplas Linguagens, tem características bastante distintas em seu desenvolvimento e, portanto, a necessidade de detalhamento, tanto no que diz respeito à concepção quanto no que se refere à operacionalização presente neste projeto pedagógico. A Unidade Temática EDP estará presente nos seis semestres iniciais do curso e será organizada a partir de problemas/temáticas que sejam do interesse do aluno. Os problemas/temáticas escolhidos desencadearão o estudo de conteúdos integradores em diferentes áreas de saber. Para isso, as turmas, nessa unidade temática, serão organizadas em grupos menores, com a carga horária semestral distribuída em 30h/a presenciais e 30h/a a distância, totalizando 60h/a semestrais e 04 créditos. Todos os estudos desenvolvidos serão orientados pelos princípios da metodologia do trabalho científico. Por ser uma das inovações curriculares presentes nesta proposta, é importante fundamentar EDP, tendo em vista os princípios teórico-metodológicos já apresentados e a necessidade de articulação com as demais unidades temáticas do curso. Com o detalhamento que apresentaremos em relação à Unidade Temática “Estudos e Desenvolvimento de Projetos”, esperamos que seus fundamentos sejam 57 considerados ao longo de todo o curso, no sentido de guardar estreita unidade entre o ciclo comum e o específico da formação do licenciado em Ciências Biológicas. 8.4.1 Fundamentos norteadores Uma das habilidades que se pretende desenvolver ao longo do curso é a possibilidade de trabalhar em equipe. Na unidade temática Estudos e Desenvolvimento de Projetos, esse princípio será fundamental. Quando definido o problema/tema a ser investigado, os grupos serão convidados a assumir uma postura de busca coletiva para as possíveis soluções, articulando conteúdos de várias áreas do conhecimento. Terão, por isso, um papel ativo na construção de conhecimento. Para fundamentar nossa proposta de EDP, utilizaremos como referência o material produzido pela USP – Leste (2007), que também está fundamentado na experiência desenvolvida pela Mc Master University Medical School (PBL: Problem Based Learning), especialmente quando apresenta os processos acadêmicos do que chamam de “Resolução de Problemas – RP”. De acordo com esse material, os estudos envolvem grupos de alunos que atuam da seguinte maneira: • identificando problemas na realidade científica e cotidiana; • discutindo um problema particular; • utilizando seus próprios conhecimentos e experiências, com o auxílio de professores e outros meios, na busca de respostas para o problema abordado; • levantando uma série de hipóteses que podem explicar e resolver o problema; • procurando investigar as hipóteses apontadas; • apontando as possíveis respostas e/ou soluções e, no final do processo, preparando um relatório acadêmico contendo reflexões teóricas e análises sobre o problema estudado, e socializando os resultados do projeto desenvolvido com o coletivo da classe. Percebe-se que com essa perspectiva de trabalho acadêmico o papel do professor sofre mudanças, e este passa a ter o papel de mediador das aprendizagens que serão construídas pelo aluno a partir de suas orientações. De acordo com Krasilchik (2007): (...) embora em nível internacional existam várias maneiras de adotar o trabalho com Resolução de Problemas, as bases teóricas e os princípios de aprendizagem são os mesmos: a ação do sujeito que aprende sobre os objetos de conhecimento e uma estrutura de ensino- 58 aprendizagem que tem a experiência como base de sustentação. Tais idéias encontram suas raízes nos trabalhos de autores como J. Piaget, L. Vygotsky, J. Dewey e K. Lewin, mas também autores mais recentes como Kolb (1984), Lave and Wenger (1991) e Gardner (2000). Com este trabalho, pretendemos que EDP dê protagonismo aos alunos no ato educativo, permitindo-lhes aprender a aprender. A avaliação da aprendizagem coerente com os princípios desta proposta pedagógica deve ser processual, mediadora, formativa, contínua, de modo que permita verificar se a aprendizagem está sendo significativa. Mas o que se espera do ensino desenvolvido em EDP e em todo o desenvolvimento do curso? De acordo com a concepção de educação alicerçada no empirismo de John Lock e no comportamentalismo de Skinner, ensinar-aprender é uma relação que se desencadeia a partir de experiências externas ao sujeito. Tem relevância, nessa relação, o papel do professor e também de todas as demais informações presentes nos livros, nas pessoas, enfim, em todas aquelas que estão fora do sujeito, no ambiente vivido. A partir desse princípio, organizam-se formas de ensino em que cabe ao professor transmitir todas as informações que foram sistematicamente organizadas pela humanidade. É o que se chama de concepção de educação tradicional, em que o aluno tem papel passivo, de “recebedor” de informações, como se fosse uma tábula rasa, vazia de outros conhecimentos e experiências. Paulo Freire conceituou essa abordagem educativa como “educação bancária”, tecendo a ela muitas críticas, assim como outros estudiosos da Filosofia, da Sociologia e da Psicologia. Tantos questionamentos a essa abordagem educativa acabaram contribuindo para outros estudos, destacando-se entre eles os dos psicólogos Jean Piaget e Vygotsky, chamados respectivamente de interacionista e sócio-interacionista. Segundo o pensamento desses autores, “o ser humano nasce com potencial para aprender, mas este só se desenvolverá na interação com o mundo, na experimentação com o objeto de conhecimento e na reflexão sobre a ação.” (MARQUES, 2008, p.5) Na base da concepção interacionista, sustenta-se a ideia de que o sujeito só se desenvolve a partir de relações dialéticas que estabelece entre os esquemas da sua inteligência e o mundo à sua volta. Essas duas referências são igualmente importantes para o seu desenvolvimento. Especialmente no sócio-interacionismo, acredita-se que o desenvolvimento só ocorre a partir das relações sociais. É essa relação que, nessa 59 perspectiva, vai humanizando o sujeito ao longo de sua existência. Os novos conhecimentos sempre partem de um conhecimento prévio, para serem ampliados – desde que sejam significativos para a inteligência – a partir de relações sociais de qualidade. A qualidade na relação social refere-se à aproximação, à mediação estabelecida entre um nível de desenvolvimento real e um nível de desenvolvimento potencial entre o sujeito que ensina e o sujeito que aprende. Além disso, também são importantes os conhecimentos culturais existentes, as experiências acumuladas, enfim, toda a diversidade de saberes dos sujeitos envolvidos. Fundamentados nessa concepção educativa, o sócio-interacionismo, propomos a organização de EDP, para que a aprendizagem tenha relevância e significado para a construção de novos conhecimentos a partir de uma ação ativa do sujeito. Com isso, acreditamos que ele poderá ser protagonista na construção, produção e transformação da realidade, além de desenvolver uma postura científica desde o início da sua formação. E o papel docente em EDP, assim como em todo o curso? Passa a ser reconfigurado numa relação mediadora, facilitadora da aprendizagem. A responsabilidade dos novos saberes passa a ser do aluno, tendo o professor o papel de orientador dos estudos. Segundo Marques (2008, p.5): (...) o papel do professor é de um apoiante e facilitador, um mediador fundamental, que procura que sejam tidas em conta as diferenças cognitivas, sociais e afetivas dos alunos e que as interações se caracterizem pelo respeito mútuo, em que o erro seja tido como motor de desenvolvimento e em que haja lugar para a exigência, para a responsabilidade e solidariedade. A metodologia a ser utilizada em EDP leva em conta a construção e o desenvolvimento de projetos, concebidos como estratégia-base para que o aluno, desde o primeiro semestre, desenvolva a pesquisa como princípio fundamental em sua formação acadêmica. De acordo com Marques (2008), elaborar projetos situa os alunos na condição de agentes na construção do conhecimento, possibilitando o desenvolvimento de habilidades de análise, síntese e argumentação que são fundamentais na formação de profissionais melhor qualificados. A escolha da metodologia de projetos também leva em conta o que nos afirma Krasilchik apud Jensen (2004): (...) o trabalho com projetos, além de ser a forma com que a maioria das empresas, públicas e privadas, vem organizando sua estrutura operacional, ao ser introduzido como estratégia de aprendizagem, 60 motiva os estudantes e aumenta sua atividade. Além disso, assegura um aprendizado mais profundo sobre os temas investigados e, devido ao relatório que deve ser produzido ao final do projeto, melhora as habilidades dos estudantes no registro documental e análise das informações. Em EDP, espera-se que os grupos organizem sua produção ao longo do semestre, tendo como instrumento-referência o portfólio, que organizará as aprendizagens construídas, os apontamentos, as principais considerações feitas durante todo o processo. 8.4.2 Formas de operacionalização de EDP Apresentamos, na sequência, fases que consideramos fundamentais para o desenvolvimento das atividades em EDP: 1- Definição, em reunião de Colegiado de Curso, de temas gerais, dos quais se originarão os problemas a serem abordados nos projetos de cada grupo de estudo. Esses temas deverão ser pertinentes aos conteúdos ministrados nas unidades temáticas de cada semestre, além de estarem articulados com a programação das Atividades Acadêmico-Científico-Culturais numa visão interdisciplinar. Essa escolha deve também estar associada ao contexto social vivido pelo aluno, pois, segundo Marques (2008), “a utilização de temas associados à vida cotidiana e à região, favorece a integração do estudante no curso, demonstrando ainda o potencial do mercado na absorção dos profissionais formados.”. 2- A partir dos temas gerais, cada grupo deverá elaborar o seu tema/problema de pesquisa, com orientação do docente de EDP que ficará responsável por sua turma. 3- Concomitantemente ao desenvolvimento do projeto, que poderá seguir uma estrutura básica – definição do problema de pesquisa, objetivos, justificativa, procedimentos metodológicos e bibliografia –, o respectivo docente orientador da turma, organizará estudos paralelos feitos presencialmente e a distância para nortear o projeto em desenvolvimento. Como sugestão de organização dos estudos feitos a distância, sugerimos os roteiros de estudo. Cada roteiro de estudo pode equivaler a uma carga horária de estudo, definida pelo docente orientador. Poderá ser identificado por um título e é importante que tenha os seguintes elementos: 61 • objetivos; • texto introdutório: elaborar texto didático, situando o assunto que será tratado. É uma conversa inicial com o aluno, em que são apresentados os conceitos ou exemplos e aplicações. • textos básicos: indicações de textos que fundamentam o estudo. • Atividades: elaboração das atividades que os alunos deverão executar. As atividades podem ser discursivas, associativas, estudos de caso e outros, conforme a natureza do trabalho em andamento. Além da organização dos estudos a distância feita por meio de roteiros, é importante que o docente orientador registre, em instrumento próprio, a entrega dos estudos feitos pelos alunos. Esse registro poderá se constituir em importante fonte para a avaliação das atividades não presenciais, visto que será uma forma de registrar a presença e o envolvimento dos alunos com o desenvolvimento do trabalho. Como conteúdo dos estudos feitos, presencialmente e a distância, além das temáticas gerais pesquisadas, sugerimos a inclusão de temáticas básicas ligadas à metodologia do trabalho científico e à metodologia de projetos. Outras ferramentas para orientar os estudos a distância poderão ser utilizadas pelo orientador de EDP, que terá flexibilidade para escolher aquelas que considerar mais pertinentes. Para isso, poderá escolher: ambientes virtuais de aprendizagem, blogs, e-mails, MSN, chats, lista de discussões, Facebook, fóruns, entre outras opções. 4- Cada grupo de estudos definirá um planejamento para o desenvolvimento do seu projeto, com a orientação do docente de EDP. Nesse planejamento, deverá constar o levantamento bibliográfico a ser consultado, as etapas do trabalho, os cronogramas, a definição de responsabilidades dentro do grupo e demais ações que se fizerem necessárias. Vale lembrar que, com o desenvolvimento do projeto, algumas práticas ou idas a campo para observação e coleta de dados poderão ser realizadas, embora não signifique que a pesquisa de campo deva ser uma exigência do trabalho a ser desenvolvido. Mas pode ser uma boa escolha, a ser incentivada pelo professor, considerando que o contato com a realidade, tal como ela se apresenta, é uma diretriz importante para a formação de professores, conforme expresso na Resolução CNE/CP 1, de 2002, Art. 12, parágrafo 2°: 62 “A prática deverá estar presente desde o início do curso e permear toda a formação do professor”. E mais a frente, no mesmo documento, Art. 13, parágrafo 1°: “A prática será desenvolvida com ênfase nos procedimentos de observação e reflexão, visando à atuação em situações contextualizadas, com o registro dessas observações realizadas e a resolução de situaçõesproblema.” 5 - Outra etapa do trabalho de EDP diz respeito ao registro da Prática de Ensino. Conforme expresso na Resolução CNE/CP 1, de 2002, no Art. 13, “em tempo e espaço curricular específico, a coordenação da dimensão prática transcenderá o estágio e terá como finalidade promover a articulação das diferentes práticas, numa perspectiva interdisciplinar”, faremos a opção por integralizar nossa Prática de Ensino enquanto componente curricular articulada ao trabalho de EDP. Isso não dispensa todos os demais componentes curriculares de terem uma dimensão prática. Para integralização das 60h semestrais de Práticas de Ensino articuladas ao trabalho de EDP, sugerimos que o resultado da pesquisa seja socializado semestralmente, e as ações referentes ao planejamento e à concretização dessa socialização sejam registradas sob a forma do que chamaremos de Relatório Avaliativo da Prática de Ensino. A socialização pode ocorrer de inúmeras formas: em eventos de caráter científico-extensionista, na própria universidade ou em outros espaços, sob a forma de dramatização, revista, história em quadrinhos, entre outras opções. Sugerimos que o Relatório Avaliativo da Prática de Ensino leve em conta as seguintes orientações: • compor o portfólio de EDP; • conter as impressões do processo, incluindo o planejamento do trabalho de socialização, a definição das tarefas no grupo, a socialização e a avaliação do trabalho de socialização. Além disso, para registro da Prática de Ensino, os alunos deverão preencher formulário próprio, disponibilizado pela Coordenação de Curso, indicando as atividades realizadas. Após o preenchimento, esse documento será arquivado nas respectivas coordenações de curso. 5- Como forma de avaliação do trabalho de EDP, além das atividades cotidianas realizadas, o docente de EDP orientará os grupos para a construção de um portfólio, entendido como instrumento de avaliação formativa que 63 perpassará todo o processo. Sugerimos os seguintes critérios de avaliação para o portfólio de EDP: a) demonstração de desenvolvimento das competências definidas no Plano de Ensino de EDP; b) evidência de: • capacidade reflexiva e crítica, na forma de pelo menos 3 textos reflexivos, relativos a 3 estudos desenvolvidos ao longo do semestre; • criatividade, com a inclusão de outras linguagens (desenho, imagens, músicas, pinturas etc.), além da linguagem escrita, que colaborem com as discussões promovidas a partir do tema de pesquisa. c) inclusão de todas as atividades desenvolvidas durante o semestre, sejam os textos produzidos e avaliados pelo professor, sejam os textos de apoio ou as atividades realizadas nos momentos não presenciais etc.; d) inclusão de autoavaliação de cada um dos alunos componentes do grupo, evidenciando aprendizagens e dificuldades construídas ao longo do trabalho de EDP; e) inclusão do Relatório Avaliativo da Prática de Ensino, de forma individual. Observamos que o registro do portfólio poderá ser apresentado sob a forma de diferentes suportes, como texto escrito, site, CR-ROM, vídeo ou material pedagógico, segundo a opção do grupo, as orientações do professor e a coerência com o tema pesquisado. Para a organização das aulas de EDP, tanto presenciais como a distância, a flexibilidade será uma constante, não havendo uma única forma de funcionamento. Cada docente orientador deverá elaborar sua própria estratégia. Apesar disso, quatro momentos podem ser considerados comuns nessa organização: a) aproximação do tema e análise do problema; b) desenvolvimento de ações que levem à resolução do problema; c) formas de registro das ações e reflexões desencadeadas pelo problema, inclusive da carga horária referente às Práticas de Ensino, que deverão também constar no portfólio do Projeto; d) socialização dos conhecimentos produzidos. A respeito do uso do portfólio no desenvolvimento de EDP, importa esclarecer que esse instrumento tem, entre outras finalidades, a função de contribuir para a construção dos processos de aprendizagem do aluno. Nesta proposta, acreditamos que a 64 avaliação não é fim, mas meio. Para o aluno, um meio de corrigir erros e tomar outros caminhos em sua construção de conhecimentos e, para o professor, um meio de aperfeiçoar seus procedimentos de ensino-aprendizagem. Fundamentados numa concepção de avaliação formativa, que consiste no fornecimento de informações que serão utilizadas pelo docente objetivando a melhoria do aluno durante o seu processo de aprendizagem, sugerimos a utilização do portfólio como um dos instrumentos avaliativos por se diferenciar de outro trabalho acadêmico, na medida em que é construído por meio de reflexões a partir de diferentes linguagens, além de ser um meio para se organizar as aprendizagens. A partir desse modelo de organização, o processo será conduzido de forma significativa e coerente com as concepções educativas aqui apresentadas. 8.4.3 Avaliação da Unidade Temática EDP: Sintetizando o exposto até agora, relativo à operacionalização de EDP, é importante que o docente orientador tenha claro os seguintes critérios para consolidar sua avaliação do discente: I- cumprimento da carga horária prevista; II- cumprimento das atividades propostas, nos momentos presenciais ou a distância; III- socialização do resultado da pesquisa, seja o projeto de pesquisa no primeiro semestre, seja o relatório de pesquisa ou artigo no segundo semestre; IV- apresentação do portfólio; V- apresentação do Relatório Avaliativo da Prática de Ensino. 8.5 Unidades Temáticas Eletivas Serão oferecidas como atividades do currículo mínimo estabelecido e constituem uma opção para o aluno complementar seus estudos independentes e outras atividades científico-culturais, bem como a formação didático-pedagógica. Também podem estar relacionadas às respectivas linhas de pesquisa pretendidas por cada aluno. As unidades temáticas eletivas serão oferecidas com base nas necessidades dos alunos, e será levado em consideração o interesse dos grupos de pesquisa nos respectivos Eixos Temáticos e também os critérios definidos pelo corpo docente. Algumas disciplinas eletivas oferecidas pelo curso são: Aplicações do Metabolismo Energético; Biogeografia; Biologia da Conservação; Biologia 65 Experimental; Comportamento Animal; Ecologia Aplicada; Ecologia do Cerrado; Elaboração de Projetos de Pesquisa em Ciências Biológicas; Fitogeografia; Fundamentos em Taxonomia e Sistemática Filogenética; Informática Aplicada ao Ensino de Biologia; Introdução à Limnologia; Mídia e ciência: território de interlocução entre comunicadores, cientistas e educadores; Práticas aplicadas em Ciências Biológicas; Química introdutória à Bioquímica; Relação Parasito-Hospedeiro, com Ênfase nas Parasitoses Tropicais; Televisão e Ciência; Tópicos em Ornitologia. O ementário, a carga horária, os períodos e a bibliografia de cada uma delas encontram-se em anexo no final deste projeto pedagógico. 8.6 Atividades Práticas Curriculares - APC A legislação relacionada aos cursos de licenciatura determina que o currículo desenvolva tanto atividades práticas como teóricas que se relacionem com o exercício da docência do futuro professor da escola básica. Diante disso, foi prevista a inclusão das Atividades Práticas Curriculares segundo orientações apontadas pela Resolução CNE/CP Nº 01/2002, conforme se lê no Artigo 12: § 1º A prática, na matriz curricular, não poderá ficar reduzida a um espaço isolado, que a restrinja ao estágio, desarticulado do restante do curso. § 2º A prática deverá estar presente desde o início do curso e permear toda a formação do professor. § 3º No interior das áreas ou das disciplinas que constituírem os componentes curriculares de formação, e não apenas nas disciplinas pedagógicas, todas terão a sua dimensão prática. Desse modo, a fim de atender a legislação pertinente aos cursos de graduação, foi aprovado pelo Colegiado de Graduação a criação de um novo campo na matriz curricular para registro de tais atividades, denominado Atividades Práticas Curriculares – APC. Nos Projetos Pedagógicos dos cursos de Licenciaturas e Serviço Social, as Atividades Práticas Curriculares nos primeiros seis períodos estão vinculadas à Unidade Temática de Estudos e Desenvolvimento de Projetos – EDP. A metodologia a ser utilizada em EDP leva em conta a construção e o desenvolvimento de projetos, concebidos como estratégia-base para que o aluno, desde o primeiro semestre, desenvolva a pesquisa como princípio fundamental em sua formação acadêmica. Sendo assim, a EDP proporciona aproximação com os temas a serem estudados, e a Atividade como Prática Curricular aproxima os alunos do contexto em que essas temáticas se 66 desenvolvem, ou seja, o campo profissional. A partir do sétimo período do curso, quando não existem mais EDPs, as Atividades Práticas Curriculares – APCs serão distribuídas dentro das unidades temáticas, de modo que não haja indissociabilidade entre teoria e prática na formação do futuro professor. Assim, as Atividades Práticas Curriculares deverão se constituir em momentos de formação privilegiados para articular o conhecimento conceitual da “matéria de ensino” com os conteúdos a serem ensinados na Educação Básica, considerando condicionantes, particularidades e objetivos de cada unidade escolar. 67 9. MATRIZ CURRICULAR DO CURSO EIXO/PERÍODO I PERÍODO Unidade Temática Carga horária ESPECIFICIDA História da Ciência e Biologia (Eletiva) DES DA 30 h/a FORMAÇÃO 2c NA ÁREA DE LICENCIATUR A EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS II PERÍODO III PERÍODO IV PERÍODO V PERÍODO Unidade Temática Carga horária Princípios Evolutivos 60 h/a 4c Unidade Temática Carga horária Morfofisiologia celular e tecidual 90 h/a 6c Princípios químicos e bioquímicos 60 h/a 4c Unidade Temática Carga horária Diversidade de vertebrados 90h/a 6c Unidade Temática Carga horária Célula e tecidos vegetais 60h/a 4c Geologia 30 h/a 2c Ecologia Geral 60 h/a 4c Diversidade de Invertebrados 120 h/a 8c Sistemática Vegetal 60 h /a 4c Princípios Físicos e Biofísicos 60 h/a 4c Eletivas – 150h/a – 10c MÚLTIPLAS LINGUAGENS 3 Leitura e Produção de Textos I 60 h/a 4c Comunicação, Educação e Tecnologias3 30 h/a 2c Unidade Temática Eletiva VI PERÍODO VII PERÍODO VIII PERÍODO Unidade Temática Unidade Temática Unidade Temática Carga horária Carga horária Carga horária Genética e Biologia Microrganismos e Evolução Molecular Parasitologia 30 h/a 120 h/a 60 h/a 2c 8c 4c Anatomofisiologia Noções de Paleontologia Humana Imunologia 30 h/a 120 h/a 30 h/a 2c 8c 2c Fundamentos Ecologia de Educação Matemáticos e Ecossistemas Ambiental Estatísticos 60 h/a 60 h/a 60 h/a 4c 4c 4c Fisiologia Comparada 60 h/a 4c Fisiologia Vegetal 60 h/a 4c 68 Metodologia Científica 30 h/a Atividades Atividades Atividades Atividades Atividades Atividades AcadêmicoAcadêmicoAcadêmicoAcadêmicoAcadêmicoAcadêmicoCientífico-Culturais Científico-Culturais Científico-Culturais Científico-Culturais Científico-Culturais Científico-Culturais 30 h/a 30 h/a 30 h/a 30 h/a 30 h/a 30 h/a 2c 2c 2c 2c 2c 2c VIDA EM SOCIEDADE E FORMAÇÃO PEDAGÓGICA COMUM Estudos e Desenvolvimento de Projetos I 60 h/a* 4c Estudos e Desenvolvimento de Projetos II 60 h/a* 4c Homem, Sociedade e Cultura 90 h/a 6c Formação SócioHistórica Brasileira 30 h/a 2c Eletiva 30h/a 2c Trabalho e Sociabilidade 90h/a 6c Estudos e Desenvolvimento de Projetos III 60 h/a* 4c Estudos e Desenvolvimento de Projetos IV 60 h/a* 4c Concepções de História da educação e novos Educação no Brasil paradigmas 30 h/a 30 h/a 2c 2c Política e organização da Didática geral e Educação Básica no saber docente Brasil 30 h/a 30 h/a 2c 2c Estudos e Desenvolvimento de Projetos V 60 h/a* 4c Teorias e Estratégias de aprendizagem 30h/a 2c O planejamento em educação 30 h/a 2c Orientação Estágio Curricular Supervisionado I 15 h/a 1c Atividades AcadêmicoCientíficoCulturais 30 h/a 2c Atividades AcadêmicoCientífico-Culturais 30 h/a 2c Estudos e Desenvolvimento de Projetos VI 60 h/a* 4c Saberes do docente O Uso de TICs na em Ciências aprendizagem de Biológicas Biologia e Ciências 30h/a 30 h/a 2c 2c Avaliação educacional 30 h/a 2c Orientação do Estágio Curricular Supervisionado II 15 h/a 1c Linguagem Brasileira de Sinais 30 h/a 2c Orientação do Estágio Curricular Supervisionado III 15 h/a 1c Currículo Escolar 30 h/a 2c O Saber Biológico na Sala de Aula 30 h/a 2c Orientação do Estágio Curricular Supervisionado IV 15 h/a 1c 69 Práticas de Ensino 60 h/a 4c (articulada com EDP) Práticas de Ensino 60 h/a 4c (articulada com EDP) Práticas de Ensino 60 h/a 4c (articulada com EDP) Práticas de Ensino 60 h/a 4c (articulada com EDP) Estágio Curricular Supervisionado 105 h/a 7c Estágio Curricular Supervisionado 105 h/a 7c Práticas de Ensino 60 h/a 4c (articulada com EDP) Práticas de Ensino 60 h/a 4c (articulada com EDP) Carga Horária Total *30h presenciais e 30h a distância CARGA HORÁRIA TOTAL DOS EIXOS Vida em Sociedade e Formação Pedagógica Comum – 1.560h/a Múltiplas Linguagens – 720h/a Especificidades da Formação na Área de Licenciatura em Ciências Biológicas – 1.560h/a TOTAL – 3.840 h/a ofertadas Estágio Curricular Estágio Curricular Supervisionado Supervisionado 105 h/a 105 h/a 7c 7c Práticas de Ensino 60 h/a Práticas de Ensino 4c 60h/a (articulada com a 4c UT: O uso de (articulada com a tecnologias de UT: O saber informação e biológico na sala de comunicação no aula) ensino de Ciências e Biologia) 70 67 Formatado: Esquerda: 1,5 cm 6 68 6 69 6 70 7 71 7 72 9.1 Matriz Curricular do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas Formatado: Fonte: 11 pt, Padrão: Transparente Vigência a partir de (2010/2) Código HSC LPT EDP1 METOD AACC1 1° PERÍODO Horas-Aula Unidades Temáticas Homem, Sociedade e Cultura Leitura e Produção de Textos Estudos e Desenvolvimento de Projetos I Metodologia Científica Eletiva I Eletiva II Atividades AcadêmicoCientífico-Culturais I Subtotal Teórica Prática AD APC Total 90 60 - - - 90 60 6 4 PréRequisito - 30 - 30 60 120 8 - 30 30 30 - - 30 30 30 2 2 2 - - 30 - - 30 2 - 270 30 30 60 390 26 - Código 2° PERÍODO Horas-Aula Unidades Temáticas PEV TSOC FSHB LMAT EDP2 CET AACC2 Código MCT Princípios Evolutivos Trabalho e Sociabilidade Formação Sócio-Histórica Brasileira Letramento Matemático Estudos e Desenvolvimento de Projetos II Comunicação, Educação e Tecnologias Atividades AcadêmicoCientífico-Culturais II Subtotal Teórica Prática AD APC Total 60 90 - - 60 90 4 6 30 - - PréRequisito - - 30 2 - 30 - - 30 2 30 - 60 120 8 Estudos e Desenvolvimento de Projetos I 20 10 - 30 2 - - 30 - 30 2 - 260 40 60 390 26 - - 30 Teórica Prática 75 15 50 10 50 10 30 - 30 - EDP3 Estudos e Desenvolvimento de Projetos III 30 - AACC3 Atividades AcadêmicoCientífico-Culturais III - 30 CTV CENP POEBB 30 3° PERÍODO Horas-Aula Unidades Temáticas Morfofisiologia Celular e Tecidual Princípios Químicos e Bioquímicos Célula e Tecidos Vegetais Concepções de Educação e Novos Paradigmas Política e Organização da Educação Básica no Brasil PQB Créditos 7 AD 30 - Créditos Créditos PréRequisito 90 6 - - 60 4 - - 60 4 - - 30 2 - - 30 2 - 60 120 8 - - 30 2 - APC Total - 73 Subtotal Código DVERT ECOG SVEG HEDB DGSD EDP4 AACC4 Código GEOL DINV PFB PED TEAPR OECS1 ESTCS1 EDP5 AACC5 Código GBMOL PALEO EECOS SBIOL AVED EDP6 265 65 28 - Prática AD APC Total 65 50 50 25 10 10 - 90 60 60 6 4 4 30 - - PréRequisito - - 30 2 - 30 - - 30 2 - 30 - 60 120 8 - - 30 - 30 2 - 255 75 60 420 28 - 30 30 5° PERÍODO Horas-Aula Créditos Teórica Prática AD APC Total 25 90 5 30 - - 30 120 2 8 PréRequisito - 50 10 - 60 4 - 30 - - 30 2 - 30 - - 30 2 - 15 - - 15 1 - 105 - 105 7 30 - 60 120 8 - - 30 - 30 2 - 270 180 60 540 36 - APC Total Créditos PréRequisito - 120 8 - - - 30 60 2 4 - - 30 2 - - - 30 2 - 60 120 8 30 30 6° PERÍODO Horas-Aula Unidades Temáticas Genética e Biologia Molecular Paleontologia Ecologia de Ecossistemas Saberes do docente em Biologia Avaliação Educacional Estudos e Desenvolvimento de Projetos VI 420 Teórica Unidades Temáticas Geologia Diversidade de Invertebrados Princípios Físicos e Biofísicos O Planejamento em Educação Teorias e Estratégias de Aprendizagem Orientação ao Estágio Curricular Supervisionado I Estágio Curricular Supervisionado I Estudos e Desenvolvimento de Projetos V Atividades AcadêmicoCientífico-Culturais V Subtotal 60 4° PERÍODO Horas-Aula Unidades Temáticas Diversidade de Vertebrados Ecologia Geral Sistemática Vegetal História da Educação no Brasil Didática Geral e Saber Docente Estudos e Desenvolvimento de Projetos IV Atividades AcadêmicoCientífico-Culturais IV Subtotal 30 Teórica Prática 100 20 25 50 5 10 30 - 30 - 30 - AD - 30 7 Créditos 74 OECS2 ESTCS2 AACC6 - Código MPAR ANATOH FMB TICCB LIBRAS OECS3 ESTCS3 AACC7 - Código EVOL NIMU EDAMB FCOMP FVEG SBSA CESC OECS4 ESTCS4 AACC8 - Orientação ao Estágio Curricular Supervisionado II Estágio Curricular Supervisionado II Atividades AcadêmicoCientífico-Culturais VI Subtotal - - 105 - 30 280 170 Teórica Prática 50 10 80 40 60 - 30 15 1 - - 105 7 - - 30 2 - 60 540 36 - AD APC Total Créditos PréRequisito - - 60 4 - - - 120 8 - - 60 4 - 60 90 6 - - 30 2 - - 15 1 - - 105 7 - - 30 2 - 60 510 34 - 30 - 30 - 15 - - 105 - 30 265 185 - 8° PERÍODO Horas-Aula Unidades Temáticas Evolução Noções de Imunologia Educação Ambiental aplicada à Biologia Fisiologia Comparada Fisiologia Vegetal O Saber Biológico na Sala de Aula Currículo Escolar Orientação ao Estágio Curricular Supervisionado IV Estágio Curricular SupervisionadoIV Atividades AcadêmicoCientífico-Culturais VIII Subtotal - - 7° PERÍODO Horas-Aula Unidades Temáticas Microrganismos e Parasitologia Anatomofisiologia Humana Fundamentos Matemáticos e Bioestatística O Uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) na Aprendizagem de Biologia e Ciências Linguagem Brasileira de Sinais Orientação ao Estágio Curricular Supervisionado III Estágio Curricular Supervisionado III Atividades AcadêmicoCientífico-Culturais VII Subtotal - 15 Créditos PréRequisito - Teórica Prática AD APC Total 30 25 5 - 30 30 2 2 50 10 - - 60 4 50 50 10 10 - 60 60 4 4 - 30 - - 60 90 9 - 30 - - 30 2 - 15 - - 15 1 - - 105 - 105 7 - - 30 - 30 2 - 280 170 60 510 34 - *APC – Atividade Prática Curricular * AD – Componente Curricular a Distância 7 - 75 SÍNTESE DA MATRIZ CURRICULAR COMPONENTES CURRICULARES HORAS-AULA CRÉDITOS Componentes Curriculares Gerais - Unidades Temáticas 2.280 152 Componentes Curriculares Eletivos 180 12 Componentes Curriculares Optativos Estágio Curricular Supervisionado 480 32 Práticas de Ensino 480 32 Componentes Curriculares a Distância 180 12 Atividades Acadêmico-Científico-Culturais 240 16 TOTAL 3.840 256 Carga Horária Total do Curso = 3.200 horas Tempo de integralização curricular (semestre/anos) Mínimo Máximo 8 semestres ou 4 anos 12 semestres ou 6 anos ATO DE CRIAÇÃO/AUTORIZAÇÃO/RECONHECIMENTO DO CURSO Resolução Nº. 04, da Congregação da UFTM, de 25.10.2007 OBSERVAÇÕES: 1. De acordo com a Resolução N° 001, de 09/02/2010, da Congregação da UFTM, a duração dos cursos será fixada em horas-aula (h/a). Cada h/a terá a duração de 50 minutos. O crédito acadêmico corresponde a 15 (quinze) horas/aula. 2. Quando a CH semestral das Atividades Acadêmico-Científico-Culturais não for cumprida, deverá ser registrado Habilitado ou Inabilitado. 3. Serão ofertadas 120 h/a de componentes curriculares eletivos a partir do III período, de acordo com informações da Coordenação de Curso encaminhadas ao Registro Acadêmico. 7 76 10. METODOLOGIA DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM O Curso de Ciências Biológicas privilegia a interação dialógica como base teórica das relações de ensino-aprendizagem. Nessa concepção, os participantes do processo não fazem somente expressar um pensamento ou transmitir uma informação, mas trabalhar simultaneamente com seus interlocutores. A linguagem é vista como instrumento humanístico, político e social de integração do homem no seu contexto. Sabe-se que é por meio da linguagem que o homem decodifica a realidade e nela intervém, quer seja transformando-a, quer seja ratificando-a. Nessa perspectiva, entende-se que uma proposta metodológica reflita essa concepção. Assim, durante todo o desenvolvimento do curso, espera-se superar a passividade que tende a dominar a sala de aula numa perspectiva tradicional e buscar nas atividades, nas estratégias de ensino e na postura docente uma concepção educativa progressista, pautada na interação, na mediação e principalmente na aprendizagem como elemento sustentador da relação professor-aluno. O aluno deverá compreender o contexto sócio-histórico em que está inserido, para fazer parte da construção teórica que fundamentará sua formação profissional. Desse modo, ele poderá se apresentar com competência própria, realizando-se como sujeito ativo, crítico e participativo. Não caberia mais ao aluno acumular passivamente as informações dos conteúdos, mas, de forma crítica e com postura intelectual madura, integrar novos conhecimentos e conhecimentos prévios, dando saltos qualitativos nos seus esquemas cognitivos e afetivos de inteligência. Diversificadas metodologias poderiam ser utilizadas a partir desse princípio, bem como diferentes recursos de ensino. Como exemplos, podemos citar o uso de técnicas diversificadas de leitura e produção de textos, técnicas de ensino, dinâmicas de grupo, trabalhos em grupo diversificados. Como recursos de ensino, o uso de TV, vídeo, DVD, data show, diferentes metodologias de ensino a distância, como a plataforma moodle, web 2, laboratório de informática, quadro de giz, videoconferência, livros, textos, cartazes, retroprojetor, entre outros. A aprendizagem, nesse processo de formação integral, deverá ser orientada pelo princípio metodológico geral traduzido pela ação-reflexão-ação, que aponta a resolução de situaçõesproblema como uma das estratégias didáticas de ensino. Ao se considerar a realidade humana e social atual, caracterizada pelo avanço tecnológico e a informação instantânea, pela globalização e pela abordagem da concepção dialética de educação, será levada em conta, na metodologia do curso, a relação dialética entre 7 77 teoria/prática/teoria, contemplando, ao longo do curso: a) a inclusão das dimensões éticas e humanísticas, desenvolvendo no aluno atitudes e valores orientados para a cidadania; b) um “fazer” sustentado por um “dizer” e vice-versa; c) um modelo interdisciplinar com integração dos conteúdos teóricos e práticos, através da observação e intervenção na realidade. Utilização de práticas e de recursos de ensino que estimulem maior envolvimento dos alunos e professores com o objetivo de estudo; d) a utilização de metodologias que privilegiem a participação ativa do aluno na construção do conhecimento e a integração dos conteúdos, além de estimular a interação entre o ensino, a pesquisa e a extensão/assistência; e) a busca de um novo paradigma de intervenção pedagógica fundamentado na perspectiva da educação continuada, do registro das ações docentes, da pesquisa, da inventividade, da compreensão da dimensão social e da formação do ser humano para o exercício da cidadania. No Curso de Ciências Biológicas, o aluno deve desenvolver habilidades para analisar, descrever e explicar os fenômenos de estudo não de forma empírica, mas com competência teórica e reflexão crítica, fundamentados teórica e metodologicamente. Segundo o Parecer CNE/CP Nº 9/2001, a perspectiva metodológica deve propiciar “situações de aprendizagem focadas em situações-problema ou no desenvolvimento de projetos que possibilitem a interação dos diferentes conhecimentos, que podem estar organizados em áreas ou disciplinas, conforme o desenho curricular.” As situações escolares de ensino e aprendizagem são situações comunicativas, das quais os alunos e professores coparticipam, concorrendo com influência igualmente decisiva para o êxito do processo. Sobre o uso de novas metodologias, acreditamos que elas devem ser implementadas na perspectiva de que ensinar só é relevante se resultar em aprendizagem. Com esse ponto de vista, o aluno passa a ser o foco central da ação educativa, elevando a qualidade do processo educacional. A construção de uma postura crítico-reflexiva, pelo aluno, acerca das discussões atuais do mundo contemporâneo, também é primordial nessa nova organização curricular. Percebemos que se trata de uma demanda imposta pelo contexto social em que vivemos na atualidade. Exemplo disso é o que vem ocorrendo na reorganização curricular do Ensino Médio, com a oferta das disciplinas de Sociologia e Filosofia. Essa será uma política pública que poderá contribuir para a 7 78 melhoria da formação integral do aluno. Em nossa proposta, o exercício de elaboração do pensamento, que conduzirá a uma construção permanente de criticidade acerca do mundo social, deverá perpassar todos os conteúdos a serem discutidos, como ponto de partida e de chegada, sendo estes sempre provisórios em relação à dinâmica do processo de desenvolvimento humano. Salientamos também a necessidade de indissociabilidade entre teoria e prática. Entendemos que aprender envolve diferentes níveis de organização da inteligência e o nível teórico é apenas um deles. Acreditamos que um novo conhecimento só se incorpora a outro preexistente com a mediação de um sujeito social que esteja preparado/habilitado e tenha competência para contribuir com esse processo; no caso, o docente. É necessário, portanto, que ele conheça os mecanismos da inteligência para a aquisição de novas aprendizagens, fazendo de sua prática pedagógica algo significativo para o aluno. Significativa deve ser, nessa perspectiva, a busca constante de conexões entre o que o aluno já sabe, já viveu, já experimentou, e o novo conhecimento assim elaborado. Acreditamos, ainda, que dar equilíbrio a essas questões teórico-práticas é importante no sentido de possibilitar a passagem de um nível de aprendizado mecanicamente treinado para um nível de aprendizagem que se incorpora ao fazer, ao pensar, ao agir, ao intervir, enfim, à essência humana. 7 79 11. PROCESSO DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 11.1. Concepção de avaliação A educação, e tudo que a envolve, deve ser entendida como uma rede que interliga os conhecimentos, num universo no qual as fronteiras do conhecimento deverão ser cada vez mais estendidas e interligadas. Nesse prisma, admitimos que aprender constitui-se em integrar novos dados, novos fatos, novas sensibilidades, novos saberes. Integrá-los em processo complexo, gradual, que não pode ser medido e quantificado em um só momento, torna-se essencial. Os princípios de interação e de integração devem ser percebidos como processos de aprendizagem-transformaçãoadaptação-reaprendizagem-retransformação, realizados de forma compartilhada e global, somando as contribuições individuais para um trabalho coletivo. Assim, a avaliação só pode ser um desmembramento da concepção “em cadeia” em que se constitui a educação. Consequentemente, não se pode constituí-la como um apêndice, visto que é tudo o que diz respeito ao processo. Sendo um contínuo trabalho de integração, a avaliação é regida por modos e processos de aprendizagem para ser o que é e para transformar-se no que virá a ser. Essa concepção do trabalho educativo reconhece a múltipla experiência dialógica, vivida diariamente, em todo momento, e não somente em uma situação singular. Ela deve se constituir em experiência, porque envolve sempre o próprio trabalho; deve representar a relação de troca constante entre os pares e os orientadores do trabalho acadêmico; deve ser também fruto de uma vivência adquirida de um novo conhecimento significativo como ato de aprendizagem, que necessariamente subentende um passo a passo inevitável. Tais etapas, conforme entendemos, não podem ser perdidas na avaliação, pois são partes integrantes, significativas, não podendo ser percebidas numa avaliação única que enfoca apenas o resultado final. Portanto, defendemos uma avaliação que entre em diálogo com o conhecimento apreendido anteriormente. Uma forma de avaliação é, como concebe LUCKESI (1986, p. 149-150): “um instrumento de verificação dos resultados que estão sendo obtidos e para fundamentar decisões que devem ser tomadas para que os resultados sejam construídos”. Compreendendo que a avaliação da aprendizagem é um mecanismo subsidiário de planejamento e de execução, ela só faz sentido na medida em que serve para o diagnóstico da execução e dos resultados que estão em questão, trabalhando a serviço da 7 80 melhoria desses resultados. A avaliação deve ser entendida como um processo que parte do diagnóstico para o desenvolvimento, pautando-se por ser uma atividade racionalmente definida, cujas ações são marcadas por decisão clara e explícita do que se está fazendo e de para onde possivelmente se encaminham os resultados obtidos. Apoiados em HOFFMANN (2000, p. 146), entendemos que o ideal é uma perspectiva de avaliação mediadora, calcada no máximo desenvolvimento do educando, levando em conta o processo sem limites preestabelecidos, mas com objetivos claramente delineados. Conforme explicita o nosso Projeto Pedagógico Institucional, a perspectiva da avaliação pretende, essencialmente, opor-se ao modelo do ''transmitir-verificarregistrar'', porém evoluir no sentido de uma ação reflexiva e desafiadora do educador com vistas a contribuir, elucidar, favorecer a troca de ideias entre os seus alunos e com estes, em movimento de superação do saber transmitido a uma produção de saber enriquecido, construído a partir da compreensão dos fenômenos estudados. A adoção da avaliação formativa qualitativa e não classificatória visa a propiciar a abordagem de uma dimensão participativa no processo de avaliação, na qual os alunos, reconhecidos como partícipes legítimos do processo de ensino-aprendizagem, devem ser escutados em suas expectativas, acolhidos em suas carências, estimulados em suas curiosidades e incluídos na comunidade investigativa e deliberativa. Não há como pensar em avaliação sem pensar em coparticipação da comunidade discente. Nesse enfoque, o educando constrói o seu conhecimento e a avaliação se apresenta como mediadora entre o saber construído e a reflexão sobre esse saber, conforme destaca DEMO (1999, p. 24): ''a qualidade não se capta observando, mas vivenciando-a''. A avaliação deve ser coerente com os princípios de uma educação que intenta imprimir o sentido não classificatório, mas cuja prática permita aos educandos, conforme HOFFMANN (2000, p. 160-161): • momentos para expressar ideias e retomar dificuldades referentes aos conteúdos introduzidos e desenvolvidos; • a realização de tarefas em grupo, de modo que haja auxílio mútuo nas dificuldades, garantindo o acompanhamento de cada aluno a partir de tarefas avaliativas individuais em todas as etapas do processo; • possibilidades de aprimoramento, partindo das anotações significativas para professor e aluno, em vez de simplesmente considerar o “certo” ou o “errado”; 8 81 • a gradação de desafios, partindo de tarefas relacionadas às anteriores, coerentes com novas descobertas e com o surgimento de dificuldades; • a compreensão do processo de avaliação como tomada de decisão, que substitui a tradicional rotina de atribuir conceitos classificatórios às tarefas, calculando médias de desempenho final, de forma a torná-los comprometidos com tal processo. HOFFMANN (2000, p. 1260) afirma que ''avaliar é acompanhar o processo de construção do conhecimento do aluno, ou seja, é contribuir para o aprimoramento de seu saber''. Assim, a ação avaliativa é compreendida não como de julgamento, mas como uma ação do saber provisório a um saber enriquecido, em que não haja apenas um resultado, mas sempre um processo. A avaliação defendida por Hoffmann é a avaliação mediadora no sentido de movimento, de ação, de reflexão. Portanto, não há sentido em pontuar participação. Não adianta o aluno frequentar as aulas, se não aprender. A participação importa na medida em que há aprendizagem. A Universidade Federal do Triângulo Mineiro entende que, para ser coerente com os princípios da formação profissional proposta, é necessário implementar uma avaliação da aprendizagem que se caracterize pela prática humanista/democrática entendida como ação coletiva e consensual, investigativa e reflexiva, diante da qual professores e alunos assumam postura cooperativa, crítica e responsável. Do ponto de vista do pleno desenvolvimento humano, o processo avaliativo a ele dirigido deve buscar a integração dos conteúdos, vistos como meio e não como fim da aprendizagem. A proposta avaliativa há que se harmonizar com o perfil do egresso e com as competências e habilidades esperadas do profissional. Deve ser também incorporada e vivenciada pelo aluno durante todo o processo de sua formação. Assim, refletindo sobre um processo de avaliação que esteja em consonância com a natureza evolutiva do processo de aprendizagem, que respeite e vislumbre as múltiplas inteligências, é que a avaliação do desempenho escolar do Curso de Graduação em Ciências Biológicas, como dos demais cursos, deverá constar no Novo Regulamento de Graduação da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Os critérios estabelecidos levam em consideração a frequência e o aproveitamento durante o período letivo, cuja operacionalização deverá estar garantida nos planos de curso das disciplinas. A avaliação da aprendizagem deverá ser coerente com os princípios da Universidade, ou seja, deve ocorrer de forma processual, mediadora, formativa e 8 82 contínua e permitir a verificação da aprendizagem do ponto de vista significativo, possibilitando ao aluno a aquisição dos conhecimentos específicos, das competências e habilidades propostas no diálogo professor-aluno. Nessas condições, adquire o valor de uma atividade formativa tanto para professores quanto para alunos, a partir da qual é possível introduzir-se um novo problema ou uma nova situação de aprendizagem que atenda ao conteúdo avaliado no momento. O processo é considerado como mais importante que o produto, porque permite ao avaliador refletir sobre sua prática pedagógica, buscar novas estratégias e recursos, bem como repensar sua própria dinâmica. O avaliado, por sua vez, compromete-se com a aprendizagem de forma mais efetiva, porque terá a responsabilidade de permanecer em constante processo de estudo. Impede-se, assim, a divisão dos conhecimentos, pois os pontos serão cumulativos e alcançados mediante um esforço constante de reflexão da própria busca de conhecimento. O professor, mediador do processo, poderá, juntamente com o aluno, rever os conceitos e selecionar estratégias de recuperação de aprendizagem, ao longo do curso, como monitoria realizada pelos alunos sob a supervisão do docente, grupos de estudo organizados também pelo corpo discente, atendimento individualizado pelo docente da disciplina e utilização de ferramenta a distância, como blog, moodle e outras. 11.2 Sistema de Autoavaliação do Curso e do Projeto Pedagógico Frente às mudanças constantes no mercado de trabalho, às mudanças tecnológicas e às necessidades regionais, o Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Biológicas poderá e deverá ser constantemente reavaliado, buscando atender a novas demandas. Poderá também ser transformado mediante necessidades percebidas pela Instituição, pelo corpo docente e discente, além das mudanças propostas pelo MEC, quando de suas visitas para avaliação. Além da análise constante, a avaliação ocorrerá em momentos específicos, a saber: • grupo de análise constante dos planos de ensino: oficinas e/ou reuniões semestrais com docentes, que analisarão os planos de ensino, considerando a quantidade e a ordem de conteúdos relacionados à ementa, e ainda os demais planos trabalhados no período letivo. Serão analisados, ainda, em relação à metodologia dos encontros e às bibliografias utilizadas. Essa análise subsidiará possíveis mudanças no plano a ser 8 83 seguido ao longo do semestre. No início de novo semestre, todos os planos serão analisados, os docentes responsáveis discutirão as estratégias eficazes e aquelas que apontam a necessidade de mudanças. Assim, instala-se um processo permanente de avaliação e transformação; • análise feita pela Instituição: periodicamente , a Instituição elaborará análise que envolva a satisfação dos discentes e dos docentes em instrumento a ser criado; • análise discente: atividade periódica, organizada pelos alunos com o objetivo de avaliar seu processo de construção da aprendizagem. Esse evento poderá ser organizado como seminário, no âmbito do curso, com a coparticipação de docentes e servidores ligados ao NuDE – Núcleo de Desenvolvimento Educacional. O grupo organizador definirá a temática e a forma de obter os dados a respeito do tema, ouvidos seus pares. Essa atividade contribuirá para a participação crítica dos alunos, desenvolvendo sua capacidade de reflexão e de comunicação e, ainda, servindo como forma de acompanhamento do Projeto Pedagógico do Curso. O curso, a coordenação e o corpo docente serão avaliados por seus pares e alunos, conforme definições institucionais, que poderão acontecer em regime de colaboração entre a CPA – Comissão Própria de Avaliação, entre outras estruturas. A partir desses dados, que serão divulgados para a Coordenação do Curso, poderão ser definidas ações conjuntas com o objetivo de melhorar, permanentemente, os processos educativos. 11.3 Projeto de Avaliação Institucional O Sinaes4 (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior), criado pela Lei Nº 10.861, de 14 de abril de 2004, é formado por três componentes principais: a avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes. Os processos avaliativos são coordenados e supervisionados pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes). A operacionalização é de responsabilidade do Inep. O Sinaes tem como objetivo identificar mérito e valor das instituições, áreas, cursos e programas nas dimensões de ensino, pesquisa, extensão, gestão e formação; melhorar a qualidade da educação superior; orientar a expansão da oferta; promover a responsabilidade social das IES, respeitando a identidade institucional e a autonomia. 4 Informações retiradas no site do Ministério da Educação (http://portal.inep.gov.br/superior- sinaes). 8 84 O Sinaes está fundamentado na avaliação institucional, de cursos e de estudantes. A avaliação institucional, interna e externa, considera as seguintes dimensões: missão e PDI; política para o ensino, a pesquisa, a pós-graduação e a extensão; responsabilidade social da IES; comunicação com a sociedade; políticas de pessoal, carreiras do corpo docente e técnicoadministrativo; organização de gestão da IES; infraestrutura física; planejamento de avaliação, políticas de atendimento aos estudantes e sustentabilidade financeira. A avaliação do curso é realizada levando-se em consideração três dimensões: organização didático-pedagógica, perfil do corpo docente e instalações físicas. A avaliação dos estudantes, através do ENADE, é aplicada periodicamente aos alunos de todos os cursos de graduação, ao final do primeiro e do último ano de curso. A avaliação será expressa por meio de conceitos, tomando-se por base padrões mínimos estabelecidos por especialistas das diferentes áreas do conhecimento. No que concerne à avaliação interna, temos a Comissão Própria de Avaliação – CPA. O Conaes, por meio da Lei Nº 10.861/04, Artigo 11, definiu que cada instituição de ensino superior deverá constituir uma Comissão Própria de Avaliação, cuja função é coordenar e articular o seu processo de avaliação institucional interna, uma das etapas de avaliação das instituições de ensino superior. Desse modo, a CPA atende às diretrizes propostas pelo Ministério da Educação, sistematizadas pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), que propõe a articulação de diferentes metodologias de avaliação das instituições de ensino, incluindo processos de autoavaliação em busca de melhorias qualitativa e quantitativa da educação superior. A CPA nas IES tem como atribuição conduzir os processos de avaliação interna da instituição, de sistematização e de coleta de informações. A Comissão Própria de Avaliação (CPA) da Universidade Federal do Triângulo Mineiro assume o papel de coordenar e articular o processo interno e contínuo de avaliação, consciente de que sua contribuição só será significativa se contar com a efetiva participação de toda a comunidade acadêmica e administrativa. O grande desafio da CPA é desenvolver um trabalho de mudanças de hábito e de percepção dos conceitos de avaliação, para que seja criado um ambiente para mudanças sólidas e não somente momentâneas. Baseada nesses critérios, a CPA da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, observando as orientações do Ministério da Educação, norteia seu 8 85 planejamento estratégico primando, em primeira instância, por esforços para mudanças de hábito e de visão sobre os processos de avaliação, tendo como preocupação central criar um ambiente acadêmico propício a transformações e inovações. 8 86 12. ATIVIDADES ACADÊMICAS ARTICULADAS AO ENSINO DE GRADUAÇÃO 12.1 Práticas de Ensino No Curso de Ciências Biológicas, a organização e o funcionamento das Práticas de Ensino fundamentam-se na legislação vigente e abrangem não apenas a formação pedagógica, mas também os estudos, as investigações e as demais atividades da formação específica, uma vez que concorrem em conjunto com esses e demais componentes do currículo para a formação da identidade do graduando. A Prática de Ensino é um componente teórico-prático da formação integral do aluno, pois não constitui um momento prático em oposição aos componentes teóricos, visto que pretende construir um conhecimento sobre a realidade em todas as suas dimensões, ao mesmo tempo em que se caracteriza como uma instância de formação, na qual se dá início à vivência profissional. Dessa forma, segundo o Parecer CNE/CP 28 de 2001, a prática de ensino deve estar presente ao longo de todo o curso, constituindo uma prática “que produz algo no âmbito do ensino”; devendo ser uma “atividade flexível como os demais pontos de apoio do processo de formação do professor, para dar conta dos múltiplos modos de ser da atividade acadêmico-científica”; e, além disso, “transcende a sala de aula para o conjunto do ambiente escolar e da própria educação escolar”. É preciso que esse componente envolva atividades por meio das quais o docente em formação tenha “a oportunidade de assumir criticamente a sua profissão”, implicando uma formação política que viabilize a contextualização do meio em que se desenvolve o trabalho docente, para que se torne uma instância de confronto, de reflexão e de construção de conhecimento, a partir da investigação e do estudo de todos os aspectos que constituem a educação escolar e tudo o que se relaciona com a profissão docente. Assim, essa prática realizar-se-á, ao longo de todo o curso, sob supervisão e acompanhamento da instituição formadora, por meio de atividades de natureza variada, de modo a cumprir a sua função no currículo. As Práticas de Ensino, enquanto componente curricular específico, com carga horária de 60h/a semestrais, serão desenvolvidas e articuladas a três Unidades Temáticas (UTs) em momentos distintos do curso. Do primeiro ao sexto períodos, na UT “Estudos e Desenvolvimento de Projetos”; no sétimo período, na UT “O Uso de Tecnologias de Informação e Comunicação na aprendizagem das Ciências Biológicas”; e, no oitavo 8 87 período, na UT “O Ensino-aprendizagem em Ciências Biológicas”. Pretende-se que essas UTs desenvolvam um caráter articulador das Práticas de Ensino, partindo dessa articulação estudos, projetos e experiências que transcendam a sala de aula. Além disso, espera-se que o desenvolvimento dessa articulação concorra para a construção de uma postura do licenciando como profissional crítico-reflexivo e consciente de sua atuação profissional. As formas de apresentação dos estudos desenvolvidos nas Práticas de Ensino, para fins de validação e registro acadêmico, serão definidas pelo Colegiado de Curso. 12.2 Estágio Curricular Supervisionado O Estágio Curricular Supervisionado é um componente teórico-prático da formação docente em que a vivência profissional tem seu início sob a supervisão da Universidade. Não se constitui apenas em um momento “prático” em oposição aos componentes “teóricos” do curso, mas em uma etapa de formação em que é suposto haver interlocução ativa entre teoria e prática, em um movimento de retroalimentação de questões e possíveis soluções. A formação dos profissionais docentes deve se pautar pela oportunidade de aproximar o licenciando dos aspectos sócio-político-culturais do cotidiano docente para compreender o papel social da educação. Desse modo, no exercício da profissão, o egresso poderá estabelecer as correlações necessárias com os saberes específicos, pedagógicos, experienciais e atitudinais definidos no Projeto Pedagógico do Curso. Nesse sentido, estagiar é vivenciar, no local onde se desenvolvem as experiências educativas, o conjunto de práticas e saberes necessários à formação docente que se completam com as experiências advindas da sala de aula. Torna-se, portanto, uma oportunidade para que o estagiário reconheça-se autor e protagonista da sua história e, principalmente, projete o seu exercício profissional. Ao propormos que o aluno conheça contextos educativos em espaços educativos formais e não formais, não estamos desqualificando a escola como espaço oficial do aprender, mas ampliando a concepção de docência ao reconhecermos o papel do educador em outros nichos. Nesse sentido, a docência é aqui reconhecida como atividades com finalidade educativa, desenvolvidas ou não no âmbito escolar. Ao reconhecer esses contextos educativos como distintos e esperar deles performances específicas, o interesse do estagiário passa a ser uma descrição dos contextos de aprendizagem e uma tentativa de interlocução. Portanto, a escola é ponto de partida e 8 88 chegada, e os espaços educativos não formais aliados à sala de aula constituem palco para o ensino de Ciências e Biologia. Nas atividades docentes e técnicas, são importantes as relações entre estudantes, professores, conhecimentos e metodologias que se desenvolvem nos processos educativos. O estágio é, assim, uma oportunidade que o profissional em formação tem para assumir criticamente a sua profissão, o que implica uma inserção política que viabilize a contextualização cultural do meio onde o aluno desenvolve o seu conhecimento teórico-prático. Os momentos do estágio distribuem-se em atividades curriculares e extracurriculares. Ao longo dos períodos em que o aluno desenvolverá suas atividades no campo de estágio, ele contará com uma carga horária de 15h/a semestrais, com o docente responsável em sala de aula. No campo de estágio, as atividades a serem desenvolvidas estarão organizadas em atividades específicas por períodos conforme descrito abaixo. V PERÍODO Os estagiários deverão organizar, juntamente com o professor orientador de estágio, um projeto de trabalho, cuja finalidade é conhecer de forma abrangente diferentes contextos em que o ensino de Ciências e Biologia acontece. É objetivo dessa etapa conhecer cenários educativos diversificados, assim como personagens e tramas para a ensinagem. Integrarão o projeto de trabalho tanto visitas de caráter técnico quanto a realização de encontros com convidados que possuam experiência e produção nas áreas que os discentes irão estudar. É suposto que conheçam e tenham vivência em: • escolas da rede pública, sendo que uma delas poderá vir a ser a escola com a qual os alunos estabelecerão o protocolo de estágio no semestre seguinte. Nessa visita, os alunos buscarão descrever a situação física do prédio e os recursos disponíveis, caracterizar a escola quanto ao número total de professores, conhecer seu projeto pedagógico (concepção de educação que norteia o projeto político-pedagógico da escola; critérios gerais de avaliação e recuperação; atividades lúdicas, culturais e científicas complementares às aulas), assim como o entorno da escola. • espaços educativos que se organizem a partir de proposta pedagógica reconhecidamente pouco tradicional; • espaços educativos que trabalhem com as séries iniciais do ensino fundamental; 8 89 • espaços educativos que trabalhem com público com necessidades educativas especiais, desenvolvendo materiais e estratégias específicas para esses sujeitos; • museus e Centros de Ciências em que sejam desenvolvidas visitas orientadas, ações educativas e processos formativos específicos para professores; • parques e empresas que desenvolvam programas de educação ambiental com a realização de trilhas pedagógicas; • núcleos que desenvolvam práticas de Educação a Distância; • espaços que trabalhem com Educação de Jovens e Adultos; A partir das informações recolhidas durante as visitas e na presença dos convidados, os alunos deverão elaborar um artigo comparando as situações educativas vivenciadas, procurando destacar os papéis esperados para cada sujeito envolvido nas cenas educativas. VI PERÍODO No VI período, o aluno trabalhará com observação e docência nas turmas das séries finais do Ensino Fundamental. O aluno terá 10 horas de observação em sala de aula, o que corresponde a 12 aulas. Ao longo de sua permanência como observador, procurará construir o perfil cognitivo do aprendiz que será seu aluno no momento da regência. Isso corresponde a um deslocamento no tradicional olhar depositado sobre o professor, e que representa por vezes um dificultador para a realização dos estágios. O professor sente-se mais confortável ao perceber que não está sendo avaliado, e que os estagiários buscam traçar um perfil para os alunos que os caracterizam enquanto sujeitos de aprendizagem. É importante esclarecer, contudo, que mesmo que o desempenho do professor e suas escolhas não sejam a questão central na leitura dos discentes, esses dados aparecerão indiretamente quando forem descritas as muitas reações dos alunos em sala de aula. Para o perfil cognitivo do grupo, é preciso conhecer: • como o aluno se vê diante do processo de ensino-aprendizagem; • o interesse demonstrado pela realização de atividades em sala, em casa e em outros espaços; • a relação com atividades avaliativas; • a manifestação de concepções espontâneas durante as aulas, assim como são 8 90 acolhidas e trabalhadas pelo professor; • o nível de compreensão de leitura e habilidade para a escrita; • o número de alunos e a faixa etária em que se encontram; • se há repetentes e como é a relação destes com o grupo, com o professor e com o conhecimento; • a relação dos alunos e do professor com as perguntas: se as fazem, se são respondidos etc.; • a natureza das perguntas empreendidas durante as aulas; • evidências de dificuldades com relação ao conhecimento e ao convívio social; • papel que o aprendiz atribui ao professor e a si próprio no processo de aprendizagem. De posse dos perfis cognitivos traçados, os alunos escolherão, em conjunto com o professor supervisor de estágio, o grupo com o qual o estagiário irá trabalhar. O plano de aula, portanto, será feito sob medida para esses aprendizes, dando continuidade ao programa de estudos do professor da escola. É suposto que os alunos fiquem responsáveis pela regência de 6 aulas de 50 minutos, equivalendo a 5 horas de estágio. Preferencialmente, cada aluno deverá observar as aulas, em cada uma das quatro séries do Ensino Fundamental (5.ª a 8.ª séries), para conhecer as particularidades de desenvolvimento cognitivo nas diversas etapas do processo ensino-aprendizagem, mantendo um diálogo constante com o professor regente a partir de suas observações. O planejamento das aulas que serão ministradas envolve: leitura básica e complementar sobre o tema da aula, seleção das estratégias e recursos didáticos, encontros para orientação com o professor regente e em grupos organizados por ele correspondendo às 90 horas restantes do estágio, que também integra o tempo previsto para organizar os dados e elaborar o Relatório Final do período. VII PERÍODO No VII período, os alunos irão realizar observação e docência nas turmas do Ensino Médio, nos mesmos moldes do período anterior, valendo as mesmas orientações, considerando apenas as eventuais adequações para o Ensino Médio. O número de aulas previstas para observação e regência (12 e 6, respectivamente) será mantido, assim como as horas reservadas para planejamento e estudo (90 horas). 9 91 Preferencialmente, cada aluno deverá observar as aulas em cada uma das três séries do Ensino Médio, para conhecer as particularidades de desenvolvimento cognitivo nas diversas etapas do processo de ensino-aprendizagem. VIII PERÍODO No último período, os alunos deverão elaborar e implementar um projeto educacional que deverá integrar as atividades da empresa júnior (EducJr), que será constituída e gerida em conjunto pelos professores e alunos dos Cursos de Licenciatura do Instituto de Ciências Exatas, Naturais e Educação (ICENE). Os alunos matriculados na disciplina de estágio poderão participar dos projetos desenvolvidos pelo EducJr como convidados desde o V período, sendo restrita a coordenação de projetos aos alunos matriculados no último período do curso. O EducJr funcionará vinculado à realização dos projetos desenvolvidos pelos alunos no VIII período, buscando constituir-se enquanto repositório de ações educativas para espaços formais e não formais. Todos os projetos irão, portanto, compor o banco de dados do EducJr enquanto documentos oficiais da instituição, e serão disponibilizados para consultas a alunos e educadores. Além disso, espera-se que o EducJr constitua, a curto e médio prazo, referência para os educadores da região do Triângulo Mineiro no sentido de fornecer suporte para a realização de atividades pedagógicas, empréstimo de material, realização de consultorias e prestação de serviços na área educativa. O projeto educativo que deverá ser executado e elaborado pelo aluno no VIII período deverá ser desenvolvido em parceria com a escola que o acolheu nos períodos anteriores, e preferencialmente com as turmas com as quais trabalhou. A implementação do projeto deverá estar de acordo com as necessidades da escola, ligadas ou não ao conteúdo de Ciências e Biologia, verificadas por ele em todo o seu percurso como aluno estagiário, e com o aceite da escola parceira, sendo ou não desenvolvido no espaço escolar. O trabalho poderá ser feito em grupos de até 05 estagiários por projeto, podendo haver réplicas de atividades em escolas diferentes. Para isso, ele será orientado pelo orientador de Estágio sobre a forma de organização do projeto. O trabalho será dividido em quatro fases: a) apresentação da proposta do projeto educacional em reunião com a direção da escola, com professor supervisor e orientador e representantes do EducJr para apreciação, 9 92 encaminhamentos e realização de ajustes; b) elaboração do projeto com a orientação do professor da disciplina de Estágio; c) implementação do projeto; d) avaliação do projeto pela equipe envolvida, desde a concepção até à implementação, que inclui: aluno estagiário, supervisor de estágio, alunos, EducJr, entre outros; e) elaboração de um relatório final; f) organização do material que será disponibilizado no repositório do EducJr em formato impresso e eletrônico. Para organizar esse trabalho, a carga horária do Estágio Curricular Supervisionado nesse período será organizada da seguinte forma: • 10h/a para levantamento das necessidades da escola e definição inicial da problemática a ser enfrentada a partir do que foi construído pelo aluno estagiário ao longo do seu percurso na escola-campo de estágio; • 20h/a para apresentação da proposta e elaboração do projeto; • 50h/a para implementação do projeto; • 10h/a para avaliação do projeto; • 15h/a para organização do Relatório Final do período. 12.2.1 Bases Legais Conforme o documento de Diretrizes para a Formação de Professores da Educação Básica MEC/2000, o estágio curricular obrigatório deve estar presente, no curso, a partir da segunda metade, tomando como referência o conteúdo da formação pedagógica e o da formação específica. O Estágio Curricular Supervisionado desta proposta deverá ser iniciado no V período do curso, e será realizado em Instituições Educacionais do Sistema Municipal de Ensino, do Sistema Estadual de Ensino e do Sistema Educacional Privado. No entanto, caso o aluno queira, poderá se inserir nessas instituições como voluntário a partir do primeiro semestre, sem que isso caracterize uma atividade de estágio curricular obrigatório. Como estágio extracurricular, ele poderá, ainda, apresentar proposta de estágio que não tenha discordância com os princípios do Projeto Pedagógico do Curso, a ser realizado em outras instituições, tais como: empresas, laboratórios, museus, entre outras, e submeter à apreciação do Colegiado de Curso e à Procuradoria da Instituição. 9 93 Caso a proposta seja aprovada nessas duas instâncias, o aluno poderá realizá-lo. Caberá ao Colegiado de Curso, caso a proposta de estágio extracurricular seja aprovada, definir os procedimentos e instrumentos que comprovarão a realização dessa modalidade de estágio. Um supervisor de estágio específico da área de Ciências Biológicas será designado para o acompanhamento do Estágio. O estagiário cumprirá 120h/a em cada período, sendo que, dessa carga horária, 15h/a, ou seja, um crédito por semestre será desenvolvido no horário semanal do curso para Orientação do Estágio Curricular Supervisionado. O Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Ciências Biológicas será desenvolvido na Educação Básica. Para que o estagiário atue profissionalmente nas várias etapas da Educação Básica, o estágio será realizado na seguinte ordem: • no V período, o aluno conhecerá a escola em que realizará suas atividades de estágio em todas as suas dimensões, assim como outros espaços educativos formais e não formais; • no VI período, o estagiário desenvolverá suas ações de observação e regência nas séries finais do Ensino Fundamental; • no VII período, o estagiário desenvolverá suas ações de observação e regência nas três séries do Ensino Médio; • no VIII período, o estagiário apresentará e implementará um projeto educacional na escola-campo com base nas observações e experiências construídas ao longo de seu percurso formativo. São critérios de avaliação para a promoção do estágio: 1. cumprir integralmente a carga horária prevista; 2. cumprir 100% das atividades de Estágio em campo, as quais devem constar do Plano de Estágio, que deverá ser apresentado pelo supervisor de Estágio no início de cada período; 3. registrar e elaborar um documento final das atividades de Estágio, que poderá ser: portfólio, pasta de estágio, relatório de estágio, dentre outros, desde que considere os aspectos dos métodos e das técnicas dos trabalhos acadêmicos. Conforme disposto no Artigo 1º, parágrafo único, da Resolução CNE/CP 2, de 19 de Fevereiro de 2002, que institui a duração e a carga horária dos cursos de 9 94 licenciatura de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior, os alunos que exerçam atividade docente regular na Educação Básica poderão ter redução da carga horária do estágio curricular supervisionado até o máximo de 200 (duzentas) horas. Portanto, os estagiários que apresentarem documentação que comprove a docência regular na educação básica obterão o benefício disposto no artigo dessa Resolução. Além das escolas de Educação Básica do Município de Uberaba e região, com as quais serão celebrados convênios para as atividades de estágios curriculares, os alunos dos cursos de Licenciatura da UFTM poderão realizar parte de seus estágios em instituições de ensino e educação para pessoas com necessidades especiais, por exemplo, no Instituto de Cegos, na Escola de Surdos ou em escolas inseridas em projetos de Educação de Jovens e Adultos, entre outras. Para os casos de estágios extracurriculares, deverá ser apresentada proposta ao Colegiado de Curso e à Procuradoria da instituição para análise e deferimento, conforme já mencionado anteriormente. 12.3 Trabalho de Conclusão do Curso Os Cursos de Licenciatura da UFTM têm por objetivo formar o professor com excelência para atuar nos quatro anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio da Educação Básica. Assim, o Trabalho de Conclusão de Curso – TCC vem coroar o processo de formação do aluno e agora professor. Para desenvolver o TCC, que pressupõe conhecimentos um pouco mais sistematizados pelos alunos ligados à pesquisa, é importante destacar que esta será, desde o primeiro semestre do curso, valorizada e desenvolvida nesta proposta pedagógica. Isso acontecerá especialmente na unidade temática Estudos e Desenvolvimento de Projetos – EDP, que acontecerá a partir do primeiro e até o sexto período. Nela, os alunos terão a oportunidade de desenvolver grupos, projetos anuais e/ou semestrais de trabalho, adquirindo habilidades e competências necessárias para, ao final do curso, de forma individual, realizar com maior amadurecimento o seu TCC. O tema do TCC será definido oficialmente no sexto período do curso e desenvolvido para ser apresentado em sessão pública até o oitavo período. Cada docente orientador responsabilizar-se-á por até dois projetos diferentes, com atendimento que poderá ser individual ou em grupo, conforme a natureza do trabalho. Esses encontros serão programados, no decorrer do Curso, pelo professor orientador. 9 95 Os trabalhos conclusivos serão orientados por um professor do curso ou pertencente ao corpo docente da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, com titulação mínima de mestre, cujo nome será submetido à aprovação do coordenador do curso. Professores de outras Instituições de Ensino poderão ser orientadores de TCC, desde que sua indicação seja aprovada pelo NDE do curso. Os temas dos trabalhos deverão ser pertinentes à temática desenvolvida e registrados pelo coordenador. Esses trabalhos serão redigidos no idioma nacional, de acordo com as normas da ABNT, e socializados mediante apresentação pública à comunidade acadêmica e aos membros de banca examinadora. Além do processo de orientação do trabalho com o docente de referência, os alunos terão suporte e incentivo para a construção do conhecimento científico desde os períodos iniciais, quando começarão a realizar pesquisas bibliográficas, conhecer e identificar a necessidade de escritas que possam ter caráter científico, bem como serão estimulados a participar em atividades científicas e elaborar trabalhos para congressos, revistas e eventos diversos. Ao longo do cCurso, as unidades temáticas subsidiarão o aluno na escrita e na leitura, bem como haverá momentos específicos em que serão estudadas formas de analisar dados e a sua importância, o que contribuirá com a elaboração do TCC. Pode-se perceber que há uma preocupação para que o Trabalho de Conclusão seja parte de um processo maior e não apenas um momento específico, isolado e estanque do Curso de Graduação. Como anexo desta proposta pedagógica, apresentaremos o Regulamento do Trabalho de Conclusão de Curso. 12.4 Atividades Acadêmico-Científico-Culturais - AACC Essas atividades referem-se a um importante aspecto da formação do futuro educador, pois contribuem para o enriquecimento do currículo e se originam na própria iniciativa e interesse do discente. Elas se abrem a um amplo campo de possibilidades formativas, e constituem uma ampliação das oportunidades educativas realizadas no cotidiano da sala de aula. Apresentam-se como maneiras privilegiadas de flexibilização do currículo. Por sua natureza, e por ser manifestação de necessária autonomia, devem ser de controle dos próprios alunos, que fornecerão à coordenação de seu curso os dados necessários para o devido acompanhamento e registro. Deverão perfazer um total de 16 créditos ou 240 (duzentas e quarenta) h/a ao longo do período em que estiverem 9 96 matriculados no curso. A distribuição da carga horária, bem como a forma de realizar seu devido reconhecimento, será definida em regulamento próprio, anexo a este projeto. A partir dessas diferentes atividades, espera-se que a formação discente se dê também em diferentes tempos e espaços didático-pedagógicos, além daqueles tradicionalmente previstos. Assim, além de serem realizadas em outras Instituições Educativas, poderão também ocorrer em outros turnos ou mesmo durante o período de férias. Não excluídas as demais possibilidades, essas atividades incluem a participação em: • pesquisas, palestras, conferências, simpósios, seminários, monitorias e iniciação científica; • disciplinas não incluídas no currículo pleno; • resenhas de livros ou partes de livros; • produção científica; • representação estudantil; • cursos e demais atividades presenciais ou a distância; • trabalho voluntário ligado ou não à área de formação; • participação como ouvinte em bancas de qualificação ou defesa de mestrado ou doutorado; • participação em grupos de estudos devidamente reconhecidos e aprovados pela UFTM. • organização de eventos; • visitas temáticas a órgãos e instituições, de acordo com a área de formação; • outros eventos e atividades aprovadas pelo colegiado. O acompanhamento será feito por uma coordenação própria, que dará as devidas orientações e os encaminhamentos ao conjunto das atividades, quando for o caso, bem como sua fará sua comprovação. São elencadas aqui, por exemplo, a participação em atividades interdisciplinares ou projetos e eventos da UFTM. Para a devida validação, os alunos deverão apresentar relatórios de desempenho, declarações e certificados com as respectivas cargas horárias e notas e, quando for o caso, cópias autenticadas ou cópias de texto acompanhadas dos originais, além das assinaturas dos profissionais responsáveis. As formas de apresentar e validar as 9 97 atividades também estarão descritas no Regulamento de AACC em anexo. 9 98 13. CONTINUIDADE DE ESTUDOS PARA OS EGRESSOS DO CURSO A rapidez da transformação tecnológica traz a necessidade de constante atualização, pois as informações tornam-se obsoletas em pouco tempo. Além disso, o curso superior possibilita a percepção de conceitos e necessidades gerais a fim de que, no período, o aluno possa perceber todas as possibilidades de atuação. Dessa forma, faz-se necessária a atualização constante das informações. Os alunos serão estimulados, desde os períodos iniciais, a perceber a necessidade de complementar seu conhecimento, por isso será incentivada a realização de atividades autônomas visando também à complementação do currículo, de forma que o aluno perceba sempre a necessidade de escolhas e de que a formação não se encerre com o fim da graduação. O Curso de Ciências Biológicas terá compromisso com a criação de cursos de especialização que complementem a formação da licenciatura nas três grandes áreas da Biologia: saúde; meio ambiente; biotecnologia e educação. Considerando-se a necessidade da consolidação do grupo de pesquisadores para a construção dos programas de pós-graduação, a especialização terá caráter interdisciplinar. A implementação do Curso de Especialização em Ciências Biológicas já foi identificada como necessária para atender as demandas do município e percebida como carência da região. Além da necessidade e carência desses conhecimentos no mercado, alguns cursos já contam com corpo docente com formação na área, o que pode ser positivo para a formação de linhas de pesquisa, constituindo-se uma possibilidade o curso de mestrado. A criação de um programa de mestrado caracteriza-se como sendo meta a ser alcançada, pelo envolvimento com linhas de pesquisa e a interação entre os pesquisadores de áreas afins. Enquanto a criação não ocorre, os docentes titulados do Curso de Ciências Biológicas estarão envolvidos, podendo orientar alunos em programas interdisciplinares de mestrado e doutorado, possibilitando, assim, a construção do conhecimento em programas já consolidados. Tem-se como meta, a médio prazo, a criação de programa de pós-graduação específico, relacionado a linhas de pesquisa com as quais os docentes do curso já trabalham. 9 99 13.1 Cursos de Aperfeiçoamento Os cursos de aperfeiçoamento oferecidos pelo Curso de Ciências Biológicas devem ter como objetivos, dentre outros: a) refletir sobre a atuação dos profissionais da educação, de forma a estabelecer uma interação teórico-prática que possibilite ao educador a contextualização de sua atividade com a realidade sociopolítico e cultural da Educação Básica; b) contribuir para os egressos atuarem na educação de modo mais amplo e menos fragmentado, pois é preciso integrar os conteúdos das disciplinas em situações práticas, que coloquem problemas aos professores e lhes possibilitem experimentar soluções. Dessa forma, vivencia-se a formação humana e docente, fazendo da formação continuada condição para aprendizagem permanente, desenvolvimento pessoal, cultural e profissional. 13.2 Cursos de Especialização Os cursos de Especialização (pós-graduação lato sensu) oferecidos pelo Curso de Ciências Biológicas devem estar de acordo com as Resoluções internas que regem a oferta dessa modalidade de cursos, bem como com a Resolução Nº 1 CNE/CES, e ter como objetivos, dentre outros: a) oferecer subsídios teóricos e metodológicos que ampliem o trabalho com a linguagem, de forma a ir além de uma visão sistêmica da língua, em busca de um olhar múltiplo sobre os campos da linguagem, tomando-a como lugar de interação social e de construção de conhecimentos especializados; b) inter-relacionar o ensino e o uso de terminologias específicas próprias de novos campos do saber; c) propiciar um ambiente de reflexão sobre a prática pedagógica do professor universitário a partir da sua experiência docente, e estabelecer a interação teóricoprática contextualizada em uma realidade sócio-econômica-política-cultural. Esse movimento de integração de teorias e práticas educativas deverá suscitar a transformação da atuação docente e a busca de alternativas educacionais e tecnologias na geração de conhecimento. 13.3 Curso stricto sensu O objetivo é constituir, inicialmente, grupos de estudo em linhas de pesquisa que, no princípio, sustentem a Iniciação Científica para que venham a se constituir em 9 100 um embrião de Programas de Pós-Graduação em Biologia e em Educação com ênfase no ensino de Ciências e Biologia, em médio prazo, e em nível de Mestrado e, posteriormente, de Doutorado. Esses grupos terão, preliminarmente, a função de fomentar estudos interdisciplinares com vistas a envolver não só os cursos de licenciatura, mas também os de 1 outras áreas do conhecimento. 101 14. INCORPORAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS AO ENSINO DE GRADUAÇÃO Vivemos num contexto globalizado em que as informações estão cada vez mais disponíveis às populações. No contexto educacional, o aluno, fora da sala de aula, tem acesso à tecnologia e pode interagir com o mundo. Portanto, a educação dos bancos escolares, com horário marcado para acontecer, começa a ser questionada, conforme nos diz Silva: Prevalece ainda hoje o modelo tradicional de educação baseado na transmissão para memorização, ou na distribuição de pacotes fechados de informações ditas “conhecimento”. Há cinco mil anos a escola está baseada no falar-ditar do mestre e na repetição do que foi dito por ele. Paulo Freire, maior educador brasileiro, criticou intensamente esse modelo educacional. Ele dizia: “a educação autêntica não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com B.” (SILVA, 2002, p. 01) Nesse contexto, as novas tecnologias popularizam-se, gerando o temor, sobretudo entre profissionais da educação, de que os recursos de informática e a internet possam, com o tempo, substituir a clássica relação entre quem aprende e quem ensina, passando a uma relação estritamente entre homem e máquina. Os avanços tecnológicos continuam velozmente chegando às populações de todo o mundo, mas não se tem confirmado o temor: aquele que ensina continua absolutamente necessário no seu trabalho de formar as novas gerações. Embora seu perfil necessite de reconstruções e da redefinição de habilidades que até então não eram demandadas, seu papel é da maior relevância, no sentido de mediar a construção de saberes em qualquer ambiente de aprendizagem e em qualquer modalidade de ensino. Pensando nisso, foi criado na instituição o Centro de Educação a Distância e Aprendizagem com Tecnologias de Informação e Comunicação (CEAD) da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, que é formado por professores que atuam na graduação e na pós-graduação e técnicos administrativos. Ele tem o propósito de atender a demanda, por meios de estudos, pesquisas e projetos, do uso de tecnologias digitais de informação e comunicação na educação, mediante suporte especializado nas esferas do ensino, da pesquisa e da extensão. Dentre seus objetivos, destacam-se: d) estabelecer diálogo entre a Universidade e as inovações das tecnologias de informação e comunicação aplicadas à educação; 10 102 e) implementar projetos educacionais usando tecnologias digitais de informação e comunicação em sintonia com os paradigmas atuais da educação, fundamentados na autonomia, na aprendizagem e na sociedade em rede; f) prestar orientação pedagógica especializada no escopo da educação com tecnologias de informação e comunicação; g) produzir materiais didáticos pedagógicos em sintonia com os princípios do CEAD, da UFTM e de suas demandas; h) implementar, acompanhar e avaliar métodos e materiais, contribuindo com a formação pedagógica dos docentes e com a integração das tecnologias de informação e comunicação nas práticas pedagógicas e nos currículos; i) colaborar na criação e no funcionamento de cursos de graduação, pós-graduação e extensão nas áreas de sua especialidade, propostos por setores da UFTM; j) planejar, implementar e implantar a Educação a Distância (EAD) e a inserção da UFTM no sistema da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Fazem parte do CEAD dois grupos de pesquisa que mantêm alunos de Iniciação Científica e voluntários. São eles: Educação, Mídia, Cultura e Novas Cidadanias e Grupo de Estudos em Linguagem e Educação Digital (GELED). O CEAD oferece alguns cursos para docentes, como, por exemplo, o Curso em EAD – Oficina Moodle: usando as ferramentas digitais em sala de aula. Oferece, ainda, disciplinas optativas para toda a UFTM ou específicas para cada curso. É o caso da “Didática” no curso de Psicologia, oferecida na modalidade semipresencial do segundo ao sexto período do curso. Ainda para todos os alunos da UFTM, oferece a disciplina “Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação”: Aprendizagem em diferentes Ambientes Educativos. 10 103 15. MEDIDAS PARA OPERACIONALIZAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO Para que o proposto Projeto Pedagógico possa ser concretizado, algumas necessidades são elencadas nos itens abaixo: 15.1 Dos recursos humanos • Contratação de professores competentes e titulados. • Desenvolvimento pessoal e profissional dos professores em programas de formação permanente, objetivando a reflexão do ato educativo, seja no âmbito do ensino, da pesquisa ou da extensão. • Investimento na gestão colegiada do curso, com incentivo à participação discente e valorização das contribuições do pessoal técnico-administrativo em encontros sistemáticos para deliberações diversas, estudos, planejamento de atividades etc. 15.2 Dos recursos físicos e materiais Continuar a atualização do acervo bibliográfico específico da área de conhecimento de Ciências Biológicas. • Ofertar aos alunos e professores, mediante projetos para aquisição institucional e/ou do curso, recursos tecnológicos atualizados, facilitando o uso da informática como instrumento de ensino, pesquisa e extensão. • Disponibilidade de meios de transporte, mediante planejamento prévio, para trabalho de campo, visitas técnicas e de estudo. • Montar e disponibilizar laboratórios de ensino e de informática com recursos de som e imagem. 15.3 Das atividades • Criação de núcleos de estudos, de pesquisas e atividades extensionistas com a participação de alunos, docentes e pessoal técnico-administrativo ligado ao curso. • Fortalecimento de uma vivência universitária plena, com incentivo à participação em atividades científicas, culturais, esportivas e sociais. • Promoção de atividades de observação direta, permitindo aos alunos e professores a vivência de investigação, de observação e de pesquisa. • Estímulo à participação de docentes e discentes nos programas de monitorias, 10 104 iniciação científica, extensão, reuniões científicas como congressos, simpósios, encontros e outros. • Estímulo aos docentes e alunos para participação em eventos científicos, na própria Universidade e em outros espaços, incentivando a realização de pesquisas documentais, bibliográficas, de campo e a elaboração de textos e artigos para publicação. • Realização de Seminários com participação de docentes, discentes e técnicos administrativos para avaliação permanente do Projeto Pedagógico do Curso e do ensino desenvolvido. 15.4 Acompanhamento As ações de acompanhamento do processo de ensino-aprendizagem, de acordo com os perfis intermediário e final, propõem um acompanhamento contínuo e sistemático do trabalho docente, incluindo a autoavaliação, observando-se: • o compromisso com as diretrizes estabelecidas para o curso; • • a ênfase na aprendizagem dos alunos; • o domínio e a adequação dos conteúdos programáticos; • a utilização de princípios pedagógicos adequados às necessidades e inovadores; • a participação nas atividades acadêmicas propostas; • o fortalecimento do trabalho em equipe; • • o planejamento das atividades. O acompanhamento contínuo e sistemático do trabalho discente será realizado pelo Núcleo Docente Estruturante, o Colegiado de Curso, os docentes e a Coordenação de Curso, a partir de seu desempenho, tendo em vista as competências definidas nos perfis. A partir desses resultados, serão propostas, caso necessário, intervenções adequadas às necessidades, que poderão ser definidas em projetos de ação. Tais projetos poderão ser implementados com a participação de outros setores da Universidade, especialmente aqueles voltados à atenção discente. Além disso, o acompanhamento do aluno pelo docente e a Coordenação será realizado a partir da observação da sua participação nas atividades promovidas pelo curso, 10 105 sejam elas de qualquer natureza: extraclasse, interdisciplinares, estágios e projetos. 10 oficinas pedagógicas, atividades 106 16. CONSIDERAÇÕES FINAIS Além dos princípios epistemológicos que fundamentam nossa proposta pedagógica, é preciso considerar algumas experiências/projetos que referendaram nossa construção curricular. São referências importantes, desenvolvidas no Brasil e em outras universidades do mundo, que só reforçam o nosso propósito educacional. Entre essas referências, destacamos os estudos desenvolvidos pela Universidade Federal da Bahia com vistas à construção de uma nova arquitetura acadêmica que possibilitasse maior flexibilidade, desenvolvesse a autonomia do educando, recuperasse a totalidade em detrimento da fragmentação disciplinar, atendesse às necessidades do egresso do Ensino Médio e fosse mais inclusiva do que as atuais estruturas acadêmicas. Outra referência é a experiência na formação de médicos iniciada pela McMaster University Medical School, em Hamilton, Ontario, Canadá, que foi assumida, posteriormente, pela Faculdade de Medicina de Harvard no final dos anos 60 e que logo começou a espalhar-se por universidades de todo o mundo, principalmente em escolas de Medicina. Trata-se do que ficou conhecido como PBL – Problem-Based Learning ou Metodologia da Resolução de Problemas, numa tradução para a língua portuguesa. Uma característica geral dessas experiências é a ideia de um ensino centrado no próprio aluno. O professor passa a ter a função de orientador dos estudos. Baseia-se na instrução autodirigida e enfatiza uma aprendizagem ativa que valoriza a ética e a sensibilidade nas relações com os pacientes, bem como a curiosidade do aluno e o incentivo à pesquisa. Por último, destacamos a experiência desenvolvida pela Universidade de São Paulo – USP Leste, depois chamada de EACH – Escola de Artes, Ciências e Humanidades, que prevê um primeiro ano básico com princípios de interdisciplinaridade e características inovadoras em sua organização. Nesse trabalho, o Ciclo Básico organiza-se em três eixos centrais: formação introdutória no campo específico de conhecimentos de cada curso, formação geral e formação científica por meio da Resolução de Problemas. Consideramos que essas experiências são fundamentais para a proposta pedagógica que apresentamos, no sentido de fundamentar, referendar, engrossar o coro daqueles que defendem uma reestruturação curricular nos cursos de Educação Superior. Nesse sentido, acreditamos que é necessário valorizar os esforços de docentes e pesquisadores, de toda parte, que percebem a necessidade de um currículo integrador em 10 107 oposição à fragmentação que se verifica nos currículos mais tradicionais e que acaba contribuindo para uma formação também fragmentada que, entre outros indícios, não consegue atender às demandas que são exigidas do sujeito na chamada Sociedade do Conhecimento. Esperamos que essas experiências/projetos possibilitem um avanço qualitativo na Educação Superior brasileira e, sobretudo, na formação integral de seus egressos. Além de dar destaque às experiências e aos projetos que fundamentaram nossa proposta, é importante dizer que o produto que apresentamos é destinado a ser processo. Não se ocupa com a terminalidade. Ao contrário, propõe-se a mostrar caminhos e só assumirá contornos de realidade se for constantemente checado, avaliado, reorganizado, tendo em vista as necessidades que se apresentarem no decorrer do cotidiano acadêmico. Nesse sentido, reforçamos a necessidade de um trabalho coletivo docente e de uma postura de aprendizagem permanente. Aprendizagem construída a várias mãos: docentes e discentes do curso e pessoal técnico, sobretudo ligado ao NuDe – Núcleo de Desenvolvimento Educacional, que se empenharão nessa tarefa. 10 108 17. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ANDIFES. Perfil socioeconômico e cultural dos estudantes de graduação das Universidades Federais Brasileiras. Disponível em: <http://www. fonaprace.andifes.org.br>Acesso: 10/04/2011. fonaprace.andifes.org.br CAMARGO, Célia Reis (Org.) Experiências Inovadoras de Educação Profissional. São Paulo, Ed.UNESP, 2002. CUNHA, Maria Isabel da. O professor universitário na transição de paradigmas. 2ª ed. 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Regulamentação do Estágio Supervisionado 8. Regulamentação da Prática de Ensino 9. Regulamentação das Atividades Complementares 10. Regulamentação do Trabalho de Conclusão de Curso 11. Estrutura Física – laboratórios etc. 12. Cópias das resoluções: - Colegiado de Curso referente ao Projeto Pedagógico - Conselho de Ensino referente ao Projeto Pedagógico 13. Relação nominal dos docentes do curso com carga horária e titulação 14. Matriz Curricular e ementário 2012.1 110