NOVO - Da família para a escola: O período de
adaptação
Expectativa, ansiedade, dúvidas, perguntas e até um certo nervosismo!
Tudo depende de disposição e orientação para que o processo de
adaptação em uma nova escola aconteça de forma natural e gradativa.
Nesse período família e escola precisam estar em sintonia, atentas e
apoiando-se mutuamente. Cada um tem seu papel para que a criança se
adapte com tranquilidade a tudo de novo que está acontecendo. Todos
desejam que tudo transcorra com naturalidade, mas para cada criança e
cada família este processo ocorre de um jeito diferente.
Não é possível compreeender os sentimentos de uma criança sem pensar
nos sentimentos que envolvem os pais. Aquela pequena e amada criatura vai deixar pela
primeira vez o mundo restrito da família, para entrar em um outro maior e desconhecido.
É importante que os pais tenham certeza da escolha que fizeram e sintam a escola como um
ambiente acolhedor e de parceria. Quanto mais tranquilos os pais estiverem mais segurança
transmitirão aos filhos e mais fácil será a sua adaptação. Por isso faz-se necessário planejar o
período de adaptação, para que pais e filhos se familiarizem com o novo ambiente, conheçam
as pessoas e gradativamente sintam-se tranquilos e confiantes.
A criança se expressa principalmente através do corpo e de atitudes, sendo assim, neste
período é comum ocorrerem mudanças no seu comportamento, como alteração no sono, perda
de apetite e o choro. Este último é uma manifestação muito frequente neste período, é uma
linguagem infantil marcante, uma maneira que os pequenos tem de se comunicarem e se
fazerem entender. É importante que os pais não se pertubem ou se fragilizem diante dele, pois
nem
sempre
o
choro
significa
que
a
criança
não
queira
ficar
na
escola.
O tempo de adaptação depende das características e da idade de cada criança. Costumamos
dizer que quanto menor a criança, mais a adaptação pertence aos pais. Quanto mais seguros
estiverem melhor será a adaptação do filho. À medida que a criança vai crescendo e
estabelecendo outros vínculos sociais, as manifestações neste período tendem a diminuir. Para
que a criança inicie o processo de adaptação com segurança e tranquilidade, destacamos
algumas dicas:
Vinculo família x escola
•Evite fazer comentários sobre a adaptação da criança em sua presença.
•Entregue seu filho à professora e caso já esteja caminhado, coloque-o no chão, para facilitar a
despedida. Deixe seu filho, diga adeus com naturalidade não prolongue a despedida, pois com
o tempo ele vai perceber que você volta todos os dias para buscá-lo.
•Evite olhar para trás e voltar porque começou a chorar. Se sentir necessidade, espere na
portaria ou telefone em seguida para pedir informações.
•Evite interrogatório sobre o dia da criança na escola. Esta atitude pode demonstrar a sua
insegurança. Se seu filho falar naturalmente, dê-lhe atenção, mas não faça inquisição.
Alteração no comportamento
•Evite mudanças significativas na rotina – retirada de fralda, bico, mama-deira, mudança de
quarto, etc.
•Deixe que, no início, a criança leve um objeto de casa. Pode ser um brinquedo ou qualquer
outra coisa a qual tenha apego. Este objeto representa uma ligação com a casa e faz a criança
se sentir mais segura.
Tempo – Frequência
•Respeite o horário de entrada e saída estipulado pela professora ou coordenadora. Neste
período devemos aumentar gradativamente o tempo de permanência da criança na escola.
•Mantenha a regularidade e pontualidade. Evite faltas por motivos simples. Não ceda ao pedido
de não ir à escola (basta ceder um dia para enfrentar outras situações iguais no futuro).
•Em alguns casos, a presença de um dos pais nos dois primeiros dias é importante.
Atitudes
Evite comentar, perto da criança, os planos sobre o que pretende fazer durante o período em
que ela estará na escola.
Não compare seu filho com outras crianças. Cada uma tem seu ritmo próprio e terá formas
diferentes de expressar seus sentimentos. Pois com o tempo ele vai perceber que voltam todos
os dias para buscá-lo. Crie uma rotina em casa para curtir seus filhos no tempo disponível,
acariciando, brincando e mostrando seu amor por eles.
Ana Paula de Rezende Bartolomeu - Psicóloga e Diretora da Trilha da Criança
Fonte: Guia Meu Bebê/ Dez/ Fev 2011/ Nº 16
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