SEXO E GÊNERO •Sexo diz respeito a características fisiológicas relativas à reprodução: órgãos sexuais, produção de células reprodutoras diferenciadas; •O sexo biológico com que se nasce não determina, por si só, o desenvolvimento posterior, que é determinado pelo processo de socialização, pelo qual homens e mulheres passam; •O processo de socialização produz o que chamamos de Gênero, e é por isso que o gênero sempre remete ao grupo social. Prof. Ms. Bruno Eduardo Silva Ferreira 1 GÊNERO •Cada cultura tem seus modelos de referência para definir como os homens e as mulheres devem ser; •Os papéis sociais são complementares: para entender a mulher socialmente construída é preciso entender o homem socialmente construído; •Além da diferença de gênero, tem-se uma hierarquia de gêneros na sociedade, que aponta a prevalência do modelo masculino sobre o feminino. Prof. Ms. Bruno Eduardo Silva Ferreira 2 HIERARQUIA DE GÊNERO •A autoridade social é exercida nos papéis de pai e marido – a mulher é subordinada, e isso se reflete na concepção da inferioridade feminina; •Esta situação perde força com a revolução sexual, mas a hierarquia de gêneros permanece, agora através da valorização de atributos considerados masculinos; •Assim, mesmo as mulheres que ocupam posições de comando/chefia acabam por adotar estes atributos. Prof. Ms. Bruno Eduardo Silva Ferreira 3 HIERARQUIA DE GÊNERO •Esta hierarquia é comumente explicada através de razões naturais, mas existem culturas com uma organização social diferente, o que evidencia que ela não é natural, mas sim construída socialmente; •Para manter esta situação, adotam-se várias teorias e explicações: •O homem caçador; •Guerra e controle populacional; •Sociobiologia Prof. Ms. Bruno Eduardo Silva Ferreira 4 TEORIAS: O HOMEM CAÇADOR •A hierarquia estaria baseada no fato de que a sobrevivência do homem primitivo se devia à caça, que era sua responsabilidade; a mulher dependia do homem para obter alimento, daí a subordinação; •Os efeitos disto permaneceriam até hoje, na figura do homem provedor do lar e da mulher cuidadora do lar; •As evidências atuais questionam esta teoria – não se pode afirmar a importância da caça, nem que havia a noção de laço familiar como atualmente. Prof. Ms. Bruno Eduardo Silva Ferreira 5 GUERRA E CONTROLE POPULACIONAL •A guerra seria estimulada por causa da escassez de recursos naturais; esta necessidade estimularia a agressividade masculina, necessária para as batalhas; •Como “bônus” pelas vitórias, os homens tinham o direito de possuir as mulheres dos derrotados. •As mulheres, não possuindo força suficiente para guerrear, eram socializadas para se submeterem aos homens ou para utilizar outras estratégias em lugar da força: a sedução, p. ex. Prof. Ms. Bruno Eduardo Silva Ferreira 6 SOCIOBIOLOGIA •A Sociobiologia busca explicações biológicas para as diferenças sociais: •As mulheres, por assumirem o peso da procriação (gestação, parto, amamentação), procurariam homens para ajudá-las na criação dos filhos. Para convencer o homem, a mulher se submeteria a ele. •Todas estas relações entre homens e mulheres afetam diretamente nossa noção de família e as relações entre seus membros. Prof. Ms. Bruno Eduardo Silva Ferreira 7 FAMÍLIA •Modelo hegemônico de família comumente adotado é o nuclear. Contudo, existem várias outras formas de estrutura familiar: •Extensa; •Homossexual; •Monoparental; •Filhos de relações anteriores... •O modelo hegemônico é também patriarcal, que tem suas raízes no período senhorial e nos clãs parentais; •Neste modelo, várias pessoas podem ser agregadas, mas todas sob o domínio do pai – não por acaso, chamado de “Chefe da Família”. Prof. Ms. Bruno Eduardo Silva Ferreira 8 FAMÍLIA •A família não é uma instituição natural, mas sim uma construção do homem; •A família assume duas funções primordiais: manutenção das posses e transmissão de valores sociais e ideológicos; •A transmissão destes valores é repartida com outras instituições – escolas e mídia, p. ex. – mas a família ainda tem um papel central no que diz respeito à primeira educação, à repressão dos instintos e à aquisição da linguagem. Prof. Ms. Bruno Eduardo Silva Ferreira 9 FAMÍLIA •É na família que a criança apreende as primeiras informações sobre como se comportar em sociedade, a partir dos modelos familiares; •É também na família que aprendemos a reprimir nossos desejos, bem como adiar sua satisfação; •Por fim, aprendemos a linguagem em casa, e a linguagem é condição básica para que possamos nos apropriar do mundo ao nosso redor. •Aprendemos na convivência com irmãos a ambivalência de sentimentos típica das relações amorosas e sociais; Prof. Ms. Bruno Eduardo Silva Ferreira 10 FAMÍLIA A família e o lar como lugares de proteção e acolhimento são um mito, em muitos casos: basta observar as estatísticas de Violência Doméstica e Violência Intrafamiliar no Brasil e no mundo; •Violência Doméstica X Violência Intrafamiliar; •Secretaria de políticas para as mulheres – ação afirmativa, semelhante às cotas raciais/sociais, visando permitir o acesso de minorias a espaços não ocupados antes. Prof. Ms. Bruno Eduardo Silva Ferreira 11