PAINEL BRASIL – SÉCULO XXI
•
Turbulências da contemporaneidade na
política internacional em 2008 :
a) Brasileiros barrados na Europa;
b) Três países vizinhos em pé de guerra:
Equador, Venezuela e Colômbia.
ATUAÇÃO DO BRASIL NO
EXTERIOR
• Nitidamente uma política que privilegia a
América do Sul, mas que também procura
um equilíbrio nas relações com parceiros
tradicionais e o aumento do número de
aliados comerciais do Brasil no mundo.
• Busca novos investidores. Leia-se Rússia,
China, Índia e África. DIVERSIFICAÇÃO.
• Trata-se seguramente de uma ação destinada a
compensar as dificuldades no continente
americano, onde as negociações da ALCA,
tropeçam a mais de 10 anos e onde o
MERCOSUL aguarda a aprovação oficial da
Venezuela ( pelos parlamentos do Bloco ) e
ainda ESPERA a superação de disputas e o
fechamento de acordo com a UNIÃO
EUROPÉIA.
AINDA ...
• O Brasil quer um assento permanente no
Conselho de Segurança da ONU e trabalha
para firmar um papel de liderança na América
do Sul.
• Recentemente tivemos uma atuação importante
no controle da crise ( Equador, Colômbia e
Venezuela ) criada depois que militares
colombianos atacaram um acampamento das
FARCs dentro do território do Equador.
• Este atrito evidenciou desrespeito à
soberania, combate ao terrorismo,
denúncias de envolvimento de governos
com guerrilheiros e trocas de acusações
entre governantes e vizinhos, que
incluíram a Venezuela, inflamaram a
discussão, deixando claro que o problema
das FARCs se tornou regional.
COMO SE NÃO BASTASSE ...
• Na primeira semana de março/2008 trinta
brasileiros foram barrados na Espanha. De
janeiro até agora mais de 1.500.
• As autoridades espanholas alegaram que tais
brasileiros não cumpriram exigências legais
para entrar no país. O Governo Brasileiro
protestou e ameaçou usar reciprocidade e usou.
A imigração brasileira chegou a barrar a entrada
de cidadãos espanhóis sob a mesma alegação.
• Após duas semanas de tensões, houve
uma trégua brasileira. Veio à tona
informações de que milhares de
brasileiros passavam por situação
semelhante em outros países. O que fazer
? Aumentou deportados dos EUA, do
México, além da Europa.
DADOS ...
• Pelas estimativas do Itamaraty, entre três
e quatro milhões de brasileiros vivem hoje
no exterior, muitos deles de forma
clandestina. Dois terços dos brasileiros
que moram nos EUA estão em situação
ilegal. Na Espanha é algo em torno da
metade.
VAMOS APROFUNDAR
ALGUMAS QUESTÕES
• O início do séc. XXI começou com
‘aparentemente’ um processo de integração
acelerado na América do Sul. No entanto, nos
últimos anos temos visto uma série de
acontecimentos disturbadores dessa ordem.
• Ex. Argentina e Uruguai brigando por causa das
papeleiras ( conflito diplomático de 2005, acerca
de uma Fábrica Finlandesa – Botnia ) no lado
uruguaio. Os Argentinos alegam que a Fábrica
polui seu território.
• Ex2. Venezuela e Peru, por causa das
eleições presidenciais peruanas, em que o
Presidente Chavez apoiava Ollanta
Humala. Este perdeu as eleições para
Alan García.
• Ex3. Bolívia e Brasil, por causa do gás ( o
decreto de nacionalização da exploração
de gás na Bolívia do Governo Morales,
gerando conflito com a Petrobrás ).
• Ex4. Venezuela e Comunidade Andina por
causa dos acordos bilaterais de Perú e
Colômbia com os EUA:
• Ex5. Perú e Chile, por causa da fronteira
marítima;
• Ex6. Colômbia, Equador e Venezuela no
último incidente.
INTERPRETAÇÃO
• Há casos mais graves que outros. Na
União Européia os problemas existentes
são até maiores, inclusive sobre a
utilização de recursos naturais.
• A integração econômica melhorou muito
nos últimos anos. O comércio que era
entre 8% e 9% está hoje na casa de 16%
a 19% na América do Sul. América Latina
e Caribe chegam a 26% a mais.
QUESTIONAMENTOS
• Com a possível entrada da Venezuela ( cheia de
retórica incendiária ) como ficaria negociações
do Mercosul com a União Européia e Mercosul
com os EUA ?
• Chavez teria declarado em reunião de Cúpula:
“O Mercosul, ou o reformamos e fazemos um
novo Mercosul, ou também se acabará. Não é
um instrumento adequado para a era que
estamos vivendo. Vamos enterrar nossos
mortos, irmãos!!”.
• Quando se integra a Venezuela, não se
está integrando o Presidente Chávez, mas
não está se integrando a Venezuela sem o
Presidente Chávez.
• A idéia do Brasil é integrar a Venezuela
para assinar o velho mercosul ? O que é o
novo Mercosul ? É a ALBA ?
Interpretações ...
• O Mercosul não é apenas cone sul como
se imagina. A Venezuela pode entrar sim.
Não podemos nos isolar.
• Ex. A India por si só é um grande bloco; a
China também; EUA não é diferente e
União Européia também não.
• Sobre Chávez. Ele é legitimamente
Presidente da Venezuela. Foi eleito com
60% dos votos
• A longo prazo a capacidade do Mercosul
de influir na Venezuela é maior do que o
da Venezuela de influir no Mercosul.
• A idéia seria neutralizar Chávez , por si
tratar de uma presença problemática ?
• Como fazer isto se a Venezuela ocupou
no ano passado o quarto lugar entre os
principais mercados para os produtos
brasileiros ? Os investimentos brasileiros
estão contentes lá.
• Apesar da retórica anti-capitalista de
Chávez, os capitalistas estão contentes lá.
INTEGRAÇÃO COM OUTROS
PAÍSES ...
• Hoje é notória uma aproximação brasileira
com países africanos, com a Índia e África
do Sul. Isto nos põe, por outro lado em
contato com regiões e países muito
problemáticos, países quase
disfuncionais, alguns até ditatoriais. Isto
não seria procurar problemas ?
• O Brasil está preparado para lidar com
situações complexas ?
SOBRE O QUESITO ESPANHA
• O Ministro das Relações Exteriores da Espanha
( Miguel Angel ) está em negociação com
Ministro Brasileiro para garantir um tratamento
adequado aos Brasileiro, o que não vinha
acontecendo até então.
• O radicalismo do Brasil , em um primeiro, gerou
dissabores em todos os turistas internacionais. A
negociação tende a ser a melhor atitude.
• A questão da imigração é uma obsessão
hoje em dia na Europa. Existe uma
demonstração de intolerância que não
corresponde à demonstração de
tolerância e acolhimento que o Brasil deu
no passado a muitos desses países.
• O que exigimos apenas é um tratamento
condigno.
• Mas a melhor contribuição que a União
Européia pode dar para diminuir a
imigração é eliminar os subsídios e
facilitar o acesso de nosso produto ao
mercado mundial.
• O turismo é uma receita importante e
pode ajudar a economia brasileira a
crescer e não podemos agir da mesma
maneira com os internacionais.
CONFERÊNCIA DA DIÁSPORA
• Em julho passado houve uma grande
conferência internacional dos Brasileiros
da Diáspora. Ouviu-se os problemas,
desde dentistas em Portugal, dekasseguis
e poderemos a partir desta análise
reivindicar novos direitos.
CRISE EQUADOR , VENEZUELA
E COLÔMBIA
• A participação americana no rápido
conflito foi algo surpreendente. No âmbito
da OEA, os americanos tiveram uma
posição discreta, permitindo que os países
da América pudessem estabelecer,
construir uma posição de consenso, sem
ingerência.
• Surpreendeu também a rapidez do
desmanche do conflito.
• Surpreendeu também principalmente pela
postura de Chávez na conciliação do processo.
Ele foi propositivo.
• Hipóteses ....
• A) Este episódio poderia evitar investimentos
internacionais.
• B) Somos naturalmente um continente de paz.
• C) Houve também discretamente uma
intervenção do Presidente da União Européia –
Nicholas Sarkozy.
• D) Houve participação da diplomacia brasileira.
RETÓRICAS REAIS DE CHÁVEZ
• Declarações públicas:
• “Israel da América Latina”, sobre a
Colômbia;
• “Um Estado terrorista subordinado ao
governo dos EUA” , sobre a Colômbia;
• ‘Fez também um minuto de silêncio em
homenagem a Raúl Reyes, o n. 02 das
FARCs em plena reunião de cúpula’.
• Como explicar isto ?
QUAL A POSIÇÃO DO BRASIL
SOBRE ISTO.
• Qual a posição do Brasil sobre a
interferência de um país sobre um outro
país soberano ? Com a posição do Brasil
sobre o apoio político da Venezuela à
guerrilha degenerada que mata e
sequestra na selva da Colômbia ? Será
que este tipo de interferência não exige
uma posição do Brasil ?
Interpretações
• Apesar do Brasil ter discordado da
posição do Presidente da Venezuela em
relação às FARCs , não devemos interferir
nos assuntos individuais.
• O Brasil tem primado pela conciliação e
diálogo. Há erros de Chávez, mas
também há erros de Uribe.
• Venezuela e Equador vão negar até o fim
o envolvimento com as FARCs, mesmo
com todos os tipos de evidências,
inclusive o laptop do Raúl Reys ?
• O laptop está hoje com a interpol (
organização policial internacional ). O
Presidente Uribe ( Colômbia ) entregou
pessoalmente o material. Não se sabe
‘publicamente’ o conteúdo do material.
PONTO DE VISTA LEGAL
• Se for caracterizado o envolvimento, é
preciso levar em conta a legalidade
internacional. Temos a resolução 1373, do
Conselho de Segurança da ONU que
exige cooperação no combate ao
terrorismo, exigindo que os países não
apóiem o terrorismo, não ofereçam
santuários.
O QUE SÃO AS FARCs PARA O
BRASIL
• O Brasil não classifica grupos. O Brasil não tem
uma classificação de grupos terroristas. É uma
coisa muito sutil.
• É preciso levar em conta que grupos que foram
considerados terroristas no passado, hoje,
participam de governos, que dialogam com
primeiros-ministros.
• As FARCs não merecem status político, porque
ela pratica sequestros e crimes abomináveis.
• Mas pode ser que um dia ela possa
dialogar.
• No entanto, a ligação que as FARCs tem
com o narcotráfico afeta diretamente a
segurança do Rio de Janeiro. Portanto,
um problema também brasileiro.
• A política internacional comete erros. Os
EUA defende a aniquilação das FARCs.
• O Diretor do Escritório de Política
Nacional para o controle de drogas dos
EUA, esteve na Colômbia e disse
publicamente que Chávez facilitava o
narcotráfico. Isto geral retóricas e
retaliações imprudentes também.
• No entanto, o Brasil não concorda com a
tese que as FARCs sejam consideradas
uma força beligerante.
OUTRAS VOZES
• O assessor presidencial Marco Aurélio
Garcia, quando fez parte da comissão que
procurava libertar os reféns na Colômbia,
declarou textualmente que o Brasil é
neutro diante do conflito interno
colombiano.
• No entanto, segundo o Itamaraty, o Brasil
não é neutro. É neutro sim, diante de um
conflito interno colombiano.
ESCLARECIMENTOS SOBRE A
QUESTÃO DO TIBETE
• Por atrair a atenção internacional, a
realização dos Jogos Olímpicos de
Pequim, em agosto de 2008, transformouse numa oportunidade para o movimento
nacionalista do Tibete protestar contra a
domínio da China sobre a região.
• Os primeiros protestos surgiram logo após
a prisão de monges tibetanos que
organizaram uma passeata para marcar
os 49 anos do grande levante contra o
governo chinês. Em seguida, milhares de
pessoas que moram na região também
foram às ruas, reivindicando a
independência.
• Como sempre faz quando autoriza os
seus militares a realizarem repressões, o
governo chinês censurou emissoras de
televisão, jornais e sites que tentaram
divulgar informações sobre o Tibete.
Apenas a televisão oficial chinesa tinha
autorização para falar sobre o assunto.
• Observadores internacionais informaram
que o massacre provocou mais de 120
mortes - os chineses admitem apenas 13.
Uma coisa é certa: os protestos foram
apontados como os maiores e mais
violentos das últimas duas décadas.
• Aconteceram a menos de cinco meses da
abertura dos Jogos Olímpicos, evento que
tem um importante caráter diplomático
para os chineses, visando a integrar o
país na comunidade mundial,
independente do regime político totalitário
que ali vigora.
• O regime comunista chinês não aceita a
hipótese de divergências de idéias, uma
prática comum em democracias. Em
1989, por exemplo, o governo da China
reprimiu com violência uma manifestação
iniciada por estudantes que reivindicavam
mais liberdade política.
• O Tibete é uma região da Ásia Central
com cerca de 1,2 milhão de quilômetros
quadrados e uma altitude média de cerca
de 5 mil metros. O isolamento provocado
pela altitude favoreceu o surgimento de
uma civilização característica com mais de
2 mil anos de história própria.
• No século 7, o país se converteu num
reino lamaísta, uma seita local do
budismo, que definiria, em linhas gerais, o
caráter religioso ou teocrático da estrutura
política e econômica do Tibete.
• O budismo tibetano atribui ao seu líder
espiritual o título de Dalai-Lama e lhe
confere também o poder governamental,
num regime com características
monárquicas.
• O Dalai-Lama é considerado uma
reencarnação de líderes espirituais
anteriores, que são manifestações de
Avalokteshvara ou Chenrezi, o santo
padroeiro do Tibete, um Bodhisattva,
termo budista que designa um ser de
sabedoria e bondade.
• O lamaísmo conseguiu sobreviver à
invasão do Império mongol no século 13,
à dos chineses no século 18, bem como a
uma década em que o país se
transformou num protetorado britânico, no
início do século 20.
• Entre 1911 e 1950, o Tibete foi um país
independente perante a maior parte da
comunidade internacional, até que a
Revolução chinesa colocou no poder Mao
Tsé-Tung e o expansionismo chinês
resultou numa nova invasão do país, em
1950.
• O Tibete foi anexado à China como
província e assim se manteve a despeito
da resistência tibetana. Em 1959 ocorreu
o grande levante da população do país
contra o domínio chinês - cujo 49o
aniversário foi o estopim dos protestos de
2008.
• No entanto, a revolta foi violentamente
reprimida e o Dalai-Lama, líder espiritual e
político dos tibetanos, foi obrigado a
exilar-se na Índia.
• Em 1963, depois de muita pressão
internacional, o Tibete foi reconhecido pelo
China como uma região autônoma e ganhou um
governo próprio, submisso, porém, a Pequim. A
luta pela independência tibetana, porém,
continuou e ganhou repercussão maior a partir
da concessão do prêmio Nobel da paz ao DalaiLama.
Apesar do poder repressivo chinês, é
provável que novas manifestações
continuem ocorrendo no Tibete e em
outros países, em especial na Europa,
onde há simpatia pela causa da
independência tibetana.
POSIÇÃO DO BRASIL SOBRE O
TIBETE
• O Governo Brasileiro emitiu nota sobre a
situação. O Brasil defende a integridade
territorial também da China. É uma
posição tradicional. No entanto, o Brasil
quer que as coisas sejam resolvidas sem
violência.
SOBRE O CONSELHO DE
SEGURANÇA DA ONU.
• A ONU está no Haiti desde 2004, quando
o Conselho de Segurança decidiu pelo
envio de uma força de estabilização ao
País sob o comando do Brasil. A missão,
prevista para terminar no ano passado (
2007) foi renovada por mais um ano, ou
seja, outubro deste ano.
• O Brasil tem a principal força militar no
País, com o contingente de 1.200
homens, e coordena a missão de paz, que
tem o objetivo de estabilizar o país,
pacificar e desarmar grupos guerrilheiros
rebeldes, promover eleições livres e
formar o desenvolvimento institucional e
econômico do Haiti.
Esclarecimento
• O Haiti viveu um momento de insurgência
após a eleição do Presidente Jean
Bertrand Aristide em 2001. A revolta
terminou com a queda de Aristide em
2004 e uma crise institucional. Hoje , o
Presidente é René Préval, eleito pela
maioria da população de uma maneira
tranquila, para os padrões haitianos.
• O Brasil tem investido nesta missão com o
objetivo de assegurar o direito moral de
reivindicar um assento permanente no Conselho
de Segurança ?
• O Brasil defende uma reforma no Conselho de
Segurança ?
• Levando em conta que a Secretária de Estado
norte-americana Condoleeza Rice afirmou que
não vê nenhuma perspectiva , como fica o
investimento do Brasil ?
Esclarecimentos
• A posição da Secretária americana não é
raivosa ou pessoal. Segundo o Itamaraty tratase de acordos regionais complicados. Ex. A
China não quer que o Japão entre; Argentina e
México não quer que o Brasil entre; a Itália não
quer que a Alemanha entre.
• A mesma Secretária tem dito que o Brasil é uma
potência de capacidade regional e global.
• A participação Brasileira na missão do Haiti
trouxe alento e perspectiva a este país. A
famosa favela de Porto Príncipe ‘Cité Soleil’ era
um local inacessível, um caos, um lugar onde
não se podia entrar, a não ser com tanques de
guerra de fabricação brasileira. Hoje é um local
amistoso. Segundo fontes do Itamaraty, o Brasil
não entrou na missão em razão de um lugar ao
sol, mas por afinidades culturais e étnicas.
• É preciso considerar que o Haiti foi o
primeiro Estado latino-americano a abolir
a escravidão e proclamar sua autonomia
diante das metrópoles e que corria o risco
de se transformar em um NARCOESTADO.
SOBRE A REFORMA DO
CONSELHO
• A ONU só foi criada da maneira que foi
criada após uma guerra mundial. Há sim,
uma clara percepção mundial de que não
é possível manter a estrutura de
segurança do mundo dependente apenas
de cinco membros permanentes. A
postura que o Brasil e outros países como
a India e o Japão assumiram vai contribuir
para um Conselho de Segurança mais
democrático. Isto é fundamental.
• A participação do Brasil na missão de Paz
de Angola trouxe benefícios para comércio
brasileiro. Hoje, Angola cresce 20% ano ,
movido pelo petróleo e vc passa a tomar
decisões importantes acerca daquele
país.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
• A Assembléia Geral da ONU está
discutindo a proposta de ampliar seu
Conselho de Segurança. Conheça as
posições defendidas pelos principais
grupos de países que querem
mudanças.
• Formado por Brasil, Alemanha, Japão e Índia, o
G4 quer ver as atuais 15 vagas do Conselho de
Segurança ampliadas para 25.
• Pela proposta, seriam criados seis novos
assentos permanentes no fórum internacional,
que ficariam com os países do grupo e duas
nações africanas, além de outros quatro
assentos não-permanentes.
• A proposta do G4 é apoiada por 23
países, incluindo um dos cinco atuais
membros permanentes, a França.
• Por outro lado, outros dois países que
detêm assentos permanentes, os Estados
Unidos e a China, uniram-se para evitar
com que a proposta do G4 seja aprovada.
• Segundo analistas, é a inclusão do Japão
como membro permanente que motiva a
oposição da China à proposta. Os
chineses dizem que uma expansão radical
do CS seria "perigosa" para a estabilidade
mundial.
NOVO SECRETÁRIO GERAL
• O nome do Ministro das Relações
Exteriores da Coréia do Sul, Ban Ki-moon,
foi aprovado para substituir Koffi Annan no
posto de secretário-geral da Organização
das Nações Unidas.
• O novo secretário-geral da ONU, o
chanceler sul-coreano Ban Ki-Moon, eleito
recentemente pela Assembléia Geral do
órgão, disse hoje esperar que seja
adotada uma resolução "clara e enérgica"
impondo sanções à Coréia do Norte por
seu teste nuclear.
SOBRE O PARAGUAI
• Como o Brasil vai reagir diante da postura
do atual Presidente do Paraguai –
Fernando Lugo, cujo principal mote da
campanha eleitoral era a renegociação do
Tratado da Usina de Itaipu ?
• Só renegocia-se , se o Brasil concordar. A
posição brasileira é ‘pacta sunt servanda’ –
tratados tem que ser respeitados.
• É preciso sim encontrar compensações
adequadas para o Paraguai. Este País tem
direito a metade da energia elétrica e não usa. E
o Brasil acaba adquirindo a parte Paraguai por
preços módicos. Mas o Brasil vê com bons
olhos a estabilidade jurídica, política e
econômico de nosso vizinho.
• O Brasil poderá propor Indústrias que
sejam de uso intensivo de energia. Os
dois países podem ganhar. No entanto, a
vocação brasileira é agir com o máximo
de espírito de solidariedade.
ESCLARECIMENTO
• A vitória do ex-bispo Fernando Lugo nas
eleições para a Presidência do Paraguai,
um dos países mais pobres da América do
Sul, é histórica - ela quebra a hegemonia
de 61 anos da ANR (Associação Nacional
Republicana), mais conhecida como
Partido Colorado.
• A Usina foi inaugurada oficialmente em 5 de
novembro de 1982, pelos presidentes dos dois
países, João Figueiredo e Alfredo Stroessner.
Cerca de um ano e meio mais tarde, em maio
de 1984, teve início a produção de energia
elétrica. O recorde dessa produção foi atingido
no ano 2000, quando Itaipu gerou 93,4 bilhões
de quilowatts/hora.
•
• Com a eleição de Fernando Lugo, o Paraguai pretende
a revisão do Tratado de Itaipu, por considerá-lo
financeiramente injusto. Atualmente, o Paraguai recebe
aproximadamente US$ 300 milhões por ano (o país
consome somente 5% da energia gerada por Itaipu e
vende os outros 45% ao Brasil a preço de custo). A outra
metade da energia produzida na usina é administrada (e
consumida) pelo Brasil.
SOBRE DIREITOS HUMANOS
• Em nossa constituição, no art. 4º, está escrito
que o País, rege-se , nas suas relações
internacionais pelos princípios de prevalência
dos direitos humanos. A ONU tem dito a 60 anos
que os países devem falar sobre direitos
humanos, apesar da soberania nacional, e que
isso não infringe a soberania nacional. No
entanto a política externa brasileiras, às vezes,
faz vistas grossas para as violações dos direitos
humanos, elogiando violadores.
• Ex. China;
• Ex. Cuba;
• Ex. Sudão;
• Não condenar , não é aceitar ?
SUBSÍDIOS E DIREITOS
HUMANOS
• Quando os países ricos subsidiam a sua
produção agrícola, eles estão afetando os
direitos humanos nos países pobres.
RODADA DE DOHA
• A principal temática é a agricultura.
• A eliminação dos subsídios da exportação
e a redução substancial dos subsídios
internos é algo muito positivo para todos,
inclusive para que os países passem a
gastar dinheiro nas coisas em que eles
deveriam estar gastando: programas
sociais, programas de ciência e
tecnologia.
• Isto novo posicionamento que o Brasil propõe,
permitiria que países na Africa , na América do
Sul, na Ásia, possam fazer valer as suas
vantagens comparativas e ter mais recursos
para os seus programas de desenvolvimento.
• Problemas existem. As vezes, os próprios
países emergentes estão divididos em relação à
concessões no setor industrial que a União
Européia e os EUA estão querendo.
• Ex. México, Chile, Equador, Tailândia,
estão de um lado; Brasil , África do Sul e
Índia , do outro lado.
FATO EXTRAORDINÁRIO
• De extraordinário foi a criação do G-20 (
grupo de países em desenvolvimento
formado em 2003 para defender seus
interesses na rodada de Doha, da OMC,
principalmente em assuntos agrícolas, sob
a liderança de Brasil, China, África do Sul
e Índia ).
• O G-20 mudou a dinâmica da
negociações do OMC. O que acontecia
antes de Genebra era o seguinte: EUA,
União Européia, chegavam a um acordo;
chamavam às vezes, Canadá e Japão; o
Brasil participava timidamente apenas
para colocar assentos e vírgulas. Hoje ,
existe um diálogo e uma negociação. O
Brasil está no centro de negociação.
MÉRITO
• Formar uma frente unida em Agricultra.
• O Brasil tem exporta ‘EMBRAPA’ (
Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária ).
ALCA E A CRISE AMERICANA
• Se nós tivéssemos contratado a ALCA, não só o
comércio teria se concentrado mais – em
relação ao mercado norte-americano,
sobretudo, mas também nós estaríamos muito
mais vulneráveis do ponto de vista de balanço
de pagamentos.
• Felizmente diversificamos. Os próprios
economistas americanos reconhecem que a
calmaria brasileira se deve ao pluralismo e à
diversificação do comércio internacional.
SOBRE CUBA ...
• O Brasil vê com muita tranquilidade a transição
em Cuba e defende uma transição gerenciada
pelo povo cubano. O Brasil tem defendido o fim
do bloqueio americano a Cuba.
• O Brasil acompanhou recentemente a
assinatura de Cuba da Convenção de Direitos
civis e políticos , assim como direitos
econômicos e sociais. Foi um avanço
considerável, se levarmos em conta o histórico
de Cuba.
• Evidentemente que isto ainda é
insuficiente para corrigir violações
históricas com relação a presos políticos.
• Percebe-se que Raúl Castro ouve a
sociedade civil organizada e as pessoas
em geral.
Sobre Kosovo ....
• O Brasil tem se manifestado sobre todos os
acontecimentos internacionais. É dever de
ofício, até porque em todas as partes do planeta
há brasileiros.
• No entanto, o Brasil não avalizou a
independência de Kosovo em fevereiro último.
• Segundo o Itamaraty , a última resolução das
Nações Unidas sobre a questão defendia a
integridade territorial do que veio a ser a Sérvia.
Isto foi desrespeitado com uma atitude bilateral.
• Trata-se de algo que ocorre sem o
consentimento e participação das Nações
Unidas. Por outro lado é possível perceber
o apoio popular intenso dos Kosovares
sobre a questão.
Problema
• Se cada etnia, ou cada cultura, ou cada
língua, ou cada dialeto for criar um
Estado-nação próprio, teremos uma
anarquia nas relações internacionais.
• Como se equilibra a necessidade de uma
maior democracia nas relações
internacionais com o respeito à
integridade territorial dos Estados ? É um
desafio enorme.
ELEIÇÕES AMERICANAS
• Independente de democrata ou
republicano, a maior preocupação do
Governo Brasileiro é o tempo de
estabilização do novo governo. Qualquer
administração vai querer rever pontos e
isto implica em congestionamento.
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