A Crise entre Equador e Colômbia sob a ótica da Venezuela Ivo Ryan Bernardo Eduardo Beatriz Eric Douglas Quanto às Farc, é uma guerrilha surgida num contexto histórico do qual não conhecemos muito. Pode-se discordar de sua estratégia, mas tomar como fato nu uma visão construída e nem um pouco inocente de que se trata de um mero grupo "terrorista" é temerário. É próprio da tática ao melhor estilo Bush desinformar e espalhar a noção de que um inimigo não é um ator político, e que não há outro caminho senão sua eliminação violenta. As FARCs são muito atuantes na fronteira entre Venezuela e Colômbia e com certa freqüência seqüestram cidadãos venezuelanos (para extorquir dinheiro, e não por razões políticas) e também houve casos de ataques a policiais e militares. Essa situação levou a uma mudança de atuação por parte dos governos venezuelanos. A partir de 1989 a Venezuela começou a se aproximar das Farc no sentido de oferecer benefícios em troca da isenção de ataques. Isso ficou conhecido na Venezuela como "política da mão esquerda". Isso se iniciou no governo pre Hugo Chaves. Algo semelhante ocorre no Brasil. Na prática, as autoridades brasileiras chegaram a um modus vivendi com as FARCs: elas não atacam o país e em troca seus integrantes podem vir, desarmados, abastecer-se de suprimentos nas cidades amazônicas da fronteira com a Colômbia. A revista Época publicou recentenmente reportagem a respeito. É sem dúvida uma péssima situação, pois significa ajudar um grupo que se rebela contra uma democracia vizinha. Mas esse cenário catastrófico foi construído a partir da incapacidade do Colombia em manter a ordem em seu próprio território. Demais respostas internacionais: Argentina, Chile, França, Itália e Alemanha condenaram a violação da soberania do Equador e aconselharam cautela aos países envolvidos na crise. As declarações mais forte foram as do chanceler francês, que ressaltou que a morte de Reyes “não é boa notícia”, destacando o importante papel que ele tem nas negociações para a libertação dos reféns. O Respeito à Soberania • Maquiavel escreveu em sua clássica obra o "Príncipe", que o príncipe deve fazer o que for necessário para manter o poder e preservar o trono (Estado). Lido desta maneira, os fins justificariam os meios. O que ocorre é que a Colômbia, seguindo o exemplo dos EUA, justifica a quebra de um acordo internacional, com o argumento que estava protegendo seu país. Quando a população "compra" esta idéia, de que seu Estado pode estar em risco, oferece apoio maciço a atuação de seus governos. • Vejam os americanos, em 2001 90% da população apoiava a guerra, pois o governo Bush vendia a idéia que os EUA estavam em perigo, mas assim que ficou comprovado que o que justificou a invação não foram as razões de Estado e sim, interesses pessoais e privados (não haviam armas de destruição em massa ameaçando o mundo), a opinião pública americana passou a defender o fim da Guerra e a volta dos soldados. Reflexo que virá nas urnas com a vitória dos democratas. O Respeito à Soberania • Seguindo a mesma lógica, Colombia repete a política americana e busca explicar a invasão pelas razões de Estado. Que as Farcs oferecem perigo ao Estado Colombiano.A posição da Venezuela é mais uma vez elogiável, pois além de preservar seu povo, defender a soberania de seu país, tambem denuncia a manipulação americana em terítório latino. • Chávez vem conseguindo liberar reféns das Farcs, através da negociação, respeitando o movimento e está construindo um entendimento na região. A atitude da Colombia – aliada aos EUA - demonstra claramente que o presidente Uribe não quer a paz e o entendimento e sim a guerra e a discórdia, com mais mortes e sofrimento para o povo da regiao. Apuração da Crise: - Foram encontrados corpos com tiros pelas costas. - Invasão a território estrangeiro. - Violação dos direitos humanos. - Mentiras deslavadas que beiram o ridiculo... Tudo feito pelo governo Colombiano apoiados pelos Norte Americanos. Uma guerra aqui é tudo que sonha o império dos EUA: luta entre irmãos. Lembrem-se daquela velha tática: “Dividir para Conquistar!” Chavéz está demarcando posição, demonstrando para os USA que aqui não é o Iraque. Temos que ficar atentos a mais este movimento americano. A América Latina vem crescendo economicamente e desenvolvendo se socialmente. Vejam o Brasil, a Argentina, Chile, Venezuela, Bolívia... A atual conjuntura da América Latina dispensa o FMI, possibilitando inclusive o fortalecimento do Mercosul. A América está vigilante. • Perguntas a Uribe (Colômbia): • 1) Se o ataque colombiano era para se posicionar de forma mais favorável nas negociações dos refens, por que motivo ele eliminou justamente uma figura chave das negociações ? 2) Como é que o ato de insistir na continuidade de uma guerra suja (de ambos os lados) e longa vai poupar sofrimentos ao povo colombiano, em comparação a uma saída negociada? 3) Por que Chávez (Venezuela) é o "perigoso", se é Uribe (Colombia) que viola limites territoriais para executar decisões não informadas aos seus vizinhos, deixando a região na iminência de uma crise militar? 4) Por que Chávez, ao se envolver no assunto, é o intrometido, e os EUA, fornecendo orientação, apoio e armamentos militares à Colômbia na sua invasão do território equatoriano, não é?