“Atendimento e Fortalecimento da Rede no Contexto da Intersetorialidade” Sistema de Garantia de direitos, estrutura, funcionamento e fragilidades ” por Angelo Motti SEMINÁRIO ECA 21 ANOS Programa Escola de Conselhos/PREAE-UFMS Compreensão REAFIRMANDO PARADIGMAS E PRINCÍPIOS GUARÁ ET AL (1998, P. 7), ALERTA QUE A GESTÃO PÚBLICA BUSCA RESPONDER A DOIS GRANDES DESAFIOS: "O PRIMEIRO DESAFIO DIZ RESPEITO A COMO IMPLEMENTAR UM PROJETO ARTICULADO E INTEGRADO (...) QUE RESULTE EM AÇÕES EFETIVAS VOLTADAS PARA O DESENVOLVIMENTO E A PROTEÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES. O SEGUNDO DESAFIO ESTÁ INTIMAMENTE LIGADO AO PRIMEIRO: COMO FAZER UMA GESTÃO OUSADA E COMPETENTE DESTAS AÇÕES QUE DEVEM SER EFETIVADAS." Tradição AS FORMAS TRADICIONAIS DE CONCEBER E OPERACIONALIZAR AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ATENDIMENTO A POPULAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PROVOCAM A DESARTICULAÇÃO INTERINSTITUCIONAL E A FALTA DA INTEGRALIDADE NA ATENÇÃO AO CONJUNTO DOS SEUS DIREITOS SOCIAIS E HUMANOS, NÃO RESPONDENDO MAIS AOS GRAVES E COMPLEXOS PROBLEMAS SOCIAIS HISTORICAMENTE VIVENCIADOS POR ESSA PARTE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA. PODEMOS AFIRMAR QUE TRADICIONALMENTE AS POLÍTICAS PÚBLICAS BÁSICAS SÃO: - SETORIAIS - DESARTICULADAS, - GESTÃO COM CARACTERÍSTICAS CENTRALIZADORAS, HIERÁRQUICAS, - DEIXA PREVALECER PRÁTICAS NA ÁREA SOCIAL QUE NÃO GERAM A PROMOÇÃO HUMANA. REALIDADE DIVERSAS PESQUISAS E INVENTÁRIOS REALIZADOS JUNTO AS LEIS E REGIMENTOS QUE NORMATIZAM A CRIAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS CONSTATARAM QUE OS CONSELHOS MUNICIPAIS DA SAÚDE (CMS) E DA EDUCAÇÃO (COMED) NÃO TÊM COMPETÊNCIAS ESTABELECIDAS NA PERSPECTIVA DE AÇÕES INTERSETOR AIS, O QUE NÃO OCORRE QUANDO SE TRATA DOS CONSELHOS MUNICIPAIS DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (CMDCA) E DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CMAS). Compreensão O ATUAL CONTEXTO DA GESTÃO SOCIAL EXIGE QUE O CONJUNTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS E AS INSTITUIÇÕES QUE AS PROGRAMAM REDIMENSIONEM O PROCESSO DE FORMULAR E OPERACIONALIZAR SUAS ESTRATÉGIAS E AÇÕES. ALÉM DISSO, A INSTAURAÇÃO DE MODELOS FLEXÍVEIS E PARTICIPATIVOS QUE ENVOLVAM NEGOCIAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DOS DESTINATÁRIOS FRENTE A ISSO, COLOCA-SE A INTERSETORIALIDADE, ALINHADA À DESCENTRALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EM VIGÊNCIA NO BRASIL, COMO UMA ALTERNATIVA CAPAZ DE ENCONTRAR NOVOS ARRANJOS E NOVAS ARTICULAÇÕES PARA O ENFRENTAMENTO DESSES PROBLEMAS. Compreensão REAFIRMANDO PARADIGMAS E PRINCÍPIOS É PRECISO UMA NOVA ORDEM ÉTICO-POLÍTICA PARA COMPOR ESTRATÉGIAS, AÇÕES E RELAÇÕES ENTRE AS DIFERENTES ÁREAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS, AS ESFERAS ORGANIZACIONAIS E OS SUJEITOS SOCIAIS, FUNDAMENTADA PELA DEMOCRACIA, AUTONOMIA E PARTICIPAÇÃO (JUNQUEIRA, 1999). COMO CATEGORIAS CONSTITUTIVAS DO PROCESSO DE DESCENTRALIZAÇÃO, A DEMOCRACIA, A AUTONOMIA E A PARTICIPAÇÃO, REDEFINEM AS RELAÇÕES DE PODER E A AÇÃO COMPARTILHADA DO ESTADO E DA SOCIEDADE CIVIL NA PROVISÃO DE BENS E SERVIÇOS QUE ATENDAM ÀS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS (STEIN, 1997). Concepção • JUNQUEIRA ARGUMENTA QUE A INTERSETORIALIDADE ASSOCIA A IDÉIA DE INTEGRAÇÃO, DE TERRITÓRIO, DE EQÜIDADE, ENFIM, DE DIREITOS SOCIAIS. ISSO EXIGE UM QUE OS SUJEITOS QUE OPERAM AS POLÍTICAS ESTEJAM DE FATOS DETERMINADOS PARA ISSO E DISPOSTOS A CONSTRUIR E ARTICULAR SABERES E EXPERIÊNCIAS EM TODOS OS NÍVEIS DO PROCESSO, DESDE O PLANEJAMENTO ATÉ A AVALIAÇÃO DAS AÇÕES. Conceitos NÃO TENHAMOS DÚVIDAS QUE ATUAR INTERSETORIALMENTE EXIGE MUDANÇAS NAS PRÁTICAS E NA CULTURA DAS ORGANIZAÇÕES GESTORAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS. NESSA ÓTICA, CORREIA (2005, P.74) DESTACA QUE “ARTICULAR AS AÇÕES [...] COM A DOS OUTROS SETORES E POLÍTICAS AFINS [...] É UM DOS GRANDES DESAFIOS NO ÂMBITO DOS CONSELHOS GESTORES, ALÉM DE INSERIR UMA AGENDA DE LUTAS E PROPOSIÇÕES EM TORNO DE UMA POLÍTICA PÚBLICA, UNIVERSAL E DE QUALIDADE, ARTICULADA A TRANSFORMAÇÕES NA SOCIEDADE.” PORQUE AMBIENTES DEFINIDORES DE POLITICAS BÁSICAS NÃO CONTEMPLAM ESSA FUNÇÃO ? Conceitos A AÇÃO INTERSETORIAL SE EFETIVA NAS AÇÕES COLETIVAS. PORÉM, A CONSTRUÇÃO DA INTERSETORIALIDADE SE DÁ COMO UM PROCESSO, JÁ QUE: - ENVOLVE A ARTICULAÇÃO DE DISTINTOS SETORES SOCIAIS - POSSIBILITA A DESCOBERTA DE CAMINHOS PARA A AÇÃO. COMO UM MEIO DE INTERVENÇÃO NA REALIDADE SOCIAL, - IMPÕE A ARTICULAÇÃO DE INSTITUIÇÕES E PESSOAS PARA INTEGRAR E ARTICULAR SABERES E EXPERIÊNCIAS, - ESTABELECENDO UM CONJUNTO DE RELAÇÕES, - CONSTRÓI UMA REDE (JUNQUEIRA, 1999). A CONSTRUÇÃO DA INTERSETORIALIDADE NA PERSPECTIVA DA EFETIVAÇÃO DO SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS . Conceitos BASEADO NOS AUTORES GUARÁ ET AL, (1998) E INOJOSA (1999), DESTACA-SE, A PARTIR DE AGORA, OS REQUISITOS FUNDAMENTAIS PARA O TRABALHO EM REDE, BEM COMO SUA BASE DE SUSTENTAÇÃO. ESTES SUPÕEM : - O MUNICÍPIO COMO ESPAÇO TERRITORIAL ONDE AS AÇÕES E SERVIÇOS DE ATENÇÃO À FAMÍLIA, CRIANÇA E ADOLESCENTE SE DESENVOLVEM. - O GOVERNO MUNICIPAL ENQUANTO GESTOR E OS CONSELHOS COMO ÓRGÃOS QUE GARANTEM O DIRECIONAMENTO DAS AÇÕES, - A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE QUALIDADE E A DEFESA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO CIDADÃO. - PROCESSO CONTÍNUO DE CIRCULAÇÃO DE INFORMAÇÕES. - CONQUISTA DE LEGITIMIDADE JUNTO AO MUNICÍPIO. - DEFINIÇÃO DE UM EMBRIÃO CAPAZ DE MANTER VIVO O PROCESSO DE TRABALHO CONJUNTO : O REEDITOR. - CAPACITAÇÃO DOS AGENTES ENVOLVIDOS. - AVALIAÇÃO E REDEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIAS OPERACIONAIS, COMO ATIVIDADE PERMANENTE. - CONSTRUIR REDES INTERSETORIAIS CAPAZES DE RESPONDER AS DEMANDAS SOCIAIS NUMA PERSPECTIVA DE GARANTIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DESTES SEGMENTOS CADA VEZ MAIS EMPOBRECIDOS MATERIAL E CULTURALMENTE PELO PROCESSO SÓCIO – HISTÓRICO DE EXCLUSÃO SOCIAL. - DESENCADEAMENTO DE UM PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO DOS AGENTES A SEREM ENVOLVIDOS. - - DESENCADEAMENTO DE UM PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO DOS AGENTES A SEREM ENVOLVIDOS. - DIAGNÓSTICO DAS NECESSIDADES DOS GRUPOS SOCIAIS VULNERABILIZADOS E EM SITUAÇÃO DE RISCO, PARA SE DEFINIR PRIORIDADES. - DEFINIÇÃO DE PROJETOS ESPECÍFICOS E INTERSETORIAIS COM IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS, METODOLOGIA DE TRABALHO E PREVISÃO DOS RESULTADOS A SEREM ALCANÇADOS. - SINERGIA E ARTICULAÇÃO ENTRE TODAS AS INSTITUIÇÕES E AGENTES QUE PRESTAM SERVIÇOS NO MUNICÍPIO ATRAVÉS DO COMPARTILHAMENTO DE OBJETIVOS E AÇÕES. - SUPORTE QUALIFICADO E GERENCIAL ÀS ORGANIZAÇÕES ENVOLVIDAS, OU SEJA, APOIO TÉCNICO, ADMINISTRATIVO, FINANCEIRO E POLÍTICO PARA DESENVOLVIMENTO DE SEUS PROPÓSITOS. - PARCERIAS SUSTENTADAS NO RESPEITO AO POTENCIAL DE CADA ATOR SOCIAL. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: CARVALHO, MARIA DO CARMO BRANT DE. GESTÃO SOCIAL: ALGUNS APONTAMENTOS PARA O DEBATE. IN: RICO, ELIZABETH DE M. E RAICHELIS, RAQUEL (ORGS.) GESTÃO SOCIAL: UMA QUESTÃO EM DEBATE. SÃO PAULO: EDUC; IEE, 1999. P. 19 – 29. GUARÁ, ISA M. FERREIRA DA ROSA ET. AL. GESTÃO MUNICIPAL DOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE. SÃO PAULO: IEE/PUC – SP; BRASÍLIA: SAS/MPAS, 1998. HOFFMANN, C. DE F. M.; BOURGUIGNON, J.; TOLEDO, S. E HOFFMANN, T. REFLEXÕES SOBRE REDE DE ATENDIMENTO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE. NÚCLEO DE ESTUDOS SOBRE A QUESTÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. PONTA GROSSA/ PR: UEPG, 2000