5º Congresso Internacional dos Hospitais Serviço Nacional de Saúde. (Re) Conhecer as Mudanças Hospital & Sociedade Hospital e Geografia da Saúde Paula Remoaldo Instituto de Ciências Sociais Universidade do Minho [email protected] Sumário 1 Objetivos 2 Ganhos em saúde 3 A importância da acessibilidade 4 Estudos sobre infertilidade 5 Metodologia e caraterização da amostra 6 Principais resultados 7 Considerações finais 2 1. Objetivos Avaliar alguns ganhos em saúde nos últimos 40 anos Diagnosticar falhas no Sistema Nacional de Saúde Contribuir para o debate sobre as políticas de acessibilidade aos serviços de saúde 3 Informação/Assimil. sobre a saúde e a sua promoção Escolhas individuais factores comportamentais Indicadores de Saúde Condições de vida onde e como se vive: ambiente físico, económico e social Cuidados de saúde tipo, qualidade, quantidade, acessibilidade Fonte: Nogueira e Remoaldo, 2010, p. 85. 4 Saúde Reprodutiva International Planned Parenthood Federation (1997) 11 itens -Prevenção da infertilidade e tratamento do casal infértil. 5 2. Ganhos em saúde reprodutiva nos últimos 40 anos Taxa de Mortalidade Infantil-1970 (55,2%) e 1980 (49,8%) Taxa de Mortalidade Materna (…) Muito baixa Taxa de Natalidade e Número Médio de Filhos por Mulher 6 7 Número Médio de Filhos por Mulher, 2013 2013 Niger Chad Somalia Congo, Dem. Rep. Angola Burundi Uganda Central African Rep. Mali Burkina Faso 7.6 7.0 6.8 6.3 6.3 6.2 6.2 6.2 6.1 6.0 2013 Bosnia-Herzegovina Taiwan Moldova Poland Portugal Singapore South Korea Spain Slovakia Hungary 1.2 1.3 1.3 1.3 1.3 1.3 1.3 1.3 1.3 1.3 Fonte: www.prb.org – acedido em 06.02.2014. [email protected] 8 Número Médio de Filhos por Mulher em Portugal, 1960-2012 Fonte: I.N.E. (2013), Estatísticas Demográficas, Lisboa, p. 41 (disponível em www.ine.pt – acedido em 06.02.2014). 9 Número Médio de Filhos por Mulher em Portugal e nas várias regiões, 2007-2012 Fonte: I.N.E. (2013), Estatísticas Demográficas, Lisboa, p. 42 (disponível em www.ine.pt – acedido em 06.02.2014). [email protected] 10 Taxa de Natalidade em 2007 e 2013 World – 21%0 (20%0) More Developed countries – 11%0 (11) Less Developed countries – 23%0 (22) Less Developed countries (excl. China)- 27%0 (25) Portugal – 9,7%0 (9) Fonte: World Population Data Sheet 2007 e World Population Data Sheet 2009 (www.prb.org). I.N.E. (2008), Estatísticas Demográficas 2007, Lisboa: 34. World Population Data Sheet 2013 (www.prb.org). [email protected] 11 Idade média da mulher ao nascimento do primeiro filho, 1960-2012 Fonte: I.N.E. (2013), Estatísticas Demográficas, Lisboa, p. 43 (disponível em www.ine.pt – acedido em 06.02.2014). Portugal - baixa idade ao casamento e à maternidade até aos anos noventa do século XX. Desde anos oitenta – 1ºs filhos Redução da proporção de terceira ordem ou superior [email protected] 12 Riscos • • • • • Infertilidade Malformações congénitas Abortamentos Prematuridade (…) 13 Taxa de Mortalidade Infantil em 2007, 2009 e 2013 Média mundial – 52%0 (46) 40 Países mais desenvolvidos – 6%0 (6) 5 Países menos desenvolvidos – 57%0 (50) 44 Países menos desenvolvidos (excl. a China) – 61%0 (55) 48 Portugal – 3,5%0 (3,4) 3,4 Europa do Sul – 5%0 Europa de Leste – 9%0 Europa Ocidental – 4%0 Norte da Europa - 5%0 Fonte: www.prb.com- acedido a 05.02.2014. 14 • Infertilidade - como uma doença do sistema reprodutivo e é a consequência de uma falência orgânica que resulta da disfunção dos órgãos reprodutores, dos gâmetas ou do concepto (Associação Portuguesa de Fertilidade - www.apfertilidade.org – consultado em 12/12/2012). • International Committee for Monitoring Assisted Reproductive Technology e a OMS - é uma doença do sistema reprodutivo definida pela ausência de gravidez após dois anos de relações sexuais regulares e desprotegidas (Zegers et al., 2009). 15 European Society of Human Reproduction and Embriology (ESHRE) - como a diminuição da capacidade de conceber em relação à população geral e entende-se que corresponde à incapacidade de um casal conceber após um ano de relações sexuais desprotegidas - Associação Portuguesa de Fertilidade (APF) e Hull et al., 1985; Zegers-Hochschild et al., 2009) seguem... • Boivin et al. (2007) traçam um cenário de elevada incidência da infertilidade, mas igualmente elevada variação entre os países - entre 3,5% e 16,7%. • Apesar da elevada prevalência da infertilidade, a proporção de casais inférteis que procuram cuidados médicos de infertilidade é provavelmente inferior a 50% nos países mais desenvolvidos. 16 (…) uma das causas de esterilidade (…) é a“frialdade da mãe”, sendo necessário fogo, calor para que a concepção se dê, porque a gestação de uma criança é semelhante a uma cozedura (…). T. Joaquim (1983) A infertilidade foi abordada durante muito tempo apenas como uma questão médica (Faria, 2014). O lugar onde vivemos – Cada um de nós é fortemente influenciado pelo ambiente onde vive. O facto de residir num local de fraca acessibilidade a cuidados especializados que envolvem consultas de infertilidade em serviços públicos pode condicionar seriamente a minha decisão para marcar uma consulta e para seguir os tratamentos (Faria, 2014). Influência da distância física (distance decay) – a distância como barreira física promotora de iniquidades - pior porque os tratamentos podem ser prolongados e cansativos e dolorosos. 17 3. A importância da acessibilidade Acessibilidade O acesso aos serviços de saúde é uma questão fundamental para avaliar, na atualidade, as políticas de saúde e as práticas de planeamento. O que é? A acessibilidade revela a facilidade da população para alcançar as oportunidades, que estão disponíveis para seu usufruto, usando um determinado meio de transporte (Ribeiro et al., 2015). 18 • Acessibilidade ... é uma noção movediça ... um destes termos comuns que todos usam, até se defrontarem com o problema de a definirem ou avaliarem. Peter Gould 19 • O conceito de acesso à saúde não é consensual e envolve grande complexidade. Existem várias propostas na literatura e o conceito tem variado ao longo do tempo e conforme o contexto (Travassos e Martins, 2004; Sanchez e Ciconelli, 2012). OMS (1981) – aconselha a medição da acessibilidade aos c. de saúde em termos físicos (distância, tempo de percurso)… 20 • OMS (2010) - Portugal apresenta algumas desigualdades no acesso aos cuidados de saúde, nomeadamente regionais, sendo um dos países com maiores desigualdades no acesso a cuidados médicos especializados. • … é imperioso corrigir a lacuna da falta de médicos especialistas e de enfermeiros nas áreas mais distantes dos grandes centros urbanos (WHO, 2010). 21 Factores físicos: -distância a percorrer; -tempo gasto no percurso; -disponibilidade de transportes; -localiz. das paragens dos t. públicos; -existência de locais de estacionamento. 22 Distribuição das clínicas de fertilidade públicas por NUTS III Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, 23 2013.. 4. Alguns estudos realizados em Portugal Ano 2004 2008 Autores Augusto Remoaldo e Machado Tipo de estudo Entrevista semiestrutur. Entrevista semiestrutur. População estudada Algumas conclusões - Desigualdades no acesso Casais em - Posicionamento afastado de tratamento de alguns especialistas infertilidade e - Necessidade de mais especialistas de humanismo por parte dos medicina da médicos reprodução - Mais apoio financeiro aos Casais casais inférteis identificados - Mais visibilidade social e como não reconhecimento por parte tendo filhos ao do Estado fim de cinco - Falta de sensibilidade e anos de humanismo da parte dos casamento médicos - Falta de apoio psicológico 24 Ano 2008 2009 Autores Silva Silva Carvalho e Santos Fonte: Faria, 2014. Tipo de estudo População estudada Algumas conclusões Médicos, - Promover a resistência à Entrevistas juristas e privatização dos Serviços de semimulheres e PMA estruturad homens que - Combater a estigmatização as usaram técnicas social de PMA - Mais apoio financeiro e psicológico Inquérito População por portuguesa question. com idade igual aplicado ou superior a diretament 20 e igual ou . por inferior a 69 profissiona anos is - 51% consideram que o SNS deveria pagar integralmente os tratamentos de infertilidade - A prevalência de infertilidade ao longo da vida, em Portugal, é de cerca de 9% 25 Modelo Concetual Infertilidade Tratamentos de infertilidade Acesso Barreiras Físicas - Concentração de Centros de PMA nas grandes áreas urbanas; - Utentes residentes em áreas muito distantes penalizados em termos económicos e em termos de distância/ tempo. Económicas - Custo elevado dos tratamentos, nomeadamente os custos associados à medicação; - Custos indiretos inerentes à deslocação e as faltas ao trabalho; - SNS apenas comparticipa três tratamentos; - Seguradoras não comparticipam os ciclos de tratamento. Estruturais e funcionais - Extensas listas de espera; - Elevado tempo de espera nos dias das consultas; - Horário das consultas não compatível com o grupo dos utentes profissionalmente ativos; Socioculturais - Dificuldades no estabelecimento de relações de proximidade e empatia com os profissionais de saúde; Legais - OSNS apenas disponibiliza um tratamento por ano até um limite de três tratamentos. -Dificuldades na comunicação e na transmissão da informação da parte dos médicos. - Necessidade de mais apoio psicológico. Desigualdades no acesso 26 5. Metodologia e caracterização da amostra Pedido de autorização ao Núcleo de Ensino Pré e Pós Graduado do CHAA Desenho do questionário e aplicação de um pré-teste Inquérito por questionário 27 Estudo predominantemente quantitativo, com análises em certos momentos de carácter qualitativo Inquérito por questionário Composto por 8 partes Questões na sua maioria de resposta fechada Aplicado presencialmente Entre julho e agosto de 2013 Amostra de conveniência N=60 mulheres que estiveram presentes nas consultas, excepto primeiras consultas. Os dados recolhidos foram tratados e analisados com recurso ao software SPSS 28 Caracterização da amostra Situação Profissional Quadros Superiores da Administração Pública, Dirigentes e Quadros Superiores de Empresa Especialistas das Profissões Intelectuais e Científicas Técnicas e Profissionais de Nível Intermédio Pessoal Administrativo e Similares Pessoal dos Serviços e Vendedores Agricultoras e Trabalhadoras Qualificadas da Agricultura e Pescas Operárias, Artífices e Trabalhadoras Similares Nível de instrução 38% % 17% 43% Operadoras de Instalações e Máquinas e Trabalhadoras de Montagem Sem estudos que confiram grau de ensino Trabalhadoras não qualificadas 1º Ciclo do Ensino Básico (até 4 anos) Desempregada 2º Ciclo do Ensino Básico (até 6 anos) Secundário Rendimento mensal líquido familiar Universitário 2% 0% Estado Civil % Casada 86,7 União de facto 13,3 3,3 26,7 11,7 11,7 16,7 23,3 3,3 3,3 40% 58% 510 até 1000 € 1001 até 2500 € 2501 até 3000 € 3001 até 4500 € 29 30 6.1. Acesso físico Distância percorrida/tempo despendido até ao Centro 7% das inquiridas viajam >40 km A maioria (65%) viaja < 20 km 26,7% despendem entre 30 a 59 minutos 73% reportam um tempo de viagem inferior a 30 minutos Acessibilidade adequada (Graduate Medical Education National Advisory Committee - ERS, 2009) 31 Oferta de estacionamento e de paragens de transportes públicos 60% consideraram a oferta de estacionamento «Razoável» e 25% «Boa» 15% têm uma opinião negativa Reduzida oferta de lugares Custos do estacionamento Percurso pedonal entre o Centro de PMA e as paragens de transportes públicos não ultrapassa os 10 minutos Acessibilidade média 32 Grau de satisfação com a localização do Centro A maioria tem uma opinião positiva em relação à localização do Centro 10% não estavam satisfeitas 33 6.2. Acesso estrutural e funcional Tempos de espera Tempo de espera 1ª consulta Opinião sobre o tempo de espera para 1ª consulta Muito Mau Razoável Bom bom Total 0 – 3 meses 0,0% 15,5% 8,6% 3,4% 27,6% 4 – 6 meses 1,7% 32,8% 8,6% 0,0% 43,1% 7 – 12 meses 8,6% 15,5% 0,0% 0,0% 24,1% 13 – 18 meses 3,4% 1,7% 0,0% 0,0% 5,2% Total 13,8% 65,5% 17,2% 3,4% 100% Tempo de espera Idade Tempo de espera para obtenção da primeira consulta Correlação positiva As mulheres mais velhas tendem a reportar um maior tempo de espera. 34 Tempo de espera para iniciar uma técnica de fertilidade Opinião sobre o tempo de espera para iniciar o tratamento O valor da estimativa do coeficiente de correlação de Spearman sugere que as mulheres mais velhas tendem a esperar mais tempo para iniciarem o tratamento. Tempo de espera para iniciar o tratamento Total Mau Razoável Bom Muito bom 0 – 3 meses 0,0% 12,1% 9,1% 6,1% 27,3% 4 – 6 meses 0,0% 30,3% 6,1% 0,0% 36,4% 7 – 12 meses 6,1% 24,2% 3,0% 0,0% 33,3% 13 – 18 meses 3,0% 0,0% 0,0% 0,0% 3.0% Total 9,1% 66,7% 18,2% 6,1% 100% Opinião sobre o tempo na sala de espera Tempo na sala de espera Total Muito Mau Mau Razoável Bom 15 a 30 minutos 0,0% 0,0% 41,7% 11,7% 53,3% 30 a 60 minutos 0,0% 11,7% 20,0% 1,7% 33,3% Mais de 1 hora 3,3,0% 6,7% 3,3% 0,0% 13,3% Total 3,3% 18,3% 65,0% 13,3% 100,0 % Tempo na sala de espera 35 Condições das instalações Qualidade das Conforto na sala instalações de espera «Acho que os serviços deveriam ter mais atenção em não nos misturarem com as mulheres grávidas na sala de espera. Para quem não consegue ter filhos como nós magoa-nos, pois aquele é o nosso sonho» Espaço onde decorrem as consultas Limpeza e higiene Opiniões positivas Concordância com o estudo de Remoaldo e Machado (2008), Silva (2008) e Silva e Barros (2012). (Q26, mulher de 35 anos, nível universitário, Professora) 36 Relação utente profissional de saúde Interesse do médico Disponibilidade de tempo na consulta Relacionamento com o médico Aconselhamento «Melhor explicação de como irá funcionar o processo» (Q38, mulher de 38 anos, nível universitário, Enfermeira) «Sermos seguidas sempre pelo mesmo médico, pois existem opiniões distintas» (Q45, mulher de 38 anos, nível secundário, Desempregada) Opiniões positivas Concordância com o estudo de Augusto (2004) e Remoaldo e Machado (2008). 37 6.3. Acesso Económico Custos diretos Custos relacionados com a medicação 30% Sério obstáculo 70% Comparticipação 69% Concordam Não concordam As inquiridas reclamam um maior envolvimento do Estado, nomeadamente, no que se refere a políticas de comparticipação da medicação. 38 «Na semana passada só num dia gastamos 300 euros em medicação. É preciso ver que há casais que não têm esse dinheiro» (Q47, companheiro de 35 anos, nível secundário, Pasteleiro) «Acima de tudo, ainda não há muita vontade política relativamente à infertilidade. É preciso haver vontade política para que as seguradoras comecem a comparticipar os ciclos de tratamentos, caso contrário continuarão a existir falhas no acesso aos tratamentos, continuarão a existir casais a ter que desistir do sonho de serem pais e continuará a existir uma parte da população que não poderá contribuir para a natalidade do país» (Q5, companheiro de 36 anos, nível universitário, Economista) «Conhecemos muitos casais, que fomos conhecendo ao longo desta luta que tiveram que desistir porque não tinham já condições financeiras para suportar os gastos. Conheço até alguns que pediram empréstimos ao banco. (Q46, mulher de 40 anos, nível universitário, Técnica de Reinserção Social) 39 700 a 1000 euros no espaço de poucas semanas Custos de deslocação (300 a 400 euros mensais) 40 Custos indiretos Dificuldade das mulheres em negociarem as faltas com as entidades patronais 38,3% reportou que a entidade patronal desconta os dias que faltam no vencimento no final do mês Impacto no orçamento 53,3% das inquiridas afirmaram que os custos têm um impacto médio 38,3% consideraram que esse impacto é elevado 8,3% confirmaram um impacto baixo 41 90% discordam do facto do SNS apenas comparticipar 3 ciclos de tratamentos. «Três tratamentos não são suficientes» (Q3, mulher de 33 anos, nível preparatório, Costureira) «Concordo que haja um limite, mas nunca de três. São muito poucos os casais que têm sucesso à primeira ou segunda tentativa» (Q52, mulher de 36 anos, nível secundário, Agente) 42 66,7% não concordam com a limitação de um tratamento por ano, enquanto 26,7% concordam. «Não deveria ser imposto um tratamento por ano. Neste processo a idade é fundamental. Aumentar o espaço de tempo entre cada tratamento é diminuir a possibilidade de conseguirmos ter um filho» (Q8, companheiro de 36 anos, nível primário, Operário Fabril) «Não faz sentido esta limitação. Para mim que estou próxima dos 40 anos, e sabendo que à medida que a idade aumenta, menos hipóteses tenho de ter sucesso nos tratamentos isto pode significar perder a oportunidade de ter um filho» (Q17, mulher de 39 anos, nível universitário, Investigadora) 43 7. Considerações finais Não ocorreram grandes alterações em relação ao acesso aos cuidados de infertilidade e as necessidades dos casais inférteis parecem manter-se as mesmas. Estudos de Augusto (2004), Remoaldo e Machado (2008), Silva (2008) e Silva e Barros (2012). 44 Recomendações Redução dos tempos de espera; Melhorar o local de acolhimento dos casais inférteis – espaço físico; Continuidade relacional com o médico; Apoio psicológico aos casais.; Reeducação dos casais. 45