Cadastro nacional rastreará mulheres que colocarem silicone nas mamas - vida - versaoimpressa - Estadão
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Cadastro nacional rastreará mulheres
que colocarem silicone nas mamas
Saúde. Iniciativa inédita da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica foi alavancada após
contaminações em Campinas, em 2004; numeração e marca da prótese, além do motivo do
implante, serão registrados; órgãos governamentais não estão envolvidos
08 de janeiro de 2012 | 3h 04
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colocarem silicone nas mamas - vida - Estadao.com.br. · Página do
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A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica vai passar a rastrear todas as mulheres que
implantam próteses de silicone nas mamas por meio de um cadastro nacional que
entrará em vigor ainda neste mês.
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A ferramenta, chamada Cadastro Nacional de Implantes Mamários (CNIM), é uma
iniciativa inédita da própria sociedade de médicos e não envolve órgãos do governo. O
objetivo é ter uma ferramenta que rastreie de maneira eficaz todas as mulheres que
colocaram ou retiraram próteses, incluindo a numeração, marca e os motivos do
implante.
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Segundo a cirurgiã Wanda Elizabeth Correa, presidente da Comissão de Silicone da
sociedade de cirurgia plástica, o projeto começou a ser planejado há cerca de oito anos e
ganhou fôlego depois de um surto de contaminação por uma bactéria após implante de
silicone na região de Campinas (mais informações nesta página). Assim como hoje,
naquela época não havia um cadastro unificado, o que dificultou a localização de
mulheres que poderiam apresentar problemas.
"Esse é um projeto antigo, não surgiu de uma hora para outra. Foram anos de trabalho,
de pesquisa e de projetos, para definir esse protocolo. Já contratamos a empresa
responsável e agora estamos na fase de cadastramento dos médicos", diz.
Segundo Wanda, a sociedade de cirurgia plástica forneceu à empresa o banco de dados
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Cadastro nacional rastreará mulheres que colocarem silicone nas mamas - vida - versaoimpressa - Estadão
com os nomes de todos os cirurgiões para que eles sejam cadastrados e avisados. Assim
que terminar o cadastramento, os médicos já poderão começar a alimentar o programa
com dados das pacientes.
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Sigilo. Segundo Wanda, assim que fizerem um implante de silicone, os cirurgiões terão
de inserir os dados no cadastro. De acordo com ela, essas informações serão mantidas
totalmente em sigilo - tanto os dados dos médicos quanto os das pacientes.
Para ter acesso ao sistema, o médico terá de usar uma senha e será identificado por um
número. Ele não conseguirá ver dados das outras mulheres nem dos outros médicos - só
terá acesso aos dados gerais.
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"Se não fosse dessa maneira, os médicos não informariam. Ninguém quer tornar público
o número de pacientes e o número de próteses que implanta", explicou Wanda.
Segundo ela, a sociedade possui cerca de 5 mil cirurgiões plásticos cadastrados e, se
todos preencherem os dados corretamente, essa será a maneira mais fiel de rastrear as
próteses de silicone no Brasil.
Problema atual. O cadastro nacional começará a funcionar num momento em que o País
enfrenta problemas envolvendo a prótese de silicone da marca francesa Poly Implant
Protheses (PIP) e não sabe exatamente quem são as mulheres que as usam nem onde
elas estão.
"Se esse cadastro já estivesse funcionando há alguns anos, seria muito mais fácil saber
onde estão essas mulheres que usam o implante PIP para chamá-las para uma
reavaliação", diz Wanda.
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As próteses PIP foram distribuídas no Brasil entre 2005 e 2010, quando tiveram a sua
venda suspensa porque descobriu-se que foram fabricadas com silicone industrial, de
qualidade inferior ao produto para uso médico. Elas apresentavam taxa de rompimento
até cinco vezes maior que outras marcas.
Para tentar rastreá-las para poder fazer um serviço de vigilância, a Anvisa teve de
recorrer à empresa importadora. O objetivo é descobrir em que cidades as próteses
foram compradas e, assim, pedir que clínicas e hospitais identifiquem as pacientes para
que sejam acompanhadas.
Até o momento, sabe-se que ao menos 12 mulheres fizeram queixas na Anvisa relatando
problemas com as próteses PIP. O mapeamento completo deverá ser informado pela
agência na quarta-feira, depois de uma reunião com entidades médicas.
Descarte. Ao todo, o Brasil importou 34.631 unidades de próteses da marca PIP - cerca
de 24,5 mil foram comercializadas e serão rastreadas e 10.680 foram apreendidas
anteontem pela Vigilância Sanitária do Estado do Paraná na sede da empresa. Segundo a
Anvisa, todo esse material será descartado.
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