issn 2316-5065 Ano XIII • Nº 150 • julho/agosto de 2013 Publicação bimestral da Associação Médica de Brasília – AMBr w w w. a m b r. o r g . b r Médicos se unem pela qualidade da Saúde Não aos vetos do Ato Médico Não à importação de médicos sem Revalida Não à política de imposição Editorial Caros leitores, issn 2316-5065 Ano XIII • Nº 150 • julho/agosto de 2013 Publicação bimestral da Associação Médica de Brasília – AMBr w w w. a m b r. o r g . b r Médicos se unem pela qualidade da Saúde Não aos vetos do ato Médico Não à iMportação de Médicos seM revalida Não à política de iMposição A revista Médico em Dia de julho/agosto está vestida de vermelho para indicar a criticidade do momento da saúde pública no Brasil. Era nossa intenção, quando começamos a produzir este número, falar, com alegria, da conquista de termos nossa categoria finalmente regulamentada, após a aprovação do Ato Médico pelo Congresso Nacional. Porém, num curto espaço de tempo, fomos surpreendidos pelos vetos presidenciais ao Projeto de Lei e pelas preocupantes definições do programa Mais Médicos. O lado bom, se é que podemos falar assim, é que a classe médica também acordou e engrossou o coro dos jovens brasileiros nas ruas repudiando os desmandos e exigindo mudanças, principalmente no tocante à saúde pública. Nunca se viu tamanha união da classe médica! Acompanhe as matérias e artigos que tratam dos temas políticos nas editorias Palavra do Presidente, Tribuna Especial e Artigo. Apesar do clima tenso no ambiente político, não nos esquecemos da essência da revista e trouxemos a você muita informação de qualidade na área médica. O infectologista Tarquino Sanchez fala das dificuldades encontradas pelos profissionais para diagnosticar os diferentes tipos de hepatites virais, justo quando se comemora o dia mundial de luta contra a doença. Já o Dr. André Rolim discute em seu artigo Saúde Ocular a busca de soluções para os problemas cotidianos da oftalmologia. Na editoria Entrevista, conversamos com o Dr. Orlando Faria, reconhecido especialista em Cirurgia Bariátrica. O Ponto e Contraponto apresenta a polêmica do reconhecimento da Medicina Estética como especialidade médica. Leia os pontos de vista e forme sua opinião! A primeira parte do artigo do oncologista Anderson Silvestrini elucida as dificuldades na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer no Brasil. Esta doença que alcançou o status de mal do século XXI. Arte e Ciência e História da Música Popular estão imperdíveis com os respectivos temas A coluna da Peste e Jamelão. E, se o leitor está cansado da panela de pressão, que tal visitar as bodegas do Chile ou, se preferir, embarcar em uma das experiências de ecoturismo que o país oferece. Tem muito mais, é só navegar pelas páginas. Boa leitura! Paulo Feitosa, Diretor de Comunicação da AMBr Canstock Dr. Luciano Gonçalves de Souza Carvalho Presidente Bento Viana Diretoria Executiva Dr. Evaldo Trajano Filho Vice-Presidente Delegados Diretor responsável Dr. Carlos Jose Sabino Costa Diretor Econômico-Financeiro efetivos Paulo Henrique R. Feitosa Dra. Edna Marcia Xavier Editora-chefe Dr. Paulo Henrique Ramos Feitosa Diretor de Comunicação e Divulgação Dr. Alexandre Morales Castillo Olmedo Cristiane Rodrigues Kozovits Dr. Luiz Augusto Casulari Roxo da Motta Diretor de Editoração Científica Dra. Ana Patrícia de Paula Diretora Científica e de Ensino Médico Continuado Dr. Fernando Fernandes Correia Diretor Social e de Atividades Culturais Dra. Olimpia Alves Teixeira Lima Diretora de Relações com a Comunidade Conselho Fiscal Titular Dr. Márcio de Castro Morem Dra. Alba Mirindiba Bonfim Palmeira Dr. Ognev Meireles Cosac Dr. Eudes Fernandes de Andrade Dr. Sergio Tamura Dr. Aloísio Nalon Queiroz suplentes Dr. Adalberto Amorim de M. Junior Dr. Antonio Geraldo da Silva Dr. Bruno Vilalva Mestrinho Dr. Baelon Pereira Alves Dr. Roberto Cavalcanti Gomes de Barros Dr. Roberto Nicolau Cavalcanti de Souza Marina Gomes Barbosa (RP: 015253/2011 DF) Revisão Cristiane Rodrigues Kozovits ESTAGIÁRIA Nayane Gama Editoração Grifo Design Comercialização [email protected] (61) 9655-9326 (61) 2195-9724 Impressão Ideal Gráfica e Editora Dr. Alcides de Oliveira Dourado Filho Tiragem Conselho Editorial Médico em Dia é uma publicação da Associação Médica de Brasília – AMBr SCES Trecho 3 Conj. 6 Suplente Dr. Luciano Gonçalves de Souza Carvalho Dra. Elza Dias Tosta da Silva Dr. Evaldo Trajano Filho Dr. Alexandre Barbosa Sotero Caio Dr. Paulo Henrique Ramos Feitosa Dr. Bolivar Leite Coutinho Bento Viana Dr. Carlos Alberto de Santa Ritta Filho Jornalista responsável Dr. Luiz Augusto Casulari Roxo da Motta Canstock Dr. Elias Couto e Almeida Filho Diretor de Planejamento Dr. Jose Nava Rodrigues Neto 5.000 exemplares (61) 2195-9797 redação [email protected] www.ambr.org.br Revista cultural de distribuição gratuita. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Canstock Dr. Jorge Gomes de Araujo Diretor Administrativo Sumário 8 Dia Mundial de Luta contra as hepatites virais Dr. Tarquino Erastides G. Sánchez, médico infectologista e presidente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HRAN, fala sobre os desafios enfrentados no diagnóstico da doença. 14 Especialidade Médica Dr. Anderson Arantes Silvestrini, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, aborda a temática de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer no Brasil. 22 30 Medicina e Arte Especial: Médicos se unem e vão às ruas Conheça a história do memorial em homenagem às vítimas da Peste Bubônica na Áustria do Sec. XVII. 44 Saúde Ocular Dr. André Gustavo de Araújo Rolim, presidente da Sociedade Brasiliense de Oftalmologia, assina o artigo Saúde Ocular, defendendo estratégia para mensurar os reais riscos à visão da população. Uma matéria especial sobre a união da classe médica contra a entrada de médicos estrangeiros sem passar pelo exame Revalida, e os vetos da presidente Dilma à lei do Ato Médico. ► Radar 16 ► Ponto e Contraponto 24 ► Gestão da Saúde 21 ► Gourmet 50 ► Destinos 52 Luciano Carvalho • Presidente da AMBr Palavra do Presidente Sérgio Amaral A medicina na gangorra da politicagem Os vetos presidenciais mutilam e descaracterizam a essência do projeto aprovado e transparecem a atitude do governo de adotar medidas populistas que não consideram o que é melhor para a população. A decisão da presidente Dilma dispara um alerta sobre a pauta de reivindicações da sociedade brasileira e das entidades médicas sobre a saúde pública do país: a Medicina e a Saúde foram jogadas na gangorra da politicagem! Se uma lei consensual, discutida e elaborada por parlamentares sérios e comprometidos, como os senadores Lúcia Vânia, Cássio Cunha Lima, Antonio Carlos Valadares, Waldemir Moka e Mozarildo Cavalcanti recebeu tal tratamento da presidência do Executivo, estão em risco todas as medidas propostas para melhorar a assistência à Saúde no Brasil e garantir um atendimento de qualidade à população. É de domínio público a verdade de que o Brasil precisa investir muito mais em Saúde para que possa oferecer qualidade a todos os brasileiros, como apregoa nossa Constituição. Nações como Reino Unido, Alemanha, Canadá e Espanha, que também oferecem saúde gratuita, investem cerca de 6% de seu PIB no setor público de saúde, enquanto o Brasil destina apenas 3,7%, de acordo com os dados da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Sem mudar radicalmente o patamar de investimentos na saúde pública nada vai, de fato, melhorar. O governo ilu- Sem mudar radicalmente o patamar de investimentos na saúde pública nada vai, de fato, melhorar. de o povo dizendo que vai importar médicos para atender às regiões carentes, mas vai lhes dar médicos suspeitamente liberados do Revalida e coloca-los para trabalhar em locais sem infraestrutura. Uma grande falácia que terá um preço alto! Este cenário se desdobra num momento único de consciência e atitude social que não pode ser esmaecido por derrotas parciais e vetos imponderáveis. A classe médica também sofreu importante despertar. Nunca estivemos tão unidos e atuantes como agora. E esta força, que adquirimos com união e foco, precisa continuar ativa, pois temos ainda muitos desafios, a começar pela derrubada dos vetos no Congresso. Pelas novas regras definidas, os vetos ao Ato Médico terão que ser examinados e votados em 30 dias, contados de sua publicação, sob pena de trancamento da pauta da Casa. Precisamos salvar o Ato Médico e continuar exigindo, nas ruas, nas redes sociais, no receituário do cotidiano, nas instâncias do governo que a Saúde receba o devido respeito e os investimentos necessários para superar o caos. Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Mal comemoramos, depois de 11 anos de tramitação, a aprovação do Ato Médico no Senado e sofremos a decepção de ter 10 vetos ao projeto que regulamenta nossa profissão e que, diga-se de passagem, resultou de acordo na Câmara e no Senado. 7 Hepatites Virais matam cerca de um milhão por ano Dia 28 de julho é a data que marca a luta contra as hepatites virais em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de um milhão de mortes por ano são atribuídas à doença. Dr. Tarquino Erastides G. Sánchez Especialista em Infectologia e Medicina Tropical. Médico infectologista e presidente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Regional da Asa Norte – Brasília/DF A doença é uma infecção sistêmica que afeta predominantemente o fígado. Quase todos os casos de hepatite viral aguda são causados por um dos cinco agentes virais: Vírus da hepatite tipo A (HAV) tipo B (HBV), tipo C (HCV), tipo D (HDV) ou tipo E (HEV). Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 O infectologista Dr. Tarquino Erastides G. Sánchez explica que os vírus das hepatites podem ser diferenciados entre eles por suas propriedades moleculares e antigênicas, porém todos esses agentes produzem um quadro clinico semelhante na fase aguda, variando desde infecções assintomáticas, oligosintomáticas até infecções agudas fulminantes e fatais, embora esta última forma represente menos de 2% dos casos. 8 DESAFIOS ENFRENTADOS NO DIAGNOSTICO DE HEPATITE De acordo com Dr. Tarquino, um dos maiores desafios frente à doença é a dificuldade para realizar seu diagnóstico na forma aguda. Na maioria das vezes, as hepatites apresentam quadros clínicos gerais caracterizados apenas por: febre, hiporexia, cefaleia, náuseas, vômitos, sensação de plenitude gástrica, astenia (diminuição da força física), adinamia (diminuição da força muscular) e mialgias. A icterícia, quando presente, pode variar de intensidade, desde uma leve coloração amarelada de escleras, até uma intensa coloração amarela de pele e mucosas, associada com coluria (presença de pigmento biliar na urina) ou acolia (supressão da secreção biliar). HEPATITE A Em relação à Hepatite A, 90% das crianças com menos de 5 anos de idade infectadas pelo vírus são assintomáticas, enquanto que 90% dos adultos experimentam sintomas, entre eles a icterícia. Dados do Ministério de Saúde do Brasil relatam que a Hepatite A acomete principalmente nas duas primeiras décadas da vida. No Brasil, o coeficiente de mortalidade para esta doença entre os anos 2000 a 2010 variou entre 0,04 e 0,03 óbitos por 100.000 habitantes. Não existe tratamento especifico para esta forma de hepatite. Porém, estão disponíveis para profilaxia a Imunoglobulina e a vacina com vírus inativados. HEPATITE B Para fins de Vigilância epidemiológica, o Ministério de Saúde define como caso confirmado de Hepatite B o indivíduo que preencha as condições de caso suspeito e que apresente um ou mais marcadores sorológicos reagentes no exame de biologia molecular para esse tipo de hepatite (HBsAg reagente, anti-HBc IgM reagente, HBeAg reagente, DNA do HBV detetável). Segundo dados do Ministério, a prevalência registrada entre 2005 e 2009 nas 26 capitais e no Distrito Federal foi de 7,4% em indivíduos com faixa etária entre 10 e 69 anos. No período de 1999 a 2011 foram notificados 120.343 casos confirmados de Hepatite B no Brasil, assim distribuídos por regiões: 36,3% Sudeste, 31,6% Sul, 13,1% Norte, 9,9% Centro-Oeste e 9,2% Nordeste. A maioria das infecções agudas provocadas pelo VHB em adultos resulta em recuperação completa, com o desaparecimento do HBsAg do sangue e com a produção do Anti-HBs marcador que confere a imunidade duradoura. Contudo, 90% dos Recém-nascidos, 30% das crianças e cerca de 10% dos adultos com infecção aguda ficaram Dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde com respeito as hepatites virais » Pouco conhecimento sobre as características clínicas, modos de transmissão e exames para diagnóstico de hepatites virais, salvo o caso de profissionais especializados que lidam com essas doenças. (Infectologistas, hepatologistas, gastroenterologistas); » Existe um desconhecimento por parte de alguns profissionais em relação a quais marcadores virais solicitar para pesquisa das diferentes formas de hepatite, assim como, quando solicitados e realizados, existe dificuldade na interpretação dos resultados; » As hepatites virais que crônificam são doenças silenciosas, então, a maioria dos profissionais médicos não incluem no Check-up de seu paciente solicitações de exames específicos para pesquisar hepatite viral; » O excesso de pacientes nos consultórios de hospitais públicos dificulta a realização de consultas adequadas que visem identificar, de forma acurada, fatores de risco para essas doenças. Entre outros fatores evolvidos podemos citar a falta de campanhas educativas direcionadas à comunidade, visando incentivar a prevenção, e a realização de teste sorológicos para diagnóstico de hepatite viral, especialmente em populações de risco. » O diagnóstico de hepatite viral só é lembrado por alguns profissionais da saúde quando o paciente tem um quadro clássico de icterícia ou quando traz um exame anterior que evidencia aumento de enzimas hepáticas (TGP, TGO); persistentemente infectados, e são estes indivíduos que em um espaço variável de tempo evoluíram para a Cirrose (insuficiência hepática e carcinoma hepatocelular). da Hepatite B. A identificação desta infecção aguda é realizada através do Anti-HDV classe IgM. Esta forma de hepatite viral pode cronificar e não existe vacina nem tratamento especifico para ela, com ressalva para a vacinação de indivíduos suscetíveis ao vírus da Hepatite B. HEPATITE C Segundo dados do Ministério, a prevalência registrada entre 2005 e 2010 nas 26 capitais e no Distrito Federal, foi de 1,38% em indivíduos com faixa etária entre 10 e 69 anos. No período de 1999 a 2011 foram 82.041 casos confirmados de Hepatite C, assim distribuídos por regiões: 67,3% Sudeste, 22,3% Sul, 5,0% Nordeste, 3,3% Centro-Oeste e 2,0% Norte. Com relação à prevalência do VHC segundo o genótipo, 67,7% correspondem ao genótipo 1, 25,9% ao genótipo 3, e 5,7% ao genótipo 2. Os genótipos 4 e 5 são infrequentes no Brasil. O clareamento viral espontâneo após a infecção aguda pelo VHC ocorre em cerca de 20 a 25% dos casos, alguns fatores do hospedeiro têm sido identificados como associados a este fato: idade abaixo de 40 anos, sexo feminino, aparecimento de icterícia, ausência de uso de bebidas alcóolicas e fatores genéticos. HEPATITE D e HEPATITE E Os casos de hepatite viral seja D ou E tem uma baixa prevalência em nosso meio. O vírus da Hepatite D coinfecta e depende da função auxiliar do vírus da Hepatite B para sua replicação e expressão. A Hepatite D tem distribuição mundial e é transmitida predominantemente por sangue, hemoderivados e drogas injetáveis. Ele pode tanto infectar uma pessoa simultaneamente com o virus da Hepatite B, determinando uma coinfecção, quanto superinfectar uma pessoa já infectada pelo vírus A Hepatite E é semelhante a Hepatite A em sua forma de transmissão entérica (fecal –oral ). A maioria dos casos relatados é secundária à contaminação de reservatórios de água com fezes, como acontece em épocas de inundação, porém, diferente das outras hepatites, sua disseminação de pessoa a pessoa é reconhecida como rara. Existe disponível uma vacina para este tipo de hepatite em áreas endêmicas, mas não um tratamento especifico. Em resumo, as hepatites virais precisam ser mais bem estudadas, visando um diagnóstico mais acurado, tanto nas formas agudas dessas doenças como nas suas formas crônicas (Hepatite B e Hepatite C). Atualmente, um dos maiores problemas enfrentados em doenças crônicas do fígado é a forma crônica da Hepatite C, que representa 70% das hepatites crônicas, 40% dos casos de cirroses, 60% dos hepatocarcinomas, e é a principal causa de transplante hepático no mundo. Entretanto, em um futuro não tão longe, este panorama poderá mudar: o lançamento de novas drogas (Boceprevir e Telaprevir) tem aumentado a eficácia terapêutica de cerca de 40% com o uso de PEG-interferon + Ribavirina, para 70-80% com a associação de PEG-interferon + Ribavirina + boceprevir ou telaprevir. Além do Boceprevir e Telaprevir, já em uso nos Estados Unidos, novos fármacos poderão ser aprovados no próximo ano para o tratamento da Hepatite C, entre eles estão: Simeprevir, sofosbuvir e ledipasvir que, em estudos de fase II, têm mostrado excelente eficácia terapêutica. Veja no site da AMBr a tabela completa com as características clínicas e epidemiológicas da hepatite viral, transmissão, profilaxia e terapias. www.ambr.org.br Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Para fins de Vigilância epidemiológica, o Ministério de Saúde define como caso confirmado de Hepatite C o indivíduo que preencha as condições de caso suspeito e que apresente anti-HCV reagente e HCV-RNA detectável. 9 Cultura Terapêutica Cirúrgica Editado por John L. Cameron, um dos cirurgiões mais respeitados do mundo, e por Andrew M. Cameron, Terapêutica Cirúrgica é o livro de cirurgia mais utilizado nos Estados Unidos, publicado originalmente em 1984. No Brasil, a tradução da 10ª edição chega como a primeira obra de referência internacional com aprofundamento sobre o tema, além da mais atualizada com as principais tendências e as novas técnicas de cirurgia, inclusive as minimamente invasivas. Terapêutica Cirúrgica – Tradução 10ª edição Editores: John L. Cameron e Andrew M. Cameron Editora: Elsevier Páginas: 1.392 Preço: R$ 549,00 Informações: www.saudeweb.com.br Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 A distância 10 Dicas da Dad Com crase? Sem crase? Nas locuções adverbiais formadas por palavras femininas, ocorre a contração de dois aa. Daí por que pedem o acentinho grave em qualquer circunstância. É o caso de às claras, às escuras, à toa. À distância tem tratamento diferente. A duplinha só exige o grampinho se a distância for determinada. Se não for, cessa tudo que a musa antiga canta. O azinho aparece livre e solto, sem lenço e sem documento. Compare: Vi Maria a distância. Vi Maria à distância de 200 metros. Mantenha-se a distância. Mantenha-se à distância de 20 metros. O governo oferece curso a distância para os profissionais da saúde. Você faz curso presencial ou a distância? Caprichos Estreia não tem acento. Fiéis tem. Mas ambas exibem o ditongo aberto ei. Por quê? São artes da reforma ortográfica. A mudança só atingiu as paroxítonas. Obedientes, estreia, ideia, assembleia, prosopopeia abriram mão do grampinho. Fiéis, papéis, coronéis, anéis, méis jogam em outros times. Os quatro primeiros – fiéis, papéis, coronéis, anéis – no das oxítonas. O último (méis), no dos monossílabos tônicos. Por isso continuam como sempre estiveram — carregando o agudão na cabeça. O mesmo ocorre com o ditongo aberto oi. Nas oxítonas, o danado bateu asas e voou (paranoico, heroico, joia, jiboia, paranoia). Nas oxítonas e monossílabos tônicos, mantém-se firme e forte: lençóis, caracóis, dói. Dúvidas e informações: http://www.dzai.com.br/blogdadad Eleições CRMs 2013-2018 Está chegando a hora das eleições nos CRMs de todo o Brasil Nos dias 6 e 7 de agosto os médicos escolherão seus representantes nos Conselhos Regionais de Medicina – CRMs para o período de 2013-2018. As eleições deste ano estão normatizadas na Resolução CFM 1.993/12 – que visa garantir a probidade e a moralidade no exercício do mandato honorífico de conselheiro regional. Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Em cada CRM serão eleitos 20 conselheiros titulares e 20 suplentes, membros da chapa escolhida por voto direto e secreto dos médicos regularmente inscritos, não sendo permitido o voto por procuração. As eleições são conduzidas por uma comissão eleitoral formada por um presidente e dois secretários escolhidos entre os médicos inscritos na jurisdição. Ao CRM-DF concorrem 03 chapas: Chapa1 Chapa2 Aliança Médica CHAPA DO MÉDICO Chapa3 PRÓ-ÉTICA LOCAL: Sede do Conselho Federal de Medicina – CFM DATA: 6 e 7 de agosto de 2013, das 8h às 20h 12 A votação será Presencial Fique atento Quem pode votar »» Deverão votar todos os médicos brasileiros e naturalizados, portugueses (conforme o Art 6º, §5º da Resolução 1993/2012, “será assegurado o direito de votar e de ser votado, na eleição de que trata essa resolução, desde que não esteja privado dos direitos equivalentes em Portugal, que apresente o documento de identidade e comprove a aquisição de direitos políticos no Brasil”), que estejam inscritos no CRM-DF primária e secundariamente, em pleno gozo de seus direitos políticos e profissionais, e, quites com as anuidades. »» Para médicos com mais de 70 anos o voto é facultativo. Quem não pode votar »» Não votam os médicos exclusivamente militares (nos termos do Art 4º da Lei 6.681/79), e os médicos estrangeiros (nos termos do Art 14 da Constituição Federal/88 e dos Art 106, VII e Art 107, caput da Lei 6815/809). Quitação de débito »» Conforme o artigo 31 da Resolução 1.993/2012, somente os médicos quites com a anuidade poderão votar, sendo que a quitação poderá ocorrer até o momento da votação. »» Haverá um local reservado em que será possível verificar os débitos em aberto: • Os pagamentos não serão aceitos no local de votação; • Os médicos com débitos em aberto somente estarão aptos a votar no dia da votação se apresentarem o comprovante de quitação; • Os médicos que estiverem em Dívida Ativa, deverão regularizar sua situação antes do pleito. »» Em caso de dúvida quanto aos débitos entre em contato com o Departamento Financeiro, pelos telefones (61) 33220001 ramal-230 ou pelo e-mail: [email protected]. Justificativa de voto »» O médico que não puder votar por causa justificada ou impedimento poderá justificar o voto até 60 dias após o encerramento da votação. Caso contrário, será aplicada a multa prevista em lei, conforme o Art 6º §1º da Resolução 1993/2012. Artigo Dr. Anderson Arantes Silvestrini O câncer no Brasil (Parte I) Nunca uma doença teve tanta exposição como o câncer. O grande número de pessoas públicas acometidas que trazem sua luta à mídia nos mostra que esta é mais que uma doença e sim um grupo de doenças que não escolhe classe social, fazendo-se presente em todas as idades e níveis socioeconômicos. Podemos, sim, chamá-la de mal do século XXI. Neste primeiro artigo direcionado à classe médica abordarei as principais dificuldades na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer no Brasil, e no segundo traçarei os principais avanços nos últimos anos. A OMS estima que em 2030 o câncer será a principal causa de morte por doença no mundo com 27 milhões de casos novos e 17 milhões de mortes. Teremos, então, 75 milhões de pessoas portadoras de câncer, localizadas, em sua maioria, em países em desenvolvimento. O tabagismo é responsável direto por 30% das mortes por câncer e de longe o fator de risco modificável mais importante a ser combatido. O Brasil assumiu o compromisso no combate ao tabagismo quando assinou a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) em 27 de outubro de 2005. Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 A CQCT é o primeiro tratado internacional de saúde pública da história da Organização Mundial da Saúde. Representa um instrumento de resposta dos 192 países membros da Assembléia Mundial da Saúde à crescente epidemia do tabagismo em todo mundo. Em 2011 foi aprovada a Lei 12546 para ambiente livre de tabaco, no entanto hoje, após 18 meses, esta ainda não foi regulamentada. Apesar de termos reduzido a proporção de fumantes no Brasil de 32% em 1990 para 15% hoje, temos também 22% de ex-fumantes que potencialmente apresentarão algum problema em decorrência do tabaco. Os principais exames para diagnóstico precoce de câncer são a mamografia, que quando realizada a partir Oncologista clinico, Diretor técnico Grupo Acreditar, Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica 2011-2013 14 Canstock Anderson Arantes Silvestrini 518.000 casos novos de câncer em 2012 destacam-se entre os homens câncer de próstata pulmão casos casos destacam-se entre as mulheres cólon e reto estômago casos casos 60.180 17.210 14.180 12.670 mama colo de útero cólon casos casos tireoide 52.000 17.540 15.960 10.590 casos casos Estimativas do INCA Quanto ao tratamento do câncer no Brasil, cerca de 80 a 85% dos casos são tratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o restante através de operadoras de saúde, e um pequeno número particular. Dos pacientes tratados pelo SUS, 70% são tratados por instituições filantrópicas e o restante por instituições municipais, estaduais e federais. A autorização do tratamento é realizada por meio de solicitação de APAC-Onco (autorização de procedimento de alta complexidade – oncologia), onde o tratamento é classificado por doença, indicação terapêutica (adjuvante, neoadjuvante e metastático) e por códigos de procedimento. A agência responsável pelo registro de novos medicamentos e indicação terapêutica é a ANVISA. Um fato curioso é que a mesma pode registrar um certo medicamento no país, mas este não é incorporado imediatamente pelo SUS, criando “duas classes“ de pacientes: uma, composta por pacientes da saúde suplementar, que possui acesso aos principais avanços registrados no país, e outra, que precisa aguardar que a incorporação se faça no serviço público. Para tentar solucionar esta discrepância imoral no acesso ao tratamento foi criada, em 2011, a CONITEQ (Comissão de Incorporação de Tecnologia), responsável por avaliar a incorporação de novos medicamentos no SUS. O que parecia um alento se transformou numa grande decepção, como no caso do medicamento Trastuzumabe, utilizado para pacientes com câncer de mama HER-2 positivo, registrado e utilizado há mais de 10 anos pelo sistema privado, primeiramente em câncer de mama metastático. Ele foi incorporado nas indicações adjuvante e neoadjuvante no SUS, um avanço inequívoco apesar de tardio, mas, surpreendentemente, foi negado para pacientes metastáticas, o que mostra falta de coerência por parte do Ministério da Saúde. Outro ponto importante em relação ao acesso dos pacientes ao tratamento é a obrigatoriedade de cobertura de medicamentos orais pelas operadoras de saúde (Lei 3998/ 2012). A mesma encontra-se em trâmite na Câmara dos Deputados após aprovação no Senado. Antecipando-se ao inexorável, a ANS lançou consulta pública com alterações no “roll” de procedimentos com a sugestão da incorporação de 34 drogas orais para obrigatoriedade de cobertura. O que se questiona é, se os medicamentos estão registrados para determinada indicação, por que limitar as mesmas? Na próxima edição abordaremos os principais avanços alcançados no diagnóstico e tratamento do câncer. REFERÊNCIAS: 1. www.inca.gov.br 2. J AM BOARD FAM PRACT 16:233-241, 2003. 3. N ENGL J MED 328:1365-71, 1993. 4. N ENGL J MED, 366: 2345-2357, 2012. 5. ANN INTERN MED 157 (2): 120-134, 2012. 6. N ENGL J MED 360:1320-8, 2009. Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 dos 50 anos, com intervalo de um a dois anos, reduz em 20% a morte por câncer de mama; a colonoscopia e pesquisa de sangue oculto nas fezes, que reduz em 20% a mortalidade por câncer coloretal; e o exame de Papanicolau, que detecta lesões pré-malignas e precoces de colo uterino. 15 Maior congresso mundial de Oncologia destaca avanços para tratar câncer Fotos: Canstock Radar Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Entre os dias 31 de maio e 4 de junho realizou-se em Chicago (EUA) o Congresso da American Society of Clinical Oncology (ASCO), quando foram apresentados novos tratamentos para doenças oncológicas num fórum que reuniu mais de 30 mil médicos. O melanoma, tipo mais agressivo de câncer de pele, ficou em evidência devido a um estudo com 245 pacientes em que os pesquisadores confirmaram que, ao adicionar um estimulante imunológico chamado GM-CSF (sigla em inglês para estimulador de colônia macrófago-granulócito) ao tratamento com a droga Ipilumimab (substância do Yervoy, droga aprovada recentemente no Brasil), aumenta-se a efetividade do tratamento. 16 Pesquisadores também demonstraram que outro remédio, o Selumetinibe, apresentou resultados encorajadores quando comparados aos dados históricos dos melanomas anteriormente tratados com quimioterapia, aumentando a sobrevida dos pacientes com melanoma ocular. No Brasil, o melanoma corresponde a 4% de todos os tumores malignos de pele e é responsável por 75% dos óbitos decorrentes da doença. Nos últimos 20 anos, o número de casos triplicou em mulheres e duplicou em homens. Cientistas ‘silenciam’ cromossomo que causa síndrome de Down Em pesquisa publicada na “Nature”, no dia 17 de julho, cientistas afirmam ter encontrado uma maneira de “silenciar” o cromossomo que provoca a síndrome de Down. Jeanne Lawrence e seus colegas, da Escola Médica da Universidade de Massachusetts, usaram uma enzima para introduzir um gene RNA chamado XIST em células-tronco, derivadas de pessoas portadoras da síndrome. Fonte: SaúdeWeb O procedimento foi feito numa cultura de células, em laboratório, e não em pessoas. O XIST “encobriu” o terceiro exemplar do cromossomo 21, cuja existência origina a síndrome de Down, fazendo com que seus genes deixassem de atuar. A existência de três cromossomos 21 caracteriza síndrome, também conhecida como “trissomia do cromossomo 21”. Ao comparar células com e sem o cromossomo “silenciado”, os autores da pesquisa observaram que o XIST ajudou a corrigir padrões incomuns de crescimento e diferenciação observados nas células que têm Down. Esse método pode ajudar a definir as mudanças moleculares envolvidas na síndrome. Fonte: G1 O Conselho Federal de Medicina (CFM) firmou parceria com o Ministério Público Federal (MPF) para fiscalizar os serviços de saúde do país, especialmente os da rede pública de atendimento. Os Conselhos Regionais de Medicina e os representantes da Procuradoria-Geral da República nos estados ficarão responsáveis pelas visitas e pela análise dos resultados. Philippe Lima O presidente do CFM, Roberto D´Ávila, espera que a parceria contribua para que os responsáveis pelas irregularidades no setor sejam punidos e que, dessa forma, a assistência à saúde melhore. Caso encontrem irregularidades, o CFM e o MPF poderão fazer denúncias e também abrir processos ético-profissionais e em outras esferas por irresponsabilidade na gestão dos serviços. Telemedicina avança nas unidades públicas de saúde São 4.394 produtos na tabela unificada do SUS, mais de 3.000 tipos de exames, cerca de 600 procedimentos realizados simultaneamente nos hospitais. A cada dia a rotina das unidades de saúde torna-se mais complexa, exigindo um grande fluxo de informações e uma memória de que médicos e profissionais não dispõem. Diante da nova realidade fica difícil oferecer serviços com eficiência sem o uso da tecnologia. O primeiro ponto a ser avaliado será o cumprimento do prazo máximo de 60 dias para o início do tratamento do câncer no SUS, que foi determinado pela Lei 12.732/2012. Os demais serão estabelecidos em um plano de ação que será feito pelos dois órgãos. Segundo Chao LungWen, presidente do Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde, o desafio é massificar produtos e serviços tecnológicos com a ajuda de plataformas que permitam não só a comunicação, mas também o armazenamento de informações em um único lugar e possíveis de ser compartilhadas; que possibilitem educação a distância, além de disseminação de informações para a população. Fonte: EBC Fonte: Valor Econômico Ar puro O movimento “Sem Tabaco, 100% Fashion”, concebido por oncologistas do Centro de Câncer de Brasília (Cettro), alcançou seu 10º aniversário. E para destacar os riscos associados ao cigarro, conquistou um apoio monumental: no Dia Mundial Sem Tabaco (31.05), o Cristo Redentor ganhou iluminação escarlate. A cor vermelha foi um alerta para a população que ainda desconhece os números relacionados ao fumo. “A epidemia global do tabaco mata cerca de seis milhões de pessoas a cada ano, dos quais mais de 600 mil são fumantes passivos. Sem ações competentes, a epidemia ceifará a vida de oito milhões de pessoas anualmente até 2030”, enfatiza o cancerologista Murilo Buso. Este ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu, como um dos temas de trabalho, o combate à exposição da juventude ao marketing da indústria tabagista, que hoje ocorre de maneira indireta em países como o Brasil. Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 MPF e CFM serão parceiros na fiscalização do prazo de início do tratamento de câncer no SUS 17 Entrevista Dr. Orlando Faria Cirurgia Bariátrica Estudos avançam e trazem mais segurança e qualidade de vida aos pacientes No Brasil, mais de 65 milhões de pessoas, 40% da população, apresentam excesso de peso, destas, cerca de 10 milhões são consideradas obesas. Nos últimos cinco anos, o número de cirurgias de redução de estômago aumentou quase 90%. Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 De acordo com o médico Dr. Orlando Faria, titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, a cirurgia bariátrica só é indicada após o paciente passar por uma vasta avaliação do seu quadro clínico. Além disso, a pessoa, seja adulta ou adolescente, deve estar absolutamente convencida de que a cirurgia é a alternativa para sua saúde, consciente dos riscos e possíveis conseqüências. Para dar andamento ao processo, o paciente deve ser acompanhado por, pelo menos, cinco especialistas: um cirurgião, um endocrinologista, um cardiologista, um psiquiatra ou psicólogo e um nutricionista ou nutrólogo. Cada um desses profissionais precisa apresentar um laudo liberando a cirurgia. Se liberado o procedimento, o paciente deve então começar a fazer uma série de exames. Ainda na preparação, a dieta também é importante. A orientação é que a pessoa perca cerca de 10% do seu peso antes de operar. 18 Em entrevista à revista Médico em Dia, Dr. Orlando fala sobre a importância de uma avaliação precisa antes da cirurgia bariátrica e sobre o avanço das técnicas aprovadas pelo Conselho Federal de Medicina. Quando a cirurgia bariátrica é indicada? A indicação de cirurgia bariátrica (CB) baseia-se no índice de massa corporal (IMC) e na presença de comorbidades. IMC é a divisão do peso corporal em quilos pelo quadrado da altura em metros. Indica-se a CB. nos pacientes com IMC > 35 Kg/m², quando apresentam comorbidades (doenças associadas e agravadas com a obesidade e que devem melhorar com a perda de peso), ou nos pacientes com IMC > 40 Kg/m². Esses critérios foram sugeridos em 1990 pelo NIH (National Institute of Health) dos EUA, e foram adotados quase universalmente, inclusive pelo nosso CFM. Entretanto, de 1990 até os dias atuais houve um extraordinário desenvolvimento da CB. Hoje os cirurgiões estão mais bem treinados nos procedimentos operatórios, sabemos preparar melhor o paciente para a operação, conhecemos mais as alterações anatômicas e fisiológicas produzidas pela cirurgia e sabemos como acompanhar melhor o paciente no pós-operatório. Dessa forma, a cirurgia bariátrica tornou-se mais segura e oferece melhores resultados. Isso fez com que cada vez mais pessoas procurassem esse tipo de tratamento, principalmente porque os resultados com os tratamentos conservadores são quase sempre desapontadores. Muitas sociedades de especialistas advogam a ampliação desses limites de indicação, visto que uma pessoa com IMC de 31 Kg/m², por exemplo, tem a mesma doença que uma pessoa com IMC de 37 Kg/ m² e pode até ter uma obesidade mais grave do que uma pessoa com IMC de 42 Kg/m². As pessoas, dependendo do grupo étnico a que pertencem, são afetadas de forma bastante diferente pela obesidade. A população proveniente do sudeste asiático, por exemplo, passa a sofrer de diabetes tipo 2 e outras doenças metabólicas com um nível de obesidade muito mais baixo do que a população ocidental. A indicação de CB na Índia já acontece em pessoas com IMC de 27 Kg/m², ou até menos. Porque alguns pacientes que se submetem a cirurgia voltam a engordar? Depois de 18 a 24 meses da cirurgia quase todos os paciente ganham algum peso, mas esse aumento de peso geralmente não significa um insucesso terapêutico, porque o paciente permanece ainda com muito menos peso do que tinha antes de operar, e permanece livre das suas comorbidades. Esse reganho de peso representa uma resposta fisiológica ao importante emagrecimento pós CB. Geralmente situa-se em torno de 5kg, bastante aceitável para um paciente que havia perdido 50 Kg. De qualquer forma, com qualquer reganho de peso o paciente deve procurar a equipe multidisciplinar que o acompanha para uma avaliação e correção de algum mau hábito alimentar que possa estar ocorrendo. Bypass Gástrico em Y de Roux no tratamento do Diabetes tipo 2 sobre qualquer outra forma de tratamento (Schauer, NEJM 2012 e Rubino, NEJM 2012). É possível aumentar a margem de sucesso de uma cirurgia bariátrica? O interessante é que a melhora do DM 2 ocorre independentemente, e antes até, da perda de peso. Isso fez com que se propusesse a cirurgia bariátrica para indivíduos com DM 2 com um IMC menor que 35 Kg/m². Trabalhos diversos já mostram vantagens nesse tipo de abordagem (Cohen, 2013). A cirurgia bariátrica pode ser considerada uma opção de tratamento para o diabetes? Desde os anos 50 que se conhece os efeitos da Gastrectomia em Y de Roux na melhora do Diabetes tipo 2 (Friedmann, Ann. of Surg.). Em 1995 o Dr. Walter Pories publicou, também na Annals of Surgery, um trabalho cujo título era “Quem Pensaria que o Melhor Tratamento para o Diabetes tipo 2 Seria o Bypass Gástrico?”. Hoje, vários trabalhos, inclusive prospectivos e randomizados, mostram cabalmente a superioridade da operação de OBESIDADE Reconhecida como doença pela OMS e MS do Brasil – Alta complexidade Quais são os métodos hoje aprovados pelo Conselho Federal de Medicina? Os procedimentos aprovados e regulamentados pelo CFM são: Banda Gástrica Ajustável, Gastrectomia Vertical ou Sleeve, Bypass Gástrico em Y de Roux (a mais realizada) e Derivação Bileo-Pancreática Scopinaro ou Duodenal Switch. Mesmo com o avanço das técnicas e das pesquisas, todos os pacientes que se submetem à cirurgia necessitam de polivitamínicos após o procedimento? Com o avanço do conhecimento sobre CB. fica mais evidente ainda a necessidade de suplementação de vitaminas, sais minerais e mesmo de proteínas depois de qualquer procedimento bariátrico. CLASSIFICAÇÃO DA OBESIDADE Baseada em IMC (Peso Kg/Altura2) ATÉ 19,9 BAIXO PESO 20-24,9 NORMAL Doença crônica que resulta do acúmulo de tecido adiposo no organismo 25-29,9 SOBREPESO Avaliada pela OMS como a mais importante epidemia não infecciosa da atualidade 35-39,9 OBESIDADE GRAU II Incidência crescente e origem multifatorial 30-34,9 OBESIDADE GRAU I ACIMA DE 40 OBESIDADE GRAU III, GRAVE OU MÓRBIDA ACIMA DE 50 SUPER OBESIDADE BRASIL Sobrepeso 40% Obesidade 20% Obesidade mórbida 3-4% sobrepeso e obesidade em todas as faixas 10 x em adolescentes (1974-2010) Obesidade mórbida 250% (1974-2003) Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Melhorar os resultados em longo prazo é o objetivo principal de quem estuda e trabalha com CB. O acompanhamento com a equipe multidisciplinar bem preparada (nutricionista, psicólogo, educador físico, médicos) é importantíssimo para garantir uma melhor adesão às orientações nutricionais, prática de atividade física regular e adoção de hábitos de vida saudáveis. A remissão completa do DM 2 chega a mais de 85% dos pacientes submetidos ao Bypass Gástrico (Buchwald, 2009). A redução da mortalidade por doenças cardiovasculares no DM 2 pós Bypass Gástrico chega a 92% (Ted Adams, NEJM,2010). Social: presente em todas as faixas Econômico: alto custo de tratamento 19 Gestão da Saúde Márcia Campiolo • psicóloga Você não tem uma segunda chance para causar a primeira impressão. Esta frase, apesar de massivamente utilizada, traduz de forma bastante clara e simples a essência do que é o impacto causado pela imagem pessoal no outro. No ambiente de clínicas e consultórios médicos, o contato com o cliente é a essência do trabalho, tornando os cuidados com a imagem profissional um elemento de elevada importância. É preciso ficar claro que a imagem profissional é composta por inúmeros fatores entre eles: linguagem utilizada, conhecimento, inteligência emocional, postura geral no trabalho e cuidados com a aparência. Como o assunto “imagem profissional” é extenso, vamos neste momento nos ater aos cuidados com a aparência, que se constitui em um aspecto importante para o trabalho, mas que muitas vezes observa-se alguma resistência na adoção de comportamentos neste sentido. É importante que a equipe adote comportamentos que deem atenção especial aos diversos aspectos que envolvem os cuidados com a aparência pessoal, procurando imprimir uma imagem de profissionalismo, seriedade e cuidado com a imagem. Para que seja adotada uma cultura que envolva estes cuidados, é preciso que a ideia esteja permeada nos diversos setores do trabalho, mesmo para aqueles que realizam apenas trabalhos administrativos. Caso seja possível a adoção desses hábitos pela equipe em seus diversos setores, esse fato ajudará a impulsionar um fenômeno onde o autocuidado de um acaba por estimular os outros a ter também um melhor cuidado com sua aparência no trabalho. No caso da mulher, o uso de maquiagem (desde que seja possível em função do cargo que exerce) e o cuidado com os cabelos são elementos de grande importância na composição de uma aparência com impacto positivo no cliente atendido nas clínicas médicas. Apesar de sabermos da inegável importância desses cuidados, é preciso ressaltar que usá-los de forma equilibrada e apropriada para o trabalho deve ser uma grande preocupação. Márcia Campiolo Psicóloga com especialização em Administração de Recursos Humanos, atuando há mais de 25 anos. O mau uso da maquiagem e mesmo do preparo do cabelo para o trabalho com certeza transforma-se em um elemento de grande negatividade na imagem, o que “conspirará” contra o seu usuário, transformando-se num verdadeiro “gol contra”. Mas qual é a fórmula do equilíbrio e da adequação da maquiagem e do cabelo num ambiente do trabalho na área da Saúde, que é o caso das clínicas médicas? Como estes não são fatores passíveis de respostas matemáticas, mensuráveis numericamente, o caminho é definir os adjetivos da imagem que se quer transmitir e, a partir daí, traçar as possibilidades. Podemos dizer que a imagem deve transmitir: seriedade, discrição, bom gosto, serenidade, simpatia, higiene e profissionalismo. Com base nestas informações, podemos tentar traduzi-las resumidamente em ações da seguinte forma: (1) uso de maquiagem discreta e suave evitando-se cores fortes; (2) cabelos impecavelmente arrumados sem improvisações, o que criaria aparência de falta de cuidado com a imagem; (3) cabelos compridos devem manter-se preferencialmente presos; (4) cabe mencionar que as unhas devem merecer uma atenção especial e constante na área da Saúde, mantendo-se curtas, limpas e optando-se pelo uso de esmaltes claros ou transparentes. Cada um deve usar o seu bom senso para criar, dentro de seu estilo pessoal, uma imagem adequada ao seu ambiente de trabalho, mantendo-se afastada de visuais que tendem para o exótico ou excessivamente moderno, inclinando-se mais para o visual comportado, discreto e cuidadoso. É importante lembrar que esses cuidados devem ser incorporados na rotina do dia a dia de cada profissional, e não ser uma ação ocasional. Dessa forma, será possível que eles realmente passem a fazer parte da imagem que cada um quer imprimir no ambiente de trabalho. Podemos finalizar lembrando que os cuidados com cabelo e maquiagem sozinhos não são suficientes. É a harmonia de todos os comportamentos ligados ao trabalho e a presença deles dia após dia que tornarão consistente a imagem da profissional. Em uma frase carregada de sentido real, Napoleão Bonaparte disse: “Mulheres têm duas grandes armas: lágrimas e maquiagem”. Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Cuidados com a imagem pessoal no consultório 21 Medicina & Arte Armando J. C. Bezerra / Simônides Bacelar • Médicos A coluna da Peste A peste bubônica tem como vilã a bactéria Yersinia pestis. Alojada no tubo digestivo da pulga Xenopsilla cheopis, ela está sempre pronta para invadir o sistema linfático de alguém que venha a ser azaradamente picado por tão indesejado inseto. Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 O rato preto (Rattus rattus), enquanto vivo, em seu pelo aquecido, pode abrigar um número expressivo de pulgas. Com a morte do rato as pulgas abandonam seu corpo agora frio e, em busca de calor atacam qualquer pessoa que infortunadamente esteja em seu caminho. 22 Infectado, o doente apresenta febre, linfonodos fartamente ingurgitados, ou bubões (daí o nome peste bubônica), e hemorragias na pele que aparecem como manchas escuras (daí o nome peste negra). A cidade de Viena, na Áustria, carecia no século XVII de cuidados mínimos de higiene. O lixo amontoava-se nas ruas e não havia saneamento básico. Seu movimentado porto fluvial no Danúbio, rio que corta a cidade, colaborava para que os ratos tomassem conta de Viena. Em 1679 aconteceu a tragédia. Estima-se que aproximadamente cem mil habitantes de Viena faleceram numa grande epidemia de peste bubônica. O rei Leopoldo I escapou de morrer, pois fugiu em pânico para cidade vizinha. No exílio, fez uma promessa que retornaria a Viena assim que a peste já não estivesse mais dizimando seus súditos e mandaria fazer, no centro da cidade, um memorial em homenagem aos mortos e em agradecimento a Deus pelo fim da praga. A peste acabou, o rei voltou e a promessa foi cumprida. O memorial, inicialmente construído em madeira, foi substituído em 1693 por uma volumosa escultura em estilo barroco construída no calçadão da Graben, uma movimentada rua de comércio chique. A escultura, chamada Coluna da Peste (Pestsäule) ou Coluna da Santíssima Trindade, é resultado do trabalho de vários artistas, como Mathias Rauchmiller, Tobias Kracker, Johann Bendel e Paul Strudel. No ápice da coluna está o Espirito Santo sob a forma de pomba, ladeado por Deus, que abençoa com sua mão direita a cidade de Viena e, pelo Filho, que tem em sua mão uma grande cruz. A escultura, chamada Coluna da Peste (Pestsäule) ou Coluna da Santíssima Trindade, é resultado do trabalho de vários artistas.” No meio da coluna vê-se Leopoldo I – que também era imperador do Sacro Império Romano-Germânico – portando uma espada dourada, caído de joelhos, numa prece de agradecimento a Deus pelo fim da epidemia. Ao seu lado, um pequeno anjo alado segura a coroa dourada do rei, que a havia tirado da cabeça em sinal de respeito e humildade perante o Criador. Na base da Coluna da Peste chama atenção a escultura de uma bruxa velha caída de costas, simbolizando a derrota da epidemia, e a de uma mulher jovem, segurando uma cruz que representa os sobreviventes da peste negra. Ao fim da rua Graben, encontra-se a monumental catedral de Santo Estevão, cujo subsolo guarda os ossos de muitos vienenses que sucumbiram à peste bubônica. Passada a catástrofe, Viena tornou-se um exemplo para a humanidade. Graças à vida cultural, à segurança e à exce- lência dos demais serviços públicos oferecidos a sua população, Viena é atualmente considerada uma das melhores cidades do mundo para se viver. Cidade que acolheu Freud, o pai da psicanálise, Viena orgulha-se de ser a capital da Áustria – um indiscutível berço cultural na Europa. São austríacos, dentre tantos personagens famosos, compositores como Johann Strauss (O Danúbio Azul), Franz Schubert (Ave Maria) e Wolfgang Amadeus Mozart (As Bodas de Fígaro). Com a Pestsäule, os vienenses mantêm vivo o conhecimento hipocrático de que a higiene é um dos fundamentos da medicina no sentido de possibilitar o triunfo da saúde sobre a doença e a morte. Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Todo esse conjunto, que repousa sobre muitas nuvens repletas de querubins, foi revestido com material dourado reluzente. 23 Ponto Dr. Pedro Eduardo Nader Ferreira • Coordenador da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do CFM O que é a medicina estética? Medicina Estética Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 A medicina estética existe no Brasil de forma organizada desde 1987, quando foi criada a sociedade brasileira, que luta até hoje para que o CFM reconheça a especialidade e a regulamente. 24 Cirurgiões plásticos e dermatologistas criticam o aumento de cursos de especialização para a área, que não são reconhecidos pelo CFM. Eles alertam para o aumento de propagandas de cirurgias plásticas feitas até mesmo por não médicos e para os riscos gerados pela prática sem a devida qualificação. Para falar sobre a polêmica, a revista Médico em Dia ouviu Dr. Pedro Eduardo Nader Ferreira, coordenador da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do CFM, e o Dr. Nelson Rosas, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Estética. É um termo no qual compreende-se a designação de procedimentos médicos existentes em várias especialidades médicas já consagradas, tais quais a Dermatologia, a Endocrinologia, a Cirurgia Plástica, Otorrinolaringologia e tantas outras que de alguma maneira tem preocupação também com a estética. Portanto, não há que se falar em Medicina Estética como especialidade e sim como procedimentos de várias áreas que se dedicam à estética. O que diferencia um profissional especializado em medicina estética do profissional especializado em cirurgia plástica? Dr. Pedro Eduardo Nader Ferreira, Coordenador da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do CFM Não há especialidade médica estética, prevista nas normas do MEC, AMB, CFM. Portanto, entende-se como profissional médico especializado aquele capacitado para realização de procedimentos cientificamente reconhecidos na promoção e preservação da estética. Entretanto, a cirurgia plástica é uma especialidade médica reconhecida pelas normas estabelecidas pelo MEC, AMB e CFM, com abrangência de procedimentos reparadores e estéticos, nos quais, de acordo com opção pessoal e base em treinamentos específicos, dedicam-se os cirurgiões plásticos. A medicina estética é reconhecida pelo CFM? De acordo com as respostas às questões anteriores, a Medicina Estética não é uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e Associação Médica Brasileira. A prática da Medicina Estética, envolve vários procedimentos reconhecidos em várias especialidades. Se os procedimentos médicos forem reconhecidos cientificamente e dentro da ética, não existirão sanções e nem ilegalidade de sua utilização. Qual é a formação de um especialista em medicina estética? Os procedimentos previstos já reconhecidamente aceitos pelas comunidades cientificas são ensinados e praticados dentro de programas de Residência Médica. Por exemplo, um Dermatologista que, além de tratar enfermidades comuns à especialidade, procura dar um tratamento melhor das rugas, das manchas, da lipodistrofia localizada, utilizando-se para isso do manuseio de substâncias, LASER, luzes de intensidades e pulsos diferenciados, soluções de preenchimento. O Cirurgião Plástico que corrige deformidades nasais com o uso e soluções e biomaterias de preenchimento; que melhora a aparência das rugas com peeling mecânico (dermoabrasão), fisicos(LASER), químicos (ácidos esfoliantes); que aumenta o volume das mamas, dos glúteos, da panturrilha com próteses de silicone; que diminui as lipodistrofias localizadas com a lipoaspiração nas suas mais variadas formas. O Endocrinologista que trata da obesidade. O Otorrinolaringologista quando trata deformidades nasais, auriculares, etc. E todos os outros profissionais médicos que se utilizam dessas técnicas mesmo não sendo especialistas nessas áreas, mas com cursos de formação que os capacitem a realizar tais procedimentos. & Contraponto Dr. nelson rosas • Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Estética A Medicina Estética é um ramo de especialização da Medicina que torna o profissional médico apto a tratar as alterações inestéticas do corpo realizando procedimentos não invasivos ou minimamente invasivos. Auxilia o paciente a interromper ou reduzir seu sofrimento em relação a sua aparência, recuperando assim a autoestima. A longevidade crescente nos dias atuais aumenta a relevância da Medicina Estética, conferindo a ela um papel de Medicina Psicossomática, pois a satisfação em relação à própria imagem interfere agudamente nos relacionamentos afetivo, familiar, social e profissional, do ser humano. A Medicina Estética é uma realidade mundial. Não é pura e simples iniciativa de médicos brasileiros. Ela está presente na maioria dos países europeus, asiáticos, sul-americanos e em países como Estados Unidos, México e Canadá; e já é reconhecida como especialidade em alguns deles. O que diferencia um profissional especializado em medicina estética do profissional especializado em cirurgia plástica? A Medicina Estética é uma especialidade não cirúrgica. O profissional está habilitado a realizar exclusivamente procedimentos não cirúrgicos (procedimentos não invasivos ou minimamente invasivos, como aplicações de determinadas substâncias injetáveis, uso de Lasers etc). O profissional de Medicina Estética não está apto a realizar cirurgias plásticas. A cirurgia plástica habilita seu especialista a realizar cirurgias das mais variadas, de cunho estético e também reparador. É um profissional que passa, inclusive, por formação em cirurgia geral no início de sua formação. Porém, ele recebe treinamento exclusivamente cirúrgico, e não recebe em sua formação os ensinamentos referentes aos procedimentos não invasivos da Medicina Estética. Há muitos profissionais cirurgiões plásticos que fazem posteriormente curso de pós-graduação em Medicina Estética, tornando-se aptos a realizar seus procedimentos, aumentando, assim, seu leque de atuação. A medicina estética é reconhecida pelo CFM? A Medicina Estética luta por seu reconhecimento como Especialidade Médica no Brasil. Isto já é realidade em países pelo mundo, e recentemente a especialidade foi reconhecida na Bélgica e na Colômbia. A Sociedade Brasileira de Medicina Estética (Instituição fundada há 25 anos no Brasil e afiliada da UIME - Union Internationale de Médecine Esthétique - entidade sediada na França, que reúne todas as Sociedades Nacionais da maioria dos países europeus, asiáticos, sul ame- ricanos, e de países como Estados Unidos, México e Canadá), está comprometida em lutar por este ideal. A regulamentação da especialidade é necessária e é uma meta constante a ser atingida. Vimos recentemente especialidades outrora controversas, como Homeopatia e Acupuntura, lograrem seu êxito, alcançando o status de especialidades reconhecidas, e hoje ninguém mais as questionam. Dr. Nelson Rosas, Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Estética Sabemos que as questões envolvidas são mais de aspecto político e de reserva de mercado do que técnico-científicas. Os ensinamentos em Medicina Estética são ímpares, e a prova disso é que os cursos ministrados são comprovadamente freqüentados por médicos já especializados em outras áreas, como dermatologistas e cirurgiões plásticos. Sabemos também que este segmento tem um forte apelo, e acaba por ser explorado de variadas formas e por várias pessoas, inclusive não médicos, o que é muito perigoso. Somente a formação adequada do profissional médico e a caracterização do Ato Médico, o diferenciará dos demais que atuam neste segmento; e isto deverá ser um objetivo constante a ser atingido. Daí a importância da regulamentação da Medicina Estética. Qual é a formação de um especialista em Medicina Estética? O curso de pós-graduação em Medicina Estética deve tornar o médico capaz de identificar as alterações estéticas que causam descontentamento ao paciente, e tratá-las quando o tratamento possível indicado seja o não cirúrgico. As indicações cirúrgicas serão identificadas e encaminhadas ao cirurgião plástico. Este profissional estará apto a promover o rejuvenescimento da pele, utilizando técnicas como, aplicação de toxina botulínica, implantes injetáveis (preenchimentos), uso de tecnologias como Lasers, Radiofrequência, Ultrassons, para tratar flacidez, manchas, rugas, gordura localizada, celulite, etc; tudo isto de forma não cirúrgica. Estes ensinamentos são ministrados na especialização em Medicina Estética, e ao contrário do que se imagina, muito pouco disto é ensinado na especialização em Dermatologia (basta observar as grades de seus cursos nos sites das Universidades, onde constataremos que toda a carga horária é dedicada ao aprendizado das doenças da pele, e não para tratamentos estéticos). Mais uma vez, ressalto que o curso de Medicina Estética é freqüentado por médicos já especializados em Dermatologia e Cirurgia Plástica, que desejam aumentar seu arsenal de habilidades médicas e promover um tratamento mais integralizado de seus pacientes. Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 O que é a Medicina Estética? 25 Histórias da Música Popular Renato Vivacqua • Historiador da música popular Dr. Eudes Fernandes de Andrade • Médico Urologista Jamelão, sem papas na voz Um conceituado crítico musical afirmou certa vez que se tivesse estudado canto teria sido um dos maiores tenores do Brasil. Sisudo, mal-humorado, resmungão, não fazia concessão aos chatos nem aos fãs mais afoitos, mesmo os já consagrados.Tereza Cristina, a excelente cantora que revigorou o samba carioca, levou o maior fora ao Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 tentar dialogar com ele.Toni Garrido quis 26 beijar-lhe mão e tomou um chega pra lá: “Pra quê? Não sou Pai de Santo!” Era implacável com os presidentes de Escolas que proibiram os sambas de terreiro: “A verdade é que baniram o samba de terreiro. Os sambas que não podemos cantar nas quadras os sambistas que estão fazendo sucesso podem. Se eu quisesse cantar o “ Vai Vadiar” na Portela não deixariam, mas o Zeca Pagodinho foi lá, cantou e foi sucesso.” Uma fã quis beijar-lhe a bochecha e foi desencorajada a sua maneira: “Moça, eu não sei onde você andou com essa boca”. Não deixava para depois suas contundentes respostas. Detestava ser chamado de puxador de samba: “Eu não puxo carro nem fumo. Eu sou é intérprete!” Reforçava tal atitude o fato, que pouca gente sabe, de ser investigador policial. Quase desconhecido é seu nome de batismo: José Bispo, e que estaria completando 100 anos em 2013. Jamelão é uma fruta preta de origem indiana. Como naquela época não havia a paranoia do politicamente correto, o apelido dado por um radialista foi aceito sem repulsa. Quando mais jovem foi chamado de Moleque Saruê também sem estrilos. Na juventude, antes de começar a cantar foi jornaleiro e engraxate, cavaquinista e tocou tamborim na bateria da Mangueira. Mas queria mesmo era ser cantor. Trabalhava numa fábrica quando o seresteiro Onéssimo Gomes o levou para cantar pela primeira vez em público numa gafieira em Vila Isabel. Depois o mesmo Onéssimo , adoentado, pediu que o substituísse no dancing onde se apresentava. Passou a fazer a ronda dos dancings – o que lhe deu enorme versatilidade- e peregrinar por programas de calouros, inclusive o do exigente Ary Barroso, onde tirou a nota máxima. Muitas depois gravaria dele, de forma extraordinária, o samba “Folhas Mortas”. Depois de vencer um concurso na Rádio Clube em 1947 foi contratado e deslanchou. Antes, havia participado de um programa em outra emissora sem se firmar. Basta dizer que em 1949 Francisco Alves, o maioral no cenário artístico, deveria defender um samba em Concurso Carnavalesco, só que recebeu irrecusável proposta para se apresentar em São Paulo, avisando em cima da hora. E quem foi chamado para substituí-lo? Jamelão! E ganhou. Mas quem gravou foi Chico Alves, e a música foi o maior estouro. Certa vez, já famoso, foi cantar Folhas Mortas, então um enorme sucesso, num festival. O maestro Radamés Gnatalli resolveu caprichar fazendo A verdade é que baniram o samba de terreiro. Os sambas que não podemos cantar nas quadras os sambistas que estão fazendo sucesso podem. Se eu quisesse cantar o “Vai Vadiar” na Portela não deixariam, mas o Zeca Pagodinho foi lá, cantou e foi sucesso.” um arranjo com longa introdução. Jamelão , cansado, dormiu segurando o microfone, e quando foi acordado, ainda meio zonzo, soltou a voz em música diferente: “Mangueira, teu cenário é uma beleza...”, outro êxito seu na época. Foi então, por fim, contratado por uma rádio e logo chegou à primeira gravação em 78 rotações, onde numa das faces , acreditam, cantou um baião chamado “A jiboia comeu”. Mas, logo pegou seu estilo que revela influência de Ciro Monteiro. Em 1956 já despontava com “Leviana”, de ZÉ Kéti e Amado Regis. Em 1950 já começava a se aproximar do samba-enredo. A consagração com Folhas Mortas ( Sei que falam de mim/sei que zombam de mim(...) Hoje sou folha morta/ que o destino transporta...) e Exaltação à Mangueira, de Enéias Silva e Aloisio Costa (Mangueira, teu cenário é uma beleza/que a natureza criouôô...) veio em 1956. Esta repercutiu muito no carnaval. Mas fez outras conquistas no reinado de Momo como: “Eu agora sou feliz”, de sua autoria e Mestre Gato, “Quem samba fica”, com Tião Motorista, “Fechei a porta”, de Sebastião Mota e Ferreira dos Santos, “O samba é bom assim”, de Norival Reis e Helio Nascimento. Foi um dos primeiros a difundir “Partido Alto”. Intérpretemor de Lupicínio Rodrigues difundiu sambas contundentes como “Exemplo” e “Ela disse-me assim”. “Matriz e filial”, de Lúcio Cardim, provocou lágrimas no público feminino. Admira Chico Buarque e gostaria de ter gravado “Olhos nos Olhos”. Bom gosto, não? A mais bela voz para ele é da cantora Cláudia, uma das mais injustiçadas pela mídia nacional. Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Usava elásticos envolvendo os dedos e indagado por um fotógrafo a razão daquilo cuspiu fogo: “Você quer bater meu retrato ou saber da minha vida?” Num famoso programa de TV onde recusou um selinho da apresentadora explicou: “São para prender os maços de dinheiro no dia em que as gravadoras me pagarem direito.” Sua implicância com as empresas se evidencia num diálogo com Monarco quando este lhe cobrou: “Quando vai gravar um samba meu, Jamela?” Foi irônico: “Faça um iê-iê-Iê que eu gravo. É isso que os homens querem...” 27 Arraiá do Dotô reúne mais de 4 mil pessoas na AMBr Mais de quatro mil pessoas compareceram ao Arraiá do Dotô 2013 no dia 8 de junho. O evento, que já é tradição na cidade, superou Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 mais uma vez as expectativas dos organizadores e provou porque é considerada uma das melhores festas juninas da cidade. PATROCÍNIO: 28 Os presentes eram A banda Só pra Xamegar e a dupla Roni e Ricardo animaram a noite que contou ainda com a apresentação da quadrilha Colo de Menina, do Paranoá. Comidas e bebidas tradicionais mantiveram o alto padrão da festa: os presentes eram surpreendidos na entrada do Arraiá com uma bela mesa de doces típicos das festas de São João. Nas barraquinhas arroz carreteiro, churrasquinho, pastel, cachorro-quente, caldos, delícias de milho, entre outros quitutes. O presidente da AMBr, Dr. Luciano Carvalho, abriu a festa com um agradecimento a todos os presentes e em especial à diretoria e à equipe da AMBr, responsáveis pela organização do evento. “O sucesso desta festa é resultado do trabalho árduo da nossa equipe e da diretoria que foram incansáveis para proporcionar esse momento aos nossos associados. Agradeço em especial aos parceiros que foram fundamentais surpreendidos na entrada do Arraiá com uma bela mesa de doces típicos das festas de São João. para a concretização deste projeto e aos médicos que, mais uma vez, compareceram em peso para prestigiar o evento”, disse o presidente. Para conferir, acesse as fotos do Arraiá do Dotô, disponíveis no site da AMBr: www.ambr.org.br e no Facebook da Associação: www.facebook.com/ambrmedicos Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 A decoração, sempre impecável, contou com o toque especial de pequenas namoradeiras produzidas por artesãs de Minas Gerais. As barracas das clínicas e hospitais parceiros mais uma vez deram um toque especial, com decorações e atrações que encantaram a todos. 29 Tribuna Especial Médicos se unem e vão às ruas por uma saúde pública de qualidade A recente decisão do governo federal de permitir a entrada de médicos estrangeiros sem passar pelo Revalida, e os vetos da presidente Dilma à lei do Ato Médico acenderam a indignação da categoria médica que se uniu em todo o país em busca de mais Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 qualidade à assistência a saúde. 30 As entidades se mobilizaram e a cada dia o movimento ganha mais força. Os médicos temem pela saúde e pela segurança da população do interior do país que continuará sem infraestrutura, e que, com a medida, correrá o risco de ser atendida por médicos sem a devida qualificação técnica. Para o presidente da Associação Médica de Brasília (AMBr), Dr. Luciano Carvalho, as decisões do governo federal são criminosas e colocam em risco a vida da população. De acordo com Luciano, os vetos à lei do Ato Médico são irresponsáveis e vão impactar diretamente no atendimento médico à população. “A decisão beneficia a indústria farmacêutica e a de equipamentos, aniquilando a Lei. Mesmo diante de um momento de reflexão e protestos na sociedade, o governo demonstra que não vai avançar no tema ‘saúde’ com esta decisão”, declara. “Apesar das últimas notícias, os médicos devem se manter motivados e, mais do que nunca, mobilizados e unidos em prol de causas comuns. É preciso agir com prudência e de forma estratégica, escolhendo os alvos e as melhores oportunidades”, orientam as entidades médicas nacionais. Entenda as reivindicações dos médicos: »» O diretor de Comunicação da AMBr, Dr. Paulo Feitosa, acrescenta que os vetos demonstram a preocupação do governo em priorizar decisões populistas, mas que impactam na qualidade da assistência. “A atuação responsável do médico não merece veto. Não podemos permitir que questões eleitorais ou comerciais promovam uma assistência inadequada ao paciente”, conclui. Em Assembleia realizada na AMBr, com a presença da Associação Brasiliense de Médicos Residentes (Abramer), do Conselho Regional de Medicina (CRM/DF), do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) e mais de 250 médicos, a categoria definiu os eixos dos protestos: a derrubada dos vetos da presidente Dilma Rousseff à Lei do Ato Médico, a derrubada da MP da Morte (chamada pelo governo de Programa Mais Médicos), a criação da carreira médica de Estado e a destinação de 10% das receitas brutas da União para a Saúde. De acordo com a PEC 34/2011, em tramitação no Senado, os médicos de Estado deverão ser organizados em carreiras nos âmbitos federal, estadual, distrital e municipal, nos termos da lei orgânica que dispuser sobre sua organização e funcionamento. Suas atividades, consideradas essenciais ao funcionamento do Estado, serão exercidas unicamente no âmbito do Sistema Único de Saúde. »» Os médicos decidiram ainda seguir o calendário de mobilizações proposto pelas entidades nacionais e manter as mobilizações em todo o país até terem as suas reivindicações atendidas pelo governo federal. Derrubada da MP da Morte (Medida Provisória 621) MP estabelece a importação de médicos sem ter que passar pelo Revalida e o estágio obrigatório de dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para alunos que entrarem no curso de medicina a partir de 2015. As entidades médicas alertam para os riscos à população da importação de profissionais sem a devida revalidação do diploma. Os representantes não concordam também com a proposta de obrigar o estudante a trabalhar por dois anos sem infraestrutura no interior do país. »» O presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg Fialho, falou sobre a importância da união da classe médica para tentar reverter as decisões do governo. “Há tempos não víamos a nossa classe tão unida, precisamos manter a nossa mobilização e continuar a luta contra as recentes decisões do governo. A sobrevivência da categoria depende dessa mobilização, vamos colocar em xeque a reeleição da presidenta Dilma até termos a garantia de um atendimento com infraestrutura e de qualidade”, afirmou. Criação da carreira médica de Estado 10% da renda bruta da União A classe médica reivindica o investimento por lei de 10% do PIB na Saúde. O dinheiro garantiria os investimentos necessários na infraestrutura da saúde em todo o país. Hoje o Brasil investe somente cerca de 3,7% do PIB na área da Saúde. Acompanhe o calendário nacional de mobilizações pelo site da AMBr: www.ambr.org.br e no Facebook da Associação: Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 “A população mais carente corre risco. Está se reservando a ela uma medicina sem atestado de qualidade. Em nenhum outro lugar do mundo a medicina é praticada desta forma”, completa. www.facebook.com/ambrmedicos 31 ARTIGO Diretoria da AMBr AMBr repudia vetos ao Ato Médico Depois de mais de 11 anos de luta da classe médica para a aprovação da regulamentação da atuação profissional os médicos recebem mais uma pancada inconsequente da presidente Dilma. Os médicos estão atônitos, não era Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 esperado o apunhalamento da classe 32 neste momento. Vivemos um momento vital para a nação, onde as pessoas acordaram, verificaram que o transporte público é ruim, que a saúde é ruim, que a educação é ruim, que a habitação é ruim e que não suportam mais a corrupção e a ineficiência do Estado. A sofrida classe médica vem agüentando as agruras de um sistema público de saúde subfinanciado, de qualidade ruim e que é uma verdadeira desesperança na cabeça de cada brasileiro. Nós médicos convivemos com essa luta contínua entre o ter e o não ter, fazer ou não fazer, gritar ou ficar calado. Simplesmente precisamos dar um basta! O SUS precisa de gestão profissionalizada e não tem, o SUS precisa comprar com transparência e não faz, o SUS precisa ter financiamento decente e não possui. Profissionais de saúde precisam de salário e boas condições de trabalho para que isso possa se traduzir em humanismo e a população possa receber atendimento de qualidade. Não é incomum no serviço público nos deparamos com ações conflitantes entre médico e paciente quando na realidade nenhum dos dois têm culpa pelo sistema existente. Senhora presidente, onde estão os equívocos dos seus vetos? É necessário que a senhora conheça melhor a classe médica. O diálogo conosco não é proibido! A senhora precisa chamar as entidades representativas para conhecer melhor como é a atuação do médico. A senhora precisa conhecer os deveres da nossa categoria, as obrigações, e entender de forma clara e objetiva. A regulamentação da profissão é um direito que não merece veto! É fundamental lembrá-la que a senhora é hoje presidente da República devido à competência médica de brasileiros que promoveram o diagnóstico e a cura da sua doença. Sabemos que a senhora não foi atendida pelo SUS, mas sonhamos que um dia possamos dar a todos os brasileiros tratamento semelhante ao que foi disponibilizado para a senhora. Dessa forma, é necessário observar pontos vetados pela senhora ao projeto do Ato Médico: que o texto, da forma como foi redigido, “impediria a continuidade de inúmeros programas do Sistema Único de Saúde que funcionam a partir da atuação integrada dos profissionais de saúde, contando, inclusive, com a realização do diagnóstico nosológico por profissionais de outras áreas que não a médica. É o caso dos programas de prevenção e controle à malária, tuberculose, hanseníase e doenças sexualmente transmissíveis, dentre outros. Assim, a sanção do texto poderia comprometer as políticas públicas da área de saúde, além de introduzir elevado risco de judicialização da matéria”. Senhora presidente, fazer diagnóstico de tuberculose, hanseníase, DST e malária é privativo do médico. Não é porque estes males afetam mais os menos favorecidos economicamente que eles devem ser “premiados” com subdiagnósticos e tratamentos incorretos. Quem estuda para diagnosticar e tratar essas doenças é o médico. Se por acaso em algum local do Brasil esse tipo de diagnóstico e tratamento estiver sendo feito por outros profissionais é por pura insuficiência do Estado. E é por questões como esta que a população está nas ruas gritando. Não é recomendável que a principal autoridade do país institucionalize a insuficiência do Estado. 2 Também foi vetado o trecho que estabelecia como privativo dos médicos a “invasão da epiderme e derme com o uso de produtos químicos ou abrasivos” e a “invasão da pele atingindo o tecido subcutâneo para injeção, sucção, punção, insuflação, drenagem, instilação ou enxertia, com ou sem o uso de agentes químicos ou físicos”. Segundo Dilma, “os dois dispositivos atribuem privativamente aos profissionais médicos um rol extenso de procedimentos, incluindo alguns que já estão consagrados no Sistema Único de Saúde a partir de uma perspectiva multiprofissional”. Se não houvesse o veto, afirmou a presidente, até a prática da acupuntura ficaria privativa aos médicos. Informou ainda que o Executivo vai apresentar nova proposta sobre a questão. Este trecho é muito sério e beneficia os profissionais da área de estética, permitindo, por exemplo, que salões de beleza possam oferecer tratamentos com laser para tirar sinais na pele e pintas, sem o acompanhamento de um médico dermatologista. Outro ponto: Senhora presidente, acupuntura é uma forma de tratamento e, para tratar alguém o profissional precisa entender a doença, saber diagnosticá-la e saber que tipo de tratamento pode-se realizar. Com tantos pré-requisitos o tratamento só pode ser realizado por um médico. Não se pode permitir que questões comerciais, falta de oportunidade de algumas profissões ou outros fatores promovam uma assistência inadequada ao paciente. Acupuntura só pode ser realizada por médico. Por exemplo, se você tem asma e vai tratá-la com acupuntura, o profissional precisa entender da fisiopatologia da doença. Quanto aos procedimentos invasivos citados acima, com os vetos da presidente, um cateterismo, por exemplo, poderá ser realizado por um profissional não médico e isso é um grande risco! 3 Outro veto foi ao trecho que dava exclusi- vidade aos médicos na indicação do uso de órteses e próteses. “Os dispositivos impossibilitam a atuação de outros profissionais que usualmente já prescrevem, confeccionam e acompanham o uso de órteses e próteses que, por suas especificidades, não requerem indicação médica”, diz mensagem de veto. Com o veto, fisioterapeutas poderão prescrever próteses e enxertos sem o acompanhamento de um médico. Estes profissionais não possuem formação adequada para esse tipo de prescrição. Assim como os profissionais de Optometria, que poderão prescrever lentes de contato em óticas, sem o acompanhamento de um oftalmologista. 4 Outro ponto vetado é o que definia como privativo aos médicos a direção e chefia de serviços médicos. Senhora presidente, como pode um profissional que não seja médico dirigir e chefiar um serviço médico? Por exemplo, um serviço de cardiologia deve ser chefiado por um médico cardiologista, já que a chefia é técnico-administrativa. Não se pode entregar a chefia de um serviço médico a uma pessoa que não entenda de todo o processo técnico que envolve o diagnóstico e tratamento de uma doença. Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 1 Na mensagem de veto, a presidente afirmou 33 34 Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Jovem Médico Acesso gratuito ao UpToDate » Informações: aplicacao.periodicos.saude.gov.br Exame AMP 2013 Prova Seletiva para Concurso de Residência Médica 2014 Data da Prova Geral e Provas Específicas: 10 de Novembro 14h Local: Universidade Positivo – R. Profº Pedro Viriato Parigot de Souza, nº 5.300, Campo Comprido – Curitiba/PR Inscrições: São mais de 20 cursos online disponíveis que abordam variados temas, tais como: anatomia, cuidados de enfermagem e temas gerais médicos de atenção primária. Alguns cursos são mais rápidos, com aulas únicas de somente 15 minutos, e outros são de educação continuada, como o UTI Compartilhada. Para participar basta fazer o seu cadastro no site e escolher um curso. As aulas estão disponíveis somente através do site do Einstein, de modo que não há ainda nenhum aplicativo de smartphone, canal no YouTube ou iTunes, como acontece nas universidades americanas. Ao final do curso você poderá receber um certificado de participação. » Informações: http://www.einstein.br/Ensino/cursos-abertos/ Paginas/cursos-abertos.aspx Com informações: MédicoNerd 02 de Setembro a 14 de Outubro Início: Informações: Seguindo a tendência mundial do open learning, o Hospital Albert Einstein lançou o projeto Cursos Abertos Einstein, que disponibiliza cursos online gratuitos em diversos temas de saúde. Canstock Período: Cursos online gratuitos do Albert Einstein Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Na última edição da revista Médico em Dia publicamos sobre o Portal Saúde Baseada em Evidências, uma parceria entre MEC e CAPES para fornecer boas fontes de estudo e pesquisa atualizados para os profissionais de saúde. Recentemente o portal acrescentou seis novas bases de dados, mas a grande aquisição foi o UpToDate. O mais tradicional e certamente um dos melhores portais médicos, o UpToDate agora está disponível gratuitamente para qualquer profissional da área de saúde. Como acessar? O portal Saúde Baseada em Evidências é acessível para os profissionais de saúde que tenham cadastro em seus respectivos conselhos profissionais. O cadastro no site é feito exatamente através do seu número do conselho, podendo, então, ser acessado de qualquer computador. (41) 3024.1415 www.amp.org.br 35 Agende-se Agosto Data: Horário: Local: Investimento: Informações: Programa de Empreendedorismo e Gestão da AMBr Educação Continuada AMBr Tema Curso de Gestão Financeira e de Custos: prática efetiva e ferramentas de apoio Palestrante: Eduardo Regonha Mesa Redonda Atualização em Tumores de Ovário. 03 de agosto (sábado) 08h às 12h Centro de Convenções da AMBr Setor de Clubes Sul Trecho 03 Conjunto 06 Sócio AMBr – R$100,00 Não Sócio – R$ 150,00 [email protected] – enviar nome completo (sócio e não sócio), CPF e email. Informações: (61) 2195.9716/2195.9756 www.ambr.org.br Temas 1) Atualização em Tumores Não Epiteliais de Ovário – Dra. Walquíria Quida Salles Pereira Primo 2) Atualização em Tumores Epiteliais de Ovário – Dra. Viviane Rezende Data: Horário: Local: Informações: Inscrições: Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 XLIX Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Data: Local: Informações: Torneio Interno de Tênis AMBr Data: Local: Inscrições: Informações: Sarau AMBr 16 e 18 de agosto AMBr a partir de 29 de julho www.ambr.org.br Happy Hour AMBr Data: Local: Informações: Telefone: 36 07 a 10 de agosto Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camilo – Campo Grande/MS www.medtrop2013.com.br Telefone: 13 de agosto de 2013 19h às 22h AMBr Setor de Clubes Sul Trecho 03 Conjunto 06 2195.9716 e 2195.9756 www.ambr.org.br Associado AMBr – sem ônus Não Associado – R$ 30,00 (61) 2195.9797 09 de agosto AMBr www.ambr.org.br (61) 2195.9797 Data: Horário: Local: Informações: Telefone: 30 de agosto 19h às 22h AMBr www.ambr.org.br (61) 2195.9797 XX Jornada Psiquiátrica do Centro-Oeste – XII Jornada Brasiliense de Psiquiatria Tema Central A Psiquiatria e as Neurociências Data: Informações: Inscrições: 30 e 31 de agosto (61) 3443.1623 www.apbr.com.br 68º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia Data: Local: Inscrições: 07 a 10 de setembro Centro de Convenções Ulysses Guimarães – Brasília DF www.dermatobrasilia2013.com XI Feira de Saúde de Brasília Setembro Tema Prevenção é Saúde Exame AMP 2013 Coordenação Dra. Olímpia Lima – Diretora de Relações com a Comunidade da AMBr Inscrições: Data: Horário: Local: Informações: Inscrições: 02 de setembro a 14 de outubro 10 de novembro – Provas geral e específicas 14h Universidade Positivo: R. Profº Pedro Viriato Parigot de Souza, nº 5.300, Campo Comprido – Curitiba/PR (41) 3024.1415 www.amp.org.br Data: Local: Informações: COGER – 7º Congresso Centro-Oeste Geriatria e Gerontologia Data: Local: Inscrições: Canstock 20 e 21 de setembro Metrô – Rodoviária do Plano Piloto (61) 2195.9797 / www.ambr.org.br 26 a 28 de setembro Centro de Convenções Ulisses Guimarães – Brasília DF www.coger2013.com.br Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Prova Seletiva para Concurso de Residência Médica 2014 37 Vitrine Fotos: André Vilarim e Lina Borba 1 3 Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 6 38 2 4 5 7 1 Luciano Carvalho e sua esposa Patrícia com a comunicadora Mônica Nóbrega 2 Frederico Montenegro, Antonio Geraldo, Elias Miziara, Carlos Fernandes e Luciano Carvalho 3 Agnelo Queiroz e Ilza Queiroz 4 Luciano Carvalho, Gutemberg Fialho e Paulo Feitosa 8 5 Lairson Rabelo, Paulo Feitosa, Carlos Sabino, Olímpia Lima, Luciano Carvalho e Jorge de Araújo. 6 Jorge de Araújo, Luciano Carvalho, Marcos Piauilino, Elias Couto e José Nava. 7 Delson Rodrigues Pereira, José Carlos Daher e José Leal 8 Pedro Rollemberg, Mariana Medeiros, Adilson Vasconcelos, Vívian Vasconcelos, Camila Medeiros e Alessandro Charcha 10 13 16 17 19 20 9 10 11 12 13 Emanuella Mendonça e Denys Aragão Rayane Carla e Gizele Nayara Rogério Sambonato e Tatiana Prodt Daniel Lucas e Julia Bundchen Marcos Thompson, Nivea Paula, Lucas Monteche, Camila Guimarães e Fabrício Borges 11 12 14 15 18 21 14 Marisa Carla e Rennan Lins 15 Maria Eliza, Bonifácio Alvim, Liv Cavalcanti e Osvaldo Cavalcanti 16 Marcela Mendes e Frederico Montenegro 17 Renata Camargo, Tobias Camargo, Wanessa Godoy e André Matos. 18 Alexandre Sales, Ana Caroline, Antônio César, Josiane Negretto e Daniel Negretto 19 Simônides Bacelar, Jose Nava, Maurício e Leonardo Rodovalho 21 Evelyn Theinzen e Andrei Alkmin Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 9 39 Vitrine Eventos AMBr 1 2 5 4 Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 6 40 3 7 1 A comunicadora Mônica Nóbrega recebe os médicos Ana Cristina e Ernane Maciel e a professora Lúcia, do SESC, em mais uma edição do Talk Show da AMBr 2 Dr. Elias Couto, diretor de Planejamento da AMBr, durante a palestra Influência Comportamental na Gestão 3 Dr. Luciano Carvalho dá informações ao Yoshitaka Kinoshita, primeiro secretário da Embaixada do Japão e ao Dr. Hideta Tsugimatsu, adido médico da Embaixada do Japão, sobre a importação de médicos estrangeiros 8 4 Dr. Luciano Carvalho concede entrevista durante manifestação dos médicos conta os vetos ao Ato Médico e Programa Mais Médicos 5 Estudantes de medicina de São Paulo se reúnem na AMBr antes de ato no Congresso contra o Programa Mais Médicos 6 Turma do Gambá se reúne todas as quartas-feiras na AMBr 7Votação durante Assembleia de Mobilização dos Médicos na AMBr 8 Dr. Paulo Feitosa, Dra. Dinamara Rocha, Dr. Cristiano Melo, Dra. Renata Reis, Dr. Eronildes Salustiano, Dra. Doris Daher, Dr. Luciano Carvalho e Dr. Fernando Fernandes, durante a entrega dos títulos de especialista na AMBr Notícias AMBr Vem aí a XI Feira de Saúde de Brasília Nos dias 20 e 21 de Setembro acontecerá a XI Feira de Saúde de Brasília, realizada pela AMBr, com o apoio de empresas e órgãos da área de saúde. AMBr realiza Curso de Gestão Financeira e de Custos Com o tema Prevenção é Saúde, a Feira tem o objetivo de oferecer informação e orientação à população sobre assuntos ligados a saúde com foco no planejamento familiar. O Programa de Empreendedorismo e Gestão da AMBr convida médicos e gestores de consultórios e clínicas para o Curso de Gestão Financeira e de Custos: prática efetiva e ferramentas de apoio, com Eduardo Regonha, professor de Custos Hospitalares e Contabilidade Gerencial em São Paulo-SP. O evento acontece no Espaço do Metrô da Rodoviária do Plano Piloto, com estandes de diversas sociedades de especialidade e faculdades de medicina do DF, que apresentarão seus Programas de Saúde como: hipertensão, tabagismo, aleitamento materno, entre outros. O objetivo do curso é ajudar os profissionais no gerenciamento eficaz dos custos e das estratégias financeiras. Os gestores, por meio de uma visão inovadora e atualizada, são instruídos a avaliar as necessidades e as tendências do mercado e aplicar os conhecimentos e os instrumentos no seu ambiente de trabalho. “Visamos a melhoria da qualidade de vida, da saúde física e psicossocial, por isso organizamos este evento multidisciplinar e multiplicador de conhecimentos” diz a Diretora de Relações com a Comunidade da AMBr, Dra. Olímpia Alves Teixeira Lima. Centro de Convenções da AMBr – Setor de Clubes Sul Local: Trecho 03 Conjunto 06 Sócio AMBr = R$100,00 – Não Sócio = R$ 150,00 Investimento: Vagas limitadas! Inscrições: [email protected] enviar nome completo (sócio e não sócio), CPF e email. Informações: 2195-9716 e 2195-9756 / www.ambr.org.br Mesa Redonda: Atualização em Tumores de Ovário A Associação Médica de Brasília (AMBr) convida para a Mesa Redonda: Atualização em Tumores de Ovário. Sob a coordenação da Dra. Ana Patrícia de Paula, diretora Científica e de Ensino Médico Continuado da Associação, o evento contará com a presença do Dr. Rodrigo Nascimento Pinheiro, que irá presidir a mesa. Torneio Interno de Tênis AMBr Entre os dias 16 e 18 de agosto a AMBr realiza o Torneio Interno de Tênis da Associação. As inscrições começam no dia 29 de julho e podem ser feitas na Secretaria da AMBr. O Torneio é aberto para todas as idades. ► Informações: www.ambr.org.br ► Temas: Atualização em Tumores Não Epiteliais de Ovário » Dra. Walquíria Quida Salles Pereira Primo Atualização em Tumores Epiteliais de Ovário » Dra. Viviane Rezende ► Serviço: 13 de agosto de 2013 – 19h às 22h AMBr – Setor de Clubes Sul Trecho 03 Conjunto 06 » Informações: 2195.9716 e 2195.9756 / www.ambr.org.br » Inscrições: Associado AMBr – sem ônus Não Associado – R$ 30,00 Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Data: 03 de agosto (sábado) – Horário: 08h às 12h 41 42 Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 43 Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Saúde ocular: bons olhos são muito mais que olhos bons Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Na oportunidade do Dia da Saúde Ocular as manifestações festivas e de conscientização tornam fértil o terreno para argumentação e busca de soluções para muitos problemas cotidianos do oftalmologista e dos profissionais envolvidos em manter a integridade e funcionalidade visual. 44 O entendimento da saúde ocular passeia necessariamente pelo acesso ao médico oftalmologista, desde o clínico com formação ampla até o subespecialista e seu armamentário tecnológico e preciso. Defendo postura crítica e estratégia para mensurar os reais riscos à visão da nossa população, crendo que bons olhos são muito mais que olhos bons. A diabetes continua como grande vilã entre as causas de cegueira no Brasil. A hiperglicemia pode agir com mudanças de grau, miopizando o olho por causa do edema do cristalino. De forma mais devastadora pode gerar edema macular e neovascularizações vítreorretinianas que trazem consigo complicações e baixa da acuidade visual. Medidas preventivas são fundamentais para o sucesso no combate a essa importante doença ocular, com programas para detectar os pacientes em risco de retinopatia diabética e instituir o tratamento necessário. Devemos lembrar que o pré-natal adequadamente realizado também é importante para a saúde ocular da população. É frequente depararmos com pacientes que contraíram doenças infecciosas ainda na fase gestacional e que desenvolveram graves complicações oculares, tais como, catarata, coroido-retinite por toxoplasmose, má-formações embriológicas das túnicas oculares gerando colobomas completos ou parciais, aniridia e catarata congênita. Muitas dessas infecções com transmissão gestacional e outras alterações de origem metabólica poderiam ser evitadas com a assistência pré-natal. Considerada por muitos como um dos milagres da medicinia do século XX, a correção cirúrgica da catarata pela facoemulsificação estabeleceu novo fôlego à longevidade visual de milhões de pessoas. Estabelecendo bioeticamente um novo conceito de normalidade em enxergar na faixa etária da senilidade, a cura cirúrgica da catarata presenteou os pacientes mais longevos em seus anseios por mais qualidade visual nas décadas finais, e não menos importantes e especiais, de suas vidas. Oferece-se conforto, rapidez e segurança em um tratamento outrora estigmatizado como de alto risco, à semelhança por analogia da febre puerperal antes da instituição da antissepsia. Maravilha-se com as várias formas de corrigir as opacidades do cristalino e devolver ao individuo sua independência visual. Tratar de saúde ocular também é falar da luta contra a optometria não médica. A optometria, atividade idealmente realizada pelo médico oftalmologista, consiste em utilizar os conhecimentos de refratometria, estrabologia, materiais e índices refrativos das lentes e usar estas informações para a correção dos desvios oculares e erros refrativos, citam-se, miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Infelizmente, estes conhecimentos vêm sendo inadequadamente usurpados pelos técnicos em óptica. Estes não têm formação para dignosticar e tratar doenças oftálmicas e/ou sistêmicas, trazendo óbvios malefícios à saúde da população que, desinformada, recorre aos seus serviços. É mister que o oftalmologista, médico e especialista em sua formação, tenha para si a grande responsabi- Dr. André Gustavo de Araújo Rolim Presidente da Sociedade Brasiliense de Oftalmologia lidade do diagnóstico, aferição e prescrição dos graus que seus pacientes necessitam. Não menos importante, valorizamos a assistência às crianças em idade escolar. É torturante a ideia de que um estudante tenha confundida sua incapacidade de aprovação acadêmica com eventual insuficiência visual devido às ametropias que simples óculos solucionariam. Os pais e professores têm papel primordial em suspeitar da deficiência visual nessas crianças e o seu pronto encaminhamento ao oftalmologista. O sucesso de uma carreira intelectual brilhante pode residir neste simples detalhe. A abrangência do que caracteriza a saúde ocular avança a esfera técnico-médica para fazer-se presente em questões político-sociais, com níveis mínimos de higiene, nutrição, informação e acesso aos tratamentos clínicos e cirúrgicos. Comemoramos a referência à saúde ocular mundial com lembranças de grandes conquistas, mas também lamentamos que o acesso a estes meios seja restrito. Artigo Mestrinho Sem “enchergar” o futuro Pobre o país que para enxergar tapa os olhos para não se ver. Diz o ditado popular com sapiência: “Cego é aquele que não quer enxergar”. Pois bem, o Governo Federal está privilegiando a incompetência em nosso universo cultural, admitindo que sejam negligenciados o bom português, falado e escrito, e a excelência da formação profissional nas provas e concursos públicos. A UNB, referência do ensino superior, está “propondo” relaxar o rigor dos seus exames do vestibular para favorecer os “excluídos”. E, o que é mais grave, as Universidades Federais estão dispensando os requisitos de mestrado ou doutorado em seus concursos. Aprender e se apresentar em condições de competir não é mais importante. Banaliza-se o ensino público, em todos os níveis, do fundamental ao superior. O último ENEM foi um desastre. O MEC mais uma vez se “superou” ao aceitar como “desvios” os erros ortográficos, de concordância verbal e os de acentuação. Chutaram o vernáculo da língua portuguesa para o lixo da nossa gramática. Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 É nesta toada, em favor dos despreparados, que a medicina brasileira desce ladeira perdendo espaços outrora conquistados com muito estudo e abnegação. Normalmente, as melhores notas do vestibular são alcançadas pelos estudantes de medicina, que costumam estar mais bem preparados. 46 Assistimos a OAB obstinada em barrar a abertura de cursos de direito. E “impiedosamente” reprovar os menos preparados nos Exames de Ordem, e o MEC os atende, suspendendo a abertura de novos cursos. Para a Medicina a lógica é outra. O governo “estuda” mudanças para qualificar médicos sem a devida validação dos diplomas para “compensar” a própria incompetência em distribuir profissionais de saúde no país. O erro dos nossos governantes – os presentes e os passados – é de origem. Não atacam a essência. DR. Mestrinho Diretor de Assuntos Parlamentares da AMB O Ministro da Saúde declara que: “o principal problema de saúde no Brasil é a falta de médicos”. E completa: “não se faz saúde sem médicos perto da população e formado com qualidade”. Tremenda falácia. O Ministério da Saúde sabe que não faltam médicos no Brasil. Há uma notória má distribuição dos profissionais, por inexistência de estímulo para fixá-los nos mais longínquos rincões. Querem impingir ao país médicos, brasileiros ou não, formados na Bolívia e em Cuba, primordialmente. Médicos que não conseguem obter a necessária validação dos cursos para atuar aqui, sem a “devida capacitação profissional”, no atendimento a população brasileira. Para qualificar médicos formados fora do país, o MEC e o MS, criaram o Revalida, devidamente apoiados pelas entidades médicas. E o que se viu? Conforme dados do Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais), em 2010, dos 510 inscritos só dois conseguiram validar o diploma emitido no exterior. Dos 536 candidatos, em 2011, sessenta e cinco passaram, 12.1%. E dos 782 médicos que fizeram o exame, em 2012, setenta e sete, 9,8%, foram aprovados. É óbvio que estão despreparados para o exercício profissional. Mas, o governo está dando um jeitinho, com sabor tropical: desmistificam o exame por considerá-lo difícil. Liberam a abertura de novas faculdades pouco se importando aonde, e aumentam a oferta de vagas nas Universidades Federais para “atender a demanda”. Prometem trazer médicos formados na Europa (Portugal e Espanha) para atuarem no interior do Brasil. Os argumentos são infindáveis em quantidade, todavia um equívoco em qualidade. O governo esquece-se de dizer ao povo brasileiro o motivo pelo qual os médicos de qualquer nacionalidade não se fixam no interior. É pela falta de condições para exercer uma medicina estruturada no atendimento aos cidadãos onde quer que se encontrem. Criar uma Carreira de Estado para os médicos está fora dos propósitos do governo. Nesta argumentação poderíamos construir uma pirâmide de artimanhas patrocinadas pelo Executivo e a sua base política na tentativa de impor ações coercitivas, falsamente modernizantes, maquiando a realidade, abrindo as comportas para atender os caprichos dos acordos políticos com os países do Mercosul e da América Latina. E quem são as vítimas? Os alunos de medicina que aqui estudam, a população brasileira ludibriada com falácias e a medicina brasileira, desestimulada e descrente das políticas públicas de saúde, que desvirtuam os princípios universais do SUS. Ora, num país que tem, segundo o IBGE, 30,5 milhões de analfabetos funcionais, 20,4 da nossa população, são providenciais os versos do Luiz Gonzaga, na letra do Assum Preto: “Tudo em vorta é só beleza/ Sol de abril e a mata em frô/ Mas assum preto, cego dos óio/ Num vendo a luz, ai, canta de dor/ Talvez por ignorança, ou mardade da pió/ Furaro os óio do assum preto/ Pra ele assim canta mió/ Assum Preto veve sorto/ Mas não pode avuá. Triste sina do Assum Preto. Rogamos que a Educação e a medicina brasileira “veva mió” e com futuro. Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Que médicos o governo pretende formar para atuar no país? Os desqualificados para atender os cidadãos pobres? Os excluídos sociais aspiram educação, saúde e emprego. Não esmolas. 47 Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 A arte de cozinhar 50 O médico nefrologista Marcelo Almeida é um apaixonado pela gastronomia e pela pesca. Apesar de ter sido vegetariano por quase 30 anos e atualmente só comer carne de peixe, não abre mão de testar e fazer pratos com carnes. “Tenho sempre ao meu lado minha família e amigos que me auxiliam na preparação dos pratos, experimentando os temperos e me ajudando a chegar ao ponto certo”, diz o médico gourmet. Nascido em Juiz de Fora, veio para a capital federal aos quatro anos de idade. Formou-se em medicina na UnB e fez mestrado em São Paulo. Foi na capital paulista que se encantou pela arte de cozinhar, especialmente pela culinária francesa. O segredo da boa comida é ser paciente e utilizar bons ingredientes” Bisteca Suína com Chutney de Maçã Chutney Modo de Preparo: •03 maçãs descascadas e picadas •02 colheres de sopa de manteiga •01 cebola picada •03 dentes de alho amassados •15 ameixas secas picadas •10 damascos secos picados •01 colher de café de tempero chimichurri •01 pitada de curry defumado •01 pitada de páprica picante •01 colher de café de canela •02 colheres de sopa de mel •01 pitada de pimenta calabresa moída •02 colheres de sopa de vinagre balsâmico •01 dose de conhaque Espaguete ao molho de Gorgonzola acompanhado de Filé Grelhado Ingredientes: •180 gramas de queijo gorgonzola picado •01 colher de sopa de manteiga •350 gramas de creme de leite fresco •01 colher de chá de alho amassado •01 pitada de noz moscada moída na hora Colocar em uma penal bem quente a manteiga, o alho, a cebola e deixar refogar. Acrescentar as maçãs picadas, as frutas secas, mexer bem e acrescentar o conhaque. Esperar o álcool evaporar e acrescentar o vinagre balsâmico. Acrescentar o chimichurri, a páprica, o curry, a canela, a pimenta calabresa e o mel. Acrescentar 1 copo de água e deixar cozinhar lentamente. Caso seja necessário, acrescentar água aos poucos até finalizar o cozimento, cerca de 20 minutos. O chutney pode ser adaptado com frutas da estação, fica muito bom com manga, abacaxi ou pêra. Pode ser guardado na geladeira por até dois meses e utilizado como aperitivo e acompanhamento para carnes. Bistecas Temperar cerca de 5 bistecas com sal e pimenta do reino dos dois lados. Colocar uma colher de manteiga em uma frigideira bem quente, acrescentar as bistecas e deixar fritar dos dois lados. Servir em seguida acompanhada pelo chutney. Molho Modo de Preparo: Colocar em uma panela bem quente a manteiga e o alho. Após fritar acrescentar o creme de leite fresco, o gorgonzola e mexer até o queijo desmanchar. Acrescentar a noz moscada. Cozinhar 250 gramas de espaguete Grano Duro com sal. Após o cozimento, escorrer a água e misturar o molho à massa. Servir bem quente. Filé 500 gramas de filé limpo e cortado alto. Temperar com sal e pimenta do Reino dos dois lados. Colocar uma colher de manteiga em uma frigideira bem quente, acrescentar os filés e deixar fritar dos dois lados. Servir em seguida acompanhados pelo espaguete. Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 INGREDIENTES 51 Destinos chile Chile: destino gastronômico e cultural para todos os gostos Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Pode-se dizer que o Chile é o país com a maior diversidade climática do mundo. Localizado entre o Oceano Pacífico e a Cordilheira dos Andes, possibilita que seus visitantes conheçam desde o extremo deserto no norte ao clima alpino com neve ao sul. 52 Em sua capital, Santiago, os turistas têm opções de compras e passeios em boutiques de luxo a feiras artesanais, onde encontrarão produtos em cobre, madeira, pedra e lã, além de especiarias como licores e geleias. A vida noturna também é agitada, vale apostar um passeio aos cassinos da cidade que são uma tradição no país. Chile é o lugar ideal para se praticar o ecoturismo, sua geografia variada oferece passeios em rios, vulcões, lagos, montanhas nevadas, desertos, praias e vales, permitindo a prática dos mais variados esportes como esqui, snowboard, surf, caiaque, entre outros. O país teve grande influência europeia em sua culinária. Os peixes e mariscos são os ingredientes dos principais pratos chilenos, com destaque ao Curanto, que é um cozimento de mariscos, carne e batatas, feito em um buraco na terra, coberto com pedras quentes e folhas de nalca. Outro pedido frequente dos turistas é o Pastel de Choclo, não deixe de experimentar! O vinho tem fama internacional, as vides são cultivadas nos vales interiores, onde também são produzidas geleias, porém a bebida mais tradicional é “Pisco” ou “Pisco Sour”, um licor preparado com suco de limão, açúcar e clara de ovo. No interior de Arica, Iquique e Antofagasta é possível conhecer igrejas, museus e sítios arqueológicos que revelam os traços da cultura pré-colombiana e aymara. Na cidade de Valparaíso encontra-se o Centro Histórico do país, Patrimônio Mundial da UNESCO. Sugerimos conhecer o maior telescópio do mundo, o Alma, que foi inaugurado este ano e custou cerca um bilhão Bodegas e vinhos ► As visitas de um dia a bodegas próximas de Santiago são um dos passeios preditos dos brasileiros que vão ao Chile. O país oferece um roteiro de vinho admirável. O visitante encontra variadas opções de muito boa qualidade como Cabernet Franc, Merlot, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Carignan e Cinsault. ► O que faz do Chile uma experiência única de turismo é que em cada viña ou hotel de bodega o turista encontra algo surpreendente e único. Embora tudo gire em volta do vinho e da gastronomia, com degustações e harmonizações, cada uma das viñas oferecem algo novo. ► ► O turista pode sair das pistas nevadas de Valle Nevado ou passar um final de semana em Santiago e ir a Santa Rita Casa Real, a 45 minutos da capital. Tem também a opção de ir mais além e conhecer Pirque e os vales de Maipo ou Colchagua. SERVIÇOS de euros e conta com 66 antenas de alta tecnologia, localizado no norte do Chile, especificamente no deserto do Atacama. Lá o visitante pode ver a olho nu comprimentos de onda milimétricos e submilimétricos. O passeio é guiado por astrônomos que também oferecem palestras educativas sobre o universo e as galáxias. A principal porta de entrada para o Chile é a capital Santiago, servida pelo Aeroporto Internacional Comodoro Arturo Merino Benítez (www.aeropuertosantiago.cl), também conhecido como Pudahuel, a 20 quilômetros do centro de Santiago. Mas Punta Arenas, na Patagônia, recebe voos de Ushuaia, na Terra do Fogo argentina, em seu Aeroporto Internacional Carlos Ibañez del Campo. Em Antofagasta, no norte, também pousam voos vindos da Argentina, no Aeroporto Internacional Cerro Moreno. Existem voos diretos de São Paulo pela Gol, TAM e LAN. Essa última também tem conexões com o Rio de Janeiro. REFERÊNCIAS http://pt.wikipedia.org/wiki/Chile http://viajeaqui.abril.com.br/paises/chile http://www.chile.travel/ http://www.dw.de/not%C3%ADcias/s-7111 www.vinhoegastronomia.com.br Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 DDI: 56 Fuso: -1h (de Brasília) Moeda: Peso Chileno Idioma: Espanhol Site da Embaixada: http://chileabroad.gov.cl/brasil/en 53 Perfil Dr. LAÉRCIO VALENÇA Dedicação à medicina Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Médico há 51 anos, Dr. Laércio Valença nasceu no Recife, mas passou grande parte de sua juventude em Campina Grande. Retornou à sua cidade natal para cursar Medicina na Universidade Federal de Pernambuco. 54 Após o término do curso de medicina em 1961, o jovem médico seguiu para o Rio de Janeiro para fazer Residência no Hospital dos Servidores do Estado no Rio de Janeiro. “Era um grande centro médico e de ensino, pioneiro em Residência Médica no Brasil e tinha um programa muito bem estruturado”, comenta Dr. Laércio. Após concluir a residência em Clínica Médica, Dr. Laércio especializou-se em Pneumologia. Em 1967 foi ao Estados Unidos fazer um Fellowship em Boston. Lá passou dois anos no Massachusetts General Hospital, que é ligado à Universidade de Harvard, onde fez treinamento clínico e participou de pesquisas. Em 1969 retornou ao Rio de Janeiro, quando surgiu a oportunidade de vir para Brasília. “O Hospital das Forças Armadas estava começando a funcionar e estavam recrutando médicos. Me interessei pela oportunidade e pelas boas condições do Hospital das Forças Armadas”, acrescenta o médico. Os novos conhecimentos que estão sendo incorporados permanentemente são maravilhosos e um grande avanço. O médico precisa fazer um esforço grande para acompanhar todo esse progresso e se manter em dia com os conceitos médicos” Casado com a Dra. Áurea, médica pediatra e colega de faculdade, tem duas filhas, formadas em Direito. Aposentado há cinco anos, hoje Dr. Laércio continua atendendo em sua clínica particular. Para o médico, o maior desafio da profissão é acompanhar o progresso vertiginoso da medicina. “Os novos conhecimentos que estão sendo incorporados permanentemente são maravilhosos e um grande avanço. O médico precisa fazer um esforço grande para acompanhar todo esse progresso e se manter em dia com os conceitos médicos”, afirma. Dr. Laércio teve também uma pequena experiência na política, quando em 1986 foi secretário de Saúde do DF. Foi convidado pelo então governador José Aparecido e vivenciou os desafios da administração pública em um momento conturbado da história do país. Dr. Laércio e sua esposa, Drª Áurea Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 “A morte de Tancredo Neves deixou tudo bem tumultuado, foi uma época de muitas greves. Não existiam as Assembleias Legislativas, nem o SUS. A gestão pública é muito desafiadora, especialmente a área de saúde”, acrescenta. Dr. Laércio em sua residência 55 Clube de Afinidades O Clube de Afinidades da Associação Médica de Brasília oferece desconto para seus associados em diversos estabelecimentos comerciais conveniados. Confira nossos parceiros e aproveite os descontos exclusivos para associados da AMBr: Academia Dom Bosco (61) 3321-1214 15% no valor da matrícula 10% para atividades aquáticas ABS Brasília Sommeliers (61) 3323-5321 Descontos diferenciados para associados AMBr Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 Adriana Sócrates – Psicóloga (61) 3443-3522 709/909 Sul, Ed. Biocenter, sala 11 50% de desconto na consulta 56 Audrey Brants – Óptica (61) 3443-9817 Desconto de até 25%. BELÍSSIMA BIJOUTERIAS FINAS CLN 216 Bl. B Loja 08 (61) 3347-6216 Desconto de 10% nas compras à vista. Clínica Odontológica Daniele Castro (61) 3328-2118 Desconto de até 50% Clivac – Clínica de Vacinas (61) 3346-7071 Desconto de até 12% Colégio Sagrado Coração de Maria (61) 3031-5000 Desconto de até 15% Expressão – Moda Feminina Brasília Shopping – (61) 3328-1624 Desconto de 30% para associados em qualquer peça da loja. Nas compras acima de R$ 1.000,00 ganhe uma blusa social. HC PNEUS (61) 3262-2100 Pneus: desconto de 37%; Peças: desconto de 30%; Serviços: desconto de 30%. Gratuito: Regulagem de faróis, rodízio de pneus, consertos de furos de pneu (sem câmara) Hotel Nacional (61) 3321-7575 Desconto de 45% na hospedagem sobre tarifa de balcão Hotel Fazenda Mestre D’Armas (61) 3248-4000 Desconto de 20% em baixa temporada e 10% em alta temporada. IBO – Instituto Brasileiro de Odontologia (61) 3244-5099 Desconto de 15% em consultas e tratamentos Imunolife – Clínica de vacinas (61) 3347-5957 Desconto de 12% Associado em Destaque FIQUE SABENDO OTICA “EXÓTICA” (61) 3346-3357 914 Sul 15% de desconto em lentes e óculos (Podendo ser parcelado em até 05 vezes) PNEUAC – PIRELLI (61) 3214-7100 514 Sul Pneus: 15% de desconto; Peças: 20% de desconto; Serviços: 10 % de desconto. Parcelamento em até 06 vezes Restaurante Le Jardin Du Golf (61) 3321-2040 5% no valor total da conta. Por que o Plano de Saúde AMBr é diferente dos demais oferecidos pelas operadoras? ► Porque possui um posto de atendimento personalizado aos associados para prestar informações sobre a rede credenciada, auxiliar na liberação de exames e na marcação de consultas. ► Porque está ampliando ainda mais a rede credenciada de hospitais, clínicas e especialistas que atendem exclusivamente à carteira da AMBr, proporcionando mais opções de atendimento nas diversas especialidades. ► Porque irá auxiliar na relação financeira entre as clínicas e especialistas e o convênio, buscando maior segurança e rapidez nos pagamentos dos serviços prestados. ► Porque no Plano Executivo dá direito ao atendimento no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. INFORMAÇÕES Canstock ► Posto da Unimed na AMBr: (61) 2195.9713 ► Secretaria de Atendimento ao Associado: (61) 2195.9733 ► Gerência de Benefícios e Convênios de Saúde: (61) 2195.9731 / 2195.9732 Revista Médico em Dia • JULHO/AGOSTO de 2013 KI GRAÇA – MODA FEMININA 210 Sul (61) 3443-8898 Desconto de 15% em qualquer peça da loja. Compras acima de R$ 1.000,00 – brinde da loja A Gerência de Benefícios e Convênios de Saúde informa que está em andamento a inclusão de novos credenciados ao Plano de Saúde Unimed – AMBr, entre eles Hospital Santa Luzia e a Clínica Villas Boas. O site da AMBr mantém o associado informado sobre todos os novos credenciados e parceiros. 57