GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FUNDAÇÃO DE APOIO À ESCOLA TÉCNICA – FAETEC ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL SANTA CRUZ – ETESC DISCIPLINA DE QUÍMICA EXPERIMENTAL Profs.: Ana Cristina, Denis Dutra e José Lucas Ano Letivo: 2010 ROTEIRO DE PRÁTICA – AULA 6 SOLUBILIDADE – OBJETIVOS – Conhecer a técnica de preparo de uma solução. Observar o limite de solubilidade de diferentes substâncias. Comparar a solubilidade de uma substância em diferentes condições. – INTRODUÇÃO TEÓRICA – Solubilidade Quando se adiciona pequena quantidade de sólido a um líquido no qual ele seja solúvel, e se agita a mistura heterogênea por algum tempo, a mistura transforma-se em homogênea. Diz-se que o sólido se dissolveu no líquido, produzindo uma solução. Adicionando novas pequenas quantidades de sólido, o processo de dissolução pode ser repetido algumas vezes, produzindo soluções de concentração cada vez maior, mas este valor não pode continuar indefinidamente. Chega-se sempre a um ponto em que a adição de novas quantidades de sólido não produz uma solução de maior concentração, por mais que se agite. Ao invés disso, o sólido adicionado permanece não dissolvido, formando uma mistura heterogênea (presença de corpo de fundo). A essa solução, que é incapaz de dissolver quantidades adicionais de sólido, damos o nome de solução saturada. Solubilidade (de um sólido em um líquido, em determinadas condições) é o nome que se dá à concentração da solução saturada. As condições são principalmente, a temperatura e a pressão. A temperatura tem influência muito pronunciada sobre a solubilidade na maioria dos casos. A pressão tem importância menor para trabalhos comuns de laboratório, porque geralmente trabalha-se em pressão de aproximadamente 1 atmosfera, e as variações que ocorrem não alteram substancialmente a solubilidade. A solubilidade (coeficiente de solubilidade) é normalmente expressa em gramas de soluto por 100 gramas de solvente. A solubilidade de uma substância em um determinado solvente (sob determinada temperatura e pressão) é uma grandeza constante característica da substância e pode, então, ser utilizada como critério de pureza. A utilização da solubilidade para essa finalidade é, entretanto, incomum. Equilíbrio Dinâmico Quando se adiciona sólido a uma solução saturada, a aparência é de que o mesmo não se dissolve. Na realidade, porém, ocorre a dissolução do sólido, mas ela é acompanhada de cristalização do material dissolvido, na mesma proporção e na mesma velocidade. Tem-se uma evidência disso ao deixar um sólido em contato com sua solução saturada: os cristais mudam de forma e/ou tamanho, evidenciando a ocorrência do equilíbrio dinâmico. Diz-se que a solução saturada está em equilíbrio com o excesso de soluto, presumindo-se que foi efetuada a agitação requerida pelo tempo suficiente para que se estabelecesse o equilíbrio. Se a temperatura da mistura for elevada em alguns graus, novamente será preciso agitar pelo tempo necessário para que ocorra o equilíbrio. Sem agitação, o tempo requerido pode ficar impraticavelmente longo. Por outro lado, quando se eleva bastante a temperatura da mistura, chegando próximo ao ponto de ebulição da água (para soluções aquosas), os processos de dissolução costumam ficar muito mais rápidos e, muitas vezes não requerem agitação, pois o processo de convecção já produz agitação suficiente. Com soluções saturadas e excesso de soluto, porém, é necessário agitar a qualquer temperatura. Curvas de Solubilidade São os gráficos que apresentam a variação dos coeficientes de solubilidade das substâncias em função da temperatura. FAETEC/ETESC Solubilidade 2 As curvas de solubilidade têm grande importância no estudo das soluções de sólidos em líquidos, pois nesse caso a temperatura é o único fator físico que influi perceptivelmente na solubilidade. Para maior parte das substâncias, a solubilidade aumenta com aumento da temperatura; isso ocorre quando o soluto se dissolve com absorção de calor (dissolução endotérmica). Pelo contrário, as substâncias que se dissolvem com liberação de calor (dissolução exotérmica) tendem a ser menos solúveis a quente. Há certas substâncias cujas curvas de solubilidade apresentam “pontos de inflexão”; um ponto de inflexão sempre indica uma mudança de estrutura do soluto. Observe na tabela e no gráfico abaixo a solubilidade do sulfato de sódio. A curva, inicialmente ascendente, depois se torna descendente, fugindo do padrão que se observa nas curvas dos outros compostos. Isto ocorre porque o sulfato de sódio pode cristalizar-se anidro (sem moléculas de água) ou pode cristalizar-se hidratado (Na2SO4 ∙ 10 H2O); a curva de solubilidade que se observa, então, é como a superposição de duas curvas de solubilidade, para dois compostos diferentes (um que existe até 32 °C, e outro que passa a existir acima dessa temperatura). TABELA 1. Solubilidade (g/100g de H2O) de sais a várias temperaturas. Temperatura (ºC) 0 10 20 30 40 60 80 90 100 Na2SO4 . 10 H2O 4,9 9,1 19,5 – – – – – – Na2SO4 – – – 40,8 48,8 45,3 43,7 42,7 42,5 K2SO4 7,4 9,3 11,1 13,0 14,8 18,2 21,4 22,9 24,1 LiSO4 36,1 35,5 34,8 34,2 33,7 32,6 31,4 30,9 CeSO4 167 173 179 184 190 200 210 215 220 CeSO4 . 8 H2O – – 9,43 7,10 5,70 4,04 – – – FIGURA 1. Curvas de solubilidade. FAETEC/ETESC Solubilidade 3 – PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS – EXPERIMENTO 1 – SOLUBILIDADE DO CLORETO DE SÓDIO EM ÁGUA Materiais e reagentes específicos Tubo de centrífuga de 15 mL (06) Estante para tubos de ensaio Pisseta de água destilada Béquer (corpo alto) de 250 mL Béquer (corpo baixo) de 100 mL Gelo Balança com precisão de 0,01g Espátula (canaleta) Termômetro Banho-maria Água destilada gelada e quente Cloreto de sódio comercial Procedimento – Identificar os tubos de centrífuga com a caneta marcadora como: 0º, 0², 25º, 25², 40º e 40². Identificar o número da bancada na tampa de cada tubo. – Pesar nos tubos 0º, 25º e 40º, cerca de 0,5 g de cloreto de sódio, e nos tubos 0², 25² e 40², cerca de 2,0 g do sal. – Em cada um dos tubos de centrífuga, adicionar água destilada na temperatura indicada abaixo até obter um volume final de 5 mL, fechar bem e agitar os tubos. A relação tubo-temperatura é: - nos tubos 40º e 40²; adicionar água a cerca de 40 ºC, colocando-os no banho-maria a esta temperatura; - nos tubos 25º e 25², adicionar água à temperatura ambiente, deixando-os na estante sobre a bancada; - nos tubos 0º e 0², adicionar água gelada , colocando-os, depois, em banho de gelo. – Aguardar cerca de 10 minutos, e compará-los. EXPERIMENTO 2 – SOLUBILIDADE DO CARBONATO DE SÓDIO EM ÁGUA Materiais e reagentes específicos – Os mesmos do Experimento 1, com exceção do uso de Carbonato de sódio comercial 98% no lugar do Cloreto de sódio comercial. Procedimento – Repetir o procedimento do Experimento 1 com o carbonato de sódio. Disposição dos resíduos – Após a comparação dos tubos, rejeitar as soluções na pia. ANÁLISE DOS RESULTADOS 1. Houve presença de corpo de fundo no(s) tubo(s)? Em qual(is) deles? 2. O que ocorre com a solubilidade das substâncias à medida que a temperatura vai aumentando? – BIBLIOGRAFIA CONSULTADA – LIDE, D.R. Handbook of chemistry and phisics. 87th ed. CRC Press, Boca Raton, 2006. CONSTANTINO, M.G.; SILVA, G.V.J.; DONATE, P.M. Fundamentos de química experimental. EdUSP, São Paulo, 2004.