Aula 7 A entropia e a sua interpretação microscópica Física II UNICAMP 2012 O teorema de Clausius Se uma máquina irreversível (I ) opera entre as temperaturas T1 e T2 vimos que o seu rendimento é T1 sempre menor que o de uma máquina reversível |Q´1| (R). I |Q´2| A igualdade vale no caso de (I ) ser também reversível. T2 W O teorema de Clausius T1 Vemos , então, que |Q´1| W I |Q´2| A igualdade vale no caso de (I ) ser também reversível. Este resultado é extremamente importante e pode ser generalizado para qualquer processo cíclico! T2 O teorema de Clausius Podemos substituir qualquer P processo cíclico por uma sucessão de ciclos que contêm os trechos do ciclo original limitados por adiabáticas. 1 2 3 i 6 5 4 V O teorema de Clausius Por outro lado, podemos sempre substituir um trecho qualquer do ciclo pelas mesmas duas adiabáticas e uma isoterma (iabf ). Por construção, adiabáticas P trecho do ciclo i é o mesmo pelos dois caminhos e b f a isoterma 0 0 V O teorema de Clausius Assim, qualquer processo cíclico pode ser operado por inúmeros ciclos de Carnot isotermas P i Desigualdade de Clausius V Entropia Num ciclo geral vimos que vale a desigualdade de Clausius P i e a igualdade só é válida para processos reversíveis. Ciclo reversível V Entropia Ciclo reversível P f 1 i 2 V Entropia Ciclo reversível P f 1 Como a integral independe do caminho podemos definir uma nova variável de estado, a entropia S i 2 V Entropia Num processo reversível infinitesimal podemos escrever 1a lei da termodinâmica Entropia Numa transformação adiabática reversível P i f V Entropia Numa transição de fase P como i f V Exemplo O calor latente de fusão do gelo à pressão de 1 atm é de 79,6 cal/g. Qual a variação de entropia de 1 kg de gelo? E quando a água congela? Entropia De um gás ideal 1a lei Para 1 mol do gás e Entropia se CV constante Entropia Ou, para n moles Como podemos ainda calcular e Revisitando a eficiência das máquinas térmicas Diagramas T x S W Comparando Carnot com outro ciclo reversível W´ < W Entropia Em processos irreversíveis Como a variação de entropia depende apenas dos pontos inicial e final do processo (em equilíbrio, por hipótese), pode-se escolher qualquer caminho reversível para calculá-la P f R i I V Entropia Expansão livre P Como f R podemos escolher uma expansão isotérmica (note que ) i 1 I V Entropia O princípio do aumento da entropia P f R i I V Entropia Mas... P f R i I V Entropia P f R Num processo adiabático e irreversível i I A entropia de um sistema termicamente isolado nunca pode decrescer: não se altera quando o processo é reversível mas aumenta quando o processo é irreversível! V Entropia Degradação da energia A variação de entropia do sistema é a mesma quer seja por um processo reversível quer seja por um irreversível. Qual a vantagem de se usar um processo ou outro? Aumento da entropia do universo! P f R i universo = sistema + reservatório Suniverso= Ssistema + Sreservatório I V Entropia Degradação da energia: exemplo Na expansão isotérmica de um gás ideal ( ) Entropia Degradação da energia: exemplo P No processo irreversível (expansão livre) T i Mas... f V ...e a energia que poderia ser convertida em trabalho é perdida! Entropia Ti = Tf Pi, Vi, Ti T Pf, Vf, Tf Exemplo Dois blocos de cobre de massa 1,5 kg são postos a temperaturas TiL = 60oC e TiR = 20oC em ambientes isolados. Removendo a divisória os corpos entram em equilíbrio térmico a temperatura Tf = 40oC. Qual a mudança de entropia do sistema sabendo-se que o calor específico do cobre é 386J/kg.K? TiL TiR Tf Tf Exemplo Temos que imaginar dois processos reversíveis para calcular a variação de entropia de cada bloco. Isso pode ser feito trazendo-se cada um dos corpos, quase estaticamente, ao equilíbrio com um reservatório de Tf =40oC. Exemplo O calor latente de fusão do gelo à pressão de 1 atm é de 79,6 cal/g. Qual a variação de entropia de 1 kg de gelo? E quando a água congela? Fusão do gelo Q Congelando a água Q Refrigerador ideal TQ Q Viola a segunda lei! Q TF Refrigerador real TQ QQ W QF TF Implica em: ! Terceira lei da termodinâmica Entropia Interpretação microscópica Como vimos o estado termodinâmico (macroscópico ) de um sistema pode ser descrito por um conjunto de variáveis de estado como (P,V,T). A estas variáveis damos o nome de macroestados. Mas, há inúmeras configurações moleculares que são compatíveis com um determinado macroestado. A estas damos o nome de microestados Entropia A expansão livre: o nosso paradigma Por quê o sistema não retorna à sua configuração original espontaneamente? Como podemos entender o aumento de entropia microscopicamente? Entropia 1 Exemplo simples 1 3 4 2 4 1 3 3 2 2 4 1 3 2 1 4 3 4 2 Microestados correspondentes 3 1 2 4 Macroestado 3 2 1 1 3 4 2 4 1 3 2 4 3 4 2 1 N+1 macroestados 1 2 3 4 nE nD E E E E 4 0 D E E E E D E E E E D E E E E D 3 1 D D D E E E D E E D D E E D E D E D E E D E D D 2 2 D D D E D D E D D E D D E D D D 1 3 D D D D 0 4 Totais hipótese: equiprobabilidade de microestados Número de microestados Ω Probabilidade P(nE,nD) 16 1 2N microestados Entropia No caso geral de N moléculas Probabilidade de um macroestado Onde n é , por exemplo, o número de moléculas na direita. Portanto vemos que a probabilidade de todas as partículas ocuparem o volume da direita ou da esquerda é que é extremamente pequena se N = NA. Entropia Peso estatístico de um macroestado é o número de microestados (ou o seu peso estatístico), compatíveis com um dado macroestado Entropia Consideremos que um gás passa de Vi para Vf (e.g., expansão livre) Podemos sub-dividir os volumes em células de volume Vm Para N moléculas o no de microestados possíveis será, em cada caso, Entropia De modo que Termodinâmica Obs: lembrar que kNA = R Mecânica estatística