LÍNGUA PORTUGUESA COMO TORNAR A LÍNGUA PORTUGUESA FÁCIL, LÓGICA E PRAZEROSA AOS NOSSOS ALUNOS ? - afinal, é a língua-mãe deles e o maior instrumento de comunicação que têm! Ou...como tornar qualquer sala de aula dinâmica e eficiente . As grandes questões que devem estar presentes na elaboração de uma aula são Que objetivos quero alcançar ? Quais necessidades têm os meus alunos ? Quais as habilidades que serão mais exigidas ? Como posso trabalhar este conteúdo? Como aprendi / como vou fazê-los descobrir os “segredos” ? LÍNGUA PORTUGUESAESTUDANDO VERBOS COM LÓGICA Como ensinar verbos de maneira lógica (sem decorebas) é o nosso maior desafio . Como fazer nosso aluno entender a relação dos tempos verbais com as estruturas temporais –é parte do processo; Como estabelecer vínculos (e aprender com isto) com as outras línguas estrangeiras modernas que ele está estudando – é nosso objetivo comuniativo . Tempos verbais Vamos começar nossa aula prática , dando aos nossos alunos a possibilidade de pensarem em quantos momentos as ações se realizam : presente / passado / futuro (Eles devem fazer uma frase como exemplo para cada tempo – uma ação agora, outra feita ontem e outra que será feita amanhã . Frases simples devem ser estimuladas. Tempos verbais – aula prática Depois que os alunos fizeram as frases , eles deverão traçar uma linha de tempo nos seus cadernos ( com régua , usando cores diferentes, sinais diferentes – é preciso ensinálos a fazer tudo isto , é preciso ensiná-los a estudar, a se organizar) x Passado xx Presente Fx Futuro Aula prática Após terem feito a linha de tempo, o professor pode pedir aos alunos que, na equipe, procurem colocar algumas frases que eles elaboraram em tempos diversos . Por exemplo : as frases do presente passarão para o passado (ou futuro ) , as do futuro para o passado e assim vão “brincando” com as tentativas . Verbos - prática Após as diferentes tentativas , é preciso pedir aos alunos que dêem seqüência às frases do passado, tornando-as complexas , com o uso de palavras como enquanto, ao mesmo tempo que, e que façam tentativas com “quando”. Ex . : Ontem estudei Matemática –frase original , enquanto meu irmão estudava Física Verbos-aula prática Enquanto os alunos vão fazendo as tentativas para completarem algumas frases, o professor acompanhará as equipes no uso do “quando” . O aluno deverá perceber que (isto faz parte da vivência lingüística dele ) para usar o quando deverá fazer algumas modificações no exemplo original.Ex.: Ontem eu estudava matemática quando .....(alguma coisa aconteceu).- este é o primeiro passo para os alunos começarem a perceber a lógica. Verbos –aula prática Após este exercício, o professor poderá pedir aos alunos que façam alguns modelos seguindo o exemplo que fizeram. Os alunos estarão trabalhando com ações perfeitas e ações imperfeitas no passado (não acabaram ) . Os alunos deverão responder a uma pergunta neste sentido .Qual ação foi perfeita (realizada, concluída, acabada), e qual não foi ? O professor introduz então as palavras pretérito perfeito e imperfeito e pede aos alunos que digam por que um é perfeito e outro imperfeito e como posso saber se alguma coisa é perfeita (ou imperfeita ?) . A partir das respostas dos alunos, o professor vai explicar que só existe perfeito, se houver imperfeito (é a base da comparação ) . E se há base ... Usando os tempos verbais Quando os alunos descobrem as relações, o professor pede novos modelos de passado, que serão usados também em inglês, espanhol e outras línguas modernas na mesma forma : 1º-Pret. Imperfeito + Pret. Perfeito =ação interrompida Eu jantava, quando ele chegou . 2º- Pret.Imperfeito + Pret.Imperfeito= hábitos e simultaneidade Eu jogava bola quando era criança . Eu lia o jornal enquanto ele olhava TV . 3º - Pret. Perf + Pret. Perfeito = ações concluídas, terminadas Eu chorei quando ele partiu . Verbos- aplicações práticas O aluno então começa a perceber que existem relações permanentes entre os tempos verbais e que ele não pode, por exemplo, construir uma frase somente com pret. Imperfeito porque não há um Perfeito em que se apoiar (como na dedução a que chegou quando da relação : por que existe imperfeito ? Porque conheço algo perfeito, que posso comparar.)O perfeito é a base para as ações . Tempos verbais A partir daí , podemos estabelecer os tempos do pretérito com os alunos, introduzindo agora o mais-que-perfeito (que hoje é mais usado composto em Port , como em outras línguas modernas) . Se os alunos entenderam a relação do imperfeito e perfeito, poderão estabelecer por eles mesmos a relação do perfeito e mais-queperfeito.Os alunos poderão fazer exemplos, como nas vezes anteriores e os esquemas de tempo ficarão assim : Esquemas Relação pretérito perfeito x imperfeito Imperfeito:ação interrompida pela ocorrência do Perfeito Ação realizadaPret.perfeito (interrompeu ação) Esquemas Relação pret.perf x mais-q-perfeito Pret.perfeito:realizado ELE CHEGOU . Pret.mais que perf.: já realizado quando o perf. se realizou. Eu já havia comido quando(+PERF Esquemas e desinências A partir dos próprios esquemas o aluno consegue formular suas regras e, ajudado pelas desinências , que ele mesmo vai descobrir , ele poderá conjugar verbos com mais facilidade do que hoje, e, principalmente, entender o que está fazendo . Como trabalhar as desinências Começaremos com um verbo regular (90% dos verbos em português e também em francês são regulares) .O aluno pode conjugá-los no presente , para começar , sabendo que há 3 desinências pessoais básicas : -s, -ste (para tu ), que se transforma em –is e -stes (para vós ) -mos (que é usado em todos os tempos verbais para o nós ) - m (que é usado para eles/elas ), substituído em alguns casos pelo –ão (casos de presente e futuro), quando os verbos se transformam em palavras oxítonas. Como trabalhar as desinências A partir das desinências de tempo (ainda com os verbos regulares ) , o professor pode fazer com que o aluno descubra as diferenças que existem entre os radicais do presente e passados e dos futuros . Por que no presente e passado temos somente a raiz da palavra, e no futuro temos a forma verbal completa ? Como trabalhar as desinências O aluno será então levado a perceber alguns “truques” , que na realidade são esquemas de formação de tempos verbais . Ex.: a partir do nós do Pres. do Indicativo, sem o –mos, fazemos o imperfeito (EXCETO para o verbo SER). Isto ocorre sempre? Isto vale para o Francês também –vale para o Espanhol ? O aluno pode – e deve – testar na aula de espanhol esta hipótese . Formular hipóteses, testar , analisar e formular a regra não é só para matemática ou filosofia . Serve em qualquer ciência – é conhecimento aprofundado. Seqüência A partir destas constatações, o professor parte para o trabalho dos verbos em textos . Textos curtos, significativos, de humor , num primeiro momento , para que as relações se estabeleçam mais facilmente. Assim que os alunos começam a perceber as formas verbais, as desinências, a redação entra em campo : vamos fazer parágrafos com correção verbal , vamos fazer e-mails com mensagens eletrônicas (como se comportam os verbos nas duas situações ? ) A mensagem é de que o aluno deve estar SEMPRE pensando sobre o porquê das regras –ele vai entender que existe a lógica . Passando estas mesmas frases para o Espanhol e para o Inglês , vai perceber que será muito fácil aprender outras línguas também . Seqüência A partir deste estudo de verbos, os alunos podem reforçar o estudo de Padrões Frasais, e, conseqüentemente, análise sintática externa e interna , completando esquemas que o professor fornece . Ex. Padrão Frasal 1 + Vb no pres + Suj Padrão frasal 3 + Suj vbtind + CInd com um verbo em outro tempo .O aluno deverá fazer a conexão necessária, usando articuladores(ou conetores / ou conetivos), abrindo assim espaço para boas construções em redação . Prática A partir de toda esta seqüência, em que a gramática foi vista como desencadeadora de pensamentos, de formulação de hipóteses, vamos à prática do dia-a-dia : aluno escrevendo corretamente, falando corretamente os tempos verbais e, principalmente, entendendo e amando a sua Língua Materna ,mola-mestra de sua comunicação .