SINESTESIA É verdade que uma pessoa pode ver uma música? Caio Zampronha, Felipe Poroger, Hugo Shimura e Martim Bernardes O que causa a sinestesia? Origem genética Apesar das diversas dificuldades para a coleta de dados e pesquisa, estudos apontam para origens genéticas para as causas da sinestesia. Padrões observados em pesquisas, ainda em fases preliminares, indicam uma hereditariedade ligada ao cromossomo X. Estudos mostram que mesmo em famílias sinestetas, as experiências são variadas, levando a crer que o gene (ou “genes”) envolvidos não são responsáveis pelo tipo de sinestesia. Fatores como a expressão do gene e as influências ambientais parecem participar nessas manifestações também. Porém a causa da sinestesia não é consenso entre os neurologistas, existindo diferentes teorias a respeito: Camada de mielina em menor grau (as diferentes partes do cérebro não são isoladas plenamente) - recém-nascidos são sinestésicos? Outros investigadores discutem, entretanto, que esta é uma noção demasiado simples e que o sistema límbico (o centro da emoção no cérebro) é diferencial nos sinestésicos. Sua teoria é que o sistema límbico (abaixo do córtex) coleta fragmentos de memória obtidos de várias partes do cérebro e junta-os para produzir uma memória completa. Desenho feito por um sinestésico do som de um cachorro latindo. Outras caracteristicas: - Mais comum em mulheres (tendências de amostragem?) - Neurologistas supõem que seja uma questão genética (pai sinestésico filha sinestésica) - Há suspeitas de que não seja a própria palavra associada à uma cor, mas sim o conceito (ex. MU5IC e 1234S6) Teste na identificação de sinestesia baseado em teste para daltonismo. As várias formas de sinestesia Apesar de ser possível, teoricamente, qualquer tipo de experiência sinestésica, existem algumas formas mais comuns que outras: Dado o grande número de formas, pesquisadores adotam a notação X Y para designá-la. Sendo X a experiência “indutora” e Y a experiência “adicional”. Léxico gustatório Nessa forma rara de sinestesia, palavras e fonemas da linguagem evocam sabores na boca. “ Sempre que eu ouço, leio ou falo palavras ou sons, experiencio uma sensação imediata e involuntária na minha língua. Essas associações nunca mudam e são as mesmas desde que me lembro.” Estudos indicam que quanto às associações, geralmente são relacionadas a experiências na infância. James Wannerton não tem experiências com café ou curry, apesar de consumi-los regularmente, como adulto. Por outro lado, ele experimenta sabores de doces que não são mais sequer vendidos. Personificação Em alguns casos, seqüências ordenadas, tais como números, dias, meses e letras são associadas a personalidades. Apesar de ter sido documentada desde o final do século XIX, somente recentemente está se prestando mais atenção a esta forma de sinestesia. “ O ‘I’ é preocupado às vezes, mas é calmo; o ‘J’ é macho e tem caráter forte; o ‘K’ é fêmea, quieta e responsável...” Por vezes ainda, objetos possuem personalidade. Essa variação de sinestesia é difícil de distinguir, contudo, são experiências conscientes e automáticas, caracterizando-se portanto, como sinestésicas. Fontes www.cerebromente.org.br http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG78439-8055-481,00.html http://super.abril.com/superarquivo/2003/conteudo_121139 http://en.wikipedia.org/wiki/Lexical-gustatory_synesthesia Machado, Arlindo; A televisão levada a sério. Ed. Senac