Capacitação Linha Guia de hipertensão arterial, diabetes mellitus e doença renal crônica Região Ampliada de Saúde - Juiz de Fora/ MG Caso clínico de diabetes mellitus Ana Maria, 55 anos, nascida em 13 de fevereiro de 1958, feminino, branca, casada há 30 anos, mãe de dois filhos (25 e 19 anos, sendo que o mais novo nasceu com 4.300g), dona de casa, relata que fez o ensino fundamental, procedência atual e remota no bairro de Furtado de Menezes – Juiz de Fora/MG. Compareceu à APS do seu bairro para agendar uma consulta com o médico de família porque havia abandonado há seis meses as consultas médicas e o grupo de diabéticos e hipertensos do qual participava. Relatou que apresentava diabetes e hipertensão há 15 anos, fazia uso há 1 ano de losartan, hidroclorotiazida, um remédio pequeno para o “diabete” e um grande depois do almoço porém parou com o remédio grande depois do jantar porque dava diarréia. Referiu dificuldade em seguir a dieta, não realiza as caminhadas orientadas pelo seu médico porque apresenta dor na “batata da perna”. Acha que não está enxergando muito bem de uns tempos para cá e que está na fila há 1 ano aguardando uma consulta com o médico de vista. Foi acolhida pela enfermeira que realizou a consulta de enfermagem e encaminhada para a consulta médica. Após o exame físico o médico a informou sobre os achados do seu exame: 92 Kg 157 cm de altura • Circunferência abdominal de 110 cm • RCR2T PA: 160 x 100 mmHg FC 76 bpm; • Pulmões limpos • Abdome globoso, sem visceromegalias • MMII com edema ++ / 4 Realizou o ECG que evidenciou ritmo sinusal com índice de Cornell positivo. Em seguida, traçou o seu plano terapêutico: • Solicitou exames de sangue • Reforçou a necessidade da aderência não medicamentosa (dieta, caminhada e atividade física, perda de peso, cessação do tabaco) e medicamentosa • Agendou um retorno em 15 dias. Seguimento: Usuária retorna à APS 15 dias depois Ana Maria retornou após 15 dias dizendo que estava usando os remédios regularmente, estava tentando caminhar um pouco mas pernas não estão muito firmes e que estava muito chateada de ter que fazer dieta. Relata que ficou surpresa quando a enfermeira do seu posto de saúde lhe entregou um papel com a marcação da consulta com o médico “das vistas”. A sua pressão estava 130 x 80 mmHg, foi reforçado a dieta e atividade física e orientada a retornar após resultados dos exames de sangue. Seguimento: Usuária retorna à APS 30 dias depois Ana Maria retornou com os exames solicitados e queixou-se de um “machucado” no pé direito há mais ou menos 20 dias. O médico ao examinar seus pés observou uma diminuição do pulso pedioso D e presença de úlcera rasa sem processo infeccioso aparente de, aproximadamente, 2 cm de diâmetro. Realizou o teste de sensibilidade com o monofilamento de 10 g ao qual Ana Maria apresentou insensibilidade. Resultados dos exames foram: Hemograma normal EAS: normal Glicemia de jejum: 180 mg/dL Glicemia 2 h após almoço: 220 mg/dL HbA1c: 8,9 % Creatinina: 1 mg/dL Relação albumina / creatinina: 100 mg de albumina/g de creatinina. Ácido Úrico: 7 mg/dL Colesterol: 280 mg/dL Triglicérides: 320 mg/dL LDL: ???? HDL: 38 mg/dL Plano terapêutico: Reforçado a necessidade da dieta Orientado realização de exercícios físicos regulares Encaminhada novamente para o grupo de diabetes coordenado pela enfermeira da sua APS Iniciada insulinização e estatinas Pedido proteinúria de 24 horas Encaminhada para a realização de fundo de olho Realizada a classificação de risco Orientada os cuidado com os pés Encaminhada ao CHD