Séculos XVIII – XIX O QUE É UMA REVOLUÇÃO ? - é uma mudança rápida e profunda que afeta as estruras de uma sociedade. - implica, por outro lado, uma aceleração no ritmo das transformações históricas. “Processo de transformações econômicas e sociais, caracterizadas pela aceleração do processo produtivo e pela consolidação da produção capitalista. Tal processo liquidou com os resquícios da produção baseada em relações feudais e consolidou definitivamente o modo de produção capitalista.” Processo de transformação global que marcou, em medos do séc.XVIII, o estabelecimento do sistema capitalista como modo de produção predominante. Essa transformações, atingindo todos os níveis da sociedade, teve no nível econômico sua concretização na Revolução Industrial. Acumulação Existência Mão de Capitais de Matérias-primas de obra Barata Existência de Mercados Consumidores Na agricultura:adoção de uma série de novos métodos e técnicas de cultivo criação; Envolvendo o uso de máquinas, novos cultivos, alterações no regime de exploração da terra, promovendo uma verdadeira revolução agrícola. Nos transportes, bancos, comércio, comunicações, em toda a sociedade capitalista. * Etapas do processo de industrialização: 1º Etapa: Artesanato: Fim da idade Média. Nessa fase o Artesão é dono: - da matéria prima; - dos instrumentos; - do produto final. Nessa fase o trabalhador não é dono dos instrumentos de produção. * Ricos comerciantes – são donos da matéria-prima; * Ricos artesãos - donos dos instrumentos de produção. - Ambos, comerciantes e artesãos são donos da produção. Não controla a produção; Recebe O por produção; horário de trabalho e o ritmo de produção e é determinado pelo patrão. uso de máquinas e fábricas; regime de trabalho assalariado; separação completa dos meios de produção e do trabalhador – Capitalista. O artesanato, surgiu no fim da Idade Média com o renascimento comercial e urbano e definia-se pela produção independente; o produtor possuía os meios de produção: instalações, ferramentas e matéria-prima.O artesão realizava todas as etapas da produção. A manufatura resultou da ampliação do consumo, que levou o artesão a aumentar a produção e o comerciante a dedicar-se à produção industrial. O manufatureiro distribuía a matériaprima e o artesão trabalhava em casa, recebendo pagamento combinado. Esse comerciante passou a produzir. Primeiro, contratou artesãos para dar acabamento aos tecidos; depois, tingir; e tecer; e finalmente fiar. Surgiram fábricas, com assalariados, sem controle sobre o produto de seu trabalho. A produtividade aumentou por causa da divisão social, isto é, cada trabalhador realizava uma etapa da produção. Na maquinofatura, o trabalhador estava submetido ao regime de funcionamento da máquina e à gerência direta do empresário. Foi nesta etapa que se consolidou a Revolução Industrial. Esse comerciante passou a produzir. Primeiro, contratou artesãos para dar acabamento aos tecidos; depois, tingir; e tecer; e finalmente fiar. Surgiram fábricas, com assalariados, sem controle sobre o produto de seu trabalho. A produtividade aumentou por causa da divisão social, isto é, cada trabalhador realizava uma etapa da produção. Definição: conjunto de transformações técnicas, econômicas e sociais caracterizadas pela substituição da energia física pela mecânica, da ferramenta pela máquina e da manufatura pela fábrica. ARTESANATO TRABALHO INDIVIDUAL MANUFATURA FERRAMENTAS MANUAIS PRODUÇÃO INDUSTRIAL DIVISÃO DO TRABALHO FERRAMENTAS MECÂNICAS Século Século XVIII – surge na Inglaterra; XIX – estendem-se pela Europa, EUA e Japão. 1) REVOLUÇÃO AGRÍCOLA: mudanças no modo de explorar a terra. (instrumentos e técnicas); Uso de máquinas: maior produção de alimentos (gado/homem). A produção de subsistência se amplia e surge a produção voltada para a troca. 2) CERCAMENTOS: Cercamento das terras antes comunais, para criação de pastos para ovelhas – comércio de lã; Provoca a expulsão de camponeses do campo para as cidades; O êxodo rural possibilita disponibilidade de mão de obra para as indústrias. 3) Acúmulo de Capital nas mãos da burguesia e do Estado: Exportação comercial marítima; Trocas com suas colônias (comerciais); Exploração comercial através de Portugal (ouro Brasil); 4) Revolução Gloriosa (1688) Implanta o Parlamentarismo – confere poder à burguesia. Se organiza sob o liberalismo econômico – livre-comércio. 5) ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA BANCÁRIO INGLÊS Financiava as empresas. 6) EXISTÊNCIA DE JAZIDAS DE FERRO E CARVÃO MINERAL Energia para as indústrias. Início: ING, séc. VIII. Fases: 1ª REV. INDUSTRIAL 2ª REV. INDUSTRIAL 1760 - 1860 1860 – 1914 ING, FRA e BEL ALE, ITA, RUS, EUA, JAP FERRO – CARVÃO - VAPOR AÇO – PETRÓLEO ELETRICIDADE CAPITALISMO LIBERAL E INDUSTRIAL CAPITALISMO FINANCEIRO E MONOPOLISTA Revolução Comercial (Séc. XV – VXII) → Expansão dos Mercados -> descoberta de novos mercados e do caminho marítimo para as Índias: + Acumulação de Capitais + Formação de mercado mundial Burguesia no poder político e econômico Entrada de produtos e riquezas de vários pontos do planeta na Europa. Investimentos em inovações tecnológicas visando aumentar a produtividade → máquinas • Aparecimento das máquinas. Tear mecânico, máquina de fiar, máquina a vapor. TEAR MECÂNICO MÁQUINAS A VAPOR Aumento da produtividade. Pioneirismo inglês: • Capitais acumulados (colônias, acordos comerciais na Europa). • Disponibilidade de mão de obra (cercamento dos campos – “enclosures”). • Matéria prima disponível (reservas de ferro e carvão e produção de lã – indústria têxtil). • Mercado consumidor (colônias, países europeus e assalariados). • Marinha mercante poderosa (Atos de Navegação – Oliver Cromwell). • Burguesia no poder (parlamento – Revolução Gloriosa 1688). • Ética protestante (estímulo ao lucro). Consequências da Revolução Industrial: • Consolidação do capitalismo e do poder da burguesia. • Desenvolvimento tecnológico. • Desenvolvimento dos transportes (barco a vapor, locomotiva) e das comunicações (telégrafo e posteriormente o telefone). • Aumento da produtividade (redução de preços). • Esgotamento de recursos naturais. • Urbanização intensa. • Formação do proletariado urbano (operários). • Surgimento do CAPITALISMO FINANCEIRO – grandes bancos controlando indústrias por meio de compra de ações ou dependência financeira (empréstimos). • Formação de grandes conglomerados econômicos: HOLDING Empresas financeiras que controlam complexos industriais a partir da posse de suas ações. TRUSTE Empresas que absorvem seus concorrentes, controlando a produção, preços e dominando o mercado. A A CONTROLE ACIONÁRIO B C A B C B ACORDO COMPRA D CARTÉL Empresas de um mesmo ramo que se associam para evitar concorrência, dividindo os mercados. D D MONOPÓLIO C 1760 a 1850 – A Revolução se restringe à Inglaterra; A partir de 1760 inicia-se o uso de máquinas em grande escala na Inglaterra. Preponderam a produção de bens de consumo, especialmente têxteis, e a energia a vapor. 1850 a 1900 – A Revolução espalha-se: Europa, América e Ásia; Bélgica, França, Alemanha, Estados Unidos, Itália, Japão, Rússia; Cresce a concorrência, a indústria de bens de produção se desenvolve, as ferrovias se expandem; surgem novas formas de energia, como a hidrelétrica e a derivada do petróleo; O transporte também se revoluciona, com a invenção da locomotiva e do barco a vapor. 1900 até hoje – Surgem conglomerados industriais e multinacionais; A produção se automatiza; surge a produção em série; e explode a sociedade de consumo de massas, com a expansão dos meios de comunicação; Avançam a indústria química e eletrônica, a engenharia genética, a robótica. Divisão social em duas classes básicas: a burguesia-proprietária dos meios de produção. o proletariado-classe assalariada e que, para subsistir, vende o único bem que possui, a sua força de trabalho. A Revolução Industrial - implicou a mudança de uma economia de base agrícola e artesanal para uma economia de base industrial e mecanizada. - esta mudança iniciou-se em Inglaterra, em meados do século XVIII. - expandiu-se a outros lugares ao longo do século XIX CONSEQUÊNCIAS Econômicas: (“fim da escravidão”) → modo de produção capitalista se torna o modo de produção dominante → IMPERIALISMO = busca de mercados para extrair matérias-primas e vender manufaturados - Inglaterra e França = impérios coloniais na Ásia e África (partilha) - conflitos ( = 1ª guerra ) Políticas: → Burguesia no poder, aplicação do Liberalismo “lassez faire, laissez passer” (deixai fazer, deixar passar) “plena igualdade de direito, desigualdade de fato” → sociedade baseada no dinheiro e na instrução Sociais: → surgimento de gravíssimas questões sociais → jornada de trabalho de 15/16h por dia → salários miseráveis → péssimas condições de trabalho → salários pagos em vales → habitações de péssimas condições → exploração do trabalho infantil e feminino → aumento do desemprego, exploração excessiva dos trabalhadores, surgimento das ideologias revolucionárias... Horas de trabalho por semana para trabalhadores adultos nas indústrias têxteis: 1780 - em torno de 80 horas por semana 1820 - 67 horas por semana 1860 - 53 horas por semana CAPITALISTAS: que detém o Capital (meios de produção). X PROLETÁRIADO: que detém a força física de trabalho (salário). Longas jornadas de trabalho; Exploração do trabalho feminino e infantil; Não há direitos trabalhistas; Exército de reserva; Péssimas condições de moradia. A exploração de proletários e as lutas operárias: • Proletários destituídos da posse de meios de produção e instrumentos de trabalho. • Sujeitos a jornadas diárias de mais de 14 horas. • Sem nenhum direito trabalhista. • Exploração do trabalho feminino e infantil. • Baixos salários. LUDISMO (1811-1812) – quebra das máquinas e fábricas SINDICALISMO (1824) – organizações por categorias de trabalhador. Cartismo (1837-1848) – petições ao Parlamento • Desemprego (“exército industrial de reserva”) • Ludismo (1811 – 1818) – movimento de trabalhadores que destruíam máquinas. • Cartismo (1832 – 1848) – movimento de trabalhadores que redigiam reivindicações trabalhistas ao parlamento britânico. Obteve alguns benefícios como a redução da jornada de trabalho para 10 horas e regulamentação do trabalho infantil e feminino. - Trade Unions – associações de trabalhadores que deram origem aos sindicatos. Com o desenvolvimento industrial surgiram várias correntes ideológicas que pretendiam justificar e apoiar o capitalismo (doutrinas liberais), ou condená-lo e destruí-lo (doutrinas socialistas). CAPITALISMO SOCIALISMO Propriedade privada (controle Propriedade coletiva da burguesia). (socialização). O proletário trabalha para a burguesia. O proletário trabalha para a sociedade. Objetivo: LUCRO. Objetivo: BEM-ESTAR coletivo. Economia baseada no mercado. Economia planificada pela sociedade. 1 - DOUTRINAS LIBERAIS: Direitos individuais (ênfase na liberdade e PROPRIEDADE). Liberdade de comércio e produção. Leis naturais da economia (oferta e procura, livre concorrência...). Liberdade de contrato de trabalho (salários e jornada). NÃO INTERVENÇÃO do Estado na economia. ADAM SMITH (1723 – 1790) – “A Riqueza das Nações” Riqueza = trabalho FISIOCRATAS RIQUEZA = AGRICULTURA THOMAS MALTHUS (1766 – 1834) – “Ensaio sobre a população” • Teórico da “miséria inevitável”. • Alimentos crescem em proporção aritmética e população em proporção geométrica. • Guerras e epidemias = equilíbrio entre a população e produção. • Contenção da natalidade. • Limitação de assistencialismo. • Lei dos pobres (1834) – Workhouses Confinamento de miseráveis. As Casas de Trabalho (Workhouses) foram estabelecidas em Inglaterra no século XVII. Segundo a Lei dos Pobres adoptada, em 1834, só era admitida uma forma de ajuda aos pobres: o seu alojamento em casas de trabalho com um regime prisional; os operários realizavam aí trabalhos improdutivos, monótonos e extenuantes; estas casas de trabalho foram designadas pelo povo de "bastilhas para os pobres". DAVID RICARDO (1772 – 1823) – “Princípios da economia política e tributação” • Lei férrea dos salários: o preço natural tanto do trabalho como dos alimentos deveriam andar juntos, subir ou cair conforme o mercado. 2 - DOUTRINAS SOCIALISTAS: A) Socialismo Utópico: Críticas a grande propriedade. Defesa da pequena propriedade. Acordo de classes. Iniciativas individuais sem resultados o preço natural tanto do trabalho como dos alimentos deveriam andar juntos, subir ou cair conforme o mercado. Essa teoria penalizava os trabalhadores, mas justificava os ricos proprietários e industriais a exploração que exerciam sobre os trabalhadores, porque se houvesse compaixão, aumentando os salários, ou com a ajuda do estado, seriam criadas expectativas, e rendas a curto prazo, o que levaria ao crescimento da população e faltaria alimentos e cresceria a miséria, tudo isso era contrario a tese de David que era aceita por sindicatos e governo, que acreditavam estar preservando o interesse dos trabalhadores. SAINT-SIMON (1760 – 1825): • Sociedade sem ociosos (militares, clero, nobreza...). • Ausência de exploração. • 3 classes: sábios, proprietários e sem posses. • Governo: conselho de sábios e artistas. CHARLES FOURIER (1772 • Falanstérios (fazendas coletivas – 1837): agroindustriais). ROBERT OWEN (1771 – 1858): • Melhoria nas condições dos trabalhadores das suas fábricas. • Falência. • Auxílio na criação de Trade Unions. B) Socialismo Científico: Proposta revolucionária do proletariado. KARL MARX (1818 – 1883) – “Manifesto Comunista” (1848) e “O Capital” (1867). FRIEDRICH ENGELS (1820 – 1895) – “A origem da família, da propriedade privada e do Estado”. Materialismo Histórico – interpretação socioeconômica da história, formulada por Marx. Modo de produção: como as sociedades produzem seus meios num determinado período. Compreender a História = compreender a produção. Meio de produção: bens necessário para produzir. Força de trabalho: capacidade de trabalhar. Relação de produção: relação entre os donos dos meios de produção e os donos da força de trabalho. SEMPRE é uma relação de EXPLORAÇÃO. Mais valia: é a medida da exploração. Propriedade privada: motivo básico da exploração. Deve ser abolida. Estado: instrumento de poder dos donos dos meios de produção. Luta de classes: agente transformador (espécie de “motor” da História). • No capitalismo: PROLETÁRIOS Socialismo: ditadura X BURGUESIA do proletariado. • Eliminação da propriedade privada (coletivização). • Fim da exploração e da luta de classes. • Etapa de transição para a posterior eliminação do Estado e implantação do comunismo. 3 - ANARQUISMO ou COMUNISMO LIBERTÁRIO Supressão de toda a forma de governo. Liberdade geral. Contra a propriedade privada, a exploração e qualquer tipo de hierarquia (governo, exército, Igreja, partidos...). Mais radical que o socialismo. Passagem imediata ao comunismo e eliminação do Estado. 4 - Doutrina social da Igreja. Papa Leão XIII. Encíclica RERUM NOVARUM (1891). Contra a exploração de operários. Contra a luta de classes e o marxismo. Religião: instrumento de reforma e justiça social. Apelo ao “espírito cristão” dos empregadores para respeitassem os operários.