2015 | ano 6 | número 19 | www.sbn.com.br hoje AS perspectivas para 2015 Modesto Cerioni Jr. fala sobre os desafios da Neurocirurgia e apresenta os planos de sua gestão Em foco Por uma Neurocirurgia mais independente Opinião Vice-Presidente da SBN fala sobre ética e defesa profissional Representantes Estaduais ALAGOAS Aldo Sérgio Calaça Costa Rua Imbuia, 153 Maceió/AL - Cep: 57052-555 (82) 33714193 BAHIA Sociedade Baiana de Neurocirurgia Almir Plessim de Almeida Av. Reitor Miguel Calmon, 1210 - Sala 614 Salvador/BA - Cep: 40110-100 (71) 32372380 CEARÁ SOCENNE - Sociedade Cearense de Neurologia e Neurocirurgia Daniel Freire de Figueirêdo Av. Santos Dumont, 3131 - Sala 918 - Ed. Torre Del Paseo Fortaleza/CE - Cep: 60150-162 (85) 99986407 [email protected] www.socenne.com.br DISTRITO FEDERAL SONEDF - Sociedade de Neurocirurgia do Distrito Federal Mauro Takao Marques Suzuki SHLS 716 conjunto L - Edifício Centro Clínico Sul Sala L 322 - Torre I - Clinica Suzuki Asa Norte - Brasília/DF - Cep: 70390-907 (61) 32457032 ESPÍRITO SANTO Eliza Leal Suzano Avenida Leitão da Silva, 180 Sala 404 - Ed. Atlantis Tower Praia do Suá - Vitória/ES (27) 33259431 GOI ÁS SGNC - Sociedade Goiana de Neurocirurgia Carlos Roberto Sampaio de Assis Drummond BR 153, Km 8,5 - Chácara Aurora - Vila Sul Aparecida de Goiânia/GO - Cep: 74910-815 (62) 32817142 [email protected] www.sgnc.com.br MATO GROSSO SNMT - Sociedade de Neurocirurgia do Mato Grosso Giovani Mendes Ferreira Av. Aclimação, 135, 1º andar, sala 24, Centro Empresarial Villagio Bosque Cuiaba/MT - Cep: 78050-040 (65) 30237990 MATO GROSSO DO SUL SONEMS - Sociedade de Neurocirurgia do Mato Grosso do Sul Claudio Vinicius Sorrilha Rua Dr. Arthur Jorge, 365 Campo Grande/MS - Cep: 79002-440 (67) 33139791 MARANHÃO Arthur Lopes Gonçalves Almeida Rua do Passeio, 365 São Luís/MA - Cep: 65015-370 (98) 32212500 [email protected] MINAS GERAIS Sociedade Mineira de Neurocirurgia Marcelo Batista Chioato dos Santos Av. João Pinheiro, 161 Belo Horizonte/MG - Cep: 30130-180 (31) 32471600 [email protected] PARAÍBA Gustavo Cartaxo Patriota Avenida São Paulo, 854 João Pessoa/PB - Cep: 58030-040 (83) 32098000 PARANÁ SONEPAR - Associação dos Neurocirurgiões do Paraná Johnni Oswaldo Zamponi [email protected] sonepar.org.br PERNAMBUCO SPNC - Sociedade Pernambucana de Neurocirurgia José Laércio Junior Silva Rua Oswaldo Cruz, 393, Sl. 5 Recife/PE - Cep: 50050-220 (81) 34239674 [email protected] www.neurocirurgiape.com.br PIAUÍ Sociedade Piauiense de Neurocirurgia José Nazareno Pearce Oliveira Brito Rua São Pedro, 2133 Teresina/PI - Cep: 64001-260 (86) 32235325 RIO DE JANEIRO Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro Ruy Castro Monteiro da Silva Filho Rua Santa Clara, 50 - Sl. 819 Copacabana - Rio de Janeiro/RJ Cep: 22041-010 (21) 32082184 www.sncrj.com.br [email protected] RIO GRANDE DO NORTE SONERN - Sociedade de Neurocirurgia do Estado do Rio Grande do Norte Sérgio Adrian Fernandes Dantas Av. Hermes da Fonseca, 1396 Natal/RN - Cep: 59020-650 (84) 32116698 RIO GRANDE DO SUL SNNRS - Sociedade de Neurologia e Neurocirurgia do Rio Grande do Sul Ericson Sfreddo Av. Ipiranga, 5311 - Sl. 209 Porto Alegre/RS (51) 30142083 SANTA CATARINA SCN - Sociedade Catarinense de Neurocirurgia Iraê Ruhland Rua Antonia Alves 210 - Itaguaçu Florianópolis/SC - Cep: 88085390 (48) 32490286 [email protected] www.acm.org.br/sociedade-catarinensede-neurocirurgia/ SÃO PAULO SONESP - Associação dos Neurocirurgiões do Estado de São Paulo Luiz Antonio Araújo Dias Rua Leandro Dupré, 204 - Cj. 52 Vila Clementino - São Paulo/SP Cep: 04025-010 (11) 50836119 www.sonesp.com.br [email protected] 19 além da neurocirurgia 22 dicas de viagens O lazer também faz bem ao cérebro 10 principal: as perspectivas para 2015 Tradição e requinte na América do Sul SUMÁRIO 4 Expediente 15 departamentos A Neuro-oncologia define seus objetivos para 2015 5 Mensagem do presidente Modesto Cerioni Jr. 16 comissões Título de especialista 5 EDitorial José Marcus Rotta 17 opinião Ética e defesa profissional 6 Agenda da diretoria Compromissos da diretoria no primeiro trimestre de 2015 18 página do residente O dia a dia na residência de Neurocirurgia 7 Homenagem José Zuleta Loayza, Rui de Carvalho e Gilberto de Almeida 20 PróDOC A defesa profissional do médico: de quem é a culpa? 14 em foco Por uma neurocirurgia mais independente 21 calendário de eventos www.sbn.com.br (11) 3051-6075 [email protected] Membro Luis Renato Garcez de Oliveira Mello Membro Luiz Carlos de Alencastro Membro Marcos Masini Membro Orival Alves Membro Osmar José Santos de Moraes Membro Ricardo Vieira Botelho Diretoria 2014-2016 Comissões Presidente Modesto Cerioni Junior Vice-Presidente Clemente Augusto de Brito Pereira Secretário Geral Marco Túlio França Tesoureira Marise Augusto Fernandes Audi 1º Secretário Roberto Sérgio Martins Secretário Executivo Italo Capraro Suriano Presidente Anterior Sebastião Nataniel Silva Gusmão Presidente Eleito 2016-2018 Ronald de Lucena Farias Presidente do Congresso de 2016 Márcio Vinhal de Carvalho Presidente Eleito - Congresso de 2018 Marcelo Paglioli Ferreira Diretor de Departamentos José Marcus Rotta Diretor de Diretrizes Ricardo Vieira Botelho Diretor de Formação Neurocirúrgica Benedicto Oscar Colli Diretor de Honorários José Carlos Esteves Veiga Diretor de Parlamentário Marcos Masini Diretor de Patrimônio Samuel Tau Zymberg Diretor de Políticas Clemente Augusto de Brito Pereira Diretor de Relações Internacionais José Marcus Rotta Diretor de Relações Institucionais Cid Célio Jayme Carvalhaes Diretor de Representantes Regionais Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro Diretor da Revista Arquivos Brasileiros Eberval Gadelha Figueiredo Diretor Editor da Revista SBN Hoje José Marcus Rotta Conselho Deliberativo Presidente Jorge Luiz Kraemer Secretário Benjamim Pessoa Vale Membro Aluízio Augusto Arantes Junior Membro Geraldo de Sá Carneiro Filho Membro Jair Leopoldo Raso Membro Jânio Nogueira Membro José Carlos Saleme Membro José Fernando Guedes Correa Membro José Marcus Rotta Membro Luis Alencar Biurrum Borba SBN Hoje 4 Acreditação de Eventos Coordenador Mario Augusto Taricco Membro Alessandra de Moura Lima Membro Audrey Beatriz Santos Araujo Membro Rodrigo Moreira Faleiro Membro Sergio Tadeu Fernandes Credenciamento Coordenador Roberto Colichio Gabarra Membro Albedy Moreira Bastos Membro Marcelo Batista Chioato dos Santos Membro Paulo Valdeci Worm Membro Ruy Castro Monteiro da Silva Filho Membro Sandoval Inácio Carneiro Ensino Coordenador Paulo Andrade de Mello Membro Alexandre Varella Giannetti Membro Apio Cláudio Martins Antunes Membro Feres Eduardo Aparecido Chaddad Neto Membro Hélio Ferreira Lopes Membro Wen Hung Tzu Ética Coordenador Felix Hendrik Pahl Membro Asdrubal Falavigna Membro Denise Marques de Assis Exercício Profissional Coordenador Albert Vincent Berthier Brasil Membro Carlos Batista Alves de Souza Filho Membro Edson Lopes Júnior Membro Luiz Antonio Araujo Dias Membro Marcelo Luis Mudo Membro Sérgio Listik Fiscal Membro Valter da Costa Membro José Carlos Saleme Membro José Arnaldo Motta de Arruda Membro Cid Célio Jayme Carvalhaes Membro Jânio Nogueira Gerenciamento do Fundo Financeiro Membro Italo Capraro Suriano Membro Nelson Pires Ferreira Membro Roberto Colichio Gabarra Título de Especialista Coordenador da Prova Prática Jefferson Walter Daniel Coordenador da Prova Teórica Paulo Henrique Pires de Aguiar Membro André Martins de Lima Cecchini Membro Antônio Aversa Dutra do Souto Membro Antonio Cesar de Melo Mussi Membro Bruno Silva Costa Membro Cassius Vinícius Corrêa Dos Reis Membro Jean Gonçalves de Oliveira Membro Mauro Takao Marques Suzuki Membro Paulo Abdo do Seixo Kadri Membro Samuel Tau Zymberg Membro Wilson Faglioni Júnior Departamentos Neurointensivismo Coordenador Gustavo Cartaxo Patriota Secretário Leonardo Christian Welling Oncologia Coordenadora Ana Lucia Mello de Carvalho Secretário Leonardo Augusto Wendling Henriques Pediatria Coordenadora Nelci Zanon Collange Secretária Márcia Cristina da Silva Radiocirurgia Coordenador Vladimir Arruda Zaccariotti Secretário Evandro César de Souza Trauma Coordenador Nelson Saade Secretário Wellingson Silva Paiva Vascular Coordenador Feres Eduardo Aparecido Chaddad Neto Secretário Hugo Leonardo Doria Netto Base de Crânio Coordenador Jorge Luiz Amorim Corrêa Secretário Cassius Vinícius Corrêa Dos Reis RJ Estrada do Bananal, 56 - Freguesia/Jacarepaguá - CEP: 22745-012 - (21) 2425-8878 Coluna www.editoradoc.com.br [email protected] Coordenador Marcelo Luis Mudo Secretário Andrei Fernandes Joaquim Endovascular Coordenador Leandro Jose Haas Secretário José Laércio Junior Silva Funcional Coordenador Sérgio Adrian Fernandes Dantas Secretário Walter José Fagundes Pereyra Jovem Neurocirurgião Coordenador Christian Diniz Ferreira Secretário Guilherme Brasileiro de Aguiar Nervos Periféricos Coordenador Francisco Flavio Leitão de Carvalho Filho Secretário Emerson Luis Campelo de Oliveira SP Av. Santa Catarina, 1.521 - Sala 308 - Vila Mascote - CEP: 04378-300 - (11) 2539-8878 USA 12620 Beach Boulevard, Suite 3-207 Jacksonville, Flórida 32246 - 1 (904) 571-3743 Diretor: Renato Gregório Diretor digital: Marconde Miranda Gerente editorial: Bruno Aires Editor: Marcello Manes (MTB 31949-RJ) Gerente comercial: Karina Maganhini Gerente de marketing: Valeska Vidal Coordenadora editorial: Mariana Moreira Coordenador técnico-científico: Guilherme Sargentelli (CRM 541480-RJ) Redação: Luan Sicchierolli, Gabriela Lopes, Rafael Martins, Thiago Theodo, Vinícius Corrêa Revisores: Adriano Bastos e Leonardo de Paula Coordenadora de design gráfico: Danielle V. Cardoso Designers gráficos: Douglas Almeida, Gabriel Arcanjo, Monica Mendes e Tatiana Couto Gerentes de relacionamento: Beatriz Piva, Camila Kuwahara, Elis Satomi, Juliana Cunha, Sâmya Nascimento e Selma Brandespim Coordenadoras administrativas: Cintia Vasconcelos e Thamires Cardoso Produção gráfica: Pedro Henrique Soares Copyright© 2015 by DOC Content. Todas as marcas contidas nesta publicação, desenvolvida exclusivamente pela DOC Content para a SBN, bem como os direitos autorais incidentes, são reservados e protegidos pelas leis 9.279/96 e 9.610/98. É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito, da DOC Content. Publicação destinada à classe médica. Mensagem do presidente N ão há avanços sem comunicação. Percebo a importância de estreitarmos os diálogos entre a sociedade e os nossos associados e garantir o crescimento profissional de todos e o progresso da Neurocirurgia. E é o que tem feito a nossa gestão a partir da integração de seus setores, facilitando aos membros o acesso à informação, seja presencialmente em cursos e congressos, por meio de revistas e outros impressos, ou ainda on-line, disponibilizando conteúdo no site de interesse do neurocirurgião e contribuindo com uma interação maior. Além disso, a diretoria da SBN vem trabalhando para oferecer mais qualidade no aperfeiçoamento da especialização do neurocirurgião, através de conteúdos que farão a diferença na carreira do profissional. A educação continuada faz parte de nossa meta, cujo objetivo é oferecer ao especialista um conhecimento do que há de mais atual e certificado na Neurocirurgia global, tanto no âmbito teórico como prático, aperfeiçoando seu know-how. Tenho o orgulho de, em breve, promovermos mais um evento da entidade, o Congresso Brasileiro de Atualização em Neurocirurgia (CBAN), marcado para setembro deste ano, bem como a realização de nosso Congresso Brasileiro de Neurocirurgia (CBN), entre outros espalhados pelo país, como o Congresso Brasileiro de Cirurgia Espinhal, que acontece anualmente em São Paulo. O trabalho da direção da SBN visa também à luta por melhores condições para o médico: a valorização do exercício da Medicina junto às instituições contratantes e justa remuneração pelos serviços prestados. Compartilho com todos os associados a felicidade de ver, cada vez mais, uma entidade voltada para os interesses do neurocirurgião. Modesto Cerioni Jr. editorial Prezados amigos, É com grande insatisfação que a SBN vem acompanhando as reportagens sobre a máfia das próteses e vê a citação do envolvimento de neurocirurgiões com muito desagrado. Ao passo que, inexoravelmente, escândalos de corrupção rondam todas as esferas da sociedade brasileira, a falta de ética vem recair sobre a imagem do médico. A SBN, assim como seus associados, defende a ética médica acima de tudo e se coloca contra o uso indevido e desnecessário de próteses. Todavia, não podemos aceitar que a imagem de todos os neurocirurgiões fique manchada. Não é merecido que o especialista, após passar tanto tempo estudando e se especializando para fornecer o melhor atendimento e cuidados aos pacientes, seja estereotipado em uma prática antiética de uma minoria, contribuindo para o abalo da relação médico-paciente. O neurocirurgião não deve abater-se diante de tais denúncias, sabedor que é do seu papel para com a sociedade. Como neurocirurgião e membro da classe médica, digo que devemos enfrentar o problema com cabeça erguida e superar todo e qualquer ataque a nossa honra, dando continuidade ao nosso trabalho, que é o de trazer progresso para a Neurocirurgia brasileira, a qualificação cada vez mais adequada aos nossos profissionais, a luta pelos preceitos éticos na relação entre o especialista, a indústria e os laboratórios, bem como melhores condições para os nossos pacientes. Um grande abraço a todos. José Marcus Rotta Editor SBN Hoje 5 AGENDA DA DIRETORIA Compromissos da diretoria no primeiro trimestre de 2015 15º Congresso Brasileiro de Cirurgia Espinhal Data: 12/05/2015 a 14/05/2015 Local: São Paulo - SP Representantes da SBN: Modesto Cerioni Jr. e Clemente Pereira Da direita para a esquerda: Fernando Luiz R. Dantas, Zoher Ghogawala, John Hurlbert, Lawrence Lenke, Pierre Rousssouly, Asdrubal Falavigna, Ricardo Botelho, José Marcus Rotta, Marise Fernandes Audi e João Luiz Pinheiro Franco Reunião com Florentino Cardoso, presidente da AMB Data: 13/01/2015 Local: AMB Representantes da SBN: Modesto Cerioni Jr. e Ítalo Suriano A Frente Democrática em defesa do SUS na APM Data: 23/02/2015 Local: APM Representantes da SBN: Osmar Moraes e Roberto Sergio Martins A Frente Democrática em defesa do SUS na APM Data: 26/01/2015 Local: APM Representantes da SBN: Osmar Moraes e Roberto Sergio Martins Fórum Sudeste de Mobilização da Saúde Suplementar na APM Data: 26/02/2015 Local: APM Representante da SBN: Roberto Sergio Martins Revisão do rol de procedimentos de cobertura mínima obrigatória dos planos de saúde Data: 30/01/2015 Local: ANS Representantes da SBN: Clemente Pereira e Marco Túlio França Reunião da Câmara Técnica de Implantes na AMB Data: 06/03/2015 Local: AMB Representante da SBN: Ricardo Botelho Reunião da ANS Data: 30/01/2015 Local: ANS Representante da SBN: Clemente Pereira Frente Democrática em defesa do SUS na APM Data: 16/03/2015 Local: APM Representante da SBN: Roberto Sergio Martins Comissão Estadual de Negociação da Saúde Suplementar na APM Data: 02/02/2015 Local: APM Representante da SBN: Clemente Pereira 1º Encontro Ibero Latino-Americano de Cirurgiões da Coluna FLANC/WFNS/Silaco Data: 11/03/2015 Local: São Paulo - SP Representante da SBN: Modesto Cerioni Jr. Reunião da Câmara Técnica de Implantes na AMB Data: 06/02/2015 Local: AMB Representantes da SBN: Modesto Cerioni Jr., Ricardo Botelho e Osmar Moraes SBN Hoje 6 Câmara Técnica de Neurologia e Neurocirurgia em Brasília Data: 19/03/2015 Local: Brasília - DF Representante da SBN: José Carlos Esteves Veiga HOMENAGEM josé zuleta loayza 01/02/1932 Recebemos consternados a notícia do passamento de nosso colega neurocirurgião José Zuleta Loayza, em 23 de dezembro de 2014, após operação de hérnia encarcerada, no dia 9 de dezembro, e ter sido mantido em UTI por 15 dias. Zuleta concentrou suas atividades no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São 23/12/2014 Paulo, no Hospital Estadual dos Servidores Públicos e no Hospital São Camilo, ambos na capital do Estado. Aos familiares, amigos e colegas, os nossos mais profundos sentimentos de solidariedade. Que as lembranças de seus atos em vida, da dedicação aos pacientes, da postura ética e do respeito ao próximo lhes dê o conforto tão necessário nesses momentos. Por Clemente Augusto de Brito Pereira Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) Prof. dr. Rui Raul Dahas de Carvalho 06/03/1932 O prof. dr. Rui Raul Dahas de Carvalho nasceu em Barretos (SP), cidade do interior paulista, em 6 de março de 1932. Graduou-se em 1957, pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, fundada em 1912, e considerada a raiz histórica do atual Curso de Medicina da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Realizou seu treinamento neurocirúrgico nos Estados Unidos, no período de 01/08/57 a 31/12/61, no hospital universitário da Universidade de Maryland, em Baltimore, no Serviço do prof. dr. James G. Arnold Jr., em continuidade aos princípios estabelecidos por Harvey Cushing. Ainda nesse período, tornou-se fellow na Lahey Clinic em Boston, Massachusetts, no Serviço do prof. dr. James L. Poppen, onde teve a oportunidade de assimilar a esmerada e aprimorada técnica neurocirúrgica¹. Ingressou na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP) em 1962, no Serviço do pavilhão de Neurologia e Neurocirurgia chefiado pelo professor Carlos Gama, onde estagiaram e frequentaram vários neurocirurgiões brasileiros, dentre os quais se destaca Rolando Ângelo Tenuto. Em 1963, foi fundada a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São 13/10/2014 Paulo (FCMSCSP), com base nos ideais do professor Emilio Athiê. Nesse mesmo ano, o professor Rui de Carvalho assumiu a chefia da Disciplina de Neurocirurgia. Logo, foram reorganizadas e planejadas novas estratégias que culminaram na criação, em 1966, da residência médica em Neurocirurgia, tal como a conhecemos nos dias atuais. Desde seu início, a residência em Neurocirurgia na Santa Casa estava estruturada com duração de quatro anos, quando o usual, à época, era o término em três. O caráter inovador sempre se manteve, de modo que, em 1993, seu Serviço era um dos primeiros em nosso meio a conter conteúdo programático elaborado com duração de cinco anos. Reconhecidamente, o prof. dr. Rui de Carvalho era possuidor de requintada técnica cirúrgica, considerado exímio neurocirurgião, excelente didata e dotado de elevados princípios éticos. Criou atmosfera SBN Hoje 7 homenagem de respeito, assiduidade, perseverança, dedicação, capacidade de trabalho e de resolução. Foi um período intenso de aprendizado e treinamento em serviço, de grande dedicação à assistência. Nesse ambiente profícuo, formaram-se vários discípulos com destaque nas carreiras acadêmica e profissional, que ocupam, hoje, posições importantes em vários hospitais e instituições de ensino em nosso país. Em 1974, o professor Rui de Carvalho apresentou tese durante o Concurso de Livre-Docência da Disciplina de Neurocirurgia da FCMSCSP, que se constituiu em uma importante contribuição no estudo da mielopatia espondilótica cervical. Foi um dos principais introdutores da técnica cirúrgica de Cloward em nosso meio. Em seu trabalho, fez importantes considerações e acrescentou modificações à técnica original. Logo tornou-se professor titular, tendo participado de inúmeras bancas examinadoras de concursos acadêmicos. Na vida associativa, cumpriu importantes cargos na Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, no período de 1980 a 1984. Ainda, foi um dos membros fundadores da Associação dos Neurocirurgiões do Estado de São Paulo (SONESP) e membro da Harvey Cushing Society. Certamente, o nome do prof. dr. Rui de Carvalho estará sempre atrelado à Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e ao Serviço de Neurocirurgia da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, por ele iniciado e idealizado¹. É com enorme sentimento de pesar que registramos seu falecimento, vítima da violência que impera em nossos dias, privando-nos de um dos pioneiros da Neurocirurgia Brasileira. Continuarão a viver em nós seus ensinamentos, pois a vida bem preenchida torna-se eterna. “Para ensinar há uma formalidade a cumprir: saber” (Eça de Queiroz) Por José Carlos Esteves Veiga diretor de Honorários na SBN; Raul Dahas de Carvalho Neto neurocirurgião e filho do prof. dr. Rui Raul Dahas de Carvalho; Antero Costa Filho neurocirurgião e assistente do prof. dr. Rui Raul Dahas de Carvalho Referência 1) Costa Filho A. A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e a Neurocirurgia. Arq. Med. Hosp. Fac. Cienc. Med. Santa Casa São Paulo. 2002;47(2):61-70. Prof. dr. Gilberto Machado de Almeida 07/01/1932 22/01/2015 Tenho enorme orgulho de ter cursado do R1 ao R3 sob a tutela do professor Gilberto Machado e do R4 ao R5 com o professor Raul Marino Junior. Nesse período, de 1987 a 1990, pude entrar em várias cirurgias de aneurismas e participar de visitas magistrais à beira do leito com ilustres neurologistas, com os assistentes do professor Gilberto e com o próprio. No centro cirúrgico, a extrema habilidade em dissecar as cisternas rapidamente e a objetividade da resolução mostrava porque ele era o mais famoso cirurgião de aneurismas da época. Na enfermaria, Marco Portillo, Wen Hung Tzu e eu corríamos para preparar os casos para os nossos residentes mais velhos, Marcos Stavale, Orildo Ciquini e Antonio Sergio Barata Cavalcante, e organizar as visitas sob o olhar do nosso preceptor, Mario Augusto Taricco. SBN Hoje 8 O número de pacientes com aneurismas operados por mês era enorme e pudemos, sob a orientação do professor Gilberto, operá-los com os assistentes Guilherme Carvalhal Ribas, Luiz Alcides Manreza e Felix Pahl. Tínhamos o dr. Nilton Cabral, Octavo Vellasco, o professor Hamilton Matushita e Eduardo Vellutini como nossos instrutores nas cirurgias de tumores, base de crânio e pediátricas, todos com lealdade e disciplina orientadas pelo nosso professor-referência, Gilberto Machado de Almeida. Ao final de minha residência, ele me ajudou quando escreveu ao professor Madjid Samii para que eu fosse fazer base de crânio na Alemanha. Ao retornar, em 1996, pude, por poucos meses, mas intensamente, desfrutar de seu convívio no Hospital Nove de Julho, onde me foi permitido entrar diretamente como auxiliar em cirurgia de pacientes com cavernomas, MAVs e aneurismas. Foi período profícuo, do qual me orgulho de ter participado. Por Paulo Henrique Pires de Aguiar Coordenador da Comissão de Título de Especialista (Prova Teórica) “Quando o carvalho tomba, ecoa em toda floresta” (Thomas Carlyle) Quando resolvi convidar o dr. Gilberto para dar aula na Faculdade de Medicina de Botucatu, ele relutou bastante, a princípio, dizendo que ainda tinha muitos compromissos a saldar e que a universidade não dava camisa a ninguém. Por fim, disse que me conhecia e sabia que eu daria conta do recado. Respondi: - Você não entendeu mestre. Eu não quero um chefe. Eu quero um guru! Sabia que ele tinha uma fazenda próxima e disse que ele poderia estender suas vindas à fazenda chegando até Botucatu. - Quando quiser? - perguntou. - Sim. Você fica como professor colaborador. Ganha muito pouco mesmo, mas você vai voltar a ter alunos e residentes! Despediu-se, disse que ia estudar o convite e ligaria em alguns dias. Uma hora depois ligou: - Você estará aí amanhã? No dia seguinte, chegou cedo. Foi direto para minha casa. Guardou o carro na garagem, tomou café com minha mãe, mexeu na geladeira e seguiu comigo para a faculdade. Andou pelo hospital todo, relembrando o tempo que deu aula ali. Depois, foi recebido pelo diretor e assinou o contrato. Na saída, não disse mais nada. Passou em casa, despediu-se de minha mãe e voltou para São Paulo ou para a fazenda. Tinha sempre uma “malformaçãozinha” preparada para ele operar. À noite, acompanhado de Maia ou não, ele ia para repúblicas de residentes que faziam churrascos ou alguma pizza para ele. Essas reuniões ficaram famosas. Alguns residentes tocavam cavaquinho e percussão. Acreditem: dr. Gilberto curtia até às 23h. Um dia, na reunião clínica do serviço, um colega se mostrou surpreso por ele ter aceito vir para Botucatu e perguntou o que o tinha trazido para cá àquela altura da vida. - Vim aprender um pouco com estes garotos – ele disse. Essa frase ficou marcada para sempre entre nós. Esse foi o dr. Gilberto que conheci. Encontrei algumas vezes o dr. Gilberto em Florianópolis. O último foi casual, no shopping. Falamos durante uns 40 minutos. Combinamos que ele viria a Botucatu este ano para o “Encontro de residentes, ex-residentes e amigos da Neurocirurgia de Botucatu”. Essa é a lembrança que tenho de um dos maiores neurocirurgiões que conheci. Por Roberto Colicho Gabarra Coordenador da Comissão de Credenciamento da SBN O Gilberto que conheci Gilberto tinha um tipo meio seco, privilegiava aquilo que fazia porque era competente. Tinha personalidade forte, crítica, por vezes agressiva, porém aceitava de forma surpreendente as ponderações dos mais jovens, que, habitualmente, se baseavam em literatura e pequena experiência. Conhecido como professor Gilberto, em congressos sempre se mostrava informal, cercado de discípulos e estudantes. Se alguém tinha dúvidas, especialmente sobre cirurgia vascular, procurava-o nos intervalos. As respostas eram claras; parecia que ele tinha poucas dúvidas sobre um assunto a respeito do qual nos sentíamos cheios delas. Assisti a suas cirurgias de aneurismas de fossa posterior, verifiquei que era rápido, certeiro, com a ressalva de que trabalhava com a mão esquerda, o que se tornava bem interessante para o observador. Passou o tempo e fui tocando minha vida até que me apareceu uma ciatalgia direita com a qual convivi por meses dolorosos. Era a época da mielografia, e eu tinha medo de complicações tardias desse exame. Fui a São Paulo e fiz uma TC - exame novo; não havia, ainda, ressonância no Brasil. Resultado: hérnia em dois níveis. Colegas me aconselharam a operar ambos. Preocupado, fui a Gilberto, que me examinou, sério, analisou a TC e pediu uma mielografia. Olhou a chapa, viu a hérnia expulsa em L3-L4 e me perguntou se eu achava que devia operar. Operou-me, mas quem decidiu se era cirúrgico ou não fui eu! Treze anos depois, após esforços físicos de academia, meu pé esquerdo ficou paralisado. Gilberto novamente me operou, agora de hérnia extrusa em L4-L5, também por minha indicação. Ele era assim, pragmático com os pacientes. Recupereime bem de ambas as intervenções. Aposentado da USP, ele quis viver mais sadiamente na bela Florianópolis. Participou como conferencista em evento da Sociedade Catarinense de Neurocirurgia, contando sobre suas condutas em aneurismas e malformações. Fiz questão de homenageá-lo durante o XXVI Congresso em Florianópolis por sua grande contribuição à Neurocirurgia brasileira. Graças a sua persistência e a de seus colaboradores, a revista Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia resistiu a tempos difíceis. Foi um formador de neurocirurgiões. Seus discípulos, hoje, ocupam posições de destaque na Medicina brasileira e em outros países, irradiando o padrão de qualidade imposto por sua pessoa. Narro estes fatos como colega, admirador e paciente agradecido, pranteando respeitosa e pesarosamente essa figura ímpar que a SBN recentemente perdeu. Por Luis Renato Mello Membro do Conselho Deliberativo da SBN SBN Hoje 9 principal as perspectivas para 2015 O presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Modesto Cerioni Jr., relata os planos que sua gestão pretende realizar até o fim do ano. O neurocirurgião demonstrou preocupação com o aprimoramento das formas de interação com os associados e com as condições para a prática da especialidade Por Rafael Martins T endo pela frente mais da metade de seu mandato como presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), Modesto Cerioni Jr. tem metas definidas para a sua gestão. Empossado em setembro de 2014, o neurocirurgião deseja, entre outras coisas, melhorar a comunicação da entidade com os associados e fortalecer a educação continuada. Mas, para que isso aconteça, considera fundamental a conclusão de um planejamento estratégico SBN Hoje 10 em longo prazo que a Sociedade vem implantando gradualmente. “Ao longo dos últimos anos, a SBN teve gestões que trabalharam alinhadas e com objetivos convergentes para transformá-la em uma entidade com estrutura administrativa sólida e de alta credibilidade na formação de especialistas em Neurocirurgia. As ações futuras foram facilitadas quando, em 2014, foi concluído o planejamento estratégico para os próximos cinco anos”, avalia. O presidente relata que o planejamento demonstrou a necessidade de reorganizar e aprimorar a plataforma de informática da SBN. O resultado foi a contratação de uma empresa para unificar os dados dos setores de ensino, financeiro, contábil, conciliação bancária e de auditoria, integrando-os ao de TI para a divulgação no site da sociedade e demais mídias de comunicação com os associados. Segundo o presidente, uma área que deve ganhar destaque em 2015 é a de “A Neurocirurgia, uma especialidade de alta complexidade, que necessita de recursos e equipamentos mais sofisticados, só pode ser praticada em cidades de médio e grande portes. Nos últimos anos, a sociedade vem ensino e formação ética e comportamental do neurocirurgião. “Cabe à SBN definir o neurocirurgião como o especialista que vai assistir a população brasileira. Também é uma prioridade influenciar e intervir ativamente nas entidades de classes hierarquicamente representativas, AMB, CFM e Ministério da Saúde, em busca de uma remuneração melhor e de valorização do trabalho pelas fontes pagadoras governamentais e empresas operadoras de saúde”, declara. Nos últimos anos, de acordo com o dirigente, a SBN contribuiu para o desenvolvimento da Neurocirurgia através da formação de especialistas com alto grau de treinamento prático e conhecimento teórico, atualizados em relação às técnicas mais usadas no exterior. Por causa desse tipo de trabalho, a entidade é reconhecida mundialmente como trabalhando para que mais hospitais artigos e consultar publicações de outros autores, nacionais e estrangeiros. para a boa prática da Neurocirurgia” A sociedade possui um encontro promovido exclusivamente para que seus associaModesto Cerioni dos se atualizem: o Congresso Brasileiro de Atualização em Neurocirurgia (CBAN), realizado a cada ano ímpar – o de 2015 será em setembro. Além uma das poucas que têm um programa desse evento, a SBN sedia o Congresde formação bem estruturado. so Brasileiro de Neurocirurgia (CBN), O segredo desse reconhecimento é a dique conta com a participação de pafusão do conhecimento, algo que a SBN lestrantes estrangeiros relevantes em incentiva de várias formas: “Investindo na seus países, além de outros congressos educação continuada, disponibilizando o e eventos distribuídos pelo Brasil. O acesso on-line, através do site, das revismaior deles, realizado anualmente em tas internacionais de referência na espeSão Paulo, o Congresso Brasileiro de cialidade e da videoteca com aulas sobre Cirurgia Espinhal, é referência tamtemas de interesse do neurocirurgião”, bém para os ortopedistas cirurgiões da define o presidente. A sociedade também coluna vertebral. edita regularmente uma revista científica Preocupado com os anseios dos em que os especialistas podem publicar neurocirurgiões, o presidente avisa brasileiros consigam condições básicas SBN Hoje 11 principal Segundo dados da SBN, há cerca de 3.500 neurocirurgiões em atividade no Brasil. Aqueles que obtêm o título de especialista em Neurocirurgia conferido pela AMB e a SBN são considerados membros titulares da sociedade. Os principais objetivos e desafios da gestão de Modesto Cerioni Jr. em 2015: Atualmente, são 2.134 sócios, Garantir a sustentabilidade financeira da SBN; sendo 1.683 em atividade. Otimizar e qualificar os custos institucionais; Aprimorar o marketing e a comunicação com os associados; Fortalecer a educação continuada dos neurocirurgiões; que, no próximo CBAN, será realizada a Assembleia Geral para a reforma do estatuto e do regimento interno da SBN. Todos os associados poderão enviar suas sugestões até o dia 27 de maio. Para 2015, também está prevista a indexação da revista Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia e a mediação da sociedade frente à interferência da indústria na atividade do neurocirurgião. O atual cenário da neurocirurgia brasileira, para o presidente, exige esse tipo de mediação e constante luta por melhores condições para os seus profissionais. Segundo o especialista, no momento, a Medicina brasileira não oferece recursos humanos e SBN Hoje 12 O zelo pelas condições adequadas de trabalho e remuneração justa para o exercício profissional do neurocirurgião brasileiro; A implantação das inovações tecnológicas em sua pratica diária. financeiros para a manutenção e expansão do atendimento à população. É dessa necessidade que vem uma das mais importantes contribuições que a SBN dá ao desenvolvimento da área. “A Neurocirurgia, uma especialidade de alta complexidade, que necessita de recursos e equipamentos mais sofisticados, somente pode ser praticada em cidades de médio e grande portes. Em alguns estados do Brasil, apenas nas capitais. Devemos estimular meios e vontade governamental para criar o atendimento mais rápido e eficiente comparado às cidades maiores. Nos últimos anos, a sociedade vem trabalhando para que mais hospitais brasileiros consigam condições básicas para a boa prática da Neurocirurgia”, ressalta. Neuromonitorização em Cirurgia da Coluna Aplicações: Fusão Intervertebral Posterior Lombar e Cervical SpineSafe combina a monitorização (EMG) eficaz em cirurgia de coluna com a operação simples e intuitiva do dispositivo. Os benefícios operacionais para os usuários são muito abrangentes. O software guia o usuário através de simples passos, para iniciar rapidamente a monitorização. Seus acessórios são de simples aplicação no paciente, tornando a monitorização em coluna um procedimento simples e mais acessível. *A solução SpineSafe apenas permite a supervisão de raízes nervosas, desta forma não é considerado potencial evocado. www.surgicalline.com.br [email protected] 11 4053 9640 em foco Por uma neurocirurgia mais independente À frente da Diretoria de Diretrizes da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Ricardo Vieira Botelho faz uma avaliação da importância da atividade pela qual é responsável e apresenta os planos e objetivos para a área, essencial para a prática da especialidade Por Rafael Martins C na produção das diretrizes. Então, é o om a transparência e a divuldepartamento que legitima a realizagação do conhecimento como ção da diretriz, pois é ele que conhece norteadores, o objetivo da Diretoria a parte clínica da revisão. A base da de Diretrizes para 2015 é aumentar a diretriz é o departamento”, explica. participação de cada departamento da O diretor estima que, atualmente, Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Base de crânio (DCBC) a SBN conta com 80 neurocirurgiões (SBN) no processo de criação de direcapacitados para a realização de diretrizes. Aliada à participação dos vários Coluna (DCSBN) trizes, publicadas para os membros setores da SBN, o diretor responsável, Endovascular dos departamentos. E a tendência, seRicardo Vieira Botelho, conta que degundo ele, é que o número aumente, seja incorporar cada vez mais neurociFuncional já que a diretoria tem recebido pedirurgiões nessa atividade essencial para Jovem neurocirurgião dos de inscrição e abertura de cursos o desenvolvimento da área. que capacitem para o trabalho de elaSegundo Botelho, um dos maiores Nervos periféricos boração de diretrizes. Para Botelho, desafios é fazer com que a SBN con(Nervos-SBN) esse movimento irá trazer benefícios tinue sendo o balizador da prática da Neurointensivismo não só para os profissionais, mas para neurocirurgia no país. “Há inúmeros a neurocirurgia brasileira. “Existe um conflitos de interesses. Outros atores Oncologia (Neuro-onco) benefício próprio para esse neurocitêm competido pela determinação da Pediatria rurgião, porque ele começa a trabaconduta com o paciente, muitas vezes lhar com uma nova metodologia de motivados por fatores predominanteRadiocirurgia estudo, baseada em sistematização. mente econômicos, tentando produzir Trauma (DTTI) E mais pessoas capacitadas ajudam a seus critérios de indicação relacionados divulgar a produção das diretrizes, o à neurocirurgia”, declara. “O desafio, Vascular que é de benefício para a sociedade então, é que a especialidade consiga como um todo”, acredita. criar diretrizes isentas, baseadas em informação precisa, que se tornem documentos que protejam e orientem o neurocirurgião em sua prática”, acrescenta. “O desafio, então, é que a especialidade consiga criar diretrizes Para ter legitimidade, esse processo é centrado isentas, baseadas em informação precisa, que se tornem documentos nos departamentos da que protejam e orientem o neurocirurgião em sua prática” Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. “É o deRicardo Vieira Botelho partamento que escolhe os tópicos e fornece os membros que trabalharão SBN Hoje 14 Departamentos da SBN departamentos A Neuro-oncologia define seus objetivos para 2015 Contando com a colaboração dos associados e especialistas na área, a coordenadora do Departamento de Oncologia da SBN, Ana Lucia Mello de Carvalho, deseja promover a resolução dos desafios encontrados pelos médicos e a atuação dos profissionais na elaboração de projetos Por Rafael Martins R “Um dos objetivos do Departamento de Oncologia para 2015 é a realização de uma pesquisa nacional, esponsável pela coordenação do Departamento de Oncologia (conhecido pela abreviação Neuro-Onco) da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), Ana Lucia Mello de Carvalho defende a participação dos associados na resolução de problemas e no desenvolvimento de projetos voltados para a área de atuação do departamento. Esse tipo de interação com os médicos da especialidade embasa os principais planos e objetivos do Neuro-onco. “Um dos objetivos do Departamento de Oncologia para 2015 é a realização de uma pesquisa nacional, a fim de mapear as maiores dificuldades encontradas pelos neurocirurgiões no tratamento dos tumores, primeiramente os gliomas, identificando os problemas e procurando soluções. Outro objetivo é contar com maior participação dos associados no projeto Diretrizes sobre Gliomas e na divulgação do projeto Diretrizes de Metástases Múltiplas”, diz. Essa postura participativa e as metas planejadas para este ano estão de acordo com a finalidade do departamento estipulada em seu regimento. No artigo 2º, o documento lista como objetivos do Neuro-Onco servir como “um fórum para comunicação efetiva entre neurocirurgiões e demais especialistas relacionados à Neurocirurgia Oncológica” e “um meio de desenvolvimento do conhecimento científico, dentro das diferentes áreas de pesquisa básica e clínica, de reabilitação e prevenção de doenças relacionadas à neurocirurgia oncológica”. Segundo Ana Lucia, estão previstas muitas atividades para 2015, no intuito de envolver os médicos, seja contribuindo para elaborar a programação do ano, em indicação de palestras ou sugestão de Objetivos do Departamento de Oncologia O propósito da Neuro-Onco é contribuir para o avanço da Neurocirurgia Oncológica, servindo: 1) Como um fórum para comunicação efetiva entre neurocirurgiões e demais especialistas relacionados à Neurocirurgia Oncológica; 2) Como um meio para desenvolver o conhecimento científico, dentro das diferentes áreas de pesquisa básica e clínica, de reabilitação e prevenção de doenças relacionadas à Neurocirurgia Oncológica; 3) Como uma tribuna no resguardo da ética e moral das atividades relacionadas à Neurocirurgia Oncológica; 4) Como um órgão representativo perante os poderes governamentais, sociedades médicas, sociedade civil e órgãos públicos. a fim de mapear as maiores dificuldades encontradas pelos neurocirurgiões no tratamento dos tumores” Ana Lucia Mello de Carvalho temas para os diversos Congressos pelo Brasil, como o de Educação Continuada e o Congresso de Neuro-Oncologia. “Quanto às atividades educacionais, está sendo preparada uma discussão mensal de casos on-line, sendo que, a cada mês, um Estado será responsável por seu desenvolvimento. Além disso, a cada dois meses, um artigo update será disponibilizado para discussão”, antecipa. Para a coordenadora do Neuro-Onco, o Brasil possui excelentes oncologistas e neurocirurgiões, que participam de protocolos de tratamento mundiais, mas ainda falta incentivo e financiamento para pesquisa. Lutar contra esse cenário é uma das finalidades da SBN e do Departamento de Oncologia. “O papel da SBN é o apoio e suporte para esses projetos, incentivando os neurocirurgiões em projetos fora e dentro do país, além de tentar identificar nossas maiores dificuldades, participando na busca de soluções, por uma Neuro-Oncologia cada vez melhor e acessível a todos”, define. SBN Hoje 15 comissões Título de Especialista Divulgação Objetivo dos membros da Comissão é estimular o crescimento qualitativo de novos especialistas Por Gabriela Lopes “Proporcionar boas condições de ensino e investir A SBN Hoje 16 ano, com índice de aprovação que varia entre 60% e 70%. De acordo com o coordenador da prova prática, Jefferson Walter Daniel, as questões versam sobre casos de pacientes neurocirúrgicos, em que os examinadores discutem com os candidatos os aspectos do diagnóstico, prognóstico e do tratamento em si. “No dia da prova prática, os examinadores se reúnem antes e selecionam as questões que serão aplicadas aos candidatos. Os profissionais que irão avaliar são distribuídos em duplas e cada candidato é avaliado por duas duplas de examinadores. A avaliação dura, aproximadamente, 15 minutos por dupla de examinadores, ou seja, são 30 minutos de tempo total de prova por candidato”, explica. Atualmente, os profissionais recémformados vêm se conscientizando ainda mais sobre a importância do TE para suas carreiras. Porém, ao mesmo tempo em que a SBN nota a procura pela prova de TE, a entidade não atribui o crescimento da Neurocirurgia apenas ao cadastramento de novos especialistas. “O credenciamento do candidato com o TE é o parâmetro de excelência para a atuação profissional”, analisa Jefferson Daniel. O colega Paulo Aguiar acrescenta: “Credenciar novos especialistas não significa fomentar o crescimento da especialidade. Proporcionar boas condições de ensino e investir na formação dos novos neurocirurgiões significa estimular o crescimento qualitativo de especialistas, e não quantitativo”. na formação dos novos neurocirurgiões significa estimular o crescimento qualitativo de especialistas, e não quantitativo” Paulo Henrique Aguiar “O credenciamento do candidato com o TE é o parâmetro de excelência para a atuação profissional” Jefferson Walter Daniel Divulgação busca pelo título de especialista (TE) é a comprovação de que o neurocirurgião realmente está preparado para enfrentar os desafios dessa complexa profissão. O TE é obtido por meio da residência médica, que pode ser coordenada pelo MEC ou pela própria Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) em conjunto com a Associação Médica Brasileira (AMB). A prova de TE da SBN é pautada na participação efetiva do corpo clínico, formado por coordenadores especializados, além de equipamentos de ponta para realização do exame. Na gestão de José Marcus Rotta, a sociedade adotou um sistema computadorizado para aplicação da prova de TE. A mudança acompanha a tendência de inserir a tecnologia na avaliação, segundo o coordenador da prova teórica, Paulo Henrique Pires Aguiar. “A prova tornou-se mais dinâmica e vem sendo formada por questões enviadas pelos membros da Comissão do TE e dos Departamentos das Subespecialidades da SBN. Tem alto nível, comparada às provas das Neurocirurgias americana e europeia, e tem sido extremamente elogiada devido à elaboração e participação dos membros da Sociedade”, conta. O coordenador faz parte da Comissão de Título de Especialista há 12 anos e vem acompanhando de perto o novo formato da prova, desenvolvida em parceria com a Universidade Paulista (UNIP). Segundo Aguiar, o exame tem frequência média de 100 inscritos por opinião Ética e defesa PROFISSIONAL Por Clemente Augusto de Brito Pereira Vice-presidente da SBN Diretor de Políticas N a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), exisde matérias de implante, a única postura aceitável é a da tem, com funções definidas regimentalmente, as cocondenação vigorosa de uma prática que vai da atitude anmissões de ética e de defesa profissional. A primeira tem tiética à ação criminosa. A atitude que condenamos acima, como uma de suas atribuições vigiar e preservar o exercíque deixou de ser limitada a uns poucos médicos graças ao cio ético da especialidade e da profissão como um todo, grande poder de corrupção gerado pelo desejo do ganho assessorar e defender os associados junto aos conselhos de fácil e rápido, põe em risco a saúde dos pacientes e tem medicina, voltando-se à justiça quando necessário. o efeito colateral danoso de atentar contra o respeito e a A segunda incumbe-se da defesa dos honorários e dos credibilidade indispensáveis ao exercício da medicina. interesses profissionais dos Há que se considerar que neurocirurgiões perante as as reportagens divulgadas entidades públicas e privarepetidamente pela mídia das com as quais se relaciopodem refletir o interesse nam. Há, evidentemente, das fontes pagadoras da asuma interface entre as duas sistência médica, os seguros “O papel a ser desempenhado comissões, pois a defesa dos de saúde e as medicinas de interesses dos neurocirurgrupo que, antes lenientes pela SBN é não se intimidar com giões pressupõe como préem relação às práticas agora requisito o respeito à postura condenadas, passaram a se a divulgação das denúncias, exigida pelo código de ética preocupar com o crescimenmédica. O entrosamento ento em escala daqueles propois o conflito de interesses é tre as comissões de ética e de cedimentos e o consequente defesa profissional é o objetiaumento exponencial dos vo da Diretoria de Políticas, custos. Antes das razões étivigorosamente condenado pela criada com o aval do Consecas, preocupa às empresas lho Deliberativo da SBN e da medicina complementar entidade” atuante nas últimas adminisa diminuição dos lucros e, trações da sociedade. sendo todas grandes anunA denúncia do conflito de ciantes, não lhes é difícil interesses caracterizado pela motivar a divulgação com a auferição de vantagens, por intensidade que foi feita. parte de cirurgiões, ao indicar indevidamente a implantaO papel a ser desempenhado pela SBN é não se intimição de órteses e próteses, levada ao ar repetidas vezes pela dar com a divulgação das denúncias, pois o conflito de mídia, obriga a SBN a se posicionar pela preservação do interesses é vigorosamente condenado pela entidade. Tais exercício ético da especialidade e, ao mesmo tempo, não reportagens têm, sem dúvida, o propósito de arrefecer a descuidar de modo algum da defesa profissional. disposição de lutar, sem falsos pudores, pela remuneraNo que se refere ao conflito de interesses, maneira eleganção justa e decente da prática médica ética, como é da te de denominar a propina recebida pela indicação indevida nossa tradição. SBN Hoje 17 Página do residente O dia a dia na residência de Neurocirurgia Os residentes do quinto ano Silvio Tenório e Mayana Menegusse falam sobre suas experiências durante os anos de residência Por Luan Sicchierolli A Neurocirurgia é umas das áreas mais difíceis e complexas da Medicina. Por isso, sua residência é uma das mais longas: cinco anos. O neurocirurgião deve ser disciplinado, pois a rotina de uma residência na área pode ser exaustiva. Para saber um pouco mais sobre esse universo, esta edição da Revista SBN Hoje traz uma reportagem feita com dois residentes do quinto ano de Neurocirurgia, que, apesar de estarem na mesma etapa formativa, trabalham em hospitais e estados diferentes. Os futuros neurocirurgiões contam a razão da escolha pela especialidade, comentam suas experiências durante esses cinco anos e falam sobre suas perspectivas em relação ao futuro da Neurocirurgia no país. Silvio Tenório Gameleira Filho, residente do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, interessou-se pela área desde as aulas de Neuroanatomia e acredita que a residência torna o profissional mais experiente. “A cada ano que passa, o residente vai fazendo procedimentos e cirurgias cada vez mais complexas. Também temos as reuniões do serviço, em que são discutidos os casos, além da apresentação semanal de aulas e discussões de artigos científicos. É uma rotina bastante puxada, que requer muita dedicação, estudo e trabalho. Em compensação, é muito gratificante”, afirma. Já a residente Mayana Mesquita Menegusse, do Hospital Geral Roberto SBN Hoje 18 “É uma rotina bastante puxada, que requer muita dedicação, estudo e trabalho. Em compensação, é muito gratificante” S i l v i o Te n ó r i o G a m e l e i r a F i l h o em seu curso, que, segundo a residente, Santos, na Bahia, inclinou-se para a vem progredindo. A estudante conta que Neurocirurgia antes mesmo de ingreso hospital onde pratica a residência adsar na faculdade. Agora, na residência, quiriu novos equipamentos, o serviço se confessa que percebeu adversidades estrutura melhor a no início do curso. cada dia e o volume “Houve preconceicirúrgico tem auto de fontes diversas mentado. e das formas mais “Realizar o nosso inesperadas posApesar dos avansíveis, talvez pela ços, Mayana afirma trabalho da forma simples surpresa de que a especialidade no país ainda preciver uma mulher em que desejamos sa melhorar. “Realiuma área, tradicioainda é utópico em zar o nosso trabalho nalmente, de doda forma que desemínio masculino. nossa realidade” jamos ainda é utóMuitas vezes, nós, pico em nossa realimulheres, precisaMayana Mesquita dade, mas, levando mos fazer dobrado Menegusse em conta todas as ou triplicado para limitações do sisteter valor. Mas, hoje, ma público de saúa situação é bem dide e as dificuldades ferente. Isso já não do país como um todo, vejo que fazeacontece mais e sou respeitada entre os mos a diferença e conseguimos realizar colegas”, relata. uma média de 850 a 1000 cirurgias por Com o passar do tempo, Mayana tamano”, analisa. bém conseguiu observar pontos positivos Além da Neurocirurgia Arquivo Pessoal O lazer também faz bem à cabeça José Nazareno Pearce Oliveira Brito usa o tempo livre para se dedicar à paixão pelas motocicletas, que, além do prazer da velocidade, beneficia o corpo e o lado emocional Por Vinícius Corrêa M anter os hobbies ativos em qualquer idade é importantíssimo para a garantia de uma boa qualidade de vida. Para comprovar essa afirmação, a equipe de reportagem da SBN Hoje conversou com o neurocirurgião José Nazareno Pearce. Aos 67 anos, Pearce é coordenador do Serviço de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), coordenador do Serviço de Neurologia/Neurocirurgia do Centro Universitário Uninovafapi e presidente da Sociedade Piauiense de Neurocirurgia (SPN). Além disso, é um apaixonado por motocicletas e conta, nesta entrevista, um pouco sobre suas aventuras em duas rodas. SBN Hoje - Conte-nos um pouco sobre sua paixão por motocicletas. JNP - Aqui mora o perigo. Ando desde os 13 anos de idade. Em 2002, decidi que a vida é muito curta para não desfrutar de suas paixões, já que em meu segundo matrimônio, encontro minha outra parte de paixões sobre duas rodas: minha esposa Siara Maria Canal Brito, paulista, psicóloga e administradora da minha cabeça. motocicletas, também pratiquei por muito tempo o tênis, que deixei em 2002. Outro elemento significativo em minha vida, desde criança, é a música. Fui criado na Bossa Nova e, logo na juventude, aderi com grande paixão ao blues e ao jazz. SBN Hoje - Quantas motos o senhor possui e quais os modelos? JNP - Já possuí vários modelos, embora os que mais me cativam são os RACE. Atualmente possuo, como bom discípulo alemão, dois modelos da BMW: K1200s e S1000RR. SBN Hoje - O que esse lazer proporciona ao senhor, com relação à qualidade de vida e aos benefícios para sua rotina de trabalho? JNP - O lazer que escolhi para fazer parte da minha vida ajuda em meu preparo físico e no equilíbrio emocional. Contribui para a minha motivação e, consequentemente, um desempenho melhor. SBN Hoje - O senhor considera importante destinarmos um tempo das nossas vidas para praticar algum hobby? Por quê? JNP - Sim, porque o lazer é tão importante quanto nossa saúde, nossa profissão e outros aspectos que fazem parte de nossas vidas. Além do gosto pelas SBN Hoje - Como o senhor faz para conciliar o seu trabalho, a família e os hobbies? JNP - Tudo depende da maneira que você distribui o seu tempo, com disciplina, organização e amor. SBN Hoje 19 PróDOC defesa profissional A do médico: de quem é a culpa? Por Voltaire Marensi* Q uando se fala em responsabilidade civil e, por consequência, em defesa profissional do médico, deve-se levar em consideração a dicotomia traçada no direito das obrigações quanto ao conteúdo da obrigação propriamente dita. Ou seja, se a obrigação é de meio ou de resultado. Via de regra, quando se cuida de um serviço profissional de um médico, a doutrina sinaliza que estamos frente a uma obrigação de meio, que é aquela, no dizer escorreito de Maria Helena Diniz, “em que o devedor se obriga tão somente a usar de prudência e diligência normais na prestação de certo serviço para atingir um resultado, sem, contudo, se vincular a obtê-lo”1. A obrigação, por sua vez, será de resultado na hipótese em que se contrata um cirurgião para fazer um trabalho estético no corpo de uma pessoa. O Superior Tribunal de Justiça já debateu no sentido de saber se a responsabilidade civil dos profissionais liberais se estenderia aos demais fornecedores, a exemplo de hospitais e clínicas médicas, estando, nesse caso, estribada na culpa, ou se esse trabalho do profissional, com os demais fornecedores de serviços em geral, transformaria essa obrigação de meio em obrigação de resultado. Nos recursos especiais 986.648/PR e 1216424/MT, julgados em 2011, os julgadores concluíram que os médicos, profissionais liberais, respondem somente se tiverem agido com culpa, ou seja, aplica-se às inteiras o parágrafo 4º do artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), da lei 8.078, de 11 de setembro de 1990. SBN Hoje 20 Em síntese, a questão ganha realce quando o médico presta serviço dentro de um centro hospitalar que fornece centro cirúrgico, equipe, medicamento e hotelaria e o profissional realiza o procedimento técnico principal. Nesse caso, cabe ressaltar o aspecto da solidariedade entre o estabelecimento hospitalar e o médico, pois o enunciado do artigo 14 do CDC diz: “O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”. Nesse sentido, a existência de uma cadeia de fornecimento entre o plano de saúde e o médico credenciado enseja o reconhecimento de uma responsabilidade solidária do hospital, e o fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: (I) que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; (II) a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro2. Desse modo, se vislumbra, via de regra, que a responsabilidade da clínica é objetiva e o ônus da prova da inexistência de defeito na prestação de serviços médicos incumbe a ela. Em conclusão, o profissional liberal só será responsabilizado quando agir no exercício de suas atividades com culpa, e os fornecedores de serviços, como no caso dos hospitais, serão responsabilizados objetivamente, a não ser que comprovem que o defeito no serviço inexistiu ou que houve culpa exclusiva do consumidor ou do terceiro. *Voltaire Marensi é advogado especializado na área da Saúde. Sócio do escritório Marensi De Kühl e Peixoto Advogados Associados, de Brasília (DF). Referências 1) Maria Helena Diniz. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações. 24ª edição. Editora Saraiva, 2009, página 206. 2) Parágrafo 3º do artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Responsabilidade civil do médico Alexandre Martins dos Santos Este livro apresenta um conteúdo completo sobre a responsabilidade civil do médico. O autor explica a teoria, mostra a legislação e a jurisprudência em diversos casos, além de comentar e analisar situações. 238 páginas Para comprar, visite o site <www.editoradoc.com.br> ou ligue para (21) 2425-8878 Eventos Calendário SBN XV Congresso Brasileiro de Coluna 19 a 21 de abril São Paulo - SP 16th World Congress of Rhinology 30 de abril a 2 de maio São Paulo - SP XI Congresso de Neurocirurgia Pediátrica 24 a 27 de junho Belém - PA XVI Congresso da Academia Brasileira de Neurocirurgia 2 a 6 de junho Atibaia - SP Reunión Intermedia FLANC 2015 2 a 4 de julho Bogotá - Colômbia Neurão 2015 4 a 6 de setembro São Paulo - SP WFNS - 15th Interim Meeting of the World Federation of Neurosurgical Societies 8 a 12 de setembro Roma - Itália XVII Congresso Brasileiro de Atualização em Neurocirurgia - CBAN 23 a 26 de setembro Florianópolis - SC SBN Hoje 21 Dicas de viagens Por dentro de Bogotá Língua: Espanhol Fuso horário: - 2h (horário de Brasília) Moeda: Peso Saúde: Certificado internacional de vacinação contra a febre amarela Site: <www.bogotaturismo.gov.co> Bogotá: tradição e requinte na América do Sul Por Gabriela Lopes B ogotá, capital da Colômbia, é o destino escolhido para sediar a Reunión Intermedia da Federação Latino-Americana de Sociedades de Neurocirurgia (FLANC), que acontece entre os dias 2 a 4 de julho de 2015. O evento será realizado no Hotel Hilton, localizado na Avenida Carrera 7, no centro financeiro da cidade. Os visitantes de Bogotá vão se surpreender ao constatar que a cidade deixou para trás a fama de insegura e tornouse um dos lugares mais indicados para fazer turismo em todo o país. Localizada a 2.640 metros de altitude, a cidade abriga La Candelaria, seu simpático centro histórico de ruas de paralelepípedos, casas do período colonial e lar das bibliotecas. Em Bogotá se encontram alguns dos mais impactantes museus de toda a América do Sul, SBN Hoje 22 como os imperdíveis Museo del Oro e o Museo de Botero, testemunhas de seu rico passado e irreverente presente. Lá também estão a sede do governo e o Palácio da Justiça, localizados no entorno da Plaza de Bolívar, nomeada em homenagem ao líder dos movimentos de independência latino-americanos. A cidade possui uma agradável atmosfera em seus bares e restaurantes, parques e ruas. Hoje é considerada uma das metrópoles mais seguras, apesar de ainda ser presente e visível a disparidade social. Área nobre tem restaurantes e lojas de grife Aos pés da montanha de Monserrate, é possível contemplar as belas vistas panorâmicas da região. Imperdíveis também são o roteiro pela zona histórica e da subida de Monserrate, de onde se pode ter uma bela visão da cidade do alto, e de regiões como Macarena, Zona Rosa e Chapinero. A primeira é sede do Planetário e do Museu de Arte Moderna local, além de abrigar muitos bares e restaurantes; a segunda é uma área de compras; e a última tem vida noturna agitada. Mas nem só de passeios vive Bogotá. A Zona Rosa, uma rua com o formato da letra “T”, em que não há trânsito de carros, também recebe o nome de Zona T. Ali, é possível encontrar diversos bares e restaurantes, com mesinhas nas calçadas, discotecas badaladas e lojas de estilistas como Dolce & Gabbana, Bulgari e Versace. Boa notícia para quem quer fazer compras: os preços são mais em conta do que no Brasil. OPMI® PENTERO® 900 A Nova Geração. INFRARED 800 FLOW® 800 TRENION™ 3D HD !CESSOVISUALINTRAOPERAT»RIODOÇUXO !PLICA°¬O DE ÇUORESC³NCIA ÂNICA Imagens estereoscópicas brilhantes sanguíneo e obstrução de vasos em para análise visual da dinâmica de e 3D do campo visual que permitem aneurismas, bypass e cirurgia de má vascularização sanguínea. uma compreensão mais abrangente formação. e detalhada COMPLEXA 0800 770 5556 www.zeiss.com.br +55 11 5693-5516 +55 11 9.9113-0579 [email protected] [email protected] da anatomia