UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO, EXTENSÃO E CULTURA – PROPEC. CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS – CEJURPS PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS - PMGPP AGENDA AMBIENTAL NA UNICENTRO: UM DIAGNÓSTICO A PARTIR DO MÉTODO KRUGER. ANTONIO CARLOS PIRES DE LIMA Itajaí-SC, 2014 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO, EXTENSÃO E CULTURA – PROPEC. CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS – CEJURPS PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS – PMGPP AGENDA AMBIENTAL NA UNICENTRO: UM DIAGNÓSTICO A PARTIR DO MÉTODO KRUGER. ANTONIO CARLOS PIRES DE LIMA Dissertação apresentada à Banca Examinadora no Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, sob a orientação do Prof. Dr. Carlos Golembiewski, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Gestão de Políticas Públicas. Itajaí-SC, 2014 FICHA CATALOGRÁFICA Lima, Antonio Carlos Pires de, 1966 – Agenda Ambiental na Unicentro: Um diagnóstico a partir do Método Kruger Antonio Carlos Pires de Lima. – 2014 99 f.; Orientador Dr. Carlos Golembiewski Dissertação (Mestrado) – Universidade do Vale do Itajaí, Mestrado Profissionalizante em Gestão de Políticas Públicas, 2014. 1. A Relação do Homem com o Meio Ambiente. 2. Sustentabilidade. 3. Agenda Ambiental. I. Golembiewski, Carlos. II Universidade do Vale do Itajaí. Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas. III. Agenda Ambiental na Unicentro: Um diagnóstico a partir do Método Kruger. ANTONIO CARLOS PIRES DE LIMA AGENDA AMBIENTAL NA UNICENTRO: UM DIAGNÓSTICO A PARTIR DO MÉTODO KRUGER. Esta dissertação foi julgada adequada para obtenção do título de Mestre, e aprovada pelo Programa de Mestrado Profissional em Ciências Políticas, da Universidade do Vale do Itajaí. Área de concentração: Ciências Políticas. Itajaí-SC, 07 de julho de 2014. Prof. Dr. Carlos Golembiewski UNIVALI – CE de Itajaí Orientador ___________________________________________________________________ Prof. Dr. Stavros Wrobel Abib Membro Externo ___________________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Adriana Massaê Kataoka Membro Externo AGRADECIMENTOS Quero agradecer, em primeiro lugar, a Deus, a força e a coragem necessárias, durante toda esta caminhada. Agradeço também a minha esposa Jucélia, a meu filho Lucas e aos meus pais Ozório e Rosa (in memoriam), a paciência e o incentivo. Ao meu orientador Professor Dr. Carlos Golembiewski, a orientação precisa, o incentivo e a confiança. E aos meus amigos e colegas do Mestrado, especialmente aos meus colegas da Unicentro. “Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas Graças a Deus, não sou o que era antes”. (Marthin Luther King) TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte ideológico conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do Vale do Itajaí, a Coordenação do Curso de Mestrado Profissional de Políticas Públicas, a Banca Examinadora e o Orientador, de toda e qualquer responsabilidade acerca do mesmo. Itajaí-SC, 07/07/2014. Antonio Carlos Pires de Lima Mestrando ROL DE ABREVIATURAS A3P – Agenda Ambiental na Administração Pública ANP – Agência Nacional do Petróleo NIMA – Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente PROVARS – Programa de Valorização e Relacionamento dos servidores PUC-RJ - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste UFF - Universidade Federal Fluminense UPE - Universidade de Pernambuco SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13 2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 19 2.1 A Relação do Homem com o Meio Ambiente ................................................... 19 2.2 Sustentabilidade .............................................................................................. 23 2.3 Agenda Ambiental na Administração Pública. .................................................. 28 3. METODOLOGIA .................................................................................................... 33 3.1 Pesquisa Qualitativa ........................................................................................ 33 3.2 Pesquisa Quantitativa ...................................................................................... 34 3.3 Estudo de Caso ............................................................................................... 34 3.4 Participantes da pesquisa ................................................................................ 37 4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS....................................... 38 4.1 Ações relacionadas à preservação ambiental .................................................. 38 4.2 Estímulo à incorporação de ações de sustentabilidade junto aos servidores 40 4.3 Divulgação da sustentabilidade pela instituição ............................................... 44 4.4 Orientação sobre questões ambientais ............................................................ 47 4.5 Espaço para debates acerca da conduta ambiental na instituição .................. 48 4.6 Eixos temáticos da A3P na realidade institucional da Unicentro ...................... 50 4.6.1 Eixo 1 – Uso Racional dos Recursos Naturais e Bens Públicos – Campus Santa Cruz e Campus CEDETEG ...................................................................... 51 4.6.2 Eixo 2 – Gestão Adequada dos Resíduos Gerados .................................. 62 4.6.3 Eixo 3 – Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho .............................. 68 4.6.3.1 Condições ambientais ........................................................................ 70 4.6.3.2 Atenção à saúde ................................................................................. 72 4.6.3.3 Desenvolvimento/capacitação ............................................................ 74 4.6.3.4 Integração no ambiente de trabalho ................................................... 76 4.6.4 Sensibilização e Capacitação dos Servidores ........................................... 79 4.6.5 Eixo 5 Licitações Sustentáveis .................................................................. 81 4.7 Sintetizando os resultados: .............................................................................. 83 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 85 6. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 89 7. ANEXOS................................................................................................................ 96 7.1 ANEXO 1 - Questionário .................................................................................. 96 7.2 ANEXO 2 – Método Kruger et al ...................................................................... 97 7.3 ANEXO 3 – Protocolo de pesquisa .................................................................. 99 RESUMO A proposta desta pesquisa foi diagnosticar as condições institucionais da UNICENTRO para proposição de uma Agenda Ambiental, utilizando uma adaptação do método avaliativo do Kruger et al (2011). O objetivo do trabalho foi fazer um diagnóstico conforme os pressupostos da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P). Para tanto, foi necessário discorrer sobre a relação do homem com o Meio Ambiente, sendo necessário, também, abordar os vários conceitos de Sustentabilidade, bem como colocar os vários aspectos da A3P. O estudo de caso foi a nossa metodologia. Na coleta de dados, foram consultados os respectivos coordenadores de cada área na universidade, os quais estão envolvidos com os fatores de gestão ambiental destacados no protocolo. As perguntas foram elaboradas de acordo com o que prevê o Protocolo de Pesquisa proposto por Kruger et al, onde há um check-list para se verificar a existência, na instituição, dos requisitos propostos pela A3P. Entre as conclusões, podemos destacar que as ações envolvendo a economia com os recursos naturais, como água, ou de insumos como a energia elétrica, são desenvolvidas na instituição dentro de uma perspectiva de economia, não abrangendo uma conscientização maior acerca da importância dessas medidas no contexto da responsabilidade ambiental. PALAVRAS Universidade. CHAVE: Agenda Ambiental. Sustentabilidade. Meio Ambiente. ABSTRACT The purpose of this research was to diagnose the institutional conditions of UNICENTRO for the proposal of an Environmental Agenda, using an adaptation of the evaluative method of Kruger et al (2011). The objective of the work was to make a diagnosis based on the premises of the Environmental Agenda in Public Administration (A3P). For this, it was necessary to discuss the relationship of man and the Environment. It was also necessary to address the various concepts of Sustainability, and to discuss the various aspects of A3P. The method used was a case study. In the data collection, the respective coordinators of each area of the university, who are involved with the factors of environmental management highlighted in the protocol, were consulted. The questions were elaborated according to the Research Protocol proposed by Kruger et al, which includes a check-list to verify the existence, within the institution, of the requirements proposed by the A3P. Among the conclusions, we can emphasize that actions involving the economy with the natural resources, such as water, or inputs like electrical energy, are developed in the institution, within an economic perspective, but fail to consider a greater raising of awareness on the importance of these measures in the context of environmental responsibility. KEYWORDS: Environmental Agenda. Sustainability. Environment. University. 13 1. INTRODUÇÃO A necessidade de um diagnóstico das condições institucionais para a proposição de uma Agenda Ambiental para a Unicentro surgiu da convivência, como funcionário da instituição, e da observação de que apenas algumas ações são percebidas, no que diz respeito à busca da preservação do Meio Ambiente. Cabe ressaltar que a Universidade desempenha um papel social relevante na sociedade brasileira, não somente na oferta de cursos, mas também no sentido de desenvolver experiências que podem ser incorporadas à sociedade. No Brasil, a Universidade é identificada como a instituição responsável pela “[...] criação do conhecimento novo e a disseminação desse conhecimento, através do ensino e da extensão” (FÁVERO, 1988, p. 46). Essa perspectiva tem sua importância no que se refere à questão ambiental, porque os novos conhecimentos incorporam aspectos relacionados à Sustentabilidade e à Preservação Ambiental, permitindo que a sociedade tenha uma noção maior acerca desses objetivos. Sabe-se que a interação entre o ser humano e a natureza começou a sofrer profundas alterações no século XVII, com o desenvolvimento do processo de urbanização, no momento em que os recursos naturais passaram a ser explorados de forma mais intensa. No entendimento de Carneiro (2005, p. 93), o método produtivo passou a exigir exploração maior desses recursos, surgindo a concepção de que “a natureza deveria estar à mercê do homem, subordinada ao seu novo ritmo produtivo”. Cabe dizer que a evolução humana, nos últimos 200 anos, não respeitou os limites temporais e espaciais da natureza, o que acabou marcando essa época por uma exploração desenfreada. Os efeitos negativos ao Meio Ambiente começaram a ser sentidos com maior intensidade na segunda metade do século XX. A ação humana, no Meio Ambiente, ocasionou como efeitos negativos: a poluição, a contaminação da água e o comprometimento da qualidade do ar que, juntos, passaram a prejudicar as pessoas. Em função disso, pesquisas começaram a demonstrar a finitude dos recursos ambientais, como também os impactos negativos da poluição no equilíbrio ambiental e na saúde humana. A ideia de Responsabilidade Ambiental passou a ser considerado um importante componente para propiciar a diminuição das agressões 14 ao Meio Ambiente, bem como possibilitar a preservação dos recursos naturais ainda existentes. A Responsabilidade Ambiental tem, como principal significado, o desenvolvimento de atividades pautadas na noção de Sustentabilidade, sendo este um grande referencial que propicia a preservação ambiental, incluindo as ações desenvolvidas pelo Poder Público (SCHNEIDER, 2013). No que se refere aos governos, a Sustentabilidade, conforme pontuam Goldoni (2013) e Amorim (2012), é um critério importante para orientar a realização de suas atividades e serviços, em virtude de que seu comprometimento com a causa ambiental se apoia na legislação, tendo um papel que não se limita à questão de fiscalizador, mas também o de evidenciar o nível do seu comprometimento ambiental. E, também, influir junto aos demais agentes e organizações que atuam na sociedade no sentido de atentarem para a questão ambiental. Entretanto, o exercício dessa responsabilidade passa pela necessidade de revisão dos métodos de ação empregados pelos órgãos públicos, com a intenção de criar uma cultura preservacionista, fazendo com que o engajamento dos servidores favoreça o exercício efetivo do comprometimento ambiental (TRIGUEIRO, 2012). Uma importante referencia para esse comprometimento é a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), um programa voltado para o desenvolvimento da gestão socioambiental. As atividades estatais que utilizam a A3P são voltadas à proteção ao Meio Ambiente, verificando-se que o exercício de uma postura de respeito ambiental é uma responsabilidade de todos que compõem a sociedade. Para atender adequadamente as condições existentes nas instituições públicas, a A3P é desenvolvida contemplando cinco eixos temáticos: Gestão de Resíduos, Licitação Sustentável, Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho, Sensibilização e Capacitação dos Servidores e Uso Racional dos Recursos (BRASIL, 2013). Tais eixos possibilitam a incorporação do conceito de Sustentabilidade nos órgãos públicos, estipulando critérios para propiciar que as atividades realizadas não provoquem danos significativos ao Meio Ambiente, como também estimulam o surgimento de uma consciência ambiental nos agentes públicos. Nas universidades, a incorporação da A3P é ainda mais importante, pelo fato dessas instituições serem um centro difusor do conhecimento, podendo repassar à 15 sociedade, ensinamentos envolvendo a Sustentabilidade, o Desenvolvimento Sustentável e a Preservação Ambiental (TAUCHEN; BRANDLI, 2006). A A3P nas universidades públicas é relevante para que tais instituições consigam implantar atividades adequadas ao comprometimento com as questões ambientais. Estabelece uma conduta que pode servir como suporte para que outras organizações incorporem uma gestão socioambiental, posto que os resultados alcançados pelas instituições universitárias devam ser compartilhados com a comunidade. Na visão de Tauchen e Brandli (2006, p. 504), as universidades públicas, como formuladoras e fornecedoras de informações e conhecimentos podem contribuir “[...] para construir o desenvolvimento de uma sociedade sustentável”. No que se refere à questão ambiental, a proposição de uma Agenda Ambiental tem sua importância, pois temos exemplos de outras universidades que já começaram a implantar projetos nessa área. A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RIO (PUC-RJ, 2009) tem como princípio o exercício da Responsabilidade Social e Ambiental da instituição, e como foco a preservação do Meio Ambiente e o bem estar do ser humano. A Agenda Ambiental da PUC-RIO é formada por quatro grupos temáticos que orientam a efetivação das ações na sua estrutura organizacional: Biodiversidade, Água e Energia, Materiais e Resíduos, Educação Ambiental (PUC-RJ, 2009). A Universidade Federal Fluminense (UFF, 2013) tem uma Agenda Ambiental relacionada com seu Programa de Extensão, sendo que as ações desenvolvidas são pautadas no atendimento às especificidades ambientais da instituição. No caso do Programa Vida no Campus 2013, existe a intenção de propiciar a sensibilização acerca da Responsabilidade Ambiental, visando à implantação de uma perspectiva mais significativa na organização, que inclua a forma como ela pode ser exercida, desde a correta destinação do lixo até a economia de água e luz. Nesse sentido, a Agenda Ambiental da UFF contempla tanto seus servidores como também acadêmicos, o que possibilita uma compreensão acerca do significado do exercício da Responsabilidade Ambiental, como também do significado da Sustentabilidade, verificada pelo descarte correto dos resíduos da Universidade. 16 A Universidade Estadual de Pernambuco (UPE, 2013) adotou uma Agenda Ambiental pautada na A3P, tendo como intuito alcançar o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, social e ambiental da instituição. Esse equilíbrio é importante para que as ações sejam sustentáveis, possibilitando que a instituição alcance um retorno econômico originário da vivência da sua Responsabilidade Ambiental. Um exemplo é a economia originária do uso racional da água e da energia (UPE, 2013). Este trabalho de pesquisa ressalta a relevância dessas instituições em atentar para a Responsabilidade Ambiental, tanto na criação de ações sustentáveis na sua estrutura organizacional, como também no compartilhamento de experiências e conhecimentos com a sociedade e com os demais órgãos públicos. Por isso, propõe um diagnóstico das condições institucionais para a proposição de uma Agenda Ambiental para a Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná – UNICENTRO. A história do Ensino Superior em Guarapuava iniciou em 1º de março de 1970, com a criação da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Guarapuava - FAFIG e da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Irati - FECLI. Por meio da Lei nº 9295, de 13 de junho de 1990, foi criada a Fundação Universidade Estadual do Centro-Oeste, com sede e foro na cidade de Guarapuava, entidade mantenedora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Guarapuava, FAFIG, e da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Irati, FECLI. Por meio do Decreto nº 3444, de 08 de agosto de 1997, publicado no Diário Oficial do Estado do Paraná nº 5.063, de 8 de agosto de 1997, foi reconhecida a Universidade Estadual do Centro-Oeste - Unicentro, com sede e campi na cidade de Guarapuava e Campus na cidade de Irati (UNICENTRO, 2013). A Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO possui uma região de abrangência de 50 municípios totalizando mais de 1 milhão de habitantes. A comunidade universitária é formada por, aproximadamente, 11 mil e 200 alunos, 800 professores e 274 funcionários e 362 estagiários. A instituição oferece 67 cursos de graduação presenciais e 4 cursos de graduação à distância nos campi e extensões. Oferece, também, cursos de pós-graduação Lato-Sensu e Stricto-Sensu. Com esses números, a proposta de uma Agenda Ambiental na Unicentro pode trazer benefícios ao Meio Ambiente e à comunidade acadêmica. 17 Com base nesses dados, elaborou-se a seguinte questão-problema: Como a Unicentro está em relação às questões ambientais na abordagem de uma Agenda Ambiental? Diante desses aspectos, esta dissertação tem como objetivo geral: Fazer um diagnóstico das condições institucionais para proposta de uma Agenda Ambiental para a Unicentro, conforme os moldes propostos pela A3P, tendo como instrumento o modelo proposto por Kruger et al (2011). O trabalho teve os seguintes objetivos específicos: caracterizar as diretrizes que compõem a A3P; pontuar a relevância da A3P nas Instituições de Ensino Superior; verificar as condições institucionais existentes na Unicentro que favoreçam a implantação de uma Agenda Ambiental; analisar as informações colhidas no diagnóstico das condições institucionais para proposição de uma Agenda Ambiental para a Unicentro em consonância com as diretrizes da A3P. A pesquisa é qualitativa e quantificativa, na modalidade Estudo de Caso. Como Referencial Teórico recuperou-se a relação do homem com o Meio Ambiente, os conceitos de Sustentabilidade, bem como os vários aspectos da A3P (Agenda Ambiental na Administração Pública). Na coleta de dados, foram entrevistados os coordenadores de cada área da Unicentro, que estão envolvidos com os fatores de gestão ambiental destacados no protocolo. Além disso, foi elaborado um Questionário (anexo 1) com perguntas relacionadas ao Meio Ambiente e a Unicentro. Também foram elaboradas perguntas que estão no (anexo 3) desta dissertação, as quais foram organizadas de acordo com o que prevê o Protocolo de Pesquisa proposto por Kruger et al, onde há um check-list, para se verificar a existência, na instituição, dos requisitos propostos pela A3P. Pelas respostas, foi possível fazer um diagnóstico daquilo que a instituição vem colocando em prática ou não, que irá possibilitar aos gestores, uma conduta adequada com relação à Agenda Ambiental da Universidade. Esta dissertação está estruturada da seguinte forma: o primeiro capítulo, denominado Referencial Teórico, encontra-se dividido em três seções. A primeira traz um histórico da relação do Homem com o Meio Ambiente. Na segunda são apresentados os vários conceitos de Sustentabilidade. A terceira parte aborda a Agenda Ambiental na Administração Pública. Já o segundo capítulo apresenta a 18 Metodologia e as técnicas de pesquisa utilizadas no trabalho. O terceiro e último capítulo trazem o levantamento de dados, a apresentação e discussão dos resultados da pesquisa, abordando as ações relacionadas à Preservação Ambiental; ao estímulo à incorporação de ações de Sustentabilidade junto aos servidores; à divulgação da Sustentabilidade pela instituição; à orientação sobre questões ambientais; ao espaço para debates acerca da conduta Ambiental na instituição e, por último, os eixos temáticos da A3P na realidade institucional da Unicentro. A última parte consiste das considerações finais, retomando os eixos norteadores do texto e as conclusões do autor. 19 2. REFERENCIAL TEÓRICO A Sustentabilidade é uma temática cada vez mais presente, tanto no gerenciamento dos processos produtivos, como também nas ações internas e institucionais de entidades e órgãos, tanto da iniciativa privada como da pública. Jacobi (2013, p. 3) acentua que a Sustentabilidade representa “[...] uma resposta à necessidade de harmonizar econômicos, maximizando os processos a produção dos ambientais ecossistemas necessidades humanas presentes e futuras”. A concepção com os sócio- para favorecer de as harmonização, pautada na Sustentabilidade, foi constituída a partir da identificação dos efeitos da ação humana no Meio Ambiente. Nesse sentido, é importante a análise da relação histórica entre o ser humano e o Meio Ambiente, para se ter uma noção mais ampla acerca dos efeitos dessa relação. 2.1 A Relação do Homem com o Meio Ambiente O Meio Ambiente é um espaço onde os elementos naturais e os seres humanos estão dispostos, no sentido de estabelecerem relações dinâmicas e de interação e propiciando o desenvolvimento da vida. Nele existem os recursos necessários para a manutenção dos seres vivos, independente dos contextos ambientais em que vivem, o que evidencia sua condição de sistema harmônico, instituindo condições de vida para todas as espécies. Devido ao processo produtivo, o ser humano conseguiu estabelecer uma nova relação com o Meio Ambiente, e impor um ritmo de mudanças que alterou significativamente seu equilíbrio, principalmente pela adoção da exploração predatória dos recursos naturais (SANTANA, 2001). Tais características se consolidaram na Idade Moderna (século XV a século XVII), onde aconteceram as raízes do desenvolvimento industrial, que passou a comprometer ainda mais o Meio Ambiente. A ação do Homem, na Idade Moderna, é marcada pela ausência de cuidados ambientais, gerando graves conseqüências. Elas são sentidas com maior intensidade nas nações descobertas ao longo daquele período, pois ficaram à mercê da exploração desenfreada dos colonizadores 20 europeus. Sobre essa situação, Russo (2007, p. 18) destaca: A colonização iniciada na Idade Moderna trouxe consigo a destruição da organização econômica e social dos nativos, profundas transformações no meio ambiente e um enorme impacto demográfico. Sem nenhum interesse na sustentabilidade, foram tirando as árvores, o que contribuiu na devastação de extensas áreas de floresta nativa. Na Idade Moderna, houve a ampliação do mercado consumidor, pelo desenvolvimento do comércio monetário. Com isso, foram desenvolvidas as primeiras máquinas empregadas na produção de bens, tendo favorecido a exploração dos recursos naturais. Não existia qualquer iniciativa de se instituir uma exploração racional dos recursos, pois havia a noção de que o Meio Ambiente seria capaz de suportar toda e qualquer ação humana, garantindo a Sustentabilidade de todas as atividades produtivas. O descaso com o Meio Ambiente se tornou ainda maior na Idade Contemporânea (iniciada no século XVII), principalmente com a expansão do processo de industrialização, iniciado no século XVII, conforme relata Souza (2008, p. 3): O elevado índice de consumo e a consequente industrialização, que teve seu início no século XVII, vêm esgotando ao longo do tempo os recursos da Terra, que levaram milhões de anos para se compor. Muitos desastres naturais são causados pela ação do homem no meio ambiente, devido a não possuir uma política voltada para a preservação ambiental. Ao contrário de muitos que pensam que a natureza é violenta, pode ser, mas seu maior agressor é o homem, que não se deu conta de que deve sua existência à ela. A evolução científica, que consolidou a Revolução Industrial, aumentou, também, o poder de manipulação do homem sobre a natureza. Nesse aspecto, o impacto das atividades industriais, dos aglomerados urbanos e da expansão da agricultura sobre o Meio Ambiente se tornou significativo, havendo o comprometimento de inúmeras espécies da fauna e da flora, devido à falta de um projeto de Sustentabilidade da exploração dos recursos naturais (SANTANA, 2001). Nesse sentido, houve a assimilação de novos comportamentos do ser humano, como o alto consumo, o que propiciou aumento da produção industrial e, como consequência, a exploração predatória da natureza. Em relação às consequências ambientais provocadas pelo processo de industrialização, Ignácio (1998, p. 19) ressalta que: “A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também 21 foram consequências nocivas à sociedade”. Contudo, as ações das empresas eram amparadas pela intenção de atender a demanda crescente do consumo, iniciada com maior vigor a partir da Revolução Industrial. Nesse contexto, Young (2001, p. 26) diagnostica que O modelo de desenvolvimento econômico vigente, baseado na exploração dos recursos naturais, uma singularidade da lógica capitalista industrial do século XX, vem cumprindo a sua função de materialização das necessidades e das expectativas de consumo da sociedade. As empresas poluem e exploram o meio ambiente, sem a devida reposição, incentivando o desperdício de energia e de materiais em nome do capitalismo de mercado. Isso já aponta sinais de graves desequilíbrios advindos dessa expansão industrial. A Revolução Industrial, ocorrida no princípio do século XVIII, representou a evolução da capacidade produtiva do ser humano, por meio das grandes indústrias, que passaram a explorar de forma intensa os recursos naturais. Essa exploração visava acima de tudo, garantir os altos níveis de produtividade alcançados no processo de produção de bens e mercadorias e atender a demanda crescente existente na sociedade. De maneira geral, as consequências da Revolução Industrial, segundo Drummond (1999, p. 23) foram: - Urbanização rápida e intensa; Progresso das regiões industriais em relação às rurais; Incremento do comércio interno e internacional; Aperfeiçoamento dos meios de transporte; Crescimento demográfico; Redistribuição da riqueza e do poder; e Exploração desordenada do Meio-Ambiente. A Revolução Industrial delegou, para o ser humano, além da própria evolução científica e tecnológica, um gigantesco ônus ambiental, uma vez que aumentou consideravelmente o nível de poluição nas grandes e médias cidades. Além disso, contribuiu para a degradação de parte dos recursos ambientais existentes no planeta, em especial das florestas, afetando sensivelmente o equilíbrio ecológico (YOUNG, 2001). Vinculada ao progresso industrial, a degradação das condições ambientais tem aumentado de maneira considerável e preocupante nas regiões mais desenvolvidas do mundo, afetando não só a espécie humana, mas todas as espécies vivas que convivem no Meio Ambiente. Sobre essa situação, Menezes e 22 Iório (1994, p. 16) afirmam que, Com o advento da Revolução Industrial, há aproximadamente duzentos anos, a capacidade do ser humano de dispor da natureza aumentou vertiginosamente, o que resultou em efeitos negativos e positivos. Nos países industrializados, as cidades cresceram e, para seu abastecimento, a agricultura também modernizou-se, utilizando mecanização, adubos químicos e agrotóxicos. Houve um notável avanço nas tecnologias, e parcelas da população tiveram acesso a mais bens de consumo: eletrodomésticos, automóveis, alimentos processados, etc. Mas também aumentaram: a degradação do meio ambiente; o esgotamento dos recursos naturais; e a quantidade de poluição e de lixo. As consequências desses processos foram fundamentais para a percepção da necessidade de medidas emergenciais visando garantir a manutenção dos recursos ambientais, ainda existentes na sociedade. Esse movimento surge em meados dos anos de 1970, após a percepção dos efeitos da crise ambiental. Crise criada pelo aumento da poluição industrial e pelos efeitos causados na exploração desordenada do Meio Ambiente, com a consequente piora da qualidade de vida. Os danos ambientais, ao influírem negativamente na qualidade de vida do ser humano, resultaram na percepção de que a relação do ser humano com a natureza deveria ser revista, sob risco de colocar toda a espécie em extinção, pela escassez dos recursos naturais fundamentais à vida (GOLDONI, 2013). O ano de 1972 marca o início de uma ofensiva ambiental mais contundente da sociedade, iniciada na Conferência Internacional realizada pela ONU (Organização das Nações Unidas), que visou discutir a sobrevivência do planeta (TRIGUEIRO, 2012). A conferência realizada em Estocolmo estabeleceu uma visão global e princípios comuns para serem utilizados como eixos norteadores da conduta humana no que se refere à preservação ambiental, resultando na publicação da Declaração sobre o Ambiente Humano (BARBIERI, 1997). Essa declaração foi sendo confirmada por vários países, incluindo o Brasil, que passaram a elaborar políticas ambientais visando ao atendimento das questões ambientais mais notáveis, sobretudo no tocante à poluição da água e do ar, e ao controle do nível de devastação das florestas. O discurso do Desenvolvimento Sustentável foi oficializado e difundido amplamente na raiz da Conferência das Nações Unidas sobre Meio ambiente e 23 Desenvolvimento, celebrada no Rio de Janeiro, em 1992 (LEFF, 2006). Nessa época, constituiu-se, ainda, a noção de Sustentabilidade - determinante para harmonizar as atividades humanas com a preservação ambiental, como também a implantação de condutas que contribuíram para amenizar o impacto negativo dessas ações, em especial, as originárias do processo produtivo (IGNÁCIO, 1988). 2.2 Sustentabilidade Leff (2006) afirma que o princípio da Sustentabilidade emerge no discurso teórico e político da globalização econômico-ecológica, com a intenção de compatibilizar o crescimento econômico e social com a preservação do Meio Ambiente. Dessa maneira, a Sustentabilidade se sustenta na conciliação da eficiência econômica, desenvolvimento social e equilíbrio ambiental. A perspectiva de Sustentabilidade, conforme aponta Vecchiatt (2004) e Carvalho e Souza (2014), decorre da percepção global dos efeitos negativos proporcionados pela exploração da natureza, feito que dá origem a uma séria crise ambiental, que coloca em risco os recursos naturais e a qualidade de vida do ser humano. A crise ambiental veio questionar os fundamentos ideológicos e teóricos que impulsionaram e legitimaram o crescimento econômico, evidenciando que a continuidade dos danos ambientais e da exploração irracional dos recursos naturais acabaria por comprometer a própria existência humana. A Sustentabilidade ecológica aparece, assim, como critério normativo para a reconstrução da ordem econômica, como condição para a sobrevivência humana e para o desenvolvimento durável. Ademais, problematiza as formas de conhecimento, os valores sociais e as próprias bases de produção, abrindo uma nova visão do processo civilizatório da humanidade (YOUNG, 2001). Malhadas (2001) defende que a Sustentabilidade é o equilíbrio dinâmico entre muitos fatores, incluindo os requisitos básicos do componente social, cultural e econômico, e a necessidade imperativa de salvaguardar o ambiente natural do qual a humanidade é parte. Para o autor, a Sustentabilidade implica uma equação entre as demandas ambientais e as necessidades de desenvolvimento, o qual não pode ser feito a qualquer preço e, muito menos, comprometendo o espaço e os recursos 24 das cidades e dos campos. Nesse sentido, Batista (2010, p. 51) indica que a sustentabilidade se destaca pela intenção de oportunizar: [...] o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a manutenção da qualidade sendo fundamental a observação voltada à proteção do meio ambiente enquanto espaço de vida humana, ou seja, onde o objeto da tutela é o homem na sua relação com o meio. A Sustentabilidade é uma proposta que indica a possibilidade de ser conciliado o interesse econômico com a preservação ambiental, realçando que o ser humano, por meio de uma gestão melhor orientada, tem condições plenas de evitar maiores danos ao meio ambiente. Teixeira e Azevedo (2013) ressaltam que a Sustentabilidade se torna um mecanismo gerencial adequado à responsabilidade socioambiental a ser assumida pelas organizações, as quais necessitam manter um compromisso com a preservação ambiental como forma de não afetar a qualidade do Meio Ambiente e, em consequência, dos seres humanos. Nesse contexto, Sachs (1993, p. 16) refere-se à sustentabilidade em vários níveis (grifo meu): Sustentabilidade Ecológica – refere-se à base física do processo e crescimento, e tem como objetivo a manutenção de estoques dos recursos naturais, incorporados às atividades produtivas. Sustentabilidade Ambiental – refere-se à manutenção da capacidade de sustentação dos ecossistemas, o que implica a capacidade de absorção e recomposição dos ecossistemas em face das agressões antrópicas. Sustentabilidade Social – refere-se ao desenvolvimento e tem por objetivo a melhoria da qualidade de vida da população. Para o caso de países com problemas de desigualdade e de inclusão social, implica a adoção de políticas distributivas e a universalização de atendimento a questões como saúde, educação, habitação e seguridade social. Sustentabilidade Política – refere-se ao processo de construção da cidadania para garantir a incorporação plena dos indivíduos ao processo de desenvolvimento. Sustentabilidade Econômica – refere-se a uma gestão eficiente dos recursos em geral e caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento público e privado. Implica a avaliação da eficiência, por processos macro sociais. Esse conceito tem como principal referencial o Relatório Brundtland, elaborado em 1987, pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU). Nele foi definida, como um dos fundamentos da Sustentabilidade, segundo Krug (2013, p. 2), a efetivação do desenvolvimento de forma a “[...] satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas 25 próprias necessidades”. Ao considerar as necessidades das gerações futuras, houve a identificação de que a continuidade da exploração do Meio Ambiente, sem planejamento, comprometeria a qualidade de vida das pessoas, além de colocar em risco o acesso aos recursos básicos para a sobrevivência humana e das demais espécies, tendo ressaltada a necessidade de haver uma atenção maior ao desenvolvimento das atividades humanas em um contexto sustentável. A Sustentabilidade torna possível o desenvolvimento do ser humano nas mais diferentes dimensões (econômica, social, produtiva, entre outras), não sendo incompatível com a preservação do Meio Ambiente. Ela permite que aconteça o estabelecimento de uma relação equilibrada desse desenvolvimento com a percepção de respeito à natureza (VECCHIATT, 2004). Uma sociedade é sustentável, “[...] ao atender, simultaneamente, aos critérios de relevância social, prudência ecológica e viabilidade econômica, os três pilares do desenvolvimento sustentável” (SACHS, 2002, p.35). A implantação do processo de Sustentabilidade revela que a consciência ambiental vem sendo assimilada pelas organizações e pelo ser humano, fazendo com que os impactos negativos da ação humana sejam menores (GUERRA, 2008). Essa noção de impacto menor é determinante para que haja a preservação das áreas ambientais ainda existentes, como também estimule uma conscientização maior acerca do uso racional dos recursos naturais, por existir a percepção de que são finitos, como a água, por exemplo. Não há, ainda, uma conscientização plena, mas a existência de uma legislação ambiental, por exemplo, já revela a intencionalidade de garantia de um ambiente equilibrado, com qualidade de vida. Além disso, mostra que há a perspectiva de punição para quem provoca danos desnecessários à natureza, fato que pode reprimir algumas condutas contrárias à preservação (YOUNG, 2001). A noção de Sustentabilidade reforça que a ação humana na natureza não necessita ser predatória. E, quando há planejamento, é possível a convivência de interesses específicos, como os de ordem econômica, com a Preservação Ambiental. Essa percepção é compartilhada por Celestino Neto (2011, p. 12), que afirma: 26 A Sustentabilidade é um meio de configuração dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana, onde uma dada sociedade (membros e economia) possa compensar suas necessidades e expressar de forma duradoura e real o seu potencial paulatinamente, tendo como enfoque o desenvolvimento e ao mesmo tempo em que se utiliza e preserva a biodiversidade e o ecossistema, atingindo de forma planejada e eficiente a manutenção de tais ideais econômicos, sociais, naturais e evolutivos. A clareza de que o equilíbrio ambiental é fundamental para o ser humano, assim como para as demais espécies vivas do planeta, reforça a essência da Sustentabilidade. Na percepção de Marcomim e Silva (2009), a Sustentabilidade necessita ser uma meta constantemente observada, como forma de se evitarem mais danos ao Meio Ambiente e de impossibilitar a manutenção dos recursos naturais ou de comprometer a qualidade e o acesso a eles, que são essenciais para a vida, como a água e o ar. A Sustentabilidade contribui para que as ações humanas sejam orientadas no sentido de compatibilizar os mais diferentes interesses com a questão da Preservação Ambiental (econômico e social). Linhares e Piemonte (2010, p. 109) observam que A degradação ambiental ameaça não somente o bem-estar das sociedades, mas também a qualidade de vida humana, ou seja, a sobrevivência e a dignidade do próprio homem. Dessa forma, a ação predatória do meio ambiente natural manifesta-se de diversas maneiras, quer destruindo os elementos que o compõem, como a derrubada das matas, quer por substâncias que alterem a qualidade, como a poluição do ar, da água, do solo e da paisagem. Constatada a degradação ambiental, a Sustentabilidade surge como um mecanismo capaz de atenuar seus efeitos, reconhecendo que a relação do ser humano com o Meio Ambiente é marcada por uma postura predatória. E que ela persiste, apesar dos alertas emitidos pelas autoridades e especialistas acerca dos riscos ao bem estar e à qualidade de vida dos seres que habitam o planeta, indicando que esse fator necessita ser incorporado às práticas humanas (YOUNG, 2001). Em relação às organizações estatais, a Sustentabilidade, segundo Goldoni (2013), é um critério relevante na efetivação de suas atividades e serviços. O seu compromisso com a causa ambiental se apoia na legislação, tendo um papel que não deve limitar-se à fiscalização, mas ampliar-se, na tarefa de evidenciar o nível do 27 seu comprometimento ambiental. Tauchen e Brandli (2006) e Cavalcanti (2012) consideram que o envolvimento das instituições públicas com a questão ambiental é determinante para influenciar a conduta das demais organizações e instituições, permitindo que a cultura da Sustentabilidade possa ser assimilada para que a ação humana no Meio Ambiente se torne mais responsável. No setor público, a Sustentabilidade deve ser entendida, conforme explica Schneider (2013, p. 3), como um: [...] processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas. Para as instituições públicas, a Sustentabilidade é um processo de transformação, pelo fato de representar o atendimento a uma nova meta: a de propiciar a Preservação Ambiental. Essa condição indica que sua atuação deve ser movida pelo reconhecimento do seu “[...] papel estratégico na indução de novos referenciais de produção e consumo, orientados para a sustentabilidade” (BRASIL, 2013, p. 10). A influência dessas instituições públicas no meio social é significativa, situação que as torna referência no uso da Sustentabilidade nas suas atividades e na conduta de seus agentes. A prática de ações sustentáveis pelos órgãos públicos reforça o comprometimento com o interesse público para minimizar o impacto das atividades no Meio Ambiente, além de demonstrar um nível de consciência ambiental significativo, passível de ser identificado pela sociedade (SCHNEIDER, 2013). As atividades estatais não podem mais se desvincular da proteção ao Meio Ambiente, posto que o exercício de uma postura de respeito ambiental é uma responsabilidade de toda a sociedade (VAZ et al, 2010). Nesse contexto, cabe aos órgãos estatais cultivarem essa posição como forma de evidenciar seu comprometimento com a causa ambiental, como também servir de exemplo à sociedade, estimulando-a a seguir a mesma conduta (BRASIL, 2013). As ações que envolvem o comportamento dos agentes públicos indicam a percepção do significado de Sustentabilidade, no sentido de proporcionar a adequação de suas atividades à legislação ambiental vigente. Essa postura é determinante para que os órgãos públicos possam exercer sua Responsabilidade 28 Ambiental de maneira plena, estabelecendo práticas e ações que sejam “ambientalmente corretas”. O termo reforça que não há como praticar a Sustentabilidade sem que haja modificação de hábitos e condutas, principalmente quando estas podem produzir efeitos significativos no Meio Ambiente, como ocorre com a produção de lixo (MACHADO, 2012). Responsabilidade Ambiental é um conjunto de atitudes, individuais ou empresariais, voltadas para o desenvolvimento sustentável do planeta. Ou seja, essas atitudes devem levar em conta o crescimento econômico ajustado à proteção do Meio Ambiente, na atualidade e para as gerações futuras, garantindo a sustentabilidade (SUAPESQUISA, 2014). A legislação procura adequar as atividades públicas à Preservação Ambiental, mas há a possibilidade de ir além do que as normas determinam, condição que revela o comprometimento dos órgãos públicos com o Meio Ambiente (GOLDONI, 2013). Além da legislação, há, também, a possibilidade de se implantarem Agendas Ambientais, como a Agenda Ambiental na Administração Pública, que permite o acesso a critérios e diretrizes que possam modificar condutas e garantir a Sustentabilidade dos seus negócios. 2.3 Agenda Ambiental na Administração Pública. Conforme Bucci (2002, p. 241), as Políticas Públicas “[...] são programas de ação governamental visando a coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes e politicamente determinados”. Por coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades privadas, as Políticas Públicas têm uma natureza prática e finalista, sendo que, no caso do exercício da Responsabilidade Ambiental, esta natureza é determinante para que se mitigue a possibilidade dos danos ambientais, fazendo com que a atuação estatal contemple a preservação do Meio Ambiente. Entretanto, o exercício dessa responsabilidade passa pela necessidade das revisões dos métodos de ação empregados pelos órgãos públicos, com a intenção de criar uma cultura preservacionista, fazendo com que o engajamento dos 29 servidores demonstre cabalmente o exercício efetivo deste comprometimento ambiental (TRIGUEIRO, 2012). A Agenda Ambiental é um tipo de plano adequado à implantação de ações que contemplem a Sustentabilidade, visando estabelecer práticas e condutas que sejam ambientalmente adequadas ao propósito da Preservação Ambiental. Campos (2013, p. 3) lembra que a Agenda Ambiental “[...] é um plano de desenvolvimento e interação que diagnostica e propõe soluções para uma população ou grupo reduzir os impactos negativos que suas intervenções causam no Meio Ambiente”. Para Goldoni (2013) e Ferreira (2012), uma Agenda é composta pelos seguintes elementos: diagnóstico, levantamento de propostas, criação do plano de ação, acompanhamento e avaliação e revisão anual. Tais fatores são fundamentais para que, com a Agenda Ambiental instituída, torne possível que a Responsabilidade Ambiental seja praticada pela organização, estabelecido um comprometimento maior com a Preservação Ambiental e com a Sustentabilidade. No setor público do Brasil, foi criada em 1999 a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), que representa: [...] o principal programa da administração pública de gestão socioambiental. Visa implementar iniciativas específicas e desenvolver projetos e programas que promovam a discussão sobre desenvolvimento e a adoção de uma política de responsabilidade socioambiental no setor público (BRASIL, 2013, p. 4). Nas universidades, a Agenda Ambiental pode ser incorporada. Ela permite que a instituição alcance resultados e, sobretudo, consiga administrar suas atividades dentro do viés da Sustentabilidade e, desse modo, obtenha resultados importantes, que não se resumam a colaborar para a questão ambiental, mas que possam influenciar positivamente nos resultados de suas atividades. Uma das metas da Agenda é conseguir evitar o desperdício, um dos principais problemas que causa danos ao Meio Ambiente do país (Brasil, 2013). De acordo com, Engelman, Guisso e Fracasso (2009, p. 23) essa agenda contempla: [...] a demanda por uma gestão integrada capaz de evitar e solucionar conflitos e de promover a organização de um processo cooperativo que estimule diversos atores sociais à participação, à cooperação e à comunicação na superação de uma visão utilitarista, que concebe o meio ambiente apenas como provedor de recursos naturais. As instituições educacionais têm um papel fundamental em relação à sustentabilidade e 30 por isso, seus processos e serviços devem levar em consideração os níveis: individual, organizacional, político-econômico, sócio-cultural e ecológico. As universidades podem fortalecer o alcance da Sustentabilidade nas organizações, efetivando sua função educativa, não somente junto aos acadêmicos, mas também contemplando a sociedade em que está inserida. Essa condição decorre do reconhecimento de que a universidade é uma entidade com condições de compartilhar suas experiências com a comunidade, contribuindo para que esta possa atingir um nível maior de Sustentabilidade e comprometimento com a causa ambiental. Além disso, as universidades podem conciliar fatores como a qualidade dos serviços que prestam no âmbito da gestão do conhecimento e na atenção à Sustentabilidade, que pode produzir resultados favoráveis no seu desempenho. Nesse sentido, os objetivos relativos a sua implantação nas Instituições de Ensino Superior são: a) Combate a todas as formas de desperdício de recursos naturais e bens públicos; b) Gestão adequada de todos os resíduos gerados; c) Inclusão de critérios socioambientais nos investimentos, compras e contratações de serviços de órgãos governamentais; d) Sensibilização dos servidores públicos em relação aos aspectos ambientais e de melhoria da qualidade do ambiente de trabalho (BRASIL, 2012, p. 4). Os objetivos propostos estão de acordo com a Sustentabilidade. Eles demonstram que as Instituições de Ensino Superior podem desenvolver suas atividades de maneira racional, aproveitando e reaproveitando os recursos, propiciando melhorias nos processos de atuação como também de utilização de insumos próprios de suas atividades. Engelman, Guisso e Fracasso (2009, p. 24) advertem que, na efetivação da Agenda Ambiental, [...] é necessário que haja consenso em todos os níveis hierárquicos quanto à sua importância, não representando uma imposição gerencial, devendo haver integração das funções com responsabilidade e comprometimento de todas as partes envolvidas. Os gestores devem definir inicialmente o seu compromisso com as questões ambientais, de forma a adaptar a organização ao novo panorama, levando em conta as pressões externas e internas. Essa visão administrativa possibilitará a integração da organização aos imperativos ambientais através de uma comunicação ativa interna e 31 externa. O consenso permite que haja o fortalecimento das iniciativas relativas ao desenvolvimento da Agenda Ambiental, oportunizando que ocorra um direcionamento gerencial que seja relevante para que as ações propostas possam concretizar os objetivos definidos. A melhoria dos processos que interferem diretamente na qualidade dos serviços prestados envolve o controle de desperdícios, a coleta seletiva, a sensibilização para as questões ambientais e o consumo racional dos recursos (BRASIL, 2012). Tais fatores permitem que as instituições obtenham ganhos, previstos entre as vantagens oriundas da implementação da Agenda Ambiental, o que permite categorizar seus processos operacionais e gerenciais a um nível de racionalidade que atenta diretamente para a eficácia e a eficiência. Tauchen e Brandli (2006, p. 508) identificam que, para que a implantação da Agenda Ambiental ocorra, os gestores das instituições necessitam desenvolver as seguintes etapas: Planejar: envolve o estabelecimento dos objetivos e processos necessários para atingir os resultados, de acordo com a política ambiental da organização; Executar: envolve a implementação dos processos; Verificar: envolve o monitoramento e medição dos processos em conformidade com a política ambiental, objetivos, metas, requisitos legais e outros, e relatar os resultados; e Agir: envolve a execução de ações para melhorar continuamente o desempenho da política ambiental. Se for estabelecida em etapas, existe a possibilidade de a Agenda Ambiental ter um desenvolvimento racional. Além das etapas, é necessário contar com referenciais avaliativos para verificar os avanços alcançados ou a necessidade de melhorias para atender os objetivos propostos. Engelman, Guisso e Fracasso (2009) destacam que uma Agenda Ambiental é um importante recurso para que se consolide a perspectiva da Sustentabilidade nas instituições, tanto quanto para permitir que a Responsabilidade Ambiental seja exercida de forma consciente e planejada. Em função disso, Trigueiro (2012, p. 364) assinala que: A Sustentabilidade, em sua concepção ambiental, é espacial. Por isso, a universidade tem de buscar transformar-se e dar aos alunos a oportunidade de contato com uma “outra maneira” de se comportar e, de certa forma, de 32 viver. O campus deve expressar conceitualmente novos valores em relação à biodiversidade, à energia, à água, ao descarte de resíduos, ao ar. Como um laboratório vivo e pulsante, os alunos, os professores e os funcionários de apoio devem construir uma nova ética baseada em valores que garantam ações conscientes em prol da sobrevivência da sociedade de forma integradora e participativa. A incorporação da Agenda parte da percepção de que “O desenvolvimento da consciência ecológica em diferentes camadas e setores da sociedade mundial acaba por envolver também o setor da educação, a exemplo das Instituições de Ensino Superior”. (TAUCHEN e BRANDLI, 2006, p. 503). A participação, a cooperação e a comunicação de toda a comunidade acadêmica (alunos, professores, funcionários e gestores) são fatores importantes para que essa Agenda possa ser incorporada às práticas cotidianas das universidades. Além desses fatores, existem outros: Sensibilização dos servidores, Adoção de novos procedimentos gerenciais e operacionais, Intercâmbio de idéias e experiências e estabelecimento de metas (BRASIL, 2012). As experiências obtidas com uma Agenda Ambiental podem ser repassadas à sociedade, como uma forma de valorizar os efeitos que envolvem, também, a atenção para fatores como: Formação continuada dos servidores públicos em relação aos aspectos socioambientais e de melhoria da qualidade do ambiente de trabalho; e destaque a ética e a autoestima dos servidores públicos, principalmente em relação ao atendimento de interesses coletivos (MARTINS, 2009, p. 55). Com essas ações, acredita-se que a universidade cumprirá o seu papel em busca da implantação de uma Agenda Ambiental, mas principalmente, no que diz respeito à preservação do Meio Ambiente. 33 3. METODOLOGIA 3.1 Pesquisa Qualitativa A abordagem da pesquisa é qualitativa, por proporcionar um maior aprofundamento em relação ao enfoque do tema, contribuindo para que seus sentidos e seus significados possam ser compreendidos dentro da proposta de pesquisa definida. Em termos conceituais, a pesquisa qualitativa, segundo Oliveira (2007), representa um processo de reflexão e análise da realidade, no qual os fatores relacionados ao tema enfocado necessitam ser considerados, identificando um nível de aprofundamento significativo por parte do pesquisador, na condução do processo propositivo. A pesquisa qualitativa oportuniza que o pesquisador tenha um aprofundamento maior em relação ao fenômeno social enfocado, com a intencionalidade de ir além das aparências, ou seja, a concentração na sua essência, para garantir um processo de decodificação mais significativo (GIL, 2010). Essa modalidade de pesquisa, conforme aponta Appolinário (2012), tem como requisitos, os seguintes aspectos: a) Pressuposto básico: a realidade é composta de fenômenos que são socialmente construídos. b) Objetivo: compreensão aprofundada dos fenômenos. c) Abordagem: observacional. d) Papel do pesquisador: o participante não é neutro ao fenômeno. Os requisitos, sobretudo em relação ao papel do pesquisador, evidenciam o nível de interação exigido para que o fenômeno estudado possa ser compreendido, de forma a garantir que tenha um nível significativo de interação com os fatores e os sujeitos diretamente relacionados com sua ocorrência ou concretização no meio social. Ao contemplar a realidade, o pesquisador tem condição de estabelecer inferências, considerando, inicialmente, o referencial teórico selecionado para, em um processo analítico comparativo, identificar os saberes oriundos do contexto 34 social no qual o fenômeno estudado ocorre. Consequentemente, proporciona uma reflexão mais abrangente, resultando na decodificação e compreensão dos principais significativos atrelados ao fenômeno (APPOLINÁRIO, 2012). Minayo (2006) explica que a pesquisa qualitativa permite uma maior compreensão dos aspectos objetivos e subjetivos atrelados ao evento estudado, tendo como principal fonte o ambiente natural onde este ocorre. Segundo ele, isso permite que o processo investigativo seja aprofundado, com a intenção de qualificar os seus significados e os seus sentidos. 3.2 Pesquisa Quantitativa Em relação à apresentação dos dados relativos à aplicação da A3P em instituições de Ensino Superior, a metodologia aplicada foi a quantitativa, que oportuniza, segundo Apollinário (2012), a representação quantificada do tema em estudo. Essa representação é relevante para que se compreendam os resultados que a aplicação da A3P propicia de forma concreta, como a economia advinda do uso racional da energia elétrica e da água (que apresenta uma dimensão econômica), não se prendendo a dimensão subjetiva dos seus efeitos, como, por exemplo, os ganhos de qualidade de vida com a preservação do Meio Ambiente. Nesse sentido, a metodologia quantitativa estabelece uma relação com a metodologia qualitativa, por contribuir para uma compreensão mais ampla em relação ao assunto enfocado, possibilitando ao pesquisador estabelecer uma argumentação mais consistente na sua análise. 3.3 Estudo de Caso A metodologia utilizada nesta pesquisa foi o Estudo de Caso, que tem a condição de auxiliar no conhecimento de um fenômeno singular, restrito a uma unidade social, permitindo a identificação da sua ocorrência e dos efeitos que ocasiona nesta unidade. Esse método, conforme concebe Oliveira (2007), relacionase à intencionalidade de efetivar descobertas, originárias da consideração do contexto onde o assunto enfocado ocorre e das repercussões que ocasiona na 35 unidade social selecionada para a realização da pesquisa. André (2005) aponta que o Estudo de Caso possibilita que as descobertas do pesquisador no decurso da pesquisa se tornem em conhecimentos concretos e contextualizados, pelo fato de considerar, não só uma determinada realidade, como também uma unidade social específica. Além dele, também, Gil (2010) afirma que a elaboração do conhecimento advém do fato de o Estudo de Caso analisar questões práticas, dispostas no meio social, permitindo que o pesquisador, pautado na base conceitual inicialmente formulada, possa estabelecer um estudo sistematizado, com a intenção de compreender o fenômeno enfocado, sobretudo quanto a sua ocorrência e aos efeitos que ocasiona. A sistematização do Estudo de Caso envolve a fase Exploratória, na qual o pesquisador delimita o fenômeno a ser estudado, a unidade social onde fará a pesquisa e o instrumento a ser empregado na coleta de dados. Nessa fase de coleta de dados, efetiva-se a observação e se emprega o instrumento de pesquisa para coletar as informações pertinentes à compreensão do assunto em estudo. Já na fase de análise sistemática de dados, a partir deles, passa-se a refletir sobre as informações colhidas, estabelecendo as impressões do pesquisador (GIL, 2010). É importante lembrar que, nesta pesquisa, a Unidade Social é a Universidade do Centro-Oeste do Paraná e utilizou-se como instrumento de pesquisa a “Entrevista Estruturada”. Nessa modalidade, segundo Diehl e Tatim (2004, p.66), [...] o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido. Ou seja, as perguntas feitas ao indivíduo são pré-determinadas. Esse tipo de entrevista se realiza a partir de um formulário elaborado e é efetuado com pessoas selecionadas de acordo com um plano. O pesquisador não é livre para adaptar suas perguntas à determinada situação. Nesta pesquisa, as perguntas estão no anexo 2, da dissertação e foram elaboradas de acordo com o que prevê o Protocolo de Pesquisa proposto por Kruger et al (2011) anexo 3, que propõe um check-list para se verificar a existência, na instituição, dos requisitos propostos pela Agenda Ambiental na Administração Pública - A3P. Além disso, há um espaço para que sejam inseridas observações, identificando os motivos pelos quais tais diretrizes não foram implantadas na instituição, pelo fato da A3P ser a principal referência no que diz respeito à Sustentabilidade para os órgãos da Administração Pública Direta e Indireta, 36 conforme indica a Portaria 510/2002 do Ministério do Meio Ambiente. O método Kruger et al (2011), vai em busca de respostas com relação à aderência ou não dos cinco Eixos Temáticos da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) numa Instituição de Ensino Superior. No modelo proposto para a pesquisa consta, ainda, um campo de observação para cada resposta, que pôde ser usado a critério dos entrevistados. Com as respostas, foi possível uma análise dos eixos que a instituição vem colocando em prática ou não, o que irá possibilitar que os gestores definam uma conduta adequada com relação à Agenda Ambiental da Unicentro. O presente método foi adaptado pelo pesquisador para um diagnóstico das condições institucionais visando à proposição de uma Agenda Ambiental para a Unicentro. Os seus protocolos permitem um amplo conhecimento da atual situação da universidade no que diz respeito aos eixos temáticos da Agenda Ambiental, proporcionando informações relevantes aos gestores para uma possível implantação de uma Agenda Ambiental na Unicentro. O Estudo de caso teve a intenção de verificar quais ações de Sustentabilidade são desenvolvidas pela Unicentro para, depois, compará-las com as previstas na A3P, proporcionada pelo check list elaborado por Kruger et al (2011) (anexo 2). Com os dados elencados nessa verificação, foi feito um diagnóstico das condições institucionais para a proposição de uma Agenda Ambiental para a instituição, pautada nos critérios estabelecidos pela A3P, considerada referência para as instituições públicas. A condição de principal referência para a Agenda Ambiental da Administração Pública decorre do fato de ela ter sido oficializada como modelo pela Portaria n. 510/2002. Para Basílio (2013, p. 2), a A3P tem como finalidade principal: [...] instaurar um processo de construção de uma nova cultura institucional na administração pública, visando à conscientização dos servidores para a otimização dos recursos para o combate ao desperdício e para a busca de uma melhor qualidade do ambiente de trabalho. Visa a colocar as empresas em sintonia com a concepção de ecoeficiência, incluindo critérios socioambientais nos investimentos, compras e contratações de serviços dos órgãos governamentais. Com base nesse diagnóstico, sugere-se a elaboração de uma Agenda Ambiental baseada nos critérios da Agenda Ambiental da Administração Pública - 37 A3P, com o objetivo da Unicentro, ter uma gestão ambiental ancorada na Sustentabilidade, oriunda da adoção dos critérios estabelecidos nessa Agenda para tratar de temas relacionados à questão ambiental. No capítulo a seguir, apresenta-se o Levantamento, a Análise de Dados e a proposta de uma Agenda Ambiental para a universidade. 3.4 Participantes da pesquisa Durante o procedimento da coleta de dados foram consultados os respectivos coordenadores de cada área na Unicentro, que estão envolvidos com os fatores de gestão ambiental, destacados no protocolo (anexo 3). Da mesma forma, em relação ao item “uso racional dos recursos naturais e bens públicos”, foram consultados os Diretores dos Campi Santa Cruz e CEDETEG; no item “gestão adequada dos resíduos gerados”, foi consultada a Diretora do Setor de Ciências Agrárias e Ambientais, a qual indicou uma Docente do Departamento de Biologia para responder; nos itens “qualidade de vida no trabalho” e “sensibilização e capacitação dos servidores”, foi consultada a Pró-Reitora de Recursos Humanos; e, para o item “licitações sustentáveis”, foi ouvido o Diretor de Compras da instituição. Com a intenção de atender ao princípio ético do sigilo, preceituado pela Resolução CNS 196/1996, que trata de pesquisa envolvendo a participação de pessoas, seus nomes foram excluídos, sendo identificado o cargo que exercem na instituição, havendo a seguinte distribuição em função dos setores da instituição: a) Diretoria de Campus: DIRETOR A; b) Área Pedagógica: DOCENTE A; c) Diretoria de Pró-Reitoria de Recursos Humanos: DIRETOR B; d) Diretoria de Compras e Materiais: DIRETOR C. Contudo, na análise dos eixos temáticos da A3P houve a inclusão do diretor do Campus Santa Cruz da Unicentro que, por motivos particulares, não participou da primeira etapa da pesquisa que envolveu a participação e preenchimento de um questionário (anexo 1), sendo denominado doravante de DIRETOR D. Este 38 questionário teve como objetivo buscar mais informações sobre a forma que o Meio Ambiente é tratado e abordado na Unicentro. Com o intuito de reforçar as discussões foram utilizados estes dois instrumentos, sendo um questionário e o Método Kruger. Para o processo de análise e discussão do tema, houve a opção em destacar a posição dos participantes da pesquisa, sendo contemplados a partir das diretrizes constantes na A3P e nos autores teóricos selecionados que abordam o tema. 4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS O procedimento inicial de pesquisa envolveu a coleta de informações, com a utilização de um questionário, junto aos servidores que ocupam cargo de direção na Unicentro e atuam na área docente. 4.1 Ações relacionadas à preservação ambiental Em relação à questão: No setor (departamento) em que você atua são desenvolvidas ações relacionadas à preservação do meio ambiente? Quais? Os participantes da pesquisa identificaram: “Sim. Redução no uso de copos plásticos, aproveitamento de papel e envelopes, apagar as luzes ao sair, certificar se as torneiras estão bem fechadas” (DIRETOR A, 2013); “Sim. Projetos de extensão” (DOCENTE A, 2013); “Sim. Segregação de resíduos sólidos” (DIRETOR B, 2013); “Apenas a reutilização dos papéis descartados para reciclagem” (DIRETOR C, 2013). Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013) Diante das respostas, é possível considerar que a instituição não apresenta uma Agenda Ambiental comum para os setores que a compõem, a respeito da questão ambiental, sendo adotadas medidas pontuais que são comuns para minimizar desperdícios ou reduzir custos. Essas medidas são previstas na Agenda Ambiental, sendo acompanhadas por outras ações, como forma de promover uma 39 implantação mais consciente do significado da temática ambiental, podendo ser destacada, por exemplo, a qualidade de vida dos servidores, que denota a intencionalidade de atender tanto o Meio Ambiente como o ser humano. As medidas pontuais citadas são o aproveitamento de papel, a reutilização de materiais e o uso racional de água e energia elétrica. Tais medidas são previstas na A3P (BRASIL, 2013), sendo importante destacar que essa Agenda estabelece uma amplitude maior de ações, uma vez que, quando adotadas de forma isolada, nem sempre oportunizam uma Agenda Ambiental unificada mais significativa para as organizações. O significado de uma Agenda Ambiental unificada corresponde (à) [...] a inserção dos critérios socioambientais nas atividades regimentais, que vão desde uma mudança nos investimentos, compras e contratação dos serviços pelo governo até a uma gestão adequada dos resíduos gerados e dos recursos naturais utilizados, além de promover a melhoria da qualidade de vida no ambiente do trabalho (BRASIL, 2009, p. 7). Considerando o posicionamento dos servidores consultados, a instituição não conta com uma Agenda Ambiental mais consistente, posto que as ações que visam à preservação ambiental são limitadas. Não são apontadas, por exemplo, medidas que visem à melhoria da qualidade de vida no ambiente laboral - fator importante para que essa Agenda consiga ter a amplitude esperada. A proposição de uma Agenda Ambiental unificada é fundamental para que se estabeleça um direcionamento na abordagem da problemática ambiental na instituição, contemplando desde hábitos básicos visando ao uso adequado de recursos, como também a efetivação de projetos de extensão, como forma de colaborar para que a comunidade possa perceber a importância da preservação ambiental. Nesse sentido, cabe considerar que a universidade “[...] tem o potencial para transformar-se em vitrine de boas práticas relacionadas à qualidade ambiental e ao desenvolvimento humano sustentável”. (UNB, 2009, p. 27). Essa vitrine representa, também, um compromisso, principalmente quando se considera que a Universidade pública, além de desenvolver práticas educativas, tem condição de contribuir com projetos envolvendo a comunidade. Para vivenciar esse potencial, é determinante que a instituição consiga instituir e executar uma Agenda Ambiental, a qual consiga tanto contemplar suas particularidades, como também possa repassar à comunidade exemplos claros e 40 passíveis de execução no que tange à preservação ambiental. A posição dos participantes da pesquisa revela que a instituição em que atuam ainda não elaborou essa Agenda, sendo que os esforços realizados, mesmo sendo relevantes, não são executados de forma unificada, o que compromete o alcance de resultados mais significativos no que concerne à questão ambiental. A unificação é um importante sinal para a organização, pois evidencia que há uma cultura organizacional instituída que, nessa situação, refere-se à prática de ações relacionadas à problemática ambiental. A cultura organizacional representa as percepções básicas compartilhadas pelos servidores acerca da instituição, integrando os objetivos, os valores, a missão e a visão que orienta sua atuação no meio social (VIEIRA, 2007). A cultura organizacional oportuniza que a abordagem da problemática ambiental seja efetivada de forma integrada, método pelo qual as ações individuais compõem a intenção organizacional de colaborar para que a instituição consiga exercer sua responsabilidade socioambiental de forma plena, expressa nos hábitos cotidianos exercidos pelos servidores na instituição. Um aspecto a ser destacado refere-se aos projetos de extensão, que são importantes por permitirem que a instituição se aproxime da comunidade, tanto para compartilhar as experiências exitosas e o conhecimento elaborado, como coletar novas demandas, podendo indicar novas propostas que sejam compatíveis com a realidade existente (UNB, 2009). Considerando a existência de novas demandas, o gestor da Instituição de Ensino Superior passa a ter a noção de que uma Agenda Ambiental necessita ser continuamente atualizada, para acompanhar as transformações ocorridas tanto no seu ambiente externo como também as próprias condições sociais que influem na sua atuação. Essas perspectivas não foram elencadas pelos participantes da pesquisa, denotando que a Unicentro não possui uma Agenda Ambiental estruturada, sendo que as ações relacionadas à problemática ambiental são desenvolvidas de forma individualizada, sem que ocorra acompanhamento mais criterioso acerca dos seus resultados e da possibilidade da inserção de novas medidas, incluindo a possibilidade de compartilhá-las com a comunidade. 4.2 Estímulo à incorporação de ações de sustentabilidade junto aos 41 servidores Em relação à questão: De que forma você procura estimular os servidores a adotarem no cotidiano, ações de sustentabilidade (uso racional de água e luz, reutilização de materiais recicláveis, separação do lixo, entre outras)? Os participantes da pesquisa apontaram as modalidades: “Por meio de campanhas de conscientização e orientações” (DIRETOR A, 2013); 1 “Por meio do projeto ECOPONTO e dando exemplo” (DOCENTE A, 2013); “Separação do lixo, aproveitamento de papel para rascunho” (DIRETOR B, 2013); “Procura-se manter as luzes apagadas quando não há necessidade, equipamentos sem uso desligados e direcionamento dos resíduos para a reciclagem” (DIRETOR C, 2013). Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013) O estímulo proposto refere-se ao uso racional de recursos como a energia elétrica e o papel, além da separação do lixo, visando à reciclagem. Mesmo o projeto ECOPONTO não se distancia dessa proposta, já que tem, como diferencial, a correta alocação de materiais que oferecem um grau de risco maior para as pessoas e para o meio ambiente, além de contemplar algumas ações na comunidade, como a realização de palestras em escolas. Esse estímulo é importante por evidenciar que pequenas mudanças nos hábitos adotados na atividade laboral podem contribuir para melhoria na problemática ambiental. Porém, quando se trata de uma Agenda Ambiental, é preciso ter uma perspectiva mais ampla, que incorpore, como principal recurso para a conscientização, o desenvolvimento de ações educativas, que não foram citadas textualmente pelos participantes da pesquisa. A promoção de ações educativas, efetivadas de forma contínua, não se atendo, apenas, a campanhas de conscientização e orientações sazonais, tem como principais objetivos, no âmbito de uma Agenda Ambiental: 1 O projeto ECOPONTO é realizado, na UNICENTRO, pelo Departamento de Biologia, tendo como principal foco o descarte correto dos resíduos que apresentam um grau elevado de risco, como pilhas, remédios, venenos, baterias, entre outros. Cabe ressaltar que esse projeto é desenvolvido em âmbito comunitário, por meio da realização de palestras em escolas, como forma de suscitar a conscientização acerca do descarte correto desses resíduos (UNICENTRO, 2014). 42 [...] estimular a melhoria da qualidade do meio ambiente em todos os locais de trabalho; conscientizar servidores/funcionários sobre a importância de se preservar o meio ambiente; dar conhecimento quanto a necessidade de introduzir critérios ambientais nas compras de governo; despertar a responsabilidade do servidor público no que se refere ao uso correto dos bens e serviços da administração pública (BRASIL, 2001, p. 12). O estímulo aos servidores, considerando tais intuitos, representa a assimilação de uma noção pautada na sustentabilidade, levando a adoção de condutas no exercício diário de suas funções, como também um comprometimento maior com a temática ambiental. Isso decorre da conscientização que passa a existir, a qual não se limita às perspectivas indicadas pela instituição, mas incorpora uma noção mais abrangente acerca do seu posicionamento em relação a questões envolvendo o Meio Ambiente. Essa posição se destaca pelo fato de atuar em uma instituição de ensino, que possui a condição de influir no espaço social onde está inserida. Nesse sentido, o servidor que adotar uma postura favorável ao Meio Ambiente, pode servir como agente multiplicador de bons exemplos ambientais. A questão ambiental está relacionada, também, com a qualidade de vida do ser humano, fator contemplado pela A3P, que estabelece esse fator como diretriz, com foco no trabalho, conforme indica a seguinte citação: A administração pública deve buscar permanentemente uma melhor qualidade de vida no trabalho, promovendo ações para o desenvolvimento pessoal e profissional de seus servidores. Para tanto, as instituições públicas devem desenvolver e implantar programas específicos que envolvam o grau de satisfação da pessoa com o ambiente de trabalho, melhoramento das condições ambientais gerais, promoção da saúde e segurança, integração social e desenvolvimento das capacidades humanas, entre outros fatos (BRASIL, 2009, p. 43). Observar a qualidade de vida no trabalho dos servidores é uma ação importante no âmbito das instituições, no sentido de fazer com que a conscientização da importância da preservação ambiental seja contextualizada com a promoção do desenvolvimento do ser humano na estrutura organizacional. Nesse sentido, os participantes da pesquisa não relataram a perspectiva da qualidade de vida no trabalho, o que permite a identificação de que a temática ambiental ainda não repercute de forma significativa na instituição. Apesar de os participantes da pesquisa não apontarem uma atenção maior aos servidores por parte da instituição, o estímulo ao desenvolvimento de práticas 43 que favorecem o Meio Ambiente é importante, pelo fato de oportunizá-los a viverem situações que indicam a condição do indivíduo em se posicionar no tocante à problemática ambiental. Cavalcante (2012, p. 195) pontua que a sensibilização do servidor público no que se refere à problemática ambiental reside na seguinte percepção: O momento em que vivemos é de correção de hábitos de desperdício e desatenção. Há a necessidade de motivar os servidores públicos para estarem abertos a mudanças nos procedimentos administrativos. Essa abertura requer a participação de profissionais de todas as áreas, independentemente de cargo ou grau de responsabilidade, em um processo, e este deve ser encarado com naturalidade e maturidade, pois, além de muito dinâmico, está voltado para as exigências da sociedade e sua economia de mercado. A motivação para o servidor público é mais bem contextualizada na Agenda Ambiental, por prever ações de sensibilização, de estímulo e de educação envolvendo questões ambientais. Com isso, há um preparo melhor para o servidor desenvolver ações, na estrutura organizacional, as quais favoreçam a aplicação racional dos recursos e seu comprometimento maior com os objetivos previstos na Agenda envolvendo temas ambientais relacionados às Instituições de Ensino Superior. Na Agenda Ambiental, são estipulados indicadores de desempenho para o servidor, oportunizando que este tenha um respaldo maior para analisar se sua conduta está contribuindo para que a organização incorpore a perspectiva da sustentabilidade nas atividades que desenvolve. Esses indicadores são: a) b) c) d) e) f) g) h) Uso racional dos recursos naturais e bens públicos; Destinação adequada dos resíduos sólidos; Práticas sustentáveis; Qualidade de vida no trabalho; Mudança de hábitos; Autoestima do servidor público; Ética do servidor público; Links, interfaces e parcerias (BRASIL, 2001, p. 19). A implantação de indicadores oportuniza que os servidores desenvolvam uma noção mais concreta acerca do impacto de suas ações na política ambiental, definida pela Instituição de Ensino Superior. Com esses indicadores, os servidores 44 passam a ter uma percepção mais aprofundada em relação ao comprometimento que devem ter para atender as perspectivas que orientam a Agenda Ambiental da instituição. Há a oportunidade de efetivarem avaliações, incluindo as mudanças que ocorrem em suas ações, identificando se estão ou não contribuindo para a efetivação da Agenda. Guerra (2008, p. 2) aponta que uma política ambiental numa Instituição de Ensino Superior deve atrelar-se à: [...] melhoria contínua de seu desempenho ambiental e prevenção da poluição, adotando procedimentos e práticas que visem à prevenção de impactos ambientais negativos, em conformidade com os requisitos legais, gerando alternativas que propiciem a sustentabilidade da comunidade universitária e de toda a sociedade, desenvolvendo uma estratégia de mudança cultural através de uma política pedagógica ambiental. Nesse contexto, a A3P é de grande valia para que a Universidade desenvolva uma política ambiental mais consistente, pautada no desenvolvimento de ações que, ao mesmo tempo em que contribui para a preservação do meio ambiente e ocasiona o uso racional dos recursos naturais, passa a influir na conduta do servidor, por “[...] fornecer aos servidores oportunidade para desenvolver habilidades e atitudes para um melhor desempenho das suas atividades, valorizando aqueles que participam de iniciativas inovadoras e que buscam a sustentabilidade” (BRASIL, 2012, p. 3). Considerando a possibilidade de influir na conduta dos servidores, a A3P evidencia sua validade como um mecanismo organizacional pautado na perspectiva de Sustentabilidade no âmbito da Administração Pública. 4.3 Divulgação da sustentabilidade pela instituição Na terceira questão: A instituição tem condições de colaborar para que a noção de sustentabilidade seja mais bem compreendida na sociedade? Justifique. Os participantes da pesquisa realçaram: “Sim. Apoio que cursos poderiam ser ofertados com esse intuito. Há também trabalhos de extensão com esse propósito, no entanto, poderiam ser melhores (sic) divulgados” (DIRETOR A, 2013); “Sim, sempre é possível. Poderia se formar uma comissão interdisciplinar para avaliação da situação em que a instituição se encontra e dar início à elaboração de uma política de meio 45 ambiente institucional” (DOCENTE A, 2013); “Sim. Por meio da inclusão dessa pauta em suas matrizes curriculares dos cursos de graduação e pós-graduação. Por meio de ações extencionistas e por meio da conscientização de seus servidores” (DIRETOR B, 2013); “Sim, estimulando a comunidade acadêmica para que utilizem procedimentos de sustentabilidade na própria instituição” (DIRETOR C, 2013). Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013) Os participantes da pesquisa indicaram que a Unicentro tem condição de divulgar a noção de Sustentabilidade, porém as iniciativas efetivadas até o momento não conseguiram envolver a sociedade. Há, também, o agravante de que não existe informação sobre o desenvolvimento de ações, mas somente propostas de divulgação, revelando que o termo “Sustentabilidade” é pouco divulgado na Universidade. Marcomin e Silva (2009) reconhecem que a Universidade tem um papel importante na sensibilização e na conscientização acerca da Sustentabilidade Ambiental, envolvendo o meio social, como forma de difundir conhecimentos que podem influir na conduta humana e, assim, contribuir para que a noção de preservação ambiental seja disseminada. No caso da instituição pública, essa disseminação surge como um compromisso, de forma a garantir que o conhecimento produzido em seu interior seja compartilhado, permitindo que experiências exitosas possam ser reproduzidas, principalmente quando se relacionam com a preservação ambiental. Esse compartilhamento é possível por meio da Extensão, que representa, segundo Martins (2014, p. 7-8), um componente que favorece a disseminação do conhecimento científico no meio social, a partir de ações extensionistas. Concordamos que a universidade deve retornar à sociedade o saber que dele se origina, mas numa busca incessante pela profunda compreensão da realidade social que a comporta; compreensão esta factível apenas, pela mediação do pensamento abstrato construído e retro-alimentado pelo ensino e pela pesquisa. Nesse sentido, a extensão ocupa lugar tão importante quanto o ensino e a pesquisa, pois é, sobretudo, por meio dela que os dados empíricos imediatos e teóricos se confrontam, gerando as permanentes reelaborações que caracterizam a construção do conhecimento científico. 46 A Sustentabilidade, debatida a partir do ambiente universitário, permite o desenvolvimento de maior compreensão acerca do seu sentido e do seu significado e, também, aprofundamento maior no que se refere à problemática ambiental. Numa perspectiva inicial, a Sustentabilidade, no ambiente universitário, refere-se à introdução de procedimentos administrativos e operacionais que contribuam para a preservação ambiental, como a adoção da Agenda Ambiental deixa transparecer. A Agenda Ambiental não se limita a considerar apenas a realidade encontrada na instituição, mas também a realidade local, conforme pontuam Teixeira e Azevedo (2013), o que permite que as ações realizadas possam ser repetidas em outras organizações. Portanto, ratifica a posição da Universidade em apontar medidas para a sociedade que contribuam no gerenciamento ambiental. As medidas podem ser definidas a partir da análise dos resultados obtidos, em especial, nos avanços ocorridos. Daí a importância da divulgação, para que a sociedade acesse tais informações, e se sinta compelida a desenvolver práticas sustentáveis, alinhadas a uma postura que colabore com a preservação ambiental. Nesse sentido, os trabalhos de extensão, citados por DIRETOR A (2013), são referenciais importantes para que haja uma divulgação acadêmica maior em relação à Sustentabilidade. Contudo, a Unicentro ainda não efetiva uma ação mais consistente de divulgação da Sustentabilidade, posto que os participantes da pesquisa indicaram possíveis ações que podem ser implementadas e/ou executadas ao longo do tempo. Ocorre, nesse cenário, uma séria lacuna no tocante ao exercício de sua responsabilidade ambiental que prevê a divulgação de ações ambientais como forma de contribuir para expandir a conscientização em relação à importância da preservação do Meio Ambiental na sociedade. Saqueto (2010) realça que a Universidade tem um papel importante na divulgação de ações de Sustentabilidade, como uma forma de conscientizar e influir nas organizações, no sentido de adotarem ações sustentáveis. Nesse cenário, é importante que a Unicentro passe a ter um comprometimento maior em divulgar a Sustentabilidade, até como forma de exercer sua Responsabilidade Ambiental, além de divulgar suas boas práticas ambientais. 47 4.4 Orientação sobre questões ambientais Na quarta questão: Os servidores são orientados acerca da questão ambiental na instituição? Em que momento? Os participantes da pesquisa se manifestaram da seguinte forma: “Sim. Em reuniões técnicas e de orientação bem como mediante campanhas de conscientização no uso dos recursos naturais” (DIRETOR A, 2013); “Eu desconheço” (DOCENTE A, 2013); “Sim. No dia-a-dia e por meio de palestras e oficinas” (DIRETOR B, 2013); “Não” (DIRETOR C, 2013). Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013) Pelas respostas, é possível pressupor que a orientação para os servidores acerca de questões ambientais ocorre, na Unicentro, de forma parcial, contemplando apenas alguns setores específicos. Essa condição revela que não há uma abordagem institucional acerca das questões ambientais, tampouco a existência de uma Agenda Ambiental, havendo esforços pontuais, que não são suficientes para fazer com que a instituição tenha um gerenciamento ambiental compatível com sua estrutura organizacional. Vaz et al (2010, p. 50) definem gerenciamento ambiental como: [...] sistema que abrange a estrutura organizacional, as atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos, para desenvolver, implementar, atingir, analisar e manter a política ambiental da organização. O gerenciamento ambiental é o instrumento referencial da Agenda Ambiental na organização, que oportuniza o encaminhamento das ações a serem efetivadas na instituição, como a orientação dos servidores. Quando não há essa orientação, dificilmente as metas traçadas no planejamento da questão ambiental poderão ser atingidas pela instituição, porque não haverá o encaminhamento dos esforços individuais na direção pretendida. Nesse sentido, é importante destacar que dois participantes da pesquisa indicaram que a orientação ocorre na instituição por meio de reuniões técnicas, 48 campanhas de conscientização, palestras e oficinas. Independente do recurso empregado, a orientação é relevante para que os servidores possam ter noção de que condutas são adequadas para produzir efeitos organizacionais no tocante à temática ambiental. O conhecimento de condutas representa o primeiro passo, sendo importante que haja uma continuidade no processo de orientação, contemplando, por exemplo, a avaliação dos próprios servidores acerca da forma com que o gerenciamento ambiental vem sendo conduzido. Becker e Pereira (2012) indicam que a orientação junto aos servidores é de grande valia, pelo fato de a implementação de medidas de gerenciamento ambiental, pautados na A3P, acarretar uma série de mudanças administrativas, operacionais e de conduta na organização, sendo preponderante a conscientização acerca dos objetivos, metas e resultados que se pretende atingir para que se tenha um nível de comprometimento significativo, que é o orientador do comportamento humano no tocante à problemática ambiental. 4.5 Espaço para debates acerca da conduta ambiental na instituição Na quinta questão: Há espaço para debates em relação à conduta ambiental adotada pela instituição? Em caso afirmativo, em que momento e de que forma ocorre. Em caso negativo, por quais motivos? Os participantes da pesquisa responderam: “De forma restrita, sim, em reuniões de departamento e conselhos de Campus” (DIRETOR A, 2013); “Acredito que não ocorra, exatamente pela falta de uma política de meio ambiente institucional” (DOCENTE A, 2013); “Sim, de acordo com o apontado no item anterior” (DIRETOR B, 2013); “Não. Acredito que pela falta de estímulo ou conhecimento sobre os procedimentos que podem ser adotados” (DIRETOR C, 2013). Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013) A resposta da DOCENTE A (2013) situa o aspecto essencial na discussão deste texto, ao pontuar a ausência de uma política ambiental na instituição, já que 49 essa ausência compromete a efetivação do gerenciamento ambiental, como também a implantação de uma Agenda Ambiental na Unicentro, pelo fato de não haver um direcionamento específico para a abordagem desta temática. É importante salientar que uma política ambiental representa, segundo Tenuta Filho (2014, p. 2), uma “[...] declaração de uma organização expondo suas intenções e princípios em relação ao seu desempenho ambiental global, que prevê uma estrutura para ação e definição de objetivos e metas ambientais”. A instituição que não declara suas intenções em relação à questão ambiental para sua organização, dificilmente conseguirá obter mudanças internas no que se refere à incorporação de práticas favoráveis ao Meio Ambiente. O que tende a ocorrer é a mera reprodução de ações, como, por exemplo, a separação do lixo, sem haver uma mensuração mais abrangente do seu significado e dos resultados que ocasiona na instituição e na própria comunidade. Quando há a proposição de uma política ambiental, a implantação de um gerenciamento ambiental se torna imperativo, para que se consolide um modo de ação que produza os efeitos e os resultados estabelecidos na referida política. Há, também, a condição para implantar uma Agenda Ambiental que, no caso das instituições públicas, é o principal referencial para a efetivação de medidas coerentes com a política ambiental implementada. Carvalho e Souza (2014, p. 4) indicam que a Agenda Ambiental, em uma universidade pública, [...] propõe a mudança da cultura institucional, uma vez que busca a inserção de critérios de responsabilidade socioambiental nas práticas administrativas, para o alcance da sustentabilidade no âmbito econômico, social e ambiental. É através da A3P que os gestores públicos programarão práticas sustentáveis em suas atividades [...] gerando economia através do menor custo-benefício para a administração pública, além de proporcionar a minimização dos impactos socioambientais. A política ambiental é importante por contemplar as dimensões que se relacionam com a questão ambiental, como a econômica e a social, sendo que a redução dos impactos socioambientais se torna efeito direto da sua implantação. Os gestores públicos programam as práticas sustentáveis na política ambiental, amparados nas diretrizes propostas numa Agenda Ambiental, cujos efeitos são acompanhados e analisados por meio do gerenciamento ambiental. Nesse cenário, institui-se uma cultura organizacional pautada na temática ambiental, 50 havendo a implantação de práticas operacionais e administrativas concretas, que oportunizam, à instituição, condições para que ela desenvolva uma cultura preservacionista, com a consciência dos impactos positivos que isso gera. Essa cultura preservacionista pode ser compartilhada com a comunidade, de forma que haja uma disseminação desse conhecimento, pois ele é importante na influência da modificação de hábitos e condutas organizacionais e pessoais, podendo resultar em um processo educativo de grande valor, o qual ratifica a importância da Universidade pública como difusora do saber. Nesse contexto, os debates realizados com os servidores são componentes relevantes para que se obtenha retorno, não só em relação à forma com que a política ambiental vem sendo percebida, como também aos efeitos do gerenciamento ambiental na instituição e a possibilidade de melhorias, o que garante a possibilidade de consolidação da Agenda na estrutura organizacional. Os debates instituem a participação dos servidores, posto que o gestor da instituição de ensino precisa considerar como relevante que: É preciso que os servidores públicos „vistam a camisa‟ do desenvolvimento sustentável, pois de nada adiantarão as ações educativas decorrentes de programas e projetos governamentais se, dentro de nossos locais de trabalho, nos tornamos meros expectadores (BRASIL, 2001, p. 7). Os servidores só podem evidenciar um comprometimento maior com o desenvolvimento sustentável se a Universidade favorecer o espaço para debates, condição que não vem ocorrendo na Unicentro. O debate é primordial para que os gestores acessem as perspectivas acerca das ações ambientais desenvolvidas junto aos servidores, condição relevante para que sejam constantemente aprimoradas. Na ausência de espaço para debates, dificilmente a Universidade conseguirá desenvolver uma Agenda Ambiental, que, além de demandar um esforço coletivo, necessita de canais de diálogo para que as ações constantes nessa Agenda sejam acompanhadas e avaliadas. 4.6 Eixos temáticos da A3P na realidade institucional da Unicentro As informações apresentadas e analisadas, neste tópico, foram coletadas por 51 meio do protocolo elaborado por Kruger et al (2011) - cópia entregue aos participantes da pesquisa, tendo como foco a abordagem real de questões ambientais previstas na A3P na estrutura institucional da universidade. 4.6.1 Eixo 1 – Uso Racional dos Recursos Naturais e Bens Públicos – Campus Santa Cruz e Campus CEDETEG O Eixo 1, constante na A3P, foi abordado pelo DIRETOR A e pelo DIRETOR D, que são os diretores dos dois campi da instituição no município de Guarapuava – PR. No que se refere ao desenvolvimento de alguma ação de monitoramento/redução do consumo de papel, pela Unicentro, foi apontado: QUADRO 1 – DESENVOLVIMENTO DE ALGUMA AÇÃO DE MONITORAMENTO/REDUÇÃO DO CONSUMO DE PAPEL NA INSTITUIÇÃO PARTICIPANTE DIRETOR A RESPOSTA “Sim. Conscientizar a comunidade acadêmica a diminuir o consumo excessivo de papel”. DIRETOR D “Sim. Existe um projeto de coleta de papel, mas o motivo principal dessa ação é a preservação do meio ambiente”. Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013) O posicionamento dos participantes significa que a instituição, numa visão global, desenvolve ações que contemplam a questão do consumo de papel, considerando desde a diminuição do seu uso, como também a preservação ambiental. Engelman, Guisso e Fracasso (2009) apontam que, ao desenvolver ações de uso racional de recursos, as instituições, além de obterem maior economia, advinda de uma melhor utilização do recurso, contemplam a questão ambiental, demonstrando que as ações desenvolvidas na estrutura organizacional se relacionam com a Sustentabilidade. Esse caminho evidencia uma conduta pautada no respeito ao Meio Ambiente e na intenção de estabelecer uma estrutura organizacional eficiente e eficaz, sobretudo no uso dos recursos naturais, como o papel, fazendo com que a instituição tenha um desempenho produtivo de qualidade, gerando efeitos positivos tanto na perspectiva de produtividade como também na econômica e na ambiental. 52 Esse contexto revela que o compromisso com a Responsabilidade Ambiental não compromete o desempenho operacional da universidade, mas permite a adoção de uma postura gerencial mais apurada, tendo como fator condutor a Sustentabilidade, o que resulta, segundo Ferreira (2012, p. 25) “[...] em um esforço para concretizar o desenvolvimento sustentável, a partir do entendimento da compatibilidade entre as atividades econômicas com a proteção do Meio Ambiente e do ser humano”. Cabe ressaltar que as medidas adotadas no uso racional do papel na instituição são: QUADRO 2 – MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO NO USO RACIONAL DO PAPEL PARTICIPANTE DIRETOR A MEDIDAS “É feita a reutilização de envelopes, utilização de meios on line, diminuindo dessa forma o consumo de papel, redução de impressões e quando possível é utilizado o verso do papel”. DIRETOR D “Cada setor da Universidade faz a separação deste papel, logo após esta separação são coletados nos setores e posteriormente vendidos, não tendo como causa principal o lucro, pois todo o valor arrecadado na venda é usado na compra de novas lixeiras seletivas, que são espalhadas por toda a Universidade, incentivando toda a comunidade acadêmica a participar de forma ativa da coleta de resíduos sólidos. No passado, a Universidade imprimia mensalmente os holerites de todos os funcionários, já há alguns anos, isto é feito via on line, economizando papel, toner e mão de obra”. Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013) As medidas adotadas nos campi produzem efeitos favoráveis, incluindo, por exemplo, a possibilidade de arrecadação de recursos, cuja finalidade principal é colaborar com a coleta seletiva do lixo, revelando que determinadas medidas podem influenciar no desenvolvimento de outras ações, que respaldam a instituição para sensibilizar as pessoas sobre a postura a sua estrutura organizacional. A sensibilização é um valor apregoado pela A3P, por reconhecer que a mudança nas instituições públicas, no tocante ao uso racional de recursos, transita pela conscientização das pessoas que, ao adotarem condutas ambientalmente adequadas, passam a ser agentes de práticas operacionais e gerenciais pautadas na Sustentabilidade (BRASIL, 2013). A sensibilização nas instituições públicas representa a intenção de disseminar uma cultura de eficiência e eficácia, que acaba contemplando naturalmente a 53 Sustentabilidade, por ser um mecanismo que confere, à organização, a capacidade de pautar suas atividades de forma a otimizar os recursos, evitar desperdícios e contribuir com a preservação ambiental. A eficiência e a eficácia, segundo Bliacheris e Ferreira (2012), são princípios a serem contemplados pelas instituições públicas, pois, ao mesmo tempo em que conseguem realizar suas atividades com qualidade, atentam para a Sustentabilidade, estabelecendo um comprometimento com a causa ambiental, o que favorece uma abertura significativa para a implantação da A3P. No caso da Unicentro, a reutilização do papel é uma forma importante de obter economia e uso racional desse recurso. Contudo, não representa um diferencial para a Universidade, pelo fato de essa prática estar disseminada nas organizações, sendo importante que outras medidas sejam implementadas no tocante aos materiais que podem ser reutilizados, como o plástico, por exemplo. As práticas de uso racional podem incorporar outros materiais de expediente, de forma que a instituição estabeleça um comprometimento maior com a Sustentabilidade, e garanta efeitos positivos, sobretudo no tocante à temática ambiental, evidenciando o exercício pleno de sua Responsabilidade Ambiental. A reutilização do papel é uma ação importante, mas precisa ser acompanhada de outras medidas para que a Universidade expanda a noção de Sustentabilidade em sua estrutura organizacional, de sorte que haja maior envolvimento dos servidores. Para que esse envolvimento seja estabelecido, é necessário que se estabeleçam condições para o reaproveitamento de materiais, como também o descarte correto dos resíduos que não puderem ser reutilizados. No que se refere ao desenvolvimento de alguma ação de monitoramento/redução do consumo de energia, os participantes da pesquisa indicaram: QUADRO 3 – DESENVOLVIMENTO DE AÇÃO ENVOLVENDO O MONITORAMENTO/REDUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA NA UNICENTRO PARTICIPANTE DIRETOR A DIRETOR D RESPOSTA “Sim. Necessidade de controle do uso abusivo pelos usuários, buscando também a economia financeira e principalmente a conservação do meio ambiente”. “Sim. Existe uma política buscando a preservação do meio ambiente e também a redução da conta de energia, apesar de 54 tímida”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) A posição dos participantes da pesquisa revela a intenção de colaborar com a preservação do Meio Ambiente, em especial, de obter economia no valor gasto com o consumo de energia elétrica. A relação economia/preservação ambiental é uma constante na Sustentabilidade, pelo fato de oportunizar, às instituições, a condição de realizarem suas atividades de forma racional, ou seja, procurando otimizar o uso dos recursos. Isso pode contribuir para a redução do desperdício, sobretudo, em relação à energia elétrica. Neste aspecto, é importante ressaltar que: O consumo de energia elétrica está aumentando cada vez mais e é um fator bastante preocupante pela possibilidade de afetar a vida da população. Surge então a necessidade de utilizá-la de modo inteligente e eficaz. Nesse cenário, a eficiência energética assume hoje uma importância capital no desempenho empresarial e no equilíbrio financeiro das famílias, sociedade e governos (MMA, 2013, p. 37). O monitoramento/redução do consumo de energia elétrica é um item indispensável no planejamento das instituições públicas. Constitui-se de eficiente contribuição no uso mais racional, tanto para se evitar desperdício, como também para auxiliar na redução do risco de comprometer o abastecimento, principalmente considerando que os níveis de consumo, no Brasil, são crescentes. Ao citar o planejamento, fica claro que a Sustentabilidade confere, à instituição, uma melhor condição gerencial para utilizar os recursos necessários ao desenvolvimento de suas atividades, levando-se em conta a perspectiva ambiental. A Unicentro, em relação à energia elétrica, desenvolve as seguintes medidas: QUADRO 4 – MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO NO USO DA ENERGIA ELÉTRICA PARTICIPANTE DIRETOR A DIRETOR D MEDIDAS “Existe um livro diário onde as equipes de segurança fazem anotações em suas rondas dos locais onde existem máquinas ligadas, lâmpadas acesas, sendo os responsáveis informados e orientados para que isto, desde que possível, não se repita. Nas salas de aula existem avisos solicitando que a luz seja apagada pelo último usuário ao deixar o aposento”. “Todos os vigias são orientados a passar por todos os setores, salas de aulas, verificando se existe algum aparelho ligado ou lâmpadas acesas, são afixadas orientações no que diz respeito ao desligamento dos aparelhos e dos interruptores. No jardim de inverno do Campus Santa Cruz foram trocadas as telhas 55 transparentes já ofuscadas por outras novas, aumentando a luminosidade sem a necessidade do uso de energia elétrica durante o dia”. Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013) Há, na Unicentro, a intenção de sensibilizar os servidores, pois as equipes de segurança desempenham um importante papel, tanto na apuração de eventuais desperdícios, como também na conscientização das pessoas, alertando sobre a possibilidade de economizar energia, principalmente quando os ambientes ou equipamentos da universidade não estão sendo utilizados. O uso de equipes de segurança representa uma forma de estabelecer responsabilidades em relação ao desperdício, que é um dos principais problemas, responsável tanto por provocar perdas financeiras, como também por comprometer a realização plena da Sustentabilidade na instituição. A atenção constante às fontes de desperdício evidencia um compromisso com a Sustentabilidade, mesmo em fase de assimilação da proposta pela instituição, como é o caso da instituição pesquisada. Segundo Tauchen e Brandli (2006, p. 508), [...] os princípios e práticas da sustentabilidade são necessários, seja para iniciar um processo de conscientização em todos os seus níveis, atingindo professores, funcionários e alunos, seja para tomar decisões fundamentais sobre planejamento, treinamento, operações ou atividades comuns em suas áreas físicas. O processo de conscientização, numa Instituição de Ensino Superior, é fundamental, por envolver ações perceptíveis aos acadêmicos. A redução do desperdício de energia elétrica é um exemplo que pode ser usado nas casas dos alunos, colaborando com a diminuição dos danos ao Meio Ambiente. Na Unicentro, a colocação de telhas transparentes no jardim de inverno, citada pelo DIRETOR D revela que, no caso da energia elétrica, há iniciativas planejadas, como esta, no sentido de aproveitar aspectos do ambiente, como a luz solar, para permitir a economia deste recurso. Em relação ao desenvolvimento de alguma ação de monitoramento/redução do consumo da água, os participantes da pesquisa apontaram: QUADRO 5 – DESENVOLVIMENTO DE AÇÃO ENVOLVENDO O MONITORAMENTO/REDUÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA NA UNICENTRO 56 PARTICIPANTE DIRETOR A RESPOSTA “Sim. Preocupação com o uso racional visando também à economia financeira, mas principalmente o desperdício e assim contribuindo com a natureza”. DIRETOR D “Sim. Motivo principal é a preocupação com o meio ambiente”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) Os participantes da pesquisa revelam que há uma preocupação com a questão do consumo da água, condição relevante, pois o recurso natural é finito. Nesse sentido, a conscientização permite que as instituições incorporem práticas que resultem tanto na diminuição do desperdício, como também no aproveitamento de fontes alternativas, como a água da chuva, que pode ser usada na limpeza das calçadas, por exemplo. O desperdício da água requer um foco redobrado no âmbito das ações de Sustentabilidade, pois o Brasil apresenta uma taxa elevada de desperdício, que alcança o patamar de 70% (MMA, 2013). Considerando esse índice alarmante, qualquer medida colocada em prática é determinante para, em um primeiro momento, despertar a consciência sobre a importância do uso racional da água. E, numa segunda etapa, resultar em economia e na diminuição do desperdício. Ao adotar essa postura, a instituição pode salientar que é possível conciliar seus interesses e seu consumo com a preservação ambiental (BATISTA, 2010). Independente da existência de uma Agenda Ambiental, a atenção ao uso dos recursos hídricos vem sendo incorporada às instituições públicas. A percepção de que o desperdício de água afeta a sua oferta, impõe que medidas de contenção e uso racional sejam implantadas, visando, também, atender a dimensão econômica, pelo fato de o custo da água tratada ser significativo. Na Unicentro, as ações efetivas no tocante ao uso da água são: QUADRO 6 – MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO NO USO DA ÁGUA PARTICIPANTE DIRETOR A MEDIDAS “Nas novas construções, os projetos já prevêem a captação da água pluvial, que será utilizada na lavagem de calçadas e também nos vasos sanitários. É realizado um trabalho de troca de hidras por outras mais econômicas. Foi contratada uma empresa para detectar possíveis vazamentos. A água para regar as hortaliças é captada de um tanque de água proveniente de um córrego existente no campus. Existe a previsão de instalação de um 57 destilador central com reaproveitamento da água utilizada, com este destilador central se usará 20 litros de água para destilar um litro. Sendo que esta água será reutilizada em sanitários e irrigação (nos dias atuais da forma como vem se destilando, é usado 40 litros de água para um litro destilado)”. DIRETOR D “Poços artesanais no CEDETEG, filtragem de água para consumo. Pretende-se fazer um trabalho de conscientização, principalmente junto aos acadêmicos”. Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013) As medidas destacadas pelos diretores A e D revelam uma preocupação da Unicentro com relação ao uso da água, sendo utilizadas inúmeras técnicas que favorecem a captação desse recurso em fontes alternativas, o que resulta em aproveitamento que atenta tanto para a dimensão econômica como para a dimensão ambiental. A ausência de uma Agenda Ambiental formalizada, na Unicentro, não impede que iniciativas sejam desenvolvidas visando à redução do desperdício e o uso racional dos recursos naturais como a água. Pelo fato de haver inúmeros cursos que abordam a temática ambiental, a própria prática educativa possibilita que projetos possam ser desenvolvidos, resultando, para os acadêmicos, na aquisição de conhecimentos importantes para seu aprendizado e para a instituição, bem como na incorporação de técnicas que resultem em economia e diminuam o desperdício dos recursos naturais. O trabalho de conscientização junto aos acadêmicos, citado pelo DIRETOR D, engloba a Educação Ambiental, que é uma importante ação no desenvolvimento da Sustentabilidade nas instituições públicas. Tauchen e Brandli (2006, p. 504) relatam que: A Educação Ambiental, um dos pilares do desenvolvimento sustentável, contribui para a compreensão fundamental da relação e interação da humanidade com todo o ambiente e fomenta uma ética ambiental pública a respeito do equilíbrio ecológico e da qualidade de vida, despertando nos indivíduos e nos grupos sociais organizados o desejo de participar da construção de sua cidadania. A A3P ressalta a necessidade de conscientização dos servidores, pois um projeto de Educação Ambiental é o instrumento mais adequado. Ainda mais, nas Instituições de Ensino Superior, pois facilita a extensão à comunidade acadêmica, de sorte que as medidas tomadas evidenciem o comprometimento da instituição com a Sustentabilidade e com a busca de alternativas para um consumo racional dos 58 recursos naturais, como por exemplo, a água. Outro aspecto a ser salientado na questão da água é que, nos novos projetos, são incorporadas medidas para melhor aproveitamento e captação alternativa desse recurso, condição compatível com a Sustentabilidade. Esse instrumento gerencial prevê a definição de ações futuras visando tanto ao aprimoramento, como à inserção de melhorias na instituição, a fim de potencializar e aprimorar o uso dos recursos naturais. Celestino Neto (2011) assegura que a Sustentabilidade contempla as ações desenvolvidas pelas organizações no futuro, mas propiciando que sejam estimadas medidas futuras que garantam a implantação de um foco gerencial que contemple o aprimoramento das suas atividades operacionais e administrativas. Enfatiza, também, que as instituições necessitam avançar constantemente no tocante a seu comprometimento com a questão ambiental. Em relação ao fato de a Unicentro desenvolver alguma ação de monitoramento/redução do consumo de copos plásticos, os participantes da pesquisa indicaram: QUADRO 7 – DESENVOLVIMENTO DE AÇÃO ENVOLVENDO O MONITORAMENTO/REDUÇÃO DO CONSUMO DE COPOS PLÁSTICOS NA INSTITUIÇÃO PARTICIPANTE DIRETOR A RESPOSTA “Não. Diretamente não tem uma política neste sentido, inexistem campanhas permanentes neste sentido”. DIRETOR D “Não existe nenhuma ação nesse sentido”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) O fato de existir ausência de ação envolvendo o monitoramento/redução do consumo de copos plásticos na Unicentro pode ser decorrente do baixo custo econômico desse material, sendo ignorado, neste contexto, o risco significativo que o plástico ocasiona ao Meio Ambiente. Cabe ressaltar que a incorporação dos copos plásticos na A3P é decorrente do fato de esse material se “[...] constituir em um dos principais resíduos gerados pela Administração Pública na forma, principalmente, de copos plásticos utilizados para o consumo de café e de água” (BRASIL, 2012, p. 73). Ao considerar a utilização significativa dos copos plásticos, a A3P propõe, às instituições públicas, que atentem para seu correto descarte, pelo fato de não 59 poderem ser reaproveitados. Além disso, sejam implementadas medidas que possibilitem diminuir sua utilização na organização, o que resultará, tanto em economia para a instituição, como para ressaltar o seu comprometimento com a causa ambiental. A Unicentro tentou implantar uma medida alternativa para diminuir o uso dos copos plásticos, conforme relato dos participantes da pesquisa: QUADRO 8– MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO PARA REDUZIR O CONSUMO DE COPOS PLÁSTICOS PARTICIPANTE DIRETOR A MEDIDAS “Aconteceu uma única vez a distribuição de canecas, mas não foi realizada uma campanha de conscientização. Apesar de algumas pessoas e alguns departamentos de forma isolada, utilizem suas canecas até hoje.”. DIRETOR D “A Administração sente muita dificuldade em colocar em prática esse tipo de ação. No passado foi feita uma campanha para o uso de canecas, mas não existe uma campanha permanente e muitos já deixaram de utilizá-las”. Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013) O fato de uma medida não ter apresentado resultado evidencia a necessidade de a Unicentro manter uma postura de insistência, considerando que determinados hábitos não são de fácil modificação. A resistência à mudança pode ser decorrente da impressão de que o copo plástico, em virtude do seu tamanho, não ocasione problemas ambientais. Para que essa percepção seja reavaliada, é importante a manutenção de campanhas permanentes de conscientização, de forma que os servidores possam rever suas posturas e venham a ter uma participação mais efetiva no compromisso ambiental assumido pela instituição. Machado (2012, p. 7) reconhece que “Promover a mudança nos padrões de consumo, de hábitos e de atitudes dos indivíduos não é tarefa fácil, mas deverá ser estimulada”. No caso do uso dos copos plásticos, a definição de medidas e seu emprego sistemático, de forma contínua, pode ser determinante para a modificação de hábitos na instituição. No que se refere ao desenvolvimento, por parte da Unicentro, de alguma ação de monitoramento/redução do consumo de outros materiais/recursos que podem causar impactos ambientais significativos, os participantes da pesquisa apontaram: QUADRO 9 – DESENVOLVIMENTO DE AÇÃO ENVOLVENDO O MONITORAMENTO/REDUÇÃO 60 DO CONSUMO DE OUTROS MATERIAIS/RECURSOS NA INSTITUIÇÃO PARTICIPANTE DIRETOR A RESPOSTA “Sim. Considerando a utilização de produtos químicos sente-se a necessidade de monitorar e reduzir o consumo destes produtos”. DIRETOR D “Sim. Preocupação com o descarte e a preocupação principal também é poupar e colaborar com o Meio Ambiente”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) A postura adotada pela Unicentro, no tocante ao monitoramento/redução de consumo de outros materiais/recursos, é compatível com as atividades educativas que realiza, sobretudo no uso dos produtos químicos, que demandam uma atenção especial devido ao alto risco que apresentam no caso do descarte incorreto, tanto para o Meio Ambiente como para a saúde humana. Além dos produtos químicos, empregados em cursos como Veterinária, Farmácia, Enfermagem, Agronomia, Química, entre outros, há toda uma gama de resíduos que demandam uma atenção especial, na instituição, para seu correto descarte, que são apresentados por Saqueto (2010, p. 10): a) b) c) d) e) f) g) h) i) Resíduos de gráficas e copiadoras; Resíduos de restaurantes e lanchonetes; Resíduos de informática; Resíduos dos setores acadêmicos e administrativos; Resíduos similares ao lixo doméstico; Resíduos de construção civil e demolição; Resíduos de podas de árvores e limpeza do campus; Resíduos de laboratórios; Resíduos agrícolas e pastoris. Considerando a variedade desses resíduos, evidencia-se a necessidade de uma gestão adequada independente da existência da A3P na instituição, e revela que a adoção da Agenda representa significativa contribuição para que haja melhor controle no seu descarte e, também, a possibilidade da redução de sua geração. Em relação à Unicentro, foram citadas, pelos participantes da pesquisa, como exemplo de descarte de resíduos de materiais e recursos: QUADRO 10– MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO PARA O MONITORAMENTO/REDUÇÃO DE RESÍDUOS NA UNICENTRO PARTICIPANTE DIRETOR A MEDIDAS “Ações como produção orgânica de frutas reduzindo o uso de insumos e defensivos. Existe uma empresa terceirizada que faz a coleta dos resíduos químicos e animais e dá o destino adequado a esses resíduos. É feita a racionalização dos produtos, utilizando-se só o necessário. O que pode ser aproveitado é coletado e 61 reutilizado novamente. Está sendo criado um almoxarifado central de reagentes, onde são retirados do almoxarifado e utilizados pelos laboratórios e o restante devolvido para o almoxarifado central evitando o desperdício”. DIRETOR D “Atualmente é feito o descarte de computadores e móveis, mas os mesmos, não são jogados no Meio Ambiente. Com os computadores existe um projeto onde são aproveitadas peças de vários e montados alguns computadores com as peças em boas condições. Estes computadores são doados a instituições também carentes, já com os móveis fazem a recuperação e voltam a usálos, sendo que estes móveis para a universidade não existia mais valor”. Fonte: PESQUISA DE CAMPO (2013) As medidas exemplificadas pelos diretores revelam a intenção da Unicentro em permitir tanto a redução do uso de resíduos, como vem ocorrendo com a adoção da produção orgânica, na qual o emprego de defensivos agrícolas é minimizado; como também o reaproveitamento de materiais, servindo, inclusive, para a doação, o que ressalta o papel da universidade em interagir com a comunidade. O reaproveitamento identifica uma conduta de responsabilidade ambiental significativa, pois o material repassado à comunidade demonstra a intenção da Unicentro em contribuir tanto na esfera social como na ambiental. Pela diversidade de materiais e resíduos, a atenção, por parte dos gestores e dos servidores da Unicentro, deve ser redobrada. É importante, neste caso, assimilar algumas medidas propostas pela A3P, por conferir a condição de uma gestão mais qualificada, possibilitando que haja o reaproveitamento quando possível. Outro aspecto a ser considerado refere-se ao descarte correto dos materiais e resíduos, tanto como atendimento às determinações legais vigentes como na preservação do Meio Ambiente e da saúde humana. Ao assumir essa postura, a Universidade exercerá sua Responsabilidade Ambiental, condição que impacta na sua imagem institucional. (GOLDONI, 2013). O comprometimento com o monitoramento/redução de materiais/recursos por parte da instituição configura-se como uma ação de Sustentabilidade que gera repercussões econômicas e ambientais, evidenciando que a atenção a ser dispensada deve ser a mais consistente possível. A Universidade, pelo conhecimento que domina, não pode eximir-se da responsabilidade de efetivar ações sustentáveis, sendo que, na Unicentro, no tocante ao monitoramento/redução de materiais/recursos, há ações positivas, que 62 precisam ser ampliadas, posto que a Sustentabilidade demanda um processo contínuo de incorporação/melhoria de ações sustentáveis. 4.6.2 Eixo 2 – Gestão Adequada dos Resíduos Gerados No que se refere ao desenvolvimento e incentivo da política dos 5R‟s na Unicentro, as respostas ressaltam: QUADRO 11 – DESENVOLVIMENTO E INCENTIVO À POLÍTICA DOS 5R’S NA UNICENTRO PARTICIPANTE DOCENTE A RESPOSTA “Não. Não existe uma política dentro da universidade que incentive e aborde sobre a iniciativa dos 5R‟s”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) Os 5R‟s correspondem aos princípios que norteiam o desenvolvimento da A3P nas instituições públicas, correspondendo a: repensar (relacionado ao uso racional dos recursos naturais e bens públicos); reduzir (que contempla a gestão adequada dos materiais e recursos utilizados); reaproveitar (indicando o máximo aproveitamento dos materiais e recursos); reciclar (reduzindo o desperdício); e recusar consumir produtos que gerem impactos socioambientais significativos (atrelado à licitação sustentável) (BRASIL, 2012, p. 36). Não havendo uma abrangência maior, devido à falta de uma Agenda Ambiental, que efetive, de forma plena, a Sustentabilidade, a implantação de alguns dos 5Rs, por si só, não terá o efeito esperado. É preciso considerar que a efetização da Sustentabilidade poderá resultar em uma melhor gestão da instituição, tanto na perspectiva econômica, advinda da economia no uso racional dos recursos, como de um comprometimento maior com a temática ambiental. Os 5R‟s procuram sintetizar as ações da A3P, possibilitando que tanto os gestores como os servidores tenham uma noção mais consistente do significado das medidas utilizadas na estrutura organizacional visando minimizar o impacto ambiental das atividades desenvolvidas e estimular o uso adequado dos recursos e materiais. Nesse sentido, Martins et al (2009) relatam que a A3P não apresenta medidas 63 complexas ou de difícil execução, mas sim ações passíveis de serem concretizadas. Eles identificaram que essa Agenda foi formulada em consonância com as inúmeras situações que ocorrem nas instituições públicas, possibilitando que haja posturas que favoreçam a prática de ações que contribuam para a preservação ambiental. Uma participante da pesquisa esclareceu que: QUADRO 12– MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO PARA O MONITORAMENTO/REDUÇÃO DE RESÍDUOS NA UNICENTRO PARTICIPANTE DOCENTE A MEDIDAS “Existem alguns projetos de extensão ou algumas ações isoladas de alguns departamentos pedagógicos mais voltados aos discentes”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) A atenção aos discentes é importante, porém, é preciso que haja um alcance maior desses projetos e ações, sendo necessário que estejam embasados nos princípios constantes na A3P, como os 5R‟s, posto que conferem um embasamento maior para que as medidas desenvolvidas na instituição se tornem mais relevantes na perspectiva ambiental. No que se refere ao atendimento à Resolução do CONAMA n. 275/2005, acerca da coleta seletiva, a participante da pesquisa informou que: QUADRO 13 – ATENDIMENTO A RESOLUÇÃO DO CONAMA N. 275/2005 PELA INSTITUIÇÃO NO QUE SE REFERE À COLETA SELETIVA PARTICIPANTE DOCENTE A RESPOSTA “Não. Não existe uma política mais efetiva dentro da universidade, somente algumas ações”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) A Resolução do CONAMA 275/2005 estabelece orientações para o desenvolvimento da coleta seletiva, instituindo o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, visando favorecer sua correta destinação. O código de cores apresenta a seguinte distribuição: FIGURA 1 – CÓDIGO DE CORES PARA A COLETA SELETIVA 64 Fonte: BRASIL (2012) Por meio dessas cores, há a orientação clara, o que favorece o descarte correto dos resíduos, contribuindo para que a coleta efetivamente seletiva seja feita. No caso da instituição de ensino há, também, a conscientização junto aos discentes, que podem descartar seus resíduos nas lixeiras coloridas, obedecendo à classificação proposta pela Resolução CONAMA n. 275/2005. A mesma participante da pesquisa fez os seguintes esclarecimentos acerca de algumas medidas efetivas envolvendo a coleta seletiva: QUADRO 14– MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO NA COLETA SELETIVA PARTICIPANTE DOCENTE A MEDIDAS “Atualmente, na Universidade existe a coleta de papel, resíduos eletrônicos, plásticos e resíduos químicos, este último é terceirizado. Já com relação às lâmpadas não se têm um destino adequado”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) As medidas de coleta seletiva na instituição ainda não contemplam a abrangência de resíduos existentes na sua estrutura organizacional, conforme identificado pela DOCENTE A, sendo importante que essa situação seja revista para evitar que haja problemas à saúde das pessoas, sobretudo no tocante aos resíduos químicos, como também ao Meio Ambiente, principalmente quando se considera que, no exercício de sua Responsabilidade Ambiental, a organização necessita efetivar um descarte correto dos resíduos e dos materiais que produz/utiliza. Catalão, Layrargues e Bacelar (2011, p. 20) relatam que: 65 A coleta seletiva é um poderoso instrumento de redução do volume de resíduos sólidos urbanos encaminhados aos locais de disposição final, pois pressupõe o reaproveitamento e a reciclagem de partes dos resíduos coletados. A coleta seletiva facilita a gestão dos resíduos além de minimizar o impacto sobre o meio ambiente. A coleta seletiva é um instrumento importante nas instituições, sendo que o emprego do padrão de cores contribui para que haja uma destinação adequada, como também colabora com a ação dos catadores e dos coletores de resíduos. Na A3P, no tocante à coleta seletiva, há a previsão das ações relativas às lâmpadas. São ações que não vêm sendo observadas na Unicentro, fato que evidencia que uma Agenda Ambiental é de grande valia para a gestão ambiental na instituição. No que se refere à realização da coleta seletiva solidária, nos termos do Decreto n. 5.940/2006, uma participante da pesquisa expõe: QUADRO 15 – ATENDIMENTO AO DECRETO N. 5.940/2006 PELA INSTITUIÇÃO NO QUE SE REFERE À COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA PARTICIPANTE DOCENTE A RESPOSTA “Sim. Existe uma política de coleta seletiva solidária somente no que diz respeito ao papel”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) A coleta seletiva solidária, conforme preconizado pelo Decreto n. 5.940/2006, envolve a separação dos resíduos sólidos recicláveis para serem encaminhados às associações e cooperativas de catadores desses materiais. Portanto, em 2010 foi elaborada a Política Nacional de Resíduos Sólidos que é regida pela Lei n. 12.305/2010, tendo como principal foco a intenção de permitir a destinação correta destes resíduos, que acabam gerando grande impacto negativo no Meio Ambiente quando descartado de forma inadequada. Nesse sentido, essa política abarca diretriz e ações relacionadas à gestão integrada e ao gerenciamento adequado desses resíduos. Os principais componentes dessa política são: fechamentos de lixões até 2014, só rejeitos não recicláveis poderão ser encaminhados para os aterros sanitários e a elaboração de planos para o descarte adequado de resíduos sólidos em nível municipal (CALIXTO, 2012). 66 Outro importante aspecto a ser considerado nessa política é a atenção dispensada aos catadores ecológicos, que são importantes para efetivar a coleta seletiva, oportunizando, além da geração de renda, uma contribuição relevante para o meio ambiente, pois, ao fazerem a coleta, contribuem para o aproveitamento de materiais, como também reduzem a possibilidade de serem descartados no Meio Ambiente. No caso da Unicentro, as ações desenvolvidas limitam-se ao papel, evidenciando que existe a possibilidade de que outros materiais possam ser repassados às associações e cooperativas, como os resíduos orgânicos, cujo excedente que não é utilizado nas atividades da instituição, pode ser encaminhado às pequenas propriedades rurais. No caso dos materiais de informática, conforme apontado pelo DIRETOR D, há o aproveitamento, ainda que não atrelado à coleta seletiva, mas visando à montagem de produtos a serem doados. Nesse sentido, a universidade, como instituição de ensino, pode desenvolver iniciativas que permitam o reaproveitamento de materiais, vindo a contribuir com a comunidade. A participante expôs também que: QUADRO 16– MEDIDAS ADOTADAS PELA UNICENTRO NO ATENDIMENTO AO DECRETO N. 5.940/2006 PARTICIPANTE DOCENTE A MEDIDAS “A partir de 2014 esta coleta vai ser obrigatória, deixando de ser solidária”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) A obrigatoriedade da coleta seletiva é relevante, mas não pode se limitar ao papel, sendo que também devem ser incorporados outros materiais, para a devida reutilização, no sentido de se evitar o desperdício, além de propiciar o correto descarte dos resíduos. No que se refere à existência de uma Comissão de Coleta Seletiva Solidária na instituição, segundo determinações do Decreto n. 5.940/2006, a participante da pesquisa informou que: QUADRO 17– EXISTÊNCIA DA COMISSÃO DE COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA NA UNICENTRO CONFORME DETERMINAÇÃO DO DECRETO N. 5.940/2006 67 PARTICIPANTE MEDIDAS DOCENTE A “Não. Inexiste uma política de meio ambiente na instituição”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) A Comissão de Coleta Seletiva Solidária, segundo o Decreto n. 5.940/2006, tem um importante papel na execução das ações dessa modalidade de coleta, para atuar, sobretudo, na coleta e no encaminhamento adequado dos resíduos e materiais destinados à reciclagem. Na Unicentro, a DOCENTE A revelou a inexistência de uma política de Meio Ambiente, fator que evidencia a ausência de uma Agenda Ambiental mais consistente, pois as medidas adotadas pela instituição são efetivadas de forma espontânea, ou seja, sem que haja um planejamento, tampouco instrumentos de controle e previsão de aprimoramento dessas ações. A ausência de uma política voltada ao Meio Ambiente inviabiliza a constituição de comissões, que são consideradas como componentes importantes para a efetivação da uma Agenda Ambiental, como a A3P. Campos (2013) pontua que essas comissões são responsáveis pela execução, avaliação e apresentação de resultados relativos às medidas ambientais adotadas na instituição, as quais encontram, nas diretrizes propostas pela A3P, um amparo significativo para oportunizar os resultados esperados, tanto na perspectiva econômica como na ambiental. Nesse sentido, a instituição de Ensino Superior analisada tem claro que uma comissão desempenha um papel importante nas ações relativas à questão ambiental, porque a Docente A indica que há uma comissão instituída para tratar da coleta de papel. É importante que a comissão tenha ciência de que seu principal foco é o de elaborar e contribuir para a execução de uma política ambiental, que encontra maior ressonância quando amparada na A3P, para colaborar no sentido de que a Sustentabilidade seja efetivada de forma plena. Caso contrário, a atuação da comissão pode ficar restrita ao gerenciamento/monitoramento das ações já desenvolvidas. No que se refere à destinação adequada dos resíduos perigosos, a participante da pesquisa apontou a seguinte situação: 68 QUADRO 18– DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS PERIGOSOS PELA UNICENTRO PARTICIPANTE DOCENTE A MEDIDAS “Existe uma preocupação da universidade com relação ao destino dos resíduos químicos.”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) A atenção com o destino dos resíduos perigosos representa um comprometimento da instituição com as diretrizes legais que tratam dessa temática, como também com a intenção de minimizar os riscos, que envolvem o Meio Ambiente e a saúde humana. A destinação desses resíduos, na Unicentro, conforme informação da DOCENTE A, é feita por uma empresa terceirizada, que aloca os materiais nos lugares adequados, reduzindo a possibilidade de ocorrências como, por exemplo, a contaminação ambiental. Contudo, o fato de uma empresa terceirizada efetivar a destinação não exime a instituição de investir no treinamento dos servidores que manipulam esses resíduos. Para Saqueto (2010), o conhecimento prévio é relevante tanto para minimizar os riscos, como também para oportunizar uma percepção mais significativa acerca do descarte correto, possibilitando que os profissionais que o realizam tenham condições de avaliar a qualidade dos serviços prestados pela organização contratada. 4.6.3 Eixo 3 – Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho A inclusão da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), na A3P, revela que essa Agenda tem um comprometimento significativo com o ser humano, não atrelando seu foco à temática ambiental, mas procurando valorizar as pessoas, como promotoras das ações, contribuirão para a minimização dos impactos das atividades desenvolvidas pela instituição no Meio Ambiente. Conforme identifica a referida Agenda, a QVT é um compromisso da Administração Pública com seus servidores, ao pactuarem uma relação de respeito entre as instituições públicas e as pessoas que atuam em suas estruturas organizacionais. Nesse sentido, cabe ressaltar que: 69 A administração pública deve buscar permanentemente uma melhor Qualidade de Vida no Trabalho promovendo ações para o desenvolvimento pessoal e profissional de seus servidores. Para tanto, as instituições públicas devem desenvolver e implantar programas específicos que envolvam o grau de satisfação da pessoa com o ambiente de trabalho, melhoramento das condições ambientais gerais, promoção da saúde e segurança, integração social e desenvolvimento das capacidades humanas, entre outros fatores (BRASIL, 2012, 43). A busca permanente pela melhor QVT possível para o servidor evidencia um compromisso significativo da instituição com o bem estar humano, fazendo com que a atenção que dispensa ao Meio Ambiente seja um desdobramento dessa proposta, posto que esse meio influi diretamente na qualidade das pessoas. Outro aspecto a ser considerado é que o ser humano passa a maior parte do seu tempo diário no ambiente de trabalho, condição que ratifica a relevância da QVT, portanto precisa preservar seu bem-estar, sentindo-se motivado para o exercício de suas funções, colaborando, assim, mais efetivamente no sentido de a instituição concretizar seus objetivos, incluindo as propostas que tratam da preservação ambiental. Oliveira et al (2014, p. 3) pontuam que a instituição que desenvolve a QVT evidencia o seu comprometimento com o “[...] bem-estar dos funcionários, pois estes deixam de ser apenas trabalhadores tornando-se elementos estratégicos por excelência, e assim, seu desempenho torna-se parte inerente ao desenvolvimento e competitividade da organização”. Na esfera da Sustentabilidade, a QVT revela-se como uma prática de gestão de recursos humanos pautada na valorização do ser humano, dando oportunidade para que a instituição se mobilize a fim de atender as necessidades e anseios do servidor, ao favorecer o estabelecimento de uma relação mais dinâmica e, também, contribuir para que este possa desempenhar suas atividades em um ambiente seguro e compatível com o esforço que essas atividades exigem, minimizando os riscos a sua integridade, a sua dignidade e a sua saúde. A QVT, no âmbito da Sustentabilidade, torna-se, segundo Silva, Longo e Quelhas (2010, p. 83), “[...] a condição de trabalho que fornece qualidade de vida sustentável, considerando os aspectos relacionados à segurança econômica, ao bem-estar social e à qualidade ambiental, definidos pelos valores das pessoas envolvidas ou afetadas”. Quando incorporada à Sustentabilidade, a QVT favorece a conciliação entre 70 os interesses dos servidores e os da instituição, promovendo um nível maior de satisfação que contribuirá para que eles desempenhem suas funções de forma segura e compatível com suas particularidades, bem como a possibilidade de desenvolverem um nível maior de comprometimento com os objetivos, as metas e os projetos que a organização desenvolve. Em relação à pesquisa realizada, o protocolo de Krüger et al (2011) é abrangente, sendo que, na análise das respostas concedidas pelo DIRETOR B, optou-se por dividir as questões em quatro segmentos, que são: condições ambientais, atenção à saúde, desenvolvimento/capacitação e integração no ambiente de trabalho. 4.6.3.1 Condições ambientais Nas condições ambientais, o DIRETOR B elencou as seguintes situações: QUADRO 19 – CONDIÇÕES AMBIENTAIS NA UNICENTRO QUESTÃO CONDIÇÃO MOTIVO EXISTENTE CONSIDERAÇÕES DO DIRETOR B A UNICENTRO atende a todas as exigências de acessibilidade, em todas as suas instalações? Atende A necessidade de facilitar o acesso a todas as dependências e a tudo que a universidade oferece a toda a comunidade acadêmica independente de suas dificuldades. A UNICENTRO possui preocupação com a ergonomia de mobiliários e equipamentos de uso dos servidores e bolsistas? Possui Mudança de infraestrutura e o programa de atenção à saúde já prevê esta preocupação no que diz respeito à ergonomia. “Possui elevadores, rampas de acesso e sinalizações. Falta avançar no que diz respeito à deficiência visual, atualmente os softwares não estão prontos para acesso dos deficientes visuais”. “O mapeamento já foi iniciado de forma ainda tímida pela Pró-Reitoria de Recursos Humanos juntamente com a PróReitoria de Planejamento e todos os setores da universidade. Serão mapeados riscos físicos, biológicos e químicos de cada um dos ambientes. Logicamente, entre mapear e mudar existe um passo grande, pois depende da adaptação e 71 Os ambientes da UNICENTRO, especialmente os de trabalho, são salubres? São O ambiente de trabalho deve ser ventilado e com uma boa luminosidade. reformulação da estrutura física existente”. “Os ambientes da UNICENTRO são ventilados e claros. Está sendo feito um mapeamento de risco para mostrar as condições de trabalho. Falta dentro da Universidade um espaço para que o docente possa desenvolver, preparar suas aulas, desta forma não fixa o docente na Universidade”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) Mediante o exposto pelo participante da pesquisa, o ambiente laboral da instituição atende aos requisitos necessários para conferir mobilidade, bem estar e salubridade aos servidores. No caso da Ergonomia, essa condição atende aos requisitos legais instituídos em favor dos trabalhadores, os quais intentam garantir condições mínimas para que os servidores possam exercer suas atividades com segurança, minimizando os riscos de acidentes e de comprometimento à saúde dos servidores. A Constituição Federal (BRASIL, 1988) prevê que a dignidade do trabalhador deve ser respeitada e preservada pelas organizações, sendo, as condições ambientais de trabalho adequadas, determinantes para que tenha assegurada uma qualidade de vida que seja digna e compatível com seus anseios e necessidades. O DIRETOR B realçou que, no caso da Ergonomia, ainda estão sendo feitos mapeamentos acerca da situação existente nos setores que compõem a instituição, visando a futuras adaptações, ainda que ressalte que as mudanças não ocorrem de forma célere. Contudo, a realização do mapeamento denota a preocupação dos gestores da instituição com a saúde e o bem estar dos servidores, aspecto positivo quando se considera a influência que o ambiente de trabalho exerce sobre o ser humano. Rocha (2012) aponta que a QVT, no tocante ao ambiente de trabalho, demanda um acompanhamento constante, para que sejam efetivadas as mudanças que garantam ao servidor a condição de exercer sua função de forma plena, ou seja, com os riscos mitigados e com um Meio Ambiente que não influencie negativamente 72 na sua saúde. A Sustentabilidade enfoca o bem-estar do ser humano, tendo a QVT como um referencial significativo para a constituição de um ambiente laboral compatível com as necessidades e anseios dos servidores, sendo que, no caso da Instituição de Ensino Superior, sua forma de atuação pode servir como exemplo para as demais organizações, atendendo sua função educativa e de compromisso em repassar para a comunidade exemplos bem sucedidos de gestão organizacional. 4.6.3.2 Atenção à saúde Em relação à atenção à saúde do servidor na instituição, o DIRETOR B relatou: QUADRO 20 – ATENÇÃO À SAÚDE DO SERVIDOR NA UNICENTRO QUESTÃO A UNICENTRO oferece atividades de ginástica laboral ou atividades semelhantes aos seus servidores e bolsistas? CONDIÇÃO EXISTENTE Não oferece MOTIVO No momento não existe. Está nascendo um projeto chamado SASU – Serviço de Atenção à Saúde do Servidor da UNICENTRO Não tem profissionais como: Enfermeiro, Médico do Trabalho, Psicólogos, Assistentes Sociais no quadro para isso. A UNICENTRO possui grupo especializado e/ou capacitado para apoio às neuroses (antitabagismo, alcoolismo, drogas e neuroses diversas)? A UNICENTRO possui programa de saúde ocupacional? Não possui Possui Sentindo a necessidade, está sendo criado o SASU A UNICENTRO possui programa de orientação nutricional? Possui Verificando também a importância da orientação nutricional, a Universidade possui o ambulatório de Nutrição disponível e em funcionamento. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) CONSIDERAÇÕES DO DIRETOR B “Este projeto terá um rol de ações voltadas à saúde do trabalhador, com várias frentes: da promoção, da prevenção e da educação da saúde”. “Ações de prevenção e conscientização estão previstas no SASU”. Existe dificuldade financeira nesse sentido, nós não temos médico do trabalho. O SASU não é o PCMSO (Plano de Controle Médico a Saúde Ocupacional). “A ideia é de que as ações de Nutrição vão integrar o SASU”. 73 A atenção à saúde do trabalhador é um dos principais referenciais do QVT, pois o ambiente laboral não pode, em nenhuma circunstância, comprometer a integridade física e mental do servidor. Cabendo a Universidade tomar as medidas necessárias para que os riscos ao seu bem estar sejam reduzidos. Contudo, conforme indicam Engelman, Guisso e Fracasso (2009), que a atenção à saúde não pode se pautar no interesse da instituição em manter seu servidor apto ao exercício da sua função, mas sim, como uma forma de respeitar sua dignidade e de estabelecer um compromisso maior com seu bem estar. Considerando as informações repassadas pelo DIRETOR B, a Unicentro necessita rever sua gestão de recursos humanos, pois não está atenta para fatores previstos na A3P, os quais conferem maior segurança e bem estar ao servidor. Essa situação se confirma, a partir da constatação de que não há, ainda, um projeto implantado para a saúde do servidor. Nesse cenário, o planejamento na área de saúde não consegue atentar adequadamente para o desenvolvimento de ações que influenciem no bem estar do trabalhador, sendo um exemplo a ginástica laboral, pois proporciona maior qualidade de vida no seu cotidiano, reduzindo os riscos de lesões e de algumas doenças ocupacionais. Outra lacuna apontada pelo DOCENTE B refere-se a de apoio para os servidores que apresentem alguma neurose, realçando que a falta de um programa elaborado e efetivamente aplicado na instituição ocasiona sérios prejuízos ao trabalhador, sobretudo na ausência de práticas que poderiam contribuir para o exercício de suas funções. Nessa direção, Sampaio e Oliveira (2008, p. 72) indicam que investir na qualidade de vida voltada aos funcionários, nas instituições “[...] se constitui hoje uma das principais ações para a prevenção de problemas oriundos do exercício laboral que, em condições inadequadas, podem ocasionar, pelo excessivo ritmo de trabalho, grandes males à saúde dos trabalhadores”. No caso da Unicentro, que oferta cursos que podem preparar abordagens específicas em relação à QVT, como Enfermagem e Educação Física, a alegação de que essa possibilidade envolveria custos significativos não se justifica, posto que há profissionais qualificados para estabelecer desde programas de ginástica laboral, como os professores de Educação Física como também a atenção inicial as 74 neuroses, efetivadas pelos enfermeiros. Não há como uma instituição exercer sua Responsabilidade Ambiental de forma plena quando não dá a devida atenção para o ser humano na sua estrutura organizacional, especialmente no tocante à saúde, que é o fator que mais influencia, não só no bem-estar do servidor, mas também, na sua produtividade. A falta da devida atenção possibilita risco maior de comprometimento à sua qualidade de vida. Nesse contexto, a A3P inclui a temática da QVT, reforçando que a noção de Sustentabilidade, nas instituições públicas, não se limita à temática ambiental, mas contempla o respeito à dignidade do ser humano que, em essência, é o principal articulador das ações desenvolvidas pelas organizações no tocante à preservação do Meio Ambiente. 4.6.3.3 Desenvolvimento/capacitação Em relação às ações de desenvolvimento/capacitação dos servidores, o DIRETOR B informa: QUADRO 21 – DESENVOLVIMENTO/CAPACITAÇÃO DOS SERVIDORES DA UNICENTRO QUESTÃO A UNICENTRO incentiva o desenvolvimento e a capacitação de seus servidores através da autonomia das atividades a serem desenvolvidas? A UNICENTRO incentiva o desenvolvimento e capacitação de seus servidores através do aproveitamento das habilidades individuais e coletivas? CONDIÇÃO EXISTENTE Incentiva Incentiva MOTIVO Existe uma preocupação constante com a capacitação dos servidores da Universidade, pois isso traz crescimento pessoal e profissional para os servidores e proporciona também ganhos na qualidade para a instituição. Considera-se importante este incentivo, pois esta iniciativa traz contentamento ao servidor e para a equipe onde (sic) ele atua. CONSIDERAÇÕES DO DIRETOR B “Atualmente existe uma série de iniciativas de capacitação do servidor: oficinas, cursos pontuais, afastamento parcial e integral para capacitação. Nos últimos anos foram ofertados vários cursos (orçamento corporativo, projetos e convênios, Contabilidade Pública, etc.)”. “Infelizmente, hoje, não existe dentro da Universidade um mapeamento do servidor com relação às suas habilidades e competências, fazendo a sua locação no setor, no serviço e na função certa. Não faz sentido, enquanto a Universidade, com 75 A UNICENTRO incentiva o desenvolvimento e capacitação de seus servidores através da percepção do significado do trabalho individual e coletivo/ Incentiva Considera-se o ambiente de trabalho e a importância da capacitação, sendo fundamental para o desenvolvimento das atividades da Universidade. apenas 240 funcionários efetivos, na conjuntura atual isto é impossível”. “Percebe-se que o corpo de funcionários é mais coeso do que dos docentes. Pode ser considerada a independência dos docentes”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) O desenvolvimento/capacitação dos servidores é de grande relevância para sua qualificação, especialmente porque atenta, também, para a aquisição de habilidades e competências que influenciarão na qualidade do exercício funcional efetivado. Como medida educativa, o desenvolvimento/capacitação permite ao servidor desenvolver habilidades e capacidades que podem ser de grande valia no cotidiano da organização, como também, para ele assimilar novos saberes que são fundamentais para posicionar-se diante das propostas da instituição, como as que envolvem as ações relativas ao A3P. Dias (2001) identifica que os servidores públicos necessitam de constante desenvolvimento/capacitação para terem uma aquisição contínua de saberes que influenciarão na sua atuação laboral, como também, de possibilidades para que tenha melhores condições, tanto para assimilar como de executar as propostas administrativas/operacionais da instituição Esta se torna relevante quando se pensa em Sustentabilidade, pelo fato de esta propor uma nova postura gerencial, que demanda maior envolvimento dos servidores para atingirem as metas e objetivos propostos. O DIRETOR B pontuou que a instituição de Ensino Superior está atenta, no sentido de oportunizar o desenvolvimento/capacitação de seus servidores, ainda que haja uma lacuna, na instituição, em relação ao mapeamento das habilidades e capacidades dos servidores Ele concorda que os indicadores podem servir para a disponibilização de cursos e capacitações compatíveis com as necessidades e as potencialidades existentes na instituição. A concepção de desenvolvimento/capacitação dos servidores necessita contemplar a problemática ambiental, pelo fato de ela ser relevante para a instituição 76 em toda sua estrutura organizacional, segundo Marcomim e Silva (2009, p. 113): “[...] pessoas portadoras de uma sensibilidade particular para as questões ambientais ou, na pior hipótese, que percebam claramente os diversos elementos em causa; ou, na ausência provisória desse conhecimento, que pelo menos não façam oposição”. O desenvolvimento/capacitação, numa Universidade, pode se constituir em um elemento que oportuniza aos servidores a condição de refletirem acerca da temática ambiental, no sentido de incorporarem, de forma consciente, as medidas definidas pelos gestores visando contribuir para a abordagem da preservação ambiental no âmbito da Sustentabilidade. 4.6.3.4 Integração no ambiente de trabalho O DIRETOR B, devido ao cargo que exerce na instituição, foi responsável por responder as questões constantes no Protocolo de Krüguer et al (2011) dos eixos Integração no Ambiente de Trabalho e Sensibilização e Capacitação dos servidores. No que se refere à integração ao ambiente de trabalho, o DIRETOR B indicou: QUADRO 22 – A INTEGRAÇÃO NO AMBIENTE DO TRABALHO DO SERVIDOR DA UNICENTRO QUESTÃO A UNICENTRO possui controle da jornada de trabalho? CONDIÇÃO EXISTENTE Possui MOTIVO A jornada de trabalho deve ser respeitada (jornada de 8 horas diárias e 40 horas semanais) A UNICENTRO incentiva e promove a integração social interna e externa, através da ausência de preconceitos? Incentiva A instituição promove debates à integração e de maneira sempre legal e sempre respeitada. A UNICENTRO incentiva e promove a integração social interna, através da integração de servidores em áreas comuns e eventos de finalidade integrativa? Não incentiva Não existem ações neste sentido. CONSIDERAÇÕES DO DIRETOR B “O que se percebe atualmente é a sobrecarga dos servidores, carência de servidores, tanto de funcionários quanto de professores”. “Os concursos preveem a inclusão das minorias, inclusão do deficiente, do afro-descendente, cotas para alunos carentes, cotas para alunos provenientes da rede pública”. “Existem apenas algumas ações isoladas, mas que não são da UNICENTRO, ações de integração promovidas institucionalmente. Exemplo: festas de final de 77 A UNICENTRO incentiva e promove a integração social interna, através do senso comunitário? Incentiva A universidade incentiva sim, e sabe da importância desta integração para toda a comunidade acadêmica. A UNICENTRO incentiva e promove a integração social interna, através da promoção dos relacionamentos interpessoais? Incentiva Sente sim a necessidade desta integração e procura promover na medida do possível. A UNICENTRO incentiva e respeita a liberdade de expressão? Incentiva A Universidade tem o dever de servir de exemplo nesta questão. A UNICENTRO incentiva e respeita a privacidade pessoal? Incentiva A Universidade considera a privacidade pessoal muito importante. ano de confraternização, realmente não existem”. “Existe o SIEPE, que é uma atividade de ensino, pesquisa e extensão que congrega a Universidade na sua totalidade, integração de docentes e servidores empossados, integração das chefias departamentais, integra todos os alunos, docentes, pesquisadores e extensionistas. É uma grande atividade de integração dos vários pilares da Universidade (Ensino, Pesquisa e Extensão)”. “A integração depende muito da liderança de cada setor, seja administrativo ou pedagógico. A integração é macro, devendo ser trabalhada junto às chefias imediatas. Em 2013, vários cursos foram ofertados neste sentido. Exemplo: Relacionamento interpessoal, Mediação de conflitos, Integração no ambiente de trabalho e várias oficinas. A participação do servidor é opcional e não obrigatória”. “Acontece de maneira muito acentuada. A liberdade de expressão, a liberdade de recursos, a liberdade de opinião, dentro da universidade, é muito forte, e nem poderia ser diferente. Os conselhos superiores permitem que toda a comunidade acadêmica possa recorrer de qualquer coisa”. “Respeita e a comunidade acadêmica não é exposta, não tem sua privacidade ferida. O que existe são pessoas que se expõem (exemplo: facebook), ficando a universidade sem condições de 78 A UNICENTRO incentiva e respeita o tratamento impessoal? Incentiva Sim. Todas as regras para o tratamento de todas as situações são estabelecidas em regulamentos e em leis. Pois os regulamentos nos cercam, mas ao mesmo tempo, nos protegem. interferir”. “A universidade é absolutamente impessoal no sentido da impessoalidade e da legalidade da relação que uma instituição pública tem que ter”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) O DIRETOR B identificou, apenas, ausência de incentivo a eventos com finalidade integrativa. Há, porém, no ambiente da instituição, um respeito significativo a valores importantes nas relações humanas, como a privacidade e o direito de expressão, além de serem ofertados cursos como forma de contribuir na integração interna dos servidores. A integração ao ambiente de trabalho é relevante para que a instituição consiga realizar a junção e a coesão de esforços em torno das ações, dos objetivos e das metas propostas, fator valorizado no âmbito da gestão pautada pela Sustentabilidade. Schneider (2013) relata que o ser humano, na gestão sustentável, passa a ter destacadas suas capacidades e seus valores, fazendo com que se sinta plenamente inserido no ambiente de trabalho, podendo ter um maior comprometimento com as propostas de ações indicadas pela instituição. A integração do Meio Ambiente ao trabalho permite que os servidores tenham uma noção mais significativa do impacto das ações previstas na estrutura organizacional, e tenham condições de contribuir para que as medidas previstas em uma Agenda Ambiental, por exemplo, possam ser concretizadas e surtam os efeitos esperados. A condição da instituição, apresentada pelo DIRETOR B, denota a intenção de promover uma interação ambiental laboral mais significativa, sendo feitos esforços visando à aproximação entre os servidores, ao mesmo tempo em que há espaço para que, individualmente, possam se manifestar e realçar suas percepções pessoais a respeito da Universidade. O programa SIEPE, por exemplo, oportunizada uma integração maior no ambiente universitário, fazendo com que com que a instituição se torne um espaço 79 de interações, em busca de alternativas diante das situações que são vivenciadas tanto pela universidade como também pela comunidade acadêmica. Nesse contexto, a implantação de uma Agenda Ambiental encontra espaço para ser amplamente debatida, como também integrada às condições existentes na instituição. Isso contribui para que as medidas adotadas estejam coerentes com as noções de Sustentabilidade que embasam a gestão, a partir do momento em que a entidade se compromete com uma Agenda dessa natureza. 4.6.4 Sensibilização e Capacitação dos Servidores Em relação à Sensibilização e à Capacitação dos Servidores, o DIRETOR B apontou as seguintes situações: QUADRO 23 – SITUAÇÕES RELATIVAS À SENSIBILIZAÇÃO E CAPACITAÇÃO DOS SERVIDORES NA UNICENTRO QUESTÃO SITUAÇÃO MOTIVO A UNICENTRO desenvolve ações de sensibilização e capacitação com os serviços técnicoadministrativos? Sim Considerando a importância para a UNICENTRO da sensibilização e capacitação dos servidores, existe uma preocupação muito grande com isto. A UNICENTRO desenvolve ações de sensibilização e capacitação com os servidores docentes? Sim Como instituição de ensino, a UNICENTRO tem a preocupação de capacitar e, também, de sensibilizar os servidores docentes, pois estes estão constantemente repassando conhecimentos e, ainda, trabalhando na sensibilização dos acadêmicos. CONSIDERAÇÕES DO DIRETOR B “Dentro da Universidade nós temos o PROVARS – Programa de Valorização do Servidor. Todo mês tem uma iniciativa para o servidor e o SASU vai coroar na sequência. O PROVARS é voltado para os servidores técnicoadministrativos. Já o SASU vai ser voltado para todos, inclusive para os terceirizados. Existe também o Regulamento de Capacitação dos Servidores TécnicoAdministrativos”. “A Universidade possui o Plano Anual de capacitação docente, com a flexibilização de horários colaborando desta forma para a capacitação”. 80 A UNICENTRO desenvolve ações de sensibilização com o corpo discente? Sim A UNICENTRO desenvolve ações de sensibilização com a comunidade no entorno da instituição? Sim Verificando a necessidade e a importância do engajamento dos alunos no que diz respeito à sensibilização com as questões ambientais. Sente a necessidade de repassar para a comunidade o conhecimento que possui, colaborando para que a comunidade adquira conhecimentos por meio de projetos ofertados pela extensão. “É comum nas matrizes curriculares dos cursos: disciplinas de ética e responsabilidade social e ambiental”. “Atuação na esfera extencionista, a extensão desenvolve um conjunto de atividades de integração da comunidade para com a Universidade, das mais variadas possíveis, o Sem Fronteiras é um deles que tem inúmeros projetos como o de capacitação para os catadores de lixo, qualificação e capacitação para as costureiras, feira agroecológica, além de outros projetos”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) A sensibilização vem sendo desenvolvida pela instituição, mas o DIRETOR B não fez nenhuma referência aos temas envolvidos, sobretudo no que se refere à Sustentabilidade e a temas ambientais junto aos servidores. Apenas apontou, por parte da Extensão, a abordagem com a comunidade. Contudo, é importante salientar que há canais de comunicação estabelecidos, não somente com os servidores, mas com a comunidade acadêmica como um todo, o que favorece a sensibilização acerca do Meio Ambiente, contribuindo, até, para a implantação de uma Agenda Ambiental. A eficácia das ações ambientais demanda a conscientização dos servidores, de forma que tenham um comprometimento maior e evidenciem isso em suas condutas, por exemplo, em atentar para os 5R‟s propostos pela A3P. Essa condição é realçada na seguinte afirmação: As mudanças de hábitos, comportamento e padrões de consumo de todos os servidores impacta diretamente na preservação dos recursos naturais. A maioria das pessoas não têm consciência dos impactos que produzem sobre o meio ambiente, tanto negativos quanto positivos, em decorrência de suas atividades rotineiras. Para contornar esse problema a A3P apóia as ações de sensibilização e conscientização dos servidores com o intuito de explanar a importância da adoção de uma postura socioambientalmente responsável (BRASIL, 2012, p. 45). 81 A sensibilização favorece para que a responsabilidade socioambiental seja entendida, tanto na perspectiva individual como na coletiva, permitindo um foco específico no tocante ao desenvolvimento de medidas que contribuam para minimizar o impacto das atividades da instituição no Meio Ambiente. O DIRETOR B revela que a Extensão incorporou a temática ambiental em suas ações, contribuindo para que a comunidade possa ter uma noção de práticas sustentáveis, como a agroecologia, de forma que se perceba que a instituição pode servir como um parceiro importante na disseminação de práticas ambientalmente adequadas. Nesse sentido, com uma atenção maior dispensada aos servidores, é possível, não só fortalecer as ações já empreendidas, como também favorecer o comprometimento da universidade em desenvolver constantemente ações que contribuam para a preservação ambiental. Estabelecendo um nível significativo de sensibilização, que colabora para que a responsabilidade socioambiental seja plenamente assumida. 4.6.5 Eixo 5 Licitações Sustentáveis Em relação ao eixo licitações sustentáveis, o DIRETOR C efetivou os seguintes esclarecimentos: QUADRO 24 – EIXO LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS NA UNICENTRO QUESTÃO SITUAÇÃO MOTIVO A UNICENTRO incentiva e promove a contratação de obras públicas que respeitem padrões de sustentabilidade? Sim Visando a economia financeira no médio e longo prazo e, principalmente, a preservação do meio ambiente. A UNICENTRO incentiva e promove a compra de bens que respeitem os padrões de sustentabilidade? Não Não existe uma política institucional neste sentido. A administração da Universidade não tem como prioridade esta questão de compras que respeitem os padrões de CONSIDERAÇÕES DO DIRETOR C “Preocupação com relação à fiação nas obras visando um melhor aproveitamento de energia, uso de lâmpadas mais econômicas, na parte hidráulica busca-se a economia com torneiras mais econômicas”. “Não são adquiridos produtos com a preocupação de colaborar com o meio ambiente, os bens são adquiridos conforme solicitados pelos usuários, sem a exigência 82 sustentabilidade. A UNICENTRO incentiva e promove a contratação de serviços públicos que respeitem os padrões de sustentabilidade? Não Não existe uma política de ações voltadas a contratações de serviços que se preocupem com a sustentabilidade. por parte da Universidade no que diz respeito a produtos fabricados de forma ecologicamente corretos, mais econômicos, etc. Não se exige do fornecedor nada com respeito à logística reversa. Com relação às lâmpadas, procura-se adquirir lâmpadas de qualidade, com maior luminosidade e durabilidade. Busca-se adquirir produtos de qualidade e maior durabilidade, sendo assim contribuindo com a preservação do meio ambiente. Não se exige das empresas a comprovação de que os produtos são renováveis e recicláveis”. “Os contratos não preveem exigências de respeito com os padrões de sustentabilidade. Acredita-se que se houvesse a exigência, cobrança das empresas, elas se adequariam rapidamente, para que possam permanecer prestando serviços a Unicentro, pois na maioria das vezes, são contratos com valores expressivos”. Fonte: Pesquisa de Campo (2013) Por serem grandes consumidoras, as instituições públicas têm um importante papel no incentivo às organizações fornecedoras em relação à condição de assumirem uma postura ambiental mais significativa. Essa condição deriva do fato da licitação sustentável valorizar as entidades que possuem uma produção compatível com a responsabilidade socioambiental, inviabilizando a participação das organizações que não exercem esta responsabilidade do processo licitatório. Amorim (2012, p. 277) assinala que a Administração Pública “[...] é uma grande consumidora e pode desenvolver papel estratégico na revisão dos padrões de produção e consumo, apoiados no tripé da atividade econômica, meio ambiente e 83 bem estar da sociedade”. Devido ao seu poder de negociação, as instituições públicas podem exigir que os bens e serviços adquiridos tenham um menor impacto ambiental, de maneira que as entidades fornecedoras assumam uma produção sustentável, vindo a contribuir com a preservação do Meio Ambiente. No que se refere à Unicentro, conforme relatos do DIRETOR C, a licitação sustentável ainda não ocorre de forma plena, sendo observada apenas a aquisição de alguns produtos, como lâmpadas mais econômicas, que se constitui uma das ações mais comuns nas entidades. Essa condição existente pode ser justificada pelo fato de a conscientização ambiental no setor público ainda não ser uma temática dominante, havendo uma preocupação maior com o preço dos produtos e serviços adquiridos do que com a observação do comprometimento das organizações fornecedoras com a responsabilidade socioambiental. Em relação à licitação sustentável, cabe ressaltar que: A administração pública deve promover a responsabilidade socioambiental das suas compras. Licitações que levem à aquisição de produtos e serviços sustentáveis são importantes não só para a conservação do meio ambiente, mas também apresentam uma melhor relação custo/benefício a médio ou longo prazo quando comparadas às que se valem do critério de menor preço (BRASIL, 2012, p. 47). No tocante à licitação sustentável, a Unicentro necessita repensar suas práticas, modificando os seus critérios no momento da aquisição de bens e serviços. Porque, conforme acentua o DIRETOR C, os recursos envolvidos nas licitações são significativos, condição que pode influenciar na conduta das organizações fornecedoras no que se refere ao seu comprometimento com uma produção sustentável. 4.7 Sintetizando os resultados: De acordo com o que foi revelado pelos participantes da pesquisa, por meio do protocolo elaborado por Krüger et al (2011), foi constatado que: a) No eixo 1 - (uso racional dos recursos naturais e bens públicos), dos cinco itens, a Unicentro atende 80% das propostas de ações ambientais da A3P; 84 b) No eixo 2 - (gestão adequada dos resíduos gerados), dos cinco itens propostos pela Agenda, apenas 40% das propostas de ações são efetivadas pela Unicentro; c) No eixo 3 - (qualidade de vida no ambiente de trabalho), das dezoito ações previstas, 84% são contemplados pela Unicentro; d) No eixo 4 - (sensibilização e capacitação dos servidores), 100%, ou seja, todos os itens são atendidos pela Unicentro; e) No eixo 5 - (licitações sustentáveis), dos três itens, apenas 33% das ações previstas são atendidas pela Unicentro, sendo que essa situação é decorrente do fato de haver poucos fornecedores, o que inviabiliza a escolha de empresas que tenham um padrão mínimo de Sustentabilidade. Considerando os percentuais alcançados, a Unicentro, na média, alcança o percentual de 67,4% das ações propostas pela A3P e destacadas no protocolo de Krüger et al (2011). Porém, mesmo sendo um percentual significativo, é necessário considerar que, no caso do eixo 3, o atendimento a maioria das ações é a constituição de um ambiente que favoreça o desempenho funcional do servidor e o atendimento a legislação trabalhista que, caso não fossem observadas, gerariam sanções legais à Universidade. Nesse sentido, o eixo 2 e o eixo 5 são mais representativos da situação ambiental encontrada na Unicentro, pois revelam que o atendimento as ações previstas na A3P atinge apenas 36,5%. O eixo 1 não foi considerado nessa análise pelo fato de apresentar ações que normalmente são utilizadas pelas organizações, sobretudo a otimização do uso da água e da energia elétrica. Ao atingir um percentual baixo em relação às ações que demonstram maior ênfase no engajamento da organização com a questão ambiental, a Unicentro revela um foco limitado, porque não desenvolve práticas sustentáveis mais significativas, que poderiam até servir de exemplo à sociedade. 85 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Unicentro precisa ter um comprometimento mais significativo com a problemática ambiental, no sentido de firmar uma posição que permita que a Sustentabilidade seja considerada como principal referencia da gestão, conciliando, nas atividades que ela desenvolve, os interesses econômicos, sociais e ambientais. Em Guarapuava, os programas ambientais desenvolvidos pela Unicentro caminham nessa direção. A Universidade possui um projeto de transformação de bebidas alcoólicas, doadas pela Receita Federal, em combustível. Além desse, um projeto de coleta de resíduos sólidos, priorizando a coleta de papéis os quais não tenham mais possibilidade de serem reutilizados (DIÁRIO DOS CAMPOS, 2013). Há três anos, existe uma parceria entre a Universidade Estadual do CentroOeste do Paraná (UNICENTRO) e a Receita Federal, o que tem gerado produtos ecologicamente corretos. Primeiro, a reciclagem de bebidas alcoólicas apreendidas e doadas pela Receita, que são transformadas em etanol. O líquido separado do álcool tem açúcar e nutrientes que podem ser usados na adubação das lavouras de tomate, feijão e batata doce. Já as embalagens das bebidas seguem para reciclagem, alimentando assim, as usinas e cooperativas que trabalham com reciclagem (ECO BUILDINGS, 2013). Em 2011, a Receita doou um carregamento de 12 toneladas de azeitonas consideradas impróprias para o consumo humano, que foram processadas e transformadas em biodiesel e produtos de limpeza. Após o processamento, foi extraído o óleo das azeitonas. Além de participar do aproveitamento ecológico, os alunos da universidade também se envolvem de maneira positiva, desenvolvendo uma percepção acerca da Preservação Ambiental e do aproveitamento dos resíduos, que podem gerar ganhos, evitando que sejam colocados de forma inadequada no Meio Ambiente (SUPERINFORMADO, 2013). A Unicentro tem ainda um projeto de coleta de papel em todos os setores da Universidade. Parte do papel coletado é doada aos catadores e outra parte é vendida a uma empresa da região. Segundo os servidores, infelizmente, a maior parte da comunidade acadêmica não está comprometida com a seleção dos resíduos sólidos gerados na instituição. E, em muitos momentos, são encontrados 86 resíduos misturados, o que dificulta a retirada do lixo dos cestos. Essas constatações iniciais foram percebidas ao longo do processo de pesquisa realizada na Unicentro, principalmente, quando se considera a importância que a Universidade tem na região Centro-Oeste do Paraná. E aquilo que pode ser feito para contribuir com a comunidade acadêmica e a sociedade onde a instituição está inserida. A contribuição da Unicentro no tocante à conscientização ainda não ocorre de forma plena porque a A3P não foi implantada na sua estrutura organizacional. A inexistência de uma Agenda Ambiental mais efetiva faz com que as ações e medidas no tocante à Sustentabilidade e ao exercício da responsabilidade socioambiental sejam isoladas. Nesse sentido, baseado nas respostas obtidas durante a pesquisa, é possível afirmar que existem condições institucionais da Unicentro desenvolver a A3P no seu processo de gestão. Essa perspectiva decorre do fato de que a maioria dos itens relacionados aos eixos da Agenda, podem ser implantados na sua estrutura organizacional. Portanto torna-se premente que a Unicentro modifique essa situação, como forma de estabelecer um gerenciamento pautado na Sustentabilidade, exercendo com maior sentido a sua responsabilidade ambiental, além de atender a dimensão educativa que se espera de uma universidade, pois seu modo de atuação serve de exemplo para as demais instituições da sociedade, além de contribuir de maneira relevante com a causa ambiental. A ausência da A3P na Unicentro é consequência da falta de uma política ambiental estruturada, isto significa que as medidas e ações envolvendo a Sustentabilidade tem um alcance limitado. A limitação é entendida como uma decorrência da ausência de uma política ambiental, pois não há a intenção de estabelecer uma postura gerencial focada em ações sustentáveis, apenas a realização de medidas que são comumente empregadas pelas organizações visando ao uso mais criterioso dos recursos naturais. As ações envolvendo o uso de recursos naturais, como água ou a energia elétrica, são desenvolvidas na instituição dentro de uma perspectiva de economia, não abrangendo uma conscientização maior acerca da importância dessas medidas 87 no contexto da Responsabilidade Ambiental. Em relação aos eixos temáticos, existem ações desenvolvidas pela Unicentro que estão previstas na A3P, revelando que suas diretrizes e propostas são passíveis de serem executadas. Dessa forma, assegura-se mais destaque para aspectos como a atenção ao uso dos recursos naturais, ainda que não haja um objetivo mais claro com a causa ambiental. Outro ponto atendido pela Unicentro refere-se à atenção aos servidores, seja na questão da qualidade de vida, seja na perspectiva de sensibilização e capacitação. Essas atividades ocorrem em função da necessidade de qualificação profissional e também para atender as diretrizes impostas pela legislação trabalhista brasileira. No caso da Unicentro, a motivação econômica acaba surgindo como a principal razão para a execução das medidas, sendo a contribuição à preservação do Meio Ambiente uma decorrência natural. O que de preocupante se evidencia é a ausência de uma percepção mais abrangente na comunidade acadêmica acerca dos esforços que a universidade ainda pode fazer visando contribuir para minimizar o impacto ambiental de suas ações. Entre as situações destacadas acerca dos eixos da A3P, a questão da sensibilização merece uma atenção maior, no sentido de conferir um nível também mais elevado de consciência sobre o significado das ações realizadas que colaboram com o Meio Ambiente, para que sejam assimiladas e possam ser praticadas também fora do ambiente de trabalho. A questão da licitação sustentável também necessita de mais atenção, pois, mesmo havendo um reconhecimento de que a condição econômica da Unicentro dá um poder maior de negociação, tal atitude não vem acontecendo, o que permite que a aquisição de bens e de materiais seja feita sem observação das condições de produção que atendam a responsabilidade socioambiental. Por fim, existem condições de implantar da A3P na Unicentro, sendo necessário, conforme foi possível constatar a partir da aplicação do protocolo de Kruguer et al (2011), a definição de uma política ambiental que fortaleceria as intenções da universidade em atuar, tanto na dimensão operacional como na dimensão administrativa, de forma sustentável, contribuindo mais significativamente 88 para a problemática ambiental. 89 6. REFERÊNCIAS AMORIM, Patrícia. Para além da licitação sustentável. In: BLIACHERIS, Marcos Weiss; FERREIRA, Maria Augusta Soares de Oliveira. 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R.__________________________________________________________________ b) De que forma você procura estimular os servidores a adotarem no cotidiano, ações de sustentabilidade (uso racional de água e luz, reutilização de materiais recicláveis, separação do lixo, entre outras)? R.__________________________________________________________________ c) A instituição tem condições de colaborar para que a noção de sustentabilidade seja melhor compreendida na sociedade? Justifique. R.__________________________________________________________________ d) Os servidores são orientados acerca da questão ambiental na instituição? Em que momento? R.__________________________________________________________________ e) Há espaço para debates em relação à conduta ambiental adotada pela instituição? Em caso afirmativo, em que momento e que de forma ocorre. Em caso negativo, por quais motivos isso não ocorre. R.__________________________________________________________________ 97 7.2 ANEXO 2 – Método Kruger et al Eixos Temáticos da Agenda Ambiental na Adere NÃO Administração Pública (A3P) adere Eixo 1 – Uso racional dos recursos naturais e bens públicos A IFES desenvolve alguma ação de monitoramento/redução do consumo de papel? A IFES desenvolve alguma ação de monitoramento/redução do consumo de energia? A IFES desenvolve alguma ação de monitoramento/redução do consumo de água? A IFES desenvolve alguma ação de monitoramento/redução do consumo de copos plásticos? A IFES desenvolve alguma ação de monitoramento/redução do consumo de outros materiais/recursos que possam causar impactos ambientais significativos? Eixo 2 – Gestão adequada dos resíduos gerados A IFES desenvolve e incentiva a política dos 5R's? A coleta seletiva na IFES atende a resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2005? A IFES realiza coleta seletiva solidária nos termos do Decreto 5.940, de 25 de outubro de 2006? A IFES possui Comissão de Coleta Seletiva Solidária, nos termos do Decreto 5.940, de 25 de outubro de 2006? Há destinação adequada a resíduos perigosos? Eixo 3 – Qualidade de vida no ambiente de trabalho A IFES oferece atividades de ginástica laboral ou atividades semelhantes aos seus servidores e bolsistas? A IFES atende a todas as exigências de acessibilidade, em todas as suas instalações? A IFES possui preocupação com a ergonomia de mobiliários e equipamentos de uso dos servidores e bolsistas? A IFES possui uma comissão interna de prevenção de acidentes? A IFES possui controle da jornada de trabalho? A IFES possui grupo especializado/capacitado para apoio a neuroses (anti-tabagismo, alcoolismo, drogas e neuroses diversas)? Os ambientes da IFES, especialmente os de trabalho, são salubres? A IFES possui programa de saúde ocupacional? A IFES possui programa de orientação nutricional? A IFES incentiva o desenvolvimento e capacitação de seus servidores através da autonomia das atividades a serem desenvolvidas? A IFES incentiva o desenvolvimento e capacitação de seus servidores através do Observação 98 aproveitamento das habilidades individuais e coletivas? A IFES incentiva o desenvolvimento e capacitação de seus servidores através da percepção do significado do trabalho individual e coletivo? A IFES incentiva e promove a integração social interna e externa, através da ausência de preconceitos? A IFES incentiva e promove a integração social interna, através da integração de servidores em áreas comuns e eventos de finalidade integrativa? A IFES incentiva e promove a integração social interna, através do senso comunitário? A IFES incentiva e promove a integração social interna, através da promoção dos relacionamentos interpessoais? A IFES incentiva e respeita a liberdade de expressão? A IFES incentiva e respeita a privacidade pessoal? A IFES incentiva e respeita o tratamento impessoal? Eixo 4 – Sensibilização e capacitação dos servidores A IFES desenvolve ações de sensibilização e capacitação com os servidores técnicoadministrativos? A IFES desenvolve ações de sensibilização e capacitação com os servidores docentes? A IFES desenvolve ações de sensibilização com o corpo discente? A IFES desenvolve ações de sensibilização com a comunidade no entorno da instituição? Eixo 5 – Licitações sustentáveis A IFES incentiva e promove a contratação de obras públicas que respeitem padrões de sustentabilidade? A U IFES incentiva e promove a compra de bens que respeitem os padrões de sustentabilidade? A IFES incentiva e promove a contratação de serviços públicos que respeitem os padrões de sustentabilidade? 99 7.3 ANEXO 3 – Protocolo de pesquisa Eixos Temáticos da Agenda SIM NÃO Motivos Ambiental na Administração Pública (A3P) Eixo 1 – Uso racional dos recursos naturais e bens públicos A UNICENTRO desenvolve alguma ação de monitoramento/redução do consumo de papel? A UNICENTRO desenvolve alguma ação de monitoramento/redução do consumo de energia? A UNICENTRO desenvolve alguma ação de monitoramento/redução do consumo de água? A UNICENTRO desenvolve alguma ação de monitoramento/redução do consumo de copos plásticos? A UNICENTRO desenvolve alguma ação de monitoramento/redução do consumo de outros materiais/recursos que possam causar impactos ambientais significativos? Eixo 2 – Gestão adequada dos resíduos gerados A UNICENTRO desenvolve e incentiva a política dos 5R's? A coleta seletiva na UNICENTRO atende a resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2005? A UNICENTRO realiza coleta seletiva solidária nos termos do Decreto 5.940, de 25 de outubro de 2006? A UNICENTRO possui Comissão de Coleta Seletiva Solidária, nos termos do Decreto 5.940, de 25 de outubro de 2006? Há destinação adequada a resíduos perigosos? Eixo 3 – Qualidade de vida no ambiente de trabalho A UNICENTRO oferece atividades de ginástica laboral ou atividades semelhantes aos seus servidores e bolsistas? A UNICENTRO atende a todas as exigências de acessibilidade, em todas as suas instalações? A UNICENTRO possui preocupação com a ergonomia de mobiliários e equipamentos de uso dos servidores e bolsistas? A UNICENTRO possui controle da jornada de trabalho? A UNICENTRO possui grupo especializado/capacitado para apoio Observação 100 a neuroses (anti-tabagismo, alcoolismo, drogas e neuroses diversas)? Os ambientes da UNICENTRO, especialmente os de trabalho, são salubres? A UNICENTRO possui programa de saúde ocupacional? A UNICENTRO possui programa de orientação nutricional? A UNICENTRO incentiva o desenvolvimento e capacitação de seus servidores através da autonomia das atividades a serem desenvolvidas? A UNICENTRO incentiva o desenvolvimento e capacitação de seus servidores através do aproveitamento das habilidades individuais e coletivas? A UNICENTRO incentiva o desenvolvimento e capacitação de seus servidores através da percepção do significado do trabalho individual e coletivo? A UNICENTRO incentiva e promove a integração social interna e externa, através da ausência de preconceitos? A UNICENTRO incentiva e promove a integração social interna, através da integração de servidores em áreas comuns e eventos de finalidade integrativa? A UNICENTRO incentiva e promove a integração social interna, através do senso comunitário? A UNICENTRO incentiva e promove a integração social interna, através da promoção dos relacionamentos interpessoais? A UNICENTRO incentiva e respeita a liberdade de expressão? A UNICENTRO incentiva e respeita a privacidade pessoal? A UNICENTRO incentiva e respeita o tratamento impessoal? Eixo 4 – Sensibilização e capacitação dos servidores A UNICENTRO desenvolve ações de sensibilização e capacitação com os servidores técnicoadministrativos? A UNICENTRO desenvolve ações de sensibilização e capacitação com os servidores docentes? A UNICENTRO desenvolve ações de sensibilização com o corpo 101 discente? A UNICENTRO desenvolve ações de sensibilização com a comunidade no entorno da instituição? Eixo 5 – Licitações sustentáveis A UNICENTRO incentiva e promove a contratação de obras públicas que respeitem padrões de sustentabilidade? A UNICENTRO incentiva e promove a compra de bens que respeitem os padrões de sustentabilidade? A UNICENTRO incentiva e promove a contratação de serviços públicos que respeitem os padrões de sustentabilidade? Fonte: Adaptado de Kruger et al (2011).