A Educação Física na história do
pensamento educacional:
apontamentos
Universidade Estadual do Centro-Oeste
Guarapuava - Irati - Paraná - Brasil
www.unicentro.br
Carlos Herold Junior
A Educação Física na história do
pensamento educacional:
apontamentos
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE
UNICENTRO
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Editora UNICENTRO
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Ruth Rieth Leonhardt
Ficha catalográfica
Catalogação na Publicação
Regiane de Souza Martins -CRB9/1372
Biblioteca Central Campus Guarapuava
Herold Junior, Carlos
H561e
A educação física na história do pensamento educacional: apontamentos / Carlos
Herold Junior. - - Guarapuava: UNICENTRO, 2008.
200 p.
Bibliografia
ISBN 978-85-7891-010-5
1. Educação Física. 2. Educação Física – História. 3. Educação Física – Educação.
4. Educação Física – Ensino Superior. 5. Educação Física – Capitalismo. I.
Título.
CDD 796.07
Copyright © 2008 Editora UNICENTRO
Sumário
9
Apresentação
27
Os projetos de educação do corpo nas
transformações da antiguidade grega
55
A Educação Física no pensamento educacional
moderno durante o contexto francês do século
XVIII
85
A Educação Física e os sistemas nacionais de
ensino
109
A Educação Física nas atas do Congresso de
Instrução do Rio de Janeiro (1884)
151
Corpo, Educação Física e o trabalho no
capitalismo industrial (1860-1920)
185
Referências
Apresentação
A aproximação entre educação física e os estudos
efetuados nos cursos de pós-graduação em Educação é
tributária de um imenso processo de questionamento e
revisão dos instrumentais teóricos vivenciados em cada
área que fez com que, a partir das décadas de 80 e 90,
um grande contingente de professores de educação física se
preocupasse com as dimensões sociológica, antropológica,
filosófica e histórica da sua atuação. Ao se aproximarem
dos teóricos da área de Educação, acompanharam a
inflexão feita por esses estudiosos em sua busca de verificar
os limites e as possibilidades educacionais numa sociedade
marcada por processos de desenvolvimento econômico e
social, caracterizados pela desigualdade e pela combinação
dessa desigualdade em nível planetário.
O resultado mais visível desse processo foi a
profusão de obras e estudos que mostraram de forma
inequívoca as “determinações” advindas do capitalismo
e que teriam sido responsáveis por aquilo que se
12
criticava nas aulas de Educação Física nas escolas e pelos
problemas observados na formação desses profissionais:
discriminação, instrumentalização do corpo e das
diferentes práticas corporais, falta de criatividade do
professor, o apego à rotina, concepções mecanicistas
de corpo e educação, autoritarismo, desconexão entre
essas aulas e a realidade concreta de cada educando, o
desenvolvimento de valências físicas em detrimento de
características cognitivas e afetivas.
Esse resultado marcou e foi marcado pelos estudos
na área de história da educação que tematizaram as
práticas educativas em diferentes momentos da sociedade
brasileira. Tratou-se, então, de mostrar aquilo que, até
então, tinha sido feito, constituindo-se em base de todo
um conjunto de práticas e pensamentos que deveriam
ser ultrapassados pela “análise crítica”. A tentativa foi
mostrar que a intenção em dar para a educação física uma
preocupação “legitimamente pedagógica” (BRACHT,
1992) pressupunha lutar contra a “herança” e séculos
de uma concepção de educação que, “cartesianamente”,
via o corpo como uma máquina para ser desenvolvida
para a satisfação de interesses da “classe dominante”. Os
diferentes olhares lançados na história da educação por
parte dos professores de Educação Física esforçavamse por mostrar as diferentes tentativas de construir
aquilo que, na atualidade, deveria ser ultrapassado. A
análise histórica, assim, servia como uma justificativa
das questões enfrentadas por professores e alunos no
momento em que escreviam suas análises. A história da
educação era utilizada como uma grande e amarga lição
dos limites indesejáveis experimentados cotidianamente
pelos professores de Educação Física.
Com as transformações sociais e culturais
observadas na década de 90 e início do século XXI, bem
como pelo desenvolvimento mais visível da pós-graduação
em Educação Física, observamos que o relacionamento
entre a Educação e a Educação Física, no que diz respeito
à análise histórica, passou por mudanças.
Em primeiro lugar, no âmbito cultural mais
amplo, o conjunto de concepções estéticas e filosóficas,
13
normalmente conhecidas como pós-modernistas, acabaram
imprimindo questionamentos na matriz de análise acima,
que primavam pela relação entre educação e as lutas pela
transformação/manutenção social. Como resultado, na
14
história da educação, por exemplo, passou-se a questionar
e a denominar as abordagens, até então, levadas a cabo
de “azevedianas”, mecanicistas, e economicistas. A busca
por “novos objetos” e “novas abordagens” culminou na
proliferação de estudos que defendiam a necessidade de
se “reconstruir” o cotidiano e a “cultura escolar” (JÚLIA,
2001), primando pelas descontinuidades passíveis de
serem observadas em cada país, região, estado, cidade e
instituição escolar.
A preocupação com a história na área de Educação
Física passou a primar pelas questões de caráter
cultural, focando a memória sobre as diferentes práticas
esportivas, a construção de gênero nessas práticas, bem
como a necessidade de se estudar historicamente as
variadas práticas e estratégias de lazer nas diferentes
cidades do país.
Há que se ter claro que essas mudanças agregaram
questões de extrema relevância e que devem ser
consideradas. A advertência que pretendemos aportar,
entretanto, é a necessidade de reformular algumas das
“velhas” estratégias analíticas para que elas entabulem um
diálogo mais profícuo com essa mudança teórica assistida
na década de 90, colocando questões para colaborar nos
importantes questionamentos levados a cabo no seio
desse movimento. Não se trata de proceder de forma
conciliatória ou eclética. Mas não se trata, também,
de assumir um posicionamento ingênuo e maniqueísta
que simplesmente nega as “novidades” ou abandona as
matrizes de análises que até então tinham sido feitas,
vulgarmente vistas como “ultrapassadas”.
Observamos que atitudes simplórias e também
posicionamentos marcados pelo cuidado analítico
existem. Como um exemplo de posicionamento que
funda a idéia de ser necessário o abandono das matrizes
de análises até então existentes, temos o pensamento
de Baudrillard (1999, 2005). Foucault (2005), por sua
vez, demonstra o referido cuidado, quando, mesmo
criticando o materialismo histórico, não desconsidera que
a obra de Marx apresenta importantes esclarecimentos
sobre a questão do corpo na modernidade. Konder
(1998), por outro lado, reprova a atitude de marxistas
15
que desconsideram de forma unilateral as análises
desenvolvidas pelos pós-modernistas, observando a
necessidade de encarar esse movimento para entender
os rumos que a sociedade atual vem tomando e os
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instrumentais com que ela se analisa. Entre as temáticas
desconsideradas pelos marxistas, afirma Konder (1998),
estão as questões concernentes ao corpo e a sua educação.
Isso também, pode ser observado em Wood (1999), ao
afirmar que os marxistas não deveriam desconsiderar as
temáticas analisadas pelos pós-modernistas, mas sim se
esforçarem por mostrar como essas temáticas poderiam
ser mais profundamente analisadas se tomassem como
suporte teórico o materialismo dialético.
Essas considerações são relevantes, pois as análises
contidas neste livro remetem diretamente para uma temática
que surge do fortalecimento do ideário pós-moderno: o
corpo e sua educação. Por outro lado, tentamos mostrar que
esse tema pode ser mais bem focalizado se tomarmos como
baliza analítica as diferentes formas históricas de trabalho.
Ou seja, se a grande justificativa do pós-modernismo em
entabular a análise dos processos formativos do corpo
é o fato de ele materializar a riqueza informalizável do
cotidiano e do específico, buscamos amarrar essa importante
constatação com as questões mais amplas da sociedade e que
tocam questões pertinentes à defesa da transformação ou da
permanência das diferentes organizações sociais na história,
utilizando-as como fundamento para realizar a análise
histórica do pensamento educacional sobre o corpo.
Além de fugir das armadilhas metodológicas, que
dizem respeito à forma como o debate atual em torno das
viabilidades e dos problemas do pós-modernismo e do
marxismo, objetivamos preencher outras lacunas.
Mesmo no momento em que a aproximação
entre educação física e educação se deu, não houve
a elaboração de estudos que se debruçassem sobre o
pensamento pedagógico moderno no âmbito da educação
corporal. Menções a esse pensamento são raras e quando
acontecem, desconsideram o longo processo de criação
e transformação do pensamento educacional liberal e
sua conseqüência mais importante: a pedagogização da
educação corporal no interior da escola pública do século
XIX na Europa e sua discussão no Brasil.
Não podemos deixar de considerar, também, os
citados debates acadêmicos que acontecem no interior
da história da educação e que, de forma freqüente,
17
assumem a análise do pensamento pedagógico como
algo a ser evitado ou como uma atitude que simboliza
um procedimento a ser ultrapassado, em nome dos já
mencionados “novos objetos” e das “novas abordagens”.
18
Concordamos com essa crítica quando ela dirige seu
foco ao procedimento de se encarar essas idéias de forma
evolutiva e cumulativa, além de ver nesse pensamento o
ponto do qual se irradiam as práticas pedagógicas de um
tempo. Nesse sentido, observamos que um procedimento
mais condizente com os desdobramentos na nova
história cultural, não é o abandono dos estudos dos
grandes pensadores da educação, mas sim, verificar
as mediações entre essas idéias e os diferentes sujeitos
e espaços escolares erigidos na história, analisando
proximidades, rupturas e as diferentes apropriações
desse pensamento nas diferentes realidades. Com isso,
não vemos oposição entre essa análise do pensamento
pedagógico sobre o corpo e as análises de Foucault
(2005) e Chartier (1990), por exemplo, mesmo que
neste trabalho optemos por assumir apenas o estudo
dos diferentes pensadores da educação quando eles
pensam sobre o corpo e sua educação.
Se na área de Educação Física é muito difícil
encontrar análises históricas que se inquietem com
o
desenvolvimento
do
pensamento
educacional,
sobretudo, com perspectivas ou de conjunto (reunindo
vários pensadores) ou de globalidade (acompanhando os
impasses da modernidade), observamos algo diferente na
área de educação. Nos manuais de história da educação ou
da pedagogia, encontramos de forma intensa a menção
à educação corporal e física, principalmente quando são
analisadas a Antiguidade Clássica e a Modernidade.
Entretanto, uma análise desses manuais evidencia a
necessidade de contemplar de maneira mais próxima o
desenvolvimento da história das idéias pedagógicas em
relação à educação do corpo. O que nos impulsiona a
sustentar essa necessidade, é o fato de as análises sobre
a temática apresentarem-se sem uma consideração mais
detida sobre o papel e os limites da educação do corpo nos
momentos analisados pelos manuais. Não que a leitura
dessas obras não seja importante, mas notamos que a
questão da educação do corpo e/ou da educação física
pode e precisa ser tratada de modo mais aprofundado.
Compreendemos que os limites e os objetivos dessas
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obras impossibilitam qualquer aprofundamento. O que
nos preocupa e nos impulsiona na realização desta análise
é o fato de serem essas leituras as grandes formadoras
do entendimento que temos sobre a educação do corpo
20
na história do pensamento educacional.
Eby (1970), ao focalizar a educação na modernidade,
analisa a Educação Física em poucos momentos de sua
obra e se limita, apenas, a citar algumas informações
sem almejar uma reflexão mais aprofundada: 1) depois
de afirmar que a educação do corpo fora deixada de lado
na Idade Média, ele afirma a retomada dessa modalidade
educativa na arte cavalheiresca e no elogio das obras da
Antiguidade Clássica; 2) Ao analisar a obra de Ricardo
Mulcaster (1530-1611), na Inglaterra, evidencia que este
autor valorizava intensamente várias atividades físicas; 3)
Ao falar das idéias de Locke, Eby sumariza o primeiro
capítulo de Pensamentos sobre a educação, em um parágrafo;
4) Há, também, a afirmação da importância da Educação
física na obra de Basedow e as influências que ele recebera
de Rousseau.
Um ponto que merece ser destacado é que nas obras
que versam sobre a história da educação na Antiguidade,
a Educação Física recebe uma atenção maior, mesmo que
ainda limitada. Jaeger (1995), ao analisar a formação e
a importância da Paidéia, dedica-se, em dois capítulos,
a entender a importância da ginástica na República, de
Platão, e verificar o papel da Medicina na formação do
homem grego, respectivamente. Neles, Jaeger defende
que a Paidéia grega era, essencialmente, a busca do
desenvolvimento humano em sua plenitude corporal e
espiritual. Já Marrou (1975) vê com suspeição essa idéia,
afirmando que há uma passagem de uma cultura física e
guerreira, para uma intelectualização e para a vida política
da sociedade. Marrou (1975) adverte que o tão aclamado
desenvolvimento harmônico imputado à educação grega
só acontecera em um curto período de tempo em que a
moral guerreira e a política ainda coexistiam.
Manacorda (2006), ao analisar a história da
educação da antiguidade aos dias atuais, contempla
a Educação Física de forma a analisá-la em quase
todos os momentos da história, excetuado o início da
modernidade. O autor contempla a educação do corpo
no antigo Egito, na Grécia clássica, em Roma, na
educação guerreira dos povos bárbaros, a educação dos
21
cavaleiros e os desenvolvimentos da educação física e do
esporte no século XIX e início do XX. O que observamos
nas relevantes análises de Manacorda é, devido aos
limites que um manual geral necessariamente possui,
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a falta de aprofundamento das questões, reduzidas
que foram aos processos descritivos das atividades e da
constatação alternada entre a criação, desaparecimento
e renascimento da educação corpo.
Cambi (1999) contempla a questão da educação
do corpo e da educação física escolar. O autor italiano
apresenta rápidas análises sobre a temática, citando 1) os
jogos agonísticos gregos, 2) a condenação da corporeidade
nas epístolas paulinas, 3) os modelos educativos em
oposição na alta Idade Média, 4) a importância do corpo
no processo de construção do Estado moderno, 5) o
controle corporal nas relações humanas estabelecidas na
vida cotidiana, 6) a importância da ginástica em Vittorino
de Feltre, 7) o pensamento de Locke e a ginástica, 8)
análise da obra de Rousseau, 9) a relevância da Educação
Física na pedagogia alemã século XIX, 10) a necessidade
dessa modalidade educativa na obra de Spencer, 11) a
justificativa dada pelos socialistas utópicos e marxistas
à educação física e 12) ao focalizar a importância da
educação do corpo na Alemanha nazista, expressa em
Mein Kampf.
A relevância dessas análises é indiscutível para o
entendimento das maneiras como os homens pensaram e
realizaram a educação do corpo na história. Entretanto,
queremos colaborar com esses estudos cruzando as
informações e conclusões que elas trazem com as
transformações no mundo de trabalho que ocorrem e que
ocorreram na história.
Ao pretender colaborar com o debate metodológico
mais amplo que tem lugar na área de Educação e
Educação Física, e, também ao intencionar contemplar
uma análise de conjunto do pensamento educacional
moderno sobre o corpo, acreditamos que estas reflexões
dirigem-se para a satisfação de um duplo interesse.
Primeiramente, justificamos a realização desta obra por
acreditarmos ser necessário, no âmbito da pesquisa sobre
a educação do corpo, concatenar idéias e análises que,
normalmente, vistas como antípodas, poderiam oferecer
mutuamente complementações enriquecedoras. Tal é o
caso da polarização entre os aspectos gerais e específicos,
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entre os da coletividade e os da individualidade, entre
economia e cultura etc, que dirigem as opções teóricas
dos analistas. Assim, compomos este livro com a atenção
voltada para as inquietações dos pesquisadores nas duas
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áreas, sentidas na hora de elaborar suas leituras sobre os
processos educacionais na história. Em segundo lugar,
evidenciamos o possível valor deste estudo pela lacuna
mencionada em análises que investigam os caminhos
percorridos pelo pensamento educacional referente
à educação do corpo. Com isso, acreditamos que o
conjunto dos textos tem particular interesse nos cursos
de formação de professores em geral e de Educação
Física em particular, por oferecer uma leitura e convidar
à realização de outras a todos aqueles que iniciam a
construção de uma reflexão histórica sobre os limites e
as possibilidades da Educação Física.
Os textos que compõem este livro foram elaborados
no decorrer dos últimos cinco anos e refletem a intenção
de refletir sobre as formas históricas de se pensar e fazer
a educação corporal das sociedades. É esse ponto que
une todos os capítulos do livro. Isoladamente, porém, os
capítulos focam temáticas históricas específicas, podendo
ser lidos de forma desvinculada dos demais. Dito de
outra forma, optamos por fazer apontamentos sobre a
Educação Física na história do pensamento educacional a
redigir um manual ou um texto que fosse desenvolvendo
uma única reflexão do “começo” ao “fim”, tal qual
encontramos em teses, dissertações e em manuais de
história da educação.
Os capítulos foram publicados, parcial ou
integralmente, em diferentes periódicos na área de
educação, em circulação no país. Agradecemos aos editores
da Revista Histedbr-Online, Analecta, UNICENTRO e
Publicatio, UEPG. Agradecemos, também, à Fundação
Araucária pelos recursos que possibilitaram a publicação
desta obra.
25
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A EducAção FísicA nA históriA do pEnsAmEnto EducAcionAl