Uma breve nota:
A música desta apresentação chama-se “Ameno”
(amenizar, libertar), composta pelo grupo Era.
A tradução da letra, do latim, está logo a seguir, e
merece alguns instantes de reflexão, antes de se
prosseguir com a apresentação.
Dori me
Interi mo, Adapare
Dori me
Ameno, Ameno
Lantire, Lantire mo
Dori me
Sente a minha dor
Absorve-me, Toma-me
Sente a minha dor
Liberta-me, Liberta-me
Descobra-me , Descobra meus sinais
Sente a minha dor
Ameno, Omenare, imperavi
Ameno, Dimere, dimere
Mantiro, Mantire mo
Ameno
Suaviza (esta dor), Conforta-me
Entende, entende!
Mutilaram-me, Feriram-se, Libertame
AMENO
Omenare, imperavi emulari
Ameno
Omenare, imperavi emulari
Ameno, Ameno dore
Ameno dori me
Ameno dori me
Ameno, Dom
Dori me, Reo
Ameno dori me
Ameno dori me
Dori me, Dom
Suaviza (esta dor), Conforta-me
Grupo Era
Liberta-me
Suaviza (esta dor), Conforta-me
Liberta-me, Suaviza a dor, Suaviza a
minha dor, Suaviza a minha dor.
Liberta-me, Senhor
Suaviza a minha dor, Rei
Suaviza a minha dor
Suaviza a minha dor
Tira-me esta dor, Senhor!
K y r i e,
e l e i s o n!
Uma breve jornada,
oportunidades,
legados que ficarão...
Qual o mundo que deixaremos
- para as próximas gerações -,
quando partirmos?
Que herança lhe destinaremos ?
O futuro dependerá
do que agora fizermos.
E, certamente,
há muito para fazer...
Cabul, Afeganistão
Três anos depois da queda do regime Talibã, - num país dilacerado
pela guerra e onde as oportunidades de trabalho, alimentação e
necessidades básicas são escassas -, crianças disputam migalhas de
carvão que caem dos sacos transportados por camiões da Cruz
Vermelha, de modo a garantir o seu próprio sustento e o de suas
famílias.
Karkhla, Paquistão
Crianças com idade entre 4 e 6 anos, na sua maior parte provenientes
de famílias afegãs refugiadas da guerra civil que assola o seu país
natal, trabalham em fábricas de tijolos. O seu desgastante trabalho
consiste em virar os tijolos para que sequem mais rapidamente ao sol.
O seu peso de criança permite que realizem o seu penoso trabalho sem
amassar os tijolos em que se apoiam.
Tegucigalpa, Honduras
Abutres e crianças disputam as sobras que encontram num
aterro sanitário da capital hondurenha. Juan Flores e outras
crianças reviram o lixo a fim de encontrar qualquer coisa que
possa ser comido ou vendido.
Siliguri, Índia
Ruksana Khatun, de 9 anos de idade, quebra pedras na periferia da
cidade. Pequenas mãos calejadas em troca de um salário irrisório.
Segundo a Organização Internacional de Trabalho, OIT, mais de 220
milhões de crianças trabalham no mundo, mais da metade delas em
funções perigosas e em condições e horários precários, com jornadas de
trabalho de até 17 horas.
São Vicente, Colômbia
Na entrada de um bordel, a adolescente aguarda o próximo cliente.
Dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF,
revelam que milhões de crianças são vítimas da exploração sexual em
todo o mundo. Em cada ano, um milhão e duzentas mil crianças são
vítimas de tráfico e venda.
Triste mundo que assim trata as suas crianças...
Mais de 100 mil meninas são vítimas de exploração sexual no Brasil,
conforme dados da Organização Internacional do Trabalho, OIT.
O filme “Anjos do Sol” aborda a cruel realidade deste tema. Conforme relatos
da equipa de produção, a exploração sexual de crianças e adolescentes no país
ocorre em duas frentes: - nas cidades do litoral, estando ligado ao turismo
sexual realizado por estrangeiros; - e nas cidades do interior das regiões Norte
e Nordeste, onde a necessidade desesperada de renda criada pela pobreza leva
os pais a venderem as suas próprias filhas.
O filme expõe algumas das práticas que envolvem a exploração sexual infanto-
juvenil, como o leilão de meninas virgens, e os personagens que lucram com
esse mercado: aliciadores (que compram as meninas de suas famílias), donos
de boites, coronéis e políticos.
De entre tantas histórias tristes que inspiraram o roteiro do filme está a da
pequena menina apelidada de R$ 0,50, por ser este o preço que ela cobrava
por programa.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, estima que
existem 100 milhões de crianças a viver nas ruas do
mundo subdesenvolvido ou em desenvolvimento, das
quais 10 milhões no Brasil.
Muitas destas crianças mantêm algum tipo de laço
familiar, porém gastam a maior parte do tempo nas
ruas, - pedindo esmola, vendendo coisas de pouco
valor, engraxando sapatos, lavando vidros de carros
-, a fim de complementar o ganho familiar. Não raro,
se envolvem em pequenos furtos.
Outras
vivem
de
facto
nas
ruas,
em
grupos,
dormindo em prédios abandonados, debaixo de
pontes e viadutos, e em parques públicos.
Recife, Brasil
A
maioria
abusa
das
dessas
crianças
drogas,
que
as
Nos dois grupos, os meninos são a maioria. As
ajudam a fugir da realidade, a
meninas têm por destino a prostituição.
matar a fome, a aquecer-se...
Talvez seja hora de os políticos
e governantes
incluírem a «compaixão social»
nas suas agendas de trabalho.
Tão perversas como persistentes, as desigualdades sociais e a
pobreza atingem particularmente a população infanto-juvenil no país.
Os estudos têm mostrado que as condições de vida das crianças é
mais dura em lugares onde a infra-estrutura escolar é de baixa
qualidade.
Torna-se necessário, portanto, criar condições que estimulem um
aumento da frequência escolar, com a consequente ampliação dos
seus horizontes e o desenvolvimento das suas potencialidades.
As políticas destinadas a acabar com o trabalho infantil também
devem procurar eliminar a necessidade da família depender da renda
da criança.
Segundo dados do Escritório das
Nações
Unidas
de
Combate
às
Drogas e ao Crime, UNODC, o uso de
drogas
ilícitas
no
crescer,
apesar
mundiais
de
permanecem
mundo
dos
controlo.
como
os
está
a
esforços
Os
EUA
principais
consumidores de droga e cocaína no
Califórnia, Estados Unidos
mundo.
Não muito distante da Disneylândia, a
Terra da Fantasia, crianças, filhos de
pais viciados em drogas, procuram
latas
a
fim
de
complementar
o
orçamento familiar, e ajudam, como
podem, nos afazeres domésticos.
O aumento no consumo das drogas sintéticas - como a
anfetamina e estimulantes similares ao exctasy - é considerado
preocupante pela facilidade com que elas são produzidas, já que,
ao contrário das drogas tradicionais, não são necessárias
grandes áreas de plantações, recorrendo a produtos químicos
facilmente obtidos, em laboratórios muitas vezes improvisados,
tornando o combate ainda mais difícil.
Segundo o UNODC, a questão das drogas sintéticas exige uma
redefinição das abordagens adoptadas, devendo mudar-se o
paradigma
em
torno
da
questão
do
combate
às
drogas,
assumindo a prevenção uma importância muito maior do que a
repressão.
Congo, África Central
A avó de Chantis Tuseuo, de 9 anos de idade, estende a mão para a
sua neta, gravemente desnutrida, à espera de ser atendida num posto
de saúde nos arredores de Kinshasa.
No mundo, segundo dados do UNICEF, calcula-se que 55% das mortes
de crianças estão associadas à desnutrição, à fome que debilita
lentamente.
A desumanidade
das guerras…
Irlanda do Norte,
décadas de 80 e 90
Tchetchénia, 1997
Kosovo, 1999
África,
desde sempre
Faixa de Gaza,
Palestina, 2004
Iraque, 2005
Israel, 2006
Líbano, 2006
Etc., etc., etc...
Até quando?
É no coração da noite
que desponta o dia.
Qual o mundo que pretendemos deixar
para as gerações futuras?
Um mundo mais justo, certamente...
O Reino de Deus não irá
descer sobre as nossas
cabeças da noite para o dia...
Se somos sinceros no nosso
desejo de que ele venha até nós,
temos que fazer a nossa parte.
O Reino de Deus, marcado
pela justiça, pela
fraternidade, não descerá
dos céus...
Ele levantar-se-á do chão que
pisamos, regado pelo sagrado
suor dos que se preocupam
com o próximo.
A sua chegada depende de
pequenos actos de bondade, de
heróicos gestos de
«compaixão», de
misericórdia.
Qual o mundo que deixaremos
para as crianças de hoje,
e para as que ainda vão nascer?
Misericórdia
A palavra misericórdia, de origem latina, surge
da junção de misereo / miséria, e cor / coração.
Ela significa, portanto, um sentimento de empatia,
colocando a miséria do próximo no nosso próprio
coração.
A misericórdia refere-se ao coração que se
compadece, actua, intervém.
O oposto do amor não é o ódio,
mas a indiferença.
Erico Veríssimo
K y r i e,
e l e i s o n!
Antiga invocação grega que significa:
Senhor, misericórdia!
Envia o teu Espírito,
Envia a tua Misericórdia!
Eu preciso do teu Espírito,
da tua Força,
da tua Misericórdia!
Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia!
Jesus Cristo
Sermão da Montanha
Há ainda muito para ser feito
Quem semear, há-de colher...
Deus move o céu inteiro naquilo que
o ser humano é incapaz de fazer.
Mas não move uma palha naquilo
que a capacidade humana pode
resolver.
Antigo ditado oriental
Qual a minha resposta?
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Ameno