Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria. (Bíblia Sagrada. Tradução de: Almeida, João Ferreira de Primeira Epístola de S. Paulo aos Coríntios, 13:1-2-3. Rio de Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira, 1962, p.201) 1) No texto, nota-se o uso da expressão ainda que para relacionar as frases. O emprego dessa locução conjuntiva estabelece entre as ideias relacionadas um sentido de a) consequência. b) finalidade. c) concessão. d) adversidade. e) conclusão. 2) a) b) c) d) e) O texto acima pode ser consideradoconsequência. narrativo. épico. informativo. argumentativo. científico. S.O.S Português Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito diferente da escrita? Pode-se refletir sobre esse aspecto da língua com base em duas perspectivas. Na primeira delas, fala e escrita são dicotômicas, o que restringe o ensino da língua ao código. Daí vem o entendimento de que a escrita é mais complexa que a fala, e seu ensino restringe-se ao conhecimento das regras gramaticais, sem a preocupação com situações de uso. S.O.S Português Outra abordagem permite encarar as diferenças como um produto distinto de duas modalidades da língua: a oral e a escrita. A questão é que nem sempre nos damos conta disso. S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, Ano XXV, nº- 231, abr. 2010 (fragmento adaptado). 3) O assunto tratado no fragmento é relativo à língua portuguesa e foi publicado em uma revista destinada a professores. Entre as características próprias desse tipo de texto, identificam-se marcas linguísticas próprias do uso a) regional, pela presença de léxico de determinada região do Brasil. b) literário, pela conformidade com as normas da gramática. c) técnico, por meio de expressões próprias de textos científicos. d) coloquial, por meio do registro de informalidade. e) oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade. A gentileza é algo difícil de ser ensinado e vai muito além da palavra educação. Ela é difícil de ser encontrada, mas fácil de ser identificada, e acompanha pessoas generosas e desprendidas, que se interessam em contribuir para o bem do outro e da sociedade. É uma atitude desobrigada, que se manifesta nas situações cotidianas e das maneiras mais prosaicas. SIMURRO, S. A. B. Ser gentil é ser saudável. Disponível: em http://www.abqv.org.br. Acesso em: 22 jun. 2006 (adaptado). 4) No texto, menciona-se que a gentileza extrapola as regras de boa educação. A argumentação construída a) apresenta fatos que estabelecem entre si relações de causa e de consequência. b) descreve condições para a ocorrência de atitudes educadas. c) indica a finalidade pela qual a gentileza pode ser praticada. d) enumera fatos sucessivos em uma relação temporal. e) mostra oposição e acrescenta ideias. Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. 5) A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto. b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase. c) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase. d) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor. e) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso. O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma forte marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar à área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área. No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0. Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado). 6) O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009, contém vários conectivos, sendo que: a) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de cabeça. b) enquanto tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis para serem aplicadas no jogo. c) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem cronológica de ocorrência. d) mesmo traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola”, ter dificuldade não é algo naturalmente esperado. e) por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo motivaram o Botafogo a fazer um bloqueio. A variação linguística é uma característica inerente às línguas, expressando vários aspectos da potencialidade do idioma. Discutir o que é certo ou errado, sob a perspectiva das variantes, pode significar uma visão conservadora e limitada sobre os fatos linguísticos. Nesse sentido, afirmar que seja “errado” pronunciar ispia significa desconhecer as possibilidades de variação em uma língua como um sistema amplo de matizes. Aponte, dentre os enunciados a seguir, aquele que apresenta um “problema” de mesma natureza ao mencionado acima, sendo comumente considerado um “erro” grosseiro notado por aqueles que consideram a língua como um sistema amplo de opções e escolhas. a) é um absurdo falar em fast food quando naturalmente podemos utilizar uma refeição rápida. b) pra mim fazer não existe, pois mim não faz nada. c) simpatizar só pode ser simpatizar com, pois quem simpatiza, simpatiza com alguém. d) descer para baixo é impossível, pois quem desce só pode descer para baixo. e) ninguém consegue resolver um pobrema. 2002 teve o dia da “grande capicua” No dia 20 de fevereiro de 2002 vivemos um momento matemático que acontece apenas dez vezes a cada mil anos. Trata-se de um dia capicua, uma data que pode ser lida indiferentemente da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda (20.02.2002). Essa capicua, entretanto, foi especial, pois, além de ser a primeira do milênio, pode ser multiplicada pelos relógios digitais às 20h02, mostrando "20:02 20/02 2002". Um fenômeno como esse aconteceu apenas duas vezes anteriormente, às 10h01 de 10/01/1001 e às 11h11 de 1111, mas é claro que nessa época não se pode observar a sequência numérica em mostradores digitais. Grandes capicuas como essas só serão vistas mais uma vez na história da humanidade, às 21h12 de 21/12/2112. Após essa data, será impossível reproduzi-las, já que só existem 12 meses. Muitas pessoas acreditam que essas sequências numéricas simétricas são na verdade um sinal de boa sorte. (Disponível em: <www.terra.com.br/curiosidades>) 8) Na língua portuguesa há um fenômeno equivalente, chamado palíndromo. Nesse termo de origem grega, encontramos os elementos palin, de novo, mais dromo, percurso, circuito. A partir dessas informações, pode-se afirmar que há palíndromo em: a) o rato arranha a roupa do rei de Roma. b) o romano acata amores a damas amadas e Roma ataca o namoro. c) a decisão do governo causou comoção na população. d) esta é a mulher que mais se disputa. e) pude ver, nesta oportunidade, a realidade desta cidade. 9) Sobre essa obra, é correto afirmar que a) o verso aparece em linha reta e não se integra visualmente ao espaço. b) a expressividade do poema se dá apenas pelo seu conteúdo. c) o eu lírico do poema pode ser identificado pela terminação verbal. d) o poema não se aproxima das artes visuais. e) o poema mostra uma afinidade entre forma e conteúdo. O sedutor médio Vamos juntar Nossas rendas e expectativas de vida Querida, O que me dizes? Ter 2, 3 filhos E ser meio felizes? VERISSIMO, L. F. Poesia numa hora dessas?! Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. No poema O sedutor médio, é possível reconhecer a presença de posições críticas a) Nos três primeiros versos, em que “juntar expectativas de vida” significa que, juntos, os conjugues poderiam viver mais, o que faz do casamento uma convenção benéfica. b) Na mensagem veiculada pelo poema, em que os valores da sociedade são ironizados, o que é acentuado pelo uso do adjetivo “médio” no título e do advérbio “meio” no verso final. c) No verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” é sinônimo de metade, ou seja, no casamento, apenas um dos conjugues se sentiria realizado. d) Nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas” indica que o sujeito poético passa por dificuldades financeiras e almeja os rendimentos da mulher. e) No título, em que o adjetivo “médio” qualifica o sujeito poético como desinteressante ao sexo oposto e inábil em termos de conquistas amorosas. O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a ideia que pretende veicular. b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”. c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o espaço da população rica. d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico. e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso da família. A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais e imagéticos na constituição de seus textos. Nessa peça publicitária, cujo tema é a sustentabilidade, o autor procura convencer o leitor a a) Assumir uma atitude reflexiva diante dos fenômenos naturais. b) Evitar o consumo excessivo de produtos reutilizáveis. c) Aderir à onda sustentável, evitando o consumo excessivo. d) Abraçar a campanha, desenvolvendo projetos sustentáveis. e) Consumir produtos de modo responsável e ecológico.