ESSAS ÁGUAS JÁ TÊM NOME
MEMÓRIA ORAL AJUDA A RESGATAR A HISTÓRIA DOS NOMES DOS
CÓRREGOS DE CAMPO GRANDE
Thaísa Bueno 1
Resumo
Os nomes dos córregos, diferentemente das ruas, não estão assegurados por decretos de lei e raramente se
encontra um registro histórico que possa ratificar de onde vieram. Campo Grande, capital de Mato Grosso
do Sul, é cortada 33 córregos e a história do nome destes, na sua maioria, só existe na oralidade ou na
lembrança de quem ouviu histórias antigas ou viveu na época da formação da cidade. Assim para
recuperar um pouco da história dos principais córregos de Campo Grande recorreu-se a reconstituição das
lembranças de moradores e estudiosos. A pesquisa inicial integrou um trabalho desenvolvido pela ARCA
(Arquivo Histórico de Campo Grande). Até então nenhuma outra publicação do arquivo ou das
bibliotecas de Mato Grosso do Sul tinha registros dos nomes das águas que cortam a cidade, com exceção
de duas citações que contavam um pouco do contexto que envolveu a escolha dos nomes Prosa e Segredo,
os dois córregos mais famosos de Campo Grande. Neste artigo, o assunto ganha uma conotação mais
analítica e serve de registro e alerta para história que se perde sem uma inscrição em papel. Para chegar
aos personagens que ajudaram a mapear esse conhecimento foram ouvidas mais 30 pessoas. Muitas
lembranças se repetiram, e essas foram as que selecionamos para a montagem deste estudo.
Palavras-chave: Córregos; Campo Grande; Oralidade.
Hoje parece certo que percebemos a realidade por meio da nossa língua. Ela é a
forma de categorizar, organizar e, mais, interpretar o mundo. Fiorin (2005, p.54)
exemplifica bem isso quando diz que criamos nossa realidade por meio da linguagem:
“Isso significa que a realidade só tem existência para os homens quando nomeada. Os
signos são, assim, uma forma de apreender a realidade”.
E a escolha destas palavras que usamos para conhecer certas coisas, revela
particularidades da nossa cultura e denota curiosidades da nossa história. Por exemplo, é
possível que você nunca tenha se perguntado por que chamamos de córrego o pequeno
rio que segue com fluxo de água bastante tênue, mas provavelmente, em algum
momento, questionou-se sobre porque as coisas têm determinados nomes e não outros,
às vezes até mais evidentes ou fáceis de entender.
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Jornalista e mestre em Letras pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), campus de
Três Lagoas. Atua como docente das instituições de ensino superior Anhanguera-Uniderp e Estácio de
Sá de Campo Grande. É também acadêmica do curso de Letras da Unigran Capital.
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Esse questionamento faz-me lembrar de um livro da infância, “Marcelo, Marmelo,
Martelo”, de Ruth Rocha (1999). Na história, o menino Marcelo, que certo dia parou
para pensar sobre a origem do nome das coisas, acaba por concluir que as designações
usadas não eram, assim, as mais adequadas. Ele se pergunta, por exemplo, por que
chamamos de leite o “suco de vaca”, e prefere trocar “travesseiro” por “cabeceiro”;
“cadeira” por “sentador”; “colher” por “mexedor” e assim por diante.
O questionamento do personagem, simplificado na figura infantil, foi por muito
tempo um dos maiores dilemas da raça humana. Desde os gregos que o homem se
perguntava se o que nomeia as coisas do mundo era resultado de uma decisão natural ou
uma convenção. Esta foi inclusive uma das bases mais importantes dos estudos
saussureanos. Para o pensador, os signos eram formados pela união do conceito
(significante) e do significado (imagem acústica). O significante seria uma
representação mental do objeto, o que lhe configuraria sentido, e estaria condicionado às
questões socioculturais em que está inserido.
É com base neste entendimento que Saussure definiu o signo lingüístico como
arbitrário. “A idéia de <pé> não está ligada a nenhuma relação à cadeia de sons [p] e [ε]
que lhe serve de significante; podia ser tão bem representada por qualquer outra”
(Saussure: 1972, p.24).
Para Saussure (1974) a relação não é de coisas e palavras, mas de conceitos a
imagens acústicas. Isso muda completamente a perspectiva vulgar, e muitas vezes
consensual, de que o mundo existe, as coisas existem e depois nós o denominamos.
Como se as palavras fossem meras etiquetas.
“Se existe um mundo repleto de coisas e cabe à língua apenas nomeá-las ela
acaba por reduzir-se a um reflexo das coisas. Desse ponto de vista, a língua
não tem um domínio próprio, pois, como um reflexo das coisas do mundo, é
entendida apenas como colação de nomes”, (PIETROFORTE, p. 61).
A discussão deste artigo não é sobre a formação das palavras. Não vamos discutir
aqui a etimologia desses signos e se suas associações foram motivadas ou arbitrárias,
mas esta reflexão inicial é pertinente porque a concepção de significante como um
conceito que se deixa influenciar também pelas relações do contexto é importante para
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entender as escolhas das palavras que nomeiam os córregos da cidade. Afinal, coerente
com o conceito de signo, uma vez formadas, as palavras vão adquirindo novos sentidos,
agregando significações típicas do contexto social em que são usadas.
Os nomes dos córregos, diferentes das ruas, não estão assegurados por decretos de
lei e raramente se encontra um registro histórico que possa ratificar, com certeza, de
onde vieram. A cidade tem mais de 30 córregos e a história do nome deste, na sua
maioria, só existe na oralidade ou na lembrança de quem ouviu histórias antigas ou
viveu na época da formação da cidade.
Assim para recuperar um pouco da história dos principais córregos de Campo
Grande recorreu-se a reconstituição das lembranças de moradores e estudiosos. Dos 33
córregos que correm na cidade, foram selecionados 16 para compor este estudo. Tratamse daqueles que percorrem o perímetro urbano e cujos nomes foram possíveis encontrar
uma explicação entre os depoimentos dos entrevistados. A pesquisa inicial integrou um
trabalho desenvolvido pela ARCA (Arquivo Histórico de Campo Grande) na produção
da revista “Campo Grande: Um divisor de águas” (2009). A pesquisa permitiu a
produção de matéria, em formato de reportagem humanizada, com desenhos e
curiosidades sobre essa particularidade histórica da cidade. Até então nenhuma outra
publicação do arquivo ou das bibliotecas de Mato Grosso do Sul tinha registros dos
nomes das águas que cortam a cidade, com exceção de duas citações, em livros distintos
de Paulo Coelho Machado (1900?) e Themistocles Paes de Souza Brazil (2005), que
contavam um pouco do contexto que envolveu a escolha dos nomes Prosa e Segredo, os
dois córregos mais famosos de Campo Grande. Sobre as demais, nada foi encontrado.
Nessa versão, em formato de artigo científico, o assunto ganha uma conotação mais
analítica e serve de registro e alerta para história que se perde sem uma inscrição em
papel. Para chegar aos personagens que ajudaram a mapear esse conhecimento foram
ouvidas mais 30 pessoas. Muitas lembranças se repetiram, e essas foram as que
selecionamos para a montagem deste estudo.
Oralidade
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Antes apresentarmos as razões que levaram a nomeação dos córregos da cidade é
importante perceber que a oralidade é um recurso importante na tentativa de suprir as
lacunas históricas que não estão passíveis de estudo com documentos oficiais
disponíveis. Schimdt (2000) lembra que para estudar a história oral é preciso
compreender a construção dessa lembrança não como uma ação exclusivamente pessoal
do entrevistado, mas como uma memória partilhada, integrada ao seu grupo social. “A
memória deveria ser analisada como um fenômeno social, construída coletivamente a
passível de constantes transformações, o que contraria as hipóteses de que a memória
apresenta-se puramente individual” (p. 10).
A reflexão complementa o pensamento de Halbwachs (1990, p.32), o qual defende
que “a memória é resultado do movimento do sujeito no ato da memorização, como
também é ação dos diversos grupos sociais em suas histórias, o passado e presente”.
Neste contexto podemos afirmar que as fontes orais que ajudam a resgatar a história
das águas que cortam a cidade permitem, mais que uma simples anotação de palavras,
uma reflexão sobre o que éramos e o que nos tornamos. Isso porque ao apresentarem
suas lembranças os entrevistados discorrerem sobre a razão dessas escolhas, revelam
particularidade sociais, econômicas e políticas da cidade num determinado momento
histórico.
As fontes orais permitem, de uma forma organizada, o conhecimento e
compreensão de valores sociais, religiosos e educacionais, normas,
comportamentos veiculados por esta oralidade. A tradição oral constitui um
patrimônio da comunidade (...) (BUENO, 2008, p.6).
A história de Campo Grande tem sido alvo de diversos estudos. Uma das
pesquisadoras reconhecidas neste campo em Mato Grosso do Sul é a historiadora
Alisolete Antônia dos Santos Weingartner, que entre outras obras assina “Retratos da
memória e cultura dos 78 municípios de Mato Grosso do Sul” (2008). Em depoimento
oral para a investigação que gerou este artigo a pesquisadora admite que embora tenha
feito muitos estudos sobre a história da Capital e do estado, o resgate da origem dos
nomes dos córregos é um trabalho ainda por ser feito e confirmou o caráter frágil das
informações que ficam na oralidade.
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“Em geral são certas particularidades que dão nomes aos córregos. Elas acabam
sendo partilhadas por aquela comunidade e depois são repassadas por gerações. Eu
mesma conheço algumas histórias porque ouvia de meu pai. Outras acabamos
esquecendo”, (WEINGARTNER, Alisolete. Entrevista em Outubro de 2009).
De uma maneira geral foi possível classificar as escolhas dos nomes desses 16
córregos em quatro categorias: Particularidades Semânticas, cujo entendimento da
palavra já indica sua escolha; Abundância de Recursos Naturais, nomes que denotam
características da região onde o córrego se encontra, sejam marcas históricas ou
permanentes; Tarefas, cujo trabalho desenvolvido ali incentivou a nomeação; e
Pitorescos, cujo nome remete às atitudes do convívio social.
Vale lembrar que quando nascemos a maioria dessas águas já tinha sido batizada e,
portanto, muitas destas referências não existem mais. E, se não podemos mudar os
nomes conforme nosso interesse ou alterações do ambiente, resta tentar descobrir de
onde veio cada uma destas denominações.
Na primeira classificação, Particularidades Semânticas, encontram-se nomes
simples, que em geral servem para adjetivar uma região. Um exemplo claro é do
Córrego Limpo, que antecipa a imagem da água cristalina que corria no local.
Já na segunda categoria estão os nomes que fazem referência à abundância de
recursos naturais encontrados próximo ao rio. Se hoje parece inimaginável pensar em
tamanduás caminhando tranquilamente ao redor de um córrego que percorre o perímetro
urbano da Capital, é fato que por muito tempo eles devem ter vivido ali. É do farto
contingente do mamífero que um dos córregos da cidade recebeu o nome de Bandeira,
indicação mais que direta ao tipo de bicho que vivia por ali. “Hoje até parece estranho
pensar em tamanduás em Campo Grande. Mas isso é no século 19” (Weingartner,
Alisolete. Depoimento oral. Outubro de 2009).
E eram tantos animais que até uma grande fazenda que tinha na região acabou
recebendo no nome de Bandeira. Conforme Weingartneer (idem), muita gente acaba
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pensando que o nome do córrego é por causa da fazenda, mas, na verdade, ambos,
fazenda e córrego, faziam referência ao morador exótico.
Também foi a população significativa de lontra que deu título ao córrego que é
homônimo do mamífero aquático. E foi da fartura de uma planta, cuja casca dura era
usada para o fabrico de diferentes utensílios domésticos, que a cidade também tem um
córrego chamado “Cabaça”. “A população costumava recolher essas cascas para fazer
utensílios variados” (idem).
Nessa classificação também estão dois córregos que hoje guardam poucas
semelhanças com a paisagem que lhe deu o nome, como o córrego Bálsamo, que corre
ao sul da cidade. Segundo informações da Associação Bálsamo (Romero, Eduardo.
Depoimento oral. Outubro de 2009), o nome faz alusão à madeira muito perfumada e
que comumente é usada na fabricação de perfumes. Hoje não há nenhum pé de bálsamo
ao longo do rio. Para garantir a recuperação do espaço e quem sabe o retorno do
perfume que um dia levou o campo-grandense a chamar de Bálsamo o feixe de água
corrente da região, a associação promove campanhas de reflorestamento às margens do
córrego. Entre as mudas que são plantadas ali, uma parte delas é justamente a planta
aromática. São mais de duzentas espécies, mas entre elas pelo menos 10% são de
bálsamo.
Situação idêntica ao Córrego Guariroba, que de acordo com informações orais
obtidas com o coordenador da Central de Movimentos Sociais, Haroldo Borralho
(Outubro de 2009) a nomenclatura lembra a fruta que era colhida com freqüências ao
logo daquela região. Embora a guariroba seja vegetação típica do Cerrado, hoje não se
encontra mais por ali.
Também entram nessa seleção os rios que recebem nomes indígenas. Entre eles
estão córregos como Imbirussu e Ananhandui. O primeiro significa “paina amarela” ou
“cedro d’água”, e refere-se a um tipo de bambu muito comum por ali; já o segundo, ao
pé da letra, traduz “rio de emas”, e personifica um lugar apontado pelos indígenas como
um habitat típico da ave de pescoço comprido.
O que se faz ali?
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Também das tarefas praticadas próximos à água, algumas delas acabaram recebendo
um nome. É o caso do córrego Lajeado, que conforme contou o morador do bairro
Maria Aparecida Pedrossian, Jânio Batista de Macedo (Depoimento oral. Outubro de
2009) faz referência à argila usada para fabricação de tijolos e que se formava bem
próximo à sua nascente. De acordo com ele “eram duras como laje”. A história é
confirmada por outros moradores, inclusive pela pesquisadora Weingartner que garantiu
que a argila era tão dura que foi, por muito tempo, usada por diversas olarias.
Foi também do cotidiano de trabalho que os córregos receberam os nomes de Estiva
e Estaca. O primeiro, também resgatando as histórias contadas pela professora, ficou
marcado porque na região os trabalhadores armavam andaimes, como as estivas que
servem de contrapeso nas embarcações, para esperar animais. Esses andaimes eram
usados para caçar capetos e capivaras.
Já Estaca, nas lembranças de Orlando Brito de Alencar (Depoimento oral. Outubro
de 2009), recebeu este nome por conta das varas pregada no local e que serviam para
cercar a areia formada ali. Os tocos de madeira eram cravados próximos à água, para a
lavagem da areia, que seria comercializada depois.
Também foi por conta de um comerciante muito famoso na região, Antônio Vendas,
que outro córrego recebeu ficou sendo chamado pelo sobrenome da família que vivia
ali: Vendas. Segundo Consta, ele mantinha no local uma olaria que se tornou referência
na região. E já que estava com o negócio próximo ao rio, nada mais natural do que
servir de indicação.
Antigos costumes
Mas alguns córregos não têm seus nomes ligados ao trabalho realizado ali nem à
abundância de recursos naturais. São os córregos que carregam no nome histórias
engraçadas e resgatam os costumes de sua época, são aqueles classificados como
Pitorescos.
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É das lembranças de Orlando Brito que se fica sabendo, por exemplo, que o córrego
chamado Ceroula faz referência a uma peça de roupa antiga, uma espécie de cueca bem
justa que cobria da cintura até o tornozelo usada pelos viajantes. “Antigamente, bem
antigamente, muitos viajantes usavam este córrego para lavar a roupa, às vezes a roupa
do corpo. Muitos ficavam só com essas ceroulas enquanto aguardavam secar as vestes.
Daí ficou apelidado de Ceroula”, (Depoimento oral. Outubro de 2009).
É também de um costume das comitivas que outro córrego passou a ser chamado de
Pouso Alegre. Conforme lembra, era o lugar onde os boiadeiros se encontravam para
tocar viola e tomar tereré. E como era a hora do descanso, do pouso, ficou conhecido
assim.
E não foi de um erro de percurso que se chegou ao córrego “Engano”. Sua escolha
está na lembrança de Brito, mas também nas de Weingartner. Conforme contam,
chamava-se Engano porque embora a água parecesse muito mansa, o rio era fundo.
Quando as pessoas iam atravessá-lo, pensavam deparavam-se com uma vazão de água
baixa, mas no meio da travessia a profundidade chegava a cobrir até o pescoço; ou seja:
“enganava os olhos”.
E se uns se enganavam, outros se esqueciam. É da falha na memória que outro
córrego da cidade passou a ser chamado de Botas. “O córregos Botas ficou assim
conhecido porque era uma região em que os viajantes paravam para descansar. Muitos
acabavam dormindo e, ou esqueciam o calçado ou, às vezes, era a água que levava”
(Brito, Orlando. Depoimento oral. Outubro de 2009).
Essas águas já têm nome
E se até então os nomes dos córregos eram mais um enigma resgatado das
lembranças de antigos moradores e causos repassados por gerações, os dois principais
riachos da cidade Prosa e Segredo têm nomes cuja história quase todo mundo sabe na
ponta da língua.
Tirando o fato de serem os mais conhecidos, também estão registrados em livro. Na
obra “Campo Grande, a Cidade Onde Eu Moro”, (2000?) o historiador Paulo Coelho
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Machado conta que próximo a um rego d’água ficava uma figueira bem grande. À sua
sombra, os moradores do antigo arraial “ficavam ferrados em prosa”, daí o nome do
córrego. Já o outro, conforme o autor, recebeu o nome de Segredo porque era o lugar
onde se comentava bastante sobre amores ocultos de Manoel Olivério, um antigo
morador do local. Conforme escreveu Paulo Machado foi “o primeiro escândalo do
povoado”.
Outra referência sobre o assunto está na obra de Themistocles Paes de Souza Brazil
“Ligeira Notícia Sobre a Vila de Campo Grande” (2005). Nessa obra o autor comenta
que, na verdade, as denominações pitorescas dos dois córregos estariam ligadas “A luta
que se travou em tempos passados entre moradores das margens uns dos outros”.
Na verdade a história real dessa lutas ou amores nunca se soube. Um indício ou pista
está na memória dos antigos moradores ou na fantasia de outros. Ao que parece um
mistério que se conserva muito bem guardado. Felizmente nem todos os nomes ficaram
em segredo e ainda que não tenha um registro documental que assegure suas origens, é
da cultura popular e das recordações de quem aqui viveu desde as primeiras edificações
que conseguimos entender um pouco mais sobre quem somos e a cidade onde vivemos.
Referências
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Campo Grande: Prefeitura Municipal de Campo Grande, 2009.
BACCEGA, M.A. Da palavra ao discurso. História e literatura. São Paulo: Ática,
1995.
__________________________. Comunicação e linguagem: discursos e pesquisa. São
Paulo: Moderna, 1998.
BOSI, Ecléia. Tempo Vivo da Memória: Ensaios de Psicologia Social. Petrópolis:
Vozes, 2003.
BRAZIL, Themistocles Paes de Souza. Ligeira notícia sobre a vila de Campo Grande.
Campo Grande: Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, 2005.
BUENO, Francisca Izabel da Silva. A importância da história oral como instrumento
de inclusão da cultura negra. Florianópolis: Revista Fazendo Gênero. Vol.8, 2008.
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FIORIN, José Luiz. (Org.) Introdução à lingüística I. Objetos teóricos. São Paulo: Contexto,
2005a.
MACHADO. Paulo Coelho. Campo Grande, a Cidade Onde Eu Moro. Disponível no
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PIETROFORTE. Antônio Vicente. In FIORIN, José Luiz. Elementos de análise do
discurso. São Paulo: Contexto, 1989.
ROCHA, Ruth. Marcelo, Marmelo, Martelo e outras histórias. São Paulo: Salamanca,
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SAUSSURE, Ferdinand de. Curso se lingüística geral. Lisboa: Publicações Dom
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SHIMDT, R. J. Memória(s) e Mito Político Reflexões Teóricas. In: LOPES, Marcos.
Org. Espaços da memória: Fronteira. Cascavel: Edunioeste, 2000.
WEINGARTNER, Alisolete Antônia dos Santos. Retratos da memória e cultura dos 78
municípios de Mato Grosso do Sul. Campo Grande: Prefeitura de Campo Grande, 2008.
Recebido Para Publicação em 26 de agosto de 2010.
Aprovado Para Publicação em 25 de novembro de 2010.
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