Produção Animal I Noções básicas sobre produção de bovinos de corte Acélio Fontoura Júnior [email protected] MAIOR REBANHO COMERCIAL DO MUNDO E MAIOR EXPORTADOR DE CARNE BOVINA DO MUNDO Sistemas de produção Entoure de uma maneira geral Puberdade 1° °e 2° ° entoure Demanda dos ventres e terneiros Disponibilidade forrageira Solteiras Duração da ER Com cria ao pé Início da estação reprodutiva Prenhez na estação reprodutiva Distribuição de cios Manejo nutritivo de ventres adultos e eficiência reprodutiva Muito se tem estudado e escrito sobre os níveis nutritivos pré e pós-parto e sua influência sobre o comportamento reprodutivo; Qual é mais importante? Pré ou pós parto? A alimentação é o fator que mais influência tem sobre o reinicio da atividade sexual pósparto; Mais do que a alimentação, se deve referenciar, o estado corporal da vaca, que logicamente reflete o nível de nutricional ao qual foi submetida. Influência do nível nutricional pré e pós-parto sobre o intervalo parto primeiro cio Níveis Nutricionais (NDT) Pré-parto Pós-parto Porcentagem de vacas em cio (Dias pós parto) 50 60 70 80 90 Alto (4,0) Alto (7,0) 65 80 90 95 95 Alto (4,0) Baixo (3,5) 76 81 81 86 86 Baixo (2,0) Alto (7,0) 25 45 70 85 85 Baixo (2,0) Baixo (3,5) 6 17 22 22 22 Wiltbank et al., 1962 RELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS NUTRICIONAIS PRÉ E PÓS-PARTO Influência de diferentes níveis nutricionais sobre o peso e a fertilidade de A. Angus Nível pré-parto Nível pós-parto Alto Alto Baixo Baixo Alto Baixo Peso inicial (kg)/ 390 396 Peso pré-parto (kg) 417 360 Peso pós-parto (kg) 383 333 Peso inicio entoure (kg) 381 386 349 343 Peso fim entoure (kg) 423 397 419 376 Prenhez (%) 90,0 90,9 96,9 55,2 Hight, (1968) Diferentes pesos vivos e fertilidade de vacas Hereford. Grupo 1 Grupo 2 Peso no Outono (kg) 434 381 Peso imediato pós-parto 413 347 Peso inicio do entoure (kg) 424 342 89 51 Nascimentos (%) Rovira (1972) Índices de prenhez em vacas alimentadas com diferentes níveis de energia pré e pós-parto Nível de energia (Mcal EM) Pré-parto Pós-parto % de prenhez Aos 20 dias de entoure Aos 90 dias de entoure BaixoBaixo 7,4 13,1 15 20 Baixo-Alto 7,4 26,2 46 95 Alto-Baixo 14,8 13,1 34 77 Alto-Alto 14,8 26,2 60 95 Adaptado de Weisenburger (1979) Variações do peso vivo e do estado corporal durante o ano (adaptado de Lincoln College, 1988). Segundo entoure Puberdade e primeiro entoure Parto até a finalização do segundo entoure 1º 2º É o mais importante de toda a vida de um ventre Futura vida produtiva 1º 2º Peso ao 1º entoure Manutenção CC Conceber Crescimento Gestação Concepção Conceber cedo Parto Lactação Manejo da primípara Qual o ventre mais difícil de emprenhar ? É o ventre que está criando seu primeiro terneiro IP 3 anos IP 2 anos Produção de leite Um bom índice reprodutivo no segundo entoure Significa Bom manejo alimentar Esse contexto nos obriga a manejar as prímiparas Desde o 1º entoure até finalizar o 2º Separadamente Nível nutricional quanti e qualitativo Novilhas de dois anos em preparo para entoure (out/08, Estância Guatambu, Dom Pedrito, RS) Primíparas aos três anos (out/08, Estância Guatambu, Dom Pedrito, RS) Anestro pós-parto mais prolongado Percentagem de ventres em cio em função dos dias transcorridos desde o parto Dias pós-parto Idade 40 50 60 70 80 90 3 anos (1ª parição) 15 24 47 62 68 90 Com + de 1 30 53 72 82 89 94 Wiltbank, 1970 Novilhas com cria ao pé aos dois anos de idade retomam a função ovariana 20 a 40 dias depois que as vacas multíparas (Wiltbank, 1970) Um dos motivos para antecipação do acasalamento em novilhas (21 dias) Supondo-se um entoure de 60 dias Concepção Parição Intervalo partoinicio do entoure Primeira a parir Última a parir 15 de nov 14 de jan 25 de agosto 25 de out 82 dias 22 dias 15/11 C 25/08 P Anestro 60 dias 22 14/01 Entoure Entoure 2º caso Entoure 25/10 P 22 Anestro 60 dias Entoure C Época de parição e cios possíveis no próximo entoure Intervalo parição Intervalo parição Cios possíveis Dia da começo do começo do até o fim do concepção entoure (dias) entoure (dias) entoure 1 82 142 4 20 62 122 3 40 42 102 2 60 22 82 1 Alimentação pré e pós parto da novilha/primípara prenha Como já vimos os dois momentos são importantes Pré pós parto Novilha Parto aos 2 anos 80% do PV adulto 3 a 3,5 CC Novilha Parto aos 3 anos 85% do PV adulto 3 a 3,5 CC Vaca com peso adulto de 400 – 420 kg 320 – 340 kg (parto aos 2) 340 – 360 kg (parto aos 3) Foto: Prímipara aos 3 anos, Estância Guatambu, Dom Pedrito, RS Manejo da novilha primípara aos 3 anos Muito semelhante a primípara aos 2 anos de idade Diferença dessas duas está no 1º ano de vida Ritmo de crescimento mais lento nas primíparas aos 3 anos Vaca com peso adulto de 400 – 420 kg 320 – 340 kg (parto aos 2) 340 – 360 kg (parto aos 3) Praticamente o mesmo peso, com um ano a mais Ao entoure (segundo, aos 3 anos) - 3 – 3,5 de CC Peso ao entoure de 90% do peso adulto Vaca com peso adulto de 400 – 420 kg 360 – 380 kg Condição corporal e peso vivo ao parto e ao segundo entoure em primíparas, para um tamanho de vaca adulta de 400 – 420 kg (raças britânicas e suas cruzas) Idade a 1ª parição Parto Segundo entoure CC Peso kg % PV adulto CC Peso kg % PV adulto 2 anos 3 320 - 340 80 3 – 3,5 340 – 360 85 3 anos 3 340 - 360 85 3 – 3,5 360 - 380 90 São estimativas, valores referenciais Analisar essa tabela e os pesos que consideramos para primíparas aos 2 anos 80 kg 1º entoure GMD = 0,220 2º entoure Comportamento reprodutivo de vacas relação ao peso vivo (Rovira, 1969) Hereford em I II III Peso ao 1º entoure com 2 anos, kg 291 268 260 Peso ao parto aos 3 anos, kg 419 330 269 Aumento de peso, kg 128 62 9 Intervalo parto-cio 85 113 164 Prenhez (segundo entoure), % 95 51 0 Grupo Do mesmo autor Peso pós-parto Prenhez , % 305 342 354 33 56 84 Baixos índices de prenhez Associados Longos intervalos parto-1º cio pós-parto Determinam Longos intervalos parto-concepção Poucos ventres que ficam prenhes O fazem tarde Falharão no seguinte entoure Disponibilidade e qualidade da forragem Fim do 1º entoure 300 kg Pós-parto Começo 2º entoure 340 kg 360 - 370 kg 60 a 70 kg em 300 dias GMD = 0,210 kg Fim do 2º entoure Não pode perder peso e é desejável que ganhe Manejo de touros Touros São a parte mais importante e um rodeio de cria Para cada touro existem muitos vacas Ampla relação touro:vaca Melhoramento genético Número de terneiros por geração Em última instância O touro determina a época de parição da vaca E ainda, se vai parir ou não CAPACIDADE REPRODUTIVA CAPACIDADE REPRODUTIVA EUA, Austrália e Canadá 15 a 25% de touros inaptos para reprodução Desde totalmente estéreis ou de reduzida fertilidade Até dificuldades para monta – problemas de pata e/ou no pênis. Geymonat, 1984 Uruguai 17,8 % de touros questionados 6,6% descartados por diversos problemas 13,5% de touros não aptos a reprodução Incidência de anormalidades que podem afetar a capacidade reprodutiva de touros Incidências, % Anormalidades Touros jovens 15 – 24 meses Touros adultos 3 e + anos Baixa capacidade de serviço 12,8 9,4 Testículos flácidos e pequenos 5,4 2,9 Lesões penianas 0,4 7,2 Artrites - 9,2 Problemas de pata - 1,8 18,4 30,4 Total de anormalidades 643 touros jovens e 447 adultos, Austrália Blockey, 1978 Do quadro que vimos Necessidade de touros a mais Prever que 1 em cada 5 que começam o entoure pode apresentar problema A capacidade reprodutiva de um touro está determinada fundamentalmente por: Desenvolvimento testicular e escrotal Qualidade do sêmen Capacidade de serviço (líbido) Desenvolvimento testicular e escrotal Devem ter a forma de uma bola de futebol americano Devem ser do mesmo tamanho E ficar suspensos uniformemente dentro do escroto, entre as patas traseiras Em geral touros com CE obtém % de retenção de serviços por parte dos ventres Além disso Touros com CE Produzem novilhas que alcançam puberdade a idade Raças britânicas, animais bem criados deveriam ter, como mínimo, as seguintes CE (valores referenciais) Idade (meses) Perímetro escrotal (cm) 15 30 18 32 24 34 Rovira, 1996 Uma maneira prática, que, no entanto, não elimina a análise microscópica É a palpação dos testículos Testículo firme Produzem sêmen de boa qualidade Testículo flácidos Submeter a análise Relação entre a capacidade de serviço e a taxa de prenhez. Capacidade de serviço Vacas prenhas no 1º cio, % Taxa de prenhez, as 10 semanas de entoure, % 0 - 1 (baixa) 4 – 40 4 – 67 2 – 3 (média) 55 - 65 89 – 93 4 – 7 (alta) 62 - 78 90 - 100 Blockey, 1978 (não publicado) citado por Geymonat ALIMENTAÇÃO Os touros ao começar o entoure devem possuir ECC: Não < 3,0 e nem > 3,5 – 4,0 É tão ruim que os touros estejam fracos como excessivamente gordos ao início da ER DOMINÂNCIA Algumas regras devem ser seguidas: 1) Não colocar touros jovens com adultos Isto não significa que não haverá dominância, já que sempre haverão touros dominante, embora de mesma idade e estado. Se isso ocorrer, retirar o dominante ou o dominado Pastejando apartado do rodeio Conseqüência disso: A proporção touro:vaca será menor que a estipulada Haverão vacas em cio que não serão servidas Vamos supor: 120 vacas 4% 5 touros 1 dominado 4 touros 3,33% 120 vacas 1:40 (2,5%) 3 touros 1 dominado 2 touros 1:60 (1,66%) O touro dominante tem um comportamento muito particular Mesmo que esteja esgotado fisicamente pelo excesso de trabalho - de nenhuma maneira permite que os outros se aproximem das vacas em cio. 1) Não juntar touros mochos e aspados Aspado tende a dominar o mocho e esse último deixará baixa descendência. Existem comprovações que: Quando um touro trabalha sozinho em um rodeio de 33 vacas, obtém maiores % de prenhez Do que quando trabalham 3 touros juntos em um rodeio de 100 vacas Tranqüilidade – não necessita de enfrentamento Esse touro tem domínio total sobre o rodeio Quando trabalham juntos são comuns as brigas e, por causa dessas, podem passar despercebidas vacas em cio É evidente que, na prática, é difícil se conseguir trabalhar com um touro por rodeio. Vamos supor que, não foi feito andrológico, e o touro dominante é infértil: 120 vacas 4% 5 touros 1 dominado + 1 infértil 3 touros 2,5% 120 vacas 1:40 (2,5%) 3 touros 1 dominado + 1 infértil 1 touros 1:120 (0,83%) Como podemos identificar os touros mais férteis antes da temporada reprodutiva? A avaliação andrológica é uma técnica que pode ser utilizada na identificação "a priori", da fertilidade dos touros. Esta avaliação consiste num conjunto de exames que visa investigar a capacidade reprodutiva potencial dos reprodutores. Efeito da libido e de diferentes proporções touro:vaca nas taxas de prenhez, segundo vários autores, no Brasil. Distribuição de cios na estação de monta 60 8 Fêmeas em cio (%) 6 40 5 30 4 3 20 2 10 1 0 0 1 2 3 4 Ciclos estrais Fêmeas em cio Proporção macho:fêmea Proporção macho:fêmea 7 50 DESMAME