Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Veterinária
CAMPILOBACTERIOSE GENITAL BOVINA
Ana Paula Reinato Stynen
CAMPILOBACTERIOSE GENITAL BOVINA
INTRODUÇÃO
• Doença infecciosa de transmissão sexual.
• Causa mortalidade embrionária
• Provoca infertilidade temporária com repetições de cio
e ocasionalmente abortos.
Situação no Brasil
Primeiro diagnóstico no Brasil 1954
Presente em propriedades de pecuária de leite e de corte em
vários estados.
Região do Pantanal, MS, 89,5% das propriedades e 52,3% dos
touros foram identificados como infectados ( Pellegrin, et al.,
2002)
Taxas de infecção de rebanhos de 50,8% em areas produtoras
de bovinos. (Miranda., 2005)
Microrregião de Varginha, 25,5% das fêmeas de bovino leiteiro
infectadas (Stynen et al.,2003).
2007
Perdas ocasionadas pela Campilobacteriose Genital Bovina
•Altas taxas de retorno ao cio.
•Aumento da idade à primeira cria.
•Aumento do intervalo entre partos.
•Baixa produção de bezerros.
•Estação de parição prolongada.
•Produção de lotes de bezerros desiguais.
•Descarte de animais infectados.
•Aquisição de animais de reposição.
ETIOLOGIA
• Campylobacter fetus subsp. venerealis
-Infertilidade enzoótica em bovinos
-Habitat: trato reprodutivo
-Campylobacter fetus subsp. fetus
-Aborto esporádico em bovinos
-Infertilidade enzoótica em ovinos
-Habitat: trato intestinal.
ETIOLOGIA
• Campylobacter fetus venerealis
Bastonetes Gram negativo, espiralados, forma de
vírgula,”S”ou asa de gaivota.
Microaerófilos (85% de N2, 10% CO2 e 5% de O2).
Possuem 1 ou 2 flagelos polares, móveis
PATOGENIA
C. fetus venerealis coloniza criptas prepuciais.
Cópula
transmite para femêa.
Coloniza vagina – vaginite
Cérvix - cervicite
PATOGENIA
Útero - endometrite(5 a 8 dias)
Morte e reabsorção embrionária.
Repete cio.
Abortos ocorrem entre o terceiro e quinto mês de gestação
IMUNIDADE
• Classes de anticorpos mais importantes.
•IgA – predomina na vagina. Imunidade de mucosa.
•IgG – predomina no útero.
IMUNIDADE
• IgM aparecem no muco 1 a 2 semanas após infecção, persite
por 8 a 18 semanas.
•IgA aparecem no muco 3 a 5 semanas após infecção, persite
por 40 semanas.
•IgG aparecem no muco 8 semanas após infecção, persite por
36 semanas
IMUNIDADE
• Como atuam as IgA na vagina?
Mobilizando o microorganismo no muco, limitando sua entrada
no útero, facilitando sua eliminação durante o estro.
• Como atuam as IgG no útero?
Potentes opsoninas, facilitando a fagocitose por macrofágos e
neutrófilos.
FATORES DE RISCO
• Manejo de monta natural
•Ausência de estação de monta
•Estação de monta prolongada
•Manutenção de touros velhos
• Touro de repasse
•Compartilhamento de touros
TRANSMISSÃO
• Sexual, pelo contato direto entre machos e femêas.
•Touro transmite para vaca e vice-versa.
•Semêm contaminado.
•Fômites
•Relatos de transmissão mecânica macho-macho.
SINAIS CLÍNICOS
NO REBANHO
• Histórico de repetição de cio
• Aumento do intervalo entre os partos
• Aumenta idade da primeira cria
SINAIS CLÍNICOS
NO REBANHO
• Grande número de vacas vazias ao final da estação de monta
• Aumenta estação de nascimento
SINAIS CLÍNICOS
NA FEMÊA
• Acomete principalmente novilhas.
• Aumenta intervalo entre os cios +- 35 dias.
• Abortos em 5 a 10%.
• Infertilidade temporária.
•Repetições de cio a intervalos irregulares
SINAIS CLÍNICOS
NO MACHO
• limita-se a cavidade prepucial sem sinais clínicos
• não afeta qualidade do sêmem
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
Muitas vezes a doença passa desapercebida no rebanho.
LESÕES
Femêas
• Vaginite-catarral, muco claro a turvo.
•Cervicite
•Endometrite
•Salpingite
•Abortos
DIAGNÓSTICO
CLÍNICO/ EPIDEMIOLÓGICO
• Sinais e dados reprodutivos
LABORATORIAL – confirmação do agente
Considerações;
• Coleta do material.
Touro: lavado ou esmegma prepucial
Vaca: muco cérvico vaginal.
DIAGNÓSTICO
• Período da coleta.
Touro: deve estar em repouso seual pelo menos 15 dias antes,
chances aumentam se 3 coletas consecutivas.
Vaca: evitar coletar durante o estro
DIAGNÓSTICO
• Acondicionamento do material
Touro: lavado deve ser enviado sob refrigeração, para
isolamento inocular o lavado no meio de trasporte e
enriquecimento.
Vaca: inocular o lavado no meio de transporte ou manter sob
refrigeração.
DIAGNÓSTICO
• Tempo de envio
Para isolamento, máximo seis horas
Se em meio de trasporte, três dias
Lavado ou muco sob refrigeração, 24 horas.
TÉCNICAS
• Cultura e isolamento
Dificíl de isolar, exigente. Dispendioso.
• Imunofluorescência Direta (IFD
Mais usada, sensível e fácil realização.
Não diferencia entre as subespécies.
Subjetivo.
DIAGNÓSTICO DA CGB EM TOUROS
Técnicas de coleta
-Swab
-Lavado prepucial
-Pipeta
-Raspador
Cuidados na coleta
-Repouso sexual de 15 dias
-Limpeza
-Estimular urinar antes da coleta
-Repetir três exames para confirmar negativos
DIAGNÓSTICO DA CGB EM FÊMEAS
Técnicas de coleta
-swab
-tampão vaginal
-pipeta
-lavado vaginal
Cuidados na coleta
-limpeza
-evitar coleta durante o estro
Limpeza
CORTAR
TÉCNICAS
• Muco aglutinação
Diagnóstico de rebanho.
Baixa sensibilidade e especificidade.
Chance de falsos negativos durante o estro é grande.
TÉCNICAS
• ELISA
Detecta IgA no muco
• PCR
Diferencia as subespécies, sensível, específico.
Caro.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CGB
Tricomonose Bovina
-Laboratorial
Manejo reprodutivo
Outras doenças de reprodução de bovinos
-Brucelose
-Leptospirose
-IBR
-BVD, etc
TRATAMENTO
• Repouso sexual das femêas por 3 ciclos.
• Touros:
infusão de 5g de dihidroestreptomicina no prepúcio/5dias.
no primeiro e terceiro dias 22mg/kg IM.
TRATAMENTO
•Animal é considerado negativo após 3 exames consecutivos
negativos, com intervalos de 15 dias.
• Vacina : duas doses intercaladas de 4 a 6 semanas.
• Animais em reprodução vacinar 30 dias antes da cobertura
Bases para o Controle da CGB
•A transmissão é venérea
•O touro é portador assintomático
•Touros velhos são mais propensos à infecção
•As novilhas são mais susceptíveis
•Algumas fêmeas se recuperam após repouso sexual de 3 ciclos
•As fêmeas podem manter a infecção mesmo tendo parido
Aspectos importantes no controle da CGB
•Descanso sexual
•Utilização de touros negativos
•Descarte de animais
•Cuidados na aquisição de animais
•Implementação de estação de monta
Estratégias para o controle da CGB
•Implantação da inseminação artificial
- baixa utlização no rebanho nacional
- dificuldade de implantacao em certas aréas
- touro de repasse
Estratégias para o controle da CGB
•Formação de rebanhos livres apartir de animais jovens e livres
-Novilhas virgens negativas
-Touros negativos
-Segregação dos animais
Dificuldades:
-Tempo
-Manter a segregração.
Estratégias para o controle da CGB
•Vacinação
-Fêmeas:
Previne repetições de cio e abortamentos
Aplicar 30 e 60 dias antes da cobertura
Dose única
Revacinação annual
-Machos
55,55% de cura após 2 vacinações
*Levar em consideração a relação custo-beneficío
Prevenção da CGB
•Controle de trânsito
•Êxigências sanitárias na introdução de animais
•Touro de repasse/compartilhamento de touros
•Vacinação
• Definir estação de monta.
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