AZ042 – Bovinocultura de Leite – Aula 14 INTERPRETAÇÃO DAS PROVAS DE REPRODUTORES LEITEIROS Prof. Rodrigo de Almeida Entendendo as Provas de Touros Canadenses Informações de Produção Provas de produção Baseado no “Canadian Test Day Model” (CDTM) toma-se a média do EBV da 1ª, 2ª e 3ª lactações para leite, gordura e proteína, chegando-se a valor único para publicação das provas para quantidades desses três itens. Valores dos desvios percentuais para gordura e proteína também são divulgados. Utiliza-se a base genética móvel para expressar os EBVs para produção. Para o ano de 2005, esta base incluiu todas as vacas nascidas no período de 19971999 e que possuam dias de controles enquadrados no CDTM. “Canadian Test Day Model” ou Modelo Canadense do Dia de Controle A CDN – Canadian Dairy Network – é a responsável por calcular as provas de produção para touros e vacas usando o CDTN, que compara as filhas de cada touro com suas contemporâneas, usando dados de cada dia de teste. Uma característica especial deste método é que ele separa os Valores Estimados de EBVs que são disponíveis para quantidades de Leite, Gordura e Proteína, assim como para Persistência de Lactação e Contagem de Células Somáticas, para cada uma das três primeiras lactações. 1 Persistência As provas de Persistência de Lactação dos touros são baseadas no cálculo da queda da curva média de lactação das filhas entre os dias 60 e 280. Curvas mais planas são desejáveis e se traduzem num valor maior na prova de persistência do touro. A Persistência média para os touros holandeses é de 62%, com os melhores touros atingindo 70%. Persistência é fundamentalmente uma característica de primeira lactação e, portanto, a prova publicada tem peso 1/2, 1/4, 1/4 nas lactações 1,2 e 3, respectivamente. Base Genética Móvel Os EBVs para Produção e Conformação, são calculados em relação à base genética móvel que é atualizada anualmente no mês de fevereiro. Em 2005, a base móvel incluiu todas as vacas que pariram no ano de 2001. Os touros em atividade apresentam valores de EBVs para produção mais altos, uma vez que suas provas foram calculadas em relação à base atual. O contrário acontece com touros mais antigos, cujos EBVs tendem a baixar a medida que a base vai sendo ajustada. Valor estimado da criação – EBV As provas para produção são expressas como Valores Estimados de Criação – EBV -, que são medidos em Quilograma Equivalente de Maturidade para os rendimentos de Leite, Gordura e Proteína. O EBV publicado para leite, gordura e proteína é a média obtida das três primeiras lactações. Também são publicados EBVs para percentuais de gordura e proteína. Desvio Padrão O Desvio Padrão é a distância da média que está um touro de todos os outros touros. Na distribuição normal das provas de Conformação dos touros, onde 68% dos touros colocam-se de –2 até +2, 95% colocam-se de –4 até +4, e 99,7% de –12 até +12. Em outras palavras, a maioria dos touros apresenta valores próximos à média, enquanto poucos touros irão se colocar na extremidade alta e outros poucos na extremidade baixa. Pouquíssimos touros irão alcançar o valor extremo de –19 ou +19, a grande maioria dos touros situa-se de –12 até +12 na curva padrão. 2 Conformação As provas de conformação são divulgadas em Valores Estimados de Criação – EBV-, utilizando-se de escala com magnitude de -20 até +20, com graduações de 5 pontos. Utiliza-se base genética móvel para expressar os Valores Estimados de Criação (EBV) para conformação. Para o ano de 2005 esta base inclui todos os touros provados na última década (1990-1999). A prova para conformação é baseada na primeira classificação linear de suas filhas no primeiro parto. A classificação das filhas cria as bases dos EBVs para as características principais e descritivas. Características principais Servem como primeira ferramenta de seleção para diminuir o número de touros a se analisar, por exemplo, o cliente busca touros que melhorarem sistema mamário. Características descritivas São utilizadas para selecionar touros para melhorar determinada característica, por exemplo, o cliente busca touros para melhorar largura de inserção posterior do úbere. Como usar as provas de tipo 1. Usando as características maiores, pode-se estreitar o grupo de touros. 2. A pontuação descritiva focaliza em características específicas. Exemplo: a) Característica Maior – ajuda a selecionar um grupo de touros melhoradores em pernas e pés. b) Característica Descritiva – ajuda a selecionar um touro específico que melhore ângulo de pé. Características bi-direcionais Para várias características, a pontuação intermediária é considerada a mais correta. Estas características não têm nenhum sinal positivo ou negativo associado a pontuação. São simplesmente expressas à direita ou à esquerda da média, com uma letra designando a tendência. Quanto maior o número, maior a % de filhas que mostram a tendência. Ângulo dos Aprumos Vista Lateral (R para reto e C para curvo) e Ângulo Pélvico (A para alto e B para baixo) são duas características que obedecem a este comportamento. Como algumas características são mais variáveis quanto à distribuição das filhas, medir a % de filhas corretas torna-se muito importante. Como resultado, duas características extras – Colocação dos Ísquios e Colocação dos Aprumos – fornecem uma visão daqueles touros que produzem filhas mais próximas do ideal. Duas novas características disponíveis para os touros – Profundidade de Úbere (P 3 para profundo e R para raso) e Comprimento dos Tetos Anteriores (CO para comprido e CU para curto) também aparecem na forma bi-direcional. Características Descritivas Como já citado anteriormente, os valores para as características descritivas são obtidos da mesma maneira que obtemos os das características principais, porém focando em características específicas. Geralmente os maiores valores são os preferíveis exceto para as chamadas características de valor médio (ângulo de garupa, vista lateral de pernas traseiras, profundidade de úbere, colocação e comprimento de tetos anteriores e colocação de tetos traseiros). Para estas chamadas características de valor médio, quanto maior o número, maior a tendência indicada pela letra (ex: 9S significa alta tendência em transmitir pernas retas, “straight”, quando em visão lateral. Nestes casos, valores de “0” são considerados os mais corretos). Características Funcionais Constitui-se num grupo de avaliações genéticas para serem usadas como auxiliares no manejo do rebanho. Evitando o uso de touros significativamente abaixo da média racial para estas características, os criadores podem melhorar a eficiência geral de seu programa de cruzamento, evitando o uso de touros muito abaixo da média, especialmente em duas gerações seguidas. Vida útil Média 100; quanto maior o valor, melhor. Contagem de células somáticas (CCS) Varia de 2.25 a 4.25, com média 3.00. Sendo que quanto menor o valor, melhor. A CCS apresenta correlação direta com incidência de mastite. Persistência Média 100; quanto maior o valor, melhor. Estimada pela percentagem de produção de leite no 280º dia de lactação comparada ao 60º dia. Fertilidade das filhas Média 100; quanto maior o valor, melhor. O índice é composto por: 10% - idade ao primeiro serviço/ 25% - intervalo de parição ao primeiro 4 serviço/ 65% - não retorno das vacas a cio após 56 dias da inseminação artificial (I.A.). Velocidade de ordenha, temperamento, habilidade de parto e habilidade de parto das filhas Média 100; quanto maior o valor, melhor. Índices de Seleção Objetivando auxiliar o produtor na seleção dos touros provados, dois índices oficiais são fornecidos. O Índice de Rentabilidade Vitalícia (LPI) coloca forte ênfase em produção e é suportável por características de tipo relacionadas com a rentabilidade do animal. O LPI coloca 60% de sua ênfase em produção e 40% em tipo. Um segundo índice conhecido como Valor Econômico Total (TEV) e expresso em dólares canadenses coloca maior ênfase em produção, suportado por Vida Útil e Pontuação de Células Somáticas numa combinação com pesos de 64, 26 e 10% respectivamente. Esta é uma ferramenta de seleção baseado em produção e que promove longevidade e sanidade do sistema mamário. Índice de qualidade vitalícia ou de rentabilidade vitalícia O LPI é a expressão em um único valor do mérito genético total de um touro baseado na Produção, Conformação e nas Características Auxiliares que afetam a durabilidade e rentabilidade de suas filhas. 5