Curso anual de revisão em hemodinâmica e
cardiologia intervencionista - SBHCI – 2012
São Paulo, 18 e 19 de outubro de 2012
Riscos da exposição aos raios X em
intervenções cardiovasculares
Lucía Canevaro, D.Sc.
Serviço de Física Médica de Radiodiagnóstico e Imagem
Instituto de Radioproteção e Dosimetria
Comissão Nacional de Energia Nuclear
Rio de Janeiro - Brasil
Tópicos
Hoje:
ƒ
Princípios físicos da radiação ionizante.
ƒ
Algumas características dos equipamentos de raios X.
ƒ
Riscos biológicos.
Amanhã:
ƒ
Como minimizar os efeitos da radiação na intervenção
cardiovascular?.
Intervenção cardiovascular
ƒ
Procedimentos complexos
ƒ
longos tempos de exposição
ƒ
Elevado número de imagens.
Radiologia
Intervencionista
CT
ƒ
As doses de radiação dos
profissionais e dos pacientes
podem ser muito altas.
ƒ
Apresentando riscos potenciais
significativos para ambos
grupos.
grupos
Radiografia
Efeitos determinísticos em profissionais
e pacientes
A maioria
i i destes
d t
danos são EVITÁVEIS
–
Todos os danos graves
são evitáveis!
Espectro eletromagnético
Algumas
g
características dos
equipamentos dedicados
para hemodinâmica…
7
Como é o equipamento?
8
O tubo de raios X (ampola)
Aplicações em hemodinâmica demandam tubos com alta capacidade de
dissipação do calor:
ƒ
Alta velocidade de rotação do anodo;
ƒ
Água ou óleo circulante com ventiladores.
9
O cabeçote (carcaça)
10
Colimação
ƒ
Os colimadores devem atuar
automaticamente segundo
g
a
magnificação aplicada e a
distância foco-detector.
Modos de magnificação
12
Modos de taxa
13
Filtros em cunha semi-transparentes
p
ƒ
ƒ
ƒ
Melhoram a qualidade das
imagens.
Operação de diafragmas com
a memória de última imagem
(LIH).
Não é preciso irradiar com
fluoro para colimar ou
posicionar os filtros em cunha.
14
Efeitos biológicos da radiação
O fenômeno de indução
ç de efeitos
biológicos pela interação da
radiação com organismos vivos é
de natureza probabilística.
15
Efeitos determinísticos e estocásticos
ƒ Efeitos determinísticos:
ƒ Têm um limiar de dose para sua ocorrência.
ocorrência
ƒ O limiar é diferente para cada tipo de efeito determinístico.
ƒ A severidade do efeito aumenta com a dose de radiação
radiação.
ƒ Morte celular detectável clinicamente.
ƒ Efeitos estocásticos:
ƒ Sua probabilidade de aparecimento aumenta com a dose,
porém não sua severidade.
ƒ Não existe um limiar para os efeitos estocásticos.
p tardios.
ƒ São sempre
Efeitos biológicos da radiação ionizante
Determinísticos:
ƒ lesões na pele,
ƒ eritema,
ƒ opacidade do cristalino,
cristalino
ƒ esterilidade,
ƒ depilação,
p ç , etc.
Estocásticos:
ƒ câncer,
ƒ doença cardiovascular e
respiratória,
ƒ desordens genéticas, etc.
Limiares de dose para efeitos determinísticos
ƒ Catarata
ƒ Esterilidade permanente
ƒ Homens
ƒ Mulheres
2 – 10 Gy
3,5 – 6 Gy
2,5
, – 6 Gy
y
ƒ Esterilidade temporária
ƒ Homens
ƒ Mulheres
0,15 Gy
0,6 Gy
ƒ Perda dos cabelos
ƒ Temporária
ƒ Permanente
ƒ Ulceração
3 Gy
7 Gy
23 Gy
(R i X de
(Raios
d tórax
tó
~ 1 mGy)
G )
O risco radiológico
g
dos
profissionais é elevado
ƒ
As doses ocupacionais em intervencionismo
intervencionismo, são as
mais altas registradas entre o pessoal que usa raios
X.
ƒ
Após alguns anos de trabalho podem aparecer
lesões por radiação (se elementos de proteção e
procedimentos de operação adequados não forem
usados).
Efeitos no g
globo ocular
ƒ O cristalino é altamente
radiossensível;
ƒ coagulação das proteínas
ocorre com doses maiores
que 2 Gy.
q
y
ƒ Existem 2 efeitos:
Efeito
Sv
Exposição única em
curto intervalo de
tempo
Sv / ano
por muitos anos
Opacidade detectável
0,5 - 2,0
> 0,1
Deficiência visual ((catarata))
5
> 0,15
,
Efeitos Estocásticos (mutação)
(
)
ƒ Carcinogênese
g
radioinduzida
ƒ Transtornos hereditários
ƒ Efeitos no embrião
Radiossensibilidade celular
“A radiossensibilidade de um tecido é diretamente proporcional a sua
capacidade reprodutiva e inversamente proporcional ao seu grau de
diferenciação.”
Lei de Bergonié & Tribondeau, 1904.
Alta RS
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
Medula óssea
B
Baço
Timo
Nodos linfáticos
Gônadas
Cristalino
Linfócitos
Média RS
ƒ Pele
ƒ Fígado,
Fí d coração,
ã
pulmões
ƒ Tireoide
Baixa RS
ƒ Músculos
ƒ Ossos
O
ƒ Sistema
nervoso
Aumento de radiossensibilidade
Efeitos estocásticos nos descendentes
ƒ O dano causado pela radiação em uma única célula germinativa
pode ser transmitido e manifestar-se como uma desordem
h ditá i nos descendentes
hereditária
d
d t do
d indivíduo
i di íd exposto.
t
ƒ Os efeitos hereditários: más-formações, perdas de funções e até
morte p
prematura,, do embrião ou do indivíduo.
ƒ Até o presente não há verificação destes efeitos em seres
humanos, porém estudos realizados em plantas e animais
sugerem essa possibilidade.
Exposição pré-natal
Compilação de dados da literatura
S
Semana
d
de gestação
t ã
Ef it
Efeitos
23
2-3
Ausência de anormalidades e
morte
t pré-natal
é t l
4-11
Anormalidades severas na
maioria dos órgãos
11-16
16 20
16-20
Poucas anormalidades em
órgãos genitais, olhos e
ossos. Microcefalia e
retardamento mental são
sempre notados.
Moderado grau de
microcefalia e retardamento
mental
Resumo
ƒ Conhecer o equipamento de raios X ajuda a entender
os riscos inerentes ao seu uso.
ƒ Os efeitos das radiações ionizantes podem ser:
ƒ Determinísticos
D t
i í ti
ou estocásticos;
t á ti
ƒ Imediatos ou tardios;
ƒ Somáticos ou genéticos.
ƒ Alguns
tecidos
ou
órgãos
radiossensibilidade que os outros.
outros
possuem
mais
ƒ Apesar de a radiação ionizante não ser detectada pelos sentidos, se
conhecemos seus efeitos podemos nos proteger melhor e trabalhar
em segurança.
Obrigada pela atenção!
[email protected]
Grupo de trabalho do Projeto BRA 9056 “Supporting national assessment of
quality
lit control
t l and
d radiation
di ti protection
t ti iin iinterventional
t
ti
l cardiology
di l
d
departments”
t
t ”
26
Alguns slides desta apresentação foram cedidos pelo Dr. E. Vañó (HCSC de Madri), Espanha. Alguns slides foram obtidos de material divulgado pela IAEA.
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