Radiação Utra-violeta, um pouco mais de informação A radiação ultravioleta (UV) é a radiação eletromagnética ou os raios ultravioleta com um comprimento de onda menor que a da luz visível e maior que a dos raios X, de 380 nm a 1 nm. O nome significa mais alta que (além do) violeta (do latim ultra), pelo fato de que o violeta é a cor visível com comprimento de onda mais curto e maior frequência. A radiação UV pode ser subdividida em UV próximo (comprimento de onda de 380 até 200 nm - mais próximo da luz visível), UV distante (de 200 até 10 nm) e UV extremo (de 1 a 31 nm). Recapitulando as subdivisões 1- UVA (400 – 320 nm, também chamada de "luz negra" ou onda longa). 2- UVB (320–280 nm, também chamada de onda média). 3- UVC (280 - 100 nm, também chamada de UV curta ou "germicida"). A maior parte da radiação UV emitida pelo sol é absorvida pela atmosfera terrestre. A quase totalidade (99%) dos raios ultravioleta que efetivamente chegam a superfície da Terra são do tipo UV-A. A radiação UV-B é parcialmente absorvida pelo ozônio da atmosfera e sua parcela que chega à Terra é responsável por danos à pele. Já a radiação UV-C é totalmente absorvida pelo oxigênio e o ozônio da atmosfera. Outro uso é a aceleração da polimerização de certos compostos. Também é utilizada para apagar dados escritos em uma memória eletrônica EPROM. Muitas substâncias, quando expostas à radiação UV, se comportam de modo diferente de quando expostas à luz visível, tornando-se fluorescentes. Este fenômeno se dá pela excitação dos elétrons nos átomos e moléculas dessa substância ao absorver a energia da luz invisível. Ao retornar a seus níveis normais (níveis de energia), o excesso de energia é reemitido sob a forma de luz visível. Como a radiação UV causa dano biológico? O que ocorre é que a luz UV pode causar danos ao DNA, ou ácido desoxirribonucleico, a molécula que guarda todas as nossas informações genéticas. Mas antes de explicar exatamente o que ocorre com o DNA primeiro precisamos lembrar como é a sua estrutura. O DNA presente em nossas células é composto por uma dupla fita em forma de hélice. Essa fita é um polímero de nucleotídeos, compostos por um açúcar (desoxirribose, da onde vem parte do nome DNA), um fosfato e uma base nitrogenada, que pode ser de 4 tipos, A – adenina, C – citosina, G – guanina ou T – timina. Para compreender melhor vejamos a figura abaixo: Como já mencionado, o DNA é uma dupla fita, e cada fita interage com a outra por meio de ligações de hidrogênio entre bases complementares, sendo A complementar a T e C complementar a G. A luz UV tem a capacidade de gerar “dímeros de timina” (ver figura). Quando duas bases timina estão posicionadas lado a lado na fita de DNA, a irradiação com luz ultravioleta pode formar ligações covalentes entre essas bases, interferindo no pareamento normal de bases dessa fita, que pode levar a mutações e até mesmo câncer. O intrigante é que um dos mecanismos que os seres vivos utilizam para reparar essa lesão é por meio da enzima DNA fotoliase, que utiliza energia derivada da luz para agir, regenerando as duas timinas que estavam ligadas. Por isso é tão importante utilizar protetor solar e evitar exposição solar excessiva!! Quanto à penetração A lei de Lambert-Beer determina o grau de penetração de uma dada radiação eletromagnética. Assim, um raio de intensidade Io atinge um corpo de comprimento x com fator de absorção λ e transmite uma intensidade I que obedece a seguinte lei. − x I= Ioe O grau de penetração da radiação UV depende do seu comprimento de onda e do grau de pigmentação da pele (nas peles mais pigmentadas a penetração é menor pelo que o risco diminui). Os efeitos das radiações UV limitam-se praticamente à pele e aos olhos. A maior parte das UV são absorvidas pela córnea e o cristalino. A retina só fica exposta em circunstâncias especiais com UV-A próximas da luz visível. As radiações UV-B e C penetram unicamente a epiderme. As UVA penetram a derme, podendo chegar a produzir lesões nas terminações nervosas. Os efeitos biológicos da radiação Ultra violeta podem ser Efeitos agudos não estocásticos Sobre a pele Escurecimento (bronzeado) Eritema Pigmentação retardada Interferências com o crescimento celular Sobre os olhos Fotoqueratite e fotoqueratoconjuntivite (2 a 24 horas depois da exposição, dolorosas, dura de 1 a 5 dias e o prognóstico é benigno) Lesões no cristalino (dados ainda pouco significativos) Lesões na retina (dados ainda pouco significativos) Efeitos crónicos não estocásticos Sobre a pele Perda da elasticidade da pele (alterações do desenvolvimento normal da derme, com alterações histológicas) Pele rugosa (típica dos marinheiros e agricultores)(UV-A) Queratite actínica (epiderme) Interferências com o crescimento celular Sobre os olhos Opacidades no cristalino Cataratas Efeitos crónicos estocásticos (maior probabilidade em função da dose) Carcinoma basocelular Carcinoma de células escamosas (espinocelular) Melanoma (Casos descritos em marinheiros, pescadores, agricultores e trabalhadores expostos à intempérie).