No dia 7 de maio realizou-se, na Residência do
Sagrado Coração de Maria de Viseu, a ação com o tema:
A Igreja Aberta e Solidária- Luz e Sombras
Professor Doutor Alfredo Bruto da Costa
É por nós conhecido o longo e rico curriculum do Professor Doutor Alfredo Bruto da Costa, bem
como o cuidado que tem na abordagem dos temas: o rigor, a simplicidade, a crítica acutilante e
inteligente, chegando-nos a mover da inércia do pensamento acomodado, ao exercício de reflexão.
Salão cheio, de pessoas que não se importaram com
distâncias geográficas, e mais uma vez expectantes por uma
palestra de alta qualidade, à qual Alfredo Bruto da Costa
correspondeu plenamente.Falou como “um leigo, curioso pelas
coisas da Igreja, militante há já muitos anos, mas” não tendo
“nenhuma qualificação específica”, como referiu.
Começou por nos recordar “São João XXIII,(…) que há
50 anos, convocou o Concílio Vaticano II. Foi um Concílio de
abertura e solidariedade, (…) de arejamento da Igreja”. Nele é revalorizada a dimensão da Liturgia,
expressa na língua de cada país/comunidade. “Outro ponto fortíssimo foi o diálogo ecuménico”, ao qual o
actual Papa Francisco “está a dar uns empurrões muito visíveis, na relação com outras igrejas cristãs, ou
com outras Religiões". Outra grande perspetiva, que o Concílio Vaticano II abriu, foi o da " Igreja ir ao
encontro dos homens, do mundo, da Humanidade.” Com o desenvolvimento deste processo, o papel dos
Leigos aumentou de importância, e, consequentemente valorizou o papel da Igreja aberta e solidária.
“A Igreja sente-se real e intimamente ligada ao género humano e à sua história. A Comunidade
Eclesial é formada por homens e mulheres, que não sendo do mundo, estão no mundo, e receberam a
mensagem da Salvação para a comunicar a todos.”
Reconhece que, “foi preciso um Papa Francisco” para se “dar conta de que insensivelmente,
progressivamente, a Igreja se tinha metido num processo progressivo de fechamento", novamente depois
do Concílio Vaticano II.
O Professor Doutor Alfredo Bruto da Costa, na
sua palestra, refere a preocupação de deixar um
conjunto de tópicos, não um pensamento com princípio,
meio e fim, mas, “na linha de alguém que acredita
profundamente que desperdiçar este Papa, é a pior coisa
que pode acontecer à Igreja e ao Mundo”, situando-se
muito no seu pensamento, e daquilo que representa
como modelo de ser Igreja aberta e solidária,
Sugere, também, a importância de vários modelos de “Igreja Aberta e Solidária”
Este tema “não é um tema facultativo, é um tema obrigatório”, afirma. A Igreja tem de ser aberta
e solidária. O Papa Francisco quer mais. Quer uma Igreja aberta, quer uma Igreja de portas abertas, mas
quer também uma Igreja em saída, ou seja, que vá ao encontro dos outros, que vá às periferias.” Jesus
Cristo disse “Ide",... e não disse "ficai..." estando presentes os cenários, os desafios sempre novos, da
missão evangelizadora da Igreja.
Apresentou ainda, uma breve história sobre o “desenvolvimento do conceito de Solidariedade”.
A partir de João Paulo II, a palavra Solidariedade passou a ter um peso, no pensamento da
Igreja, que "não tinha,” até então. Reforça esta ideia de, como as palavras estão desvirtuadas do seu
sentido, como por exemplo a palavra Caridade. A Caridade tem “uma dimensão política como referiu o
Papa Bento XVI: “A acção política pelo bem comum, é uma forma de Caridade, que não é menos
importante do que a Caridade de pessoa a pessoa.”
Muito mais haveria a dizer, deste encontro, pela panóplia de assuntos inerentes ao tema
principal, e do interesse que reveste a renascida “Primavera da Igreja Católica”, na era do Papa Francisco.
Certo é, que nos últimos anos as Irmãs do IRSCM têm-nos agraciado com um conjunto
de oradores e temas, verdadeiramente diversificados, pertinentes, e de qualidade superior, dignos de um
qualquer forum académico universitário, de diferentes especialidades,relacionados com a vertente Cultura
/ Espiritualidade
Concluo citando o Prof. Doutor Alfredo Bruto da Costa:
“Cada um de nós, sejamos pessoas, grupos, comunidades eclesiais, ou Igreja universal, tem a
missão de fazer com que sejam mais as “luzes”, do que as “sombras”, até chegarmos à Claridade plena,
perfeita ”
A participante:
Maria Duarte
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texto - IRSCM