Dispositivos Eletrônicos Aula 02: Princípios de Condução de Corrente Elétrica em Sólidos 1 Plano da Aula • Condutores, Isolantes e Semicondutores • Propriedades do Silício Intrínseco • Dopagem e seus efeitos • Deriva e difusão de portadores 2 Condutores, Isolantes e Semicondutores Para o àtomo de hidrogênio isolado, Bohr obteve os seguintes valores de energia do elétron para os estados estacionários: mq 4 1 − 13,6eV En = − = 2 2 2 n2 8ε 0 h n 1 eV = 1,602E-19 J, n é o número quântico Ao aproximarmos 2 átomos, os elétrons (sobretudo os mais externos) começam a “sentir a presença” dos vizinhos. EY -{ EX -{ E1=-13,6eV E2=-3,4eV E3=-1,5eV ... 3 Fonte: Fundamentos de Física; Halliday – Resnick - Walker Condutores, Isolantes e Semicondutores Possíveis configurações da ocupação das bandas de energia, com vistas à condutividade elétrica: parcialmente ocupada totalmente ocupada Condutor Ordens de grandeza num condutor típico: ≈1022,1023 átomos/cm3 ≈1022,1023 portadores/cm3 Semicondutor:Eg≈1eV Isolante:Eg>>1eV Eg é o Bandgap, a faixa de energia proibida: Os portadores de carga em um metal são elétrons “livres” que “flutuam” no “mar de íons” Fonte: Physics of Semiconductor 4 Devices, Simon Sze Condutores, Isolantes e Semicondutores Elementos de interesse: “Sopinha de letras” : Si, SiGe, SiC, InP, GaAs, GaInP, GaN, ... Cada tecnologia com seus prós e contras: custo, frequência, potência, integração, ... 5 Semicondutor intrínseco Como são gerados, quantos e quais são os portadores de carga em um semicondutor? 1º Processo de geração: geração térmica (T>0K): Ligação Covalente Condução Valência Elétron liberado Processo que depende de T e de Eg. Cada elétron que salta para a banda de condução deixa um nível vazio (lacuna, no inglês: “hole”) na banda de valência. Adotaremos: n=densidade de elétrons p=densidade de lacunas 6 Semicondutor intrínseco Ocupação das lacunas por elétrons “vizinhos”: Observe o deslocamento da lacuna! Elétrons e lacunas têm movimento frenético aleatório. Eventualmente se encontram: processo de recombinação (o elétron e a lacuna se aniquilam!) A recombinação é proporcional ao número de elétrons e lacunas. Em equilíbrio termodinâmico, o processo de geração térmica é compensado pelo processo de recombinação. 7 Semicondutor intrínseco No semicondutor intrínseco (“puro”), para cada elétron na banda de condução temos uma lacuna na banda de valência: n(dens. elétrons)=p(dens. lacunas)=ni=pi − Eg 3/ 2 ni ∝ T exp electrons / cm 3 2 kT Compare: ni (T = 300 K ) ≈ 1010 electrons / cm 3 ni (T = 600 K ) ≈ 1015 electrons / cm 3 IMPORTANTE!: n⋅p=ni2≈1020 (Si, 300K) em equilíbrio termodinâmico Fonte: Physics of Semiconductor Devices, Simon Sze 8 Semicondutor intrínseco Você deve estar se perguntando: se os bons condutores têm ≈1012 mais portadores que o silício intrínseco @300K, pra que serve o silício intrínseco? 9 Dopagem 2º processo de geração de portadores: a dopagem é o processo controlado de introdução de “impurezas” no semicondutor outrora intrínseco, para alterar suas propriedades elétricas. O semicondutor dopado é chamado de extrínseco. Neste exemplo, alguns átomos de Si foram substituídos por átomos de P (ND impurezas/cm3): na temperatura ambiente, praticamente todos estes átomos “doam” o 5º elétron ao retículo: o semicondutor extrínseco é de tipo N! Lembrando: n⋅p≈1020 (Si, 300K) em equilíbrio termodinâmico (permanece válido c/ dopagem) Se o Si é dopado com 1016 átomos de P por cm3 (ND=1016) qual o valor de n? E o de p? 10 Dopagem Neste exemplo, alguns átomos de silício foram substituídos por átomos de Bóro (NA impurezas/cm3): na temperatura ambiente, praticamente todos estes átomos “aceitam” elétrons do retículo para ficarem com 8 na última camada (gerando lacunas em excesso), o semicondutor extrínseco é de tipo P! Lembrando: n⋅p≈1020 (Si, 300K) em equilíbrio termodinâmico (permanece válido c/ dopagem) Se o Si é dopado com 1015 átomos de B por cm3 (NA=1015) qual o valor de n? E o de p? 11 Dopagem Semicondutor Instrínseco Elétron de valência Ligação Covalente Semicondutor Extrínseco Cristal de Silício ND doadores/cm3 Dopante tipo N (Doador) O átomo dopante é preso ao retículo, enquanto o elétron (tipo N) ou lacuna (tipo P) criados são liberados!! Portador Majoritário (livre) Densidades usuais de dopagem: 1014 a 1018 átomos/cm3 Cristal de Silício NA aceitadores/cm3 Portador Majoritário (livre) Dopante tipo P (aceitador) 12 Dopagem np = ni Portadores majoritários: p ≈ NA Portadores minoritários: n n≈ i NA Tipo N Portadores majoritários: n ≈ ND Portadores minoritários: n p≈ i ND Tipo P 2 2 Equações válidas em equilíbrio termodinâmico 2 Acabamos aqui os mecanismos de geração de portadores, mas existem outros: por exemplo pares elétron-lacuna criados por fótons, mecanismo que pode ser aproveitado para a construçao de um Resistor Variável com a Luz (LDR, do inglês, Light Dependent Resistor). Veja: http://en.wikipedia.org/wiki/Photoresistor 13 Deriva e difusão de portadores Sim, mas agora que eu sei quem são e quantos são os portadores, como eles se mexem?? Dois mecanismos a serem considerados para o cálculo da densidade de corrente (J): J total = J drift _ total + J diff _ total Densidade de corrente de deriva (drift) Densidade de corrente de difusão 14 Deriva de portadores Os portadores de carga têm movimento frenético. No silício a 300K, há velocidades da ordem de 360.000km/h e tempo entre colisões com o retículo da ordem de 1ps. Em média, quantos Angstrons (10-10m) são percorridos entre colisões? Quando um campo elétrico é aplicado, os portadores continuam frenéticos, mas adquirem componente ordenada → → “proporcional” ao campo: vh = µ p E Velocidade média das lacunas → → ve = − µ n E Velocidade média dos elétrons µp : mobilidade das lacunas µn : mobilidade dos elétrons Unidades: m2V-1s-1 ou cm2V-1s-1 15 Deriva de portadores → → Campo elétrico moderado! vh = µ p E → → ve = − µ n E A mobilidade varia com a dopagem: Fonte: Physics of Semiconductor Devices, Simon Sze O Razavi adota: µn = 1350cm2V-1s-1 , µp = 480cm2V-1s-1 16 Deriva de portadores → → vh = µ p E → Campo elétrico moderado! → ve = − µ n E A mobilidade varia com a temperatura: Fonte: Physics of Semiconductor Devices, Simon Sze 17 Deriva de portadores → → vh = µ p E → → ve = − µ n E Dopagens baixas A velocidade só é proporcional ao campo até valores “moderados” de campo (até ≈1kV/cm). A partir daí, a velocidade não mais cresce linearmente com o campo: Fonte: Physics of Semiconductor Devices, Simon Sze 18 Variação de ρ com a temperatura Agora reflita: ni (T = 300 K ) ≈ 1010 electrons / cm 3 ni (T = 600 K ) ≈ 1015 electrons / cm 3 + 300K 600K Se uma pastilha de semicondutor intrínseco aqueçe, a resistência aumenta ou diminui? (ver a seção “Conduction model” em http://en.wikipedia.org/wiki/Thermistor ) Isto propicia a construção de dispositivos (NTCs) que limitam a corrente de surto quando uma fonte é ligada à rede. Quando o dispositivo se aquece pela passagem de corrente, sua resistência diminue, diminuindo a potência gasta. 19 Deriva de portadores A corrente elétrica é calculada como sendo a quantidade de carga que atravessa uma seção tranversal em 1s Exemplo: barra de semicondutor → → vh = µ p E → → ve = − µ n E Observe a polaridade da fonte: O campo elétrico na barra aponta para direita: As lacunas se deslocam para a direita, e os elétrons se deslocam para a esquerda!! 20 Deriva de portadores A corrente elétrica é calculada como sendo a quantidade de carga que atravessa uma seção tranversal em 1s Ex. Se considerarmos apenas o deslocamento de lacunas (p): → → vh = µ p ⋅ E Corrente na barra entrando pelo lado esquerdo! Área = W ⋅ h r r (corrente de deriva r I = v ⋅ W ⋅ h ⋅ p ⋅ q Volume / Segundo = v ⋅W ⋅ h drift _ p de lacunas) r Portadores / Segundo = v ⋅W ⋅ h ⋅ p r C arg a / Segundo = v ⋅ W ⋅ h ⋅ p ⋅ q E os elétrons? Percurso contrário, 21 corrente adicional! Deriva de portadores A densidade é encontrada dividindo-se a corrente pela área r (W⋅h): r r I drift _ n J drift _ n = = µn E ⋅ n ⋅ q w⋅h r r r I drift _ p J drift _ p = = µpE ⋅ p ⋅q w⋅h r r r r J drift _ tot = J drift _ n + J drift _ p = q( µ n n + µ p p) E A densidade de corrente total leva em conta os dois portadores de carga (observe que as correntes são adicionadas já que os portadores vão em direções contrárias e possuem cargas opostas). 22 Difusão de portadores Processo pelo qual partículas se movem de uma região de maior concentração para uma região de menor concentração. Mais uma manifestação do movimento frenético das partículas. Injeção de portadores Material semicondutor Injeção de portadores Concentração não-uniforme 23 Difusão de portadores Equações do processo (leis de difusão): r dn J diff _ n = qDn dx Carga do elétron r dp J diff _ p = −qD p dx Gradiente de “Aptidão” concentração para difundir Dn e Dp são as constantes de difusão de elétrons e lacunas, respectivamente J diff _ tot dn dp = q ( Dn − Dp ) dx dx A corrente total leva em conta a difusão de elétrons e lacunas 24 Difusão de portadores Exemplo: Semicondutor do tipo P, iluminado por uma fonte que gera pares elétron-lacuna na superfície Ln = Dnτ n 2 Comprimento de difusão dos elétrons no material Constante de difusão dos elétrons no material Tempo de vida médio dos elétrons no material Ln representa a distância percorrida até que a concentração de portadores diminua por um fator de e (2,718) 25 Difusão de portadores Injeção de portadores Injeção de portadores J diff _ n dn N = qDn = −qDn ⋅ dx L J diff _ n −x dn − qDn N = qD = exp dx Ln Ln Observe que no caso da direita, a densidade de corrente de elétrons em x=Ln é apenas 36.7% (ouseja, 1/e) do valor em x=0! (o que acontece com o restante dos elétrons?) 26 Deriva e difusão de portadores J drift _ n = µ n E ⋅ n ⋅ q J drift _ p = µ p E ⋅ p ⋅ q Relação de Einstein, relacionando a constante de difusão à mobilidade: Dn J diff _ n dn = qDn dx J diff _ p dp = −qD p dx Dp kT = = µn µ p q k ⋅ T 1,38 ⋅10 −23 J ⋅ K −1 ⋅ 300 K = ≈ 25,9mV @ 300 K −19 q 1,6 ⋅10 C K=constante de Boltzman T=temperatura em Kelvin q=carga do elétron Chamaremos esta quantidade de VT: “tensão térmica” 27 Resumo dos pontos importantes • Diferença entre condutores e semicondutores: presença de uma banda proibida, coeficiente de temperatura, tipos de portadores, ... • n⋅p≈1020 (Si, 300K) em equilíbrio termodinâmico (intrínseco ou dopado). • A dopagem pode ser usada para mudar a condutividade elétrica do semicondutor • Processos de deriva e difusão de portadores 28 Cronograma de atividades • Não pense que você vai aprender revisando os slides: LEIA O LIVRO! Sugere-se o seguinte cronograma: Atividade Duração Razavi: Leitura do Cap. 2.1 completo (todos os subitens) 45 minutos Revisão dos slides 45 minutos Resolução analítica das questões (15 minutos/questão) 60 minutos Total: 2h30min de atividades. Se você levar muito mais tempo do que esta previsão, converse com o professor. 29 Exercícios: trazer próxima aula Questão do Razavi: A concentração de portadores intrínsecos do germânio (Ge) é dado pel seguinte expressão: −E ni (cm −3 ) = 1,66 ⋅10 ⋅ T 15 g 1, 5 ⋅ e 2 kT Considere Eg=0,66eV e k=8,617·10-5eV/K (=1,38·10-23J/K). Determine: O valor de ni em 300K e em 600K, e compare com os valores encontrados para o silício (Slide 8) A concentração de elétrons e lacunas em 300K e em 600K, se o germânio é dopado com fósforo a uma densidade de 5·1016 átomos/cm3. Pode-se se dizer que a condição a 600K do germânio dopado é muito diferente da condição do germânio intrínseco? O que se pode concluir que acontece quando o semicondutor dopado é muito aquecido? http://jas.eng.buffalo.edu/education/semicon/fermi/bandAndLevel/fermi.html 30 Exercícios: trazer próxima aula Uma barra de silício (Si) do tipo N (ND=1017imp/cm3) com 1µm de distância é submetida a uma tensão de 0,1V. Determine: O campo elétrico na barra, em unidades de V/cm Observe o slide 18. O campo elétrico é baixo o suficiente pra você dizer que a velocidade varia proporcionalmente ao campo? A velocidade média dos elétrons (use a mobilidade no Slide 16) O tempo médio que os elétrons levam para atravessar a barra Se a barra tiver seção transversal de 1µm x 1µm, reponda: Qual o valor da corrente resultante da deriva dos elétrons? Qual o valor da corrente resultante da deriva das lacunas? Qual o valor total da corrente na barra? 31 Exercícios: trazer próxima aula Uma barra de arseneto de gálio (GaAs) do tipo N (ND=1015 imp/cm3) com 1µm de distância é submetida a uma tensão de 0,1V. Determine: A densidade de lacunas na barra (use o ni no Slide 8) A velocidade média dos elétrons (use a mobilidade no Slide 16) O tempo médio que os elétrons levam para atravessar a barra Se a barra tiver seção transversal de 1µm x 1µm, reponda: Qual o valor da corrente resultante da deriva dos elétrons? Qual o valor da corrente resultante da deriva das lacunas? Qual o valor total da corrente na barra? 32 Exercícios: trazer próxima aula Considere a barra de silício abaixo, com seção transversal de 1µm por 1µm, na qual são injetados elétrons e lacunas conforme a figura. Determine: O sentido da corrente na barra O valor da corrente total na barra Elétrons Lacunas 33 ANEXO 01 Processo de Geração e Recombinação Equilíbrio termodinâmico 34 Geração-Recombinação • Este anexo foi motivado por uma questão de um aluno, que também pe um questionamento no livro do Razavi. • A questão é: por que não é a SOMA de (densidade de) portadores de carga n e p (n+p) que deveria se manter constante no equilíbrio? Por que é o produto de portadores de carga (n·p) que se mantém constante (lei da ação da massas)? 35 Geração-Recombinação • A resposta é que o processo de geração térmica (G) é dependente do bandgap Eg e da temperatura T, enquanto que a recombinação (R) é proporcional ao produto de n e p. E aí vem a questão do aluno: Mas por que ao produto, por que não à soma?? • Iremos simular as duas hipóteses e mostrar que esta última gera uma incosistência, o fato de se poder “matar” (recombinar) quem JÁ NÃO EXISTE!! Vejamos! 36 Geração-Recombinação • Vamos fazer umas contas, apenas com poucas premissas: – 1ª premissa: que, experimentalmente, observa-se que, no Si, há, em 300K (~temperatura ambiente), 1010 eletrons/cm3 (o mesmo para lacunas). Qualquer outro número poderia ser usado (exemplo, números de outros semicondutores) – 2ª premissa: que a geração de portadores em 300K é de, digamos, 109 eletrons/cm3/s (o mesmo para lacunas). Qualquer outro número poderia ser usado, teríamos apenas que esperar mais ou menos tempo até observar uma condição de equilíbrio. 37 Geração-Recombinação Faremos um “experimento mental” em apenas 2 temperaturas (0K e 300K). Sabemos que a geração G depende de Eg e de T. Como já assumimos um valor de G em 300K (109 eletrons/cm3/s, premissa 2), precisamos apenas pensar no valor de G em 0K. Ora, no zero absoluto, é de se supor que o processo de geração é anulado, já que não há energia excedente para que as ligações sejam quebradas. Assim: G (0 K ) = 0 G (300 K ) = 10 9 eletrons / cm 3 / s = 10 9 lacunas / cm 3 / s 38 Geração-Recombinação Tratemos agora da recombinação. Adotaremos uma PRIMEIRA HIPÓTESE: a de que o processo é propocional AO PRODUTO das populações: R = k3 ⋅ n ⋅ p Nossa 1ª premissa é de que, em 300K, n=p=1010 /cm3. Além disso, o equilíbio em 300K impõe que o processo de geração seja compensado (“anulado”) pela recombinação (do contrário as populações aumentariam ou diminuiriam), ou seja, G=R. Assim: R (300 K ) = k 3 ⋅1010 ⋅1010 = G (300 K ) ⇒ k 3 ⋅10 20 = 10 9 ⇒ k 3 = 10 −11 39 Geração-Recombinação Recapitulando: G = 10 9 Elétros/lacunas gerados POR SEGUNDO em 1 cm3 R = 10 −11 ⋅ n ⋅ p Elétros/lacunas recombinados POR SEGUNDO em 1 cm3 Agora vamos usar o SCILAB para determinar as populações de eletrons e lacunas nas seguintes situações: 1- Inicialmente estamos em 0K, as populações são nulas, e não há geração ou recombinação 2- A temperatura é “subitamente” elevada a 300K, para a qual temos G e R definidos 3- Depois de chegarmos ao equilíbrio em 300K, iremos “dopar subitamente” (criar) o material com impurezas aceitadoras na densidade de 1014 cm-3 4- Observaremos os valores de equilíbrio. 40 Geração-Recombinação Código SCILAB: clear; // abaixo definem-se as populações para T=0K n(1)=0; p(1)=0; // nesta temperatura, G, que é proporcional a T, é nula. a recombinação R, que é // proporcional a n e a p, também é nula. Então estas quantidades representam // os valores de equilíbrio em T=0K (n=p=0). // “De repente”, a temperatura é aumentada para 300K. Neste caso, // G=1e9, o que mudará as quantidades inicialmente aumentando-as, // o que por conseguinte aumentará a recombinação, até que um valor // de equilíbrio seja atingido. // abaixo define-se o intervalo de simulação. Este deve ser ajustado de acordo com // os números usados para a quantidade de geração (ou recombinação) por segundo. interval=1e-3; // 1ms 41 Geração-Recombinação Código SCILAB (continuação): // faça a simulação em 15 mil pontos. Este é um número para uma simulação rápida for i=2:1:15000, // de 2 a 15000 por passo de 1, faça: // um intevalo de 1ms se passou. O número de portadores é agora o número // que havia, n(i-1), somado à quantidade gerada em 1 ms, G(300K) * 1ms, // subtraído da recombinação em 1 ms, R( n(i-1), p(i-1) ) * 1ms. n(i) = n(i-1) + 1e9 * interval - (1e-11 * n(i-1) * p(i-1) * interval ); p(i) = p(i-1) + 1e9 * interval - (1e-11 * n(i-1) * p(i-1) * interval ); end // até aqui, já devemos estar em um valor de equilíbrio em 300K. // de repente, uma dopagem P é introduzida, com densidade de dopantes // de 1e14: p(15000)=1e14; 42 Geração-Recombinação Código SCILAB (continuação): // define-se um novo intervalo, pois o processo de recombinação vai ser // muito aumentado, e é preciso que a quantidade recombinada em um // intervalo de simulação seja INFERIOR às quantidades iniciais de portadores. interval=1e-6; // 1us // repita o processo até 30 mil pontos for i=15001:1:30000, n(i) = n(i-1) + 1e9 * interval - (1e-11 * n(i-1) * p(i-1) * interval ); p(i) = p(i-1) + 1e9 * interval - (1e-11 * n(i-1) * p(i-1) * interval ); end 43 Geração-Recombinação Código SCILAB (continuação): // plote as quantidades plot2d([n p],rect=[1,1e3,30000,1e15],logflag="nl", leg="densidade de eletrons@densidade de lacunas"); set(gca(),"grid",[1 1]); // incluindo o grid. a=gca(); poly1= a.children(1).children(1); poly1.thickness=3; poly2= a.children(1).children(2); poly2.thickness=3; poly2.foreground=5; Resultados na próxima página! 44 Geração-Recombinação Disturbio com a introdução de 1014 dopantes/cm3 (aceitadores) Valor de equilíbio em 300K EXTRÍNSECO (106 eletrons, 1014 lacunas) Valor de equilíbio em 300K INTRINSECO (1010 eletrons, 1010 lacunas) 45 Geração-Recombinação Trataremos agora da SEGUNDA HIPÓTESE: a de que o processo de recombinação é propocional À SOMA das populações: R = k 4 ⋅ (n + p ) Tal como no caso da primeira hipótese, devemos igualar a recombinação em 300K com a geração (que é a mesma): R (300 K ) = k 4 ⋅ (1010 + 1010 ) = G (300 K ) ⇒ k 4 ⋅ 2 ⋅1010 = 10 9 ⇒ k 4 = 0.05 46 Geração-Recombinação Recapitulando: Elétros/lacunas gerados POR SEGUNDO em 1 cm3 G = 10 9 R = 0.05 ⋅ ( n + p ) Elétros/lacunas recombinados POR SEGUNDO em 1 cm3 Faremos uma simulação das mesmas condições! 47 Geração-Recombinação Código SCILAB: clear; // abaixo definem-se as populações para T=0K n(1)=0; p(1)=0; // abaixo define-se o intervalo de simulação. interval=2e-3; // 2ms. Mudado pois neste caso o processo é mais lento // faça a simulação em 15 mil pontos. for i=2:1:15000, // de 2 a 15000 por passo de 1, faça: // um intevalo de 2ms se passou. O número de portadores é agora o número // que havia, n(i-1), somado à quantidade gerada em 2 ms, G(300K) * 2ms, // subtraído da recombinação em 2ms, R(n(i-1), p(i-1)) * 2ms. n(i) = n(i-1) + 1e9 * interval - (0.05 * (n(i-1) + p(i-1)) * interval ); p(i) = p(i-1) + 1e9 * interval - (0.05 * (n(i-1) + p(i-1)) * interval ); end 48 Geração-Recombinação Código SCILAB: // até aqui, já devemos estar em um valor de equilíbrio em 300K. // de repente, uma dopagem P é introduzida, com densidade de dopantes // de 1e14: p(15000)=1e14; // define-se um novo intervalo, pois o processo de recombinação vai ser // muito aumentado, e é preciso que a quantidade recombinada em um // intervalo de simulação seja INFERIOR às quantidades iniciais de portadores. interval=1e-6; // 1us // repita o processo for i=15001:1:30000, n(i) = n(i-1) + 1e9 * interval - (0.05 * (n(i-1) + p(i-1)) * interval ); p(i) = p(i-1) + 1e9 * interval - (0.05 * (n(i-1) + p(i-1)) * interval ); end 49 Geração-Recombinação Código SCILAB: // plote as quantidades plot2d([n p],rect=[1,1e3,30000,1e15],logflag="nl", leg="densidade de eletrons@densidade de lacunas"); set(gca(),"grid",[1 1]); // incluindo o grid. a=gca(); poly1= a.children(1).children(1); poly1.thickness=3; poly2= a.children(1).children(2); poly2.thickness=3; poly2.foreground=5; scf(); // Pra ver o que houve na plotagem logarítmica... // plote as quantidades plot2d([n p],rect=[1,-1e11,30000,1e10],logflag="nn", leg="densidade de eletrons@densidade de lacunas"); set(gca(),"grid",[1 1]); // incluindo o grid. a=gca(); poly1= a.children(1).children(1); poly1.thickness=3; poly2= a.children(1).children(2); poly2.thickness=3; poly2.foreground=5; 50 Geração-Recombinação Disturbio com a introdução de 1014 dopantes/cm3 (aceitadores) Valor de equilíbio em 300K INTRINSECO (1010 eletrons, 1010 lacunas) Valor de equilíbio em 300K EXTRÍNSECO (1014 lacunas, ??????) O que houve ??? 51 Geração-Recombinação Eixo vertical linear Disturbio com a introdução de 1014 dopantes/cm3 (aceitadores) A população de eletrons se torna NEGATIVA!!! Ou seja, estamos “matando” (recombinando) quem já está morto (não existe)!!! 52 Geração-Recombinação Conclusão: a SEGUNDA HIPÓTESE leva a uma INCONSISTÊNCIA! E por que não R = k5 ⋅ n ⋅ p ????? 2 2 Reflita e Simule! 53