“Diferentes espaços formativos e tecnologias: implicações para a atividade de aprendizagem” NOVOS ESPAÇOS PARA AÇÃO DOCENTE Vani Moreira Kenski1 Para refletirmos juntos sobre os diferentes espaços para ação docente temos que considerar, em princípio, alguns aspectos ligados às novas demandas educacionais, resultantes do avanço dos processos econômicos, sociais e tecnológicos vigentes. Em termos econômicos, temos diante de nós grandes desafios. A sociedade atual se apresenta com tremendas distorções socio-econômicas que, por sua vez, refletem no campo educacional. A relação entre os grupos de incluídos e economicamente bem sucedidos e os excluidos pode ser vista, de forma abrangente, na mesma proporção entre os que estão ou não “conectados”, ou os que possuem ou não razoável “fluência digital”. Mesmo para os incluídos, no entanto, nada é seguro. O processo de globalização e o avanço cada vez mais acelerado das tecnologias resultam em desafios educacionais diversos. Há a necessidade de que todos, a todo momento, estejam em estado de atenção educacional, ou seja, abertos para novas aprendizagens e mudanças em seus hábitos, habilidades, pensamentos e procedimentos. Inovação é palavra-chave neste processo. A cada instante, surgem novas mídias, softwares e possibilidades as mais diversas de utilizarmos tecnologias de informação e comunicação para ensinar e, é claro, aprender. O computador está oferecendo mudanças, por meio de novos meios de comunicação em rede, que vão muito além do uso da Internet e do World Wide Web. Um outro mundo virtual pode ser apreendido em uma nova visão no que se refere à vizinhanças, comunidades, tribos e corporações que se comunicam e interagem através das redes. Dentro dessas vizinhanças, conectadas mais por afinidade do que por proximidade geográfica, surgem demandas educacionais específicas, baseadas em textos, imagens e na comunicação oral entre todos os seus participantes. Novos mundos interativos e em evolução que realizam, aqui e agora, os ideais da inteligência coletiva, propostos por Pierre Lévy. Mas ainda há muita coisa para se fazer. Quando vemos os avanços tecnológicos já disponíveis em outras realidades sociais – países ou mesmo escolas ou universidades – que investem mais e melhor em tecnologias para a educação, sentimos a sensação de que nós, brasileiros, ainda estamos bem atrasados. Que precisamos aprender mais, avançar mais no uso dessas inovações, que temos urgência na implantação de processos inovadores de ensino-aprendizagem. Sentimos a sensação da exclusão tecnológica diante do resto do mundo que tem condições mais velozes e mais potentes de interação e comunicação, mediadas pelas diferenciadas tecnologias digitais, para o desenvolvimento de aulas e cursos inteiros que possibilitem aprendizagens significativas e atuais. A realidade brasileira é heterogênea no que se refere ao acesso a essas novas possibilidades tecnológicas. Temos um grupo de pessoas com padrões de acesso e uso quase iguais aos dos paises mais desenvolvidos. Temos, porém, a maioria dos brasileiros ainda distantes dessas novas realidades tecnológicas. Vamos refletir de forma um pouco mais abrangente. Em termos sociais, as preocupações nos encaminham para a necessidade da democratização do acesso à educação de qualidade de maneira geral, sem exceções. Jovens, velhos, pessoas de todas as idades e classes sociais, trabalhadores ou não, que vivem nos aglomerados urbanos ou nos mais distantes locais do Brasil, têm garantido, pela Constituição, o direito à edu- 1 Profa. Dra. SITE Educacional/ USP cação. Nesse aspecto, vemos que a estrutura educacional restrita aos espaços físicos das escolas e dos campi é excludente. É preciso que o aluno tenha tempo disponível, condições de manutenção e de deslocamento até os prédios das escolas para poder estudar. Mesmo assim, os espaços físicos determinados, não contemplam vagas para todos os que querem e precisam aprender. A escolarização é fundamental como garantia de sobrevivência econômica e social. As ofertas educacionais tradicionais são escassas e geram formas diferenciadas de seleção que determinam, em grande parte, os que potencialmente serão “incluídos” no sistema produtivo ou não. A incorporação sistemática de inovações e o fluxo acelerado das descobertas científicas e dos avanços tecnológicos ampliam geometricamente a busca dos alunos potenciais. Alunos que precisam, cada vez mais, estarem atualizados com os conhecimentos específicos de suas áreas de atuação. Além disso, precisam manter sempre um alto nível de fluência e habilidades de uso de tecnologias digitais. A demanda por cursos que vão além da formação inicial e que se configuram como cursos de atualização, aperfeiçoamento, capacitação e treinamento – com as mais diversas estruturas e tempos de duração - é cada vez mais ampla. Profissionais com os mais diversos tempos de experiência e de atuação em suas funções retornam aos estudos para garantirem o conhecimento em suas áreas (muitas vezes, em novas bases) almejando promoções e melhorias em suas atuações. Soma-se a essa situação, a permanência de pessoas de idades mais avançadas dentro do sistema produtivo e que também querem estar atualizadas pelos mais diversos motivos pessoais e/ou funcionais. O compromisso político-social da área educacional nos coloca a obrigação e o desafio de enfrentarmos e viabilizarmos estratégias e ações pedagógicas democráticas e inclusivas que garantam a todos esses cidadãos brasileiros, sem exceção, o acesso pleno à educação de máxima qualidade. Nossas realidades econômico-sociais diferenciadas se desdobram em necessidades educacionais também diferenciadas. É preciso que sejam ampliadas as ofertas e as oportunidades de aprendizagem para todas as pessoas, indistintamente. A realidade dos espaços educacionais existentes nos sistemas regulares e tradicionais de ensino, em todos os níveis, é restrita. Escolas e universidades não conseguem oferecer vagas suficientes que contemplem todas as procuras educacionais requeridas. Novos espaços educacionais são necessários. Novos modelos e formatos de se fazer educação são solicitados para atender a todas essas exigências. O campo é cada vez mais fértil para a profissão docente. Muitos novos professores são requeridos. Professores que precisam aprender a ensinar para alunos com diferentes perfis e urgências. Professores que devem atuar na função mediados pelas mais diversas mídias e com diferenciados tipos de performance. Aos professores são exigidas novas competências profissionais que vão bem além das práticas expositivas em espaços físicos determinados, nas salas de aula tradicionais. Na atualidade, para garantir a docência com qualidade são necessárias novas habilidades e atitudes que habilitem o professor a lidar: com o conhecimento, sempre mutante; com recursos e mídias diferenciadas, que a instituição educacional adquiriu e que deseja (ou exige, mesmo) que sejam empregadas nas aulas; com alunos que já chegam às escolas com níveis muito altos de fluência tecnológica e condições de acesso às mais novas informações em tempo real, ou seja, imediatamente, a um toque do mouse;com alunos que não possuem nenhuma familiaridade com tecnologias e que precisam do apoio do docente para darem este salto qualitativo nas suas formações. Como se vê, o campo de atuação dos docentes se ampliou e se complicou, e muito, na atualidade. Embora cada vez mais sejam necessários novos professores, a dinâmica da ação educacional requer novas formas de atuação e novas competências. Uma outra necessidade vem somar-se às precedentes. É preciso prever-se a formação de professores que saibam lidar com todas essas diferentes realidades. A ação exigida é complexa e multidisciplinar. Integram-se diversas exigências específicas das mais diversas áreas que, reunidas, apresentam a ação educacional baseada no desenvolvimento de processos de ensino-aprendizagem em novas bases. As salas de aula tradicionais se ampliam e se conectam com o mundo. Plataformas e ambientes virtuais diferenciados nos possibilitam estarmos juntos em estado de aprendizagem para além dos espaços físicos e dos tempos, para além da definição de cursos presenciais ou a distância. Só para citar como exemplos, que ajudam a compreender a que estou me referindo, vou contar para vocês algumas das atividades que realizei nesses últimos dias. Uma delas foi a participação em um chat em uma disciplina regular de um curso de Pós-Graduação de uma Universidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Os alunos e a professora estavam em aula presencial. Eles e eu nos conectamos e acessamos o ambiente virtual do curso na mesma hora, para conversarmos. Só que entre São Paulo e Campo Grande existe diferença de fuso horário. Além disso, em São Paulo, estamos em horário de verão e lá, não. Precisamos acertar nossos horários para nos encontrarmos virtualmente. No meio, quase ao final da nossa conversa - por sinal muito boa e produtiva - conectou-se uma professora da Instituição, que estava em Portugal. Na confusão de tantos horários e fusos, ela perdeu a hora do início da conversa. Nada disso impediu que estivéssemos juntas virtualmente e conseguíssemos refletir e aprender bastante, todas (eram só mulheres) com todas. Em um outro momento, participei de uma banca virtual de defesa de Mestrado. Durante três horas estivemos reunidos virtualmente – aluna, orientador e dois professores da Banca - nos vendo e ouvindo em todos os momentos do processo de Defesa. Desde a apresentação da aluna e da realização das argüições até o momento de reunião fechada da banca e a definição do parecer final. Um detalhe: cada um dos participantes do evento encontrava-se em cidade e Estado diferentes. Virtualmente conectados, estávamos juntos, presentes e atentos, e a banca fluiu com a aprovação merecida da aluna. Esses dois pequenos exemplos já nos mostram o quanto podem ser diferentes os espaços educacionais formativos mediados pelas tecnologias digitais. Novos espaços, novos conhecimentos, novos tipos de alunos, novas realidades educacionais, novas formas de ensinar e de aprender, novas didáticas. Espaços de aprendizagem mediados Os múltiplos espaços de aprendizagem existentes a partir das oportunidades e funcionalidades oferecidas pelas inúmeras tecnologias possuem especificidades que vão alterar significativamente as formas como as atividades educacionais são oferecidas. Refletem desde o planejamento das atividades até as formas de avaliação e o tempo necessário ao seu desenvolvimento. Possuem um elo direto com o principal objetivo da educação: a possibilidade de acesso do aluno a oportunidades de realização de aprendizagens que lhes sejam significativas e façam diferença em suas vidas. Assim, existe grande diversidade na organização metodológica, na gestão e na avaliação de oportunidades de ensino mediadas por tecnologias oferecidas, por exemplo, via impressa (os tradicionais cursos por correspondência, por sinal, ainda os de maior número de alunos a distância matriculados no Brasil) e os cursos imersivos e colaborativos, on-line. Não há como comparar, ou igualar também, os novos projetos educacionais - que mobilizam professores e alunos via celular e ambientes virtuais na internet – essencialmente bem diferentes dos cursos em tele, vídeo ou webconferência e reunião dos alunos em pólos presenciais. Mais diferentes ainda são os mais novos centros de estudos existentes nos mundos virtuais tridimensionais, tipo Second Life, já utilizados em centenas de universidades estrangeiras, em que, incorporados em avatares, alunos e professores se movimentam, interagem, enfrentam desafios e aprendem. Em termos pedagógicos, as necessidades de planejamento e organização de atividades educacionais, mediadas pelas tecnologias e pelos sistemas acima citados são totalmente diferentes. Os usos de diferenciadas tecnologias digitais, por exemplo, em cursos presenciais, requerem novas habilidades dos docentes, estratégias e dinâmicas diversificadas para apresentação das aulas. Muda-se muito desde a apresentação e organização dos conteúdos, a realização de atividades, a distribuição dos tempos, a definição das formas de participação de professores e alunos e do processo de avaliação. Em cursos realizados prioritariamente a distância (ou seja, em que professores e alunos estão fisicamente distantes uns dos outros; ainda que, virtualmente conectados, estejam muito próximos) tudo se torna ainda mais complexo. Os cursos desenvolvidos em LMS - nome pelo qual são conhecidos os ambientes virtuais de aprendizagem, do tipo do Moodle ou TelEduc, por exemplo - podem ser dos mais diferenciados modelos. Existem desde cursos de auto-aprendizagem (freqüentemente utilizados para treinamento isolado de pessoas em algo bem pontual, como a rotina para utilizar determinado equipamento ou fazer determinada ação mecânica) até cursos colaborativos e/ou imersivos, baseados em processos com ampla interação e comunicação entre todos os participantes. Importante é notar que cada tipo de curso (articulado com os tipos de tecnologias e mídias utilizadas) possui suas especificidades e particularidades que se apresentam por meio de abordagens teóricoepistemológicas, metodologias específicas e dinâmicas próprias. Os cursos auto-instrucionais e alguns dos cursos oferecidos em LMSs baseiam-se em abordagens behavioristas de ensino, com foco no conteúdo e na atividade do aluno e praticamente sem interação entre professor e aluno, a não ser em caso de dúvidas do estudante. O aluno em dificuldade envia mensagem para o “tutor” que lhe responde dentro dos parâmetros e das respostas previamente padronizadas na construção do curso. Já os cursos colaborativos e imersivos - baseados em teorias sócio-construcionistas - utilizam bastante as possibilidades de interação e comunicação oferecidas pelas mídias digitais. Todo o processo didático é orientado para que os alunos participem ativamente e construam o conhecimento a partir da realização de atividades de trocas, diálogos e em equipes. Nesses cursos são utilizadas dinâmicas diferenciadas (e não apenas as respostas isoladas dos alunos a perguntas feitas pelo professor nos “fóruns”, como se apresentam inúmeros cursos pseudo-colaborativos), estratégias e atividades diversas que facilitam a interação e a comunicação entre todos os participantes. A integração encaminha o grupo formado por alunos e professores para a criação de comunidades virtuais de aprendizagem, onde todos se comprometem com a participação e a aprendizagem de todos. Entre esses extremos encontram-se os cursos realizados via videoconferência, com maior ou menor possibilidade de interações entre professores e alunos. As videoconferências podem ocorrer a partir de um ponto definido de transmissão – onde o professor expõe oralmente sua aula – que é recebida em diferentes locais, os pólos. Neles, alunos e professores-tutores assistem a transmissão, apresentam suas dúvidas e buscam formas de interagir com o professor conferencista. Professores-tutores localizados nos pólos também são responsáveis pela dinamização do processo pedagógico, atuando fisicamente próximos aos alunos para lhes dar apoio e responder às suas dúvidas. Videoconferências também são possíveis de serem recebidas diretamente nos computadores dos alunos, via internet. A imagem do professor, sua voz e todo o material apresentado em aula: sons, vídeos e textos são acessados em tempo real, no ambiente que o aluno utiliza para se conectar ao curso. O aluno também pode interagir, enviar questões e comentários. Todas essas opções de modelos de cursos apresentam um outro diferencial que é a garantia de que todas as aulas e atividades estarem gravadas e disponíveis para serem acessadas a qualquer tempo, quantas vezes for necessário. Essa garantia possibilita a flexibilidade de acessos dos participantes e a ação personalizada do aluno, com seus tempos, seus ritmos e seus estilos de aprendizagem. O aluno pode retornar à fala do professor a qualquer momento, pode participar do fórum ou ler as mensagens já disponibilizadas quando tiver tempo disponível. Pode recuperar todo o processo de trocas e informações ocorridas em um chat e que, no momento em que estavam sendo discutidas, pela própria velocidade do meio, não foram bem compreendidas. A complexidade dos sistemas e das tecnologias envolvidas reforça a importância do trabalho em equipes. A manutenção dos registros e informações sobre todos os movimentos e procedimentos realizados por alunos e professores nos cursos virtuais garante o controle, o retorno ao que já foi trabalhado, discutido e refletido coletivamente. A capacidade de acesso de qualquer local, tempo e horário viabilizam o trabalho individual, ao mesmo tempo em que facilitam a organização de equipes e o trabalho colaborativo entre alunos que estão muito distantes, às vezes em fusos horários diferentes. Para o planejamento, a organização, o desenvolvimento, a avaliação e a definição de todas essas ações os cursos mediados pelas tecnologias não prescindem de professores. Ao contrário, os professores são fundamentais no processo. É preciso, no entanto, que eles estejam preparados para o desafio do que seja essa docência mediada. Os novos espaços formativos mediados pelas mais novas tecnologias, como vimos, são amplos e abrangem diferenciadas ofertas de cursos, reconhecidas pela ênfase em um determinado suporte tecnológico. Existem, no entanto, alguns pontos comuns e específicos em todos eles. Um deles é o planejamento detalhado de todos os momentos do processo educacional. Nesses novos ambientes educacionais não há espaços para improvisos. As aulas virtuais exigem planejamentos detalhados de todas as atividades, leituras, formas de avaliação e tempos de dedicação. Um outro ponto importante é o cuidado com a comunicabilidade da informação, seja no conteúdo a ser trabalhado ou nas mensagens orientadoras do professor aos alunos. A complexidade de organização de uma disciplina mediada pela tecnologia não é tarefa para um único professor. É preciso a atuação em equipes. Professores de diversas áreas, técnicos e especialistas diversos interagem para que a “aula” possa ser planejada, desenvolvida e oferecida com o melhor padrão tecnológico e pedagógico possível. O que não é possível conceber é que essas funções sejam segmentadas e isoladas, dividindo-se na prática o processo pedagógico entre os que pesquisam, selecionam e apresentam os conteúdos a serem trabalhados em situações de ensino; os que planejam e desenvolvem as estratégias e atividades a serem trabalhadas pelos alunos; os que acompanham os alunos e são responsáveis pelas interações, comunicações, respostas às dúvidas e correção das atividades; e os que organizam ou apenas monitoram as atividades presenciais. Independente dos esforços e da atuação imprescindível de técnicos e profissionais de várias outras áreas que atuam ativamente para viabilizar os cursos, mediados pelas mais diversas mídias, um profissional precisa ser destacado: o professor. Não podemos deixar que a complexidade da ação docente se reflita em ações segmentadas de atuação dos professores. Ao contrário, os professores devem ser os primeiros a se beneficiarem das múltiplas possibilidades dos ambientes virtuais para aprenderem na teoria e na prática o que precisam para transformarem suas formas de ensinar e aprender. Organizados em comunidades, conectados e comunicativos, professores-alunos e alunos-professores podem refletir, discutir, interagir uns com os outros e criar novos procedimentos pedagógicos que os auxiliem na prática profissional cotidiana. Aprendem juntos os princípios e as práticas de como atuar em equipes. Vivenciam e incorporam novas formas de ensinar e aprender mediadas por tecnologias inovadoras em colaboração e interação. Consideram e praticam a formação do coletivo pensante, como diz Pierre Lévy, que contribua para o enriquecimento conceitual e de valores pessoais de todos os participantes. Referências Bibliográficas KENSKI, Vani M. Educação e Tecnologias o novo ritmo da informação. Campinas, Papirus, 2007. KENSKI, Vani M. “EAD e a formação de professores: entre o discurso legal e a prática institucional”. Porto Alegre, XXIII Simpósio Brasileiro, V Congresso Luso-Brasileiro e I Colóquio Ibero-Americano de Política e Administração da Educação, 2007. LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo, Editora 34, 1999.